Emanoel Alves de Araújo (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 15 de novembro de 1940 é um escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Aprende marcenaria com o mestre Eufrásio Vargas e trabalha com linotipia e composição gráfica na Imprensa Oficial, em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Realiza sua primeira exposição individual em 1959. Na década de 1960, muda-se para Salvador e ingressa na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde estuda gravura com Henrique Oswald (1918-1965). Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Recebe, no ano seguinte, o prêmio de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Entre 1981 e 1983, instala e dirige o Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador, e expõe individualmente no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Em 1988, é convidado a lecionar artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) e é responsável pela revitalização da instituição. É, entre 1995 e 1996, membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em 2004, é curador e diretor do Museu Afro-Brasil, aberto nesse ano, em São Paulo, com obras de sua coleção.
Análise
Emanoel Araújo, entre 1961 e 1965, freqüenta a Escola de Belas Artes da Bahia, onde estuda gravura com Henrique Oswald. No mesmo período, produz ilustrações, cartazes e cenários para teatro. Nas xilogravuras que então produz, notam-se algumas que já possuem relevos, dobras ou rugas. Essas obras exploram temas locais e representações femininas que aludem à fecundidade.
A partir de 1971, realiza obras abstratas, compostas por formas geométricas conjugadas. O artista gradualmente aproxima-se das vertentes construtivas, reduzindo as formas a estruturas primárias. Desenvolve trabalhos que contêm segmentos ondulados de outras gravuras, colados sobre o plano de uma gravura maior, de maneira a produzir cortes, interferências e justaposições no plano. Essas peças já apontam seu interesse pelo tridimensional.
Interessado na reestruturação do universo da arte africana, o artista enfatiza em suas gravuras, relevos e esculturas as formas geométricas aliadas a contrastes e cores fortes. Emanoel Araújo destaca-se por sua atuação na direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp), tendo sido ainda curador de importantes mostras ligadas à imagem e cultura do negro e do índio no Brasil.
Video Emanoel Araújo - Enciclopédia Itaú Cultural
As figuras ancestrais e o inconsciente coletivo são determinantes na criação de Emanoel Araújo, cuja obra é inspirada em ícones tanto do sincretismo religioso quanto das artes, presentes em suas relações e em sua formação. Personagens como a baiana Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) e o fotógrafo franco-brasileiro Pierre Verger (1902-1996) habitam o imaginário do artista, que os traduz em trabalhos repletos de símbolos a serem decifrados. Suas criações resultam da aplicação de um método que se inicia com o desenho do objeto, que será observado, estudado e aprimorado, considerando-se, por exemplo, o efeito provocado pela oposição entre luz e sombra. Marcadas por tonalidades vibrantes, suas composições evoluíram até as cores sumirem, num processo que distanciou Araújo do barroco. “Vejo coisas que fiz muito redondas, rebuscadas, presas às antigas formas da gravura que, hoje, são mais sintéticas e decididas”, descreve.
Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula.
Críticas
"(...) chegamos agora à questão da linguagem e do significado da obra escultórica de Emanoel, a qual, a meu ver, apresenta algumas características que a tornam, mesmo, única na arte do Brasil. Em termos amplos, é claro que (assim como suas gravuras desde os anos 70) ela se inscreve no âmbito do construtivismo em geral, tendência, aliás, em que nosso país é rico de grandes escultores: Franz Weissmann, Sérvulo Esmeraldo, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro, etc. Como o de todos eles, o projeto escultórico de Emanoel não tem nenhum caráter auto-expressivo, nenhuma necessidade catártica, nenhuma confissão e, acima de tudo, nenhuma concessão ao que não seja a busca e instauração da boa forma, da Beleza que se dá através da limpidez, da franqueza, da correção. É, ademais, uma arte universalista por essência, que pretende ser entendida igualmente em qualquer lugar do mundo, por suas qualidades estéticas intrínsecas.
No que Emanoel Araújo se distingue dos escultores construtivistas seus pares é na procura de integração da linguagem internacionalista e universal que os caracteriza com um determinado elemento que poderíamos chamar, ao mesmo tempo, de brasileiro e racial".
Olívio Tavares de Araújo (Um vulcão rumo ao classicismo. in: ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Emanoel Araújo é firmemente independente em espírito e, tanto como homem quanto como artista, resiste a rótulos, sejam eles artísticos, políticos ou intelectuais. Não obstante, é impossível apreciar plenamente um artista sem discuti-lo no limiar de seu contexto histórico. (...) É impossível comentar um artista ignorando tudo que o antecedeu e tudo que está acontecendo ao seu redor. Para alguns artistas, nacionalidade não quer dizer nada, mas no caso de Araújo compreender algo do enigma brasileiro é importante. Além disso, ele é brasileiro de ascendência africana com predecessores Nagô. (...) As teorias da não-construção, redução, frontalidade, a repetição generalizada de formas primárias e o não uso de texturas, perspectiva, cor natural, conteúdo narrativo e literário obrigatórios no movimento minimalista em pintura e escultura precisam ser avaliados em relação a alguns cânones formais básicos da arte paleo-africana e neo-africana. (...) Como brasileiro, Araújo sem dúvida sente que chegou aos seus africanismos organicamente e não através de uma síntese intelectual, como seus contemporâneos norte-americanos fizeram".
George Nelson Preston (ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Em Emanoel Araújo, a obra pertence à Cidade, é sua beleza em parques, jardins, muros, casas. Esculturas, relevos, gravuras expandem-se como obra do ritmo de formas, de linhas e de exuberâncias: cores, lembre-se o roxo nas gravuras, pelas quais Emanoel batalhou, irredutível, contra os defensores das convenções estabelecidas, para os quais a saída de Goeldi do branco e preto já se apresentava como transgressão insuportável. Desde os anos 60, quando ia às aulas de Henrique Oswald e usava o ateliê de gravura da Escola de Belas Artes de Salvador, fazer gravura significava aprender, mas também produzir cartazes. As gravuras-cartazes, espalhadas pelas ruas de Salvador, informam e enfeitam: Emanoel Araújo circula na Cidade, vai fazendo cartazes, até na gráfica do convento de São Francisco. Nada, portanto, se fecha com conceitos pois, para Emanoel, eles contam como o dia-a-dia. Por isso, é a descoberta que o pode mover: assim, aprende água-tinta e água-forte, mas é no uso que surge a obra. A circulação, que pensa, nada guarda: a gravura mostra-se e vai para o lixo, não para a gaveta: é o cartaz. Já em interiores, ela conquista a parede branca, mas desta decola, deslocada como gravura de armar. Construída por ritmos que se repetem em cores, no plano, a gravura de armar quebra-os com tira também rítmica que alinhava, frouxa, os vazados do plano; armadas, frouxas, inventam relevos-gravuras que se lançam para o espaço. Relevos de papel, as gravuras de armar se rebatem, em Emanoel Araújo, em outras artes, nos relevos de madeira, nos murais de concreto, para os quais a luz é esfuziante".
Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim. São Paulo: Itaú Cultural, 2000, p. 32)
Exposições Individuais
1959 - Santo Amaro da Purificação BA - Primeira Individual
1960 - Salvador BA - Individual, no Colégio Estadual da Bahia
1961 - Salvador BA - Individual, na Biblioteca Pública de Salvador
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma
1963 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1964 - Salvador BA - Individual, na Galeria Usis
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1965 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - Osaka (Japão) - Individual, na Hakusuisha Gallery
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1968 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1969 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1970 - São Paulo - Individual, na Galeria Documenta
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1973 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Arte Aplicada
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Arte Memória
1977 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria IAB
1978 - São Luís MA - Individual, na CEF
1979 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1979 - Salvador BA - Individual, na Galeria Pousada do Carmo
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cristina Faria de Paula
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - Belo Horizonte MG - Gravura Brasileira, na Galeria Guignard
1981 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1985 - Salvador BA - Individual, no Escritório de Arte da Bahia
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1987 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas em grande formato, no Masp
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1988 - Detroit (Estados Unidos) - Individual, na G. R. N Namdi Galleryes Inc.
1989 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Manhattan East Gallery of Fine Arts
1990 - São Paulo SP - 30 Anos, na Galeria Skultura
1990 - Salvador BA - Individual, na NR Galeria de Arte
1991 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Fundação Calouste Gulbenkian
1992 - Salvador BA - Individual, na Galeria ACBE
1992 - Zurique (Suíça) - Das Haus des Bahieners, no Bärengassen Museum
1993 - São Paulo SP - Individual, no Museu Banespa
1993 - São Paulo SP - Individual, no Club Transatlântico
1996 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Galeria Nara Roesler
2000 - Recife PE - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Amparo Sessenta Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1963 - Havana (Cuba) - 2º Concurso Latino-Americano de Gravura, na Casa das Américas
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Ribeirão Preto SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional
1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - São Paulo SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP - itinerante
1965 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAP
1965 - Cidade do México (México) - Grabadores Contemporâneos de Brasil, na Casa de la Paz
1965 - Curitiba PR - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, na Secretaria do Estado de Educação
1965 - Florianópolis SC - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no Museu de Arte de Santa Catarina
1965 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio gravura
1966 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Brasília DF - 4ª Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1967 - Salvador BA - Exposição Coletiva de Natal, na Panorama Galeria de Arte
1967 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, na A Galeria
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Vitória ES - Salão Arte Contemporânea do Espírito Santo
1968 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Municipal de Belas Artes, no MAM/RJ
1968 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Latino-Americana do Chile
1968 - São Paulo SP - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Ouro Preto MG - 3º Salão de Ouro Preto
1969 - Ouro Preto MG - 4º Festival de Arte de Ouro Preto
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Exposição da Jovem Arte Contemporânea
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no Margs
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea - prêmio aquisição
1970 - Rheim (Alemanha) - Brasilianische Tage
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1970 - São Paulo SP - A Gravura Brasileira, no Paço das Artes
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Florença (Itália) - Bienal Internacional de Artes Gráficas - medalha de ouro
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Tel Aviv (Israel) - Coletiva, na Gallery 119
1974 - Madri (Espanha) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Paris (França) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Lisboa (Portugal) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Bruxelas (Bélgica) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Paris (França) - Art Graphique Brésilien, no Museu Galliera
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1976 - São Paulo SP - Arte Aplicada, na Sala Brasília
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Artes Plásticas, na Caixa Econômica de Goiás
1977 - Lagos (Nigéria) - Festival de Arte e Cultura Negra
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Iberoamérica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2º Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1977 - Rio de Janeiro RJ - Visão da Terra, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Washington (Estados Unidos) - The Original and its Reproduction: a Melhoramentos project, no Brazilian-American Cultural Institute
1978 - Filadélfia e Washington (Estados Unidos) - The Original and Its Reproduction
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1980 - Cracóvia (Polônia) - Bienal Internacional de Cracóvia
1980 - Fortaleza CE - II Artistas da Bahia, no Museu da UFCE
1980 - Salvador BA - Gravura Arte Maior, no Museu Carlos Pinto
1981 - Estoril (Portugal) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1981 - São Paulo SP - 13º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, Galeria Campus USP - Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Tóquio (Japão) - Exposição de Arte Moderna Asiática - artista convidado
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete
1987 - Salvador BA - Doze Artisrtas Brasileiros, na Anarte Galeria
1988 - Los Angeles (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The California Afro American Museum
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Faculty 1, no The Leonard Davis Center, Department of Art the City College of New York
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Uptown/Downtown, na Gallery Art 54
1988 - Rio de Janeiro RJ - Abolição, na Galeria de Arte Ipanema
1988 - São Paulo SP - A Mão Afro-Brasileira, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu Charlottenborg
1990 - Nova York (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The Bronx Museum
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Santo André SP - Litogravura: métodos e conceitos, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - São Paulo SP - 450 Anos da Chegada dos Portugueses no Japão, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Artistas Brasileiros na Criação do Incer, na Fundação Bienal
1993 - São Paulo SP - Brasil - Japão: mares navegados, no Museu de Arte Brasileira
1993 - São Paulo SP - Aviação e Arte, no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB
1993 - São Paulo SP - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Rio de Janeiro RJ - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Brasília DF - Candelária Urgente - Chamada Geral
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Arte e Religiosidade Afro-Brasileira, no Kunstverein - 46ª Feira Internacional do Livro
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, na Companhia do Metropolitano de São Paulo
1994 - São Paulo SP - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1994 - Brasília DF - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1995 - Belo Horizonte MG - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Centro de Cultura de Belo Horizonte
1995 - São Bernardo do Campo SP - Escultura-litogravura. Comemoração dos 442 Anos da Cidade de São Bernardo do Campo, no Teatro Cacilda Becker
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1996 - Campinas SP - Abstracionismo Geométrico, no MACC
1996 - Nova York (Estados Unidos) - At The Foreground of Paths
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico, no Museu Banespa
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes
1997 - Columbia SC (Estados Unidos) - Sampa Visila La, na Gallery Hours
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Salvador BA - Arte Salvador 450 Anos, na Maria Aidar
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa Paulista
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1999 - Paris (França) - Coletiva, Nara Roesler
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: Acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra
1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no MAM/BA
1999 - São Paulo SP - Litografia: fidelidade e memória, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Rio de Janeiro RJ - O Bardi dos Artistas, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Afro-Brasileira, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Bardi dos Artistas, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
Fonte: EMANOEL Araújo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Realizou sua primeira exposição individual em 1959. Em seguida, mudou-se para Salvador e ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Entre 1981 e 1983 dirige o Museu de Arte da Bahia e expõe no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Em 1988, leciona artes gráficas e escultura no Arts College, na City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2004 torna-se curador e diretor do Museu Afro-Brasil.
Em 22 de junho de 2009, foi agraciado com o oficialato da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo, na pessoa do então governador José Serra.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
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Museu Afro Brasil - Wikipédia
O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no "Pavilhão Padre Manuel da Nóbrega" – edifício integrante do conjunto arquitetônico do parque concebido na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projetos estruturais do engenheiro Joaquim Cardozo. Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria Estadual de Cultura e administrada por uma organização da sociedade civil.
Conserva um acervo de aproximadamente 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africano e afro-brasileiro, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O museu também oferece diversas atividades culturais e didáticas, exposições temporárias, conta com um teatro e uma biblioteca especializada.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
Museu Afro Brasil - Um Conceito em Perspectiva, Emanuel Araújo
"A criação do Museu Afro Brasil se concretizou como resultado de mais de duas décadas de pesquisas e exposições exibindo como negro quem negro foi e quem negro é no Brasil, de séculos passados aos dias atuais. Esta foi, assim, mais uma etapa em um processo em curso.
Criar um Museu que possa registrar, preservar e argumentar a partir do olhar e da experiência do negro a formação da identidade brasileira foi o desafio de uma equipe de consultores, especialistas em museologia, história, antropologia, artes e educação, diante de uma coleção inicial de 1100 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, de artistas brasileiros e estrangeiros, além de fotografias, livros, vídeos e documentos, para delinear um fio condutor desse ambicioso projeto, já com algumas premissas definidas, mas ainda com muito a se trabalhar para torná-lo uma realidade consolidada.
No ponto de partida há a certeza de que não se poderia contar essa história por uma visão oficial já escamoteadora, que insiste em minimizar a herança africana como matriz formadora de uma identidade nacional, ignorando uma saga de mais de cinco séculos de história e de dez milhões de africanos triturados na construção deste país. Da perspectiva do negro, este não é um processo exclusivo ao Brasil, pois sua presença, aqui como nas Américas, é indissociável da experiência de desenraizamento de milhões de seres humanos graças à escravidão. Assim, assumindo essa perspectiva, o Museu Afro Brasil, sendo um museu brasileiro, não pode deixar de ser também um museu das sociedades afro-atlânticas no Novo Mundo.
É a escravidão que, na diáspora, força o contato e o intercâmbio entre membros de diferentes nações africanas e produz as mais diversas formas de assimilação entre suas culturas e as de seus senhores, bem como de resistência à dominação que estas lhes impõem. Como um museu da diáspora, o Museu Afro Brasil, portanto, registra não só o que de africano ainda existe entre nós, mas o que foi aqui apreendido, caldeado e transformado pelas mãos e pela alma do negro, salvaguardando ainda o legado de nossos artistas – e foram muitos, anônimos e reconhecidos, os que nesse processo de miscigenação étnica e mestiçagem cultural contribuíram para a originalidade de nossa brasilidade.
Entretanto, não se pode esquecer que a cultura mestiça que se forma nas sociedades afro-atlânticas envolve relações entre desiguais, em se tratando de senhores e escravos. Da perspectiva do negro, esta é uma história de muito e doloroso trabalho, de incertezas, incompreensões e inconsciência, que ainda hoje persiste na mentalidade de parte da elite brasileira. Não é só uma história de preconceitos e racismo e descriminação, mas, sobretudo, uma história de exclusão social das mais danosas e permissivas, nesse abismo das desigualdades criadas e cristalizadas no Brasil como herança da escravidão.
O Museu Afro Brasil tem, pois, como missão precípua a desconstrução de estereótipos, de imagens deturpadas e de expressões ambíguas sobre personagens e fatos históricos relativos ao negro, que fazem pairar sobre eles obscuras lendas que um imaginário perverso ainda hoje inspira, e que agem silenciosamente sobre nossas cabeças, como uma guilhotina, prestes a entrar em ação a cada vez que se vislumbra alguma conquista que represente mudança ou o reconhecimento da verdadeira contribuição do negro à cultura brasileira.
Este museu pretende unir História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, entrelaçando essas vertentes num só discurso, para narrar uma heróica saga africana, desde antes da trágica epopeia da escravidão até os nossos dias, incluindo todas as contribuições possíveis, os legados, participações, revoltas, gritos e sussurros que tiveram lugar no Brasil e no circuito das sociedades afro-atlânticas. Um Museu que reflita uma herança na qual, como num espelho, o negro possa se reconhecer, reforçando a autoestima de uma população excluída e com a identidade estilhaçada, e que busca na reconstrução da autoimagem a força para vencer os obstáculos à sua inclusão numa sociedade cujos fundamentos seus ancestrais nos legaram.
O Museu Afro Brasil é, portanto, um museu histórico que fala das origens, mas atento a identificar na ancestralidade a dinâmica de uma cultura que se renova mesmo na exclusão. Um centro de referência da memória negra, que reverencia a tradição que os mais velhos souberam guardar, mas faz reconhecer os heróis anônimos de grandes e pequenos combates, e os negros ilustres na esfera das ciências, letras e artes, no campo erudito ou popular. Um museu que expõe com rigor e poesia ritos e costumes que traduzem outras visões de mundo e da história, festas que evidenciam o encontro e a fusão de culturas luso-afro-ameríndias para formar a cultura mestiça do Novo Mundo, mas que também registra as inovações da cultura negra contemporânea na diáspora. Um museu de arte, passada e presente, que reconhece o valor da recriação popular da tradição, mas reafirma o talento negro erudito, nas artes plásticas e nas artes cênicas, na música como na dança.
Sobretudo, o Museu Afro Brasil é um museu contemporâneo, em que o negro de hoje pode se reconhecer. Um museu que integra os anseios do negro jovem e pobre ao seu programa museológico, contribuindo para sua formação educacional e artística, mas também para a formação intelectual e moral de negros e brancos, cidadãos brasileiros, em benefício das gerações que virão. Um museu capaz de colaborar na construção de um país mais justo e democrático, igualitário do ponto de vista social, aberto à pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural, mas também capaz de reatar os laços com a diáspora negra, promovendo trocas entre a tradição, a herança local e a inovação global.
Um Museu que está na maior cidade brasileira e numa das maiores do mundo, a qual, por ser ela própria multicultural e multirracial, é o palco ideal para concretizar essa utopia, assumindo uma tarefa pioneira na criação de uma instituição que pode servir como instrumento para se repensar novos conceitos de inclusão social, e espelho para refletir uma sociedade enfim disposta a incorporar o outro nas suas diferenças. Afinal, foi nesta cidade de São Paulo que a herança de sangue, suor e lágrimas de africanos que souberam conservar o patrimônio de sua cultura e sua memória ergueu os quilombos do Jabaquara e da Saracura e gerou personalidades como André Rebouças e Luis Gama, cidadãos negros, heróis brasileiros na luta contra a escravidão."
Emanoel Araujo, Diretor curador
Fonte: Museu Afro Brasil, consultado em 26 de janeiro de 2020.
Emanoel Alves de Araújo (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 15 de novembro de 1940 é um escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Aprende marcenaria com o mestre Eufrásio Vargas e trabalha com linotipia e composição gráfica na Imprensa Oficial, em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Realiza sua primeira exposição individual em 1959. Na década de 1960, muda-se para Salvador e ingressa na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde estuda gravura com Henrique Oswald (1918-1965). Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Recebe, no ano seguinte, o prêmio de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Entre 1981 e 1983, instala e dirige o Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador, e expõe individualmente no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Em 1988, é convidado a lecionar artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) e é responsável pela revitalização da instituição. É, entre 1995 e 1996, membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em 2004, é curador e diretor do Museu Afro-Brasil, aberto nesse ano, em São Paulo, com obras de sua coleção.
Análise
Emanoel Araújo, entre 1961 e 1965, freqüenta a Escola de Belas Artes da Bahia, onde estuda gravura com Henrique Oswald. No mesmo período, produz ilustrações, cartazes e cenários para teatro. Nas xilogravuras que então produz, notam-se algumas que já possuem relevos, dobras ou rugas. Essas obras exploram temas locais e representações femininas que aludem à fecundidade.
A partir de 1971, realiza obras abstratas, compostas por formas geométricas conjugadas. O artista gradualmente aproxima-se das vertentes construtivas, reduzindo as formas a estruturas primárias. Desenvolve trabalhos que contêm segmentos ondulados de outras gravuras, colados sobre o plano de uma gravura maior, de maneira a produzir cortes, interferências e justaposições no plano. Essas peças já apontam seu interesse pelo tridimensional.
Interessado na reestruturação do universo da arte africana, o artista enfatiza em suas gravuras, relevos e esculturas as formas geométricas aliadas a contrastes e cores fortes. Emanoel Araújo destaca-se por sua atuação na direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp), tendo sido ainda curador de importantes mostras ligadas à imagem e cultura do negro e do índio no Brasil.
Video Emanoel Araújo - Enciclopédia Itaú Cultural
As figuras ancestrais e o inconsciente coletivo são determinantes na criação de Emanoel Araújo, cuja obra é inspirada em ícones tanto do sincretismo religioso quanto das artes, presentes em suas relações e em sua formação. Personagens como a baiana Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) e o fotógrafo franco-brasileiro Pierre Verger (1902-1996) habitam o imaginário do artista, que os traduz em trabalhos repletos de símbolos a serem decifrados. Suas criações resultam da aplicação de um método que se inicia com o desenho do objeto, que será observado, estudado e aprimorado, considerando-se, por exemplo, o efeito provocado pela oposição entre luz e sombra. Marcadas por tonalidades vibrantes, suas composições evoluíram até as cores sumirem, num processo que distanciou Araújo do barroco. “Vejo coisas que fiz muito redondas, rebuscadas, presas às antigas formas da gravura que, hoje, são mais sintéticas e decididas”, descreve.
Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula.
Críticas
"(...) chegamos agora à questão da linguagem e do significado da obra escultórica de Emanoel, a qual, a meu ver, apresenta algumas características que a tornam, mesmo, única na arte do Brasil. Em termos amplos, é claro que (assim como suas gravuras desde os anos 70) ela se inscreve no âmbito do construtivismo em geral, tendência, aliás, em que nosso país é rico de grandes escultores: Franz Weissmann, Sérvulo Esmeraldo, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro, etc. Como o de todos eles, o projeto escultórico de Emanoel não tem nenhum caráter auto-expressivo, nenhuma necessidade catártica, nenhuma confissão e, acima de tudo, nenhuma concessão ao que não seja a busca e instauração da boa forma, da Beleza que se dá através da limpidez, da franqueza, da correção. É, ademais, uma arte universalista por essência, que pretende ser entendida igualmente em qualquer lugar do mundo, por suas qualidades estéticas intrínsecas.
No que Emanoel Araújo se distingue dos escultores construtivistas seus pares é na procura de integração da linguagem internacionalista e universal que os caracteriza com um determinado elemento que poderíamos chamar, ao mesmo tempo, de brasileiro e racial".
Olívio Tavares de Araújo (Um vulcão rumo ao classicismo. in: ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Emanoel Araújo é firmemente independente em espírito e, tanto como homem quanto como artista, resiste a rótulos, sejam eles artísticos, políticos ou intelectuais. Não obstante, é impossível apreciar plenamente um artista sem discuti-lo no limiar de seu contexto histórico. (...) É impossível comentar um artista ignorando tudo que o antecedeu e tudo que está acontecendo ao seu redor. Para alguns artistas, nacionalidade não quer dizer nada, mas no caso de Araújo compreender algo do enigma brasileiro é importante. Além disso, ele é brasileiro de ascendência africana com predecessores Nagô. (...) As teorias da não-construção, redução, frontalidade, a repetição generalizada de formas primárias e o não uso de texturas, perspectiva, cor natural, conteúdo narrativo e literário obrigatórios no movimento minimalista em pintura e escultura precisam ser avaliados em relação a alguns cânones formais básicos da arte paleo-africana e neo-africana. (...) Como brasileiro, Araújo sem dúvida sente que chegou aos seus africanismos organicamente e não através de uma síntese intelectual, como seus contemporâneos norte-americanos fizeram".
George Nelson Preston (ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Em Emanoel Araújo, a obra pertence à Cidade, é sua beleza em parques, jardins, muros, casas. Esculturas, relevos, gravuras expandem-se como obra do ritmo de formas, de linhas e de exuberâncias: cores, lembre-se o roxo nas gravuras, pelas quais Emanoel batalhou, irredutível, contra os defensores das convenções estabelecidas, para os quais a saída de Goeldi do branco e preto já se apresentava como transgressão insuportável. Desde os anos 60, quando ia às aulas de Henrique Oswald e usava o ateliê de gravura da Escola de Belas Artes de Salvador, fazer gravura significava aprender, mas também produzir cartazes. As gravuras-cartazes, espalhadas pelas ruas de Salvador, informam e enfeitam: Emanoel Araújo circula na Cidade, vai fazendo cartazes, até na gráfica do convento de São Francisco. Nada, portanto, se fecha com conceitos pois, para Emanoel, eles contam como o dia-a-dia. Por isso, é a descoberta que o pode mover: assim, aprende água-tinta e água-forte, mas é no uso que surge a obra. A circulação, que pensa, nada guarda: a gravura mostra-se e vai para o lixo, não para a gaveta: é o cartaz. Já em interiores, ela conquista a parede branca, mas desta decola, deslocada como gravura de armar. Construída por ritmos que se repetem em cores, no plano, a gravura de armar quebra-os com tira também rítmica que alinhava, frouxa, os vazados do plano; armadas, frouxas, inventam relevos-gravuras que se lançam para o espaço. Relevos de papel, as gravuras de armar se rebatem, em Emanoel Araújo, em outras artes, nos relevos de madeira, nos murais de concreto, para os quais a luz é esfuziante".
Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim. São Paulo: Itaú Cultural, 2000, p. 32)
Exposições Individuais
1959 - Santo Amaro da Purificação BA - Primeira Individual
1960 - Salvador BA - Individual, no Colégio Estadual da Bahia
1961 - Salvador BA - Individual, na Biblioteca Pública de Salvador
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma
1963 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1964 - Salvador BA - Individual, na Galeria Usis
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1965 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - Osaka (Japão) - Individual, na Hakusuisha Gallery
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1968 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1969 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1970 - São Paulo - Individual, na Galeria Documenta
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1973 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Arte Aplicada
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Arte Memória
1977 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria IAB
1978 - São Luís MA - Individual, na CEF
1979 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1979 - Salvador BA - Individual, na Galeria Pousada do Carmo
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cristina Faria de Paula
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - Belo Horizonte MG - Gravura Brasileira, na Galeria Guignard
1981 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1985 - Salvador BA - Individual, no Escritório de Arte da Bahia
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1987 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas em grande formato, no Masp
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1988 - Detroit (Estados Unidos) - Individual, na G. R. N Namdi Galleryes Inc.
1989 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Manhattan East Gallery of Fine Arts
1990 - São Paulo SP - 30 Anos, na Galeria Skultura
1990 - Salvador BA - Individual, na NR Galeria de Arte
1991 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Fundação Calouste Gulbenkian
1992 - Salvador BA - Individual, na Galeria ACBE
1992 - Zurique (Suíça) - Das Haus des Bahieners, no Bärengassen Museum
1993 - São Paulo SP - Individual, no Museu Banespa
1993 - São Paulo SP - Individual, no Club Transatlântico
1996 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Galeria Nara Roesler
2000 - Recife PE - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Amparo Sessenta Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1963 - Havana (Cuba) - 2º Concurso Latino-Americano de Gravura, na Casa das Américas
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Ribeirão Preto SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional
1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - São Paulo SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP - itinerante
1965 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAP
1965 - Cidade do México (México) - Grabadores Contemporâneos de Brasil, na Casa de la Paz
1965 - Curitiba PR - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, na Secretaria do Estado de Educação
1965 - Florianópolis SC - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no Museu de Arte de Santa Catarina
1965 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio gravura
1966 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Brasília DF - 4ª Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1967 - Salvador BA - Exposição Coletiva de Natal, na Panorama Galeria de Arte
1967 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, na A Galeria
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Vitória ES - Salão Arte Contemporânea do Espírito Santo
1968 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Municipal de Belas Artes, no MAM/RJ
1968 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Latino-Americana do Chile
1968 - São Paulo SP - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Ouro Preto MG - 3º Salão de Ouro Preto
1969 - Ouro Preto MG - 4º Festival de Arte de Ouro Preto
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Exposição da Jovem Arte Contemporânea
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no Margs
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea - prêmio aquisição
1970 - Rheim (Alemanha) - Brasilianische Tage
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1970 - São Paulo SP - A Gravura Brasileira, no Paço das Artes
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Florença (Itália) - Bienal Internacional de Artes Gráficas - medalha de ouro
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Tel Aviv (Israel) - Coletiva, na Gallery 119
1974 - Madri (Espanha) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Paris (França) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Lisboa (Portugal) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Bruxelas (Bélgica) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Paris (França) - Art Graphique Brésilien, no Museu Galliera
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1976 - São Paulo SP - Arte Aplicada, na Sala Brasília
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Artes Plásticas, na Caixa Econômica de Goiás
1977 - Lagos (Nigéria) - Festival de Arte e Cultura Negra
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Iberoamérica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2º Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1977 - Rio de Janeiro RJ - Visão da Terra, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Washington (Estados Unidos) - The Original and its Reproduction: a Melhoramentos project, no Brazilian-American Cultural Institute
1978 - Filadélfia e Washington (Estados Unidos) - The Original and Its Reproduction
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1980 - Cracóvia (Polônia) - Bienal Internacional de Cracóvia
1980 - Fortaleza CE - II Artistas da Bahia, no Museu da UFCE
1980 - Salvador BA - Gravura Arte Maior, no Museu Carlos Pinto
1981 - Estoril (Portugal) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1981 - São Paulo SP - 13º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, Galeria Campus USP - Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Tóquio (Japão) - Exposição de Arte Moderna Asiática - artista convidado
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete
1987 - Salvador BA - Doze Artisrtas Brasileiros, na Anarte Galeria
1988 - Los Angeles (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The California Afro American Museum
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Faculty 1, no The Leonard Davis Center, Department of Art the City College of New York
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Uptown/Downtown, na Gallery Art 54
1988 - Rio de Janeiro RJ - Abolição, na Galeria de Arte Ipanema
1988 - São Paulo SP - A Mão Afro-Brasileira, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu Charlottenborg
1990 - Nova York (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The Bronx Museum
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Santo André SP - Litogravura: métodos e conceitos, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - São Paulo SP - 450 Anos da Chegada dos Portugueses no Japão, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Artistas Brasileiros na Criação do Incer, na Fundação Bienal
1993 - São Paulo SP - Brasil - Japão: mares navegados, no Museu de Arte Brasileira
1993 - São Paulo SP - Aviação e Arte, no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB
1993 - São Paulo SP - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Rio de Janeiro RJ - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Brasília DF - Candelária Urgente - Chamada Geral
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Arte e Religiosidade Afro-Brasileira, no Kunstverein - 46ª Feira Internacional do Livro
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, na Companhia do Metropolitano de São Paulo
1994 - São Paulo SP - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1994 - Brasília DF - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1995 - Belo Horizonte MG - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Centro de Cultura de Belo Horizonte
1995 - São Bernardo do Campo SP - Escultura-litogravura. Comemoração dos 442 Anos da Cidade de São Bernardo do Campo, no Teatro Cacilda Becker
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1996 - Campinas SP - Abstracionismo Geométrico, no MACC
1996 - Nova York (Estados Unidos) - At The Foreground of Paths
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico, no Museu Banespa
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes
1997 - Columbia SC (Estados Unidos) - Sampa Visila La, na Gallery Hours
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Salvador BA - Arte Salvador 450 Anos, na Maria Aidar
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa Paulista
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1999 - Paris (França) - Coletiva, Nara Roesler
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: Acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra
1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no MAM/BA
1999 - São Paulo SP - Litografia: fidelidade e memória, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Rio de Janeiro RJ - O Bardi dos Artistas, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Afro-Brasileira, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Bardi dos Artistas, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
Fonte: EMANOEL Araújo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Realizou sua primeira exposição individual em 1959. Em seguida, mudou-se para Salvador e ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Entre 1981 e 1983 dirige o Museu de Arte da Bahia e expõe no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Em 1988, leciona artes gráficas e escultura no Arts College, na City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2004 torna-se curador e diretor do Museu Afro-Brasil.
Em 22 de junho de 2009, foi agraciado com o oficialato da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo, na pessoa do então governador José Serra.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
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Museu Afro Brasil - Wikipédia
O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no "Pavilhão Padre Manuel da Nóbrega" – edifício integrante do conjunto arquitetônico do parque concebido na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projetos estruturais do engenheiro Joaquim Cardozo. Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria Estadual de Cultura e administrada por uma organização da sociedade civil.
Conserva um acervo de aproximadamente 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africano e afro-brasileiro, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O museu também oferece diversas atividades culturais e didáticas, exposições temporárias, conta com um teatro e uma biblioteca especializada.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
Museu Afro Brasil - Um Conceito em Perspectiva, Emanuel Araújo
"A criação do Museu Afro Brasil se concretizou como resultado de mais de duas décadas de pesquisas e exposições exibindo como negro quem negro foi e quem negro é no Brasil, de séculos passados aos dias atuais. Esta foi, assim, mais uma etapa em um processo em curso.
Criar um Museu que possa registrar, preservar e argumentar a partir do olhar e da experiência do negro a formação da identidade brasileira foi o desafio de uma equipe de consultores, especialistas em museologia, história, antropologia, artes e educação, diante de uma coleção inicial de 1100 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, de artistas brasileiros e estrangeiros, além de fotografias, livros, vídeos e documentos, para delinear um fio condutor desse ambicioso projeto, já com algumas premissas definidas, mas ainda com muito a se trabalhar para torná-lo uma realidade consolidada.
No ponto de partida há a certeza de que não se poderia contar essa história por uma visão oficial já escamoteadora, que insiste em minimizar a herança africana como matriz formadora de uma identidade nacional, ignorando uma saga de mais de cinco séculos de história e de dez milhões de africanos triturados na construção deste país. Da perspectiva do negro, este não é um processo exclusivo ao Brasil, pois sua presença, aqui como nas Américas, é indissociável da experiência de desenraizamento de milhões de seres humanos graças à escravidão. Assim, assumindo essa perspectiva, o Museu Afro Brasil, sendo um museu brasileiro, não pode deixar de ser também um museu das sociedades afro-atlânticas no Novo Mundo.
É a escravidão que, na diáspora, força o contato e o intercâmbio entre membros de diferentes nações africanas e produz as mais diversas formas de assimilação entre suas culturas e as de seus senhores, bem como de resistência à dominação que estas lhes impõem. Como um museu da diáspora, o Museu Afro Brasil, portanto, registra não só o que de africano ainda existe entre nós, mas o que foi aqui apreendido, caldeado e transformado pelas mãos e pela alma do negro, salvaguardando ainda o legado de nossos artistas – e foram muitos, anônimos e reconhecidos, os que nesse processo de miscigenação étnica e mestiçagem cultural contribuíram para a originalidade de nossa brasilidade.
Entretanto, não se pode esquecer que a cultura mestiça que se forma nas sociedades afro-atlânticas envolve relações entre desiguais, em se tratando de senhores e escravos. Da perspectiva do negro, esta é uma história de muito e doloroso trabalho, de incertezas, incompreensões e inconsciência, que ainda hoje persiste na mentalidade de parte da elite brasileira. Não é só uma história de preconceitos e racismo e descriminação, mas, sobretudo, uma história de exclusão social das mais danosas e permissivas, nesse abismo das desigualdades criadas e cristalizadas no Brasil como herança da escravidão.
O Museu Afro Brasil tem, pois, como missão precípua a desconstrução de estereótipos, de imagens deturpadas e de expressões ambíguas sobre personagens e fatos históricos relativos ao negro, que fazem pairar sobre eles obscuras lendas que um imaginário perverso ainda hoje inspira, e que agem silenciosamente sobre nossas cabeças, como uma guilhotina, prestes a entrar em ação a cada vez que se vislumbra alguma conquista que represente mudança ou o reconhecimento da verdadeira contribuição do negro à cultura brasileira.
Este museu pretende unir História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, entrelaçando essas vertentes num só discurso, para narrar uma heróica saga africana, desde antes da trágica epopeia da escravidão até os nossos dias, incluindo todas as contribuições possíveis, os legados, participações, revoltas, gritos e sussurros que tiveram lugar no Brasil e no circuito das sociedades afro-atlânticas. Um Museu que reflita uma herança na qual, como num espelho, o negro possa se reconhecer, reforçando a autoestima de uma população excluída e com a identidade estilhaçada, e que busca na reconstrução da autoimagem a força para vencer os obstáculos à sua inclusão numa sociedade cujos fundamentos seus ancestrais nos legaram.
O Museu Afro Brasil é, portanto, um museu histórico que fala das origens, mas atento a identificar na ancestralidade a dinâmica de uma cultura que se renova mesmo na exclusão. Um centro de referência da memória negra, que reverencia a tradição que os mais velhos souberam guardar, mas faz reconhecer os heróis anônimos de grandes e pequenos combates, e os negros ilustres na esfera das ciências, letras e artes, no campo erudito ou popular. Um museu que expõe com rigor e poesia ritos e costumes que traduzem outras visões de mundo e da história, festas que evidenciam o encontro e a fusão de culturas luso-afro-ameríndias para formar a cultura mestiça do Novo Mundo, mas que também registra as inovações da cultura negra contemporânea na diáspora. Um museu de arte, passada e presente, que reconhece o valor da recriação popular da tradição, mas reafirma o talento negro erudito, nas artes plásticas e nas artes cênicas, na música como na dança.
Sobretudo, o Museu Afro Brasil é um museu contemporâneo, em que o negro de hoje pode se reconhecer. Um museu que integra os anseios do negro jovem e pobre ao seu programa museológico, contribuindo para sua formação educacional e artística, mas também para a formação intelectual e moral de negros e brancos, cidadãos brasileiros, em benefício das gerações que virão. Um museu capaz de colaborar na construção de um país mais justo e democrático, igualitário do ponto de vista social, aberto à pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural, mas também capaz de reatar os laços com a diáspora negra, promovendo trocas entre a tradição, a herança local e a inovação global.
Um Museu que está na maior cidade brasileira e numa das maiores do mundo, a qual, por ser ela própria multicultural e multirracial, é o palco ideal para concretizar essa utopia, assumindo uma tarefa pioneira na criação de uma instituição que pode servir como instrumento para se repensar novos conceitos de inclusão social, e espelho para refletir uma sociedade enfim disposta a incorporar o outro nas suas diferenças. Afinal, foi nesta cidade de São Paulo que a herança de sangue, suor e lágrimas de africanos que souberam conservar o patrimônio de sua cultura e sua memória ergueu os quilombos do Jabaquara e da Saracura e gerou personalidades como André Rebouças e Luis Gama, cidadãos negros, heróis brasileiros na luta contra a escravidão."
Emanoel Araujo, Diretor curador
Fonte: Museu Afro Brasil, consultado em 26 de janeiro de 2020.
Emanoel Alves de Araújo (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 15 de novembro de 1940 é um escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Aprende marcenaria com o mestre Eufrásio Vargas e trabalha com linotipia e composição gráfica na Imprensa Oficial, em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Realiza sua primeira exposição individual em 1959. Na década de 1960, muda-se para Salvador e ingressa na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde estuda gravura com Henrique Oswald (1918-1965). Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Recebe, no ano seguinte, o prêmio de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Entre 1981 e 1983, instala e dirige o Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador, e expõe individualmente no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Em 1988, é convidado a lecionar artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) e é responsável pela revitalização da instituição. É, entre 1995 e 1996, membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em 2004, é curador e diretor do Museu Afro-Brasil, aberto nesse ano, em São Paulo, com obras de sua coleção.
Análise
Emanoel Araújo, entre 1961 e 1965, freqüenta a Escola de Belas Artes da Bahia, onde estuda gravura com Henrique Oswald. No mesmo período, produz ilustrações, cartazes e cenários para teatro. Nas xilogravuras que então produz, notam-se algumas que já possuem relevos, dobras ou rugas. Essas obras exploram temas locais e representações femininas que aludem à fecundidade.
A partir de 1971, realiza obras abstratas, compostas por formas geométricas conjugadas. O artista gradualmente aproxima-se das vertentes construtivas, reduzindo as formas a estruturas primárias. Desenvolve trabalhos que contêm segmentos ondulados de outras gravuras, colados sobre o plano de uma gravura maior, de maneira a produzir cortes, interferências e justaposições no plano. Essas peças já apontam seu interesse pelo tridimensional.
Interessado na reestruturação do universo da arte africana, o artista enfatiza em suas gravuras, relevos e esculturas as formas geométricas aliadas a contrastes e cores fortes. Emanoel Araújo destaca-se por sua atuação na direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp), tendo sido ainda curador de importantes mostras ligadas à imagem e cultura do negro e do índio no Brasil.
Video Emanoel Araújo - Enciclopédia Itaú Cultural
As figuras ancestrais e o inconsciente coletivo são determinantes na criação de Emanoel Araújo, cuja obra é inspirada em ícones tanto do sincretismo religioso quanto das artes, presentes em suas relações e em sua formação. Personagens como a baiana Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) e o fotógrafo franco-brasileiro Pierre Verger (1902-1996) habitam o imaginário do artista, que os traduz em trabalhos repletos de símbolos a serem decifrados. Suas criações resultam da aplicação de um método que se inicia com o desenho do objeto, que será observado, estudado e aprimorado, considerando-se, por exemplo, o efeito provocado pela oposição entre luz e sombra. Marcadas por tonalidades vibrantes, suas composições evoluíram até as cores sumirem, num processo que distanciou Araújo do barroco. “Vejo coisas que fiz muito redondas, rebuscadas, presas às antigas formas da gravura que, hoje, são mais sintéticas e decididas”, descreve.
Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula.
Críticas
"(...) chegamos agora à questão da linguagem e do significado da obra escultórica de Emanoel, a qual, a meu ver, apresenta algumas características que a tornam, mesmo, única na arte do Brasil. Em termos amplos, é claro que (assim como suas gravuras desde os anos 70) ela se inscreve no âmbito do construtivismo em geral, tendência, aliás, em que nosso país é rico de grandes escultores: Franz Weissmann, Sérvulo Esmeraldo, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro, etc. Como o de todos eles, o projeto escultórico de Emanoel não tem nenhum caráter auto-expressivo, nenhuma necessidade catártica, nenhuma confissão e, acima de tudo, nenhuma concessão ao que não seja a busca e instauração da boa forma, da Beleza que se dá através da limpidez, da franqueza, da correção. É, ademais, uma arte universalista por essência, que pretende ser entendida igualmente em qualquer lugar do mundo, por suas qualidades estéticas intrínsecas.
No que Emanoel Araújo se distingue dos escultores construtivistas seus pares é na procura de integração da linguagem internacionalista e universal que os caracteriza com um determinado elemento que poderíamos chamar, ao mesmo tempo, de brasileiro e racial".
Olívio Tavares de Araújo (Um vulcão rumo ao classicismo. in: ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Emanoel Araújo é firmemente independente em espírito e, tanto como homem quanto como artista, resiste a rótulos, sejam eles artísticos, políticos ou intelectuais. Não obstante, é impossível apreciar plenamente um artista sem discuti-lo no limiar de seu contexto histórico. (...) É impossível comentar um artista ignorando tudo que o antecedeu e tudo que está acontecendo ao seu redor. Para alguns artistas, nacionalidade não quer dizer nada, mas no caso de Araújo compreender algo do enigma brasileiro é importante. Além disso, ele é brasileiro de ascendência africana com predecessores Nagô. (...) As teorias da não-construção, redução, frontalidade, a repetição generalizada de formas primárias e o não uso de texturas, perspectiva, cor natural, conteúdo narrativo e literário obrigatórios no movimento minimalista em pintura e escultura precisam ser avaliados em relação a alguns cânones formais básicos da arte paleo-africana e neo-africana. (...) Como brasileiro, Araújo sem dúvida sente que chegou aos seus africanismos organicamente e não através de uma síntese intelectual, como seus contemporâneos norte-americanos fizeram".
George Nelson Preston (ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Em Emanoel Araújo, a obra pertence à Cidade, é sua beleza em parques, jardins, muros, casas. Esculturas, relevos, gravuras expandem-se como obra do ritmo de formas, de linhas e de exuberâncias: cores, lembre-se o roxo nas gravuras, pelas quais Emanoel batalhou, irredutível, contra os defensores das convenções estabelecidas, para os quais a saída de Goeldi do branco e preto já se apresentava como transgressão insuportável. Desde os anos 60, quando ia às aulas de Henrique Oswald e usava o ateliê de gravura da Escola de Belas Artes de Salvador, fazer gravura significava aprender, mas também produzir cartazes. As gravuras-cartazes, espalhadas pelas ruas de Salvador, informam e enfeitam: Emanoel Araújo circula na Cidade, vai fazendo cartazes, até na gráfica do convento de São Francisco. Nada, portanto, se fecha com conceitos pois, para Emanoel, eles contam como o dia-a-dia. Por isso, é a descoberta que o pode mover: assim, aprende água-tinta e água-forte, mas é no uso que surge a obra. A circulação, que pensa, nada guarda: a gravura mostra-se e vai para o lixo, não para a gaveta: é o cartaz. Já em interiores, ela conquista a parede branca, mas desta decola, deslocada como gravura de armar. Construída por ritmos que se repetem em cores, no plano, a gravura de armar quebra-os com tira também rítmica que alinhava, frouxa, os vazados do plano; armadas, frouxas, inventam relevos-gravuras que se lançam para o espaço. Relevos de papel, as gravuras de armar se rebatem, em Emanoel Araújo, em outras artes, nos relevos de madeira, nos murais de concreto, para os quais a luz é esfuziante".
Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim. São Paulo: Itaú Cultural, 2000, p. 32)
Exposições Individuais
1959 - Santo Amaro da Purificação BA - Primeira Individual
1960 - Salvador BA - Individual, no Colégio Estadual da Bahia
1961 - Salvador BA - Individual, na Biblioteca Pública de Salvador
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma
1963 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1964 - Salvador BA - Individual, na Galeria Usis
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1965 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - Osaka (Japão) - Individual, na Hakusuisha Gallery
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1968 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1969 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1970 - São Paulo - Individual, na Galeria Documenta
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1973 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Arte Aplicada
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Arte Memória
1977 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria IAB
1978 - São Luís MA - Individual, na CEF
1979 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1979 - Salvador BA - Individual, na Galeria Pousada do Carmo
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cristina Faria de Paula
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - Belo Horizonte MG - Gravura Brasileira, na Galeria Guignard
1981 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1985 - Salvador BA - Individual, no Escritório de Arte da Bahia
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1987 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas em grande formato, no Masp
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1988 - Detroit (Estados Unidos) - Individual, na G. R. N Namdi Galleryes Inc.
1989 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Manhattan East Gallery of Fine Arts
1990 - São Paulo SP - 30 Anos, na Galeria Skultura
1990 - Salvador BA - Individual, na NR Galeria de Arte
1991 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Fundação Calouste Gulbenkian
1992 - Salvador BA - Individual, na Galeria ACBE
1992 - Zurique (Suíça) - Das Haus des Bahieners, no Bärengassen Museum
1993 - São Paulo SP - Individual, no Museu Banespa
1993 - São Paulo SP - Individual, no Club Transatlântico
1996 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Galeria Nara Roesler
2000 - Recife PE - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Amparo Sessenta Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1963 - Havana (Cuba) - 2º Concurso Latino-Americano de Gravura, na Casa das Américas
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Ribeirão Preto SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional
1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - São Paulo SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP - itinerante
1965 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAP
1965 - Cidade do México (México) - Grabadores Contemporâneos de Brasil, na Casa de la Paz
1965 - Curitiba PR - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, na Secretaria do Estado de Educação
1965 - Florianópolis SC - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no Museu de Arte de Santa Catarina
1965 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio gravura
1966 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Brasília DF - 4ª Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1967 - Salvador BA - Exposição Coletiva de Natal, na Panorama Galeria de Arte
1967 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, na A Galeria
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Vitória ES - Salão Arte Contemporânea do Espírito Santo
1968 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Municipal de Belas Artes, no MAM/RJ
1968 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Latino-Americana do Chile
1968 - São Paulo SP - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Ouro Preto MG - 3º Salão de Ouro Preto
1969 - Ouro Preto MG - 4º Festival de Arte de Ouro Preto
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Exposição da Jovem Arte Contemporânea
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no Margs
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea - prêmio aquisição
1970 - Rheim (Alemanha) - Brasilianische Tage
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1970 - São Paulo SP - A Gravura Brasileira, no Paço das Artes
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Florença (Itália) - Bienal Internacional de Artes Gráficas - medalha de ouro
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Tel Aviv (Israel) - Coletiva, na Gallery 119
1974 - Madri (Espanha) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Paris (França) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Lisboa (Portugal) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Bruxelas (Bélgica) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Paris (França) - Art Graphique Brésilien, no Museu Galliera
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1976 - São Paulo SP - Arte Aplicada, na Sala Brasília
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Artes Plásticas, na Caixa Econômica de Goiás
1977 - Lagos (Nigéria) - Festival de Arte e Cultura Negra
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Iberoamérica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2º Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1977 - Rio de Janeiro RJ - Visão da Terra, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Washington (Estados Unidos) - The Original and its Reproduction: a Melhoramentos project, no Brazilian-American Cultural Institute
1978 - Filadélfia e Washington (Estados Unidos) - The Original and Its Reproduction
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1980 - Cracóvia (Polônia) - Bienal Internacional de Cracóvia
1980 - Fortaleza CE - II Artistas da Bahia, no Museu da UFCE
1980 - Salvador BA - Gravura Arte Maior, no Museu Carlos Pinto
1981 - Estoril (Portugal) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1981 - São Paulo SP - 13º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, Galeria Campus USP - Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Tóquio (Japão) - Exposição de Arte Moderna Asiática - artista convidado
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete
1987 - Salvador BA - Doze Artisrtas Brasileiros, na Anarte Galeria
1988 - Los Angeles (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The California Afro American Museum
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Faculty 1, no The Leonard Davis Center, Department of Art the City College of New York
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Uptown/Downtown, na Gallery Art 54
1988 - Rio de Janeiro RJ - Abolição, na Galeria de Arte Ipanema
1988 - São Paulo SP - A Mão Afro-Brasileira, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu Charlottenborg
1990 - Nova York (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The Bronx Museum
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Santo André SP - Litogravura: métodos e conceitos, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - São Paulo SP - 450 Anos da Chegada dos Portugueses no Japão, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Artistas Brasileiros na Criação do Incer, na Fundação Bienal
1993 - São Paulo SP - Brasil - Japão: mares navegados, no Museu de Arte Brasileira
1993 - São Paulo SP - Aviação e Arte, no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB
1993 - São Paulo SP - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Rio de Janeiro RJ - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Brasília DF - Candelária Urgente - Chamada Geral
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Arte e Religiosidade Afro-Brasileira, no Kunstverein - 46ª Feira Internacional do Livro
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, na Companhia do Metropolitano de São Paulo
1994 - São Paulo SP - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1994 - Brasília DF - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1995 - Belo Horizonte MG - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Centro de Cultura de Belo Horizonte
1995 - São Bernardo do Campo SP - Escultura-litogravura. Comemoração dos 442 Anos da Cidade de São Bernardo do Campo, no Teatro Cacilda Becker
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1996 - Campinas SP - Abstracionismo Geométrico, no MACC
1996 - Nova York (Estados Unidos) - At The Foreground of Paths
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico, no Museu Banespa
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes
1997 - Columbia SC (Estados Unidos) - Sampa Visila La, na Gallery Hours
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Salvador BA - Arte Salvador 450 Anos, na Maria Aidar
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa Paulista
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1999 - Paris (França) - Coletiva, Nara Roesler
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: Acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra
1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no MAM/BA
1999 - São Paulo SP - Litografia: fidelidade e memória, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Rio de Janeiro RJ - O Bardi dos Artistas, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Afro-Brasileira, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Bardi dos Artistas, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
Fonte: EMANOEL Araújo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Realizou sua primeira exposição individual em 1959. Em seguida, mudou-se para Salvador e ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Entre 1981 e 1983 dirige o Museu de Arte da Bahia e expõe no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Em 1988, leciona artes gráficas e escultura no Arts College, na City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2004 torna-se curador e diretor do Museu Afro-Brasil.
Em 22 de junho de 2009, foi agraciado com o oficialato da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo, na pessoa do então governador José Serra.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
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Museu Afro Brasil - Wikipédia
O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no "Pavilhão Padre Manuel da Nóbrega" – edifício integrante do conjunto arquitetônico do parque concebido na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projetos estruturais do engenheiro Joaquim Cardozo. Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria Estadual de Cultura e administrada por uma organização da sociedade civil.
Conserva um acervo de aproximadamente 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africano e afro-brasileiro, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O museu também oferece diversas atividades culturais e didáticas, exposições temporárias, conta com um teatro e uma biblioteca especializada.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
Museu Afro Brasil - Um Conceito em Perspectiva, Emanuel Araújo
"A criação do Museu Afro Brasil se concretizou como resultado de mais de duas décadas de pesquisas e exposições exibindo como negro quem negro foi e quem negro é no Brasil, de séculos passados aos dias atuais. Esta foi, assim, mais uma etapa em um processo em curso.
Criar um Museu que possa registrar, preservar e argumentar a partir do olhar e da experiência do negro a formação da identidade brasileira foi o desafio de uma equipe de consultores, especialistas em museologia, história, antropologia, artes e educação, diante de uma coleção inicial de 1100 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, de artistas brasileiros e estrangeiros, além de fotografias, livros, vídeos e documentos, para delinear um fio condutor desse ambicioso projeto, já com algumas premissas definidas, mas ainda com muito a se trabalhar para torná-lo uma realidade consolidada.
No ponto de partida há a certeza de que não se poderia contar essa história por uma visão oficial já escamoteadora, que insiste em minimizar a herança africana como matriz formadora de uma identidade nacional, ignorando uma saga de mais de cinco séculos de história e de dez milhões de africanos triturados na construção deste país. Da perspectiva do negro, este não é um processo exclusivo ao Brasil, pois sua presença, aqui como nas Américas, é indissociável da experiência de desenraizamento de milhões de seres humanos graças à escravidão. Assim, assumindo essa perspectiva, o Museu Afro Brasil, sendo um museu brasileiro, não pode deixar de ser também um museu das sociedades afro-atlânticas no Novo Mundo.
É a escravidão que, na diáspora, força o contato e o intercâmbio entre membros de diferentes nações africanas e produz as mais diversas formas de assimilação entre suas culturas e as de seus senhores, bem como de resistência à dominação que estas lhes impõem. Como um museu da diáspora, o Museu Afro Brasil, portanto, registra não só o que de africano ainda existe entre nós, mas o que foi aqui apreendido, caldeado e transformado pelas mãos e pela alma do negro, salvaguardando ainda o legado de nossos artistas – e foram muitos, anônimos e reconhecidos, os que nesse processo de miscigenação étnica e mestiçagem cultural contribuíram para a originalidade de nossa brasilidade.
Entretanto, não se pode esquecer que a cultura mestiça que se forma nas sociedades afro-atlânticas envolve relações entre desiguais, em se tratando de senhores e escravos. Da perspectiva do negro, esta é uma história de muito e doloroso trabalho, de incertezas, incompreensões e inconsciência, que ainda hoje persiste na mentalidade de parte da elite brasileira. Não é só uma história de preconceitos e racismo e descriminação, mas, sobretudo, uma história de exclusão social das mais danosas e permissivas, nesse abismo das desigualdades criadas e cristalizadas no Brasil como herança da escravidão.
O Museu Afro Brasil tem, pois, como missão precípua a desconstrução de estereótipos, de imagens deturpadas e de expressões ambíguas sobre personagens e fatos históricos relativos ao negro, que fazem pairar sobre eles obscuras lendas que um imaginário perverso ainda hoje inspira, e que agem silenciosamente sobre nossas cabeças, como uma guilhotina, prestes a entrar em ação a cada vez que se vislumbra alguma conquista que represente mudança ou o reconhecimento da verdadeira contribuição do negro à cultura brasileira.
Este museu pretende unir História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, entrelaçando essas vertentes num só discurso, para narrar uma heróica saga africana, desde antes da trágica epopeia da escravidão até os nossos dias, incluindo todas as contribuições possíveis, os legados, participações, revoltas, gritos e sussurros que tiveram lugar no Brasil e no circuito das sociedades afro-atlânticas. Um Museu que reflita uma herança na qual, como num espelho, o negro possa se reconhecer, reforçando a autoestima de uma população excluída e com a identidade estilhaçada, e que busca na reconstrução da autoimagem a força para vencer os obstáculos à sua inclusão numa sociedade cujos fundamentos seus ancestrais nos legaram.
O Museu Afro Brasil é, portanto, um museu histórico que fala das origens, mas atento a identificar na ancestralidade a dinâmica de uma cultura que se renova mesmo na exclusão. Um centro de referência da memória negra, que reverencia a tradição que os mais velhos souberam guardar, mas faz reconhecer os heróis anônimos de grandes e pequenos combates, e os negros ilustres na esfera das ciências, letras e artes, no campo erudito ou popular. Um museu que expõe com rigor e poesia ritos e costumes que traduzem outras visões de mundo e da história, festas que evidenciam o encontro e a fusão de culturas luso-afro-ameríndias para formar a cultura mestiça do Novo Mundo, mas que também registra as inovações da cultura negra contemporânea na diáspora. Um museu de arte, passada e presente, que reconhece o valor da recriação popular da tradição, mas reafirma o talento negro erudito, nas artes plásticas e nas artes cênicas, na música como na dança.
Sobretudo, o Museu Afro Brasil é um museu contemporâneo, em que o negro de hoje pode se reconhecer. Um museu que integra os anseios do negro jovem e pobre ao seu programa museológico, contribuindo para sua formação educacional e artística, mas também para a formação intelectual e moral de negros e brancos, cidadãos brasileiros, em benefício das gerações que virão. Um museu capaz de colaborar na construção de um país mais justo e democrático, igualitário do ponto de vista social, aberto à pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural, mas também capaz de reatar os laços com a diáspora negra, promovendo trocas entre a tradição, a herança local e a inovação global.
Um Museu que está na maior cidade brasileira e numa das maiores do mundo, a qual, por ser ela própria multicultural e multirracial, é o palco ideal para concretizar essa utopia, assumindo uma tarefa pioneira na criação de uma instituição que pode servir como instrumento para se repensar novos conceitos de inclusão social, e espelho para refletir uma sociedade enfim disposta a incorporar o outro nas suas diferenças. Afinal, foi nesta cidade de São Paulo que a herança de sangue, suor e lágrimas de africanos que souberam conservar o patrimônio de sua cultura e sua memória ergueu os quilombos do Jabaquara e da Saracura e gerou personalidades como André Rebouças e Luis Gama, cidadãos negros, heróis brasileiros na luta contra a escravidão."
Emanoel Araujo, Diretor curador
Fonte: Museu Afro Brasil, consultado em 26 de janeiro de 2020.
Emanoel Alves de Araújo (Santo Amaro da Purificação, Bahia, 15 de novembro de 1940 é um escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Aprende marcenaria com o mestre Eufrásio Vargas e trabalha com linotipia e composição gráfica na Imprensa Oficial, em Santo Amaro da Purificação, Bahia. Realiza sua primeira exposição individual em 1959. Na década de 1960, muda-se para Salvador e ingressa na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde estuda gravura com Henrique Oswald (1918-1965). Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Recebe, no ano seguinte, o prêmio de melhor gravador, e, em 1983, o de melhor escultor, da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Entre 1981 e 1983, instala e dirige o Museu de Arte da Bahia (MAB), em Salvador, e expõe individualmente no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Em 1988, é convidado a lecionar artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp) e é responsável pela revitalização da instituição. É, entre 1995 e 1996, membro convidado da Comissão dos Museus e do Conselho Federal de Política Cultural, instituídos pelo Ministério da Cultura. Em 2004, é curador e diretor do Museu Afro-Brasil, aberto nesse ano, em São Paulo, com obras de sua coleção.
Análise
Emanoel Araújo, entre 1961 e 1965, freqüenta a Escola de Belas Artes da Bahia, onde estuda gravura com Henrique Oswald. No mesmo período, produz ilustrações, cartazes e cenários para teatro. Nas xilogravuras que então produz, notam-se algumas que já possuem relevos, dobras ou rugas. Essas obras exploram temas locais e representações femininas que aludem à fecundidade.
A partir de 1971, realiza obras abstratas, compostas por formas geométricas conjugadas. O artista gradualmente aproxima-se das vertentes construtivas, reduzindo as formas a estruturas primárias. Desenvolve trabalhos que contêm segmentos ondulados de outras gravuras, colados sobre o plano de uma gravura maior, de maneira a produzir cortes, interferências e justaposições no plano. Essas peças já apontam seu interesse pelo tridimensional.
Interessado na reestruturação do universo da arte africana, o artista enfatiza em suas gravuras, relevos e esculturas as formas geométricas aliadas a contrastes e cores fortes. Emanoel Araújo destaca-se por sua atuação na direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (Pesp), tendo sido ainda curador de importantes mostras ligadas à imagem e cultura do negro e do índio no Brasil.
Video Emanoel Araújo - Enciclopédia Itaú Cultural
As figuras ancestrais e o inconsciente coletivo são determinantes na criação de Emanoel Araújo, cuja obra é inspirada em ícones tanto do sincretismo religioso quanto das artes, presentes em suas relações e em sua formação. Personagens como a baiana Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) e o fotógrafo franco-brasileiro Pierre Verger (1902-1996) habitam o imaginário do artista, que os traduz em trabalhos repletos de símbolos a serem decifrados. Suas criações resultam da aplicação de um método que se inicia com o desenho do objeto, que será observado, estudado e aprimorado, considerando-se, por exemplo, o efeito provocado pela oposição entre luz e sombra. Marcadas por tonalidades vibrantes, suas composições evoluíram até as cores sumirem, num processo que distanciou Araújo do barroco. “Vejo coisas que fiz muito redondas, rebuscadas, presas às antigas formas da gravura que, hoje, são mais sintéticas e decididas”, descreve.
Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula.
Críticas
"(...) chegamos agora à questão da linguagem e do significado da obra escultórica de Emanoel, a qual, a meu ver, apresenta algumas características que a tornam, mesmo, única na arte do Brasil. Em termos amplos, é claro que (assim como suas gravuras desde os anos 70) ela se inscreve no âmbito do construtivismo em geral, tendência, aliás, em que nosso país é rico de grandes escultores: Franz Weissmann, Sérvulo Esmeraldo, Sérgio Camargo, Amilcar de Castro, etc. Como o de todos eles, o projeto escultórico de Emanoel não tem nenhum caráter auto-expressivo, nenhuma necessidade catártica, nenhuma confissão e, acima de tudo, nenhuma concessão ao que não seja a busca e instauração da boa forma, da Beleza que se dá através da limpidez, da franqueza, da correção. É, ademais, uma arte universalista por essência, que pretende ser entendida igualmente em qualquer lugar do mundo, por suas qualidades estéticas intrínsecas.
No que Emanoel Araújo se distingue dos escultores construtivistas seus pares é na procura de integração da linguagem internacionalista e universal que os caracteriza com um determinado elemento que poderíamos chamar, ao mesmo tempo, de brasileiro e racial".
Olívio Tavares de Araújo (Um vulcão rumo ao classicismo. in: ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Emanoel Araújo é firmemente independente em espírito e, tanto como homem quanto como artista, resiste a rótulos, sejam eles artísticos, políticos ou intelectuais. Não obstante, é impossível apreciar plenamente um artista sem discuti-lo no limiar de seu contexto histórico. (...) É impossível comentar um artista ignorando tudo que o antecedeu e tudo que está acontecendo ao seu redor. Para alguns artistas, nacionalidade não quer dizer nada, mas no caso de Araújo compreender algo do enigma brasileiro é importante. Além disso, ele é brasileiro de ascendência africana com predecessores Nagô. (...) As teorias da não-construção, redução, frontalidade, a repetição generalizada de formas primárias e o não uso de texturas, perspectiva, cor natural, conteúdo narrativo e literário obrigatórios no movimento minimalista em pintura e escultura precisam ser avaliados em relação a alguns cânones formais básicos da arte paleo-africana e neo-africana. (...) Como brasileiro, Araújo sem dúvida sente que chegou aos seus africanismos organicamente e não através de uma síntese intelectual, como seus contemporâneos norte-americanos fizeram".
George Nelson Preston (ARAÚJO, Emanoel. Emanoel Araújo esculturas, relevos. São Paulo: Skultura Galeria de Arte, 1987.)
"Em Emanoel Araújo, a obra pertence à Cidade, é sua beleza em parques, jardins, muros, casas. Esculturas, relevos, gravuras expandem-se como obra do ritmo de formas, de linhas e de exuberâncias: cores, lembre-se o roxo nas gravuras, pelas quais Emanoel batalhou, irredutível, contra os defensores das convenções estabelecidas, para os quais a saída de Goeldi do branco e preto já se apresentava como transgressão insuportável. Desde os anos 60, quando ia às aulas de Henrique Oswald e usava o ateliê de gravura da Escola de Belas Artes de Salvador, fazer gravura significava aprender, mas também produzir cartazes. As gravuras-cartazes, espalhadas pelas ruas de Salvador, informam e enfeitam: Emanoel Araújo circula na Cidade, vai fazendo cartazes, até na gráfica do convento de São Francisco. Nada, portanto, se fecha com conceitos pois, para Emanoel, eles contam como o dia-a-dia. Por isso, é a descoberta que o pode mover: assim, aprende água-tinta e água-forte, mas é no uso que surge a obra. A circulação, que pensa, nada guarda: a gravura mostra-se e vai para o lixo, não para a gaveta: é o cartaz. Já em interiores, ela conquista a parede branca, mas desta decola, deslocada como gravura de armar. Construída por ritmos que se repetem em cores, no plano, a gravura de armar quebra-os com tira também rítmica que alinhava, frouxa, os vazados do plano; armadas, frouxas, inventam relevos-gravuras que se lançam para o espaço. Relevos de papel, as gravuras de armar se rebatem, em Emanoel Araújo, em outras artes, nos relevos de madeira, nos murais de concreto, para os quais a luz é esfuziante".
Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim. São Paulo: Itaú Cultural, 2000, p. 32)
Exposições Individuais
1959 - Santo Amaro da Purificação BA - Primeira Individual
1960 - Salvador BA - Individual, no Colégio Estadual da Bahia
1961 - Salvador BA - Individual, na Biblioteca Pública de Salvador
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Macunaíma
1963 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar
1964 - Salvador BA - Individual, na Galeria Usis
1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1965 - Salvador BA - Individual, na Galeria Querino
1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia
1967 - Osaka (Japão) - Individual, na Hakusuisha Gallery
1967 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1968 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1969 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1970 - São Paulo - Individual, na Galeria Documenta
1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1973 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1975 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1976 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Arte Aplicada
1976 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Arte Memória
1977 - Brasília DF - Individual, na Galeria Oscar Seráphico
1977 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria IAB
1978 - São Luís MA - Individual, na CEF
1979 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte da Bahia
1979 - Salvador BA - Individual, na Galeria Pousada do Carmo
1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cristina Faria de Paula
1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1980 - Belo Horizonte MG - Gravura Brasileira, na Galeria Guignard
1981 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1985 - Salvador BA - Individual, no Escritório de Arte da Bahia
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Cessar Aché
1987 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas em grande formato, no Masp
1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Skultura
1988 - Detroit (Estados Unidos) - Individual, na G. R. N Namdi Galleryes Inc.
1989 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Manhattan East Gallery of Fine Arts
1990 - São Paulo SP - 30 Anos, na Galeria Skultura
1990 - Salvador BA - Individual, na NR Galeria de Arte
1991 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Fundação Calouste Gulbenkian
1992 - Salvador BA - Individual, na Galeria ACBE
1992 - Zurique (Suíça) - Das Haus des Bahieners, no Bärengassen Museum
1993 - São Paulo SP - Individual, no Museu Banespa
1993 - São Paulo SP - Individual, no Club Transatlântico
1996 - São Paulo SP - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Galeria Nara Roesler
2000 - Recife PE - Emanoel Araújo: esculturas e relevos, na Amparo Sessenta Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1963 - Havana (Cuba) - 2º Concurso Latino-Americano de Gravura, na Casa das Américas
1963 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - Ribeirão Preto SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional
1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1964 - São Paulo SP - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP - itinerante
1965 - Belo Horizonte MG - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAP
1965 - Cidade do México (México) - Grabadores Contemporâneos de Brasil, na Casa de la Paz
1965 - Curitiba PR - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, na Secretaria do Estado de Educação
1965 - Florianópolis SC - 1ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no Museu de Arte de Santa Catarina
1965 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio gravura
1966 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAC/USP
1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional de Brasília
1967 - Brasília DF - 4ª Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea, no MACC
1967 - Salvador BA - Exposição Coletiva de Natal, na Panorama Galeria de Arte
1967 - São Paulo SP - 2ª Exposição da Jovem Gravura Nacional, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, na A Galeria
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Vitória ES - Salão Arte Contemporânea do Espírito Santo
1968 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal
1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do MAC/USP, na Galeria do Diário da Serra
1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1968 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Municipal de Belas Artes, no MAM/RJ
1968 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Latino-Americana do Chile
1968 - São Paulo SP - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP
1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela
1969 - Ouro Preto MG - 3º Salão de Ouro Preto
1969 - Ouro Preto MG - 4º Festival de Arte de Ouro Preto
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Exposição da Jovem Arte Contemporânea
1969 - Porto Alegre RS - 2ª Jovem Arte Contemporânea, no Margs
1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna
1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea - prêmio aquisição
1970 - Rheim (Alemanha) - Brasilianische Tage
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão de Arte Moderna - isenção de júri
1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1970 - São Paulo SP - A Gravura Brasileira, no Paço das Artes
1971 - São Paulo SP - 3º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1972 - Florença (Itália) - Bienal Internacional de Artes Gráficas - medalha de ouro
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Tel Aviv (Israel) - Coletiva, na Gallery 119
1974 - Madri (Espanha) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Paris (França) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Lisboa (Portugal) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - Bruxelas (Bélgica) - Arte Gráfica Brasileño de Hoy
1974 - São Paulo SP - 6º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1975 - Paris (França) - Art Graphique Brésilien, no Museu Galliera
1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1975 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1976 - São Paulo SP - Arte Aplicada, na Sala Brasília
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Artes Plásticas, na Caixa Econômica de Goiás
1977 - Lagos (Nigéria) - Festival de Arte e Cultura Negra
1977 - Madri (Espanha) - Arte Actual de Iberoamérica
1977 - Rio de Janeiro RJ - 2º Arte Agora: visão da terra, no MAM/RJ
1977 - Rio de Janeiro RJ - Visão da Terra, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - 9º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1977 - Washington (Estados Unidos) - The Original and its Reproduction: a Melhoramentos project, no Brazilian-American Cultural Institute
1978 - Filadélfia e Washington (Estados Unidos) - The Original and Its Reproduction
1978 - São Paulo SP - 10º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade de Curitiba
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1980 - Cracóvia (Polônia) - Bienal Internacional de Cracóvia
1980 - Fortaleza CE - II Artistas da Bahia, no Museu da UFCE
1980 - Salvador BA - Gravura Arte Maior, no Museu Carlos Pinto
1981 - Estoril (Portugal) - Gravadores Contemporâneos do Brasil
1981 - São Paulo SP - 13º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - São Paulo SP - Arte na Rua
1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, Galeria Campus USP - Banespa
1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Tóquio (Japão) - Exposição de Arte Moderna Asiática - artista convidado
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete
1987 - Salvador BA - Doze Artisrtas Brasileiros, na Anarte Galeria
1988 - Los Angeles (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The California Afro American Museum
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Faculty 1, no The Leonard Davis Center, Department of Art the City College of New York
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Uptown/Downtown, na Gallery Art 54
1988 - Rio de Janeiro RJ - Abolição, na Galeria de Arte Ipanema
1988 - São Paulo SP - A Mão Afro-Brasileira, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu Charlottenborg
1990 - Nova York (Estados Unidos) - Introspectives: contemporary art by americans and brazilians of african descent, no The Bronx Museum
1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP
1992 - Americana SP - Mostra de Reinauguração do Museu de Arte Contemporânea de Americana
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Santo André SP - Litogravura: métodos e conceitos, no Paço Municipal
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - São Paulo SP - 7º Salão Brasileiro de Arte, na Fundação Mokiti Okada
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc
1993 - São Paulo SP - 450 Anos da Chegada dos Portugueses no Japão, no MAB/Faap
1993 - São Paulo SP - Artistas Brasileiros na Criação do Incer, na Fundação Bienal
1993 - São Paulo SP - Brasil - Japão: mares navegados, no Museu de Arte Brasileira
1993 - São Paulo SP - Aviação e Arte, no Espaço Cultural do Aeroporto de Congonhas
1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB
1993 - São Paulo SP - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Rio de Janeiro RJ - Candelária Urgente - Chamada Geral
1993 - Brasília DF - Candelária Urgente - Chamada Geral
1994 - Frankfurt (Alemanha) - Arte e Religiosidade Afro-Brasileira, no Kunstverein - 46ª Feira Internacional do Livro
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, na Companhia do Metropolitano de São Paulo
1994 - São Paulo SP - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1994 - Brasília DF - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário
1995 - Belo Horizonte MG - Os Herdeiros da Noite: fragmentos do imaginário negro, no Centro de Cultura de Belo Horizonte
1995 - São Bernardo do Campo SP - Escultura-litogravura. Comemoração dos 442 Anos da Cidade de São Bernardo do Campo, no Teatro Cacilda Becker
1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista
1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1996 - Campinas SP - Abstracionismo Geométrico, no MACC
1996 - Nova York (Estados Unidos) - At The Foreground of Paths
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico, no Museu Banespa
1996 - São Paulo SP - Seis Artistas Atemporais, na Múltipla de Arte
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes
1997 - Columbia SC (Estados Unidos) - Sampa Visila La, na Gallery Hours
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Salvador BA - Arte Salvador 450 Anos, na Maria Aidar
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa Paulista
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista
1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1999 - Paris (França) - Coletiva, Nara Roesler
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: Acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra
1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no MAM/BA
1999 - São Paulo SP - Litografia: fidelidade e memória, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Rio de Janeiro RJ - O Bardi dos Artistas, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Afro-Brasileira, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Diálogo: arte contemporânea Brasil/Equador, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - O Bardi dos Artistas, na Galeria Marta Traba - Memorial da América Latina
2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural
2001 - São Paulo SP - Cultura Brasileira 1, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Israel e Palestina: dois estados para dois povos, no Sesc Pompéia
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
Fonte: EMANOEL Araújo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Realizou sua primeira exposição individual em 1959. Em seguida, mudou-se para Salvador e ingressou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia. Em 1972, é premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália. Entre 1981 e 1983 dirige o Museu de Arte da Bahia e expõe no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Em 1988, leciona artes gráficas e escultura no Arts College, na City University of New York. De 1992 a 2002, exerce o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2004 torna-se curador e diretor do Museu Afro-Brasil.
Em 22 de junho de 2009, foi agraciado com o oficialato da Ordem do Ipiranga pelo Governo do Estado de São Paulo, na pessoa do então governador José Serra.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
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Museu Afro Brasil - Wikipédia
O Museu Afro Brasil é um museu histórico, artístico e etnológico, voltado à pesquisa, conservação e exposição de objetos relacionados ao universo cultural do negro no Brasil. Localiza-se no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, no "Pavilhão Padre Manuel da Nóbrega" – edifício integrante do conjunto arquitetônico do parque concebido na década de 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com projetos estruturais do engenheiro Joaquim Cardozo. Inaugurado em 2004, o Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria Estadual de Cultura e administrada por uma organização da sociedade civil.
Conserva um acervo de aproximadamente 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XV e os dias de hoje. O acervo abarca diversas facetas dos universos culturais africano e afro-brasileiro, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a diáspora africana e a escravidão, e registrando a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira. O museu também oferece diversas atividades culturais e didáticas, exposições temporárias, conta com um teatro e uma biblioteca especializada.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 16 de janeiro de 2018.
Museu Afro Brasil - Um Conceito em Perspectiva, Emanuel Araújo
"A criação do Museu Afro Brasil se concretizou como resultado de mais de duas décadas de pesquisas e exposições exibindo como negro quem negro foi e quem negro é no Brasil, de séculos passados aos dias atuais. Esta foi, assim, mais uma etapa em um processo em curso.
Criar um Museu que possa registrar, preservar e argumentar a partir do olhar e da experiência do negro a formação da identidade brasileira foi o desafio de uma equipe de consultores, especialistas em museologia, história, antropologia, artes e educação, diante de uma coleção inicial de 1100 obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, de artistas brasileiros e estrangeiros, além de fotografias, livros, vídeos e documentos, para delinear um fio condutor desse ambicioso projeto, já com algumas premissas definidas, mas ainda com muito a se trabalhar para torná-lo uma realidade consolidada.
No ponto de partida há a certeza de que não se poderia contar essa história por uma visão oficial já escamoteadora, que insiste em minimizar a herança africana como matriz formadora de uma identidade nacional, ignorando uma saga de mais de cinco séculos de história e de dez milhões de africanos triturados na construção deste país. Da perspectiva do negro, este não é um processo exclusivo ao Brasil, pois sua presença, aqui como nas Américas, é indissociável da experiência de desenraizamento de milhões de seres humanos graças à escravidão. Assim, assumindo essa perspectiva, o Museu Afro Brasil, sendo um museu brasileiro, não pode deixar de ser também um museu das sociedades afro-atlânticas no Novo Mundo.
É a escravidão que, na diáspora, força o contato e o intercâmbio entre membros de diferentes nações africanas e produz as mais diversas formas de assimilação entre suas culturas e as de seus senhores, bem como de resistência à dominação que estas lhes impõem. Como um museu da diáspora, o Museu Afro Brasil, portanto, registra não só o que de africano ainda existe entre nós, mas o que foi aqui apreendido, caldeado e transformado pelas mãos e pela alma do negro, salvaguardando ainda o legado de nossos artistas – e foram muitos, anônimos e reconhecidos, os que nesse processo de miscigenação étnica e mestiçagem cultural contribuíram para a originalidade de nossa brasilidade.
Entretanto, não se pode esquecer que a cultura mestiça que se forma nas sociedades afro-atlânticas envolve relações entre desiguais, em se tratando de senhores e escravos. Da perspectiva do negro, esta é uma história de muito e doloroso trabalho, de incertezas, incompreensões e inconsciência, que ainda hoje persiste na mentalidade de parte da elite brasileira. Não é só uma história de preconceitos e racismo e descriminação, mas, sobretudo, uma história de exclusão social das mais danosas e permissivas, nesse abismo das desigualdades criadas e cristalizadas no Brasil como herança da escravidão.
O Museu Afro Brasil tem, pois, como missão precípua a desconstrução de estereótipos, de imagens deturpadas e de expressões ambíguas sobre personagens e fatos históricos relativos ao negro, que fazem pairar sobre eles obscuras lendas que um imaginário perverso ainda hoje inspira, e que agem silenciosamente sobre nossas cabeças, como uma guilhotina, prestes a entrar em ação a cada vez que se vislumbra alguma conquista que represente mudança ou o reconhecimento da verdadeira contribuição do negro à cultura brasileira.
Este museu pretende unir História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, entrelaçando essas vertentes num só discurso, para narrar uma heróica saga africana, desde antes da trágica epopeia da escravidão até os nossos dias, incluindo todas as contribuições possíveis, os legados, participações, revoltas, gritos e sussurros que tiveram lugar no Brasil e no circuito das sociedades afro-atlânticas. Um Museu que reflita uma herança na qual, como num espelho, o negro possa se reconhecer, reforçando a autoestima de uma população excluída e com a identidade estilhaçada, e que busca na reconstrução da autoimagem a força para vencer os obstáculos à sua inclusão numa sociedade cujos fundamentos seus ancestrais nos legaram.
O Museu Afro Brasil é, portanto, um museu histórico que fala das origens, mas atento a identificar na ancestralidade a dinâmica de uma cultura que se renova mesmo na exclusão. Um centro de referência da memória negra, que reverencia a tradição que os mais velhos souberam guardar, mas faz reconhecer os heróis anônimos de grandes e pequenos combates, e os negros ilustres na esfera das ciências, letras e artes, no campo erudito ou popular. Um museu que expõe com rigor e poesia ritos e costumes que traduzem outras visões de mundo e da história, festas que evidenciam o encontro e a fusão de culturas luso-afro-ameríndias para formar a cultura mestiça do Novo Mundo, mas que também registra as inovações da cultura negra contemporânea na diáspora. Um museu de arte, passada e presente, que reconhece o valor da recriação popular da tradição, mas reafirma o talento negro erudito, nas artes plásticas e nas artes cênicas, na música como na dança.
Sobretudo, o Museu Afro Brasil é um museu contemporâneo, em que o negro de hoje pode se reconhecer. Um museu que integra os anseios do negro jovem e pobre ao seu programa museológico, contribuindo para sua formação educacional e artística, mas também para a formação intelectual e moral de negros e brancos, cidadãos brasileiros, em benefício das gerações que virão. Um museu capaz de colaborar na construção de um país mais justo e democrático, igualitário do ponto de vista social, aberto à pluralidade e ao reconhecimento da diversidade no plano cultural, mas também capaz de reatar os laços com a diáspora negra, promovendo trocas entre a tradição, a herança local e a inovação global.
Um Museu que está na maior cidade brasileira e numa das maiores do mundo, a qual, por ser ela própria multicultural e multirracial, é o palco ideal para concretizar essa utopia, assumindo uma tarefa pioneira na criação de uma instituição que pode servir como instrumento para se repensar novos conceitos de inclusão social, e espelho para refletir uma sociedade enfim disposta a incorporar o outro nas suas diferenças. Afinal, foi nesta cidade de São Paulo que a herança de sangue, suor e lágrimas de africanos que souberam conservar o patrimônio de sua cultura e sua memória ergueu os quilombos do Jabaquara e da Saracura e gerou personalidades como André Rebouças e Luis Gama, cidadãos negros, heróis brasileiros na luta contra a escravidão."
Emanoel Araujo, Diretor curador
Fonte: Museu Afro Brasil, consultado em 26 de janeiro de 2020.