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Farnese de Andrade

Farnese de Andrade Neto (Araguari, MG, 26 de janeiro de 1926 — Rio de Janeiro, RJ, 18 de julho de 1996) foi um pintor, escultor, desenhista, gravador e ilustrador brasileiro.

Biografia

Artista sensível às pequenezas da vida, mantém uma “coleção de restos”, com objetos achados em praias e ruas. Com elas, cria verdadeiros oratórios a partir de mobiliário mineiro de roça, que conseguia em antiquários, depósitos e feiras. Ainda na temática, usa imagens de santos, principalmente os cultuados pela Umbanda.

Suas imagens não raro são mutiladas, destruídas, postas de cabeça pra baixo. Cria, assim, uma poética própria, autobiográfica, que coloca o homem entre o sagrado e o profano, a carne e o espírito.

Vindo do interior mineiro, muda-se para Belo Horizonte (1942), onde estuda com Guignard (de 1945 a 1948), na Escola do Parque, ao lado de outros nomes importantes, como Amilcar de Castro. Vai para o Rio de Janeiro (1948), no entanto, para se tratar de tuberculose e, por lá, consegue trabalho como ilustrador. Também, sob a orientação de Johnny Friedlaender, se aprofunda em gravura em metal. Convive com vários artistas, inclusive Rossini Peres, com quem trabalha junto. Aí também desenvolve sua técnica de restauração e interferência em oratórios, uma de suas marcas registradas.

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Biografia Itaú Cultural

Muda-se, em 1942, para Belo Horizonte onde, entre 1945 e 1948, estuda desenho com Guignard (1896-1962), na Escola do Parque. Em 1948 muda-se para o Rio de Janeiro para tratar uma tuberculose pulmonar. Entre 1950 e 1960, trabalha como ilustrador para o Suplemento Literário do Diário de Notícias, Correio da Manhã, o Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete. Em 1959, começa a frequentar o Ateliê de Gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde se aperfeiçoa em gravura em metal com orientações de Johnny Friedlaender (1912-1992). Convive com vários artistas que frequentam o Ateliê, entre eles Rossini Perez (1932), com quem desenvolve trabalhos de 1959 a 1961. Em 1964, começa a criar obras com materiais descartados, coletados nas praias e nos aterros. Posteriormente utiliza armários, oratórios, gamelas, ex-votos, adquiridos em antiquários e depósitos de materiais usados. Fotografias antigas também estão presentes em sua obra. Desde 1967, utiliza resina de poliéster, envolvendo materiais perecíveis. No Salão Nacional de Arte Moderna de 1970, recebe o prêmio de viagem ao exterior. Parte para a Espanha, instala um estúdio em Barcelona e lá permanece até 1975.

Análise

Farnese de Andrade faz gravuras abstratas, trabalhando com formas regulares e cores fortes. Para criar as matrizes utiliza materiais encontrados nas praias, como pedaços de madeira cheios de sulcos. Desde 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza ainda, com freqüência, velhos retratos de família, herdados de um tio fotógrafo, e postais. Em 1965, realiza a série de desenhos Eróticos e inicia os Obsessivos.

Em 1967, começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil. O poliéster, translúcido e maleável, serve para envolver e dessa maneira, segundo o artista, eternizar materiais perecíveis como figuras de gesso. Envolve também fotografias em cápsulas de resina, tornando-as assim tridimensionais como outros materiais. Na década de 1970, utiliza gamelas como suporte para as obras e ex-votos antigos, que começa a colecionar. Farnese não projeta seus trabalhos, que vão surgindo espontaneamente, entre o gesto manual e a elaboração mental. Carregados de erotismo, de sensualidade e de religiosidade, parecem impregnados de atmosfera opressiva. Contêm referências pessoais como em Mater (1990); Patêr (1992/1995); Lembranças do Recife (1993/1995), Os Dias Felizes (1976/1994) e Araguary - 26/1/1926 (1975/1984). Seus temas mais constantes são relacionados à noção de vida, fecundação, germinação, nascimento e também de morte, indicada pela fragmentação dos corpos, como em Hiroshima 1966-1972 (1970), ou pela justaposição de vários bonecos calcinados pelo calor de uma vela, simbolizando os mortos pela bomba atômica.

Afastado do meio de arte, o artista coleciona as próprias obras, que se acumulam em seu ateliê, e são constantemente recriadas, o que se dá pela alteração das peças ou pela revisitação de certos temas, como a anunciação à Virgem Maria. Para o crítico Frederico Morais, seus objetos são object-trouvés [objetos encontrados] que atuam em nosso inconsciente e parecem estar associados a algumas lembranças, mas sobretudo fazem parte de uma autobiografia que o artista construiu. Assim, aproximam-se mais do surrealismo e da pintura metafísica, do que do dadaísmo.

A singularidade de seu trabalho, para o historiador Rodrigo Naves, está na carga afetiva, gerada tanto pela presença dos objetos antigos e rudimentares, com características altamente pessoais, marcados pelo uso e pelo tempo, envelhecidos, como por conter referências biográficas. Em vez de montagem de objetos e imagens, sua obra pode ser vista como uma colagem de tempos, remetendo a um passado que não mais nos pertence e ainda pesa sobre o presente.

A constância da caixa em sua obra, em forma de oratório, armário, gaveta, gamela ou ampola, poderia ser interpretada como uma representação do inconsciente e do corpo materno, algo que encerra e separa do mundo aquilo que é precioso ou frágil. Para a pesquisadora Helouise Costa, a fotografia pode ser incluída entre esses materiais como elemento constitutivo e receptáculo simbólico das inquietações do artista. Invertida, fragmentada, desvinculada de seu contexto, subvertida de sua função original de preservar a memória, a fotografia serve dessa forma para reinventar o passado. O artista rompe as fronteiras entre artes plásticas e fotografia e constrói com ela outras narrativas, como lhe convém.

A poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras tendências do período, como a construtiva. O artista foi isolado pela geração dos anos 1960, considerado politicamente alienado e subjetivo demais. Entretanto, sua obra aproxima-se da produção dos anos 1980 e 1990, principalmente pelo peso da individualidade e auto-expressividade que transmite.

Críticas

"Desde que começou a trabalhar com objetos, Farnese nunca produziu os elementos figurativos de que se serve: não modela, não esculpe, embora, eventualmente, possa reelaborar um pouco certas formas naturais, como, muito recentemente, ao escavar a convexidade de canoas para sugerir vaginas gigantescas. Seu ponto de partida é o de uma espécie de arqueólogo do presente, ou do passado recente, que exuma um insólito e riquíssimo acervo. Às praias e ao lixo marinho se somaram, com o correr dos anos, vários outros 'fornecedores': demolições, coleções de ex-votos, antiquários (onde Farnese se abastece de tudo: oratórios, gamelas, móveis, armários, raridades, balas de canhão, luxuosas caixas de licoreiras, caixas de mesa, peças de marfim, pesos de cristal, imagens, e o que mais se possa imaginar), e até uma incrível coleção de fotografias antigas herdadas de um tio que foi, em sua época, o mais ilustre fotógrafo da região. Durante longo tempo, às vezes muitos anos - e a datação das obras revela isso -, Farnese vai lentamente germinando cada peça, a trabalhar e retrabalhar ad infinitum, cria núcleos de assemblages que se permutam, até que um dia a obra se revela em sua inteireza (e isso, para ele, é uma espécie de descoberta). Farnese deixa que as formas convivam entre si, decide tudo muito intuitivamente, por erro e acerto, por justaposição; por comparação - com e pelo olho".

Olívio Tavares de Araújo (Araújo, Olívio Tavares de. Andrade, Farnese de. Farnese de Andrade. n. p.)

"Para criar seus objetos, Farnese recolhe objetos nas praias e nas ruas ou os adquire em demolidoras de casas e antiquários, acumulando-os, em seguida, em sua casa-ateliê. Esse seu interesse pelos objetos erodidos e carcomidos pelo tempo tem muito a ver com a personalidade esquisita de Farnese, na qual se mesclam introspecção, solidão, hipocondria, depressão, obsessividade e uma certa morbidez que desliza, com freqüência, para um humor ferido e corrosivo. Esses traços de sua personalidade e mais sua origem mineira favorecem uma observação mais atenta e demorada dos objetos, estimulando, nele, uma capacidade de perscrutar seus significados obscuros, de impregná-los com uma aura mágica e misteriosa, transformando-os, assim, em receptáculos de seus desejos e premonições. Com seus objetos, exorciza fantasmas e exercita a memória, realizando, assim, uma espécie de arqueologia existencial".

Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Farnese de Andrade. Galeria: Revista de Arte,São Paulo, n. 29, p. 54.)

"Farnese de Andrade é desses artistas que escapam à sanha dos classificadores e rotuladores profissionais. Em sua árvore genealógica podemos vislumbrar ancestrais célebres como Joseph Cornell e Kurt Schwitters ou, se quisermos, alguns parentes próximos como Gastão Manoel Henrique (RJ) ou mesmo Jeanete Musatti (SP). Mas com todos eles o único ponto de afinidade é partilhar da mesma compulsão de guardar, conter e reter coisas. O mundo de Farnese é mais complexo. (...) Influências tão díspares tornam o trabalho de Farnese de Andrade um universo de leitura bastante complexo. A tônica de seu raciocínio talvez esteja na tentativa constante de aproximar elementos opostos: a cabeça da boneca (fetichizada e erotizada como Ofélia) e a cabeça do ex-voto; o oratório, a caixa de ferramentas ou o armário em contraponto com as gamelas e as bateias. É um jogo de esconder e revelar, um convite à participação cúmplice do espectador. O ideal seria que a galeria mantivesse os oratórios, caixas e armários fechados, pois o primeiro contato com o sistema intrincado de associações aparentemente absurdas sugeridas pelo artista tem um sabor de revelação, às vezes surpresa perversa".

Arlindo Daibert (DAIBERT, Arlindo. Farnese de Andrade, a formação do pensamento. In: Caderno de escritos. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1995. p. 126.)

"(...) Para Farnese de Andrade, o ateliê do MAM/RJ abre inúmeros caminhos para a gravura em metal, que se multiplicam nos anos 70. Nos anos 60, os gravadores aprofundam a ruptura com a figuratividade. Na radicalização, Farnese de Andrade, em 1960, produz relevos em suas gravuras, pois trabalha a chapa com mordeduras profundas. Há, em sua abstração, pressupostos objetais que atingem os motivos. Buscando, como diz, uma nova expressão visual para sua gravura, Farnese recolhe objetos largados pela maré vazante. Deixado na praia, o objeto é encontrado, lixo. Eleva o dejeto a arte; por transposição, elabora gravuras, não sem desenho ou conceito, como em Composição Abstrata, de 1960. O lixo da orla torna-se conjunto aleatório que, enquanto instante, encena em Farnese a vida e a morte. Objeto consumido, largado, é índice ou do que foi a vida ou da própria vida, pois, metaforicamente, vegetação cultivada pela indústria. Assim, não há em suas gravuras ou seus objetos também construídos com dejetos crítica, uma vez que Farnese vê o lixo como arte, no relance em que o conjunto aparece estetizado".

Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim; texto Leon Kossovitch, Mayra Laudanna, Ricardo Resende. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000. p. 19.)

"A caixa tem presença fundamental na poética de Farnese de Andrade. Ela aparece sempre, mesmo que venha travestida em oratórios, armários, gavetas, gamelas, campânulas ou ampolas. Cada uma dessas formas remete-se à mesma matriz simbólica enquanto elemento continente. Nesse sentido, até mesmo a fotografia pode ser incluída nessa listagem, pois para Farnese de Andrede ela não se coloca como prova do quer que seja, mas como receptáculo simbólico das múltiplas inquietações do artista. Aprisionada, congelada e descontextualizada a imagem fotográfica perde a relação direta com seu referente e torna-se passível de compor as mais diversas ficções. E é justamente por assumir o caráter ficcional da fotografia que Farnese não hesita em seqüestrar retratos de desconhecidos para com eles construir suas narrativas pessoais, quando isso melhor lhe convém".

Helouise Costa (COSTA, Helouise. in: ANDRADE, Farnese de. Imagens aprisionadas: a foto-objeto em Farnese de Andrade. Curadoria Helouise Costa. São Paulo: Espaço Porto Seguro de Fotografia, 2000. p.15.)

"Farnese, por sua vez, tem aversão ao vazio. Tudo que veio a ocorrer permanece. E pesa sobre o presente. Nada pode ser esquecido ou perdoado. Seus trabalhos, em vez de serem uma montagem de objetos e imagens, são na verdade uma colagem de tempos, que no entanto tendem sempre a se instalar numa região do passado a que não teremos mais acesso. O mundo da infância, as proibições dos adultos, as interdições imemoriais se reúnem num só espaço, fundem-se, unificam-se de tal forma que jamais poderão ser desvendados. Resta sofrer. Remoer interminavelmente essas culpas sem expiação, essas faltas por que não somos responsáveis mas que nos vergam sob seu peso".

Rodrigo Naves (NAVES, Rodrigo. In: ANDRADE, Farnese de. Farnese de Andrade. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. p.19.)

Depoimentos Farnese de Andrade

"Era muito jovem quando sofri um impacto ao ver as obras de Giorgio Morandi expostas em Sala Especial da 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Passei o dia inteiro vendo sair de todas as suas obras aquele silêncio, aquela pureza, aquela perfeição. Então, eu creio que esse choque emocional, sofrido por mim em face das obras de Morandi, todo e qualquer artista criador deverá proporcionar a si mesmo em primeiro lugar. (...) Eu sei, por exemplo, que minhas obras, através das quais insinuo uma constante entre a vida e a morte, causam a muitas pessoas uma certa repulsão, muito embora elas reconheçam o seu teor estético e a originalidade de sua criação. Por isso, ao criar minhas obras, procuro para mim mesmo, antes de mais nada, aquele impacto que já me proporcionaram as obras de alguns artistas. Acredito que todo artista criador tem essa intenção: sofrer o impacto que lhe causa a sua obra - o resultado final de seu ato de criação. Porque somente no momento em que se sofre o impacto é que se sente a obra de arte concluída. Ademais, criação artística é um fenômeno altamente pessoal, razão por que admiro os colegas que conseguem unir a sensibilidade à cultura. Em arte não existem regras ou dogmas definidos (...). O objeto estético independe da natureza e da origem dos materiais, desde que seja revestido de dignidade".

Farnese de Andrade (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim; texto Leon Kossovitch, Mayra Laudanna, Ricardo Resende. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000. p. 124. A Hugo Auler dia 14 de outubro de 1976).

"Em 1950, já no Rio, conheci Ivan Serpa, artista que admiro profundamente, Almir Mavignier e outros do grupo concreto liderados por um conhecido crítico. A teoria que eles derramavam (principalmente Almir) desorientou-me de tal forma (ingenuamente acreditei realmente que o Concretismo fosse o único caminho válido na arte) que passei vários anos desorientado, sem me desenvolver ou me concretizar...Depois dessa experiência com Teorias Estéticas, fiquei escaldado, e cada vez mais acredito que só fala a verdade o resultado de uma pesquisa, e nunca a teoria a respeito dos caminhos ou possibilidades desta".

Farnese de Andrade (ANDRADE, Farnese de. Farnese de Andrade. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. p.19. Depoimento dado a Walmir Ayala, Rio de Janeiro, 1999)

Exposições Individuais

1950 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: desenhos, na Galeria Le Connaisseur

1966 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Petite Galerie

1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema

1973 - Barcelona (Espanha) - Individual, na Sala Gaudí

1976 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Galeria de Arte Ipanema

1978 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Galeria de Arte Ipanema

1978 - São Paulo SP - Farnese de Andrade: objetos, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte

1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo

1986 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos e esculturas, na Galeria Anna Maria Niemeyer

1989 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: gravuras, no MNBA

1991 - Curitiba PR - Farnese de Andrade: gravuras, no Museu da Gravura

1992 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Galeria Anna Maria Niemeyer

1996 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria de Arte Pace

Exposições Coletivas

1946 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, na ABI

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1953 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão de Naturezas Mortas, no Theatro Municipal

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - Amsterdã (Holanda) - Arte de América y España

1962 - Barcelona (Espanha) - Arte de América y España

1962 - Belo Horizonte MG - Dois Gravadores Mineiros, na UFMG. Faculdade de Letras

1962 - Berna (Suiça) - Arte de América y España

1962 - Bruxelas (Bélgica) - Arte de América y España

1962 - Carrara (Itália) - Bienal Internacional do Mármore

1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná - prêmio em gravura

1962 - Madri (Espanha) - Arte de América y España

1962 - Milão (Itália) - Arte de América y España

1962 - Munique (Alemanha) - Arte de América y España

1962 - Paris (França) - Arte de América y España

1962 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Nacional de Arte Moderna

1963 - Lagos (Nigéria) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museu de Lagos

1963 - Rio de Janeiro RJ - O Nu como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana

1963 - Santiago (Chile) - 1ª Bienal Americana de Gravura

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1964 - Rio de Janeiro RJ - 13º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio em gravura

1964 - Rio de Janeiro RJ - 2º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana

1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana

1964 - Tóquio (Japão) - 4ª International Biennial Exhibition of Prints

1965 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today

1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts

1965 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Americana de Gravura, no Museo de Arte Contemporáneo

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1965 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Angewandt Kunst

1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, na Sala Beethovenhalle

1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal - 1º prêmio em desenho

1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno

1966 - Mendoza (Argentina) - Três Gravadores Brasileiros, na Galeria Spilimbergo

1966 - Ouro Preto MG - 1º Salão de Ouro Preto - 1º prêmio desenho brasileiro

1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Cantu

1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio júri internacional e melhor trabalho p&b

1968 - Filadélfia (Estados Unidos) - Gravura Brasileira, na Cornell University

1968 - Recife PE - Exposição, na Ranulpho Galeria de Arte

1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza

1968 - Veneza (Itália) - Dois Brasileiros em Veneza, no Instituto Italiano de Cultura. Piccolla Galeria

1969 - Nova York (Estados Unidos) - Gravadores Brasileiros, na Art Gallery

1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao país

1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio de viagem ao exterior

1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna

1971 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Mayline

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria Collectio

1973 - Carrara (Itália) - Bienal Internacional do Mármore

1974 - Barcelona (Espanha) - Artistas Sul-Americanos, na Sala Gaudí

1975 - Porto Alegre RS - Exposição, na Galeria do IAB/RS

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1976 - Brasília DF - Exposição, na Galeria Oscar Seraphico

1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil Anos 60, no MAB/Faap

1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional de Cláudio Santoro

1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, no Instituto Brasil-Estados Unidos

1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1990 - Curitiba PR - 9ª Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura

1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte

1992 - Belo Horizonte MG - Ícones da Utopia, na Fundação Palácio das Artes

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1995 - Erfurt (Alemanha) - Configura 2

1995 - Lausanne (Suíça) - Rio: mistérios e fronteiras, no Musée de Pully

1995 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no MAM/RJ

1995 - Rio de Janeiro RJ - Rio: mistérios e fronteiras, no MAM/RJ

1996 - Belo Horizonte MG - Consolidação da Modernidade em Belo Horizonte, no MAP

1996 - Rio de Janeiro RJ - Rio: mistérios e fronteiras, no MAM/RJ

Exposições Póstumas

1997 - Curitiba PR - A Arte Contemporânea da Gravura, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba

1997 - Goiânia GO - Brasilidade: coletânea de artistas brasileiros, na Galeria de Arte Marina Potrich

1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal

1997 - Rio de Janeiro RJ - A Casa e a Inteligência de Farnese, na Rua Paulo de Frontin, 575

1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo: doações recentes 1996 - 1998, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - São Paulo SP - Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo: doações recentes 1996 - 1998, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - Individual, na Nova Galeria

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - Rio de Janeiro RJ - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, no MAM/RJ

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, no Itaú Cultural

2000 - Belo Horizonte MG - Ars Brasilis, no Minas Tênis Clube. Galeria de Arte

2000 - Colchester (Inglaterra) - Outros 500: highlights of brazilian contemporary art in UECLAA, na Art Gallery - University of Essex

2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC/Niterói

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasilidades, no Centro Cultural Light

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Ars Erótica: sexo e erotismo na arte brasileira, no MAM/SP

2000 - São Paulo SP - Arte e Erotismo, na Galeria Nara Roesler

2000 - São Paulo SP - Entre a Arte e o Design: acervo do Mam, no MAM/SP

2000 - São Paulo SP - Imagens Aprisionadas: a foto/objeto em Farnese de Andrade, no Espaço Porto Seguro de Fotografia

2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado

2000 - São Paulo SP - Psicanálise e Modernismo, no MAM/SP

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - São Paulo SP - Caminhos da Forma, na Galeria de Arte do Sesi

2002 - Brasília DF - Individual

2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa

2002 - Niterói RJ - A Recente Coleção do MAC, no MAC/Niterói

2002 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: esculturas e objetos, no MAC/Niterói

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói

2002 - Porto Alegre RS - Apropriações e Coleções, no Santander Cultural

2002 - Rio de Janeiro RJ - Andar com Fé..., na Galeria Sesc Copacabana

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - São Paulo SP - Insólitos, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2002 - São Paulo SP - Os Gêneros da Arte: a natureza-morta na arte contemporânea, no MAM/SP

2003 - Niterói RJ - Apropriações: Curto-Circuito de Experiências Participativas, no MAC/Niterói

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2004 - São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP

2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

2005 - Rio de Janeiro RJ - Objetos, no CCBB

2005 - São Paulo SP - Objetos, no CCBB

Fonte: FARNESE de Andrade. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 07 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Vida e Trabalho

Em Belo Horizonte, estudou pintura com Guignard entre 1945 e 1948. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948 para tratar de uma tuberculose, trabalhou como ilustrador para o suplemento literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete, entre 1950 e 1960.

Em 1959 começou a frequentar o ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde se aperfeiçoou em gravura em metal.

Em 1964 começou a criar obras com materiais descartados, recolhidos em praias e aterros e, posteriormente, utilizou armários, oratórios, gamelas e ex-votos, adquiridos em antiquários e depósitos de materiais usados. Essa guinada artística se deu, portanto, em um contexto de moralismo crescente na sociedade, podendo ser tomada, por trabalhar com materiais da esfera privada e pela forma simbolista de trabalhar os conflitos familiares, como uma resposta a esse contexto moral e político do Golpe de 1964.

No Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 recebeu o prêmio de viagem ao exterior. Foi para a Espanha e instalou estúdio em Barcelona, onde permaneceu até 1975, quando voltou ao Rio de Janeiro.

Em 1993 recebeu o Prêmio Roquette Pinto dos Melhores de 1992 pela exposição Objetos na Galeria Anna Maria Niemeyer.

Acervos

Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex, Inglaterra

Instituto de Arte Contemporânea de Londres - Londres, Inglaterra

Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói) - Niterói, RJ

Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) - Nova Iorque, Estados Unidos da América

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) - Rio de Janeiro, RJ

Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA) - Rio de Janeiro, RJ

Fonte: Wikipédia, última consulta em 07 de abril de 2018

Farnese de Andrade Neto (Araguari, MG, 26 de janeiro de 1926 — Rio de Janeiro, RJ, 18 de julho de 1996) foi um pintor, escultor, desenhista, gravador e ilustrador brasileiro.

Farnese de Andrade

Farnese de Andrade Neto (Araguari, MG, 26 de janeiro de 1926 — Rio de Janeiro, RJ, 18 de julho de 1996) foi um pintor, escultor, desenhista, gravador e ilustrador brasileiro.

Videos

Farnese, curta metragem (1970)

Farnese de Andrade - Memórias Imaginadas

"Farnese de Saudade": Espetáculo instalação

Exposição Farnese de Andrade

Biografia

Artista sensível às pequenezas da vida, mantém uma “coleção de restos”, com objetos achados em praias e ruas. Com elas, cria verdadeiros oratórios a partir de mobiliário mineiro de roça, que conseguia em antiquários, depósitos e feiras. Ainda na temática, usa imagens de santos, principalmente os cultuados pela Umbanda.

Suas imagens não raro são mutiladas, destruídas, postas de cabeça pra baixo. Cria, assim, uma poética própria, autobiográfica, que coloca o homem entre o sagrado e o profano, a carne e o espírito.

Vindo do interior mineiro, muda-se para Belo Horizonte (1942), onde estuda com Guignard (de 1945 a 1948), na Escola do Parque, ao lado de outros nomes importantes, como Amilcar de Castro. Vai para o Rio de Janeiro (1948), no entanto, para se tratar de tuberculose e, por lá, consegue trabalho como ilustrador. Também, sob a orientação de Johnny Friedlaender, se aprofunda em gravura em metal. Convive com vários artistas, inclusive Rossini Peres, com quem trabalha junto. Aí também desenvolve sua técnica de restauração e interferência em oratórios, uma de suas marcas registradas.

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Biografia Itaú Cultural

Muda-se, em 1942, para Belo Horizonte onde, entre 1945 e 1948, estuda desenho com Guignard (1896-1962), na Escola do Parque. Em 1948 muda-se para o Rio de Janeiro para tratar uma tuberculose pulmonar. Entre 1950 e 1960, trabalha como ilustrador para o Suplemento Literário do Diário de Notícias, Correio da Manhã, o Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete. Em 1959, começa a frequentar o Ateliê de Gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde se aperfeiçoa em gravura em metal com orientações de Johnny Friedlaender (1912-1992). Convive com vários artistas que frequentam o Ateliê, entre eles Rossini Perez (1932), com quem desenvolve trabalhos de 1959 a 1961. Em 1964, começa a criar obras com materiais descartados, coletados nas praias e nos aterros. Posteriormente utiliza armários, oratórios, gamelas, ex-votos, adquiridos em antiquários e depósitos de materiais usados. Fotografias antigas também estão presentes em sua obra. Desde 1967, utiliza resina de poliéster, envolvendo materiais perecíveis. No Salão Nacional de Arte Moderna de 1970, recebe o prêmio de viagem ao exterior. Parte para a Espanha, instala um estúdio em Barcelona e lá permanece até 1975.

Análise

Farnese de Andrade faz gravuras abstratas, trabalhando com formas regulares e cores fortes. Para criar as matrizes utiliza materiais encontrados nas praias, como pedaços de madeira cheios de sulcos. Desde 1964, cria objetos ou assemblages com cabeças e corpos de bonecas, santos de gesso e plásticos, todos corroídos pelo mar, coletados nas praias e nos aterros. Passa a comprar materiais como redomas de vidro, armários, oratórios, nichos, caixas e imagens religiosas em lojas de objetos usados, de antiguidades e depósitos de demolição. Utiliza ainda, com freqüência, velhos retratos de família, herdados de um tio fotógrafo, e postais. Em 1965, realiza a série de desenhos Eróticos e inicia os Obsessivos.

Em 1967, começa a realizar trabalhos com resina de poliéster, sendo considerado um pioneiro da técnica no Brasil. O poliéster, translúcido e maleável, serve para envolver e dessa maneira, segundo o artista, eternizar materiais perecíveis como figuras de gesso. Envolve também fotografias em cápsulas de resina, tornando-as assim tridimensionais como outros materiais. Na década de 1970, utiliza gamelas como suporte para as obras e ex-votos antigos, que começa a colecionar. Farnese não projeta seus trabalhos, que vão surgindo espontaneamente, entre o gesto manual e a elaboração mental. Carregados de erotismo, de sensualidade e de religiosidade, parecem impregnados de atmosfera opressiva. Contêm referências pessoais como em Mater (1990); Patêr (1992/1995); Lembranças do Recife (1993/1995), Os Dias Felizes (1976/1994) e Araguary - 26/1/1926 (1975/1984). Seus temas mais constantes são relacionados à noção de vida, fecundação, germinação, nascimento e também de morte, indicada pela fragmentação dos corpos, como em Hiroshima 1966-1972 (1970), ou pela justaposição de vários bonecos calcinados pelo calor de uma vela, simbolizando os mortos pela bomba atômica.

Afastado do meio de arte, o artista coleciona as próprias obras, que se acumulam em seu ateliê, e são constantemente recriadas, o que se dá pela alteração das peças ou pela revisitação de certos temas, como a anunciação à Virgem Maria. Para o crítico Frederico Morais, seus objetos são object-trouvés [objetos encontrados] que atuam em nosso inconsciente e parecem estar associados a algumas lembranças, mas sobretudo fazem parte de uma autobiografia que o artista construiu. Assim, aproximam-se mais do surrealismo e da pintura metafísica, do que do dadaísmo.

A singularidade de seu trabalho, para o historiador Rodrigo Naves, está na carga afetiva, gerada tanto pela presença dos objetos antigos e rudimentares, com características altamente pessoais, marcados pelo uso e pelo tempo, envelhecidos, como por conter referências biográficas. Em vez de montagem de objetos e imagens, sua obra pode ser vista como uma colagem de tempos, remetendo a um passado que não mais nos pertence e ainda pesa sobre o presente.

A constância da caixa em sua obra, em forma de oratório, armário, gaveta, gamela ou ampola, poderia ser interpretada como uma representação do inconsciente e do corpo materno, algo que encerra e separa do mundo aquilo que é precioso ou frágil. Para a pesquisadora Helouise Costa, a fotografia pode ser incluída entre esses materiais como elemento constitutivo e receptáculo simbólico das inquietações do artista. Invertida, fragmentada, desvinculada de seu contexto, subvertida de sua função original de preservar a memória, a fotografia serve dessa forma para reinventar o passado. O artista rompe as fronteiras entre artes plásticas e fotografia e constrói com ela outras narrativas, como lhe convém.

A poética de Farnese de Andrade, pautada no inconsciente, contrasta com as de outras tendências do período, como a construtiva. O artista foi isolado pela geração dos anos 1960, considerado politicamente alienado e subjetivo demais. Entretanto, sua obra aproxima-se da produção dos anos 1980 e 1990, principalmente pelo peso da individualidade e auto-expressividade que transmite.

Críticas

"Desde que começou a trabalhar com objetos, Farnese nunca produziu os elementos figurativos de que se serve: não modela, não esculpe, embora, eventualmente, possa reelaborar um pouco certas formas naturais, como, muito recentemente, ao escavar a convexidade de canoas para sugerir vaginas gigantescas. Seu ponto de partida é o de uma espécie de arqueólogo do presente, ou do passado recente, que exuma um insólito e riquíssimo acervo. Às praias e ao lixo marinho se somaram, com o correr dos anos, vários outros 'fornecedores': demolições, coleções de ex-votos, antiquários (onde Farnese se abastece de tudo: oratórios, gamelas, móveis, armários, raridades, balas de canhão, luxuosas caixas de licoreiras, caixas de mesa, peças de marfim, pesos de cristal, imagens, e o que mais se possa imaginar), e até uma incrível coleção de fotografias antigas herdadas de um tio que foi, em sua época, o mais ilustre fotógrafo da região. Durante longo tempo, às vezes muitos anos - e a datação das obras revela isso -, Farnese vai lentamente germinando cada peça, a trabalhar e retrabalhar ad infinitum, cria núcleos de assemblages que se permutam, até que um dia a obra se revela em sua inteireza (e isso, para ele, é uma espécie de descoberta). Farnese deixa que as formas convivam entre si, decide tudo muito intuitivamente, por erro e acerto, por justaposição; por comparação - com e pelo olho".

Olívio Tavares de Araújo (Araújo, Olívio Tavares de. Andrade, Farnese de. Farnese de Andrade. n. p.)

"Para criar seus objetos, Farnese recolhe objetos nas praias e nas ruas ou os adquire em demolidoras de casas e antiquários, acumulando-os, em seguida, em sua casa-ateliê. Esse seu interesse pelos objetos erodidos e carcomidos pelo tempo tem muito a ver com a personalidade esquisita de Farnese, na qual se mesclam introspecção, solidão, hipocondria, depressão, obsessividade e uma certa morbidez que desliza, com freqüência, para um humor ferido e corrosivo. Esses traços de sua personalidade e mais sua origem mineira favorecem uma observação mais atenta e demorada dos objetos, estimulando, nele, uma capacidade de perscrutar seus significados obscuros, de impregná-los com uma aura mágica e misteriosa, transformando-os, assim, em receptáculos de seus desejos e premonições. Com seus objetos, exorciza fantasmas e exercita a memória, realizando, assim, uma espécie de arqueologia existencial".

Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Farnese de Andrade. Galeria: Revista de Arte,São Paulo, n. 29, p. 54.)

"Farnese de Andrade é desses artistas que escapam à sanha dos classificadores e rotuladores profissionais. Em sua árvore genealógica podemos vislumbrar ancestrais célebres como Joseph Cornell e Kurt Schwitters ou, se quisermos, alguns parentes próximos como Gastão Manoel Henrique (RJ) ou mesmo Jeanete Musatti (SP). Mas com todos eles o único ponto de afinidade é partilhar da mesma compulsão de guardar, conter e reter coisas. O mundo de Farnese é mais complexo. (...) Influências tão díspares tornam o trabalho de Farnese de Andrade um universo de leitura bastante complexo. A tônica de seu raciocínio talvez esteja na tentativa constante de aproximar elementos opostos: a cabeça da boneca (fetichizada e erotizada como Ofélia) e a cabeça do ex-voto; o oratório, a caixa de ferramentas ou o armário em contraponto com as gamelas e as bateias. É um jogo de esconder e revelar, um convite à participação cúmplice do espectador. O ideal seria que a galeria mantivesse os oratórios, caixas e armários fechados, pois o primeiro contato com o sistema intrincado de associações aparentemente absurdas sugeridas pelo artista tem um sabor de revelação, às vezes surpresa perversa".

Arlindo Daibert (DAIBERT, Arlindo. Farnese de Andrade, a formação do pensamento. In: Caderno de escritos. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1995. p. 126.)

"(...) Para Farnese de Andrade, o ateliê do MAM/RJ abre inúmeros caminhos para a gravura em metal, que se multiplicam nos anos 70. Nos anos 60, os gravadores aprofundam a ruptura com a figuratividade. Na radicalização, Farnese de Andrade, em 1960, produz relevos em suas gravuras, pois trabalha a chapa com mordeduras profundas. Há, em sua abstração, pressupostos objetais que atingem os motivos. Buscando, como diz, uma nova expressão visual para sua gravura, Farnese recolhe objetos largados pela maré vazante. Deixado na praia, o objeto é encontrado, lixo. Eleva o dejeto a arte; por transposição, elabora gravuras, não sem desenho ou conceito, como em Composição Abstrata, de 1960. O lixo da orla torna-se conjunto aleatório que, enquanto instante, encena em Farnese a vida e a morte. Objeto consumido, largado, é índice ou do que foi a vida ou da própria vida, pois, metaforicamente, vegetação cultivada pela indústria. Assim, não há em suas gravuras ou seus objetos também construídos com dejetos crítica, uma vez que Farnese vê o lixo como arte, no relance em que o conjunto aparece estetizado".

Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim; texto Leon Kossovitch, Mayra Laudanna, Ricardo Resende. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000. p. 19.)

"A caixa tem presença fundamental na poética de Farnese de Andrade. Ela aparece sempre, mesmo que venha travestida em oratórios, armários, gavetas, gamelas, campânulas ou ampolas. Cada uma dessas formas remete-se à mesma matriz simbólica enquanto elemento continente. Nesse sentido, até mesmo a fotografia pode ser incluída nessa listagem, pois para Farnese de Andrede ela não se coloca como prova do quer que seja, mas como receptáculo simbólico das múltiplas inquietações do artista. Aprisionada, congelada e descontextualizada a imagem fotográfica perde a relação direta com seu referente e torna-se passível de compor as mais diversas ficções. E é justamente por assumir o caráter ficcional da fotografia que Farnese não hesita em seqüestrar retratos de desconhecidos para com eles construir suas narrativas pessoais, quando isso melhor lhe convém".

Helouise Costa (COSTA, Helouise. in: ANDRADE, Farnese de. Imagens aprisionadas: a foto-objeto em Farnese de Andrade. Curadoria Helouise Costa. São Paulo: Espaço Porto Seguro de Fotografia, 2000. p.15.)

"Farnese, por sua vez, tem aversão ao vazio. Tudo que veio a ocorrer permanece. E pesa sobre o presente. Nada pode ser esquecido ou perdoado. Seus trabalhos, em vez de serem uma montagem de objetos e imagens, são na verdade uma colagem de tempos, que no entanto tendem sempre a se instalar numa região do passado a que não teremos mais acesso. O mundo da infância, as proibições dos adultos, as interdições imemoriais se reúnem num só espaço, fundem-se, unificam-se de tal forma que jamais poderão ser desvendados. Resta sofrer. Remoer interminavelmente essas culpas sem expiação, essas faltas por que não somos responsáveis mas que nos vergam sob seu peso".

Rodrigo Naves (NAVES, Rodrigo. In: ANDRADE, Farnese de. Farnese de Andrade. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. p.19.)

Depoimentos Farnese de Andrade

"Era muito jovem quando sofri um impacto ao ver as obras de Giorgio Morandi expostas em Sala Especial da 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Passei o dia inteiro vendo sair de todas as suas obras aquele silêncio, aquela pureza, aquela perfeição. Então, eu creio que esse choque emocional, sofrido por mim em face das obras de Morandi, todo e qualquer artista criador deverá proporcionar a si mesmo em primeiro lugar. (...) Eu sei, por exemplo, que minhas obras, através das quais insinuo uma constante entre a vida e a morte, causam a muitas pessoas uma certa repulsão, muito embora elas reconheçam o seu teor estético e a originalidade de sua criação. Por isso, ao criar minhas obras, procuro para mim mesmo, antes de mais nada, aquele impacto que já me proporcionaram as obras de alguns artistas. Acredito que todo artista criador tem essa intenção: sofrer o impacto que lhe causa a sua obra - o resultado final de seu ato de criação. Porque somente no momento em que se sofre o impacto é que se sente a obra de arte concluída. Ademais, criação artística é um fenômeno altamente pessoal, razão por que admiro os colegas que conseguem unir a sensibilidade à cultura. Em arte não existem regras ou dogmas definidos (...). O objeto estético independe da natureza e da origem dos materiais, desde que seja revestido de dignidade".

Farnese de Andrade (GRAVURA: arte brasileira do século XX. Apresentação Ricardo Ribenboim; texto Leon Kossovitch, Mayra Laudanna, Ricardo Resende. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 2000. p. 124. A Hugo Auler dia 14 de outubro de 1976).

"Em 1950, já no Rio, conheci Ivan Serpa, artista que admiro profundamente, Almir Mavignier e outros do grupo concreto liderados por um conhecido crítico. A teoria que eles derramavam (principalmente Almir) desorientou-me de tal forma (ingenuamente acreditei realmente que o Concretismo fosse o único caminho válido na arte) que passei vários anos desorientado, sem me desenvolver ou me concretizar...Depois dessa experiência com Teorias Estéticas, fiquei escaldado, e cada vez mais acredito que só fala a verdade o resultado de uma pesquisa, e nunca a teoria a respeito dos caminhos ou possibilidades desta".

Farnese de Andrade (ANDRADE, Farnese de. Farnese de Andrade. São Paulo: Cosac & Naify, 2002. p.19. Depoimento dado a Walmir Ayala, Rio de Janeiro, 1999)

Exposições Individuais

1950 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: desenhos, na Galeria Le Connaisseur

1966 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Petite Galerie

1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema

1973 - Barcelona (Espanha) - Individual, na Sala Gaudí

1976 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Galeria de Arte Ipanema

1978 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Galeria de Arte Ipanema

1978 - São Paulo SP - Farnese de Andrade: objetos, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte

1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo

1986 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos e esculturas, na Galeria Anna Maria Niemeyer

1989 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: gravuras, no MNBA

1991 - Curitiba PR - Farnese de Andrade: gravuras, no Museu da Gravura

1992 - Rio de Janeiro RJ - Farnese de Andrade: objetos, na Galeria Anna Maria Niemeyer

1996 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria de Arte Pace

Exposições Coletivas

1946 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, na ABI

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1953 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão de Naturezas Mortas, no Theatro Municipal

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - Amsterdã (Holanda) - Arte de América y España

1962 - Barcelona (Espanha) - Arte de América y España

1962 - Belo Horizonte MG - Dois Gravadores Mineiros, na UFMG. Faculdade de Letras

1962 - Berna (Suiça) - Arte de América y España

1962 - Bruxelas (Bélgica) - Arte de América y España

1962 - Carrara (Itália) - Bienal Internacional do Mármore

1962 - Curitiba PR - Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná - prêmio em gravura

1962 - Madri (Espanha) - Arte de América y España

1962 - Milão (Itália) - Arte de América y España

1962 - Munique (Alemanha) - Arte de América y España

1962 - Paris (França) - Arte de América y España

1962 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Nacional de Arte Moderna

1963 - Lagos (Nigéria) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museu de Lagos

1963 - Rio de Janeiro RJ - O Nu como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana

1963 - Santiago (Chile) - 1ª Bienal Americana de Gravura

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1964 - Rio de Janeiro RJ - 13º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio em gravura

1964 - Rio de Janeiro RJ - 2º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana

1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana

1964 - Tóquio (Japão) - 4ª International Biennial Exhibition of Prints

1965 - Bruxelas (Bélgica) - Brazilian Art Today

1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts

1965 - Santiago (Chile) - 2ª Bienal Americana de Gravura, no Museo de Arte Contemporáneo

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1965 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Angewandt Kunst

1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, na Sala Beethovenhalle

1966 - Brasília DF - 3º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal - 1º prêmio em desenho

1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno

1966 - Mendoza (Argentina) - Três Gravadores Brasileiros, na Galeria Spilimbergo

1966 - Ouro Preto MG - 1º Salão de Ouro Preto - 1º prêmio desenho brasileiro

1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Cantu

1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio júri internacional e melhor trabalho p&b

1968 - Filadélfia (Estados Unidos) - Gravura Brasileira, na Cornell University

1968 - Recife PE - Exposição, na Ranulpho Galeria de Arte

1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza

1968 - Veneza (Itália) - Dois Brasileiros em Veneza, no Instituto Italiano de Cultura. Piccolla Galeria

1969 - Nova York (Estados Unidos) - Gravadores Brasileiros, na Art Gallery

1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio viagem ao país

1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio de viagem ao exterior

1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna

1971 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Mayline

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria Collectio

1973 - Carrara (Itália) - Bienal Internacional do Mármore

1974 - Barcelona (Espanha) - Artistas Sul-Americanos, na Sala Gaudí

1975 - Porto Alegre RS - Exposição, na Galeria do IAB/RS

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1976 - Brasília DF - Exposição, na Galeria Oscar Seraphico

1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil Anos 60, no MAB/Faap

1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional de Cláudio Santoro

1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, no Instituto Brasil-Estados Unidos

1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1990 - Curitiba PR - 9ª Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba, no Museu da Gravura

1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte

1992 - Belo Horizonte MG - Ícones da Utopia, na Fundação Palácio das Artes

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Brazilian Contemporary Art, na EAV/Parque Lage

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1995 - Erfurt (Alemanha) - Configura 2

1995 - Lausanne (Suíça) - Rio: mistérios e fronteiras, no Musée de Pully

1995 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no MAM/RJ

1995 - Rio de Janeiro RJ - Rio: mistérios e fronteiras, no MAM/RJ

1996 - Belo Horizonte MG - Consolidação da Modernidade em Belo Horizonte, no MAP

1996 - Rio de Janeiro RJ - Rio: mistérios e fronteiras, no MAM/RJ

Exposições Póstumas

1997 - Curitiba PR - A Arte Contemporânea da Gravura, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba

1997 - Goiânia GO - Brasilidade: coletânea de artistas brasileiros, na Galeria de Arte Marina Potrich

1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal

1997 - Rio de Janeiro RJ - A Casa e a Inteligência de Farnese, na Rua Paulo de Frontin, 575

1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo: doações recentes 1996 - 1998, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - São Paulo SP - Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo: doações recentes 1996 - 1998, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - Individual, na Nova Galeria

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - Rio de Janeiro RJ - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, no MAM/RJ

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. Objeto Anos 60/90, no Itaú Cultural

2000 - Belo Horizonte MG - Ars Brasilis, no Minas Tênis Clube. Galeria de Arte

2000 - Colchester (Inglaterra) - Outros 500: highlights of brazilian contemporary art in UECLAA, na Art Gallery - University of Essex

2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC/Niterói

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasilidades, no Centro Cultural Light

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Ars Erótica: sexo e erotismo na arte brasileira, no MAM/SP

2000 - São Paulo SP - Arte e Erotismo, na Galeria Nara Roesler

2000 - São Paulo SP - Entre a Arte e o Design: acervo do Mam, no MAM/SP

2000 - São Paulo SP - Imagens Aprisionadas: a foto/objeto em Farnese de Andrade, no Espaço Porto Seguro de Fotografia

2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado

2000 - São Paulo SP - Psicanálise e Modernismo, no MAM/SP

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - São Paulo SP - Caminhos da Forma, na Galeria de Arte do Sesi

2002 - Brasília DF - Individual

2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa

2002 - Niterói RJ - A Recente Coleção do MAC, no MAC/Niterói

2002 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: esculturas e objetos, no MAC/Niterói

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói

2002 - Porto Alegre RS - Apropriações e Coleções, no Santander Cultural

2002 - Rio de Janeiro RJ - Andar com Fé..., na Galeria Sesc Copacabana

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - São Paulo SP - Insólitos, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2002 - São Paulo SP - Os Gêneros da Arte: a natureza-morta na arte contemporânea, no MAM/SP

2003 - Niterói RJ - Apropriações: Curto-Circuito de Experiências Participativas, no MAC/Niterói

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2004 - São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP

2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

2005 - Rio de Janeiro RJ - Objetos, no CCBB

2005 - São Paulo SP - Objetos, no CCBB

Fonte: FARNESE de Andrade. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 07 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Vida e Trabalho

Em Belo Horizonte, estudou pintura com Guignard entre 1945 e 1948. Mudando-se para o Rio de Janeiro em 1948 para tratar de uma tuberculose, trabalhou como ilustrador para o suplemento literário dos jornais Diário de Notícias, Correio da Manhã e Jornal de Letras, e para as revistas Rio Magazine, Sombra, O Cruzeiro, Revista Branca e Manchete, entre 1950 e 1960.

Em 1959 começou a frequentar o ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde se aperfeiçoou em gravura em metal.

Em 1964 começou a criar obras com materiais descartados, recolhidos em praias e aterros e, posteriormente, utilizou armários, oratórios, gamelas e ex-votos, adquiridos em antiquários e depósitos de materiais usados. Essa guinada artística se deu, portanto, em um contexto de moralismo crescente na sociedade, podendo ser tomada, por trabalhar com materiais da esfera privada e pela forma simbolista de trabalhar os conflitos familiares, como uma resposta a esse contexto moral e político do Golpe de 1964.

No Salão Nacional de Arte Moderna de 1970 recebeu o prêmio de viagem ao exterior. Foi para a Espanha e instalou estúdio em Barcelona, onde permaneceu até 1975, quando voltou ao Rio de Janeiro.

Em 1993 recebeu o Prêmio Roquette Pinto dos Melhores de 1992 pela exposição Objetos na Galeria Anna Maria Niemeyer.

Acervos

Coleção de Arte Latino-Americana da Universidade de Essex, Inglaterra

Instituto de Arte Contemporânea de Londres - Londres, Inglaterra

Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói) - Niterói, RJ

Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA) - Nova Iorque, Estados Unidos da América

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) - Rio de Janeiro, RJ

Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MNBA) - Rio de Janeiro, RJ

Fonte: Wikipédia, última consulta em 07 de abril de 2018

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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