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Mário Cravo Júnior

Mario Cravo Júnior (Salvador, Bahia, 13 de abril de 1923 - Idem, 01 de julho de 2018) foi um escultor, gravador, desenhista, professor e poeta brasileiro. Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia e é considerado um dos grandes artistas brasileiros do século XX.

Biografia Itaú Cultural

Filho de um próspero fazendeiro e comerciante, executa suas primeiras esculturas entre 1938 e 1943, período em que viaja pelo interior da Bahia. Em 1945, trabalha com o santeiro Pedro Ferreira, em Salvador, e muda-se para o Rio de Janeiro, estagia no ateliê do escultor Humberto Cozzo (1900-1973). Realiza sua primeira exposição individual em 1947, em Salvador. Nesse ano, é aceito como aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic (1883-1962) na Syracuse University, no Estado de Nova York, Estados Unidos, e, após a conclusão do curso, muda-se para a cidade de Nova York. De volta a Salvador, em 1949, instala ateliê no largo da Barra, que logo se torna ponto de encontro de artistas como Carlos Bastos (1925-2004), Genaro (1926-1971) e Carybé (1911-1997). Em 1954, passa a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 1964 e 1965, mora em Berlim, patrocinado pela Fundação Ford. Retorna ao Brasil em 1966, ano em que obtém o título de doutor em belas artes pela UFBA e assume o cargo de diretor do Museu de Arte da Moderna da Bahia (MAM/BA), posição que ocupa até 1967. Em 1981 coordena a implantação do curso de especialização em gravura e escultura da Escola de Belas Artes da UFBA. Em 1994, doa várias obras para o Estado da Bahia, que passam a compor o acervo do Espaço Cravo, localizado no Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador.

Análise

A obra de Mario Cravo Júnior transita entre as mais diversas tradições artísticas, que incluem cerâmica, imaginária popular, ex-votos e manifestações culturais regionais com as quais entra em contato nas inúmeras viagens que realiza, ainda muito jovem, pelo interior do Nordeste.

Na década de 1940, o artista, além do desenho e da pintura, dedica-se à escultura, tendo como materiais principais a madeira, as pedras e os metais, e volta-se ao aproveitamento das formas naturais. O uso do ferro e a temática inspirada em mitos afro-brasileiros intensificam-se durante a década de 1960, gerando a série Alados.

Sua obra incorpora bases arcaicas ligadas ao universo popular baiano, apresentando também um refinamento tecnológico. A simplificação formal dessas peças, nas quais o artista busca formas puras, despojadas e relacionadas ao mundo orgânico e natural, faz com que seus trabalhos apresentem afinidades com obras de Barbara Hepworth (1903-1975) e Henry Moore (1898-1986).

Críticas

"As viagens que realizou, ainda muito jovem, pelo interior da Bahia e do Nordeste, estudando as manifestações culturais afro-baianas e entrando em contato com as inscrições rupestres no município de Milagres; o trabalho na oficina do santeiro baiano Pedro Ferreira, em Salvador, introduzindo-se nas técnicas tradicionais da escultura em madeira; o aprendizado da modelagem em barro já sob disciplina mais rígida, com Humberto Cozzo, no Rio; e o aperfeiçoamento na escultura em pedra e mármore, com Ivan Mestrovic, nos EUA - eis os quatro aspectos essenciais de uma polaridade de visão e de expressão do mundo, que define a atividade escultórica de Mário Cravo Jr. De fato, sua obra tem sucessiva ou simultaneamente incorporado a base arcaica popular e o refinamento civilizatório, a magia e a racionalidade, os materiais naturais e as matérias-primas da tecnologia, a rudeza e o despojamento da disciplina geométrica, o orgânico e o inorgânico, o nacional e o universal. Depois de longos anos de trabalho com o ferro (´material insólito e frágil, ao mesmo tempo terno e bárbaro´, como ele diz), a pedra e o mármore, basicamente interessado na figuração de um substrato mágico e mítico ou no registro de processos naturais, concentrou-se, a partir de fase mais recente, no aproveitamento das possibilidades matéricas específicas do poliéster, inclusive sua estrutura interna sob focos luminosos. Embora a simplificação formal, quase sensualmente geométrica, dessas novas peças pareça tê-lo transferido para o âmbito de pesquisas abstratas puras, ainda aqui subsiste, como num paralelo com Bárbara Hepworth e Henry Moore, um diálogo de analogias com o mundo orgânico ou natural. Ele próprio o indica: ´As minhas formas mais puras, mais despojadas, têm relação com o mundo orgânico. São núcleos, formas germinantes, óvulos ou ovulação, crescimento, etc. , todos eles termos essencialmente figurativos, embora não apresentados por forma humana ou animal. Estou preocupado em sintetizar estruturalmente, economicamente, o universo baiano, em princípio´".

Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio Artes, 1973. p. 291.)

"(...) a obra de Mário Cravo Jr. é o resultado de uma correspondência real com o próprio meio. Fundamentada na exuberância das tradições populares baianas e continuamente ativada por um impulso experimental, ela adquiriu configurações demasiado versáteis nos aspectos materiais, técnicos e estéticos. Entretanto, essa desenvoltura múltipla caracteriza-se, como afirma Wilson Rocha, por sua natureza de ´pesquisa eminentemente plástica´, conduzindo o artista a um sentimento dramático da existência. Mário Cravo esculpiu em pedra, madeira, metais diversos, resinas de poliéster pigmentadas, obedecendo à natureza intrínseca de cada elemento, procurando introduzir, na visão ecológica que procura, os estímulos do espírito de síntese que marca o desenvolvimento da escultura moderna".

Walter Zanini (ZANINI, Walter (org). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 2, p. 723.)

"Wilson Rocha, ao escrever que a escultura de Mário Cravo ´repousa numa unidade gerada por elementos de raça e cultura, precedida de uma forte tradição religiosa e apoiada por uma poderosa força popular´, estava referindo-se ao seu Antônio Conselheiro, de 1955, esculpido em madeira com mais de 4 metros de altura. Porém, Mário Cravo tornou-se antes de tudo um experimentador de novos materiais e novas técnicas escultóricas. E, mais, acreditando que a escultura adquire sua grandeza específica quando respira livre nos espaços abertos, passou a destinar suas obras a praças e edifícios públicos, que ele considera ´os únicos lugares dignos para a escultura contemporânea´.

Sua obra mais conhecida é Fonte da Rampa do Mercado, construída com fibra de vidro, com 16 metros de altura, que se encontra defronte do novo Mercado Modelo, na Cidade Baixa, em Salvador. Esta obra, de grande appeal popular, sintetiza as várias características de Mário Cravo, tais como monumentalismo, sensualidade e ousadia, aliadas à busca de novas técnicas e materiais. E, o que é mais importante, ela revela uma preocupação com o entorno urbanístico, pois, como lembrou o artista ao definir a escala da obra, levou em conta ´o triângulo de massas arquitetônicas mais importantes da área, delimitada pelo prédio da velha alfândega, o Elevador Lacerda e a Igreja da Conceição da Praia´".

Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Arte pública: da praça à telemática. In: A METRÓPOLE e a arte. São Paulo: Prêmio: Banco Sudameris Brasil, 1992. p. 74-76.)

Acervos

Fundação Raimundo Castro Maia, Rio de Janeiro, Brasil.

Instituto de Belas Artes - Porto Alegre RS

Museu Carlos Costa Pinto - Salvador BA

Museu de Arte da Pampulha - Belo Horizonte MG

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - SP

Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA - Salvador BA

Museu de Arte Moderna de Berlim (Alemanha)

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ

Museu de Arte Popular da Bahia

Museu do Estado da Bahia

useu Hermitage - Leningrado (Rússia)

Museum of Modern Art - Jerusalem (Israel)

Museum of Modern Art - MoMA - Nova York (Estados Unidos)

Pinacoteca do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Walker Art Center - Minneapolis (Estados Unidos)

Exposições Individuais

1947 - Salvador BA - Individual, no Edifício Oceania

1947 - Salvador BA - Esculturas e desenhos, na Associação Cultural Brasil - Estados Unidos

1949 - Salvador BA - Individual, no Edifício Sulacap

1949 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Norlist Gallery

1950 - São Paulo SP - Individual, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

1950 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Ministério de Educação e Saúde

1951 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré

1954 - Salvador BA - Esculturas e Desenhos, na Rua Chile

1955 - Montevideo (Uruguai) - Amigos del Arte

1955 - Porto Alegre RS - Individual, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1955 - Salvador BA - Belvedere da Sé - ar livre

1956 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Dariano

1958 - Salvador BA - Individual, no Belvedere da Sé - ar livre

1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1959 - Salvador BA - Colóquio Luso-Brasileiro, na Escola de Teatro da UFBA

1959 - Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte Moderna de Pampulha

1959 - São Paulo SP - Individual, na Praça da República - ar livre

1959 - São Paulo SP - Individual, no Saguão do Edifício Guinle

1960 - Salvador BA - Individual, no Diretório Acadêmico da Escola de Belas Artes

1960 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte Moderna da Bahia

1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie

1962 - São Paulo SP - Individual, na Petite Galerie

1963 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Rathus Spandau

1964 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Institute of Contemporary Arts

1964 - Wasghington (Estados Unidos) - Cravo

1964 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian American Cultural Institute

1965 - Salvador BA - 3 Estados do Ferro, na Galeria Convivium

1965 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Jardim da Embaixada Brasileira

1966 - Rio de Janeiro RJ - 3 Estados do Ferro, na Galeria Bonino

1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia

1966 - Brasília DF - Individual, no Hall do Hotel Nacional

1968 - São Paulo SP - Cravo, na A Galeria

1971 - São Paulo SP - Individual, no Paço das Artes

1971 - Fortaleza CE - Cravo, na Galeria Recanto de Ouro Preto

1971 - Salvador BA - Mario Cravo Junior, na Galeria Círculo

1972 - Rio de Janeiro RJ - Cravo, na Galeria Bonino

1972 - São Paulo SP - Cravo, na Galeria Documenta

1972 - São Paulo SP - Exposição, na A Galeria

1976 - Belo Horizonte MG - Mario Cravo, na Galeria Ami

1977 - São Paulo SP - Exposição, na Galeria Scultura

1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Scultura

1980 - Salvador BA - Cravo 80, no Farol da Barra

1983/1984 - Salvador BA - Exposição no lançamento do livro Cravo

1983/1984 - Rio de Janeiro RJ - Exposição no lançamento do livro Cravo

1983/1984 - São Paulo SP - Exposição no lançamento do livro Cravo

1984 - Salvador BA - CRAVO, linha, forma e volume, no Núcleo de Artes do Desenbanco

1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Múltipla

1986 - Zurique (Suíça) - Esculturas e desenhos, na Galeria Ammann & Misteli

1987 - Salvador BA - Escultural e desenhos, na Galeria ÉPOCA

1987 - Rio de Janeiro RJ - Esculturas e desenhos, na Galeria Anna Maria Niemeyer

1990 - Salvador BA - Individual, na Ada Galeria

1993 - Salvador BA - Individual, na Fundação Casa de Jorge Amado

1993 - Salvador BA - Individual, no Sebrae

1998 - Salvador BA - Cravo Formas e Mitos, no Museu de Arte Moderna da Bahia

2002 - Salvador BA - Evocações, na Paulo Darzé Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1943 - Salvador BA - 7º Salão de ALA

1944 - Salvador BA - 1º Salão de Arte Americana, na Associação Cultural Brasil Estados Unidos

1946 - Salvador BA - 10º Salão de Ala Decenário

1947 - Salvador BA - Esculturas e Desenhos, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1947 - Salvador BA - Mario Cravo Júnior e Carlos Bastos, na Galeria da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia

1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia

1949 - Salvador BA - 8ª Exposição em Homenagem ao IV Centenário da Bahia

1949 - Salvador BA - Coletiva, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1950 - Salvador BA - Novos Artistas Baianos, no Museu do Instituto Geográfico e Histórico

1950 - São Paulo SP - Da Natureza à Arte, no Museu de Arte Moderna de São Paulo

1951 - Salvador BA - 3º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé - 2º prêmio

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1952 - Paris (França) - Salão de Maio

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte Moderna

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no Museu de Arte Moderna

1952 - Santiago (Chile) - Artistas Brasileiros

1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1952 - Veneza (Itália) - 26ª Bienal de Veneza

1953 - Recife PE - Mario Cravo Júnior e Carybé, no Teatro de Santa Isabel

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados

1954 - Berna (Suíça) - Gravadores Brasileiros, no Museu Rath Berna

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1955 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna - 1º prêmio

1955/1956 - Neuchatel (Suíça) - Artistas Primitivos e Modernos Brasileiros Neuchatel

1956 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Sacra da Pontifícia Universidade Católica do Brasil - 2º prêmio

1956 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Sacra da Pontifícia Universidade Católica

1956 - Salvador BA - 6º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Oxumaré

1956 - Salvador BA - Artistas Modernos da Bahia, na Galeria Oxumaré

1957 - Montevidéu (Uruguai) - Grabados Brasileños

1957 - Rio de Janeiro RJ - Salão para Todos, no Ministério da Educação e Cultura

1957 - Santos SP - 1º Salão de Belas Artes de Santos

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1957 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, no Museu de Arte Moderna

1957 - Tóquio (Japão) - 1ª Bienal Internacional de Gravura de Tóquio, no Museu Nacional de Arte Moderna

1958 - Belo Horizonte MG - A Gravura Brasileira, no Museu de Arte Pampulha

1958 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal Internacional y Grabados

1958 - Salvador BA - Exposição de Arte Plástica Forte de Mont Serrat

1958 - Santos SP - 5º Salão de Belas Artes de Santos

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus

1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma

1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma

1959 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de Belas Artes

1959 - Salvador BA - Artistas Modernos

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Macunaíma

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Veneza (Itália) - O Brasil na 30ª Bienal de Veneza

1961 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Belas Artes

1961 - Salvador BA - Coletiva, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - Colorado (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no Fine Art Center Colorado Springs

1962 - Minneapolis (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no Walter Art Center

1962 - São Francisco (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no San Francisco Museum of Art

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no Museu de Arte Moderna

1962 - St. Louis (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no City Art Museum of St. Louis

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1963 - Washington (Estados Unidos) - Brazilian Sculpture at Dupont Square

1963 - Washington (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no Pan American Union

1964 - Berlim (Alemanha) - 13ten Ausstellung des Deutshen Kunstlerbundes

1964 - Berlim (Alemanha) - Ausländische Gäste

1964 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Oper Berlin

1964 - Berlim (Alemanha) - Mario Cravo Jr., Skulpture in den Vitrinen

1964 - Berlim (Alemanha) - Stadien un Impulse

1964 - Washington (Estados Unidos) - Cravo, Sculpture and Drawings, no Institute of Contemporary Arts e no Brazilian American Cultural Institute

1965 - Belo Horizonte MG - Desenhistas Brasileiros em Coleções Mineiras - na Reitoria da UMG

1966 - Madri (Espanha) - Artistas de Bahia, no Instituto de Cultura Hispânica

1966 - Porto Alegre RS - Mostra de Arte Baiana, na Assessoria Riograndense de Imprensa/Galeria Cândido Portinari

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1967 - Bonn (Alemanha) - Beethovenhalle Bonn

1967 - Londres (Reino Unido) - In Our View, na Graves Art Gallery College of Hans and Elsbeth Juda

1967 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, na A Galeria

1968 - Nova York (Estados Unidos) - Art of Bahia

1968 - Rio de Janeiro RJ - A Gravura Brasileira, no Museu Histórico Nacional

1968 - São Paulo SP - 1ª Exposição Internacional de Gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado

1969 - São Paulo SP - Carybé, Carlos Bastos e Mario Cravo Jr., na Galeria de Arte Portal

1970 - Berlim (Alemanha) - DAAD, no Goethe Institut

1971 - Paris (França) - 4ª Exposition Internationale de Sculpture Contemporaine, no Museu Rodin

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Belo Horizonte MG - Exposição Ilustrada de Jorge Amado

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1977 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Escultura ao Ar Livre, no Sesc

1977 - Salvador BA - Coletiva de Inauguração, na Galeria Grossman

1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz

1979 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Parque da Catacumba

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1979 - São Paulo SP - Praça da Sé

1980 - Lisboa (Portugal) - Seis Artistas da Bahia

1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar

1981 - Recife PE - Exposição Recife - Latino-Americana

1981 - Recife PE - Exposição, na Galeria Augusto Rodrigues

1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Rio de Janeiro RJ - Cinco Artistas Brasileiros, na Galeria Aktuel

1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete

1987 - Salvador BA - Doze Artistas Brasileiros, na Anarte Galeria

1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no The Bronx Museum of the Arts

1988 - Salvador BA - Escritório de Arte da Bahia Pinturas e Esculturas

1988 - Salvador BA - Os Ilustradores de Jorge Amado, na Fundação Casa de Jorge Amado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no El Paso Museum of Art

1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no San Diego Museum of Art

1989 - San Juan (Puerto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Instituto de Cultura Puertorriqueña

1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date

1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte

1993 - Salvador BA - Exposição Comemorativa dos 70 Anos de Mário Cravo, no Sebrae

1995 - Fortaleza CE - Escritório de Arte

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

1996 - São Paulo SP - Norfest´96: artes visuais, no D&D Shopping

1997 - São Paulo SP - 3º United Artists: luz, na Casa das Rosas

1998 - São Paulo SP - 2º Eletromidia de Arte

1998 - São Paulo SP - Pau Para Toda Obra, no Sesc

1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão

1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro

1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra

1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu de Arte Moderna

1999 - São Paulo SP - A Ressacralização da Arte, no Sesc Pompéia

2000 - Salvador BA - Exposição ACBEU Magalhães Netto, na Galeria ACBEU

2002 - Salvador BA - Arte Bahia 2002, no Museu de Arte Moderna de Salvador

2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, na Caixa Cultural

2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake

2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes

2006 - São Paulo SP - A Imagem do Som de Dorival Caymmi, no Museu Afro-Brasil

2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no Museu de Arte de São Paulo

2007 - São Paulo SP - Arte-Antropologia, no MAC Cidade Universitária

Fonte: MARIO Cravo Júnior. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5514/mario-cravo-junior>. Acesso em: 28 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Mario Cravo Junior Wikipédia

Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de Carlos Bastos e Genaro de Carvalho. Em 70 anos de atividade como artista plástico, ele reúne inúmeras exposições individuais e coletivas, prêmios, esculturas em espaços abertos em muitos pontos do Brasil, sobretudo em Salvador, além de obras adquiridas por museus internacionais.

Vida

Seus pais, Mario da Silva Cravo (próspero fazendeiro e comerciante) e Marina Jorge Cravo (prima do poeta Castro Alves), moravam em Salvador quando Mario, o primeiro de quatro filhos, nasceu. A família veio de Alagoinhas numa tentativa de se instalar em Salvador, mas em poucos anos retornaram à Alagoinhas pois seu pai foi eleito prefeito da cidade. A política esteve presente na vida de seu pai, apesar de ser comerciante e fazendeiro, uma tradição de família. Também escreveu um livro, "Memórias de um homem de boa fé" (1975). Já sua mãe gostava de literatura e poesia, sendo responsável pelos primeiros contatos de Mário com os livros.

Na fase escolar retorna a Salvador para estudar, onde frequenta o Colégio Antônio Vieira. É nesse período que ele descobre sua habilidade para o desenho e seu interesse pela astronomia. Na puberdade, Mario começa a experimentar a argila do Rio Itapicuru, dando-a forma. Nesta mesma época, embora tenha montado um observatório na fazenda que seu pai comprou no interior da Bahia, sua vontade de se tornar um astrônomo foi liquidada pelo fato de saber que teria de estudar engenharia e daí por diante fazer cálculos de maré. Após um período conflituoso entre vocações profissionais, Mario começa a se conscientizar de seu dom artístico. Entre viagens pelo interior da Bahia e o exercício da escultura, a confiança e a decisão de ser tornar um escultor já cresciam dentro dele. Em 1945 casa-se com Lúcia e desta união nascem quatro filhos, o primeiro é Mariozinho, hoje conhecido como Mario Cravo Neto, fotógrafo.

Obras

Uma de suas características é o monumentalismo, que está presente em sua escultura mais conhecida, a "Fonte da Rampa do Mercado" (1970), localizada na Praça Cairu, Cidade Baixa, Salvador (BA), entre o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Foi encomendada pelo então Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães. Em fibra de vidro e estrutura metálica. Mede 16 metros de altura.; monumento este vítima de incêndio em 21 de dezembro de 2019.

Obras em Salvador

  • Fonte da Rampa do Mercado ou Monumento à Cidade do Salvador (Praça Cairu), 1972; monumento este vítima de incêndio em 21 de dezembro de 2019.

  • Portões do Museu de Ciência & Tecnologia da Bahia (Primeiro Museu Interativo da América Latina), em Salvador (Av. Jorge Amado, Imbuí).

  • Cruz Caída (Belvedere da Sé), 1999

  • Memorial a Clériston Andrade (Av. Anita Garibaldi), 1983

  • Sereia de Itapuã ou Iemanjá (Itapuã), 1958

  • Orixás - 3 esculturas "Oxalá", "Iemanjá", "Exú" - 6 relevos de orixás na base de "Oxalá" (Jardim da Agência Central dos Correios - Pituba), 1984

  • Cruzeiro (Ed. Casa do Comércio - Av. Tancredo Neves)

  • 108 esculturas ao ar livre (Parque das Esculturas do Espaço Mario Cravo)

  • 7 esculturas ao ar livre (Parque Metropolitano de Pituaçu)

  • Tentação de Santo Antônio (SEPLANTEC - CAB)

  • Memorial ao Reitor Edgard Santos (Reitoria da UFBA)

  • Cabeça de Rui Barbosa (Fórum Ruy Barbosa)

  • Crarvore, Antônio Conselheiro, Alado antropófago (Parque das Esculturas do Museu de Arte Moderna da Bahia - Solar do Unhão)

Obras no resto da Bahia

  • Cristo Crucificado da Serra do Periperi, Vitória da Conquista

  • Cruz comemorativa dos 500 anos do descobrimento do Brasil, Porto Seguro

  • Energia em expansão no COPEC, Camaçari

  • Stela comemorativa e Totem comemorativo na Barragem Pedra do Cavalo, Cachoeira

Obras no resto do Brasil

Exu mola de Jipe no MAM-SP.

Exu mola de Jipe no MAM-SP.

Exú dos Ventos na UFRJ - Campus do Fundão, Rio de Janeiro/RJ

Exú Mola de Jipe (Jardim de Esculturas do Museu de Arte Moderna de São Paulo), São Paulo/SP

Tocador de Berimbau, Alado e Broto no Hotel Nacional, Brasília/DF[5]

Formação

1938–1943: Região Nordeste do Brasil - Viagens de interesse artístico pelo interior da Bahia e do Nordeste

1945–1946: Salvador - Trabalha no ateliê do santeiro popular Pedro Ferreira, com cedro e jacarandá

1945: Rio de Janeiro - Estágio no ateliê de Humberto Cozzo

1947–1949: Nova Iorque (Estados Unidos) - Durante seis meses, é aluno especial do escultor de origem iugoslava Ivan Meštrović, na Escola de Belas Artes da Syracuse University. Nesse período tem contatos com Jacques Lipchitz e instala seu ateliê em Greenwich Village, nas proximidades da Washington Square

1954: Salvador, Graduação em belas artes na UFBA

1964–1965: Berlim (Alemanha) - Como artista convidado, participa do programa Artists in Residence e realiza várias exposições

1966: Salvador, Doutor em belas artes pela UFBA

Fonte: https://www.wikiwand.com/pt/M%C3%A1rio_Cravo,
consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

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De piloto frustrado a artista genial: histórias de quem conviveu com Mario Cravo Jr

Artista contrariou a arte de seu tempo para criar tendências e trazer o novo

A Bahia quase perdeu a genialidade artística de Mario Cravo Júnior uns 40 anos antes de sua morte. O culpado seria ele mesmo e sua paixão pelo automobilismo. Ainda bem, contentou-se em realizar nos filhos o que ele gostaria de ter sido. “Ele viu em mim o que ele queria ser na época: piloto de carros”, contou Ivan Ferraz Cravo, hoje o filho mais velho do artista.

Naquela época, década de 1970, as corridas aconteciam na Avenida Centenário. Tempos em que Lulu Geladeira, André Buriti, Maurício Castro Lima e os Cravos aceleravam fundo. “Mas ele não pilotava. Só ia ver as corridas e patrocinava a gente”, lembrou Ivan. Em uma oficina na Avenida Garibaldi eram construídas as máquinas de fibra de vidro e ferragens. Nos domingos de corrida, nem sempre os Cravos chegavam à frente.

É que ali, na mesma oficina, também eram feitas as obras de arte. A essa altura, os automóveis eram só um hobby para Mario Cravo. Já a arte... era trabalho. Muito trabalho. Aí sim, relatam todos que conviveram com seus processos criativos, ele sempre esteve à frente do seu tempo.

Quando todos reverenciavam suas esculturas em madeira, inventou de usar o ferro. Quando reverenciavam o ferro, ele introduziu a resina. “Ninguém se interessava por resina, mas Mario apostava que era o futuro. Depois que aquilo foi digerido pelo público, virou tendência”, lembrou Sérgio Rabinovitz, um de seus pupilos. “Mario Cravo foi o primeiro cara a me mostrar um computador. Estava sempre à frente”.

Fernando Sodake, filho adotivo de Mario Cravo, acredita que a multiplicidade e ineditismo da obra do pai estava no fato de ele não fazê-la por encomenda. “Meu pai não fazia a arte dele para os outros, fazia para ele. Talvez aí esteja a grande força de sua obra. Não tinha preocupação comercial com sua arte. Foi um artista na essência”.

Privilegiados

Do seu tempo, no que fazia, não havia igual. E todos reconheciam isso, inclusive os outros artistas. É o que lembra Rabinovitz, que antes de Mario conheceu a arte de Calazans Neto. “Entrei pela primeira vez no ateliê de Mario Cravo levado pelo meu pai. Eu fazia xilogravura. Calazans já tinha me ensinado tudo o que podia. Chegou uma hora que ele me disse: ‘Rapaz, eu já te ensinei tudo o que podia. Agora só Mario Cravo. Procure ele’”, contou Rabinovtz, ao mesmo tempo sorrindo e emocionado.

O filho Ivan diz que houve um momento em que seu pai esteve no auge. “Um dos períodos mais importantes da trajetória do meu pai foi no período de ACM, o velho ACM. Foi quando ele fez essas obras gigantes. Não posso negar que, nessa época, ele foi reconhecido”. Graças a algumas dessas obras, é impossível andar por Salvador sem enxergar os monumentos construídos por ele.

Da Cruz Caída, no Belvedere da Sé, à Fonte do Mercado ou Monumento à Cidade do Salvador, na Praça Cayru, o filho diz que, só de obras doadas à cidade e ao estado, estão catalogadas mais de 800.

Mario Cravo não só mexia com metal como tinha uma saúde de ferro. De estatura alta, parecia inabalável. Mas a morte do filho, o fotógrafo Mario Cravo Neto, fez ele curvar-se por um bom tempo. “Foi a primeira vez que vi ele abatido. Ele perdeu o braço direito. Viviam juntos”, lembrou o motorista Antônio Fernando Gomes, funcionário de Mario Cravo por mais de 30 anos.

No momento de seu velório, eis que surgem brincadeiras e revelações. Ivan Cravo brincou com a fama de sedutor do pai. “Era muito mulherengo”. Alguém também lembrou que, além de escultor, gravador, pintor e desenhista, Mario Cravo também foi poeta. E até isso estava no sangue. Sua mãe era prima de Castro Alves.

Junto com Carybé, Pierre Verger e Jorge Amado, formou uma trupe que “criou” o conceito de baianidade. Frequentavam espaços do povo, como o Barracão do Mestre Waldemar, local em que capoeiristas valentões da época vadiavam aos domingos. “A verdade é que esses caras fizeram a Bahia ser conhecida no mundo todo. Não é à toa que uma fundação na Alemanha chamou ele para morar lá dois anos”.

Legado

Privilegiado em dobro, Ramiro Bernabo, filho de Carybé, conheceu Mario Cravo nos anos 50. “Ele previu todo esse movimento artístico globalizado que existe hoje. O que ele fazia aqui nos anos 50 era absurdo, comparável a artistas europeus. Rolava um estranhamento. Certa vez ele foi vaiado em uma exposição que usou ferro”, disse Ramiro, também artista plástico.

O preço por estar à frente do seu tempo foi alto, mas valeu a pena. Sempre vale. Artista mais novo, Bel Borba também bebe em sua fonte. “Ele não é só modernista. A obra dele é contemporânea”. Artistas de rua menos conhecidos também fizeram questão de dizer o quanto suas obras estão entranhadas da arte de Mario Cravo. “Não foram poucas vezes que deitei no Parque de Pituaçu e viajei naquelas obras”, disse André Fernandes, se aproximando do caixão para reverenciar o mestre.

A obra pode até se perder, mas o legado permanece. Ainda mais em uma família de artistas. Na família Cravo, quem não lida com a arte de mexer com carros produz outras obras. O talento dos Cravos, presente nos filhos, chegou aos netos Christian, que é fotógrafo, Lucas, pintor, e Akira, escultor e fotógrafo. “A maior inspiração é a intuição dele. Ele dizia que a arte não é aprendizado. É sentir”, disse Akira, filho de Mario Cravo Neto.

Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/de-piloto-frustrado-a-artista-genial-historias-de-quem-conviveu-com-mario-cravo-jr/,
por Alexandre Lyrio, atualizado em 03 de agosto de 2018, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

Mario Cravo Júnior (Salvador, Bahia, 13 de abril de 1923 - Idem, 01 de julho de 2018) foi um escultor, gravador, desenhista, professor e poeta brasileiro. Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia e é considerado um dos grandes artistas brasileiros do século XX.

Mário Cravo Júnior

Mario Cravo Júnior (Salvador, Bahia, 13 de abril de 1923 - Idem, 01 de julho de 2018) foi um escultor, gravador, desenhista, professor e poeta brasileiro. Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia e é considerado um dos grandes artistas brasileiros do século XX.

Biografia Itaú Cultural

Filho de um próspero fazendeiro e comerciante, executa suas primeiras esculturas entre 1938 e 1943, período em que viaja pelo interior da Bahia. Em 1945, trabalha com o santeiro Pedro Ferreira, em Salvador, e muda-se para o Rio de Janeiro, estagia no ateliê do escultor Humberto Cozzo (1900-1973). Realiza sua primeira exposição individual em 1947, em Salvador. Nesse ano, é aceito como aluno especial do escultor iugoslavo Ivan Mestrovic (1883-1962) na Syracuse University, no Estado de Nova York, Estados Unidos, e, após a conclusão do curso, muda-se para a cidade de Nova York. De volta a Salvador, em 1949, instala ateliê no largo da Barra, que logo se torna ponto de encontro de artistas como Carlos Bastos (1925-2004), Genaro (1926-1971) e Carybé (1911-1997). Em 1954, passa a lecionar na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Entre 1964 e 1965, mora em Berlim, patrocinado pela Fundação Ford. Retorna ao Brasil em 1966, ano em que obtém o título de doutor em belas artes pela UFBA e assume o cargo de diretor do Museu de Arte da Moderna da Bahia (MAM/BA), posição que ocupa até 1967. Em 1981 coordena a implantação do curso de especialização em gravura e escultura da Escola de Belas Artes da UFBA. Em 1994, doa várias obras para o Estado da Bahia, que passam a compor o acervo do Espaço Cravo, localizado no Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador.

Análise

A obra de Mario Cravo Júnior transita entre as mais diversas tradições artísticas, que incluem cerâmica, imaginária popular, ex-votos e manifestações culturais regionais com as quais entra em contato nas inúmeras viagens que realiza, ainda muito jovem, pelo interior do Nordeste.

Na década de 1940, o artista, além do desenho e da pintura, dedica-se à escultura, tendo como materiais principais a madeira, as pedras e os metais, e volta-se ao aproveitamento das formas naturais. O uso do ferro e a temática inspirada em mitos afro-brasileiros intensificam-se durante a década de 1960, gerando a série Alados.

Sua obra incorpora bases arcaicas ligadas ao universo popular baiano, apresentando também um refinamento tecnológico. A simplificação formal dessas peças, nas quais o artista busca formas puras, despojadas e relacionadas ao mundo orgânico e natural, faz com que seus trabalhos apresentem afinidades com obras de Barbara Hepworth (1903-1975) e Henry Moore (1898-1986).

Críticas

"As viagens que realizou, ainda muito jovem, pelo interior da Bahia e do Nordeste, estudando as manifestações culturais afro-baianas e entrando em contato com as inscrições rupestres no município de Milagres; o trabalho na oficina do santeiro baiano Pedro Ferreira, em Salvador, introduzindo-se nas técnicas tradicionais da escultura em madeira; o aprendizado da modelagem em barro já sob disciplina mais rígida, com Humberto Cozzo, no Rio; e o aperfeiçoamento na escultura em pedra e mármore, com Ivan Mestrovic, nos EUA - eis os quatro aspectos essenciais de uma polaridade de visão e de expressão do mundo, que define a atividade escultórica de Mário Cravo Jr. De fato, sua obra tem sucessiva ou simultaneamente incorporado a base arcaica popular e o refinamento civilizatório, a magia e a racionalidade, os materiais naturais e as matérias-primas da tecnologia, a rudeza e o despojamento da disciplina geométrica, o orgânico e o inorgânico, o nacional e o universal. Depois de longos anos de trabalho com o ferro (´material insólito e frágil, ao mesmo tempo terno e bárbaro´, como ele diz), a pedra e o mármore, basicamente interessado na figuração de um substrato mágico e mítico ou no registro de processos naturais, concentrou-se, a partir de fase mais recente, no aproveitamento das possibilidades matéricas específicas do poliéster, inclusive sua estrutura interna sob focos luminosos. Embora a simplificação formal, quase sensualmente geométrica, dessas novas peças pareça tê-lo transferido para o âmbito de pesquisas abstratas puras, ainda aqui subsiste, como num paralelo com Bárbara Hepworth e Henry Moore, um diálogo de analogias com o mundo orgânico ou natural. Ele próprio o indica: ´As minhas formas mais puras, mais despojadas, têm relação com o mundo orgânico. São núcleos, formas germinantes, óvulos ou ovulação, crescimento, etc. , todos eles termos essencialmente figurativos, embora não apresentados por forma humana ou animal. Estou preocupado em sintetizar estruturalmente, economicamente, o universo baiano, em princípio´".

Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio Artes, 1973. p. 291.)

"(...) a obra de Mário Cravo Jr. é o resultado de uma correspondência real com o próprio meio. Fundamentada na exuberância das tradições populares baianas e continuamente ativada por um impulso experimental, ela adquiriu configurações demasiado versáteis nos aspectos materiais, técnicos e estéticos. Entretanto, essa desenvoltura múltipla caracteriza-se, como afirma Wilson Rocha, por sua natureza de ´pesquisa eminentemente plástica´, conduzindo o artista a um sentimento dramático da existência. Mário Cravo esculpiu em pedra, madeira, metais diversos, resinas de poliéster pigmentadas, obedecendo à natureza intrínseca de cada elemento, procurando introduzir, na visão ecológica que procura, os estímulos do espírito de síntese que marca o desenvolvimento da escultura moderna".

Walter Zanini (ZANINI, Walter (org). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 2, p. 723.)

"Wilson Rocha, ao escrever que a escultura de Mário Cravo ´repousa numa unidade gerada por elementos de raça e cultura, precedida de uma forte tradição religiosa e apoiada por uma poderosa força popular´, estava referindo-se ao seu Antônio Conselheiro, de 1955, esculpido em madeira com mais de 4 metros de altura. Porém, Mário Cravo tornou-se antes de tudo um experimentador de novos materiais e novas técnicas escultóricas. E, mais, acreditando que a escultura adquire sua grandeza específica quando respira livre nos espaços abertos, passou a destinar suas obras a praças e edifícios públicos, que ele considera ´os únicos lugares dignos para a escultura contemporânea´.

Sua obra mais conhecida é Fonte da Rampa do Mercado, construída com fibra de vidro, com 16 metros de altura, que se encontra defronte do novo Mercado Modelo, na Cidade Baixa, em Salvador. Esta obra, de grande appeal popular, sintetiza as várias características de Mário Cravo, tais como monumentalismo, sensualidade e ousadia, aliadas à busca de novas técnicas e materiais. E, o que é mais importante, ela revela uma preocupação com o entorno urbanístico, pois, como lembrou o artista ao definir a escala da obra, levou em conta ´o triângulo de massas arquitetônicas mais importantes da área, delimitada pelo prédio da velha alfândega, o Elevador Lacerda e a Igreja da Conceição da Praia´".

Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Arte pública: da praça à telemática. In: A METRÓPOLE e a arte. São Paulo: Prêmio: Banco Sudameris Brasil, 1992. p. 74-76.)

Acervos

Fundação Raimundo Castro Maia, Rio de Janeiro, Brasil.

Instituto de Belas Artes - Porto Alegre RS

Museu Carlos Costa Pinto - Salvador BA

Museu de Arte da Pampulha - Belo Horizonte MG

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - SP

Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA - Salvador BA

Museu de Arte Moderna de Berlim (Alemanha)

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ

Museu de Arte Popular da Bahia

Museu do Estado da Bahia

useu Hermitage - Leningrado (Rússia)

Museum of Modern Art - Jerusalem (Israel)

Museum of Modern Art - MoMA - Nova York (Estados Unidos)

Pinacoteca do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

Walker Art Center - Minneapolis (Estados Unidos)

Exposições Individuais

1947 - Salvador BA - Individual, no Edifício Oceania

1947 - Salvador BA - Esculturas e desenhos, na Associação Cultural Brasil - Estados Unidos

1949 - Salvador BA - Individual, no Edifício Sulacap

1949 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Norlist Gallery

1950 - São Paulo SP - Individual, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand

1950 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Ministério de Educação e Saúde

1951 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré

1954 - Salvador BA - Esculturas e Desenhos, na Rua Chile

1955 - Montevideo (Uruguai) - Amigos del Arte

1955 - Porto Alegre RS - Individual, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1955 - Salvador BA - Belvedere da Sé - ar livre

1956 - Porto Alegre RS - Individual, na Casa Dariano

1958 - Salvador BA - Individual, no Belvedere da Sé - ar livre

1959 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1959 - Salvador BA - Colóquio Luso-Brasileiro, na Escola de Teatro da UFBA

1959 - Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte Moderna de Pampulha

1959 - São Paulo SP - Individual, na Praça da República - ar livre

1959 - São Paulo SP - Individual, no Saguão do Edifício Guinle

1960 - Salvador BA - Individual, no Diretório Acadêmico da Escola de Belas Artes

1960 - Salvador BA - Individual, no Museu de Arte Moderna da Bahia

1961 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie

1962 - São Paulo SP - Individual, na Petite Galerie

1963 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Rathus Spandau

1964 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Institute of Contemporary Arts

1964 - Wasghington (Estados Unidos) - Cravo

1964 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian American Cultural Institute

1965 - Salvador BA - 3 Estados do Ferro, na Galeria Convivium

1965 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Jardim da Embaixada Brasileira

1966 - Rio de Janeiro RJ - 3 Estados do Ferro, na Galeria Bonino

1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia

1966 - Brasília DF - Individual, no Hall do Hotel Nacional

1968 - São Paulo SP - Cravo, na A Galeria

1971 - São Paulo SP - Individual, no Paço das Artes

1971 - Fortaleza CE - Cravo, na Galeria Recanto de Ouro Preto

1971 - Salvador BA - Mario Cravo Junior, na Galeria Círculo

1972 - Rio de Janeiro RJ - Cravo, na Galeria Bonino

1972 - São Paulo SP - Cravo, na Galeria Documenta

1972 - São Paulo SP - Exposição, na A Galeria

1976 - Belo Horizonte MG - Mario Cravo, na Galeria Ami

1977 - São Paulo SP - Exposição, na Galeria Scultura

1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Scultura

1980 - Salvador BA - Cravo 80, no Farol da Barra

1983/1984 - Salvador BA - Exposição no lançamento do livro Cravo

1983/1984 - Rio de Janeiro RJ - Exposição no lançamento do livro Cravo

1983/1984 - São Paulo SP - Exposição no lançamento do livro Cravo

1984 - Salvador BA - CRAVO, linha, forma e volume, no Núcleo de Artes do Desenbanco

1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Múltipla

1986 - Zurique (Suíça) - Esculturas e desenhos, na Galeria Ammann & Misteli

1987 - Salvador BA - Escultural e desenhos, na Galeria ÉPOCA

1987 - Rio de Janeiro RJ - Esculturas e desenhos, na Galeria Anna Maria Niemeyer

1990 - Salvador BA - Individual, na Ada Galeria

1993 - Salvador BA - Individual, na Fundação Casa de Jorge Amado

1993 - Salvador BA - Individual, no Sebrae

1998 - Salvador BA - Cravo Formas e Mitos, no Museu de Arte Moderna da Bahia

2002 - Salvador BA - Evocações, na Paulo Darzé Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1943 - Salvador BA - 7º Salão de ALA

1944 - Salvador BA - 1º Salão de Arte Americana, na Associação Cultural Brasil Estados Unidos

1946 - Salvador BA - 10º Salão de Ala Decenário

1947 - Salvador BA - Esculturas e Desenhos, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1947 - Salvador BA - Mario Cravo Júnior e Carlos Bastos, na Galeria da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia

1949 - Salvador BA - 1º Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia

1949 - Salvador BA - 8ª Exposição em Homenagem ao IV Centenário da Bahia

1949 - Salvador BA - Coletiva, na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos

1950 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1950 - Salvador BA - Novos Artistas Baianos, no Museu do Instituto Geográfico e Histórico

1950 - São Paulo SP - Da Natureza à Arte, no Museu de Arte Moderna de São Paulo

1951 - Salvador BA - 3º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé - 2º prêmio

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1952 - Paris (França) - Salão de Maio

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte Moderna

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no Museu de Arte Moderna

1952 - Santiago (Chile) - Artistas Brasileiros

1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1952 - Veneza (Itália) - 26ª Bienal de Veneza

1953 - Recife PE - Mario Cravo Júnior e Carybé, no Teatro de Santa Isabel

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados

1954 - Berna (Suíça) - Gravadores Brasileiros, no Museu Rath Berna

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1955 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna - 1º prêmio

1955/1956 - Neuchatel (Suíça) - Artistas Primitivos e Modernos Brasileiros Neuchatel

1956 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Sacra da Pontifícia Universidade Católica do Brasil - 2º prêmio

1956 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Sacra da Pontifícia Universidade Católica

1956 - Salvador BA - 6º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Oxumaré

1956 - Salvador BA - Artistas Modernos da Bahia, na Galeria Oxumaré

1957 - Montevidéu (Uruguai) - Grabados Brasileños

1957 - Rio de Janeiro RJ - Salão para Todos, no Ministério da Educação e Cultura

1957 - Santos SP - 1º Salão de Belas Artes de Santos

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1957 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, no Museu de Arte Moderna

1957 - Tóquio (Japão) - 1ª Bienal Internacional de Gravura de Tóquio, no Museu Nacional de Arte Moderna

1958 - Belo Horizonte MG - A Gravura Brasileira, no Museu de Arte Pampulha

1958 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal Internacional y Grabados

1958 - Salvador BA - Exposição de Arte Plástica Forte de Mont Serrat

1958 - Santos SP - 5º Salão de Belas Artes de Santos

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus

1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma

1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma

1959 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de Belas Artes

1959 - Salvador BA - Artistas Modernos

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Macunaíma

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Veneza (Itália) - O Brasil na 30ª Bienal de Veneza

1961 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Belas Artes

1961 - Salvador BA - Coletiva, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - Colorado (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no Fine Art Center Colorado Springs

1962 - Minneapolis (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no Walter Art Center

1962 - São Francisco (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no San Francisco Museum of Art

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no Museu de Arte Moderna

1962 - St. Louis (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no City Art Museum of St. Louis

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1963 - Washington (Estados Unidos) - Brazilian Sculpture at Dupont Square

1963 - Washington (Estados Unidos) - New Art of Brazil, no Pan American Union

1964 - Berlim (Alemanha) - 13ten Ausstellung des Deutshen Kunstlerbundes

1964 - Berlim (Alemanha) - Ausländische Gäste

1964 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Oper Berlin

1964 - Berlim (Alemanha) - Mario Cravo Jr., Skulpture in den Vitrinen

1964 - Berlim (Alemanha) - Stadien un Impulse

1964 - Washington (Estados Unidos) - Cravo, Sculpture and Drawings, no Institute of Contemporary Arts e no Brazilian American Cultural Institute

1965 - Belo Horizonte MG - Desenhistas Brasileiros em Coleções Mineiras - na Reitoria da UMG

1966 - Madri (Espanha) - Artistas de Bahia, no Instituto de Cultura Hispânica

1966 - Porto Alegre RS - Mostra de Arte Baiana, na Assessoria Riograndense de Imprensa/Galeria Cândido Portinari

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1967 - Bonn (Alemanha) - Beethovenhalle Bonn

1967 - Londres (Reino Unido) - In Our View, na Graves Art Gallery College of Hans and Elsbeth Juda

1967 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, na A Galeria

1968 - Nova York (Estados Unidos) - Art of Bahia

1968 - Rio de Janeiro RJ - A Gravura Brasileira, no Museu Histórico Nacional

1968 - São Paulo SP - 1ª Exposição Internacional de Gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado

1969 - São Paulo SP - Carybé, Carlos Bastos e Mario Cravo Jr., na Galeria de Arte Portal

1970 - Berlim (Alemanha) - DAAD, no Goethe Institut

1971 - Paris (França) - 4ª Exposition Internationale de Sculpture Contemporaine, no Museu Rodin

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Belo Horizonte MG - Exposição Ilustrada de Jorge Amado

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1977 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Escultura ao Ar Livre, no Sesc

1977 - Salvador BA - Coletiva de Inauguração, na Galeria Grossman

1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, na Praça Nossa Senhora da Paz

1979 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Parque da Catacumba

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1979 - São Paulo SP - Praça da Sé

1980 - Lisboa (Portugal) - Seis Artistas da Bahia

1981 - Guarujá SP - Escultura ao Ar Livre, no Hotel Jequitimar

1981 - Recife PE - Exposição Recife - Latino-Americana

1981 - Recife PE - Exposição, na Galeria Augusto Rodrigues

1984 - Ribeirão Preto SP - Gravadores Brasileiros Anos 50/60, na Galeria Campus

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Rio de Janeiro RJ - Cinco Artistas Brasileiros, na Galeria Aktuel

1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1986 - Brasília DF - Baianos em Brasília, na Casa da Manchete

1987 - Salvador BA - Doze Artistas Brasileiros, na Anarte Galeria

1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no The Bronx Museum of the Arts

1988 - Salvador BA - Escritório de Arte da Bahia Pinturas e Esculturas

1988 - Salvador BA - Os Ilustradores de Jorge Amado, na Fundação Casa de Jorge Amado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no El Paso Museum of Art

1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no San Diego Museum of Art

1989 - San Juan (Puerto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Instituto de Cultura Puertorriqueña

1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date

1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte

1993 - Salvador BA - Exposição Comemorativa dos 70 Anos de Mário Cravo, no Sebrae

1995 - Fortaleza CE - Escritório de Arte

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

1996 - São Paulo SP - Norfest´96: artes visuais, no D&D Shopping

1997 - São Paulo SP - 3º United Artists: luz, na Casa das Rosas

1998 - São Paulo SP - 2º Eletromidia de Arte

1998 - São Paulo SP - Pau Para Toda Obra, no Sesc

1999 - Curitiba PR - Arte-Arte Salvador 450 Anos, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão

1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro

1999 - Salvador BA - 100 Artistas Plásticos da Bahia, no Museu de Arte Sacra

1999 - Salvador BA - Arte-Arte Salvador 450 Anos, no Museu de Arte Moderna

1999 - São Paulo SP - A Ressacralização da Arte, no Sesc Pompéia

2000 - Salvador BA - Exposição ACBEU Magalhães Netto, na Galeria ACBEU

2002 - Salvador BA - Arte Bahia 2002, no Museu de Arte Moderna de Salvador

2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, na Caixa Cultural

2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake

2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes

2006 - São Paulo SP - A Imagem do Som de Dorival Caymmi, no Museu Afro-Brasil

2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no Museu de Arte de São Paulo

2007 - São Paulo SP - Arte-Antropologia, no MAC Cidade Universitária

Fonte: MARIO Cravo Júnior. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa5514/mario-cravo-junior>. Acesso em: 28 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Mario Cravo Junior Wikipédia

Faz parte da primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia, ao lado de Carlos Bastos e Genaro de Carvalho. Em 70 anos de atividade como artista plástico, ele reúne inúmeras exposições individuais e coletivas, prêmios, esculturas em espaços abertos em muitos pontos do Brasil, sobretudo em Salvador, além de obras adquiridas por museus internacionais.

Vida

Seus pais, Mario da Silva Cravo (próspero fazendeiro e comerciante) e Marina Jorge Cravo (prima do poeta Castro Alves), moravam em Salvador quando Mario, o primeiro de quatro filhos, nasceu. A família veio de Alagoinhas numa tentativa de se instalar em Salvador, mas em poucos anos retornaram à Alagoinhas pois seu pai foi eleito prefeito da cidade. A política esteve presente na vida de seu pai, apesar de ser comerciante e fazendeiro, uma tradição de família. Também escreveu um livro, "Memórias de um homem de boa fé" (1975). Já sua mãe gostava de literatura e poesia, sendo responsável pelos primeiros contatos de Mário com os livros.

Na fase escolar retorna a Salvador para estudar, onde frequenta o Colégio Antônio Vieira. É nesse período que ele descobre sua habilidade para o desenho e seu interesse pela astronomia. Na puberdade, Mario começa a experimentar a argila do Rio Itapicuru, dando-a forma. Nesta mesma época, embora tenha montado um observatório na fazenda que seu pai comprou no interior da Bahia, sua vontade de se tornar um astrônomo foi liquidada pelo fato de saber que teria de estudar engenharia e daí por diante fazer cálculos de maré. Após um período conflituoso entre vocações profissionais, Mario começa a se conscientizar de seu dom artístico. Entre viagens pelo interior da Bahia e o exercício da escultura, a confiança e a decisão de ser tornar um escultor já cresciam dentro dele. Em 1945 casa-se com Lúcia e desta união nascem quatro filhos, o primeiro é Mariozinho, hoje conhecido como Mario Cravo Neto, fotógrafo.

Obras

Uma de suas características é o monumentalismo, que está presente em sua escultura mais conhecida, a "Fonte da Rampa do Mercado" (1970), localizada na Praça Cairu, Cidade Baixa, Salvador (BA), entre o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia. Foi encomendada pelo então Prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães. Em fibra de vidro e estrutura metálica. Mede 16 metros de altura.; monumento este vítima de incêndio em 21 de dezembro de 2019.

Obras em Salvador

  • Fonte da Rampa do Mercado ou Monumento à Cidade do Salvador (Praça Cairu), 1972; monumento este vítima de incêndio em 21 de dezembro de 2019.

  • Portões do Museu de Ciência & Tecnologia da Bahia (Primeiro Museu Interativo da América Latina), em Salvador (Av. Jorge Amado, Imbuí).

  • Cruz Caída (Belvedere da Sé), 1999

  • Memorial a Clériston Andrade (Av. Anita Garibaldi), 1983

  • Sereia de Itapuã ou Iemanjá (Itapuã), 1958

  • Orixás - 3 esculturas "Oxalá", "Iemanjá", "Exú" - 6 relevos de orixás na base de "Oxalá" (Jardim da Agência Central dos Correios - Pituba), 1984

  • Cruzeiro (Ed. Casa do Comércio - Av. Tancredo Neves)

  • 108 esculturas ao ar livre (Parque das Esculturas do Espaço Mario Cravo)

  • 7 esculturas ao ar livre (Parque Metropolitano de Pituaçu)

  • Tentação de Santo Antônio (SEPLANTEC - CAB)

  • Memorial ao Reitor Edgard Santos (Reitoria da UFBA)

  • Cabeça de Rui Barbosa (Fórum Ruy Barbosa)

  • Crarvore, Antônio Conselheiro, Alado antropófago (Parque das Esculturas do Museu de Arte Moderna da Bahia - Solar do Unhão)

Obras no resto da Bahia

  • Cristo Crucificado da Serra do Periperi, Vitória da Conquista

  • Cruz comemorativa dos 500 anos do descobrimento do Brasil, Porto Seguro

  • Energia em expansão no COPEC, Camaçari

  • Stela comemorativa e Totem comemorativo na Barragem Pedra do Cavalo, Cachoeira

Obras no resto do Brasil

Exu mola de Jipe no MAM-SP.

Exu mola de Jipe no MAM-SP.

Exú dos Ventos na UFRJ - Campus do Fundão, Rio de Janeiro/RJ

Exú Mola de Jipe (Jardim de Esculturas do Museu de Arte Moderna de São Paulo), São Paulo/SP

Tocador de Berimbau, Alado e Broto no Hotel Nacional, Brasília/DF[5]

Formação

1938–1943: Região Nordeste do Brasil - Viagens de interesse artístico pelo interior da Bahia e do Nordeste

1945–1946: Salvador - Trabalha no ateliê do santeiro popular Pedro Ferreira, com cedro e jacarandá

1945: Rio de Janeiro - Estágio no ateliê de Humberto Cozzo

1947–1949: Nova Iorque (Estados Unidos) - Durante seis meses, é aluno especial do escultor de origem iugoslava Ivan Meštrović, na Escola de Belas Artes da Syracuse University. Nesse período tem contatos com Jacques Lipchitz e instala seu ateliê em Greenwich Village, nas proximidades da Washington Square

1954: Salvador, Graduação em belas artes na UFBA

1964–1965: Berlim (Alemanha) - Como artista convidado, participa do programa Artists in Residence e realiza várias exposições

1966: Salvador, Doutor em belas artes pela UFBA

Fonte: https://www.wikiwand.com/pt/M%C3%A1rio_Cravo,
consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

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De piloto frustrado a artista genial: histórias de quem conviveu com Mario Cravo Jr

Artista contrariou a arte de seu tempo para criar tendências e trazer o novo

A Bahia quase perdeu a genialidade artística de Mario Cravo Júnior uns 40 anos antes de sua morte. O culpado seria ele mesmo e sua paixão pelo automobilismo. Ainda bem, contentou-se em realizar nos filhos o que ele gostaria de ter sido. “Ele viu em mim o que ele queria ser na época: piloto de carros”, contou Ivan Ferraz Cravo, hoje o filho mais velho do artista.

Naquela época, década de 1970, as corridas aconteciam na Avenida Centenário. Tempos em que Lulu Geladeira, André Buriti, Maurício Castro Lima e os Cravos aceleravam fundo. “Mas ele não pilotava. Só ia ver as corridas e patrocinava a gente”, lembrou Ivan. Em uma oficina na Avenida Garibaldi eram construídas as máquinas de fibra de vidro e ferragens. Nos domingos de corrida, nem sempre os Cravos chegavam à frente.

É que ali, na mesma oficina, também eram feitas as obras de arte. A essa altura, os automóveis eram só um hobby para Mario Cravo. Já a arte... era trabalho. Muito trabalho. Aí sim, relatam todos que conviveram com seus processos criativos, ele sempre esteve à frente do seu tempo.

Quando todos reverenciavam suas esculturas em madeira, inventou de usar o ferro. Quando reverenciavam o ferro, ele introduziu a resina. “Ninguém se interessava por resina, mas Mario apostava que era o futuro. Depois que aquilo foi digerido pelo público, virou tendência”, lembrou Sérgio Rabinovitz, um de seus pupilos. “Mario Cravo foi o primeiro cara a me mostrar um computador. Estava sempre à frente”.

Fernando Sodake, filho adotivo de Mario Cravo, acredita que a multiplicidade e ineditismo da obra do pai estava no fato de ele não fazê-la por encomenda. “Meu pai não fazia a arte dele para os outros, fazia para ele. Talvez aí esteja a grande força de sua obra. Não tinha preocupação comercial com sua arte. Foi um artista na essência”.

Privilegiados

Do seu tempo, no que fazia, não havia igual. E todos reconheciam isso, inclusive os outros artistas. É o que lembra Rabinovitz, que antes de Mario conheceu a arte de Calazans Neto. “Entrei pela primeira vez no ateliê de Mario Cravo levado pelo meu pai. Eu fazia xilogravura. Calazans já tinha me ensinado tudo o que podia. Chegou uma hora que ele me disse: ‘Rapaz, eu já te ensinei tudo o que podia. Agora só Mario Cravo. Procure ele’”, contou Rabinovtz, ao mesmo tempo sorrindo e emocionado.

O filho Ivan diz que houve um momento em que seu pai esteve no auge. “Um dos períodos mais importantes da trajetória do meu pai foi no período de ACM, o velho ACM. Foi quando ele fez essas obras gigantes. Não posso negar que, nessa época, ele foi reconhecido”. Graças a algumas dessas obras, é impossível andar por Salvador sem enxergar os monumentos construídos por ele.

Da Cruz Caída, no Belvedere da Sé, à Fonte do Mercado ou Monumento à Cidade do Salvador, na Praça Cayru, o filho diz que, só de obras doadas à cidade e ao estado, estão catalogadas mais de 800.

Mario Cravo não só mexia com metal como tinha uma saúde de ferro. De estatura alta, parecia inabalável. Mas a morte do filho, o fotógrafo Mario Cravo Neto, fez ele curvar-se por um bom tempo. “Foi a primeira vez que vi ele abatido. Ele perdeu o braço direito. Viviam juntos”, lembrou o motorista Antônio Fernando Gomes, funcionário de Mario Cravo por mais de 30 anos.

No momento de seu velório, eis que surgem brincadeiras e revelações. Ivan Cravo brincou com a fama de sedutor do pai. “Era muito mulherengo”. Alguém também lembrou que, além de escultor, gravador, pintor e desenhista, Mario Cravo também foi poeta. E até isso estava no sangue. Sua mãe era prima de Castro Alves.

Junto com Carybé, Pierre Verger e Jorge Amado, formou uma trupe que “criou” o conceito de baianidade. Frequentavam espaços do povo, como o Barracão do Mestre Waldemar, local em que capoeiristas valentões da época vadiavam aos domingos. “A verdade é que esses caras fizeram a Bahia ser conhecida no mundo todo. Não é à toa que uma fundação na Alemanha chamou ele para morar lá dois anos”.

Legado

Privilegiado em dobro, Ramiro Bernabo, filho de Carybé, conheceu Mario Cravo nos anos 50. “Ele previu todo esse movimento artístico globalizado que existe hoje. O que ele fazia aqui nos anos 50 era absurdo, comparável a artistas europeus. Rolava um estranhamento. Certa vez ele foi vaiado em uma exposição que usou ferro”, disse Ramiro, também artista plástico.

O preço por estar à frente do seu tempo foi alto, mas valeu a pena. Sempre vale. Artista mais novo, Bel Borba também bebe em sua fonte. “Ele não é só modernista. A obra dele é contemporânea”. Artistas de rua menos conhecidos também fizeram questão de dizer o quanto suas obras estão entranhadas da arte de Mario Cravo. “Não foram poucas vezes que deitei no Parque de Pituaçu e viajei naquelas obras”, disse André Fernandes, se aproximando do caixão para reverenciar o mestre.

A obra pode até se perder, mas o legado permanece. Ainda mais em uma família de artistas. Na família Cravo, quem não lida com a arte de mexer com carros produz outras obras. O talento dos Cravos, presente nos filhos, chegou aos netos Christian, que é fotógrafo, Lucas, pintor, e Akira, escultor e fotógrafo. “A maior inspiração é a intuição dele. Ele dizia que a arte não é aprendizado. É sentir”, disse Akira, filho de Mario Cravo Neto.

Fonte: https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/de-piloto-frustrado-a-artista-genial-historias-de-quem-conviveu-com-mario-cravo-jr/,
por Alexandre Lyrio, atualizado em 03 de agosto de 2018, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

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