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Mario Teles

Mário Teles (Divinópolis, MG, 1942) é um escultor e artesão, filho do célebre artista Geraldo Teles de Oliveira (G.T.O) um dos mais importantes artistas populares brasileiro, responsável por dar continuidade ao trabalho do pai, junto ao seu filho Alex, neto de GTO.

Biografia

Natural de Divinópolis – MG, Mário Teles (1942) começou a esculpir observando e ajudando o pai, o célebre artista G.T.O, a trabalhar nas peças de madeira em casa. Inspirado pela criatividade e sucesso da figura paterna nas artes, Mário Teles trabalha não apenas com a temática do mundo criado, talhado pelo seu pai, mas, principalmente com temáticas folclóricas e regionais de Minas Gerais e outros lugares do Brasil, sua principal característica. Considerado um dos mestres vivos da escultura popular mineira, Mário Teles continua a trabalhar diariamente nas suas composições habitadas por músicos, trabalhadores, sacerdotes e figuras míticas no imaginário popular.

Fonte: http://artedobrasil.com.br/mario_teles.html,
consultado pela última vez em 298 de março de 2020.

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‘Foi fantástico’ diz artesão de MG com obras expostas em novela da Globo. Trabalhos de Alex Teles e Mario Teles apareceram em "A lei do Amor".

Os artesãos Mário Teles e Alex Teles, pai e filho, estão comemorando a repercussão internacional que as obras deles alcançaram dentro da novela “A Lei do Amor”, da Globo. Os dois são de Divinópolis e tiveram esculturas de madeira expostas durante todo o período da novela, sempre no ateliê da personagem de Helô Martins, interpretada pela atriz Cláudia Abreu.

Alex Teles contou que a repercussão ocorreu em nível nacional e internacional. “Foi fantástica. Recebemos pedidos de informações sobre o nosso trabalho de várias partes do mundo, assim como de embaixadas que pediram maiores informações e parabenizaram pelas obras únicas e magnificas”, disse.

Ele ressaltou que as obras foram vendidas após as gravações da novela, que terminou neste sãbado (1º). “Tínhamos um estoque enorme, até porque vamos entalhando e guardando as peças. Boa arte desse estoque foi negociado a partir da divulgação a nível nacional. Cada peça varia de R$ 500 a R$ 100 mil. No período da novela chegamos a vender obras de até R$ 30 mil”, afirmou.

Alex é neto de Geraldo Teles de Oliveira, conhecido como GTO, cujas obras são consideradas genuínas. Ele contou que o avô era analfabeto e entalhava a madeira a partir de sonhos. “É uma arte genuína e exclusiva, não há nada parecido no mundo com o que nós fazemos. Meu avô é o representante da arte popular brasileira", disse.

GTO iniciou a carreira aos 52 anos, sem estudo e a partir de um sonho inspirador. "Nesta época, a Bienal de São Paulo só aceitava artistas contemporâneos e meu avô surgiu para quebrar esse estigma. Ele criava a obra a partir do nada e o mais interessante era que ele não se considerava artista e sim 'o criador', pois aquilo que Deus mandava ele fazer, ele fazia. Ele via as peças no sonho já prontas e então esculpia", explicou o neto.

Ele disse que seu pai, Mário Teles, filho de GTO, sempre observou o pai esculpir suas esculturas, entre elas as "rodas da vida". A primeira delas chegou a ser premiada na África, em 1977. "Foi a primeira roda da vida a sair da América do Sul e ser premiada na África. Quando essa obra voltou ao Brasil, o Itamaraty em parceria com os Correios criaram um selo comemorativo a um artista popular da América do Sul, o meu avô".

Ao se ver como ajudante do pai, Mário percebeu a vocação artística, ainda aos nove anos, demonstrando dom para desenhos. Mais tarde, aos 20 anos, ele começou a fazer pinturas e aos 26 começou a entalhar e criar as próprias obras. Na ocasião, ele se tornou um criador de mandadas, a partir das rodas da vida de GTO.

O neto contou que GTO fio premiado em 126 países e que as grandes galerias e museus têm um exemplar feito por ele. "Meu avô divide espaços com grandes artistas contemporâneos, desde Vincent Van Gogh até o mestre Expedito", afirmou.

Mesmo sendo considerados uma "trindade da arte", pai, filho e neto criam obras diferentes umas das outras. "Cada uma de nossas obras contam com um significado, um tema, um estilo, mas seguem os padrões da arte GTO. Meu avô tinha como carro chefe as rodas da vida, já meu pai as mandadas e eu acredito que entro para dar um fechamento a essa trindade", disse.

"Minhas obras veem para ter aquilo que a obra do meu pai e do meu avô não têm, inclusive estudei vários assuntos para começar minhas obras. Iniciei no ano passado e até agora eu já fiz 10 esculturas, todas vendidas, duas delas para fora do país", concluiu.

Fonte: http://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2017/04/foi-fantastico-diz-artesao-de-mg-com-obras-expostas-em-novela-da-globo.html por Anna Lúcia Silva, atualizado em 02/04/2017, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

Crédito fotográfico: Alex Teles/Divulgação.

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Filho e neto mantêm o legado de GTO, mestre da arte popular brasileira

Mario e Alex Teles seguem os ensinamentos do escultor mineiro, que chamou a atenção com suas famosas mandalas

Geraldo Teles de Oliveira, conhecido como GTO, se tornou um dos mais importantes artistas populares brasileiros, ao criar esculturas com figuras humanas que se amontoam de maneira esquemática e repetida, em geral formando rodas vivas e mandalas, o que apelidava de “A Roda da Vida”. GTO repassou seus conhecimentos ao filho Mario Teles, que por sua vez os transmitiu a Alex Teles, representante da terceira geração. GTO faleceu em 1990, mas “A Roda da Vida” que ele imaginou continua a girar. "Esse é nosso orgulho. Temos enorme gratidão por esse dom que nasceu em nossa família", diz Alex. Mario Teles nasceu em 1942 e começou na arte como pintor em 1964, daí derivando para a escultura, três anos mais tarde. Autodidata, desde pequeno tinha interesse em artesanato, criando, por exemplo, carrinhos. Foi um observador atento e curioso do labor artístico do pai, a quem ajudava entalhando e vazando as peças.

Durante um período, Mario trabalhou na área de saúde e viu GTO fazer sucesso como artista popular. Com um direcionamento preponderante ao folclore, às manifestações populares e movimentos culturais, Mario busca na tradição popular os fatos, a religiosidade, os preconceitos e a sabedoria que tematizam suas esculturas. Daí o fato de sua obra ser classificada como primitiva. Em comparação com o trabalho do pai, a representação humana assume uma proporção maior. A temática carrega uma evidente conotação fantástica, com figuras detalhadas em estruturas verticais e desenhos vazados, trazendo à tona uma sensação de força, equilíbrio e liberdade.

"Minha obra passa muito pelo folclore mineiro. O congado, o pau-de-sebo, a festa junina, os pescadores, a folia e as guardas de reis", diz. Com uma obra espontânea, contemporânea e orgânica, no trabalho de Mario Teles está a essência de uma cultura viva. Torna-se clara a herança que recebeu de GTO, ainda que isso não o caracterize como mais um prosseguidor do estilo paterno. Mario já exerce uma expressão própria, consciente, explorando recortes geometrizados e volumes.Em mais de 50 anos dedicados à arte popular brasileira, Mario Teles marcou presença em mostras e exposições em várias cidades e estados do Brasil e recebeu muitos prêmios.

Suas esculturas chegaram a países como Bélgica, Estados Unidos, Egito, Argentina, Chile, Japão, África do Sul, Alemanha, Iraque, Peru, México, Portugal, entre outros. "Uma pessoa humilde e simples, meu pai é uma grande inspiração. Foi com a arte que conseguiu manter a família, que inteirava para comprar as coisas da casa. Sua arte é fruto dos sonhos e do sofrimento. Agora usamos a criatividade e o talento para expressar a arte que veio dele", afirma. O escultor se lembra com carinho das pescarias e da lida na roça, um divertimento para GTO, mas também conta sobre as vezes em que encontrou o pai triste.

Mario conta que, quando trabalhou em um hospital, em Divinópolis, GTO recebeu do chefe do setor de marcenaria da instituição um pedaço grande de madeira. “Ao que ele respondeu: 'Não sei se sou merecedor, mas aceito de coração'. Naquela noite, sonhou que estava fazendo uma igrejinha e aí entalhou a obra que chamou Igrejinha dos Sonhos, um de seus primeiros trabalhos". Uma das marcas registradas de GTO é a corrente de madeira utilizada em diferentes leituras, entre elas com referências aos negros escravizados e a Cristo acorrentados. A obra é feita sem nenhuma emenda, e o encaixe de cada elo é produzido diretamente na hora do entalhe da madeira, formando uma peça única, maciça. Esse objeto já foi premiado, e Mario prossegue com sua fabricação.

Aos 77 anos, ele diz que a arte é um modo de vida. "Sempre vivi da arte, como meu pai. Somos de origem pobre, e com a arte conquistamos muita coisa. Deus me deu a graça de conseguir externar o que eu sinto."

GTO tem em seu conjunto cerca de 3 mil esculturas; Mario, 15 mil, e Alex passou de sua centésima obra. A entrada de Alex nessa tríade se dá com ele já adulto. Convive com a arte desde criança, tendo observado o avô e o pai no processo de criação.

Talento

Na infância, ele se sentava perto de Geraldo, enquanto o avô esculpia, e ali ficava por horas a fio. "Um pouco antes de sua morte, meu avô falava com meu pai para cuidar de mim, que eu seria a terceira geração, mas que não me pressionasse para isso. Agradeço por esse talento, esse dom, que agora está também em minhas mãos." Aos 44 anos, Alex atribui para si o nome artístico Teles, tem formação em comunicação social, com especialidade em publicidade e propaganda.

Em meados de 2000, envolve-se diretamente no espaço criado pelo avô e ingressa como diretor no Museu Residência Geraldo Teles de Oliveira – GTO (popularmente conhecido como Museu Casa GTO), abrindo para a sociedade a história de memórias e sabedorias que fortalece a cultura da região, mesmo assim de alcance mundial, sem deixar perder a essência da família."Como meu avô dizia, ele veio do povo, da pobreza, para fazer a obra para o povo. Minha missão é justamente trazer de volta não a obra de GTO, mas a memória.

A obra ficará, mas, em relação à memória, ainda há muito que se trabalhar", diz Alex. "O desejo dele era que a arte se democratizasse, que pudesse ser vista por pessoas comuns. Ainda que não tenha frequentado a escola, sem saber o que era a arte, tudo o que conquistou, como dizia, foi com sua fé e perseverança, com muita luta e sem reclamar da vida."Em 2016, com o apoio do pai, Alex começa a criar e entalhar seus próprios trabalhos. Alicerçadas em estudos do inconsciente, as peças lembram sonhos da cultura popular, da arte primitiva, exploram o diálogo e uma linguagem universalista. O artista tem ministrado palestras e oficinas em escolas, universidades e espaços culturais, lançando novas sementes de uma história que teve início na década de 1960.

Sonho

Em um certo momento, Geraldo se viu desempregado e com a família para cuidar. Começou a esculpir em 1965, sem orientação alguma de um professor – era um fazer intuitivo, muito inspirado no que vivia ao sonhar. No princípio, vendia suas peças na região de Divinópolis, onde morava, por valores irrisórios. Hoje, peças na mesma linha chegam a ser avaliadas em R$ 5 mil.

"Ele teve um sonho iluminado, um sonho divino. Assim falava. Dizia que o Espírito Santo pousou em seu ombro e ordenou que ele fizesse a obra de Deus. Começou a produzir mesmo não sabendo ao certo o que estava fazendo, até porque não tinha referências na arte de esculpir a madeira. Dizia que não era nada, apenas um instrumento nas mãos de Deus.

Contava que era impulsionado pelo sono. O sono levava aos sonhos, e nos sonhos tinha contato com o divino, que lhe mostrava o que fazer. Terminou sendo denominado como o artista dos sonhos", diz Alex. Em 1967, GTO realiza sua primeira exposição, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte, o que impulsionou sua fama nacional e internacional. Sem sair do fundo de seu quintal, teve sua obra exposta em mais de 170 países. "Não tinha marchand, não tinha representantes. A obra se fez única por si só. Não há nada parecido no mundo. São peças sem emendas, criadas sem uso de lixas ou máquinas elétricas, somente o material cortante. Naquele tempo, no princípio, meu avô nem conhecia o formão. As primeiras obras ele entalhou com seu canivete, o mesmo com que cortava o fumo", lembra Alex.

Geraldo é natural de Itapecerica, entretanto mudou-se para Divinópolis antes de completar 1 ano, e aí constituiu família. Não conheceu seus pais. O pai e a mãe eram índios e, quando GTO era ainda bebê, viajaram com a tribo para o interior de Goiás.

O pequeno, que não suportaria o percurso, acabou ficando sob a tutela de uma tia na cidade no Oeste de Minas. "Sempre voltava a Itapecerica. Algo o prendia, suas raízes estavam lá. Tudo ali fazia parte dele", conta Alex. GTO teve dois filhos e oito netos. E a quarta geração artística começa a dar sinais. Um de seus bisnetos, aos 10 anos, aprende aos poucos o trabalho de Mario e Alex. "Notamos essa inclinação, um querer. E o início de toda obra de arte é a observação. Quem sabe ele será o seguimento dessa obra, desse novo giro." Para Alex, a arte significa uma exaltação à vida. "Se olharmos para dentro, nos encontramos, e essa é a nossa obra. É a arte feita por mãos mineiras, mãos divinas, uma maneira de agradecer ao povo. Engrandece a nossa roda da vida, a nossa vida dentro da roda. Eu me defino como GTO e como Mario Teles. Sou um pouco GTO, sou um pouco Mario Teles, e sou Teles. Juntos somos GTO. A nossa trindade gira a roda da vida. A vida do menino Geraldinho, que um dia ousou entalhar as madeiras."

Fonte: https://www.uai.com.br/app/noticia/artes-e-livros/2019/09/07/noticias-artes-e-livros,251323/filho-e-neto-mantem-o-legado-de-gto-mestre-da-arte-popular-brasileira.shtml,
por Joana Gontijo, atualizado em 07 de setembro 2019, consultado pela última vez em 25 de março de 2020.

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Videos

GTO, Mario Teles e Alex Teles, três gerações de grandes artistas
https://www.youtube.com/watch?v=a5IAiFSMJuQ

Mário Teles (Divinópolis, MG, 1942) é um escultor e artesão, filho do célebre artista Geraldo Teles de Oliveira (G.T.O) um dos mais importantes artistas populares brasileiro, responsável por dar continuidade ao trabalho do pai, junto ao seu filho Alex, neto de GTO.

Mario Teles

Mário Teles (Divinópolis, MG, 1942) é um escultor e artesão, filho do célebre artista Geraldo Teles de Oliveira (G.T.O) um dos mais importantes artistas populares brasileiro, responsável por dar continuidade ao trabalho do pai, junto ao seu filho Alex, neto de GTO.

Biografia

Natural de Divinópolis – MG, Mário Teles (1942) começou a esculpir observando e ajudando o pai, o célebre artista G.T.O, a trabalhar nas peças de madeira em casa. Inspirado pela criatividade e sucesso da figura paterna nas artes, Mário Teles trabalha não apenas com a temática do mundo criado, talhado pelo seu pai, mas, principalmente com temáticas folclóricas e regionais de Minas Gerais e outros lugares do Brasil, sua principal característica. Considerado um dos mestres vivos da escultura popular mineira, Mário Teles continua a trabalhar diariamente nas suas composições habitadas por músicos, trabalhadores, sacerdotes e figuras míticas no imaginário popular.

Fonte: http://artedobrasil.com.br/mario_teles.html,
consultado pela última vez em 298 de março de 2020.

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‘Foi fantástico’ diz artesão de MG com obras expostas em novela da Globo. Trabalhos de Alex Teles e Mario Teles apareceram em "A lei do Amor".

Os artesãos Mário Teles e Alex Teles, pai e filho, estão comemorando a repercussão internacional que as obras deles alcançaram dentro da novela “A Lei do Amor”, da Globo. Os dois são de Divinópolis e tiveram esculturas de madeira expostas durante todo o período da novela, sempre no ateliê da personagem de Helô Martins, interpretada pela atriz Cláudia Abreu.

Alex Teles contou que a repercussão ocorreu em nível nacional e internacional. “Foi fantástica. Recebemos pedidos de informações sobre o nosso trabalho de várias partes do mundo, assim como de embaixadas que pediram maiores informações e parabenizaram pelas obras únicas e magnificas”, disse.

Ele ressaltou que as obras foram vendidas após as gravações da novela, que terminou neste sãbado (1º). “Tínhamos um estoque enorme, até porque vamos entalhando e guardando as peças. Boa arte desse estoque foi negociado a partir da divulgação a nível nacional. Cada peça varia de R$ 500 a R$ 100 mil. No período da novela chegamos a vender obras de até R$ 30 mil”, afirmou.

Alex é neto de Geraldo Teles de Oliveira, conhecido como GTO, cujas obras são consideradas genuínas. Ele contou que o avô era analfabeto e entalhava a madeira a partir de sonhos. “É uma arte genuína e exclusiva, não há nada parecido no mundo com o que nós fazemos. Meu avô é o representante da arte popular brasileira", disse.

GTO iniciou a carreira aos 52 anos, sem estudo e a partir de um sonho inspirador. "Nesta época, a Bienal de São Paulo só aceitava artistas contemporâneos e meu avô surgiu para quebrar esse estigma. Ele criava a obra a partir do nada e o mais interessante era que ele não se considerava artista e sim 'o criador', pois aquilo que Deus mandava ele fazer, ele fazia. Ele via as peças no sonho já prontas e então esculpia", explicou o neto.

Ele disse que seu pai, Mário Teles, filho de GTO, sempre observou o pai esculpir suas esculturas, entre elas as "rodas da vida". A primeira delas chegou a ser premiada na África, em 1977. "Foi a primeira roda da vida a sair da América do Sul e ser premiada na África. Quando essa obra voltou ao Brasil, o Itamaraty em parceria com os Correios criaram um selo comemorativo a um artista popular da América do Sul, o meu avô".

Ao se ver como ajudante do pai, Mário percebeu a vocação artística, ainda aos nove anos, demonstrando dom para desenhos. Mais tarde, aos 20 anos, ele começou a fazer pinturas e aos 26 começou a entalhar e criar as próprias obras. Na ocasião, ele se tornou um criador de mandadas, a partir das rodas da vida de GTO.

O neto contou que GTO fio premiado em 126 países e que as grandes galerias e museus têm um exemplar feito por ele. "Meu avô divide espaços com grandes artistas contemporâneos, desde Vincent Van Gogh até o mestre Expedito", afirmou.

Mesmo sendo considerados uma "trindade da arte", pai, filho e neto criam obras diferentes umas das outras. "Cada uma de nossas obras contam com um significado, um tema, um estilo, mas seguem os padrões da arte GTO. Meu avô tinha como carro chefe as rodas da vida, já meu pai as mandadas e eu acredito que entro para dar um fechamento a essa trindade", disse.

"Minhas obras veem para ter aquilo que a obra do meu pai e do meu avô não têm, inclusive estudei vários assuntos para começar minhas obras. Iniciei no ano passado e até agora eu já fiz 10 esculturas, todas vendidas, duas delas para fora do país", concluiu.

Fonte: http://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2017/04/foi-fantastico-diz-artesao-de-mg-com-obras-expostas-em-novela-da-globo.html por Anna Lúcia Silva, atualizado em 02/04/2017, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

Crédito fotográfico: Alex Teles/Divulgação.

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Filho e neto mantêm o legado de GTO, mestre da arte popular brasileira

Mario e Alex Teles seguem os ensinamentos do escultor mineiro, que chamou a atenção com suas famosas mandalas

Geraldo Teles de Oliveira, conhecido como GTO, se tornou um dos mais importantes artistas populares brasileiros, ao criar esculturas com figuras humanas que se amontoam de maneira esquemática e repetida, em geral formando rodas vivas e mandalas, o que apelidava de “A Roda da Vida”. GTO repassou seus conhecimentos ao filho Mario Teles, que por sua vez os transmitiu a Alex Teles, representante da terceira geração. GTO faleceu em 1990, mas “A Roda da Vida” que ele imaginou continua a girar. "Esse é nosso orgulho. Temos enorme gratidão por esse dom que nasceu em nossa família", diz Alex. Mario Teles nasceu em 1942 e começou na arte como pintor em 1964, daí derivando para a escultura, três anos mais tarde. Autodidata, desde pequeno tinha interesse em artesanato, criando, por exemplo, carrinhos. Foi um observador atento e curioso do labor artístico do pai, a quem ajudava entalhando e vazando as peças.

Durante um período, Mario trabalhou na área de saúde e viu GTO fazer sucesso como artista popular. Com um direcionamento preponderante ao folclore, às manifestações populares e movimentos culturais, Mario busca na tradição popular os fatos, a religiosidade, os preconceitos e a sabedoria que tematizam suas esculturas. Daí o fato de sua obra ser classificada como primitiva. Em comparação com o trabalho do pai, a representação humana assume uma proporção maior. A temática carrega uma evidente conotação fantástica, com figuras detalhadas em estruturas verticais e desenhos vazados, trazendo à tona uma sensação de força, equilíbrio e liberdade.

"Minha obra passa muito pelo folclore mineiro. O congado, o pau-de-sebo, a festa junina, os pescadores, a folia e as guardas de reis", diz. Com uma obra espontânea, contemporânea e orgânica, no trabalho de Mario Teles está a essência de uma cultura viva. Torna-se clara a herança que recebeu de GTO, ainda que isso não o caracterize como mais um prosseguidor do estilo paterno. Mario já exerce uma expressão própria, consciente, explorando recortes geometrizados e volumes.Em mais de 50 anos dedicados à arte popular brasileira, Mario Teles marcou presença em mostras e exposições em várias cidades e estados do Brasil e recebeu muitos prêmios.

Suas esculturas chegaram a países como Bélgica, Estados Unidos, Egito, Argentina, Chile, Japão, África do Sul, Alemanha, Iraque, Peru, México, Portugal, entre outros. "Uma pessoa humilde e simples, meu pai é uma grande inspiração. Foi com a arte que conseguiu manter a família, que inteirava para comprar as coisas da casa. Sua arte é fruto dos sonhos e do sofrimento. Agora usamos a criatividade e o talento para expressar a arte que veio dele", afirma. O escultor se lembra com carinho das pescarias e da lida na roça, um divertimento para GTO, mas também conta sobre as vezes em que encontrou o pai triste.

Mario conta que, quando trabalhou em um hospital, em Divinópolis, GTO recebeu do chefe do setor de marcenaria da instituição um pedaço grande de madeira. “Ao que ele respondeu: 'Não sei se sou merecedor, mas aceito de coração'. Naquela noite, sonhou que estava fazendo uma igrejinha e aí entalhou a obra que chamou Igrejinha dos Sonhos, um de seus primeiros trabalhos". Uma das marcas registradas de GTO é a corrente de madeira utilizada em diferentes leituras, entre elas com referências aos negros escravizados e a Cristo acorrentados. A obra é feita sem nenhuma emenda, e o encaixe de cada elo é produzido diretamente na hora do entalhe da madeira, formando uma peça única, maciça. Esse objeto já foi premiado, e Mario prossegue com sua fabricação.

Aos 77 anos, ele diz que a arte é um modo de vida. "Sempre vivi da arte, como meu pai. Somos de origem pobre, e com a arte conquistamos muita coisa. Deus me deu a graça de conseguir externar o que eu sinto."

GTO tem em seu conjunto cerca de 3 mil esculturas; Mario, 15 mil, e Alex passou de sua centésima obra. A entrada de Alex nessa tríade se dá com ele já adulto. Convive com a arte desde criança, tendo observado o avô e o pai no processo de criação.

Talento

Na infância, ele se sentava perto de Geraldo, enquanto o avô esculpia, e ali ficava por horas a fio. "Um pouco antes de sua morte, meu avô falava com meu pai para cuidar de mim, que eu seria a terceira geração, mas que não me pressionasse para isso. Agradeço por esse talento, esse dom, que agora está também em minhas mãos." Aos 44 anos, Alex atribui para si o nome artístico Teles, tem formação em comunicação social, com especialidade em publicidade e propaganda.

Em meados de 2000, envolve-se diretamente no espaço criado pelo avô e ingressa como diretor no Museu Residência Geraldo Teles de Oliveira – GTO (popularmente conhecido como Museu Casa GTO), abrindo para a sociedade a história de memórias e sabedorias que fortalece a cultura da região, mesmo assim de alcance mundial, sem deixar perder a essência da família."Como meu avô dizia, ele veio do povo, da pobreza, para fazer a obra para o povo. Minha missão é justamente trazer de volta não a obra de GTO, mas a memória.

A obra ficará, mas, em relação à memória, ainda há muito que se trabalhar", diz Alex. "O desejo dele era que a arte se democratizasse, que pudesse ser vista por pessoas comuns. Ainda que não tenha frequentado a escola, sem saber o que era a arte, tudo o que conquistou, como dizia, foi com sua fé e perseverança, com muita luta e sem reclamar da vida."Em 2016, com o apoio do pai, Alex começa a criar e entalhar seus próprios trabalhos. Alicerçadas em estudos do inconsciente, as peças lembram sonhos da cultura popular, da arte primitiva, exploram o diálogo e uma linguagem universalista. O artista tem ministrado palestras e oficinas em escolas, universidades e espaços culturais, lançando novas sementes de uma história que teve início na década de 1960.

Sonho

Em um certo momento, Geraldo se viu desempregado e com a família para cuidar. Começou a esculpir em 1965, sem orientação alguma de um professor – era um fazer intuitivo, muito inspirado no que vivia ao sonhar. No princípio, vendia suas peças na região de Divinópolis, onde morava, por valores irrisórios. Hoje, peças na mesma linha chegam a ser avaliadas em R$ 5 mil.

"Ele teve um sonho iluminado, um sonho divino. Assim falava. Dizia que o Espírito Santo pousou em seu ombro e ordenou que ele fizesse a obra de Deus. Começou a produzir mesmo não sabendo ao certo o que estava fazendo, até porque não tinha referências na arte de esculpir a madeira. Dizia que não era nada, apenas um instrumento nas mãos de Deus.

Contava que era impulsionado pelo sono. O sono levava aos sonhos, e nos sonhos tinha contato com o divino, que lhe mostrava o que fazer. Terminou sendo denominado como o artista dos sonhos", diz Alex. Em 1967, GTO realiza sua primeira exposição, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte, o que impulsionou sua fama nacional e internacional. Sem sair do fundo de seu quintal, teve sua obra exposta em mais de 170 países. "Não tinha marchand, não tinha representantes. A obra se fez única por si só. Não há nada parecido no mundo. São peças sem emendas, criadas sem uso de lixas ou máquinas elétricas, somente o material cortante. Naquele tempo, no princípio, meu avô nem conhecia o formão. As primeiras obras ele entalhou com seu canivete, o mesmo com que cortava o fumo", lembra Alex.

Geraldo é natural de Itapecerica, entretanto mudou-se para Divinópolis antes de completar 1 ano, e aí constituiu família. Não conheceu seus pais. O pai e a mãe eram índios e, quando GTO era ainda bebê, viajaram com a tribo para o interior de Goiás.

O pequeno, que não suportaria o percurso, acabou ficando sob a tutela de uma tia na cidade no Oeste de Minas. "Sempre voltava a Itapecerica. Algo o prendia, suas raízes estavam lá. Tudo ali fazia parte dele", conta Alex. GTO teve dois filhos e oito netos. E a quarta geração artística começa a dar sinais. Um de seus bisnetos, aos 10 anos, aprende aos poucos o trabalho de Mario e Alex. "Notamos essa inclinação, um querer. E o início de toda obra de arte é a observação. Quem sabe ele será o seguimento dessa obra, desse novo giro." Para Alex, a arte significa uma exaltação à vida. "Se olharmos para dentro, nos encontramos, e essa é a nossa obra. É a arte feita por mãos mineiras, mãos divinas, uma maneira de agradecer ao povo. Engrandece a nossa roda da vida, a nossa vida dentro da roda. Eu me defino como GTO e como Mario Teles. Sou um pouco GTO, sou um pouco Mario Teles, e sou Teles. Juntos somos GTO. A nossa trindade gira a roda da vida. A vida do menino Geraldinho, que um dia ousou entalhar as madeiras."

Fonte: https://www.uai.com.br/app/noticia/artes-e-livros/2019/09/07/noticias-artes-e-livros,251323/filho-e-neto-mantem-o-legado-de-gto-mestre-da-arte-popular-brasileira.shtml,
por Joana Gontijo, atualizado em 07 de setembro 2019, consultado pela última vez em 25 de março de 2020.

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GTO, Mario Teles e Alex Teles, três gerações de grandes artistas
https://www.youtube.com/watch?v=a5IAiFSMJuQ

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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