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Revolução Cultural Chinesa

Revolução Cultural Chinesa (China, 1966 a 1976), também conhecida como Caos dos 10 anos, foi um período quando Mao Tsé-Tung, primeiro presidente da China e líder do Partido Comunista Chinês, declarou que toda arte deveria ser dedicada a promover o trabalhador e o camponês, censurando os contrarrevolucionários e impondo uma produção cultural voltada ao estado.

Arte durante a Revolução Cultural Chinesa

Mao Tsé-Tung, primeiro presidente da China e líder do Partido Comunista Chinês, declarou que toda arte deveria ser dedicada a promover o trabalhador e o camponês. Começava aí a Revolução Cultural Chinesa, também conhecida como Caos dos 10 anos, que durou de 1966 a 1976, censurando os contrarrevolucionários e impondo uma produção cultural voltada ao estado.

Dessa forma, era comum que as pinturas emanassem imagens positivas, retratando as melhorias na área da saúde e o progresso nacional. Mao Tsé-Tung era frequentemente o centro de pinturas e cerâmicas, que seguiam um padrão soviético de mostrar o líder sempre envolto de muito brilho e em postura de comando, muitas vezes acompanhado dos guardas vermelhos. A cor vermelha, símbolo da revolução comunista, predominava nas artes, exaltando também as cores da bandeira chinesa. Até mesmo tradicionais pinturas com a técnica Guohua, que refletiam apenas paisagens do país, passaram a incorporar a temática militar.

Essas pinturas, cerâmicas e demais manifestações artísticas eram quase que obrigatórias nas residências e edifícios chineses, simbolizando o culto a Mao e ao estado. O Partido Comunista procurou deliberadamente tornar a imagem de Mao onipresente e inescapável. Estavam por todo lado, sendo impossível ser avesso à propaganda política exaltando o país, que aparecia até em caixinhas de fósforo.

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O que foi a Revolução Cultural Chinesa?

Foi um período de transformações políticas e sociais que agitaram a China entre 1966 e 1976. Quem a desencadeou foi Mao Tsé-tung, que liderava o país desde 1949, quando os comunistas chegaram ao poder. Insatisfeito com os rumos do sistema que ele mesmo havia implantado, Mao queria que a China fugisse do modelo soviético de comunismo, por considerá-lo falido e onde os burocratas do governo viviam num mundo irreal, com mordomias que o resto da população não tinha. Assim, numa reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCC), em agosto de 1966, ele lançou formalmente a Revolução Cultural. “Mao tinha quatro objetivos: corrigir o rumo das políticas do PCC; substituir seus sucessores por líderes mais afinados com o que pensava; assegurar uma experiência revolucionária à juventude chinesa; e tornar menos elitistas os sistemas educacional, cultural e de saúde”, diz o cientista político Kenneth Lieberthal, do Centro de Estudos Chineses da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Para atingir esses objetivos, Mao se apoiou numa enorme mobilização da juventude urbana da China, organizando grupos conhecidos como Guardas Vermelhos (leia abaixo). Além de questionar os rumos do comunismo chinês, a Revolução Cultural combateu o confucionismo, idéias baseadas no pensamento do filósofo Confúcio, que durante milênios influenciaram a sociedade chinesa. Pelo valor que davam à hierarquia e ao culto do passado, tais idéias passaram a ser encaradas como reacionárias. “A Revolução Cultural foi a luta contra uma classe intelectual separada da massa”, diz o historiador Mário Bruno Sproviero, da USP. O problema é que, na prática, ela resultou em escolas fechadas, no ataque (não só verbal) a intelectuais e no culto exagerado à personalidade de Mao. A morte do líder, em 1976, abriu caminho para a ascensão do político Deng Xiaoping. Com a mudança no poder, em 1977, a Revolução Cultural foi oficialmente encerrada.

Os guardas vermelhos
Unidades paramilitares tinham 11 milhões de estudantes

Recrutados entre estudantes, os Guardas Vermelhos eram unidades paramilitares, organizadas pelo PCC, que ajudaram Mao Tsé-tung a derrotar seus rivais na luta pelo comando do país. O grupo, que chegou a ter 11 milhões de integrantes, iniciou uma onda de vandalismo contra monumentos históricos – que lembravam a antiga cultura chinesa -, perseguiu membros rivais do PCC, professores e pessoas acusadas de serem conservadoras. Logo, os Guardas Vermelhos racharam em várias facções, cada uma julgando ser a verdadeira representante de Mao. Com isso, o grupo foi perdendo sua força aos poucos até desaparecer.

Fonte: Por Super Interessante, redação Mundo Estranho, em 18 de abril de 2011.

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Sobre - Wikipédia

A Grande Revolução Cultural Proletária (conhecida como Revolução Cultural Chinesa) foi uma profunda campanha político-ideológica levada a cabo a partir de 1966 na República Popular da China, pelo então líder do Partido Comunista Chinês, Mao Tsé-tung, cujo objetivo era neutralizar a crescente oposição que lhe faziam alguns setores menos radicais do partido, em decorrência do fracasso do plano econômico Grande Salto Adiante (1958—1960), cujos efeitos acarretaram a morte de milhões de pessoas devido à fome generalizada conhecida como a Grande Fome Chinesa.

A campanha foi acompanhada por vários episódios de violência, instigada principalmente pela Guarda Vermelha, por grupos de jovens oriundos dos mais diversos setores (militares, camponeses, estudantes, elementos do partido, governo, etc.) que, organizados nos chamados "comitês revolucionários", atacavam aqueles suspeitos de deslealdade política ao regime, à figura de Mao e ao Maoísmo, a fim de consolidar (ou restabelecer) o poder do líder onde fosse necessário. Os alvos da Revolução eram membros do partido mais alinhados com o Ocidente ou com a União Soviética, funcionários burocratas, e, sobretudo, intelectuais (anti-intelectualismo). Como na intelectualidade se encontravam alguns dos potenciais inimigos da revolução, o ensino superior foi praticamente desativado no país. Foi neste período que se alavancou a produção e distribuição de O Livro Vermelho, a coletânea de citações de Mao que exaltam sua ideologia e professam uma forma de culto à sua personalidade.

Incidental ou intencionalmente, o movimento acabou enfraquecendo os adversários de Mao e representou uma depuração partidária, contra o revisionismo que se insinuava. O processo foi oficialmente terminado por Mao, durante o IX Congresso do Partido Comunista da China em abril de 1969. Todavia, especialistas afirmam que ele durou, de fato, até à morte de Mao, em 1976, e a subida ao poder de Deng Xiaoping, então Secretário-Geral do Partido, o qual, gradualmente, deu início às mudanças nos rumos políticos e econômicos do país. Pouco depois da morte de Mao, os membros do grupo denominado Guangue dos Quatro — Jiang Qing, esposa do líder falecido, Zhang Chunqiao, Wang Hongwen e Yao Wenyuan — foram presos sob as acusações de ambicionarem tomar o poder e terem cometidos excessos por ocasião da implementação e consolidação da Revolução Cultural.

A questão de como uma luta pelo poder atingiu níveis tão elevados de violência e desordem social tem intrigado historiadores e especialistas em psicologia de massa e, em decorrência disso, têm sido publicados inúmeros estudos acadêmicos, tanto na China como fora dela, que tentam dar explicações sobre as causas dos acontecimentos daqueles anos.

Antecedentes

Desabrochar de Cem Flores

Um dos antecedentes da Revolução Cultural foi o Desabrochar de Cem Flores na década anterior.

Grande Salto Adiante

A Revolução Cultural foi consequência indireta do programa conhecido como Grande Salto Adiante, lançado em 1958, que tinha os objetivos de estruturar a produção agrária em sistema cooperativo, organizar a produção industrial e aumentar a produção de minerais através de milhões de pequenas unidades produtoras – os fornos caseiros. Em 1961, este programa foi abandonado, em razão de diversos fracassos, entre eles uma grande fome que culminou com a morte de milhões de chineses, e do rompimento entre a China e a União Soviética no ano anterior. Como consequência do fracasso do Salto, houve um período de grande fome no começo da década de 1960 conhecido como a Grande Fome Chinesa, consequência do estado de quase-colapso no qual se encontrava a produção agrícola. Na resolução desta crise, se destacaram dois promissores elementos do Partido Comunista, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, que começavam a desafiar o poder e prestígio de Mao. Liu e Deng planejavam remover poderes concretos de Mao e deixá-lo apenas como uma figura decorativa. Mao antecipou-se aos dois e passou a atacar Liu em 1963, declarando a idéia de luta revolucionária cotidiana e também a necessidade de promover uma limpeza nos quadros político, econômico, organizacional e ideológico da República.

Problemas com crítica intelectual nos anos seguintes levariam a uma distensão entre os membros do governo, e, em 1966, Mao iniciou a Revolução Cultural. O primeiro comitê foi formado em 29 de maio daquele ano na Universidade de Tsinghua, com o objetivo de expurgar e eliminar a oposição.

A idéia essencial da Revolução Cultural era manter o fervor revolucionário e um estado constante de luta e superação, sem os quais, Mao acreditava, a revolução comunista estaria fadada ao fracasso. A Revolução pretendia transformar cada unidade econômica chinesa (fábricas, fazendas, etc) em uma unidade de estudo e reconstrução do comunismo, expandindo a coletivização, o público para o campo das idéias – o que encontrava barreira no academicismo e no hábito de que o conhecimento só deveria ser produzido em centros específicos. Mao acreditava que a próxima fase da Revolução Chinesa seria ultrapassar a revolução da ordem econômica para a ordem ideológica, para a alma do cidadão chinês.

Decisões acerca da Revolução Cultural

Em 1 de agosto de 1966, o corpo de dirigentes da República Popular da China aprovou uma lei chamada "Decisões acerca da Grande Revolução Cultural Proletária", que posicionava o governo da China no apoio aos expurgos de intelectuais acusados de ideias pró-ocidentais. A maior parte dos expurgos foi conduzida pela Guarda Vermelha. No mesmo mês, foi organizada uma manifestação de desagravo a Mao em Pequim, a qual compareceram 11 milhões de elementos de Guarda Vermelha.

Em janeiro de 1967, houve o chamado Ataque a Xangai, comandado por Lin Biao e Jiang Qing, que tomou o poder na cidade de Xangai e a colocou nas mãos de um comitê revolucionário.

Rapidamente o movimento seguiu para o culto à personalidade, principalmente a partir de 1968, com a promoção de Mao a um status praticamente de deus terreno: ele seria a fonte de todas as alegrias e conquistas do povo chinês. O Livro Vermelho passou a ditar todas as regras de vida. Lin Biao também ganhou importância. A situação saiu do controle dos dirigentes do Partido Comunista da China, e para conter a situação decidiu-se pelo desmantelamento da Guarda Vermelha. Oficiais foram expurgados e mandados para trabalho nos campos.

Em dezembro de 1968, Lin Biao tornou-se o número dois na hierarquia do Partido, substituindo Liu Shaoqi, que foi "banido para sempre". Oficializou-se a subida de Biao em abril do ano seguinte, no IX Congresso do Partido Comunista Chinês.

Até 1969, a Guarda Vermelha expandiu suas áreas de autoridade e acelerou as ações de expurgo, tornando-se a principal autoridade da China, responsável por proteger o regime contra aqueles que não se submetessem estritamente aos ditames da doutrina maoísta. Alguns elementos que obtinham privilégios do sistema eram punidos de maneiras criativas: por exemplo, eram enviados para trabalho braçal em fábricas e no campo, de modo a conhecerem o dia-a-dia dos mais simples. O próprio Deng Xiaoping foi mandado para trabalhar numa fábrica de motores.

Havia rumores da desconfiança de Mao em relação ao crescente poder e influência de Liu. Em 1971, Biao, após ser denunciado como traidor, fugiu junto com sua família em um avião para a União Soviética, contudo seu avião não tinha combustível suficiente para lá chegar e caiu em uma área remota da Mongólia, matando Biao e família.

Neste período, destacam-se as críticas feitas pela peça Hai Rui Ba Guan (Hai Rui demitido do governo), que, de maneira alegórica, mostrou o conflito recente entre Mao e Peng Dehuai, um dos dirigentes do Partido Comunista, expulso por criticar o Grande Salto. Jiang Qing e Lin Biao conseguiram reverter a crítica desta peça em uma série de artigos defendendo Mao. De outro lado, os expurgos eram mormente acompanhados de rituais de humilhação pública, como vestir os contra-revolucionários em túnicas, levá-los às ruas com cartazes pendurados no pescoço, onde eram linchados por multidões incitadas pela Guarda Vermelha. Peng Dehuai foi um dos dirigentes expurgados e humilhados publicamente, em Pequim. Nesse tempo, a única maneira de escapar aos expurgos era envolver-se em algum tipo de atividade "revolucionária", embora esse envolvimento apenas garantia uma maior segurança e não afastava de vez a possibilidade de expurgo.

Embora tenha sido formalmente encerrada em 1969, a Revolução Cultural somente terminou, de fato, em 1976, com a morte de Mao Tsé Tung. Hua Guofeng passou a dirigente máximo da China, e apesar de ter recebido a confiança de Mao enquanto ainda vivo, teve como primeiros atos a prisão dos seguidores daquele, principalmente os da Gangue dos Quatro. Deng Xiaoping pediu oficialmente sua reintegração, sendo aceito por Guofeng, e passando a dominar a política chinesa nos anos seguintes.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de março de 2020.

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8 fatos absurdos retratam o período em que MaoTsé-Tung esteve no poder

Entre 1946 e 1949, uma guerra civil se alastrou pela China. Liderados por Mao Tsé-Tung, as forças populares saíram vitoriosos do conflito, com Mao, autointitulado Grande Timoneiro, assumindo a liderança do país.

Derrotada a monarquia, o imperialismo japonês e os partidos nacionalistas, Mao seguiu com um plano de reformas que incluía, entre outras medidas, a coletivização das terras, a nacionalização de empresas estrangeiras e o controle estatal da economia.

Foi em meio a esse turbilhão político e militar que o desenhista Li Kunwu cresceu, acompanhando a ascensão, a estabilização e a derrocado do regime conduzido por Mao Tsé-Tung. Décadas depois de ter experienciado isso, ele se aliou ao artista francês Philippe Ôtié para criar Uma Vida Chinesa (WMF Martins Fontes), obra em três volumes que apresenta uma visão mais humanizada da história da China comunista.

O primeiro volume, O Tempo do Pai, conta os primeiros anos da ditadura de Mao. O segundo, O Tempo do Partido, mostra o protagonista da história (um misto de ficção e autobiografia do autor Li Kunwu) enfrentando diversas dificuldades para ascender na estrutura do Partido Comunista da China, além de retratar a grande fome e a miséria que se alastrou pelo interior da nação. No terceiro e último volume, O Tempo do Dinheiro, os autores retratam o período pós-Mao, o flerte com o capitalismo e a abertura chinesa ao capital estrangeiro.

A saga idealizada por Li Kunwu é um prato cheio tanto para quem busca uma boa história de ficção, quanto para quem deseja se aprofundar na história da China. Diferentemente dos livros de História, os três volumes de Uma Vida Chinesa apresentam um aspecto mais humanizado do sofrimento do povo chinês e dos fatos históricos do período.

Ao longo dos volumes da série, os autores exibem alguns dos muitos absurdos que caracterizaram o governo de Mao. Confira alguns deles:

1. A adoração a Mao Tsé-Tung era tão incentivada, que os pais eram premiados se os filhos recém-nascidos conseguissem dizer o nome do líder do Partido Comunista.

2. Em 1966, Mao deu início à Revolução Cultural, que tinha, entre outros objetivos, o intuito de fortalecer o Partido entre as camadas jovens, neutralizar a oposição e apagar o passado da monarquia e dos proprietários de terra. É inestimável a quantidade de obras de arte perdidas nessa época, entre esculturas, pinturas, cerâmicas etc. Por isso é que os valores de pequenos vasos das dinastias da monarquia chinesa podem custar milhões de dólares.

3. Em meio às aulas e à doutrinação comunista nas escolas, os alunos eram levados a campos de treinamento militar, onde presenciavam e até podiam participar de testes com armas de fogo.

4. Nas escolas, as crianças também eram ensinadas a amar Mao Tsé-Tung acima de tudo, inclusive aos pais. Caso delatassem pais conspiradores, as crianças eram premiadas.

5. Para acelerar o crescimento da economia nacional, Mao ordenou que a madeira do país fosse cortada para que as fornalhas industriais fossem aquecidas. O resultado é que o país foi praticamente desmatado, preço pago até hoje e que faz a poluição ter níveis enormes na China.

6. Pouco tempo depois, o Grande Timoneiro também ordenou que todas as peças metálicas fossem recolhidas pelo governo, para serem transformadas em matéria-prima. Assim, os chineses perderam joias que estavam há séculos em suas famílias, além de outros estimáveis objetos pessoais.

7. Caso conspirassem (ou supostamente conspirassem) contra o Partido, os chineses eram expostos em praça pública, caminhando com cartazes presos ao pescoço que especificavam seus crimes, e ficando à mercê da população e do exército, que podiam cuspir, ofender e agredir fisicamente os criminosos.

8. Os dazibaos, cartazes escritos à mão pela população, descreviam os crimes cometidos nas aldeias e povoados. As acusações iam de “adultério” e “prostituição” até “conspiração contra o Partido” e “apoio aos proprietários de terra”. É claro que com tanta liberdade para escrever o que quisessem, muitos extrapolavam e inventavam mentiras sobre pessoas de quem não gostavam. Imagine quantos não foram presos injustamente...

Fonte: Revista Galileu, por Lucas Alencar, em 7 de junho de 2017.

Crédito fotográfico: Visão.pt

Revolução Cultural Chinesa (China, 1966 a 1976), também conhecida como Caos dos 10 anos, foi um período quando Mao Tsé-Tung, primeiro presidente da China e líder do Partido Comunista Chinês, declarou que toda arte deveria ser dedicada a promover o trabalhador e o camponês, censurando os contrarrevolucionários e impondo uma produção cultural voltada ao estado.

Revolução Cultural Chinesa

Revolução Cultural Chinesa (China, 1966 a 1976), também conhecida como Caos dos 10 anos, foi um período quando Mao Tsé-Tung, primeiro presidente da China e líder do Partido Comunista Chinês, declarou que toda arte deveria ser dedicada a promover o trabalhador e o camponês, censurando os contrarrevolucionários e impondo uma produção cultural voltada ao estado.

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50 anos da Revolução Cultural

Resumo Revolução Cultural Chinesa

Arte durante a Revolução Cultural Chinesa

Mao Tsé-Tung, primeiro presidente da China e líder do Partido Comunista Chinês, declarou que toda arte deveria ser dedicada a promover o trabalhador e o camponês. Começava aí a Revolução Cultural Chinesa, também conhecida como Caos dos 10 anos, que durou de 1966 a 1976, censurando os contrarrevolucionários e impondo uma produção cultural voltada ao estado.

Dessa forma, era comum que as pinturas emanassem imagens positivas, retratando as melhorias na área da saúde e o progresso nacional. Mao Tsé-Tung era frequentemente o centro de pinturas e cerâmicas, que seguiam um padrão soviético de mostrar o líder sempre envolto de muito brilho e em postura de comando, muitas vezes acompanhado dos guardas vermelhos. A cor vermelha, símbolo da revolução comunista, predominava nas artes, exaltando também as cores da bandeira chinesa. Até mesmo tradicionais pinturas com a técnica Guohua, que refletiam apenas paisagens do país, passaram a incorporar a temática militar.

Essas pinturas, cerâmicas e demais manifestações artísticas eram quase que obrigatórias nas residências e edifícios chineses, simbolizando o culto a Mao e ao estado. O Partido Comunista procurou deliberadamente tornar a imagem de Mao onipresente e inescapável. Estavam por todo lado, sendo impossível ser avesso à propaganda política exaltando o país, que aparecia até em caixinhas de fósforo.

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O que foi a Revolução Cultural Chinesa?

Foi um período de transformações políticas e sociais que agitaram a China entre 1966 e 1976. Quem a desencadeou foi Mao Tsé-tung, que liderava o país desde 1949, quando os comunistas chegaram ao poder. Insatisfeito com os rumos do sistema que ele mesmo havia implantado, Mao queria que a China fugisse do modelo soviético de comunismo, por considerá-lo falido e onde os burocratas do governo viviam num mundo irreal, com mordomias que o resto da população não tinha. Assim, numa reunião do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCC), em agosto de 1966, ele lançou formalmente a Revolução Cultural. “Mao tinha quatro objetivos: corrigir o rumo das políticas do PCC; substituir seus sucessores por líderes mais afinados com o que pensava; assegurar uma experiência revolucionária à juventude chinesa; e tornar menos elitistas os sistemas educacional, cultural e de saúde”, diz o cientista político Kenneth Lieberthal, do Centro de Estudos Chineses da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Para atingir esses objetivos, Mao se apoiou numa enorme mobilização da juventude urbana da China, organizando grupos conhecidos como Guardas Vermelhos (leia abaixo). Além de questionar os rumos do comunismo chinês, a Revolução Cultural combateu o confucionismo, idéias baseadas no pensamento do filósofo Confúcio, que durante milênios influenciaram a sociedade chinesa. Pelo valor que davam à hierarquia e ao culto do passado, tais idéias passaram a ser encaradas como reacionárias. “A Revolução Cultural foi a luta contra uma classe intelectual separada da massa”, diz o historiador Mário Bruno Sproviero, da USP. O problema é que, na prática, ela resultou em escolas fechadas, no ataque (não só verbal) a intelectuais e no culto exagerado à personalidade de Mao. A morte do líder, em 1976, abriu caminho para a ascensão do político Deng Xiaoping. Com a mudança no poder, em 1977, a Revolução Cultural foi oficialmente encerrada.

Os guardas vermelhos
Unidades paramilitares tinham 11 milhões de estudantes

Recrutados entre estudantes, os Guardas Vermelhos eram unidades paramilitares, organizadas pelo PCC, que ajudaram Mao Tsé-tung a derrotar seus rivais na luta pelo comando do país. O grupo, que chegou a ter 11 milhões de integrantes, iniciou uma onda de vandalismo contra monumentos históricos – que lembravam a antiga cultura chinesa -, perseguiu membros rivais do PCC, professores e pessoas acusadas de serem conservadoras. Logo, os Guardas Vermelhos racharam em várias facções, cada uma julgando ser a verdadeira representante de Mao. Com isso, o grupo foi perdendo sua força aos poucos até desaparecer.

Fonte: Por Super Interessante, redação Mundo Estranho, em 18 de abril de 2011.

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Sobre - Wikipédia

A Grande Revolução Cultural Proletária (conhecida como Revolução Cultural Chinesa) foi uma profunda campanha político-ideológica levada a cabo a partir de 1966 na República Popular da China, pelo então líder do Partido Comunista Chinês, Mao Tsé-tung, cujo objetivo era neutralizar a crescente oposição que lhe faziam alguns setores menos radicais do partido, em decorrência do fracasso do plano econômico Grande Salto Adiante (1958—1960), cujos efeitos acarretaram a morte de milhões de pessoas devido à fome generalizada conhecida como a Grande Fome Chinesa.

A campanha foi acompanhada por vários episódios de violência, instigada principalmente pela Guarda Vermelha, por grupos de jovens oriundos dos mais diversos setores (militares, camponeses, estudantes, elementos do partido, governo, etc.) que, organizados nos chamados "comitês revolucionários", atacavam aqueles suspeitos de deslealdade política ao regime, à figura de Mao e ao Maoísmo, a fim de consolidar (ou restabelecer) o poder do líder onde fosse necessário. Os alvos da Revolução eram membros do partido mais alinhados com o Ocidente ou com a União Soviética, funcionários burocratas, e, sobretudo, intelectuais (anti-intelectualismo). Como na intelectualidade se encontravam alguns dos potenciais inimigos da revolução, o ensino superior foi praticamente desativado no país. Foi neste período que se alavancou a produção e distribuição de O Livro Vermelho, a coletânea de citações de Mao que exaltam sua ideologia e professam uma forma de culto à sua personalidade.

Incidental ou intencionalmente, o movimento acabou enfraquecendo os adversários de Mao e representou uma depuração partidária, contra o revisionismo que se insinuava. O processo foi oficialmente terminado por Mao, durante o IX Congresso do Partido Comunista da China em abril de 1969. Todavia, especialistas afirmam que ele durou, de fato, até à morte de Mao, em 1976, e a subida ao poder de Deng Xiaoping, então Secretário-Geral do Partido, o qual, gradualmente, deu início às mudanças nos rumos políticos e econômicos do país. Pouco depois da morte de Mao, os membros do grupo denominado Guangue dos Quatro — Jiang Qing, esposa do líder falecido, Zhang Chunqiao, Wang Hongwen e Yao Wenyuan — foram presos sob as acusações de ambicionarem tomar o poder e terem cometidos excessos por ocasião da implementação e consolidação da Revolução Cultural.

A questão de como uma luta pelo poder atingiu níveis tão elevados de violência e desordem social tem intrigado historiadores e especialistas em psicologia de massa e, em decorrência disso, têm sido publicados inúmeros estudos acadêmicos, tanto na China como fora dela, que tentam dar explicações sobre as causas dos acontecimentos daqueles anos.

Antecedentes

Desabrochar de Cem Flores

Um dos antecedentes da Revolução Cultural foi o Desabrochar de Cem Flores na década anterior.

Grande Salto Adiante

A Revolução Cultural foi consequência indireta do programa conhecido como Grande Salto Adiante, lançado em 1958, que tinha os objetivos de estruturar a produção agrária em sistema cooperativo, organizar a produção industrial e aumentar a produção de minerais através de milhões de pequenas unidades produtoras – os fornos caseiros. Em 1961, este programa foi abandonado, em razão de diversos fracassos, entre eles uma grande fome que culminou com a morte de milhões de chineses, e do rompimento entre a China e a União Soviética no ano anterior. Como consequência do fracasso do Salto, houve um período de grande fome no começo da década de 1960 conhecido como a Grande Fome Chinesa, consequência do estado de quase-colapso no qual se encontrava a produção agrícola. Na resolução desta crise, se destacaram dois promissores elementos do Partido Comunista, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, que começavam a desafiar o poder e prestígio de Mao. Liu e Deng planejavam remover poderes concretos de Mao e deixá-lo apenas como uma figura decorativa. Mao antecipou-se aos dois e passou a atacar Liu em 1963, declarando a idéia de luta revolucionária cotidiana e também a necessidade de promover uma limpeza nos quadros político, econômico, organizacional e ideológico da República.

Problemas com crítica intelectual nos anos seguintes levariam a uma distensão entre os membros do governo, e, em 1966, Mao iniciou a Revolução Cultural. O primeiro comitê foi formado em 29 de maio daquele ano na Universidade de Tsinghua, com o objetivo de expurgar e eliminar a oposição.

A idéia essencial da Revolução Cultural era manter o fervor revolucionário e um estado constante de luta e superação, sem os quais, Mao acreditava, a revolução comunista estaria fadada ao fracasso. A Revolução pretendia transformar cada unidade econômica chinesa (fábricas, fazendas, etc) em uma unidade de estudo e reconstrução do comunismo, expandindo a coletivização, o público para o campo das idéias – o que encontrava barreira no academicismo e no hábito de que o conhecimento só deveria ser produzido em centros específicos. Mao acreditava que a próxima fase da Revolução Chinesa seria ultrapassar a revolução da ordem econômica para a ordem ideológica, para a alma do cidadão chinês.

Decisões acerca da Revolução Cultural

Em 1 de agosto de 1966, o corpo de dirigentes da República Popular da China aprovou uma lei chamada "Decisões acerca da Grande Revolução Cultural Proletária", que posicionava o governo da China no apoio aos expurgos de intelectuais acusados de ideias pró-ocidentais. A maior parte dos expurgos foi conduzida pela Guarda Vermelha. No mesmo mês, foi organizada uma manifestação de desagravo a Mao em Pequim, a qual compareceram 11 milhões de elementos de Guarda Vermelha.

Em janeiro de 1967, houve o chamado Ataque a Xangai, comandado por Lin Biao e Jiang Qing, que tomou o poder na cidade de Xangai e a colocou nas mãos de um comitê revolucionário.

Rapidamente o movimento seguiu para o culto à personalidade, principalmente a partir de 1968, com a promoção de Mao a um status praticamente de deus terreno: ele seria a fonte de todas as alegrias e conquistas do povo chinês. O Livro Vermelho passou a ditar todas as regras de vida. Lin Biao também ganhou importância. A situação saiu do controle dos dirigentes do Partido Comunista da China, e para conter a situação decidiu-se pelo desmantelamento da Guarda Vermelha. Oficiais foram expurgados e mandados para trabalho nos campos.

Em dezembro de 1968, Lin Biao tornou-se o número dois na hierarquia do Partido, substituindo Liu Shaoqi, que foi "banido para sempre". Oficializou-se a subida de Biao em abril do ano seguinte, no IX Congresso do Partido Comunista Chinês.

Até 1969, a Guarda Vermelha expandiu suas áreas de autoridade e acelerou as ações de expurgo, tornando-se a principal autoridade da China, responsável por proteger o regime contra aqueles que não se submetessem estritamente aos ditames da doutrina maoísta. Alguns elementos que obtinham privilégios do sistema eram punidos de maneiras criativas: por exemplo, eram enviados para trabalho braçal em fábricas e no campo, de modo a conhecerem o dia-a-dia dos mais simples. O próprio Deng Xiaoping foi mandado para trabalhar numa fábrica de motores.

Havia rumores da desconfiança de Mao em relação ao crescente poder e influência de Liu. Em 1971, Biao, após ser denunciado como traidor, fugiu junto com sua família em um avião para a União Soviética, contudo seu avião não tinha combustível suficiente para lá chegar e caiu em uma área remota da Mongólia, matando Biao e família.

Neste período, destacam-se as críticas feitas pela peça Hai Rui Ba Guan (Hai Rui demitido do governo), que, de maneira alegórica, mostrou o conflito recente entre Mao e Peng Dehuai, um dos dirigentes do Partido Comunista, expulso por criticar o Grande Salto. Jiang Qing e Lin Biao conseguiram reverter a crítica desta peça em uma série de artigos defendendo Mao. De outro lado, os expurgos eram mormente acompanhados de rituais de humilhação pública, como vestir os contra-revolucionários em túnicas, levá-los às ruas com cartazes pendurados no pescoço, onde eram linchados por multidões incitadas pela Guarda Vermelha. Peng Dehuai foi um dos dirigentes expurgados e humilhados publicamente, em Pequim. Nesse tempo, a única maneira de escapar aos expurgos era envolver-se em algum tipo de atividade "revolucionária", embora esse envolvimento apenas garantia uma maior segurança e não afastava de vez a possibilidade de expurgo.

Embora tenha sido formalmente encerrada em 1969, a Revolução Cultural somente terminou, de fato, em 1976, com a morte de Mao Tsé Tung. Hua Guofeng passou a dirigente máximo da China, e apesar de ter recebido a confiança de Mao enquanto ainda vivo, teve como primeiros atos a prisão dos seguidores daquele, principalmente os da Gangue dos Quatro. Deng Xiaoping pediu oficialmente sua reintegração, sendo aceito por Guofeng, e passando a dominar a política chinesa nos anos seguintes.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de março de 2020.

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8 fatos absurdos retratam o período em que MaoTsé-Tung esteve no poder

Entre 1946 e 1949, uma guerra civil se alastrou pela China. Liderados por Mao Tsé-Tung, as forças populares saíram vitoriosos do conflito, com Mao, autointitulado Grande Timoneiro, assumindo a liderança do país.

Derrotada a monarquia, o imperialismo japonês e os partidos nacionalistas, Mao seguiu com um plano de reformas que incluía, entre outras medidas, a coletivização das terras, a nacionalização de empresas estrangeiras e o controle estatal da economia.

Foi em meio a esse turbilhão político e militar que o desenhista Li Kunwu cresceu, acompanhando a ascensão, a estabilização e a derrocado do regime conduzido por Mao Tsé-Tung. Décadas depois de ter experienciado isso, ele se aliou ao artista francês Philippe Ôtié para criar Uma Vida Chinesa (WMF Martins Fontes), obra em três volumes que apresenta uma visão mais humanizada da história da China comunista.

O primeiro volume, O Tempo do Pai, conta os primeiros anos da ditadura de Mao. O segundo, O Tempo do Partido, mostra o protagonista da história (um misto de ficção e autobiografia do autor Li Kunwu) enfrentando diversas dificuldades para ascender na estrutura do Partido Comunista da China, além de retratar a grande fome e a miséria que se alastrou pelo interior da nação. No terceiro e último volume, O Tempo do Dinheiro, os autores retratam o período pós-Mao, o flerte com o capitalismo e a abertura chinesa ao capital estrangeiro.

A saga idealizada por Li Kunwu é um prato cheio tanto para quem busca uma boa história de ficção, quanto para quem deseja se aprofundar na história da China. Diferentemente dos livros de História, os três volumes de Uma Vida Chinesa apresentam um aspecto mais humanizado do sofrimento do povo chinês e dos fatos históricos do período.

Ao longo dos volumes da série, os autores exibem alguns dos muitos absurdos que caracterizaram o governo de Mao. Confira alguns deles:

1. A adoração a Mao Tsé-Tung era tão incentivada, que os pais eram premiados se os filhos recém-nascidos conseguissem dizer o nome do líder do Partido Comunista.

2. Em 1966, Mao deu início à Revolução Cultural, que tinha, entre outros objetivos, o intuito de fortalecer o Partido entre as camadas jovens, neutralizar a oposição e apagar o passado da monarquia e dos proprietários de terra. É inestimável a quantidade de obras de arte perdidas nessa época, entre esculturas, pinturas, cerâmicas etc. Por isso é que os valores de pequenos vasos das dinastias da monarquia chinesa podem custar milhões de dólares.

3. Em meio às aulas e à doutrinação comunista nas escolas, os alunos eram levados a campos de treinamento militar, onde presenciavam e até podiam participar de testes com armas de fogo.

4. Nas escolas, as crianças também eram ensinadas a amar Mao Tsé-Tung acima de tudo, inclusive aos pais. Caso delatassem pais conspiradores, as crianças eram premiadas.

5. Para acelerar o crescimento da economia nacional, Mao ordenou que a madeira do país fosse cortada para que as fornalhas industriais fossem aquecidas. O resultado é que o país foi praticamente desmatado, preço pago até hoje e que faz a poluição ter níveis enormes na China.

6. Pouco tempo depois, o Grande Timoneiro também ordenou que todas as peças metálicas fossem recolhidas pelo governo, para serem transformadas em matéria-prima. Assim, os chineses perderam joias que estavam há séculos em suas famílias, além de outros estimáveis objetos pessoais.

7. Caso conspirassem (ou supostamente conspirassem) contra o Partido, os chineses eram expostos em praça pública, caminhando com cartazes presos ao pescoço que especificavam seus crimes, e ficando à mercê da população e do exército, que podiam cuspir, ofender e agredir fisicamente os criminosos.

8. Os dazibaos, cartazes escritos à mão pela população, descreviam os crimes cometidos nas aldeias e povoados. As acusações iam de “adultério” e “prostituição” até “conspiração contra o Partido” e “apoio aos proprietários de terra”. É claro que com tanta liberdade para escrever o que quisessem, muitos extrapolavam e inventavam mentiras sobre pessoas de quem não gostavam. Imagine quantos não foram presos injustamente...

Fonte: Revista Galileu, por Lucas Alencar, em 7 de junho de 2017.

Crédito fotográfico: Visão.pt

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