Willis de Souza Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 — São Paulo, SP, 5 de junho de 1988), mais conhecido como Willys de Castro foi um artista gráfico, artista visual, cenógrafo, desenhista, figurinista, gravador, pintor e químico brasileiro. Conhecido por uma atuar em diversas áreas da arte, marcou seu nome na história da arte brasileira como artista plástico. Neoconcretista, desenvolveu obras importantes como Desintegração, Pintura e Pluriobjeto A6. Sua arte se projeta para além dos limites que caracterizam uma determinada forma de expressão artística, característica notável em todos os seus trabalhos. Participou de importantes mostras como a 4ª, 6ª e 24ª Bienais de São Paulo, a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris, entre outras.
Biografia
Willys de Castro (Uberlândia MG 1926 - São Paulo SP 1988). Pintor, gravador, desenhista, cenógrafo, figurinista, artista gráfico. Muda-se para São Paulo em 1941, onde estuda desenho com André Fort. Entre 1944 e 1945, trabalhou como desenhista técnico e, em 1948, formou-se em química. Em 1950, inicia estágio em artes gráficas e realiza suas primeiras pinturas e desenhos abstrato-geométricos. No ano de 1953, passa a executar obras de cunho construtivista. No ano seguinte, fundou com Hércules Barsotti (1914) um estúdio de projetos gráficos e participou do movimento Ars Nova, realizando poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia - TBC. É co-fundador da revista Teatro Brasileiro, em 1955. Faz cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e o Teatro Cultura Artística. Em 1957, recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais e trabalha como conselheiro-técnico da revista Vértice. Em 1958, viaja a estudo para a Europa e, no ano seguinte, ao voltar une-se ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, ao lado de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar (1930), Franz Weissmann (1911 - 2005), Lygia Clark (1920 - 1988), entre outros. Entre 1959 e 1962, realiza a série Objetos Ativos, trabalhos que exploram o plano e o volume como elementos plásticos, questionando a utilização da tela enquanto suporte da linguagem pictórica. No início dos anos 1960, integrou o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. É co-fundador e membro da Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI e do Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, projeta estampas para tecidos voltados à produção industrial. Na década de 1980, inicia pesquisa de construções em madeira, metal, inox e outros materiais, com efeitos de cor e movimento, os Pluriobjetos.
Análise
Willys de Castro realizou suas primeiras pinturas no fim da década de 1940 e, a partir de 1950, trabalha com abstração geométrica. Em 1954, funda com o artista Hércules Barsotti (1914) o Estúdio de Projetos Gráficos, no qual trabalhou até 1964. Dedica-se à programação visual e a projetos de padronagens para tecidos. Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou também na confecção de cenários e figurinos para teatro. A produção do artista, na segunda metade da década de 1950, relaciona-se à dos artistas do movimento concreto. Denomina suas obras simplesmente de Pinturas, numerando-as ou indicando tratar-se de segunda ou terceira versão. Trabalha com um número deliberadamente restrito de questões: equilíbrio, tensionamento e instabilidade.
A obra Desintegração 5 (s.d.) apresenta uma estrutura formada por triângulos coloridos, distribuídos em um eixo central-diagonal, que tende a girar sobre si mesmo. Esses triângulos estão unidos uns aos outros apenas por um dos vértices. A composição sugere um equilíbrio prestes a romper-se e é estabilizada pelos triângulos que se formam nos vazios entre os triângulos coloridos. Assim, convivem nessa obra simetria e assimetria e elementos reais e invisíveis. Em Pintura 172 (s.d.), o artista apresenta a metáfora do eclipse, explorando a passagem de uma forma circular sobre outra. Já no outro quadro Pintura (1958) Willys lida com a relação de contigüidade e distanciamento: como em um jogo de bilhar, as esferas se tocam e impulsionam umas às outras. Nessas obras, trabalha com elementos e questões comuns ao movimento concreto: cores puras, formas geométricas, efeitos óticos e cinéticos e proximidade com o design gráfico. A estrutura básica do quadro não é rompida, como acontece em obras realizadas posteriormente.
A partir de 1959, cria os Objetos Ativos, suas obras mais conhecidas, constituídos por peças de madeira retangulares - perfis ou réguas de madeira - recobertas de telas, com três superfícies pintadas de maneira abstrato-geométrica. Esses objetos são fixados à parede por um dos lados. A pintura apresentada no plano frontal demonstra, assim, uma continuidade nos planos laterais. O espectador deve movimentar-se e seu olhar precisa percorrer as superfícies para observar o objeto em sua totalidade. A obra parece flutuar no espaço e é criada no momento de sua percepção. O artista trata de questões relacionadas ao conflito entre superfície bidimensional e espaço real. Sua proposta é questionar a utilização da tela como suporte da linguagem pictórica e, dessa forma, aproxima-se da mesma vertente a que pertencem os trabalhos neoconcretos de Lygia Clark (1920 - 1988) e de Hélio Oiticica (1937 - 1980).
Depois de quase duas décadas sem expor, em meados de 1970 e com base em pesquisas iniciadas com os Objetos Ativos, Willys realiza os Pluriobjetos, esculturas de metal ou madeira que resultam de operações semelhantes às dos Objetos Ativos: o deslocamento de uma porção ou elemento que reordena o todo. Dialoga assim com outras experimentações tridimensionais de artistas como Amilcar de Castro (1920 - 2002) e Franz Weissmann (1911 - 2005). Em Pluriobjeto A6 (1988), por exemplo, trabalha com uma estrutura de madeira vertical, na qual explora, através de um deslocamento, a tensão estabilidade/instabilidade, conferindo a esta, entretanto, grande leveza. Nos Pluriobjetos, como nos Objetos Ativos, a obra nunca se completa, porque não existe ponto ideal de observação e o sujeito deve questioná-la de diversos ângulos de visão.
Willys de Castro explora sutilíssimas relações entre forma, cor, espaço e tempo. É um dos mais notáveis participantes do movimento neoconcreto e destaca-se por pesquisas que o levaram a ser um dos pioneiros a romper com a utilização da superfície bidimensional da tela como suporte para a linguagem pictórica. Os Objetos Ativos, para o crítico de arte Frederico Morais, são a sua maior contribuição à arte construtiva brasileira.
Feiras de Arte
2009 - Arco 2009
2010 - SP-Arte 2010
2011 - SP-Arte 2011
Espetáculos
1956 - Escola de Maridos
Acervos
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - SP
Gabinete de Arte Raquel Arnaud - São Paulo SP
Exposições Individuais
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1962 - São Paulo SP - Individual, na Petite Galerie
1983 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
Exposições Coletivas
1953 - São Paulo SP - Salão de Agosto, na Casa do Povo
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - Prêmio Governador do Estado
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - Assunção (Paraguai) - Obras del Museo de Arte Moderno de San Pablo, no Salon Carlos Antonio Lopes
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Poema, no Jornal do Brasil
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, na Galeria Belvedere da Sé
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/SP
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1963 - Kobe (Japão) - International Society of Plastic Art, na Daimaru's Exhibition Hall
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute, no Beethovenhalle
1967 - São Paulo SP - Exposição de Gravuras, na Galeria Arte
1969 - São Paulo SP - Gravuras Originais, na Galeria Astréia
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - São Paulo SP - Retrospectiva da Moda Brasileira, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Bruxelas (Bélgica) - Imagem do Brasil, no Manhattan Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Comunicação segundo os Artistas Plásticos, na Rede Globo - itinerante
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, na Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de La Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo - Em Busca da Essência - elementos de redução na arte brasileira, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
Exposições Póstumas
1988 - São Paulo SP - Aventuras da Ordem, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - São Paulo SP - 10 Escultores, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1994 - São Paulo SP - Willys de Castro: obras de 1954-1961, no Studio Sylvio Nery da Fonseca
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo - Metamorfose do Consumo, no Itaú Cultural
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Mira Schendel, Sérgio de Camargo e Willys de Castro, no CCBB
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Individual, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, na Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una seléccion del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Coléccion Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro - Projeto em Preto e Branco, na Silvia Cintra Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - A Gravura Vai Bem, Obrigado, no Espaço Virgílio
2003 - São Paulo SP - Escultores, Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2003 - São Paulo SP - Um Difícil Momento de Equilíbrio, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2004 - Rio de Janeiro RJ - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, no CCBB
Fonte: WILLYS de Castro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Willys de Castro - Wikipédia
Willys de Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 - São Paulo, SP, junho de 1988) foi um artista brasileiro, expoente do movimento neoconcreto. Trabalhou com pintura, desenho, gravação, cenografia, figurinos e trabalhos gráficos.
Willys trabalhava sua linguagem visual relacionando cor, forma, espaço e tempo. Em sua obra destaca-se historicamente a coleção 'Objetos Ativos', realizada no começo da década de 1960 e que unia a cor da pintura ao relevo da escultura. São peças de madeira exibindo pinturas geométricas em três de suas quatro arestas, prendendo-se a quarta aresta à parede, de maneira que o espectador não consegue abranger num único olhar a extensão do trabalho.
Biografia
Willys de Castro nasce em 16 de fevereiro de 1926 na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.
Em 1941, aos 15 anos muda-se para a cidade de São Paulo, onde inicia seus estudos em desenho com André Fort. De 1944 a 1945 trabalha como desenhista técnico; em 1948 forma-se em Química.
Em 1950 inicia um estágio no campo das artes gráficas e pinta suas primeiras obras abstratas-geométricas, que traz seu interesse - em 1953 - nas obras construtivistas russas, se inspirando em artistas como Tatlin e Kandinsky; também no De Stijl holandês de Doesburg e Mondrian; e no supermatismo de Malevich.
Se une com o artista Hércules Barsotti em 1954 e funda um estúdio de projetos gráficos. Participa do movimento Ars Nova e escreve uma série de poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia. Se interessa pelo teatro e co-funda a revista Teatro Brasileiro em 1955. Começa a trabalhar em cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e para o Teatro Cultura Artística e em 1957 recebe um prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais.
Em 1959 une-se ao grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, junto de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clark, etc.
De 1959 a 1962 trabalha em sua coleção "Objetos Ativos", explorando o espaço como elemento plástico. Ainda nos anos 60, integra o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. Co-funda a Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI - e o Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, desenha estampas para tecidos voltados a produção industrial.
Na década de 1980, inicia uma pesquisa com efeitos artísticos sobre a cor e movimento da madeira, metal, inox e outros materiais, a qual chama de Pluriobjetos, lançada no ano de sua morte.
Willys morre em 1988, aos 62 anos na cidade de São Paulo, deixando um grande legado na arte moderna brasileira.
Exposições e acervos
Mostras de arte neoconcreta realizadas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo de 1959 a 1961.
Exposição Internacional de Arte Concreta, em (Zurich, 1960)
II Bienal de Paris em 1961, Brazilian Art Today (Londres, 1965).
Projeto Construtivo Brasileiro em Arte (São Paulo e Rio de Janeiro, 1977).
Tradição e Ruptura (São Paulo, 1984).
Bienal, Brasil Século XX (São Paulo, 1994).
Arte Construtiva no Brasil (São Paulo, 1998).
Suas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC, e do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MASP, mas a grande parte delas está nas mãos de uma empresa privada, o 'Gabinete de Arte Raquel Arnaud' que pertence à Presidente do Instituto de Arte Contemporânea.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
---
Grupo Neoconcreto | Itaú Cultural
Desde 1956, na 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, anuncia-se uma divergência latente entre os trabalhos dos artistas paulistas, oriundos do Grupo Ruptura, e cariocas, oriundos do Grupo Frente. Iniciava-se a cisão do movimento concreto. Assim, em 22 de março de 1959, os artistas do Rio de Janeiro rompem com o concretismo, publicando o Manifesto Neoconcreto no Jornal do Brasil e realizando a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
No manifesto, os signatários colocam-se contra a exacerbação racionalista a que os concretistas haviam levado sua obra. Defendem a introdução da expressão na obra de arte, rejeitando o primado da razão sobre a sensibilidade. Ronaldo Brito afirma que "o neoconcretismo representou a um só tempo o vértice da consciência construtiva no Brasil e a sua explosão.
Até 1961, quando se deu a dissolução do grupo, outras três mostras são realizadas - em Salvador, Rio Janeiro e São Paulo - bem como a Exposição de Livros-Poemas, o Balé Neoconcreto, de Lygia Pape (1927-2004) e Reynaldo Jardim (1926-2011), e o lançamento da Teoria do Não-Objeto de Ferreira Gullar (1930-2016).
Fonte: GRUPO Neoconcreto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: USP. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
Willis de Souza Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 — São Paulo, SP, 5 de junho de 1988), mais conhecido como Willys de Castro foi um artista gráfico, artista visual, cenógrafo, desenhista, figurinista, gravador, pintor e químico brasileiro. Conhecido por uma atuar em diversas áreas da arte, marcou seu nome na história da arte brasileira como artista plástico. Neoconcretista, desenvolveu obras importantes como Desintegração, Pintura e Pluriobjeto A6. Sua arte se projeta para além dos limites que caracterizam uma determinada forma de expressão artística, característica notável em todos os seus trabalhos. Participou de importantes mostras como a 4ª, 6ª e 24ª Bienais de São Paulo, a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris, entre outras.
Biografia
Willys de Castro (Uberlândia MG 1926 - São Paulo SP 1988). Pintor, gravador, desenhista, cenógrafo, figurinista, artista gráfico. Muda-se para São Paulo em 1941, onde estuda desenho com André Fort. Entre 1944 e 1945, trabalhou como desenhista técnico e, em 1948, formou-se em química. Em 1950, inicia estágio em artes gráficas e realiza suas primeiras pinturas e desenhos abstrato-geométricos. No ano de 1953, passa a executar obras de cunho construtivista. No ano seguinte, fundou com Hércules Barsotti (1914) um estúdio de projetos gráficos e participou do movimento Ars Nova, realizando poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia - TBC. É co-fundador da revista Teatro Brasileiro, em 1955. Faz cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e o Teatro Cultura Artística. Em 1957, recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais e trabalha como conselheiro-técnico da revista Vértice. Em 1958, viaja a estudo para a Europa e, no ano seguinte, ao voltar une-se ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, ao lado de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar (1930), Franz Weissmann (1911 - 2005), Lygia Clark (1920 - 1988), entre outros. Entre 1959 e 1962, realiza a série Objetos Ativos, trabalhos que exploram o plano e o volume como elementos plásticos, questionando a utilização da tela enquanto suporte da linguagem pictórica. No início dos anos 1960, integrou o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. É co-fundador e membro da Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI e do Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, projeta estampas para tecidos voltados à produção industrial. Na década de 1980, inicia pesquisa de construções em madeira, metal, inox e outros materiais, com efeitos de cor e movimento, os Pluriobjetos.
Análise
Willys de Castro realizou suas primeiras pinturas no fim da década de 1940 e, a partir de 1950, trabalha com abstração geométrica. Em 1954, funda com o artista Hércules Barsotti (1914) o Estúdio de Projetos Gráficos, no qual trabalhou até 1964. Dedica-se à programação visual e a projetos de padronagens para tecidos. Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou também na confecção de cenários e figurinos para teatro. A produção do artista, na segunda metade da década de 1950, relaciona-se à dos artistas do movimento concreto. Denomina suas obras simplesmente de Pinturas, numerando-as ou indicando tratar-se de segunda ou terceira versão. Trabalha com um número deliberadamente restrito de questões: equilíbrio, tensionamento e instabilidade.
A obra Desintegração 5 (s.d.) apresenta uma estrutura formada por triângulos coloridos, distribuídos em um eixo central-diagonal, que tende a girar sobre si mesmo. Esses triângulos estão unidos uns aos outros apenas por um dos vértices. A composição sugere um equilíbrio prestes a romper-se e é estabilizada pelos triângulos que se formam nos vazios entre os triângulos coloridos. Assim, convivem nessa obra simetria e assimetria e elementos reais e invisíveis. Em Pintura 172 (s.d.), o artista apresenta a metáfora do eclipse, explorando a passagem de uma forma circular sobre outra. Já no outro quadro Pintura (1958) Willys lida com a relação de contigüidade e distanciamento: como em um jogo de bilhar, as esferas se tocam e impulsionam umas às outras. Nessas obras, trabalha com elementos e questões comuns ao movimento concreto: cores puras, formas geométricas, efeitos óticos e cinéticos e proximidade com o design gráfico. A estrutura básica do quadro não é rompida, como acontece em obras realizadas posteriormente.
A partir de 1959, cria os Objetos Ativos, suas obras mais conhecidas, constituídos por peças de madeira retangulares - perfis ou réguas de madeira - recobertas de telas, com três superfícies pintadas de maneira abstrato-geométrica. Esses objetos são fixados à parede por um dos lados. A pintura apresentada no plano frontal demonstra, assim, uma continuidade nos planos laterais. O espectador deve movimentar-se e seu olhar precisa percorrer as superfícies para observar o objeto em sua totalidade. A obra parece flutuar no espaço e é criada no momento de sua percepção. O artista trata de questões relacionadas ao conflito entre superfície bidimensional e espaço real. Sua proposta é questionar a utilização da tela como suporte da linguagem pictórica e, dessa forma, aproxima-se da mesma vertente a que pertencem os trabalhos neoconcretos de Lygia Clark (1920 - 1988) e de Hélio Oiticica (1937 - 1980).
Depois de quase duas décadas sem expor, em meados de 1970 e com base em pesquisas iniciadas com os Objetos Ativos, Willys realiza os Pluriobjetos, esculturas de metal ou madeira que resultam de operações semelhantes às dos Objetos Ativos: o deslocamento de uma porção ou elemento que reordena o todo. Dialoga assim com outras experimentações tridimensionais de artistas como Amilcar de Castro (1920 - 2002) e Franz Weissmann (1911 - 2005). Em Pluriobjeto A6 (1988), por exemplo, trabalha com uma estrutura de madeira vertical, na qual explora, através de um deslocamento, a tensão estabilidade/instabilidade, conferindo a esta, entretanto, grande leveza. Nos Pluriobjetos, como nos Objetos Ativos, a obra nunca se completa, porque não existe ponto ideal de observação e o sujeito deve questioná-la de diversos ângulos de visão.
Willys de Castro explora sutilíssimas relações entre forma, cor, espaço e tempo. É um dos mais notáveis participantes do movimento neoconcreto e destaca-se por pesquisas que o levaram a ser um dos pioneiros a romper com a utilização da superfície bidimensional da tela como suporte para a linguagem pictórica. Os Objetos Ativos, para o crítico de arte Frederico Morais, são a sua maior contribuição à arte construtiva brasileira.
Feiras de Arte
2009 - Arco 2009
2010 - SP-Arte 2010
2011 - SP-Arte 2011
Espetáculos
1956 - Escola de Maridos
Acervos
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - SP
Gabinete de Arte Raquel Arnaud - São Paulo SP
Exposições Individuais
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1962 - São Paulo SP - Individual, na Petite Galerie
1983 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
Exposições Coletivas
1953 - São Paulo SP - Salão de Agosto, na Casa do Povo
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - Prêmio Governador do Estado
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - Assunção (Paraguai) - Obras del Museo de Arte Moderno de San Pablo, no Salon Carlos Antonio Lopes
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Poema, no Jornal do Brasil
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, na Galeria Belvedere da Sé
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/SP
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1963 - Kobe (Japão) - International Society of Plastic Art, na Daimaru's Exhibition Hall
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute, no Beethovenhalle
1967 - São Paulo SP - Exposição de Gravuras, na Galeria Arte
1969 - São Paulo SP - Gravuras Originais, na Galeria Astréia
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - São Paulo SP - Retrospectiva da Moda Brasileira, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Bruxelas (Bélgica) - Imagem do Brasil, no Manhattan Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Comunicação segundo os Artistas Plásticos, na Rede Globo - itinerante
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, na Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de La Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo - Em Busca da Essência - elementos de redução na arte brasileira, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
Exposições Póstumas
1988 - São Paulo SP - Aventuras da Ordem, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - São Paulo SP - 10 Escultores, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1994 - São Paulo SP - Willys de Castro: obras de 1954-1961, no Studio Sylvio Nery da Fonseca
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo - Metamorfose do Consumo, no Itaú Cultural
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Mira Schendel, Sérgio de Camargo e Willys de Castro, no CCBB
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Individual, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, na Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una seléccion del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Coléccion Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro - Projeto em Preto e Branco, na Silvia Cintra Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - A Gravura Vai Bem, Obrigado, no Espaço Virgílio
2003 - São Paulo SP - Escultores, Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2003 - São Paulo SP - Um Difícil Momento de Equilíbrio, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2004 - Rio de Janeiro RJ - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, no CCBB
Fonte: WILLYS de Castro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Willys de Castro - Wikipédia
Willys de Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 - São Paulo, SP, junho de 1988) foi um artista brasileiro, expoente do movimento neoconcreto. Trabalhou com pintura, desenho, gravação, cenografia, figurinos e trabalhos gráficos.
Willys trabalhava sua linguagem visual relacionando cor, forma, espaço e tempo. Em sua obra destaca-se historicamente a coleção 'Objetos Ativos', realizada no começo da década de 1960 e que unia a cor da pintura ao relevo da escultura. São peças de madeira exibindo pinturas geométricas em três de suas quatro arestas, prendendo-se a quarta aresta à parede, de maneira que o espectador não consegue abranger num único olhar a extensão do trabalho.
Biografia
Willys de Castro nasce em 16 de fevereiro de 1926 na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.
Em 1941, aos 15 anos muda-se para a cidade de São Paulo, onde inicia seus estudos em desenho com André Fort. De 1944 a 1945 trabalha como desenhista técnico; em 1948 forma-se em Química.
Em 1950 inicia um estágio no campo das artes gráficas e pinta suas primeiras obras abstratas-geométricas, que traz seu interesse - em 1953 - nas obras construtivistas russas, se inspirando em artistas como Tatlin e Kandinsky; também no De Stijl holandês de Doesburg e Mondrian; e no supermatismo de Malevich.
Se une com o artista Hércules Barsotti em 1954 e funda um estúdio de projetos gráficos. Participa do movimento Ars Nova e escreve uma série de poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia. Se interessa pelo teatro e co-funda a revista Teatro Brasileiro em 1955. Começa a trabalhar em cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e para o Teatro Cultura Artística e em 1957 recebe um prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais.
Em 1959 une-se ao grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, junto de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clark, etc.
De 1959 a 1962 trabalha em sua coleção "Objetos Ativos", explorando o espaço como elemento plástico. Ainda nos anos 60, integra o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. Co-funda a Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI - e o Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, desenha estampas para tecidos voltados a produção industrial.
Na década de 1980, inicia uma pesquisa com efeitos artísticos sobre a cor e movimento da madeira, metal, inox e outros materiais, a qual chama de Pluriobjetos, lançada no ano de sua morte.
Willys morre em 1988, aos 62 anos na cidade de São Paulo, deixando um grande legado na arte moderna brasileira.
Exposições e acervos
Mostras de arte neoconcreta realizadas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo de 1959 a 1961.
Exposição Internacional de Arte Concreta, em (Zurich, 1960)
II Bienal de Paris em 1961, Brazilian Art Today (Londres, 1965).
Projeto Construtivo Brasileiro em Arte (São Paulo e Rio de Janeiro, 1977).
Tradição e Ruptura (São Paulo, 1984).
Bienal, Brasil Século XX (São Paulo, 1994).
Arte Construtiva no Brasil (São Paulo, 1998).
Suas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC, e do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MASP, mas a grande parte delas está nas mãos de uma empresa privada, o 'Gabinete de Arte Raquel Arnaud' que pertence à Presidente do Instituto de Arte Contemporânea.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
---
Grupo Neoconcreto | Itaú Cultural
Desde 1956, na 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, anuncia-se uma divergência latente entre os trabalhos dos artistas paulistas, oriundos do Grupo Ruptura, e cariocas, oriundos do Grupo Frente. Iniciava-se a cisão do movimento concreto. Assim, em 22 de março de 1959, os artistas do Rio de Janeiro rompem com o concretismo, publicando o Manifesto Neoconcreto no Jornal do Brasil e realizando a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
No manifesto, os signatários colocam-se contra a exacerbação racionalista a que os concretistas haviam levado sua obra. Defendem a introdução da expressão na obra de arte, rejeitando o primado da razão sobre a sensibilidade. Ronaldo Brito afirma que "o neoconcretismo representou a um só tempo o vértice da consciência construtiva no Brasil e a sua explosão.
Até 1961, quando se deu a dissolução do grupo, outras três mostras são realizadas - em Salvador, Rio Janeiro e São Paulo - bem como a Exposição de Livros-Poemas, o Balé Neoconcreto, de Lygia Pape (1927-2004) e Reynaldo Jardim (1926-2011), e o lançamento da Teoria do Não-Objeto de Ferreira Gullar (1930-2016).
Fonte: GRUPO Neoconcreto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: USP. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
Willis de Souza Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 — São Paulo, SP, 5 de junho de 1988), mais conhecido como Willys de Castro foi um artista gráfico, artista visual, cenógrafo, desenhista, figurinista, gravador, pintor e químico brasileiro. Conhecido por uma atuar em diversas áreas da arte, marcou seu nome na história da arte brasileira como artista plástico. Neoconcretista, desenvolveu obras importantes como Desintegração, Pintura e Pluriobjeto A6. Sua arte se projeta para além dos limites que caracterizam uma determinada forma de expressão artística, característica notável em todos os seus trabalhos. Participou de importantes mostras como a 4ª, 6ª e 24ª Bienais de São Paulo, a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris, entre outras.
Biografia
Willys de Castro (Uberlândia MG 1926 - São Paulo SP 1988). Pintor, gravador, desenhista, cenógrafo, figurinista, artista gráfico. Muda-se para São Paulo em 1941, onde estuda desenho com André Fort. Entre 1944 e 1945, trabalhou como desenhista técnico e, em 1948, formou-se em química. Em 1950, inicia estágio em artes gráficas e realiza suas primeiras pinturas e desenhos abstrato-geométricos. No ano de 1953, passa a executar obras de cunho construtivista. No ano seguinte, fundou com Hércules Barsotti (1914) um estúdio de projetos gráficos e participou do movimento Ars Nova, realizando poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia - TBC. É co-fundador da revista Teatro Brasileiro, em 1955. Faz cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e o Teatro Cultura Artística. Em 1957, recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais e trabalha como conselheiro-técnico da revista Vértice. Em 1958, viaja a estudo para a Europa e, no ano seguinte, ao voltar une-se ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, ao lado de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar (1930), Franz Weissmann (1911 - 2005), Lygia Clark (1920 - 1988), entre outros. Entre 1959 e 1962, realiza a série Objetos Ativos, trabalhos que exploram o plano e o volume como elementos plásticos, questionando a utilização da tela enquanto suporte da linguagem pictórica. No início dos anos 1960, integrou o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. É co-fundador e membro da Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI e do Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, projeta estampas para tecidos voltados à produção industrial. Na década de 1980, inicia pesquisa de construções em madeira, metal, inox e outros materiais, com efeitos de cor e movimento, os Pluriobjetos.
Análise
Willys de Castro realizou suas primeiras pinturas no fim da década de 1940 e, a partir de 1950, trabalha com abstração geométrica. Em 1954, funda com o artista Hércules Barsotti (1914) o Estúdio de Projetos Gráficos, no qual trabalhou até 1964. Dedica-se à programação visual e a projetos de padronagens para tecidos. Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou também na confecção de cenários e figurinos para teatro. A produção do artista, na segunda metade da década de 1950, relaciona-se à dos artistas do movimento concreto. Denomina suas obras simplesmente de Pinturas, numerando-as ou indicando tratar-se de segunda ou terceira versão. Trabalha com um número deliberadamente restrito de questões: equilíbrio, tensionamento e instabilidade.
A obra Desintegração 5 (s.d.) apresenta uma estrutura formada por triângulos coloridos, distribuídos em um eixo central-diagonal, que tende a girar sobre si mesmo. Esses triângulos estão unidos uns aos outros apenas por um dos vértices. A composição sugere um equilíbrio prestes a romper-se e é estabilizada pelos triângulos que se formam nos vazios entre os triângulos coloridos. Assim, convivem nessa obra simetria e assimetria e elementos reais e invisíveis. Em Pintura 172 (s.d.), o artista apresenta a metáfora do eclipse, explorando a passagem de uma forma circular sobre outra. Já no outro quadro Pintura (1958) Willys lida com a relação de contigüidade e distanciamento: como em um jogo de bilhar, as esferas se tocam e impulsionam umas às outras. Nessas obras, trabalha com elementos e questões comuns ao movimento concreto: cores puras, formas geométricas, efeitos óticos e cinéticos e proximidade com o design gráfico. A estrutura básica do quadro não é rompida, como acontece em obras realizadas posteriormente.
A partir de 1959, cria os Objetos Ativos, suas obras mais conhecidas, constituídos por peças de madeira retangulares - perfis ou réguas de madeira - recobertas de telas, com três superfícies pintadas de maneira abstrato-geométrica. Esses objetos são fixados à parede por um dos lados. A pintura apresentada no plano frontal demonstra, assim, uma continuidade nos planos laterais. O espectador deve movimentar-se e seu olhar precisa percorrer as superfícies para observar o objeto em sua totalidade. A obra parece flutuar no espaço e é criada no momento de sua percepção. O artista trata de questões relacionadas ao conflito entre superfície bidimensional e espaço real. Sua proposta é questionar a utilização da tela como suporte da linguagem pictórica e, dessa forma, aproxima-se da mesma vertente a que pertencem os trabalhos neoconcretos de Lygia Clark (1920 - 1988) e de Hélio Oiticica (1937 - 1980).
Depois de quase duas décadas sem expor, em meados de 1970 e com base em pesquisas iniciadas com os Objetos Ativos, Willys realiza os Pluriobjetos, esculturas de metal ou madeira que resultam de operações semelhantes às dos Objetos Ativos: o deslocamento de uma porção ou elemento que reordena o todo. Dialoga assim com outras experimentações tridimensionais de artistas como Amilcar de Castro (1920 - 2002) e Franz Weissmann (1911 - 2005). Em Pluriobjeto A6 (1988), por exemplo, trabalha com uma estrutura de madeira vertical, na qual explora, através de um deslocamento, a tensão estabilidade/instabilidade, conferindo a esta, entretanto, grande leveza. Nos Pluriobjetos, como nos Objetos Ativos, a obra nunca se completa, porque não existe ponto ideal de observação e o sujeito deve questioná-la de diversos ângulos de visão.
Willys de Castro explora sutilíssimas relações entre forma, cor, espaço e tempo. É um dos mais notáveis participantes do movimento neoconcreto e destaca-se por pesquisas que o levaram a ser um dos pioneiros a romper com a utilização da superfície bidimensional da tela como suporte para a linguagem pictórica. Os Objetos Ativos, para o crítico de arte Frederico Morais, são a sua maior contribuição à arte construtiva brasileira.
Feiras de Arte
2009 - Arco 2009
2010 - SP-Arte 2010
2011 - SP-Arte 2011
Espetáculos
1956 - Escola de Maridos
Acervos
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - SP
Gabinete de Arte Raquel Arnaud - São Paulo SP
Exposições Individuais
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1962 - São Paulo SP - Individual, na Petite Galerie
1983 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
Exposições Coletivas
1953 - São Paulo SP - Salão de Agosto, na Casa do Povo
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - Prêmio Governador do Estado
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - Assunção (Paraguai) - Obras del Museo de Arte Moderno de San Pablo, no Salon Carlos Antonio Lopes
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Poema, no Jornal do Brasil
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, na Galeria Belvedere da Sé
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/SP
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1963 - Kobe (Japão) - International Society of Plastic Art, na Daimaru's Exhibition Hall
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute, no Beethovenhalle
1967 - São Paulo SP - Exposição de Gravuras, na Galeria Arte
1969 - São Paulo SP - Gravuras Originais, na Galeria Astréia
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - São Paulo SP - Retrospectiva da Moda Brasileira, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Bruxelas (Bélgica) - Imagem do Brasil, no Manhattan Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Comunicação segundo os Artistas Plásticos, na Rede Globo - itinerante
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, na Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de La Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo - Em Busca da Essência - elementos de redução na arte brasileira, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
Exposições Póstumas
1988 - São Paulo SP - Aventuras da Ordem, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - São Paulo SP - 10 Escultores, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1994 - São Paulo SP - Willys de Castro: obras de 1954-1961, no Studio Sylvio Nery da Fonseca
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo - Metamorfose do Consumo, no Itaú Cultural
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Mira Schendel, Sérgio de Camargo e Willys de Castro, no CCBB
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Individual, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, na Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una seléccion del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Coléccion Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro - Projeto em Preto e Branco, na Silvia Cintra Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - A Gravura Vai Bem, Obrigado, no Espaço Virgílio
2003 - São Paulo SP - Escultores, Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2003 - São Paulo SP - Um Difícil Momento de Equilíbrio, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2004 - Rio de Janeiro RJ - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, no CCBB
Fonte: WILLYS de Castro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Willys de Castro - Wikipédia
Willys de Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 - São Paulo, SP, junho de 1988) foi um artista brasileiro, expoente do movimento neoconcreto. Trabalhou com pintura, desenho, gravação, cenografia, figurinos e trabalhos gráficos.
Willys trabalhava sua linguagem visual relacionando cor, forma, espaço e tempo. Em sua obra destaca-se historicamente a coleção 'Objetos Ativos', realizada no começo da década de 1960 e que unia a cor da pintura ao relevo da escultura. São peças de madeira exibindo pinturas geométricas em três de suas quatro arestas, prendendo-se a quarta aresta à parede, de maneira que o espectador não consegue abranger num único olhar a extensão do trabalho.
Biografia
Willys de Castro nasce em 16 de fevereiro de 1926 na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.
Em 1941, aos 15 anos muda-se para a cidade de São Paulo, onde inicia seus estudos em desenho com André Fort. De 1944 a 1945 trabalha como desenhista técnico; em 1948 forma-se em Química.
Em 1950 inicia um estágio no campo das artes gráficas e pinta suas primeiras obras abstratas-geométricas, que traz seu interesse - em 1953 - nas obras construtivistas russas, se inspirando em artistas como Tatlin e Kandinsky; também no De Stijl holandês de Doesburg e Mondrian; e no supermatismo de Malevich.
Se une com o artista Hércules Barsotti em 1954 e funda um estúdio de projetos gráficos. Participa do movimento Ars Nova e escreve uma série de poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia. Se interessa pelo teatro e co-funda a revista Teatro Brasileiro em 1955. Começa a trabalhar em cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e para o Teatro Cultura Artística e em 1957 recebe um prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais.
Em 1959 une-se ao grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, junto de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clark, etc.
De 1959 a 1962 trabalha em sua coleção "Objetos Ativos", explorando o espaço como elemento plástico. Ainda nos anos 60, integra o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. Co-funda a Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI - e o Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, desenha estampas para tecidos voltados a produção industrial.
Na década de 1980, inicia uma pesquisa com efeitos artísticos sobre a cor e movimento da madeira, metal, inox e outros materiais, a qual chama de Pluriobjetos, lançada no ano de sua morte.
Willys morre em 1988, aos 62 anos na cidade de São Paulo, deixando um grande legado na arte moderna brasileira.
Exposições e acervos
Mostras de arte neoconcreta realizadas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo de 1959 a 1961.
Exposição Internacional de Arte Concreta, em (Zurich, 1960)
II Bienal de Paris em 1961, Brazilian Art Today (Londres, 1965).
Projeto Construtivo Brasileiro em Arte (São Paulo e Rio de Janeiro, 1977).
Tradição e Ruptura (São Paulo, 1984).
Bienal, Brasil Século XX (São Paulo, 1994).
Arte Construtiva no Brasil (São Paulo, 1998).
Suas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC, e do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MASP, mas a grande parte delas está nas mãos de uma empresa privada, o 'Gabinete de Arte Raquel Arnaud' que pertence à Presidente do Instituto de Arte Contemporânea.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
---
Grupo Neoconcreto | Itaú Cultural
Desde 1956, na 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, anuncia-se uma divergência latente entre os trabalhos dos artistas paulistas, oriundos do Grupo Ruptura, e cariocas, oriundos do Grupo Frente. Iniciava-se a cisão do movimento concreto. Assim, em 22 de março de 1959, os artistas do Rio de Janeiro rompem com o concretismo, publicando o Manifesto Neoconcreto no Jornal do Brasil e realizando a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
No manifesto, os signatários colocam-se contra a exacerbação racionalista a que os concretistas haviam levado sua obra. Defendem a introdução da expressão na obra de arte, rejeitando o primado da razão sobre a sensibilidade. Ronaldo Brito afirma que "o neoconcretismo representou a um só tempo o vértice da consciência construtiva no Brasil e a sua explosão.
Até 1961, quando se deu a dissolução do grupo, outras três mostras são realizadas - em Salvador, Rio Janeiro e São Paulo - bem como a Exposição de Livros-Poemas, o Balé Neoconcreto, de Lygia Pape (1927-2004) e Reynaldo Jardim (1926-2011), e o lançamento da Teoria do Não-Objeto de Ferreira Gullar (1930-2016).
Fonte: GRUPO Neoconcreto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: USP. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
Willis de Souza Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 — São Paulo, SP, 5 de junho de 1988), mais conhecido como Willys de Castro foi um artista gráfico, artista visual, cenógrafo, desenhista, figurinista, gravador, pintor e químico brasileiro. Conhecido por uma atuar em diversas áreas da arte, marcou seu nome na história da arte brasileira como artista plástico. Neoconcretista, desenvolveu obras importantes como Desintegração, Pintura e Pluriobjeto A6. Sua arte se projeta para além dos limites que caracterizam uma determinada forma de expressão artística, característica notável em todos os seus trabalhos. Participou de importantes mostras como a 4ª, 6ª e 24ª Bienais de São Paulo, a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris, entre outras.
Biografia
Willys de Castro (Uberlândia MG 1926 - São Paulo SP 1988). Pintor, gravador, desenhista, cenógrafo, figurinista, artista gráfico. Muda-se para São Paulo em 1941, onde estuda desenho com André Fort. Entre 1944 e 1945, trabalhou como desenhista técnico e, em 1948, formou-se em química. Em 1950, inicia estágio em artes gráficas e realiza suas primeiras pinturas e desenhos abstrato-geométricos. No ano de 1953, passa a executar obras de cunho construtivista. No ano seguinte, fundou com Hércules Barsotti (1914) um estúdio de projetos gráficos e participou do movimento Ars Nova, realizando poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia - TBC. É co-fundador da revista Teatro Brasileiro, em 1955. Faz cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e o Teatro Cultura Artística. Em 1957, recebe prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais e trabalha como conselheiro-técnico da revista Vértice. Em 1958, viaja a estudo para a Europa e, no ano seguinte, ao voltar une-se ao Grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, ao lado de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar (1930), Franz Weissmann (1911 - 2005), Lygia Clark (1920 - 1988), entre outros. Entre 1959 e 1962, realiza a série Objetos Ativos, trabalhos que exploram o plano e o volume como elementos plásticos, questionando a utilização da tela enquanto suporte da linguagem pictórica. No início dos anos 1960, integrou o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. É co-fundador e membro da Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI e do Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, projeta estampas para tecidos voltados à produção industrial. Na década de 1980, inicia pesquisa de construções em madeira, metal, inox e outros materiais, com efeitos de cor e movimento, os Pluriobjetos.
Análise
Willys de Castro realizou suas primeiras pinturas no fim da década de 1940 e, a partir de 1950, trabalha com abstração geométrica. Em 1954, funda com o artista Hércules Barsotti (1914) o Estúdio de Projetos Gráficos, no qual trabalhou até 1964. Dedica-se à programação visual e a projetos de padronagens para tecidos. Nas décadas de 1950 e 1960 trabalhou também na confecção de cenários e figurinos para teatro. A produção do artista, na segunda metade da década de 1950, relaciona-se à dos artistas do movimento concreto. Denomina suas obras simplesmente de Pinturas, numerando-as ou indicando tratar-se de segunda ou terceira versão. Trabalha com um número deliberadamente restrito de questões: equilíbrio, tensionamento e instabilidade.
A obra Desintegração 5 (s.d.) apresenta uma estrutura formada por triângulos coloridos, distribuídos em um eixo central-diagonal, que tende a girar sobre si mesmo. Esses triângulos estão unidos uns aos outros apenas por um dos vértices. A composição sugere um equilíbrio prestes a romper-se e é estabilizada pelos triângulos que se formam nos vazios entre os triângulos coloridos. Assim, convivem nessa obra simetria e assimetria e elementos reais e invisíveis. Em Pintura 172 (s.d.), o artista apresenta a metáfora do eclipse, explorando a passagem de uma forma circular sobre outra. Já no outro quadro Pintura (1958) Willys lida com a relação de contigüidade e distanciamento: como em um jogo de bilhar, as esferas se tocam e impulsionam umas às outras. Nessas obras, trabalha com elementos e questões comuns ao movimento concreto: cores puras, formas geométricas, efeitos óticos e cinéticos e proximidade com o design gráfico. A estrutura básica do quadro não é rompida, como acontece em obras realizadas posteriormente.
A partir de 1959, cria os Objetos Ativos, suas obras mais conhecidas, constituídos por peças de madeira retangulares - perfis ou réguas de madeira - recobertas de telas, com três superfícies pintadas de maneira abstrato-geométrica. Esses objetos são fixados à parede por um dos lados. A pintura apresentada no plano frontal demonstra, assim, uma continuidade nos planos laterais. O espectador deve movimentar-se e seu olhar precisa percorrer as superfícies para observar o objeto em sua totalidade. A obra parece flutuar no espaço e é criada no momento de sua percepção. O artista trata de questões relacionadas ao conflito entre superfície bidimensional e espaço real. Sua proposta é questionar a utilização da tela como suporte da linguagem pictórica e, dessa forma, aproxima-se da mesma vertente a que pertencem os trabalhos neoconcretos de Lygia Clark (1920 - 1988) e de Hélio Oiticica (1937 - 1980).
Depois de quase duas décadas sem expor, em meados de 1970 e com base em pesquisas iniciadas com os Objetos Ativos, Willys realiza os Pluriobjetos, esculturas de metal ou madeira que resultam de operações semelhantes às dos Objetos Ativos: o deslocamento de uma porção ou elemento que reordena o todo. Dialoga assim com outras experimentações tridimensionais de artistas como Amilcar de Castro (1920 - 2002) e Franz Weissmann (1911 - 2005). Em Pluriobjeto A6 (1988), por exemplo, trabalha com uma estrutura de madeira vertical, na qual explora, através de um deslocamento, a tensão estabilidade/instabilidade, conferindo a esta, entretanto, grande leveza. Nos Pluriobjetos, como nos Objetos Ativos, a obra nunca se completa, porque não existe ponto ideal de observação e o sujeito deve questioná-la de diversos ângulos de visão.
Willys de Castro explora sutilíssimas relações entre forma, cor, espaço e tempo. É um dos mais notáveis participantes do movimento neoconcreto e destaca-se por pesquisas que o levaram a ser um dos pioneiros a romper com a utilização da superfície bidimensional da tela como suporte para a linguagem pictórica. Os Objetos Ativos, para o crítico de arte Frederico Morais, são a sua maior contribuição à arte construtiva brasileira.
Feiras de Arte
2009 - Arco 2009
2010 - SP-Arte 2010
2011 - SP-Arte 2011
Espetáculos
1956 - Escola de Maridos
Acervos
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - SP
Gabinete de Arte Raquel Arnaud - São Paulo SP
Exposições Individuais
1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte das Folhas
1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1962 - São Paulo SP - Individual, na Petite Galerie
1983 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
Exposições Coletivas
1953 - São Paulo SP - Salão de Agosto, na Casa do Povo
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - Prêmio Governador do Estado
1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1959 - Assunção (Paraguai) - Obras del Museo de Arte Moderno de San Pablo, no Salon Carlos Antonio Lopes
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Poema, no Jornal do Brasil
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, na Galeria Belvedere da Sé
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, no Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1961 - Paris (França) - 2ª Bienal dos Jovens, no Musée d´Art Moderne de La Ville de Paris
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/SP
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1963 - Kobe (Japão) - International Society of Plastic Art, na Daimaru's Exhibition Hall
1964 - Rio de Janeiro RJ - 2º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1966 - Bonn (Alemanha) - Brasilianische Kunst Heute, no Beethovenhalle
1967 - São Paulo SP - Exposição de Gravuras, na Galeria Arte
1969 - São Paulo SP - Gravuras Originais, na Galeria Astréia
1970 - São Paulo SP - Mostra Inaugural, na Galeria Astréia
1971 - São Paulo SP - Retrospectiva da Moda Brasileira, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1973 - Bruxelas (Bélgica) - Imagem do Brasil, no Manhattan Center
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Comunicação segundo os Artistas Plásticos, na Rede Globo - itinerante
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, na Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie
1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de La Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo - Em Busca da Essência - elementos de redução na arte brasileira, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
Exposições Póstumas
1988 - São Paulo SP - Aventuras da Ordem, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - São Paulo SP - 10 Escultores, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1994 - São Paulo SP - Willys de Castro: obras de 1954-1961, no Studio Sylvio Nery da Fonseca
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Itaú Galeria
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo - Metamorfose do Consumo, no Itaú Cultural
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Mira Schendel, Sérgio de Camargo e Willys de Castro, no CCBB
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado
2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Individual, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, na Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una seléccion del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Coléccion Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro - Projeto em Preto e Branco, na Silvia Cintra Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - A Gravura Vai Bem, Obrigado, no Espaço Virgílio
2003 - São Paulo SP - Escultores, Esculturas, na Pinakotheke
2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake
2003 - São Paulo SP - Um Difícil Momento de Equilíbrio, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2004 - Rio de Janeiro RJ - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, no CCBB
Fonte: WILLYS de Castro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
---
Willys de Castro - Wikipédia
Willys de Castro (Uberlândia, MG, 16 de fevereiro de 1926 - São Paulo, SP, junho de 1988) foi um artista brasileiro, expoente do movimento neoconcreto. Trabalhou com pintura, desenho, gravação, cenografia, figurinos e trabalhos gráficos.
Willys trabalhava sua linguagem visual relacionando cor, forma, espaço e tempo. Em sua obra destaca-se historicamente a coleção 'Objetos Ativos', realizada no começo da década de 1960 e que unia a cor da pintura ao relevo da escultura. São peças de madeira exibindo pinturas geométricas em três de suas quatro arestas, prendendo-se a quarta aresta à parede, de maneira que o espectador não consegue abranger num único olhar a extensão do trabalho.
Biografia
Willys de Castro nasce em 16 de fevereiro de 1926 na cidade de Uberlândia, Minas Gerais.
Em 1941, aos 15 anos muda-se para a cidade de São Paulo, onde inicia seus estudos em desenho com André Fort. De 1944 a 1945 trabalha como desenhista técnico; em 1948 forma-se em Química.
Em 1950 inicia um estágio no campo das artes gráficas e pinta suas primeiras obras abstratas-geométricas, que traz seu interesse - em 1953 - nas obras construtivistas russas, se inspirando em artistas como Tatlin e Kandinsky; também no De Stijl holandês de Doesburg e Mondrian; e no supermatismo de Malevich.
Se une com o artista Hércules Barsotti em 1954 e funda um estúdio de projetos gráficos. Participa do movimento Ars Nova e escreve uma série de poemas concreto-visuais apresentados no Teatro Brasileiro de Comédia. Se interessa pelo teatro e co-funda a revista Teatro Brasileiro em 1955. Começa a trabalhar em cenários, figurinos e peças para o Teatro de Arena e para o Teatro Cultura Artística e em 1957 recebe um prêmio da Associação Paulista de Críticos Teatrais.
Em 1959 une-se ao grupo Neoconcreto do Rio de Janeiro, junto de Hércules Barsotti, Ferreira Gullar, Franz Weissman, Lygia Clark, etc.
De 1959 a 1962 trabalha em sua coleção "Objetos Ativos", explorando o espaço como elemento plástico. Ainda nos anos 60, integra o Conselho Artístico da Galeria de Artes das Folhas e a Association Internationale des Arts Plastiques da Unesco, em Paris. Co-funda a Associação Brasileira de Desenho Industrial - ABDI - e o Grupo Novas Tendências. De 1966 a 1967, desenha estampas para tecidos voltados a produção industrial.
Na década de 1980, inicia uma pesquisa com efeitos artísticos sobre a cor e movimento da madeira, metal, inox e outros materiais, a qual chama de Pluriobjetos, lançada no ano de sua morte.
Willys morre em 1988, aos 62 anos na cidade de São Paulo, deixando um grande legado na arte moderna brasileira.
Exposições e acervos
Mostras de arte neoconcreta realizadas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo de 1959 a 1961.
Exposição Internacional de Arte Concreta, em (Zurich, 1960)
II Bienal de Paris em 1961, Brazilian Art Today (Londres, 1965).
Projeto Construtivo Brasileiro em Arte (São Paulo e Rio de Janeiro, 1977).
Tradição e Ruptura (São Paulo, 1984).
Bienal, Brasil Século XX (São Paulo, 1994).
Arte Construtiva no Brasil (São Paulo, 1998).
Suas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC, e do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MASP, mas a grande parte delas está nas mãos de uma empresa privada, o 'Gabinete de Arte Raquel Arnaud' que pertence à Presidente do Instituto de Arte Contemporânea.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.
---
Grupo Neoconcreto | Itaú Cultural
Desde 1956, na 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, anuncia-se uma divergência latente entre os trabalhos dos artistas paulistas, oriundos do Grupo Ruptura, e cariocas, oriundos do Grupo Frente. Iniciava-se a cisão do movimento concreto. Assim, em 22 de março de 1959, os artistas do Rio de Janeiro rompem com o concretismo, publicando o Manifesto Neoconcreto no Jornal do Brasil e realizando a 1ª Exposição de Arte Neoconcreta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
No manifesto, os signatários colocam-se contra a exacerbação racionalista a que os concretistas haviam levado sua obra. Defendem a introdução da expressão na obra de arte, rejeitando o primado da razão sobre a sensibilidade. Ronaldo Brito afirma que "o neoconcretismo representou a um só tempo o vértice da consciência construtiva no Brasil e a sua explosão.
Até 1961, quando se deu a dissolução do grupo, outras três mostras são realizadas - em Salvador, Rio Janeiro e São Paulo - bem como a Exposição de Livros-Poemas, o Balé Neoconcreto, de Lygia Pape (1927-2004) e Reynaldo Jardim (1926-2011), e o lançamento da Teoria do Não-Objeto de Ferreira Gullar (1930-2016).
Fonte: GRUPO Neoconcreto. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 01 de dezembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: USP. Consultado pela última vez em 1 de dezembro de 2022.