Antônio Batista de Sousa (Província do Minho, Aldeia Santa Cristina da Pousa, Braga, antiga província ao norte de Portugal, 10 de outubro de 1925 — Goiânia, GO, 8 de junho de 2010), mais conhecido como Antônio Poteiro, foi um escultor português, ceramista e pintor, filho do ceramista português Américo Batista de Souzaque. Veio para o Brasil com um ano, morou em São Paulo, Minas Gerais e radicou-se em Goiânia. É considerado um dos mestres da pintura primitiva brasileira.
Biografia
Migrou com sua família para o Brasil em 1926. Fixaram-se em Araguari, no Triângulo Mineiro. Antonio Poteiro herdou do pai a técnica e a sensibilidade iniciando suas atividades como ceramista. Antes de seguir definitivamente no campo artístico atuou em outras profissões como, porteiro, vigilante, servente e administrador. No entanto, sempre voltava a executar o ofício de ceramista, tanto na estruturação de fábricas, quanto na confecção de peças utilitárias.
Em 1958, já com sua família constituída, passou a viver definitivamente em Goiás. Adotou o apelido de “Poteiro”, por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orientou a assinar seus bonecos de barro. Mais tarde é estimulado a pintar telas por Siron Franco e Cleber Gouvêa. Expôs seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior.
Lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha.
Durante sua trajetória artística, Antônio Poteiro recebeu muitos prêmios e homenagens de entidades públicas e privadas, em reconhecimento por suas contribuições à arte e à cultura goiana e brasileira vindo a falecer em 08 de junho de 2010, aos 84 anos.
Invenção, fôlego e garbo,
por Olívio Tavares de Araújo.
Não me parece seguro que a cultura brasileira já tenha produzido realmente algum gênio, mas há quem proponha para Antônio Poteiro esse título.
Pode ou não ser exagero, dependendo do sentido exato em que estejamos usando a palavra.
O certo é que ele um ceramista e pintor surpreendente, um pequeno vulcão barbudo que em vez de fogo expele inventividade e talento, e o criador de sua própria linguagem, coisa não muito freqüente entre nós.
Na década de 60, o escultor Willys de Castro cunhou uma frase até hoje muito citada sobre outro criador: “Volpi pinta vôlpis”. Quer dizer: em sua originalidade, o pintor só se podia definir sua obra, o produtor pelo produto, e vice-versa. Há dois anos e pouco, a inconfundível pintura de Poteiro me levou a uma paráfrase: Poteiro pinta poteiros. E assim ficamos entendidos.
É difícil até aplicar-lhe algum rótulo. Não sendo, é claro, um artista erudito, Poteiro tampouco é o que habitualmente chamamos de ‘primitivo’. Além da indesejável contaminação com as idéias de primariedade e precariedade, o termo geralmente designa um tipo de pintura estandartizada, que no caso brasileiro costuma se basear em algumas fórmulas e truques. São riachos nacarados, campos e montanhas floridos, nuvenzinhas que parecem chumaços de algodão e figurinhas espalhadas, tudo bem colorido com tons adocicados, mostrando um mundo quase edênico. Não é isso o que se encontra em Poteiro, com suas farândolas de cores vigorosas, suas figuras incisivas, sua ocupação delirante do espaço e sua visão irônica do mundo, às vezes cáustica, corporificada numa fabulação ininterrupta.
Na falta de melhor, vamos chamá-lo, de espontâneo – embora também não seja o ideal, porque pode sugerir a idéia de (absolutamente falsa) de que sua criação brote ao acaso, com a naturalidade de uma fonte. Isso não existe em arte, a qual é “cosa mentale”, como afirmava Leonardo da Vinci.Até entre os loucos, nasce de um ato da vontade e de uma troca de mensagens consertadas entre o cérebro e a mão. Observou um outro ‘primitivo’ brasileiro, José Antônio da Silva: “Pinto com as mãos e uso o cérebro”; é uma frase absolutamente inteligente.Em minha última conversa com Poteiro, há um mês e pouco, pude constatar a perfeita consciência que ele tem de que está lidando com problemas formais, mais que de conteúdo. Também para ele o verdadeiro desafio não é a historinha que eventualmente conta no quadro, mas sim a maneira de contá-la. O que lhe pode tirar o sono e se este vermelho está muito claro ou muito escuro, e aquele amarelo, no lugar certo. A despeito de sua figuração tosca – fruto de suas mãos rudes de oleiro – é um profissional, que domina, em todos os níveis, seu ofício.
Se por um lado, pois, resultará deliciosa, como sempre, a versão poteiriana dos 500 da História do Brasil – uma idéia brilhante que lhe foi sugerida por seu filho Américo e lhe custou mais de um ano de trabalho ininterrupto -, por outro insisto que o verdadeiro fascínio não está muito no episódio relatado, no assunto (termo que mestre Volpi usava com peculiar desdém, contrapondo-o a pintura), nem mesmo nas eventuais licenças poéticas com que Poteiro costuma marchetar suas narrativas. Está no fenômeno pictórico proposto. O que dá ao artista português/mineiro/goiano (pois nos três cantos andou aprontando das suas) é exatamente o que falta aos ‘primitivos’ de carteirinha: a qualidade plástica, a serviço de uma imaginação borbulhante. Além de inconfundivelmente pessoal, cada tela ou cerâmica é de uma riqueza e vitalidade inesgotáveis.
É que certamente uma força telúrica o anima. (nada mais frase feita do que isso, mas aqui ela é verdadeira e inevitável) . Ao mesmo tempo em que faz com as mãos e a cabeça, sua arte finca raízes num magma que inclui seu próprio inconsciente, o inconsciente coletivo e forças mágicas, para quem nelas acredite. Do barro faz Poteiro- como escreveu Frederico de Morais há mais de vinte anos – “algo vivo”, “entranhado na própria origem do mundo e das coisas “. Por isso suas cerâmicas “parecem algo que está nascendo, se fazendo, um rumor de rios profundos percorrendo a terra por dentro, a vida por dentro, a noite por dentro, um mundo mais próximo do mineral e do vegetal, e no qual o ser humano revela o ‘terror cósmico’ que o envolve”. Uma leitura bonita e sugestiva que se aplica também à pintura – e que se permanece operativa mesmo se hoje em dia o indivíduo Poteiro não me pareça sujeito a grandes dramas. Mas talvez seja até um inspirado, no sentido religioso da palavra. Muitas vezes sonha as peças que depois vai executar – o que também acontecia com outro criador da mesma natureza, o mineiro G.T.O., hoje um pouco esquecido.
Por tudo Poteiro é um grande artista. Transcende as definições com sua personalidade e sua produção tão singulares. Goza de um prestígio imbatível e merecido, faz sucesso de crítica e mercado. Resta falar de seu fôlego invejável. É comum, como se sabe, que os grandes artistas tenham um conluio com os deuses, os quais lhes concedem energia criadora até a idade avançada. O exemplo mais famoso e ilustre é o de Verdi, Compondo Otello aos 74, e Falstaff aos 80 anos; são suas duas obras-primas. As longas barbas brancas de Poteiro talvez o façam parecer mais velho do que é, mas de qualquer maneira já anda exatamente na metade da casa do 70. Vê-lo enfrentar com garbo e competência um empreendimento deste porte, com o qual homenageia uma data tão importante para suas duas pátrias, é para todos nós uma gratificação suplementar. E perceber que sua qualidade não cedeu sob a pressão do tempo é motivo de orgulho para a arte do país que o adotou.
Olívio Tavares de Araújo
Fonte: Instituto Antonio Poteiro, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
---
Biografia - Itaú Cultural
Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942 - 2000). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.
Análise
Antonio Poteiro, após fazer por algum tempo cerâmica utilitária, começa a realizar pequenos bonecos de argila. Passa a dedicar-se também à pintura, incentivado por Siron Franco (1947), e desenvolve gradualmente a habilidade de colorista. Como aponta o crítico Olívio Tavares de Araújo, Poteiro mantém um estilo coerente, tanto nos procedimentos formais que desenvolve como no uso personalíssimo da cor. Seus temas são variados e abarcam desde a fauna do pantanal mato-grossense a assuntos de história religiosa, abordados de maneira original.
Suas telas e cerâmicas são repletas de pequenas figuras de casas, animais, riachos, pessoas e detalhes ornamentais que preenchem todos os espaços vazios, e são tratados com minúcia e acuidade técnica. Realiza uma série abordando os 500 anos da História do Brasil, na qual mantém a visão pessoal e criativa dos temas, característica de seus trabalhos.
Críticas
"Antonio Poteiro é um sutil harmonizador de formas e de cores e um não menos sutil comentarista do grande teatro do mundo. Ele conta ou inventa fábulas, traça parábolas, troca-lhes o sentido. Nas obsessivas variações ornamentais que cobrem a pele das suas cerâmicas e das suas pinturas, a irreverência das situações e o rigor das imagens concretizam, agora, plasticamente aquela atividade que ele sonhava para si - a de poeta e de cantor.
No teatro da sua pintura, cada quadro é um écran onde as diferentes figurações que nele se inscrevem se dão réplica entre si, como o fariam os atores de uma mágica; ou alojando-se na verticalidade do plano da tela, se descobrem viajando num espaço ilimitado - como voaria o aeronauta que Poteiro, quando moço, também aspirava vir a ser. ' Tudo é uma coisa só'. Entre a inocência e a sabedoria, onde colocar a fronteira? Responde Poteiro: 'Tudo é uma coisa só'. Ou: 'Invoco a Deus, sai o Diabo, veja. Invoco o Diabo, sai Deus'. E não lhe mexam com seus Deuses, que a naturalidade deles pouco tem a ver com os catecismos que ensinam que o mal está dum lado e o bem do outro, artifício que nunca serviu senão para (supostamente) domesticar rebanhos de infelizes. A arte de Poteiro é concebida sem pecado: a inocência não conhece pecado, tal como a sabedoria é sem presunção. Porque se a presunção é contrário da inocência é também o contrário da sabedoria e anda pelo mundo a querer tomar o lugar das duas e a fazer ainda mais infelizes. Rir-se-á o presunçoso das cavalhadas celestes entre, por exemplo, tartarugas e lagartos, animais que não são de sela nem arredam o pé da terra. Mas Poteiro, que diz em menino não ter brincado, sabe hoje quanto é gostosa a regra dos sonhos, a qual é afinal a regra de toda a criação - a transformação das relações a que as coisas pareciam irremediavelmente constrangidas".
Júlio Pomar (Fabuloso Poteiro. POTEIRO, Antonio. Pintura - cerâmica. Brasília: Performance Galeria de Arte, 1987.)
"Poteiro não gosta de teoria sobre seu trabalho. 'Eu não sei quem sou, só sei que pego o barro e faço', resume. Meio ranzinza, completa: 'Não sei por que o povo complica demais as coisas'. É isso que ele é: um contador de histórias. Desenha, com capricho, os segredos, angústias, esperanças, preconceitos e a generosidade da gente do interior. Às vezes, Poteiro vira joão-de-barro, o pássaro que constrói seu ninho com a solidez da arquitetura do instinto, da criatividade. Poteiro traz, na base do seu trabalho, aquela sua vida de homem do interior, singela e segura, em que as pessoas faziam farinha, lavavam sua roupa, aravam sua terra e as crianças brincavam em quintais. É essa sua vivência e ideal. A escultura cresce, as figuras amontoam-se em espaços cada vez menores, espremem-se em torno de aparelhos de televisão, empilham-se até os pisos dos telhados, é o protesto tímido do homem do interior contra as pessoas que desaprenderam de conversar: 'Ficaram mudas diante da tevê', reclama".
Etevaldo Dias (A arte dos potes. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 21., 1991, São Paulo, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Marca D'Água, 1991. p.185.)
"Antônio Poteiro é uma força da terra, energia da natureza alimentada na herança do sincretismo; vigorosa manifestação da cultura popular, é uma força criadora bárbara, selvagem, animal. Por isso a terra, na tessitura da argila, foi a primeira matéria a se fazer sal do milagre em suas mãos de oleiro. Da dimensão utilitária do pote, este Poteiro, reinventor de mitos e antena da raça passou a intérprete da humana e rica vida popular. Conservou-se puro e ingênuo, mantendo-se infenso à massificação eletrônica que imbecilizou o mass media. Surgiu daí o Poteiro artista, que nele sempre foi vibração e energia, desde o áspero Minho de sua origem. Como não enxergar, em seu Deus Balança e em seu Deus Salomão, o senso de justiça, tão comum na vida e na cultura popular? Em suas Maria Balaio, Maria Jiló, Maria Doida, o mágico do barro evoca lembranças de todas as Marias que habitam as periferias dos países da América Latina. Em tanto verde e em tanto bicho não se veja o padrão estandartizado do ecologista de plantão, ou eco de um modismo ambientalista. Poteiro é, em si mesmo, terra; entende o silêncio da árvore germinando nas sementes; sabe a linguagem e o ser dos bichos e sente, na poderosa intuição de que é dotado, que nada é real fora do Homem. No Carnaval, 'a festa da carne', não há o apelo ao folclórico - há, sim, o momento mágico, em que favelados viram reis e rainhas; pois este demiurgo da argila e das cores, sábio e poeta que é, sabe também que para viver no sofrimento é preciso um pouco de luz, maravilha e fantasia".
Brasigóis Felício (A. Poteiro, Sousa Netto: cerâmica e pintura. Campinas: MAC - José Pancetti, 1993.)
Exposições Individuais
1976 - Ouro Preto MG - Cerâmica e Pintura, na Galeria Faop
1978 - Cuiabá MT - Cerâmica e Pintura, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT
1980 - Goiânia GO - Individual, na Casa Grande Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1982 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Guaiaquil (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Quito (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Cuenca (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1986 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1986 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1987 - Brasília DF - Individual, na Embaixada de Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - Brasília DF - Individual, na Performace Galeria de Arte
1987 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Varsailles Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1991 - Brasília DF - Individual, Embaixada da França. Galeria Le Corbusier
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1996 - Belo Horizonte MG - Individual, na Manoel Macedo Escritório de Arte
1996 - Goiânia GO - Retrospectiva 33 Anos: Cerâmica e Pintura, na Fundação Jaime Câmara. Galeria Casa Grande
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2000 - Brasília DF - 500 Anos do Brasil. por Antonio, o Brasileiro Poteiro, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
Exposições Coletivas
1967 - Salvador BA - Cerâmica, no Museu de Salvador
1968 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica, no Museu de Arte Popular
1970 - Goiânia GO - Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga
1972 - New Orleans (Estados Unidos) - Coletiva de Cerâmica, na Salomé Gallery
1974 - Como (Itália) - 1ª Biennale Internazionale Naïf
1974 - Goiânia GO - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio aquisição
1975 - Goiânia GO - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio pintor goiano
1976 - Goiânia GO - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego
1976 - Rio de Janeiro RJ - Arte Popular Brasileira/Coleção Jacques de Benqué, no MAM/RJ
1976 - Santo André SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional, na Fundação Bienal
1976 - Goiânia GO - 1º Salão Empresarial de Artes Plásticas
1976 - São Paulo SP - Cerâmica do Salão do Sesi, no Sesi
1977 - Goiânia GO - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - Prêmio Funarte Melhor Artista do Planalto Central
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Arte Frei Confaloni
1978 - Brasília DF - Embaixada do México
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto de Estudos Superiores
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Monterrey
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Ateneu Fuentes de Saltillo
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Guanajuato
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Nacional de Belas Artes
1978 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica e Pintura, no Centro de Atividades do Sesc
1978 - San Francisco (Estados Unidos) - Brazilian Naïf Painters, na Naïve Art Gallery
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Lombardia (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Fiera (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Ente (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Estoril (Portugal) - Salão de Pintura Naïf, na Galeria de Arte do Cassino Estoril
1980 - Filipinas - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Romênia - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Goiânia GO - 9 Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Hannover (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Düsseldorf (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, no MAP - Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Goiânia GO - 2º Escultores de Goiânia, no Itaugaleria
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - França (Paris) - Brésil, Art Populaire Contemporain, no Grand Palais
1987 - Rabat (Marrocos) - Brésil-Naïfs, na Galeria Bàb Rouah
1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naifs, no Paço Imperial
1988 - Tóquio (Japão) - Exposição de Pintura Primitiva Brasileira, no The Ginza Art Space
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB/DF
1990 - São Paulo SP - Pintura, Presença e Povo na Arte Brasileira, no Museu da Casa Brasileira
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1992 - Belo Horizonte MG - A. Poteiro, Lorenzato, Rodelnégio, na Manoel Macedo Galeria de Arte
1992 - Rio de Janeiro RJ - Viva o Povo Brasileiro, no MAM/RJ
1992 - Tóquio (Japão) - The Ginza Art Space
1993 - Goiânia GO - 3ª Bienal de Artes de Goiás, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás
1994 - Juiz de Fora MG ? América, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Reitoria
1994 - Lisboa (Portugal) - Pintura Naïf, na Universidade Católica Portuguesa
1994 - Piracicaba SP - Bienal Brasileira de Arte Naif, no Sesc Piracicaba
1994 - São Paulo SP - Paisagens
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Filhos do Abaporu, na Arte do Brasil
1996 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Foyer Hochhaus W1
1996 - Dormagen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Feierabendhaus
1996 - Piracicaba SP - 3ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea, no MAM/SP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Catalão GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, no Fórum Municipal
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Goiânia GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Fundação Jaime Câmara
1998 - Itumbiara GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Casa de Cultura de Itumbiara
1998 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio Verde GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia e Cultura. Palácio da Intendência
2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasilidades, no Centro Cultural Light
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem, no Centro Brasileiro Britânico
2001 - Brasília DF - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2001 - Penápolis SP - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2002 - Piracicaba SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
2002 - São Paulo SP - Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2004 - São Paulo SP - Coletiva de Artistas Contemporâneos, no Esporte Clube Sírio
Fonte: ANTONIO Poteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Mai. 2017.
---
Biografia - Wikipédia
Iniciou a vida artística como artesão, produzindo cerâmicas para o uso doméstico, máscaras e bonecos, de onde adveio o "Poteiro" de seu nome artístico vem de pote ele fazia potes de flores Incentivado por Siron Franco e Cléber Gouvea, começou a pintar em 1972. Em 1976, participou do documentário Artistas de Goiás, produzido pela Goiastur. Em 1978 lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, lecionou cerâmica nas Feiras Internacionais de Hanôver e Düsseldorf.
Em 1983 foi produzido o documentário Antônio Poteiro: o Profeta do Barro e das Cores, dirigido por Antônio Eustáquio. Em 1985 recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA 1984) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a comenda Oficialato da Ordem do Mérito, concedida pelo governo português. Um novo documentário sobre o artista foi produzido por Ronaldo Duque em 1991.
Em 2010, falece por parada cardíaca, depois de mais de vinte dias internado no Hospital Jardim América, em Goiânia, onde vivia desde 1955. Seu velório teve lugar no Cemitério Jardim das Palmeiras em Goiânia.
Prêmios
Segundo seu site oficial recebeu as seguintes premiações:
Prêmio de Aquisição no I Concurso Nacional de Arte Plástica da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1970).
Troféu Tioko" de Melhor Artista Plástico em Goiás (1975).
Prêmio "FUNARTE" no IV Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1976).
Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte (1982).
Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes APCA (1984).
Comenda Oficialato da Ordem do Mérito, recebida do Governo da República Portuguesa (1987).
Prêmio de Cerâmica do Santuário da Arte Goiânia (1992).
Medalha Ordem do Mérito Cultural. Brasil (1997).
Medalha Henning Gustav Ritter, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás (1999).
Prêmio Unesco (2001).
Troféu Jaburu - Conselho Estadual de cultura – Goiânia (2005).
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
Crédito fotográfico: Curta Mais, "Os 12 maiores artistas plásticos de todos os tempos em Goiás", publicado em 30 de julho de 2015.
Antônio Batista de Sousa (Província do Minho, Aldeia Santa Cristina da Pousa, Braga, antiga província ao norte de Portugal, 10 de outubro de 1925 — Goiânia, GO, 8 de junho de 2010), mais conhecido como Antônio Poteiro, foi um escultor português, ceramista e pintor, filho do ceramista português Américo Batista de Souzaque. Veio para o Brasil com um ano, morou em São Paulo, Minas Gerais e radicou-se em Goiânia. É considerado um dos mestres da pintura primitiva brasileira.
Biografia
Migrou com sua família para o Brasil em 1926. Fixaram-se em Araguari, no Triângulo Mineiro. Antonio Poteiro herdou do pai a técnica e a sensibilidade iniciando suas atividades como ceramista. Antes de seguir definitivamente no campo artístico atuou em outras profissões como, porteiro, vigilante, servente e administrador. No entanto, sempre voltava a executar o ofício de ceramista, tanto na estruturação de fábricas, quanto na confecção de peças utilitárias.
Em 1958, já com sua família constituída, passou a viver definitivamente em Goiás. Adotou o apelido de “Poteiro”, por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orientou a assinar seus bonecos de barro. Mais tarde é estimulado a pintar telas por Siron Franco e Cleber Gouvêa. Expôs seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior.
Lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha.
Durante sua trajetória artística, Antônio Poteiro recebeu muitos prêmios e homenagens de entidades públicas e privadas, em reconhecimento por suas contribuições à arte e à cultura goiana e brasileira vindo a falecer em 08 de junho de 2010, aos 84 anos.
Invenção, fôlego e garbo,
por Olívio Tavares de Araújo.
Não me parece seguro que a cultura brasileira já tenha produzido realmente algum gênio, mas há quem proponha para Antônio Poteiro esse título.
Pode ou não ser exagero, dependendo do sentido exato em que estejamos usando a palavra.
O certo é que ele um ceramista e pintor surpreendente, um pequeno vulcão barbudo que em vez de fogo expele inventividade e talento, e o criador de sua própria linguagem, coisa não muito freqüente entre nós.
Na década de 60, o escultor Willys de Castro cunhou uma frase até hoje muito citada sobre outro criador: “Volpi pinta vôlpis”. Quer dizer: em sua originalidade, o pintor só se podia definir sua obra, o produtor pelo produto, e vice-versa. Há dois anos e pouco, a inconfundível pintura de Poteiro me levou a uma paráfrase: Poteiro pinta poteiros. E assim ficamos entendidos.
É difícil até aplicar-lhe algum rótulo. Não sendo, é claro, um artista erudito, Poteiro tampouco é o que habitualmente chamamos de ‘primitivo’. Além da indesejável contaminação com as idéias de primariedade e precariedade, o termo geralmente designa um tipo de pintura estandartizada, que no caso brasileiro costuma se basear em algumas fórmulas e truques. São riachos nacarados, campos e montanhas floridos, nuvenzinhas que parecem chumaços de algodão e figurinhas espalhadas, tudo bem colorido com tons adocicados, mostrando um mundo quase edênico. Não é isso o que se encontra em Poteiro, com suas farândolas de cores vigorosas, suas figuras incisivas, sua ocupação delirante do espaço e sua visão irônica do mundo, às vezes cáustica, corporificada numa fabulação ininterrupta.
Na falta de melhor, vamos chamá-lo, de espontâneo – embora também não seja o ideal, porque pode sugerir a idéia de (absolutamente falsa) de que sua criação brote ao acaso, com a naturalidade de uma fonte. Isso não existe em arte, a qual é “cosa mentale”, como afirmava Leonardo da Vinci.Até entre os loucos, nasce de um ato da vontade e de uma troca de mensagens consertadas entre o cérebro e a mão. Observou um outro ‘primitivo’ brasileiro, José Antônio da Silva: “Pinto com as mãos e uso o cérebro”; é uma frase absolutamente inteligente.Em minha última conversa com Poteiro, há um mês e pouco, pude constatar a perfeita consciência que ele tem de que está lidando com problemas formais, mais que de conteúdo. Também para ele o verdadeiro desafio não é a historinha que eventualmente conta no quadro, mas sim a maneira de contá-la. O que lhe pode tirar o sono e se este vermelho está muito claro ou muito escuro, e aquele amarelo, no lugar certo. A despeito de sua figuração tosca – fruto de suas mãos rudes de oleiro – é um profissional, que domina, em todos os níveis, seu ofício.
Se por um lado, pois, resultará deliciosa, como sempre, a versão poteiriana dos 500 da História do Brasil – uma idéia brilhante que lhe foi sugerida por seu filho Américo e lhe custou mais de um ano de trabalho ininterrupto -, por outro insisto que o verdadeiro fascínio não está muito no episódio relatado, no assunto (termo que mestre Volpi usava com peculiar desdém, contrapondo-o a pintura), nem mesmo nas eventuais licenças poéticas com que Poteiro costuma marchetar suas narrativas. Está no fenômeno pictórico proposto. O que dá ao artista português/mineiro/goiano (pois nos três cantos andou aprontando das suas) é exatamente o que falta aos ‘primitivos’ de carteirinha: a qualidade plástica, a serviço de uma imaginação borbulhante. Além de inconfundivelmente pessoal, cada tela ou cerâmica é de uma riqueza e vitalidade inesgotáveis.
É que certamente uma força telúrica o anima. (nada mais frase feita do que isso, mas aqui ela é verdadeira e inevitável) . Ao mesmo tempo em que faz com as mãos e a cabeça, sua arte finca raízes num magma que inclui seu próprio inconsciente, o inconsciente coletivo e forças mágicas, para quem nelas acredite. Do barro faz Poteiro- como escreveu Frederico de Morais há mais de vinte anos – “algo vivo”, “entranhado na própria origem do mundo e das coisas “. Por isso suas cerâmicas “parecem algo que está nascendo, se fazendo, um rumor de rios profundos percorrendo a terra por dentro, a vida por dentro, a noite por dentro, um mundo mais próximo do mineral e do vegetal, e no qual o ser humano revela o ‘terror cósmico’ que o envolve”. Uma leitura bonita e sugestiva que se aplica também à pintura – e que se permanece operativa mesmo se hoje em dia o indivíduo Poteiro não me pareça sujeito a grandes dramas. Mas talvez seja até um inspirado, no sentido religioso da palavra. Muitas vezes sonha as peças que depois vai executar – o que também acontecia com outro criador da mesma natureza, o mineiro G.T.O., hoje um pouco esquecido.
Por tudo Poteiro é um grande artista. Transcende as definições com sua personalidade e sua produção tão singulares. Goza de um prestígio imbatível e merecido, faz sucesso de crítica e mercado. Resta falar de seu fôlego invejável. É comum, como se sabe, que os grandes artistas tenham um conluio com os deuses, os quais lhes concedem energia criadora até a idade avançada. O exemplo mais famoso e ilustre é o de Verdi, Compondo Otello aos 74, e Falstaff aos 80 anos; são suas duas obras-primas. As longas barbas brancas de Poteiro talvez o façam parecer mais velho do que é, mas de qualquer maneira já anda exatamente na metade da casa do 70. Vê-lo enfrentar com garbo e competência um empreendimento deste porte, com o qual homenageia uma data tão importante para suas duas pátrias, é para todos nós uma gratificação suplementar. E perceber que sua qualidade não cedeu sob a pressão do tempo é motivo de orgulho para a arte do país que o adotou.
Olívio Tavares de Araújo
Fonte: Instituto Antonio Poteiro, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
---
Biografia - Itaú Cultural
Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942 - 2000). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.
Análise
Antonio Poteiro, após fazer por algum tempo cerâmica utilitária, começa a realizar pequenos bonecos de argila. Passa a dedicar-se também à pintura, incentivado por Siron Franco (1947), e desenvolve gradualmente a habilidade de colorista. Como aponta o crítico Olívio Tavares de Araújo, Poteiro mantém um estilo coerente, tanto nos procedimentos formais que desenvolve como no uso personalíssimo da cor. Seus temas são variados e abarcam desde a fauna do pantanal mato-grossense a assuntos de história religiosa, abordados de maneira original.
Suas telas e cerâmicas são repletas de pequenas figuras de casas, animais, riachos, pessoas e detalhes ornamentais que preenchem todos os espaços vazios, e são tratados com minúcia e acuidade técnica. Realiza uma série abordando os 500 anos da História do Brasil, na qual mantém a visão pessoal e criativa dos temas, característica de seus trabalhos.
Críticas
"Antonio Poteiro é um sutil harmonizador de formas e de cores e um não menos sutil comentarista do grande teatro do mundo. Ele conta ou inventa fábulas, traça parábolas, troca-lhes o sentido. Nas obsessivas variações ornamentais que cobrem a pele das suas cerâmicas e das suas pinturas, a irreverência das situações e o rigor das imagens concretizam, agora, plasticamente aquela atividade que ele sonhava para si - a de poeta e de cantor.
No teatro da sua pintura, cada quadro é um écran onde as diferentes figurações que nele se inscrevem se dão réplica entre si, como o fariam os atores de uma mágica; ou alojando-se na verticalidade do plano da tela, se descobrem viajando num espaço ilimitado - como voaria o aeronauta que Poteiro, quando moço, também aspirava vir a ser. ' Tudo é uma coisa só'. Entre a inocência e a sabedoria, onde colocar a fronteira? Responde Poteiro: 'Tudo é uma coisa só'. Ou: 'Invoco a Deus, sai o Diabo, veja. Invoco o Diabo, sai Deus'. E não lhe mexam com seus Deuses, que a naturalidade deles pouco tem a ver com os catecismos que ensinam que o mal está dum lado e o bem do outro, artifício que nunca serviu senão para (supostamente) domesticar rebanhos de infelizes. A arte de Poteiro é concebida sem pecado: a inocência não conhece pecado, tal como a sabedoria é sem presunção. Porque se a presunção é contrário da inocência é também o contrário da sabedoria e anda pelo mundo a querer tomar o lugar das duas e a fazer ainda mais infelizes. Rir-se-á o presunçoso das cavalhadas celestes entre, por exemplo, tartarugas e lagartos, animais que não são de sela nem arredam o pé da terra. Mas Poteiro, que diz em menino não ter brincado, sabe hoje quanto é gostosa a regra dos sonhos, a qual é afinal a regra de toda a criação - a transformação das relações a que as coisas pareciam irremediavelmente constrangidas".
Júlio Pomar (Fabuloso Poteiro. POTEIRO, Antonio. Pintura - cerâmica. Brasília: Performance Galeria de Arte, 1987.)
"Poteiro não gosta de teoria sobre seu trabalho. 'Eu não sei quem sou, só sei que pego o barro e faço', resume. Meio ranzinza, completa: 'Não sei por que o povo complica demais as coisas'. É isso que ele é: um contador de histórias. Desenha, com capricho, os segredos, angústias, esperanças, preconceitos e a generosidade da gente do interior. Às vezes, Poteiro vira joão-de-barro, o pássaro que constrói seu ninho com a solidez da arquitetura do instinto, da criatividade. Poteiro traz, na base do seu trabalho, aquela sua vida de homem do interior, singela e segura, em que as pessoas faziam farinha, lavavam sua roupa, aravam sua terra e as crianças brincavam em quintais. É essa sua vivência e ideal. A escultura cresce, as figuras amontoam-se em espaços cada vez menores, espremem-se em torno de aparelhos de televisão, empilham-se até os pisos dos telhados, é o protesto tímido do homem do interior contra as pessoas que desaprenderam de conversar: 'Ficaram mudas diante da tevê', reclama".
Etevaldo Dias (A arte dos potes. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 21., 1991, São Paulo, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Marca D'Água, 1991. p.185.)
"Antônio Poteiro é uma força da terra, energia da natureza alimentada na herança do sincretismo; vigorosa manifestação da cultura popular, é uma força criadora bárbara, selvagem, animal. Por isso a terra, na tessitura da argila, foi a primeira matéria a se fazer sal do milagre em suas mãos de oleiro. Da dimensão utilitária do pote, este Poteiro, reinventor de mitos e antena da raça passou a intérprete da humana e rica vida popular. Conservou-se puro e ingênuo, mantendo-se infenso à massificação eletrônica que imbecilizou o mass media. Surgiu daí o Poteiro artista, que nele sempre foi vibração e energia, desde o áspero Minho de sua origem. Como não enxergar, em seu Deus Balança e em seu Deus Salomão, o senso de justiça, tão comum na vida e na cultura popular? Em suas Maria Balaio, Maria Jiló, Maria Doida, o mágico do barro evoca lembranças de todas as Marias que habitam as periferias dos países da América Latina. Em tanto verde e em tanto bicho não se veja o padrão estandartizado do ecologista de plantão, ou eco de um modismo ambientalista. Poteiro é, em si mesmo, terra; entende o silêncio da árvore germinando nas sementes; sabe a linguagem e o ser dos bichos e sente, na poderosa intuição de que é dotado, que nada é real fora do Homem. No Carnaval, 'a festa da carne', não há o apelo ao folclórico - há, sim, o momento mágico, em que favelados viram reis e rainhas; pois este demiurgo da argila e das cores, sábio e poeta que é, sabe também que para viver no sofrimento é preciso um pouco de luz, maravilha e fantasia".
Brasigóis Felício (A. Poteiro, Sousa Netto: cerâmica e pintura. Campinas: MAC - José Pancetti, 1993.)
Exposições Individuais
1976 - Ouro Preto MG - Cerâmica e Pintura, na Galeria Faop
1978 - Cuiabá MT - Cerâmica e Pintura, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT
1980 - Goiânia GO - Individual, na Casa Grande Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1982 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Guaiaquil (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Quito (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Cuenca (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1986 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1986 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1987 - Brasília DF - Individual, na Embaixada de Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - Brasília DF - Individual, na Performace Galeria de Arte
1987 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Varsailles Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1991 - Brasília DF - Individual, Embaixada da França. Galeria Le Corbusier
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1996 - Belo Horizonte MG - Individual, na Manoel Macedo Escritório de Arte
1996 - Goiânia GO - Retrospectiva 33 Anos: Cerâmica e Pintura, na Fundação Jaime Câmara. Galeria Casa Grande
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2000 - Brasília DF - 500 Anos do Brasil. por Antonio, o Brasileiro Poteiro, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
Exposições Coletivas
1967 - Salvador BA - Cerâmica, no Museu de Salvador
1968 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica, no Museu de Arte Popular
1970 - Goiânia GO - Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga
1972 - New Orleans (Estados Unidos) - Coletiva de Cerâmica, na Salomé Gallery
1974 - Como (Itália) - 1ª Biennale Internazionale Naïf
1974 - Goiânia GO - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio aquisição
1975 - Goiânia GO - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio pintor goiano
1976 - Goiânia GO - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego
1976 - Rio de Janeiro RJ - Arte Popular Brasileira/Coleção Jacques de Benqué, no MAM/RJ
1976 - Santo André SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional, na Fundação Bienal
1976 - Goiânia GO - 1º Salão Empresarial de Artes Plásticas
1976 - São Paulo SP - Cerâmica do Salão do Sesi, no Sesi
1977 - Goiânia GO - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - Prêmio Funarte Melhor Artista do Planalto Central
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Arte Frei Confaloni
1978 - Brasília DF - Embaixada do México
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto de Estudos Superiores
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Monterrey
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Ateneu Fuentes de Saltillo
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Guanajuato
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Nacional de Belas Artes
1978 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica e Pintura, no Centro de Atividades do Sesc
1978 - San Francisco (Estados Unidos) - Brazilian Naïf Painters, na Naïve Art Gallery
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Lombardia (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Fiera (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Ente (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Estoril (Portugal) - Salão de Pintura Naïf, na Galeria de Arte do Cassino Estoril
1980 - Filipinas - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Romênia - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Goiânia GO - 9 Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Hannover (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Düsseldorf (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, no MAP - Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Goiânia GO - 2º Escultores de Goiânia, no Itaugaleria
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - França (Paris) - Brésil, Art Populaire Contemporain, no Grand Palais
1987 - Rabat (Marrocos) - Brésil-Naïfs, na Galeria Bàb Rouah
1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naifs, no Paço Imperial
1988 - Tóquio (Japão) - Exposição de Pintura Primitiva Brasileira, no The Ginza Art Space
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB/DF
1990 - São Paulo SP - Pintura, Presença e Povo na Arte Brasileira, no Museu da Casa Brasileira
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1992 - Belo Horizonte MG - A. Poteiro, Lorenzato, Rodelnégio, na Manoel Macedo Galeria de Arte
1992 - Rio de Janeiro RJ - Viva o Povo Brasileiro, no MAM/RJ
1992 - Tóquio (Japão) - The Ginza Art Space
1993 - Goiânia GO - 3ª Bienal de Artes de Goiás, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás
1994 - Juiz de Fora MG ? América, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Reitoria
1994 - Lisboa (Portugal) - Pintura Naïf, na Universidade Católica Portuguesa
1994 - Piracicaba SP - Bienal Brasileira de Arte Naif, no Sesc Piracicaba
1994 - São Paulo SP - Paisagens
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Filhos do Abaporu, na Arte do Brasil
1996 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Foyer Hochhaus W1
1996 - Dormagen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Feierabendhaus
1996 - Piracicaba SP - 3ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea, no MAM/SP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Catalão GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, no Fórum Municipal
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Goiânia GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Fundação Jaime Câmara
1998 - Itumbiara GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Casa de Cultura de Itumbiara
1998 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio Verde GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia e Cultura. Palácio da Intendência
2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasilidades, no Centro Cultural Light
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem, no Centro Brasileiro Britânico
2001 - Brasília DF - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2001 - Penápolis SP - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2002 - Piracicaba SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
2002 - São Paulo SP - Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2004 - São Paulo SP - Coletiva de Artistas Contemporâneos, no Esporte Clube Sírio
Fonte: ANTONIO Poteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Mai. 2017.
---
Biografia - Wikipédia
Iniciou a vida artística como artesão, produzindo cerâmicas para o uso doméstico, máscaras e bonecos, de onde adveio o "Poteiro" de seu nome artístico vem de pote ele fazia potes de flores Incentivado por Siron Franco e Cléber Gouvea, começou a pintar em 1972. Em 1976, participou do documentário Artistas de Goiás, produzido pela Goiastur. Em 1978 lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, lecionou cerâmica nas Feiras Internacionais de Hanôver e Düsseldorf.
Em 1983 foi produzido o documentário Antônio Poteiro: o Profeta do Barro e das Cores, dirigido por Antônio Eustáquio. Em 1985 recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA 1984) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a comenda Oficialato da Ordem do Mérito, concedida pelo governo português. Um novo documentário sobre o artista foi produzido por Ronaldo Duque em 1991.
Em 2010, falece por parada cardíaca, depois de mais de vinte dias internado no Hospital Jardim América, em Goiânia, onde vivia desde 1955. Seu velório teve lugar no Cemitério Jardim das Palmeiras em Goiânia.
Prêmios
Segundo seu site oficial recebeu as seguintes premiações:
Prêmio de Aquisição no I Concurso Nacional de Arte Plástica da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1970).
Troféu Tioko" de Melhor Artista Plástico em Goiás (1975).
Prêmio "FUNARTE" no IV Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1976).
Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte (1982).
Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes APCA (1984).
Comenda Oficialato da Ordem do Mérito, recebida do Governo da República Portuguesa (1987).
Prêmio de Cerâmica do Santuário da Arte Goiânia (1992).
Medalha Ordem do Mérito Cultural. Brasil (1997).
Medalha Henning Gustav Ritter, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás (1999).
Prêmio Unesco (2001).
Troféu Jaburu - Conselho Estadual de cultura – Goiânia (2005).
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
Crédito fotográfico: Curta Mais, "Os 12 maiores artistas plásticos de todos os tempos em Goiás", publicado em 30 de julho de 2015.
Antônio Batista de Sousa (Província do Minho, Aldeia Santa Cristina da Pousa, Braga, antiga província ao norte de Portugal, 10 de outubro de 1925 — Goiânia, GO, 8 de junho de 2010), mais conhecido como Antônio Poteiro, foi um escultor português, ceramista e pintor, filho do ceramista português Américo Batista de Souzaque. Veio para o Brasil com um ano, morou em São Paulo, Minas Gerais e radicou-se em Goiânia. É considerado um dos mestres da pintura primitiva brasileira.
Biografia
Migrou com sua família para o Brasil em 1926. Fixaram-se em Araguari, no Triângulo Mineiro. Antonio Poteiro herdou do pai a técnica e a sensibilidade iniciando suas atividades como ceramista. Antes de seguir definitivamente no campo artístico atuou em outras profissões como, porteiro, vigilante, servente e administrador. No entanto, sempre voltava a executar o ofício de ceramista, tanto na estruturação de fábricas, quanto na confecção de peças utilitárias.
Em 1958, já com sua família constituída, passou a viver definitivamente em Goiás. Adotou o apelido de “Poteiro”, por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orientou a assinar seus bonecos de barro. Mais tarde é estimulado a pintar telas por Siron Franco e Cleber Gouvêa. Expôs seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior.
Lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha.
Durante sua trajetória artística, Antônio Poteiro recebeu muitos prêmios e homenagens de entidades públicas e privadas, em reconhecimento por suas contribuições à arte e à cultura goiana e brasileira vindo a falecer em 08 de junho de 2010, aos 84 anos.
Invenção, fôlego e garbo,
por Olívio Tavares de Araújo.
Não me parece seguro que a cultura brasileira já tenha produzido realmente algum gênio, mas há quem proponha para Antônio Poteiro esse título.
Pode ou não ser exagero, dependendo do sentido exato em que estejamos usando a palavra.
O certo é que ele um ceramista e pintor surpreendente, um pequeno vulcão barbudo que em vez de fogo expele inventividade e talento, e o criador de sua própria linguagem, coisa não muito freqüente entre nós.
Na década de 60, o escultor Willys de Castro cunhou uma frase até hoje muito citada sobre outro criador: “Volpi pinta vôlpis”. Quer dizer: em sua originalidade, o pintor só se podia definir sua obra, o produtor pelo produto, e vice-versa. Há dois anos e pouco, a inconfundível pintura de Poteiro me levou a uma paráfrase: Poteiro pinta poteiros. E assim ficamos entendidos.
É difícil até aplicar-lhe algum rótulo. Não sendo, é claro, um artista erudito, Poteiro tampouco é o que habitualmente chamamos de ‘primitivo’. Além da indesejável contaminação com as idéias de primariedade e precariedade, o termo geralmente designa um tipo de pintura estandartizada, que no caso brasileiro costuma se basear em algumas fórmulas e truques. São riachos nacarados, campos e montanhas floridos, nuvenzinhas que parecem chumaços de algodão e figurinhas espalhadas, tudo bem colorido com tons adocicados, mostrando um mundo quase edênico. Não é isso o que se encontra em Poteiro, com suas farândolas de cores vigorosas, suas figuras incisivas, sua ocupação delirante do espaço e sua visão irônica do mundo, às vezes cáustica, corporificada numa fabulação ininterrupta.
Na falta de melhor, vamos chamá-lo, de espontâneo – embora também não seja o ideal, porque pode sugerir a idéia de (absolutamente falsa) de que sua criação brote ao acaso, com a naturalidade de uma fonte. Isso não existe em arte, a qual é “cosa mentale”, como afirmava Leonardo da Vinci.Até entre os loucos, nasce de um ato da vontade e de uma troca de mensagens consertadas entre o cérebro e a mão. Observou um outro ‘primitivo’ brasileiro, José Antônio da Silva: “Pinto com as mãos e uso o cérebro”; é uma frase absolutamente inteligente.Em minha última conversa com Poteiro, há um mês e pouco, pude constatar a perfeita consciência que ele tem de que está lidando com problemas formais, mais que de conteúdo. Também para ele o verdadeiro desafio não é a historinha que eventualmente conta no quadro, mas sim a maneira de contá-la. O que lhe pode tirar o sono e se este vermelho está muito claro ou muito escuro, e aquele amarelo, no lugar certo. A despeito de sua figuração tosca – fruto de suas mãos rudes de oleiro – é um profissional, que domina, em todos os níveis, seu ofício.
Se por um lado, pois, resultará deliciosa, como sempre, a versão poteiriana dos 500 da História do Brasil – uma idéia brilhante que lhe foi sugerida por seu filho Américo e lhe custou mais de um ano de trabalho ininterrupto -, por outro insisto que o verdadeiro fascínio não está muito no episódio relatado, no assunto (termo que mestre Volpi usava com peculiar desdém, contrapondo-o a pintura), nem mesmo nas eventuais licenças poéticas com que Poteiro costuma marchetar suas narrativas. Está no fenômeno pictórico proposto. O que dá ao artista português/mineiro/goiano (pois nos três cantos andou aprontando das suas) é exatamente o que falta aos ‘primitivos’ de carteirinha: a qualidade plástica, a serviço de uma imaginação borbulhante. Além de inconfundivelmente pessoal, cada tela ou cerâmica é de uma riqueza e vitalidade inesgotáveis.
É que certamente uma força telúrica o anima. (nada mais frase feita do que isso, mas aqui ela é verdadeira e inevitável) . Ao mesmo tempo em que faz com as mãos e a cabeça, sua arte finca raízes num magma que inclui seu próprio inconsciente, o inconsciente coletivo e forças mágicas, para quem nelas acredite. Do barro faz Poteiro- como escreveu Frederico de Morais há mais de vinte anos – “algo vivo”, “entranhado na própria origem do mundo e das coisas “. Por isso suas cerâmicas “parecem algo que está nascendo, se fazendo, um rumor de rios profundos percorrendo a terra por dentro, a vida por dentro, a noite por dentro, um mundo mais próximo do mineral e do vegetal, e no qual o ser humano revela o ‘terror cósmico’ que o envolve”. Uma leitura bonita e sugestiva que se aplica também à pintura – e que se permanece operativa mesmo se hoje em dia o indivíduo Poteiro não me pareça sujeito a grandes dramas. Mas talvez seja até um inspirado, no sentido religioso da palavra. Muitas vezes sonha as peças que depois vai executar – o que também acontecia com outro criador da mesma natureza, o mineiro G.T.O., hoje um pouco esquecido.
Por tudo Poteiro é um grande artista. Transcende as definições com sua personalidade e sua produção tão singulares. Goza de um prestígio imbatível e merecido, faz sucesso de crítica e mercado. Resta falar de seu fôlego invejável. É comum, como se sabe, que os grandes artistas tenham um conluio com os deuses, os quais lhes concedem energia criadora até a idade avançada. O exemplo mais famoso e ilustre é o de Verdi, Compondo Otello aos 74, e Falstaff aos 80 anos; são suas duas obras-primas. As longas barbas brancas de Poteiro talvez o façam parecer mais velho do que é, mas de qualquer maneira já anda exatamente na metade da casa do 70. Vê-lo enfrentar com garbo e competência um empreendimento deste porte, com o qual homenageia uma data tão importante para suas duas pátrias, é para todos nós uma gratificação suplementar. E perceber que sua qualidade não cedeu sob a pressão do tempo é motivo de orgulho para a arte do país que o adotou.
Olívio Tavares de Araújo
Fonte: Instituto Antonio Poteiro, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
---
Biografia - Itaú Cultural
Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942 - 2000). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.
Análise
Antonio Poteiro, após fazer por algum tempo cerâmica utilitária, começa a realizar pequenos bonecos de argila. Passa a dedicar-se também à pintura, incentivado por Siron Franco (1947), e desenvolve gradualmente a habilidade de colorista. Como aponta o crítico Olívio Tavares de Araújo, Poteiro mantém um estilo coerente, tanto nos procedimentos formais que desenvolve como no uso personalíssimo da cor. Seus temas são variados e abarcam desde a fauna do pantanal mato-grossense a assuntos de história religiosa, abordados de maneira original.
Suas telas e cerâmicas são repletas de pequenas figuras de casas, animais, riachos, pessoas e detalhes ornamentais que preenchem todos os espaços vazios, e são tratados com minúcia e acuidade técnica. Realiza uma série abordando os 500 anos da História do Brasil, na qual mantém a visão pessoal e criativa dos temas, característica de seus trabalhos.
Críticas
"Antonio Poteiro é um sutil harmonizador de formas e de cores e um não menos sutil comentarista do grande teatro do mundo. Ele conta ou inventa fábulas, traça parábolas, troca-lhes o sentido. Nas obsessivas variações ornamentais que cobrem a pele das suas cerâmicas e das suas pinturas, a irreverência das situações e o rigor das imagens concretizam, agora, plasticamente aquela atividade que ele sonhava para si - a de poeta e de cantor.
No teatro da sua pintura, cada quadro é um écran onde as diferentes figurações que nele se inscrevem se dão réplica entre si, como o fariam os atores de uma mágica; ou alojando-se na verticalidade do plano da tela, se descobrem viajando num espaço ilimitado - como voaria o aeronauta que Poteiro, quando moço, também aspirava vir a ser. ' Tudo é uma coisa só'. Entre a inocência e a sabedoria, onde colocar a fronteira? Responde Poteiro: 'Tudo é uma coisa só'. Ou: 'Invoco a Deus, sai o Diabo, veja. Invoco o Diabo, sai Deus'. E não lhe mexam com seus Deuses, que a naturalidade deles pouco tem a ver com os catecismos que ensinam que o mal está dum lado e o bem do outro, artifício que nunca serviu senão para (supostamente) domesticar rebanhos de infelizes. A arte de Poteiro é concebida sem pecado: a inocência não conhece pecado, tal como a sabedoria é sem presunção. Porque se a presunção é contrário da inocência é também o contrário da sabedoria e anda pelo mundo a querer tomar o lugar das duas e a fazer ainda mais infelizes. Rir-se-á o presunçoso das cavalhadas celestes entre, por exemplo, tartarugas e lagartos, animais que não são de sela nem arredam o pé da terra. Mas Poteiro, que diz em menino não ter brincado, sabe hoje quanto é gostosa a regra dos sonhos, a qual é afinal a regra de toda a criação - a transformação das relações a que as coisas pareciam irremediavelmente constrangidas".
Júlio Pomar (Fabuloso Poteiro. POTEIRO, Antonio. Pintura - cerâmica. Brasília: Performance Galeria de Arte, 1987.)
"Poteiro não gosta de teoria sobre seu trabalho. 'Eu não sei quem sou, só sei que pego o barro e faço', resume. Meio ranzinza, completa: 'Não sei por que o povo complica demais as coisas'. É isso que ele é: um contador de histórias. Desenha, com capricho, os segredos, angústias, esperanças, preconceitos e a generosidade da gente do interior. Às vezes, Poteiro vira joão-de-barro, o pássaro que constrói seu ninho com a solidez da arquitetura do instinto, da criatividade. Poteiro traz, na base do seu trabalho, aquela sua vida de homem do interior, singela e segura, em que as pessoas faziam farinha, lavavam sua roupa, aravam sua terra e as crianças brincavam em quintais. É essa sua vivência e ideal. A escultura cresce, as figuras amontoam-se em espaços cada vez menores, espremem-se em torno de aparelhos de televisão, empilham-se até os pisos dos telhados, é o protesto tímido do homem do interior contra as pessoas que desaprenderam de conversar: 'Ficaram mudas diante da tevê', reclama".
Etevaldo Dias (A arte dos potes. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 21., 1991, São Paulo, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Marca D'Água, 1991. p.185.)
"Antônio Poteiro é uma força da terra, energia da natureza alimentada na herança do sincretismo; vigorosa manifestação da cultura popular, é uma força criadora bárbara, selvagem, animal. Por isso a terra, na tessitura da argila, foi a primeira matéria a se fazer sal do milagre em suas mãos de oleiro. Da dimensão utilitária do pote, este Poteiro, reinventor de mitos e antena da raça passou a intérprete da humana e rica vida popular. Conservou-se puro e ingênuo, mantendo-se infenso à massificação eletrônica que imbecilizou o mass media. Surgiu daí o Poteiro artista, que nele sempre foi vibração e energia, desde o áspero Minho de sua origem. Como não enxergar, em seu Deus Balança e em seu Deus Salomão, o senso de justiça, tão comum na vida e na cultura popular? Em suas Maria Balaio, Maria Jiló, Maria Doida, o mágico do barro evoca lembranças de todas as Marias que habitam as periferias dos países da América Latina. Em tanto verde e em tanto bicho não se veja o padrão estandartizado do ecologista de plantão, ou eco de um modismo ambientalista. Poteiro é, em si mesmo, terra; entende o silêncio da árvore germinando nas sementes; sabe a linguagem e o ser dos bichos e sente, na poderosa intuição de que é dotado, que nada é real fora do Homem. No Carnaval, 'a festa da carne', não há o apelo ao folclórico - há, sim, o momento mágico, em que favelados viram reis e rainhas; pois este demiurgo da argila e das cores, sábio e poeta que é, sabe também que para viver no sofrimento é preciso um pouco de luz, maravilha e fantasia".
Brasigóis Felício (A. Poteiro, Sousa Netto: cerâmica e pintura. Campinas: MAC - José Pancetti, 1993.)
Exposições Individuais
1976 - Ouro Preto MG - Cerâmica e Pintura, na Galeria Faop
1978 - Cuiabá MT - Cerâmica e Pintura, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT
1980 - Goiânia GO - Individual, na Casa Grande Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1982 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Guaiaquil (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Quito (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Cuenca (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1986 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1986 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1987 - Brasília DF - Individual, na Embaixada de Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - Brasília DF - Individual, na Performace Galeria de Arte
1987 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Varsailles Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1991 - Brasília DF - Individual, Embaixada da França. Galeria Le Corbusier
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1996 - Belo Horizonte MG - Individual, na Manoel Macedo Escritório de Arte
1996 - Goiânia GO - Retrospectiva 33 Anos: Cerâmica e Pintura, na Fundação Jaime Câmara. Galeria Casa Grande
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2000 - Brasília DF - 500 Anos do Brasil. por Antonio, o Brasileiro Poteiro, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
Exposições Coletivas
1967 - Salvador BA - Cerâmica, no Museu de Salvador
1968 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica, no Museu de Arte Popular
1970 - Goiânia GO - Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga
1972 - New Orleans (Estados Unidos) - Coletiva de Cerâmica, na Salomé Gallery
1974 - Como (Itália) - 1ª Biennale Internazionale Naïf
1974 - Goiânia GO - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio aquisição
1975 - Goiânia GO - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio pintor goiano
1976 - Goiânia GO - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego
1976 - Rio de Janeiro RJ - Arte Popular Brasileira/Coleção Jacques de Benqué, no MAM/RJ
1976 - Santo André SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional, na Fundação Bienal
1976 - Goiânia GO - 1º Salão Empresarial de Artes Plásticas
1976 - São Paulo SP - Cerâmica do Salão do Sesi, no Sesi
1977 - Goiânia GO - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - Prêmio Funarte Melhor Artista do Planalto Central
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Arte Frei Confaloni
1978 - Brasília DF - Embaixada do México
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto de Estudos Superiores
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Monterrey
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Ateneu Fuentes de Saltillo
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Guanajuato
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Nacional de Belas Artes
1978 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica e Pintura, no Centro de Atividades do Sesc
1978 - San Francisco (Estados Unidos) - Brazilian Naïf Painters, na Naïve Art Gallery
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Lombardia (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Fiera (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Ente (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Estoril (Portugal) - Salão de Pintura Naïf, na Galeria de Arte do Cassino Estoril
1980 - Filipinas - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Romênia - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Goiânia GO - 9 Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Hannover (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Düsseldorf (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, no MAP - Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Goiânia GO - 2º Escultores de Goiânia, no Itaugaleria
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - França (Paris) - Brésil, Art Populaire Contemporain, no Grand Palais
1987 - Rabat (Marrocos) - Brésil-Naïfs, na Galeria Bàb Rouah
1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naifs, no Paço Imperial
1988 - Tóquio (Japão) - Exposição de Pintura Primitiva Brasileira, no The Ginza Art Space
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB/DF
1990 - São Paulo SP - Pintura, Presença e Povo na Arte Brasileira, no Museu da Casa Brasileira
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1992 - Belo Horizonte MG - A. Poteiro, Lorenzato, Rodelnégio, na Manoel Macedo Galeria de Arte
1992 - Rio de Janeiro RJ - Viva o Povo Brasileiro, no MAM/RJ
1992 - Tóquio (Japão) - The Ginza Art Space
1993 - Goiânia GO - 3ª Bienal de Artes de Goiás, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás
1994 - Juiz de Fora MG ? América, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Reitoria
1994 - Lisboa (Portugal) - Pintura Naïf, na Universidade Católica Portuguesa
1994 - Piracicaba SP - Bienal Brasileira de Arte Naif, no Sesc Piracicaba
1994 - São Paulo SP - Paisagens
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Filhos do Abaporu, na Arte do Brasil
1996 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Foyer Hochhaus W1
1996 - Dormagen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Feierabendhaus
1996 - Piracicaba SP - 3ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea, no MAM/SP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Catalão GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, no Fórum Municipal
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Goiânia GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Fundação Jaime Câmara
1998 - Itumbiara GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Casa de Cultura de Itumbiara
1998 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio Verde GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia e Cultura. Palácio da Intendência
2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasilidades, no Centro Cultural Light
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem, no Centro Brasileiro Britânico
2001 - Brasília DF - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2001 - Penápolis SP - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2002 - Piracicaba SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
2002 - São Paulo SP - Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2004 - São Paulo SP - Coletiva de Artistas Contemporâneos, no Esporte Clube Sírio
Fonte: ANTONIO Poteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Mai. 2017.
---
Biografia - Wikipédia
Iniciou a vida artística como artesão, produzindo cerâmicas para o uso doméstico, máscaras e bonecos, de onde adveio o "Poteiro" de seu nome artístico vem de pote ele fazia potes de flores Incentivado por Siron Franco e Cléber Gouvea, começou a pintar em 1972. Em 1976, participou do documentário Artistas de Goiás, produzido pela Goiastur. Em 1978 lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, lecionou cerâmica nas Feiras Internacionais de Hanôver e Düsseldorf.
Em 1983 foi produzido o documentário Antônio Poteiro: o Profeta do Barro e das Cores, dirigido por Antônio Eustáquio. Em 1985 recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA 1984) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a comenda Oficialato da Ordem do Mérito, concedida pelo governo português. Um novo documentário sobre o artista foi produzido por Ronaldo Duque em 1991.
Em 2010, falece por parada cardíaca, depois de mais de vinte dias internado no Hospital Jardim América, em Goiânia, onde vivia desde 1955. Seu velório teve lugar no Cemitério Jardim das Palmeiras em Goiânia.
Prêmios
Segundo seu site oficial recebeu as seguintes premiações:
Prêmio de Aquisição no I Concurso Nacional de Arte Plástica da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1970).
Troféu Tioko" de Melhor Artista Plástico em Goiás (1975).
Prêmio "FUNARTE" no IV Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1976).
Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte (1982).
Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes APCA (1984).
Comenda Oficialato da Ordem do Mérito, recebida do Governo da República Portuguesa (1987).
Prêmio de Cerâmica do Santuário da Arte Goiânia (1992).
Medalha Ordem do Mérito Cultural. Brasil (1997).
Medalha Henning Gustav Ritter, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás (1999).
Prêmio Unesco (2001).
Troféu Jaburu - Conselho Estadual de cultura – Goiânia (2005).
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
Crédito fotográfico: Curta Mais, "Os 12 maiores artistas plásticos de todos os tempos em Goiás", publicado em 30 de julho de 2015.
Antônio Batista de Sousa (Província do Minho, Aldeia Santa Cristina da Pousa, Braga, antiga província ao norte de Portugal, 10 de outubro de 1925 — Goiânia, GO, 8 de junho de 2010), mais conhecido como Antônio Poteiro, foi um escultor português, ceramista e pintor, filho do ceramista português Américo Batista de Souzaque. Veio para o Brasil com um ano, morou em São Paulo, Minas Gerais e radicou-se em Goiânia. É considerado um dos mestres da pintura primitiva brasileira.
Biografia
Migrou com sua família para o Brasil em 1926. Fixaram-se em Araguari, no Triângulo Mineiro. Antonio Poteiro herdou do pai a técnica e a sensibilidade iniciando suas atividades como ceramista. Antes de seguir definitivamente no campo artístico atuou em outras profissões como, porteiro, vigilante, servente e administrador. No entanto, sempre voltava a executar o ofício de ceramista, tanto na estruturação de fábricas, quanto na confecção de peças utilitárias.
Em 1958, já com sua família constituída, passou a viver definitivamente em Goiás. Adotou o apelido de “Poteiro”, por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orientou a assinar seus bonecos de barro. Mais tarde é estimulado a pintar telas por Siron Franco e Cleber Gouvêa. Expôs seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior.
Lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha.
Durante sua trajetória artística, Antônio Poteiro recebeu muitos prêmios e homenagens de entidades públicas e privadas, em reconhecimento por suas contribuições à arte e à cultura goiana e brasileira vindo a falecer em 08 de junho de 2010, aos 84 anos.
Invenção, fôlego e garbo,
por Olívio Tavares de Araújo.
Não me parece seguro que a cultura brasileira já tenha produzido realmente algum gênio, mas há quem proponha para Antônio Poteiro esse título.
Pode ou não ser exagero, dependendo do sentido exato em que estejamos usando a palavra.
O certo é que ele um ceramista e pintor surpreendente, um pequeno vulcão barbudo que em vez de fogo expele inventividade e talento, e o criador de sua própria linguagem, coisa não muito freqüente entre nós.
Na década de 60, o escultor Willys de Castro cunhou uma frase até hoje muito citada sobre outro criador: “Volpi pinta vôlpis”. Quer dizer: em sua originalidade, o pintor só se podia definir sua obra, o produtor pelo produto, e vice-versa. Há dois anos e pouco, a inconfundível pintura de Poteiro me levou a uma paráfrase: Poteiro pinta poteiros. E assim ficamos entendidos.
É difícil até aplicar-lhe algum rótulo. Não sendo, é claro, um artista erudito, Poteiro tampouco é o que habitualmente chamamos de ‘primitivo’. Além da indesejável contaminação com as idéias de primariedade e precariedade, o termo geralmente designa um tipo de pintura estandartizada, que no caso brasileiro costuma se basear em algumas fórmulas e truques. São riachos nacarados, campos e montanhas floridos, nuvenzinhas que parecem chumaços de algodão e figurinhas espalhadas, tudo bem colorido com tons adocicados, mostrando um mundo quase edênico. Não é isso o que se encontra em Poteiro, com suas farândolas de cores vigorosas, suas figuras incisivas, sua ocupação delirante do espaço e sua visão irônica do mundo, às vezes cáustica, corporificada numa fabulação ininterrupta.
Na falta de melhor, vamos chamá-lo, de espontâneo – embora também não seja o ideal, porque pode sugerir a idéia de (absolutamente falsa) de que sua criação brote ao acaso, com a naturalidade de uma fonte. Isso não existe em arte, a qual é “cosa mentale”, como afirmava Leonardo da Vinci.Até entre os loucos, nasce de um ato da vontade e de uma troca de mensagens consertadas entre o cérebro e a mão. Observou um outro ‘primitivo’ brasileiro, José Antônio da Silva: “Pinto com as mãos e uso o cérebro”; é uma frase absolutamente inteligente.Em minha última conversa com Poteiro, há um mês e pouco, pude constatar a perfeita consciência que ele tem de que está lidando com problemas formais, mais que de conteúdo. Também para ele o verdadeiro desafio não é a historinha que eventualmente conta no quadro, mas sim a maneira de contá-la. O que lhe pode tirar o sono e se este vermelho está muito claro ou muito escuro, e aquele amarelo, no lugar certo. A despeito de sua figuração tosca – fruto de suas mãos rudes de oleiro – é um profissional, que domina, em todos os níveis, seu ofício.
Se por um lado, pois, resultará deliciosa, como sempre, a versão poteiriana dos 500 da História do Brasil – uma idéia brilhante que lhe foi sugerida por seu filho Américo e lhe custou mais de um ano de trabalho ininterrupto -, por outro insisto que o verdadeiro fascínio não está muito no episódio relatado, no assunto (termo que mestre Volpi usava com peculiar desdém, contrapondo-o a pintura), nem mesmo nas eventuais licenças poéticas com que Poteiro costuma marchetar suas narrativas. Está no fenômeno pictórico proposto. O que dá ao artista português/mineiro/goiano (pois nos três cantos andou aprontando das suas) é exatamente o que falta aos ‘primitivos’ de carteirinha: a qualidade plástica, a serviço de uma imaginação borbulhante. Além de inconfundivelmente pessoal, cada tela ou cerâmica é de uma riqueza e vitalidade inesgotáveis.
É que certamente uma força telúrica o anima. (nada mais frase feita do que isso, mas aqui ela é verdadeira e inevitável) . Ao mesmo tempo em que faz com as mãos e a cabeça, sua arte finca raízes num magma que inclui seu próprio inconsciente, o inconsciente coletivo e forças mágicas, para quem nelas acredite. Do barro faz Poteiro- como escreveu Frederico de Morais há mais de vinte anos – “algo vivo”, “entranhado na própria origem do mundo e das coisas “. Por isso suas cerâmicas “parecem algo que está nascendo, se fazendo, um rumor de rios profundos percorrendo a terra por dentro, a vida por dentro, a noite por dentro, um mundo mais próximo do mineral e do vegetal, e no qual o ser humano revela o ‘terror cósmico’ que o envolve”. Uma leitura bonita e sugestiva que se aplica também à pintura – e que se permanece operativa mesmo se hoje em dia o indivíduo Poteiro não me pareça sujeito a grandes dramas. Mas talvez seja até um inspirado, no sentido religioso da palavra. Muitas vezes sonha as peças que depois vai executar – o que também acontecia com outro criador da mesma natureza, o mineiro G.T.O., hoje um pouco esquecido.
Por tudo Poteiro é um grande artista. Transcende as definições com sua personalidade e sua produção tão singulares. Goza de um prestígio imbatível e merecido, faz sucesso de crítica e mercado. Resta falar de seu fôlego invejável. É comum, como se sabe, que os grandes artistas tenham um conluio com os deuses, os quais lhes concedem energia criadora até a idade avançada. O exemplo mais famoso e ilustre é o de Verdi, Compondo Otello aos 74, e Falstaff aos 80 anos; são suas duas obras-primas. As longas barbas brancas de Poteiro talvez o façam parecer mais velho do que é, mas de qualquer maneira já anda exatamente na metade da casa do 70. Vê-lo enfrentar com garbo e competência um empreendimento deste porte, com o qual homenageia uma data tão importante para suas duas pátrias, é para todos nós uma gratificação suplementar. E perceber que sua qualidade não cedeu sob a pressão do tempo é motivo de orgulho para a arte do país que o adotou.
Olívio Tavares de Araújo
Fonte: Instituto Antonio Poteiro, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
---
Biografia - Itaú Cultural
Imigra com a família para São Paulo em 1926. Mais tarde, reside em Araguari e Uberlândia, em Minas Gerais, onde inicia a atividade de ceramista, realizando peças utilitárias. Monta duas fábricas de cerâmica, que vão à falência, e passa um longo período entre os índios na Ilha do Bananal, em Goiás. Passa a residir em Goiânia. Em 1957, adota o apelido de Antonio Poteiro por sugestão da folclorista Regina Lacerda, que o orienta a assinar seus bonecos de barro. Gradualmente passa a apresentar, em suas obras, motivos regionais e temas bíblicos. Em 1972, já como conhecido ceramista, é estimulado a pintar por Siron Franco (1947) e Cleber Gouvêa (1942 - 2000). Expõe seus trabalhos em mostras no Brasil e no exterior. Leciona cerâmica no Centro de Atividades do Sesc e nas cidades de Hannover e Düsseldorf, na Alemanha. Em 1985, recebe o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA, na categoria escultura. Em 1997, é homenageado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura, Brasil.
Análise
Antonio Poteiro, após fazer por algum tempo cerâmica utilitária, começa a realizar pequenos bonecos de argila. Passa a dedicar-se também à pintura, incentivado por Siron Franco (1947), e desenvolve gradualmente a habilidade de colorista. Como aponta o crítico Olívio Tavares de Araújo, Poteiro mantém um estilo coerente, tanto nos procedimentos formais que desenvolve como no uso personalíssimo da cor. Seus temas são variados e abarcam desde a fauna do pantanal mato-grossense a assuntos de história religiosa, abordados de maneira original.
Suas telas e cerâmicas são repletas de pequenas figuras de casas, animais, riachos, pessoas e detalhes ornamentais que preenchem todos os espaços vazios, e são tratados com minúcia e acuidade técnica. Realiza uma série abordando os 500 anos da História do Brasil, na qual mantém a visão pessoal e criativa dos temas, característica de seus trabalhos.
Críticas
"Antonio Poteiro é um sutil harmonizador de formas e de cores e um não menos sutil comentarista do grande teatro do mundo. Ele conta ou inventa fábulas, traça parábolas, troca-lhes o sentido. Nas obsessivas variações ornamentais que cobrem a pele das suas cerâmicas e das suas pinturas, a irreverência das situações e o rigor das imagens concretizam, agora, plasticamente aquela atividade que ele sonhava para si - a de poeta e de cantor.
No teatro da sua pintura, cada quadro é um écran onde as diferentes figurações que nele se inscrevem se dão réplica entre si, como o fariam os atores de uma mágica; ou alojando-se na verticalidade do plano da tela, se descobrem viajando num espaço ilimitado - como voaria o aeronauta que Poteiro, quando moço, também aspirava vir a ser. ' Tudo é uma coisa só'. Entre a inocência e a sabedoria, onde colocar a fronteira? Responde Poteiro: 'Tudo é uma coisa só'. Ou: 'Invoco a Deus, sai o Diabo, veja. Invoco o Diabo, sai Deus'. E não lhe mexam com seus Deuses, que a naturalidade deles pouco tem a ver com os catecismos que ensinam que o mal está dum lado e o bem do outro, artifício que nunca serviu senão para (supostamente) domesticar rebanhos de infelizes. A arte de Poteiro é concebida sem pecado: a inocência não conhece pecado, tal como a sabedoria é sem presunção. Porque se a presunção é contrário da inocência é também o contrário da sabedoria e anda pelo mundo a querer tomar o lugar das duas e a fazer ainda mais infelizes. Rir-se-á o presunçoso das cavalhadas celestes entre, por exemplo, tartarugas e lagartos, animais que não são de sela nem arredam o pé da terra. Mas Poteiro, que diz em menino não ter brincado, sabe hoje quanto é gostosa a regra dos sonhos, a qual é afinal a regra de toda a criação - a transformação das relações a que as coisas pareciam irremediavelmente constrangidas".
Júlio Pomar (Fabuloso Poteiro. POTEIRO, Antonio. Pintura - cerâmica. Brasília: Performance Galeria de Arte, 1987.)
"Poteiro não gosta de teoria sobre seu trabalho. 'Eu não sei quem sou, só sei que pego o barro e faço', resume. Meio ranzinza, completa: 'Não sei por que o povo complica demais as coisas'. É isso que ele é: um contador de histórias. Desenha, com capricho, os segredos, angústias, esperanças, preconceitos e a generosidade da gente do interior. Às vezes, Poteiro vira joão-de-barro, o pássaro que constrói seu ninho com a solidez da arquitetura do instinto, da criatividade. Poteiro traz, na base do seu trabalho, aquela sua vida de homem do interior, singela e segura, em que as pessoas faziam farinha, lavavam sua roupa, aravam sua terra e as crianças brincavam em quintais. É essa sua vivência e ideal. A escultura cresce, as figuras amontoam-se em espaços cada vez menores, espremem-se em torno de aparelhos de televisão, empilham-se até os pisos dos telhados, é o protesto tímido do homem do interior contra as pessoas que desaprenderam de conversar: 'Ficaram mudas diante da tevê', reclama".
Etevaldo Dias (A arte dos potes. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 21., 1991, São Paulo, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Marca D'Água, 1991. p.185.)
"Antônio Poteiro é uma força da terra, energia da natureza alimentada na herança do sincretismo; vigorosa manifestação da cultura popular, é uma força criadora bárbara, selvagem, animal. Por isso a terra, na tessitura da argila, foi a primeira matéria a se fazer sal do milagre em suas mãos de oleiro. Da dimensão utilitária do pote, este Poteiro, reinventor de mitos e antena da raça passou a intérprete da humana e rica vida popular. Conservou-se puro e ingênuo, mantendo-se infenso à massificação eletrônica que imbecilizou o mass media. Surgiu daí o Poteiro artista, que nele sempre foi vibração e energia, desde o áspero Minho de sua origem. Como não enxergar, em seu Deus Balança e em seu Deus Salomão, o senso de justiça, tão comum na vida e na cultura popular? Em suas Maria Balaio, Maria Jiló, Maria Doida, o mágico do barro evoca lembranças de todas as Marias que habitam as periferias dos países da América Latina. Em tanto verde e em tanto bicho não se veja o padrão estandartizado do ecologista de plantão, ou eco de um modismo ambientalista. Poteiro é, em si mesmo, terra; entende o silêncio da árvore germinando nas sementes; sabe a linguagem e o ser dos bichos e sente, na poderosa intuição de que é dotado, que nada é real fora do Homem. No Carnaval, 'a festa da carne', não há o apelo ao folclórico - há, sim, o momento mágico, em que favelados viram reis e rainhas; pois este demiurgo da argila e das cores, sábio e poeta que é, sabe também que para viver no sofrimento é preciso um pouco de luz, maravilha e fantasia".
Brasigóis Felício (A. Poteiro, Sousa Netto: cerâmica e pintura. Campinas: MAC - José Pancetti, 1993.)
Exposições Individuais
1976 - Ouro Preto MG - Cerâmica e Pintura, na Galeria Faop
1978 - Cuiabá MT - Cerâmica e Pintura, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT
1980 - Goiânia GO - Individual, na Casa Grande Galeria de Arte
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1982 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1985 - Guaiaquil (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Quito (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1985 - Cuenca (Equador) - Individuais, na Fundação Guayasamin
1986 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1986 - Washington (Estados Unidos) - Individual, no Brazilian-American Cultural Institute
1987 - Brasília DF - Individual, na Embaixada de Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian
1987 - Brasília DF - Individual, na Performace Galeria de Arte
1987 - Estoril (Portugal) - Individual, na Galeria de Arte do Cassino
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Varsailles Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1991 - Brasília DF - Individual, Embaixada da França. Galeria Le Corbusier
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte São Paulo
1996 - Belo Horizonte MG - Individual, na Manoel Macedo Escritório de Arte
1996 - Goiânia GO - Retrospectiva 33 Anos: Cerâmica e Pintura, na Fundação Jaime Câmara. Galeria Casa Grande
1997 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2000 - Brasília DF - 500 Anos do Brasil. por Antonio, o Brasileiro Poteiro, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
Exposições Coletivas
1967 - Salvador BA - Cerâmica, no Museu de Salvador
1968 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica, no Museu de Arte Popular
1970 - Goiânia GO - Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga
1972 - New Orleans (Estados Unidos) - Coletiva de Cerâmica, na Salomé Gallery
1974 - Como (Itália) - 1ª Biennale Internazionale Naïf
1974 - Goiânia GO - 1º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio aquisição
1975 - Goiânia GO - 2º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - prêmio pintor goiano
1976 - Goiânia GO - 3º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego
1976 - Rio de Janeiro RJ - Arte Popular Brasileira/Coleção Jacques de Benqué, no MAM/RJ
1976 - Santo André SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional, na Fundação Bienal
1976 - Goiânia GO - 1º Salão Empresarial de Artes Plásticas
1976 - São Paulo SP - Cerâmica do Salão do Sesi, no Sesi
1977 - Goiânia GO - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas da Caixego - Prêmio Funarte Melhor Artista do Planalto Central
1977 - Goiânia GO - 4º Salão de Arte Frei Confaloni
1978 - Brasília DF - Embaixada do México
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto de Estudos Superiores
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Monterrey
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Ateneu Fuentes de Saltillo
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, na Casa de Cultura de Guanajuato
1978 - Cidade do México (México) - Quatro Artistas Goianos, no Instituto Nacional de Belas Artes
1978 - Rio de Janeiro RJ - Cerâmica e Pintura, no Centro de Atividades do Sesc
1978 - San Francisco (Estados Unidos) - Brazilian Naïf Painters, na Naïve Art Gallery
1978 - São Paulo SP - 1ª Bienal Latino-Americana de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Lombardia (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Fiera (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Ente (Itália) - 4ª Biennale Internazionale Naïf
1980 - Estoril (Portugal) - Salão de Pintura Naïf, na Galeria de Arte do Cassino Estoril
1980 - Filipinas - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Romênia - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Goiânia GO - 9 Escultores, na Casa Grande Galeria de Arte
1980 - Hannover (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1980 - Düsseldorf (Alemanha) - Coletiva, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, no MAP - Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal
1983 - São Paulo SP - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Goiânia GO - 2º Escultores de Goiânia, no Itaugaleria
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro
1985 - São Paulo SP - 16º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1987 - França (Paris) - Brésil, Art Populaire Contemporain, no Grand Palais
1987 - Rabat (Marrocos) - Brésil-Naïfs, na Galeria Bàb Rouah
1988 - Rio de Janeiro RJ - O Mundo Fascinante dos Pintores Naifs, no Paço Imperial
1988 - Tóquio (Japão) - Exposição de Pintura Primitiva Brasileira, no The Ginza Art Space
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB/DF
1990 - São Paulo SP - Pintura, Presença e Povo na Arte Brasileira, no Museu da Casa Brasileira
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1992 - Belo Horizonte MG - A. Poteiro, Lorenzato, Rodelnégio, na Manoel Macedo Galeria de Arte
1992 - Rio de Janeiro RJ - Viva o Povo Brasileiro, no MAM/RJ
1992 - Tóquio (Japão) - The Ginza Art Space
1993 - Goiânia GO - 3ª Bienal de Artes de Goiás, no Museu de Arte Contemporânea de Goiás
1994 - Juiz de Fora MG ? América, na Universidade Federal de Juiz de Fora. Reitoria
1994 - Lisboa (Portugal) - Pintura Naïf, na Universidade Católica Portuguesa
1994 - Piracicaba SP - Bienal Brasileira de Arte Naif, no Sesc Piracicaba
1994 - São Paulo SP - Paisagens
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Filhos do Abaporu, na Arte do Brasil
1996 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Foyer Hochhaus W1
1996 - Dormagen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Feierabendhaus
1996 - Piracicaba SP - 3ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea, no MAM/SP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Catalão GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, no Fórum Municipal
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Goiânia GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Fundação Jaime Câmara
1998 - Itumbiara GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Casa de Cultura de Itumbiara
1998 - Rio de Janeiro RJ - 16º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio Verde GO - 60 Artistas nos 60 Anos do Jornal O Popular, na Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia e Cultura. Palácio da Intendência
2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasilidades, no Centro Cultural Light
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem, no Centro Brasileiro Britânico
2001 - Brasília DF - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2001 - Penápolis SP - Forma-e-Cor como Luz nos Naïfs, na Galeria Itaú Cutural
2002 - Piracicaba SP - 6ª Bienal Naifs do Brasil, no Sesc Piracicaba
2002 - São Paulo SP - Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte, no CCBB
2003 - Porto Alegre RS - Humanidades, na Galeria Tina Zappoli
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Papel e Tridimensional, na Arvani Arte
2004 - São Paulo SP - Coletiva de Artistas Contemporâneos, no Esporte Clube Sírio
Fonte: ANTONIO Poteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 26 de Mai. 2017.
---
Biografia - Wikipédia
Iniciou a vida artística como artesão, produzindo cerâmicas para o uso doméstico, máscaras e bonecos, de onde adveio o "Poteiro" de seu nome artístico vem de pote ele fazia potes de flores Incentivado por Siron Franco e Cléber Gouvea, começou a pintar em 1972. Em 1976, participou do documentário Artistas de Goiás, produzido pela Goiastur. Em 1978 lecionou cerâmica no Centro de Atividades do Sesc, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, lecionou cerâmica nas Feiras Internacionais de Hanôver e Düsseldorf.
Em 1983 foi produzido o documentário Antônio Poteiro: o Profeta do Barro e das Cores, dirigido por Antônio Eustáquio. Em 1985 recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA 1984) na categoria escultura. Em 1987 recebeu a comenda Oficialato da Ordem do Mérito, concedida pelo governo português. Um novo documentário sobre o artista foi produzido por Ronaldo Duque em 1991.
Em 2010, falece por parada cardíaca, depois de mais de vinte dias internado no Hospital Jardim América, em Goiânia, onde vivia desde 1955. Seu velório teve lugar no Cemitério Jardim das Palmeiras em Goiânia.
Prêmios
Segundo seu site oficial recebeu as seguintes premiações:
Prêmio de Aquisição no I Concurso Nacional de Arte Plástica da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1970).
Troféu Tioko" de Melhor Artista Plástico em Goiás (1975).
Prêmio "FUNARTE" no IV Concurso Nacional de Artes Plásticas da Caixa Econômica do Estado de Goiás (1976).
Grande Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte (1982).
Prêmio Associação Paulista de Críticos de Artes APCA (1984).
Comenda Oficialato da Ordem do Mérito, recebida do Governo da República Portuguesa (1987).
Prêmio de Cerâmica do Santuário da Arte Goiânia (1992).
Medalha Ordem do Mérito Cultural. Brasil (1997).
Medalha Henning Gustav Ritter, do Conselho Estadual de Cultura de Goiás (1999).
Prêmio Unesco (2001).
Troféu Jaburu - Conselho Estadual de cultura – Goiânia (2005).
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 26 de maio de 2017.
Crédito fotográfico: Curta Mais, "Os 12 maiores artistas plásticos de todos os tempos em Goiás", publicado em 30 de julho de 2015.