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Edith Blin

Edith Jeanne Marie Madeleine Blin (Pontorson, França, 22 de julho de 1891 — Rio de Janeiro, RJ, 29 de julho de 1983), mais conhecida como Edith Blin, foi uma atriz e pintora autodidata francesa radicada no Brasil, que se auto descrevia assim: "Sou espontânea. Minha técnica é completamente livre. Depende de meu estado de espírito. Sinto mais atração pela forma do que pela cor. Não aprecio os detalhes. Somente os essenciais. É o que importa realmente. Sou uma pintora da alma“.

Biografia

A partir de 1935, Edith se radicou no Brasil, fugindo do nazismo e do prenúncio do que viria a ser a Segunda Guerra Mundial. Autodidata, começou a pintar em 1942, inconformada com as atrocidades que ocorriam na França. Questionou um amigo pintor, que pintava paisagens bucólicas enquanto seu país se contorcia em sangue. A resposta – Quer pintar a guerra, então pinte você! –, acompanhada de uma tela em branco sobre um cavalete. O episódio trouxe o início de uma brilhante carreira como pintora para Edith Blin, iniciada justamente com uma série de quadros que tinham como tema a Resistência Francesa, e retratava todo o trauma vivido pelo país durante o conflito mundial.

Em 1948, Edith Blin assumiu a criação da neta Catherine. A partir daí, as vidas de Edith e Catherine se entrelaçaram.

Criar é uma forma de resistir

Há várias formas de resistir a um status quo, à inércia, a uma situação negativa, que vai contra o Ideal de qualquer um de nós. Uma delas é através da criação. A personagem é uma pintora francesa, autodidata, que pintou, nos anos 40, a Resistência Francesa em solo brasileiro.

Um tributo a Edith Blin, a “pintora da alma“.

Edith Blin nasceu na cidade de Pontorson, na Normandia, região ao norte da França, em 22 de julho de 1891. Esta cidade fica bem em frente ao Mont Saint-Michel, uma das maravilhas do mundo. Edith casou duas vezes e teve três filhos.

Nos anos 20 e início dos anos 30, foi atriz, adotando o nome de Edith Dereine. Como atriz, conheceu o pintor belga Georges Wambach, que iria ser decisivo em sua decisão de pintar. Em 1935, embarcou com a família e o amigo Wambach para o Brasil, no navio Bagé. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, ainda no Brasil, ela teria perguntado ao pintor por que ele continuava pintando paisagens bucólicas enquanto a Europa era devastada pelos nazistas. E Wambach teria respondido: “ Por que não pinta você o que você sente?”.

E ela começou a pintar.

Autodidata, um ano depois ela fazia sua primeira exposição. Sucesso total. Muitas matérias e artigos em jornais e revistas. O tema principal era a Resistência Francesa, mas ela também pintava nus e retratos. Em 1945 e 1946, mais duas exposições. Mais sucesso. Mais artigos em jornais. Teve até obra estampada em capa de revista.

Em 1947, sua mãe ficou doente e pediu para voltar para a França.

Elas voltaram e Edith doou duas obras para serem leiloadas em um evento visando obter fundos para a construção do portão do cemitério dos soldados mortos na Batalha de Saillant -de-l’Odon, na Normandia. Em agradecimento pelas doações, ela recebeu, então, um pergaminho manuscrito da comunidade local, dotado de mapa, selos e insígnias, relatando a batalha e um texto sobre sua obra.

Ao final deste mesmo ano, sua mãe morreu. Edith não queria mais pintar. Em meados de 1948, sua neta Katia nasceu. A mãe de Katia estava doente e não podia cuidar do bebê. Edith então assumiu a criação da neta. Em 1949, voltou para o Brasil. Enquanto cuidava de Katia, voltou a pintar. Os temas eram variados: flores, paisagens, pierrôs, bailarinas, naturezas mortas e rostos. Muitos rostos. Entre eles, retratos. Muitos retratos.

Edith Blin só voltou a expor em 1969. Neste período, ela já tinha aprimorado muito a sua técnica, usando a cartolina preta como suporte, além da habitual tela. Pintava com pincéis e espátulas para espalhar a tinta a óleo na tela ou cartolina, e os próprios dedos, quando fazia uso do pastel. Fez tantos pastéis, que perdeu as digitais de alguns dedos. Como estudos, deixou muitos desenhos a carvão em vários cadernos. Participou de algumas exposições individuais e coletivas, até sofrer o primeiro derrame cerebral, em 1979. Continuou pintando por mais um ano, mas os derrames se sucederam até sua morte, que ocorreu em 29 de julho de 1983. Tinha 92 anos.

Edith Blin , “la peintre de l’âme” (“a pintora da alma”), deixou um imenso legado. Seu legado não é dimensionado somente pelas obras pintadas, estimadas em cerca de 1300. O legado é muito mais qualitativo do que quantitativo. O que importa é por que pintou, o que pintou e como pintou. Autodidata, começou a pintar porque precisava expressar um sentimento de angústia por sua pátria e seus patrícios que eram dizimados na guerra. Pintou a resistência francesa, pintou os nus etéreos e pintou as flores ao vento. Pintou 148 retratos da neta Katia, de bebê aos 32 anos idade. E inovou na forma de pintar, com o uso da cartolina preta como suporte para suas obras, nos anos 60. Segundo ela mesma dizia, “era mais fácil de rasgar quando não gostava do que havia pintado”.

De como "O pintor andarilho" fez nascer "A pintora da alma".

Georges Wambach (1901-1965), nasceu na Antuérpia/Bélgica e morreu no Rio de Janeiro. Chamado de “andarilho da pintura” pelo crítico José Roberto Teixeira Leite, Wambach viajou pelo Brasil afora, com cavalete, paleta, tintas e pincéis na mochila, registrando em pequenos álbuns uma grande variedade de locais desse imenso e belíssimo Brasil.

Edith Blin (1891-1983), nasceu em Pontorson/Bélgica e morreu também no Rio de Janeiro. Foi chamada de “pintora da alma”, pela forma como incorporava às figuras que pintava nas telas a alma dos modelos retratados e dos temas representados.

Wambach, muito boêmio, conheceu Edith em 1926, na época em que ela era atriz de teatro. Edith era uma mulher lindíssima e, mesmo sendo casada e mãe de três filhos, atraía olhares e provocava emoções masculinas. Wambach ficou fascinado por essa atriz apaixonante e foi se aproximando da família… Fez retratos dos irmãos de Edith, dos sobrinhos, dos filhos… até chegar nela. E chegou. É dele um magnífico óleo sobre tela, o “Pommiers en fleur”, datado de 1937, pintado em frente à casa onde morava Edith na Normandia. A obra representa uma paisagem da região, com macieiras em flor e possui uma dedicatória a Edith: “À Edith Blin de A. – son ami G. W.”

Foi em companhia de Wambach e dos dois filhos mais novos que Edith aportou pela primeira vez no Brasil, a 25 de julho de 1935, a bordo do navio Bagé, fugindo do avanço do fascismo e do nazismo, que paralisavam a vida artística europeia.

No início dos anos 40, aqui no Brasil, quando a II Guerra Mundial estava no seu auge na Europa, Edith, sensibilidade à flor da pele, teria perguntado a Wambach como ele podia continuar a pintar lindas paisagens enquanto os seus patrícios sofriam e caíam mortos pelos campos da Europa devastada. Wambach teria se ofendido com a observação e respondido: “Por que não pinta você o sofrimento do seu povo?” E colocou no cavalete uma tela virgem, uma paleta recém lavada e duas cores: branco e ocre. Neste momento, os filhos de Edith, Georges e Ivan, passavam por ali. Ela os chamou: “Fiquem aqui, façam uma pose, parece que vou pintar!” Em cerca de meia hora, os retratos estavam feitos, de forma inesquecível e pessoal. Esse episódio se deu em 1942. Um ano depois, Edith fez sua primeira exposição. E a separação de Wambach estava consumada.

Por ocasião da 2ª exposição de Edith Blin, em 1945, entre inúmeras matérias e críticas publicadas em jornais da época, eis o que dizia Edmundo Lys: “A essa exposição podíamos chamar “alma da França”, pois aquelas telas, aquelas figuras são momentos de beleza e heroísmo, espírito da França em imagens, por sobre as quais ondeia a bandeira tricolor e de cujo silêncio parece subir a voz da França, entoando o hino imortal da Liberdade.”

São de Edith estas palavras, ditas em 1979: “Sou espontânea. Minha técnica é completamente livre. Depende de meu estado de espírito. Sinto mais atração pela forma do que pela cor. Não aprecio os detalhes. Somente os essenciais. É o que importa realmente. Sou uma pintora da alma”.

22 de julho: Os mistérios de Maria Madalena e Edith

Maria Madalena foi descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas de Jesus Cristo. Venerada pelas Igrejas Católica, Anglicana e Ortodoxa, sua festa litúrgica é celebrada a 22 de julho.

Edith Blin (1891-1983), pintora francesa, nasceu na pequena cidade de Pontorson, frente ao Mont Saint-Michel na Normandia, em 22 de julho. Nome completo de solteira: Edith Jeanne Marie Madeleine Blin.

Quando lhe perguntavam por que seu nome era tão extenso, Edith explicava: parte do nome se devia ao fato de ter nascido no dia da santa Maria Madalena: 22 de julho.

Mas, até hoje, pouquíssimas pessoas tiveram conhecimento de seu nome completo. E hoje pode ser que eu, sua neta, seja a única a saber disso. Daí a importância de desvendar esta relação Edith-Maria Madalena.

Em seus 40 anos de pintura, Edith pintou algumas Madalenas. Sempre ligadas ao sofrimento

Os 129 retratos

Edith Blin (1891-1983), artista plástica, nasceu em Pontorson, França e morreu no Rio de Janeiro. Autodidata, começou a pintar nos anos 40, já no Brasil, motivada pela necessidade interior de expressar o sofrimento de seu povo ante os horrores da Segunda Guerra Mundial.

O tema Retrato acompanhou Edith em suas quatro décadas de trajetória na pintura. Foram muitos os seus modelos, retratados nas mais variadas técnicas: óleo, pastel, aquarela, crayon. Mas, sem dúvida alguma, uma modelo se destacou, sua neta Catherine. Dela, Edith realizou nada menos do que 129 retratos, desde quando a neta era bebê até às vésperas de sua morte, quando Catherine tinha 32 anos.

Depoimento de Catherine, em 2006:

“A sensação de ser retratada por um grande artista é extremamente gratificante. Se este artista é a pessoa que criou você, e consequentemente conhece muito você, é mais gratificante ainda. E se este artista tem como singularidade maior o fato de expressar os sentimentos – dele e do modelo – na obra que produz, aí é a glória! E eu fui glorificada nada menos do que 129 vezes, durante um período de 32 anos, desde o meu nascimento. De bebê a mulher feita, entre desenhos, aquarelas, pastéis e óleos, servi de modelo para Edith Blin. Como ambas gostávamos muito de música clássica, Bach, Beethoven, Chopin, Liszt, Debussy e Villa-Lobos eram presenças constantes nestes encontros entre pintora e modelo. As horas que passei posando para a criação de obras eternas foram das mais significativas da minha vida. Foram horas de comunhão com a Arte, de intensa interação com o processo de criação de uma artista maior. Hoje, percebo que esta comunhão e esta interação fundamentaram minha vida a tal ponto que a minha procura de felicidade passa através da Arte e de seu processo de criação.

Participei de todas as décadas e de todas as técnicas do processo criativo de Edith. Tendo nascido no final da década de 40, nesta época servi de modelo para vários desenhos feitos a carvão e a lápis em folhas de caderno de desenho. Na década de 50, fui retratada em alguns óleos e vários pastéis sobre cartolina, azul claro ou rosa. A maioria destes pastéis eu posei com dois objetos de estimação, que conservo até hoje: um palhacinho vestido de macacão listrado em vermelho e branco e um ursinho de pelúcia preto, o “Teddy”. São dezenas de retratos, em que a menina Katia – meu apelido quando criança – aprendia a ser modelo e a se encantar com os trabalhos feitos. Foi também nesta década que Edith começou a utilizar cartolina preta como suporte para os trabalhos feitos em pastel. Os traços de menina, sobre fundo preto, não perdiam de forma nenhuma sua delicadeza e ingenuidade, muito pelo contrário, realçavam toda a pureza que existia…

A década de 70, Edith octogenária e eu na faixa dos vinte e tantos anos, foi para ambas uma época de total entendimento artístico. Com um simples olhar de minha avó, eu já sabia que ela queria que eu posasse. Prontamente, eu atendia seu pedido e lá surgia mais uma obra fantástica, dessa mulher incrível em sua energia e entusiasmo! Tendo a música quase sempre como companhia, a produção dos óleos sobre cartolina preta imperava e, quando Edith não gostava do resultado, era mais uma cartolina rasgada… Posei as últimas vezes para Edith no ano de 1980, entre um derrame cerebral e outro.

Após 32 anos de convivência e centenas de horas tendo posado para 129 obras de Edith Blin, tenho absoluta certeza que um pedaço de sua alma faz parte da minha”.

Edith e a resistência francesa

Edith Blin nasceu em 22 de julho de 1891, na cidadezinha de Pontorson, na região francesa da Normandia. Essa cidade fica bem em frente ao Mont Saint-Michel, um dos ícones franceses mais conhecidos do mundo, junto à Tour Eiffel. Se todos os que visitaram o Mont Saint-Michel não conseguem mais esquecê-lo pela vida afora, não é difícil imaginar o que representava este lugar para Edith! Para ela, era simplesmente um lugar sagrado, símbolo maior da grandeza da França.

E por que iniciar este post falando do Mont Saint-Michel? O que ele tem a ver com a Resistência Francesa? Para Edith Blin, tem tudo a ver. A paixão de Edith pela Normandia, a região onde nasceu, é a mesma paixão que a fez expressar seus sentimentos através da pintura, nos anos 40.

Edith passou os primeiros 50 anos de sua vida sem ter nenhuma relação com pincéis e telas, não tendo frequentado sequer uma aula de pintura. Nos anos 20, trabalhou como atriz na Companhia de Teatro Molière, cuja sede ficava no nº 1 da Avenue du Congo, em Bruxelas, usando o nome de Edith Dereine. Após dois casamentos e tendo tido três filhos, foi somente em 1942, com a idade de 51 anos, que Edith decidiu pintar, desafiada por Georges Wambach, grande aquarelista e representante da iconografia brasileira.

Mesmo habitando terras brasileiras, Edith se angustiava com o sofrimento de seus patrícios na Europa, vitimados pela Segunda Guerra Mundial. Resolveu então expressar seus sentimentos através da pintura. Após o desafio de Wambach, foram 13 meses de trabalho intenso para Edith. No atelier improvisado de sua então moradia, situada à rua Miguel Lemos em Copacabana, nº 57, Edith desenhava e pintava, Edith pintava e desenhava. Colocava nos desenhos e nas telas toda a angústia que sentia pela França bombardeada, pelo seu povo sofrendo as atrocidades da guerra.

Em 1943, Edith fez sua 1ª exposição, quando 46 telas foram expostas no Salão Nobre do Palace Hotel, no centro do Rio de Janeiro. A afluência de público foi enorme – muitos queriam ver as obras de uma pintora que havia começado a pintar apenas há alguns meses – e a crítica foi unânime em elogiar a força expressiva que suas obras transmitiam. A grande maioria dos trabalhos foram figuras, fortes e vigorosas, com sentido patriótico. Entre as obras apresentadas, estavam “Cocorico” e “Normandie!“. Entre as presenças que deixaram seu autógrafo em 18 folhas do Livro de Assinaturas da exposição, estavam Henrique e Yvonne Visconti Cavalleiro, Jarbas Vasconcellos, Lopes da Silva, Nivouliés de Pierrefort, Álvarus, Paulo Gagarin, João Austregésilo de Athayde, Georgina de Albuquerque, João Pott, Arnaldo Damasceno Vieira (assinou 6 vezes o Livro), ….

A 2ª exposição veio em 1945, quando 43 obras foram expostas na Galeria Montparnasse, à rua Siqueira Campos nº 10, em Copacabana. A França continuava sempre presente em suas telas: “Maquis” e “Paris” constavam desta exposição. Entre inúmeras matérias e críticas publicadas em jornais da época, eis o que dizia Edmundo Lys, crítico e grande amigo de Edith: “A essa exposição podíamos chamar “alma da França”, pois aquelas telas, aquelas figuras são momentos de beleza e heroísmo, espírito da França em imagens, por sobre as quais ondeia a bandeira tricolor e de cujo silêncio parece subir a voz da França, entoando o hino imortal da Liberdade.”

Em 1945, era esse o pensamento de Edith: “Sobre a arte moderna, direi apenas que o assunto é por demais vasto e complexo para que possamos defini-lo. Não concebo na arte uma maneira de pintar, um estilo. Mas sim a maneira de sentir porque é a única maneira capaz de exprimir alguma coisa de real significado. Não há maneira de pintar, ela deve se diferenciar em cada obra. A tensão nervosa deve mudar segundo o tema a desenvolver. Esta é a minha opinião.”

Em 1947, Edith viajou para a França, realizando duas exposições em Paris, uma na Galerie Séverin-Mars e outra na École des Beaux-Arts. Na cidade de Caen, Normandia, mais precisamente no dia 4 de outubro deste mesmo ano, foi colocado em leilão, em prol do Monumento Comunal do Cemitério Militar de Tourville-sur-Odon, a obra “Pietá“. Trata-se de uma obra fortíssima, um jovem carregando uma mulher nos braços, tendo por trás ruínas de uma cidade devastada pela guerra. Pelos relatos de Edith, teriam posado para esta pintura seu irmão Jean e sua sobrinha Jeannine. A cidade em ruínas seria Caen.

A doação desta obra para o leilão deu origem a um manuscrito – relatando a batalha de Tourville-sur-Odon e o agradecimento da cidade pela doação – oferecido para Edith. Acerca da obra “Pietá“, assim falou Paul Lecompte, grande prêmio de Roma: “Ela se eleva muito alto, acima da massa dos pintores e alguma coisa de indefinível, de misterioso - que ultrapassa a todos nós – se desprende de sua obra. Simplesmente Edith, pássaro das ilhas, é uma grande, uma muito grande artista!

Fonte: Arte na Rede, publicado em variadas datas de 2014 até 2018.

Crédito fotográfico: Edith Jeanne Marie Madeleine Blin pintando sua neta Catherine.

Edith Jeanne Marie Madeleine Blin (Pontorson, França, 22 de julho de 1891 — Rio de Janeiro, RJ, 29 de julho de 1983), mais conhecida como Edith Blin, foi uma atriz e pintora autodidata francesa radicada no Brasil, que se auto descrevia assim: "Sou espontânea. Minha técnica é completamente livre. Depende de meu estado de espírito. Sinto mais atração pela forma do que pela cor. Não aprecio os detalhes. Somente os essenciais. É o que importa realmente. Sou uma pintora da alma“.

Edith Blin

Edith Jeanne Marie Madeleine Blin (Pontorson, França, 22 de julho de 1891 — Rio de Janeiro, RJ, 29 de julho de 1983), mais conhecida como Edith Blin, foi uma atriz e pintora autodidata francesa radicada no Brasil, que se auto descrevia assim: "Sou espontânea. Minha técnica é completamente livre. Depende de meu estado de espírito. Sinto mais atração pela forma do que pela cor. Não aprecio os detalhes. Somente os essenciais. É o que importa realmente. Sou uma pintora da alma“.

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Biografia

A partir de 1935, Edith se radicou no Brasil, fugindo do nazismo e do prenúncio do que viria a ser a Segunda Guerra Mundial. Autodidata, começou a pintar em 1942, inconformada com as atrocidades que ocorriam na França. Questionou um amigo pintor, que pintava paisagens bucólicas enquanto seu país se contorcia em sangue. A resposta – Quer pintar a guerra, então pinte você! –, acompanhada de uma tela em branco sobre um cavalete. O episódio trouxe o início de uma brilhante carreira como pintora para Edith Blin, iniciada justamente com uma série de quadros que tinham como tema a Resistência Francesa, e retratava todo o trauma vivido pelo país durante o conflito mundial.

Em 1948, Edith Blin assumiu a criação da neta Catherine. A partir daí, as vidas de Edith e Catherine se entrelaçaram.

Criar é uma forma de resistir

Há várias formas de resistir a um status quo, à inércia, a uma situação negativa, que vai contra o Ideal de qualquer um de nós. Uma delas é através da criação. A personagem é uma pintora francesa, autodidata, que pintou, nos anos 40, a Resistência Francesa em solo brasileiro.

Um tributo a Edith Blin, a “pintora da alma“.

Edith Blin nasceu na cidade de Pontorson, na Normandia, região ao norte da França, em 22 de julho de 1891. Esta cidade fica bem em frente ao Mont Saint-Michel, uma das maravilhas do mundo. Edith casou duas vezes e teve três filhos.

Nos anos 20 e início dos anos 30, foi atriz, adotando o nome de Edith Dereine. Como atriz, conheceu o pintor belga Georges Wambach, que iria ser decisivo em sua decisão de pintar. Em 1935, embarcou com a família e o amigo Wambach para o Brasil, no navio Bagé. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, ainda no Brasil, ela teria perguntado ao pintor por que ele continuava pintando paisagens bucólicas enquanto a Europa era devastada pelos nazistas. E Wambach teria respondido: “ Por que não pinta você o que você sente?”.

E ela começou a pintar.

Autodidata, um ano depois ela fazia sua primeira exposição. Sucesso total. Muitas matérias e artigos em jornais e revistas. O tema principal era a Resistência Francesa, mas ela também pintava nus e retratos. Em 1945 e 1946, mais duas exposições. Mais sucesso. Mais artigos em jornais. Teve até obra estampada em capa de revista.

Em 1947, sua mãe ficou doente e pediu para voltar para a França.

Elas voltaram e Edith doou duas obras para serem leiloadas em um evento visando obter fundos para a construção do portão do cemitério dos soldados mortos na Batalha de Saillant -de-l’Odon, na Normandia. Em agradecimento pelas doações, ela recebeu, então, um pergaminho manuscrito da comunidade local, dotado de mapa, selos e insígnias, relatando a batalha e um texto sobre sua obra.

Ao final deste mesmo ano, sua mãe morreu. Edith não queria mais pintar. Em meados de 1948, sua neta Katia nasceu. A mãe de Katia estava doente e não podia cuidar do bebê. Edith então assumiu a criação da neta. Em 1949, voltou para o Brasil. Enquanto cuidava de Katia, voltou a pintar. Os temas eram variados: flores, paisagens, pierrôs, bailarinas, naturezas mortas e rostos. Muitos rostos. Entre eles, retratos. Muitos retratos.

Edith Blin só voltou a expor em 1969. Neste período, ela já tinha aprimorado muito a sua técnica, usando a cartolina preta como suporte, além da habitual tela. Pintava com pincéis e espátulas para espalhar a tinta a óleo na tela ou cartolina, e os próprios dedos, quando fazia uso do pastel. Fez tantos pastéis, que perdeu as digitais de alguns dedos. Como estudos, deixou muitos desenhos a carvão em vários cadernos. Participou de algumas exposições individuais e coletivas, até sofrer o primeiro derrame cerebral, em 1979. Continuou pintando por mais um ano, mas os derrames se sucederam até sua morte, que ocorreu em 29 de julho de 1983. Tinha 92 anos.

Edith Blin , “la peintre de l’âme” (“a pintora da alma”), deixou um imenso legado. Seu legado não é dimensionado somente pelas obras pintadas, estimadas em cerca de 1300. O legado é muito mais qualitativo do que quantitativo. O que importa é por que pintou, o que pintou e como pintou. Autodidata, começou a pintar porque precisava expressar um sentimento de angústia por sua pátria e seus patrícios que eram dizimados na guerra. Pintou a resistência francesa, pintou os nus etéreos e pintou as flores ao vento. Pintou 148 retratos da neta Katia, de bebê aos 32 anos idade. E inovou na forma de pintar, com o uso da cartolina preta como suporte para suas obras, nos anos 60. Segundo ela mesma dizia, “era mais fácil de rasgar quando não gostava do que havia pintado”.

De como "O pintor andarilho" fez nascer "A pintora da alma".

Georges Wambach (1901-1965), nasceu na Antuérpia/Bélgica e morreu no Rio de Janeiro. Chamado de “andarilho da pintura” pelo crítico José Roberto Teixeira Leite, Wambach viajou pelo Brasil afora, com cavalete, paleta, tintas e pincéis na mochila, registrando em pequenos álbuns uma grande variedade de locais desse imenso e belíssimo Brasil.

Edith Blin (1891-1983), nasceu em Pontorson/Bélgica e morreu também no Rio de Janeiro. Foi chamada de “pintora da alma”, pela forma como incorporava às figuras que pintava nas telas a alma dos modelos retratados e dos temas representados.

Wambach, muito boêmio, conheceu Edith em 1926, na época em que ela era atriz de teatro. Edith era uma mulher lindíssima e, mesmo sendo casada e mãe de três filhos, atraía olhares e provocava emoções masculinas. Wambach ficou fascinado por essa atriz apaixonante e foi se aproximando da família… Fez retratos dos irmãos de Edith, dos sobrinhos, dos filhos… até chegar nela. E chegou. É dele um magnífico óleo sobre tela, o “Pommiers en fleur”, datado de 1937, pintado em frente à casa onde morava Edith na Normandia. A obra representa uma paisagem da região, com macieiras em flor e possui uma dedicatória a Edith: “À Edith Blin de A. – son ami G. W.”

Foi em companhia de Wambach e dos dois filhos mais novos que Edith aportou pela primeira vez no Brasil, a 25 de julho de 1935, a bordo do navio Bagé, fugindo do avanço do fascismo e do nazismo, que paralisavam a vida artística europeia.

No início dos anos 40, aqui no Brasil, quando a II Guerra Mundial estava no seu auge na Europa, Edith, sensibilidade à flor da pele, teria perguntado a Wambach como ele podia continuar a pintar lindas paisagens enquanto os seus patrícios sofriam e caíam mortos pelos campos da Europa devastada. Wambach teria se ofendido com a observação e respondido: “Por que não pinta você o sofrimento do seu povo?” E colocou no cavalete uma tela virgem, uma paleta recém lavada e duas cores: branco e ocre. Neste momento, os filhos de Edith, Georges e Ivan, passavam por ali. Ela os chamou: “Fiquem aqui, façam uma pose, parece que vou pintar!” Em cerca de meia hora, os retratos estavam feitos, de forma inesquecível e pessoal. Esse episódio se deu em 1942. Um ano depois, Edith fez sua primeira exposição. E a separação de Wambach estava consumada.

Por ocasião da 2ª exposição de Edith Blin, em 1945, entre inúmeras matérias e críticas publicadas em jornais da época, eis o que dizia Edmundo Lys: “A essa exposição podíamos chamar “alma da França”, pois aquelas telas, aquelas figuras são momentos de beleza e heroísmo, espírito da França em imagens, por sobre as quais ondeia a bandeira tricolor e de cujo silêncio parece subir a voz da França, entoando o hino imortal da Liberdade.”

São de Edith estas palavras, ditas em 1979: “Sou espontânea. Minha técnica é completamente livre. Depende de meu estado de espírito. Sinto mais atração pela forma do que pela cor. Não aprecio os detalhes. Somente os essenciais. É o que importa realmente. Sou uma pintora da alma”.

22 de julho: Os mistérios de Maria Madalena e Edith

Maria Madalena foi descrita no Novo Testamento como uma das discípulas mais dedicadas de Jesus Cristo. Venerada pelas Igrejas Católica, Anglicana e Ortodoxa, sua festa litúrgica é celebrada a 22 de julho.

Edith Blin (1891-1983), pintora francesa, nasceu na pequena cidade de Pontorson, frente ao Mont Saint-Michel na Normandia, em 22 de julho. Nome completo de solteira: Edith Jeanne Marie Madeleine Blin.

Quando lhe perguntavam por que seu nome era tão extenso, Edith explicava: parte do nome se devia ao fato de ter nascido no dia da santa Maria Madalena: 22 de julho.

Mas, até hoje, pouquíssimas pessoas tiveram conhecimento de seu nome completo. E hoje pode ser que eu, sua neta, seja a única a saber disso. Daí a importância de desvendar esta relação Edith-Maria Madalena.

Em seus 40 anos de pintura, Edith pintou algumas Madalenas. Sempre ligadas ao sofrimento

Os 129 retratos

Edith Blin (1891-1983), artista plástica, nasceu em Pontorson, França e morreu no Rio de Janeiro. Autodidata, começou a pintar nos anos 40, já no Brasil, motivada pela necessidade interior de expressar o sofrimento de seu povo ante os horrores da Segunda Guerra Mundial.

O tema Retrato acompanhou Edith em suas quatro décadas de trajetória na pintura. Foram muitos os seus modelos, retratados nas mais variadas técnicas: óleo, pastel, aquarela, crayon. Mas, sem dúvida alguma, uma modelo se destacou, sua neta Catherine. Dela, Edith realizou nada menos do que 129 retratos, desde quando a neta era bebê até às vésperas de sua morte, quando Catherine tinha 32 anos.

Depoimento de Catherine, em 2006:

“A sensação de ser retratada por um grande artista é extremamente gratificante. Se este artista é a pessoa que criou você, e consequentemente conhece muito você, é mais gratificante ainda. E se este artista tem como singularidade maior o fato de expressar os sentimentos – dele e do modelo – na obra que produz, aí é a glória! E eu fui glorificada nada menos do que 129 vezes, durante um período de 32 anos, desde o meu nascimento. De bebê a mulher feita, entre desenhos, aquarelas, pastéis e óleos, servi de modelo para Edith Blin. Como ambas gostávamos muito de música clássica, Bach, Beethoven, Chopin, Liszt, Debussy e Villa-Lobos eram presenças constantes nestes encontros entre pintora e modelo. As horas que passei posando para a criação de obras eternas foram das mais significativas da minha vida. Foram horas de comunhão com a Arte, de intensa interação com o processo de criação de uma artista maior. Hoje, percebo que esta comunhão e esta interação fundamentaram minha vida a tal ponto que a minha procura de felicidade passa através da Arte e de seu processo de criação.

Participei de todas as décadas e de todas as técnicas do processo criativo de Edith. Tendo nascido no final da década de 40, nesta época servi de modelo para vários desenhos feitos a carvão e a lápis em folhas de caderno de desenho. Na década de 50, fui retratada em alguns óleos e vários pastéis sobre cartolina, azul claro ou rosa. A maioria destes pastéis eu posei com dois objetos de estimação, que conservo até hoje: um palhacinho vestido de macacão listrado em vermelho e branco e um ursinho de pelúcia preto, o “Teddy”. São dezenas de retratos, em que a menina Katia – meu apelido quando criança – aprendia a ser modelo e a se encantar com os trabalhos feitos. Foi também nesta década que Edith começou a utilizar cartolina preta como suporte para os trabalhos feitos em pastel. Os traços de menina, sobre fundo preto, não perdiam de forma nenhuma sua delicadeza e ingenuidade, muito pelo contrário, realçavam toda a pureza que existia…

A década de 70, Edith octogenária e eu na faixa dos vinte e tantos anos, foi para ambas uma época de total entendimento artístico. Com um simples olhar de minha avó, eu já sabia que ela queria que eu posasse. Prontamente, eu atendia seu pedido e lá surgia mais uma obra fantástica, dessa mulher incrível em sua energia e entusiasmo! Tendo a música quase sempre como companhia, a produção dos óleos sobre cartolina preta imperava e, quando Edith não gostava do resultado, era mais uma cartolina rasgada… Posei as últimas vezes para Edith no ano de 1980, entre um derrame cerebral e outro.

Após 32 anos de convivência e centenas de horas tendo posado para 129 obras de Edith Blin, tenho absoluta certeza que um pedaço de sua alma faz parte da minha”.

Edith e a resistência francesa

Edith Blin nasceu em 22 de julho de 1891, na cidadezinha de Pontorson, na região francesa da Normandia. Essa cidade fica bem em frente ao Mont Saint-Michel, um dos ícones franceses mais conhecidos do mundo, junto à Tour Eiffel. Se todos os que visitaram o Mont Saint-Michel não conseguem mais esquecê-lo pela vida afora, não é difícil imaginar o que representava este lugar para Edith! Para ela, era simplesmente um lugar sagrado, símbolo maior da grandeza da França.

E por que iniciar este post falando do Mont Saint-Michel? O que ele tem a ver com a Resistência Francesa? Para Edith Blin, tem tudo a ver. A paixão de Edith pela Normandia, a região onde nasceu, é a mesma paixão que a fez expressar seus sentimentos através da pintura, nos anos 40.

Edith passou os primeiros 50 anos de sua vida sem ter nenhuma relação com pincéis e telas, não tendo frequentado sequer uma aula de pintura. Nos anos 20, trabalhou como atriz na Companhia de Teatro Molière, cuja sede ficava no nº 1 da Avenue du Congo, em Bruxelas, usando o nome de Edith Dereine. Após dois casamentos e tendo tido três filhos, foi somente em 1942, com a idade de 51 anos, que Edith decidiu pintar, desafiada por Georges Wambach, grande aquarelista e representante da iconografia brasileira.

Mesmo habitando terras brasileiras, Edith se angustiava com o sofrimento de seus patrícios na Europa, vitimados pela Segunda Guerra Mundial. Resolveu então expressar seus sentimentos através da pintura. Após o desafio de Wambach, foram 13 meses de trabalho intenso para Edith. No atelier improvisado de sua então moradia, situada à rua Miguel Lemos em Copacabana, nº 57, Edith desenhava e pintava, Edith pintava e desenhava. Colocava nos desenhos e nas telas toda a angústia que sentia pela França bombardeada, pelo seu povo sofrendo as atrocidades da guerra.

Em 1943, Edith fez sua 1ª exposição, quando 46 telas foram expostas no Salão Nobre do Palace Hotel, no centro do Rio de Janeiro. A afluência de público foi enorme – muitos queriam ver as obras de uma pintora que havia começado a pintar apenas há alguns meses – e a crítica foi unânime em elogiar a força expressiva que suas obras transmitiam. A grande maioria dos trabalhos foram figuras, fortes e vigorosas, com sentido patriótico. Entre as obras apresentadas, estavam “Cocorico” e “Normandie!“. Entre as presenças que deixaram seu autógrafo em 18 folhas do Livro de Assinaturas da exposição, estavam Henrique e Yvonne Visconti Cavalleiro, Jarbas Vasconcellos, Lopes da Silva, Nivouliés de Pierrefort, Álvarus, Paulo Gagarin, João Austregésilo de Athayde, Georgina de Albuquerque, João Pott, Arnaldo Damasceno Vieira (assinou 6 vezes o Livro), ….

A 2ª exposição veio em 1945, quando 43 obras foram expostas na Galeria Montparnasse, à rua Siqueira Campos nº 10, em Copacabana. A França continuava sempre presente em suas telas: “Maquis” e “Paris” constavam desta exposição. Entre inúmeras matérias e críticas publicadas em jornais da época, eis o que dizia Edmundo Lys, crítico e grande amigo de Edith: “A essa exposição podíamos chamar “alma da França”, pois aquelas telas, aquelas figuras são momentos de beleza e heroísmo, espírito da França em imagens, por sobre as quais ondeia a bandeira tricolor e de cujo silêncio parece subir a voz da França, entoando o hino imortal da Liberdade.”

Em 1945, era esse o pensamento de Edith: “Sobre a arte moderna, direi apenas que o assunto é por demais vasto e complexo para que possamos defini-lo. Não concebo na arte uma maneira de pintar, um estilo. Mas sim a maneira de sentir porque é a única maneira capaz de exprimir alguma coisa de real significado. Não há maneira de pintar, ela deve se diferenciar em cada obra. A tensão nervosa deve mudar segundo o tema a desenvolver. Esta é a minha opinião.”

Em 1947, Edith viajou para a França, realizando duas exposições em Paris, uma na Galerie Séverin-Mars e outra na École des Beaux-Arts. Na cidade de Caen, Normandia, mais precisamente no dia 4 de outubro deste mesmo ano, foi colocado em leilão, em prol do Monumento Comunal do Cemitério Militar de Tourville-sur-Odon, a obra “Pietá“. Trata-se de uma obra fortíssima, um jovem carregando uma mulher nos braços, tendo por trás ruínas de uma cidade devastada pela guerra. Pelos relatos de Edith, teriam posado para esta pintura seu irmão Jean e sua sobrinha Jeannine. A cidade em ruínas seria Caen.

A doação desta obra para o leilão deu origem a um manuscrito – relatando a batalha de Tourville-sur-Odon e o agradecimento da cidade pela doação – oferecido para Edith. Acerca da obra “Pietá“, assim falou Paul Lecompte, grande prêmio de Roma: “Ela se eleva muito alto, acima da massa dos pintores e alguma coisa de indefinível, de misterioso - que ultrapassa a todos nós – se desprende de sua obra. Simplesmente Edith, pássaro das ilhas, é uma grande, uma muito grande artista!

Fonte: Arte na Rede, publicado em variadas datas de 2014 até 2018.

Crédito fotográfico: Edith Jeanne Marie Madeleine Blin pintando sua neta Catherine.

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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