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Ernesto De Fiori, E.D.F

Ernesto de Fiori (Roma, Itália, 12 de dezembro de 1884 - São Paulo, São Paulo, 24 de abril de 1945), mais conhecido como De Fiori, foi um escultor, pintor e desenhista ítalo-alemão. Aos 19 anos, mudou-se para Munique, onde estudou desenho com Gabriel von Hackl (1843-1926) na Königliche Akademie der Bildenden Künste (Real Academia de Belas Artes). Em 1905, retornou a Roma e foi orientado pelo pintor e litógrafo alemão Otto Greiner (1869-1916). Entre 1911 e 1914, residiu em Paris, onde realizou as primeiras esculturas, com auxílio do artista suíço Hermann Haller (1880-1950). Em 1936, veio para o Brasil, instalando-se em São Paulo. Escreveu artigos para jornais das colônias alemã e italiana e também para O Estado de S. Paulo. De Fiori foi um artista moderno, desenvolveu um estilo impressionista com pinceladas consideradas nervosas e marcantes, com deformações das figuras que pintava, representando tudo através de "manchas" através das cores e luzes vibrantes, sugerindo movimento de suas obras. O uso de diversas técnicas, como pinceladas rápidas ou diluídas em solvente, resultou em obras magníficas, de uma simplicidade e complexidade indescritível. Pintou paisagens, florestas, fazendas e algumas cenas de queimadas. Retratou também, cenas urbanas de São Paulo, como ruas angulosas, transeuntes solitários e apressados, grandes edifícios e avenidas. Realizou exposições em todo Brasil, com mostras individuais e coletivas. Internacionalmente, expôs na Alemanha, Áustria, França, Itália, Suíça, Holanda e em muitos outros países. De Fiori tornou-se um grande influenciador no cenário artístico de São Paulo, trazendo uma forma diferente de enxergar e produzir arte.

Biografia – Itaú Cultural

Ernesto de Fiori (Roma, Itália 1884 - São Paulo, São Paulo, 1945). Escultor, pintor, desenhista. Muda-se para Munique aos 19 anos, onde estuda desenho com Gabriel von Hackl (1843-1926) na Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes]. Em 1905, retorna a Roma e provavelmente recebe orientação do pintor e litógrafo alemão Otto Greiner (1869-1916). Entre 1911 e 1914, reside em Paris, onde realiza as primeiras esculturas, com auxílio do artista suíço Hermann Haller (1880-1950), e frequenta o meio intelectual e artístico. Em 1915, um ano após passar 14 dias detido na França como espião, alista-se no Exército alemão e atua como correspondente de um periódico italiano. Depois de obter cidadania alemã, passa a combater como soldado. Em 1917, abandona o serviço militar e vai para Zurique. Entre 1918 e 1919, desenrola-se uma polêmica entre o artista e o grupo dadaísta, por divergências sobre o conceito de arte. Para De Fiori, não há arte nova sem referência ao passado, e ele se opõe a todo movimento que propõe o rompimento com a arte precedente. Em 1936, vem para o Brasil e instala-se em São Paulo. Escreveu artigos para jornais das colônias alemã e italiana e, mais tarde, para O Estado de S. Paulo. Em 1938, participa do Programa de Integração das Artes do Ministério da Educação e Saúde (MES); modela uma série de esculturas que são recusadas por não atender às exigências oficiais. Paralelamente à escultura, dedica-se à pintura. Em seus quadros observam-se contrastes produzidos pelo uso de diversas técnicas, tais como pinceladas rápidas ou diluídas em solvente, uso de instrumentos dentados, entre outras. No inicio da década de 1940, participa de encontros com críticos de arte e artistas no ateliê de Rossi Osir (1890-1959) para discussão sobre arte. Sua pintura tem grande influência no meio artístico paulistano.

Análise

Em 1904, Ernesto de Fiori ingressa na Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes], de Munique, e frequenta a classe de desenho do pintor alemão Gabriel von Hackl. Posteriormente, conhece o escultor suíço Hermann Haller e o pintor alemão Karl Hofer (1878-1955), com os quais mantém intenso diálogo artístico. Começa a expor sua pintura, que se aproxima, em suas soluções pictóricas, da realizada pelo pintor suíço Ferdinand Hodler (1853-1918). De 1911 a 1914, vive em Paris, onde frequenta o Café du Dôme, local de grande efervescência cultural que reúne artistas, críticos e colecionadores. Nessa cidade, produz e participa de discussões sobre as novas tendências artísticas e trava contato com o pintor alemão Hugo Troendle (1882-1955) e o escultor italiano Arturo Martini (1889-1947). Conhece as obras de mestres franceses como Paul Cézanne (1839-1906) e Auguste Rodin (1840-1917).

De Fiori continua a pintar. Começa a modelar, realizando aprendizado técnico com Herman Haller. Faz suas primeiras esculturas em 1911, entre elas Ajoelhada e Moça Andando, destacando-se O Sofredor, que representa um jovem que, em gesto de sofrimento, se volta para trás e agarra o corpo com os braços. Nessa obra, a carga psicológica da figura é enfatizada pelo artista. Nas esculturas realizadas posteriormente, como, por exemplo, Anastasius, Ursula (ambas de 1912) e Dançarino (1914/1915), trabalha com a redução formal, em diálogo com o cubismo. Sua escultura adquire volumes arredondados e verifica-se a pesquisa de movimento nas figuras.

Engajado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em 1915, como correspondente de um jornal italiano, retoma suas atividades artísticas em 1917, em Zurique. Em 1918, escreve um artigo-manifesto em que critica a arte dos dadaístas e esclarece seu conceito de nova arte: ela deve manter o diálogo com a tradição, a fim de poder diferenciar o que é novo; buscar meios que expressem "o sentimento do mundo recém-acordado" e "a totalidade da vida, suas intuições".1 Além de volumes e cores, a arte deve ser feita de qualidades espirituais que nos transmitam sensações, como alegria e dor. Na Europa e depois no Brasil, De Fiori expressa suas idéias em vários artigos.

Suas figuras passam a ser realizadas mais livremente, sem os limites da esquematização, mais fiéis à forma humana, adquirindo certo vínculo expressionista, como A Banhista (1917), figura feminina, em pé, em postura que expressa tranquilidade e sentimento. Na década de 1920, muda-se de Zurique para Berlim e realiza seus primeiros retratos, como a cabeça da bailarina Carina Ari (1922). Modela três versões de Adão (1920), uma figura masculina que caminhando se volta para trás em cumprimento, com a mão direita levantada. Faz também esculturas, desenhos e litografias de boxeadores. Realiza ainda a série do Homem em Marcha, o busto de Marlene Dietrich (ca.1929), O Fugitivo (1936), entre outras obras. O tema central de suas esculturas é sempre o corpo humano, sugerindo movimento ou estático, executado em áspero modelado, com forte carga psicológica.

Em 1938, abandona a Alemanha, dominada pelo nazismo, e chega a São Paulo. Suas primeiras esculturas realizadas no Brasil são, por exemplo, retratos de Menotti Del Picchia (1892-1988), Francisco Matarazzo e Greta Garbo, que fez de memória. Em paralelo, faz nus femininos, nos quais acentua a plasticidade dos corpos. A pintura que realiza aqui, valoriza a figuração, executando paisagens, em uma primeira etapa, com cenas de mata, de fazendas, de queimadas e do beira-rio. A viagem fluvial que faz de Presidente Prudente, São Paulo, até Guaíra é a fonte para seus quadros. Nas telas, cor e forma fundem-se, as cores vão sendo sobrepostas a outras, gerando formas que se entrecruzam com novas cores e formam a composição. Pinceladas diluídas e rápidas sugerem as figuras, como podemos ver em Paisagem com Vacas (1942). No começo dos anos 1940, pinta cenas urbanas de São Paulo: ruas em traçados angulosos, com árvores e transeuntes solitários e apressados, por vezes com arranha-céus, chaminés, avenidas ou igrejas ao fundo. Em Paisagem Urbana (1941) as figuras são formadas pela fusão com outros elementos pictóricos, inclusive com a cor do papel no caso dos guaches, que integra a composição como tinta. Em sua terceira exposição individual em São Paulo, apresenta algumas pinturas com tema como São Jorge e o Dragão ou batalhas. Segundo o artista, referem-se à luta travada no mundo: guerras de filosofias e religiões, tempos de ódio e violência. Pinta, assim, guerreiros que lutam pela liberdade e pela dignidade humanas.

A presença de Ernesto de Fiori em São Paulo, no fim da década de 1930 e começo dos anos 1940, contribui para abrir novos horizontes no ambiente artístico da cidade, ainda muito acanhado. Sua pintura, figurativa, porém gestual e livre, marca a produção de artistas ligados à Família Artística Paulista (FAP), como Mario Zanini (1907-1971) e Joaquim Figueira (1904-1943), e também o trabalho de Alfredo Volpi (1896-1988), principalmente em algumas de suas marinhas.

Críticas

"Como escultor, De Fiori posta-se a meio caminho entre a geração que ainda obedecia aos postulados do estilo monumental de Hildebrand e aquela que abraçaria o abstracionismo: longe das evocações clássicas, e também buscando evitar uma postura naturalista, De Fiori pretendeu impor aos seus nus e retratos de personalidades vivas uma força expressiva toda pessoal, preocupado sempre em captar, através do gesto contido, a essência íntima de seus modelos. Sua escultura é pictórica, no sentido de que o bronze e a terracota de que é feita nunca são polidos" — José Roberto Teixeira Leite (LEITE, José Roberto Teixeira. Ernesto de Fiori. In: Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979, v.2, p. 797).

"(...) A pintura marcara o início de sua carreira, entre 1903 e 1911, dentro de características expressionistas hodlerianas. A seguir, ele a deixou de lado. Como se disse noutro lugar, pode-se distinguir duas etapas em sua pintura da fase brasileira: a primeira, de um realismo objetivo no tratamento da paisagem (até 1939); e a segunda, com ápice em 1942-43, assinalada pela ênfase expressionista de cenas de regata na represa de Santo Amaro, refregas de São Jorge e do Dragão, naturezas-mortas, figuras humanas isoladas, casais ou grupos e a série de Arlequins. Motivou-o na paisagem a desolação das queimadas, o ambiente rural e vistas urbanas, sempre configuradas por ásperas e resolutas pinceladas. Por vezes sua narrativa é excessiva ou se aproxima do pitoresco, como ocorreu também no tratamento da composição com figuras. Nas representações do seu segundo momento surgiria toda a veemência do colorista. Em cenas de batalha e nas lutas de São Jorge contra o Dragão havia referência implícita à causa da liberdade dos povos e à tragédia da guerra em curso. Mas foi nas marinhas que apareceram as melhores pinturas de De Fiori, investidas de equilíbrio plástico. Sem dúvida, reencontra a dimensão do pintor no Brasil, mas, em termos nacionais como internacionais, o reconhecimento dessa obra permanece até hoje em compasso de espera. São, por outro lado, numerosos os testemunhos da atuação do mestre europeu que influi direta e indiretamente nos artistas paulistanos" — Walter Zanini (ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983).

"São Paulo e o Brasil são para De Fiori, ao chegar em 1936, um mundo novo, um mundo cheio de impressões da natureza, um mundo de homens dos mais diversos tipos. De Fiori lança-se com furor nesse mundo; prepara logo uma exposição e aceita uma série de encomendas de retratos. Os rostos mais significativos levam-no aqui também para as mais significativas criações, nas quais ele consegue apreender forma e conteúdo. As cabeças de Menotti del Picchia e de Francisco Matarazzo são impressionantes e criadas com maestria psicológica e com perfeição plástica. (...) Em 1938, De Fiori recebe a encomenda de criar algumas figuras para o Ministério da Educação no Rio de Janeiro. Surgem então O Brasileiro, Maternidade e Mulher Sentada, figuras que retomam três temas inteiramente distintos como uma tentativa de apresentá-los de forma nova. O Brasileiro, uma forma masculina, franzina, tranqüilamente em pé; Maternidade, uma forma feminina sentada em um bloco com uma criança no colo; Mulher Sentada, uma forma feminina sentada no chão e que parece mergulhada em contemplação interna. Todas as três figuras são modeladas magistralmente, mas não parecem produzir o contato desperto, vivo, como o que salta imediatamente aos olhos, por exemplo, nas figuras da Engländerin (Inglesa) e do Adam (Adão). As figuras parecem recolhidas em si mesmas, quase encolhidas. Não trazem para De Fiori o sucesso que ele necessitaria no país como incentivo para outros e maiores trabalhos. De Fiori, em consequência disso, passa para a pintura, sua primeira paixão, e aí se mostra despreocupado com relação a esse mundo problemático e de certa forma estranho e hostil. Ao velejar e ao pintar, pode ser inteiramente ele mesmo, podendo esquecer, momentaneamente, a problemática insolúvel de sua permanência no Brasil e da impossibilidade de retorno à Europa, após 1939. Com isso, no entanto, fica privado do solo capaz de nutrir grandes esculturas, pois, para isso, não lhe é suficiente o intercâmbio com as forças artísticas de São Paulo, que na época eram apenas latentes" — Wolfgang Pfeiffer

(PFEIFFER, Wolfgang. Ernesto de Fiori. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 59-61).

"Para De Fiori, muitos artistas do início do século não faziam arte; todavia, ele considerava a 'anarquia artística (...), que estourou nos campos do espírito europeu, necessária e benéfica'. A clareza é exemplar: De Fiori, testemunha e personagem da renovação artística das artes européias, com seus artigos, mostra que as pesquisas pictóricas e escultóricas do começo do século XX não se resumem às convenções instituídas em livros de história da arte. Tanto De Fiori como muitos de seus colegas de Munique ou Zurique, França ou Alemanha produzem a partir de argila e de tinta, agenciando a modernização das artes e negando as Escolas de Belas Artes. A De Fiori não interessa a didascália preceituada por alguns artistas e teóricos europeus dos decênios de 10 e 20 que procuram evidenciar a diferença entre 'naturalismo' e 'abstracionismo'. Para o artista, essa diferença é apenas teórica; na prática, não ocorre.

(...)

A estética de Ernesto de Fiori é a natureza reinventada em pinceladas grossas, diluídas, ligeiras e linhas pictóricas que subvertem o que se compreende por 'pintura de paisagem', 'marinhas', 'cenas', temas que se articulam na pintura do artista. Muitas vezes alegorias que, metaforicamente, recriam figuras e coisas nomeáveis ao mesmo tempo em que rompem com a referência com que jogam ao sugerir outras. (...)

Na estética do artista, o assunto é irrelevante na obra; no entanto, é aquilo que lança o artista à criação. O desejo de Ernesto de Fiori é que a obra apresente o espírito da época, o do artista e o da natureza; fusionando-os, acede à arte. Em De Fiori, cor e forma, enquanto composição do espaço pictórico, fusionam-se. Cores vão sendo colocadas sobre outras, que, sobrepostas ou entrelaçadas, soerguem formas, ou, puxadas, raspadas, produzem outras cores, que se fundem como composição. Pinceladas diluídas são espalhadas em áreas da tela, sugerindo figuras ou velando espaços; muitas vezes, é essa demão líquida que fusiona os espaços elaborados por diferentes técnicas, pinceladas, ritmos.

Os elementos das composições de Ernesto de Fiori são, assim, produzidos no processo de pintar: enquanto as cores vão sendo pinceladas, em geral, por golpes rápidos, figuras são efetuadas. Na maior parte das pinturas, às primeiras cores são sobrepostas outras; a estas, em áreas ou objetos da composição, somam-se novas cores. Por vezes, a última camada é feita de tinta diluída em solvente, utilizada para rebaixar os tons anteriores. Outras vezes, o que conclui a obra são traços pictóricos, que sugerem a anca de um cavalo, os ombros de uma figura, feições. Também se observa o pincel na tinta seca sobre outras, utilizado para evidenciar figuras (...), ou o uso de instrumento dentado, que, em algumas obras, destaca partes (...)" — Mayra Laudanna (LAUDANNA, Mayra. A pintura em Ernesto de Fiori. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 26 e 28-31).

"Em 1918, Ernesto de Fiori ataca, em jornal de Zurique, o dadaísmo, centro do alvo 'nova arte'; o disparo, ironicamente devolvido por Max Ernst, não defende alguma arte vigente, mas a própria modernidade. 'Nova arte', rótulo de circulação geral, inclui, além do dadaísmo, o abstracionismo, o cubismo, o futurismo e o simultaneísmo, que o circundam; de Fiori visa-os como posições artísticas envelhecidas, mas não de todo caídas. A crítica desses movimentos se mantém nele ulteriormente, matizando-se e estendendo-se com o tempo; com o subseqüente aparecimento do surrealismo, ela passa a visar o modernismo em geral e, ainda que ampliada e circunstancialmente especificada, tanto em seus textos europeus quanto nos brasileiros, evidencia uma posição desde 1918 firmada. Indiciando-se moderno já na proliferação de máximas correntes nos movimentos atacados, de que é exemplo o 'primitivo dos novos tempos' a que também aderem modernistas brasileiros como Mário de Andrade, a posição de de Fiori define-se como reconhecimento da perfeição do classicismo fanado e da imperfeição da arte nascente. No apagamento irreversível do classicismo e na afirmação extremada do moderna, é a história que acede em de Fiori à eminência, com a qual sua reflexão se defronta, pungente. Esta posição já se evidencia em 1918: enquanto nas palavras-de-ordem modernistas 'moderno' se identifica a 'novo' na oposição deste a 'velho' ou 'passado', em de Fiori os dois termos recebem interpretação que os apresenta como relativos; relativizando-os, o artista isola-os da noção, central nos modernismos, de ruptura, que os legitima, principalmente quando se desencadeiam como vanguardas" — Leon Kossovitch (KOSSOVITCH, Leon. A reflexão artística de Ernesto de Fiori. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 11).

"Pra falar a verdade não sou exatamente contra os virtuosismos nem contrário a truques como a raspagem quando postos a serviço de uma expressão. Ernesto de Fiori, na sua maneira de obter a matéria do óleo, não revela a sua personalidade de escultor. E isto me parece um forte elogio, pois reconheço que ele está realmente fazendo uma pintura de pintor e não de escultor - o que é muito comum. Em vez da matéria ossuda dos seus bronzes, o seu óleo é uma carne voluptuosa, gorda, cheia, em que a gente percebe o pincel afogado na tinta bastante liquefeita, colorindo largas manchas, que o raspado muitas vezes entremostra camadas superpostas, obtendo efeitos ricos e inesperados que o pintor deixa ficar sabiamente. E tanto pelo processo da raspagem como por outros, de acabamento, com pincel mais seco e provido de óleo menos liquefeito, o artista obtém efeitos de vibração e uma multiplicidade finíssima de entretons. (...) Mas se não duvido que Ernesto de Fiori seja assim pintor de excelente pintura, sempre me parece que, nas suas obras de cor, ele tende mais para se conservar no desenho e são mais as qualidades e caracteres do desenho que ele aprecia. Numa entrevista que deu recentemente a um dos vespertinos de São Paulo, Ernesto de Fiori se pronunciava francamente favorável ao ressurgimento da importância do assunto na pintura, censurando os pintores que o abandonaram. Em verdade o assunto sempre existiu em pintura e sempre existirá. Mesmo a pintura abstracionista dos tempos atuais, em última análise, tira o seu assunto de pressuposto de não ter assunto, o seu assunto é a linha, a cor, em plena gratuidade. Por onde ela é socialmente característica e demonstra ser um dos avatares pictóricos da granfinagem de certas classes" — Mario de Andrade (ANDRADE, Mario de. Ernesto de Fiori. In.: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 208. [texto originalmente publicado em Diários Associados, São Paulo, 2.4.1941]).

Depoimentos

"Na arte de hoje, a pesquisa é tudo. Não a realização de valores conhecidos, não a falsa consciência de copiar ou imitar a natureza, não a aquiescência servil a dogmas estéticos impostos por uma classe ou um governo, e muito menos a oposição presunçosa e reclamística ao convencionalismo dos medíocres. (...) A arte sem fórmulas é, evidentemente, uma arte de pesquisa, que exige mais um 'laboratório' do que um ateliê, é fruto de muitas experiências, de muitos erros e de infinitas dúvidas.

(...)

Nos períodos clássicos, pode-se dizer sem temor de ser superficial, a arte era mais fácil porque os artistas não faziam senão continuar uma grande tradição até aquela completa florescência a que se devia seguir, naturalmente, a decadência. Nós, modernos, não temos tradição. É verdade que conhecemos todas as épocas astísticas, todos os estilos, todas as escolas desta terra, mas este conhecimento é apenas intelectual; nenhuma dessas escolas vive realmente em nosso sangue, pois não se pode chamar escola a anarquia artística que estourou (necessária e benéfica tempestade) nos campos do espírito europeu nestes últimos trinta e cinco anos. Nesta anarquia, que vem desde o fim da grande época artística do século passado, deveríamos encontrar o caminho do êxito, deveríamos recolher as pedras esparsas, separá-las, medi-las, adaptá-las e com isso tentar reconstruir aquela imagem da nossa consciência chamada arte. Toda época tem seus problemas artísticos. O nosso consiste em criar uma arte nova, isto é, que reproduza, por meio de seu estilo, o estado de espírito deste século, tão profundamente diverso dos séculos pasados. Encontramo-nos em face de uma esplêndida empresa, mas bem difícil, bem delicada...

(...)

Estou convencido de que a pesquisa artística deve ser limitada aos problemas da forma, da cor, da composição, da harmonia, em suma, aos diversos valores de uma pintura ou escultura. É minha convicção também que esta arte não tem outro tema senão o da natureza. Quem procura outros temas longe da natureza visível excede os limites da nossa arte, penetra em regiões que pertenceram ao poeta ou ao filósofo, ao músico ou ao cientista. Se não pode fazer de outra forma, mude de profissão. Estas são, em poucas palavras, as minhas convicções. Quem pensar que estou errado, prove-o com suas obras. Liberdade de pesquisa!" — Ernesto de Fiori (DE FIORI, Ernesto. A pesquisa da arte. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 113-114. [Texto originalmente publicado em O Estado de S. Paulo, 22 out. 1941]).

Exposições Individuais

1910 - Munique (Alemanha) - Individual

Década de 20 - Berlim (Alemanha) - Bilder Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1921 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galerie Fritz Gurlitt

1923 - Berlim (Alemanha) - Neue Bildwerke von Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1935 - Berlim (Alemanha) - Skulpturen und Zeichnungen, na Galerie Buchholz

1936 - Berlim (Alemanha) - Skulpturen und Zeichnungen, na Galerie Buchholz

1936 - São Paulo SP - Ernesto de Fiori: esculturas, pinturas e desenhos, na Galeria Guatapará

1939 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Casa e Jardim

1941 - São Paulo SP - Obras Brasileiras de Ernesto de Fiori, na Galeria Casa e Jardim

1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

Exposições Coletivas

1909 - Viena (Áustria) - Internationale Kunstschau

1911 - Colônia (Alemanha) - Kunst unserer Zeit in Kölner Privatbesitz, organizada pela Liga dos Artistas de Colônia

1912 - Colônia (Alemanha) - Internationale Kunstausstellung des Sonderbundes Westdeutscher Kunstfreunde und Künstler zu Köln, no Kunsthalle am Aachener Tor

1912 - Munique (Alemanha) - 1. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1913 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession, Frühjahrausstellung

1913 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession, Herbstausstellung

1913 - Düsseldorf (Alemanha) - Eröffnungausstellung Weihnachten, na Galerie Flechtheim

1913 - Munique (Alemanha) - 2. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1914 - Berlim (Alemanha) - 1. Ausstellung der Freie Secession Berlin

1914 - Bremen (Alemanha) - Internationale Ausstellung, no Kunsthalle

1914 - Colônia (Alemanha) - Deutsche Werkbundausstellung, na Galerie Flechtheim

1914 - Düsseldorf (Alemanha) - 3. Internationaler Markt, na Galerie Flechtheim

1914 - Düsseldorf (Alemanha) - Der Dôme, na Galerie Flechtheim

1914 - Mannheim (Alemanha) - 2. Ausstellung von Zeichnungen und Plastiken Neuzeitlicher Bildhauer, na Städtische Kunsthalle

1914 - Munique (Alemanha) - 3. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Golz

1914 - Paris (França) - 30e Salon des Indépendants

1914 - Roma (Itália) - Prima Esposizione Libera Futurista, na Galleria Sprovieri

1915 - Munique (Alemanha) - 4. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1916 - Berlim (Alemanha) - 2. Ausstellung der Freien Secession

1916 - Wiesbaden (Alemanha) - Nassauischer Kunstverein

1917 - Berlim (Alemanha) - 3. Ausstellung der Freien Secession

1917 - Berlim (Alemanha) - Moderne Gemälde, na Galerie Paul Cassirer

1919 - Berna (Suíça) - Coletiva, na Kunsthalle

1919 - Düsseldorf (Alemanha) - 1. Ausstellung Expressionisten - Wiedereröffnung, na Galerie Flechtheim

1919 - Düsseldorf (Alemanha) - Auf dem Weg zur Kunst unserer Zeit, na Galerie Flechtheim

1919 - Mannheim (Alemanha) - Coletiva, na Kunsthalle

1919 - Munique (Alemanha) - 5. Gesamtausstellung, Herbst-Ausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1919 - Zurique (Suíça) - Zürcher Kunstgesellschaft, na Kunsthaus

1920 - Zurique (Suíça) - Zürcher Kunstgesellschaft, na Kunsthaus

1921 - Berlim (Alemanha) - Freie Secession, Frühjahrausstellung

1921 - Berlim (Alemanha) - Grosse Berliner Kunstausstellung

1921 - Hamburgo (Alemanha) - 16. Ausstellung des Deutschen Künstlerbundes Hamburg

1922 - Berlim (Alemanha) - Das Schwedische Ballet, na Galerie Flechtheim

1922 - Darmstadt (Alemanha) - Deutsche Kunst, na Mathildenhöhe

1922 - Düsseldorf (Alemanha) - Internationale Kunstausstellung, na Hause Leonhard Tietz

1923 - Bremen (Alemanha) - Bremer Kunsthalle

1923 - Darmstadt (Alemanha) - Deutsche Kunst, na Mathildenhöhe

1923 - Dresden (Alemanha) - Kunst der Gegenwart, Jubiläumausstellung, na Galerie Arnold

1923 - Munique (Alemanha) - 9. Ausstellung der Neue Secession, no Glaspalast

1924 - Munique (Alemanha) - 10. Ausstellung der Neue Secession

1924 - Stuttgart (Alemanha) - Ausstellung Neuer Deutscher Kunst, no Kunstgebäude

1925 - Berlim (Alemanha) - Coletiva, na Galerie Flechtheim

1925 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Frühjahrausstellung

1925 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Herbstausstellung

1925 - Düsseldorf (Alemanha) - Grosse Kunstausstellung. Jubiläumausstellung

1925 - Munique (Alemanha) - 11. Ausstellung der Neue Secession, no Glaspalast

1925 - Wiesbaden (Alemanha) - Nassauischer Kunstverein

1925 - Zurique (Suíça) - Internationale Kunstausstellung, na Kunsthaus Zürich

1926 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der 51. Berliner Secession - Herbstausstellung

1926 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung von Gemälden jüngeren Künstler aus Deutschland, England, Frankreich und den Vereinigten Staaten, na Nationalgalerie

1926 - Berlim (Alemanha) - Berliner Bühnenbildner

1926 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste, Frühjahrausstellung

1926 - Dresden (Alemanha) - Internationale Kunstausstellung

1926 - Düsseldorf (Alemanha) - Gelosei, Kunst und Leibesübungen - Grosse Ausstellung für Gesundheitspflege, soziale Fürsorge und Leibesübungen

1926 - Düsseldorf (Alemanha) - Heinrich Nauen: Neue Stilleben; e Ernesto de Fiori: Portraitbüsten, na Galerie Flechtheim

1926 - Milão (Itália) - Mostra d'Arte del Novecento Italiano, no Palazzo della Permanente

1927 - Berlim (Alemanha) - 52. Berliner Secession - Frühjahrausstellung

1927 - Berlim (Alemanha) - Das Problem der Generation. 1. Teil: Die Deutschen, na Galerie Flechtheim

1927 - Berlim (Alemanha) - Die Bildgiesserei Noack. Zum dreißigjährigen Bestehen der Bronzegiesserei Noack in Berlin, na Friedenau

1927 - Berlim (Alemanha) - Eröffnungsausstellung unseres neuen Berliner Hauses, na Galerie Thannhauser

1927 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Frühjahrausstellung

1927 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Herbstausstellung

1927 - Berlim (Alemanha) - Karl Jofer: Neue Bilder; Porträts und Kleinplastik von Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1927 - Düsseldorf (Alemanha) - Karl Jofer: Neue Bilder; Porträts und Kleinplastik von Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1927 - Dresden (Alemanha) - Deutscher Künstlerbund

1927 - Düsseldorf (Alemanha) - Impressionisten Zeitgenössische Malerei. Exotische Skulpturen

1927 - Genebra (Suíça) - Exposition d'Artistes Italiens Contemporains, no Musée Rath

1927 - Hamburgo (Alemanha) - Europäische Kunst der Gegenwart

1927 - Kassel (Alemanha) - 150 Jahre Kasseler Kunstakademie - Jubiläumsausstellung, na Schloss Orangerie

1927 - Nova York (Estados Unidos) - Deutsche Kunst in Amerika

1928 - Amsterdã (Holanda) - 9. Olympiade Amsterdam. Concours et de L'Exposition D'Art Olympique, no Musée Municipale d'Amsterdam

1928 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession. "Die Berliner Secession im neuen Hause Tiergartenstrasse 21". Frühjarhausstellung

1928 - Berlim (Alemanha) - Zweite Ausstellung Deutscher Nach-Impressionistischer Kunst aus Berliner Privatbesitz, no Kronprinzenpalais

1928 - Düsseldorf (Alemanha) - Coletiva, na Galerie Flechtheim

1928 - Düsseldorf (Alemanha) - Deutsche Kunst

1928 - Frankfurt (Alemanha) - Künstler-Selbstbildnisse unserer Zeit, na Kunstverein

1928 - Hannover (Alemanha) - 96. Grosse Kunstausstellung des Kunstvereins Hannover des Deutschen Künstlerbundes, na Künstlerhaus

1928 - Magdeburg (Alemanha) - Werke neuzeitlicher Plastik, no Kaiser-Friedrich-Museum

1929 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Frühjahrausstellung

1929 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Herbstausstellung

1929 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1929 - Colônia (Alemanha) - Deutscher Künstlerbund

1929 - Darmstadt (Alemanha) - Der Schöne Mensch in der neuen Kunst. Internationale Ausstellung, no Mathildenhöhe

1929 - Duisburg (Alemanha) - 60. Ausstellung deutscher Kunst der letzten 5 Jahre. Duisburger Museumvereins

1929 - Düsseldorf (Alemanha) - Kleinplastik, na Galerie Flechtheim

1929 - Düsseldorf (Alemanha) - Lebende deutsche Kunst. Aus rheinischen Privatbesitz, na Galerie Flechtheim

1929 - Kassel (Alemanha) - Vierte Grosse Ausstellung. Neue Kunst in der Orangerie

1929 - Zurique (Suíça) - Graphik Ausstellung, na Kunsthaus

1930 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Werke lebender Bildhauer

1930 - Berlim (Alemanha) - Der Sport als Kulturfaktor, na Künstlerhaus Berlin

1930 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1930 - Hannover (Alemanha) - Grosse Kunstausstellung

1930 - Munique (Alemanha) - Deutsche Kunst Ausstellung, no Glaspalast

1930 - Stuttgart (Alemanha) - Deutscher Künstlerbund

1931 - Belgrado (Iugoslávia - atual Sérvia) - Deutsche zeitgenössiche bildende Kunst und Architektur (veranstaltet von der Deutschen Kunstgesellschaft e. V. Berlin)

1931 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der 64. Berliner Secession. Künstler unter sich

1931 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der 66. Berliner Secession.

1931 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Bauausstellung, no Messehallen am Funkturm

1931 - Berlim (Alemanha) - Preussiche Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1931 - Essen (Alemanha) - Deutsche Künstlerbund Ausstellung

1931 - Nova York (Estados Unidos) - German Painting and Sculpture, no MoMA

1931 - Viena (Áustria) - Europäische Plastik im Hagenbund

1931 - Zagreb (Iugoslávia - atual Croácia) - Deutsche zeitgenössiche bildende Kunst und Architektur (veranstaltet von der Deutschen Kunstgesellschaft e. V. Berlin)

1931 - Zurique (Suíça) - Internationale Ausstellung: Plastik, na Kunsthaus Zürich

1932 - Bergen (Noruega) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Berlim (Alemanha) - 111 Porträts Zeitgenössischer Bildhauer, na Galeria Flechtheim

1932 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Frühjahrausstellung

1932 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Herbstausstellung

1932 - Berlim (Alemanha) - Lebendige Deutsche Kunst: Ausstellung in drei Abteilungen - 1. Ausstellung. , na Galerie Paul Cassirer

1932 - Colônia (Alemanha) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Düsseldorf (Alemanha) - Vereinigung für Junge Kunst. Kunst der Gegenwart aus Düsseldorfer Privatbesitz

1932 - Götenborg (Suécia) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Kopenhagen (Dinamarca) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Oslo (Noruega) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Stavanger (Noruega) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1933 - Berlim (Alemanha) - Grosse Berliner Kunstausstellung, no Schloss Bellevue

1933 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1933 - Bremen (Alemanha) - Bildhauerzeichnungen, na Kunsthalle Bremen

1933 - Chicago (Estados Unidos) - Exhibition of Paintings and Sculptures, no The Art Institute

1933 - Düsseldorf (Alemanha) - 30 deutsche Bildhauer, na Galerie Vömel

1933 - Magdeburg (Alemanha) - Deutsche Künstlerbund: aquarele, zeichnung, bildhauerwerke

1934 - Berlim (Alemanha) - Das Bildnis in der Plastik: Deutsche Kunst seit Dürrer, no Staatliche Museum - Nationalgalerie

1934 - Berlim (Alemanha) - Sechs Jahrtausende Kupferkunst: Ausstellung der Staatlichen Museen und der Preussischen Akademie der Künste

1934 - Berlim (Alemanha) - Zeichnungen Deutscher Bildhauer der Gegenwart, na Livraria Karl Buchholz

1935 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession "Zusammenschluss 1934" - Erste Ausstellung nach der Neugründung

1935 - Berlim (Alemanha) - Geist der Antike in der neueren Kunst, na Galerie Buchholtz

1935 - Dessau (Alemanha) - Bildhauerzeichnungen, na Anhaltischer Kunstverein

1935 - Dresden (Alemanha) - Deutsche Bildhauer, na Galerie Kuehl

1936 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Kunst im Olympiajahr: malerei und plastik, na Neue Berliner Kunstverein

1936 - Berlim (Alemanha) - Neuere Deutsche Plastik, na Galerie Buchholz

1936 - Berlim (Alemanha) - Olympische Kunstausstellung, no Ausstellungsgebäude am Kaiserdamm

1936 - Hamburgo (Alemanha) - Form Probleme in neuer Zeit, na Kunstverein

1937 - Rio de Janeiro RJ - Ernesto de Fiori e Águas Fortes de Zangerl, na Nova Galeria de Arte - organizada por Theodor Heuberger

1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel de São Paulo

1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - Düsseldorf (Alemanha) - Bildhauer der Gegenwart, na Galerie Vömel

1938 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Estado Novo

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional das Indústrias, no Parque da Água Branca

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1943 - São Paulo SP - Coletiva, realizada por Henrique Liberal, na Alameda Casa Branca, 1. 179

1944 - Roma (Itália) - Mostra di 25 Artisti del Secolo, na Galleria del Secolo

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileiro-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia

1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus

Exposições Póstumas

1945 - São Paulo SP - Individual - exposição e ciclo de conferências organizados pelo IAB

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1947 - Luzern (Suíça) - Vierzig Jahre Italienischer Kunst - Die Erneuerungsbewegungen von Futurismus bis Heute, no Kunstmuseum

1948 - Alemanha - Tekessel - exposição organizada por Ilse Scherpe

1948 - São Paulo SP - Coletiva, no Masp

1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza

1951 - Viena (Áustria) - Secession 1951

1952 - Braunschweig (Alemanha) - Ernesto de Fiori: aquarelas, no Kunstverein Studioraum

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

1954 - São Paulo SP - Ernesto de Fiori - homenagem póstuma, no Masp

1955 - Kassel (Alemanha) - 1ª Documenta, no Museum Fridericianum

1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP

1957 - Darmstadt (Alemanha) - Kunstwerk aus Darmstädter Privatbesitz, na Darmstadt Kunsthalle

1957 - Messina (Itália) - Mostra all'aperto della Scultura Italiana del XX Secolo, na Villa Mazzini

1957 - Roma (Itália) - Sculture Italiane 1911-1957, na Galleria La Bussola

1959 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP

1961 - São Paulo SP - De Fiori: esculturas e desenhos, na Galeria São Luís

1962 - Munique (Alemanha) - Berliner Bildnisse aus drei Jahrhunderten, na Städtische Galerie im Lenbachhaus

1963 - Araraquara SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1963 - Campinas SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - Marília SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1963 - Ribeirão Preto SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1966 - Belo Horizonte MG - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Museu de Arte da Prefeitura Municipal

1966 - Curitiba PR - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Paraná

1966 - Porto AlegreRS - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Margs

1966 - São Paulo SP - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP

1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP

1967 - São Paulo SP - Exposição de Ernesto de Fiori, na Galeria Mirante das Artes

1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo: 1970, na Pinacoteca do Estado

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1974 - São Paulo SP - Ernesto de Fiori Retrospectiva: esculturas, óleos, guaches, na Galeria Cosme Velho

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1975 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1976 - Bonn (Alemanha) - Die Zwanziger Jahre im Porträt: Porträts in Deutschland 1918-1933, no Rheinisches Landesmuseum Bonn

1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira no Século XX: caminhos e tendências, na Galeria Arte Global

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Destaque do Mês, na Pinacoteca do Estado

1978 - São Paulo SP - A Paisagem na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado

1979 - Munique (Alemanha) - Die Zwanziger Jahre in München, no Münchner Stadt Museum

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes

1980 - São Paulo SP - Pinacoteca no Sesc, na Galeria Sesc Carmo

1981 - Curitiba PR - Pinacoteca em Curitiba, no Solar do Rosário

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall

1982 - São Paulo SP - Pintores Italianos no Brasil, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Bildhauer 1900-1945 Entartet

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - Os Escultores da Cidade: homenagem ao aniversário de São Paulo, na Pinacoteca do Estado

1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial

1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - Do Academismo à Abstração, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria

1990 - São Paulo SP - Paisagens Brasileiras, no Masp

1991 - São Paulo SP - Imagens Paulistas, no Paço das Artes

1991 - Wiesbaden (Alemanha) - Schwerpunkt Malerei, 1860-1937, no Museum Wiesbaden

1992 - Berlim (Alemanha) - Ernesto de Fiori 1884-1936: retrospectiva de esculturas européias, no Georg-Kolbe Museum

1992 - Münster (Alemanha) - Deutsche Bildhauer 1900-1945 Entartet

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura

1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP

1992 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1992 - São Paulo SP - Modernismo: décadas de 20, 30 e 40, na Pinacoteca do Estado

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte, no MNBA

1993 - São Paulo SP - O Olhar Italiano sobre São Paulo, na Pinacoteca do Estado

1993 - São Paulo SP - Arte Brasileira da Academia à Contemporaneidade, na Pinacoteca do Estado

1993 - São Paulo SP - Eram Brasileiros os que Ficaram, na Pinacoteca do Estado

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1995 - São Paulo SP - Expressões do Corpo na Escultura de Rodin, Leopoldo e Silva, De Fiori, Brecheret, Bruno Giorgi, no Espaço Cultural Safra

1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP

1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte

1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Banco Safra

1997 - São Paulo SP - Mestres do Expressionismo no Brasil, no Masp

1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP

1997 - São Paulo SP - Retrospectiva organizada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Parque Ibirapuera

1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID

1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB

1998 - Santos SP - Expressões do Corpo na escultura de Rodin, Leopoldo e Silva, De Fiori, Brecheret, Bruno Giorgi, no Sesc

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - São Paulo SP - Arte Brasileira, Século XX: diálogos com Dufy, no MAM/SP

1999 - São Paulo SP - Os Ítalos e os Brasileiros na Arte do Entre-Guerras, na Pinacoteca do Estado

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Um Certo Ponto de Vista: Pietro Maria Bardi 100 anos, na Pinacoteca do Estado

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke

2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP

2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP

Fonte: ERNESTO De Fiori. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 29 de novembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Ernesto De Fiori – MASP

Ernesto de Fiori iniciou sua formação artística em Roma, na Itália, e em Munique, Alemanha, a partir de 1903, e em Paris, França, entre 1911 e 1914, onde realizou suas primeiras obras. Alistou-se no Exército alemão em 1916 e, após lutar como soldado na Primeira Guerra Mundial (1914-18) e atuar como correspondente de um jornal italiano na Alemanha, mudou-se para Zurique, Suíça, em 1918. O artista se destacou pelas esculturas de figuras humanas estilizadas e pela modelagem áspera. Em 1936, De Fiori emigrou para o Brasil, fugindo da ascensão do nazismo. Passou a dedicar-se mais sistematicamente à pintura, privilegiando a representação de paisagens locais. Na década de 1940, passou a se interessar por temas urbanos e destacou-se na representação de figuras femininas, muitas vezes reunidas em duplas ou grupos. É o caso desse retrato de duas mulheres abraçadas em um interior despojado, uma das 29 obras do artista presentes no acervo do MASP. As silhuetas esboçadas e os rostos deformados por pinceladas enérgicas o aproximam do expressionismo, com o qual o artista teve contato na Alemanha. Naquela época, De Fiori, que morava no centro da cidade de São Paulo e frequentava bares e restaurantes, realizou algumas pinturas de bordéis, provavelmente o caso de Duas amigas.

— Equipe curatorial MASP, 2017

Se há uma vocação primordial na obra do artista, esta é certamente a da figura feminina. De Fiori apreciou grandemente, neste âmbito, o retrato duplo ou de grupo. A peculiaridade do exemplar do Masp, Duas Amigas, um dos grandes momentos da pintura do artista, é o tratamento violentamente expressionista notadamente dos rostos das figuras. A exposição da Pinacoteca do Estado revelou a existência de uma outra versão da mesma obra, de dimensões de resto idênticas, mas realizada em uma técnica mais densa de empaste (coleção Ana Maria Stickel, Laudanna 1997, p. 77). Em ambas as versões, detecta-se uma vaga memória da metafísica, talvez única na obra do artista, à qual se articula um interesse, não menos raro, pelo jogo das linhas arquitetônicas não indiferentes às tendências abstracionistas. Paisagem Urbana, de início dos anos 40, poderá ter influído significativamente no Arranha-Céusde Menotti Del Picchia, pintado no mesmo decênio.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).

Fonte: Ernesto De Fiori, Museu de Arte São Paulo - MASP. Consultado pela última vez em 29 de novembro de 2022.

Sombras de um exilado – IstoÉ

“Ernesto de Fiori — O Exílio Brasileiro” resgata o artista alemão que viveu no Brasil sonhando em voltar à Europa.

O álbum “Ernesto de Fiori — o Exílio Brasileiro” (editora Capivara), do historiador de arte Ivo Mesquita, reúne e analisa 104 pinturas de um artista pouco estudado: o pintor e escultor alemão Ernesto de Fiori. Ele viveu de 1936 até a morte em São Paulo, onde se exilou, fugindo do nazismo. Mesmo que fosse um liberal aristocrático, Hitler não apreciava suas telas expressionistas e esculturas de deusas de Hollywood, além de seus artigos contra o regime. Sofreu um choque ao chegar a São Paulo: tinha trocado a cosmopolita Berlim por uma cidade em que as galinhas ciscavam nas praças. Se em Berlim recebia visitas de Greta Garbo e Marlene Dietrich — que lhe serviram de modelos —, em São Paulo só achava glamour nas prostitutas da Maison Louise e nos cinemas no centro da cidade. Esportista, velejava na represa de Guarapiranga. A vivência tropical resultou em pinturas de boêmios, cenas idealizadas da alta sociedade e marinhas. Produziu mais de 500 obras no Brasil. “O livro mostra o mundo artificial de uma alma inquieta que sonhava em voltar à terra natal”, diz Mesquita. “Por ironia, de Fiori fugiu do nazismo para ver o Estado Novo no Brasil e aqui morreu um mês antes do fim da Segunda Guerra.”

De Fiori: Vida e Obra:

1884 - Nasce em Roma, de mãe austríaca e pai italiano

1904 - Estuda pintura em Munique

1911 - Mora em Paris e participa de exposições

1914 - Naturaliza-se alemão e fixa residência em Berlim

1936 - Exila-se em São Paulo

1945 - Morre em São Paulo, de câncer de fígado

Fonte: IstoÉ, "Sombras de um exilado", publicado em 15 de dezembro de 2017. Consultado pela última vez em 29 de novembro de 2022.

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Livro reconstitui passagem do expressionista Ernesto de Fiori pelo Brasil - Correio Brasiliense

Por caminhos tortos, a Segunda Guerra Mundial favoreceu a arte moderna no Brasil. Várias artistas europeus importantes emigraram para os trópicos para fugir do horror nazista. O ítalo-alemão Ernesto de Fiori era um artista de renome na Europa quando chegou ao Brasil em 1936. Mas ele se destacava, principalmente, pela obra de escultor. Em face das dificuldades para exercer o ofício original, ele passou a se dedicar à pintura.

De Fiori não manteve contato com a elite modernista, mas, sim, com os operários do movimento, quem influenciou e recebeu influência de: Volpi, Zanini, Galvez e Carnicelli. Ele frequentou o ateliê dos artistas do chamado Grupo Santa Helena. O livro Ernesto de Fiori ; O exílio brasileiro, de Ivo Mesquita (Ed. Capivara), reconstitui a passagem do artista ítalo-alemão pelo Brasil, em edição esmerada, com 150 imagens.

Ivo Mesquita enfatiza que De Fiori não era um expressionista radical, como poderia ser um alemão no contexto explosivo da Segunda Guerra Mundial, nem se alinhava à matriz de Lasar Segall, emigrado no fim da Primeira Guerra.: ;Sua pintura não tem drama; suas paisagens são poéticas, pura contemplação, têm algo de Duffy, Signac ou Vlaminck, mas sem a elegância moderna desses artistas. Pelo contrário, são simples, diretas, rústicas por vezes.

Nesta entrevista, Ivo Mesquita situa a relevância de Ernesto de Fiori, talvez o mais desconhecido dos artistas europeus emigrantes, revalorizado a partir dos anos 1980, com a chamada Geração 80, com o renascimento do interesse pela pintura.

Como situar a obra de Ernesto de Fiori e o fato de ele ter se notabilizado pela produção de pintor no Brasil e de escultor na Europa?

Ele era um proeminente escultor no começo dos anos 1920 na Europa, numa vertente modernista que evoca a cultura clássica. No começo da carreira, ele era pintor. Ao se mudar para o Brasil, fugindo da 2a Guerra Mundial, ele percebeu que era mais difícil produzir escultura no Brasil. Participou do concurso de esculturas para o Ministério da Educação no Rio de Janeiro em 1937, projetado por Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Não foi selecionado. A pintura tinha a função de preencher o espaço de exílio no Brasil.

Como era São Paulo naquela época?

São Paulo era uma cidade provinciana, modorrenta. Por isso, ele começou a pintar. O interessante é que sempre foi tratado como um pintor visitante. Teria uma obra exilada. Meu entendimento é de que ele deixou marcas aqui. Zanini mostrou a relevância da produção escultural. Mas faltava demarcar a relação com os contemporâneos da pintura, Volpi, Rebolo. Em um segundo momento, a partir de 1939. ele comparte aletior no edifício Santa Helena. Ele se vê como parceiro. Não se liga à elite do modernismo, a Mario de Andrade, Tarsila Amaral ou Oswald de Andrade. Se liga com os pintores operários.

Em que momento a pintura de Ernesto de Fiori voltou a despertar a atenção?

Nos anos 1980, quando surge a geração que retoma a pintura, os artistas brasileiros olham para a obra dele e reconhecem um pintor singular. Começa a despertar o interesse a partir dele.

Como percebe a influência que exerceu e que recebeu do grupo Santa Helena?

Ele se juntou com os artistas proletários, a arte naquele momento era camaradagem, trocavam experiências. Eles olharam para a pintura de De Fiori, mas ele também olhou para a pintura do grupo. Existem outros artistas imigrantes, exilados, fugindo da guerra. Há um aspecto interessante. A modernidade se deve em grande parte a esses grupos de intelectuais, artistas, escritores, matemáticos, filósofos, que emigravam na América, do Canadá à Argentina, que foram propagadores da ideia de modernidade e de humanismo. É parte de um processo que a gente chama de globalização. Estamos entre amigos. Os artistas não se formavam em universidades; se formavam nos ateliês. Aprendia com os outros artistas. Havia uma intensa aprendizagem e troca de experiências.

De que maneira a interação dom a paisagem brasileira influenciou a pintura de De Fiori?

Faço uma divisão da obra dele. A mãe e o irmão moravam aqui. Logo que chega, o leva a Oeste de São Paulo e vai até o Rio Paraná, pinta as queimadas. Se há um instante de encantamento, em seguida vem um desapontamento com a destruição. O segundo tema é a paisagem urbana, pinta muito São Paulo, com uma abordagem expressionista.. A terceira são as marinhas e a represa de Guarapiranga. Era um velejador. Em 1943, ele vai como comandante da esquadra que participa da regata de Santa Catarina em 1953, e eles ganham. Algumas marinhas são magníficas. Tem outro lado que são as fabulações, são aquelas figurações, São Jorge e o dragão. É um repertório rico de imagens. Nos anos de guerra, é sempre metáfora do bem e o mal, contra o nazifascismo. Tem uma percepção idealista, evoca cenas medievais ou romanas. não está vendo as cenas da guerra mesmo.

Outra vertente são as cenas de cabarés. Ele era um frequentador de bordéis na Europa. E tinha pintoras do interior europeu. Tirava os temas da cabeça dele ou de filmes. Tinha cartaz e tinha seis ou oito fotogramas dos filmes. É um imaginário de segunda geração, se apropria de jornais, de cinema ou de imagens reproduzidas.

A que vertente da pintura De Fiori está ligado?

Ele é um artista que segue a vertente de uma pintura expressionista, com linhas e manchas se fundem, superficies vibrantes. Mas ele tinha um entendimento da pintura. Usa sucessivas camadas sempre dão um ar de inacabado. Talvez porque a escultura dele é muito clássica, econômica, posada, a pintura dele é muito estridente, vibrante. Nesse sentido, interessa aos contemporâneos. Não está preso a nenhum esquema das belas artes ou dos modernistas.

Qual é o lugar de Ernesto De Fiori na história da arte brasileira?

Eu acho que ele tem um lugar entre nós. Passados quase 40 anos, é possível perceber que, embora filiado ao expressionismo, De Fiori pinta de uma maneira muito livre e singular. Por isso, a partir da década de 1980, ele voltou a despertar o interesse de outros artistas. .Outro aspecto importante é que, se a gente olha a pintura de marinhas dele, chegaremos a conclusão de que merece um lugar ao lado de Pancetti, que, por coincidência, era da Marinha mercante brasileira. Ele se irmana com um artista que é um dos grandes pintores da arte moderna no Brasil.

Fonte: Correio Brasiliense, "Livro reconstitui passagem do expressionista Ernesto de Fiori pelo Brasil", publicado por Severino Francisco, em 6 de janeiro de 2018. Consultado pela última vez em 30 de novembro de 2022.

Crédito fotográfico: Scielo. Consultado pela última vez em 30 de novembro de 2022.

Ernesto de Fiori (Roma, Itália, 12 de dezembro de 1884 - São Paulo, São Paulo, 24 de abril de 1945), mais conhecido como De Fiori, foi um escultor, pintor e desenhista ítalo-alemão. Aos 19 anos, mudou-se para Munique, onde estudou desenho com Gabriel von Hackl (1843-1926) na Königliche Akademie der Bildenden Künste (Real Academia de Belas Artes). Em 1905, retornou a Roma e foi orientado pelo pintor e litógrafo alemão Otto Greiner (1869-1916). Entre 1911 e 1914, residiu em Paris, onde realizou as primeiras esculturas, com auxílio do artista suíço Hermann Haller (1880-1950). Em 1936, veio para o Brasil, instalando-se em São Paulo. Escreveu artigos para jornais das colônias alemã e italiana e também para O Estado de S. Paulo. De Fiori foi um artista moderno, desenvolveu um estilo impressionista com pinceladas consideradas nervosas e marcantes, com deformações das figuras que pintava, representando tudo através de "manchas" através das cores e luzes vibrantes, sugerindo movimento de suas obras. O uso de diversas técnicas, como pinceladas rápidas ou diluídas em solvente, resultou em obras magníficas, de uma simplicidade e complexidade indescritível. Pintou paisagens, florestas, fazendas e algumas cenas de queimadas. Retratou também, cenas urbanas de São Paulo, como ruas angulosas, transeuntes solitários e apressados, grandes edifícios e avenidas. Realizou exposições em todo Brasil, com mostras individuais e coletivas. Internacionalmente, expôs na Alemanha, Áustria, França, Itália, Suíça, Holanda e em muitos outros países. De Fiori tornou-se um grande influenciador no cenário artístico de São Paulo, trazendo uma forma diferente de enxergar e produzir arte.

Ernesto De Fiori, E.D.F

Ernesto de Fiori (Roma, Itália, 12 de dezembro de 1884 - São Paulo, São Paulo, 24 de abril de 1945), mais conhecido como De Fiori, foi um escultor, pintor e desenhista ítalo-alemão. Aos 19 anos, mudou-se para Munique, onde estudou desenho com Gabriel von Hackl (1843-1926) na Königliche Akademie der Bildenden Künste (Real Academia de Belas Artes). Em 1905, retornou a Roma e foi orientado pelo pintor e litógrafo alemão Otto Greiner (1869-1916). Entre 1911 e 1914, residiu em Paris, onde realizou as primeiras esculturas, com auxílio do artista suíço Hermann Haller (1880-1950). Em 1936, veio para o Brasil, instalando-se em São Paulo. Escreveu artigos para jornais das colônias alemã e italiana e também para O Estado de S. Paulo. De Fiori foi um artista moderno, desenvolveu um estilo impressionista com pinceladas consideradas nervosas e marcantes, com deformações das figuras que pintava, representando tudo através de "manchas" através das cores e luzes vibrantes, sugerindo movimento de suas obras. O uso de diversas técnicas, como pinceladas rápidas ou diluídas em solvente, resultou em obras magníficas, de uma simplicidade e complexidade indescritível. Pintou paisagens, florestas, fazendas e algumas cenas de queimadas. Retratou também, cenas urbanas de São Paulo, como ruas angulosas, transeuntes solitários e apressados, grandes edifícios e avenidas. Realizou exposições em todo Brasil, com mostras individuais e coletivas. Internacionalmente, expôs na Alemanha, Áustria, França, Itália, Suíça, Holanda e em muitos outros países. De Fiori tornou-se um grande influenciador no cenário artístico de São Paulo, trazendo uma forma diferente de enxergar e produzir arte.

Videos

Metrópolis: Ernesto de Fiori | 2016

Diálogos Intrigantes: Ernesto De Fiori | 2021

MASP: leitura da obra Duas Amigas, de 1943 | 2017

Instituto CPFL: A fogueira | 2019

Biografia – Itaú Cultural

Ernesto de Fiori (Roma, Itália 1884 - São Paulo, São Paulo, 1945). Escultor, pintor, desenhista. Muda-se para Munique aos 19 anos, onde estuda desenho com Gabriel von Hackl (1843-1926) na Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes]. Em 1905, retorna a Roma e provavelmente recebe orientação do pintor e litógrafo alemão Otto Greiner (1869-1916). Entre 1911 e 1914, reside em Paris, onde realiza as primeiras esculturas, com auxílio do artista suíço Hermann Haller (1880-1950), e frequenta o meio intelectual e artístico. Em 1915, um ano após passar 14 dias detido na França como espião, alista-se no Exército alemão e atua como correspondente de um periódico italiano. Depois de obter cidadania alemã, passa a combater como soldado. Em 1917, abandona o serviço militar e vai para Zurique. Entre 1918 e 1919, desenrola-se uma polêmica entre o artista e o grupo dadaísta, por divergências sobre o conceito de arte. Para De Fiori, não há arte nova sem referência ao passado, e ele se opõe a todo movimento que propõe o rompimento com a arte precedente. Em 1936, vem para o Brasil e instala-se em São Paulo. Escreveu artigos para jornais das colônias alemã e italiana e, mais tarde, para O Estado de S. Paulo. Em 1938, participa do Programa de Integração das Artes do Ministério da Educação e Saúde (MES); modela uma série de esculturas que são recusadas por não atender às exigências oficiais. Paralelamente à escultura, dedica-se à pintura. Em seus quadros observam-se contrastes produzidos pelo uso de diversas técnicas, tais como pinceladas rápidas ou diluídas em solvente, uso de instrumentos dentados, entre outras. No inicio da década de 1940, participa de encontros com críticos de arte e artistas no ateliê de Rossi Osir (1890-1959) para discussão sobre arte. Sua pintura tem grande influência no meio artístico paulistano.

Análise

Em 1904, Ernesto de Fiori ingressa na Königliche Akademie der Bildenden Künste [Real Academia de Belas Artes], de Munique, e frequenta a classe de desenho do pintor alemão Gabriel von Hackl. Posteriormente, conhece o escultor suíço Hermann Haller e o pintor alemão Karl Hofer (1878-1955), com os quais mantém intenso diálogo artístico. Começa a expor sua pintura, que se aproxima, em suas soluções pictóricas, da realizada pelo pintor suíço Ferdinand Hodler (1853-1918). De 1911 a 1914, vive em Paris, onde frequenta o Café du Dôme, local de grande efervescência cultural que reúne artistas, críticos e colecionadores. Nessa cidade, produz e participa de discussões sobre as novas tendências artísticas e trava contato com o pintor alemão Hugo Troendle (1882-1955) e o escultor italiano Arturo Martini (1889-1947). Conhece as obras de mestres franceses como Paul Cézanne (1839-1906) e Auguste Rodin (1840-1917).

De Fiori continua a pintar. Começa a modelar, realizando aprendizado técnico com Herman Haller. Faz suas primeiras esculturas em 1911, entre elas Ajoelhada e Moça Andando, destacando-se O Sofredor, que representa um jovem que, em gesto de sofrimento, se volta para trás e agarra o corpo com os braços. Nessa obra, a carga psicológica da figura é enfatizada pelo artista. Nas esculturas realizadas posteriormente, como, por exemplo, Anastasius, Ursula (ambas de 1912) e Dançarino (1914/1915), trabalha com a redução formal, em diálogo com o cubismo. Sua escultura adquire volumes arredondados e verifica-se a pesquisa de movimento nas figuras.

Engajado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em 1915, como correspondente de um jornal italiano, retoma suas atividades artísticas em 1917, em Zurique. Em 1918, escreve um artigo-manifesto em que critica a arte dos dadaístas e esclarece seu conceito de nova arte: ela deve manter o diálogo com a tradição, a fim de poder diferenciar o que é novo; buscar meios que expressem "o sentimento do mundo recém-acordado" e "a totalidade da vida, suas intuições".1 Além de volumes e cores, a arte deve ser feita de qualidades espirituais que nos transmitam sensações, como alegria e dor. Na Europa e depois no Brasil, De Fiori expressa suas idéias em vários artigos.

Suas figuras passam a ser realizadas mais livremente, sem os limites da esquematização, mais fiéis à forma humana, adquirindo certo vínculo expressionista, como A Banhista (1917), figura feminina, em pé, em postura que expressa tranquilidade e sentimento. Na década de 1920, muda-se de Zurique para Berlim e realiza seus primeiros retratos, como a cabeça da bailarina Carina Ari (1922). Modela três versões de Adão (1920), uma figura masculina que caminhando se volta para trás em cumprimento, com a mão direita levantada. Faz também esculturas, desenhos e litografias de boxeadores. Realiza ainda a série do Homem em Marcha, o busto de Marlene Dietrich (ca.1929), O Fugitivo (1936), entre outras obras. O tema central de suas esculturas é sempre o corpo humano, sugerindo movimento ou estático, executado em áspero modelado, com forte carga psicológica.

Em 1938, abandona a Alemanha, dominada pelo nazismo, e chega a São Paulo. Suas primeiras esculturas realizadas no Brasil são, por exemplo, retratos de Menotti Del Picchia (1892-1988), Francisco Matarazzo e Greta Garbo, que fez de memória. Em paralelo, faz nus femininos, nos quais acentua a plasticidade dos corpos. A pintura que realiza aqui, valoriza a figuração, executando paisagens, em uma primeira etapa, com cenas de mata, de fazendas, de queimadas e do beira-rio. A viagem fluvial que faz de Presidente Prudente, São Paulo, até Guaíra é a fonte para seus quadros. Nas telas, cor e forma fundem-se, as cores vão sendo sobrepostas a outras, gerando formas que se entrecruzam com novas cores e formam a composição. Pinceladas diluídas e rápidas sugerem as figuras, como podemos ver em Paisagem com Vacas (1942). No começo dos anos 1940, pinta cenas urbanas de São Paulo: ruas em traçados angulosos, com árvores e transeuntes solitários e apressados, por vezes com arranha-céus, chaminés, avenidas ou igrejas ao fundo. Em Paisagem Urbana (1941) as figuras são formadas pela fusão com outros elementos pictóricos, inclusive com a cor do papel no caso dos guaches, que integra a composição como tinta. Em sua terceira exposição individual em São Paulo, apresenta algumas pinturas com tema como São Jorge e o Dragão ou batalhas. Segundo o artista, referem-se à luta travada no mundo: guerras de filosofias e religiões, tempos de ódio e violência. Pinta, assim, guerreiros que lutam pela liberdade e pela dignidade humanas.

A presença de Ernesto de Fiori em São Paulo, no fim da década de 1930 e começo dos anos 1940, contribui para abrir novos horizontes no ambiente artístico da cidade, ainda muito acanhado. Sua pintura, figurativa, porém gestual e livre, marca a produção de artistas ligados à Família Artística Paulista (FAP), como Mario Zanini (1907-1971) e Joaquim Figueira (1904-1943), e também o trabalho de Alfredo Volpi (1896-1988), principalmente em algumas de suas marinhas.

Críticas

"Como escultor, De Fiori posta-se a meio caminho entre a geração que ainda obedecia aos postulados do estilo monumental de Hildebrand e aquela que abraçaria o abstracionismo: longe das evocações clássicas, e também buscando evitar uma postura naturalista, De Fiori pretendeu impor aos seus nus e retratos de personalidades vivas uma força expressiva toda pessoal, preocupado sempre em captar, através do gesto contido, a essência íntima de seus modelos. Sua escultura é pictórica, no sentido de que o bronze e a terracota de que é feita nunca são polidos" — José Roberto Teixeira Leite (LEITE, José Roberto Teixeira. Ernesto de Fiori. In: Arte no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979, v.2, p. 797).

"(...) A pintura marcara o início de sua carreira, entre 1903 e 1911, dentro de características expressionistas hodlerianas. A seguir, ele a deixou de lado. Como se disse noutro lugar, pode-se distinguir duas etapas em sua pintura da fase brasileira: a primeira, de um realismo objetivo no tratamento da paisagem (até 1939); e a segunda, com ápice em 1942-43, assinalada pela ênfase expressionista de cenas de regata na represa de Santo Amaro, refregas de São Jorge e do Dragão, naturezas-mortas, figuras humanas isoladas, casais ou grupos e a série de Arlequins. Motivou-o na paisagem a desolação das queimadas, o ambiente rural e vistas urbanas, sempre configuradas por ásperas e resolutas pinceladas. Por vezes sua narrativa é excessiva ou se aproxima do pitoresco, como ocorreu também no tratamento da composição com figuras. Nas representações do seu segundo momento surgiria toda a veemência do colorista. Em cenas de batalha e nas lutas de São Jorge contra o Dragão havia referência implícita à causa da liberdade dos povos e à tragédia da guerra em curso. Mas foi nas marinhas que apareceram as melhores pinturas de De Fiori, investidas de equilíbrio plástico. Sem dúvida, reencontra a dimensão do pintor no Brasil, mas, em termos nacionais como internacionais, o reconhecimento dessa obra permanece até hoje em compasso de espera. São, por outro lado, numerosos os testemunhos da atuação do mestre europeu que influi direta e indiretamente nos artistas paulistanos" — Walter Zanini (ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Moreira Salles/Fundação Djalma Guimarães, 1983).

"São Paulo e o Brasil são para De Fiori, ao chegar em 1936, um mundo novo, um mundo cheio de impressões da natureza, um mundo de homens dos mais diversos tipos. De Fiori lança-se com furor nesse mundo; prepara logo uma exposição e aceita uma série de encomendas de retratos. Os rostos mais significativos levam-no aqui também para as mais significativas criações, nas quais ele consegue apreender forma e conteúdo. As cabeças de Menotti del Picchia e de Francisco Matarazzo são impressionantes e criadas com maestria psicológica e com perfeição plástica. (...) Em 1938, De Fiori recebe a encomenda de criar algumas figuras para o Ministério da Educação no Rio de Janeiro. Surgem então O Brasileiro, Maternidade e Mulher Sentada, figuras que retomam três temas inteiramente distintos como uma tentativa de apresentá-los de forma nova. O Brasileiro, uma forma masculina, franzina, tranqüilamente em pé; Maternidade, uma forma feminina sentada em um bloco com uma criança no colo; Mulher Sentada, uma forma feminina sentada no chão e que parece mergulhada em contemplação interna. Todas as três figuras são modeladas magistralmente, mas não parecem produzir o contato desperto, vivo, como o que salta imediatamente aos olhos, por exemplo, nas figuras da Engländerin (Inglesa) e do Adam (Adão). As figuras parecem recolhidas em si mesmas, quase encolhidas. Não trazem para De Fiori o sucesso que ele necessitaria no país como incentivo para outros e maiores trabalhos. De Fiori, em consequência disso, passa para a pintura, sua primeira paixão, e aí se mostra despreocupado com relação a esse mundo problemático e de certa forma estranho e hostil. Ao velejar e ao pintar, pode ser inteiramente ele mesmo, podendo esquecer, momentaneamente, a problemática insolúvel de sua permanência no Brasil e da impossibilidade de retorno à Europa, após 1939. Com isso, no entanto, fica privado do solo capaz de nutrir grandes esculturas, pois, para isso, não lhe é suficiente o intercâmbio com as forças artísticas de São Paulo, que na época eram apenas latentes" — Wolfgang Pfeiffer

(PFEIFFER, Wolfgang. Ernesto de Fiori. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 59-61).

"Para De Fiori, muitos artistas do início do século não faziam arte; todavia, ele considerava a 'anarquia artística (...), que estourou nos campos do espírito europeu, necessária e benéfica'. A clareza é exemplar: De Fiori, testemunha e personagem da renovação artística das artes européias, com seus artigos, mostra que as pesquisas pictóricas e escultóricas do começo do século XX não se resumem às convenções instituídas em livros de história da arte. Tanto De Fiori como muitos de seus colegas de Munique ou Zurique, França ou Alemanha produzem a partir de argila e de tinta, agenciando a modernização das artes e negando as Escolas de Belas Artes. A De Fiori não interessa a didascália preceituada por alguns artistas e teóricos europeus dos decênios de 10 e 20 que procuram evidenciar a diferença entre 'naturalismo' e 'abstracionismo'. Para o artista, essa diferença é apenas teórica; na prática, não ocorre.

(...)

A estética de Ernesto de Fiori é a natureza reinventada em pinceladas grossas, diluídas, ligeiras e linhas pictóricas que subvertem o que se compreende por 'pintura de paisagem', 'marinhas', 'cenas', temas que se articulam na pintura do artista. Muitas vezes alegorias que, metaforicamente, recriam figuras e coisas nomeáveis ao mesmo tempo em que rompem com a referência com que jogam ao sugerir outras. (...)

Na estética do artista, o assunto é irrelevante na obra; no entanto, é aquilo que lança o artista à criação. O desejo de Ernesto de Fiori é que a obra apresente o espírito da época, o do artista e o da natureza; fusionando-os, acede à arte. Em De Fiori, cor e forma, enquanto composição do espaço pictórico, fusionam-se. Cores vão sendo colocadas sobre outras, que, sobrepostas ou entrelaçadas, soerguem formas, ou, puxadas, raspadas, produzem outras cores, que se fundem como composição. Pinceladas diluídas são espalhadas em áreas da tela, sugerindo figuras ou velando espaços; muitas vezes, é essa demão líquida que fusiona os espaços elaborados por diferentes técnicas, pinceladas, ritmos.

Os elementos das composições de Ernesto de Fiori são, assim, produzidos no processo de pintar: enquanto as cores vão sendo pinceladas, em geral, por golpes rápidos, figuras são efetuadas. Na maior parte das pinturas, às primeiras cores são sobrepostas outras; a estas, em áreas ou objetos da composição, somam-se novas cores. Por vezes, a última camada é feita de tinta diluída em solvente, utilizada para rebaixar os tons anteriores. Outras vezes, o que conclui a obra são traços pictóricos, que sugerem a anca de um cavalo, os ombros de uma figura, feições. Também se observa o pincel na tinta seca sobre outras, utilizado para evidenciar figuras (...), ou o uso de instrumento dentado, que, em algumas obras, destaca partes (...)" — Mayra Laudanna (LAUDANNA, Mayra. A pintura em Ernesto de Fiori. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 26 e 28-31).

"Em 1918, Ernesto de Fiori ataca, em jornal de Zurique, o dadaísmo, centro do alvo 'nova arte'; o disparo, ironicamente devolvido por Max Ernst, não defende alguma arte vigente, mas a própria modernidade. 'Nova arte', rótulo de circulação geral, inclui, além do dadaísmo, o abstracionismo, o cubismo, o futurismo e o simultaneísmo, que o circundam; de Fiori visa-os como posições artísticas envelhecidas, mas não de todo caídas. A crítica desses movimentos se mantém nele ulteriormente, matizando-se e estendendo-se com o tempo; com o subseqüente aparecimento do surrealismo, ela passa a visar o modernismo em geral e, ainda que ampliada e circunstancialmente especificada, tanto em seus textos europeus quanto nos brasileiros, evidencia uma posição desde 1918 firmada. Indiciando-se moderno já na proliferação de máximas correntes nos movimentos atacados, de que é exemplo o 'primitivo dos novos tempos' a que também aderem modernistas brasileiros como Mário de Andrade, a posição de de Fiori define-se como reconhecimento da perfeição do classicismo fanado e da imperfeição da arte nascente. No apagamento irreversível do classicismo e na afirmação extremada do moderna, é a história que acede em de Fiori à eminência, com a qual sua reflexão se defronta, pungente. Esta posição já se evidencia em 1918: enquanto nas palavras-de-ordem modernistas 'moderno' se identifica a 'novo' na oposição deste a 'velho' ou 'passado', em de Fiori os dois termos recebem interpretação que os apresenta como relativos; relativizando-os, o artista isola-os da noção, central nos modernismos, de ruptura, que os legitima, principalmente quando se desencadeiam como vanguardas" — Leon Kossovitch (KOSSOVITCH, Leon. A reflexão artística de Ernesto de Fiori. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 11).

"Pra falar a verdade não sou exatamente contra os virtuosismos nem contrário a truques como a raspagem quando postos a serviço de uma expressão. Ernesto de Fiori, na sua maneira de obter a matéria do óleo, não revela a sua personalidade de escultor. E isto me parece um forte elogio, pois reconheço que ele está realmente fazendo uma pintura de pintor e não de escultor - o que é muito comum. Em vez da matéria ossuda dos seus bronzes, o seu óleo é uma carne voluptuosa, gorda, cheia, em que a gente percebe o pincel afogado na tinta bastante liquefeita, colorindo largas manchas, que o raspado muitas vezes entremostra camadas superpostas, obtendo efeitos ricos e inesperados que o pintor deixa ficar sabiamente. E tanto pelo processo da raspagem como por outros, de acabamento, com pincel mais seco e provido de óleo menos liquefeito, o artista obtém efeitos de vibração e uma multiplicidade finíssima de entretons. (...) Mas se não duvido que Ernesto de Fiori seja assim pintor de excelente pintura, sempre me parece que, nas suas obras de cor, ele tende mais para se conservar no desenho e são mais as qualidades e caracteres do desenho que ele aprecia. Numa entrevista que deu recentemente a um dos vespertinos de São Paulo, Ernesto de Fiori se pronunciava francamente favorável ao ressurgimento da importância do assunto na pintura, censurando os pintores que o abandonaram. Em verdade o assunto sempre existiu em pintura e sempre existirá. Mesmo a pintura abstracionista dos tempos atuais, em última análise, tira o seu assunto de pressuposto de não ter assunto, o seu assunto é a linha, a cor, em plena gratuidade. Por onde ela é socialmente característica e demonstra ser um dos avatares pictóricos da granfinagem de certas classes" — Mario de Andrade (ANDRADE, Mario de. Ernesto de Fiori. In.: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 208. [texto originalmente publicado em Diários Associados, São Paulo, 2.4.1941]).

Depoimentos

"Na arte de hoje, a pesquisa é tudo. Não a realização de valores conhecidos, não a falsa consciência de copiar ou imitar a natureza, não a aquiescência servil a dogmas estéticos impostos por uma classe ou um governo, e muito menos a oposição presunçosa e reclamística ao convencionalismo dos medíocres. (...) A arte sem fórmulas é, evidentemente, uma arte de pesquisa, que exige mais um 'laboratório' do que um ateliê, é fruto de muitas experiências, de muitos erros e de infinitas dúvidas.

(...)

Nos períodos clássicos, pode-se dizer sem temor de ser superficial, a arte era mais fácil porque os artistas não faziam senão continuar uma grande tradição até aquela completa florescência a que se devia seguir, naturalmente, a decadência. Nós, modernos, não temos tradição. É verdade que conhecemos todas as épocas astísticas, todos os estilos, todas as escolas desta terra, mas este conhecimento é apenas intelectual; nenhuma dessas escolas vive realmente em nosso sangue, pois não se pode chamar escola a anarquia artística que estourou (necessária e benéfica tempestade) nos campos do espírito europeu nestes últimos trinta e cinco anos. Nesta anarquia, que vem desde o fim da grande época artística do século passado, deveríamos encontrar o caminho do êxito, deveríamos recolher as pedras esparsas, separá-las, medi-las, adaptá-las e com isso tentar reconstruir aquela imagem da nossa consciência chamada arte. Toda época tem seus problemas artísticos. O nosso consiste em criar uma arte nova, isto é, que reproduza, por meio de seu estilo, o estado de espírito deste século, tão profundamente diverso dos séculos pasados. Encontramo-nos em face de uma esplêndida empresa, mas bem difícil, bem delicada...

(...)

Estou convencido de que a pesquisa artística deve ser limitada aos problemas da forma, da cor, da composição, da harmonia, em suma, aos diversos valores de uma pintura ou escultura. É minha convicção também que esta arte não tem outro tema senão o da natureza. Quem procura outros temas longe da natureza visível excede os limites da nossa arte, penetra em regiões que pertenceram ao poeta ou ao filósofo, ao músico ou ao cientista. Se não pode fazer de outra forma, mude de profissão. Estas são, em poucas palavras, as minhas convicções. Quem pensar que estou errado, prove-o com suas obras. Liberdade de pesquisa!" — Ernesto de Fiori (DE FIORI, Ernesto. A pesquisa da arte. In: LAUDANNA, Mayra (org.). Ernesto de Fiori - Uma Retrospectiva. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1997, p. 113-114. [Texto originalmente publicado em O Estado de S. Paulo, 22 out. 1941]).

Exposições Individuais

1910 - Munique (Alemanha) - Individual

Década de 20 - Berlim (Alemanha) - Bilder Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1921 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galerie Fritz Gurlitt

1923 - Berlim (Alemanha) - Neue Bildwerke von Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1935 - Berlim (Alemanha) - Skulpturen und Zeichnungen, na Galerie Buchholz

1936 - Berlim (Alemanha) - Skulpturen und Zeichnungen, na Galerie Buchholz

1936 - São Paulo SP - Ernesto de Fiori: esculturas, pinturas e desenhos, na Galeria Guatapará

1939 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Casa e Jardim

1941 - São Paulo SP - Obras Brasileiras de Ernesto de Fiori, na Galeria Casa e Jardim

1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

Exposições Coletivas

1909 - Viena (Áustria) - Internationale Kunstschau

1911 - Colônia (Alemanha) - Kunst unserer Zeit in Kölner Privatbesitz, organizada pela Liga dos Artistas de Colônia

1912 - Colônia (Alemanha) - Internationale Kunstausstellung des Sonderbundes Westdeutscher Kunstfreunde und Künstler zu Köln, no Kunsthalle am Aachener Tor

1912 - Munique (Alemanha) - 1. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1913 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession, Frühjahrausstellung

1913 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession, Herbstausstellung

1913 - Düsseldorf (Alemanha) - Eröffnungausstellung Weihnachten, na Galerie Flechtheim

1913 - Munique (Alemanha) - 2. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1914 - Berlim (Alemanha) - 1. Ausstellung der Freie Secession Berlin

1914 - Bremen (Alemanha) - Internationale Ausstellung, no Kunsthalle

1914 - Colônia (Alemanha) - Deutsche Werkbundausstellung, na Galerie Flechtheim

1914 - Düsseldorf (Alemanha) - 3. Internationaler Markt, na Galerie Flechtheim

1914 - Düsseldorf (Alemanha) - Der Dôme, na Galerie Flechtheim

1914 - Mannheim (Alemanha) - 2. Ausstellung von Zeichnungen und Plastiken Neuzeitlicher Bildhauer, na Städtische Kunsthalle

1914 - Munique (Alemanha) - 3. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Golz

1914 - Paris (França) - 30e Salon des Indépendants

1914 - Roma (Itália) - Prima Esposizione Libera Futurista, na Galleria Sprovieri

1915 - Munique (Alemanha) - 4. Gesamtausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1916 - Berlim (Alemanha) - 2. Ausstellung der Freien Secession

1916 - Wiesbaden (Alemanha) - Nassauischer Kunstverein

1917 - Berlim (Alemanha) - 3. Ausstellung der Freien Secession

1917 - Berlim (Alemanha) - Moderne Gemälde, na Galerie Paul Cassirer

1919 - Berna (Suíça) - Coletiva, na Kunsthalle

1919 - Düsseldorf (Alemanha) - 1. Ausstellung Expressionisten - Wiedereröffnung, na Galerie Flechtheim

1919 - Düsseldorf (Alemanha) - Auf dem Weg zur Kunst unserer Zeit, na Galerie Flechtheim

1919 - Mannheim (Alemanha) - Coletiva, na Kunsthalle

1919 - Munique (Alemanha) - 5. Gesamtausstellung, Herbst-Ausstellung, na Galerie Neue Kunst - Hans Goltz

1919 - Zurique (Suíça) - Zürcher Kunstgesellschaft, na Kunsthaus

1920 - Zurique (Suíça) - Zürcher Kunstgesellschaft, na Kunsthaus

1921 - Berlim (Alemanha) - Freie Secession, Frühjahrausstellung

1921 - Berlim (Alemanha) - Grosse Berliner Kunstausstellung

1921 - Hamburgo (Alemanha) - 16. Ausstellung des Deutschen Künstlerbundes Hamburg

1922 - Berlim (Alemanha) - Das Schwedische Ballet, na Galerie Flechtheim

1922 - Darmstadt (Alemanha) - Deutsche Kunst, na Mathildenhöhe

1922 - Düsseldorf (Alemanha) - Internationale Kunstausstellung, na Hause Leonhard Tietz

1923 - Bremen (Alemanha) - Bremer Kunsthalle

1923 - Darmstadt (Alemanha) - Deutsche Kunst, na Mathildenhöhe

1923 - Dresden (Alemanha) - Kunst der Gegenwart, Jubiläumausstellung, na Galerie Arnold

1923 - Munique (Alemanha) - 9. Ausstellung der Neue Secession, no Glaspalast

1924 - Munique (Alemanha) - 10. Ausstellung der Neue Secession

1924 - Stuttgart (Alemanha) - Ausstellung Neuer Deutscher Kunst, no Kunstgebäude

1925 - Berlim (Alemanha) - Coletiva, na Galerie Flechtheim

1925 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Frühjahrausstellung

1925 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Herbstausstellung

1925 - Düsseldorf (Alemanha) - Grosse Kunstausstellung. Jubiläumausstellung

1925 - Munique (Alemanha) - 11. Ausstellung der Neue Secession, no Glaspalast

1925 - Wiesbaden (Alemanha) - Nassauischer Kunstverein

1925 - Zurique (Suíça) - Internationale Kunstausstellung, na Kunsthaus Zürich

1926 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der 51. Berliner Secession - Herbstausstellung

1926 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung von Gemälden jüngeren Künstler aus Deutschland, England, Frankreich und den Vereinigten Staaten, na Nationalgalerie

1926 - Berlim (Alemanha) - Berliner Bühnenbildner

1926 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste, Frühjahrausstellung

1926 - Dresden (Alemanha) - Internationale Kunstausstellung

1926 - Düsseldorf (Alemanha) - Gelosei, Kunst und Leibesübungen - Grosse Ausstellung für Gesundheitspflege, soziale Fürsorge und Leibesübungen

1926 - Düsseldorf (Alemanha) - Heinrich Nauen: Neue Stilleben; e Ernesto de Fiori: Portraitbüsten, na Galerie Flechtheim

1926 - Milão (Itália) - Mostra d'Arte del Novecento Italiano, no Palazzo della Permanente

1927 - Berlim (Alemanha) - 52. Berliner Secession - Frühjahrausstellung

1927 - Berlim (Alemanha) - Das Problem der Generation. 1. Teil: Die Deutschen, na Galerie Flechtheim

1927 - Berlim (Alemanha) - Die Bildgiesserei Noack. Zum dreißigjährigen Bestehen der Bronzegiesserei Noack in Berlin, na Friedenau

1927 - Berlim (Alemanha) - Eröffnungsausstellung unseres neuen Berliner Hauses, na Galerie Thannhauser

1927 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Frühjahrausstellung

1927 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste - Herbstausstellung

1927 - Berlim (Alemanha) - Karl Jofer: Neue Bilder; Porträts und Kleinplastik von Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1927 - Düsseldorf (Alemanha) - Karl Jofer: Neue Bilder; Porträts und Kleinplastik von Ernesto de Fiori, na Galerie Flechtheim

1927 - Dresden (Alemanha) - Deutscher Künstlerbund

1927 - Düsseldorf (Alemanha) - Impressionisten Zeitgenössische Malerei. Exotische Skulpturen

1927 - Genebra (Suíça) - Exposition d'Artistes Italiens Contemporains, no Musée Rath

1927 - Hamburgo (Alemanha) - Europäische Kunst der Gegenwart

1927 - Kassel (Alemanha) - 150 Jahre Kasseler Kunstakademie - Jubiläumsausstellung, na Schloss Orangerie

1927 - Nova York (Estados Unidos) - Deutsche Kunst in Amerika

1928 - Amsterdã (Holanda) - 9. Olympiade Amsterdam. Concours et de L'Exposition D'Art Olympique, no Musée Municipale d'Amsterdam

1928 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession. "Die Berliner Secession im neuen Hause Tiergartenstrasse 21". Frühjarhausstellung

1928 - Berlim (Alemanha) - Zweite Ausstellung Deutscher Nach-Impressionistischer Kunst aus Berliner Privatbesitz, no Kronprinzenpalais

1928 - Düsseldorf (Alemanha) - Coletiva, na Galerie Flechtheim

1928 - Düsseldorf (Alemanha) - Deutsche Kunst

1928 - Frankfurt (Alemanha) - Künstler-Selbstbildnisse unserer Zeit, na Kunstverein

1928 - Hannover (Alemanha) - 96. Grosse Kunstausstellung des Kunstvereins Hannover des Deutschen Künstlerbundes, na Künstlerhaus

1928 - Magdeburg (Alemanha) - Werke neuzeitlicher Plastik, no Kaiser-Friedrich-Museum

1929 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Frühjahrausstellung

1929 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Herbstausstellung

1929 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1929 - Colônia (Alemanha) - Deutscher Künstlerbund

1929 - Darmstadt (Alemanha) - Der Schöne Mensch in der neuen Kunst. Internationale Ausstellung, no Mathildenhöhe

1929 - Duisburg (Alemanha) - 60. Ausstellung deutscher Kunst der letzten 5 Jahre. Duisburger Museumvereins

1929 - Düsseldorf (Alemanha) - Kleinplastik, na Galerie Flechtheim

1929 - Düsseldorf (Alemanha) - Lebende deutsche Kunst. Aus rheinischen Privatbesitz, na Galerie Flechtheim

1929 - Kassel (Alemanha) - Vierte Grosse Ausstellung. Neue Kunst in der Orangerie

1929 - Zurique (Suíça) - Graphik Ausstellung, na Kunsthaus

1930 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Werke lebender Bildhauer

1930 - Berlim (Alemanha) - Der Sport als Kulturfaktor, na Künstlerhaus Berlin

1930 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1930 - Hannover (Alemanha) - Grosse Kunstausstellung

1930 - Munique (Alemanha) - Deutsche Kunst Ausstellung, no Glaspalast

1930 - Stuttgart (Alemanha) - Deutscher Künstlerbund

1931 - Belgrado (Iugoslávia - atual Sérvia) - Deutsche zeitgenössiche bildende Kunst und Architektur (veranstaltet von der Deutschen Kunstgesellschaft e. V. Berlin)

1931 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der 64. Berliner Secession. Künstler unter sich

1931 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der 66. Berliner Secession.

1931 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Bauausstellung, no Messehallen am Funkturm

1931 - Berlim (Alemanha) - Preussiche Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1931 - Essen (Alemanha) - Deutsche Künstlerbund Ausstellung

1931 - Nova York (Estados Unidos) - German Painting and Sculpture, no MoMA

1931 - Viena (Áustria) - Europäische Plastik im Hagenbund

1931 - Zagreb (Iugoslávia - atual Croácia) - Deutsche zeitgenössiche bildende Kunst und Architektur (veranstaltet von der Deutschen Kunstgesellschaft e. V. Berlin)

1931 - Zurique (Suíça) - Internationale Ausstellung: Plastik, na Kunsthaus Zürich

1932 - Bergen (Noruega) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Berlim (Alemanha) - 111 Porträts Zeitgenössischer Bildhauer, na Galeria Flechtheim

1932 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Frühjahrausstellung

1932 - Berlim (Alemanha) - Ausstellung der Berliner Secession. Herbstausstellung

1932 - Berlim (Alemanha) - Lebendige Deutsche Kunst: Ausstellung in drei Abteilungen - 1. Ausstellung. , na Galerie Paul Cassirer

1932 - Colônia (Alemanha) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Düsseldorf (Alemanha) - Vereinigung für Junge Kunst. Kunst der Gegenwart aus Düsseldorfer Privatbesitz

1932 - Götenborg (Suécia) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Kopenhagen (Dinamarca) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Oslo (Noruega) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1932 - Stavanger (Noruega) - Nyere tysk kunst. Maleri og Skulptur. "Neuere deutsche Kunst-Malerei und Skulptur", zusammengestellt von Ludwig Tormaehlen (Organização de L. Tormaehlen

1933 - Berlim (Alemanha) - Grosse Berliner Kunstausstellung, no Schloss Bellevue

1933 - Berlim (Alemanha) - Preussische Akademie der Künste. Frühjahrausstellung

1933 - Bremen (Alemanha) - Bildhauerzeichnungen, na Kunsthalle Bremen

1933 - Chicago (Estados Unidos) - Exhibition of Paintings and Sculptures, no The Art Institute

1933 - Düsseldorf (Alemanha) - 30 deutsche Bildhauer, na Galerie Vömel

1933 - Magdeburg (Alemanha) - Deutsche Künstlerbund: aquarele, zeichnung, bildhauerwerke

1934 - Berlim (Alemanha) - Das Bildnis in der Plastik: Deutsche Kunst seit Dürrer, no Staatliche Museum - Nationalgalerie

1934 - Berlim (Alemanha) - Sechs Jahrtausende Kupferkunst: Ausstellung der Staatlichen Museen und der Preussischen Akademie der Künste

1934 - Berlim (Alemanha) - Zeichnungen Deutscher Bildhauer der Gegenwart, na Livraria Karl Buchholz

1935 - Berlim (Alemanha) - Berliner Secession "Zusammenschluss 1934" - Erste Ausstellung nach der Neugründung

1935 - Berlim (Alemanha) - Geist der Antike in der neueren Kunst, na Galerie Buchholtz

1935 - Dessau (Alemanha) - Bildhauerzeichnungen, na Anhaltischer Kunstverein

1935 - Dresden (Alemanha) - Deutsche Bildhauer, na Galerie Kuehl

1936 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Kunst im Olympiajahr: malerei und plastik, na Neue Berliner Kunstverein

1936 - Berlim (Alemanha) - Neuere Deutsche Plastik, na Galerie Buchholz

1936 - Berlim (Alemanha) - Olympische Kunstausstellung, no Ausstellungsgebäude am Kaiserdamm

1936 - Hamburgo (Alemanha) - Form Probleme in neuer Zeit, na Kunstverein

1937 - Rio de Janeiro RJ - Ernesto de Fiori e Águas Fortes de Zangerl, na Nova Galeria de Arte - organizada por Theodor Heuberger

1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel de São Paulo

1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - Düsseldorf (Alemanha) - Bildhauer der Gegenwart, na Galerie Vömel

1938 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Estado Novo

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional das Indústrias, no Parque da Água Branca

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1943 - São Paulo SP - Coletiva, realizada por Henrique Liberal, na Alameda Casa Branca, 1. 179

1944 - Roma (Itália) - Mostra di 25 Artisti del Secolo, na Galleria del Secolo

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileiro-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia

1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus

Exposições Póstumas

1945 - São Paulo SP - Individual - exposição e ciclo de conferências organizados pelo IAB

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - São Paulo SP - 12º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1947 - Luzern (Suíça) - Vierzig Jahre Italienischer Kunst - Die Erneuerungsbewegungen von Futurismus bis Heute, no Kunstmuseum

1948 - Alemanha - Tekessel - exposição organizada por Ilse Scherpe

1948 - São Paulo SP - Coletiva, no Masp

1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza

1951 - Viena (Áustria) - Secession 1951

1952 - Braunschweig (Alemanha) - Ernesto de Fiori: aquarelas, no Kunstverein Studioraum

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

1954 - São Paulo SP - Ernesto de Fiori - homenagem póstuma, no Masp

1955 - Kassel (Alemanha) - 1ª Documenta, no Museum Fridericianum

1956 - São Paulo SP - 50 Anos de Paisagem Brasileira, no MAM/SP

1957 - Darmstadt (Alemanha) - Kunstwerk aus Darmstädter Privatbesitz, na Darmstadt Kunsthalle

1957 - Messina (Itália) - Mostra all'aperto della Scultura Italiana del XX Secolo, na Villa Mazzini

1957 - Roma (Itália) - Sculture Italiane 1911-1957, na Galleria La Bussola

1959 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP

1961 - São Paulo SP - De Fiori: esculturas e desenhos, na Galeria São Luís

1962 - Munique (Alemanha) - Berliner Bildnisse aus drei Jahrhunderten, na Städtische Galerie im Lenbachhaus

1963 - Araraquara SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1963 - Campinas SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - Marília SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1963 - Ribeirão Preto SP - 1ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP

1966 - Belo Horizonte MG - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Museu de Arte da Prefeitura Municipal

1966 - Curitiba PR - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do Paraná

1966 - Porto AlegreRS - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Margs

1966 - São Paulo SP - 2ª Exposição Circulante de Obras do Acervo do MAC/USP, no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP

1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP

1967 - São Paulo SP - Exposição de Ernesto de Fiori, na Galeria Mirante das Artes

1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo: 1970, na Pinacoteca do Estado

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1974 - São Paulo SP - Ernesto de Fiori Retrospectiva: esculturas, óleos, guaches, na Galeria Cosme Velho

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1975 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1976 - Bonn (Alemanha) - Die Zwanziger Jahre im Porträt: Porträts in Deutschland 1918-1933, no Rheinisches Landesmuseum Bonn

1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira no Século XX: caminhos e tendências, na Galeria Arte Global

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Destaque do Mês, na Pinacoteca do Estado

1978 - São Paulo SP - A Paisagem na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado

1979 - Munique (Alemanha) - Die Zwanziger Jahre in München, no Münchner Stadt Museum

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes

1980 - São Paulo SP - Pinacoteca no Sesc, na Galeria Sesc Carmo

1981 - Curitiba PR - Pinacoteca em Curitiba, no Solar do Rosário

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall

1982 - São Paulo SP - Pintores Italianos no Brasil, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Berlim (Alemanha) - Deutsche Bildhauer 1900-1945 Entartet

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - Os Escultores da Cidade: homenagem ao aniversário de São Paulo, na Pinacoteca do Estado

1986 - Rio de Janeiro RJ - Sete Décadas da Presença Italiana na Arte Brasileira, no Paço Imperial

1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - Do Academismo à Abstração, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1989 - São Paulo SP - 20º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria

1990 - São Paulo SP - Paisagens Brasileiras, no Masp

1991 - São Paulo SP - Imagens Paulistas, no Paço das Artes

1991 - Wiesbaden (Alemanha) - Schwerpunkt Malerei, 1860-1937, no Museum Wiesbaden

1992 - Berlim (Alemanha) - Ernesto de Fiori 1884-1936: retrospectiva de esculturas européias, no Georg-Kolbe Museum

1992 - Münster (Alemanha) - Deutsche Bildhauer 1900-1945 Entartet

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura

1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP

1992 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1992 - São Paulo SP - Modernismo: décadas de 20, 30 e 40, na Pinacoteca do Estado

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte, no MNBA

1993 - São Paulo SP - O Olhar Italiano sobre São Paulo, na Pinacoteca do Estado

1993 - São Paulo SP - Arte Brasileira da Academia à Contemporaneidade, na Pinacoteca do Estado

1993 - São Paulo SP - Eram Brasileiros os que Ficaram, na Pinacoteca do Estado

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1995 - São Paulo SP - Expressões do Corpo na Escultura de Rodin, Leopoldo e Silva, De Fiori, Brecheret, Bruno Giorgi, no Espaço Cultural Safra

1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP

1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Individual, na Skultura Galeria de Arte

1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Banco Safra

1997 - São Paulo SP - Mestres do Expressionismo no Brasil, no Masp

1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP

1997 - São Paulo SP - Retrospectiva organizada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Parque Ibirapuera

1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID

1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB

1998 - Santos SP - Expressões do Corpo na escultura de Rodin, Leopoldo e Silva, De Fiori, Brecheret, Bruno Giorgi, no Sesc

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - São Paulo SP - Arte Brasileira, Século XX: diálogos com Dufy, no MAM/SP

1999 - São Paulo SP - Os Ítalos e os Brasileiros na Arte do Entre-Guerras, na Pinacoteca do Estado

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Um Certo Ponto de Vista: Pietro Maria Bardi 100 anos, na Pinacoteca do Estado

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, na Pinakotheke

2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP

2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP

Fonte: ERNESTO De Fiori. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 29 de novembro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Ernesto De Fiori – MASP

Ernesto de Fiori iniciou sua formação artística em Roma, na Itália, e em Munique, Alemanha, a partir de 1903, e em Paris, França, entre 1911 e 1914, onde realizou suas primeiras obras. Alistou-se no Exército alemão em 1916 e, após lutar como soldado na Primeira Guerra Mundial (1914-18) e atuar como correspondente de um jornal italiano na Alemanha, mudou-se para Zurique, Suíça, em 1918. O artista se destacou pelas esculturas de figuras humanas estilizadas e pela modelagem áspera. Em 1936, De Fiori emigrou para o Brasil, fugindo da ascensão do nazismo. Passou a dedicar-se mais sistematicamente à pintura, privilegiando a representação de paisagens locais. Na década de 1940, passou a se interessar por temas urbanos e destacou-se na representação de figuras femininas, muitas vezes reunidas em duplas ou grupos. É o caso desse retrato de duas mulheres abraçadas em um interior despojado, uma das 29 obras do artista presentes no acervo do MASP. As silhuetas esboçadas e os rostos deformados por pinceladas enérgicas o aproximam do expressionismo, com o qual o artista teve contato na Alemanha. Naquela época, De Fiori, que morava no centro da cidade de São Paulo e frequentava bares e restaurantes, realizou algumas pinturas de bordéis, provavelmente o caso de Duas amigas.

— Equipe curatorial MASP, 2017

Se há uma vocação primordial na obra do artista, esta é certamente a da figura feminina. De Fiori apreciou grandemente, neste âmbito, o retrato duplo ou de grupo. A peculiaridade do exemplar do Masp, Duas Amigas, um dos grandes momentos da pintura do artista, é o tratamento violentamente expressionista notadamente dos rostos das figuras. A exposição da Pinacoteca do Estado revelou a existência de uma outra versão da mesma obra, de dimensões de resto idênticas, mas realizada em uma técnica mais densa de empaste (coleção Ana Maria Stickel, Laudanna 1997, p. 77). Em ambas as versões, detecta-se uma vaga memória da metafísica, talvez única na obra do artista, à qual se articula um interesse, não menos raro, pelo jogo das linhas arquitetônicas não indiferentes às tendências abstracionistas. Paisagem Urbana, de início dos anos 40, poderá ter influído significativamente no Arranha-Céusde Menotti Del Picchia, pintado no mesmo decênio.

— Autoria desconhecida, 1998

Fonte: Luiz Marques (org.), Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, São Paulo: MASP, 1998. (reedição, 2008).

Fonte: Ernesto De Fiori, Museu de Arte São Paulo - MASP. Consultado pela última vez em 29 de novembro de 2022.

Sombras de um exilado – IstoÉ

“Ernesto de Fiori — O Exílio Brasileiro” resgata o artista alemão que viveu no Brasil sonhando em voltar à Europa.

O álbum “Ernesto de Fiori — o Exílio Brasileiro” (editora Capivara), do historiador de arte Ivo Mesquita, reúne e analisa 104 pinturas de um artista pouco estudado: o pintor e escultor alemão Ernesto de Fiori. Ele viveu de 1936 até a morte em São Paulo, onde se exilou, fugindo do nazismo. Mesmo que fosse um liberal aristocrático, Hitler não apreciava suas telas expressionistas e esculturas de deusas de Hollywood, além de seus artigos contra o regime. Sofreu um choque ao chegar a São Paulo: tinha trocado a cosmopolita Berlim por uma cidade em que as galinhas ciscavam nas praças. Se em Berlim recebia visitas de Greta Garbo e Marlene Dietrich — que lhe serviram de modelos —, em São Paulo só achava glamour nas prostitutas da Maison Louise e nos cinemas no centro da cidade. Esportista, velejava na represa de Guarapiranga. A vivência tropical resultou em pinturas de boêmios, cenas idealizadas da alta sociedade e marinhas. Produziu mais de 500 obras no Brasil. “O livro mostra o mundo artificial de uma alma inquieta que sonhava em voltar à terra natal”, diz Mesquita. “Por ironia, de Fiori fugiu do nazismo para ver o Estado Novo no Brasil e aqui morreu um mês antes do fim da Segunda Guerra.”

De Fiori: Vida e Obra:

1884 - Nasce em Roma, de mãe austríaca e pai italiano

1904 - Estuda pintura em Munique

1911 - Mora em Paris e participa de exposições

1914 - Naturaliza-se alemão e fixa residência em Berlim

1936 - Exila-se em São Paulo

1945 - Morre em São Paulo, de câncer de fígado

Fonte: IstoÉ, "Sombras de um exilado", publicado em 15 de dezembro de 2017. Consultado pela última vez em 29 de novembro de 2022.

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Livro reconstitui passagem do expressionista Ernesto de Fiori pelo Brasil - Correio Brasiliense

Por caminhos tortos, a Segunda Guerra Mundial favoreceu a arte moderna no Brasil. Várias artistas europeus importantes emigraram para os trópicos para fugir do horror nazista. O ítalo-alemão Ernesto de Fiori era um artista de renome na Europa quando chegou ao Brasil em 1936. Mas ele se destacava, principalmente, pela obra de escultor. Em face das dificuldades para exercer o ofício original, ele passou a se dedicar à pintura.

De Fiori não manteve contato com a elite modernista, mas, sim, com os operários do movimento, quem influenciou e recebeu influência de: Volpi, Zanini, Galvez e Carnicelli. Ele frequentou o ateliê dos artistas do chamado Grupo Santa Helena. O livro Ernesto de Fiori ; O exílio brasileiro, de Ivo Mesquita (Ed. Capivara), reconstitui a passagem do artista ítalo-alemão pelo Brasil, em edição esmerada, com 150 imagens.

Ivo Mesquita enfatiza que De Fiori não era um expressionista radical, como poderia ser um alemão no contexto explosivo da Segunda Guerra Mundial, nem se alinhava à matriz de Lasar Segall, emigrado no fim da Primeira Guerra.: ;Sua pintura não tem drama; suas paisagens são poéticas, pura contemplação, têm algo de Duffy, Signac ou Vlaminck, mas sem a elegância moderna desses artistas. Pelo contrário, são simples, diretas, rústicas por vezes.

Nesta entrevista, Ivo Mesquita situa a relevância de Ernesto de Fiori, talvez o mais desconhecido dos artistas europeus emigrantes, revalorizado a partir dos anos 1980, com a chamada Geração 80, com o renascimento do interesse pela pintura.

Como situar a obra de Ernesto de Fiori e o fato de ele ter se notabilizado pela produção de pintor no Brasil e de escultor na Europa?

Ele era um proeminente escultor no começo dos anos 1920 na Europa, numa vertente modernista que evoca a cultura clássica. No começo da carreira, ele era pintor. Ao se mudar para o Brasil, fugindo da 2a Guerra Mundial, ele percebeu que era mais difícil produzir escultura no Brasil. Participou do concurso de esculturas para o Ministério da Educação no Rio de Janeiro em 1937, projetado por Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Não foi selecionado. A pintura tinha a função de preencher o espaço de exílio no Brasil.

Como era São Paulo naquela época?

São Paulo era uma cidade provinciana, modorrenta. Por isso, ele começou a pintar. O interessante é que sempre foi tratado como um pintor visitante. Teria uma obra exilada. Meu entendimento é de que ele deixou marcas aqui. Zanini mostrou a relevância da produção escultural. Mas faltava demarcar a relação com os contemporâneos da pintura, Volpi, Rebolo. Em um segundo momento, a partir de 1939. ele comparte aletior no edifício Santa Helena. Ele se vê como parceiro. Não se liga à elite do modernismo, a Mario de Andrade, Tarsila Amaral ou Oswald de Andrade. Se liga com os pintores operários.

Em que momento a pintura de Ernesto de Fiori voltou a despertar a atenção?

Nos anos 1980, quando surge a geração que retoma a pintura, os artistas brasileiros olham para a obra dele e reconhecem um pintor singular. Começa a despertar o interesse a partir dele.

Como percebe a influência que exerceu e que recebeu do grupo Santa Helena?

Ele se juntou com os artistas proletários, a arte naquele momento era camaradagem, trocavam experiências. Eles olharam para a pintura de De Fiori, mas ele também olhou para a pintura do grupo. Existem outros artistas imigrantes, exilados, fugindo da guerra. Há um aspecto interessante. A modernidade se deve em grande parte a esses grupos de intelectuais, artistas, escritores, matemáticos, filósofos, que emigravam na América, do Canadá à Argentina, que foram propagadores da ideia de modernidade e de humanismo. É parte de um processo que a gente chama de globalização. Estamos entre amigos. Os artistas não se formavam em universidades; se formavam nos ateliês. Aprendia com os outros artistas. Havia uma intensa aprendizagem e troca de experiências.

De que maneira a interação dom a paisagem brasileira influenciou a pintura de De Fiori?

Faço uma divisão da obra dele. A mãe e o irmão moravam aqui. Logo que chega, o leva a Oeste de São Paulo e vai até o Rio Paraná, pinta as queimadas. Se há um instante de encantamento, em seguida vem um desapontamento com a destruição. O segundo tema é a paisagem urbana, pinta muito São Paulo, com uma abordagem expressionista.. A terceira são as marinhas e a represa de Guarapiranga. Era um velejador. Em 1943, ele vai como comandante da esquadra que participa da regata de Santa Catarina em 1953, e eles ganham. Algumas marinhas são magníficas. Tem outro lado que são as fabulações, são aquelas figurações, São Jorge e o dragão. É um repertório rico de imagens. Nos anos de guerra, é sempre metáfora do bem e o mal, contra o nazifascismo. Tem uma percepção idealista, evoca cenas medievais ou romanas. não está vendo as cenas da guerra mesmo.

Outra vertente são as cenas de cabarés. Ele era um frequentador de bordéis na Europa. E tinha pintoras do interior europeu. Tirava os temas da cabeça dele ou de filmes. Tinha cartaz e tinha seis ou oito fotogramas dos filmes. É um imaginário de segunda geração, se apropria de jornais, de cinema ou de imagens reproduzidas.

A que vertente da pintura De Fiori está ligado?

Ele é um artista que segue a vertente de uma pintura expressionista, com linhas e manchas se fundem, superficies vibrantes. Mas ele tinha um entendimento da pintura. Usa sucessivas camadas sempre dão um ar de inacabado. Talvez porque a escultura dele é muito clássica, econômica, posada, a pintura dele é muito estridente, vibrante. Nesse sentido, interessa aos contemporâneos. Não está preso a nenhum esquema das belas artes ou dos modernistas.

Qual é o lugar de Ernesto De Fiori na história da arte brasileira?

Eu acho que ele tem um lugar entre nós. Passados quase 40 anos, é possível perceber que, embora filiado ao expressionismo, De Fiori pinta de uma maneira muito livre e singular. Por isso, a partir da década de 1980, ele voltou a despertar o interesse de outros artistas. .Outro aspecto importante é que, se a gente olha a pintura de marinhas dele, chegaremos a conclusão de que merece um lugar ao lado de Pancetti, que, por coincidência, era da Marinha mercante brasileira. Ele se irmana com um artista que é um dos grandes pintores da arte moderna no Brasil.

Fonte: Correio Brasiliense, "Livro reconstitui passagem do expressionista Ernesto de Fiori pelo Brasil", publicado por Severino Francisco, em 6 de janeiro de 2018. Consultado pela última vez em 30 de novembro de 2022.

Crédito fotográfico: Scielo. Consultado pela última vez em 30 de novembro de 2022.

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