Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.
Marcos Coelho Benjamin | Arremate Arte
Marcos Coelho Benjamim nasceu em 1952 na cidade de Nanuque, interior de Minas Gerais, e firmou-se como um dos nomes centrais da arte contemporânea brasileira ao desenvolver uma linguagem visual profundamente conectada às raízes culturais do Brasil, especialmente à tradição popular mineira. Autodidata, iniciou sua trajetória artística ainda jovem, revelando talento para o desenho e a ilustração. Em 1969, transferiu-se para Belo Horizonte, onde começou a atuar como chargista e ilustrador em jornais locais, com incursões no universo das histórias em quadrinhos e do humor gráfico.
Sua carreira ganhou impulso decisivo no início dos anos 1970, quando foi apresentado, por intermédio de Manfredo de Souzanetto, a importantes figuras do cenário artístico e colecionadores como Lotus Lobo, Décio Noviello e Gilberto Chateaubriand — este último adquiriu cerca de sessenta de seus desenhos de humor, consolidando sua visibilidade. O reconhecimento nacional veio logo em seguida, com sua participação na 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973, e, no ano seguinte, com o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, obteve projeção internacional ao conquistar o grande prêmio na International Cartoon Exhibition, em Atenas, Grécia.
A partir de 1979, sua trajetória sofre uma inflexão importante. Motivado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, promovida pelo artista Paulo Laender, Benjamim aprofunda seu interesse por materiais e formas do fazer artesanal, incorporando à sua produção elementos e técnicas associadas à cultura popular regional. Passa então a trabalhar com objetos tridimensionais e instalações, utilizando materiais reaproveitados como latas de óleo, madeiras de demolição, metais oxidados e sucatas industriais, que organiza em estruturas geométricas, rítmicas e, por vezes, monumentais. Essa nova fase marca o amadurecimento de sua poética visual e o posiciona entre os artistas brasileiros que melhor dialogam com a materialidade do mundo contemporâneo sem perder de vista suas raízes simbólicas.
Em 1988, ampliou sua atuação artística ao criar a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, reafirmando sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens visuais. No ano seguinte, voltou à Bienal Internacional de São Paulo, agora em sua 20ª edição, apresentando obras de grande escala feitas com estrias de zinco sobre madeira — um marco na consolidação de sua estética escultórica.
Marcos Coelho Benjamim realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, e é constantemente reconhecido por sua habilidade em traduzir o cotidiano, o rústico e o simbólico em arte contemporânea de forte impacto visual e conceitual. Sua obra está representada em importantes coleções públicas e privadas, reafirmando sua relevância dentro do panorama da arte brasileira atual
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Marcos Coelho Benjamin | Itaú Cultural
Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista, cenógrafo. Expoente da arte contemporânea brasileira, a obra do artista se destaca pela exploração da forma orgânica, da massa e da matéria na composição de objetos e estruturas íntimas, ontológicas e universais.
Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa a desenhar quadrinhos de modo autodidata e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros.
Entre 1971 e 1972, por intermédio do pintor e escultor Manfredo de Souzanetto (1947), conhece os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand (1925-2022), que adquire alguns de seus desenhos. Em 1973, participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte, conquista o prêmio de viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte.
A partir de 1976, realiza aquarelas povoadas por figuras fantásticas, indicando afinidades com a obra de Marcello Grassmann (1925-2013). A repetição de ritmos e gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a produção de Benjamim. O artista se serve de materiais usados, com superfícies ásperas e gastas – como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados –, frequentemente enquadrados em caixas de madeira.
Em 1977 recebe o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, mostra realizada em Atenas, na Grécia. No mesmo ano, retorna à cidade natal, onde permanece por um ano. Nesse período cria para os filhos uma série de brinquedos feitos a partir de materiais reciclados e orgânicos. Em 1979, participa de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Na viagem, conhece diversos artesãos locais e passa a se dedicar à criação de objetos tridimensionais e instalações.
Em 1988, concebe a cenografia de Uatki e Mulheres, espetáculos apresentados pelo Grupo Corpo na capital mineira. No ano seguinte, recebe o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo e inicia a fase de produção de estruturas em grandes escalas. Essas obras são produzidas com estrias de zinco delgadas que compõem delicadas formas circulares, retangulares e trapezoidais fixadas sobre suportes de madeira.
O artista cria também peças em mosaico com pedras retiradas da região mineira de São Thomé das Letras, algumas delas coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras confere valor tátil à obra.
Para a historiadora da arte Aracy Amaral (1930), a obra de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, por assimilar a tradição do trabalho artesanal e reaproveitar materiais recicláveis na composição de seus trabalhos.
Críticas
"(...) o artista estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo. (...)
Escultura ou pintura, a força poética desses objetos de Marcos Benjamim que oscilam indecisos entre essas duas fronteiras se concentra no modo como ele faz a matéria despertar da sua letargia, no modo como ele a anima, fazendo-a, quer pela forma, quer pelo tratamento dado a sua superfície, que se refira ao corpo do espectador ao mesmo tempo em que renova seu imaginário" — Agnaldo Farias (FARIAS, Agnaldo. Marcos Coelho Benjamim. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Texto Agnaldo Farias; tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993. p. 10).
"(...) Em sua permanente insistência em desmitificar a 'aura' da obra de arte, do objeto artístico, em sua negação constante da presença da teoria no fundamento de sua criação, está a raiz de sua autenticidade. Quando ele diz: eu não faço escultura, faço objetos, não, não faço objetos, faço coisas, na verdade ele deseja preservar seu fazer desvestido do esnobismo da unicidade, convencionalmente aceita, em torno da arte contemporânea, mesmo que precária como o é atualmente com materiais efêmeros, instalações ou meios eletrônicos. Ou deseja resguardar o fazer lúdico que pratica desde menino como um território desvinculado de regras comportamentais, mantendo-o como atividade-lazer, compulsiva, prazerosa. Como suas instalações de quintal, com elementos de instalações elétricas urbanas, ou com as dezenas de formas-moldes irregulares que transfigura ao serem mergulhadas plenas de água sobre a terra. Criação/brinquedo, a arte para Benjamim é invenção que lhe devolve uma gratificante alegria e sentido para a vida" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org. ). A pedra. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 50).
"Trouxe do Jequitinhonha latas velhas, madeiras carcomidas, com restos de camadas de tintas e vernizes, pregos, rachaduras, a miséria colada no material, mas, também, esta beleza que a corrosão do tempo cria. Ao retrabalhar esse material, aproveitando o que sobrou neles da intervenção do homem, agregando incisões, um desenho, um corte ou recorte, Benjamim realiza a verdadeira 'arte povera' brasileira, assume nossa miséria, dá sua versão da 'estética da fome' de Glauber Rocha. Esse lixo recolhido em Jequitinhonha foi seu relato de viagem, dramático, poético, que os cariocas puderam ver no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1980, no qual recebeu o prêmio viagem ao exterior" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. A casa do fazer de Marcos Benjamim. In: AMARAL, Aracy (Org. ). Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 112).
Depoimentos
"Um artista não dá solução
ao mundo
ele apenas o olha.
Olha e olha.
O artista é o Voyeur do mundo".
— Marcos Coelho Benjamim (Benjamim, Marcos. Marcos Benjamim: Desenhos, Pinturas e Objetos. Sala Corpo de Exposições. São Paulo, 1 de abril de 1986).
Exposições Individuais
1976 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1982 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1983 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1985 – Marcos Coelho Benjamim: desenhos, pinturas e esculturas
1986 – Marcos Benjamim: pinturas e objetos
1986 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1987 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1988 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1990 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1990 – Benjamim: obras recentes
1991 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1996 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1998 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1999 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2000 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
2001 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2007 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
Exposições Coletivas
1974 – 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1975 – International Cartoon Exhibition
1975 – 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1975 – 7º Salão Nacional de Arte Contemporânea
1976 – Primeira Mão - IV Salão de Arte Jovem
1976 – 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1976 – 4º Salão Global de Inverno
1977 – 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1977 – Coleção Gilberto Chateaubriand
1977 – International Cartoon Exhibition
1977 – 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 – 2º Salão do Futebol
1979 – 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1979 – 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1980 – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 37º Salão Paranaense
1981 – 8º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1981 – Salão de Arte do Conselho de Cultura
1981 – Seis Artistas Jovens
1981 – Signo Plural
1981 – Saudade 40 Graus
1981 – 8º Salão Global de Inverno
1981 – 3ª Mostra do Desenho Brasileiro
1981 – 34º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco
1981 – 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 – 38º Salão Paranaense
1981 – 13º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 – Celso Renato, Eymard Brandão, Fátima Pena, Marcos Coelho Benjamim
1982 – Iluminações
1982 – 2º Salão do Futebol
1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1982 – 39º Salão Paranaense
1982 – 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1983 – A Casa do Fazer
1983 – Precariedade e Criação
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas
1983 – 15º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1984 – Coletiva na Galeria Espaço Alternativo
1984 – Cenário para a Crucificação do Branco
1984 – 10 Artistas Mineiros
1984 – 1º Salão de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado
1984 – 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1985 – Triennale der Zeichnung
1985 – Desenho em Minas
1985 – 8 ou 80
1985 – Velha Mania: desenho brasileiro
1985 – Brasil Desenho
1986 – 2º Salão de Artes da Aeronáutica
1986 – 4 Artistas Mineiros
1986 – 1ª Seleção Helena Rubinstein de Arte Jovem
1987 – Premiére Selection de L'Art Jeune Brésilien
1987 – 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto
1987 – Casa de Gravura Largo do Ó: desenhos e gravuras
1987 – Marcos Coelho Benjamim (Vitória, ES)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand
1987 – Esse Obscuro Objeto do Desejo (Belo Horizonte, MG – Itaú Cultural)
1987 – Trabalhando com o Suporte: pintura, recorte e objeto
1988 – Projeto Macunaíma
1988 – Sete Artistas Brasileiros
1989 – Mineiros na Bienal
1989 – 20ª Bienal Internacional de São Paulo
1990 – Objetos
1990 – Arca de Noé
1990 – 22º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1991 – BR/80: pintura Brasil década 80
1991 – 22º Panorama de Arte Atual Brasileira
1991 – 21ª Bienal Internacional de São Paulo
1991 – 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1992 – Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas
1992 – Contemporary Art from Brazil
1992 – Begegnung mit den Anderen
1992 – Ícones da Utopia
1992 – Mineiros em Kassel
1992 – Galeria de Arte UFF – 10 anos: exposição comemorativa
1992 – Brazilian Contemporary Art
1993 – Brazilian Contemporary Art
1993 – 4 x Minas
1993 – Diálogo del Siete Puntos
1993 – 2º Salão Paraense de Arte Contemporânea
1993 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand
1993 – Arte Erótica
1993 – Um Olhar sobre Joseph Beuys
1993 – 4ª Bienal Nacional de Santos
1994 – América
1994 – A Identidade Virtual
1994 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand
1994 – Bienal Brasil Século XX
1994 – 10ª Mostra do Desenho Brasileiro
1995 – 1ª Bienal de Johanesburgo
1995 – Rio: mistérios e fronteiras
1995 – Rio: mystères et frontières
1996 – Elms Lesters Painting Rooms
1996 – Cinco Artistas Mineiros
1996 – Arte e Espaço Urbano: quinze propostas
1996 – É um Menino: esses dias de Natal
1997 – Cinco Artistas Mineiros
1997 – Die Anderen Modernen
1997 – Experiências e Perspectivas: 12 visões contemporâneas
1997 – Imaginário Objetual
1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 – Arte Cidade III: a cidade e suas histórias
1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1997 – Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira
1998 – Obras em Destaque
1998 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1998 – A Diversidade do Risco
1998 – Emmanuel Nassar, Leda Catunda, Marcos Benjamim
1998 – Os Anos 80
1998 – O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ
1998 – Espelho da Bienal
1999 – De Brasil: alquimias y processos
1999 – Marcos Benjamim, Fernando Lucchesi, Marco Tulio Resende
2000 – Mercocidades: Artes Visuais
2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento
2000 – Marcos Coelho Benjamim, José Bento e Fernando Lucchesi
2000 – Bravas Gentes Brasileiras
2000 – Belo Horizonte-Leiria: um encontro de culturas
2000 – Coletiva na Galeria de Arte São Paulo
2000 – Ars Brasilis 2000
2000 – Cá Entre Nós
2000 – Brasilidades
2000 – Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem
2000 – Século 20: arte do Brasil
2000 – A Forma e os Sentidos: um olhar sobre Minas
2000 – Presente de Reis
2001 – Jeito Mineiro de Ser
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – Trajetória da Luz na Arte Brasileira
2001 – Erótica
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim
2002 – Ceará Redescobre o Brasil
2002 – Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini
2002 – Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte
2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002
2002 – Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói
2002 – A Imagem do Som do Rock Pop Brasil
2002 – Marília Razuk 10 Anos
2002 – Tesouros da Caixa: mostra do acervo artístico da Caixa
2003 – MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas
2003 – O Sal da Terra
2003 – 10 x Minas
2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa
2003 – 10 x minas
2003 – Desenho Anos 70
2003 – Projeto Brazilianart
2003 – Celso Renato, Claudia Renault, Manfredo Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim, Marco Tulio, Roberto Vieira
2003 – Via BR 040: longo trecho em aclive
2003 – Arte Brasileira no Acervo do MAP
2004 – As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002
2005 – 40/80: uma mostra de arte brasileira
2005 – Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira
2005 – Coletiva de Acervo 2005
2005 – Amalgames brésiliens: 18 Artistes contemporains du Brésil
2006 – Brazilian Art Show 2006
2006 – Mostra Ribeirão Preto 150 anos
2006 – Volpi e as Heranças Contemporâneas
2007 – Coletiva de Acervo
2007 – 80/90: modernos, pós-modernos, etc
2007 – Arte como Questão: anos 70
2007 – Clínica Geral
2007 – Heterodoxia – Séries
2007 – Neovanguardas
2008 – Projeto Gravura – Serigrafia
2008 – Cor e Forma
2008 – N Múltiplos
2010 – 2xMinasx2
2010 – Cor e Forma II
2010 – Bienal Universitária de Arte
2011 – Pátio das Esculturas
2011 – 2xMinasx2
2011 – Perfil
2011 – O Colecionador de Sonhos
2011 – Desejo de Salão – Salão Paranaense: uma retrospectiva
2012 – Zona Letal, Espaço Vital: Obras da Caixa Geral de Depósitos
2012 – 05+50 MARP 20 Anos
2013 – Acervo Aberto
2014 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Sobre o Que se Desenha
2016 – Arte e Política no Acervo do MAP
2017 – Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2018 – Movimento – mostra do acervo
2021 – Estado Bruto
2022 – Acervo Flutuante
Fonte: MARCOS Coelho Benjamim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 01 de maio de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi | UAI.COM
Uma exposição incorreta, sem sustentabilidade, experimental e cheia de poemas. Ou: pequena mostra despretensiosa, safada e divertida. É assim que Marcos Coelho Benjamim define 'Borracharia Duchamp', mostra que ele abre hoje, às 19h, na Galeria Murilo de Castro. “Reivindico o direito de estar sozinho, de fazer exposição com menos assessoria, sem curador, interferências, artifícios e sem ficar explicando demais as coisas. E com clima igual ao do meu ateliê. Que seja um momento de prazer e permita visão menos anfetamínica do trabalho de arte”, conta. O artista fez, literalmente, tudo, inclusive o autorretrato que está nesta página.
A mostra reúne trabalhos realizados nos últimos cinco anos. Estão na exposição dois livros de lona com reflexões sobre a arte; conjunto de fotos que o artista define como “arqueologia pop metafísica”; e objetos realizados com vários materiais (espuma, plástico, chumbo, ferro, couro etc.), inspirados em cartuns que realizou há décadas. Tudo, conta, traduzindo visão de mundo e falando de “temas banais e, por isso, eternos”: vida, morte, traição, alegria, mágoas, ódio, cobiça... “Depois de época de obras silenciosas, sem nenhum texto, voltei a gostar da palavra, do literário, de colocar títulos nas peças, de criar personagens”, conta.
“Sempre fiz de tudo e era patrulhado. Hoje, não dou mais atenção a isso. Como não vou me aposentar, faço o que quero. Continuo um clínico geral e mais radical, pois estou também escrevendo”, acrescenta Benjamim. O que, observa, tem deixado ele feliz e por vários motivos. Tal postura, explica, faz com que fique mais próximo de seu processo criativo e trabalho puxa trabalho, nem sempre com o mesmo material, do mesmo gênero ou criado com a mesma técnica. “Deixo fluírem distintas possibilidades. Sinto que essa profusão de caminhos é riqueza, complexidade. Gosto da multiplicidade e tenho certa habilidade para fazer várias coisas”, afirma.
Benjamim relativiza até a inclusão do que faz no campo da geometria, sem negar admiração por tal estética: “O problema da geometria é que o artista fica circulando dentro do quadrado. A geometria no meu trabalho é fortuita, ocasional, brinco com a matéria”, conta. “Faço geometria sem rumo, que flui sem controle, orgânica, e é a mesma natureza da flor, do cabelo que vai crescendo”, garante.
“Arte talvez não transcenda, mas cura”
Duchamp – A palavra no título da exposição remete ao francês Marcel Duchamp (1887-1967), que, nos anos 1910, levou objetos do cotidiano para as galerias, questionando ideias convencionais sobre o que é arte. E assim antecipou proposições da pop art e da arte conceitual. “É ironia. Vi tempos em que havia uma ditadura Duchamp e isso sempre me incomodou, foi pesado para mim”, observa Benjamim, lembrando-se de época em que a ênfase nas ideias do francês marginalizou quem não tinha afinidades com estética avessa a práticas artesanais. “Admiro a obra dele, mas não é o que gostaria de fazer. É obra de pensador, não de artista plástico. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas quem pega na massa sabe que não é. 'Acho o Grande' vidro pensado demais, mas gosto da 'Fonte e a Roda', pela atitude de levar o objeto cotidiano a outro patamar, o que também faço.”
Atos – “Nunca fiz obra para alguém que não seja eu mesmo. Todo ato de interferir, de reinventar o mundo, é ato pessoal. O que busco é a compreensão de mim mesmo. Mas é preciso ter coragem para se compreender, para admitir o quanto se é frágil, o que também é mágico. Quando penso no que realizei fico preocupado. Não com a obra si, mas me pergunto: onde me encaixo?”.
Pop-metafísico – “Sou ligado a alguma metafísica sim. Até os cartuns, do início da carreira, são assim. Não acho que seja algo religioso, embora sinta o fazer coisas como um ritual. Não acredito em Deus, mas acho que ele leva fé em mim. E gosto do pop, acho movimento aberto, que vem do popular, o que é minha cara. Tenho muitas obras que se referem ao utilitário, a temas banais, e que, por isso, são eternos.”
Arte – “Nunca penso em arte achando que vou melhorar o mundo, penso nela como solução para mim. Arte talvez não transcenda, mas cura. Considero uma espécie de autorrealização, caminho um pouco de alquimista tentando transformar merda em ouro, sofrimento em bem-estar. A energia que se gasta para fazer arte e para ser um bandido é a mesma, mas acho que fazer arte é melhor.”
O artista
Marcos Benjamim tem 62 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte. Começou fazendo cartuns e histórias em quadrinhos nos anos 1970. Ganhou projeção nacional com o movimento Desenho mineiro, que agrupou vários criadores em torno da linguagem gráfica. Aos poucos dedicou-se a trabalhos tridimensionais; primeiro objetos, depois grandes esculturas e instalações, apresentados no Brasil e no exterior. A produção da última década reúne trabalhos de parede que confrontam matéria e luminosidade. Trata-se de um dos mais importantes artistas brasileiros, com obras já apresentadas nos principais eventos de arte.
Fonte: Portal UAI, “Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi”, publicado por Walter Sebastião, em 28 de novembro de 2013.
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Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais | Difundir
Se tem um mineiro multifacetado é Marcos Coelho Benjamim, que expressa seus dons artísticos na escultura, a pintura, o cartum, o design gráfico, a ilustração e a cenografia.
E tudo isso de maneira singular, servindo de exemplo ao incorporar formas orgânicas e materiais reaproveitados, o que lhe confere um estilo único e amplamente reconhecido na arte contemporânea brasileira.
Ou seja, estamos falando de um artista de expressão marcante e inovadora, e neste artigo vamos explorar sua vida e obra em detalhes.
A consolidação de Marcos Coelho Benjamin
A produção artística de Marcos Coelho Benjamim é marcada pelo diálogo entre a materialidade e a memória.
Seus trabalhos, tanto quanto gravuras e esculturas, por exemplo, exploram a textura, o desgaste e o reaproveitamento de materiais cotidianos, como madeira, metal oxidado e pedras, transformando-os em obras que carregam um forte significado e exemplo.
Ao unir elementos geométricos e orgânicos, suas criações vão além da estética, convidando à reflexão sobre a importância da ressignificação de objetos descartados.
A partir de 1976, Benjamim aprofunda sua expressão artística com aquarelas que retratam figuras fantásticas, revelando uma proximidade com a obra de Marcello Grassmann.
Nessa fase, seu trabalho se caracteriza pelo uso de ritmos repetitivos, gestos gráficos marcantes e uma forte influência geométrica.
Em 1979, participou de uma caravana de artistas para o Vale do Jequitinhonha, promovida por Paulo Laender. Essa experiência o coloca em contato direto com artesãos locais e impulsiona sua dedicação à criação de objetos tridimensionais e instalações e assim inicia uma nova fase em sua carreira.
E Benjamim passa a testar diferentes materiais descartados em suas criações, como latas de óleo antigas, madeira de construções demolidas e metais oxidados.
Sua arte, que começou em um formato mais intimista, foi ganhando novas proporções, conquistando espaços maiores e sendo exposta em diversos ambientes.
A arte da reaproveitação ganhou expansão
Como mencionamos, Benjamim começou a expandir seu portfólio, iniciando sua atuação na cenografia e criando cenários para peças teatrais.
Outro marco foi o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde passou a criar estruturas de grande escala, utilizando chapas finas de zinco moldadas em formas geométricas fixadas sobre madeira.
E por falar em novidades, outros destaques em sua produção foram as peças em mosaico feitas com pedras retiradas de São Thomé das Letras. Algumas dessas obras são tingidas com pigmentos naturais, como o pó de xadrez azul ultramarino, conferindo ainda mais textura e profundidade às composições, ou seja, mais uma inovação singular mas clássica de Benjamim.
E assim com a alma de um verdadeiro artista, ele nos apresenta um trabalho rico, relevante e extraordinário, transformando o comum em algo fascinante aos nossos olhos.
Sua capacidade de transformar materiais descartados em arte reflete não apenas sua criatividade, mas também seu respeito à tradição artesanal.
Seu trabalho é um convite para enxergar beleza e história nos objetos mais simples, reforçando a ideia de que a arte é capaz de ressignificar elementos do cotidiano e conectá-los à experiência humana de forma profunda e autêntica.
Fonte: Difundir, “Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais”, publicado por TMJ Marketing para Ecommerce, em 15 de abril de 2025. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Crédito fotográfico: Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.
Marcos Coelho Benjamin | Arremate Arte
Marcos Coelho Benjamim nasceu em 1952 na cidade de Nanuque, interior de Minas Gerais, e firmou-se como um dos nomes centrais da arte contemporânea brasileira ao desenvolver uma linguagem visual profundamente conectada às raízes culturais do Brasil, especialmente à tradição popular mineira. Autodidata, iniciou sua trajetória artística ainda jovem, revelando talento para o desenho e a ilustração. Em 1969, transferiu-se para Belo Horizonte, onde começou a atuar como chargista e ilustrador em jornais locais, com incursões no universo das histórias em quadrinhos e do humor gráfico.
Sua carreira ganhou impulso decisivo no início dos anos 1970, quando foi apresentado, por intermédio de Manfredo de Souzanetto, a importantes figuras do cenário artístico e colecionadores como Lotus Lobo, Décio Noviello e Gilberto Chateaubriand — este último adquiriu cerca de sessenta de seus desenhos de humor, consolidando sua visibilidade. O reconhecimento nacional veio logo em seguida, com sua participação na 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973, e, no ano seguinte, com o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, obteve projeção internacional ao conquistar o grande prêmio na International Cartoon Exhibition, em Atenas, Grécia.
A partir de 1979, sua trajetória sofre uma inflexão importante. Motivado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, promovida pelo artista Paulo Laender, Benjamim aprofunda seu interesse por materiais e formas do fazer artesanal, incorporando à sua produção elementos e técnicas associadas à cultura popular regional. Passa então a trabalhar com objetos tridimensionais e instalações, utilizando materiais reaproveitados como latas de óleo, madeiras de demolição, metais oxidados e sucatas industriais, que organiza em estruturas geométricas, rítmicas e, por vezes, monumentais. Essa nova fase marca o amadurecimento de sua poética visual e o posiciona entre os artistas brasileiros que melhor dialogam com a materialidade do mundo contemporâneo sem perder de vista suas raízes simbólicas.
Em 1988, ampliou sua atuação artística ao criar a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, reafirmando sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens visuais. No ano seguinte, voltou à Bienal Internacional de São Paulo, agora em sua 20ª edição, apresentando obras de grande escala feitas com estrias de zinco sobre madeira — um marco na consolidação de sua estética escultórica.
Marcos Coelho Benjamim realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, e é constantemente reconhecido por sua habilidade em traduzir o cotidiano, o rústico e o simbólico em arte contemporânea de forte impacto visual e conceitual. Sua obra está representada em importantes coleções públicas e privadas, reafirmando sua relevância dentro do panorama da arte brasileira atual
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Marcos Coelho Benjamin | Itaú Cultural
Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista, cenógrafo. Expoente da arte contemporânea brasileira, a obra do artista se destaca pela exploração da forma orgânica, da massa e da matéria na composição de objetos e estruturas íntimas, ontológicas e universais.
Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa a desenhar quadrinhos de modo autodidata e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros.
Entre 1971 e 1972, por intermédio do pintor e escultor Manfredo de Souzanetto (1947), conhece os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand (1925-2022), que adquire alguns de seus desenhos. Em 1973, participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte, conquista o prêmio de viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte.
A partir de 1976, realiza aquarelas povoadas por figuras fantásticas, indicando afinidades com a obra de Marcello Grassmann (1925-2013). A repetição de ritmos e gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a produção de Benjamim. O artista se serve de materiais usados, com superfícies ásperas e gastas – como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados –, frequentemente enquadrados em caixas de madeira.
Em 1977 recebe o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, mostra realizada em Atenas, na Grécia. No mesmo ano, retorna à cidade natal, onde permanece por um ano. Nesse período cria para os filhos uma série de brinquedos feitos a partir de materiais reciclados e orgânicos. Em 1979, participa de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Na viagem, conhece diversos artesãos locais e passa a se dedicar à criação de objetos tridimensionais e instalações.
Em 1988, concebe a cenografia de Uatki e Mulheres, espetáculos apresentados pelo Grupo Corpo na capital mineira. No ano seguinte, recebe o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo e inicia a fase de produção de estruturas em grandes escalas. Essas obras são produzidas com estrias de zinco delgadas que compõem delicadas formas circulares, retangulares e trapezoidais fixadas sobre suportes de madeira.
O artista cria também peças em mosaico com pedras retiradas da região mineira de São Thomé das Letras, algumas delas coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras confere valor tátil à obra.
Para a historiadora da arte Aracy Amaral (1930), a obra de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, por assimilar a tradição do trabalho artesanal e reaproveitar materiais recicláveis na composição de seus trabalhos.
Críticas
"(...) o artista estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo. (...)
Escultura ou pintura, a força poética desses objetos de Marcos Benjamim que oscilam indecisos entre essas duas fronteiras se concentra no modo como ele faz a matéria despertar da sua letargia, no modo como ele a anima, fazendo-a, quer pela forma, quer pelo tratamento dado a sua superfície, que se refira ao corpo do espectador ao mesmo tempo em que renova seu imaginário" — Agnaldo Farias (FARIAS, Agnaldo. Marcos Coelho Benjamim. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Texto Agnaldo Farias; tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993. p. 10).
"(...) Em sua permanente insistência em desmitificar a 'aura' da obra de arte, do objeto artístico, em sua negação constante da presença da teoria no fundamento de sua criação, está a raiz de sua autenticidade. Quando ele diz: eu não faço escultura, faço objetos, não, não faço objetos, faço coisas, na verdade ele deseja preservar seu fazer desvestido do esnobismo da unicidade, convencionalmente aceita, em torno da arte contemporânea, mesmo que precária como o é atualmente com materiais efêmeros, instalações ou meios eletrônicos. Ou deseja resguardar o fazer lúdico que pratica desde menino como um território desvinculado de regras comportamentais, mantendo-o como atividade-lazer, compulsiva, prazerosa. Como suas instalações de quintal, com elementos de instalações elétricas urbanas, ou com as dezenas de formas-moldes irregulares que transfigura ao serem mergulhadas plenas de água sobre a terra. Criação/brinquedo, a arte para Benjamim é invenção que lhe devolve uma gratificante alegria e sentido para a vida" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org. ). A pedra. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 50).
"Trouxe do Jequitinhonha latas velhas, madeiras carcomidas, com restos de camadas de tintas e vernizes, pregos, rachaduras, a miséria colada no material, mas, também, esta beleza que a corrosão do tempo cria. Ao retrabalhar esse material, aproveitando o que sobrou neles da intervenção do homem, agregando incisões, um desenho, um corte ou recorte, Benjamim realiza a verdadeira 'arte povera' brasileira, assume nossa miséria, dá sua versão da 'estética da fome' de Glauber Rocha. Esse lixo recolhido em Jequitinhonha foi seu relato de viagem, dramático, poético, que os cariocas puderam ver no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1980, no qual recebeu o prêmio viagem ao exterior" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. A casa do fazer de Marcos Benjamim. In: AMARAL, Aracy (Org. ). Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 112).
Depoimentos
"Um artista não dá solução
ao mundo
ele apenas o olha.
Olha e olha.
O artista é o Voyeur do mundo".
— Marcos Coelho Benjamim (Benjamim, Marcos. Marcos Benjamim: Desenhos, Pinturas e Objetos. Sala Corpo de Exposições. São Paulo, 1 de abril de 1986).
Exposições Individuais
1976 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1982 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1983 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1985 – Marcos Coelho Benjamim: desenhos, pinturas e esculturas
1986 – Marcos Benjamim: pinturas e objetos
1986 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1987 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1988 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1990 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1990 – Benjamim: obras recentes
1991 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1996 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1998 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1999 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2000 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
2001 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2007 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
Exposições Coletivas
1974 – 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1975 – International Cartoon Exhibition
1975 – 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1975 – 7º Salão Nacional de Arte Contemporânea
1976 – Primeira Mão - IV Salão de Arte Jovem
1976 – 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1976 – 4º Salão Global de Inverno
1977 – 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1977 – Coleção Gilberto Chateaubriand
1977 – International Cartoon Exhibition
1977 – 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 – 2º Salão do Futebol
1979 – 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1979 – 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1980 – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 37º Salão Paranaense
1981 – 8º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1981 – Salão de Arte do Conselho de Cultura
1981 – Seis Artistas Jovens
1981 – Signo Plural
1981 – Saudade 40 Graus
1981 – 8º Salão Global de Inverno
1981 – 3ª Mostra do Desenho Brasileiro
1981 – 34º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco
1981 – 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 – 38º Salão Paranaense
1981 – 13º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 – Celso Renato, Eymard Brandão, Fátima Pena, Marcos Coelho Benjamim
1982 – Iluminações
1982 – 2º Salão do Futebol
1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1982 – 39º Salão Paranaense
1982 – 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1983 – A Casa do Fazer
1983 – Precariedade e Criação
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas
1983 – 15º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1984 – Coletiva na Galeria Espaço Alternativo
1984 – Cenário para a Crucificação do Branco
1984 – 10 Artistas Mineiros
1984 – 1º Salão de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado
1984 – 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1985 – Triennale der Zeichnung
1985 – Desenho em Minas
1985 – 8 ou 80
1985 – Velha Mania: desenho brasileiro
1985 – Brasil Desenho
1986 – 2º Salão de Artes da Aeronáutica
1986 – 4 Artistas Mineiros
1986 – 1ª Seleção Helena Rubinstein de Arte Jovem
1987 – Premiére Selection de L'Art Jeune Brésilien
1987 – 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto
1987 – Casa de Gravura Largo do Ó: desenhos e gravuras
1987 – Marcos Coelho Benjamim (Vitória, ES)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand
1987 – Esse Obscuro Objeto do Desejo (Belo Horizonte, MG – Itaú Cultural)
1987 – Trabalhando com o Suporte: pintura, recorte e objeto
1988 – Projeto Macunaíma
1988 – Sete Artistas Brasileiros
1989 – Mineiros na Bienal
1989 – 20ª Bienal Internacional de São Paulo
1990 – Objetos
1990 – Arca de Noé
1990 – 22º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1991 – BR/80: pintura Brasil década 80
1991 – 22º Panorama de Arte Atual Brasileira
1991 – 21ª Bienal Internacional de São Paulo
1991 – 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1992 – Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas
1992 – Contemporary Art from Brazil
1992 – Begegnung mit den Anderen
1992 – Ícones da Utopia
1992 – Mineiros em Kassel
1992 – Galeria de Arte UFF – 10 anos: exposição comemorativa
1992 – Brazilian Contemporary Art
1993 – Brazilian Contemporary Art
1993 – 4 x Minas
1993 – Diálogo del Siete Puntos
1993 – 2º Salão Paraense de Arte Contemporânea
1993 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand
1993 – Arte Erótica
1993 – Um Olhar sobre Joseph Beuys
1993 – 4ª Bienal Nacional de Santos
1994 – América
1994 – A Identidade Virtual
1994 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand
1994 – Bienal Brasil Século XX
1994 – 10ª Mostra do Desenho Brasileiro
1995 – 1ª Bienal de Johanesburgo
1995 – Rio: mistérios e fronteiras
1995 – Rio: mystères et frontières
1996 – Elms Lesters Painting Rooms
1996 – Cinco Artistas Mineiros
1996 – Arte e Espaço Urbano: quinze propostas
1996 – É um Menino: esses dias de Natal
1997 – Cinco Artistas Mineiros
1997 – Die Anderen Modernen
1997 – Experiências e Perspectivas: 12 visões contemporâneas
1997 – Imaginário Objetual
1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 – Arte Cidade III: a cidade e suas histórias
1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1997 – Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira
1998 – Obras em Destaque
1998 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1998 – A Diversidade do Risco
1998 – Emmanuel Nassar, Leda Catunda, Marcos Benjamim
1998 – Os Anos 80
1998 – O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ
1998 – Espelho da Bienal
1999 – De Brasil: alquimias y processos
1999 – Marcos Benjamim, Fernando Lucchesi, Marco Tulio Resende
2000 – Mercocidades: Artes Visuais
2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento
2000 – Marcos Coelho Benjamim, José Bento e Fernando Lucchesi
2000 – Bravas Gentes Brasileiras
2000 – Belo Horizonte-Leiria: um encontro de culturas
2000 – Coletiva na Galeria de Arte São Paulo
2000 – Ars Brasilis 2000
2000 – Cá Entre Nós
2000 – Brasilidades
2000 – Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem
2000 – Século 20: arte do Brasil
2000 – A Forma e os Sentidos: um olhar sobre Minas
2000 – Presente de Reis
2001 – Jeito Mineiro de Ser
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – Trajetória da Luz na Arte Brasileira
2001 – Erótica
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim
2002 – Ceará Redescobre o Brasil
2002 – Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini
2002 – Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte
2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002
2002 – Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói
2002 – A Imagem do Som do Rock Pop Brasil
2002 – Marília Razuk 10 Anos
2002 – Tesouros da Caixa: mostra do acervo artístico da Caixa
2003 – MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas
2003 – O Sal da Terra
2003 – 10 x Minas
2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa
2003 – 10 x minas
2003 – Desenho Anos 70
2003 – Projeto Brazilianart
2003 – Celso Renato, Claudia Renault, Manfredo Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim, Marco Tulio, Roberto Vieira
2003 – Via BR 040: longo trecho em aclive
2003 – Arte Brasileira no Acervo do MAP
2004 – As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002
2005 – 40/80: uma mostra de arte brasileira
2005 – Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira
2005 – Coletiva de Acervo 2005
2005 – Amalgames brésiliens: 18 Artistes contemporains du Brésil
2006 – Brazilian Art Show 2006
2006 – Mostra Ribeirão Preto 150 anos
2006 – Volpi e as Heranças Contemporâneas
2007 – Coletiva de Acervo
2007 – 80/90: modernos, pós-modernos, etc
2007 – Arte como Questão: anos 70
2007 – Clínica Geral
2007 – Heterodoxia – Séries
2007 – Neovanguardas
2008 – Projeto Gravura – Serigrafia
2008 – Cor e Forma
2008 – N Múltiplos
2010 – 2xMinasx2
2010 – Cor e Forma II
2010 – Bienal Universitária de Arte
2011 – Pátio das Esculturas
2011 – 2xMinasx2
2011 – Perfil
2011 – O Colecionador de Sonhos
2011 – Desejo de Salão – Salão Paranaense: uma retrospectiva
2012 – Zona Letal, Espaço Vital: Obras da Caixa Geral de Depósitos
2012 – 05+50 MARP 20 Anos
2013 – Acervo Aberto
2014 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Sobre o Que se Desenha
2016 – Arte e Política no Acervo do MAP
2017 – Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2018 – Movimento – mostra do acervo
2021 – Estado Bruto
2022 – Acervo Flutuante
Fonte: MARCOS Coelho Benjamim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 01 de maio de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi | UAI.COM
Uma exposição incorreta, sem sustentabilidade, experimental e cheia de poemas. Ou: pequena mostra despretensiosa, safada e divertida. É assim que Marcos Coelho Benjamim define 'Borracharia Duchamp', mostra que ele abre hoje, às 19h, na Galeria Murilo de Castro. “Reivindico o direito de estar sozinho, de fazer exposição com menos assessoria, sem curador, interferências, artifícios e sem ficar explicando demais as coisas. E com clima igual ao do meu ateliê. Que seja um momento de prazer e permita visão menos anfetamínica do trabalho de arte”, conta. O artista fez, literalmente, tudo, inclusive o autorretrato que está nesta página.
A mostra reúne trabalhos realizados nos últimos cinco anos. Estão na exposição dois livros de lona com reflexões sobre a arte; conjunto de fotos que o artista define como “arqueologia pop metafísica”; e objetos realizados com vários materiais (espuma, plástico, chumbo, ferro, couro etc.), inspirados em cartuns que realizou há décadas. Tudo, conta, traduzindo visão de mundo e falando de “temas banais e, por isso, eternos”: vida, morte, traição, alegria, mágoas, ódio, cobiça... “Depois de época de obras silenciosas, sem nenhum texto, voltei a gostar da palavra, do literário, de colocar títulos nas peças, de criar personagens”, conta.
“Sempre fiz de tudo e era patrulhado. Hoje, não dou mais atenção a isso. Como não vou me aposentar, faço o que quero. Continuo um clínico geral e mais radical, pois estou também escrevendo”, acrescenta Benjamim. O que, observa, tem deixado ele feliz e por vários motivos. Tal postura, explica, faz com que fique mais próximo de seu processo criativo e trabalho puxa trabalho, nem sempre com o mesmo material, do mesmo gênero ou criado com a mesma técnica. “Deixo fluírem distintas possibilidades. Sinto que essa profusão de caminhos é riqueza, complexidade. Gosto da multiplicidade e tenho certa habilidade para fazer várias coisas”, afirma.
Benjamim relativiza até a inclusão do que faz no campo da geometria, sem negar admiração por tal estética: “O problema da geometria é que o artista fica circulando dentro do quadrado. A geometria no meu trabalho é fortuita, ocasional, brinco com a matéria”, conta. “Faço geometria sem rumo, que flui sem controle, orgânica, e é a mesma natureza da flor, do cabelo que vai crescendo”, garante.
“Arte talvez não transcenda, mas cura”
Duchamp – A palavra no título da exposição remete ao francês Marcel Duchamp (1887-1967), que, nos anos 1910, levou objetos do cotidiano para as galerias, questionando ideias convencionais sobre o que é arte. E assim antecipou proposições da pop art e da arte conceitual. “É ironia. Vi tempos em que havia uma ditadura Duchamp e isso sempre me incomodou, foi pesado para mim”, observa Benjamim, lembrando-se de época em que a ênfase nas ideias do francês marginalizou quem não tinha afinidades com estética avessa a práticas artesanais. “Admiro a obra dele, mas não é o que gostaria de fazer. É obra de pensador, não de artista plástico. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas quem pega na massa sabe que não é. 'Acho o Grande' vidro pensado demais, mas gosto da 'Fonte e a Roda', pela atitude de levar o objeto cotidiano a outro patamar, o que também faço.”
Atos – “Nunca fiz obra para alguém que não seja eu mesmo. Todo ato de interferir, de reinventar o mundo, é ato pessoal. O que busco é a compreensão de mim mesmo. Mas é preciso ter coragem para se compreender, para admitir o quanto se é frágil, o que também é mágico. Quando penso no que realizei fico preocupado. Não com a obra si, mas me pergunto: onde me encaixo?”.
Pop-metafísico – “Sou ligado a alguma metafísica sim. Até os cartuns, do início da carreira, são assim. Não acho que seja algo religioso, embora sinta o fazer coisas como um ritual. Não acredito em Deus, mas acho que ele leva fé em mim. E gosto do pop, acho movimento aberto, que vem do popular, o que é minha cara. Tenho muitas obras que se referem ao utilitário, a temas banais, e que, por isso, são eternos.”
Arte – “Nunca penso em arte achando que vou melhorar o mundo, penso nela como solução para mim. Arte talvez não transcenda, mas cura. Considero uma espécie de autorrealização, caminho um pouco de alquimista tentando transformar merda em ouro, sofrimento em bem-estar. A energia que se gasta para fazer arte e para ser um bandido é a mesma, mas acho que fazer arte é melhor.”
O artista
Marcos Benjamim tem 62 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte. Começou fazendo cartuns e histórias em quadrinhos nos anos 1970. Ganhou projeção nacional com o movimento Desenho mineiro, que agrupou vários criadores em torno da linguagem gráfica. Aos poucos dedicou-se a trabalhos tridimensionais; primeiro objetos, depois grandes esculturas e instalações, apresentados no Brasil e no exterior. A produção da última década reúne trabalhos de parede que confrontam matéria e luminosidade. Trata-se de um dos mais importantes artistas brasileiros, com obras já apresentadas nos principais eventos de arte.
Fonte: Portal UAI, “Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi”, publicado por Walter Sebastião, em 28 de novembro de 2013.
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Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais | Difundir
Se tem um mineiro multifacetado é Marcos Coelho Benjamim, que expressa seus dons artísticos na escultura, a pintura, o cartum, o design gráfico, a ilustração e a cenografia.
E tudo isso de maneira singular, servindo de exemplo ao incorporar formas orgânicas e materiais reaproveitados, o que lhe confere um estilo único e amplamente reconhecido na arte contemporânea brasileira.
Ou seja, estamos falando de um artista de expressão marcante e inovadora, e neste artigo vamos explorar sua vida e obra em detalhes.
A consolidação de Marcos Coelho Benjamin
A produção artística de Marcos Coelho Benjamim é marcada pelo diálogo entre a materialidade e a memória.
Seus trabalhos, tanto quanto gravuras e esculturas, por exemplo, exploram a textura, o desgaste e o reaproveitamento de materiais cotidianos, como madeira, metal oxidado e pedras, transformando-os em obras que carregam um forte significado e exemplo.
Ao unir elementos geométricos e orgânicos, suas criações vão além da estética, convidando à reflexão sobre a importância da ressignificação de objetos descartados.
A partir de 1976, Benjamim aprofunda sua expressão artística com aquarelas que retratam figuras fantásticas, revelando uma proximidade com a obra de Marcello Grassmann.
Nessa fase, seu trabalho se caracteriza pelo uso de ritmos repetitivos, gestos gráficos marcantes e uma forte influência geométrica.
Em 1979, participou de uma caravana de artistas para o Vale do Jequitinhonha, promovida por Paulo Laender. Essa experiência o coloca em contato direto com artesãos locais e impulsiona sua dedicação à criação de objetos tridimensionais e instalações e assim inicia uma nova fase em sua carreira.
E Benjamim passa a testar diferentes materiais descartados em suas criações, como latas de óleo antigas, madeira de construções demolidas e metais oxidados.
Sua arte, que começou em um formato mais intimista, foi ganhando novas proporções, conquistando espaços maiores e sendo exposta em diversos ambientes.
A arte da reaproveitação ganhou expansão
Como mencionamos, Benjamim começou a expandir seu portfólio, iniciando sua atuação na cenografia e criando cenários para peças teatrais.
Outro marco foi o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde passou a criar estruturas de grande escala, utilizando chapas finas de zinco moldadas em formas geométricas fixadas sobre madeira.
E por falar em novidades, outros destaques em sua produção foram as peças em mosaico feitas com pedras retiradas de São Thomé das Letras. Algumas dessas obras são tingidas com pigmentos naturais, como o pó de xadrez azul ultramarino, conferindo ainda mais textura e profundidade às composições, ou seja, mais uma inovação singular mas clássica de Benjamim.
E assim com a alma de um verdadeiro artista, ele nos apresenta um trabalho rico, relevante e extraordinário, transformando o comum em algo fascinante aos nossos olhos.
Sua capacidade de transformar materiais descartados em arte reflete não apenas sua criatividade, mas também seu respeito à tradição artesanal.
Seu trabalho é um convite para enxergar beleza e história nos objetos mais simples, reforçando a ideia de que a arte é capaz de ressignificar elementos do cotidiano e conectá-los à experiência humana de forma profunda e autêntica.
Fonte: Difundir, “Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais”, publicado por TMJ Marketing para Ecommerce, em 15 de abril de 2025. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Crédito fotográfico: Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.
Marcos Coelho Benjamin | Arremate Arte
Marcos Coelho Benjamim nasceu em 1952 na cidade de Nanuque, interior de Minas Gerais, e firmou-se como um dos nomes centrais da arte contemporânea brasileira ao desenvolver uma linguagem visual profundamente conectada às raízes culturais do Brasil, especialmente à tradição popular mineira. Autodidata, iniciou sua trajetória artística ainda jovem, revelando talento para o desenho e a ilustração. Em 1969, transferiu-se para Belo Horizonte, onde começou a atuar como chargista e ilustrador em jornais locais, com incursões no universo das histórias em quadrinhos e do humor gráfico.
Sua carreira ganhou impulso decisivo no início dos anos 1970, quando foi apresentado, por intermédio de Manfredo de Souzanetto, a importantes figuras do cenário artístico e colecionadores como Lotus Lobo, Décio Noviello e Gilberto Chateaubriand — este último adquiriu cerca de sessenta de seus desenhos de humor, consolidando sua visibilidade. O reconhecimento nacional veio logo em seguida, com sua participação na 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973, e, no ano seguinte, com o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, obteve projeção internacional ao conquistar o grande prêmio na International Cartoon Exhibition, em Atenas, Grécia.
A partir de 1979, sua trajetória sofre uma inflexão importante. Motivado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, promovida pelo artista Paulo Laender, Benjamim aprofunda seu interesse por materiais e formas do fazer artesanal, incorporando à sua produção elementos e técnicas associadas à cultura popular regional. Passa então a trabalhar com objetos tridimensionais e instalações, utilizando materiais reaproveitados como latas de óleo, madeiras de demolição, metais oxidados e sucatas industriais, que organiza em estruturas geométricas, rítmicas e, por vezes, monumentais. Essa nova fase marca o amadurecimento de sua poética visual e o posiciona entre os artistas brasileiros que melhor dialogam com a materialidade do mundo contemporâneo sem perder de vista suas raízes simbólicas.
Em 1988, ampliou sua atuação artística ao criar a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, reafirmando sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens visuais. No ano seguinte, voltou à Bienal Internacional de São Paulo, agora em sua 20ª edição, apresentando obras de grande escala feitas com estrias de zinco sobre madeira — um marco na consolidação de sua estética escultórica.
Marcos Coelho Benjamim realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, e é constantemente reconhecido por sua habilidade em traduzir o cotidiano, o rústico e o simbólico em arte contemporânea de forte impacto visual e conceitual. Sua obra está representada em importantes coleções públicas e privadas, reafirmando sua relevância dentro do panorama da arte brasileira atual
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Marcos Coelho Benjamin | Itaú Cultural
Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista, cenógrafo. Expoente da arte contemporânea brasileira, a obra do artista se destaca pela exploração da forma orgânica, da massa e da matéria na composição de objetos e estruturas íntimas, ontológicas e universais.
Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa a desenhar quadrinhos de modo autodidata e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros.
Entre 1971 e 1972, por intermédio do pintor e escultor Manfredo de Souzanetto (1947), conhece os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand (1925-2022), que adquire alguns de seus desenhos. Em 1973, participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte, conquista o prêmio de viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte.
A partir de 1976, realiza aquarelas povoadas por figuras fantásticas, indicando afinidades com a obra de Marcello Grassmann (1925-2013). A repetição de ritmos e gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a produção de Benjamim. O artista se serve de materiais usados, com superfícies ásperas e gastas – como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados –, frequentemente enquadrados em caixas de madeira.
Em 1977 recebe o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, mostra realizada em Atenas, na Grécia. No mesmo ano, retorna à cidade natal, onde permanece por um ano. Nesse período cria para os filhos uma série de brinquedos feitos a partir de materiais reciclados e orgânicos. Em 1979, participa de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Na viagem, conhece diversos artesãos locais e passa a se dedicar à criação de objetos tridimensionais e instalações.
Em 1988, concebe a cenografia de Uatki e Mulheres, espetáculos apresentados pelo Grupo Corpo na capital mineira. No ano seguinte, recebe o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo e inicia a fase de produção de estruturas em grandes escalas. Essas obras são produzidas com estrias de zinco delgadas que compõem delicadas formas circulares, retangulares e trapezoidais fixadas sobre suportes de madeira.
O artista cria também peças em mosaico com pedras retiradas da região mineira de São Thomé das Letras, algumas delas coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras confere valor tátil à obra.
Para a historiadora da arte Aracy Amaral (1930), a obra de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, por assimilar a tradição do trabalho artesanal e reaproveitar materiais recicláveis na composição de seus trabalhos.
Críticas
"(...) o artista estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo. (...)
Escultura ou pintura, a força poética desses objetos de Marcos Benjamim que oscilam indecisos entre essas duas fronteiras se concentra no modo como ele faz a matéria despertar da sua letargia, no modo como ele a anima, fazendo-a, quer pela forma, quer pelo tratamento dado a sua superfície, que se refira ao corpo do espectador ao mesmo tempo em que renova seu imaginário" — Agnaldo Farias (FARIAS, Agnaldo. Marcos Coelho Benjamim. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Texto Agnaldo Farias; tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993. p. 10).
"(...) Em sua permanente insistência em desmitificar a 'aura' da obra de arte, do objeto artístico, em sua negação constante da presença da teoria no fundamento de sua criação, está a raiz de sua autenticidade. Quando ele diz: eu não faço escultura, faço objetos, não, não faço objetos, faço coisas, na verdade ele deseja preservar seu fazer desvestido do esnobismo da unicidade, convencionalmente aceita, em torno da arte contemporânea, mesmo que precária como o é atualmente com materiais efêmeros, instalações ou meios eletrônicos. Ou deseja resguardar o fazer lúdico que pratica desde menino como um território desvinculado de regras comportamentais, mantendo-o como atividade-lazer, compulsiva, prazerosa. Como suas instalações de quintal, com elementos de instalações elétricas urbanas, ou com as dezenas de formas-moldes irregulares que transfigura ao serem mergulhadas plenas de água sobre a terra. Criação/brinquedo, a arte para Benjamim é invenção que lhe devolve uma gratificante alegria e sentido para a vida" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org. ). A pedra. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 50).
"Trouxe do Jequitinhonha latas velhas, madeiras carcomidas, com restos de camadas de tintas e vernizes, pregos, rachaduras, a miséria colada no material, mas, também, esta beleza que a corrosão do tempo cria. Ao retrabalhar esse material, aproveitando o que sobrou neles da intervenção do homem, agregando incisões, um desenho, um corte ou recorte, Benjamim realiza a verdadeira 'arte povera' brasileira, assume nossa miséria, dá sua versão da 'estética da fome' de Glauber Rocha. Esse lixo recolhido em Jequitinhonha foi seu relato de viagem, dramático, poético, que os cariocas puderam ver no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1980, no qual recebeu o prêmio viagem ao exterior" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. A casa do fazer de Marcos Benjamim. In: AMARAL, Aracy (Org. ). Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 112).
Depoimentos
"Um artista não dá solução
ao mundo
ele apenas o olha.
Olha e olha.
O artista é o Voyeur do mundo".
— Marcos Coelho Benjamim (Benjamim, Marcos. Marcos Benjamim: Desenhos, Pinturas e Objetos. Sala Corpo de Exposições. São Paulo, 1 de abril de 1986).
Exposições Individuais
1976 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1982 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1983 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1985 – Marcos Coelho Benjamim: desenhos, pinturas e esculturas
1986 – Marcos Benjamim: pinturas e objetos
1986 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1987 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1988 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1990 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1990 – Benjamim: obras recentes
1991 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1996 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1998 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1999 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2000 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
2001 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2007 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
Exposições Coletivas
1974 – 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1975 – International Cartoon Exhibition
1975 – 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1975 – 7º Salão Nacional de Arte Contemporânea
1976 – Primeira Mão - IV Salão de Arte Jovem
1976 – 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1976 – 4º Salão Global de Inverno
1977 – 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1977 – Coleção Gilberto Chateaubriand
1977 – International Cartoon Exhibition
1977 – 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 – 2º Salão do Futebol
1979 – 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1979 – 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1980 – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 37º Salão Paranaense
1981 – 8º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1981 – Salão de Arte do Conselho de Cultura
1981 – Seis Artistas Jovens
1981 – Signo Plural
1981 – Saudade 40 Graus
1981 – 8º Salão Global de Inverno
1981 – 3ª Mostra do Desenho Brasileiro
1981 – 34º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco
1981 – 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 – 38º Salão Paranaense
1981 – 13º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 – Celso Renato, Eymard Brandão, Fátima Pena, Marcos Coelho Benjamim
1982 – Iluminações
1982 – 2º Salão do Futebol
1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1982 – 39º Salão Paranaense
1982 – 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1983 – A Casa do Fazer
1983 – Precariedade e Criação
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas
1983 – 15º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1984 – Coletiva na Galeria Espaço Alternativo
1984 – Cenário para a Crucificação do Branco
1984 – 10 Artistas Mineiros
1984 – 1º Salão de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado
1984 – 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1985 – Triennale der Zeichnung
1985 – Desenho em Minas
1985 – 8 ou 80
1985 – Velha Mania: desenho brasileiro
1985 – Brasil Desenho
1986 – 2º Salão de Artes da Aeronáutica
1986 – 4 Artistas Mineiros
1986 – 1ª Seleção Helena Rubinstein de Arte Jovem
1987 – Premiére Selection de L'Art Jeune Brésilien
1987 – 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto
1987 – Casa de Gravura Largo do Ó: desenhos e gravuras
1987 – Marcos Coelho Benjamim (Vitória, ES)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand
1987 – Esse Obscuro Objeto do Desejo (Belo Horizonte, MG – Itaú Cultural)
1987 – Trabalhando com o Suporte: pintura, recorte e objeto
1988 – Projeto Macunaíma
1988 – Sete Artistas Brasileiros
1989 – Mineiros na Bienal
1989 – 20ª Bienal Internacional de São Paulo
1990 – Objetos
1990 – Arca de Noé
1990 – 22º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1991 – BR/80: pintura Brasil década 80
1991 – 22º Panorama de Arte Atual Brasileira
1991 – 21ª Bienal Internacional de São Paulo
1991 – 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1992 – Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas
1992 – Contemporary Art from Brazil
1992 – Begegnung mit den Anderen
1992 – Ícones da Utopia
1992 – Mineiros em Kassel
1992 – Galeria de Arte UFF – 10 anos: exposição comemorativa
1992 – Brazilian Contemporary Art
1993 – Brazilian Contemporary Art
1993 – 4 x Minas
1993 – Diálogo del Siete Puntos
1993 – 2º Salão Paraense de Arte Contemporânea
1993 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand
1993 – Arte Erótica
1993 – Um Olhar sobre Joseph Beuys
1993 – 4ª Bienal Nacional de Santos
1994 – América
1994 – A Identidade Virtual
1994 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand
1994 – Bienal Brasil Século XX
1994 – 10ª Mostra do Desenho Brasileiro
1995 – 1ª Bienal de Johanesburgo
1995 – Rio: mistérios e fronteiras
1995 – Rio: mystères et frontières
1996 – Elms Lesters Painting Rooms
1996 – Cinco Artistas Mineiros
1996 – Arte e Espaço Urbano: quinze propostas
1996 – É um Menino: esses dias de Natal
1997 – Cinco Artistas Mineiros
1997 – Die Anderen Modernen
1997 – Experiências e Perspectivas: 12 visões contemporâneas
1997 – Imaginário Objetual
1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 – Arte Cidade III: a cidade e suas histórias
1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1997 – Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira
1998 – Obras em Destaque
1998 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1998 – A Diversidade do Risco
1998 – Emmanuel Nassar, Leda Catunda, Marcos Benjamim
1998 – Os Anos 80
1998 – O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ
1998 – Espelho da Bienal
1999 – De Brasil: alquimias y processos
1999 – Marcos Benjamim, Fernando Lucchesi, Marco Tulio Resende
2000 – Mercocidades: Artes Visuais
2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento
2000 – Marcos Coelho Benjamim, José Bento e Fernando Lucchesi
2000 – Bravas Gentes Brasileiras
2000 – Belo Horizonte-Leiria: um encontro de culturas
2000 – Coletiva na Galeria de Arte São Paulo
2000 – Ars Brasilis 2000
2000 – Cá Entre Nós
2000 – Brasilidades
2000 – Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem
2000 – Século 20: arte do Brasil
2000 – A Forma e os Sentidos: um olhar sobre Minas
2000 – Presente de Reis
2001 – Jeito Mineiro de Ser
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – Trajetória da Luz na Arte Brasileira
2001 – Erótica
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim
2002 – Ceará Redescobre o Brasil
2002 – Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini
2002 – Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte
2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002
2002 – Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói
2002 – A Imagem do Som do Rock Pop Brasil
2002 – Marília Razuk 10 Anos
2002 – Tesouros da Caixa: mostra do acervo artístico da Caixa
2003 – MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas
2003 – O Sal da Terra
2003 – 10 x Minas
2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa
2003 – 10 x minas
2003 – Desenho Anos 70
2003 – Projeto Brazilianart
2003 – Celso Renato, Claudia Renault, Manfredo Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim, Marco Tulio, Roberto Vieira
2003 – Via BR 040: longo trecho em aclive
2003 – Arte Brasileira no Acervo do MAP
2004 – As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002
2005 – 40/80: uma mostra de arte brasileira
2005 – Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira
2005 – Coletiva de Acervo 2005
2005 – Amalgames brésiliens: 18 Artistes contemporains du Brésil
2006 – Brazilian Art Show 2006
2006 – Mostra Ribeirão Preto 150 anos
2006 – Volpi e as Heranças Contemporâneas
2007 – Coletiva de Acervo
2007 – 80/90: modernos, pós-modernos, etc
2007 – Arte como Questão: anos 70
2007 – Clínica Geral
2007 – Heterodoxia – Séries
2007 – Neovanguardas
2008 – Projeto Gravura – Serigrafia
2008 – Cor e Forma
2008 – N Múltiplos
2010 – 2xMinasx2
2010 – Cor e Forma II
2010 – Bienal Universitária de Arte
2011 – Pátio das Esculturas
2011 – 2xMinasx2
2011 – Perfil
2011 – O Colecionador de Sonhos
2011 – Desejo de Salão – Salão Paranaense: uma retrospectiva
2012 – Zona Letal, Espaço Vital: Obras da Caixa Geral de Depósitos
2012 – 05+50 MARP 20 Anos
2013 – Acervo Aberto
2014 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Sobre o Que se Desenha
2016 – Arte e Política no Acervo do MAP
2017 – Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2018 – Movimento – mostra do acervo
2021 – Estado Bruto
2022 – Acervo Flutuante
Fonte: MARCOS Coelho Benjamim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 01 de maio de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi | UAI.COM
Uma exposição incorreta, sem sustentabilidade, experimental e cheia de poemas. Ou: pequena mostra despretensiosa, safada e divertida. É assim que Marcos Coelho Benjamim define 'Borracharia Duchamp', mostra que ele abre hoje, às 19h, na Galeria Murilo de Castro. “Reivindico o direito de estar sozinho, de fazer exposição com menos assessoria, sem curador, interferências, artifícios e sem ficar explicando demais as coisas. E com clima igual ao do meu ateliê. Que seja um momento de prazer e permita visão menos anfetamínica do trabalho de arte”, conta. O artista fez, literalmente, tudo, inclusive o autorretrato que está nesta página.
A mostra reúne trabalhos realizados nos últimos cinco anos. Estão na exposição dois livros de lona com reflexões sobre a arte; conjunto de fotos que o artista define como “arqueologia pop metafísica”; e objetos realizados com vários materiais (espuma, plástico, chumbo, ferro, couro etc.), inspirados em cartuns que realizou há décadas. Tudo, conta, traduzindo visão de mundo e falando de “temas banais e, por isso, eternos”: vida, morte, traição, alegria, mágoas, ódio, cobiça... “Depois de época de obras silenciosas, sem nenhum texto, voltei a gostar da palavra, do literário, de colocar títulos nas peças, de criar personagens”, conta.
“Sempre fiz de tudo e era patrulhado. Hoje, não dou mais atenção a isso. Como não vou me aposentar, faço o que quero. Continuo um clínico geral e mais radical, pois estou também escrevendo”, acrescenta Benjamim. O que, observa, tem deixado ele feliz e por vários motivos. Tal postura, explica, faz com que fique mais próximo de seu processo criativo e trabalho puxa trabalho, nem sempre com o mesmo material, do mesmo gênero ou criado com a mesma técnica. “Deixo fluírem distintas possibilidades. Sinto que essa profusão de caminhos é riqueza, complexidade. Gosto da multiplicidade e tenho certa habilidade para fazer várias coisas”, afirma.
Benjamim relativiza até a inclusão do que faz no campo da geometria, sem negar admiração por tal estética: “O problema da geometria é que o artista fica circulando dentro do quadrado. A geometria no meu trabalho é fortuita, ocasional, brinco com a matéria”, conta. “Faço geometria sem rumo, que flui sem controle, orgânica, e é a mesma natureza da flor, do cabelo que vai crescendo”, garante.
“Arte talvez não transcenda, mas cura”
Duchamp – A palavra no título da exposição remete ao francês Marcel Duchamp (1887-1967), que, nos anos 1910, levou objetos do cotidiano para as galerias, questionando ideias convencionais sobre o que é arte. E assim antecipou proposições da pop art e da arte conceitual. “É ironia. Vi tempos em que havia uma ditadura Duchamp e isso sempre me incomodou, foi pesado para mim”, observa Benjamim, lembrando-se de época em que a ênfase nas ideias do francês marginalizou quem não tinha afinidades com estética avessa a práticas artesanais. “Admiro a obra dele, mas não é o que gostaria de fazer. É obra de pensador, não de artista plástico. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas quem pega na massa sabe que não é. 'Acho o Grande' vidro pensado demais, mas gosto da 'Fonte e a Roda', pela atitude de levar o objeto cotidiano a outro patamar, o que também faço.”
Atos – “Nunca fiz obra para alguém que não seja eu mesmo. Todo ato de interferir, de reinventar o mundo, é ato pessoal. O que busco é a compreensão de mim mesmo. Mas é preciso ter coragem para se compreender, para admitir o quanto se é frágil, o que também é mágico. Quando penso no que realizei fico preocupado. Não com a obra si, mas me pergunto: onde me encaixo?”.
Pop-metafísico – “Sou ligado a alguma metafísica sim. Até os cartuns, do início da carreira, são assim. Não acho que seja algo religioso, embora sinta o fazer coisas como um ritual. Não acredito em Deus, mas acho que ele leva fé em mim. E gosto do pop, acho movimento aberto, que vem do popular, o que é minha cara. Tenho muitas obras que se referem ao utilitário, a temas banais, e que, por isso, são eternos.”
Arte – “Nunca penso em arte achando que vou melhorar o mundo, penso nela como solução para mim. Arte talvez não transcenda, mas cura. Considero uma espécie de autorrealização, caminho um pouco de alquimista tentando transformar merda em ouro, sofrimento em bem-estar. A energia que se gasta para fazer arte e para ser um bandido é a mesma, mas acho que fazer arte é melhor.”
O artista
Marcos Benjamim tem 62 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte. Começou fazendo cartuns e histórias em quadrinhos nos anos 1970. Ganhou projeção nacional com o movimento Desenho mineiro, que agrupou vários criadores em torno da linguagem gráfica. Aos poucos dedicou-se a trabalhos tridimensionais; primeiro objetos, depois grandes esculturas e instalações, apresentados no Brasil e no exterior. A produção da última década reúne trabalhos de parede que confrontam matéria e luminosidade. Trata-se de um dos mais importantes artistas brasileiros, com obras já apresentadas nos principais eventos de arte.
Fonte: Portal UAI, “Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi”, publicado por Walter Sebastião, em 28 de novembro de 2013.
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Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais | Difundir
Se tem um mineiro multifacetado é Marcos Coelho Benjamim, que expressa seus dons artísticos na escultura, a pintura, o cartum, o design gráfico, a ilustração e a cenografia.
E tudo isso de maneira singular, servindo de exemplo ao incorporar formas orgânicas e materiais reaproveitados, o que lhe confere um estilo único e amplamente reconhecido na arte contemporânea brasileira.
Ou seja, estamos falando de um artista de expressão marcante e inovadora, e neste artigo vamos explorar sua vida e obra em detalhes.
A consolidação de Marcos Coelho Benjamin
A produção artística de Marcos Coelho Benjamim é marcada pelo diálogo entre a materialidade e a memória.
Seus trabalhos, tanto quanto gravuras e esculturas, por exemplo, exploram a textura, o desgaste e o reaproveitamento de materiais cotidianos, como madeira, metal oxidado e pedras, transformando-os em obras que carregam um forte significado e exemplo.
Ao unir elementos geométricos e orgânicos, suas criações vão além da estética, convidando à reflexão sobre a importância da ressignificação de objetos descartados.
A partir de 1976, Benjamim aprofunda sua expressão artística com aquarelas que retratam figuras fantásticas, revelando uma proximidade com a obra de Marcello Grassmann.
Nessa fase, seu trabalho se caracteriza pelo uso de ritmos repetitivos, gestos gráficos marcantes e uma forte influência geométrica.
Em 1979, participou de uma caravana de artistas para o Vale do Jequitinhonha, promovida por Paulo Laender. Essa experiência o coloca em contato direto com artesãos locais e impulsiona sua dedicação à criação de objetos tridimensionais e instalações e assim inicia uma nova fase em sua carreira.
E Benjamim passa a testar diferentes materiais descartados em suas criações, como latas de óleo antigas, madeira de construções demolidas e metais oxidados.
Sua arte, que começou em um formato mais intimista, foi ganhando novas proporções, conquistando espaços maiores e sendo exposta em diversos ambientes.
A arte da reaproveitação ganhou expansão
Como mencionamos, Benjamim começou a expandir seu portfólio, iniciando sua atuação na cenografia e criando cenários para peças teatrais.
Outro marco foi o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde passou a criar estruturas de grande escala, utilizando chapas finas de zinco moldadas em formas geométricas fixadas sobre madeira.
E por falar em novidades, outros destaques em sua produção foram as peças em mosaico feitas com pedras retiradas de São Thomé das Letras. Algumas dessas obras são tingidas com pigmentos naturais, como o pó de xadrez azul ultramarino, conferindo ainda mais textura e profundidade às composições, ou seja, mais uma inovação singular mas clássica de Benjamim.
E assim com a alma de um verdadeiro artista, ele nos apresenta um trabalho rico, relevante e extraordinário, transformando o comum em algo fascinante aos nossos olhos.
Sua capacidade de transformar materiais descartados em arte reflete não apenas sua criatividade, mas também seu respeito à tradição artesanal.
Seu trabalho é um convite para enxergar beleza e história nos objetos mais simples, reforçando a ideia de que a arte é capaz de ressignificar elementos do cotidiano e conectá-los à experiência humana de forma profunda e autêntica.
Fonte: Difundir, “Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais”, publicado por TMJ Marketing para Ecommerce, em 15 de abril de 2025. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Crédito fotográfico: Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.
Marcos Coelho Benjamin | Arremate Arte
Marcos Coelho Benjamim nasceu em 1952 na cidade de Nanuque, interior de Minas Gerais, e firmou-se como um dos nomes centrais da arte contemporânea brasileira ao desenvolver uma linguagem visual profundamente conectada às raízes culturais do Brasil, especialmente à tradição popular mineira. Autodidata, iniciou sua trajetória artística ainda jovem, revelando talento para o desenho e a ilustração. Em 1969, transferiu-se para Belo Horizonte, onde começou a atuar como chargista e ilustrador em jornais locais, com incursões no universo das histórias em quadrinhos e do humor gráfico.
Sua carreira ganhou impulso decisivo no início dos anos 1970, quando foi apresentado, por intermédio de Manfredo de Souzanetto, a importantes figuras do cenário artístico e colecionadores como Lotus Lobo, Décio Noviello e Gilberto Chateaubriand — este último adquiriu cerca de sessenta de seus desenhos de humor, consolidando sua visibilidade. O reconhecimento nacional veio logo em seguida, com sua participação na 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973, e, no ano seguinte, com o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, obteve projeção internacional ao conquistar o grande prêmio na International Cartoon Exhibition, em Atenas, Grécia.
A partir de 1979, sua trajetória sofre uma inflexão importante. Motivado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, promovida pelo artista Paulo Laender, Benjamim aprofunda seu interesse por materiais e formas do fazer artesanal, incorporando à sua produção elementos e técnicas associadas à cultura popular regional. Passa então a trabalhar com objetos tridimensionais e instalações, utilizando materiais reaproveitados como latas de óleo, madeiras de demolição, metais oxidados e sucatas industriais, que organiza em estruturas geométricas, rítmicas e, por vezes, monumentais. Essa nova fase marca o amadurecimento de sua poética visual e o posiciona entre os artistas brasileiros que melhor dialogam com a materialidade do mundo contemporâneo sem perder de vista suas raízes simbólicas.
Em 1988, ampliou sua atuação artística ao criar a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, reafirmando sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens visuais. No ano seguinte, voltou à Bienal Internacional de São Paulo, agora em sua 20ª edição, apresentando obras de grande escala feitas com estrias de zinco sobre madeira — um marco na consolidação de sua estética escultórica.
Marcos Coelho Benjamim realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, e é constantemente reconhecido por sua habilidade em traduzir o cotidiano, o rústico e o simbólico em arte contemporânea de forte impacto visual e conceitual. Sua obra está representada em importantes coleções públicas e privadas, reafirmando sua relevância dentro do panorama da arte brasileira atual
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Marcos Coelho Benjamin | Itaú Cultural
Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista, cenógrafo. Expoente da arte contemporânea brasileira, a obra do artista se destaca pela exploração da forma orgânica, da massa e da matéria na composição de objetos e estruturas íntimas, ontológicas e universais.
Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa a desenhar quadrinhos de modo autodidata e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros.
Entre 1971 e 1972, por intermédio do pintor e escultor Manfredo de Souzanetto (1947), conhece os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand (1925-2022), que adquire alguns de seus desenhos. Em 1973, participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte, conquista o prêmio de viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte.
A partir de 1976, realiza aquarelas povoadas por figuras fantásticas, indicando afinidades com a obra de Marcello Grassmann (1925-2013). A repetição de ritmos e gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a produção de Benjamim. O artista se serve de materiais usados, com superfícies ásperas e gastas – como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados –, frequentemente enquadrados em caixas de madeira.
Em 1977 recebe o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, mostra realizada em Atenas, na Grécia. No mesmo ano, retorna à cidade natal, onde permanece por um ano. Nesse período cria para os filhos uma série de brinquedos feitos a partir de materiais reciclados e orgânicos. Em 1979, participa de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Na viagem, conhece diversos artesãos locais e passa a se dedicar à criação de objetos tridimensionais e instalações.
Em 1988, concebe a cenografia de Uatki e Mulheres, espetáculos apresentados pelo Grupo Corpo na capital mineira. No ano seguinte, recebe o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo e inicia a fase de produção de estruturas em grandes escalas. Essas obras são produzidas com estrias de zinco delgadas que compõem delicadas formas circulares, retangulares e trapezoidais fixadas sobre suportes de madeira.
O artista cria também peças em mosaico com pedras retiradas da região mineira de São Thomé das Letras, algumas delas coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras confere valor tátil à obra.
Para a historiadora da arte Aracy Amaral (1930), a obra de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, por assimilar a tradição do trabalho artesanal e reaproveitar materiais recicláveis na composição de seus trabalhos.
Críticas
"(...) o artista estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo. (...)
Escultura ou pintura, a força poética desses objetos de Marcos Benjamim que oscilam indecisos entre essas duas fronteiras se concentra no modo como ele faz a matéria despertar da sua letargia, no modo como ele a anima, fazendo-a, quer pela forma, quer pelo tratamento dado a sua superfície, que se refira ao corpo do espectador ao mesmo tempo em que renova seu imaginário" — Agnaldo Farias (FARIAS, Agnaldo. Marcos Coelho Benjamim. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Texto Agnaldo Farias; tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993. p. 10).
"(...) Em sua permanente insistência em desmitificar a 'aura' da obra de arte, do objeto artístico, em sua negação constante da presença da teoria no fundamento de sua criação, está a raiz de sua autenticidade. Quando ele diz: eu não faço escultura, faço objetos, não, não faço objetos, faço coisas, na verdade ele deseja preservar seu fazer desvestido do esnobismo da unicidade, convencionalmente aceita, em torno da arte contemporânea, mesmo que precária como o é atualmente com materiais efêmeros, instalações ou meios eletrônicos. Ou deseja resguardar o fazer lúdico que pratica desde menino como um território desvinculado de regras comportamentais, mantendo-o como atividade-lazer, compulsiva, prazerosa. Como suas instalações de quintal, com elementos de instalações elétricas urbanas, ou com as dezenas de formas-moldes irregulares que transfigura ao serem mergulhadas plenas de água sobre a terra. Criação/brinquedo, a arte para Benjamim é invenção que lhe devolve uma gratificante alegria e sentido para a vida" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org. ). A pedra. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 50).
"Trouxe do Jequitinhonha latas velhas, madeiras carcomidas, com restos de camadas de tintas e vernizes, pregos, rachaduras, a miséria colada no material, mas, também, esta beleza que a corrosão do tempo cria. Ao retrabalhar esse material, aproveitando o que sobrou neles da intervenção do homem, agregando incisões, um desenho, um corte ou recorte, Benjamim realiza a verdadeira 'arte povera' brasileira, assume nossa miséria, dá sua versão da 'estética da fome' de Glauber Rocha. Esse lixo recolhido em Jequitinhonha foi seu relato de viagem, dramático, poético, que os cariocas puderam ver no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1980, no qual recebeu o prêmio viagem ao exterior" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. A casa do fazer de Marcos Benjamim. In: AMARAL, Aracy (Org. ). Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 112).
Depoimentos
"Um artista não dá solução
ao mundo
ele apenas o olha.
Olha e olha.
O artista é o Voyeur do mundo".
— Marcos Coelho Benjamim (Benjamim, Marcos. Marcos Benjamim: Desenhos, Pinturas e Objetos. Sala Corpo de Exposições. São Paulo, 1 de abril de 1986).
Exposições Individuais
1976 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1982 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1983 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1985 – Marcos Coelho Benjamim: desenhos, pinturas e esculturas
1986 – Marcos Benjamim: pinturas e objetos
1986 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1987 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1988 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1989 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
1990 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1990 – Benjamim: obras recentes
1991 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1996 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1998 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
1999 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2000 – Marcos Coelho Benjamim: objetos
2001 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
2007 – Individual de Marcos Coelho Benjamim
Exposições Coletivas
1974 – 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1975 – International Cartoon Exhibition
1975 – 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1975 – 7º Salão Nacional de Arte Contemporânea
1976 – Primeira Mão - IV Salão de Arte Jovem
1976 – 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1976 – 4º Salão Global de Inverno
1977 – 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1977 – Coleção Gilberto Chateaubriand
1977 – International Cartoon Exhibition
1977 – 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 – 2º Salão do Futebol
1979 – 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1979 – 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1980 – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas
1980 – 37º Salão Paranaense
1981 – 8º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
1981 – Salão de Arte do Conselho de Cultura
1981 – Seis Artistas Jovens
1981 – Signo Plural
1981 – Saudade 40 Graus
1981 – 8º Salão Global de Inverno
1981 – 3ª Mostra do Desenho Brasileiro
1981 – 34º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco
1981 – 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 – 38º Salão Paranaense
1981 – 13º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 – Celso Renato, Eymard Brandão, Fátima Pena, Marcos Coelho Benjamim
1982 – Iluminações
1982 – 2º Salão do Futebol
1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste
1982 – 39º Salão Paranaense
1982 – 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1983 – A Casa do Fazer
1983 – Precariedade e Criação
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas
1983 – 15º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1984 – Coletiva na Galeria Espaço Alternativo
1984 – Cenário para a Crucificação do Branco
1984 – 10 Artistas Mineiros
1984 – 1º Salão de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado
1984 – 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1985 – Triennale der Zeichnung
1985 – Desenho em Minas
1985 – 8 ou 80
1985 – Velha Mania: desenho brasileiro
1985 – Brasil Desenho
1986 – 2º Salão de Artes da Aeronáutica
1986 – 4 Artistas Mineiros
1986 – 1ª Seleção Helena Rubinstein de Arte Jovem
1987 – Premiére Selection de L'Art Jeune Brésilien
1987 – 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto
1987 – Casa de Gravura Largo do Ó: desenhos e gravuras
1987 – Marcos Coelho Benjamim (Vitória, ES)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand
1987 – Esse Obscuro Objeto do Desejo (Belo Horizonte, MG – Itaú Cultural)
1987 – Trabalhando com o Suporte: pintura, recorte e objeto
1988 – Projeto Macunaíma
1988 – Sete Artistas Brasileiros
1989 – Mineiros na Bienal
1989 – 20ª Bienal Internacional de São Paulo
1990 – Objetos
1990 – Arca de Noé
1990 – 22º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1991 – BR/80: pintura Brasil década 80
1991 – 22º Panorama de Arte Atual Brasileira
1991 – 21ª Bienal Internacional de São Paulo
1991 – 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1992 – Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas
1992 – Contemporary Art from Brazil
1992 – Begegnung mit den Anderen
1992 – Ícones da Utopia
1992 – Mineiros em Kassel
1992 – Galeria de Arte UFF – 10 anos: exposição comemorativa
1992 – Brazilian Contemporary Art
1993 – Brazilian Contemporary Art
1993 – 4 x Minas
1993 – Diálogo del Siete Puntos
1993 – 2º Salão Paraense de Arte Contemporânea
1993 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand
1993 – Arte Erótica
1993 – Um Olhar sobre Joseph Beuys
1993 – 4ª Bienal Nacional de Santos
1994 – América
1994 – A Identidade Virtual
1994 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand
1994 – Bienal Brasil Século XX
1994 – 10ª Mostra do Desenho Brasileiro
1995 – 1ª Bienal de Johanesburgo
1995 – Rio: mistérios e fronteiras
1995 – Rio: mystères et frontières
1996 – Elms Lesters Painting Rooms
1996 – Cinco Artistas Mineiros
1996 – Arte e Espaço Urbano: quinze propostas
1996 – É um Menino: esses dias de Natal
1997 – Cinco Artistas Mineiros
1997 – Die Anderen Modernen
1997 – Experiências e Perspectivas: 12 visões contemporâneas
1997 – Imaginário Objetual
1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 – Arte Cidade III: a cidade e suas histórias
1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1997 – Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira
1998 – Obras em Destaque
1998 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX
1998 – A Diversidade do Risco
1998 – Emmanuel Nassar, Leda Catunda, Marcos Benjamim
1998 – Os Anos 80
1998 – O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ
1998 – Espelho da Bienal
1999 – De Brasil: alquimias y processos
1999 – Marcos Benjamim, Fernando Lucchesi, Marco Tulio Resende
2000 – Mercocidades: Artes Visuais
2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento
2000 – Marcos Coelho Benjamim, José Bento e Fernando Lucchesi
2000 – Bravas Gentes Brasileiras
2000 – Belo Horizonte-Leiria: um encontro de culturas
2000 – Coletiva na Galeria de Arte São Paulo
2000 – Ars Brasilis 2000
2000 – Cá Entre Nós
2000 – Brasilidades
2000 – Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem
2000 – Século 20: arte do Brasil
2000 – A Forma e os Sentidos: um olhar sobre Minas
2000 – Presente de Reis
2001 – Jeito Mineiro de Ser
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – Trajetória da Luz na Arte Brasileira
2001 – Erótica
2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea
2001 – A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim
2002 – Ceará Redescobre o Brasil
2002 – Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini
2002 – Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte
2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002
2002 – Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói
2002 – A Imagem do Som do Rock Pop Brasil
2002 – Marília Razuk 10 Anos
2002 – Tesouros da Caixa: mostra do acervo artístico da Caixa
2003 – MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas
2003 – O Sal da Terra
2003 – 10 x Minas
2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa
2003 – 10 x minas
2003 – Desenho Anos 70
2003 – Projeto Brazilianart
2003 – Celso Renato, Claudia Renault, Manfredo Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim, Marco Tulio, Roberto Vieira
2003 – Via BR 040: longo trecho em aclive
2003 – Arte Brasileira no Acervo do MAP
2004 – As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002
2005 – 40/80: uma mostra de arte brasileira
2005 – Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira
2005 – Coletiva de Acervo 2005
2005 – Amalgames brésiliens: 18 Artistes contemporains du Brésil
2006 – Brazilian Art Show 2006
2006 – Mostra Ribeirão Preto 150 anos
2006 – Volpi e as Heranças Contemporâneas
2007 – Coletiva de Acervo
2007 – 80/90: modernos, pós-modernos, etc
2007 – Arte como Questão: anos 70
2007 – Clínica Geral
2007 – Heterodoxia – Séries
2007 – Neovanguardas
2008 – Projeto Gravura – Serigrafia
2008 – Cor e Forma
2008 – N Múltiplos
2010 – 2xMinasx2
2010 – Cor e Forma II
2010 – Bienal Universitária de Arte
2011 – Pátio das Esculturas
2011 – 2xMinasx2
2011 – Perfil
2011 – O Colecionador de Sonhos
2011 – Desejo de Salão – Salão Paranaense: uma retrospectiva
2012 – Zona Letal, Espaço Vital: Obras da Caixa Geral de Depósitos
2012 – 05+50 MARP 20 Anos
2013 – Acervo Aberto
2014 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro
2015 – Sobre o Que se Desenha
2016 – Arte e Política no Acervo do MAP
2017 – Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos
2018 – Movimento – mostra do acervo
2021 – Estado Bruto
2022 – Acervo Flutuante
Fonte: MARCOS Coelho Benjamim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 01 de maio de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi | UAI.COM
Uma exposição incorreta, sem sustentabilidade, experimental e cheia de poemas. Ou: pequena mostra despretensiosa, safada e divertida. É assim que Marcos Coelho Benjamim define 'Borracharia Duchamp', mostra que ele abre hoje, às 19h, na Galeria Murilo de Castro. “Reivindico o direito de estar sozinho, de fazer exposição com menos assessoria, sem curador, interferências, artifícios e sem ficar explicando demais as coisas. E com clima igual ao do meu ateliê. Que seja um momento de prazer e permita visão menos anfetamínica do trabalho de arte”, conta. O artista fez, literalmente, tudo, inclusive o autorretrato que está nesta página.
A mostra reúne trabalhos realizados nos últimos cinco anos. Estão na exposição dois livros de lona com reflexões sobre a arte; conjunto de fotos que o artista define como “arqueologia pop metafísica”; e objetos realizados com vários materiais (espuma, plástico, chumbo, ferro, couro etc.), inspirados em cartuns que realizou há décadas. Tudo, conta, traduzindo visão de mundo e falando de “temas banais e, por isso, eternos”: vida, morte, traição, alegria, mágoas, ódio, cobiça... “Depois de época de obras silenciosas, sem nenhum texto, voltei a gostar da palavra, do literário, de colocar títulos nas peças, de criar personagens”, conta.
“Sempre fiz de tudo e era patrulhado. Hoje, não dou mais atenção a isso. Como não vou me aposentar, faço o que quero. Continuo um clínico geral e mais radical, pois estou também escrevendo”, acrescenta Benjamim. O que, observa, tem deixado ele feliz e por vários motivos. Tal postura, explica, faz com que fique mais próximo de seu processo criativo e trabalho puxa trabalho, nem sempre com o mesmo material, do mesmo gênero ou criado com a mesma técnica. “Deixo fluírem distintas possibilidades. Sinto que essa profusão de caminhos é riqueza, complexidade. Gosto da multiplicidade e tenho certa habilidade para fazer várias coisas”, afirma.
Benjamim relativiza até a inclusão do que faz no campo da geometria, sem negar admiração por tal estética: “O problema da geometria é que o artista fica circulando dentro do quadrado. A geometria no meu trabalho é fortuita, ocasional, brinco com a matéria”, conta. “Faço geometria sem rumo, que flui sem controle, orgânica, e é a mesma natureza da flor, do cabelo que vai crescendo”, garante.
“Arte talvez não transcenda, mas cura”
Duchamp – A palavra no título da exposição remete ao francês Marcel Duchamp (1887-1967), que, nos anos 1910, levou objetos do cotidiano para as galerias, questionando ideias convencionais sobre o que é arte. E assim antecipou proposições da pop art e da arte conceitual. “É ironia. Vi tempos em que havia uma ditadura Duchamp e isso sempre me incomodou, foi pesado para mim”, observa Benjamim, lembrando-se de época em que a ênfase nas ideias do francês marginalizou quem não tinha afinidades com estética avessa a práticas artesanais. “Admiro a obra dele, mas não é o que gostaria de fazer. É obra de pensador, não de artista plástico. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas quem pega na massa sabe que não é. 'Acho o Grande' vidro pensado demais, mas gosto da 'Fonte e a Roda', pela atitude de levar o objeto cotidiano a outro patamar, o que também faço.”
Atos – “Nunca fiz obra para alguém que não seja eu mesmo. Todo ato de interferir, de reinventar o mundo, é ato pessoal. O que busco é a compreensão de mim mesmo. Mas é preciso ter coragem para se compreender, para admitir o quanto se é frágil, o que também é mágico. Quando penso no que realizei fico preocupado. Não com a obra si, mas me pergunto: onde me encaixo?”.
Pop-metafísico – “Sou ligado a alguma metafísica sim. Até os cartuns, do início da carreira, são assim. Não acho que seja algo religioso, embora sinta o fazer coisas como um ritual. Não acredito em Deus, mas acho que ele leva fé em mim. E gosto do pop, acho movimento aberto, que vem do popular, o que é minha cara. Tenho muitas obras que se referem ao utilitário, a temas banais, e que, por isso, são eternos.”
Arte – “Nunca penso em arte achando que vou melhorar o mundo, penso nela como solução para mim. Arte talvez não transcenda, mas cura. Considero uma espécie de autorrealização, caminho um pouco de alquimista tentando transformar merda em ouro, sofrimento em bem-estar. A energia que se gasta para fazer arte e para ser um bandido é a mesma, mas acho que fazer arte é melhor.”
O artista
Marcos Benjamim tem 62 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte. Começou fazendo cartuns e histórias em quadrinhos nos anos 1970. Ganhou projeção nacional com o movimento Desenho mineiro, que agrupou vários criadores em torno da linguagem gráfica. Aos poucos dedicou-se a trabalhos tridimensionais; primeiro objetos, depois grandes esculturas e instalações, apresentados no Brasil e no exterior. A produção da última década reúne trabalhos de parede que confrontam matéria e luminosidade. Trata-se de um dos mais importantes artistas brasileiros, com obras já apresentadas nos principais eventos de arte.
Fonte: Portal UAI, “Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi”, publicado por Walter Sebastião, em 28 de novembro de 2013.
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Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais | Difundir
Se tem um mineiro multifacetado é Marcos Coelho Benjamim, que expressa seus dons artísticos na escultura, a pintura, o cartum, o design gráfico, a ilustração e a cenografia.
E tudo isso de maneira singular, servindo de exemplo ao incorporar formas orgânicas e materiais reaproveitados, o que lhe confere um estilo único e amplamente reconhecido na arte contemporânea brasileira.
Ou seja, estamos falando de um artista de expressão marcante e inovadora, e neste artigo vamos explorar sua vida e obra em detalhes.
A consolidação de Marcos Coelho Benjamin
A produção artística de Marcos Coelho Benjamim é marcada pelo diálogo entre a materialidade e a memória.
Seus trabalhos, tanto quanto gravuras e esculturas, por exemplo, exploram a textura, o desgaste e o reaproveitamento de materiais cotidianos, como madeira, metal oxidado e pedras, transformando-os em obras que carregam um forte significado e exemplo.
Ao unir elementos geométricos e orgânicos, suas criações vão além da estética, convidando à reflexão sobre a importância da ressignificação de objetos descartados.
A partir de 1976, Benjamim aprofunda sua expressão artística com aquarelas que retratam figuras fantásticas, revelando uma proximidade com a obra de Marcello Grassmann.
Nessa fase, seu trabalho se caracteriza pelo uso de ritmos repetitivos, gestos gráficos marcantes e uma forte influência geométrica.
Em 1979, participou de uma caravana de artistas para o Vale do Jequitinhonha, promovida por Paulo Laender. Essa experiência o coloca em contato direto com artesãos locais e impulsiona sua dedicação à criação de objetos tridimensionais e instalações e assim inicia uma nova fase em sua carreira.
E Benjamim passa a testar diferentes materiais descartados em suas criações, como latas de óleo antigas, madeira de construções demolidas e metais oxidados.
Sua arte, que começou em um formato mais intimista, foi ganhando novas proporções, conquistando espaços maiores e sendo exposta em diversos ambientes.
A arte da reaproveitação ganhou expansão
Como mencionamos, Benjamim começou a expandir seu portfólio, iniciando sua atuação na cenografia e criando cenários para peças teatrais.
Outro marco foi o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde passou a criar estruturas de grande escala, utilizando chapas finas de zinco moldadas em formas geométricas fixadas sobre madeira.
E por falar em novidades, outros destaques em sua produção foram as peças em mosaico feitas com pedras retiradas de São Thomé das Letras. Algumas dessas obras são tingidas com pigmentos naturais, como o pó de xadrez azul ultramarino, conferindo ainda mais textura e profundidade às composições, ou seja, mais uma inovação singular mas clássica de Benjamim.
E assim com a alma de um verdadeiro artista, ele nos apresenta um trabalho rico, relevante e extraordinário, transformando o comum em algo fascinante aos nossos olhos.
Sua capacidade de transformar materiais descartados em arte reflete não apenas sua criatividade, mas também seu respeito à tradição artesanal.
Seu trabalho é um convite para enxergar beleza e história nos objetos mais simples, reforçando a ideia de que a arte é capaz de ressignificar elementos do cotidiano e conectá-los à experiência humana de forma profunda e autêntica.
Fonte: Difundir, “Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais”, publicado por TMJ Marketing para Ecommerce, em 15 de abril de 2025. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.
Crédito fotográfico: Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.