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Marcos Coelho Benjamin

Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.

Marcos Coelho Benjamin | Arremate Arte

Marcos Coelho Benjamim nasceu em 1952 na cidade de Nanuque, interior de Minas Gerais, e firmou-se como um dos nomes centrais da arte contemporânea brasileira ao desenvolver uma linguagem visual profundamente conectada às raízes culturais do Brasil, especialmente à tradição popular mineira. Autodidata, iniciou sua trajetória artística ainda jovem, revelando talento para o desenho e a ilustração. Em 1969, transferiu-se para Belo Horizonte, onde começou a atuar como chargista e ilustrador em jornais locais, com incursões no universo das histórias em quadrinhos e do humor gráfico.

Sua carreira ganhou impulso decisivo no início dos anos 1970, quando foi apresentado, por intermédio de Manfredo de Souzanetto, a importantes figuras do cenário artístico e colecionadores como Lotus Lobo, Décio Noviello e Gilberto Chateaubriand — este último adquiriu cerca de sessenta de seus desenhos de humor, consolidando sua visibilidade. O reconhecimento nacional veio logo em seguida, com sua participação na 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973, e, no ano seguinte, com o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, obteve projeção internacional ao conquistar o grande prêmio na International Cartoon Exhibition, em Atenas, Grécia.

A partir de 1979, sua trajetória sofre uma inflexão importante. Motivado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, promovida pelo artista Paulo Laender, Benjamim aprofunda seu interesse por materiais e formas do fazer artesanal, incorporando à sua produção elementos e técnicas associadas à cultura popular regional. Passa então a trabalhar com objetos tridimensionais e instalações, utilizando materiais reaproveitados como latas de óleo, madeiras de demolição, metais oxidados e sucatas industriais, que organiza em estruturas geométricas, rítmicas e, por vezes, monumentais. Essa nova fase marca o amadurecimento de sua poética visual e o posiciona entre os artistas brasileiros que melhor dialogam com a materialidade do mundo contemporâneo sem perder de vista suas raízes simbólicas.

Em 1988, ampliou sua atuação artística ao criar a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, reafirmando sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens visuais. No ano seguinte, voltou à Bienal Internacional de São Paulo, agora em sua 20ª edição, apresentando obras de grande escala feitas com estrias de zinco sobre madeira — um marco na consolidação de sua estética escultórica.

Marcos Coelho Benjamim realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, e é constantemente reconhecido por sua habilidade em traduzir o cotidiano, o rústico e o simbólico em arte contemporânea de forte impacto visual e conceitual. Sua obra está representada em importantes coleções públicas e privadas, reafirmando sua relevância dentro do panorama da arte brasileira atual

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Marcos Coelho Benjamin | Itaú Cultural

Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista, cenógrafo. Expoente da arte contemporânea brasileira, a obra do artista se destaca pela exploração da forma orgânica, da massa e da matéria na composição de objetos e estruturas íntimas, ontológicas e universais.

Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa a desenhar quadrinhos de modo autodidata e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros. 

Entre 1971 e 1972, por intermédio do pintor e escultor Manfredo de Souzanetto (1947), conhece os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand (1925-2022), que adquire alguns de seus desenhos. Em 1973, participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte, conquista o prêmio de viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte.

A partir de 1976, realiza aquarelas povoadas por figuras fantásticas, indicando afinidades com a obra de Marcello Grassmann (1925-2013). A repetição de ritmos e gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a produção de Benjamim. O artista se serve de materiais usados, com superfícies ásperas e gastas – como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados –, frequentemente enquadrados em caixas de madeira. 

Em 1977 recebe o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, mostra realizada em Atenas, na Grécia. No mesmo ano, retorna à cidade natal, onde permanece por um ano. Nesse período cria para os filhos uma série de brinquedos feitos a partir de materiais reciclados e orgânicos. Em 1979, participa de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Na viagem, conhece diversos artesãos locais e passa a se dedicar à criação de objetos tridimensionais e instalações. 

Em 1988, concebe a cenografia de Uatki e Mulheres, espetáculos apresentados pelo Grupo Corpo na capital mineira. No ano seguinte, recebe o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo e inicia a fase de produção de estruturas em grandes escalas. Essas obras são produzidas com estrias de zinco delgadas que compõem delicadas formas circulares, retangulares e trapezoidais fixadas sobre suportes de madeira.

O artista cria também peças em mosaico com pedras retiradas da região mineira de São Thomé das Letras, algumas delas coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras confere valor tátil à obra.

Para a historiadora da arte Aracy Amaral (1930), a obra de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, por assimilar a tradição do trabalho artesanal e reaproveitar materiais recicláveis na composição de seus trabalhos.

Críticas

"(...) o artista estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo. (...)

Escultura ou pintura, a força poética desses objetos de Marcos Benjamim que oscilam indecisos entre essas duas fronteiras se concentra no modo como ele faz a matéria despertar da sua letargia, no modo como ele a anima, fazendo-a, quer pela forma, quer pelo tratamento dado a sua superfície, que se refira ao corpo do espectador ao mesmo tempo em que renova seu imaginário" — Agnaldo Farias (FARIAS, Agnaldo. Marcos Coelho Benjamim. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Texto Agnaldo Farias; tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993. p. 10).

"(...) Em sua permanente insistência em desmitificar a 'aura' da obra de arte, do objeto artístico, em sua negação constante da presença da teoria no fundamento de sua criação, está a raiz de sua autenticidade. Quando ele diz: eu não faço escultura, faço objetos, não, não faço objetos, faço coisas, na verdade ele deseja preservar seu fazer desvestido do esnobismo da unicidade, convencionalmente aceita, em torno da arte contemporânea, mesmo que precária como o é atualmente com materiais efêmeros, instalações ou meios eletrônicos. Ou deseja resguardar o fazer lúdico que pratica desde menino como um território desvinculado de regras comportamentais, mantendo-o como atividade-lazer, compulsiva, prazerosa. Como suas instalações de quintal, com elementos de instalações elétricas urbanas, ou com as dezenas de formas-moldes irregulares que transfigura ao serem mergulhadas plenas de água sobre a terra. Criação/brinquedo, a arte para Benjamim é invenção que lhe devolve uma gratificante alegria e sentido para a vida" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org. ). A pedra. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 50).

"Trouxe do Jequitinhonha latas velhas, madeiras carcomidas, com restos de camadas de tintas e vernizes, pregos, rachaduras, a miséria colada no material, mas, também, esta beleza que a corrosão do tempo cria. Ao retrabalhar esse material, aproveitando o que sobrou neles da intervenção do homem, agregando incisões, um desenho, um corte ou recorte, Benjamim realiza a verdadeira 'arte povera' brasileira, assume nossa miséria, dá sua versão da 'estética da fome' de Glauber Rocha. Esse lixo recolhido em Jequitinhonha foi seu relato de viagem, dramático, poético, que os cariocas puderam ver no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1980, no qual recebeu o prêmio viagem ao exterior" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. A casa do fazer de Marcos Benjamim. In: AMARAL, Aracy (Org. ). Marcos Coelho Benjamim.  Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 112).

Depoimentos

"Um artista não dá solução

ao mundo

ele apenas o olha. 

Olha e olha. 

O artista é o Voyeur do mundo".

— Marcos Coelho Benjamim (Benjamim, Marcos. Marcos Benjamim: Desenhos, Pinturas e Objetos. Sala Corpo de Exposições. São Paulo, 1 de abril de 1986).

Exposições Individuais

1976 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1982 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1983 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1985 – Marcos Coelho Benjamim: desenhos, pinturas e esculturas

1986 – Marcos Benjamim: pinturas e objetos

1986 – Marcos Coelho Benjamim: objetos

1987 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1988 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1989 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1989 – Marcos Coelho Benjamim: objetos

1990 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1990 – Benjamim: obras recentes

1991 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1996 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1998 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1999 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

2000 – Marcos Coelho Benjamim: objetos

2001 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

2007 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

Exposições Coletivas

1974 – 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas

1975 – International Cartoon Exhibition

1975 – 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1975 – 7º Salão Nacional de Arte Contemporânea

1976 – Primeira Mão - IV Salão de Arte Jovem

1976 – 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1976 – 4º Salão Global de Inverno

1977 – 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1977 – Coleção Gilberto Chateaubriand

1977 – International Cartoon Exhibition

1977 – 9º Panorama de Arte Atual Brasileira

1978 – 2º Salão do Futebol

1979 – 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1979 – 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1980 – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 – 37º Salão Paranaense

1981 – 8º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1981 – Salão de Arte do Conselho de Cultura

1981 – Seis Artistas Jovens

1981 – Signo Plural

1981 – Saudade 40 Graus

1981 – 8º Salão Global de Inverno

1981 – 3ª Mostra do Desenho Brasileiro

1981 – 34º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco

1981 – 4º Salão Nacional de Artes Plásticas

1981 – 38º Salão Paranaense

1981 – 13º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1982 – Celso Renato, Eymard Brandão, Fátima Pena, Marcos Coelho Benjamim

1982 – Iluminações

1982 – 2º Salão do Futebol

1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste

1982 – 39º Salão Paranaense

1982 – 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1983 – A Casa do Fazer

1983 – Precariedade e Criação

1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas

1983 – 15º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1984 – Coletiva na Galeria Espaço Alternativo

1984 – Cenário para a Crucificação do Branco

1984 – 10 Artistas Mineiros

1984 – 1º Salão de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado

1984 – 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1985 – Triennale der Zeichnung

1985 – Desenho em Minas

1985 – 8 ou 80

1985 – Velha Mania: desenho brasileiro

1985 – Brasil Desenho

1986 – 2º Salão de Artes da Aeronáutica

1986 – 4 Artistas Mineiros

1986 – 1ª Seleção Helena Rubinstein de Arte Jovem

1987 – Premiére Selection de L'Art Jeune Brésilien

1987 – 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto

1987 – Casa de Gravura Largo do Ó: desenhos e gravuras

1987 – Marcos Coelho Benjamim (Vitória, ES)

1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand

1987 – Esse Obscuro Objeto do Desejo (Belo Horizonte, MG – Itaú Cultural)

1987 – Trabalhando com o Suporte: pintura, recorte e objeto

1988 – Projeto Macunaíma

1988 – Sete Artistas Brasileiros

1989 – Mineiros na Bienal

1989 – 20ª Bienal Internacional de São Paulo

1990 – Objetos

1990 – Arca de Noé

1990 – 22º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1991 – BR/80: pintura Brasil década 80

1991 – 22º Panorama de Arte Atual Brasileira

1991 – 21ª Bienal Internacional de São Paulo

1991 – 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1992 – Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas

1992 – Contemporary Art from Brazil

1992 – Begegnung mit den Anderen

1992 – Ícones da Utopia

1992 – Mineiros em Kassel

1992 – Galeria de Arte UFF – 10 anos: exposição comemorativa

1992 – Brazilian Contemporary Art

1993 – Brazilian Contemporary Art

1993 – 4 x Minas

1993 – Diálogo del Siete Puntos

1993 – 2º Salão Paraense de Arte Contemporânea

1993 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand

1993 – Arte Erótica

1993 – Um Olhar sobre Joseph Beuys

1993 – 4ª Bienal Nacional de Santos

1994 – América

1994 – A Identidade Virtual

1994 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand

1994 – Bienal Brasil Século XX

1994 – 10ª Mostra do Desenho Brasileiro

1995 – 1ª Bienal de Johanesburgo

1995 – Rio: mistérios e fronteiras

1995 – Rio: mystères et frontières

1996 – Elms Lesters Painting Rooms

1996 – Cinco Artistas Mineiros

1996 – Arte e Espaço Urbano: quinze propostas

1996 – É um Menino: esses dias de Natal

1997 – Cinco Artistas Mineiros

1997 – Die Anderen Modernen

1997 – Experiências e Perspectivas: 12 visões contemporâneas

1997 – Imaginário Objetual

1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul

1997 – Arte Cidade III: a cidade e suas histórias

1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX

1997 – Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira

1998 – Obras em Destaque

1998 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX

1998 – A Diversidade do Risco

1998 – Emmanuel Nassar, Leda Catunda, Marcos Benjamim

1998 – Os Anos 80

1998 – O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ

1998 – Espelho da Bienal

1999 – De Brasil: alquimias y processos

1999 – Marcos Benjamim, Fernando Lucchesi, Marco Tulio Resende

2000 – Mercocidades: Artes Visuais

2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento

2000 – Marcos Coelho Benjamim, José Bento e Fernando Lucchesi

2000 – Bravas Gentes Brasileiras

2000 – Belo Horizonte-Leiria: um encontro de culturas

2000 – Coletiva na Galeria de Arte São Paulo

2000 – Ars Brasilis 2000

2000 – Cá Entre Nós

2000 – Brasilidades

2000 – Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem

2000 – Século 20: arte do Brasil

2000 – A Forma e os Sentidos: um olhar sobre Minas

2000 – Presente de Reis

2001 – Jeito Mineiro de Ser

2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea

2001 – Trajetória da Luz na Arte Brasileira

2001 – Erótica

2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea

2001 – A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim

2002 – Ceará Redescobre o Brasil

2002 – Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini

2002 – Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte

2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002

2002 – Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói

2002 – A Imagem do Som do Rock Pop Brasil

2002 – Marília Razuk 10 Anos

2002 – Tesouros da Caixa: mostra do acervo artístico da Caixa

2003 – MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas

2003 – O Sal da Terra

2003 – 10 x Minas

2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa

2003 – 10 x minas

2003 – Desenho Anos 70

2003 – Projeto Brazilianart

2003 – Celso Renato, Claudia Renault, Manfredo Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim, Marco Tulio, Roberto Vieira

2003 – Via BR 040: longo trecho em aclive

2003 – Arte Brasileira no Acervo do MAP

2004 – As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002

2005 – 40/80: uma mostra de arte brasileira

2005 – Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira

2005 – Coletiva de Acervo 2005

2005 – Amalgames brésiliens: 18 Artistes contemporains du Brésil

2006 – Brazilian Art Show 2006

2006 – Mostra Ribeirão Preto 150 anos

2006 – Volpi e as Heranças Contemporâneas

2007 – Coletiva de Acervo

2007 – 80/90: modernos, pós-modernos, etc

2007 – Arte como Questão: anos 70

2007 – Clínica Geral

2007 – Heterodoxia – Séries

2007 – Neovanguardas

2008 – Projeto Gravura – Serigrafia

2008 – Cor e Forma

2008 – N Múltiplos

2010 – 2xMinasx2

2010 – Cor e Forma II

2010 – Bienal Universitária de Arte

2011 – Pátio das Esculturas

2011 – 2xMinasx2

2011 – Perfil

2011 – O Colecionador de Sonhos

2011 – Desejo de Salão – Salão Paranaense: uma retrospectiva

2012 – Zona Letal, Espaço Vital: Obras da Caixa Geral de Depósitos

2012 – 05+50 MARP 20 Anos

2013 – Acervo Aberto

2014 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro

2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro

2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro

2015 – Sobre o Que se Desenha

2016 – Arte e Política no Acervo do MAP

2017 – Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos

2018 – Movimento – mostra do acervo

2021 – Estado Bruto

2022 – Acervo Flutuante

Fonte: MARCOS Coelho Benjamim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 01 de maio de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi | UAI.COM

Uma exposição incorreta, sem sustentabilidade, experimental e cheia de poemas. Ou: pequena mostra despretensiosa, safada e divertida. É assim que Marcos Coelho Benjamim define 'Borracharia Duchamp', mostra que ele abre hoje, às 19h, na Galeria Murilo de Castro. “Reivindico o direito de estar sozinho, de fazer exposição com menos assessoria, sem curador, interferências, artifícios e sem ficar explicando demais as coisas. E com clima igual ao do meu ateliê. Que seja um momento de prazer e permita visão menos anfetamínica do trabalho de arte”, conta. O artista fez, literalmente, tudo, inclusive o autorretrato que está nesta página.

A mostra reúne trabalhos realizados nos últimos cinco anos. Estão na exposição dois livros de lona com reflexões sobre a arte; conjunto de fotos que o artista define como “arqueologia pop metafísica”; e objetos realizados com vários materiais (espuma, plástico, chumbo, ferro, couro etc.), inspirados em cartuns que realizou há décadas. Tudo, conta, traduzindo visão de mundo e falando de “temas banais e, por isso, eternos”: vida, morte, traição, alegria, mágoas, ódio, cobiça... “Depois de época de obras silenciosas, sem nenhum texto, voltei a gostar da palavra, do literário, de colocar títulos nas peças, de criar personagens”, conta.

“Sempre fiz de tudo e era patrulhado. Hoje, não dou mais atenção a isso. Como não vou me aposentar, faço o que quero. Continuo um clínico geral e mais radical, pois estou também escrevendo”, acrescenta Benjamim. O que, observa, tem deixado ele feliz e por vários motivos. Tal postura, explica, faz com que fique mais próximo de seu processo criativo e trabalho puxa trabalho, nem sempre com o mesmo material, do mesmo gênero ou criado com a mesma técnica. “Deixo fluírem distintas possibilidades. Sinto que essa profusão de caminhos é riqueza, complexidade. Gosto da multiplicidade e tenho certa habilidade para fazer várias coisas”, afirma.

Benjamim relativiza até a inclusão do que faz no campo da geometria, sem negar admiração por tal estética: “O problema da geometria é que o artista fica circulando dentro do quadrado. A geometria no meu trabalho é fortuita, ocasional, brinco com a matéria”, conta. “Faço geometria sem rumo, que flui sem controle, orgânica, e é a mesma natureza da flor, do cabelo que vai crescendo”, garante.

“Arte talvez não transcenda, mas cura”

Duchamp – A palavra no título da exposição remete ao francês Marcel Duchamp (1887-1967), que, nos anos 1910, levou objetos do cotidiano para as galerias, questionando ideias convencionais sobre o que é arte. E assim antecipou proposições da pop art e da arte conceitual. “É ironia. Vi tempos em que havia uma ditadura Duchamp e isso sempre me incomodou, foi pesado para mim”, observa Benjamim, lembrando-se de época em que a ênfase nas ideias do francês marginalizou quem não tinha afinidades com estética avessa a práticas artesanais. “Admiro a obra dele, mas não é o que gostaria de fazer. É obra de pensador, não de artista plástico. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas quem pega na massa sabe que não é. 'Acho o Grande' vidro pensado demais, mas gosto da 'Fonte e a Roda', pela atitude de levar o objeto cotidiano a outro patamar, o que também faço.”

Atos – “Nunca fiz obra para alguém que não seja eu mesmo. Todo ato de interferir, de reinventar o mundo, é ato pessoal. O que busco é a compreensão de mim mesmo. Mas é preciso ter coragem para se compreender, para admitir o quanto se é frágil, o que também é mágico. Quando penso no que realizei fico preocupado. Não com a obra si, mas me pergunto: onde me encaixo?”.

Pop-metafísico – “Sou ligado a alguma metafísica sim. Até os cartuns, do início da carreira, são assim. Não acho que seja algo religioso, embora sinta o fazer coisas como um ritual. Não acredito em Deus, mas acho que ele leva fé em mim. E gosto do pop, acho movimento aberto, que vem do popular, o que é minha cara. Tenho muitas obras que se referem ao utilitário, a temas banais, e que, por isso, são eternos.”

Arte – “Nunca penso em arte achando que vou melhorar o mundo, penso nela como solução para mim. Arte talvez não transcenda, mas cura. Considero uma espécie de autorrealização, caminho um pouco de alquimista tentando transformar merda em ouro, sofrimento em bem-estar. A energia que se gasta para fazer arte e para ser um bandido é a mesma, mas acho que fazer arte é melhor.”

O artista

Marcos Benjamim tem 62 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte. Começou fazendo cartuns e histórias em quadrinhos nos anos 1970. Ganhou projeção nacional com o movimento Desenho mineiro, que agrupou vários criadores em torno da linguagem gráfica. Aos poucos dedicou-se a trabalhos tridimensionais; primeiro objetos, depois grandes esculturas e instalações, apresentados no Brasil e no exterior. A produção da última década reúne trabalhos de parede que confrontam matéria e luminosidade. Trata-se de um dos mais importantes artistas brasileiros, com obras já apresentadas nos principais eventos de arte.

Fonte: Portal UAI, “Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi”, publicado por Walter Sebastião, em 28 de novembro de 2013.

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Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais | Difundir

Se tem um mineiro multifacetado é Marcos Coelho Benjamim, que expressa seus dons artísticos na escultura, a pintura, o cartum, o design gráfico, a ilustração e a cenografia.

E tudo isso de maneira singular, servindo de exemplo ao incorporar formas orgânicas e materiais reaproveitados, o que lhe confere um estilo único e amplamente reconhecido na arte contemporânea brasileira.

Ou seja, estamos falando de um artista de expressão marcante e inovadora, e neste artigo vamos explorar sua vida e obra em detalhes.

A consolidação de Marcos Coelho Benjamin

A produção artística de Marcos Coelho Benjamim é marcada pelo diálogo entre a materialidade e a memória.

Seus trabalhos, tanto quanto gravuras e esculturas, por exemplo, exploram a textura, o desgaste e o reaproveitamento de materiais cotidianos, como madeira, metal oxidado e pedras, transformando-os em obras que carregam um forte significado e exemplo.

Ao unir elementos geométricos e orgânicos, suas criações vão além da estética, convidando à reflexão sobre a importância da ressignificação de objetos descartados.

A partir de 1976, Benjamim aprofunda sua expressão artística com aquarelas que retratam figuras fantásticas, revelando uma proximidade com a obra de Marcello Grassmann.

Nessa fase, seu trabalho se caracteriza pelo uso de ritmos repetitivos, gestos gráficos marcantes e uma forte influência geométrica.

Em 1979, participou de uma caravana de artistas para o Vale do Jequitinhonha, promovida por Paulo Laender. Essa experiência o coloca em contato direto com artesãos locais e impulsiona sua dedicação à criação de objetos tridimensionais e instalações e assim inicia uma nova fase em sua carreira.

E Benjamim passa a testar diferentes materiais descartados em suas criações, como latas de óleo antigas, madeira de construções demolidas e metais oxidados.

Sua arte, que começou em um formato mais intimista, foi ganhando novas proporções, conquistando espaços maiores e sendo exposta em diversos ambientes.

A arte da reaproveitação ganhou expansão

Como mencionamos, Benjamim começou a expandir seu portfólio, iniciando sua atuação na cenografia e criando cenários para peças teatrais.

Outro marco foi o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde passou a criar estruturas de grande escala, utilizando chapas finas de zinco moldadas em formas geométricas fixadas sobre madeira.

E por falar em novidades, outros destaques em sua produção foram as peças em mosaico feitas com pedras retiradas de São Thomé das Letras. Algumas dessas obras são tingidas com pigmentos naturais, como o pó de xadrez azul ultramarino, conferindo ainda mais textura e profundidade às composições, ou seja, mais uma inovação singular mas clássica de Benjamim.

E assim com a alma de um verdadeiro artista, ele nos apresenta um trabalho rico, relevante e extraordinário, transformando o comum em algo fascinante aos nossos olhos.

Sua capacidade de transformar materiais descartados em arte reflete não apenas sua criatividade, mas também seu respeito à tradição artesanal.

Seu trabalho é um convite para enxergar beleza e história nos objetos mais simples, reforçando a ideia de que a arte é capaz de ressignificar elementos do cotidiano e conectá-los à experiência humana de forma profunda e autêntica.

Fonte: Difundir, “Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais”, publicado por TMJ Marketing para Ecommerce, em 15 de abril de 2025. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.

Crédito fotográfico: Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.

Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.

Marcos Coelho Benjamin

Marcos Coelho Benjamim (1952, Nanuque, Minas Gerais) é um artista visual brasileiro. Autodidata, iniciou sua trajetória artística em Belo Horizonte como ilustrador e chargista. No início da carreira, teve cerca de 60 desenhos adquiridos por Gilberto Chateaubriand, ampliando sua visibilidade artística. Participou da 12ª Bienal Internacional de São Paulo em 1973, recebendo no ano seguinte o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, foi premiado na International Cartoon Exhibition, em Atenas. A partir de 1979, influenciado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, passou a criar objetos tridimensionais e instalações com materiais reaproveitados como madeira de demolição, latas de óleo e metais oxidados, combinando referências da cultura popular mineira a composições geométricas e rítmicas. Foi cenógrafo dos espetáculos Uatki e Mulheres do Grupo Corpo (1988) e voltou à Bienal de São Paulo em 1989, agora com obras em grandes dimensões feitas com zinco sobre madeira. Sua obra já integrou importantes exposições nacionais e internacionais, consolidando-se como uma das expressões mais relevantes da arte contemporânea brasileira.

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Marcos Coelho Benjamin | Arremate Arte

Marcos Coelho Benjamim nasceu em 1952 na cidade de Nanuque, interior de Minas Gerais, e firmou-se como um dos nomes centrais da arte contemporânea brasileira ao desenvolver uma linguagem visual profundamente conectada às raízes culturais do Brasil, especialmente à tradição popular mineira. Autodidata, iniciou sua trajetória artística ainda jovem, revelando talento para o desenho e a ilustração. Em 1969, transferiu-se para Belo Horizonte, onde começou a atuar como chargista e ilustrador em jornais locais, com incursões no universo das histórias em quadrinhos e do humor gráfico.

Sua carreira ganhou impulso decisivo no início dos anos 1970, quando foi apresentado, por intermédio de Manfredo de Souzanetto, a importantes figuras do cenário artístico e colecionadores como Lotus Lobo, Décio Noviello e Gilberto Chateaubriand — este último adquiriu cerca de sessenta de seus desenhos de humor, consolidando sua visibilidade. O reconhecimento nacional veio logo em seguida, com sua participação na 12ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1973, e, no ano seguinte, com o prêmio de viagem ao México no 2º Salão Global de Inverno de Belo Horizonte. Em 1977, obteve projeção internacional ao conquistar o grande prêmio na International Cartoon Exhibition, em Atenas, Grécia.

A partir de 1979, sua trajetória sofre uma inflexão importante. Motivado por uma viagem ao Vale do Jequitinhonha, promovida pelo artista Paulo Laender, Benjamim aprofunda seu interesse por materiais e formas do fazer artesanal, incorporando à sua produção elementos e técnicas associadas à cultura popular regional. Passa então a trabalhar com objetos tridimensionais e instalações, utilizando materiais reaproveitados como latas de óleo, madeiras de demolição, metais oxidados e sucatas industriais, que organiza em estruturas geométricas, rítmicas e, por vezes, monumentais. Essa nova fase marca o amadurecimento de sua poética visual e o posiciona entre os artistas brasileiros que melhor dialogam com a materialidade do mundo contemporâneo sem perder de vista suas raízes simbólicas.

Em 1988, ampliou sua atuação artística ao criar a cenografia dos espetáculos Uatki e Mulheres, do Grupo Corpo, reafirmando sua capacidade de transitar entre diferentes linguagens visuais. No ano seguinte, voltou à Bienal Internacional de São Paulo, agora em sua 20ª edição, apresentando obras de grande escala feitas com estrias de zinco sobre madeira — um marco na consolidação de sua estética escultórica.

Marcos Coelho Benjamim realizou inúmeras exposições individuais e coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, e é constantemente reconhecido por sua habilidade em traduzir o cotidiano, o rústico e o simbólico em arte contemporânea de forte impacto visual e conceitual. Sua obra está representada em importantes coleções públicas e privadas, reafirmando sua relevância dentro do panorama da arte brasileira atual

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Marcos Coelho Benjamin | Itaú Cultural

Marcos Coelho Benjamim (Nanuque, Minas Gerais, 1952). Escultor, pintor, cartunista, designer gráfico, ilustrador, desenhista, cenógrafo. Expoente da arte contemporânea brasileira, a obra do artista se destaca pela exploração da forma orgânica, da massa e da matéria na composição de objetos e estruturas íntimas, ontológicas e universais.

Em 1969, muda-se para Belo Horizonte. No colégio, começa a desenhar quadrinhos de modo autodidata e, em 1971, passa a colaborar com charges e ilustrações em jornais mineiros. 

Entre 1971 e 1972, por intermédio do pintor e escultor Manfredo de Souzanetto (1947), conhece os artistas Lotus Lobo (1943) e Noviello (1929) e o colecionador Gilberto Chateaubriand (1925-2022), que adquire alguns de seus desenhos. Em 1973, participa da 12ª Bienal Internacional de São Paulo. No ano seguinte, conquista o prêmio de viagem ao México no 2° Salão Global de Inverno de Belo Horizonte.

A partir de 1976, realiza aquarelas povoadas por figuras fantásticas, indicando afinidades com a obra de Marcello Grassmann (1925-2013). A repetição de ritmos e gestos gráficos e o gosto pela geometria caracterizam a produção de Benjamim. O artista se serve de materiais usados, com superfícies ásperas e gastas – como velhas latas de óleo, madeira de restos de construção ou de demolição e cones de metal oxidados –, frequentemente enquadrados em caixas de madeira. 

Em 1977 recebe o grande prêmio da International Cartoon Exhibition, mostra realizada em Atenas, na Grécia. No mesmo ano, retorna à cidade natal, onde permanece por um ano. Nesse período cria para os filhos uma série de brinquedos feitos a partir de materiais reciclados e orgânicos. Em 1979, participa de caravana de artistas promovida por Paulo Laender (1945) para o Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Na viagem, conhece diversos artesãos locais e passa a se dedicar à criação de objetos tridimensionais e instalações. 

Em 1988, concebe a cenografia de Uatki e Mulheres, espetáculos apresentados pelo Grupo Corpo na capital mineira. No ano seguinte, recebe o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo e inicia a fase de produção de estruturas em grandes escalas. Essas obras são produzidas com estrias de zinco delgadas que compõem delicadas formas circulares, retangulares e trapezoidais fixadas sobre suportes de madeira.

O artista cria também peças em mosaico com pedras retiradas da região mineira de São Thomé das Letras, algumas delas coloridas com pigmento de pó de xadrez azul ultramarino. A irregularidade natural das pedras confere valor tátil à obra.

Para a historiadora da arte Aracy Amaral (1930), a obra de Marcos Coelho Benjamim revela grande ligação com a cultura popular de Minas Gerais, por assimilar a tradição do trabalho artesanal e reaproveitar materiais recicláveis na composição de seus trabalhos.

Críticas

"(...) o artista estima particularmente o objeto gasto e abandonado. Aproveita-o e, ao fazê-lo, infunde-lhe vida novamente. Adiciona seu trabalho ao trabalho do artesão que um dia se ocupou em dar forma à matéria bruta com vistas a incorporá-la à ordem dos homens. Como os artesãos, Benjamim gosta do contato com durezas, com superfícies ásperas, com a qualidade discreta embora imensa que as texturas das coisas vai segredando às mãos. Ele sabe que a potência do olho esbarra na incapacidade de perceber que as coisas são moradas secretas que tanto podem abrigar o peso como a leveza, o calor como o frio; podem inspirar cuidado ou insinuar que atravessarão incólumes o fluxo do tempo. (...)

Escultura ou pintura, a força poética desses objetos de Marcos Benjamim que oscilam indecisos entre essas duas fronteiras se concentra no modo como ele faz a matéria despertar da sua letargia, no modo como ele a anima, fazendo-a, quer pela forma, quer pelo tratamento dado a sua superfície, que se refira ao corpo do espectador ao mesmo tempo em que renova seu imaginário" — Agnaldo Farias (FARIAS, Agnaldo. Marcos Coelho Benjamim. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Texto Agnaldo Farias; tradução Heloisa Prieto. São Paulo: Galeria São Paulo, 1993. p. 10).

"(...) Em sua permanente insistência em desmitificar a 'aura' da obra de arte, do objeto artístico, em sua negação constante da presença da teoria no fundamento de sua criação, está a raiz de sua autenticidade. Quando ele diz: eu não faço escultura, faço objetos, não, não faço objetos, faço coisas, na verdade ele deseja preservar seu fazer desvestido do esnobismo da unicidade, convencionalmente aceita, em torno da arte contemporânea, mesmo que precária como o é atualmente com materiais efêmeros, instalações ou meios eletrônicos. Ou deseja resguardar o fazer lúdico que pratica desde menino como um território desvinculado de regras comportamentais, mantendo-o como atividade-lazer, compulsiva, prazerosa. Como suas instalações de quintal, com elementos de instalações elétricas urbanas, ou com as dezenas de formas-moldes irregulares que transfigura ao serem mergulhadas plenas de água sobre a terra. Criação/brinquedo, a arte para Benjamim é invenção que lhe devolve uma gratificante alegria e sentido para a vida" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org. ). A pedra. In: BENJAMIM, Marcos Coelho. Marcos Coelho Benjamim. Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 50).

"Trouxe do Jequitinhonha latas velhas, madeiras carcomidas, com restos de camadas de tintas e vernizes, pregos, rachaduras, a miséria colada no material, mas, também, esta beleza que a corrosão do tempo cria. Ao retrabalhar esse material, aproveitando o que sobrou neles da intervenção do homem, agregando incisões, um desenho, um corte ou recorte, Benjamim realiza a verdadeira 'arte povera' brasileira, assume nossa miséria, dá sua versão da 'estética da fome' de Glauber Rocha. Esse lixo recolhido em Jequitinhonha foi seu relato de viagem, dramático, poético, que os cariocas puderam ver no Salão Nacional de Artes Plásticas de 1980, no qual recebeu o prêmio viagem ao exterior" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. A casa do fazer de Marcos Benjamim. In: AMARAL, Aracy (Org. ). Marcos Coelho Benjamim.  Belo Horizonte: C/Arte, 2000. p. 112).

Depoimentos

"Um artista não dá solução

ao mundo

ele apenas o olha. 

Olha e olha. 

O artista é o Voyeur do mundo".

— Marcos Coelho Benjamim (Benjamim, Marcos. Marcos Benjamim: Desenhos, Pinturas e Objetos. Sala Corpo de Exposições. São Paulo, 1 de abril de 1986).

Exposições Individuais

1976 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1982 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1983 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1985 – Marcos Coelho Benjamim: desenhos, pinturas e esculturas

1986 – Marcos Benjamim: pinturas e objetos

1986 – Marcos Coelho Benjamim: objetos

1987 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1988 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1989 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1989 – Marcos Coelho Benjamim: objetos

1990 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1990 – Benjamim: obras recentes

1991 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1993 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1994 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1996 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1997 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1998 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

1999 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

2000 – Marcos Coelho Benjamim: objetos

2001 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

2007 – Individual de Marcos Coelho Benjamim

Exposições Coletivas

1974 – 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas

1975 – International Cartoon Exhibition

1975 – 2º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1975 – 7º Salão Nacional de Arte Contemporânea

1976 – Primeira Mão - IV Salão de Arte Jovem

1976 – 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1976 – 4º Salão Global de Inverno

1977 – 4º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1977 – Coleção Gilberto Chateaubriand

1977 – International Cartoon Exhibition

1977 – 9º Panorama de Arte Atual Brasileira

1978 – 2º Salão do Futebol

1979 – 6º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1979 – 11º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1980 – Artistas Premiados do 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 – 3º Salão Nacional de Artes Plásticas

1980 – 37º Salão Paranaense

1981 – 8º Salão Internacional de Humor de Piracicaba

1981 – Salão de Arte do Conselho de Cultura

1981 – Seis Artistas Jovens

1981 – Signo Plural

1981 – Saudade 40 Graus

1981 – 8º Salão Global de Inverno

1981 – 3ª Mostra do Desenho Brasileiro

1981 – 34º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco

1981 – 4º Salão Nacional de Artes Plásticas

1981 – 38º Salão Paranaense

1981 – 13º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1982 – Celso Renato, Eymard Brandão, Fátima Pena, Marcos Coelho Benjamim

1982 – Iluminações

1982 – 2º Salão do Futebol

1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste

1982 – 39º Salão Paranaense

1982 – 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1983 – A Casa do Fazer

1983 – Precariedade e Criação

1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas

1983 – 15º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1984 – Coletiva na Galeria Espaço Alternativo

1984 – Cenário para a Crucificação do Branco

1984 – 10 Artistas Mineiros

1984 – 1º Salão de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado

1984 – 16º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1985 – Triennale der Zeichnung

1985 – Desenho em Minas

1985 – 8 ou 80

1985 – Velha Mania: desenho brasileiro

1985 – Brasil Desenho

1986 – 2º Salão de Artes da Aeronáutica

1986 – 4 Artistas Mineiros

1986 – 1ª Seleção Helena Rubinstein de Arte Jovem

1987 – Premiére Selection de L'Art Jeune Brésilien

1987 – 12º Salão de Arte de Ribeirão Preto

1987 – Casa de Gravura Largo do Ó: desenhos e gravuras

1987 – Marcos Coelho Benjamim (Vitória, ES)

1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand

1987 – Esse Obscuro Objeto do Desejo (Belo Horizonte, MG – Itaú Cultural)

1987 – Trabalhando com o Suporte: pintura, recorte e objeto

1988 – Projeto Macunaíma

1988 – Sete Artistas Brasileiros

1989 – Mineiros na Bienal

1989 – 20ª Bienal Internacional de São Paulo

1990 – Objetos

1990 – Arca de Noé

1990 – 22º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1991 – BR/80: pintura Brasil década 80

1991 – 22º Panorama de Arte Atual Brasileira

1991 – 21ª Bienal Internacional de São Paulo

1991 – 23º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte

1992 – Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas

1992 – Contemporary Art from Brazil

1992 – Begegnung mit den Anderen

1992 – Ícones da Utopia

1992 – Mineiros em Kassel

1992 – Galeria de Arte UFF – 10 anos: exposição comemorativa

1992 – Brazilian Contemporary Art

1993 – Brazilian Contemporary Art

1993 – 4 x Minas

1993 – Diálogo del Siete Puntos

1993 – 2º Salão Paraense de Arte Contemporânea

1993 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand

1993 – Arte Erótica

1993 – Um Olhar sobre Joseph Beuys

1993 – 4ª Bienal Nacional de Santos

1994 – América

1994 – A Identidade Virtual

1994 – O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand

1994 – Bienal Brasil Século XX

1994 – 10ª Mostra do Desenho Brasileiro

1995 – 1ª Bienal de Johanesburgo

1995 – Rio: mistérios e fronteiras

1995 – Rio: mystères et frontières

1996 – Elms Lesters Painting Rooms

1996 – Cinco Artistas Mineiros

1996 – Arte e Espaço Urbano: quinze propostas

1996 – É um Menino: esses dias de Natal

1997 – Cinco Artistas Mineiros

1997 – Die Anderen Modernen

1997 – Experiências e Perspectivas: 12 visões contemporâneas

1997 – Imaginário Objetual

1997 – 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul

1997 – Arte Cidade III: a cidade e suas histórias

1997 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX

1997 – Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira

1998 – Obras em Destaque

1998 – Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX

1998 – A Diversidade do Risco

1998 – Emmanuel Nassar, Leda Catunda, Marcos Benjamim

1998 – Os Anos 80

1998 – O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand – MAM/RJ

1998 – Espelho da Bienal

1999 – De Brasil: alquimias y processos

1999 – Marcos Benjamim, Fernando Lucchesi, Marco Tulio Resende

2000 – Mercocidades: Artes Visuais

2000 – Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento

2000 – Marcos Coelho Benjamim, José Bento e Fernando Lucchesi

2000 – Bravas Gentes Brasileiras

2000 – Belo Horizonte-Leiria: um encontro de culturas

2000 – Coletiva na Galeria de Arte São Paulo

2000 – Ars Brasilis 2000

2000 – Cá Entre Nós

2000 – Brasilidades

2000 – Cerâmica Brasileira: construção de uma linguagem

2000 – Século 20: arte do Brasil

2000 – A Forma e os Sentidos: um olhar sobre Minas

2000 – Presente de Reis

2001 – Jeito Mineiro de Ser

2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea

2001 – Trajetória da Luz na Arte Brasileira

2001 – Erótica

2001 – Espelho Cego: seleções de uma coleção contemporânea

2001 – A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim

2002 – Ceará Redescobre o Brasil

2002 – Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini

2002 – Pop Brasil: a arte popular e o popular na arte

2002 – Caminhos do Contemporâneo: 1952/2002

2002 – Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói

2002 – A Imagem do Som do Rock Pop Brasil

2002 – Marília Razuk 10 Anos

2002 – Tesouros da Caixa: mostra do acervo artístico da Caixa

2003 – MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas

2003 – O Sal da Terra

2003 – 10 x Minas

2003 – Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa

2003 – 10 x minas

2003 – Desenho Anos 70

2003 – Projeto Brazilianart

2003 – Celso Renato, Claudia Renault, Manfredo Souzanetto, Marcos Coelho Benjamim, Marco Tulio, Roberto Vieira

2003 – Via BR 040: longo trecho em aclive

2003 – Arte Brasileira no Acervo do MAP

2004 – As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002

2005 – 40/80: uma mostra de arte brasileira

2005 – Diversidade na Arte Contemporânea Brasileira

2005 – Coletiva de Acervo 2005

2005 – Amalgames brésiliens: 18 Artistes contemporains du Brésil

2006 – Brazilian Art Show 2006

2006 – Mostra Ribeirão Preto 150 anos

2006 – Volpi e as Heranças Contemporâneas

2007 – Coletiva de Acervo

2007 – 80/90: modernos, pós-modernos, etc

2007 – Arte como Questão: anos 70

2007 – Clínica Geral

2007 – Heterodoxia – Séries

2007 – Neovanguardas

2008 – Projeto Gravura – Serigrafia

2008 – Cor e Forma

2008 – N Múltiplos

2010 – 2xMinasx2

2010 – Cor e Forma II

2010 – Bienal Universitária de Arte

2011 – Pátio das Esculturas

2011 – 2xMinasx2

2011 – Perfil

2011 – O Colecionador de Sonhos

2011 – Desejo de Salão – Salão Paranaense: uma retrospectiva

2012 – Zona Letal, Espaço Vital: Obras da Caixa Geral de Depósitos

2012 – 05+50 MARP 20 Anos

2013 – Acervo Aberto

2014 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro

2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro

2015 – Alimentário: arte e construção do patrimônio alimentar brasileiro

2015 – Sobre o Que se Desenha

2016 – Arte e Política no Acervo do MAP

2017 – Modos de ver o Brasil: Itaú Cultural 30 Anos

2018 – Movimento – mostra do acervo

2021 – Estado Bruto

2022 – Acervo Flutuante

Fonte: MARCOS Coelho Benjamim. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 01 de maio de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi | UAI.COM

Uma exposição incorreta, sem sustentabilidade, experimental e cheia de poemas. Ou: pequena mostra despretensiosa, safada e divertida. É assim que Marcos Coelho Benjamim define 'Borracharia Duchamp', mostra que ele abre hoje, às 19h, na Galeria Murilo de Castro. “Reivindico o direito de estar sozinho, de fazer exposição com menos assessoria, sem curador, interferências, artifícios e sem ficar explicando demais as coisas. E com clima igual ao do meu ateliê. Que seja um momento de prazer e permita visão menos anfetamínica do trabalho de arte”, conta. O artista fez, literalmente, tudo, inclusive o autorretrato que está nesta página.

A mostra reúne trabalhos realizados nos últimos cinco anos. Estão na exposição dois livros de lona com reflexões sobre a arte; conjunto de fotos que o artista define como “arqueologia pop metafísica”; e objetos realizados com vários materiais (espuma, plástico, chumbo, ferro, couro etc.), inspirados em cartuns que realizou há décadas. Tudo, conta, traduzindo visão de mundo e falando de “temas banais e, por isso, eternos”: vida, morte, traição, alegria, mágoas, ódio, cobiça... “Depois de época de obras silenciosas, sem nenhum texto, voltei a gostar da palavra, do literário, de colocar títulos nas peças, de criar personagens”, conta.

“Sempre fiz de tudo e era patrulhado. Hoje, não dou mais atenção a isso. Como não vou me aposentar, faço o que quero. Continuo um clínico geral e mais radical, pois estou também escrevendo”, acrescenta Benjamim. O que, observa, tem deixado ele feliz e por vários motivos. Tal postura, explica, faz com que fique mais próximo de seu processo criativo e trabalho puxa trabalho, nem sempre com o mesmo material, do mesmo gênero ou criado com a mesma técnica. “Deixo fluírem distintas possibilidades. Sinto que essa profusão de caminhos é riqueza, complexidade. Gosto da multiplicidade e tenho certa habilidade para fazer várias coisas”, afirma.

Benjamim relativiza até a inclusão do que faz no campo da geometria, sem negar admiração por tal estética: “O problema da geometria é que o artista fica circulando dentro do quadrado. A geometria no meu trabalho é fortuita, ocasional, brinco com a matéria”, conta. “Faço geometria sem rumo, que flui sem controle, orgânica, e é a mesma natureza da flor, do cabelo que vai crescendo”, garante.

“Arte talvez não transcenda, mas cura”

Duchamp – A palavra no título da exposição remete ao francês Marcel Duchamp (1887-1967), que, nos anos 1910, levou objetos do cotidiano para as galerias, questionando ideias convencionais sobre o que é arte. E assim antecipou proposições da pop art e da arte conceitual. “É ironia. Vi tempos em que havia uma ditadura Duchamp e isso sempre me incomodou, foi pesado para mim”, observa Benjamim, lembrando-se de época em que a ênfase nas ideias do francês marginalizou quem não tinha afinidades com estética avessa a práticas artesanais. “Admiro a obra dele, mas não é o que gostaria de fazer. É obra de pensador, não de artista plástico. As pessoas acham que é a mesma coisa, mas quem pega na massa sabe que não é. 'Acho o Grande' vidro pensado demais, mas gosto da 'Fonte e a Roda', pela atitude de levar o objeto cotidiano a outro patamar, o que também faço.”

Atos – “Nunca fiz obra para alguém que não seja eu mesmo. Todo ato de interferir, de reinventar o mundo, é ato pessoal. O que busco é a compreensão de mim mesmo. Mas é preciso ter coragem para se compreender, para admitir o quanto se é frágil, o que também é mágico. Quando penso no que realizei fico preocupado. Não com a obra si, mas me pergunto: onde me encaixo?”.

Pop-metafísico – “Sou ligado a alguma metafísica sim. Até os cartuns, do início da carreira, são assim. Não acho que seja algo religioso, embora sinta o fazer coisas como um ritual. Não acredito em Deus, mas acho que ele leva fé em mim. E gosto do pop, acho movimento aberto, que vem do popular, o que é minha cara. Tenho muitas obras que se referem ao utilitário, a temas banais, e que, por isso, são eternos.”

Arte – “Nunca penso em arte achando que vou melhorar o mundo, penso nela como solução para mim. Arte talvez não transcenda, mas cura. Considero uma espécie de autorrealização, caminho um pouco de alquimista tentando transformar merda em ouro, sofrimento em bem-estar. A energia que se gasta para fazer arte e para ser um bandido é a mesma, mas acho que fazer arte é melhor.”

O artista

Marcos Benjamim tem 62 anos, vive e trabalha em Belo Horizonte. Começou fazendo cartuns e histórias em quadrinhos nos anos 1970. Ganhou projeção nacional com o movimento Desenho mineiro, que agrupou vários criadores em torno da linguagem gráfica. Aos poucos dedicou-se a trabalhos tridimensionais; primeiro objetos, depois grandes esculturas e instalações, apresentados no Brasil e no exterior. A produção da última década reúne trabalhos de parede que confrontam matéria e luminosidade. Trata-se de um dos mais importantes artistas brasileiros, com obras já apresentadas nos principais eventos de arte.

Fonte: Portal UAI, “Marcos Coelho Benjamim abre mostra de novos trabalhos em galeria, na Savassi”, publicado por Walter Sebastião, em 28 de novembro de 2013.

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Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais | Difundir

Se tem um mineiro multifacetado é Marcos Coelho Benjamim, que expressa seus dons artísticos na escultura, a pintura, o cartum, o design gráfico, a ilustração e a cenografia.

E tudo isso de maneira singular, servindo de exemplo ao incorporar formas orgânicas e materiais reaproveitados, o que lhe confere um estilo único e amplamente reconhecido na arte contemporânea brasileira.

Ou seja, estamos falando de um artista de expressão marcante e inovadora, e neste artigo vamos explorar sua vida e obra em detalhes.

A consolidação de Marcos Coelho Benjamin

A produção artística de Marcos Coelho Benjamim é marcada pelo diálogo entre a materialidade e a memória.

Seus trabalhos, tanto quanto gravuras e esculturas, por exemplo, exploram a textura, o desgaste e o reaproveitamento de materiais cotidianos, como madeira, metal oxidado e pedras, transformando-os em obras que carregam um forte significado e exemplo.

Ao unir elementos geométricos e orgânicos, suas criações vão além da estética, convidando à reflexão sobre a importância da ressignificação de objetos descartados.

A partir de 1976, Benjamim aprofunda sua expressão artística com aquarelas que retratam figuras fantásticas, revelando uma proximidade com a obra de Marcello Grassmann.

Nessa fase, seu trabalho se caracteriza pelo uso de ritmos repetitivos, gestos gráficos marcantes e uma forte influência geométrica.

Em 1979, participou de uma caravana de artistas para o Vale do Jequitinhonha, promovida por Paulo Laender. Essa experiência o coloca em contato direto com artesãos locais e impulsiona sua dedicação à criação de objetos tridimensionais e instalações e assim inicia uma nova fase em sua carreira.

E Benjamim passa a testar diferentes materiais descartados em suas criações, como latas de óleo antigas, madeira de construções demolidas e metais oxidados.

Sua arte, que começou em um formato mais intimista, foi ganhando novas proporções, conquistando espaços maiores e sendo exposta em diversos ambientes.

A arte da reaproveitação ganhou expansão

Como mencionamos, Benjamim começou a expandir seu portfólio, iniciando sua atuação na cenografia e criando cenários para peças teatrais.

Outro marco foi o convite para expor na 20ª Bienal Internacional de São Paulo, onde passou a criar estruturas de grande escala, utilizando chapas finas de zinco moldadas em formas geométricas fixadas sobre madeira.

E por falar em novidades, outros destaques em sua produção foram as peças em mosaico feitas com pedras retiradas de São Thomé das Letras. Algumas dessas obras são tingidas com pigmentos naturais, como o pó de xadrez azul ultramarino, conferindo ainda mais textura e profundidade às composições, ou seja, mais uma inovação singular mas clássica de Benjamim.

E assim com a alma de um verdadeiro artista, ele nos apresenta um trabalho rico, relevante e extraordinário, transformando o comum em algo fascinante aos nossos olhos.

Sua capacidade de transformar materiais descartados em arte reflete não apenas sua criatividade, mas também seu respeito à tradição artesanal.

Seu trabalho é um convite para enxergar beleza e história nos objetos mais simples, reforçando a ideia de que a arte é capaz de ressignificar elementos do cotidiano e conectá-los à experiência humana de forma profunda e autêntica.

Fonte: Difundir, “Marcos Coelho Benjamim: o artista que ressignifica materiais”, publicado por TMJ Marketing para Ecommerce, em 15 de abril de 2025. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.

Crédito fotográfico: Acervo fotográfico da Coleção Memória da ALMG. Consultado pela última vez em 1 de maio de 2025.

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Feito com no Rio de Janeiro

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