Cadastre-se e tenha a melhor experiência em leilões 🎉🥳

Porcelana Schmidt

Porcelana Schmidt SA (Pomerode, Santa Catarina, 1943), mais conhecida como Schmidt, é uma renomada marca brasileira de porcelana fina. Fundada pela família Schmidt, a história da empresa iniciou sob a liderança de Fritz Erwin Schmidt, imigrante alemão que criou junto com outros membros da família um dos ícones da indústria de porcelana no Brasil. A Schmidt construiu sua reputação ao longo das décadas e é reconhecida por sua qualidade e design refinado, adaptando-se às tendências contemporâneas enquanto preservava tradições, consolidando-se como referência mundial de qualidade. A marca levou a tradição da porcelana brasileira para mercados globais, e sua história é marcada por décadas de dedicação à arte da porcelana, tornando-a uma escolha apreciada por consumidores e colecionadores.

A história da Schmidt – Arremate Arte

A Porcelana Schmidt é uma renomada marca brasileira dedicada à produção de porcelana fina, com uma história que remonta ao século XX. Fundada pela família Schmidt, a empresa se tornou um dos ícones da indústria de porcelana no Brasil.

A história da Porcelana Schmidt teve início em 1929 quando Fritz Erwin Schmidt, aos 16 anos, foi enviado por um tio à Alemanha para que estudasse sobre as técnicas de fabricação de artigos de barro tipo “Bunzlau". Mas Fritz foi mais longe e em 1933 retornou ao Brasil com diploma de ceramista.

Em 1937 fundou junto com empresários locais e a colaboração de seus familiares, a Porcelana Mauá. Porém, com apenas 5 anos, pediu demissão e junto com ele todos os membros da família se retiraram da fábrica. Após quase um ano trabalhando em outras fábricas, fundou a "Porcelana Real", na cidade de Mauá, em 1943.

A nova fábrica foi uma decisão estimulada pela família Schmidt, inicialmente instalada em um galpão de madeira, na cidade de Pomerode. Tinha como sócios Hans Erwin Schmidt, Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt e Rodolph Pedro Schmidt.

O período pós-guerra favoreceu o crescimento da fábrica. Em 1948 houveram mudanças significativas: foram admitidos novos acionistas e, com o ingresso de recursos, foi adquirida a totalidade do controle acionário da Empresa Porcelana Real Ltda., de São Paulo, que se tornou uma Sociedade Anônima.

Em 1956, a Porcelana Real assume o controle acionário da Cerâmica Brasileira e a transforma em fábrica de porcelana, denominando-a "Porcelana Steatita".

Em 1972, as empresas se fundiram, surgindo o Grupo Schmidt. Consolidou-se como líder do mercado nacional, sendo referência em qualidade e ícone no setor de mesa posta.

Na década de 70, o Grupo Schmidt tornou-se o maior fabricante de porcelanas finas das Américas e o quarto maior produtor mundial. Tornou-se a maior indústria de Pomerode, recebendo o apelido de "A Capital das Porcelanas".

Na década de 80, dominava cerca de 80% do mercado brasileiro de louças finas. Entre os anos 80 e 90, obteve reconhecimento internacional e passou a ditar tendências, tornando-se referência mundial de qualidade.

Em 1991, as três fábricas foram reestruturadas, onde foram retiradas as marcas Steatita e Real, trabalhando todas então sob o nome Porcelana Schmidt.

A empresa tornou-se conhecida por suas louças elegantes, com destaque para conjuntos de jantar, utensílios de mesa e itens de decoração em porcelana fina. A qualidade dos produtos e o design refinado contribuíram para a consolidação da marca no mercado brasileiro.

A Porcelana Schmidt manteve uma forte conexão com as tradições de fabricação de porcelana, incorporando técnicas clássicas e artesanato de qualidade. Mesmo seguindo tradições, a marca soube se adaptar às tendências contemporâneas, introduzindo novos designs e estilos para atender às demandas do mercado moderno.

Ao longo de sua história, construiu uma reputação de excelência, tornando-se sinônimo de qualidade no setor de porcelanas no Brasil. Seus produtos são apreciados não apenas por sua durabilidade, mas também por sua estética refinada.

Embora a Porcelana Schmidt seja uma marca brasileira, seus produtos ganharam reconhecimento internacional. A empresa exporta para diversos países, levando a qualidade e a tradição da porcelana brasileira para mercados globais, representando uma combinação bem-sucedida de tradição, qualidade e inovação.

Sua história é marcada por décadas de dedicação à arte da porcelana, tornando-a uma referência no segmento e uma escolha apreciada por consumidores e colecionadores.

---

Porcelana Schmidt – Wikipédia

Porcelana Schmidt S/A é uma empresa brasileira de produtos de porcelana, com sede no município de Pomerode, estado de Santa Catarina. Reconhecida como uma das mais tradicionais indústrias do setor no país, seus produtos se destinam para uso doméstico e comercial.

A história

O pioneiro

A família Schmidt chegou a Mauá, no estado de São Paulo, com Fritz Erwin Schmidt, que havia sido enviado por um tio à Alemanha em 1929, com apenas 16 anos. No exterior, começou a estudar sobre as técnicas de fabricação de artigos de barro tipo “Bunzlau”, uma espécie de grês fino. Mas Fritz foi mais longe e em 1933 retornou ao Brasil com diploma de ceramista. Em 1937 fundou junto com empresários locais a Porcelana Mauá. Fritz teve a colaboração de familiares.

Em 1942, após desentendimentos com os sócios, pediu demissão e junto com ele todos os membros da família se retiraram da fábrica, que chegou a parar a produção naquele ano, voltando a operar posteriormente com novos técnicos. Após quase um ano trabalhando em outras fábricas (Céramus e Cerâmica Matarazzo), em 1943 Fritz Erwin Schmidt fundou a "Porcelana Real", em Mauá.

A Schmidt

Estimulados por Erwin Schmidt, em 1945 a família Schmidt funda uma nova fábrica de porcelana, instalada em um galpão de madeira, na cidade de Pomerode. Os sócios eram Hans Erwin Schmidt, Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt e Rodolph Pedro Schmidt. Nascia a futura Porcelana Schmidt S/A

Em poucos anos de atividade a empresa teve acentuado crescimento, motivado pela moderna tecnologia e aumento de sua capacidade produtiva e vendas, no período do pós-guerra. Desta forma, em 1948 foram admitidos novos acionistas e, com o ingresso de recursos, foi adquirida a totalidade do controle acionário da Empresa Porcelana Real Ltda., de São Paulo, que se tornou uma Sociedade Anônima.

Mais tarde, no ano de 1956, com os negócios mantendo-se em ascendência, o Grupo Schmidt adquiriu o controle acionário da Cerâmica Brasileira, em Campo Largo, no Paraná, transformando-a também em fábrica de porcelana, denominando-a "Porcelana Steatita". Em 1972, as empresas se fundiram, surgindo o Grupo Schmidt, contando com três plantas industriais: Pomerode, Campo Largo e Mauá.

Nas décadas seguintes o grupo consolidou sua posição de liderança nacional no setor. Nos anos 1960, segundo Danielli de Oliveira, já "era líder absoluta do mercado brasileiro de porcelana, vira sinônimo de qualidade e ícone do setor de Mesa Posta". Segundo Bárbara Gemente, nos anos 1970 o Grupo Schmidt era "o maior fabricante de porcelanas finas das Américas e o quarto maior produtor mundial, exportando para países como Áustria, Suécia, Itália, Marrocos, Finlândia, Argélia, Noruega e Estados Unidos". A empresa se tornou a maior indústria de Pomerode, empregando a maior parte da população da cidade e sendo a responsável pelo município receber o apelido de "A Capital das Porcelanas".

Na década de 1980 dominava cerca de 80% do mercado brasileiro de louças finas. Entre os anos 1980 e 1990, com reconhecimento internacional, lançava tendências e se tornava referência mundial de qualidade. Em 1991 as três fabricas passaram por uma reestruturação e aposentaram as marcas Steatita e Real, trabalhando todas então sob o nome Porcelana Schmidt e sob o símbolo da coroa.

Crise

Uma crise de sucessão, a concorrência dos produtos da China e a mudança no padrão de consumo de porcelana fina no país são as razões principais da crise da fabricante, que começou nos anos 1990. A produção exportada caiu de 20% para 5% em 2010 e a produção total de 2,4 milhões de peças por mês, há três anos, para 1,9 milhão. Na unidade de Campo Largo mais de 2.500 pessoas perderam o emprego. Desde o início do ano de 2010 houve atrasos de salários e a empresa entrou em recuperação judicial para evitar a falência.

A produção chegou a ser praticamente paralisada, mas em 2011 foi reiniciada com a quitação de salários e benefícios atrasados. Na recuperação, a companhia passou a produzir 1,2 milhão de peças por mês. O pedido de recuperação judicial foi deferido em 2016, passando a ser administrado pela firma Credibilitá. Contudo, os problemas não foram todos resolvidos, as dívidas aumentaram, e em 2020 estava em planejamento uma grande reestruturação do grupo. Uma assembleia foi marcada para decidir os rumos futuros mas depois foi cancelada devido à pandemia de covid-19. No mesmo ano foi anunciada a redução das atividades em Pomerode e concentração dos investimentos na unidade de Campo Largo, que desde 2013 já se responsabilizava pelo acabamento de todas as peças, como parte essencial da estratégia para manter a empresa funcionando.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 26 de fevereiro de 2024.

---

História da Porcelana Schmidt - Município de Blumenau

A imigração

Como em toda a antiga Colônia Blumenau, os imigrantes, alemães e italianos recebiam lotes coloniais para se instalar com sua família. Produziam, com base na agricultura e na pecuária de subsistência, seus primeiros sustentos, os quais também, um tempo depois, forneciam matéria prima às primeiras fábricas alimentícias da região e do Estado de Santa Catarina. Foram, assim, responsáveis pela industrialização do Estado, bem como pelo surgimento de povoações no interior de seu território.

Com exceção de Lages, somente o litoral era povoado em Santa Catarina até iniciar a colonização no Vale do Itajaí e no Vale do Itapocu. Para estes primeiros pioneiros do Vale do Itajaí, que eram colonos, pois recebiam uma colônia para desenvolver sem exceções, como tentam alguns, também aconteceu no Vale do Testo, pertencente a Bacia do Itajaí. Em toda a região da Bacia do Itajaí, os rios eram os primeiros caminhos e, a partir deles, eram desenhados os lotes coloniais com a devida acessibilidade, garantindo, igualmente o abastecimento de água.

Os primeiros colonos, como eram conhecidos esses imigrantes, cultivavam arroz, fumo, batata, mandioca, cana de açúcar, milho e feijão, como também criavam gado leiteiro e suíno.

A comunidade de Pomerode, cujo território era parte do território da Colônia Blumenau (até 1958), mais ou menos início do século XX, era uma comunidade com atividades quase exclusivamente voltadas para a agricultura e para a pecuária de subsistência, dotada de um pequeno comercio na área central da povoação. Era uma comunidade sustentável, quase autossuficiente.

A partir da primeira metade do século XX, surgiram as primeiras indústrias na região, como: Weege Indústria Alimentícia e a Porcelana Schmidt.

Destacamos que a indústria de porcelana chegou à Europa, somente dois séculos e meio antes da fundação da Porcelana Schmidt, em Pomerode. Na Alemanha, a porcelana ficou conhecida e foi produzida, somente no século XVIII, mais ou menos na mesa época em que os primeiros imigrantes se deslocaram para a região do Vale do Itajaí – Colônia Blumenau.

Era algo muito novo, que teve origem no oriente – China, entre os séculos VII e X. Só a título de informação, a porcelana nasceu, da mistura de dois minérios: Feldspato e caulim. Quando estes eram aquecidos a grande temperatura, o feldspato, vitrificava e o caulim, viabilizava a forma. Atualmente, são usados na fórmula, de maneira básica: Quartzo, caulim, feldspato e argila.

Marco Polo viajante/mercador/explorador/veneziano- 1250/1324, conhecendo o yao (expressão chinesa para a porcelana) batiza as peças de porcellana (fazendo alusão a um molusco de concha branca e brilhante).

Tentando imitar a porcelana chinesa, os italianos descobriram outra fórmula à base de argila e vidro – fabricada em Florença, por volta de 1575. Tinha uma estrutura mais mole e frágil.

Foi somente em 1707 que Johann Friedrich Bottger e Ehrenfried Walter von Tschirnhaus – químicos alemães –  conseguiram desvendar a fórmula da verdadeira cerâmica chinesa. Somente dois séculos e meio antes dos estudos de um jovem de 16 anos, que saiu de Blumenau, para estudar todo este processo na Alemanha e contribuiu para criar uma tradição no Sul do Brasil.

Em 1929, um filho de pioneiro e descendentes de Dr. Fritz Müller, na Colônia Blumenau – Fritz Lorenz, o mesmo pioneiro e desbravador que construiu a Cia Lorenz, entre outras alternativas, patrocinou os estudos do neto de sua tia Selma, irmã de sua mãe Thusnelda, ambas filhas de Dr. Fritz Müller (Dr Johann Freidrich Theodor Müller – (1822-1897)). O neto de Selma era Fritz  Erwin Schmidt.

Quem foi Fritz Lorenz, o mentor da ideia da cerâmica?

Friederich Fritz Carl Lorenz ou Fritz Lorenz, nasceu na localidade de Tatutiba, que pertencia a Blumenau e localizada no atual município de Massaranduba, em 16 agosto 1882 – filho de Robert Lorenz (1851–1896) e Thusnelda Lorenz (1860–1937). Sua mãe era filha do Dr. Fritz Müller (1822–1897) e de Karoline (Thöllner) Müller (1826–1894).

Em 1897, com cinco anos de idade, Lorenz foi morar com os avós Fritz Müller e Karoline Müller, que foram responsáveis por sua educação e criação, até quando Lorenz tinha 14 anos de idade. Este episódio de sua vida, nos faz concluir que, de fato, seus pais não permaneceram casados. Na casa de seus avós Müller, período onde conheceu muito bem sua tia Selma (1863–1948), e toda sua família, incluindo o seu tio Peter Wilhelm Johannes Schmidt (1822–1897) e do neto de Selma e de Peter, Fritz Erwin Schmidt, filho de Hans Ernst Schmidt.

Em 1902, com 20 anos de idade, Lorenz viajou para a Alemanha. Quando retornou, trabalhou na Firma de Koehler & Asseburg, no Paraná. Casou-se em 1909 com Marie e, mais tarde, assumiu, em companhia de seu irmão Johannes Hans Lorenz, a direção da firma de seu meio irmão, Richard Paul, em Timbó. Lembre-se que todas estas localidades faziam parte do grande território da Colônia Blumenau.

Os irmãos Lorenz compraram a firma do meio irmão, Paul e então, fundaram a primeira fecularia de um total de 12, no Vale do Itajaí, na comunidade de Encano e uma outra em Campo Alegre. Produziam maisena e fécula de batata. Johannes Hans Lorenz se mudou para Blumenau, para se dedicar inteiramente às indústrias de fécula – na Altona. Friederich Fritz Carl Lorenz, o Fritz, ficou com a direção da firma em Timbó, adquirindo posteriormente a parte do irmão.

Investiu em produtos e beneficiamento (criação de porcos, banha, fumo, arroz, queijos, conservas e serraria). Esse ramo o aproximou da região do extremo Oeste quando foi informado de que estava perdendo negócios para aquela região, mais especificamente em Videira que era munida de uma estação ferroviária.

Fritz Lorenz ao perceber que sua firma do Vale do Itajaí perdia o mercado de São Paulo para uma firma do Meio Oeste do estado, viajou para a região para conhecer o concorrente, que no caso era a família Frey, que contava com a presença do modal ferroviário viabilizaram seus negócios no mercado paulista. Este quadro fez com que Lorenz fundasse um frigorífico naquela região, igualmente.

Acreditou ser esta a única questão que o diferenciava da firma dos Frey que tinham a matéria prima dos italianos, fornecedores de matéria prima desde o início dos negócios da família. Mas também havia a questão do modal de transporte, seguro, pontual e barato que era o ferroviário, cuja estação de Perdizes esteva próximo a Firma dos Frey.

O modal ferroviário próximo a firma dos Frey e que ligava o local de produção diretamente com o mercado paulista, responsável pelo custo final do produto naquele mercado e, que não existia em Blumenau, Pomerode e Timbó (EFSC a ferrovia do Vale do Itajaí, era uma ferrovia isolada de outros troncais e não chegava até São Paulo). Não demorou muito e Fritz Lorenz vendeu seu frigorífero para os Frey.

Em 1938, após a partida e o encerramento dos negócios dos Lorenz, os irmãos Renê e Arnoldo Frey formaram uma sociedade com Luiz Kellermann, funcionário do Frigorífico Fritz Lorenz, com intenção de aumentar o capital para investir na expansão dos negócios da família. A sociedade recebeu o nome de Sociedade Catarinense Casa da Banha Ltda., que foi o embrião da empresa Perdigão. Fritz Lorenz, juntamente com Renê Carlos Fray e Luiz Kellerman, também foram responsáveis pela construção da primeira ponte, que foi edificada com a técnica enxaimel, sobre o Rio do Peixe, na cidade de Videira.

Lorenz voltou sua atenção para os negócios da família no Vale do Itajaí, onde seu centro industrial se localizava no bairro Encano (divisa com Indaial) e tinha diversas beneficiadoras. Em um desses negócios, Fritz Lorenz se encantou com a cerâmica, ocasião em que, em 1929, pagou os estudos na Alemanha, do neto de sua tia Selma, Fritz Erwin Schmidt, que tinha 16 anos de idade.

Fora conhecer o ofício da cerâmica e, a partir de sua iniciativa e ação, iniciou um novo capítulo da história do Vale do Itajaí. Fritz Lorenz faleceu em Blumenau, em 22 de abril de 1959, quando já havia sido fundada a Porcelana Schmidt, em Pomerode. Vamos conhecer cada uma das etapas dessa história que deve sua existência ao seu protagonismo.

Fritz Erwin Schmidt, neto da tia de Fritz Lorenz, e patrocinado por ele para estudar o ofício da cerâmica, embarcou para a Alemanha em 8 de abril daquele ano, com 16 anos de idade, para estudar na cidade de Bundslau, onde permaneceu por 4 anos. Também estudou as técnicas de fabricação de artigos de barro do tipo Bunzlau, uma espécie de grês fino, muito conhecido na época.

Genealogia de Fritz Erwin Schmidt

Fritz Erwin Schmidt nasceu em 9 de abril de 1913, em Blumenau. Seus pais foram Hans Ernst Schmidt (1886-1961) e Emmy Paula Schmidt (nascida Heilmann). Seu avô paterno foi o pioneiro Johannes Peter Wilheim Schmidt. Chegou ao Brasil em 1879. Sua avó paterna foi Selma, filha do Dr. Fritz Müller, irmã da mãe de Fritz Lorenz, seu benfeitor.

Sua mãe Selma, curiosamente, nasceu em Nossa Senhora do Desterro, na época em que Fritz Müller, contra sua vontade, foi “orientado” por Hermann Blumenau, de que aquele era um lugar bom para ele residir e criar sua família lecionando na escola alemã. Seus avós maternos, foram: Friedrerich Otto Heilmann e Maria Maria Margarethe Heilmann (Voss) – pioneiros que chegaram a Blumenau em 1878.

Em 2 de junho de 1933, Fritz Erwin Schmidt se formou e retornou ao Brasil com o diploma de ceramista.

Lembramos que esta atividade industrial era muito recente na Alemanha – século XVIII. Com o retorno de seu pupilo, neto de sua tia Selma, da Alemanha para o Brasil, Fritz Lorenz foi ousado mais uma vez e fundou uma fábrica de cerâmicas de Bundslau, na cidade de Blumenau. Quem sabia dessa história? Mas não deu certo.

A  fábrica não vingou. Lorenz, ousou mais ainda. Montou, então uma fábrica de Grés, em Mauá – estado de São Paulo, em 23 de setembro de 1933. A fábrica produzia uma porcelana a partir de pastas de quartzo, feldspato e caulino. Sua nova tentativa de fazer uma fábrica de porcelana, também não teve êxito.

Lorenz concluiu que o público brasileiro não apreciava este produto. Observando toda esta movimentação, Hans Altenburg – amigo de Lorenz em Itoupava Seca, sugeriu para que abrisse uma fábrica de porcelana de laboratório. Foi a primeira fábrica a produzir estes produtos no Brasil. Lorenz inaugura a fábrica – Porcelana Mauá – em 1937 e contava com o trabalho e conhecimento de Fritz Erwin Schmidt.

Neste momento, também, foram empregados outros membros da Família Schmidt, que tiveram uma formação técnica, através de Fritz Erwin Schmidt, com o repasse do conhecimento técnico adquirido na Alemanha e custeado por Fritz Lorenz.

Em 29 de março de 1941, em São Paulo, Fritz Erwin Schmidt se casa com Gertrud Bieging, filha de Johanna e Gustav Bieging, com quem teve o primogênito – Frederico João Schmidt.

A fábrica de Mauá foi bem até os Schmidt’s saírem do corpo de colaboradores, na década de 1940. O motivo da saída? Não está muito claro. Algumas fontes apresentam a justificativa de sua saída, causada por desentendimentos com herdeiros de Fritz Lorenz, após sua morte, o que aconteceu somente em 1959. Há algum conflito de informações e datas.

Aparentemente os Schmidt’s saíram da Mauá, quase 20 anos antes da morte de Franz Lorenz. Isso aconteceu em 28 de maio de 1942, quando Fritz Erwin Schmidt se desligou da Porcelana Mauá e pediu demissão. Com ele, os demais familiares, técnicos especializados que trabalhavam na Indústria também. Fritz Lorenz faleceu em 22 de abril de 1959. Seus herdeiros eram: Charlotte Ilse Lorenz (1912–2014), Friedrich Lorenz (1915–), Loreni Lorenz (1919–1922), Erica Lorenz (1919–1922), Käthe Lorenz e Lenni Lorenz. Sem o clã dos Schmidt’s, e outros que os acompanharam, a Porcelana Mauá chegou a parar sua produção por algum tempo.

Fritz Erwin Schmidt e seus irmãos, fundaram (após trabalharem em outras cerâmicas, como: Céramus e Matarazzo, em 23 de setembro de 1943) a Porcelana Real S/A, também em Mauá – no local da Porcelana de Fritz Lorenz. Também em 1943, na Porcelana Real, foi fabricado o primeiro jogo de jantar completo de porcelana branca, no país e na América do Sul. Nesta porcelana, trabalhou a personalidade histórica, cuja história resgatamos através de seu local de trabalho, atendendo a pedidos da Alemanha, Otto Frity Rebling. Link disponível nas referências.

Em 1945, a Família Schmidt decidiu se mudar novamente para Santa Catarina, onde estava a origem de sua família no Brasil. Tinha a ideia fixa de fundar a Porcelana Schmidt que aconteceu em 19 de dezembro do mesmo ano.

Os fundadores, juntamente com Hans Erwig Schmidt, foram: Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt e Rodolph Pedro Schmidt.

A nova porcelana foi instalada em um galpão de madeira – primeiras instalações, na cidade de Pomerode – SC e que ainda se encontra no local. Fotografamo-lo em 2013.

Em pouco tempo de atividade, a empresa teve acentuado crescimento motivada pela moderna tecnologia e aumento de sua capacidade produtiva – no período do pós-guerra.

Quanto a História da colega da Oma que trabalhava na Cia Hering e saiu para fundar a Porcelana Schmidt, há um sentido histórico nesse fato. A Família Schmidt era grande e a maioria de seus membros se mobilizaram para o êxito da fábrica, trabalhando nela. Provavelmente esta senhora, a colega da Oma, era uma das mulheres da família, entre outras que fizeram parte da equipe Schmidt e que construíram esta tradição, nos primeiros momentos da fábrica, em Pomerode SC, na década de 1940.

Curt Erwin Teichmann, ex-professor de Pomerode, que durante o Nacionalismo ficou desempregado, desenvolveu outras atividades que conheceu na sua família, que já havia residido em Blumenau, e nesse momento estava residindo em Rio do Sul. Teichmann desenvolveu técnicas de pintura e escultura e logo adquiriu uma identidade própria na sua produção artística, a ponto de levar exposições para outros Estados.

Em 1946, em uma das muitas exposições pelo Brasil, conheceu Arthur Leopold Schmidt, em São Paulo, durante a exposição. Schmidt lera a notícia sobre e exposição do artista de Pomerode no jornal local e encontrou-se com o artista. Nesse tempo, a Porcelana Schmidt não estava há muito tempo em Pomerode. Fazia somente um ano de sua fundação.

Os laços se estreitaram e passados 9 anos, em 1955, Arthur Leopold Schmidt contratou Erwin Curt Teichmann para suporte artístico à produção e criação. Mas antes disso, repetiu o que fez o visionário Fritz Lorenz. Enviou Teichmann para a Alemanha para se aprimorar e conhecer o ofício e as linhas de produção das maiores empresas europeias de porcelana e cerâmica. Teichmann permaneceu na Europa estudando e pesquisando por 8 meses, por conta da Porcelana Schmidt. Partiu em março/abril de 1955 em um voo da KLM – alterando entre Alemanha e Itália. Na Alemanha visitava as fábricas, artistas, e trocavam impressões com pessoas ligadas às artes plásticas e técnicos. Criou contatos que teve ao longo de sua vida.

Ao retornar para o Brasil, Erwin Curt Teichmann foi trabalhar na área da criação da Porcelana Schmidt e ajudou a empresa ser uma das maiores empresas do ramo de porcelana, não somente em tecnologia, mas também na parte da criação e arte. Sem a arte de Teichmann, os produtos da Schmidt seriam outros, não tão aprimorados, requintados, criativos e artísticos quanto foram. Referência mundial.

Arno Hercílio Teichmann, filho do artista, nos contou que a primeira coisa que seu pai fez, na Porcelana Schmidt, foi implementar uma produção de decalques para decorar as porcelanas. Em sua própria casa, sob a escada, montou uma sala escura para fazer sunscreen. Conseguiu fazer decoração de decalques que fechavam bem as cores que deveriam ficar fixas. Em 1946, o primeiro contato com porcelana aconteceu em São Paulo, quando Arthur Leopold Schmidt deixou estabelecido que a fábrica de Pomerode estava à sua disposição, e que ele tinha a liberdade de desenvolver o projeto que desejasse. Começou a modelar bibelôs, coisinhas miúdas, que depois iam para a produção. Com isto, Erwin Curt Teichmann teve a oportunidade de ter contato com materiais como a cerâmica, ampliando suas técnicas de arte, que já eram muitas.

Na fábrica da Porcelana Schmidt, Teichmann assumiu a direção técnica – fazia a arte final, participava das reuniões, e em uma destas reuniões perguntou: – “Por que vocês não fazem uma gota d’água?” A sensação de uma gota d’água. E foi feito este jogo de jantar na década de 1950. Foi um sucesso. A cada dois anos, era criado um novo aparelho e Erwin Curt Teichmann se solidificou como o criador artístico da Porcelana Schmidt e talvez o responsável direto por seus períodos áureos – em vendas de cerâmica de qualidade e arte.

Além de trabalhar na fábrica, Erwin Curt Teichmann também participava de congressos e seminários representando a Porcelana Schmidt, como parte da criação.

Abertura de Capital

Em 1948, a Família Schmidt admitiu novos acionistas e com o novo quadro de entrada de capital, adquiriu o resto das ações da Porcelana Real Ltda, de São Paulo. Em 2 de janeiro de 1954 foi fundada a Porcelana e Steatita e em 1956, a Porcelana Schmidt adquiriu o controle acionário da Cerâmica Brasileira de Campo Largo – PR, transformando-a também em fábrica de cerâmica – Porcelana Steatita. Em 1972, as três empresas se fundiram, surgindo o Grupo Schmidt, com três fábricas, em três cidades e três estados: Pomerode – SC; Campo Largo – PR e Mauá – SP.

Nesse período, a empresa chegou a produzir mais de um milhão de peças de porcelana por mês, contando com uma estrutura de 60.000 m2 e aproximadamente 1.500 funcionários.

Em 1991, as três fabricas passaram por uma reestruturação e não usaram mais as marcas Steatita e Real, trabalhando todas sob a marca Porcelana Schmidt e sob o símbolo da coroa. Durante a década de 1990, tinha 80% do mercado nacional no setor de porcelana.

Na empresa da Porcelana Schmidt, fomos recebidos por Rodolph Otto Schmidt, neto de Fritz Erwin Schmidt, o fundador e que nutre grande carinho pelo patrimônio familiar. Rodolph estava fazendo um levantamento da História da Porcelana Schmidt e montando um acervo para expor no museu, que se encontra fechado atualmente. Fomos até a fábrica na companhia do Pastor Hugo Westphal e sua esposa Simone Wetphal, amigos de Rodolph.

No século XXI, a abertura do mercado chinês e a mudança do padrão de consumo foram fatores que contribuíram para uma desestabilidade na empresa, a partir da década de 1990. Houve em torno de 2.500 demissões no campo fabril de Campo Largo, e a queda de 20% para 5% das exportações, como também a queda de 2,4 milhões de peças cerâmicas/mês para 1.9 milhão/mês, em 2010. Também em 2010, houve atraso de salários e a empresa entrou em Recuperação Judicial, para evitar a falência. Uma tradição e uma história estavam em perigo. Foi essa situação negativa que nos motivou pesquisar sobre esta emblemática história e estimular a sociedade para que fosse feito algo que não permitisse o fim dessa tradição, na sequência das gerações.

Houve uma pequena melhora na situação. Um dos fatores, entre outros, que contribuíram para esta recuperação foi a Lei antidumping, medida do governo brasileiro, com base na Resolução N° 57, de 24 de julho de 2013, a qual aplica direito de antidumping provisório, por prazo de até seis meses, às exportações brasileiras de objetos de louças para mesa, originárias da China. De acordo com Rodolph Otto Schmidt, no mês de setembro de 2013 as vendas dobraram, para o Japão, Alemanha e França. Passados 10 anos, a empresa está tentando contornar uma situação não muito positiva, mas que mantém esperanças.

É uma tradição que vive nas residências desde 1945, de uma geração para outra, e não poderia terminar. Visitamos uma família em 2023, a família Meister que ilustra exatamente essa tradição.

Fonte: O município de Blumenau. Consultado pela última vez em 26 de fevereiro de 2024.

Crédito fotográfico: Logo Schmidt. Consultado pela última vez em 26 de fevereiro de 2024.

Porcelana Schmidt SA (Pomerode, Santa Catarina, 1943), mais conhecida como Schmidt, é uma renomada marca brasileira de porcelana fina. Fundada pela família Schmidt, a história da empresa iniciou sob a liderança de Fritz Erwin Schmidt, imigrante alemão que criou junto com outros membros da família um dos ícones da indústria de porcelana no Brasil. A Schmidt construiu sua reputação ao longo das décadas e é reconhecida por sua qualidade e design refinado, adaptando-se às tendências contemporâneas enquanto preservava tradições, consolidando-se como referência mundial de qualidade. A marca levou a tradição da porcelana brasileira para mercados globais, e sua história é marcada por décadas de dedicação à arte da porcelana, tornando-a uma escolha apreciada por consumidores e colecionadores.

Porcelana Schmidt

Porcelana Schmidt SA (Pomerode, Santa Catarina, 1943), mais conhecida como Schmidt, é uma renomada marca brasileira de porcelana fina. Fundada pela família Schmidt, a história da empresa iniciou sob a liderança de Fritz Erwin Schmidt, imigrante alemão que criou junto com outros membros da família um dos ícones da indústria de porcelana no Brasil. A Schmidt construiu sua reputação ao longo das décadas e é reconhecida por sua qualidade e design refinado, adaptando-se às tendências contemporâneas enquanto preservava tradições, consolidando-se como referência mundial de qualidade. A marca levou a tradição da porcelana brasileira para mercados globais, e sua história é marcada por décadas de dedicação à arte da porcelana, tornando-a uma escolha apreciada por consumidores e colecionadores.

Videos

Schmidt: Decoração Eterna | 2020

Porcelana Schmidt | 2017

Schmidt: Decoração Brasilis | 2020

Reportagem na fábrica matriz da Porcelana Schmidt | 2016

Schmidt: Decoração Pantanal | 2020

Schmidt: Modelo Luiza | 2020

Schmidt: Decoração Araucária | 2020

Schmidt: Decoração Jericó | 2020

Schmidt: Decoração Cambuí | 2020

Schmidt: Modelo Oca | 2020

Schmidt: Decoração Guaporé | 2020

A história da Schmidt – Arremate Arte

A Porcelana Schmidt é uma renomada marca brasileira dedicada à produção de porcelana fina, com uma história que remonta ao século XX. Fundada pela família Schmidt, a empresa se tornou um dos ícones da indústria de porcelana no Brasil.

A história da Porcelana Schmidt teve início em 1929 quando Fritz Erwin Schmidt, aos 16 anos, foi enviado por um tio à Alemanha para que estudasse sobre as técnicas de fabricação de artigos de barro tipo “Bunzlau". Mas Fritz foi mais longe e em 1933 retornou ao Brasil com diploma de ceramista.

Em 1937 fundou junto com empresários locais e a colaboração de seus familiares, a Porcelana Mauá. Porém, com apenas 5 anos, pediu demissão e junto com ele todos os membros da família se retiraram da fábrica. Após quase um ano trabalhando em outras fábricas, fundou a "Porcelana Real", na cidade de Mauá, em 1943.

A nova fábrica foi uma decisão estimulada pela família Schmidt, inicialmente instalada em um galpão de madeira, na cidade de Pomerode. Tinha como sócios Hans Erwin Schmidt, Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt e Rodolph Pedro Schmidt.

O período pós-guerra favoreceu o crescimento da fábrica. Em 1948 houveram mudanças significativas: foram admitidos novos acionistas e, com o ingresso de recursos, foi adquirida a totalidade do controle acionário da Empresa Porcelana Real Ltda., de São Paulo, que se tornou uma Sociedade Anônima.

Em 1956, a Porcelana Real assume o controle acionário da Cerâmica Brasileira e a transforma em fábrica de porcelana, denominando-a "Porcelana Steatita".

Em 1972, as empresas se fundiram, surgindo o Grupo Schmidt. Consolidou-se como líder do mercado nacional, sendo referência em qualidade e ícone no setor de mesa posta.

Na década de 70, o Grupo Schmidt tornou-se o maior fabricante de porcelanas finas das Américas e o quarto maior produtor mundial. Tornou-se a maior indústria de Pomerode, recebendo o apelido de "A Capital das Porcelanas".

Na década de 80, dominava cerca de 80% do mercado brasileiro de louças finas. Entre os anos 80 e 90, obteve reconhecimento internacional e passou a ditar tendências, tornando-se referência mundial de qualidade.

Em 1991, as três fábricas foram reestruturadas, onde foram retiradas as marcas Steatita e Real, trabalhando todas então sob o nome Porcelana Schmidt.

A empresa tornou-se conhecida por suas louças elegantes, com destaque para conjuntos de jantar, utensílios de mesa e itens de decoração em porcelana fina. A qualidade dos produtos e o design refinado contribuíram para a consolidação da marca no mercado brasileiro.

A Porcelana Schmidt manteve uma forte conexão com as tradições de fabricação de porcelana, incorporando técnicas clássicas e artesanato de qualidade. Mesmo seguindo tradições, a marca soube se adaptar às tendências contemporâneas, introduzindo novos designs e estilos para atender às demandas do mercado moderno.

Ao longo de sua história, construiu uma reputação de excelência, tornando-se sinônimo de qualidade no setor de porcelanas no Brasil. Seus produtos são apreciados não apenas por sua durabilidade, mas também por sua estética refinada.

Embora a Porcelana Schmidt seja uma marca brasileira, seus produtos ganharam reconhecimento internacional. A empresa exporta para diversos países, levando a qualidade e a tradição da porcelana brasileira para mercados globais, representando uma combinação bem-sucedida de tradição, qualidade e inovação.

Sua história é marcada por décadas de dedicação à arte da porcelana, tornando-a uma referência no segmento e uma escolha apreciada por consumidores e colecionadores.

---

Porcelana Schmidt – Wikipédia

Porcelana Schmidt S/A é uma empresa brasileira de produtos de porcelana, com sede no município de Pomerode, estado de Santa Catarina. Reconhecida como uma das mais tradicionais indústrias do setor no país, seus produtos se destinam para uso doméstico e comercial.

A história

O pioneiro

A família Schmidt chegou a Mauá, no estado de São Paulo, com Fritz Erwin Schmidt, que havia sido enviado por um tio à Alemanha em 1929, com apenas 16 anos. No exterior, começou a estudar sobre as técnicas de fabricação de artigos de barro tipo “Bunzlau”, uma espécie de grês fino. Mas Fritz foi mais longe e em 1933 retornou ao Brasil com diploma de ceramista. Em 1937 fundou junto com empresários locais a Porcelana Mauá. Fritz teve a colaboração de familiares.

Em 1942, após desentendimentos com os sócios, pediu demissão e junto com ele todos os membros da família se retiraram da fábrica, que chegou a parar a produção naquele ano, voltando a operar posteriormente com novos técnicos. Após quase um ano trabalhando em outras fábricas (Céramus e Cerâmica Matarazzo), em 1943 Fritz Erwin Schmidt fundou a "Porcelana Real", em Mauá.

A Schmidt

Estimulados por Erwin Schmidt, em 1945 a família Schmidt funda uma nova fábrica de porcelana, instalada em um galpão de madeira, na cidade de Pomerode. Os sócios eram Hans Erwin Schmidt, Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt e Rodolph Pedro Schmidt. Nascia a futura Porcelana Schmidt S/A

Em poucos anos de atividade a empresa teve acentuado crescimento, motivado pela moderna tecnologia e aumento de sua capacidade produtiva e vendas, no período do pós-guerra. Desta forma, em 1948 foram admitidos novos acionistas e, com o ingresso de recursos, foi adquirida a totalidade do controle acionário da Empresa Porcelana Real Ltda., de São Paulo, que se tornou uma Sociedade Anônima.

Mais tarde, no ano de 1956, com os negócios mantendo-se em ascendência, o Grupo Schmidt adquiriu o controle acionário da Cerâmica Brasileira, em Campo Largo, no Paraná, transformando-a também em fábrica de porcelana, denominando-a "Porcelana Steatita". Em 1972, as empresas se fundiram, surgindo o Grupo Schmidt, contando com três plantas industriais: Pomerode, Campo Largo e Mauá.

Nas décadas seguintes o grupo consolidou sua posição de liderança nacional no setor. Nos anos 1960, segundo Danielli de Oliveira, já "era líder absoluta do mercado brasileiro de porcelana, vira sinônimo de qualidade e ícone do setor de Mesa Posta". Segundo Bárbara Gemente, nos anos 1970 o Grupo Schmidt era "o maior fabricante de porcelanas finas das Américas e o quarto maior produtor mundial, exportando para países como Áustria, Suécia, Itália, Marrocos, Finlândia, Argélia, Noruega e Estados Unidos". A empresa se tornou a maior indústria de Pomerode, empregando a maior parte da população da cidade e sendo a responsável pelo município receber o apelido de "A Capital das Porcelanas".

Na década de 1980 dominava cerca de 80% do mercado brasileiro de louças finas. Entre os anos 1980 e 1990, com reconhecimento internacional, lançava tendências e se tornava referência mundial de qualidade. Em 1991 as três fabricas passaram por uma reestruturação e aposentaram as marcas Steatita e Real, trabalhando todas então sob o nome Porcelana Schmidt e sob o símbolo da coroa.

Crise

Uma crise de sucessão, a concorrência dos produtos da China e a mudança no padrão de consumo de porcelana fina no país são as razões principais da crise da fabricante, que começou nos anos 1990. A produção exportada caiu de 20% para 5% em 2010 e a produção total de 2,4 milhões de peças por mês, há três anos, para 1,9 milhão. Na unidade de Campo Largo mais de 2.500 pessoas perderam o emprego. Desde o início do ano de 2010 houve atrasos de salários e a empresa entrou em recuperação judicial para evitar a falência.

A produção chegou a ser praticamente paralisada, mas em 2011 foi reiniciada com a quitação de salários e benefícios atrasados. Na recuperação, a companhia passou a produzir 1,2 milhão de peças por mês. O pedido de recuperação judicial foi deferido em 2016, passando a ser administrado pela firma Credibilitá. Contudo, os problemas não foram todos resolvidos, as dívidas aumentaram, e em 2020 estava em planejamento uma grande reestruturação do grupo. Uma assembleia foi marcada para decidir os rumos futuros mas depois foi cancelada devido à pandemia de covid-19. No mesmo ano foi anunciada a redução das atividades em Pomerode e concentração dos investimentos na unidade de Campo Largo, que desde 2013 já se responsabilizava pelo acabamento de todas as peças, como parte essencial da estratégia para manter a empresa funcionando.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 26 de fevereiro de 2024.

---

História da Porcelana Schmidt - Município de Blumenau

A imigração

Como em toda a antiga Colônia Blumenau, os imigrantes, alemães e italianos recebiam lotes coloniais para se instalar com sua família. Produziam, com base na agricultura e na pecuária de subsistência, seus primeiros sustentos, os quais também, um tempo depois, forneciam matéria prima às primeiras fábricas alimentícias da região e do Estado de Santa Catarina. Foram, assim, responsáveis pela industrialização do Estado, bem como pelo surgimento de povoações no interior de seu território.

Com exceção de Lages, somente o litoral era povoado em Santa Catarina até iniciar a colonização no Vale do Itajaí e no Vale do Itapocu. Para estes primeiros pioneiros do Vale do Itajaí, que eram colonos, pois recebiam uma colônia para desenvolver sem exceções, como tentam alguns, também aconteceu no Vale do Testo, pertencente a Bacia do Itajaí. Em toda a região da Bacia do Itajaí, os rios eram os primeiros caminhos e, a partir deles, eram desenhados os lotes coloniais com a devida acessibilidade, garantindo, igualmente o abastecimento de água.

Os primeiros colonos, como eram conhecidos esses imigrantes, cultivavam arroz, fumo, batata, mandioca, cana de açúcar, milho e feijão, como também criavam gado leiteiro e suíno.

A comunidade de Pomerode, cujo território era parte do território da Colônia Blumenau (até 1958), mais ou menos início do século XX, era uma comunidade com atividades quase exclusivamente voltadas para a agricultura e para a pecuária de subsistência, dotada de um pequeno comercio na área central da povoação. Era uma comunidade sustentável, quase autossuficiente.

A partir da primeira metade do século XX, surgiram as primeiras indústrias na região, como: Weege Indústria Alimentícia e a Porcelana Schmidt.

Destacamos que a indústria de porcelana chegou à Europa, somente dois séculos e meio antes da fundação da Porcelana Schmidt, em Pomerode. Na Alemanha, a porcelana ficou conhecida e foi produzida, somente no século XVIII, mais ou menos na mesa época em que os primeiros imigrantes se deslocaram para a região do Vale do Itajaí – Colônia Blumenau.

Era algo muito novo, que teve origem no oriente – China, entre os séculos VII e X. Só a título de informação, a porcelana nasceu, da mistura de dois minérios: Feldspato e caulim. Quando estes eram aquecidos a grande temperatura, o feldspato, vitrificava e o caulim, viabilizava a forma. Atualmente, são usados na fórmula, de maneira básica: Quartzo, caulim, feldspato e argila.

Marco Polo viajante/mercador/explorador/veneziano- 1250/1324, conhecendo o yao (expressão chinesa para a porcelana) batiza as peças de porcellana (fazendo alusão a um molusco de concha branca e brilhante).

Tentando imitar a porcelana chinesa, os italianos descobriram outra fórmula à base de argila e vidro – fabricada em Florença, por volta de 1575. Tinha uma estrutura mais mole e frágil.

Foi somente em 1707 que Johann Friedrich Bottger e Ehrenfried Walter von Tschirnhaus – químicos alemães –  conseguiram desvendar a fórmula da verdadeira cerâmica chinesa. Somente dois séculos e meio antes dos estudos de um jovem de 16 anos, que saiu de Blumenau, para estudar todo este processo na Alemanha e contribuiu para criar uma tradição no Sul do Brasil.

Em 1929, um filho de pioneiro e descendentes de Dr. Fritz Müller, na Colônia Blumenau – Fritz Lorenz, o mesmo pioneiro e desbravador que construiu a Cia Lorenz, entre outras alternativas, patrocinou os estudos do neto de sua tia Selma, irmã de sua mãe Thusnelda, ambas filhas de Dr. Fritz Müller (Dr Johann Freidrich Theodor Müller – (1822-1897)). O neto de Selma era Fritz  Erwin Schmidt.

Quem foi Fritz Lorenz, o mentor da ideia da cerâmica?

Friederich Fritz Carl Lorenz ou Fritz Lorenz, nasceu na localidade de Tatutiba, que pertencia a Blumenau e localizada no atual município de Massaranduba, em 16 agosto 1882 – filho de Robert Lorenz (1851–1896) e Thusnelda Lorenz (1860–1937). Sua mãe era filha do Dr. Fritz Müller (1822–1897) e de Karoline (Thöllner) Müller (1826–1894).

Em 1897, com cinco anos de idade, Lorenz foi morar com os avós Fritz Müller e Karoline Müller, que foram responsáveis por sua educação e criação, até quando Lorenz tinha 14 anos de idade. Este episódio de sua vida, nos faz concluir que, de fato, seus pais não permaneceram casados. Na casa de seus avós Müller, período onde conheceu muito bem sua tia Selma (1863–1948), e toda sua família, incluindo o seu tio Peter Wilhelm Johannes Schmidt (1822–1897) e do neto de Selma e de Peter, Fritz Erwin Schmidt, filho de Hans Ernst Schmidt.

Em 1902, com 20 anos de idade, Lorenz viajou para a Alemanha. Quando retornou, trabalhou na Firma de Koehler & Asseburg, no Paraná. Casou-se em 1909 com Marie e, mais tarde, assumiu, em companhia de seu irmão Johannes Hans Lorenz, a direção da firma de seu meio irmão, Richard Paul, em Timbó. Lembre-se que todas estas localidades faziam parte do grande território da Colônia Blumenau.

Os irmãos Lorenz compraram a firma do meio irmão, Paul e então, fundaram a primeira fecularia de um total de 12, no Vale do Itajaí, na comunidade de Encano e uma outra em Campo Alegre. Produziam maisena e fécula de batata. Johannes Hans Lorenz se mudou para Blumenau, para se dedicar inteiramente às indústrias de fécula – na Altona. Friederich Fritz Carl Lorenz, o Fritz, ficou com a direção da firma em Timbó, adquirindo posteriormente a parte do irmão.

Investiu em produtos e beneficiamento (criação de porcos, banha, fumo, arroz, queijos, conservas e serraria). Esse ramo o aproximou da região do extremo Oeste quando foi informado de que estava perdendo negócios para aquela região, mais especificamente em Videira que era munida de uma estação ferroviária.

Fritz Lorenz ao perceber que sua firma do Vale do Itajaí perdia o mercado de São Paulo para uma firma do Meio Oeste do estado, viajou para a região para conhecer o concorrente, que no caso era a família Frey, que contava com a presença do modal ferroviário viabilizaram seus negócios no mercado paulista. Este quadro fez com que Lorenz fundasse um frigorífico naquela região, igualmente.

Acreditou ser esta a única questão que o diferenciava da firma dos Frey que tinham a matéria prima dos italianos, fornecedores de matéria prima desde o início dos negócios da família. Mas também havia a questão do modal de transporte, seguro, pontual e barato que era o ferroviário, cuja estação de Perdizes esteva próximo a Firma dos Frey.

O modal ferroviário próximo a firma dos Frey e que ligava o local de produção diretamente com o mercado paulista, responsável pelo custo final do produto naquele mercado e, que não existia em Blumenau, Pomerode e Timbó (EFSC a ferrovia do Vale do Itajaí, era uma ferrovia isolada de outros troncais e não chegava até São Paulo). Não demorou muito e Fritz Lorenz vendeu seu frigorífero para os Frey.

Em 1938, após a partida e o encerramento dos negócios dos Lorenz, os irmãos Renê e Arnoldo Frey formaram uma sociedade com Luiz Kellermann, funcionário do Frigorífico Fritz Lorenz, com intenção de aumentar o capital para investir na expansão dos negócios da família. A sociedade recebeu o nome de Sociedade Catarinense Casa da Banha Ltda., que foi o embrião da empresa Perdigão. Fritz Lorenz, juntamente com Renê Carlos Fray e Luiz Kellerman, também foram responsáveis pela construção da primeira ponte, que foi edificada com a técnica enxaimel, sobre o Rio do Peixe, na cidade de Videira.

Lorenz voltou sua atenção para os negócios da família no Vale do Itajaí, onde seu centro industrial se localizava no bairro Encano (divisa com Indaial) e tinha diversas beneficiadoras. Em um desses negócios, Fritz Lorenz se encantou com a cerâmica, ocasião em que, em 1929, pagou os estudos na Alemanha, do neto de sua tia Selma, Fritz Erwin Schmidt, que tinha 16 anos de idade.

Fora conhecer o ofício da cerâmica e, a partir de sua iniciativa e ação, iniciou um novo capítulo da história do Vale do Itajaí. Fritz Lorenz faleceu em Blumenau, em 22 de abril de 1959, quando já havia sido fundada a Porcelana Schmidt, em Pomerode. Vamos conhecer cada uma das etapas dessa história que deve sua existência ao seu protagonismo.

Fritz Erwin Schmidt, neto da tia de Fritz Lorenz, e patrocinado por ele para estudar o ofício da cerâmica, embarcou para a Alemanha em 8 de abril daquele ano, com 16 anos de idade, para estudar na cidade de Bundslau, onde permaneceu por 4 anos. Também estudou as técnicas de fabricação de artigos de barro do tipo Bunzlau, uma espécie de grês fino, muito conhecido na época.

Genealogia de Fritz Erwin Schmidt

Fritz Erwin Schmidt nasceu em 9 de abril de 1913, em Blumenau. Seus pais foram Hans Ernst Schmidt (1886-1961) e Emmy Paula Schmidt (nascida Heilmann). Seu avô paterno foi o pioneiro Johannes Peter Wilheim Schmidt. Chegou ao Brasil em 1879. Sua avó paterna foi Selma, filha do Dr. Fritz Müller, irmã da mãe de Fritz Lorenz, seu benfeitor.

Sua mãe Selma, curiosamente, nasceu em Nossa Senhora do Desterro, na época em que Fritz Müller, contra sua vontade, foi “orientado” por Hermann Blumenau, de que aquele era um lugar bom para ele residir e criar sua família lecionando na escola alemã. Seus avós maternos, foram: Friedrerich Otto Heilmann e Maria Maria Margarethe Heilmann (Voss) – pioneiros que chegaram a Blumenau em 1878.

Em 2 de junho de 1933, Fritz Erwin Schmidt se formou e retornou ao Brasil com o diploma de ceramista.

Lembramos que esta atividade industrial era muito recente na Alemanha – século XVIII. Com o retorno de seu pupilo, neto de sua tia Selma, da Alemanha para o Brasil, Fritz Lorenz foi ousado mais uma vez e fundou uma fábrica de cerâmicas de Bundslau, na cidade de Blumenau. Quem sabia dessa história? Mas não deu certo.

A  fábrica não vingou. Lorenz, ousou mais ainda. Montou, então uma fábrica de Grés, em Mauá – estado de São Paulo, em 23 de setembro de 1933. A fábrica produzia uma porcelana a partir de pastas de quartzo, feldspato e caulino. Sua nova tentativa de fazer uma fábrica de porcelana, também não teve êxito.

Lorenz concluiu que o público brasileiro não apreciava este produto. Observando toda esta movimentação, Hans Altenburg – amigo de Lorenz em Itoupava Seca, sugeriu para que abrisse uma fábrica de porcelana de laboratório. Foi a primeira fábrica a produzir estes produtos no Brasil. Lorenz inaugura a fábrica – Porcelana Mauá – em 1937 e contava com o trabalho e conhecimento de Fritz Erwin Schmidt.

Neste momento, também, foram empregados outros membros da Família Schmidt, que tiveram uma formação técnica, através de Fritz Erwin Schmidt, com o repasse do conhecimento técnico adquirido na Alemanha e custeado por Fritz Lorenz.

Em 29 de março de 1941, em São Paulo, Fritz Erwin Schmidt se casa com Gertrud Bieging, filha de Johanna e Gustav Bieging, com quem teve o primogênito – Frederico João Schmidt.

A fábrica de Mauá foi bem até os Schmidt’s saírem do corpo de colaboradores, na década de 1940. O motivo da saída? Não está muito claro. Algumas fontes apresentam a justificativa de sua saída, causada por desentendimentos com herdeiros de Fritz Lorenz, após sua morte, o que aconteceu somente em 1959. Há algum conflito de informações e datas.

Aparentemente os Schmidt’s saíram da Mauá, quase 20 anos antes da morte de Franz Lorenz. Isso aconteceu em 28 de maio de 1942, quando Fritz Erwin Schmidt se desligou da Porcelana Mauá e pediu demissão. Com ele, os demais familiares, técnicos especializados que trabalhavam na Indústria também. Fritz Lorenz faleceu em 22 de abril de 1959. Seus herdeiros eram: Charlotte Ilse Lorenz (1912–2014), Friedrich Lorenz (1915–), Loreni Lorenz (1919–1922), Erica Lorenz (1919–1922), Käthe Lorenz e Lenni Lorenz. Sem o clã dos Schmidt’s, e outros que os acompanharam, a Porcelana Mauá chegou a parar sua produção por algum tempo.

Fritz Erwin Schmidt e seus irmãos, fundaram (após trabalharem em outras cerâmicas, como: Céramus e Matarazzo, em 23 de setembro de 1943) a Porcelana Real S/A, também em Mauá – no local da Porcelana de Fritz Lorenz. Também em 1943, na Porcelana Real, foi fabricado o primeiro jogo de jantar completo de porcelana branca, no país e na América do Sul. Nesta porcelana, trabalhou a personalidade histórica, cuja história resgatamos através de seu local de trabalho, atendendo a pedidos da Alemanha, Otto Frity Rebling. Link disponível nas referências.

Em 1945, a Família Schmidt decidiu se mudar novamente para Santa Catarina, onde estava a origem de sua família no Brasil. Tinha a ideia fixa de fundar a Porcelana Schmidt que aconteceu em 19 de dezembro do mesmo ano.

Os fundadores, juntamente com Hans Erwig Schmidt, foram: Hans Ernst Schmidt, Ailhen Krämer, Arthur Leopold Schmidt e Rodolph Pedro Schmidt.

A nova porcelana foi instalada em um galpão de madeira – primeiras instalações, na cidade de Pomerode – SC e que ainda se encontra no local. Fotografamo-lo em 2013.

Em pouco tempo de atividade, a empresa teve acentuado crescimento motivada pela moderna tecnologia e aumento de sua capacidade produtiva – no período do pós-guerra.

Quanto a História da colega da Oma que trabalhava na Cia Hering e saiu para fundar a Porcelana Schmidt, há um sentido histórico nesse fato. A Família Schmidt era grande e a maioria de seus membros se mobilizaram para o êxito da fábrica, trabalhando nela. Provavelmente esta senhora, a colega da Oma, era uma das mulheres da família, entre outras que fizeram parte da equipe Schmidt e que construíram esta tradição, nos primeiros momentos da fábrica, em Pomerode SC, na década de 1940.

Curt Erwin Teichmann, ex-professor de Pomerode, que durante o Nacionalismo ficou desempregado, desenvolveu outras atividades que conheceu na sua família, que já havia residido em Blumenau, e nesse momento estava residindo em Rio do Sul. Teichmann desenvolveu técnicas de pintura e escultura e logo adquiriu uma identidade própria na sua produção artística, a ponto de levar exposições para outros Estados.

Em 1946, em uma das muitas exposições pelo Brasil, conheceu Arthur Leopold Schmidt, em São Paulo, durante a exposição. Schmidt lera a notícia sobre e exposição do artista de Pomerode no jornal local e encontrou-se com o artista. Nesse tempo, a Porcelana Schmidt não estava há muito tempo em Pomerode. Fazia somente um ano de sua fundação.

Os laços se estreitaram e passados 9 anos, em 1955, Arthur Leopold Schmidt contratou Erwin Curt Teichmann para suporte artístico à produção e criação. Mas antes disso, repetiu o que fez o visionário Fritz Lorenz. Enviou Teichmann para a Alemanha para se aprimorar e conhecer o ofício e as linhas de produção das maiores empresas europeias de porcelana e cerâmica. Teichmann permaneceu na Europa estudando e pesquisando por 8 meses, por conta da Porcelana Schmidt. Partiu em março/abril de 1955 em um voo da KLM – alterando entre Alemanha e Itália. Na Alemanha visitava as fábricas, artistas, e trocavam impressões com pessoas ligadas às artes plásticas e técnicos. Criou contatos que teve ao longo de sua vida.

Ao retornar para o Brasil, Erwin Curt Teichmann foi trabalhar na área da criação da Porcelana Schmidt e ajudou a empresa ser uma das maiores empresas do ramo de porcelana, não somente em tecnologia, mas também na parte da criação e arte. Sem a arte de Teichmann, os produtos da Schmidt seriam outros, não tão aprimorados, requintados, criativos e artísticos quanto foram. Referência mundial.

Arno Hercílio Teichmann, filho do artista, nos contou que a primeira coisa que seu pai fez, na Porcelana Schmidt, foi implementar uma produção de decalques para decorar as porcelanas. Em sua própria casa, sob a escada, montou uma sala escura para fazer sunscreen. Conseguiu fazer decoração de decalques que fechavam bem as cores que deveriam ficar fixas. Em 1946, o primeiro contato com porcelana aconteceu em São Paulo, quando Arthur Leopold Schmidt deixou estabelecido que a fábrica de Pomerode estava à sua disposição, e que ele tinha a liberdade de desenvolver o projeto que desejasse. Começou a modelar bibelôs, coisinhas miúdas, que depois iam para a produção. Com isto, Erwin Curt Teichmann teve a oportunidade de ter contato com materiais como a cerâmica, ampliando suas técnicas de arte, que já eram muitas.

Na fábrica da Porcelana Schmidt, Teichmann assumiu a direção técnica – fazia a arte final, participava das reuniões, e em uma destas reuniões perguntou: – “Por que vocês não fazem uma gota d’água?” A sensação de uma gota d’água. E foi feito este jogo de jantar na década de 1950. Foi um sucesso. A cada dois anos, era criado um novo aparelho e Erwin Curt Teichmann se solidificou como o criador artístico da Porcelana Schmidt e talvez o responsável direto por seus períodos áureos – em vendas de cerâmica de qualidade e arte.

Além de trabalhar na fábrica, Erwin Curt Teichmann também participava de congressos e seminários representando a Porcelana Schmidt, como parte da criação.

Abertura de Capital

Em 1948, a Família Schmidt admitiu novos acionistas e com o novo quadro de entrada de capital, adquiriu o resto das ações da Porcelana Real Ltda, de São Paulo. Em 2 de janeiro de 1954 foi fundada a Porcelana e Steatita e em 1956, a Porcelana Schmidt adquiriu o controle acionário da Cerâmica Brasileira de Campo Largo – PR, transformando-a também em fábrica de cerâmica – Porcelana Steatita. Em 1972, as três empresas se fundiram, surgindo o Grupo Schmidt, com três fábricas, em três cidades e três estados: Pomerode – SC; Campo Largo – PR e Mauá – SP.

Nesse período, a empresa chegou a produzir mais de um milhão de peças de porcelana por mês, contando com uma estrutura de 60.000 m2 e aproximadamente 1.500 funcionários.

Em 1991, as três fabricas passaram por uma reestruturação e não usaram mais as marcas Steatita e Real, trabalhando todas sob a marca Porcelana Schmidt e sob o símbolo da coroa. Durante a década de 1990, tinha 80% do mercado nacional no setor de porcelana.

Na empresa da Porcelana Schmidt, fomos recebidos por Rodolph Otto Schmidt, neto de Fritz Erwin Schmidt, o fundador e que nutre grande carinho pelo patrimônio familiar. Rodolph estava fazendo um levantamento da História da Porcelana Schmidt e montando um acervo para expor no museu, que se encontra fechado atualmente. Fomos até a fábrica na companhia do Pastor Hugo Westphal e sua esposa Simone Wetphal, amigos de Rodolph.

No século XXI, a abertura do mercado chinês e a mudança do padrão de consumo foram fatores que contribuíram para uma desestabilidade na empresa, a partir da década de 1990. Houve em torno de 2.500 demissões no campo fabril de Campo Largo, e a queda de 20% para 5% das exportações, como também a queda de 2,4 milhões de peças cerâmicas/mês para 1.9 milhão/mês, em 2010. Também em 2010, houve atraso de salários e a empresa entrou em Recuperação Judicial, para evitar a falência. Uma tradição e uma história estavam em perigo. Foi essa situação negativa que nos motivou pesquisar sobre esta emblemática história e estimular a sociedade para que fosse feito algo que não permitisse o fim dessa tradição, na sequência das gerações.

Houve uma pequena melhora na situação. Um dos fatores, entre outros, que contribuíram para esta recuperação foi a Lei antidumping, medida do governo brasileiro, com base na Resolução N° 57, de 24 de julho de 2013, a qual aplica direito de antidumping provisório, por prazo de até seis meses, às exportações brasileiras de objetos de louças para mesa, originárias da China. De acordo com Rodolph Otto Schmidt, no mês de setembro de 2013 as vendas dobraram, para o Japão, Alemanha e França. Passados 10 anos, a empresa está tentando contornar uma situação não muito positiva, mas que mantém esperanças.

É uma tradição que vive nas residências desde 1945, de uma geração para outra, e não poderia terminar. Visitamos uma família em 2023, a família Meister que ilustra exatamente essa tradição.

Fonte: O município de Blumenau. Consultado pela última vez em 26 de fevereiro de 2024.

Crédito fotográfico: Logo Schmidt. Consultado pela última vez em 26 de fevereiro de 2024.

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

Olá, boa noite!

Prepare-se para a melhor experiência em leilões, estamos chegando! 🎉 Por conta da pandemia que estamos enfrentando (Covid-19), optamos por adiar o lançamento oficial para 2023, mas, não resistimos e já liberamos uma prévia! Qualquer dúvida ou sugestão, fale conosco em ola@arrematearte.com.br, seu feedback é muito importante. Caso queira receber nossas novidades, registre-se abaixo. Obrigado e bons lances! ✌️