Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina, PR, 12 de março de 1952 — Curitiba, PR, 4 de junho de 2018), mais conhecido como Zimmermann, foi um pintor, desenhista e gravador brasileiro. Artista contemporâneo, Ziemmermann formou-se em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo. A obra do artista é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo.
Biografia Zimmermann – Arremate Arte
Carlos Eduardo Zimmermann (12 de março de 1952 — 4 de junho de 2018) é um renomado artista contemporâneo brasileiro cujo trabalho tem cativado tanto colecionadores quanto críticos de arte em todo o mundo. Nascido em uma família de artistas em São Paulo, Zimmermann demonstrou desde cedo um talento excepcional para as artes visuais. Após concluir sua formação em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo.
A obra de Zimmermann é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Sua paleta de cores vibrantes e sua habilidade técnica excepcional conferem às suas obras uma qualidade visualmente deslumbrante, enquanto sua abordagem conceitual e introspectiva adiciona uma camada adicional de profundidade e significado. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo. Com uma trajetória artística que abrange décadas e continua a evoluir, Carlos Eduardo Zimmermann é verdadeiramente um dos artistas mais influentes e talentosos de sua geração.
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Biografia Zimmermann – Itaú Cultural
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina PR 1952). Pintor, desenhista e gravador. Estuda desenho e pintura no ateliê de Guido Viaro (1897 - 1971), em Curitiba, entre 1967 e 1969. Em 1974, trabalha sob orientação de Carlos Scliar (1920 - 2001) na cidade de Cabo Frio RJ. Entre 1978 e 1979, faz curso de pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres, com bolsa de estudos do governo inglês. Em 1982, é recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Exposições
1969 - 26º Salão Paranaense
1970 - 27º Salão Paranaense
1971 - 28º Salão Paranaense
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - 29º Salão Paranaense
1972 - Individual de Zimmermann
1973 - 22º Salão Nacional de Arte Moderna
1973 - 12ª Bienal Internacional de São Paulo
1973 - 30º Salão Paranaense
1973 - 15 Variações sobre a Idéia do Papel
1974 - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1974 - Raízes e Reflexos
1974 - Seis Artistas do Paraná
1975 - 13ª Bienal Internacional de São Paulo
1975 - Raízes e Reflexos
1976 - Arte Agora I
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - Individual de Zimmermann
1977 - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 - Papéis
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1979 - Os Meses do Ano
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - 37º Salão Paranaense
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - Papéis e Embrulhos
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1981 - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 - Individual de Zimmermann
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - Acervo Novo
1982 - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas
1982 - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira
1983 - Individual de Zimmermann
1983 - Individual de Zimmermann
1984 - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural
1985 - Individual de Zimmermann
1986 - Tradição/Contradição
1988 - Individual de Zimmermann
1988 - Individual de Zimmermann
1989 - 8ª Mostra do Desenho Brasileiro
1989 - Zimmermann: pinturas
1991 - Coletiva na Galeria Casa da Imagem
1992 - Eco Art
1998 - A Imagem do Som de Caetano Veloso
2000 - Exposição Acervo BADEP
2000 - Imagens em Questão
2002 - Acervo Banestado : Arte Paranaense Revisitada
2002 - Tum Tum
2002 - Grécia: o processo
2003 - Projeto Brazilianart
2008 - Cor e Forma
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2018 - Movimento - mostra do acervo
Fonte: ZIMMERMANN. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Morre artista plástico Zimmermann | Casa Pino
Morreu na manhã desta segunda-feira, 4, o pintor, desenhista e gravador paranaense Carlos Eduardo Zimmermann. O corpo do artista foi encontrado na casa dele, no bairro Mossunguê, que também funcionava como atelier, pelo motorista e funcionário pessoal.
Ainda não se sabe a causa do falecimento de Zimmermann, que tinha 65 anos e era considerado um dos maiores artistas plásticos do Paraná. Em janeiro, o antoninense radicado em Curitiba desde a juventude havia passado por uma cirurgia devido a um câncer de próstata. O horário e local do enterro ainda não foram confirmados, mas deve ocorrer na terça-feira (5).
“Ele estava tão bem. Falamos por WhatsApp no sábado depois de ele ter ido a uma festa, estava animado e cheio de planos”, contou a galerista Zilda Fraletti, grande amiga e parceira de trabalho de Zimmermann, por telefone ao Viver Bem. Ela recebeu a notícia no fim desta manhã e também aguarda mais informações sobre o falecimento.
Segundo ela, o artista vivia uma fase de novas descobertas na profissão. “Ele tinha achado uma linguagem bem concreta, bem abstrata. Uma linguagem que representava o caminho perfeito dele”, disse Zilda. Ninguém melhor do que a galerista para afirmar isto. Foi com Zimmermann, que havia sido pupilo de Guido Viaro de 1897 a 1971, que ela ingressou na carreira dos consórcios de obras de arte, em 1984.
E foi com ele que trocou as conversas mais significativas sobre o universo artístico, desde quando a amizade dos dois se concretizou durante o período em que moraram em Londres, em 1978. “Ele foi a pessoa mais doce que conheci. Era tão sensível que sofria demais por isso. Sempre tão criativo e dedicado“, contou, emocionada.
Zilda havia ido para o Reino Unido estudar inglês e Zimmermann acabara de ganhar uma bolsa de estudos do governo inglês para uma pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres. Depois da temporada na Europa, a carreira, que estava em ascensão, ganhou cada vez mais reconhecimento.
Em 1982, o artista foi recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Fonte: Casa Pino, "Morre artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann", publicado em 4 de junho de 2018. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba
Curitiba perdeu um dos seus maiores nomes das artes plásticas com a morte de Carlos Eduardo Zimmermann na última segunda-feira (4). O artista morreu aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Zimmermann iniciou a carreira no fim dos anos 1960 e se destacou nacionalmente em meados da década seguinte. Junto com Bia Wouk, Rones Dumke, Ruben Esmanhotto e outros, fez a “geração 70” — uma leva de artistas que injetou uma visão mais “internacional” na arte paranaense, até então mais inspirada por um modernismo mais tradicional, na leitura de Geraldo Leão.
“Eles eram os artistas jovens mais importantes do período — a geração anterior à minha. E foram muito importantes para a gente, porque trouxeram uma pegada pop, mais internacionalizada em termos da discussão que estava rolando no mundo inteiro na época”, diz o artista, que também é professor da Universidade Federal do Paraná.
As pinturas mais famosas de Zimmermann, que retratam apenas embrulhos, dobraduras, cortinas e envelopes misteriosos com um detalhismo virtuoso, são bons exemplos dessa forma diferente de pensar — como “se a visão não desse conta da realidade” e “o acesso aos conteúdos não fosse mais possível”, analisa Leão, avisando que a explicação para por aqui: “Não quero ser pedante, porque o Zimmermann não era”, brinca.
Nova fase
Também seria uma injustiça com o artista passar a impressão de que estamos falando sobre uma obra do passado. Zimmermann continuava produzindo — e vendendo — muito, conforme lembra sua marchand, a galerista Zilda Fraletti. Depois de experimentar diferentes fases ao longo da carreira, passando pelo surrealismo e minimalismo em pinturas, gravuras e esculturas, o artista havia se lançado recentemente no que chamava de “geometria da cor”. Trata-se de uma série de quadros com retângulos coloridos que passam a impressão de ter luz própria — “mesmo de luz apagada”, conforme explicou Zimmermann ao colunista social Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo, em uma de suas últimas entrevistas. Disse que estava satisfeito, e que aquilo era a germinação de uma nova fase.
“Ele estava muito feliz, dizendo que achava que tinha encontrado a linguagem que queria. Mandava notícias toda hora, dizendo que estava fazendo obras novas, e que logo teria novidades”, conta Zilda.
A mesma impressão ficou para o arquiteto Jayme Bernardo, que esteve com o artista na sexta-feira anterior à sua morte. “Ele me mostrou toda a fase nova, feliz da vida”, conta.
“O Zimmermann tinha muito cuidado com essa coisa de o artista fazer sucesso e seguir uma mesma linha sempre. Ele não se tornou um artista comercial: só fazia o que era profundamente dele mesmo”, explica Bernardo. “Ele tinha encontrado, agora, um segmento que o tinha deixado muito feliz. Essas foram palavras dele na sexta-feira. Ele tinha encontrado novamente o que queria na arte.”
Origens
Zimmermann nasceu em Antonina, no Litoral do Paraná, em 1952. Foi o segundo filho do engenheiro Carlos João Zimmermann, 91, e da professora Ludi Azim Zimmermann, já falecida.
A mãe acabaria influenciando sua trajetória artística. Ludi era professora do Centro Juvenil de Artes Plásticas, criado em 1953 e dirigido por Guido Viaro. O artista teve aulas lá e cursou desenho e pintura com o próprio Viaro, entre 1967 e 1969. “Fui criado num ambiente ligado às artes, e isso me despertou o interesse”, contou o artista à Folha de Londrina, em 2000.
Em meio a prêmios, exposições e participações na Bienal de São Paulo em 1973 e 1975, Zimmermann ainda chegou a concluir a faculdade de Medicina, em 1976, mas não levou a profissão adiante. Já em 1978, uma disputada bolsa de estudos que ganhou do governo inglês para fazer uma pós-graduação em Desenho e Pintura no Royal College of Art, de Londres, acabaria selando de vez sua escolha por se dedicar integralmente à arte.
Zimmermann permaneceu em Curitiba durante toda a carreira, embora tivesse abertura para o mercado em centros maiores do país.
Bia Wouk, que deixou o Brasil já em 1976 e passou décadas vivendo no exterior, diz considerar a obra do amigo “mais universal do que isso”, mas lembra que Zimmermann gostava de Curitiba e “se sentia bem” na cidade. “Acho que foi um pouco escolha dele”, diz, por telefone. “Ele fez a carreira aí, tornou-se respeitado. Na segunda metade do século 20, é um dos mais respeitados do Paraná, com certeza.”
Generosidade
Bia, que começou a expor junto com Zimmermann em 1972 (suas primeiras individuais saíram juntas na Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, por indicação de Aroldo Murá), lembra que o amigo também acabou se tornando uma espécie de mentor para artistas mais jovens. Era um artista generoso neste sentido, conforme contam amigos como Zilda Fraletti, o arquiteto Jayme Bernardo e a fotógrafa Vilma Slomp.
“No dia do velório dele, o papo era esse. Todos os times de artistas estavam lá, desde quem tem trabalhos nos museus até, por exemplo, Hélio Leites, da Feirinha [do Largo da Ordem]”, conta Vilma. “Ele não ia no salto alto e não dividia os amigos. Era nobre nas relações humanas”, diz.
Geraldo Leão tem uma história que ajuda a ilustrar esse traço. O artista lembra que sua primeira individual aconteceu graças a uma indicação de Zimmermann, em 1984, quando eles sequer se conheciam. “Ele acompanhava de alguma forma o meu trabalho. Isso mostra, de certa forma, a generosidade dele: olhar para uma pessoa muito jovem, iniciante, que ele não conhecia pessoalmente, e bancar”, conta. “Não foi um caso isolado. Ele foi sempre generoso, disponível e receptivo para abrir caminhos para as pessoas a vida inteira. Ele abria o ateliê para estudantes. Parava de trabalhar e recebia os alunos para falar com eles”, diz.
A casa e ateliê onde vivia sozinho há mais de 30 anos, por sinal, era um refúgio para Zimmermann, lembra seu sobrinho mais velho, o diplomata Carlos Henrique Zimmermann, 41. Apesar de presente na cena artística e zeloso nas relações familiares, o artista se tornou mais introspectivo e até recluso conforme foi amadurecendo, e passou a receber mais do que sair.
“O sofá à lareira era um confessionário de amigos e familiares. Ele era um ótimo ouvinte”, lembra Carlos Henrique. “A casa era um mundo. Tinha o jardim, que ele vivia mudando. Teve cachorros e gatos. Ele foi ficando cada mais apegado e descansou em paz ali.”
Encantamento
Jayme Bernardo, uma das pessoas mais próximas de Zimmermann nos últimos anos, conta que o amigo, de fato, andava evitando multidões, mas ressalta a capacidade que ele tinha de encantar as pessoas. “Ele tinha essa coisa de conquistar muito facilmente, porque era muito inteligente, muito rápido nas respostas. Ele criava um encantamento nas pessoas muito rapidamente”, lembra.
Outro amigo de longa data, o reitor da Universidade Tuiuti do Paraná, Luiz Guilherme Rangel Santos, diz que uma das palavras mais certeiras para descrever Zimmermann veio do também artista plástico Rones Dumke, que falou em “nobreza” ao se despedir do colega.
“Ele transmitia uma nobreza de caráter na sua forma de ser, nas suas atitudes, nos mínimos gestos”, esclarece Dumke.
Bia Wouk ajuda a explicar para quem não teve a sorte de conhecê-lo. “Era uma elegância de alma”, diz. “Uma coisa que não existe mais.”
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Depoimentos
O artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann faleceu na última segunda-feira (4), aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Além de ser reconhecido como um dos maiores nomes das nossas artes plásticas, Zimmermann também é lembrado como uma pessoa generosa, irreverente e contagiante – como revelam os depoimentos a seguir, dados por amigos, colegas e admiradores do homem e do artista.
“Eu o conheci há 32 anos. Nos últimos 10, nos falávamos todo dia e nos víamos toda semana. Ele era, para mim, um porto seguro, e a gente tinha uma troca muito forte, éramos muito amigos mesmo. Eu aprendi muito com ele, que era de uma inteligência absurda. Um gênio mesmo. Tinha uma mente brilhante, raciocinava muito rápido. Sabia sobre tudo. A primeira impressão que causava em qualquer pessoa era de admiração gigante: sempre tinha uma palavra positiva, sempre via o lado bom. E tinha um humor absurdo, sarcástico e sofisticado. Era muito divertido conviver com ele. Atualmente, ele estava numa fase bacana de trabalho, criando quadros novos e estava feliz porque tinha reencontrado uma nova linha. Era irreverente. Isso se refletia na arte dele. Acho que foi o meu amigo mais incrível.” Jayme Bernardo, arquiteto.
“Zimmerman foi uma das pessoas mais gentis e carismáticas que conheci. Sempre um lord, pronto para nos brindar, de uma forma sincera, com um elogio e uma observação agradável. Vai fazer muita falta o papo divertido e inteligente. Agora ele está nos iluminando lá de cima.” Cesar Franco, relações públicas.
“Não me inspira falar da falta, mas sim do ganho que deixou sua presença. Presença mesmo, pois uma conversa com ele tinha a sua atenção plena e a sua sensibilidade! Sensibilidade amorosa pela vida e por todos com quem ele convivia! Sem demagogia, é de comum acordo sua marca – uma pessoa que refletia uma linda luz por onde passava!” André Mendes, artista visual
“O Zimmermann – Zizi, como o chamávamos – foi uma pessoa muito especial para muitos de nós. Artista genial e pessoa generosa, vai deixar muitas saudades.” Monica Rischbieter, diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra
“Zimmermann foi um dos meus maiores amigos, aquele com quem dividi momentos importantes. Nossa amizade começou há 40 anos, em Londres, quando fomos estudar – ele ganhara uma bolsa de estudos no Royal College Of Art e tinha um entusiasmo contagiante. Vivemos momentos lindos indo a exposições, teatros, cinemas, e ele sempre me ensinou muito. Artista de grande criatividade e extremamente meticuloso, era perfeccionista e criou obras impecáveis. Foi um parceiro maravilhoso e será insubstituível. Fica uma lacuna enorme e triste na nossa arte e em nossos corações.” Zilda Fraletti, galerista
“Nos anos 1980 e 1990 acompanhei de perto o admirável trabalho do Zimmermann, frequentando ocasionalmente sua casa/ateliê. Ele era um entusiasta do meu trabalho pioneiro em Curitiba na área da videoarte, e como sempre estava bem informado sobre o panorama das artes plásticas mundiais. Era muito instigante conversar com ele. Nos últimos anos nos vimos pouco, mas acompanhei sua extraordinária trajetória por meio de relatos de amigos comuns e frequentando suas exposições. Vou preservar com carinho as obras que possuo dele, que sempre representaram para mim fonte de inspiração artística e deleite estético.” Fernando Severo, cineasta.
“A arte paranaense está triste. Perdemos um dos nossos maiores artistas. Zimmermann conquistou reconhecimento com sua arte e levou o nome do Paraná para o mundo. Uma pessoa admirável, de puro talento. Ficam as boas lembranças e sua arte, que ele mesmo eternizou.” João Luiz Fiani, secretário de Estado da Cultura do Paraná
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, por quem o conheceu #depoimentos". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Crédito fotográfico: Casa Pino. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina, PR, 12 de março de 1952 — Curitiba, PR, 4 de junho de 2018), mais conhecido como Zimmermann, foi um pintor, desenhista e gravador brasileiro. Artista contemporâneo, Ziemmermann formou-se em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo. A obra do artista é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo.
Biografia Zimmermann – Arremate Arte
Carlos Eduardo Zimmermann (12 de março de 1952 — 4 de junho de 2018) é um renomado artista contemporâneo brasileiro cujo trabalho tem cativado tanto colecionadores quanto críticos de arte em todo o mundo. Nascido em uma família de artistas em São Paulo, Zimmermann demonstrou desde cedo um talento excepcional para as artes visuais. Após concluir sua formação em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo.
A obra de Zimmermann é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Sua paleta de cores vibrantes e sua habilidade técnica excepcional conferem às suas obras uma qualidade visualmente deslumbrante, enquanto sua abordagem conceitual e introspectiva adiciona uma camada adicional de profundidade e significado. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo. Com uma trajetória artística que abrange décadas e continua a evoluir, Carlos Eduardo Zimmermann é verdadeiramente um dos artistas mais influentes e talentosos de sua geração.
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Biografia Zimmermann – Itaú Cultural
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina PR 1952). Pintor, desenhista e gravador. Estuda desenho e pintura no ateliê de Guido Viaro (1897 - 1971), em Curitiba, entre 1967 e 1969. Em 1974, trabalha sob orientação de Carlos Scliar (1920 - 2001) na cidade de Cabo Frio RJ. Entre 1978 e 1979, faz curso de pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres, com bolsa de estudos do governo inglês. Em 1982, é recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Exposições
1969 - 26º Salão Paranaense
1970 - 27º Salão Paranaense
1971 - 28º Salão Paranaense
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - 29º Salão Paranaense
1972 - Individual de Zimmermann
1973 - 22º Salão Nacional de Arte Moderna
1973 - 12ª Bienal Internacional de São Paulo
1973 - 30º Salão Paranaense
1973 - 15 Variações sobre a Idéia do Papel
1974 - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1974 - Raízes e Reflexos
1974 - Seis Artistas do Paraná
1975 - 13ª Bienal Internacional de São Paulo
1975 - Raízes e Reflexos
1976 - Arte Agora I
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - Individual de Zimmermann
1977 - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 - Papéis
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1979 - Os Meses do Ano
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - 37º Salão Paranaense
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - Papéis e Embrulhos
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1981 - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 - Individual de Zimmermann
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - Acervo Novo
1982 - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas
1982 - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira
1983 - Individual de Zimmermann
1983 - Individual de Zimmermann
1984 - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural
1985 - Individual de Zimmermann
1986 - Tradição/Contradição
1988 - Individual de Zimmermann
1988 - Individual de Zimmermann
1989 - 8ª Mostra do Desenho Brasileiro
1989 - Zimmermann: pinturas
1991 - Coletiva na Galeria Casa da Imagem
1992 - Eco Art
1998 - A Imagem do Som de Caetano Veloso
2000 - Exposição Acervo BADEP
2000 - Imagens em Questão
2002 - Acervo Banestado : Arte Paranaense Revisitada
2002 - Tum Tum
2002 - Grécia: o processo
2003 - Projeto Brazilianart
2008 - Cor e Forma
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2018 - Movimento - mostra do acervo
Fonte: ZIMMERMANN. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Morre artista plástico Zimmermann | Casa Pino
Morreu na manhã desta segunda-feira, 4, o pintor, desenhista e gravador paranaense Carlos Eduardo Zimmermann. O corpo do artista foi encontrado na casa dele, no bairro Mossunguê, que também funcionava como atelier, pelo motorista e funcionário pessoal.
Ainda não se sabe a causa do falecimento de Zimmermann, que tinha 65 anos e era considerado um dos maiores artistas plásticos do Paraná. Em janeiro, o antoninense radicado em Curitiba desde a juventude havia passado por uma cirurgia devido a um câncer de próstata. O horário e local do enterro ainda não foram confirmados, mas deve ocorrer na terça-feira (5).
“Ele estava tão bem. Falamos por WhatsApp no sábado depois de ele ter ido a uma festa, estava animado e cheio de planos”, contou a galerista Zilda Fraletti, grande amiga e parceira de trabalho de Zimmermann, por telefone ao Viver Bem. Ela recebeu a notícia no fim desta manhã e também aguarda mais informações sobre o falecimento.
Segundo ela, o artista vivia uma fase de novas descobertas na profissão. “Ele tinha achado uma linguagem bem concreta, bem abstrata. Uma linguagem que representava o caminho perfeito dele”, disse Zilda. Ninguém melhor do que a galerista para afirmar isto. Foi com Zimmermann, que havia sido pupilo de Guido Viaro de 1897 a 1971, que ela ingressou na carreira dos consórcios de obras de arte, em 1984.
E foi com ele que trocou as conversas mais significativas sobre o universo artístico, desde quando a amizade dos dois se concretizou durante o período em que moraram em Londres, em 1978. “Ele foi a pessoa mais doce que conheci. Era tão sensível que sofria demais por isso. Sempre tão criativo e dedicado“, contou, emocionada.
Zilda havia ido para o Reino Unido estudar inglês e Zimmermann acabara de ganhar uma bolsa de estudos do governo inglês para uma pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres. Depois da temporada na Europa, a carreira, que estava em ascensão, ganhou cada vez mais reconhecimento.
Em 1982, o artista foi recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Fonte: Casa Pino, "Morre artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann", publicado em 4 de junho de 2018. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba
Curitiba perdeu um dos seus maiores nomes das artes plásticas com a morte de Carlos Eduardo Zimmermann na última segunda-feira (4). O artista morreu aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Zimmermann iniciou a carreira no fim dos anos 1960 e se destacou nacionalmente em meados da década seguinte. Junto com Bia Wouk, Rones Dumke, Ruben Esmanhotto e outros, fez a “geração 70” — uma leva de artistas que injetou uma visão mais “internacional” na arte paranaense, até então mais inspirada por um modernismo mais tradicional, na leitura de Geraldo Leão.
“Eles eram os artistas jovens mais importantes do período — a geração anterior à minha. E foram muito importantes para a gente, porque trouxeram uma pegada pop, mais internacionalizada em termos da discussão que estava rolando no mundo inteiro na época”, diz o artista, que também é professor da Universidade Federal do Paraná.
As pinturas mais famosas de Zimmermann, que retratam apenas embrulhos, dobraduras, cortinas e envelopes misteriosos com um detalhismo virtuoso, são bons exemplos dessa forma diferente de pensar — como “se a visão não desse conta da realidade” e “o acesso aos conteúdos não fosse mais possível”, analisa Leão, avisando que a explicação para por aqui: “Não quero ser pedante, porque o Zimmermann não era”, brinca.
Nova fase
Também seria uma injustiça com o artista passar a impressão de que estamos falando sobre uma obra do passado. Zimmermann continuava produzindo — e vendendo — muito, conforme lembra sua marchand, a galerista Zilda Fraletti. Depois de experimentar diferentes fases ao longo da carreira, passando pelo surrealismo e minimalismo em pinturas, gravuras e esculturas, o artista havia se lançado recentemente no que chamava de “geometria da cor”. Trata-se de uma série de quadros com retângulos coloridos que passam a impressão de ter luz própria — “mesmo de luz apagada”, conforme explicou Zimmermann ao colunista social Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo, em uma de suas últimas entrevistas. Disse que estava satisfeito, e que aquilo era a germinação de uma nova fase.
“Ele estava muito feliz, dizendo que achava que tinha encontrado a linguagem que queria. Mandava notícias toda hora, dizendo que estava fazendo obras novas, e que logo teria novidades”, conta Zilda.
A mesma impressão ficou para o arquiteto Jayme Bernardo, que esteve com o artista na sexta-feira anterior à sua morte. “Ele me mostrou toda a fase nova, feliz da vida”, conta.
“O Zimmermann tinha muito cuidado com essa coisa de o artista fazer sucesso e seguir uma mesma linha sempre. Ele não se tornou um artista comercial: só fazia o que era profundamente dele mesmo”, explica Bernardo. “Ele tinha encontrado, agora, um segmento que o tinha deixado muito feliz. Essas foram palavras dele na sexta-feira. Ele tinha encontrado novamente o que queria na arte.”
Origens
Zimmermann nasceu em Antonina, no Litoral do Paraná, em 1952. Foi o segundo filho do engenheiro Carlos João Zimmermann, 91, e da professora Ludi Azim Zimmermann, já falecida.
A mãe acabaria influenciando sua trajetória artística. Ludi era professora do Centro Juvenil de Artes Plásticas, criado em 1953 e dirigido por Guido Viaro. O artista teve aulas lá e cursou desenho e pintura com o próprio Viaro, entre 1967 e 1969. “Fui criado num ambiente ligado às artes, e isso me despertou o interesse”, contou o artista à Folha de Londrina, em 2000.
Em meio a prêmios, exposições e participações na Bienal de São Paulo em 1973 e 1975, Zimmermann ainda chegou a concluir a faculdade de Medicina, em 1976, mas não levou a profissão adiante. Já em 1978, uma disputada bolsa de estudos que ganhou do governo inglês para fazer uma pós-graduação em Desenho e Pintura no Royal College of Art, de Londres, acabaria selando de vez sua escolha por se dedicar integralmente à arte.
Zimmermann permaneceu em Curitiba durante toda a carreira, embora tivesse abertura para o mercado em centros maiores do país.
Bia Wouk, que deixou o Brasil já em 1976 e passou décadas vivendo no exterior, diz considerar a obra do amigo “mais universal do que isso”, mas lembra que Zimmermann gostava de Curitiba e “se sentia bem” na cidade. “Acho que foi um pouco escolha dele”, diz, por telefone. “Ele fez a carreira aí, tornou-se respeitado. Na segunda metade do século 20, é um dos mais respeitados do Paraná, com certeza.”
Generosidade
Bia, que começou a expor junto com Zimmermann em 1972 (suas primeiras individuais saíram juntas na Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, por indicação de Aroldo Murá), lembra que o amigo também acabou se tornando uma espécie de mentor para artistas mais jovens. Era um artista generoso neste sentido, conforme contam amigos como Zilda Fraletti, o arquiteto Jayme Bernardo e a fotógrafa Vilma Slomp.
“No dia do velório dele, o papo era esse. Todos os times de artistas estavam lá, desde quem tem trabalhos nos museus até, por exemplo, Hélio Leites, da Feirinha [do Largo da Ordem]”, conta Vilma. “Ele não ia no salto alto e não dividia os amigos. Era nobre nas relações humanas”, diz.
Geraldo Leão tem uma história que ajuda a ilustrar esse traço. O artista lembra que sua primeira individual aconteceu graças a uma indicação de Zimmermann, em 1984, quando eles sequer se conheciam. “Ele acompanhava de alguma forma o meu trabalho. Isso mostra, de certa forma, a generosidade dele: olhar para uma pessoa muito jovem, iniciante, que ele não conhecia pessoalmente, e bancar”, conta. “Não foi um caso isolado. Ele foi sempre generoso, disponível e receptivo para abrir caminhos para as pessoas a vida inteira. Ele abria o ateliê para estudantes. Parava de trabalhar e recebia os alunos para falar com eles”, diz.
A casa e ateliê onde vivia sozinho há mais de 30 anos, por sinal, era um refúgio para Zimmermann, lembra seu sobrinho mais velho, o diplomata Carlos Henrique Zimmermann, 41. Apesar de presente na cena artística e zeloso nas relações familiares, o artista se tornou mais introspectivo e até recluso conforme foi amadurecendo, e passou a receber mais do que sair.
“O sofá à lareira era um confessionário de amigos e familiares. Ele era um ótimo ouvinte”, lembra Carlos Henrique. “A casa era um mundo. Tinha o jardim, que ele vivia mudando. Teve cachorros e gatos. Ele foi ficando cada mais apegado e descansou em paz ali.”
Encantamento
Jayme Bernardo, uma das pessoas mais próximas de Zimmermann nos últimos anos, conta que o amigo, de fato, andava evitando multidões, mas ressalta a capacidade que ele tinha de encantar as pessoas. “Ele tinha essa coisa de conquistar muito facilmente, porque era muito inteligente, muito rápido nas respostas. Ele criava um encantamento nas pessoas muito rapidamente”, lembra.
Outro amigo de longa data, o reitor da Universidade Tuiuti do Paraná, Luiz Guilherme Rangel Santos, diz que uma das palavras mais certeiras para descrever Zimmermann veio do também artista plástico Rones Dumke, que falou em “nobreza” ao se despedir do colega.
“Ele transmitia uma nobreza de caráter na sua forma de ser, nas suas atitudes, nos mínimos gestos”, esclarece Dumke.
Bia Wouk ajuda a explicar para quem não teve a sorte de conhecê-lo. “Era uma elegância de alma”, diz. “Uma coisa que não existe mais.”
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Depoimentos
O artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann faleceu na última segunda-feira (4), aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Além de ser reconhecido como um dos maiores nomes das nossas artes plásticas, Zimmermann também é lembrado como uma pessoa generosa, irreverente e contagiante – como revelam os depoimentos a seguir, dados por amigos, colegas e admiradores do homem e do artista.
“Eu o conheci há 32 anos. Nos últimos 10, nos falávamos todo dia e nos víamos toda semana. Ele era, para mim, um porto seguro, e a gente tinha uma troca muito forte, éramos muito amigos mesmo. Eu aprendi muito com ele, que era de uma inteligência absurda. Um gênio mesmo. Tinha uma mente brilhante, raciocinava muito rápido. Sabia sobre tudo. A primeira impressão que causava em qualquer pessoa era de admiração gigante: sempre tinha uma palavra positiva, sempre via o lado bom. E tinha um humor absurdo, sarcástico e sofisticado. Era muito divertido conviver com ele. Atualmente, ele estava numa fase bacana de trabalho, criando quadros novos e estava feliz porque tinha reencontrado uma nova linha. Era irreverente. Isso se refletia na arte dele. Acho que foi o meu amigo mais incrível.” Jayme Bernardo, arquiteto.
“Zimmerman foi uma das pessoas mais gentis e carismáticas que conheci. Sempre um lord, pronto para nos brindar, de uma forma sincera, com um elogio e uma observação agradável. Vai fazer muita falta o papo divertido e inteligente. Agora ele está nos iluminando lá de cima.” Cesar Franco, relações públicas.
“Não me inspira falar da falta, mas sim do ganho que deixou sua presença. Presença mesmo, pois uma conversa com ele tinha a sua atenção plena e a sua sensibilidade! Sensibilidade amorosa pela vida e por todos com quem ele convivia! Sem demagogia, é de comum acordo sua marca – uma pessoa que refletia uma linda luz por onde passava!” André Mendes, artista visual
“O Zimmermann – Zizi, como o chamávamos – foi uma pessoa muito especial para muitos de nós. Artista genial e pessoa generosa, vai deixar muitas saudades.” Monica Rischbieter, diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra
“Zimmermann foi um dos meus maiores amigos, aquele com quem dividi momentos importantes. Nossa amizade começou há 40 anos, em Londres, quando fomos estudar – ele ganhara uma bolsa de estudos no Royal College Of Art e tinha um entusiasmo contagiante. Vivemos momentos lindos indo a exposições, teatros, cinemas, e ele sempre me ensinou muito. Artista de grande criatividade e extremamente meticuloso, era perfeccionista e criou obras impecáveis. Foi um parceiro maravilhoso e será insubstituível. Fica uma lacuna enorme e triste na nossa arte e em nossos corações.” Zilda Fraletti, galerista
“Nos anos 1980 e 1990 acompanhei de perto o admirável trabalho do Zimmermann, frequentando ocasionalmente sua casa/ateliê. Ele era um entusiasta do meu trabalho pioneiro em Curitiba na área da videoarte, e como sempre estava bem informado sobre o panorama das artes plásticas mundiais. Era muito instigante conversar com ele. Nos últimos anos nos vimos pouco, mas acompanhei sua extraordinária trajetória por meio de relatos de amigos comuns e frequentando suas exposições. Vou preservar com carinho as obras que possuo dele, que sempre representaram para mim fonte de inspiração artística e deleite estético.” Fernando Severo, cineasta.
“A arte paranaense está triste. Perdemos um dos nossos maiores artistas. Zimmermann conquistou reconhecimento com sua arte e levou o nome do Paraná para o mundo. Uma pessoa admirável, de puro talento. Ficam as boas lembranças e sua arte, que ele mesmo eternizou.” João Luiz Fiani, secretário de Estado da Cultura do Paraná
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, por quem o conheceu #depoimentos". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Crédito fotográfico: Casa Pino. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina, PR, 12 de março de 1952 — Curitiba, PR, 4 de junho de 2018), mais conhecido como Zimmermann, foi um pintor, desenhista e gravador brasileiro. Artista contemporâneo, Ziemmermann formou-se em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo. A obra do artista é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo.
Biografia Zimmermann – Arremate Arte
Carlos Eduardo Zimmermann (12 de março de 1952 — 4 de junho de 2018) é um renomado artista contemporâneo brasileiro cujo trabalho tem cativado tanto colecionadores quanto críticos de arte em todo o mundo. Nascido em uma família de artistas em São Paulo, Zimmermann demonstrou desde cedo um talento excepcional para as artes visuais. Após concluir sua formação em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo.
A obra de Zimmermann é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Sua paleta de cores vibrantes e sua habilidade técnica excepcional conferem às suas obras uma qualidade visualmente deslumbrante, enquanto sua abordagem conceitual e introspectiva adiciona uma camada adicional de profundidade e significado. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo. Com uma trajetória artística que abrange décadas e continua a evoluir, Carlos Eduardo Zimmermann é verdadeiramente um dos artistas mais influentes e talentosos de sua geração.
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Biografia Zimmermann – Itaú Cultural
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina PR 1952). Pintor, desenhista e gravador. Estuda desenho e pintura no ateliê de Guido Viaro (1897 - 1971), em Curitiba, entre 1967 e 1969. Em 1974, trabalha sob orientação de Carlos Scliar (1920 - 2001) na cidade de Cabo Frio RJ. Entre 1978 e 1979, faz curso de pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres, com bolsa de estudos do governo inglês. Em 1982, é recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Exposições
1969 - 26º Salão Paranaense
1970 - 27º Salão Paranaense
1971 - 28º Salão Paranaense
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - 29º Salão Paranaense
1972 - Individual de Zimmermann
1973 - 22º Salão Nacional de Arte Moderna
1973 - 12ª Bienal Internacional de São Paulo
1973 - 30º Salão Paranaense
1973 - 15 Variações sobre a Idéia do Papel
1974 - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1974 - Raízes e Reflexos
1974 - Seis Artistas do Paraná
1975 - 13ª Bienal Internacional de São Paulo
1975 - Raízes e Reflexos
1976 - Arte Agora I
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - Individual de Zimmermann
1977 - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 - Papéis
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1979 - Os Meses do Ano
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - 37º Salão Paranaense
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - Papéis e Embrulhos
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1981 - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 - Individual de Zimmermann
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - Acervo Novo
1982 - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas
1982 - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira
1983 - Individual de Zimmermann
1983 - Individual de Zimmermann
1984 - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural
1985 - Individual de Zimmermann
1986 - Tradição/Contradição
1988 - Individual de Zimmermann
1988 - Individual de Zimmermann
1989 - 8ª Mostra do Desenho Brasileiro
1989 - Zimmermann: pinturas
1991 - Coletiva na Galeria Casa da Imagem
1992 - Eco Art
1998 - A Imagem do Som de Caetano Veloso
2000 - Exposição Acervo BADEP
2000 - Imagens em Questão
2002 - Acervo Banestado : Arte Paranaense Revisitada
2002 - Tum Tum
2002 - Grécia: o processo
2003 - Projeto Brazilianart
2008 - Cor e Forma
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2018 - Movimento - mostra do acervo
Fonte: ZIMMERMANN. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Morre artista plástico Zimmermann | Casa Pino
Morreu na manhã desta segunda-feira, 4, o pintor, desenhista e gravador paranaense Carlos Eduardo Zimmermann. O corpo do artista foi encontrado na casa dele, no bairro Mossunguê, que também funcionava como atelier, pelo motorista e funcionário pessoal.
Ainda não se sabe a causa do falecimento de Zimmermann, que tinha 65 anos e era considerado um dos maiores artistas plásticos do Paraná. Em janeiro, o antoninense radicado em Curitiba desde a juventude havia passado por uma cirurgia devido a um câncer de próstata. O horário e local do enterro ainda não foram confirmados, mas deve ocorrer na terça-feira (5).
“Ele estava tão bem. Falamos por WhatsApp no sábado depois de ele ter ido a uma festa, estava animado e cheio de planos”, contou a galerista Zilda Fraletti, grande amiga e parceira de trabalho de Zimmermann, por telefone ao Viver Bem. Ela recebeu a notícia no fim desta manhã e também aguarda mais informações sobre o falecimento.
Segundo ela, o artista vivia uma fase de novas descobertas na profissão. “Ele tinha achado uma linguagem bem concreta, bem abstrata. Uma linguagem que representava o caminho perfeito dele”, disse Zilda. Ninguém melhor do que a galerista para afirmar isto. Foi com Zimmermann, que havia sido pupilo de Guido Viaro de 1897 a 1971, que ela ingressou na carreira dos consórcios de obras de arte, em 1984.
E foi com ele que trocou as conversas mais significativas sobre o universo artístico, desde quando a amizade dos dois se concretizou durante o período em que moraram em Londres, em 1978. “Ele foi a pessoa mais doce que conheci. Era tão sensível que sofria demais por isso. Sempre tão criativo e dedicado“, contou, emocionada.
Zilda havia ido para o Reino Unido estudar inglês e Zimmermann acabara de ganhar uma bolsa de estudos do governo inglês para uma pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres. Depois da temporada na Europa, a carreira, que estava em ascensão, ganhou cada vez mais reconhecimento.
Em 1982, o artista foi recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Fonte: Casa Pino, "Morre artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann", publicado em 4 de junho de 2018. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba
Curitiba perdeu um dos seus maiores nomes das artes plásticas com a morte de Carlos Eduardo Zimmermann na última segunda-feira (4). O artista morreu aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Zimmermann iniciou a carreira no fim dos anos 1960 e se destacou nacionalmente em meados da década seguinte. Junto com Bia Wouk, Rones Dumke, Ruben Esmanhotto e outros, fez a “geração 70” — uma leva de artistas que injetou uma visão mais “internacional” na arte paranaense, até então mais inspirada por um modernismo mais tradicional, na leitura de Geraldo Leão.
“Eles eram os artistas jovens mais importantes do período — a geração anterior à minha. E foram muito importantes para a gente, porque trouxeram uma pegada pop, mais internacionalizada em termos da discussão que estava rolando no mundo inteiro na época”, diz o artista, que também é professor da Universidade Federal do Paraná.
As pinturas mais famosas de Zimmermann, que retratam apenas embrulhos, dobraduras, cortinas e envelopes misteriosos com um detalhismo virtuoso, são bons exemplos dessa forma diferente de pensar — como “se a visão não desse conta da realidade” e “o acesso aos conteúdos não fosse mais possível”, analisa Leão, avisando que a explicação para por aqui: “Não quero ser pedante, porque o Zimmermann não era”, brinca.
Nova fase
Também seria uma injustiça com o artista passar a impressão de que estamos falando sobre uma obra do passado. Zimmermann continuava produzindo — e vendendo — muito, conforme lembra sua marchand, a galerista Zilda Fraletti. Depois de experimentar diferentes fases ao longo da carreira, passando pelo surrealismo e minimalismo em pinturas, gravuras e esculturas, o artista havia se lançado recentemente no que chamava de “geometria da cor”. Trata-se de uma série de quadros com retângulos coloridos que passam a impressão de ter luz própria — “mesmo de luz apagada”, conforme explicou Zimmermann ao colunista social Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo, em uma de suas últimas entrevistas. Disse que estava satisfeito, e que aquilo era a germinação de uma nova fase.
“Ele estava muito feliz, dizendo que achava que tinha encontrado a linguagem que queria. Mandava notícias toda hora, dizendo que estava fazendo obras novas, e que logo teria novidades”, conta Zilda.
A mesma impressão ficou para o arquiteto Jayme Bernardo, que esteve com o artista na sexta-feira anterior à sua morte. “Ele me mostrou toda a fase nova, feliz da vida”, conta.
“O Zimmermann tinha muito cuidado com essa coisa de o artista fazer sucesso e seguir uma mesma linha sempre. Ele não se tornou um artista comercial: só fazia o que era profundamente dele mesmo”, explica Bernardo. “Ele tinha encontrado, agora, um segmento que o tinha deixado muito feliz. Essas foram palavras dele na sexta-feira. Ele tinha encontrado novamente o que queria na arte.”
Origens
Zimmermann nasceu em Antonina, no Litoral do Paraná, em 1952. Foi o segundo filho do engenheiro Carlos João Zimmermann, 91, e da professora Ludi Azim Zimmermann, já falecida.
A mãe acabaria influenciando sua trajetória artística. Ludi era professora do Centro Juvenil de Artes Plásticas, criado em 1953 e dirigido por Guido Viaro. O artista teve aulas lá e cursou desenho e pintura com o próprio Viaro, entre 1967 e 1969. “Fui criado num ambiente ligado às artes, e isso me despertou o interesse”, contou o artista à Folha de Londrina, em 2000.
Em meio a prêmios, exposições e participações na Bienal de São Paulo em 1973 e 1975, Zimmermann ainda chegou a concluir a faculdade de Medicina, em 1976, mas não levou a profissão adiante. Já em 1978, uma disputada bolsa de estudos que ganhou do governo inglês para fazer uma pós-graduação em Desenho e Pintura no Royal College of Art, de Londres, acabaria selando de vez sua escolha por se dedicar integralmente à arte.
Zimmermann permaneceu em Curitiba durante toda a carreira, embora tivesse abertura para o mercado em centros maiores do país.
Bia Wouk, que deixou o Brasil já em 1976 e passou décadas vivendo no exterior, diz considerar a obra do amigo “mais universal do que isso”, mas lembra que Zimmermann gostava de Curitiba e “se sentia bem” na cidade. “Acho que foi um pouco escolha dele”, diz, por telefone. “Ele fez a carreira aí, tornou-se respeitado. Na segunda metade do século 20, é um dos mais respeitados do Paraná, com certeza.”
Generosidade
Bia, que começou a expor junto com Zimmermann em 1972 (suas primeiras individuais saíram juntas na Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, por indicação de Aroldo Murá), lembra que o amigo também acabou se tornando uma espécie de mentor para artistas mais jovens. Era um artista generoso neste sentido, conforme contam amigos como Zilda Fraletti, o arquiteto Jayme Bernardo e a fotógrafa Vilma Slomp.
“No dia do velório dele, o papo era esse. Todos os times de artistas estavam lá, desde quem tem trabalhos nos museus até, por exemplo, Hélio Leites, da Feirinha [do Largo da Ordem]”, conta Vilma. “Ele não ia no salto alto e não dividia os amigos. Era nobre nas relações humanas”, diz.
Geraldo Leão tem uma história que ajuda a ilustrar esse traço. O artista lembra que sua primeira individual aconteceu graças a uma indicação de Zimmermann, em 1984, quando eles sequer se conheciam. “Ele acompanhava de alguma forma o meu trabalho. Isso mostra, de certa forma, a generosidade dele: olhar para uma pessoa muito jovem, iniciante, que ele não conhecia pessoalmente, e bancar”, conta. “Não foi um caso isolado. Ele foi sempre generoso, disponível e receptivo para abrir caminhos para as pessoas a vida inteira. Ele abria o ateliê para estudantes. Parava de trabalhar e recebia os alunos para falar com eles”, diz.
A casa e ateliê onde vivia sozinho há mais de 30 anos, por sinal, era um refúgio para Zimmermann, lembra seu sobrinho mais velho, o diplomata Carlos Henrique Zimmermann, 41. Apesar de presente na cena artística e zeloso nas relações familiares, o artista se tornou mais introspectivo e até recluso conforme foi amadurecendo, e passou a receber mais do que sair.
“O sofá à lareira era um confessionário de amigos e familiares. Ele era um ótimo ouvinte”, lembra Carlos Henrique. “A casa era um mundo. Tinha o jardim, que ele vivia mudando. Teve cachorros e gatos. Ele foi ficando cada mais apegado e descansou em paz ali.”
Encantamento
Jayme Bernardo, uma das pessoas mais próximas de Zimmermann nos últimos anos, conta que o amigo, de fato, andava evitando multidões, mas ressalta a capacidade que ele tinha de encantar as pessoas. “Ele tinha essa coisa de conquistar muito facilmente, porque era muito inteligente, muito rápido nas respostas. Ele criava um encantamento nas pessoas muito rapidamente”, lembra.
Outro amigo de longa data, o reitor da Universidade Tuiuti do Paraná, Luiz Guilherme Rangel Santos, diz que uma das palavras mais certeiras para descrever Zimmermann veio do também artista plástico Rones Dumke, que falou em “nobreza” ao se despedir do colega.
“Ele transmitia uma nobreza de caráter na sua forma de ser, nas suas atitudes, nos mínimos gestos”, esclarece Dumke.
Bia Wouk ajuda a explicar para quem não teve a sorte de conhecê-lo. “Era uma elegância de alma”, diz. “Uma coisa que não existe mais.”
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Depoimentos
O artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann faleceu na última segunda-feira (4), aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Além de ser reconhecido como um dos maiores nomes das nossas artes plásticas, Zimmermann também é lembrado como uma pessoa generosa, irreverente e contagiante – como revelam os depoimentos a seguir, dados por amigos, colegas e admiradores do homem e do artista.
“Eu o conheci há 32 anos. Nos últimos 10, nos falávamos todo dia e nos víamos toda semana. Ele era, para mim, um porto seguro, e a gente tinha uma troca muito forte, éramos muito amigos mesmo. Eu aprendi muito com ele, que era de uma inteligência absurda. Um gênio mesmo. Tinha uma mente brilhante, raciocinava muito rápido. Sabia sobre tudo. A primeira impressão que causava em qualquer pessoa era de admiração gigante: sempre tinha uma palavra positiva, sempre via o lado bom. E tinha um humor absurdo, sarcástico e sofisticado. Era muito divertido conviver com ele. Atualmente, ele estava numa fase bacana de trabalho, criando quadros novos e estava feliz porque tinha reencontrado uma nova linha. Era irreverente. Isso se refletia na arte dele. Acho que foi o meu amigo mais incrível.” Jayme Bernardo, arquiteto.
“Zimmerman foi uma das pessoas mais gentis e carismáticas que conheci. Sempre um lord, pronto para nos brindar, de uma forma sincera, com um elogio e uma observação agradável. Vai fazer muita falta o papo divertido e inteligente. Agora ele está nos iluminando lá de cima.” Cesar Franco, relações públicas.
“Não me inspira falar da falta, mas sim do ganho que deixou sua presença. Presença mesmo, pois uma conversa com ele tinha a sua atenção plena e a sua sensibilidade! Sensibilidade amorosa pela vida e por todos com quem ele convivia! Sem demagogia, é de comum acordo sua marca – uma pessoa que refletia uma linda luz por onde passava!” André Mendes, artista visual
“O Zimmermann – Zizi, como o chamávamos – foi uma pessoa muito especial para muitos de nós. Artista genial e pessoa generosa, vai deixar muitas saudades.” Monica Rischbieter, diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra
“Zimmermann foi um dos meus maiores amigos, aquele com quem dividi momentos importantes. Nossa amizade começou há 40 anos, em Londres, quando fomos estudar – ele ganhara uma bolsa de estudos no Royal College Of Art e tinha um entusiasmo contagiante. Vivemos momentos lindos indo a exposições, teatros, cinemas, e ele sempre me ensinou muito. Artista de grande criatividade e extremamente meticuloso, era perfeccionista e criou obras impecáveis. Foi um parceiro maravilhoso e será insubstituível. Fica uma lacuna enorme e triste na nossa arte e em nossos corações.” Zilda Fraletti, galerista
“Nos anos 1980 e 1990 acompanhei de perto o admirável trabalho do Zimmermann, frequentando ocasionalmente sua casa/ateliê. Ele era um entusiasta do meu trabalho pioneiro em Curitiba na área da videoarte, e como sempre estava bem informado sobre o panorama das artes plásticas mundiais. Era muito instigante conversar com ele. Nos últimos anos nos vimos pouco, mas acompanhei sua extraordinária trajetória por meio de relatos de amigos comuns e frequentando suas exposições. Vou preservar com carinho as obras que possuo dele, que sempre representaram para mim fonte de inspiração artística e deleite estético.” Fernando Severo, cineasta.
“A arte paranaense está triste. Perdemos um dos nossos maiores artistas. Zimmermann conquistou reconhecimento com sua arte e levou o nome do Paraná para o mundo. Uma pessoa admirável, de puro talento. Ficam as boas lembranças e sua arte, que ele mesmo eternizou.” João Luiz Fiani, secretário de Estado da Cultura do Paraná
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, por quem o conheceu #depoimentos". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Crédito fotográfico: Casa Pino. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina, PR, 12 de março de 1952 — Curitiba, PR, 4 de junho de 2018), mais conhecido como Zimmermann, foi um pintor, desenhista e gravador brasileiro. Artista contemporâneo, Ziemmermann formou-se em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo. A obra do artista é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo.
Biografia Zimmermann – Arremate Arte
Carlos Eduardo Zimmermann (12 de março de 1952 — 4 de junho de 2018) é um renomado artista contemporâneo brasileiro cujo trabalho tem cativado tanto colecionadores quanto críticos de arte em todo o mundo. Nascido em uma família de artistas em São Paulo, Zimmermann demonstrou desde cedo um talento excepcional para as artes visuais. Após concluir sua formação em Artes Plásticas na Universidade de São Paulo, Zimmermann iniciou sua carreira como pintor e escultor, explorando uma variedade de técnicas e materiais para expressar sua visão única do mundo.
A obra de Zimmermann é marcada por uma fusão harmoniosa de formas abstratas e elementos figurativos, criando composições dinâmicas e profundas que evocam uma variedade de emoções no espectador. Sua paleta de cores vibrantes e sua habilidade técnica excepcional conferem às suas obras uma qualidade visualmente deslumbrante, enquanto sua abordagem conceitual e introspectiva adiciona uma camada adicional de profundidade e significado. Ao longo de sua carreira, Zimmermann recebeu inúmeros prêmios e honrarias, e suas obras estão incluídas em importantes coleções públicas e privadas em todo o mundo. Com uma trajetória artística que abrange décadas e continua a evoluir, Carlos Eduardo Zimmermann é verdadeiramente um dos artistas mais influentes e talentosos de sua geração.
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Biografia Zimmermann – Itaú Cultural
Carlos Eduardo Zimmermann (Antonina PR 1952). Pintor, desenhista e gravador. Estuda desenho e pintura no ateliê de Guido Viaro (1897 - 1971), em Curitiba, entre 1967 e 1969. Em 1974, trabalha sob orientação de Carlos Scliar (1920 - 2001) na cidade de Cabo Frio RJ. Entre 1978 e 1979, faz curso de pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres, com bolsa de estudos do governo inglês. Em 1982, é recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Exposições
1969 - 26º Salão Paranaense
1970 - 27º Salão Paranaense
1971 - 28º Salão Paranaense
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - Paraná/Arte/Hoje
1972 - 29º Salão Paranaense
1972 - Individual de Zimmermann
1973 - 22º Salão Nacional de Arte Moderna
1973 - 12ª Bienal Internacional de São Paulo
1973 - 30º Salão Paranaense
1973 - 15 Variações sobre a Idéia do Papel
1974 - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas
1974 - Raízes e Reflexos
1974 - Seis Artistas do Paraná
1975 - 13ª Bienal Internacional de São Paulo
1975 - Raízes e Reflexos
1976 - Arte Agora I
1976 - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira
1976 - Individual de Zimmermann
1977 - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira
1978 - Papéis
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1978 - Papéis, Caixas e Embrulhos
1979 - Os Meses do Ano
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - 37º Salão Paranaense
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1980 - Papéis e Embrulhos
1980 - Destaque Hilton de Pintura
1981 - 4º Salão Nacional de Artes Plásticas
1981 - Individual de Zimmermann
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - Acervo Novo
1982 - 5º Salão Nacional de Artes Plásticas
1982 - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte
1982 - Individual de Zimmermann
1982 - 14º Panorama de Arte Atual Brasileira
1983 - Individual de Zimmermann
1983 - Individual de Zimmermann
1984 - Simões de Assis Galeria de Arte: mostra inaugural
1985 - Individual de Zimmermann
1986 - Tradição/Contradição
1988 - Individual de Zimmermann
1988 - Individual de Zimmermann
1989 - 8ª Mostra do Desenho Brasileiro
1989 - Zimmermann: pinturas
1991 - Coletiva na Galeria Casa da Imagem
1992 - Eco Art
1998 - A Imagem do Som de Caetano Veloso
2000 - Exposição Acervo BADEP
2000 - Imagens em Questão
2002 - Acervo Banestado : Arte Paranaense Revisitada
2002 - Tum Tum
2002 - Grécia: o processo
2003 - Projeto Brazilianart
2008 - Cor e Forma
2016 - Gravuras - poéticas e técnicas diversas - mostra do acervo
2018 - Movimento - mostra do acervo
Fonte: ZIMMERMANN. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 13 de maio de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Morre artista plástico Zimmermann | Casa Pino
Morreu na manhã desta segunda-feira, 4, o pintor, desenhista e gravador paranaense Carlos Eduardo Zimmermann. O corpo do artista foi encontrado na casa dele, no bairro Mossunguê, que também funcionava como atelier, pelo motorista e funcionário pessoal.
Ainda não se sabe a causa do falecimento de Zimmermann, que tinha 65 anos e era considerado um dos maiores artistas plásticos do Paraná. Em janeiro, o antoninense radicado em Curitiba desde a juventude havia passado por uma cirurgia devido a um câncer de próstata. O horário e local do enterro ainda não foram confirmados, mas deve ocorrer na terça-feira (5).
“Ele estava tão bem. Falamos por WhatsApp no sábado depois de ele ter ido a uma festa, estava animado e cheio de planos”, contou a galerista Zilda Fraletti, grande amiga e parceira de trabalho de Zimmermann, por telefone ao Viver Bem. Ela recebeu a notícia no fim desta manhã e também aguarda mais informações sobre o falecimento.
Segundo ela, o artista vivia uma fase de novas descobertas na profissão. “Ele tinha achado uma linguagem bem concreta, bem abstrata. Uma linguagem que representava o caminho perfeito dele”, disse Zilda. Ninguém melhor do que a galerista para afirmar isto. Foi com Zimmermann, que havia sido pupilo de Guido Viaro de 1897 a 1971, que ela ingressou na carreira dos consórcios de obras de arte, em 1984.
E foi com ele que trocou as conversas mais significativas sobre o universo artístico, desde quando a amizade dos dois se concretizou durante o período em que moraram em Londres, em 1978. “Ele foi a pessoa mais doce que conheci. Era tão sensível que sofria demais por isso. Sempre tão criativo e dedicado“, contou, emocionada.
Zilda havia ido para o Reino Unido estudar inglês e Zimmermann acabara de ganhar uma bolsa de estudos do governo inglês para uma pós-graduação em desenho e pintura no Royal College of Art, Londres. Depois da temporada na Europa, a carreira, que estava em ascensão, ganhou cada vez mais reconhecimento.
Em 1982, o artista foi recomendado pela Fulbright Commission para um programa de um ano de especialização em artes, realizado em Nova York, na School of Visual Arts.
Fonte: Casa Pino, "Morre artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann", publicado em 4 de junho de 2018. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba
Curitiba perdeu um dos seus maiores nomes das artes plásticas com a morte de Carlos Eduardo Zimmermann na última segunda-feira (4). O artista morreu aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Zimmermann iniciou a carreira no fim dos anos 1960 e se destacou nacionalmente em meados da década seguinte. Junto com Bia Wouk, Rones Dumke, Ruben Esmanhotto e outros, fez a “geração 70” — uma leva de artistas que injetou uma visão mais “internacional” na arte paranaense, até então mais inspirada por um modernismo mais tradicional, na leitura de Geraldo Leão.
“Eles eram os artistas jovens mais importantes do período — a geração anterior à minha. E foram muito importantes para a gente, porque trouxeram uma pegada pop, mais internacionalizada em termos da discussão que estava rolando no mundo inteiro na época”, diz o artista, que também é professor da Universidade Federal do Paraná.
As pinturas mais famosas de Zimmermann, que retratam apenas embrulhos, dobraduras, cortinas e envelopes misteriosos com um detalhismo virtuoso, são bons exemplos dessa forma diferente de pensar — como “se a visão não desse conta da realidade” e “o acesso aos conteúdos não fosse mais possível”, analisa Leão, avisando que a explicação para por aqui: “Não quero ser pedante, porque o Zimmermann não era”, brinca.
Nova fase
Também seria uma injustiça com o artista passar a impressão de que estamos falando sobre uma obra do passado. Zimmermann continuava produzindo — e vendendo — muito, conforme lembra sua marchand, a galerista Zilda Fraletti. Depois de experimentar diferentes fases ao longo da carreira, passando pelo surrealismo e minimalismo em pinturas, gravuras e esculturas, o artista havia se lançado recentemente no que chamava de “geometria da cor”. Trata-se de uma série de quadros com retângulos coloridos que passam a impressão de ter luz própria — “mesmo de luz apagada”, conforme explicou Zimmermann ao colunista social Reinaldo Bessa, da Gazeta do Povo, em uma de suas últimas entrevistas. Disse que estava satisfeito, e que aquilo era a germinação de uma nova fase.
“Ele estava muito feliz, dizendo que achava que tinha encontrado a linguagem que queria. Mandava notícias toda hora, dizendo que estava fazendo obras novas, e que logo teria novidades”, conta Zilda.
A mesma impressão ficou para o arquiteto Jayme Bernardo, que esteve com o artista na sexta-feira anterior à sua morte. “Ele me mostrou toda a fase nova, feliz da vida”, conta.
“O Zimmermann tinha muito cuidado com essa coisa de o artista fazer sucesso e seguir uma mesma linha sempre. Ele não se tornou um artista comercial: só fazia o que era profundamente dele mesmo”, explica Bernardo. “Ele tinha encontrado, agora, um segmento que o tinha deixado muito feliz. Essas foram palavras dele na sexta-feira. Ele tinha encontrado novamente o que queria na arte.”
Origens
Zimmermann nasceu em Antonina, no Litoral do Paraná, em 1952. Foi o segundo filho do engenheiro Carlos João Zimmermann, 91, e da professora Ludi Azim Zimmermann, já falecida.
A mãe acabaria influenciando sua trajetória artística. Ludi era professora do Centro Juvenil de Artes Plásticas, criado em 1953 e dirigido por Guido Viaro. O artista teve aulas lá e cursou desenho e pintura com o próprio Viaro, entre 1967 e 1969. “Fui criado num ambiente ligado às artes, e isso me despertou o interesse”, contou o artista à Folha de Londrina, em 2000.
Em meio a prêmios, exposições e participações na Bienal de São Paulo em 1973 e 1975, Zimmermann ainda chegou a concluir a faculdade de Medicina, em 1976, mas não levou a profissão adiante. Já em 1978, uma disputada bolsa de estudos que ganhou do governo inglês para fazer uma pós-graduação em Desenho e Pintura no Royal College of Art, de Londres, acabaria selando de vez sua escolha por se dedicar integralmente à arte.
Zimmermann permaneceu em Curitiba durante toda a carreira, embora tivesse abertura para o mercado em centros maiores do país.
Bia Wouk, que deixou o Brasil já em 1976 e passou décadas vivendo no exterior, diz considerar a obra do amigo “mais universal do que isso”, mas lembra que Zimmermann gostava de Curitiba e “se sentia bem” na cidade. “Acho que foi um pouco escolha dele”, diz, por telefone. “Ele fez a carreira aí, tornou-se respeitado. Na segunda metade do século 20, é um dos mais respeitados do Paraná, com certeza.”
Generosidade
Bia, que começou a expor junto com Zimmermann em 1972 (suas primeiras individuais saíram juntas na Galeria de Arte do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, por indicação de Aroldo Murá), lembra que o amigo também acabou se tornando uma espécie de mentor para artistas mais jovens. Era um artista generoso neste sentido, conforme contam amigos como Zilda Fraletti, o arquiteto Jayme Bernardo e a fotógrafa Vilma Slomp.
“No dia do velório dele, o papo era esse. Todos os times de artistas estavam lá, desde quem tem trabalhos nos museus até, por exemplo, Hélio Leites, da Feirinha [do Largo da Ordem]”, conta Vilma. “Ele não ia no salto alto e não dividia os amigos. Era nobre nas relações humanas”, diz.
Geraldo Leão tem uma história que ajuda a ilustrar esse traço. O artista lembra que sua primeira individual aconteceu graças a uma indicação de Zimmermann, em 1984, quando eles sequer se conheciam. “Ele acompanhava de alguma forma o meu trabalho. Isso mostra, de certa forma, a generosidade dele: olhar para uma pessoa muito jovem, iniciante, que ele não conhecia pessoalmente, e bancar”, conta. “Não foi um caso isolado. Ele foi sempre generoso, disponível e receptivo para abrir caminhos para as pessoas a vida inteira. Ele abria o ateliê para estudantes. Parava de trabalhar e recebia os alunos para falar com eles”, diz.
A casa e ateliê onde vivia sozinho há mais de 30 anos, por sinal, era um refúgio para Zimmermann, lembra seu sobrinho mais velho, o diplomata Carlos Henrique Zimmermann, 41. Apesar de presente na cena artística e zeloso nas relações familiares, o artista se tornou mais introspectivo e até recluso conforme foi amadurecendo, e passou a receber mais do que sair.
“O sofá à lareira era um confessionário de amigos e familiares. Ele era um ótimo ouvinte”, lembra Carlos Henrique. “A casa era um mundo. Tinha o jardim, que ele vivia mudando. Teve cachorros e gatos. Ele foi ficando cada mais apegado e descansou em paz ali.”
Encantamento
Jayme Bernardo, uma das pessoas mais próximas de Zimmermann nos últimos anos, conta que o amigo, de fato, andava evitando multidões, mas ressalta a capacidade que ele tinha de encantar as pessoas. “Ele tinha essa coisa de conquistar muito facilmente, porque era muito inteligente, muito rápido nas respostas. Ele criava um encantamento nas pessoas muito rapidamente”, lembra.
Outro amigo de longa data, o reitor da Universidade Tuiuti do Paraná, Luiz Guilherme Rangel Santos, diz que uma das palavras mais certeiras para descrever Zimmermann veio do também artista plástico Rones Dumke, que falou em “nobreza” ao se despedir do colega.
“Ele transmitia uma nobreza de caráter na sua forma de ser, nas suas atitudes, nos mínimos gestos”, esclarece Dumke.
Bia Wouk ajuda a explicar para quem não teve a sorte de conhecê-lo. “Era uma elegância de alma”, diz. “Uma coisa que não existe mais.”
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, o artista que encantou Curitiba". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
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Depoimentos
O artista plástico Carlos Eduardo Zimmermann faleceu na última segunda-feira (4), aos 66 anos, vítima de um traumatismo craniano, após sofrer uma queda em sua casa, nas proximidades do Parque Barigui.
Além de ser reconhecido como um dos maiores nomes das nossas artes plásticas, Zimmermann também é lembrado como uma pessoa generosa, irreverente e contagiante – como revelam os depoimentos a seguir, dados por amigos, colegas e admiradores do homem e do artista.
“Eu o conheci há 32 anos. Nos últimos 10, nos falávamos todo dia e nos víamos toda semana. Ele era, para mim, um porto seguro, e a gente tinha uma troca muito forte, éramos muito amigos mesmo. Eu aprendi muito com ele, que era de uma inteligência absurda. Um gênio mesmo. Tinha uma mente brilhante, raciocinava muito rápido. Sabia sobre tudo. A primeira impressão que causava em qualquer pessoa era de admiração gigante: sempre tinha uma palavra positiva, sempre via o lado bom. E tinha um humor absurdo, sarcástico e sofisticado. Era muito divertido conviver com ele. Atualmente, ele estava numa fase bacana de trabalho, criando quadros novos e estava feliz porque tinha reencontrado uma nova linha. Era irreverente. Isso se refletia na arte dele. Acho que foi o meu amigo mais incrível.” Jayme Bernardo, arquiteto.
“Zimmerman foi uma das pessoas mais gentis e carismáticas que conheci. Sempre um lord, pronto para nos brindar, de uma forma sincera, com um elogio e uma observação agradável. Vai fazer muita falta o papo divertido e inteligente. Agora ele está nos iluminando lá de cima.” Cesar Franco, relações públicas.
“Não me inspira falar da falta, mas sim do ganho que deixou sua presença. Presença mesmo, pois uma conversa com ele tinha a sua atenção plena e a sua sensibilidade! Sensibilidade amorosa pela vida e por todos com quem ele convivia! Sem demagogia, é de comum acordo sua marca – uma pessoa que refletia uma linda luz por onde passava!” André Mendes, artista visual
“O Zimmermann – Zizi, como o chamávamos – foi uma pessoa muito especial para muitos de nós. Artista genial e pessoa generosa, vai deixar muitas saudades.” Monica Rischbieter, diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra
“Zimmermann foi um dos meus maiores amigos, aquele com quem dividi momentos importantes. Nossa amizade começou há 40 anos, em Londres, quando fomos estudar – ele ganhara uma bolsa de estudos no Royal College Of Art e tinha um entusiasmo contagiante. Vivemos momentos lindos indo a exposições, teatros, cinemas, e ele sempre me ensinou muito. Artista de grande criatividade e extremamente meticuloso, era perfeccionista e criou obras impecáveis. Foi um parceiro maravilhoso e será insubstituível. Fica uma lacuna enorme e triste na nossa arte e em nossos corações.” Zilda Fraletti, galerista
“Nos anos 1980 e 1990 acompanhei de perto o admirável trabalho do Zimmermann, frequentando ocasionalmente sua casa/ateliê. Ele era um entusiasta do meu trabalho pioneiro em Curitiba na área da videoarte, e como sempre estava bem informado sobre o panorama das artes plásticas mundiais. Era muito instigante conversar com ele. Nos últimos anos nos vimos pouco, mas acompanhei sua extraordinária trajetória por meio de relatos de amigos comuns e frequentando suas exposições. Vou preservar com carinho as obras que possuo dele, que sempre representaram para mim fonte de inspiração artística e deleite estético.” Fernando Severo, cineasta.
“A arte paranaense está triste. Perdemos um dos nossos maiores artistas. Zimmermann conquistou reconhecimento com sua arte e levou o nome do Paraná para o mundo. Uma pessoa admirável, de puro talento. Ficam as boas lembranças e sua arte, que ele mesmo eternizou.” João Luiz Fiani, secretário de Estado da Cultura do Paraná
Fonte: Top View, "Carlos Eduardo Zimmermann, por quem o conheceu #depoimentos". Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.
Crédito fotográfico: Casa Pino. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2024.