Abelardo Zaluar (Niterói, Rio de Janeiro, 21 de março de 1924 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, dezembro de 1987), mais conhecido como Zaluar, foi um pintor, desenhista, gravador e professor brasileiro. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968. Participou de diversas exposições entre coletivas e individuais que marcaram a sua carreira artística, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963. Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nos anos 1980, recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Conquistou o primeiro lugar em desenho do prêmio Leirner de Arte Contemporânea, em 1959 (SP), prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Biografia – Itaú Cultural
Entre 1944 e 1948, assiste às aulas da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Na mesma década, cria, com outros colegas, a Escolinha de Arte do Brasil, tornando-se diretor-técnico da instituição carioca.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo.
Em 1967, ganha prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Participa de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963.
Em 1975 e 1979 expõe em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresenta trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
Faz parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Nos anos 1980, recebe título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Comentário Crítico
De início, nas décadas de 1940 e 1950, Zaluar trabalha com aquarelas e desenhos figurativos passando a uma poética abstrato-geométrica ainda no mesmo período. A partir de então, demonstra interesse por relações formais e entre áreas de cor e uma "constante preocupação de equilíbrio, de peso e contrapeso", como observa o crítico Mário Pedrosa (1900-1981)1. Em certas obras dos anos 1960, Zaluar chega a interferir diretamente sobre o plano da tela, criando como que encaixes e desencaixes de seções do plano (Sem Título, 1965). Mais tarde, trabalha ainda desse modo com colagens, como em Vasados em Azul (1970).
Em Troca (1984), Zaluar produz áreas de cor que se justapõem e sobrepõem, separadas por linhas tênues, que não chegam a delimitar-los por completo. O crítico Frederico Morais aproxima essa produção do artista carioca àquela do pintor abstrato inglês Ben Nicholson (1894-1982), no que concerne ao planejamento das sobreposições de áreas de cor, traçando um paralelo possível com a obra do artista europeu. Zaluar trabalha ainda com o volume das figuras criando uma sensação de tridimensionalidade, tanto pelo emprego de linhas curvas como pela justaposição de cores, já mencionada, que causam esse efeito ilusionista, como em Projeção (1971). A clara referência a dobraduras de papel e a produção de efeitos de sombreamento confirmam essa busca pela tridimensionalidade (Sem Título, 1972, e Independência, 1982).
Há ainda outra produção de Zaluar que se constitui da apropriação de recortes a partir de fotos dos monumentos das cidades coloniais mineiras. Interfere nelas como se aplicasse formas geométricas, tanto traçadas apenas em linhas como preenchidas por cor, sobre as imagens. Parece, com isso, querer apontar e fazer notar as relações entre as formas presentes na arquitetura e escultura ditas barrocas, trabalhando com o léxico delas, como em Chafariz Tiradentes - o Preto (1977) e Intervenção Geométrica sobre o Barroco (1973).
O expediente da apropriação de fotos com intervenções geométricas, como o próprio artista define esse trabalho fazendo referência a ele nos títulos, será utilizado em temas outros que as construções barrocas mineiras, estendendo-se por fotos de nus femininos e paisagens. Além destes, estão presentes citações a obras renomadas da história da arte, nas quais Zaluar utiliza-se de reproduções de quadros, como em Intervenção Geométrica sobre Van Gogh (1973).
Notas
1. PEDROSA, Mario. Gravadores e desenhistas no Salão. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 jul. 1958, apud Zaluar: da Natureza à Geometria, da Geometria à Natureza. Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna, abr. maio 1975.
Cronologia
1944/1948 – Cursou a Escola Nacional de Belas Artes – Enba
1948 – Sócio-fundador e diretor-técnico da Escolinha de Arte do Brasil
1958 – Participa do júri do Salão de Arte A Mãe e a Criança
1960 – Participa do júri do 1º Salão de Artes Plásticas do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, na Galeria Ibeu Copacabana
1978 – Participa da comissão de premiação da 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade
1984 – Participa das comissões de seleção e de premiação do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas ca.1984 – Rio de Janeiro RJ – Professor Emérito da UFRJ
1984 – Participa da comissão de seleção do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1978 – Recebe o Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro
Exposições Individuais
1962 – Individual, na Galeria São Luís (SP)
1962 – Individual, na Petite Galerie (RJ)
1964 – Individual, na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa (Portugal)
1965 – Individual, na Galeria da Casa do Brasil em Roma (Itália)
1969 – Individual, na Galeria Bonino (RJ)
1969 – Individual, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte (MG)
1971 – Individual, na Galeria Bonfiglioli (SP)
1971 – Individual, na Gallery Petit, em Londres (Inglaterra)
1975 – Retrospectiva – Desenhos e Pinturas, no MAM (SP)
1977 – Individual, no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (SP)
1978 – Retrospectiva, no MAM/Resende (RJ)
1979 – Retrospectiva, no MAC (PR)
1980 – Individual, no Margs (RS)
1984 – Abelardo Zaluar: pinturas 83-84, na MP2 Arte (RJ)
1987 – Individual, na Galeria Arte de Espaço (RJ)
Exposições Coletivas
1947 – Aquarelas, no MNBA (RJ)
1949 – 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia (SP)
1954 – Dez Artistas Brasileiros (Noruega)
1954 – Salão Preto e Branco (RJ)
1958 – Salão Nacional de Arte Moderna (RJ)
1958 – Oito Artistas Contemporâneos, na Funarte. Galeria Macunaíma (RJ)
1958 – Rio de Janeiro RJ – Salão do Mar (RJ)
1959 – 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1959 – Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas – 1º prêmio em desenho (SP)
1960 – 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia (SP)
1961 – 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1962 – Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1963 – Salão Nacional de Arte Moderna – prêmio de viagem ao exterior (RJ)
1965c. – Brazilian Art Today (Holanda)
1965c. – Brazilian Art Today (Inglaterra)
1965c. – Brazilian Art Today (Áustria)
1967 – 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro – prêmio aquisição (DF)
1967 – 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1968 – 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ – prêmio de viagem ao país (RJ)
1968 – Bienal Nacional de Artes Plásticas (BA)
1968 – 17º Salão Paulista de Arte Moderna (SP)
1969 – 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP (MG)
1969 – Salão da Bússola, no MAM/RJ (RJ)
1969 – 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1970 – 8º Resumo de Arte JB (RJ)
1970 – 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM (RJ)
1970 – 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1970 – Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1971 – 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM (RJ)
1971 – 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1972 – Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio (SP)
1973 – 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1973 – 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1975 – 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1978 – 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura – menção honrosa (México)
1979 – São Paulo SP – 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (Portugal)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery (Inglaterra)
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1983 – São Paulo SP – 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Holanda)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Portugal)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Espanha)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (França)
1984 – Obra Recente 74/84, no MNBA (RJ)
1984 – Doações Recentes 82-84, no MNBA (RJ)
1984 – Madeira, Matéria de Arte, no MAM (RJ)
1984 – Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras (RJ)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Itália)
1984 – Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal (SP)
1985 – Abraham Palatnik, Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat (RJ)
1985 – 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1985 – Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM (SP)
1986 – 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM (RJ)
Fonte: ZALUAR. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 10 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Alberto Zaluar – Projeto Arte Agora
O desenhador, pintor e professor Abelardo Zaluar, filho de Ari Zaluar (pintor) e Hortência Brunet Zaluar, nasceu no bairro de Santa Rosa, Niterói, em 21 de março de 1924 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1987. Ainda adolescente, aluno do Liceu Nilo Peçanha já gostava de pintar aquarelas e óleos pelas praias de Niterói. Ginasiano, concorreu em dos salões Fluminenses de Belas Artes e conquistou, sucessivamente, o prêmio Alberto Torres, a Medalha de Prata e o Prêmio Antônio Parreiras.
Estudou pintura na antiga Escola Nacional de Belas Artes, entre 1944 e 1948, dedicando-se mais à aquarela e em 1947, realizou sua primeira exposição, na própria Escola. Na década de 1950, trabalhou como ilustrador na imprensa carioca, na Revista da Semana e Ilustração Brasileira.
Exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo. Apaixonado também pela arquitetura, nos anos 1960 começou a apresentá-la em seus desenhos, em sua caligrafia pictórica.
Zaluar conquistou diversos prêmios como os do Salão do Mar - Rio de Janeiro, 1958; Salão Municipal de Belo Horizonte, 1959; o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea - São Paulo, 1959. Em 1963, recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro no XI Salão Nacional de Arte Moderna - Rio de Janeiro. Em 1969, obteve o prémio de desenho na II Bienal de Salvador e em 1971, o do I Salão de Artes Visuais do Rio Grande do Sul.
Participou de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prémio de viagem ao exterior em 1963.
Taxado de subversivo por defender a democracia ao lado de nomes como Mário Barata e Quintino Campofiorito, foi aposentado na Enba pela ditadura militar. Em 1967, ganhou prémio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal. No Salão Nacional de Arte Contemporânea de 1969, levantou o maior prêmio que um artista brasileiro pode almejar: o Prémio de Viagem à Europa, com estadia por dois anos.
Em 1975 e 1979 expôs em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresentou trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Em 1978, na Cidade do México, recebeu menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura.
Nos anos 1980, Zaluar recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No mesmo ano comemorou os 60 anos de idade e 40 de arte, com uma esposição na qual apresentou uma seleção de obras realizadas entre 1974 e 1984.
A sua obra figura em acervos de diversas instituições. No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Belas Artes-MNBA, Museu de Arte Moderna-MAM e IBM do Brasil; em São Paulo, o Museu de Arte Moderna-MAM, Museu de Arte Contemporânea-MAC, Pinacoteca do Estado e Museu Assis Chateaubriant. Está também representado nas coleções do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, do Museu Antônio Parreiras, em Niterói, e Brazilian Art Cultural Institute, em Washington, EUA.
Fonte: Projeto Arte Agora. Consultado pela última vez em 11 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Abelardo Zaluar (Niterói, Rio de Janeiro, 21 de março de 1924 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, dezembro de 1987), mais conhecido como Zaluar, foi um pintor, desenhista, gravador e professor brasileiro. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968. Participou de diversas exposições entre coletivas e individuais que marcaram a sua carreira artística, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963. Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nos anos 1980, recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Conquistou o primeiro lugar em desenho do prêmio Leirner de Arte Contemporânea, em 1959 (SP), prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Biografia – Itaú Cultural
Entre 1944 e 1948, assiste às aulas da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Na mesma década, cria, com outros colegas, a Escolinha de Arte do Brasil, tornando-se diretor-técnico da instituição carioca.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo.
Em 1967, ganha prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Participa de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963.
Em 1975 e 1979 expõe em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresenta trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
Faz parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Nos anos 1980, recebe título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Comentário Crítico
De início, nas décadas de 1940 e 1950, Zaluar trabalha com aquarelas e desenhos figurativos passando a uma poética abstrato-geométrica ainda no mesmo período. A partir de então, demonstra interesse por relações formais e entre áreas de cor e uma "constante preocupação de equilíbrio, de peso e contrapeso", como observa o crítico Mário Pedrosa (1900-1981)1. Em certas obras dos anos 1960, Zaluar chega a interferir diretamente sobre o plano da tela, criando como que encaixes e desencaixes de seções do plano (Sem Título, 1965). Mais tarde, trabalha ainda desse modo com colagens, como em Vasados em Azul (1970).
Em Troca (1984), Zaluar produz áreas de cor que se justapõem e sobrepõem, separadas por linhas tênues, que não chegam a delimitar-los por completo. O crítico Frederico Morais aproxima essa produção do artista carioca àquela do pintor abstrato inglês Ben Nicholson (1894-1982), no que concerne ao planejamento das sobreposições de áreas de cor, traçando um paralelo possível com a obra do artista europeu. Zaluar trabalha ainda com o volume das figuras criando uma sensação de tridimensionalidade, tanto pelo emprego de linhas curvas como pela justaposição de cores, já mencionada, que causam esse efeito ilusionista, como em Projeção (1971). A clara referência a dobraduras de papel e a produção de efeitos de sombreamento confirmam essa busca pela tridimensionalidade (Sem Título, 1972, e Independência, 1982).
Há ainda outra produção de Zaluar que se constitui da apropriação de recortes a partir de fotos dos monumentos das cidades coloniais mineiras. Interfere nelas como se aplicasse formas geométricas, tanto traçadas apenas em linhas como preenchidas por cor, sobre as imagens. Parece, com isso, querer apontar e fazer notar as relações entre as formas presentes na arquitetura e escultura ditas barrocas, trabalhando com o léxico delas, como em Chafariz Tiradentes - o Preto (1977) e Intervenção Geométrica sobre o Barroco (1973).
O expediente da apropriação de fotos com intervenções geométricas, como o próprio artista define esse trabalho fazendo referência a ele nos títulos, será utilizado em temas outros que as construções barrocas mineiras, estendendo-se por fotos de nus femininos e paisagens. Além destes, estão presentes citações a obras renomadas da história da arte, nas quais Zaluar utiliza-se de reproduções de quadros, como em Intervenção Geométrica sobre Van Gogh (1973).
Notas
1. PEDROSA, Mario. Gravadores e desenhistas no Salão. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 jul. 1958, apud Zaluar: da Natureza à Geometria, da Geometria à Natureza. Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna, abr. maio 1975.
Cronologia
1944/1948 – Cursou a Escola Nacional de Belas Artes – Enba
1948 – Sócio-fundador e diretor-técnico da Escolinha de Arte do Brasil
1958 – Participa do júri do Salão de Arte A Mãe e a Criança
1960 – Participa do júri do 1º Salão de Artes Plásticas do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, na Galeria Ibeu Copacabana
1978 – Participa da comissão de premiação da 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade
1984 – Participa das comissões de seleção e de premiação do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas ca.1984 – Rio de Janeiro RJ – Professor Emérito da UFRJ
1984 – Participa da comissão de seleção do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1978 – Recebe o Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro
Exposições Individuais
1962 – Individual, na Galeria São Luís (SP)
1962 – Individual, na Petite Galerie (RJ)
1964 – Individual, na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa (Portugal)
1965 – Individual, na Galeria da Casa do Brasil em Roma (Itália)
1969 – Individual, na Galeria Bonino (RJ)
1969 – Individual, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte (MG)
1971 – Individual, na Galeria Bonfiglioli (SP)
1971 – Individual, na Gallery Petit, em Londres (Inglaterra)
1975 – Retrospectiva – Desenhos e Pinturas, no MAM (SP)
1977 – Individual, no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (SP)
1978 – Retrospectiva, no MAM/Resende (RJ)
1979 – Retrospectiva, no MAC (PR)
1980 – Individual, no Margs (RS)
1984 – Abelardo Zaluar: pinturas 83-84, na MP2 Arte (RJ)
1987 – Individual, na Galeria Arte de Espaço (RJ)
Exposições Coletivas
1947 – Aquarelas, no MNBA (RJ)
1949 – 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia (SP)
1954 – Dez Artistas Brasileiros (Noruega)
1954 – Salão Preto e Branco (RJ)
1958 – Salão Nacional de Arte Moderna (RJ)
1958 – Oito Artistas Contemporâneos, na Funarte. Galeria Macunaíma (RJ)
1958 – Rio de Janeiro RJ – Salão do Mar (RJ)
1959 – 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1959 – Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas – 1º prêmio em desenho (SP)
1960 – 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia (SP)
1961 – 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1962 – Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1963 – Salão Nacional de Arte Moderna – prêmio de viagem ao exterior (RJ)
1965c. – Brazilian Art Today (Holanda)
1965c. – Brazilian Art Today (Inglaterra)
1965c. – Brazilian Art Today (Áustria)
1967 – 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro – prêmio aquisição (DF)
1967 – 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1968 – 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ – prêmio de viagem ao país (RJ)
1968 – Bienal Nacional de Artes Plásticas (BA)
1968 – 17º Salão Paulista de Arte Moderna (SP)
1969 – 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP (MG)
1969 – Salão da Bússola, no MAM/RJ (RJ)
1969 – 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1970 – 8º Resumo de Arte JB (RJ)
1970 – 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM (RJ)
1970 – 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1970 – Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1971 – 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM (RJ)
1971 – 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1972 – Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio (SP)
1973 – 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1973 – 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1975 – 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1978 – 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura – menção honrosa (México)
1979 – São Paulo SP – 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (Portugal)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery (Inglaterra)
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1983 – São Paulo SP – 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Holanda)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Portugal)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Espanha)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (França)
1984 – Obra Recente 74/84, no MNBA (RJ)
1984 – Doações Recentes 82-84, no MNBA (RJ)
1984 – Madeira, Matéria de Arte, no MAM (RJ)
1984 – Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras (RJ)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Itália)
1984 – Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal (SP)
1985 – Abraham Palatnik, Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat (RJ)
1985 – 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1985 – Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM (SP)
1986 – 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM (RJ)
Fonte: ZALUAR. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 10 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Alberto Zaluar – Projeto Arte Agora
O desenhador, pintor e professor Abelardo Zaluar, filho de Ari Zaluar (pintor) e Hortência Brunet Zaluar, nasceu no bairro de Santa Rosa, Niterói, em 21 de março de 1924 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1987. Ainda adolescente, aluno do Liceu Nilo Peçanha já gostava de pintar aquarelas e óleos pelas praias de Niterói. Ginasiano, concorreu em dos salões Fluminenses de Belas Artes e conquistou, sucessivamente, o prêmio Alberto Torres, a Medalha de Prata e o Prêmio Antônio Parreiras.
Estudou pintura na antiga Escola Nacional de Belas Artes, entre 1944 e 1948, dedicando-se mais à aquarela e em 1947, realizou sua primeira exposição, na própria Escola. Na década de 1950, trabalhou como ilustrador na imprensa carioca, na Revista da Semana e Ilustração Brasileira.
Exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo. Apaixonado também pela arquitetura, nos anos 1960 começou a apresentá-la em seus desenhos, em sua caligrafia pictórica.
Zaluar conquistou diversos prêmios como os do Salão do Mar - Rio de Janeiro, 1958; Salão Municipal de Belo Horizonte, 1959; o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea - São Paulo, 1959. Em 1963, recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro no XI Salão Nacional de Arte Moderna - Rio de Janeiro. Em 1969, obteve o prémio de desenho na II Bienal de Salvador e em 1971, o do I Salão de Artes Visuais do Rio Grande do Sul.
Participou de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prémio de viagem ao exterior em 1963.
Taxado de subversivo por defender a democracia ao lado de nomes como Mário Barata e Quintino Campofiorito, foi aposentado na Enba pela ditadura militar. Em 1967, ganhou prémio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal. No Salão Nacional de Arte Contemporânea de 1969, levantou o maior prêmio que um artista brasileiro pode almejar: o Prémio de Viagem à Europa, com estadia por dois anos.
Em 1975 e 1979 expôs em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresentou trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Em 1978, na Cidade do México, recebeu menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura.
Nos anos 1980, Zaluar recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No mesmo ano comemorou os 60 anos de idade e 40 de arte, com uma esposição na qual apresentou uma seleção de obras realizadas entre 1974 e 1984.
A sua obra figura em acervos de diversas instituições. No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Belas Artes-MNBA, Museu de Arte Moderna-MAM e IBM do Brasil; em São Paulo, o Museu de Arte Moderna-MAM, Museu de Arte Contemporânea-MAC, Pinacoteca do Estado e Museu Assis Chateaubriant. Está também representado nas coleções do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, do Museu Antônio Parreiras, em Niterói, e Brazilian Art Cultural Institute, em Washington, EUA.
Fonte: Projeto Arte Agora. Consultado pela última vez em 11 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
3 artistas relacionados
Abelardo Zaluar (Niterói, Rio de Janeiro, 21 de março de 1924 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, dezembro de 1987), mais conhecido como Zaluar, foi um pintor, desenhista, gravador e professor brasileiro. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968. Participou de diversas exposições entre coletivas e individuais que marcaram a sua carreira artística, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963. Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nos anos 1980, recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Conquistou o primeiro lugar em desenho do prêmio Leirner de Arte Contemporânea, em 1959 (SP), prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Biografia – Itaú Cultural
Entre 1944 e 1948, assiste às aulas da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Na mesma década, cria, com outros colegas, a Escolinha de Arte do Brasil, tornando-se diretor-técnico da instituição carioca.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo.
Em 1967, ganha prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Participa de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963.
Em 1975 e 1979 expõe em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresenta trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
Faz parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Nos anos 1980, recebe título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Comentário Crítico
De início, nas décadas de 1940 e 1950, Zaluar trabalha com aquarelas e desenhos figurativos passando a uma poética abstrato-geométrica ainda no mesmo período. A partir de então, demonstra interesse por relações formais e entre áreas de cor e uma "constante preocupação de equilíbrio, de peso e contrapeso", como observa o crítico Mário Pedrosa (1900-1981)1. Em certas obras dos anos 1960, Zaluar chega a interferir diretamente sobre o plano da tela, criando como que encaixes e desencaixes de seções do plano (Sem Título, 1965). Mais tarde, trabalha ainda desse modo com colagens, como em Vasados em Azul (1970).
Em Troca (1984), Zaluar produz áreas de cor que se justapõem e sobrepõem, separadas por linhas tênues, que não chegam a delimitar-los por completo. O crítico Frederico Morais aproxima essa produção do artista carioca àquela do pintor abstrato inglês Ben Nicholson (1894-1982), no que concerne ao planejamento das sobreposições de áreas de cor, traçando um paralelo possível com a obra do artista europeu. Zaluar trabalha ainda com o volume das figuras criando uma sensação de tridimensionalidade, tanto pelo emprego de linhas curvas como pela justaposição de cores, já mencionada, que causam esse efeito ilusionista, como em Projeção (1971). A clara referência a dobraduras de papel e a produção de efeitos de sombreamento confirmam essa busca pela tridimensionalidade (Sem Título, 1972, e Independência, 1982).
Há ainda outra produção de Zaluar que se constitui da apropriação de recortes a partir de fotos dos monumentos das cidades coloniais mineiras. Interfere nelas como se aplicasse formas geométricas, tanto traçadas apenas em linhas como preenchidas por cor, sobre as imagens. Parece, com isso, querer apontar e fazer notar as relações entre as formas presentes na arquitetura e escultura ditas barrocas, trabalhando com o léxico delas, como em Chafariz Tiradentes - o Preto (1977) e Intervenção Geométrica sobre o Barroco (1973).
O expediente da apropriação de fotos com intervenções geométricas, como o próprio artista define esse trabalho fazendo referência a ele nos títulos, será utilizado em temas outros que as construções barrocas mineiras, estendendo-se por fotos de nus femininos e paisagens. Além destes, estão presentes citações a obras renomadas da história da arte, nas quais Zaluar utiliza-se de reproduções de quadros, como em Intervenção Geométrica sobre Van Gogh (1973).
Notas
1. PEDROSA, Mario. Gravadores e desenhistas no Salão. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 jul. 1958, apud Zaluar: da Natureza à Geometria, da Geometria à Natureza. Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna, abr. maio 1975.
Cronologia
1944/1948 – Cursou a Escola Nacional de Belas Artes – Enba
1948 – Sócio-fundador e diretor-técnico da Escolinha de Arte do Brasil
1958 – Participa do júri do Salão de Arte A Mãe e a Criança
1960 – Participa do júri do 1º Salão de Artes Plásticas do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, na Galeria Ibeu Copacabana
1978 – Participa da comissão de premiação da 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade
1984 – Participa das comissões de seleção e de premiação do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas ca.1984 – Rio de Janeiro RJ – Professor Emérito da UFRJ
1984 – Participa da comissão de seleção do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1978 – Recebe o Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro
Exposições Individuais
1962 – Individual, na Galeria São Luís (SP)
1962 – Individual, na Petite Galerie (RJ)
1964 – Individual, na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa (Portugal)
1965 – Individual, na Galeria da Casa do Brasil em Roma (Itália)
1969 – Individual, na Galeria Bonino (RJ)
1969 – Individual, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte (MG)
1971 – Individual, na Galeria Bonfiglioli (SP)
1971 – Individual, na Gallery Petit, em Londres (Inglaterra)
1975 – Retrospectiva – Desenhos e Pinturas, no MAM (SP)
1977 – Individual, no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (SP)
1978 – Retrospectiva, no MAM/Resende (RJ)
1979 – Retrospectiva, no MAC (PR)
1980 – Individual, no Margs (RS)
1984 – Abelardo Zaluar: pinturas 83-84, na MP2 Arte (RJ)
1987 – Individual, na Galeria Arte de Espaço (RJ)
Exposições Coletivas
1947 – Aquarelas, no MNBA (RJ)
1949 – 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia (SP)
1954 – Dez Artistas Brasileiros (Noruega)
1954 – Salão Preto e Branco (RJ)
1958 – Salão Nacional de Arte Moderna (RJ)
1958 – Oito Artistas Contemporâneos, na Funarte. Galeria Macunaíma (RJ)
1958 – Rio de Janeiro RJ – Salão do Mar (RJ)
1959 – 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1959 – Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas – 1º prêmio em desenho (SP)
1960 – 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia (SP)
1961 – 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1962 – Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1963 – Salão Nacional de Arte Moderna – prêmio de viagem ao exterior (RJ)
1965c. – Brazilian Art Today (Holanda)
1965c. – Brazilian Art Today (Inglaterra)
1965c. – Brazilian Art Today (Áustria)
1967 – 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro – prêmio aquisição (DF)
1967 – 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1968 – 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ – prêmio de viagem ao país (RJ)
1968 – Bienal Nacional de Artes Plásticas (BA)
1968 – 17º Salão Paulista de Arte Moderna (SP)
1969 – 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP (MG)
1969 – Salão da Bússola, no MAM/RJ (RJ)
1969 – 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1970 – 8º Resumo de Arte JB (RJ)
1970 – 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM (RJ)
1970 – 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1970 – Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1971 – 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM (RJ)
1971 – 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1972 – Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio (SP)
1973 – 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1973 – 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1975 – 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1978 – 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura – menção honrosa (México)
1979 – São Paulo SP – 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (Portugal)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery (Inglaterra)
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1983 – São Paulo SP – 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Holanda)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Portugal)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Espanha)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (França)
1984 – Obra Recente 74/84, no MNBA (RJ)
1984 – Doações Recentes 82-84, no MNBA (RJ)
1984 – Madeira, Matéria de Arte, no MAM (RJ)
1984 – Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras (RJ)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Itália)
1984 – Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal (SP)
1985 – Abraham Palatnik, Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat (RJ)
1985 – 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1985 – Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM (SP)
1986 – 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM (RJ)
Fonte: ZALUAR. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 10 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Alberto Zaluar – Projeto Arte Agora
O desenhador, pintor e professor Abelardo Zaluar, filho de Ari Zaluar (pintor) e Hortência Brunet Zaluar, nasceu no bairro de Santa Rosa, Niterói, em 21 de março de 1924 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1987. Ainda adolescente, aluno do Liceu Nilo Peçanha já gostava de pintar aquarelas e óleos pelas praias de Niterói. Ginasiano, concorreu em dos salões Fluminenses de Belas Artes e conquistou, sucessivamente, o prêmio Alberto Torres, a Medalha de Prata e o Prêmio Antônio Parreiras.
Estudou pintura na antiga Escola Nacional de Belas Artes, entre 1944 e 1948, dedicando-se mais à aquarela e em 1947, realizou sua primeira exposição, na própria Escola. Na década de 1950, trabalhou como ilustrador na imprensa carioca, na Revista da Semana e Ilustração Brasileira.
Exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo. Apaixonado também pela arquitetura, nos anos 1960 começou a apresentá-la em seus desenhos, em sua caligrafia pictórica.
Zaluar conquistou diversos prêmios como os do Salão do Mar - Rio de Janeiro, 1958; Salão Municipal de Belo Horizonte, 1959; o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea - São Paulo, 1959. Em 1963, recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro no XI Salão Nacional de Arte Moderna - Rio de Janeiro. Em 1969, obteve o prémio de desenho na II Bienal de Salvador e em 1971, o do I Salão de Artes Visuais do Rio Grande do Sul.
Participou de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prémio de viagem ao exterior em 1963.
Taxado de subversivo por defender a democracia ao lado de nomes como Mário Barata e Quintino Campofiorito, foi aposentado na Enba pela ditadura militar. Em 1967, ganhou prémio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal. No Salão Nacional de Arte Contemporânea de 1969, levantou o maior prêmio que um artista brasileiro pode almejar: o Prémio de Viagem à Europa, com estadia por dois anos.
Em 1975 e 1979 expôs em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresentou trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Em 1978, na Cidade do México, recebeu menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura.
Nos anos 1980, Zaluar recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No mesmo ano comemorou os 60 anos de idade e 40 de arte, com uma esposição na qual apresentou uma seleção de obras realizadas entre 1974 e 1984.
A sua obra figura em acervos de diversas instituições. No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Belas Artes-MNBA, Museu de Arte Moderna-MAM e IBM do Brasil; em São Paulo, o Museu de Arte Moderna-MAM, Museu de Arte Contemporânea-MAC, Pinacoteca do Estado e Museu Assis Chateaubriant. Está também representado nas coleções do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, do Museu Antônio Parreiras, em Niterói, e Brazilian Art Cultural Institute, em Washington, EUA.
Fonte: Projeto Arte Agora. Consultado pela última vez em 11 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Abelardo Zaluar (Niterói, Rio de Janeiro, 21 de março de 1924 — Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, dezembro de 1987), mais conhecido como Zaluar, foi um pintor, desenhista, gravador e professor brasileiro. Formado pela Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968. Participou de diversas exposições entre coletivas e individuais que marcaram a sua carreira artística, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963. Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Nos anos 1980, recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Conquistou o primeiro lugar em desenho do prêmio Leirner de Arte Contemporânea, em 1959 (SP), prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Biografia – Itaú Cultural
Entre 1944 e 1948, assiste às aulas da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro. Na mesma década, cria, com outros colegas, a Escolinha de Arte do Brasil, tornando-se diretor-técnico da instituição carioca.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo.
Em 1967, ganha prêmio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal e menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura, na Cidade do México, em 1978.
Participa de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prêmio de viagem ao exterior em 1963.
Em 1975 e 1979 expõe em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresenta trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs).
Faz parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Nos anos 1980, recebe título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Comentário Crítico
De início, nas décadas de 1940 e 1950, Zaluar trabalha com aquarelas e desenhos figurativos passando a uma poética abstrato-geométrica ainda no mesmo período. A partir de então, demonstra interesse por relações formais e entre áreas de cor e uma "constante preocupação de equilíbrio, de peso e contrapeso", como observa o crítico Mário Pedrosa (1900-1981)1. Em certas obras dos anos 1960, Zaluar chega a interferir diretamente sobre o plano da tela, criando como que encaixes e desencaixes de seções do plano (Sem Título, 1965). Mais tarde, trabalha ainda desse modo com colagens, como em Vasados em Azul (1970).
Em Troca (1984), Zaluar produz áreas de cor que se justapõem e sobrepõem, separadas por linhas tênues, que não chegam a delimitar-los por completo. O crítico Frederico Morais aproxima essa produção do artista carioca àquela do pintor abstrato inglês Ben Nicholson (1894-1982), no que concerne ao planejamento das sobreposições de áreas de cor, traçando um paralelo possível com a obra do artista europeu. Zaluar trabalha ainda com o volume das figuras criando uma sensação de tridimensionalidade, tanto pelo emprego de linhas curvas como pela justaposição de cores, já mencionada, que causam esse efeito ilusionista, como em Projeção (1971). A clara referência a dobraduras de papel e a produção de efeitos de sombreamento confirmam essa busca pela tridimensionalidade (Sem Título, 1972, e Independência, 1982).
Há ainda outra produção de Zaluar que se constitui da apropriação de recortes a partir de fotos dos monumentos das cidades coloniais mineiras. Interfere nelas como se aplicasse formas geométricas, tanto traçadas apenas em linhas como preenchidas por cor, sobre as imagens. Parece, com isso, querer apontar e fazer notar as relações entre as formas presentes na arquitetura e escultura ditas barrocas, trabalhando com o léxico delas, como em Chafariz Tiradentes - o Preto (1977) e Intervenção Geométrica sobre o Barroco (1973).
O expediente da apropriação de fotos com intervenções geométricas, como o próprio artista define esse trabalho fazendo referência a ele nos títulos, será utilizado em temas outros que as construções barrocas mineiras, estendendo-se por fotos de nus femininos e paisagens. Além destes, estão presentes citações a obras renomadas da história da arte, nas quais Zaluar utiliza-se de reproduções de quadros, como em Intervenção Geométrica sobre Van Gogh (1973).
Notas
1. PEDROSA, Mario. Gravadores e desenhistas no Salão. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 8 jul. 1958, apud Zaluar: da Natureza à Geometria, da Geometria à Natureza. Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna, abr. maio 1975.
Cronologia
1944/1948 – Cursou a Escola Nacional de Belas Artes – Enba
1948 – Sócio-fundador e diretor-técnico da Escolinha de Arte do Brasil
1958 – Participa do júri do Salão de Arte A Mãe e a Criança
1960 – Participa do júri do 1º Salão de Artes Plásticas do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, na Galeria Ibeu Copacabana
1978 – Participa da comissão de premiação da 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade
1984 – Participa das comissões de seleção e de premiação do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas ca.1984 – Rio de Janeiro RJ – Professor Emérito da UFRJ
1984 – Participa da comissão de seleção do 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1978 – Recebe o Golfinho de Ouro do Governo do Estado do Rio de Janeiro
Exposições Individuais
1962 – Individual, na Galeria São Luís (SP)
1962 – Individual, na Petite Galerie (RJ)
1964 – Individual, na Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa (Portugal)
1965 – Individual, na Galeria da Casa do Brasil em Roma (Itália)
1969 – Individual, na Galeria Bonino (RJ)
1969 – Individual, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte (MG)
1971 – Individual, na Galeria Bonfiglioli (SP)
1971 – Individual, na Gallery Petit, em Londres (Inglaterra)
1975 – Retrospectiva – Desenhos e Pinturas, no MAM (SP)
1977 – Individual, no Centro Cultural Brasil-Estados Unidos (SP)
1978 – Retrospectiva, no MAM/Resende (RJ)
1979 – Retrospectiva, no MAC (PR)
1980 – Individual, no Margs (RS)
1984 – Abelardo Zaluar: pinturas 83-84, na MP2 Arte (RJ)
1987 – Individual, na Galeria Arte de Espaço (RJ)
Exposições Coletivas
1947 – Aquarelas, no MNBA (RJ)
1949 – 15º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia (SP)
1954 – Dez Artistas Brasileiros (Noruega)
1954 – Salão Preto e Branco (RJ)
1958 – Salão Nacional de Arte Moderna (RJ)
1958 – Oito Artistas Contemporâneos, na Funarte. Galeria Macunaíma (RJ)
1958 – Rio de Janeiro RJ – Salão do Mar (RJ)
1959 – 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1959 – Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Arte das Folhas – 1º prêmio em desenho (SP)
1960 – 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia (SP)
1961 – 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho (SP)
1962 – Salão do Paraná, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1963 – Salão Nacional de Arte Moderna – prêmio de viagem ao exterior (RJ)
1965c. – Brazilian Art Today (Holanda)
1965c. – Brazilian Art Today (Inglaterra)
1965c. – Brazilian Art Today (Áustria)
1967 – 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro – prêmio aquisição (DF)
1967 – 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1968 – 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ – prêmio de viagem ao país (RJ)
1968 – Bienal Nacional de Artes Plásticas (BA)
1968 – 17º Salão Paulista de Arte Moderna (SP)
1969 – 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP (MG)
1969 – Salão da Bússola, no MAM/RJ (RJ)
1969 – 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1970 – 8º Resumo de Arte JB (RJ)
1970 – 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM (RJ)
1970 – 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1970 – Pré-Bienal de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná (PR)
1971 – 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM (RJ)
1971 – 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1971 – 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1972 – Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio (SP)
1973 – 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1973 – 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1975 – 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal (SP)
1978 – 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura – menção honrosa (México)
1979 – São Paulo SP – 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão (Portugal)
1982 – Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery (Inglaterra)
1983 – 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1983 – São Paulo SP – 14º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Holanda)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Portugal)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Espanha)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (França)
1984 – Obra Recente 74/84, no MNBA (RJ)
1984 – Doações Recentes 82-84, no MNBA (RJ)
1984 – Madeira, Matéria de Arte, no MAM (RJ)
1984 – Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras (RJ)
1984 – Mestres do Abstracionismo Brasileiro – Organizada pelo Itamaraty (Itália)
1984 – Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal (SP)
1985 – Abraham Palatnik, Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat (RJ)
1985 – 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM (RJ)
1985 – Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM (SP)
1986 – 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM (SP)
1987 – Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM (RJ)
Fonte: ZALUAR. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 10 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Alberto Zaluar – Projeto Arte Agora
O desenhador, pintor e professor Abelardo Zaluar, filho de Ari Zaluar (pintor) e Hortência Brunet Zaluar, nasceu no bairro de Santa Rosa, Niterói, em 21 de março de 1924 e faleceu no Rio de Janeiro em 16 de dezembro de 1987. Ainda adolescente, aluno do Liceu Nilo Peçanha já gostava de pintar aquarelas e óleos pelas praias de Niterói. Ginasiano, concorreu em dos salões Fluminenses de Belas Artes e conquistou, sucessivamente, o prêmio Alberto Torres, a Medalha de Prata e o Prêmio Antônio Parreiras.
Estudou pintura na antiga Escola Nacional de Belas Artes, entre 1944 e 1948, dedicando-se mais à aquarela e em 1947, realizou sua primeira exposição, na própria Escola. Na década de 1950, trabalhou como ilustrador na imprensa carioca, na Revista da Semana e Ilustração Brasileira.
Exerceu várias atividades artísticas e integrou diversas associações. Foi sócio-fundador e diretor técnico da Escolinha de Arte do Brasil, no Rio de Janeiro, 1950-52; conselheiro de educação artística da Fundação Armando Álvares Penteado, São Paulo, 1950-52; fundador e vice-presidente da primeira diretoria da Associação de Artistas Plásticos Contemporâneos, 1957-58 e vice-presidente da Associação Internacional de Artistas Plásticos, Rio de Janeiro, 1968.
Em 1959, conquistou o primeiro lugar em desenho do Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, na Galeria de Artes das Folhas, em São Paulo. Apaixonado também pela arquitetura, nos anos 1960 começou a apresentá-la em seus desenhos, em sua caligrafia pictórica.
Zaluar conquistou diversos prêmios como os do Salão do Mar - Rio de Janeiro, 1958; Salão Municipal de Belo Horizonte, 1959; o Prêmio Leirner de Arte Contemporânea - São Paulo, 1959. Em 1963, recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro no XI Salão Nacional de Arte Moderna - Rio de Janeiro. Em 1969, obteve o prémio de desenho na II Bienal de Salvador e em 1971, o do I Salão de Artes Visuais do Rio Grande do Sul.
Participou de diversas mostras coletivas entre 1959 e 1987, como a Bienal Internacional de São Paulo, o Panorama de Arte Atual Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), e o Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), no Rio de Janeiro, do qual recebe prémio de viagem ao exterior em 1963.
Taxado de subversivo por defender a democracia ao lado de nomes como Mário Barata e Quintino Campofiorito, foi aposentado na Enba pela ditadura militar. Em 1967, ganhou prémio aquisição no 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal. No Salão Nacional de Arte Contemporânea de 1969, levantou o maior prêmio que um artista brasileiro pode almejar: o Prémio de Viagem à Europa, com estadia por dois anos.
Em 1975 e 1979 expôs em retrospectivas no MAM/SP e no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC/PR), respectivamente. No ano seguinte apresentou trabalhos em ainda outra retrospectiva, desta vez no Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs). Em 1978, na Cidade do México, recebeu menção honrosa na 1ª Bienal Ibero-Americana de Pintura.
Nos anos 1980, Zaluar recebeu o título de professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez parte de comissões de seleção e premiação de salões, como o 7º Salão Nacional de Artes Plásticas, em 1984, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No mesmo ano comemorou os 60 anos de idade e 40 de arte, com uma esposição na qual apresentou uma seleção de obras realizadas entre 1974 e 1984.
A sua obra figura em acervos de diversas instituições. No Rio de Janeiro, o Museu Nacional de Belas Artes-MNBA, Museu de Arte Moderna-MAM e IBM do Brasil; em São Paulo, o Museu de Arte Moderna-MAM, Museu de Arte Contemporânea-MAC, Pinacoteca do Estado e Museu Assis Chateaubriant. Está também representado nas coleções do Museu de Arte Contemporânea do Paraná, do Ministério das Relações Exteriores, em Brasília, do Museu Antônio Parreiras, em Niterói, e Brazilian Art Cultural Institute, em Washington, EUA.
Fonte: Projeto Arte Agora. Consultado pela última vez em 11 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Crédito fotográfico: Arte Brasil Blog, "Abelardo Zaluar", publicado em 11 de julho de 2011. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.