Cadastre-se e tenha a melhor experiência em leilões 🎉🥳

Antonio Dias

Antonio Manuel Lima Dias (Campina Grande, PB, 22 de fevereiro de 1944 — Rio de Janeiro, RJ, 1 de agosto de 2018), mais conhecido como Antonio Dias, foi um pintor, desenhista, professor, artista visual e multimídia brasileiro.

Biografia Itaú Cultural

Passa a infância em cidades do Nordeste brasileiro e aprende técnicas de desenho com o avô paterno. Em 1958, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como desenhista e artista gráfico. Em 1959, faz ilustrações para a revista Senhor.

Nessa época, frequenta aulas de Oswaldo Goeldi (1895-1961), no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), e conhece artistas do Grupo Frente. Sua primeira exposição individual acontece em 1962, na Galeria Sobradinho, Rio de Janeiro. Participa da mostra Opinião 65, marco do surgimento do novo realismo nas artes. No mesmo ano, colecionadores e o crítico francês Pierre Restany (1930-2003) organizam uma individual de Dias na 4a Bienal de Paris. O artista recebe bolsa do governo francês e testemunha as manifestações de maio de 1968. Nesse período, produz trabalhos em videotape, distribuídos pelos Arquivos Históricos da Bienal de Veneza. Em 1968, é contratado pelo Studio Marconi, em Milão, onde conhece a arte povera.

Em 1972, recebe a bolsa Guggenheim, em Nova York, quando edita os filmes da série Illustrations of Art, iniciada em Milão. De volta à Europa, é convidado pelo artista alemão Joseph Beuys (1921-1986) para coordenar a seção latino-americana da Free International University (FIU). Em 1974, produz uma grande instalação no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No ano seguinte, participa do Festival of Expanded Media, em Belgrado, Sérvia, com The Illustration of Art: Economy. Em 1977, viaja para o Nepal e pesquisa técnicas de produção de papel, que resulta em série de trabalhos de grande formato e na publicação do álbum Trama. Em 1978, realiza ambientes com técnicas cinematográficas no Palazzo Reale de Milão e na mostra Arte & Cinema, de Veneza.

De volta ao Brasil, coordena o Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba (NAC/UFPB), ao lado do crítico Paulo Sergio Duarte (1946). Retorna a Milão em 1981 e aproxima-se do movimento transvanguardia. Em 1988, é bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Dienst (DAAD), em Berlim. Em 1992, torna-se professor da International Summer Academy of Fine Arts, em Salzburgo, Áustria. No ano seguinte, leciona na State Academy of Fine Arts, em Karlsruhe, Alemanha, e, em 1997, no programa de pós-graduação dos Ateliers Arnhem, na Holanda. Em 2010, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde prossegue intensa produção.

Análise

Antonio Dias condensa sua pesquisa estética nos anos 1960, quando explora novos meios e suportes para atingir a corporeidade anunciada em seus primeiros trabalhos. Conjugando abstração construtiva e figuração, seus quadros negam a homogeneidade por meio de texturas, relevos e rupturas.

Elementos díspares ganham vida própria em Nota sobre a Morte Imprevista (1965), obra na qual apresenta uma nova abordagem do problema do objeto, não subtraindo questões sociais em meio às formais. Um “antiquadro”, passagem decisiva para o conceito de nova objetividade, segundo Hélio Oiticica (1937-1980)2. A obra assume o formato de losango, e seus elementos constituintes são excreções que transbordam sobre o ambiente, com formas distantes da rigidez habitual de um quadro. Como em um jogo, a obra provoca o observador a remontá-la. Ao mesmo tempo, nega uma participação completa, física ou semântica: as imagens oferecem um significado enigmático, e os objetos, que poderiam oferecer-se ao toque, são fonte de desconforto. O tom expressionista é negado pela ausência da pincelada e pela uniformização esquemática das cores. O espaço fragmentado remete às histórias em quadrinhos, sem, no entanto, almejar completude narrativa.

Os títulos dos trabalhos desse período sugerem uma falsa totalidade, frustrada pela dilaceração de objetos e imagens. Os objetos são tratados como superfícies simplificadas pela cor, e as imagens explodem da tela e ganham extensão física por meio de apêndices. O desejo explícito de romper com o cânone tradicional, experiência também perseguida pelos artistas neoconcretas, traz para o debate estético a turbulência social dos anos 1960.

O artista incorpora a escrita como elemento gráfico e semântico, intensificando as relações entre artes visuais, poesia e cinema, como na série The Illustration of Art (1971-1974). O título transita entre o pejorativo “ilustrativo” e o erudito “ilustrado”, ambos os sentidos em chave irônica. Nessa série, imagens e sequências interrompidas de formas modulares são ordenadas pela lógica sugerida pelo artista, propondo campos de jogos e camuflagens que se fingem imagens espaciais. The Illustration of Art / One & Three / Stretchers / Models (1971) exemplifica a operação formal e lógica que permeia os trabalhos da série, estimulando o observador à ação, ainda que esta seja apenas o gesto virtual de completar as possibilidades de acomodação das formas.

Ao mesmo tempo que se insere no núcleo do “programa ambiental” da arte brasileira (1960-1970), que se desdobra na noção de participação do espectador, Dias questiona constantemente o próprio conceito de participação. Faça Você Mesmo: Território Liberdade (1968), um ambiente apenas estruturalmente esboçado, sugere um espaço para a ação. Trata-se de uma construção gráfica ambiental, com sinais de demarcação territorial feitos com fitas adesivas sobre o chão. Desdobrando a proposta, o artista insere três pedras de bronze com a inscrição “To the police”. A completude da obra só é atingida por meio da ação do espectador. É o primeiro dos diagramas do álbum Project Book – Ten Plans for Open Projects, pensados como projetos de espaço a ser apropriado pelo público. O álbum, editado em 1977 sob o título de Trama, é composto por 11 xilogravuras impressas em papel nepalês, produzido por artesãos nepaleses. A exibição na parede forma um grande retângulo incompleto e propõe a participação intelectiva do espectador, revelando a lacuna física e semântica que, segundo Dias, é inerente a toda comunicação.

Antonio Dias - Video Itaú Cultural

“A pintura para mim não é um passatempo, mas um problemaço que procuro resolver botando aquilo para fora”, explica o artista multimídia paraibano Antonio Dias, cujos trabalhos estão expostos em diversos museus e galerias nacionais e internacionais desde a década de 1960. Cadernos são seus primeiros suportes, como rascunhos em que inicia suas obras, conferindo-lhes toda a carga emocional. Depois, ele filtra o que deseja imprimir em telas e outras superfícies, com recortes que representam um diálogo entre as suas inspirações e o olhar de quem as vê. O artista não se fixa em um único estilo, procurando sempre desafiar-se para que não se torne repetitivo. Os materiais utilizados são diversos, podem ter relevos, serem bi ou tridimensionais. O importante, para Dias, são os conceitos discutidos em suas criações, que podem ter teor político e/ou social.

Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula

Críticas

"A diversidade dos trabalhos de Antonio Dias, seja na pintura, na escultura ou na utilização do disco ou do videoteipe, situa-se num espaço onde o artista não pode mais se conformar com regras preestabelecidas. É na experiência da modernidade que, com astúcia, sua obra aparece. (...) Neste novo espaço, onde todos os gatos são pardos, o processo de produção do trabalho torna-se importante ponto de referência. A dispersão e diversificação orientadas por uma coerência poética mantêm o caráter assistemático das diversas intervenções e produções. Essa tem sido uma das marcas dos trabalhos de Antonio Dias. Quando nos aproximamos de uma de suas realizações, necessitamos de um certo estrabismo: um olho no que está exposto, outro no problema formulado. (...) Se certos artistas resolveram prolongar o gesto da tradição, isto é, a repetição, Dias reclamou e praticou de modo radical o direito da ruptura. Isto sem os subterfúgios e atalhos fáceis das mudanças de comportamento, mas com a transferência de uma ética baseada nas razões do seu próprio trabalho. (...) Muitos de seus trabalhos, na sua temática, condensam todo o esqueleto que sustenta o essencial da produção de nossa época".

Paulo Sérgio Duarte (A astúcia de permanecer sempre novo. Arte Hoje, Rio de Janeiro: Rio Gráfica e Editora, v. 1, n. 4, p. 31, out. 1977.)

"A impossibilidade da Obra, a possibilidade da arte - esta contradição governa a operação de Antonio Dias a um ponto tal que, mimetizando o filosófo, poderíamos denominá-la um Astúcia da Arte. O raciocínio do artista atravessa o gesto criado inaugural para seguir o percurso problemático da obra no mundo. O resultado, este sim, vai constituir a obra de arte. Ela será afinal a soma, ou antes, o resíduo de todas as mediações: negadas as intenções, violadas as formas, decifrados e distorcidos os conteúdos, só aí a obra de arte aparece no sentido pleno do termo. E desse modo ela se apresenta como o oposto do desvelar puro e metafísico da Idéia: o que o trabalho traz é uma carga magnética de encontros e conflitos, construções e destruições, decisões e indecisões. (...)

E, a meu ver, foi exatamente a pressão para repotencializar o projeto de emancipação moderno que compeliu o artista a buscar matérias espessas, avessas e resistentes à tradição moderna. Somente o ato singular e 'arbitrário', ininteligível à démarche da ciência, de resgatar o momento da pré-história e da natureza, somente uma investigação 'improdutiva' dessa ordem, conseguiria manter a arte contemporânea no registro do Atual, contra os vários arcaísmos em moda, os renitentes obscurantismos sempre à espreita. (...)

E o prevalecimento final, em meio a tantas nuances expressivas, de uma certa ordem gráfica, antipictórica, reitera a astúcia do trabalho. É mais uma prova de sua alergia às identificações e empatias imediatas. Com toda a eventual explosão do imaginário, cores e manchas desempenham aqui um papel discreto, desempenham a função de sinais entre procedimentos que visam sobretudo articulações conceituais. De fato, seriam, digamos, funcionalmente viscerais, funcionamente caóticas. A carga literária dos signos, por outro lado, vem negada pela sua visualidade obscura e críptica que escapa assim às seguidas tentativas de nomeação.

A superfície saturada e heterogênea, com as marcas promíscuas das 'cavernas' e da 'pop', exibe a condição excessivamente histórica do trabalho. E ainda a sua resolução de abrigar e reinvestir todas as memórias, erosões e cicatrizes da modernidade. Esses fragmentos históricos seriam os elementos da narrativa contemporânea, racional e convulsiva, de Antonio Dias. No limite entre o combinatório e o aleatório, essa narrativa acompanha de certo modo o raciocínio altamente complexo e abstrato do mundo atual, sua lógica implacável e indiscriminada. Mas o modo de individuação da obra é a antítese do processo de produção técnico. Neste a série subsume inteiramente o objeto e lhe confere uma estrita identidade funcional. A serialidade 'aberta' de Antonio Dias, ao contrário, coloca um dilema para a existência individual de cada obra e para a coeência do todo. A verdade parece estar sempre onde não a procuramos - ela flui entre a presença irônica e esquiva das obras e tampouco se deixa captar como um esquema ideal a priori. A verdade está nesse movimento, nessa diferença, entre a presença da obra e sua inteligência conceitual. Nessa rede de nexos, ao mesmo tempo rigorosos e equívocos, a única verdade é o dilema da verdade".

Ronaldo Brito (Antonio Dias. Rio de Janeiro: Grafit, 1985)

"Seu ingresso no circuito artístico começou cedo. Com apenas 20 anos realiza sua segunda exposição individual no Rio de Janeiro, apresentada pelo crítico francês Pierre Restany. Em seguida, ganha o prêmio de pintura da Bienal de Paris. Dias pode ser definido como artista multi-mídia: dos anos 60 até hoje já fez vídeo, fotografia, instalação, história em quadrinhos, trabalhos sonoros, livros de artista, super-8, artes gráficas. . . Em início de carreira, contou com a proteção de Corneille, do Grupo Cobra - uma postura que passa a adotar quando se trata de apresentar 'novos talentos' a marchands (sendo Leonilson o caso mais conhecido). (...)

Na verdade, Dias se notabilizou com a série de papéis produzida no Nepal - fruto de um trabalho que durou cinco meses, praticamente na selva, com vinte e cinco operários de quatro tribos diferentes, investigando formatos diferentes e materias inusitados, como o chá, o barro, etc. Ele conta que, na aldeia, enquanto um papel redondo era simplesmente chamado de 'galô' (significando círculo), vários desses papéis reunidos era reverenciados como o nome de 'Niranjanijakhar' (traduzindo: céu, infinito; buda, enfim). Assim, por acaso, Dias descobre que havia materializado um sentimento religioso através da intensidade do vécu naquele território. Não basta ser um viajante que coleciona postais. A lição apreendida através do 'Niranjanijakhar' é que a história da obra de Antonio Dias, mesmo que realize uma incursão pelo mundo, é sempre a história do próprio Antonio Dias, sujeito visceralmente comprometido com sua experiência.

Preocupado em disciplinar as referências autobiográficas, Dias encerra, em seu processo de criação, uma química carregada de ambigüidades. Aqui, 'revolução', 'pai' e 'violência' são temas movidos por um motor íntimo, mas que transcendem o pulsão catártica: 'Não quero ser didático porque não quero ceder a ninguém meu percentual humanóide. Minha pintura preserva um certo hermetismo em que o segredo deve permanecer em segredo'. Pois escrever sobre arte implica justamente em atravessar a aparência do quadro. Enquanto o olhar que é lançado sobre a obra pertence ao registro do espectador, o registro sobre o mundo reveste-se de um voyeurismo todo particular. O mecanismo desse olhar-voyer contém a carga hermética que nenhuma literatura consegue reconstituir".

Lisette Lagnado (Antonio Dias/Discurso Amoroso. In: Galeria/Revista de Arte, 15 São Paulo 1989. p. 71-72.)

"Talento precoce, soubera, após desenvolver primeiro uma pintura de evocações de Klee, afinidades com Tàpies e o abstracionismo lírico, deixar essa orientação. A partir de 1963, mudou o direcionamento de sua poética optando por fazer uma arte autobiográfica. Sua produção é de mosaicista, de fotomontagens, reunindo um imaginário de terrores, destruições, de anatomia e de sexo. A iniciação para esse novo rumo foi através do desenho, o que torna explicável a permanência de valores gráficos de divisão de espaços e das formas fragmentadas em seus alvéolos, ou macromosaicos, observáveis em Fumaça do Prisioneiro.

Contrariamente às linhas do expressionismo, o artista não se atara à compulsividade na operação do fazer artístico; através do meio gráfico, mais frio, ele clarifica seu discurso anterior. Fazia, entretanto, concessões ao jorro subjetivo e compacto das imagens, mantendo-as amalgamadas, mas não confusas, perfeitamente identificáveis na sua fragmentação. Na insistência da visualização desses pedaços de carne e ossos lacerados, em suas narrações pessoais compunha uma comic-strip - feroz e crua - da rudeza sertaneja nordestina tomada nos extremos de vida e morte, de paixão e violência, de sexo e carnificina".

Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado (Figurações no Brasil anos 60: neofigurações fantásticas e neo-surrealismo, novo realismo e nova objetividade. São Paulo: Itaú Cultural: Edusp, 1999. p. 120-121.)

"Nossa indagação, portanto, volta-se para o lugar histórico de Dias como um dos principais elos entre três gerações fundamentais da arte brasileira: o modernismo, o neoconcretismo e os artistas dos anos 70. A obra de Dias é, assim, um nexo entre essas diferentes posições. Antes de tudo, ele foi aluno de Oswaldo Goeldi, o gravador modernista que veio a ser visto por muitos como o padrão ético do artista brasileiro. A melancolia de Goeldi corresponderia ao que se considera como aridez na obra de Dias, que de seu mestre herdou a capacidade de equilibrar um pathos denso e o rigor gráfico. Se o modernismo buscou definir um eu brasileiro, o neoconcretismo recorreu à teoria da Gestalt para investigar a percepção fenomenológica. Os processos de subjetivação , explorados por Lygia Clark, acabariam abrangendo a fantasmática, enquanto a obra de Oiticica se fundamentou no 'sujeito marginal'. Deste ângulo, Dias foi capaz de deslocar a crise do sujeito para o sujeito linguístico e para o artista, já não só como criador de linguagem, mas em seu papel político de produtor.

Antonio Dias é, ainda, o nexo principal entre os neoconcretistas e os artistas dos anos 70: entre Hélio Oiticica e Cildo Meireles, Lygia Clark e Tunga, os não-objetos e Waltércio Caldas, não se distanciando de Ivens Machado e Iole de Freitas, ou mesmo dos que atuavam nos anos 60 ao lado de Cildo, como Barrio, Raimundo Collares e Antonio Manuel. Dias tempera a presença da palavra entre a arte conceitual e a tradição da poesia concreta. É encontrado elaborando sobre a fenomenologia da percepção e a recuperação traumática do sujeito. Responde à violência através da politização e do despojamento de seus materiais. (...)

Para Antonio Dias, a arte é prática social, abrangendo sua produção e circulação como mercadoria, e a crítica social do processo de institucionalização, como na série The Illustration of Art (1971-78). O incorformismo político encontra seu diagrama na reavaliação crítica do sentido da própria forma, portanto da linguagem enquanto campo social. São signos da resistência e de uma produção que recusa os parâmetros idealistas da mera 'arte engajada'. a descoberta de The Annotated Alice (1960), de Martin Gadner, assinalou um 'corte epistemológico' para o olhar de Dias. 'Minhas leituras não são propriamente de economia: lógica simbólica, matemática, ciências, coisas que me fazem imaginar situações plásticas (...). O que me marcou muito', - prossegue o artista, 'foi um artigo de Robert Smithson. Era interessante a questão dos sites e non-sites. Pegava mapas de não-lugares de Lewis Carrol'. Para redefinir o estatuto do objeto, Dias joga xadrez com Duchamp por intermédio de Alice".

Paulo Herkenhoff (Antonio Dias. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. p. 27 e 30)

Depoimentos Antonio Dias

"Eu trabalho com um vocabulário plástico bastante simples. Digamos que eu tenha uma superfície: primeiramente nada existe que a defina. Eu necessito, para tanto, de criar uma distinção. Você pode determiná-la, por exemplo, através da lógica: desenhando uma linha divisória nesta superfície, está criada a diferença. Na pintura, tive sempre em mente a imagem do quadro como um objeto de pouca espessura que, enquanto corpo físico, tem seu lugar na parede. Para mim, é mais do que simplesmente uma superfície bi-dimensional de representação, ele é, enquanto matéria, tão físico quanto qualquer outra coisa. Então o que procuro, é criar uma relação entre a matéria do objeto e a matéria que o observador traz de si durante a experiência do observar. Ele vê algo além, no quadro. Talvez ele veja algo que lhe mostre algo, que eu não sabia estar lá. A minha idéia era representar algo que fosse de ser e de não-se ao mesmo tempo; o que não pode ser descrito por um outro sistema de comunicação. Eu me disso: para tornar isto visível, terei de suprimir parte disto (...)"

Antonio Dias (Antonio Dias: trabalhos = Arbeiten = works: 1967-1994. Ostfildern: Cantz, 1994)

Exposições Individuas

1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Sobradinho

1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo

1965 - Paris (França) - Individual, na Galerie Houston-Brown

1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard

1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret

1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo

1967 - Rotterdã (Holanda) - Individual, na Galeria Delta

1968 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galeria Hammer

1968 - Rotterdã (Holanda) - Individual, na Galeria Delta

1969 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria ACME

1969 - Milão (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1969 - Pádua (Itália) - Individual, na Galeria La Chiocciola

1970 - Gent (Bélgica) - Individual, na Galerie Richard Foncke

1971 - Brescia (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1971 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Breton

1972 - Basel (Suíça) - Individual, na Galleria Stampa

1972 - Bolzano (Itália) - Individual, na Galleria Da Vinci

1972 - Milão (Itália) - Individual, na Galleria Franco Toselli

1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Veste Sagrada

1973 - Basiléia (Suíça) - Individual, na Galerie Stampa

1973 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galeria Albert Baronian

1973 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Centro de Arte y Comunicación - CAYC

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Bolsa de Arte

1973 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ralph Camargo

1973 - Viena (Áustria) - Individual, na St. Stephan Galerie

1974 - Brescia (Itália) - Individual, na Nuovi Strumenti/Piero Cavellini

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1976 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Nuovi Strumenti/Piero Cavellini

1976 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Albert Baronian

1976 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, no Palais de Beaux-Arts

1976 - Nápoles (Itália) - Individual, na Galleria Lucio Amelio

1976 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre

1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Gravura Brasileira

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1978 - São Paulo SP - O Papel do Artista/A Ilustração da Arte: Antonio Dias, na Galeria Arte Global

1979 - João Pessoa PB - Individual, no Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB

1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1980 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Piero Cavellini

1980 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galerie Walter Storms

1980 - São Paulo SP - Individual, na Monica Filgueiras Galeria de Arte

1981 - Pescara (Itália)- Individual, na Galleria Cesare Manzo

1981 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1981 - Villigen-Schwenningen (Alemanha) - Individual, na Galerie Walter Worms

1982 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Walter Storms

1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Gravura Brasileira

1983 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Piero Cavalleini

1983 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galeria Albert Baronian

1983 - Leonberg (Alemanha) - Individual, na Galerie Beatrix Wilhelm

1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1984 - Munique (Alemanha) - Individual, na Städtische Galerie im Lenbachhaus

1985 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1985 - Taipé (Taiwan) - Individual, no Taipei Fien Arts Museum

1986 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Nuovi Strumenti - Piero Cavellini

1986 - Knokke-Heist (Bélgica) - Individual, na Galerie Albert Baronian

1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1986 - Stuttgart (Alemanha) - Antonio Dias, na Galerie und Verlag

1986 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, na Galerie Beatrix Wilhelm

1987 - Badenweiler (Alemanha) - Individual, na Galerie Dr. Luise Krohn

1987 - Barcelona (Espanha) - Individual, na Galeria Joan Prats

1987 - Milão (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1987 - Vitória ES - Individual, na Galeria Usina

1987 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Emmerich-Baumann

1988 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Staatliche Kunsthalle

1989 - Mülheim an der Ruhr (Alemanha) - Individual, no Städtisches Museum

1989 - Offenbach (Alemanha) - Individual, na Galerie Witzel

1989 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1990 - Amsterdã (Holanda) - Individual, na Galerie Pulitzer

1990 - Badenweiler (Alemanha) - Individual, na Galerie Dr. Luise Krohn

1990 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galeria Nothelfer

1990 - Pescara (Itália) - Individual, na Galleria Cesare Manzo

1991 - São Paulo SP - Antonio Dias, na Galeria Luisa Strina

1992 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Stähli

1993 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galeria do Serviço de Intercâmbio Acadêmico da Alemanha

1993 - Munique (Alemanha) - Individual, na Städtische Galerie im Lenbachhaus

1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1993 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1994 - Darmstadt (Alemanha) - Antonio Dias: trabalhos 1967-1994, no Institut Mathildenhöhe Darmstadt

1994 - Kraichtal (Alemanha) - Individual, na Ursula-Blickle-Stiffung

1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu da Chácara do Céu

1994 - São Paulo SP - Antonio Dias: trabalhos 1967-1994, no Paço das Artes

1994 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Pablo Stähli

1995 - Milão (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1996 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1996 - São Paulo - Individual, na Galeria Luisa Strina

1999 - Lisboa (Portugal) - Antonio Dias: antologia 1965-99, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1999 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Walter Storms

2000 - Curitiba PR - O País Inventado, na Casa Andrade Muricy

2000 - Niterói RJ - Antonio Dias: os anos 70 na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

2000 - Salvador BA - Individual, na Paulo Darzé Galeria de Arte

2000 - Salvador BA - O País Inventado, no MAM/BA

2000 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

2000 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Pablo Stähli

2001 - Brasília DF - O País Inventado, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio

2001 - Fortaleza CE - O País Inventado, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2001 - Rio de Janeiro RJ - O País Inventado, no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - O País Inventado, no MAM/SP

2001 - Vila Velha ES - O País Inventado, no Museu Vale do Rio Doce

2002 - Recife PE - O País Inventado, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães

2002 - Rio de Janeiro RJ - Seu Marido, no Paço Imperial

2003 - Recife PE - Individual, na Amparo Sessenta Galeria de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - 2 + 2, na Artur Fidalgo Escritório de Arte

2004 - São Paulo SP - Individual, na Silvia Cintra Galeria de Arte

2005 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

Exposições Coletivas

1961 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Formiplac, no MAM/RJ

1963 - Curitiba PR - 20º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - prêmio aquisição

1965 - Paris (França) - 4ª Bienal de Paris - 1º prêmio de pintura

1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ

1965 - Rio de Janeiro RJ - 3º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ

1965 - São Paulo SP - 2ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAC/USP - premiado

1965 - São Paulo SP - Propostas 65, na Faap

1966 - Belo Horizonte MG - A Arte de Solange Escosteguy e Antonio Dias: pinturas em tecido, na Galeria Guignard

1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, na UFMG. Reitoria

1966 - Houston (Estados Unidos) - Brazilian Art Today, na Kiko Gallerie

1966 - Praga (Tchecoslováquia - atual República Tcheca) - La Figuration Narrative, na Galeria Václava Spály

1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana

1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - Pare, na Galeria G4

1966 - São Paulo SP - 8 Artistas, na Atrium

1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP

1967 - Berna (Suíça) - Science-Fiction, na Kunsthalle Bern

1967 - Paris (França) - Science-Fiction, no Musée des Arts Décoratifs

1967 - Düsseldorf (Alemanha) - Science-Fiction, no Städtische Kunsthalle Düsseldorf

1967 - Paris (França) - 5ª Bienal de Paris

1967 - Paris (França) - O Mundo em Questão, no Museu de Arte Moderna

1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ

1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP - prêmio aquisição

1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Diário da Serra

1968 - Paris (França) - Salão de Maio, no Museé d'Art Moderne de la Ville de Paris

1968 - Rio de Janeiro RJ - 6º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Escola Superior de Desenho Industrial - Esdi

1969 - Berna (Suíça) - Pläne und Projekte als Kunst (1969 : Berna, Suiça) - Kunsthalle Bern

1969 - Munique (Alemanha) - Pläne und Projekte als Kunst, no Aktionsraum 1

1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela

1969 - Paris (França) - 25º Salão de Maio, no Museé d'Art Moderne de la Ville de Paris

1969 - Tóquio (Japão) - Dialogue Between East and West, no The National Museum of Modern Art

1970 - Bolonha (Itália) - Comportamenti/Progetti/Mediazioni, no Museo Civico

1970 - Frankfurt (Alemanha) - Kunst und Politik, no Kunstverein

1970 - Hamburgo (Alemanha) - Künstler machen Pläne, andere auch!, no Kunsthaus Hamburg

1970 - Karlsruhe, Wuppertal e Frankfurt (Alemanha) e Basel (Suíça) - Kunst und Politik, na Badischer Kunstverein, Kunstverein Wuppertal, Kunstverein Frankfurt e Kunsthalle Basel

1970 - Nova York (Estados Unidos) - Art Concepts from Europe, na Bonino Gallery

1971 - Liubliana (Iugoslávia - atual Eslovênia) - Exposição Internacional de Desenho, organizada pela Moderna Galeria Liubliana - grande prêmio

1971 - New York (Estados Unidos) - 6ª International Exhibition, no Solomon R. Guggenheim Museum

1971 - Nova York (Estados Unidos) - 6ª International Exhibition, no The Solomon R. Guggenheim Museum

1972 - Rijeka (Iugoslávia - atual Croácia) - International Exhibition of Original Drawing - premiado

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Colônia (Alemanha) - Films als Kunstwerk, no Kunsthalle Köln

1973 - Gênova e Milão (Itália) e Londres (Inglaterra) - The Record as Artwork, na Galleriaforma, na Galleria Françoise Lambert e no The Royal College of Art Gallery

1973 - Paris (França) - 8ª Bienal de Paris

1973 - Rio de Janeiro RJ - Vanguarda Internacional, na Galeria Ibeu Copacabana

1973 - São Paulo SP - Expo-Projeção 73, no Espaço Grife

1973 - Buenos Aires (Argentina) - Expo-Projeção 73, no Centro de Arte y Comunicación - CAYC

1973 - Paris (França)-8ª Bienal de Paris

1974 - Colônia (Alemanha) - Projekt 74, no Kunsthalle Cologne

1974 - Colônia (Alemanha) - Record as Art, na Galerie Rolf Ricke

1974 - Colônia (Alemanha) - Video Bänder, no Kunstverein Köln

1974 - Lausanne (Suíça) - Impact Video Art, no Musée des Arts Découratifs

1974 - Londres (Inglaterra) e Paris (França) - Art Systems in Latin America, no Institute of Contemporary Arts e no Espace Pierre Cardin

1974 - Londres (Reino Unido) - Art Systems in Latin America, no Institute of Contemporary Art

1975 - Ferrara (Itália) - Art Systems in Latin America, no Palazzo dei Diamanti

1975 - Filadélfia (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Hartford (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Chicago (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Cincinnati (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Milão (Itália) - Artevideo e Multivision, na Rotonda della Besana

1976 - Roma (Itália) - Drawings/Disegni: USA/Itália, na Galleria Canavello

1977 - Fort Worth (Estados Unidos) - The Record as Artwork, no The Fort Worth Art Museum

1977 - Milão (Itália) - Arte & Cinema, no Centro Internazionale di Brera

1977 - Roma (Itália) - Sonora, na Calcografia Nazionale

1978 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Arte Agora: América Latina, Geometria Sensível, no MAM/RJ

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap

1978 - Veneza (Itália) - 39ª Bienal de Veneza

1979 - João Pessoa PB - Livre como Arte, no Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB

1979 - Paris (França) - Cinema d'Artista e Cinema Sperimentale in Italia, na Cinematheque Française

1980 - Milão (Itália) - Camere Incantate, no Palazzo Reale

1980 - Milão (Itália) - Quasi Cinema, no Centro Internazionale di Brera

1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici

1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijnik, no Espaço NO Galeria Chaves

1981 - Rio de Janeiro RJ - Quase Cinema, no MAM/RJ

1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1981 - São Paulo SP - Arte Pesquisa, no MAC/USP

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ

1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira, na Galeria Gravura Brasileira

1983 - Rio de Janeiro RJ - 13 Artistas/13 Obras, na Galeria Thomas Cohn

1983 - Rio de Janeiro RJ - 3000 Metros Cúbicos, no Espaço Cultural Sérgio Porto

1983 - Vinci (Itália) - Codici e Marchingegni 1482-1983, na Casa di Leonardo

1984 - Nova York (Estados Unidos) - An International Survey of Recent Painting and Sculpture, no MoMA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Antonio Dias, Carlos Vergara, Roberto Magalhães e Rubens Gerchman, no Centro Empresarial

1984 - Rio de Janeiro RJ - Os Papéis do Papel, na Funarte. Centro de Artes

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1984 - Sydney (Austrália) - 5ª Bienal de Sydney

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, na Galeria Ibeu Copacabana

1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj

1985 - Rio de Janeiro RJ - Retrato do Colecionador na Sua Coleção, na Galeria de Arte Banerj

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Velha Mania: desenho brasileiro, no EAV/Parque Lage

1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP

1985 - Tóquio (Japão) - Today´s Art of Brazil, no Hara Museum of Contemporary Art

1986 - Frankfurt (Alemanha) - Prospect 86, no Kunstverein

1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira dos anos 60/70/80, no Margs

1986 - Rio de Janeiro RJ - Transvanguarda e Culturas Nacionais, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d?Art Moderne de la Ville de Paris

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1987 - São Paulo SP - Palavra Imágica, no MAC/USP

1988 - Leverkusen (Alemanha) - Brasil Já, no Museum Morsbroich

1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galerie Landesgirokasse

1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, no P. S. 1

1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no The Bronx Museum of the Arts

1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edfício Gilberto Chateaubriand

1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP

1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no El Paso Museum of Art

1989 - Hannover (Alemanha) - Brasil Já, no Sprengel Museum

1989 - San Juan (Puerto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Instituto de Cultura Puertorriqueña

1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no San Diego Museum of Art

1989 - São Paulo SP - Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo

1989 - São Paulo SP - Gesto e Estrutura, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1990 - Berlim (Alemanha) - Gegenwart/Ewigkeit, no Martius-Gropius-Bau

1990 - Berlim (Alemanha) - Mostra, na Berliner Galerien Zeigen brasilianische Kunst

1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB

1990 - Los Angeles (Estados Unidos) e São Paulo SP- Brazil Projects' 90, na Municipal Art Gallery e no Masp

1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date

1990 - São Paulo SP - Brazil Projects'90, no Masp

1991 - Rio de Janeiro RJ - Imagem sobre Imagem, no Espaço Cultural Sérgio Porto

1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP

1992 - Curitiba PR - Mostra América, no Museu de Gravura

1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - As Artes do Poder, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento, no CCBB

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, na Escritório de Arte São Paulo

1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus

1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne

1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba

1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc

1993 - Niterói RJ - 2º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA

1993 - Rio de Janeiro RJ - A Rarefação dos Sentidos: Coleção João Sattamini - anos 70, na EAV/Parque Lage

1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ

1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB

1993 - Rio de Janeiro RJ - Gravuras de Amilcar de Castro, Antonio Dias, Iberê Camargo e Sérgio Fingermann, na EAV/Parque Lage

1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - São Paulo SP - Representação: presenças decisivas, no Paço das Artes

1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Fondazione Scientífica Querini Stampalia

1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Fondazione Scientífica Querini Stampalia

1993 - Milão (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Biblioteca Nazionale Braidense

1993 - Florença (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Biblioteca Nazionale

1993 - Roma (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, no Centro de Estudos Brasileiros

1994 - Belo Horizonte MG - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70

1994 - Penápolis SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, no Galeria Itaú Cultural

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, no Casa da Cultura

1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no CCBB

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - 20 Anos de Arte Brasileira, no Masp

1994 - São Paulo SP - 22ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - 22º Bienal Internacional de São Paulo, no Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, no Itaú Cultural

1994 - São Paulo SP - Paisagens, na Galeria de Arte São Paulo

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, no Galeria de Arte do Sesi

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô e no Masp

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB

1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no MAM/SP

1996 - Basiléia (Suíça) - Medien, Kunstwerke, na Galerie Stampa

1996 - Brasília DF - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, na Itaugaleria

1996 - Colônia (Alemanha) - New Acquisitions, no Museu Ludwig

1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1996 - Rio de Janeiro RJ - Anos 70: fotolinguagem, na EAV/Parque Lage

1996 - Rio de Janeiro RJ - Antonio Dias e Roberto Magalhães, no Paço Imperial

1996 - Rio de Janeiro RJ - Dialog: experiências alemãs, no MAM/RJ

1996 - Rio de Janeiro RJ - Interiores, no MAM/RJ

1996 - Rio de Janeiro RJ - Reila Gracie, Roberto Magalhães, Antonio Dias, no Paço Imperial

1996 - Rio de Janeiro RJ - Transparências, no MAM/RJ

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas

1997 - Barcelona (Espanha) - Impressões Itinerantes, na Casa do Brasil

1997 - Curitiba PR - A Arte Contemporânea da Gravura, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba

1997 - Nova York (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Museo del Barrio

1997 - Little Rock (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Arkansas Art Center

1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul

1997 - Rio de Janeiro RJ - Ar: exposição de artes plásticas, brinquedos, objetos e maquetes, no Paço Imperial

1997 - Stuttgart (Alemanha) - Magie der Zahl in der Kunst des 20, Jahrhunderts, na Staatsgalerie

1998 - Austin (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, na Archer M. Huntington Art Gallery

1998 - Caracas (Venezuela) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Museo de Bellas Artes

1998 - Monterrey (Mexico) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Museo de Arte Contemporáneo

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - Ribeirão Preto SP - As Dimensões da Arte Contemporânea, no Museu de Arte de Ribeirão Preto

1998 - Rio de Janeiro RJ - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1998 - Rio de Janeiro RJ - Antropofagia, no Museu da República

1998 - Rio de Janeiro RJ - Poéticas da Cor, no Centro Cultural Light

1998 - Rio de Janeiro RJ - Terra Incógnita, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de 68, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - A Coleção Constantini no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no MAM/RJ

1998 - São Paulo SP - A Coleção Constantini no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1998 - São Paulo SP - Teoria dos Valores, no MAM/SP

1998 - Rio de Janeiro RJ - Teoria dos Valores, na Casa França-Brasil

1999 - Lisboa (Portugal) - América Latina das Vanguardas ao Fim do Milênio, na Culturgest

1999 - Miami (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Miami Art Museum

1999 - Nova York - Global Conceptualism: point of origin, 1950s-1980s, no Queens Museum of Art

1999 - Minneapolis - Global Conceptualism: point of origin, 1950s-1980s, no Walker Art Center

1999 - Miami (Estados Unidos) - Global Conceptualism: point of origin, 1950s-1980s, no Miami Art Museum

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios

2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - Lisboa (Portugal) - Spanning an Entire Ocean, no Culturgest

2000 - Nova York (Estados Unidos) - Icon + Grid + Void, no The Americas Society

2000 - Rio de Janeiro RJ - Antonio Dias, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, na GB Arte

2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França - Brasil

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, na Galeria de Arte do Sesi

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento - Arte Contemporânea, na Fundação Bienal

2001 - Oxford (Inglaterra) - Experiment Experiência: art in Brazil 1958-2000, no Museum of Modern Art

2001 - Oxford (Reino Unido) - Experiment Experiência: art in Brazil 1958-2000, no Museum of Modern Art

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - Recife PE - Palavraimagem, no MAMAM

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP

2001 - São Paulo SP - Anos 70: Trajetórias, no Itaú Cultural

2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural

2002 - Belo Horizonte MG - Antonio Dias e Nelson Felix, na Celma Albuquerque Galeria de Arte

2002 - Brasília DF - Fragmentos a Seu Ímã, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio

2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2002 - Madri (Espanha) - Arco/2002, no Parque Ferial Juan Carlos I

2002 - Niterói RJ - A Recente Coleção do MAC, no Museu de Arte Contemporânea

2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/RJ

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/RJ

2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider

2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho

2002 - Recife PE - Em Sete Tempos, Amparo Sessenta Galeria de Arte

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Artefoto, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Palavra e a Imagem: módulo 1, na Sala MAM-Cittá América

2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, CCBB

2002 - São Paulo SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, Pinacoteca do Estado

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Brasília DF - Artefoto (2003 : Brasília, DF) - CCBB

2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Fiat Lux: a luz na arte, no Centro Cultural da Justiça Federal

2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte

2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Acervo 2003/2004, na Galeria Luisa Strina

2003 - São Paulo SP - Aproximações do Espírito Pop: 1963-1968, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Galeria Luisa Strina: artistas representados, na Galeria Luisa Strina

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2003 - São Paulo SP - Meus Amigos, no Espaço MAM-Villa-Lobos

2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, no Museu Vale do Rio Doce

2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL

2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I

2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções do Rio, no MAM/RJ

2004 - Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand, MAM/RJ

2004 - São Paulo SP - Arte Contemporânea no Acervo Municipal, no CCSP

2004 - São Paulo SP - Notações e Instantâneas, no Lurixs: Arte Contemporânea

2005 - Belo Horizonte MG - 40/80: uma mostra de arte brasileira, no Léo Bahia Arte Contemporânea

2005 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva 2005, no Mercedes Viegas Escritório de Arte

2005 - São Paulo SP - Arte em Metrópolis, no Instituto Tomie Ohtake

2005 - São Paulo SP - Coleções VI, no Galeria Luisa Strina

Fonte: ANTONIO Dias. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 24 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

---

Biografia Wikipédia

Estudou com Oswaldo Goeldi, no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Em 1965 recebeu uma bolsa para estudar na França, iniciando uma longa permanência no exterior, recebendo bolsas que o levam a Milão, Nova Iorque, Berlim e ao Nepal, onde aprende técnicas de fabricação de papel.

Em 1988, reside em Berlim como bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Dienst - DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico). Em 1992, torna-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo, Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe, Alemanha.

Participou em diversas mostras de grande prestígio, como a 39° Bienal de Veneza, e da XVI Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Uma de suas características é o uso de papel artesanal, integrando a textura e a cor em suas obras.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 24 de março de 2018.

---

Antonio Dias: construção de um lugar que não acaba

Texto publicado por Moacir dos Anjos na edição 8 da revista ARTE!Brasileiros, de março/abril de 2011. Foi originalmente produzido para exposição do artista na galeria Nara Roesler, naquele ano:

A obra de Antonio Dias é múltipla. Não se reduz a estilos e tampouco é fiel a técnicas ou à eleição de temas. Ao longo de quase 40 anos, o artista fez pinturas, objetos, instalações, disco, fotografias e filmes, promovendo um desmonte rigoroso de qualquer hierarquia entre os meios de expressão que usa. Por vezes se refere de modo explícito à política, embora nunca resvale para o ativismo. Noutras, discute o funcionamento do meio institucional da arte, preferindo, contudo, o comentário oblíquo, ao que se apresenta como imediato e aparente.

O lugar incerto do corpo no mundo é, a todo instante, também insinuado como questão importante, mas não como relato da memória ou como mecanismo de subjetivação da obra. Ainda que cada conjunto de trabalhos assemelhados de Antonio Dias (agrupados em séries conceitualmente coesas ou apenas por aproximações do suporte usado) possua a marca da singularidade e do acontecimento único – sendo irredutíveis, portanto, a uma totalidade ausente -, não há nessa individuação sinais de dispersão ou isolamento. Considerada em conjunto, sua obra permite contínuos deslizamentos semânticos e se torna lugar de trânsito e contágio entre o que é diferente e distante. Pondo em contato cadeias de significação distintas, a obra de Antonio Dias é rizoma, modelo de realizar alianças provisórias, mas amplas.

Muitos dos trabalhos de Antonio Dias carregam, inscritos em sua forma aparente, as marcas do embate e do enlace simbólicos que perpassam toda a sua produção. Em várias das pinturas da década de 1960, a figuração esquemática trazida da cultura popular e de massa (principalmente do graffiti e das histórias em quadrinhos) é deliberadamente truncada, bloqueando a fluidez narrativa e a capacidade de comunicação ligeira encontradas em suas referências de origem. A contenção cromática desses trabalhos (há neles quase apenas preto, amarelo, vermelho e branco) e a ordenação precisa das figuras no suporte pintado revelam, ademais, a adesão do artista a um código construtivista que tampouco tem aqui preservados seus ideais de afastamento do que é incerto ou impuro. Em Nota sobre a Morte Imprevista (1965), trabalho característico desse período de improvável sobreposição de tradições tão distantes, três dos quatro quadrados em que o suporte se divide são ocupados por imagens que parecem deslizar para fora dos espaços em que estão inscritos, não chegando a compor a história de violência que sugerem existir no mundo. No quadrado que resta de tal superfície, essa dinâmica centrífuga se acentua mais ainda, fazendo com que as imagens ganhem volume e se tornem objeto mole, projetando horizontalmente os signos de morte antes contidos no espaço vertical da pintura. A aproximação entre suporte pintado e lugares vividos e o simultâneo desmanche da rigidez construtiva contidos nesses trabalhos, fazem ecoar, na produção inicial de Antonio Dias, as duas principais vertentes que, à época, se afirmavam em seu entorno: a Nova Figuração brasileira e o Neoconcretismo. Não há qualquer sentido de síntese, contudo, nesse avizinhamento crítico; há, antes, tensionamento entre características daquelas vertentes, agenciado pelos deslizamentos entre significados diversos que marcam a obra do artista.

Essa exuberância sintática é abandonada em grande parte da produção da década seguinte, a qual se volta, ao contrário, para a magreza do conceito preciso. É desse período a série A Ilustração da Arte (1974), composta de trabalhos que investigam a própria demarcação simbólica do que é arte e sua inserção no espaço coisificado das trocas mercantis. Fiel à sua visão inclusiva e contaminada do mundo contemporâneo, Antonio Dias explora nessa série a ideia de circuito, modelo descritivo adequado para apreender o deslizamento contínuo entre valores estéticos e econômicos por meio do qual emerge o consenso – sempre provisório e sempre aspirante à permanência – em torno da suposta validade universal de determinados padrões de juízo. Em A Ilustração da Arte/Um & Três/Gerador (1974-1975), a circularidade cumulativa dessa relação é representada como imagem gráfica que é, ela própria, contudo, também artefato de arte – ambigüidade que apenas confirma o atamento entre os termos sobre os quais se debruça o artista. A volatilidade desse processo valorativo é ainda trazida por Antonio Dias para o âmbito da apresentação formal de sua obra no trabalho A Ilustração da Arte/Um & Três/Chassis(1974-1975): fazendo de quatro hastes metáfora do espaço que o quadro (arte) ocupa no mundo, ele as retrai e expande, como a ilustrar, por meio desse deslizamento físico, dois casos exemplares de sua acomodação aos mecanismos que regem o mercado de produtos artísticos.

A partir do contato que estabelece, em 1976, com artesãos nepaleses que fabricam papel em variadas texturas, Antonio Dias realiza trabalhos que parecem apontar para um campo de investigação criativa em tudo diverso de suas preocupações então correntes. Há também nesses trabalhos, contudo, as marcas da atenção que o artista concede aos fluxos simbólicos que, a todo instante, produzem atritos entre cadeias semânticas distintas. Ao incorporar, de maneira deliberada e precisa, os materiais e as técnicas dos artesãos do Nepal em sua própria obra, Antonio Dias transporta-os para o circuito da arte culta, o qual lhes atribui sentidos e valores diferentes dos que possuíam antes. Esse processo de re-significação opera, entretanto, também no sentido inverso: chamando um desses trabalhos de A Ilustração da Arte (Eu e os Outros) (1977) ou gravando juntas, em A Ilustração da Arte/Ferramenta & Trabalho (1977), a marca de sua mão e a do artesão que lhe dá auxílio, Antonio Dias parece propor a ampliação daquele circuito para que igualmente abarque, de forma crítica, a discussão sobre os limites entre arte e artesania, entre autoria e gesto repetido, entre o interesse somente pelo conceito e o encanto tátil pela matéria crua.

Embora o amolecimento da rigidez gráfica que marca a maior parte da série A Ilustração da Arte ganhe visibilidade apenas a partir de seu contato com outra cultura, trabalhos feitos simultaneamente àqueles incluídos na série e executados em uma variedade grande de mídias, dão forma nova à convulsão simbólica que anos antes inaugurara a obra do artista. São exemplos eloqüentes disso os trabalhos Partitura para Intérpretes Perigosos (1972), Conversation Piece (1973) e Uma Mosca no Meu Filme (1976). É o trabalho intitulado Poeta/Pornógrafo (1973), entretanto, que dentre esses melhor indica, em sua arquitetura simples, o desdobrar constante de significados que é a obra de Antonio Dias. O trabalho é formado por dois pares de semicírculos de neon pendurados desde o teto: um emanando calma luz azul (o poeta) e o outro um rosa luxuriante (o pornógrafo). A despeito da polaridade aludida no título e confirmada pela disposição espacial do objeto, há nesse trabalho sugestão de unidade cindida, de círculos inteiros que se teriam quebrado em metades e deslizado em sentidos opostos. Não existe aqui nostalgia, contudo, de uma situação de suposta completude. A ruptura do que se poderia imaginar inteiro é ontológica e o deslizamento de volta a círculos íntegros, uma possibilidade que não se realiza nunca. Há apenas o pulso contínuo de um movimento que jamais se completa, que se prolonga no percurso infinito que, simultaneamente, aproxima e separa territórios simbólicos distintos.

Essa operação de deslizamento se faz também visível, de outros modos, nas pinturas recentes do artista. Em Caramuru (1992), duas telas de grande dimensão são justapostas e cobertas por, além de tinta acrílica, materiais condutores de energia (grafite, ouro, malaquita), trazendo em potência a idéia de fluxo que o diagrama aplicado sobre elas só acentua. Na recorrência a uma forma que lembra um circuito, há também remissão aos conceitos que marcam a série A Ilustração da Arte – autofagia artística que permanentemente adensa e expande a trama poética tecida por Antonio Dias. Já nas pinturas da série Autonomias (2000), telas de variados formatos e tamanhos são colocadas lado a lado e também sobrepostas, criando a ilusão de que podem deslizar umas sobre as demais e produzir configurações diferentes das apresentadas pelo próprio artista. O fato de porções do suporte serem cobertas por matérias e padrões diversos (do monocromo à mancha) obriga também o olho a mover-se entre as várias texturas e áreas cromáticas de que se compõem esses quase-objetos.

É talvez Anywhere is My Land (1968), contudo, o trabalho do artista que melhor realize essa operação metonímica em relação ao conjunto de sua obra. Salpicando a tela pintada de negro com tinta branca, Antonio Dias cria sobre sua superfície uma miríade de pontos desordenados e de diversos tamanhos. Superpõe, ainda, a este espaço, uma malha reticulada e larga, igualmente pintada, conferindo valor idêntico a qualquer dos pontos ali situados. Essa anulação de hierarquia – sugerida desde o título do trabalho – faz com que cada um desses pontos seja um acesso possível à metafórica e fluida geografia que representa na tela.

Assim como em Anywhere is My Land, a obra de Antonio Dias é formada por pontos (trabalhos) que se conectam entre si, sem ordenação de importância ou de cronologia. Embora retrospectivamente os trabalhos se agrupem em conjuntos ou séries, eles resistem a enquadramentos estanques e, a todo momento, anunciam deslizamentos rumo às fronteiras que somente aparentam isolá-los de outros tempos ou conteúdos simbólicos. A obra de Antonio Dias é refratária, portanto, a qualquer genealogia formativa, o que permite que trabalhos passados ganhem significações distintas das já assentadas, a partir de seu contato e confronto com trabalhos mais novos. É esse acolhimento generoso de sentidos variados que produz o enervamento extenso e denso da obra.

Por promover conexões entre cadeias semânticas diversas, a obra de Antonio Dias põe em evidência aquilo que está no meio, o que habita os interstícios de campos de significação precisos e o que mina de lugares que se supunham vedados. No trabalho intitulado O Espaço Entre (1969-1999), dois grandes blocos de minério – mármore branco e granito negro – são perfurados em inúmeros pontos e têm seus buracos “recheados” com a matéria extraída do bloco de cor distinta, criando espaços de permuta e contato íntimo entre as duas matérias. Carregando um deles a inscrição The Beginning (O Começo) e o outro a inscrição The End (O Fim), esses dois blocos híbridos evocam, quando aproximados, o que há de possibilidade comunicativa latente no que é comumente tomado por lugar de ausências. Operação semelhante é realizada no tríptico chamado Projeto para o “Corpo” (1970), em que duas telas (uma branca salpicada de tinta preta e outra pintada de modo inverso) acolhem, respectivamente, as inscrições energy (energia) e memory (memória) e ladeiam uma terceira tela, deixada vazia como recipiente para tudo o que o ato criativo engendra. É esse intervalo de infinitos possíveis que Antonio Dias assinala, ainda de outra forma, no disco de vinil chamado Record: The Space Between (1971). Em um lado do disco, se encontra A Teoria do Contar, gravação do som ritmado de um relógio, interrompida, a cada três segundos, por momentos de silêncio de duração idêntica e onde qualquer coisa cabe. No outro lado, pode-se escutar A Teoria da Densidade, registro do ciclo respiratório de uma pessoa, intercalado por pausas que trazem, em potência, toda a força cognitiva da língua e da fala. Por demarcar a distância que separa o ruído mecânico do orgânico, o objeto delgado e leve em que estão gravados, subverte, no plano simbólico, sua própria corporeidade: o disco se torna espesso e denso, plataforma para o que não se conhece. São muitas as maneiras pelas quais o artista enuncia a natureza incompleta e fecunda de sua obra.

Esse lugar de possibilidades diversas é tratado de maneira propositiva no trabalho Faça Você Mesmo: Território Liberdade (1968), diagrama construído no piso que sugere a existência de um espaço simbólico para a experimentação e o invento. Em vez de representado de modo elíptico como em outros trabalhos, tal espaço assume aqui a concreção autoral própria dos mapas, construções feitas a partir do que o cartógrafo assinala como marcos que orientam seu percurso sobre um certo território. É nesse espaço de afirmação das singularidades que Antonio Dias finca a bandeira de O País Inventado(1976), pano vermelho que ostenta a mais recorrente marca de sua obra: a ausência do canto superior direito do que, a olhos habituados aos perímetros de formas regulares, seria um retângulo. Índice de aspecto central da produção de Antonio Dias, essa marca remete a uma falta absoluta, irreparável e difusa; à inexistência de uma totalidade que resuma e explique uma obra em mutação constante – obra que é construção de um lugar que não acaba. O que há nela de permanente e o que ancora a poética firme do artista é justo a afirmação de sua transitoriedade e incompletude. Uma obra por onde deslizam, em torrente simbólica incessante, as impurezas de que se constitui o mundo.

Fonte: Arte Brasileiros, em 1 de agosto de 2018.

---

Antonio Dias, um artista do mundo

Um dos principais nomes da história da arte brasileira, o paraibano que desde os anos 1960 vive fora do Brasil, em Milão, reencontra no Rio aquarelas e memórias antigas, no apartamento que mantém em Copacabana há 28 anos.

Antonio Dias tinha apenas 21 anos quando ganhou o prêmio da Bienal de Paris que o levaria do Brasil para sempre — isso porque, diz ele na sala de seu apartamento em Copacabana, nunca mais voltou. Paraibano de nascimento que se mudou para o Rio aos 14 anos, Dias partiu rumo à Europa em 1965, com a bolsa de estudos de pintura que recebera na Bienal francesa, e lá produziu as obras que lhe conferem ainda hoje um posto entre os grandes nomes da história da arte brasileira.

Se está agora na sala do apartamento em Copacabana, é porque foge do inverno rigoroso de Milão, sua residência principal, e porque, desde que teve um câncer, há três anos, precisa estar mais atento à saúde (e prefere se cuidar no Rio).

— Mas eu nunca voltei para o Brasil! — repete, divertindo-se com a piada, antes de listar as cidades por onde passou, de Nova York, Milão e Paris a Colônia, Berlim e Taipei.

No Rio há um mês (antes, estava em Milão), ele acaba de reencontrar uma série de 21 aquarelas que criou numa dessas viagens. Os trabalhos, dos anos 1980, foram comprados por um colecionador espanhol há mais de 20 anos. Dias só os reviu há algumas semanas, quando a galeria Múltiplo, no Leblon, adquiriu os papéis para exibir e revender a partir do próximo dia 17. O reencontro com a série despertou memórias antigas no artista, de 69 anos.

Dias criou aquela série num quarto de hotel, enquanto esperava autorização para deixar Taipei. Tinha alguns papéis e uma aquarela — a essa altura da conversa, ele vai ao ateliê, também no apartamento de Copacabana, e volta à sala com a caixinha de aquarela nas mãos.

— Ainda funcionam, claro! Basta adicionar água — diz, mostrando a caixa bastante conservada para o tempo que ficou guardada. — Quando estava no hotel em Taipei, decidi fazer esse trabalho para me desafiar. Tinha medo de aquarela. Ela tem um imediatismo... Você não pode ficar pensando com o pincel, ou ela fica muito chata. A aquarela tem uma espontaneidade que eu, como artista, não tenho.

Sua produção, ele explica, costuma ser lenta. Dias diz se lembrar de todas as peças que criou, por não serem muitas. Mas são dos anos 1960 e 1970 suas obras mais emblemáticas, a maioria relevos que desafiam a bidimensionalidade da tela, de onde escorrem formas fálicas, irônicas e provocativas (como uma imensa língua ou um pênis de borracha). Os trabalhos desse período ainda são evocados em mostras mundo afora.

O MoMA, de Nova York, comprou no fim de 2012 um trabalho de 1976, “O país inventado”, para manter em seu acervo permanente. Também em Nova York, o Hunter College of Arts expõe uma de suas obras (dos anos 1960) numa mostra de arte latino-americana em cartaz até maio. Já o Phoenix Art Museum, no Arizona, selecionou uma obra dele (“The space between”, de 1969) para dar título à exposição que segue na instituição até 5 de maio.

Jardineiro fiel e artista independente

Dias viaja para ver as montagens, mas soa quase alheio à importância de sua trajetória, conversando no apartamento em Copacabana, que comprou há 28 anos. Diz que não é do tipo que se tranca no ateliê todos os dias, e sua mulher, a italiana Paola Chieregato, conta que as plantas tão bem cuidadas que o casal tem na varanda são obra dele. O artista orgulha-se das folhas da samambaia da Amazônia, explica que a bananeira ali não dá frutos (é apenas ornamental) e comemora o fato de a espécie pata-de-elefante ter dado dia desses a primeira flor em 20 anos.

Também se diverte mudando as obras de arte de lugar dentro de casa. Algumas ele comprou, outras trocou com amigos artistas, como Sérgio Camargo ou Mira Schendel. Na entrada do apartamento, tem vários trabalhos de Leonilson. Os dois foram muito amigos, e Dias chegou a hospedar por algum tempo o colega ali.

Para uma de suas grandes amigas, Lenora de Barros, é por ter acolhido tantos artistas (seja oferecendo-lhes um quarto ou alguns conselhos) que Dias pode ser visto como um “embaixador das artes”, algo, diz ela, quase raro num meio que se tornou tão individualista.

— Leonilson, Marcos Chaves, Hélio Oiticica... Eles chegavam, e o Antonio abria a casa, conversava, contava histórias, ouvia muito. Até hoje ele tem essa coisa generosa, algo de mestre — afirma a artista, que conviveu de perto com Dias quando morou em Milão, nos anos 1990, e tem o amigo como um dos grandes incentivadores de sua produção artística.

É de Milão outra de suas grandes amizades. O crítico Paulo Sergio Duarte conta que, nos anos 1970, Dias era um dos poucos que sabiam seu nome verdadeiro em Milão — ele havia se exilado e mudado a identidade após ser preso durante a ditadura no Brasil. O primeiro texto de arte de Duarte, aliás, foi sobre a obra de Dias.

— O trabalho dele é de uma contribuição imensa, e seu nome é incontornável para quem estuda a arte brasileira — defende o crítico. — Antonio se afirmou de uma maneira muito precoce, e cada segmento da obra dele é uma contribuição muito particular à tradição pictórica. Sua pintura, internamente, tem um movimento de insubordinação a essa tradição. Ele se manteve fiel e, ainda assim, sempre se reinventou.

O próprio artista diz que não aceita se repetir — nem mesmo nas relações amorosas. Teve muitos amores, e foi casado com a também artista Iole de Freitas, com quem teve Rara, hoje com 42 anos, e, depois, com a crítica Ligia Canongia (com ela, foi pai pela segunda vez, de Nina, agora com 32 anos).

— Sempre fui muito disponível a me movimentar, sabe? E essa disponibilidade correspondia à indisponibilidade do mercado — diz, rindo, lembrando que se mudava de acordo com os trabalhos que conseguia, já que, até os anos 1990, deu aulas para se manter.

Desde então, consegue viver de sua arte, embora não cheguem a ele, segundo diz, as altas cifras pelas quais são vendidos seus trabalhos no exterior. No fim do ano passado, por exemplo, ele viu uma de suas obras dos anos 1970 sair por mais de US$ 400 mil em Nova York. Não recebeu nada.

— Produzo muito pouco, e meu trabalho é caro, sim. Eu devia ter uns 38 anos quando uma revista dessas que falam de dinheiro escreveu que eu estava na lista dos cem artistas mais valorizados do ano — diz e puxa uma gargalhada. — Mas eu sou independente. A lei do mercado diz: “Fez verde e vendeu? Faça mais verde”. Para mim, uma vez que fiz verde, acaba o verde. É engraçado, mas acabei sendo um contraponto do mercado. Se estão querendo isso, eu faço aquilo. É uma maneira de manter as rédeas comigo. Ora, eu sou artista para ser independente.

Fonte: Jornal O Globo, por Audrey Furlaneto em 30 de março de 2013.

Crédito fotográfico: Mônica Imbuzeiro

---

Antônio Dias morre no Rio aos 74 anos

O artista plástico Antônio Dias morreu aos 74 anos, na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, onde estava internado, vítima de complicações de um câncer no pulmão.

O paraibano Antônio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as primeiras técnicas de desenho, ainda em Campina Grande. Aos 14 anos, o artista deixou a Paraíba rumo ao Rio de Janeiro. No final da década de 1950, ele trabalhou como desenhista de arquitetura e gráfico.

“Hoje, trabalho de vez em quando. Não me interessa o ato de pintar em si. Pintar me chateia. Só pinto por necessidade de dizer. Considero a pintura uma profissão”, disse certa vez, durante uma exposição nos anos 1960. E foi considerado por muitos um líder e um parâmetro aos jovens artistas contemporâneos.

Em 1965, ele fazia primeira de suas viagens internacionais. Foi para Paris com uma bolsa de estudos, onde ficou três anos antes de seguir para Milão. O ciclo europeu terminou no início dos anos 1970, quando Antônio Dias foi para os Estados Unidos. Em 1971, editou o disco Record: The Space Between e inicia a série The Illustration of Art. Recebeu, em 1972, bolsa da Simon Guggenheim Foundation para trabalhar em Nova York.

A busca por novas técnicas levou o artista para a Índia e o Nepal, onde a partir de 1977 se dedicou ao estudo de produção de papel. Publicou em Katmandu o álbum Tramas, de xilografias. No final dos anos 1980, o artista fixou novamente residência na Europa. Primeiro em Berlim, na Alemanha, como bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Diens. Em 1992, torna-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo, Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe, Alemanha.

Antônio Dias fez mais de cem exposições individuais em galerias do Brasil e do mundo. Há alguns anos descobriu um câncer no pulmão. O artista deixa esposa e duas filhas.

Fonte: Agência Brasil, publicado em 01 de agosto de 2018 por Mário Toledo.

Antonio Manuel Lima Dias (Campina Grande, PB, 22 de fevereiro de 1944 — Rio de Janeiro, RJ, 1 de agosto de 2018), mais conhecido como Antonio Dias, foi um pintor, desenhista, professor, artista visual e multimídia brasileiro.

Antonio Dias

Antonio Manuel Lima Dias (Campina Grande, PB, 22 de fevereiro de 1944 — Rio de Janeiro, RJ, 1 de agosto de 2018), mais conhecido como Antonio Dias, foi um pintor, desenhista, professor, artista visual e multimídia brasileiro.

Videos

Antonio Dias - Itaú Cultural

Antonio Dias - Marcos Ribeiro

A arte de Antonio Dias

Antonio Dias

Antonio Dias - Programa Sete

Antonio Dias - Papéis do nepal 1977/86

Discussão sobre "Fragile"

Leda Catunda sobre Antonio Dias

Fred Svendsen sobre Antonio Dias

Obras de Antônio Dias no MAAC

Video arte Corpo & Anima (1989)

Arte Pública (1967)

Biografia Itaú Cultural

Passa a infância em cidades do Nordeste brasileiro e aprende técnicas de desenho com o avô paterno. Em 1958, muda-se para o Rio de Janeiro e trabalha como desenhista e artista gráfico. Em 1959, faz ilustrações para a revista Senhor.

Nessa época, frequenta aulas de Oswaldo Goeldi (1895-1961), no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), e conhece artistas do Grupo Frente. Sua primeira exposição individual acontece em 1962, na Galeria Sobradinho, Rio de Janeiro. Participa da mostra Opinião 65, marco do surgimento do novo realismo nas artes. No mesmo ano, colecionadores e o crítico francês Pierre Restany (1930-2003) organizam uma individual de Dias na 4a Bienal de Paris. O artista recebe bolsa do governo francês e testemunha as manifestações de maio de 1968. Nesse período, produz trabalhos em videotape, distribuídos pelos Arquivos Históricos da Bienal de Veneza. Em 1968, é contratado pelo Studio Marconi, em Milão, onde conhece a arte povera.

Em 1972, recebe a bolsa Guggenheim, em Nova York, quando edita os filmes da série Illustrations of Art, iniciada em Milão. De volta à Europa, é convidado pelo artista alemão Joseph Beuys (1921-1986) para coordenar a seção latino-americana da Free International University (FIU). Em 1974, produz uma grande instalação no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No ano seguinte, participa do Festival of Expanded Media, em Belgrado, Sérvia, com The Illustration of Art: Economy. Em 1977, viaja para o Nepal e pesquisa técnicas de produção de papel, que resulta em série de trabalhos de grande formato e na publicação do álbum Trama. Em 1978, realiza ambientes com técnicas cinematográficas no Palazzo Reale de Milão e na mostra Arte & Cinema, de Veneza.

De volta ao Brasil, coordena o Núcleo de Arte Contemporânea da Universidade Federal da Paraíba (NAC/UFPB), ao lado do crítico Paulo Sergio Duarte (1946). Retorna a Milão em 1981 e aproxima-se do movimento transvanguardia. Em 1988, é bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Dienst (DAAD), em Berlim. Em 1992, torna-se professor da International Summer Academy of Fine Arts, em Salzburgo, Áustria. No ano seguinte, leciona na State Academy of Fine Arts, em Karlsruhe, Alemanha, e, em 1997, no programa de pós-graduação dos Ateliers Arnhem, na Holanda. Em 2010, transfere-se para o Rio de Janeiro, onde prossegue intensa produção.

Análise

Antonio Dias condensa sua pesquisa estética nos anos 1960, quando explora novos meios e suportes para atingir a corporeidade anunciada em seus primeiros trabalhos. Conjugando abstração construtiva e figuração, seus quadros negam a homogeneidade por meio de texturas, relevos e rupturas.

Elementos díspares ganham vida própria em Nota sobre a Morte Imprevista (1965), obra na qual apresenta uma nova abordagem do problema do objeto, não subtraindo questões sociais em meio às formais. Um “antiquadro”, passagem decisiva para o conceito de nova objetividade, segundo Hélio Oiticica (1937-1980)2. A obra assume o formato de losango, e seus elementos constituintes são excreções que transbordam sobre o ambiente, com formas distantes da rigidez habitual de um quadro. Como em um jogo, a obra provoca o observador a remontá-la. Ao mesmo tempo, nega uma participação completa, física ou semântica: as imagens oferecem um significado enigmático, e os objetos, que poderiam oferecer-se ao toque, são fonte de desconforto. O tom expressionista é negado pela ausência da pincelada e pela uniformização esquemática das cores. O espaço fragmentado remete às histórias em quadrinhos, sem, no entanto, almejar completude narrativa.

Os títulos dos trabalhos desse período sugerem uma falsa totalidade, frustrada pela dilaceração de objetos e imagens. Os objetos são tratados como superfícies simplificadas pela cor, e as imagens explodem da tela e ganham extensão física por meio de apêndices. O desejo explícito de romper com o cânone tradicional, experiência também perseguida pelos artistas neoconcretas, traz para o debate estético a turbulência social dos anos 1960.

O artista incorpora a escrita como elemento gráfico e semântico, intensificando as relações entre artes visuais, poesia e cinema, como na série The Illustration of Art (1971-1974). O título transita entre o pejorativo “ilustrativo” e o erudito “ilustrado”, ambos os sentidos em chave irônica. Nessa série, imagens e sequências interrompidas de formas modulares são ordenadas pela lógica sugerida pelo artista, propondo campos de jogos e camuflagens que se fingem imagens espaciais. The Illustration of Art / One & Three / Stretchers / Models (1971) exemplifica a operação formal e lógica que permeia os trabalhos da série, estimulando o observador à ação, ainda que esta seja apenas o gesto virtual de completar as possibilidades de acomodação das formas.

Ao mesmo tempo que se insere no núcleo do “programa ambiental” da arte brasileira (1960-1970), que se desdobra na noção de participação do espectador, Dias questiona constantemente o próprio conceito de participação. Faça Você Mesmo: Território Liberdade (1968), um ambiente apenas estruturalmente esboçado, sugere um espaço para a ação. Trata-se de uma construção gráfica ambiental, com sinais de demarcação territorial feitos com fitas adesivas sobre o chão. Desdobrando a proposta, o artista insere três pedras de bronze com a inscrição “To the police”. A completude da obra só é atingida por meio da ação do espectador. É o primeiro dos diagramas do álbum Project Book – Ten Plans for Open Projects, pensados como projetos de espaço a ser apropriado pelo público. O álbum, editado em 1977 sob o título de Trama, é composto por 11 xilogravuras impressas em papel nepalês, produzido por artesãos nepaleses. A exibição na parede forma um grande retângulo incompleto e propõe a participação intelectiva do espectador, revelando a lacuna física e semântica que, segundo Dias, é inerente a toda comunicação.

Antonio Dias - Video Itaú Cultural

“A pintura para mim não é um passatempo, mas um problemaço que procuro resolver botando aquilo para fora”, explica o artista multimídia paraibano Antonio Dias, cujos trabalhos estão expostos em diversos museus e galerias nacionais e internacionais desde a década de 1960. Cadernos são seus primeiros suportes, como rascunhos em que inicia suas obras, conferindo-lhes toda a carga emocional. Depois, ele filtra o que deseja imprimir em telas e outras superfícies, com recortes que representam um diálogo entre as suas inspirações e o olhar de quem as vê. O artista não se fixa em um único estilo, procurando sempre desafiar-se para que não se torne repetitivo. Os materiais utilizados são diversos, podem ter relevos, serem bi ou tridimensionais. O importante, para Dias, são os conceitos discutidos em suas criações, que podem ter teor político e/ou social.

Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula

Críticas

"A diversidade dos trabalhos de Antonio Dias, seja na pintura, na escultura ou na utilização do disco ou do videoteipe, situa-se num espaço onde o artista não pode mais se conformar com regras preestabelecidas. É na experiência da modernidade que, com astúcia, sua obra aparece. (...) Neste novo espaço, onde todos os gatos são pardos, o processo de produção do trabalho torna-se importante ponto de referência. A dispersão e diversificação orientadas por uma coerência poética mantêm o caráter assistemático das diversas intervenções e produções. Essa tem sido uma das marcas dos trabalhos de Antonio Dias. Quando nos aproximamos de uma de suas realizações, necessitamos de um certo estrabismo: um olho no que está exposto, outro no problema formulado. (...) Se certos artistas resolveram prolongar o gesto da tradição, isto é, a repetição, Dias reclamou e praticou de modo radical o direito da ruptura. Isto sem os subterfúgios e atalhos fáceis das mudanças de comportamento, mas com a transferência de uma ética baseada nas razões do seu próprio trabalho. (...) Muitos de seus trabalhos, na sua temática, condensam todo o esqueleto que sustenta o essencial da produção de nossa época".

Paulo Sérgio Duarte (A astúcia de permanecer sempre novo. Arte Hoje, Rio de Janeiro: Rio Gráfica e Editora, v. 1, n. 4, p. 31, out. 1977.)

"A impossibilidade da Obra, a possibilidade da arte - esta contradição governa a operação de Antonio Dias a um ponto tal que, mimetizando o filosófo, poderíamos denominá-la um Astúcia da Arte. O raciocínio do artista atravessa o gesto criado inaugural para seguir o percurso problemático da obra no mundo. O resultado, este sim, vai constituir a obra de arte. Ela será afinal a soma, ou antes, o resíduo de todas as mediações: negadas as intenções, violadas as formas, decifrados e distorcidos os conteúdos, só aí a obra de arte aparece no sentido pleno do termo. E desse modo ela se apresenta como o oposto do desvelar puro e metafísico da Idéia: o que o trabalho traz é uma carga magnética de encontros e conflitos, construções e destruições, decisões e indecisões. (...)

E, a meu ver, foi exatamente a pressão para repotencializar o projeto de emancipação moderno que compeliu o artista a buscar matérias espessas, avessas e resistentes à tradição moderna. Somente o ato singular e 'arbitrário', ininteligível à démarche da ciência, de resgatar o momento da pré-história e da natureza, somente uma investigação 'improdutiva' dessa ordem, conseguiria manter a arte contemporânea no registro do Atual, contra os vários arcaísmos em moda, os renitentes obscurantismos sempre à espreita. (...)

E o prevalecimento final, em meio a tantas nuances expressivas, de uma certa ordem gráfica, antipictórica, reitera a astúcia do trabalho. É mais uma prova de sua alergia às identificações e empatias imediatas. Com toda a eventual explosão do imaginário, cores e manchas desempenham aqui um papel discreto, desempenham a função de sinais entre procedimentos que visam sobretudo articulações conceituais. De fato, seriam, digamos, funcionalmente viscerais, funcionamente caóticas. A carga literária dos signos, por outro lado, vem negada pela sua visualidade obscura e críptica que escapa assim às seguidas tentativas de nomeação.

A superfície saturada e heterogênea, com as marcas promíscuas das 'cavernas' e da 'pop', exibe a condição excessivamente histórica do trabalho. E ainda a sua resolução de abrigar e reinvestir todas as memórias, erosões e cicatrizes da modernidade. Esses fragmentos históricos seriam os elementos da narrativa contemporânea, racional e convulsiva, de Antonio Dias. No limite entre o combinatório e o aleatório, essa narrativa acompanha de certo modo o raciocínio altamente complexo e abstrato do mundo atual, sua lógica implacável e indiscriminada. Mas o modo de individuação da obra é a antítese do processo de produção técnico. Neste a série subsume inteiramente o objeto e lhe confere uma estrita identidade funcional. A serialidade 'aberta' de Antonio Dias, ao contrário, coloca um dilema para a existência individual de cada obra e para a coeência do todo. A verdade parece estar sempre onde não a procuramos - ela flui entre a presença irônica e esquiva das obras e tampouco se deixa captar como um esquema ideal a priori. A verdade está nesse movimento, nessa diferença, entre a presença da obra e sua inteligência conceitual. Nessa rede de nexos, ao mesmo tempo rigorosos e equívocos, a única verdade é o dilema da verdade".

Ronaldo Brito (Antonio Dias. Rio de Janeiro: Grafit, 1985)

"Seu ingresso no circuito artístico começou cedo. Com apenas 20 anos realiza sua segunda exposição individual no Rio de Janeiro, apresentada pelo crítico francês Pierre Restany. Em seguida, ganha o prêmio de pintura da Bienal de Paris. Dias pode ser definido como artista multi-mídia: dos anos 60 até hoje já fez vídeo, fotografia, instalação, história em quadrinhos, trabalhos sonoros, livros de artista, super-8, artes gráficas. . . Em início de carreira, contou com a proteção de Corneille, do Grupo Cobra - uma postura que passa a adotar quando se trata de apresentar 'novos talentos' a marchands (sendo Leonilson o caso mais conhecido). (...)

Na verdade, Dias se notabilizou com a série de papéis produzida no Nepal - fruto de um trabalho que durou cinco meses, praticamente na selva, com vinte e cinco operários de quatro tribos diferentes, investigando formatos diferentes e materias inusitados, como o chá, o barro, etc. Ele conta que, na aldeia, enquanto um papel redondo era simplesmente chamado de 'galô' (significando círculo), vários desses papéis reunidos era reverenciados como o nome de 'Niranjanijakhar' (traduzindo: céu, infinito; buda, enfim). Assim, por acaso, Dias descobre que havia materializado um sentimento religioso através da intensidade do vécu naquele território. Não basta ser um viajante que coleciona postais. A lição apreendida através do 'Niranjanijakhar' é que a história da obra de Antonio Dias, mesmo que realize uma incursão pelo mundo, é sempre a história do próprio Antonio Dias, sujeito visceralmente comprometido com sua experiência.

Preocupado em disciplinar as referências autobiográficas, Dias encerra, em seu processo de criação, uma química carregada de ambigüidades. Aqui, 'revolução', 'pai' e 'violência' são temas movidos por um motor íntimo, mas que transcendem o pulsão catártica: 'Não quero ser didático porque não quero ceder a ninguém meu percentual humanóide. Minha pintura preserva um certo hermetismo em que o segredo deve permanecer em segredo'. Pois escrever sobre arte implica justamente em atravessar a aparência do quadro. Enquanto o olhar que é lançado sobre a obra pertence ao registro do espectador, o registro sobre o mundo reveste-se de um voyeurismo todo particular. O mecanismo desse olhar-voyer contém a carga hermética que nenhuma literatura consegue reconstituir".

Lisette Lagnado (Antonio Dias/Discurso Amoroso. In: Galeria/Revista de Arte, 15 São Paulo 1989. p. 71-72.)

"Talento precoce, soubera, após desenvolver primeiro uma pintura de evocações de Klee, afinidades com Tàpies e o abstracionismo lírico, deixar essa orientação. A partir de 1963, mudou o direcionamento de sua poética optando por fazer uma arte autobiográfica. Sua produção é de mosaicista, de fotomontagens, reunindo um imaginário de terrores, destruições, de anatomia e de sexo. A iniciação para esse novo rumo foi através do desenho, o que torna explicável a permanência de valores gráficos de divisão de espaços e das formas fragmentadas em seus alvéolos, ou macromosaicos, observáveis em Fumaça do Prisioneiro.

Contrariamente às linhas do expressionismo, o artista não se atara à compulsividade na operação do fazer artístico; através do meio gráfico, mais frio, ele clarifica seu discurso anterior. Fazia, entretanto, concessões ao jorro subjetivo e compacto das imagens, mantendo-as amalgamadas, mas não confusas, perfeitamente identificáveis na sua fragmentação. Na insistência da visualização desses pedaços de carne e ossos lacerados, em suas narrações pessoais compunha uma comic-strip - feroz e crua - da rudeza sertaneja nordestina tomada nos extremos de vida e morte, de paixão e violência, de sexo e carnificina".

Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado (Figurações no Brasil anos 60: neofigurações fantásticas e neo-surrealismo, novo realismo e nova objetividade. São Paulo: Itaú Cultural: Edusp, 1999. p. 120-121.)

"Nossa indagação, portanto, volta-se para o lugar histórico de Dias como um dos principais elos entre três gerações fundamentais da arte brasileira: o modernismo, o neoconcretismo e os artistas dos anos 70. A obra de Dias é, assim, um nexo entre essas diferentes posições. Antes de tudo, ele foi aluno de Oswaldo Goeldi, o gravador modernista que veio a ser visto por muitos como o padrão ético do artista brasileiro. A melancolia de Goeldi corresponderia ao que se considera como aridez na obra de Dias, que de seu mestre herdou a capacidade de equilibrar um pathos denso e o rigor gráfico. Se o modernismo buscou definir um eu brasileiro, o neoconcretismo recorreu à teoria da Gestalt para investigar a percepção fenomenológica. Os processos de subjetivação , explorados por Lygia Clark, acabariam abrangendo a fantasmática, enquanto a obra de Oiticica se fundamentou no 'sujeito marginal'. Deste ângulo, Dias foi capaz de deslocar a crise do sujeito para o sujeito linguístico e para o artista, já não só como criador de linguagem, mas em seu papel político de produtor.

Antonio Dias é, ainda, o nexo principal entre os neoconcretistas e os artistas dos anos 70: entre Hélio Oiticica e Cildo Meireles, Lygia Clark e Tunga, os não-objetos e Waltércio Caldas, não se distanciando de Ivens Machado e Iole de Freitas, ou mesmo dos que atuavam nos anos 60 ao lado de Cildo, como Barrio, Raimundo Collares e Antonio Manuel. Dias tempera a presença da palavra entre a arte conceitual e a tradição da poesia concreta. É encontrado elaborando sobre a fenomenologia da percepção e a recuperação traumática do sujeito. Responde à violência através da politização e do despojamento de seus materiais. (...)

Para Antonio Dias, a arte é prática social, abrangendo sua produção e circulação como mercadoria, e a crítica social do processo de institucionalização, como na série The Illustration of Art (1971-78). O incorformismo político encontra seu diagrama na reavaliação crítica do sentido da própria forma, portanto da linguagem enquanto campo social. São signos da resistência e de uma produção que recusa os parâmetros idealistas da mera 'arte engajada'. a descoberta de The Annotated Alice (1960), de Martin Gadner, assinalou um 'corte epistemológico' para o olhar de Dias. 'Minhas leituras não são propriamente de economia: lógica simbólica, matemática, ciências, coisas que me fazem imaginar situações plásticas (...). O que me marcou muito', - prossegue o artista, 'foi um artigo de Robert Smithson. Era interessante a questão dos sites e non-sites. Pegava mapas de não-lugares de Lewis Carrol'. Para redefinir o estatuto do objeto, Dias joga xadrez com Duchamp por intermédio de Alice".

Paulo Herkenhoff (Antonio Dias. São Paulo: Cosac & Naify, 1999. p. 27 e 30)

Depoimentos Antonio Dias

"Eu trabalho com um vocabulário plástico bastante simples. Digamos que eu tenha uma superfície: primeiramente nada existe que a defina. Eu necessito, para tanto, de criar uma distinção. Você pode determiná-la, por exemplo, através da lógica: desenhando uma linha divisória nesta superfície, está criada a diferença. Na pintura, tive sempre em mente a imagem do quadro como um objeto de pouca espessura que, enquanto corpo físico, tem seu lugar na parede. Para mim, é mais do que simplesmente uma superfície bi-dimensional de representação, ele é, enquanto matéria, tão físico quanto qualquer outra coisa. Então o que procuro, é criar uma relação entre a matéria do objeto e a matéria que o observador traz de si durante a experiência do observar. Ele vê algo além, no quadro. Talvez ele veja algo que lhe mostre algo, que eu não sabia estar lá. A minha idéia era representar algo que fosse de ser e de não-se ao mesmo tempo; o que não pode ser descrito por um outro sistema de comunicação. Eu me disso: para tornar isto visível, terei de suprimir parte disto (...)"

Antonio Dias (Antonio Dias: trabalhos = Arbeiten = works: 1967-1994. Ostfildern: Cantz, 1994)

Exposições Individuas

1962 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Sobradinho

1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo

1965 - Paris (França) - Individual, na Galerie Houston-Brown

1966 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard

1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Debret

1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo

1967 - Rotterdã (Holanda) - Individual, na Galeria Delta

1968 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galeria Hammer

1968 - Rotterdã (Holanda) - Individual, na Galeria Delta

1969 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria ACME

1969 - Milão (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1969 - Pádua (Itália) - Individual, na Galeria La Chiocciola

1970 - Gent (Bélgica) - Individual, na Galerie Richard Foncke

1971 - Brescia (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1971 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Breton

1972 - Basel (Suíça) - Individual, na Galleria Stampa

1972 - Bolzano (Itália) - Individual, na Galleria Da Vinci

1972 - Milão (Itália) - Individual, na Galleria Franco Toselli

1972 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Veste Sagrada

1973 - Basiléia (Suíça) - Individual, na Galerie Stampa

1973 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galeria Albert Baronian

1973 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Centro de Arte y Comunicación - CAYC

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Bolsa de Arte

1973 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ralph Camargo

1973 - Viena (Áustria) - Individual, na St. Stephan Galerie

1974 - Brescia (Itália) - Individual, na Nuovi Strumenti/Piero Cavellini

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1976 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Nuovi Strumenti/Piero Cavellini

1976 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galerie Albert Baronian

1976 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, no Palais de Beaux-Arts

1976 - Nápoles (Itália) - Individual, na Galleria Lucio Amelio

1976 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre

1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Gravura Brasileira

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1978 - São Paulo SP - O Papel do Artista/A Ilustração da Arte: Antonio Dias, na Galeria Arte Global

1979 - João Pessoa PB - Individual, no Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB

1979 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1980 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Piero Cavellini

1980 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galerie Walter Storms

1980 - São Paulo SP - Individual, na Monica Filgueiras Galeria de Arte

1981 - Pescara (Itália)- Individual, na Galleria Cesare Manzo

1981 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1981 - Villigen-Schwenningen (Alemanha) - Individual, na Galerie Walter Worms

1982 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Walter Storms

1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Gravura Brasileira

1983 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Piero Cavalleini

1983 - Bruxelas (Bélgica) - Individual, na Galeria Albert Baronian

1983 - Leonberg (Alemanha) - Individual, na Galerie Beatrix Wilhelm

1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1983 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1984 - Munique (Alemanha) - Individual, na Städtische Galerie im Lenbachhaus

1985 - Porto Alegre RS - Individual, na Galeria Tina Presser

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1985 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1985 - Taipé (Taiwan) - Individual, no Taipei Fien Arts Museum

1986 - Brescia (Itália) - Individual, na Galleria Nuovi Strumenti - Piero Cavellini

1986 - Knokke-Heist (Bélgica) - Individual, na Galerie Albert Baronian

1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1986 - Stuttgart (Alemanha) - Antonio Dias, na Galerie und Verlag

1986 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, na Galerie Beatrix Wilhelm

1987 - Badenweiler (Alemanha) - Individual, na Galerie Dr. Luise Krohn

1987 - Barcelona (Espanha) - Individual, na Galeria Joan Prats

1987 - Milão (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1987 - Vitória ES - Individual, na Galeria Usina

1987 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Emmerich-Baumann

1988 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Staatliche Kunsthalle

1989 - Mülheim an der Ruhr (Alemanha) - Individual, no Städtisches Museum

1989 - Offenbach (Alemanha) - Individual, na Galerie Witzel

1989 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1990 - Amsterdã (Holanda) - Individual, na Galerie Pulitzer

1990 - Badenweiler (Alemanha) - Individual, na Galerie Dr. Luise Krohn

1990 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galeria Nothelfer

1990 - Pescara (Itália) - Individual, na Galleria Cesare Manzo

1991 - São Paulo SP - Antonio Dias, na Galeria Luisa Strina

1992 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Stähli

1993 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Galeria do Serviço de Intercâmbio Acadêmico da Alemanha

1993 - Munique (Alemanha) - Individual, na Städtische Galerie im Lenbachhaus

1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1993 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1994 - Darmstadt (Alemanha) - Antonio Dias: trabalhos 1967-1994, no Institut Mathildenhöhe Darmstadt

1994 - Kraichtal (Alemanha) - Individual, na Ursula-Blickle-Stiffung

1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Museu da Chácara do Céu

1994 - São Paulo SP - Antonio Dias: trabalhos 1967-1994, no Paço das Artes

1994 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Pablo Stähli

1995 - Milão (Itália) - Individual, no Studio Marconi

1996 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1996 - São Paulo - Individual, na Galeria Luisa Strina

1999 - Lisboa (Portugal) - Antonio Dias: antologia 1965-99, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1999 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Walter Storms

2000 - Curitiba PR - O País Inventado, na Casa Andrade Muricy

2000 - Niterói RJ - Antonio Dias: os anos 70 na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

2000 - Salvador BA - Individual, na Paulo Darzé Galeria de Arte

2000 - Salvador BA - O País Inventado, no MAM/BA

2000 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

2000 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galerie Pablo Stähli

2001 - Brasília DF - O País Inventado, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio

2001 - Fortaleza CE - O País Inventado, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2001 - Rio de Janeiro RJ - O País Inventado, no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - O País Inventado, no MAM/SP

2001 - Vila Velha ES - O País Inventado, no Museu Vale do Rio Doce

2002 - Recife PE - O País Inventado, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães

2002 - Rio de Janeiro RJ - Seu Marido, no Paço Imperial

2003 - Recife PE - Individual, na Amparo Sessenta Galeria de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - 2 + 2, na Artur Fidalgo Escritório de Arte

2004 - São Paulo SP - Individual, na Silvia Cintra Galeria de Arte

2005 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

Exposições Coletivas

1961 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Formiplac, no MAM/RJ

1963 - Curitiba PR - 20º Salão Paranaense de Belas Artes, na Biblioteca Pública do Paraná - prêmio aquisição

1965 - Paris (França) - 4ª Bienal de Paris - 1º prêmio de pintura

1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Artistas Jovens, no MAM/RJ

1965 - Rio de Janeiro RJ - 3º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ

1965 - São Paulo SP - 2ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAC/USP - premiado

1965 - São Paulo SP - Propostas 65, na Faap

1966 - Belo Horizonte MG - A Arte de Solange Escosteguy e Antonio Dias: pinturas em tecido, na Galeria Guignard

1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, na UFMG. Reitoria

1966 - Houston (Estados Unidos) - Brazilian Art Today, na Kiko Gallerie

1966 - Praga (Tchecoslováquia - atual República Tcheca) - La Figuration Narrative, na Galeria Václava Spály

1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana

1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - Pare, na Galeria G4

1966 - São Paulo SP - 8 Artistas, na Atrium

1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP

1967 - Berna (Suíça) - Science-Fiction, na Kunsthalle Bern

1967 - Paris (França) - Science-Fiction, no Musée des Arts Décoratifs

1967 - Düsseldorf (Alemanha) - Science-Fiction, no Städtische Kunsthalle Düsseldorf

1967 - Paris (França) - 5ª Bienal de Paris

1967 - Paris (França) - O Mundo em Questão, no Museu de Arte Moderna

1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ

1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP - prêmio aquisição

1968 - Campo Grande MS - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Diário da Serra

1968 - Paris (França) - Salão de Maio, no Museé d'Art Moderne de la Ville de Paris

1968 - Rio de Janeiro RJ - 6º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Escola Superior de Desenho Industrial - Esdi

1969 - Berna (Suíça) - Pläne und Projekte als Kunst (1969 : Berna, Suiça) - Kunsthalle Bern

1969 - Munique (Alemanha) - Pläne und Projekte als Kunst, no Aktionsraum 1

1969 - Fortaleza CE - 28 Artistas do Acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, no Centro de Artes Visuais Raimundo Cela

1969 - Paris (França) - 25º Salão de Maio, no Museé d'Art Moderne de la Ville de Paris

1969 - Tóquio (Japão) - Dialogue Between East and West, no The National Museum of Modern Art

1970 - Bolonha (Itália) - Comportamenti/Progetti/Mediazioni, no Museo Civico

1970 - Frankfurt (Alemanha) - Kunst und Politik, no Kunstverein

1970 - Hamburgo (Alemanha) - Künstler machen Pläne, andere auch!, no Kunsthaus Hamburg

1970 - Karlsruhe, Wuppertal e Frankfurt (Alemanha) e Basel (Suíça) - Kunst und Politik, na Badischer Kunstverein, Kunstverein Wuppertal, Kunstverein Frankfurt e Kunsthalle Basel

1970 - Nova York (Estados Unidos) - Art Concepts from Europe, na Bonino Gallery

1971 - Liubliana (Iugoslávia - atual Eslovênia) - Exposição Internacional de Desenho, organizada pela Moderna Galeria Liubliana - grande prêmio

1971 - New York (Estados Unidos) - 6ª International Exhibition, no Solomon R. Guggenheim Museum

1971 - Nova York (Estados Unidos) - 6ª International Exhibition, no The Solomon R. Guggenheim Museum

1972 - Rijeka (Iugoslávia - atual Croácia) - International Exhibition of Original Drawing - premiado

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Colônia (Alemanha) - Films als Kunstwerk, no Kunsthalle Köln

1973 - Gênova e Milão (Itália) e Londres (Inglaterra) - The Record as Artwork, na Galleriaforma, na Galleria Françoise Lambert e no The Royal College of Art Gallery

1973 - Paris (França) - 8ª Bienal de Paris

1973 - Rio de Janeiro RJ - Vanguarda Internacional, na Galeria Ibeu Copacabana

1973 - São Paulo SP - Expo-Projeção 73, no Espaço Grife

1973 - Buenos Aires (Argentina) - Expo-Projeção 73, no Centro de Arte y Comunicación - CAYC

1973 - Paris (França)-8ª Bienal de Paris

1974 - Colônia (Alemanha) - Projekt 74, no Kunsthalle Cologne

1974 - Colônia (Alemanha) - Record as Art, na Galerie Rolf Ricke

1974 - Colônia (Alemanha) - Video Bänder, no Kunstverein Köln

1974 - Lausanne (Suíça) - Impact Video Art, no Musée des Arts Découratifs

1974 - Londres (Inglaterra) e Paris (França) - Art Systems in Latin America, no Institute of Contemporary Arts e no Espace Pierre Cardin

1974 - Londres (Reino Unido) - Art Systems in Latin America, no Institute of Contemporary Art

1975 - Ferrara (Itália) - Art Systems in Latin America, no Palazzo dei Diamanti

1975 - Filadélfia (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Hartford (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Chicago (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Cincinnati (Estados Unidos) - Video Art, no The Institute of Contemporary Art

1975 - Milão (Itália) - Artevideo e Multivision, na Rotonda della Besana

1976 - Roma (Itália) - Drawings/Disegni: USA/Itália, na Galleria Canavello

1977 - Fort Worth (Estados Unidos) - The Record as Artwork, no The Fort Worth Art Museum

1977 - Milão (Itália) - Arte & Cinema, no Centro Internazionale di Brera

1977 - Roma (Itália) - Sonora, na Calcografia Nazionale

1978 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Arte Agora: América Latina, Geometria Sensível, no MAM/RJ

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap

1978 - Veneza (Itália) - 39ª Bienal de Veneza

1979 - João Pessoa PB - Livre como Arte, no Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB

1979 - Paris (França) - Cinema d'Artista e Cinema Sperimentale in Italia, na Cinematheque Française

1980 - Milão (Itália) - Camere Incantate, no Palazzo Reale

1980 - Milão (Itália) - Quasi Cinema, no Centro Internazionale di Brera

1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici

1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijnik, no Espaço NO Galeria Chaves

1981 - Rio de Janeiro RJ - Quase Cinema, no MAM/RJ

1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1981 - São Paulo SP - Arte Pesquisa, no MAC/USP

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ

1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira, na Galeria Gravura Brasileira

1983 - Rio de Janeiro RJ - 13 Artistas/13 Obras, na Galeria Thomas Cohn

1983 - Rio de Janeiro RJ - 3000 Metros Cúbicos, no Espaço Cultural Sérgio Porto

1983 - Vinci (Itália) - Codici e Marchingegni 1482-1983, na Casa di Leonardo

1984 - Nova York (Estados Unidos) - An International Survey of Recent Painting and Sculpture, no MoMA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Antonio Dias, Carlos Vergara, Roberto Magalhães e Rubens Gerchman, no Centro Empresarial

1984 - Rio de Janeiro RJ - Os Papéis do Papel, na Funarte. Centro de Artes

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1984 - Sydney (Austrália) - 5ª Bienal de Sydney

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, na Galeria Ibeu Copacabana

1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj

1985 - Rio de Janeiro RJ - Retrato do Colecionador na Sua Coleção, na Galeria de Arte Banerj

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Velha Mania: desenho brasileiro, no EAV/Parque Lage

1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP

1985 - Tóquio (Japão) - Today´s Art of Brazil, no Hara Museum of Contemporary Art

1986 - Frankfurt (Alemanha) - Prospect 86, no Kunstverein

1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira dos anos 60/70/80, no Margs

1986 - Rio de Janeiro RJ - Transvanguarda e Culturas Nacionais, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d?Art Moderne de la Ville de Paris

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1987 - São Paulo SP - Palavra Imágica, no MAC/USP

1988 - Leverkusen (Alemanha) - Brasil Já, no Museum Morsbroich

1988 - Stuttgart (Alemanha) - Brasil Já, na Galerie Landesgirokasse

1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, no P. S. 1

1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no The Bronx Museum of the Arts

1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edfício Gilberto Chateaubriand

1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP

1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no El Paso Museum of Art

1989 - Hannover (Alemanha) - Brasil Já, no Sprengel Museum

1989 - San Juan (Puerto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Instituto de Cultura Puertorriqueña

1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no San Diego Museum of Art

1989 - São Paulo SP - Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo

1989 - São Paulo SP - Gesto e Estrutura, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1990 - Berlim (Alemanha) - Gegenwart/Ewigkeit, no Martius-Gropius-Bau

1990 - Berlim (Alemanha) - Mostra, na Berliner Galerien Zeigen brasilianische Kunst

1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no MAB

1990 - Los Angeles (Estados Unidos) e São Paulo SP- Brazil Projects' 90, na Municipal Art Gallery e no Masp

1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States, 1920-1970, no Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date

1990 - São Paulo SP - Brazil Projects'90, no Masp

1991 - Rio de Janeiro RJ - Imagem sobre Imagem, no Espaço Cultural Sérgio Porto

1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP

1992 - Curitiba PR - Mostra América, no Museu de Gravura

1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - As Artes do Poder, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Gravura de Arte no Brasil: proposta para um mapeamento, no CCBB

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, na Escritório de Arte São Paulo

1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus

1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne

1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba

1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc

1993 - Niterói RJ - 2º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA

1993 - Rio de Janeiro RJ - A Rarefação dos Sentidos: Coleção João Sattamini - anos 70, na EAV/Parque Lage

1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ

1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB

1993 - Rio de Janeiro RJ - Gravuras de Amilcar de Castro, Antonio Dias, Iberê Camargo e Sérgio Fingermann, na EAV/Parque Lage

1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - São Paulo SP - Representação: presenças decisivas, no Paço das Artes

1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Fondazione Scientífica Querini Stampalia

1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Fondazione Scientífica Querini Stampalia

1993 - Milão (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Biblioteca Nazionale Braidense

1993 - Florença (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, na Biblioteca Nazionale

1993 - Roma (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, no Centro de Estudos Brasileiros

1994 - Belo Horizonte MG - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70

1994 - Penápolis SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, no Galeria Itaú Cultural

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, no Casa da Cultura

1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no CCBB

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - 20 Anos de Arte Brasileira, no Masp

1994 - São Paulo SP - 22ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - 22º Bienal Internacional de São Paulo, no Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, no Itaú Cultural

1994 - São Paulo SP - Paisagens, na Galeria de Arte São Paulo

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, no Galeria de Arte do Sesi

1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô e no Masp

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB

1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no MAM/SP

1996 - Basiléia (Suíça) - Medien, Kunstwerke, na Galerie Stampa

1996 - Brasília DF - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, na Itaugaleria

1996 - Colônia (Alemanha) - New Acquisitions, no Museu Ludwig

1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1996 - Rio de Janeiro RJ - Anos 70: fotolinguagem, na EAV/Parque Lage

1996 - Rio de Janeiro RJ - Antonio Dias e Roberto Magalhães, no Paço Imperial

1996 - Rio de Janeiro RJ - Dialog: experiências alemãs, no MAM/RJ

1996 - Rio de Janeiro RJ - Interiores, no MAM/RJ

1996 - Rio de Janeiro RJ - Reila Gracie, Roberto Magalhães, Antonio Dias, no Paço Imperial

1996 - Rio de Janeiro RJ - Transparências, no MAM/RJ

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas

1997 - Barcelona (Espanha) - Impressões Itinerantes, na Casa do Brasil

1997 - Curitiba PR - A Arte Contemporânea da Gravura, no Museu Metropolitano de Arte de Curitiba

1997 - Nova York (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Museo del Barrio

1997 - Little Rock (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Arkansas Art Center

1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul

1997 - Rio de Janeiro RJ - Ar: exposição de artes plásticas, brinquedos, objetos e maquetes, no Paço Imperial

1997 - Stuttgart (Alemanha) - Magie der Zahl in der Kunst des 20, Jahrhunderts, na Staatsgalerie

1998 - Austin (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, na Archer M. Huntington Art Gallery

1998 - Caracas (Venezuela) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Museo de Bellas Artes

1998 - Monterrey (Mexico) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Museo de Arte Contemporáneo

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - Ribeirão Preto SP - As Dimensões da Arte Contemporânea, no Museu de Arte de Ribeirão Preto

1998 - Rio de Janeiro RJ - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1998 - Rio de Janeiro RJ - Antropofagia, no Museu da República

1998 - Rio de Janeiro RJ - Poéticas da Cor, no Centro Cultural Light

1998 - Rio de Janeiro RJ - Terra Incógnita, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de 68, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - A Coleção Constantini no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no MAM/RJ

1998 - São Paulo SP - A Coleção Constantini no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1998 - São Paulo SP - Teoria dos Valores, no MAM/SP

1998 - Rio de Janeiro RJ - Teoria dos Valores, na Casa França-Brasil

1999 - Lisboa (Portugal) - América Latina das Vanguardas ao Fim do Milênio, na Culturgest

1999 - Miami (Estados Unidos) - Re-Aligning Visions: alternative currents in South American drawing, no Miami Art Museum

1999 - Nova York - Global Conceptualism: point of origin, 1950s-1980s, no Queens Museum of Art

1999 - Minneapolis - Global Conceptualism: point of origin, 1950s-1980s, no Walker Art Center

1999 - Miami (Estados Unidos) - Global Conceptualism: point of origin, 1950s-1980s, no Miami Art Museum

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios

2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - Lisboa (Portugal) - Spanning an Entire Ocean, no Culturgest

2000 - Nova York (Estados Unidos) - Icon + Grid + Void, no The Americas Society

2000 - Rio de Janeiro RJ - Antonio Dias, Carlos Vergara, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, na GB Arte

2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França - Brasil

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, na Galeria de Arte do Sesi

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento - Arte Contemporânea, na Fundação Bienal

2001 - Oxford (Inglaterra) - Experiment Experiência: art in Brazil 1958-2000, no Museum of Modern Art

2001 - Oxford (Reino Unido) - Experiment Experiência: art in Brazil 1958-2000, no Museum of Modern Art

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - Recife PE - Palavraimagem, no MAMAM

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP

2001 - São Paulo SP - Anos 70: Trajetórias, no Itaú Cultural

2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural

2002 - Belo Horizonte MG - Antonio Dias e Nelson Felix, na Celma Albuquerque Galeria de Arte

2002 - Brasília DF - Fragmentos a Seu Ímã, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio

2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2002 - Madri (Espanha) - Arco/2002, no Parque Ferial Juan Carlos I

2002 - Niterói RJ - A Recente Coleção do MAC, no Museu de Arte Contemporânea

2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/RJ

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/RJ

2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider

2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho

2002 - Recife PE - Em Sete Tempos, Amparo Sessenta Galeria de Arte

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Artefoto, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Palavra e a Imagem: módulo 1, na Sala MAM-Cittá América

2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, CCBB

2002 - São Paulo SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, Pinacoteca do Estado

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Brasília DF - Artefoto (2003 : Brasília, DF) - CCBB

2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Fiat Lux: a luz na arte, no Centro Cultural da Justiça Federal

2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte

2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Acervo 2003/2004, na Galeria Luisa Strina

2003 - São Paulo SP - Aproximações do Espírito Pop: 1963-1968, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Galeria Luisa Strina: artistas representados, na Galeria Luisa Strina

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2003 - São Paulo SP - Meus Amigos, no Espaço MAM-Villa-Lobos

2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, no Museu Vale do Rio Doce

2004 - Campinas SP - Coleção Metrópolis de Arte Contemporânea, no Espaço Cultural CPFL

2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I

2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira nas Coleções do Rio, no MAM/RJ

2004 - Rio de Janeiro RJ - Novas Aquisições 2003: Coleção Gilberto Chateubriand, MAM/RJ

2004 - São Paulo SP - Arte Contemporânea no Acervo Municipal, no CCSP

2004 - São Paulo SP - Notações e Instantâneas, no Lurixs: Arte Contemporânea

2005 - Belo Horizonte MG - 40/80: uma mostra de arte brasileira, no Léo Bahia Arte Contemporânea

2005 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva 2005, no Mercedes Viegas Escritório de Arte

2005 - São Paulo SP - Arte em Metrópolis, no Instituto Tomie Ohtake

2005 - São Paulo SP - Coleções VI, no Galeria Luisa Strina

Fonte: ANTONIO Dias. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 24 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

---

Biografia Wikipédia

Estudou com Oswaldo Goeldi, no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

Em 1965 recebeu uma bolsa para estudar na França, iniciando uma longa permanência no exterior, recebendo bolsas que o levam a Milão, Nova Iorque, Berlim e ao Nepal, onde aprende técnicas de fabricação de papel.

Em 1988, reside em Berlim como bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Dienst - DAAD (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico). Em 1992, torna-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo, Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe, Alemanha.

Participou em diversas mostras de grande prestígio, como a 39° Bienal de Veneza, e da XVI Bienal Internacional de Arte de São Paulo.

Uma de suas características é o uso de papel artesanal, integrando a textura e a cor em suas obras.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 24 de março de 2018.

---

Antonio Dias: construção de um lugar que não acaba

Texto publicado por Moacir dos Anjos na edição 8 da revista ARTE!Brasileiros, de março/abril de 2011. Foi originalmente produzido para exposição do artista na galeria Nara Roesler, naquele ano:

A obra de Antonio Dias é múltipla. Não se reduz a estilos e tampouco é fiel a técnicas ou à eleição de temas. Ao longo de quase 40 anos, o artista fez pinturas, objetos, instalações, disco, fotografias e filmes, promovendo um desmonte rigoroso de qualquer hierarquia entre os meios de expressão que usa. Por vezes se refere de modo explícito à política, embora nunca resvale para o ativismo. Noutras, discute o funcionamento do meio institucional da arte, preferindo, contudo, o comentário oblíquo, ao que se apresenta como imediato e aparente.

O lugar incerto do corpo no mundo é, a todo instante, também insinuado como questão importante, mas não como relato da memória ou como mecanismo de subjetivação da obra. Ainda que cada conjunto de trabalhos assemelhados de Antonio Dias (agrupados em séries conceitualmente coesas ou apenas por aproximações do suporte usado) possua a marca da singularidade e do acontecimento único – sendo irredutíveis, portanto, a uma totalidade ausente -, não há nessa individuação sinais de dispersão ou isolamento. Considerada em conjunto, sua obra permite contínuos deslizamentos semânticos e se torna lugar de trânsito e contágio entre o que é diferente e distante. Pondo em contato cadeias de significação distintas, a obra de Antonio Dias é rizoma, modelo de realizar alianças provisórias, mas amplas.

Muitos dos trabalhos de Antonio Dias carregam, inscritos em sua forma aparente, as marcas do embate e do enlace simbólicos que perpassam toda a sua produção. Em várias das pinturas da década de 1960, a figuração esquemática trazida da cultura popular e de massa (principalmente do graffiti e das histórias em quadrinhos) é deliberadamente truncada, bloqueando a fluidez narrativa e a capacidade de comunicação ligeira encontradas em suas referências de origem. A contenção cromática desses trabalhos (há neles quase apenas preto, amarelo, vermelho e branco) e a ordenação precisa das figuras no suporte pintado revelam, ademais, a adesão do artista a um código construtivista que tampouco tem aqui preservados seus ideais de afastamento do que é incerto ou impuro. Em Nota sobre a Morte Imprevista (1965), trabalho característico desse período de improvável sobreposição de tradições tão distantes, três dos quatro quadrados em que o suporte se divide são ocupados por imagens que parecem deslizar para fora dos espaços em que estão inscritos, não chegando a compor a história de violência que sugerem existir no mundo. No quadrado que resta de tal superfície, essa dinâmica centrífuga se acentua mais ainda, fazendo com que as imagens ganhem volume e se tornem objeto mole, projetando horizontalmente os signos de morte antes contidos no espaço vertical da pintura. A aproximação entre suporte pintado e lugares vividos e o simultâneo desmanche da rigidez construtiva contidos nesses trabalhos, fazem ecoar, na produção inicial de Antonio Dias, as duas principais vertentes que, à época, se afirmavam em seu entorno: a Nova Figuração brasileira e o Neoconcretismo. Não há qualquer sentido de síntese, contudo, nesse avizinhamento crítico; há, antes, tensionamento entre características daquelas vertentes, agenciado pelos deslizamentos entre significados diversos que marcam a obra do artista.

Essa exuberância sintática é abandonada em grande parte da produção da década seguinte, a qual se volta, ao contrário, para a magreza do conceito preciso. É desse período a série A Ilustração da Arte (1974), composta de trabalhos que investigam a própria demarcação simbólica do que é arte e sua inserção no espaço coisificado das trocas mercantis. Fiel à sua visão inclusiva e contaminada do mundo contemporâneo, Antonio Dias explora nessa série a ideia de circuito, modelo descritivo adequado para apreender o deslizamento contínuo entre valores estéticos e econômicos por meio do qual emerge o consenso – sempre provisório e sempre aspirante à permanência – em torno da suposta validade universal de determinados padrões de juízo. Em A Ilustração da Arte/Um & Três/Gerador (1974-1975), a circularidade cumulativa dessa relação é representada como imagem gráfica que é, ela própria, contudo, também artefato de arte – ambigüidade que apenas confirma o atamento entre os termos sobre os quais se debruça o artista. A volatilidade desse processo valorativo é ainda trazida por Antonio Dias para o âmbito da apresentação formal de sua obra no trabalho A Ilustração da Arte/Um & Três/Chassis(1974-1975): fazendo de quatro hastes metáfora do espaço que o quadro (arte) ocupa no mundo, ele as retrai e expande, como a ilustrar, por meio desse deslizamento físico, dois casos exemplares de sua acomodação aos mecanismos que regem o mercado de produtos artísticos.

A partir do contato que estabelece, em 1976, com artesãos nepaleses que fabricam papel em variadas texturas, Antonio Dias realiza trabalhos que parecem apontar para um campo de investigação criativa em tudo diverso de suas preocupações então correntes. Há também nesses trabalhos, contudo, as marcas da atenção que o artista concede aos fluxos simbólicos que, a todo instante, produzem atritos entre cadeias semânticas distintas. Ao incorporar, de maneira deliberada e precisa, os materiais e as técnicas dos artesãos do Nepal em sua própria obra, Antonio Dias transporta-os para o circuito da arte culta, o qual lhes atribui sentidos e valores diferentes dos que possuíam antes. Esse processo de re-significação opera, entretanto, também no sentido inverso: chamando um desses trabalhos de A Ilustração da Arte (Eu e os Outros) (1977) ou gravando juntas, em A Ilustração da Arte/Ferramenta & Trabalho (1977), a marca de sua mão e a do artesão que lhe dá auxílio, Antonio Dias parece propor a ampliação daquele circuito para que igualmente abarque, de forma crítica, a discussão sobre os limites entre arte e artesania, entre autoria e gesto repetido, entre o interesse somente pelo conceito e o encanto tátil pela matéria crua.

Embora o amolecimento da rigidez gráfica que marca a maior parte da série A Ilustração da Arte ganhe visibilidade apenas a partir de seu contato com outra cultura, trabalhos feitos simultaneamente àqueles incluídos na série e executados em uma variedade grande de mídias, dão forma nova à convulsão simbólica que anos antes inaugurara a obra do artista. São exemplos eloqüentes disso os trabalhos Partitura para Intérpretes Perigosos (1972), Conversation Piece (1973) e Uma Mosca no Meu Filme (1976). É o trabalho intitulado Poeta/Pornógrafo (1973), entretanto, que dentre esses melhor indica, em sua arquitetura simples, o desdobrar constante de significados que é a obra de Antonio Dias. O trabalho é formado por dois pares de semicírculos de neon pendurados desde o teto: um emanando calma luz azul (o poeta) e o outro um rosa luxuriante (o pornógrafo). A despeito da polaridade aludida no título e confirmada pela disposição espacial do objeto, há nesse trabalho sugestão de unidade cindida, de círculos inteiros que se teriam quebrado em metades e deslizado em sentidos opostos. Não existe aqui nostalgia, contudo, de uma situação de suposta completude. A ruptura do que se poderia imaginar inteiro é ontológica e o deslizamento de volta a círculos íntegros, uma possibilidade que não se realiza nunca. Há apenas o pulso contínuo de um movimento que jamais se completa, que se prolonga no percurso infinito que, simultaneamente, aproxima e separa territórios simbólicos distintos.

Essa operação de deslizamento se faz também visível, de outros modos, nas pinturas recentes do artista. Em Caramuru (1992), duas telas de grande dimensão são justapostas e cobertas por, além de tinta acrílica, materiais condutores de energia (grafite, ouro, malaquita), trazendo em potência a idéia de fluxo que o diagrama aplicado sobre elas só acentua. Na recorrência a uma forma que lembra um circuito, há também remissão aos conceitos que marcam a série A Ilustração da Arte – autofagia artística que permanentemente adensa e expande a trama poética tecida por Antonio Dias. Já nas pinturas da série Autonomias (2000), telas de variados formatos e tamanhos são colocadas lado a lado e também sobrepostas, criando a ilusão de que podem deslizar umas sobre as demais e produzir configurações diferentes das apresentadas pelo próprio artista. O fato de porções do suporte serem cobertas por matérias e padrões diversos (do monocromo à mancha) obriga também o olho a mover-se entre as várias texturas e áreas cromáticas de que se compõem esses quase-objetos.

É talvez Anywhere is My Land (1968), contudo, o trabalho do artista que melhor realize essa operação metonímica em relação ao conjunto de sua obra. Salpicando a tela pintada de negro com tinta branca, Antonio Dias cria sobre sua superfície uma miríade de pontos desordenados e de diversos tamanhos. Superpõe, ainda, a este espaço, uma malha reticulada e larga, igualmente pintada, conferindo valor idêntico a qualquer dos pontos ali situados. Essa anulação de hierarquia – sugerida desde o título do trabalho – faz com que cada um desses pontos seja um acesso possível à metafórica e fluida geografia que representa na tela.

Assim como em Anywhere is My Land, a obra de Antonio Dias é formada por pontos (trabalhos) que se conectam entre si, sem ordenação de importância ou de cronologia. Embora retrospectivamente os trabalhos se agrupem em conjuntos ou séries, eles resistem a enquadramentos estanques e, a todo momento, anunciam deslizamentos rumo às fronteiras que somente aparentam isolá-los de outros tempos ou conteúdos simbólicos. A obra de Antonio Dias é refratária, portanto, a qualquer genealogia formativa, o que permite que trabalhos passados ganhem significações distintas das já assentadas, a partir de seu contato e confronto com trabalhos mais novos. É esse acolhimento generoso de sentidos variados que produz o enervamento extenso e denso da obra.

Por promover conexões entre cadeias semânticas diversas, a obra de Antonio Dias põe em evidência aquilo que está no meio, o que habita os interstícios de campos de significação precisos e o que mina de lugares que se supunham vedados. No trabalho intitulado O Espaço Entre (1969-1999), dois grandes blocos de minério – mármore branco e granito negro – são perfurados em inúmeros pontos e têm seus buracos “recheados” com a matéria extraída do bloco de cor distinta, criando espaços de permuta e contato íntimo entre as duas matérias. Carregando um deles a inscrição The Beginning (O Começo) e o outro a inscrição The End (O Fim), esses dois blocos híbridos evocam, quando aproximados, o que há de possibilidade comunicativa latente no que é comumente tomado por lugar de ausências. Operação semelhante é realizada no tríptico chamado Projeto para o “Corpo” (1970), em que duas telas (uma branca salpicada de tinta preta e outra pintada de modo inverso) acolhem, respectivamente, as inscrições energy (energia) e memory (memória) e ladeiam uma terceira tela, deixada vazia como recipiente para tudo o que o ato criativo engendra. É esse intervalo de infinitos possíveis que Antonio Dias assinala, ainda de outra forma, no disco de vinil chamado Record: The Space Between (1971). Em um lado do disco, se encontra A Teoria do Contar, gravação do som ritmado de um relógio, interrompida, a cada três segundos, por momentos de silêncio de duração idêntica e onde qualquer coisa cabe. No outro lado, pode-se escutar A Teoria da Densidade, registro do ciclo respiratório de uma pessoa, intercalado por pausas que trazem, em potência, toda a força cognitiva da língua e da fala. Por demarcar a distância que separa o ruído mecânico do orgânico, o objeto delgado e leve em que estão gravados, subverte, no plano simbólico, sua própria corporeidade: o disco se torna espesso e denso, plataforma para o que não se conhece. São muitas as maneiras pelas quais o artista enuncia a natureza incompleta e fecunda de sua obra.

Esse lugar de possibilidades diversas é tratado de maneira propositiva no trabalho Faça Você Mesmo: Território Liberdade (1968), diagrama construído no piso que sugere a existência de um espaço simbólico para a experimentação e o invento. Em vez de representado de modo elíptico como em outros trabalhos, tal espaço assume aqui a concreção autoral própria dos mapas, construções feitas a partir do que o cartógrafo assinala como marcos que orientam seu percurso sobre um certo território. É nesse espaço de afirmação das singularidades que Antonio Dias finca a bandeira de O País Inventado(1976), pano vermelho que ostenta a mais recorrente marca de sua obra: a ausência do canto superior direito do que, a olhos habituados aos perímetros de formas regulares, seria um retângulo. Índice de aspecto central da produção de Antonio Dias, essa marca remete a uma falta absoluta, irreparável e difusa; à inexistência de uma totalidade que resuma e explique uma obra em mutação constante – obra que é construção de um lugar que não acaba. O que há nela de permanente e o que ancora a poética firme do artista é justo a afirmação de sua transitoriedade e incompletude. Uma obra por onde deslizam, em torrente simbólica incessante, as impurezas de que se constitui o mundo.

Fonte: Arte Brasileiros, em 1 de agosto de 2018.

---

Antonio Dias, um artista do mundo

Um dos principais nomes da história da arte brasileira, o paraibano que desde os anos 1960 vive fora do Brasil, em Milão, reencontra no Rio aquarelas e memórias antigas, no apartamento que mantém em Copacabana há 28 anos.

Antonio Dias tinha apenas 21 anos quando ganhou o prêmio da Bienal de Paris que o levaria do Brasil para sempre — isso porque, diz ele na sala de seu apartamento em Copacabana, nunca mais voltou. Paraibano de nascimento que se mudou para o Rio aos 14 anos, Dias partiu rumo à Europa em 1965, com a bolsa de estudos de pintura que recebera na Bienal francesa, e lá produziu as obras que lhe conferem ainda hoje um posto entre os grandes nomes da história da arte brasileira.

Se está agora na sala do apartamento em Copacabana, é porque foge do inverno rigoroso de Milão, sua residência principal, e porque, desde que teve um câncer, há três anos, precisa estar mais atento à saúde (e prefere se cuidar no Rio).

— Mas eu nunca voltei para o Brasil! — repete, divertindo-se com a piada, antes de listar as cidades por onde passou, de Nova York, Milão e Paris a Colônia, Berlim e Taipei.

No Rio há um mês (antes, estava em Milão), ele acaba de reencontrar uma série de 21 aquarelas que criou numa dessas viagens. Os trabalhos, dos anos 1980, foram comprados por um colecionador espanhol há mais de 20 anos. Dias só os reviu há algumas semanas, quando a galeria Múltiplo, no Leblon, adquiriu os papéis para exibir e revender a partir do próximo dia 17. O reencontro com a série despertou memórias antigas no artista, de 69 anos.

Dias criou aquela série num quarto de hotel, enquanto esperava autorização para deixar Taipei. Tinha alguns papéis e uma aquarela — a essa altura da conversa, ele vai ao ateliê, também no apartamento de Copacabana, e volta à sala com a caixinha de aquarela nas mãos.

— Ainda funcionam, claro! Basta adicionar água — diz, mostrando a caixa bastante conservada para o tempo que ficou guardada. — Quando estava no hotel em Taipei, decidi fazer esse trabalho para me desafiar. Tinha medo de aquarela. Ela tem um imediatismo... Você não pode ficar pensando com o pincel, ou ela fica muito chata. A aquarela tem uma espontaneidade que eu, como artista, não tenho.

Sua produção, ele explica, costuma ser lenta. Dias diz se lembrar de todas as peças que criou, por não serem muitas. Mas são dos anos 1960 e 1970 suas obras mais emblemáticas, a maioria relevos que desafiam a bidimensionalidade da tela, de onde escorrem formas fálicas, irônicas e provocativas (como uma imensa língua ou um pênis de borracha). Os trabalhos desse período ainda são evocados em mostras mundo afora.

O MoMA, de Nova York, comprou no fim de 2012 um trabalho de 1976, “O país inventado”, para manter em seu acervo permanente. Também em Nova York, o Hunter College of Arts expõe uma de suas obras (dos anos 1960) numa mostra de arte latino-americana em cartaz até maio. Já o Phoenix Art Museum, no Arizona, selecionou uma obra dele (“The space between”, de 1969) para dar título à exposição que segue na instituição até 5 de maio.

Jardineiro fiel e artista independente

Dias viaja para ver as montagens, mas soa quase alheio à importância de sua trajetória, conversando no apartamento em Copacabana, que comprou há 28 anos. Diz que não é do tipo que se tranca no ateliê todos os dias, e sua mulher, a italiana Paola Chieregato, conta que as plantas tão bem cuidadas que o casal tem na varanda são obra dele. O artista orgulha-se das folhas da samambaia da Amazônia, explica que a bananeira ali não dá frutos (é apenas ornamental) e comemora o fato de a espécie pata-de-elefante ter dado dia desses a primeira flor em 20 anos.

Também se diverte mudando as obras de arte de lugar dentro de casa. Algumas ele comprou, outras trocou com amigos artistas, como Sérgio Camargo ou Mira Schendel. Na entrada do apartamento, tem vários trabalhos de Leonilson. Os dois foram muito amigos, e Dias chegou a hospedar por algum tempo o colega ali.

Para uma de suas grandes amigas, Lenora de Barros, é por ter acolhido tantos artistas (seja oferecendo-lhes um quarto ou alguns conselhos) que Dias pode ser visto como um “embaixador das artes”, algo, diz ela, quase raro num meio que se tornou tão individualista.

— Leonilson, Marcos Chaves, Hélio Oiticica... Eles chegavam, e o Antonio abria a casa, conversava, contava histórias, ouvia muito. Até hoje ele tem essa coisa generosa, algo de mestre — afirma a artista, que conviveu de perto com Dias quando morou em Milão, nos anos 1990, e tem o amigo como um dos grandes incentivadores de sua produção artística.

É de Milão outra de suas grandes amizades. O crítico Paulo Sergio Duarte conta que, nos anos 1970, Dias era um dos poucos que sabiam seu nome verdadeiro em Milão — ele havia se exilado e mudado a identidade após ser preso durante a ditadura no Brasil. O primeiro texto de arte de Duarte, aliás, foi sobre a obra de Dias.

— O trabalho dele é de uma contribuição imensa, e seu nome é incontornável para quem estuda a arte brasileira — defende o crítico. — Antonio se afirmou de uma maneira muito precoce, e cada segmento da obra dele é uma contribuição muito particular à tradição pictórica. Sua pintura, internamente, tem um movimento de insubordinação a essa tradição. Ele se manteve fiel e, ainda assim, sempre se reinventou.

O próprio artista diz que não aceita se repetir — nem mesmo nas relações amorosas. Teve muitos amores, e foi casado com a também artista Iole de Freitas, com quem teve Rara, hoje com 42 anos, e, depois, com a crítica Ligia Canongia (com ela, foi pai pela segunda vez, de Nina, agora com 32 anos).

— Sempre fui muito disponível a me movimentar, sabe? E essa disponibilidade correspondia à indisponibilidade do mercado — diz, rindo, lembrando que se mudava de acordo com os trabalhos que conseguia, já que, até os anos 1990, deu aulas para se manter.

Desde então, consegue viver de sua arte, embora não cheguem a ele, segundo diz, as altas cifras pelas quais são vendidos seus trabalhos no exterior. No fim do ano passado, por exemplo, ele viu uma de suas obras dos anos 1970 sair por mais de US$ 400 mil em Nova York. Não recebeu nada.

— Produzo muito pouco, e meu trabalho é caro, sim. Eu devia ter uns 38 anos quando uma revista dessas que falam de dinheiro escreveu que eu estava na lista dos cem artistas mais valorizados do ano — diz e puxa uma gargalhada. — Mas eu sou independente. A lei do mercado diz: “Fez verde e vendeu? Faça mais verde”. Para mim, uma vez que fiz verde, acaba o verde. É engraçado, mas acabei sendo um contraponto do mercado. Se estão querendo isso, eu faço aquilo. É uma maneira de manter as rédeas comigo. Ora, eu sou artista para ser independente.

Fonte: Jornal O Globo, por Audrey Furlaneto em 30 de março de 2013.

Crédito fotográfico: Mônica Imbuzeiro

---

Antônio Dias morre no Rio aos 74 anos

O artista plástico Antônio Dias morreu aos 74 anos, na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro, onde estava internado, vítima de complicações de um câncer no pulmão.

O paraibano Antônio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as primeiras técnicas de desenho, ainda em Campina Grande. Aos 14 anos, o artista deixou a Paraíba rumo ao Rio de Janeiro. No final da década de 1950, ele trabalhou como desenhista de arquitetura e gráfico.

“Hoje, trabalho de vez em quando. Não me interessa o ato de pintar em si. Pintar me chateia. Só pinto por necessidade de dizer. Considero a pintura uma profissão”, disse certa vez, durante uma exposição nos anos 1960. E foi considerado por muitos um líder e um parâmetro aos jovens artistas contemporâneos.

Em 1965, ele fazia primeira de suas viagens internacionais. Foi para Paris com uma bolsa de estudos, onde ficou três anos antes de seguir para Milão. O ciclo europeu terminou no início dos anos 1970, quando Antônio Dias foi para os Estados Unidos. Em 1971, editou o disco Record: The Space Between e inicia a série The Illustration of Art. Recebeu, em 1972, bolsa da Simon Guggenheim Foundation para trabalhar em Nova York.

A busca por novas técnicas levou o artista para a Índia e o Nepal, onde a partir de 1977 se dedicou ao estudo de produção de papel. Publicou em Katmandu o álbum Tramas, de xilografias. No final dos anos 1980, o artista fixou novamente residência na Europa. Primeiro em Berlim, na Alemanha, como bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Diens. Em 1992, torna-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo, Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe, Alemanha.

Antônio Dias fez mais de cem exposições individuais em galerias do Brasil e do mundo. Há alguns anos descobriu um câncer no pulmão. O artista deixa esposa e duas filhas.

Fonte: Agência Brasil, publicado em 01 de agosto de 2018 por Mário Toledo.

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

Olá, bom dia!

Prepare-se para a melhor experiência em leilões, estamos chegando! 🎉 Por conta da pandemia que estamos enfrentando (Covid-19), optamos por adiar o lançamento oficial para 2023, mas, não resistimos e já liberamos uma prévia! Qualquer dúvida ou sugestão, fale conosco em ola@arrematearte.com.br, seu feedback é muito importante. Caso queira receber nossas novidades, registre-se abaixo. Obrigado e bons lances! ✌️