Lygia Pimentel Lins (23 de outubro de 1920, Belo Horizonte, MG — 25 de abril de 1988, Rio de Janeiro, RJ), conhecida pelo pseudônimo Lygia Clark, foi uma pintora e escultora brasileira contemporânea que se autointitulava "não artista".
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973).
É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976; dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.
Análise
Lygia Clark trabalha com instalações e body art. Em 1954, incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como, por exemplo, em Composição nº 5. Suas pesquisas voltam-se para a "linha orgânica", que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, realiza composições em preto-e-branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é entre os artistas vinculados ao concretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. A radicalidade com que explora as potencialidades expressivas dos planos, leva-a a desdobrá-los, como nos Casulos (1959), que são compostos de placas de metal fixas na parede, dobradas de maneira a criar um espaço interno. No mesmo ano, participa da 1ª Exposição Neoconcreta. O neoconcretismo define-se como tomada de posição com relação à arte concreta exacerbadamente racionalista e é formado por artistas que pretendem continuar a trabalhar no sentido da experimentação, do encontro de soluções próprias, integrando autor, obra e fruidor. Inicia, em 1960, os Bichos, obras constituídas por placas de metal polido unidas por dobradiças, que lhe permitem a articulação. As obras são inovadoras: encorajam a manipulação do espectador, que conjugada à dinâmica da própria peça, resulta em novas configurações. Em 1963, começa a realizar os Trepantes, formados por recortes espiralados em metal ou em borracha, como Obra-Mole (1964), que, pela maleabilidade, podem ser apoiados nos mais diferentes suportes ocasionais como troncos de madeira ou escada.
Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público. Caminhando (1964) é a obra que marca essa transição. O participante cria uma fita de Moebius [August Ferdinand Moebius (1790-1868), matemático alemão]: corta uma faixa de papel, torce uma das extremidades e une as duas pontas. Depois a recorta no comprimento de maneira contínua e, na medida em que o faz, ela se desdobra em entrelaçamentos cada vez mais estreitos e complexos. Experimenta um espaço sem avesso ou direito, frente ou verso, apenas pelo prazer de percorrê-lo e, dessa forma, ele mesmo realiza a obra de arte. Inicia então trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, retomar memórias ou provocar diferentes emoções. Neles, o papel do artista é de propositor ou canalizador de experiências. Por exemplo, em Luvas Sensoriais (1968) dá-se a redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas e em O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa (1967), um casal veste roupas confeccionadas pela artista, cujo forro comporta materiais diversos. Aberturas na roupa proporcionam, pela exploração táctil, uma sensação feminina ao homem e à mulher uma sensação masculina. A instalação A Casa É o Corpo: Labirinto (1968) oferece uma vivência sensorial e simbólica, experimentada pelo visitante que penetra numa estrutura de 8 metros de comprimento, passando por ambientes denominados "penetração", "ovulação", "germinação" e "expulsão".
Entre 1970 e 1975, nas atividades coletivas propostas por Lygia Clark na Faculté d'Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, a prática artística é entendida como criação conjunta, em transição para a terapia. Em Túnel (1973) as pessoas percorrem um tubo de pano de 50 metros de comprimento, onde às sensações de claustrofobia e sufocamento contrapõe-se a do nascimento, por meio de aberturas no pano, feitas pela artista. Já Canibalismo e Baba Antropofágica (ambos de 1973) aludem a rituais arcaicos de canibalismo, compreendido como processo de absorção e de ressignificação do outro. No primeiro acontecimento, o corpo de uma pessoa deitada é coberto de frutas, devoradas por outras de olhos vendados; e, no segundo, os participantes levam à boca carretéis de linha, de várias cores e lentamente os desenrolam com as mãos para recobrir o corpo de uma pessoa que está deitada no chão. No final, todos se emaranham com os fios. A partir de 1976, dedica-se à prática terapêutica, usando Objetos Relacionais, que podem ser, por exemplo, sacos plásticos cheios de sementes, ar ou água; meias-calças contendo bolas; pedras e conchas. Na terapia, o paciente cria relações com os objetos, por meio de sua textura, peso, tamanho, temperatura, sonoridade ou movimento. Eles permitem-lhe reviver, em contexto regressivo, sensações registradas na memória do corpo, relativas a fases da vida anteriores à aquisição da linguagem.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista destaca-se sobretudo por sua determinação em atravessar os territórios perigosos da arte e da terapia.
Cronologia
Vive no Rio de de Janeiro 1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994)
1950/1952 - Vive e estuda em Paris
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973)
1953- Retorna ao Rio de Janeiro
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades teurapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes
Críticas
"Os quadros de Lygia Clark não têm moldura de qualquer espécie, não estão separados do espaço, não são objetos fechados dentro do espaço: estão abertos para o espaço que neles penetra e neles se dá incessante e recente: tempo.
Esta pintura não 'imita' o espaço exterior. Pelo contrário, o espaço participa dela, penetra-a vivamente, realmente. É uma pintura que não se passa num espaço metafórico, mas no espaço 'real' mesmo, como um acontecimento dele. Não é, certamente, a mesma coisa que uma escultura de Bill ou de Weissmann - fatos do espaço, porque a arte de Lygia Clark, por mais afastada que esteja do conceito tradicional de pintura - da qual difere pelo objetivo e pelos meios -, encontrou como elemento fundamental e primeiro de sua expressão a superfície geometricamente bidimensional. Afirmar essa superfície e ao mesmo tempo ultrapassar-lhe a bidimensionalidade - eis os dois pólos entre os quais se desenrola a sua experiência. (...)
Desde que a pintura perdeu seu caráter imitativo-narrativo para ser 'essencialmente uma superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo' (Maurice Denis), o quadro, com todos os elementos materiais que entram em sua realização - pano, madeira, moldura, tinta-de-bisnaga, pincel - tornou-se, para o pintor, a única porta por onde podia ele introduzir sua atividade no universo significativo da arte. Mas esse quadro não existe sem moldura, e o artista, ao pintá-lo, já conta com a função amortecedora dessa faixa de madeira que introduzirá sua obra no mundo: porque a moldura não é nem a obra (do artista) nem o mundo (onde essa obra quer se inserir). A moldura é precisamente um meio-termo, uma zona neutra que nasce com a obra, onde todo conflito entre o espaço virtual e o espaço real, entre o trabalho 'gratuito' e o mundo prático-burguês se apaga. O quadro - essa superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo e protegida por uma moldura - é pois, em sua aparente simplicidade, uma soma de compromissos a que o artista não pode fugir e que lhe condiciona a atividade criadora. Quando Lygia Clark tenta, em 1954, 'incluir' a moldura no quadro, ela começa a inverter toda essa ordem de valores e compromissos, e reclama para o artista, implicitamente uma nova situação no mundo".
Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. Uma experiência radical. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 7-12.)
"Ela costuma dizer que seus atuais bichos caíram, como se dá com os casulos de verdade, da parede ao chão. Já em 1957, em seus cadernos de notas e pensamentos, Lygia se rebelava contra a forma seriada do concretismo, por ser 'uma maneira falsa de dominar o espaço', já que impossibilitava ao pintor ´de fazê-lo de uma tacada'. E escrevia, com espantosa lucidez, e antecipadamente: 'A obra (de arte) deve exigir uma participação imediata do espectador e ele, espectador, deve ser jogado dentro dela'. Visionária do espaço, como todo verdadeiro artista moderno (já no Manifesto Construtivista, da segunda década do século XX, Gabo e Pevsner afirmavam 'a convicção inabalável de que somente as construções espaciais tocariam o coração das massas humanas futuras'), refutando uma visão puramente óptica, ela almejava a que o espectador fosse 'jogado dentro da obra' para sentir, atuando sobre ele todas as possibilidades espaciais sugeridas pela obra. 'O que procuro', dizia ela, numa profunda intuição da realização futura, 'é compor um espaço'.
Ela punha, assim, já então, um problema de escultor. O conceito de espaço, como o de realidade, sofreu em nossa época profunda alteração. Já não são conceitos estáticos ou passivos, nem no sentido literal ou mesmo cinético, nem no sentido subjetivo. Não se trata mais de um espaço contemplativo mas de um espaço circundante".
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mario. Significação de Lygia Clark. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 14-17.)
"Cada vez que procuro situar a posição estética do meu desenvolvimento, historicamente em relação às suas origens, chego à conclusão de que não é um desenvolvimento individual muito forte e pessoal, como completa um contexto histórico e cria um movimento, junto a outros artistas. É uma necessidade de grupo, ativa. Aparece, então, a relação com a obra de Lygia Clark, que entre nós é o que de mais universal existe no campo das artes plásticas. Revendo o seu desenvolvimento, sobressai logo a coerência e a intuição de suas idéias, uma grandeza geral intrínseca que vem de dentro, otimista. Sobretudo a coragem afirmativa de suas démarches me impressiona. Está aí, a meu ver, o elo do desenvolvimento post-Mondrian, o elo iniciador entre nós de tudo o que de universal e novo se fará nesse fio de desenvolvimento. Lygia Clark não se limitou a compreender superficialmente o 'geometrismo' de Mondrian, possibilitando ver assim quais seriam as suas démarches mais importante e que abriram um novo rumo para a arte. Sua compreensão primeira é relativa ao 'espaço' como elemento fundamental atacado por Mondrian, ao qual deu novo sentido, sendo este o principal ponto que a levaria a se relacionar com Mondrian, e não a 'forma geométrica' como tantos outros. Compreende então o sentido das grandes intuições de Mondrian, não de fora mas de dentro, como uma coisa viva; a sua necessidade de 'verticalizar' o espaço, de 'quebrar a moldura', por ex. , não são necessidades pensadas, ou 'interessantes' como experiência, mas necessidades altamente estéticas e éticas, surpreendentes nobres, colocando-a em relação a Mondrian, como o cubismo em relação a Cézanne.
A obra de Lygia Clark, ainda relativamente no começo, como ela mesma a classifica, oscila entre uma fase de elaboração mais romântica e atinge o outro lado mais estrutural em fases mais arquitetônicas, chegando inclusive à própria arquitetura. Sua fase de 'unidades', pinturas tão espaciais e verticais que se aproximam virtualmente da arquitetura, é das mais importantes. Digo mesmo que, desde Mondrian, não havia sido o 'plano do quadro' tão vivenciado quanto aqui, e já enquanto em Mondrian era o fim da representação, esta levada ao seu extremo mais abstrato, aqui há um passo adiante na temporalização do espaço pictórico, propondo assim, logo em seguida, a sua quebra para o espaço tridimensional e a destruição do plano básico que constituía o quadro. A alternação entre linhas brancas e os espaços pretos cria tais virtualidades que dá à superfície uma dimensão infinita, tão desejada, p. ex. , por Albers, que só o conseguiu parcialmente. Lygia chega aqui ao cume de suas experiências de 'superfície', adquirindo uma transcendência raramente vista e vivenciada pelos ditos 'geométricos'. Na verdade o que importa aqui não é o 'geometrismo', nem a 'forma', nem óticas (como ainda em Albers), mas os espaços que se contrapõem criando o tempo de si mesmos. Essa experiência permanecerá válida como uma das mais surpreendentes na criação do sentido espácio-temporal da pintura, sendo que o preto não funciona como uma 'cor gráfica' ao lado do branco, mas como uma cor não-cor elementar, o limite em que a luz (branco) e a sombra (preto) se encontram e vitalizam-se pela contraposição espaço-tempo. Essas obras são ortogonais em sua estrutura, mas nem sequer se aproximam de Mondrian quanto a 'aparências'; e pensar que houve quem dissesse que ninguém faria um quadro ortogonal sem que caísse em Mondrian (ao contrapor horizontal e vertical). Aqui o sentido ortogonal é universal, vertical e arquitetônico, e não particular em relação a Mondrian ou ao neoplasticismo.
Logo em seguida a superfície frontal é consumida totalmente pelo preto, e o branco aparece na quina do quadro, pois já é esta experiência (já se dá) o que ela chama do 'fio do espaço' (mesmo nas unidades).
É interessante notar que aqui a ortogonalidade roda no sentido losangular, e é este o primeiro passo definitivo para a saída para o espaço (casulos, bichos). Lygia chamou este trabalho de 'ovo', sendo realmente o depositário de todo o desenvolvimento espacial posterior. O 'ovo' já vagava dos lados criando 'tunéis' de ponta a ponta. Estava aí iniciada a magistral experiência que se cristalizou nos 'bichos' ".
Hélio Oiticica (OITICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 33-34.)
"Estranhamente orgânicos em suas carcaças metálicas, os bichos constituem protótipos de uma nova espécie. Protótipos sim, porque a intenção era produzi-los em série. Vendê-los em todo canto, permitir que muitos os comprassem, enfim, romper a aura da obra única. Intenção voltada para o social como protesto contra o elitismo, contra o monopólio da arte, para existir na rua, no apartamento de qualquer um e não restritos a galerias e museus. Não deu certo, não plenamente. Poucos foram reproduzidos. Os que remanescem estão paralisados numa solidão castrativa, respeitosamente contemplados - a distância -, pertencem a coleções. Fetichizados, são forçados a retroceder ao pedestal, negando a liberdade de origem.
Concebidos para ser múltiplos e não únicos, os bichos quase não se multiplicaram. (...)
O material utilizado, o corte seco, o aspecto polido e a concepção serial fazem dos bichos obras comprometidas com a conjugação do tecnológico com o poético. 'Entre-objetos', no dizer de Max Bense, porque 'artificiais e artísticos correspondem simultaneamente tanto a uma possível determinação quanto a uma possível indeterminação'. Objetos em trânsito são de caráter construtivo porque contêm elementos matemáticos, aproximando-se, porém, do conceito de objetos não construtivos, porque admitem intervenções".
Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Lygia Clark: obra-trajeto. São Paulo: Edusp, 1992. p. 79-85.)
"A trajetória construtiva de Lygia Clark iniciou-se nos anos 50 com as soluções visuais que apresentou aos problemas da representação do espaço no plano colocados pelas vanguardas artísticas internacionais; procuraremos reconstituir essa pesquisa, que se desenvolveu até os anos 80 orientada pela 'paixão da coerência'. 'O trabalho tem uma linha, embora você o olhando ache que não tem nada a ver uma coisa com a outra, quer dizer, formalmente, não tem nada realmente, mas no sentido de conceito é inquebrável'. Esse conceito não é um a priori formal, uma teleologia situada na origem de sua prática artística, que pode explicar o dinamismo interior; é antes a razão de desenvolvimento, que nos permite apreender o sentido de seus deslocamentos. Seu percurso é um movimento natural feito de diferenças e mudanças qualitativas semelhantes às fases de desenvolvimento de um ser vivo. Uma linha evolutiva: 'Nunca se pode voltar atrás'.
A análise descritiva de sua série construtiva, que une as pinturas às proposições sensoriais, mostra como seu trabalho não é o resultado empírico de especulações puramente teóricas: 'Nunca tive um conceito a priori. No começo, era uma naïve. Com meu trabalho é que fui ficando mais apurada para sentir e conceituar tudo. Aliás, eu sempre disse que, para mim, fazer arte era antes me elaborar como ser humano; não era ter nome ou ter qualquer tipo de conceituação'. E não foi tampouco a utilização de diferentes materiais (pigmentos, chapas metálicas, borracha, sacos plásticos, isopor, etc. ) que impulsionou sua pesquisa, do espaço representativo ao espaço orgânico: 'Nunca o material se impôs a mim. Quando tenho de expressar um pensamento, eu busco o material que corresponde à linguagem que procuro. Não trabalho em função de novos materiais' ".
Ricardo Nascimento Fabbrini (FABBRINI, Ricardo Nascimento. O espaço de Lygia Clark. São Paulo: Atlas, 1994. p. 11-12.)
"A trajetória de Lygia Clark é a aventura do espaço. A torção da lógica do plano em fluxo das pulsões define seus marcos. Desde a percepção empírica dos degraus de escadas como uma estrutura arquitetônica de planos, o processo de Lygia Clark implica a conversão de uma arte sobre o plano geométrico em poética da topologia e de sua experiência. Da dimensão planar à compreensão da possibilidade de discussão da configuração material do plano pictórico, do redimensionamento do geométrico em campo do olhar para articulação dos sentidos, depois voltados para uma arquitetura do espaço interior do sujeito (...) Entre a 'obsessão' de Cézanne e a 'loucura' de Van Gogh, poderia ser situada a posição de Lygia Clark como 'não-artista', que assim seria comparável a 'uma tela inacabada' de Cézanne (ao deixar o linho cru transparecer como parte constitutiva da paisagem pintada), diz Frederico Gomes. Clark avança para ultrapassar a importância do objeto. O artista não é o que apresenta o objeto, mas o que propõe a experiência, como em Caminhando. A relação clara é entre o artista e o Outro. Em paralelo, Oiticica fala da 'supressão definitiva da obra de arte'. Na constituição do corpo coletivo, Lygia Clark explora trocas num tecido de alteridades. Hélio Oiticica declara-se um não moderno. Finalmente, a atuação da artista, o Outro e os objetos relacionais são engajados numa ação terapêutica, ultrapassado o limite entre arte e vida. Não existe, nesta prática, qualquer possibilidade de ação no plano do sistema de arte, seja o museu, o mercado, a crítica ou a história. Lygia assume os extremos de seu projeto: declara-se não-artista. Sua relação de alteridade, através de sua atuação cultural, paulatinamente, se desloca da fruição do espectador e de sua atuação (como na teoria do não-objeto) para a compreensão do Outro como ser necessário e finalmente sujeito concreto".
Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. A aventura planar de Lygia Clark: de caracóis, escadas e caminhando. In: CLARK, Lygia. Lygia Clark. São Paulo: MAM, 1999. p. 7, 57.)
Acervos
21st Museum of Contemporary Art - Kanazawa (Japão)
Austin Desmond Fine Art - Inglaterra
Centre Pompidou - Musée National d´Art Moderne - Paris (França)
Cisneros Fontanals Art Foundation (Cifo) - Miami (Estados Unidos)
Colección Costantini - Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) - Buenos Aires (Argentina)
Coopel Collection - México
Daros Latinamerica - Zurique (Suíça)
Fundacion Cisneros - Caracas (Venezuela)
Museo de la Solidaridad Salvador Allende - Santiago (Chile)
Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia - Madri (Espanha)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) - Niterói RJ
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro, (MAM/RJ) - Rio de Janeiro RJ
Museum of Fine Arts - Houston (Estados Unidos)
Museum of Modern Art (MoMA) - Nova York (Estados Unidos)
Tate Modern - Londres (Reino Unido)
Walker Art Center - Estados Unidos
Exposições Individuais
1952 - Paris (França) - Individual, Institut Endoplastique
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Ministério da Educação e Cultura
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Guggenheim
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Bonino
1963 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Louis Alexander Gallery
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Museu de Arte Moderna
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Studium Generale Technische Hochschule
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Estúdio de Max Bense
1965 - Londres (Inglaterra) - Individual, Signals Gallery
1968 - Essen (Alemanha) - Individual, Galeria M. E. Thelen
1968 - Rio de Janeiro RJ - A Casa É o Corpo, Museu de Arte Moderna
1970 - Colônia (Alemanha) - Individual, Kolner Kunster Markt
1971 - São Paulo SP - Individual, Galeria Ralph Camargo
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Fundação Nacional de Artes. Centro de Artes
1980 - Niterói RJ - Individual, Galeria Jurandir Noronha
1981 - São Paulo SP - Individual, Pinacoteca do Estado
1982 - São Paulo SP - Individual, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Paulo Klabin
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Olivia Kahn
Exposições Coletivas
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, Palácio da Cultura
1954 - Veneza (Itália) - 27º Bienal de Veneza
1955 - Neuchâtel (Suíça) - Artistas Brasileiros
1955 - Paris (França) - Artistas Brasileiros, Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, Museu de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão das Nações
1956 - Montevidéu (Uruguai) - Pintura Brasileira Contemporânea, Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, Itatiaia Country Club
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Museu de Arte Moderna
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Ministério da Educação e Cultura
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio aquisição
1958 - São Paulo SP - Clark, Weissmann e Charoux, Galeria de Artes das Folhas
1958 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, Galeria de Artes das Folhas
1959 - Amsterdã (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Barcelona (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Basiléia (Suíça) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros n Europa
1959 - Londres (Inglaterra) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ- 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1959 - Roma (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Galeria Belvedere da Sé
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - La Paz (Bolívia) - Coletiva, Museo de Arte Moderno
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, Museum of Modern Art
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Bonino: Mostra Inaugural, Galeria Bonino
1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, Museu de Arte Moderna
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Veneza (Itália) - 30ª Bienal de Veneza
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio melhor escultor nacional
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Collection of Works by Brazilian Artists, Pan American Union Gallery
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, Museu Carlos Gomes
1963 - Roma (Itália) - Mostra Arte Brasileira, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal - sala especial
1963 - Trieste (Itália) - Mostra d'Arte Brasiliana
1964 - Arras (França) - O Hoje de Amanhã, Musée d´Arras
1964 - Londres (Inglaterra) - 1º Festival de Arte Moderna da América Latina, Signals Gallery
1964 - Londres (Inglaterra) - 2ª Exposição Piloto de Arte Cinética
1964 - Paris (França) - Movimento II, Galerie Denise René
1965 - Edimburgo (Escócia) - Arte e Movimento, Diploma Galleries of the Royal Scottish Academy
1965 - Glasgow (Escócia) - Arte e Movimento, Kelvingrove Art Gallery and Museum
1965 - Liverpool (Inglaterra) - Arts-Science 1965, The University of Liverpool Students Union
1965 - Londres (Inglaterra) - An Anthology of Mobile Sculpture, Signals Gallery
1965 - Paris (França) - Objectits 65, Galerie de la Librarie Anglaise
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, UFMG
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno
1966 - La Jolla (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Museum of Contemporary Art San Diego
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno de Montevidéo
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, Museu de Arte Moderna
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial e grande prêmio
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, San Francisco Art Museum
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, Museu de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza - sala especial
1969 - Califórnia (Estados Unidos) - Simposium of Sensorial Art
1969 - Essen (Alemanha) - Bonalumi - Clark - Cruz Diez, Galeria M. E. Thelen
1969 - Londres (Inglaterra) - Arts Council of Great Britain
1969 - Paris (França) - 24º Salon des Realités Nouvelles
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, Museu de Arte Moderna
1970 - Medellín (Colômbia) - 2ª Bienal de Medellín, Museo de Antioquia
1970 - Oxford (Inglaterra) - Coletiva, no Museum of Modern Art
1970 - Paris (França) - Salon Jeune Sculpture
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, Galeria da Collectio
1973 - Rio de Janeiro RJ - Vanguarda Internacional, Galeria Ibeu Copacabana
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira: figuras e movimentos, Galeria Arte Global
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Museu de Arte Moderna
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Pinacoteca do Estado
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, Museu Lasar Segall
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, Museu de Arte Brasileira
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Amilcar de Castro, Lygia Clark, Sérgio de Camargo e Franz Weissmann, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijik, Espaço NO Galeria Chaves
1981 - Recife PE - 1ª Exposição Internacional de Art-Door
1982 - Havaí (Estados Unidos) The First International Shoe-Box, Sculpture, University of Hawai Arts Gallery
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Barbican Art Gallery
1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, Pinacoteca do Estado
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, Museu de Arte Moderna
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, Museu de Arte Moderna
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, Fundação Bienal
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Tendências do Livro de Artista no Brasil - Arte Brasileira Atual: 1985, Galeria de Arte UFF
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo
1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Paço Imperial
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - Abstração Geométrica, Museu de Arte Brasileira
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (janeiro)
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (julho)
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Algumas Mulheres, Galeria de Arte Ipanema
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, Museu de Arte Brasileira
1987 - São Paulo SP - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, The Institute for Art and Urban Resources, Inc.
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, Museu de Arte Moderna
Exposições Póstumas
1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, The Bronx Museum of the Arts
1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, no El Paso Museum of Art
1989 - Estocolmo (Suécia) - Art in Latin America: the modern era 1820 - 1980, Moderna Museet
1989 - Londres (Inglaterra) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Hayward Gallery
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, San Diego Museum of Art
1989 - San Juan (Porto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Instituto de Cultura Puertorriqueña
1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date
1990 - Madri (Espanha) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Palacio de Velázquez
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Espiral, Miriam Mamber Galeria de Arte
1991 - Curitiba PR - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu Municipal de Arte
1991 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1991 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Pinacoteca do Estado
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Centre Georges Pompidou
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil
1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, Galeria de Arte São Paulo
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Estación Plaza de Armas
1992 - Washington (Estados Unidos) - Arte Visual Brasileira
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, Kunsthaus Zürich
1993 - Belo Horizonte MG - Individual, Museu de Arte de Belo Horizonte
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Kunsthalle Cologne
1993 - Florença (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nationale Centrale di Firenze
1993 - Milão (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nazionale Braidense
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, The Museum of Modern Art
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas Artes
1993 - Roma (Itália) - Brasil: Segni d'Arte
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, Dan Galeria
1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Fondazione Scientífica Querini Stampalia
1994 - Belo Horizonte MG - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaú Cultural
1994 - Penápolis SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Centro Cultural do Banco do Brasil
1994 - São Paulo SP - 22ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - O Efêmero na Arte Brasiliera: anos 60/70, Itaú Cultural
1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Museu de Arte Moderna
1996 - Boston (Estados Unidos) - Inside the Visible, Institute of Contemporary Art
1996 - Brasília DF - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1996 - Kortrijk (Bélgica) - Inside the Visible, Kanaal Art Foundation
1996 - Londres (Inglaterra) - Inside the Visible, Whitechapel Art Gallery
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
1996 - Perth (Austrália) - Inside the Visible, Art Gallery of Western Australia
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, Centro Cultural Banco do Brasil
1996 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria José Edelstein
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, Paço das Artes
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, Casa das Rosas
1996 - Washington D.C. (Estados Unidos) - Inside the Visible, National Museum of Women in the Arts
1997 - Barcelona (Espanha) - Retrospectiva, Fundació Antoni Tàpies
1997 - Kassel (Alemanha) - 10ª Documenta, Museum Fridericianum
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, Banco Safra
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID
1998 - Barcelona (Espanha) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Museu d'Art Contemporani
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Bruxelas (Bélgica) - Individiual, Palais des Beaux-Arts
1998 - Campinas SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Los Angeles (Estados Unidos) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, The Museum of Contemporary Art
1998 - Marselha (França) - Individual, nas Galeries Contemporaines des Musées de Marseille
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, Museu de Arte Contemporânea
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Porto (Portugal) - Individual, na Fundação de Serralves
1998 - Rio de Janeiro RJ - Caminhando: retrospectiva de Lygia Clark, no Paço Imperial
1998 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de 68, Centro Cultural Banco do Brasil
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1998 - Viena (Áustria) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Austrian Museum of Applied Arts
1999 - Brasília DF - LHL: Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Galeria da Caixa Econômica Federal
1999 - Los Angeles (Estados Unidos) - The Experimental Exercise of Freedom: Lygia Clark, Gego, Mathias Goeritz, Helio Oiticica, And Mira Schendel, The Museum of Contemporary Art
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1999 - São Paulo SP - 3º Heranças Contemporâneas III, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1999 - São Paulo SP - Individiual, Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, Museu de Arte Moderna
1999 - Tóquio (Japão) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Hara Museum of Contemporary Art
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, Caixa Cultural
2000 - Caracas (Venezuela) - Território Comum, Miradas Diversas: artistas latinoamericanos em el siglo XX, Espacios Unión
2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, MAC-Niterói
2000 - Praga (República Tcheca) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, National Gallery
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, Paço Imperial
2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, Fundação Casa França-Brasil
2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, Fundação Bienal
2000 - Varsóvia (Polônia) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment
2001 - Belo Horizonte MG - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaú Cultural
2001 - Buenos Aires (Argentina) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - Oxford (Inglaterra) - Experiment Experiência: Art in Brazil 1958-2000, Museum of Modern Art Oxford
2001 - Penápolis SP - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaugaleria
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Lygia Clark, Espaço Antonio Bernardo
2001 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Brasileira da FAAP
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, Museu de Arte Brasileira
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, Itaú Cultural
2002 - Berkeley (Estados Unidos) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Berkeley Art Museum and Pacific Film Archive
2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Madri (Espanha) - Arco/2002, Parque Ferial Juan Carlos I
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, Museu de Arte Moderna
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment (2002 : Rio de Janeiro, RJ) - Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ)
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Coletiva 2002, Galeria Baró Senna
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2003 - Belo Horizonte MG - 10 x minas, Museu de Arte da Pampulha
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2003 - Buenos Aires (Argentina) - Geo-Metrias: abastracción geométrica latinoamericana en la Colección Cisneros, Malba
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, Museo Rufino Tamayo
2003 - Curitiba PR - Imagética, Cinemateca de Curitiba
2003 - Ipatinga MG - 10 x Minas, Centro Cultural Usiminas - Ipatinga
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, Museu de Arte Moderna
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, Pinakotheke
2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, Museu Vale
2004 - Kyoto (Japão) - Brazil: body nostalgia, National Museum of Modern Art, Kyoto
2004 - Madri (Espanha) - Arco, Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, Museu de Arte Contemporânea
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, Museu de Arte Moderna
2004 - São Paulo SP - Individual, Dan Galeria
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, Galeria Brito Cimino
2004 - Tóquio (Japão) - Brazil: body nostalgia, The National Museum of Modern Art
2005 - Chicago (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Museum of Contemporary Art
2005 - Fortaleza CE - Arte Brasileira: nas coleções públicas e privadas do Ceará, Espaço Cultural Unifor
2005 - Londres (Inglaterra) - Open Systems: Rethinking Art c.1970, Tate Modern
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, Museu Imperial
2005 - Porto Alegre RS - 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, Centro Cultural Banco do Brasil
2005 - São Paulo SP - 100 Anos da Pinacoteca: a formação de um acervo, Galeria de Arte do Sesi
2005 - São Paulo SP - Através, ou a Geometria Corrompida, Galeria Bergamin
2005 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz-de-conta à vertigem, Itaú Cultural
2005 - São Paulo SP - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural
2006 - Londres (Inglaterra) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Barbican Art Gallery
2006 - Niterói RJ - Abrigo Poético: diálogos com Lygia Clark, Museu de Arte Contemporânea
2006 - Nova York (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, The Bronx Museum of the Arts
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Museu de Arte Moderna
2006 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Lygia Clark, do Objeto ao Acontecimento: nós somos o molde, a vocês cabe o sopro, Pinacoteca do Estado
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, Oca
2006 - São Paulo SP - Manobras Radicais, Centro Cultural Banco do Brasil
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Pinacoteca do Estado
2007 - Belo Horizonte MG - Binária: acervo e coleções, Museu de Arte da Pampulha
2007 - Curitiba PR - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu Oscar Niemeyer
2007 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, MAC-Niterói
2007 - Nova York (Estados Unidos) - New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: selections from a decade of acquisitions, Museum of Modern Art
2007 - Ribeirão Preto SP - E: conjunção - conexão, Galeria de Arte Marcelo Guarnieri
2007 - Rio de Janeiro RJ - Tropicália: uma revolução na cultura brasileira, Museu de Arte Moderna
2007 - Salvador BA - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Questão, Instituto Tomie Ohtake
2007 - São Paulo SP - Arte e Ousadia - o Brasil na Coleção Sattamini, Museu de Arte de São Paulo
2007 - São Paulo SP - Mirada: latino-americanos do MAC USP no Memorial, Galeria Marta Traba
2007 - São Paulo SP - o(s)cinético(s), Instituto Tomie Ohtake
2008 - Albany (Estados Unidos) - Latin American and Caribbean Art: Selected Highlights from the Collection of the Museum of Modern Art, New York State Museum
2008 - Estocolmo (Suécia) - Time & Place: Rio de Janeiro 1956-1964, Moderna Museet
2008 - Nova York (Estados Unidos) - Arte No Es Vida: actions by artists of the Americas, 1960-2000, El Museo del Barrio
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - MAM 60, Oca
2008 - São Paulo SP - Quando Vidas se Tornam Forma: diálogo com o futuro Brasil-Japão, Museu de Arte Moderna
2008 - Zurique (Suíça) - Face to Face - The Daros Collections, Part 2, Daros Exhibitions
2009 - Cidade do México (México) - Arte Vida: acciones por artistas de las Américas, 1960-2000, Museo de Arte Carrillo Gil
2009 - Houston (Estados Unidos) - North Looks South: building the Latin American Art Collection, The Museum of Fine Arts
2009 - Madri (Espanha) - 28º Arco
2009 - Madri (Espanha) - Materia Gris, Galería Cayón
2009 - São Paulo SP - Diálogo Concreto: design e construtivismo no Brasil, Caixa Cultural
2009 - Zurique (Suíça) - Hot Spots: Rio de Janeiro / Milano - Torino / Los Angeles, Kunsthaus Zürich
2010 - Porto Alegre RS - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Fundação Iberê Camargo
2010 - Rio de Janeiro RJ - Genealogias do Contemporâneo, Museu de Arte Moderna
2010 - Santander (Espanha) - Río Experimental: más allá del arte, el poema y la acción, Espacio da Fundación Marcelino Botín
2010 - São Paulo SP - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Pinacoteca do Estado
2010 - São Paulo SP - Por Aqui, Formas Tornaram-se Atitudes, Sesc
2010 - São Paulo SP - Primeira e Última, Notas Sobre o Monumento, Galeria Luisa Strina
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, Fundação Bienal
2010 - São Paulo SP - Versões do Modernismo, Instituto de Arte Contemporânea
2011 - Nova York (Estados Unidos) - Playing With Form: neo concrete art from Brazil, Dickinson
2011 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo e o Ambiente Cultural do Pós-Guerra, Fundação Iberê Camargo
2011 - Rio de Janeiro RJ - É Assim Mesmo!, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - Modernismos no Brasil, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
2011 - São Paulo SP - Ordem e Progresso: vontade construtiva na arte brasileira, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, Pavilhão da Bienal
2012 - São Paulo SP - Lygia Clark: uma retrospectiva, Instituto Cultural Itaú
Fonte: LYGIA Clark. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931-2014), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Lygia Clark iniciou seus estudos artísticos em 1947, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Roberto Burle Marx e Zélia Salgado. Em 1950, Clark viajou a Paris onde estudou com Arpad Szènes, Dobrinsky e Léger. A artista dedicou-se ao estudo de escadas e desenhos de seus filhos, assim como realizou os seus primeiros óleos. Após sua primeira exposição individual, no Institut Endoplastique, em Paris, no ano de 1952, a artista retornou ao Rio de Janeiro e expôs no Ministério da Educação e Cultura.
Clark foi uma das fundadoras do Grupo Frente que foi criado em 1954. Dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo, ela se uniu a Décio Vieira, Rubem Ludolf, Abraham Palatnik, João José da Costa, entre outros.
“Superfícies Moduladas, 1952-57” e “Planos em Superfície Modulada, 1956-58” (suporte). Lygia ainda participou, em 1954, com a série “Composições”, da Bienal de Veneza – fato que se repetiria, em 1968, quando foi convidada a expor, em sala especial, toda a sua trajetória artística até aquele momento.
A artista trabalhou com instalações e body art. Em 1954, incorporou como elemento plástico a moldura em suas obras, como por exemplo em "Composição n.º 5". Suas pesquisas voltaram-se para a linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, Clark realizou composições em preto e branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra.
Em 1959, integrou a I Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, ao lado de Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. Clark propôs com a sua obra, que a pintura não se sustentava mais em seu suporte tradicional. Procura novos voos. Nas “Unidades, 1959”, moldura e “espaço pictórico” se confundem, um invadindo o outro, quando Clark pinta a moldura da cor da tela. É o que a artista chama de “linha orgânica”, em 1954.
A experiência com a maleabilidade de materiais duros converte-se em material flexível. Lygia Clark chegou à matéria mole: deixou de lado a matéria dura (a madeira), passou pelo metal flexível dos “Bichos” e chegou à borracha na “Obra Mole, 1964”. A transferência de poder, do artista para o propositor, tem um novo limite em “Caminhando, 1963”. Cortar a fita significava, além da questão da “poética da transferência”, desligar-se da tradição da arte concreta, já que a “Unidade Tripartida, 1948-49”, de Max Bill, ícone da herança construtivista no Brasil, era constituída simbolicamente por uma fita de Moebius. Esta fita distorcida na “Obra Mole” agora é recortada no “Caminhando”. Era uma situação limite e o início claro de num novo paradigma nas Artes Visuais brasileiras. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio “corpo” que interessava a Lygia.
Em sua proposição "Baba Antropofágica", de 1973, os fios de linha que caem gradualmente formam uma rede ou malha que cobre horizontalmente o participante. Uma vez que os carretéis são esvaziados, todo mundo abre os olhos e “reconecta” com a baba separando os fios molhados até que a malha seja desfeita. A “destruição” dessa malha é feita com agressividade, euforia e, até mesmo, dor, porque os fios são difíceis de quebrar; ele é seguido por uma discussão. O ato deve ser repetido várias vezes de modo que possa ser experimentado em diferentes formas e não se limita a uma interpretação ou experiência. O carretel girando faz com que a boca produza saliva extra, que capture as roscas e absorva-as, de modo que cada participante babe sobre a pessoa abaixo. O ato de puxar o fio para fora de sua boca chama a atenção ao fato de trazer algo de dentro para fora. De acordo com Clark, os participantes “primeiro sentem que estão puxando o fio para fora, em seguida, eles começam a perceber que estão puxando suas próprias tripas”.
A partir de um sonho, Clark, para quem a psicanálise foi uma constante referência, elabora a instrução oral que indica que carretéis de fios de costura são colocados na boca dos participantes, e estes vão retirando os fios continuamente de suas bocas, e deixando-os cair sobre o corpo de um outro participante. A substância da vida, como no sonho, vai sendo derramada, ou dada para aquele que, passivamente, a recebe. Como em todas as proposições, Clark faz a instrução linguística para a ação que deve ser desempenhada (performada) pelos participantes. Clark intenta abordar uma espécie de perda da substância. A perda da substância nos remete à perda da autoria da obra, a qual torna-se tão relevante.
"Baba Antropofágica" não possui na essência da proposição o cuspe ou a saliva, pois para Clark essa baba é capaz de nutrir-se do corpo do outro; ao contrário do cuspe que remete a desprezo, e a saliva tem a função de auxílio na mastigação. Essa proposição reverbera o poder e a energia no que é abjeto e nos dá nojo e repulsa.
Lygia Clark acreditava que arte e terapia psicológica andavam de mãos dadas. Tanto que, com base em objetos manuseáveis que criava ou recolhia da natureza, como balões de ar, sacos de terra e água e até pedras, pensava ter o dom de curar os males da alma. Conforme uma sessão de terapia em Sorbonne na década de 70, após uma jovem cair em transe, Clark diz que ela não tinha preparo psicológico para suportar os exercícios de sensibilização e relaxação porque estes liberam conteúdos reprimidos e a imaginação dos que participam.
Os instrumentos nas mãos de Lygia passavam a assumir poderes imprevisíveis e eram chamados por ela de Objetos Sensoriais. Tais objetos nunca foram vistos com bons olhos por psicanalistas franceses e brasileiros porque ela não tinha formação acadêmica na área. Clark, por sua vez, não deixava ninguém sem resposta. Questionava qualquer um que ousasse falar mal de seu trabalho que por trás tinha conceitos dos mais sofisticados e elaborados por ela mesma. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, a artista integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva.Erro de citação: Parâmetro inválido na etiqueta.
A trajetória de Lygia Clark faz dela uma artista atemporal e sem um lugar muito bem definido dentro da História da Arte. Tanto ela quanto sua obra fogem de categorias ou situações em que podemos facilmente embalar; Lygia estabelece um vínculo com a vida, e podemos observar este novo estado nos seus "Objetos sensoriais, 1966-1968”: a proposta de utilizar objetos do nosso cotidiano (água, conchas, borracha, sementes), já aponta no trabalho de Lygia, por exemplo, uma intenção de desvincular o lugar do espectador dentro da instituição de Arte, e aproximá-lo de um estado, onde o mundo se molda, passa a ser constante transformação.
Em 1981, Lygia diminuiu paulatinamente o ritmo de suas atividades. Em 1983 foi publicado, numa edição limitada de 24 exemplares, o “Livro Obra", uma verdadeira obra aberta que acompanha, por meio de textos escritos pela própria artista e de estruturas manipuláveis, a trajetória da obra de Lygia desde as suas primeiras criações até o final de sua fase neoconcreta.
Últimos anos e morte
Em 1986, realizou-se, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, o IX Salão de Artes Plásticas, com uma sala especial dedicada a Hélio Oiticica e Lygia Clark. A exposição constituiu a única grande retrospectiva dedicada a Lygia Clark ainda em atividade artística. Em 25 abril de 1988, Lygia Clark faleceu de ataque cardíaco. Ela não se casou. Teve três filhos com Aluísio Clark Ribeiro: Álvaro, Eduardo e Elisabeth.
Obra
Máscara Abismo
Lygia Clark estabeleceu uma nova conexão com sua arte quando, no início da década de 1970, entrou em contato com o estudo da psique humana, a partir daí criou um novo rumo para se vivenciar a arte e passou a se concentrar no desenvolvimento de experiências sensoriais e seu uso terapêutico.
O questionamento cada vez mais profundo do estatuto do objeto de arte, do artista e do espectador; assim criando as máscaras sensoriais, essas obras que propõem uma experiência solitária. Na verdade, uma busca pelo autoconhecimento. Não há o contato com o outro, mas com seu próprio eu.
Uma das obras mais famosas de Lygia Clark é a Máscara abismo, ela tenta dar a experiência do seu órgão fora do seu corpo, e como um objeto qualquer pode ser acoplado a ele. A Máscara abismo era composta por um saco de rede sintética que envolve um saco plástico cheio de ar. Se colocava sobre rosto e sua extremidade prolongava-se sobre seu peito, como uma tromba de animal.
Esse trabalho a artista tenta substituir a experiência estética pela sensorial, incentivando o uso do tato, como ferramentas de transição que buscam estimular uma maior sensibilidade e libertação criativa, que servem para promover um mergulho na subjetividade, libertar o que Lygia chamava de “fantasmagorias do corpo”.
A máscara proporciona a quem a vestisse a sensação de estar caindo em um espaço vazio. Como a própria Lygia Clark aponta “O vazio que se apodera de mim só pode ser entendido sentindo e assim creio que sentindo posso entendê-lo, mas não resolvê-lo.”
Tocar, cheirar, apertar, sentir, interagir. Este era o propósito maior das obras de Clark. Entrar em contato com este novo universo artístico significa deixar um pouco de si e levar um pouco do que a artista desejava.
Os Bichos
As obras “Bichos” de Lygia Clark, feitas com metal unidas com dobradiças, fazendo com que as obras fiquem volumosas, dessa forma, Clark forma os bichos. São seres constituídos de várias formas de movimentos, estruturadas através da linha orgânica, que aparece como colunas vertebradas. Clark firma então um compromisso com a arte e a vida, fazendo-as aproximarem-se. Afirma que seus “bichos” têm vida própria.
“Um bicho não é apenas para ser contemplado e mesmo tocado. Requer relacionamento. Ele tem respostas próprias, e muito bem definidas para cada estímulo que vier a receber.”
Essas obras de Lygia Clark inspiram imaginação, como quando procuramos ver desenhos nas nuvens, pois seu geocentrismo não é, de forma alguma, frio. Entretanto, suas linhas dinâmicas suas posições variadas remetem ludicamente ao observador/interator a fazer associações formais com seres vivos em suas múltiplas configurações. A própria Lygia coloca nome em alguns com base no que representam em certo momento.
Contra Relevo
A trajetória artística de Lygia Clark traz uma ideia de como se dá o processo de criação de um artista contemporâneo e de como vai amadurecendo seu trabalho. Percebemos a importância da linha orgânica nas investigações e pesquisas plásticas desta artista.
Há um momento em que Lygia Clark chega ao auge de sua arte e passa a “confundi-la” com a vida, rompendo uma tênue linha, o que a faz declarar-se “não-artista”, mas terapeuta. Consideramos os bichos como as obras que melhor representam esse “auge” antes da transição. A Obra Contra Relevo é uma obra da artista brasileira, ela incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como por exemplo, em composição n° 5. Suas pesquisas voltam-se para linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura, em 1957 e 1959 ela realiza composições em preto e branco formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola na qual a linha orgânica se evidencia na obra contra relevo. Vista tudo que li da artista o objetivo dela era estabelecer uma nova linguagem abstrata na arte brasileira fundou o neoconcretismo, a obra contra relevo é um pequeno quadro de compensado tem a dimensão de 55,5 x 55,5 x 4,5cm com três figuras geométricas pintadas em preto e branco, a exploração da área frontal e a área lateral em formas com que o espectador pudesse olhar pelos lados chegando até o espaço interno, essencial para chegar até a tridimensionalidade de suas obras, a mesma foi criada em 1959, a obra em si tem a composição de tinta industrial sobre madeira.
A Lygia apresentou sua arte a primeira vez na Bienal de Artes Plásticas da Bahia no ano de 1966, em maio ela foi arrematada por US$ 2,225 milhões no leilão de arte latino-americana promovido pela Phillips em Nova York, alcançando recorde de preço para obra da artista brasileira em venda pública em 1966.
Cronologia
1947/1950 - Vive no Rio de Janeiro.
1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994).
1950/1952 - Vive e estuda em Paris.
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973).
1953- Retorna ao Rio de Janeiro.
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros.
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos.
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim.
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto.
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro.
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador.
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante .
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo.
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos.
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris.
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal.
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark.
1973 - Criação da Proposição "Baba Antropofágica"
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro.
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais.
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo.
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark.
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista.
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes.
Homenagens
Em 23 de outubro de 2015, em seu 95º aniversário de nascimento, Lygia foi homenageada pelo Google através de um Doodle.
Recorde de valores
Em maio de 2013, a obra Contra Relevo foi arrematada, em Nova York, por US$ 2,2 milhões (R$ 4,5 milhões), tornando-se ate aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Em agosto de 2013, novamente sua obra, a Superfície Modulada nº 4, foi arrematada num leilão na Bolsa de Arte de São Paulo por R$ 5,3 milhões, batendo o recorde e tornando-se até aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Fonte: Wikipédia, consultado em 12 de março de 2020.
Crédito fotográfico: USP, consultado em 12 de março de 2020.
Lygia Pimentel Lins (23 de outubro de 1920, Belo Horizonte, MG — 25 de abril de 1988, Rio de Janeiro, RJ), conhecida pelo pseudônimo Lygia Clark, foi uma pintora e escultora brasileira contemporânea que se autointitulava "não artista".
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973).
É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976; dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.
Análise
Lygia Clark trabalha com instalações e body art. Em 1954, incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como, por exemplo, em Composição nº 5. Suas pesquisas voltam-se para a "linha orgânica", que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, realiza composições em preto-e-branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é entre os artistas vinculados ao concretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. A radicalidade com que explora as potencialidades expressivas dos planos, leva-a a desdobrá-los, como nos Casulos (1959), que são compostos de placas de metal fixas na parede, dobradas de maneira a criar um espaço interno. No mesmo ano, participa da 1ª Exposição Neoconcreta. O neoconcretismo define-se como tomada de posição com relação à arte concreta exacerbadamente racionalista e é formado por artistas que pretendem continuar a trabalhar no sentido da experimentação, do encontro de soluções próprias, integrando autor, obra e fruidor. Inicia, em 1960, os Bichos, obras constituídas por placas de metal polido unidas por dobradiças, que lhe permitem a articulação. As obras são inovadoras: encorajam a manipulação do espectador, que conjugada à dinâmica da própria peça, resulta em novas configurações. Em 1963, começa a realizar os Trepantes, formados por recortes espiralados em metal ou em borracha, como Obra-Mole (1964), que, pela maleabilidade, podem ser apoiados nos mais diferentes suportes ocasionais como troncos de madeira ou escada.
Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público. Caminhando (1964) é a obra que marca essa transição. O participante cria uma fita de Moebius [August Ferdinand Moebius (1790-1868), matemático alemão]: corta uma faixa de papel, torce uma das extremidades e une as duas pontas. Depois a recorta no comprimento de maneira contínua e, na medida em que o faz, ela se desdobra em entrelaçamentos cada vez mais estreitos e complexos. Experimenta um espaço sem avesso ou direito, frente ou verso, apenas pelo prazer de percorrê-lo e, dessa forma, ele mesmo realiza a obra de arte. Inicia então trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, retomar memórias ou provocar diferentes emoções. Neles, o papel do artista é de propositor ou canalizador de experiências. Por exemplo, em Luvas Sensoriais (1968) dá-se a redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas e em O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa (1967), um casal veste roupas confeccionadas pela artista, cujo forro comporta materiais diversos. Aberturas na roupa proporcionam, pela exploração táctil, uma sensação feminina ao homem e à mulher uma sensação masculina. A instalação A Casa É o Corpo: Labirinto (1968) oferece uma vivência sensorial e simbólica, experimentada pelo visitante que penetra numa estrutura de 8 metros de comprimento, passando por ambientes denominados "penetração", "ovulação", "germinação" e "expulsão".
Entre 1970 e 1975, nas atividades coletivas propostas por Lygia Clark na Faculté d'Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, a prática artística é entendida como criação conjunta, em transição para a terapia. Em Túnel (1973) as pessoas percorrem um tubo de pano de 50 metros de comprimento, onde às sensações de claustrofobia e sufocamento contrapõe-se a do nascimento, por meio de aberturas no pano, feitas pela artista. Já Canibalismo e Baba Antropofágica (ambos de 1973) aludem a rituais arcaicos de canibalismo, compreendido como processo de absorção e de ressignificação do outro. No primeiro acontecimento, o corpo de uma pessoa deitada é coberto de frutas, devoradas por outras de olhos vendados; e, no segundo, os participantes levam à boca carretéis de linha, de várias cores e lentamente os desenrolam com as mãos para recobrir o corpo de uma pessoa que está deitada no chão. No final, todos se emaranham com os fios. A partir de 1976, dedica-se à prática terapêutica, usando Objetos Relacionais, que podem ser, por exemplo, sacos plásticos cheios de sementes, ar ou água; meias-calças contendo bolas; pedras e conchas. Na terapia, o paciente cria relações com os objetos, por meio de sua textura, peso, tamanho, temperatura, sonoridade ou movimento. Eles permitem-lhe reviver, em contexto regressivo, sensações registradas na memória do corpo, relativas a fases da vida anteriores à aquisição da linguagem.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista destaca-se sobretudo por sua determinação em atravessar os territórios perigosos da arte e da terapia.
Cronologia
Vive no Rio de de Janeiro 1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994)
1950/1952 - Vive e estuda em Paris
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973)
1953- Retorna ao Rio de Janeiro
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades teurapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes
Críticas
"Os quadros de Lygia Clark não têm moldura de qualquer espécie, não estão separados do espaço, não são objetos fechados dentro do espaço: estão abertos para o espaço que neles penetra e neles se dá incessante e recente: tempo.
Esta pintura não 'imita' o espaço exterior. Pelo contrário, o espaço participa dela, penetra-a vivamente, realmente. É uma pintura que não se passa num espaço metafórico, mas no espaço 'real' mesmo, como um acontecimento dele. Não é, certamente, a mesma coisa que uma escultura de Bill ou de Weissmann - fatos do espaço, porque a arte de Lygia Clark, por mais afastada que esteja do conceito tradicional de pintura - da qual difere pelo objetivo e pelos meios -, encontrou como elemento fundamental e primeiro de sua expressão a superfície geometricamente bidimensional. Afirmar essa superfície e ao mesmo tempo ultrapassar-lhe a bidimensionalidade - eis os dois pólos entre os quais se desenrola a sua experiência. (...)
Desde que a pintura perdeu seu caráter imitativo-narrativo para ser 'essencialmente uma superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo' (Maurice Denis), o quadro, com todos os elementos materiais que entram em sua realização - pano, madeira, moldura, tinta-de-bisnaga, pincel - tornou-se, para o pintor, a única porta por onde podia ele introduzir sua atividade no universo significativo da arte. Mas esse quadro não existe sem moldura, e o artista, ao pintá-lo, já conta com a função amortecedora dessa faixa de madeira que introduzirá sua obra no mundo: porque a moldura não é nem a obra (do artista) nem o mundo (onde essa obra quer se inserir). A moldura é precisamente um meio-termo, uma zona neutra que nasce com a obra, onde todo conflito entre o espaço virtual e o espaço real, entre o trabalho 'gratuito' e o mundo prático-burguês se apaga. O quadro - essa superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo e protegida por uma moldura - é pois, em sua aparente simplicidade, uma soma de compromissos a que o artista não pode fugir e que lhe condiciona a atividade criadora. Quando Lygia Clark tenta, em 1954, 'incluir' a moldura no quadro, ela começa a inverter toda essa ordem de valores e compromissos, e reclama para o artista, implicitamente uma nova situação no mundo".
Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. Uma experiência radical. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 7-12.)
"Ela costuma dizer que seus atuais bichos caíram, como se dá com os casulos de verdade, da parede ao chão. Já em 1957, em seus cadernos de notas e pensamentos, Lygia se rebelava contra a forma seriada do concretismo, por ser 'uma maneira falsa de dominar o espaço', já que impossibilitava ao pintor ´de fazê-lo de uma tacada'. E escrevia, com espantosa lucidez, e antecipadamente: 'A obra (de arte) deve exigir uma participação imediata do espectador e ele, espectador, deve ser jogado dentro dela'. Visionária do espaço, como todo verdadeiro artista moderno (já no Manifesto Construtivista, da segunda década do século XX, Gabo e Pevsner afirmavam 'a convicção inabalável de que somente as construções espaciais tocariam o coração das massas humanas futuras'), refutando uma visão puramente óptica, ela almejava a que o espectador fosse 'jogado dentro da obra' para sentir, atuando sobre ele todas as possibilidades espaciais sugeridas pela obra. 'O que procuro', dizia ela, numa profunda intuição da realização futura, 'é compor um espaço'.
Ela punha, assim, já então, um problema de escultor. O conceito de espaço, como o de realidade, sofreu em nossa época profunda alteração. Já não são conceitos estáticos ou passivos, nem no sentido literal ou mesmo cinético, nem no sentido subjetivo. Não se trata mais de um espaço contemplativo mas de um espaço circundante".
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mario. Significação de Lygia Clark. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 14-17.)
"Cada vez que procuro situar a posição estética do meu desenvolvimento, historicamente em relação às suas origens, chego à conclusão de que não é um desenvolvimento individual muito forte e pessoal, como completa um contexto histórico e cria um movimento, junto a outros artistas. É uma necessidade de grupo, ativa. Aparece, então, a relação com a obra de Lygia Clark, que entre nós é o que de mais universal existe no campo das artes plásticas. Revendo o seu desenvolvimento, sobressai logo a coerência e a intuição de suas idéias, uma grandeza geral intrínseca que vem de dentro, otimista. Sobretudo a coragem afirmativa de suas démarches me impressiona. Está aí, a meu ver, o elo do desenvolvimento post-Mondrian, o elo iniciador entre nós de tudo o que de universal e novo se fará nesse fio de desenvolvimento. Lygia Clark não se limitou a compreender superficialmente o 'geometrismo' de Mondrian, possibilitando ver assim quais seriam as suas démarches mais importante e que abriram um novo rumo para a arte. Sua compreensão primeira é relativa ao 'espaço' como elemento fundamental atacado por Mondrian, ao qual deu novo sentido, sendo este o principal ponto que a levaria a se relacionar com Mondrian, e não a 'forma geométrica' como tantos outros. Compreende então o sentido das grandes intuições de Mondrian, não de fora mas de dentro, como uma coisa viva; a sua necessidade de 'verticalizar' o espaço, de 'quebrar a moldura', por ex. , não são necessidades pensadas, ou 'interessantes' como experiência, mas necessidades altamente estéticas e éticas, surpreendentes nobres, colocando-a em relação a Mondrian, como o cubismo em relação a Cézanne.
A obra de Lygia Clark, ainda relativamente no começo, como ela mesma a classifica, oscila entre uma fase de elaboração mais romântica e atinge o outro lado mais estrutural em fases mais arquitetônicas, chegando inclusive à própria arquitetura. Sua fase de 'unidades', pinturas tão espaciais e verticais que se aproximam virtualmente da arquitetura, é das mais importantes. Digo mesmo que, desde Mondrian, não havia sido o 'plano do quadro' tão vivenciado quanto aqui, e já enquanto em Mondrian era o fim da representação, esta levada ao seu extremo mais abstrato, aqui há um passo adiante na temporalização do espaço pictórico, propondo assim, logo em seguida, a sua quebra para o espaço tridimensional e a destruição do plano básico que constituía o quadro. A alternação entre linhas brancas e os espaços pretos cria tais virtualidades que dá à superfície uma dimensão infinita, tão desejada, p. ex. , por Albers, que só o conseguiu parcialmente. Lygia chega aqui ao cume de suas experiências de 'superfície', adquirindo uma transcendência raramente vista e vivenciada pelos ditos 'geométricos'. Na verdade o que importa aqui não é o 'geometrismo', nem a 'forma', nem óticas (como ainda em Albers), mas os espaços que se contrapõem criando o tempo de si mesmos. Essa experiência permanecerá válida como uma das mais surpreendentes na criação do sentido espácio-temporal da pintura, sendo que o preto não funciona como uma 'cor gráfica' ao lado do branco, mas como uma cor não-cor elementar, o limite em que a luz (branco) e a sombra (preto) se encontram e vitalizam-se pela contraposição espaço-tempo. Essas obras são ortogonais em sua estrutura, mas nem sequer se aproximam de Mondrian quanto a 'aparências'; e pensar que houve quem dissesse que ninguém faria um quadro ortogonal sem que caísse em Mondrian (ao contrapor horizontal e vertical). Aqui o sentido ortogonal é universal, vertical e arquitetônico, e não particular em relação a Mondrian ou ao neoplasticismo.
Logo em seguida a superfície frontal é consumida totalmente pelo preto, e o branco aparece na quina do quadro, pois já é esta experiência (já se dá) o que ela chama do 'fio do espaço' (mesmo nas unidades).
É interessante notar que aqui a ortogonalidade roda no sentido losangular, e é este o primeiro passo definitivo para a saída para o espaço (casulos, bichos). Lygia chamou este trabalho de 'ovo', sendo realmente o depositário de todo o desenvolvimento espacial posterior. O 'ovo' já vagava dos lados criando 'tunéis' de ponta a ponta. Estava aí iniciada a magistral experiência que se cristalizou nos 'bichos' ".
Hélio Oiticica (OITICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 33-34.)
"Estranhamente orgânicos em suas carcaças metálicas, os bichos constituem protótipos de uma nova espécie. Protótipos sim, porque a intenção era produzi-los em série. Vendê-los em todo canto, permitir que muitos os comprassem, enfim, romper a aura da obra única. Intenção voltada para o social como protesto contra o elitismo, contra o monopólio da arte, para existir na rua, no apartamento de qualquer um e não restritos a galerias e museus. Não deu certo, não plenamente. Poucos foram reproduzidos. Os que remanescem estão paralisados numa solidão castrativa, respeitosamente contemplados - a distância -, pertencem a coleções. Fetichizados, são forçados a retroceder ao pedestal, negando a liberdade de origem.
Concebidos para ser múltiplos e não únicos, os bichos quase não se multiplicaram. (...)
O material utilizado, o corte seco, o aspecto polido e a concepção serial fazem dos bichos obras comprometidas com a conjugação do tecnológico com o poético. 'Entre-objetos', no dizer de Max Bense, porque 'artificiais e artísticos correspondem simultaneamente tanto a uma possível determinação quanto a uma possível indeterminação'. Objetos em trânsito são de caráter construtivo porque contêm elementos matemáticos, aproximando-se, porém, do conceito de objetos não construtivos, porque admitem intervenções".
Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Lygia Clark: obra-trajeto. São Paulo: Edusp, 1992. p. 79-85.)
"A trajetória construtiva de Lygia Clark iniciou-se nos anos 50 com as soluções visuais que apresentou aos problemas da representação do espaço no plano colocados pelas vanguardas artísticas internacionais; procuraremos reconstituir essa pesquisa, que se desenvolveu até os anos 80 orientada pela 'paixão da coerência'. 'O trabalho tem uma linha, embora você o olhando ache que não tem nada a ver uma coisa com a outra, quer dizer, formalmente, não tem nada realmente, mas no sentido de conceito é inquebrável'. Esse conceito não é um a priori formal, uma teleologia situada na origem de sua prática artística, que pode explicar o dinamismo interior; é antes a razão de desenvolvimento, que nos permite apreender o sentido de seus deslocamentos. Seu percurso é um movimento natural feito de diferenças e mudanças qualitativas semelhantes às fases de desenvolvimento de um ser vivo. Uma linha evolutiva: 'Nunca se pode voltar atrás'.
A análise descritiva de sua série construtiva, que une as pinturas às proposições sensoriais, mostra como seu trabalho não é o resultado empírico de especulações puramente teóricas: 'Nunca tive um conceito a priori. No começo, era uma naïve. Com meu trabalho é que fui ficando mais apurada para sentir e conceituar tudo. Aliás, eu sempre disse que, para mim, fazer arte era antes me elaborar como ser humano; não era ter nome ou ter qualquer tipo de conceituação'. E não foi tampouco a utilização de diferentes materiais (pigmentos, chapas metálicas, borracha, sacos plásticos, isopor, etc. ) que impulsionou sua pesquisa, do espaço representativo ao espaço orgânico: 'Nunca o material se impôs a mim. Quando tenho de expressar um pensamento, eu busco o material que corresponde à linguagem que procuro. Não trabalho em função de novos materiais' ".
Ricardo Nascimento Fabbrini (FABBRINI, Ricardo Nascimento. O espaço de Lygia Clark. São Paulo: Atlas, 1994. p. 11-12.)
"A trajetória de Lygia Clark é a aventura do espaço. A torção da lógica do plano em fluxo das pulsões define seus marcos. Desde a percepção empírica dos degraus de escadas como uma estrutura arquitetônica de planos, o processo de Lygia Clark implica a conversão de uma arte sobre o plano geométrico em poética da topologia e de sua experiência. Da dimensão planar à compreensão da possibilidade de discussão da configuração material do plano pictórico, do redimensionamento do geométrico em campo do olhar para articulação dos sentidos, depois voltados para uma arquitetura do espaço interior do sujeito (...) Entre a 'obsessão' de Cézanne e a 'loucura' de Van Gogh, poderia ser situada a posição de Lygia Clark como 'não-artista', que assim seria comparável a 'uma tela inacabada' de Cézanne (ao deixar o linho cru transparecer como parte constitutiva da paisagem pintada), diz Frederico Gomes. Clark avança para ultrapassar a importância do objeto. O artista não é o que apresenta o objeto, mas o que propõe a experiência, como em Caminhando. A relação clara é entre o artista e o Outro. Em paralelo, Oiticica fala da 'supressão definitiva da obra de arte'. Na constituição do corpo coletivo, Lygia Clark explora trocas num tecido de alteridades. Hélio Oiticica declara-se um não moderno. Finalmente, a atuação da artista, o Outro e os objetos relacionais são engajados numa ação terapêutica, ultrapassado o limite entre arte e vida. Não existe, nesta prática, qualquer possibilidade de ação no plano do sistema de arte, seja o museu, o mercado, a crítica ou a história. Lygia assume os extremos de seu projeto: declara-se não-artista. Sua relação de alteridade, através de sua atuação cultural, paulatinamente, se desloca da fruição do espectador e de sua atuação (como na teoria do não-objeto) para a compreensão do Outro como ser necessário e finalmente sujeito concreto".
Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. A aventura planar de Lygia Clark: de caracóis, escadas e caminhando. In: CLARK, Lygia. Lygia Clark. São Paulo: MAM, 1999. p. 7, 57.)
Acervos
21st Museum of Contemporary Art - Kanazawa (Japão)
Austin Desmond Fine Art - Inglaterra
Centre Pompidou - Musée National d´Art Moderne - Paris (França)
Cisneros Fontanals Art Foundation (Cifo) - Miami (Estados Unidos)
Colección Costantini - Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) - Buenos Aires (Argentina)
Coopel Collection - México
Daros Latinamerica - Zurique (Suíça)
Fundacion Cisneros - Caracas (Venezuela)
Museo de la Solidaridad Salvador Allende - Santiago (Chile)
Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia - Madri (Espanha)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) - Niterói RJ
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro, (MAM/RJ) - Rio de Janeiro RJ
Museum of Fine Arts - Houston (Estados Unidos)
Museum of Modern Art (MoMA) - Nova York (Estados Unidos)
Tate Modern - Londres (Reino Unido)
Walker Art Center - Estados Unidos
Exposições Individuais
1952 - Paris (França) - Individual, Institut Endoplastique
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Ministério da Educação e Cultura
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Guggenheim
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Bonino
1963 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Louis Alexander Gallery
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Museu de Arte Moderna
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Studium Generale Technische Hochschule
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Estúdio de Max Bense
1965 - Londres (Inglaterra) - Individual, Signals Gallery
1968 - Essen (Alemanha) - Individual, Galeria M. E. Thelen
1968 - Rio de Janeiro RJ - A Casa É o Corpo, Museu de Arte Moderna
1970 - Colônia (Alemanha) - Individual, Kolner Kunster Markt
1971 - São Paulo SP - Individual, Galeria Ralph Camargo
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Fundação Nacional de Artes. Centro de Artes
1980 - Niterói RJ - Individual, Galeria Jurandir Noronha
1981 - São Paulo SP - Individual, Pinacoteca do Estado
1982 - São Paulo SP - Individual, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Paulo Klabin
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Olivia Kahn
Exposições Coletivas
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, Palácio da Cultura
1954 - Veneza (Itália) - 27º Bienal de Veneza
1955 - Neuchâtel (Suíça) - Artistas Brasileiros
1955 - Paris (França) - Artistas Brasileiros, Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, Museu de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão das Nações
1956 - Montevidéu (Uruguai) - Pintura Brasileira Contemporânea, Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, Itatiaia Country Club
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Museu de Arte Moderna
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Ministério da Educação e Cultura
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio aquisição
1958 - São Paulo SP - Clark, Weissmann e Charoux, Galeria de Artes das Folhas
1958 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, Galeria de Artes das Folhas
1959 - Amsterdã (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Barcelona (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Basiléia (Suíça) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros n Europa
1959 - Londres (Inglaterra) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ- 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1959 - Roma (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Galeria Belvedere da Sé
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - La Paz (Bolívia) - Coletiva, Museo de Arte Moderno
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, Museum of Modern Art
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Bonino: Mostra Inaugural, Galeria Bonino
1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, Museu de Arte Moderna
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Veneza (Itália) - 30ª Bienal de Veneza
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio melhor escultor nacional
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Collection of Works by Brazilian Artists, Pan American Union Gallery
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, Museu Carlos Gomes
1963 - Roma (Itália) - Mostra Arte Brasileira, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal - sala especial
1963 - Trieste (Itália) - Mostra d'Arte Brasiliana
1964 - Arras (França) - O Hoje de Amanhã, Musée d´Arras
1964 - Londres (Inglaterra) - 1º Festival de Arte Moderna da América Latina, Signals Gallery
1964 - Londres (Inglaterra) - 2ª Exposição Piloto de Arte Cinética
1964 - Paris (França) - Movimento II, Galerie Denise René
1965 - Edimburgo (Escócia) - Arte e Movimento, Diploma Galleries of the Royal Scottish Academy
1965 - Glasgow (Escócia) - Arte e Movimento, Kelvingrove Art Gallery and Museum
1965 - Liverpool (Inglaterra) - Arts-Science 1965, The University of Liverpool Students Union
1965 - Londres (Inglaterra) - An Anthology of Mobile Sculpture, Signals Gallery
1965 - Paris (França) - Objectits 65, Galerie de la Librarie Anglaise
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, UFMG
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno
1966 - La Jolla (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Museum of Contemporary Art San Diego
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno de Montevidéo
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, Museu de Arte Moderna
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial e grande prêmio
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, San Francisco Art Museum
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, Museu de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza - sala especial
1969 - Califórnia (Estados Unidos) - Simposium of Sensorial Art
1969 - Essen (Alemanha) - Bonalumi - Clark - Cruz Diez, Galeria M. E. Thelen
1969 - Londres (Inglaterra) - Arts Council of Great Britain
1969 - Paris (França) - 24º Salon des Realités Nouvelles
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, Museu de Arte Moderna
1970 - Medellín (Colômbia) - 2ª Bienal de Medellín, Museo de Antioquia
1970 - Oxford (Inglaterra) - Coletiva, no Museum of Modern Art
1970 - Paris (França) - Salon Jeune Sculpture
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, Galeria da Collectio
1973 - Rio de Janeiro RJ - Vanguarda Internacional, Galeria Ibeu Copacabana
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira: figuras e movimentos, Galeria Arte Global
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Museu de Arte Moderna
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Pinacoteca do Estado
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, Museu Lasar Segall
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, Museu de Arte Brasileira
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Amilcar de Castro, Lygia Clark, Sérgio de Camargo e Franz Weissmann, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijik, Espaço NO Galeria Chaves
1981 - Recife PE - 1ª Exposição Internacional de Art-Door
1982 - Havaí (Estados Unidos) The First International Shoe-Box, Sculpture, University of Hawai Arts Gallery
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Barbican Art Gallery
1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, Pinacoteca do Estado
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, Museu de Arte Moderna
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, Museu de Arte Moderna
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, Fundação Bienal
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Tendências do Livro de Artista no Brasil - Arte Brasileira Atual: 1985, Galeria de Arte UFF
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo
1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Paço Imperial
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - Abstração Geométrica, Museu de Arte Brasileira
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (janeiro)
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (julho)
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Algumas Mulheres, Galeria de Arte Ipanema
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, Museu de Arte Brasileira
1987 - São Paulo SP - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, The Institute for Art and Urban Resources, Inc.
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, Museu de Arte Moderna
Exposições Póstumas
1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, The Bronx Museum of the Arts
1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, no El Paso Museum of Art
1989 - Estocolmo (Suécia) - Art in Latin America: the modern era 1820 - 1980, Moderna Museet
1989 - Londres (Inglaterra) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Hayward Gallery
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, San Diego Museum of Art
1989 - San Juan (Porto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Instituto de Cultura Puertorriqueña
1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date
1990 - Madri (Espanha) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Palacio de Velázquez
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Espiral, Miriam Mamber Galeria de Arte
1991 - Curitiba PR - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu Municipal de Arte
1991 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1991 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Pinacoteca do Estado
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Centre Georges Pompidou
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil
1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, Galeria de Arte São Paulo
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Estación Plaza de Armas
1992 - Washington (Estados Unidos) - Arte Visual Brasileira
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, Kunsthaus Zürich
1993 - Belo Horizonte MG - Individual, Museu de Arte de Belo Horizonte
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Kunsthalle Cologne
1993 - Florença (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nationale Centrale di Firenze
1993 - Milão (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nazionale Braidense
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, The Museum of Modern Art
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas Artes
1993 - Roma (Itália) - Brasil: Segni d'Arte
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, Dan Galeria
1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Fondazione Scientífica Querini Stampalia
1994 - Belo Horizonte MG - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaú Cultural
1994 - Penápolis SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Centro Cultural do Banco do Brasil
1994 - São Paulo SP - 22ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - O Efêmero na Arte Brasiliera: anos 60/70, Itaú Cultural
1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Museu de Arte Moderna
1996 - Boston (Estados Unidos) - Inside the Visible, Institute of Contemporary Art
1996 - Brasília DF - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1996 - Kortrijk (Bélgica) - Inside the Visible, Kanaal Art Foundation
1996 - Londres (Inglaterra) - Inside the Visible, Whitechapel Art Gallery
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
1996 - Perth (Austrália) - Inside the Visible, Art Gallery of Western Australia
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, Centro Cultural Banco do Brasil
1996 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria José Edelstein
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, Paço das Artes
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, Casa das Rosas
1996 - Washington D.C. (Estados Unidos) - Inside the Visible, National Museum of Women in the Arts
1997 - Barcelona (Espanha) - Retrospectiva, Fundació Antoni Tàpies
1997 - Kassel (Alemanha) - 10ª Documenta, Museum Fridericianum
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, Banco Safra
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID
1998 - Barcelona (Espanha) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Museu d'Art Contemporani
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Bruxelas (Bélgica) - Individiual, Palais des Beaux-Arts
1998 - Campinas SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Los Angeles (Estados Unidos) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, The Museum of Contemporary Art
1998 - Marselha (França) - Individual, nas Galeries Contemporaines des Musées de Marseille
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, Museu de Arte Contemporânea
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Porto (Portugal) - Individual, na Fundação de Serralves
1998 - Rio de Janeiro RJ - Caminhando: retrospectiva de Lygia Clark, no Paço Imperial
1998 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de 68, Centro Cultural Banco do Brasil
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1998 - Viena (Áustria) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Austrian Museum of Applied Arts
1999 - Brasília DF - LHL: Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Galeria da Caixa Econômica Federal
1999 - Los Angeles (Estados Unidos) - The Experimental Exercise of Freedom: Lygia Clark, Gego, Mathias Goeritz, Helio Oiticica, And Mira Schendel, The Museum of Contemporary Art
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1999 - São Paulo SP - 3º Heranças Contemporâneas III, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1999 - São Paulo SP - Individiual, Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, Museu de Arte Moderna
1999 - Tóquio (Japão) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Hara Museum of Contemporary Art
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, Caixa Cultural
2000 - Caracas (Venezuela) - Território Comum, Miradas Diversas: artistas latinoamericanos em el siglo XX, Espacios Unión
2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, MAC-Niterói
2000 - Praga (República Tcheca) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, National Gallery
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, Paço Imperial
2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, Fundação Casa França-Brasil
2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, Fundação Bienal
2000 - Varsóvia (Polônia) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment
2001 - Belo Horizonte MG - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaú Cultural
2001 - Buenos Aires (Argentina) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - Oxford (Inglaterra) - Experiment Experiência: Art in Brazil 1958-2000, Museum of Modern Art Oxford
2001 - Penápolis SP - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaugaleria
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Lygia Clark, Espaço Antonio Bernardo
2001 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Brasileira da FAAP
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, Museu de Arte Brasileira
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, Itaú Cultural
2002 - Berkeley (Estados Unidos) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Berkeley Art Museum and Pacific Film Archive
2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Madri (Espanha) - Arco/2002, Parque Ferial Juan Carlos I
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, Museu de Arte Moderna
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment (2002 : Rio de Janeiro, RJ) - Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ)
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Coletiva 2002, Galeria Baró Senna
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2003 - Belo Horizonte MG - 10 x minas, Museu de Arte da Pampulha
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2003 - Buenos Aires (Argentina) - Geo-Metrias: abastracción geométrica latinoamericana en la Colección Cisneros, Malba
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, Museo Rufino Tamayo
2003 - Curitiba PR - Imagética, Cinemateca de Curitiba
2003 - Ipatinga MG - 10 x Minas, Centro Cultural Usiminas - Ipatinga
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, Museu de Arte Moderna
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, Pinakotheke
2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, Museu Vale
2004 - Kyoto (Japão) - Brazil: body nostalgia, National Museum of Modern Art, Kyoto
2004 - Madri (Espanha) - Arco, Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, Museu de Arte Contemporânea
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, Museu de Arte Moderna
2004 - São Paulo SP - Individual, Dan Galeria
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, Galeria Brito Cimino
2004 - Tóquio (Japão) - Brazil: body nostalgia, The National Museum of Modern Art
2005 - Chicago (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Museum of Contemporary Art
2005 - Fortaleza CE - Arte Brasileira: nas coleções públicas e privadas do Ceará, Espaço Cultural Unifor
2005 - Londres (Inglaterra) - Open Systems: Rethinking Art c.1970, Tate Modern
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, Museu Imperial
2005 - Porto Alegre RS - 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, Centro Cultural Banco do Brasil
2005 - São Paulo SP - 100 Anos da Pinacoteca: a formação de um acervo, Galeria de Arte do Sesi
2005 - São Paulo SP - Através, ou a Geometria Corrompida, Galeria Bergamin
2005 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz-de-conta à vertigem, Itaú Cultural
2005 - São Paulo SP - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural
2006 - Londres (Inglaterra) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Barbican Art Gallery
2006 - Niterói RJ - Abrigo Poético: diálogos com Lygia Clark, Museu de Arte Contemporânea
2006 - Nova York (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, The Bronx Museum of the Arts
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Museu de Arte Moderna
2006 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Lygia Clark, do Objeto ao Acontecimento: nós somos o molde, a vocês cabe o sopro, Pinacoteca do Estado
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, Oca
2006 - São Paulo SP - Manobras Radicais, Centro Cultural Banco do Brasil
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Pinacoteca do Estado
2007 - Belo Horizonte MG - Binária: acervo e coleções, Museu de Arte da Pampulha
2007 - Curitiba PR - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu Oscar Niemeyer
2007 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, MAC-Niterói
2007 - Nova York (Estados Unidos) - New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: selections from a decade of acquisitions, Museum of Modern Art
2007 - Ribeirão Preto SP - E: conjunção - conexão, Galeria de Arte Marcelo Guarnieri
2007 - Rio de Janeiro RJ - Tropicália: uma revolução na cultura brasileira, Museu de Arte Moderna
2007 - Salvador BA - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Questão, Instituto Tomie Ohtake
2007 - São Paulo SP - Arte e Ousadia - o Brasil na Coleção Sattamini, Museu de Arte de São Paulo
2007 - São Paulo SP - Mirada: latino-americanos do MAC USP no Memorial, Galeria Marta Traba
2007 - São Paulo SP - o(s)cinético(s), Instituto Tomie Ohtake
2008 - Albany (Estados Unidos) - Latin American and Caribbean Art: Selected Highlights from the Collection of the Museum of Modern Art, New York State Museum
2008 - Estocolmo (Suécia) - Time & Place: Rio de Janeiro 1956-1964, Moderna Museet
2008 - Nova York (Estados Unidos) - Arte No Es Vida: actions by artists of the Americas, 1960-2000, El Museo del Barrio
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - MAM 60, Oca
2008 - São Paulo SP - Quando Vidas se Tornam Forma: diálogo com o futuro Brasil-Japão, Museu de Arte Moderna
2008 - Zurique (Suíça) - Face to Face - The Daros Collections, Part 2, Daros Exhibitions
2009 - Cidade do México (México) - Arte Vida: acciones por artistas de las Américas, 1960-2000, Museo de Arte Carrillo Gil
2009 - Houston (Estados Unidos) - North Looks South: building the Latin American Art Collection, The Museum of Fine Arts
2009 - Madri (Espanha) - 28º Arco
2009 - Madri (Espanha) - Materia Gris, Galería Cayón
2009 - São Paulo SP - Diálogo Concreto: design e construtivismo no Brasil, Caixa Cultural
2009 - Zurique (Suíça) - Hot Spots: Rio de Janeiro / Milano - Torino / Los Angeles, Kunsthaus Zürich
2010 - Porto Alegre RS - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Fundação Iberê Camargo
2010 - Rio de Janeiro RJ - Genealogias do Contemporâneo, Museu de Arte Moderna
2010 - Santander (Espanha) - Río Experimental: más allá del arte, el poema y la acción, Espacio da Fundación Marcelino Botín
2010 - São Paulo SP - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Pinacoteca do Estado
2010 - São Paulo SP - Por Aqui, Formas Tornaram-se Atitudes, Sesc
2010 - São Paulo SP - Primeira e Última, Notas Sobre o Monumento, Galeria Luisa Strina
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, Fundação Bienal
2010 - São Paulo SP - Versões do Modernismo, Instituto de Arte Contemporânea
2011 - Nova York (Estados Unidos) - Playing With Form: neo concrete art from Brazil, Dickinson
2011 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo e o Ambiente Cultural do Pós-Guerra, Fundação Iberê Camargo
2011 - Rio de Janeiro RJ - É Assim Mesmo!, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - Modernismos no Brasil, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
2011 - São Paulo SP - Ordem e Progresso: vontade construtiva na arte brasileira, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, Pavilhão da Bienal
2012 - São Paulo SP - Lygia Clark: uma retrospectiva, Instituto Cultural Itaú
Fonte: LYGIA Clark. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931-2014), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Lygia Clark iniciou seus estudos artísticos em 1947, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Roberto Burle Marx e Zélia Salgado. Em 1950, Clark viajou a Paris onde estudou com Arpad Szènes, Dobrinsky e Léger. A artista dedicou-se ao estudo de escadas e desenhos de seus filhos, assim como realizou os seus primeiros óleos. Após sua primeira exposição individual, no Institut Endoplastique, em Paris, no ano de 1952, a artista retornou ao Rio de Janeiro e expôs no Ministério da Educação e Cultura.
Clark foi uma das fundadoras do Grupo Frente que foi criado em 1954. Dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo, ela se uniu a Décio Vieira, Rubem Ludolf, Abraham Palatnik, João José da Costa, entre outros.
“Superfícies Moduladas, 1952-57” e “Planos em Superfície Modulada, 1956-58” (suporte). Lygia ainda participou, em 1954, com a série “Composições”, da Bienal de Veneza – fato que se repetiria, em 1968, quando foi convidada a expor, em sala especial, toda a sua trajetória artística até aquele momento.
A artista trabalhou com instalações e body art. Em 1954, incorporou como elemento plástico a moldura em suas obras, como por exemplo em "Composição n.º 5". Suas pesquisas voltaram-se para a linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, Clark realizou composições em preto e branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra.
Em 1959, integrou a I Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, ao lado de Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. Clark propôs com a sua obra, que a pintura não se sustentava mais em seu suporte tradicional. Procura novos voos. Nas “Unidades, 1959”, moldura e “espaço pictórico” se confundem, um invadindo o outro, quando Clark pinta a moldura da cor da tela. É o que a artista chama de “linha orgânica”, em 1954.
A experiência com a maleabilidade de materiais duros converte-se em material flexível. Lygia Clark chegou à matéria mole: deixou de lado a matéria dura (a madeira), passou pelo metal flexível dos “Bichos” e chegou à borracha na “Obra Mole, 1964”. A transferência de poder, do artista para o propositor, tem um novo limite em “Caminhando, 1963”. Cortar a fita significava, além da questão da “poética da transferência”, desligar-se da tradição da arte concreta, já que a “Unidade Tripartida, 1948-49”, de Max Bill, ícone da herança construtivista no Brasil, era constituída simbolicamente por uma fita de Moebius. Esta fita distorcida na “Obra Mole” agora é recortada no “Caminhando”. Era uma situação limite e o início claro de num novo paradigma nas Artes Visuais brasileiras. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio “corpo” que interessava a Lygia.
Em sua proposição "Baba Antropofágica", de 1973, os fios de linha que caem gradualmente formam uma rede ou malha que cobre horizontalmente o participante. Uma vez que os carretéis são esvaziados, todo mundo abre os olhos e “reconecta” com a baba separando os fios molhados até que a malha seja desfeita. A “destruição” dessa malha é feita com agressividade, euforia e, até mesmo, dor, porque os fios são difíceis de quebrar; ele é seguido por uma discussão. O ato deve ser repetido várias vezes de modo que possa ser experimentado em diferentes formas e não se limita a uma interpretação ou experiência. O carretel girando faz com que a boca produza saliva extra, que capture as roscas e absorva-as, de modo que cada participante babe sobre a pessoa abaixo. O ato de puxar o fio para fora de sua boca chama a atenção ao fato de trazer algo de dentro para fora. De acordo com Clark, os participantes “primeiro sentem que estão puxando o fio para fora, em seguida, eles começam a perceber que estão puxando suas próprias tripas”.
A partir de um sonho, Clark, para quem a psicanálise foi uma constante referência, elabora a instrução oral que indica que carretéis de fios de costura são colocados na boca dos participantes, e estes vão retirando os fios continuamente de suas bocas, e deixando-os cair sobre o corpo de um outro participante. A substância da vida, como no sonho, vai sendo derramada, ou dada para aquele que, passivamente, a recebe. Como em todas as proposições, Clark faz a instrução linguística para a ação que deve ser desempenhada (performada) pelos participantes. Clark intenta abordar uma espécie de perda da substância. A perda da substância nos remete à perda da autoria da obra, a qual torna-se tão relevante.
"Baba Antropofágica" não possui na essência da proposição o cuspe ou a saliva, pois para Clark essa baba é capaz de nutrir-se do corpo do outro; ao contrário do cuspe que remete a desprezo, e a saliva tem a função de auxílio na mastigação. Essa proposição reverbera o poder e a energia no que é abjeto e nos dá nojo e repulsa.
Lygia Clark acreditava que arte e terapia psicológica andavam de mãos dadas. Tanto que, com base em objetos manuseáveis que criava ou recolhia da natureza, como balões de ar, sacos de terra e água e até pedras, pensava ter o dom de curar os males da alma. Conforme uma sessão de terapia em Sorbonne na década de 70, após uma jovem cair em transe, Clark diz que ela não tinha preparo psicológico para suportar os exercícios de sensibilização e relaxação porque estes liberam conteúdos reprimidos e a imaginação dos que participam.
Os instrumentos nas mãos de Lygia passavam a assumir poderes imprevisíveis e eram chamados por ela de Objetos Sensoriais. Tais objetos nunca foram vistos com bons olhos por psicanalistas franceses e brasileiros porque ela não tinha formação acadêmica na área. Clark, por sua vez, não deixava ninguém sem resposta. Questionava qualquer um que ousasse falar mal de seu trabalho que por trás tinha conceitos dos mais sofisticados e elaborados por ela mesma. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, a artista integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva.Erro de citação: Parâmetro inválido na etiqueta.
A trajetória de Lygia Clark faz dela uma artista atemporal e sem um lugar muito bem definido dentro da História da Arte. Tanto ela quanto sua obra fogem de categorias ou situações em que podemos facilmente embalar; Lygia estabelece um vínculo com a vida, e podemos observar este novo estado nos seus "Objetos sensoriais, 1966-1968”: a proposta de utilizar objetos do nosso cotidiano (água, conchas, borracha, sementes), já aponta no trabalho de Lygia, por exemplo, uma intenção de desvincular o lugar do espectador dentro da instituição de Arte, e aproximá-lo de um estado, onde o mundo se molda, passa a ser constante transformação.
Em 1981, Lygia diminuiu paulatinamente o ritmo de suas atividades. Em 1983 foi publicado, numa edição limitada de 24 exemplares, o “Livro Obra", uma verdadeira obra aberta que acompanha, por meio de textos escritos pela própria artista e de estruturas manipuláveis, a trajetória da obra de Lygia desde as suas primeiras criações até o final de sua fase neoconcreta.
Últimos anos e morte
Em 1986, realizou-se, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, o IX Salão de Artes Plásticas, com uma sala especial dedicada a Hélio Oiticica e Lygia Clark. A exposição constituiu a única grande retrospectiva dedicada a Lygia Clark ainda em atividade artística. Em 25 abril de 1988, Lygia Clark faleceu de ataque cardíaco. Ela não se casou. Teve três filhos com Aluísio Clark Ribeiro: Álvaro, Eduardo e Elisabeth.
Obra
Máscara Abismo
Lygia Clark estabeleceu uma nova conexão com sua arte quando, no início da década de 1970, entrou em contato com o estudo da psique humana, a partir daí criou um novo rumo para se vivenciar a arte e passou a se concentrar no desenvolvimento de experiências sensoriais e seu uso terapêutico.
O questionamento cada vez mais profundo do estatuto do objeto de arte, do artista e do espectador; assim criando as máscaras sensoriais, essas obras que propõem uma experiência solitária. Na verdade, uma busca pelo autoconhecimento. Não há o contato com o outro, mas com seu próprio eu.
Uma das obras mais famosas de Lygia Clark é a Máscara abismo, ela tenta dar a experiência do seu órgão fora do seu corpo, e como um objeto qualquer pode ser acoplado a ele. A Máscara abismo era composta por um saco de rede sintética que envolve um saco plástico cheio de ar. Se colocava sobre rosto e sua extremidade prolongava-se sobre seu peito, como uma tromba de animal.
Esse trabalho a artista tenta substituir a experiência estética pela sensorial, incentivando o uso do tato, como ferramentas de transição que buscam estimular uma maior sensibilidade e libertação criativa, que servem para promover um mergulho na subjetividade, libertar o que Lygia chamava de “fantasmagorias do corpo”.
A máscara proporciona a quem a vestisse a sensação de estar caindo em um espaço vazio. Como a própria Lygia Clark aponta “O vazio que se apodera de mim só pode ser entendido sentindo e assim creio que sentindo posso entendê-lo, mas não resolvê-lo.”
Tocar, cheirar, apertar, sentir, interagir. Este era o propósito maior das obras de Clark. Entrar em contato com este novo universo artístico significa deixar um pouco de si e levar um pouco do que a artista desejava.
Os Bichos
As obras “Bichos” de Lygia Clark, feitas com metal unidas com dobradiças, fazendo com que as obras fiquem volumosas, dessa forma, Clark forma os bichos. São seres constituídos de várias formas de movimentos, estruturadas através da linha orgânica, que aparece como colunas vertebradas. Clark firma então um compromisso com a arte e a vida, fazendo-as aproximarem-se. Afirma que seus “bichos” têm vida própria.
“Um bicho não é apenas para ser contemplado e mesmo tocado. Requer relacionamento. Ele tem respostas próprias, e muito bem definidas para cada estímulo que vier a receber.”
Essas obras de Lygia Clark inspiram imaginação, como quando procuramos ver desenhos nas nuvens, pois seu geocentrismo não é, de forma alguma, frio. Entretanto, suas linhas dinâmicas suas posições variadas remetem ludicamente ao observador/interator a fazer associações formais com seres vivos em suas múltiplas configurações. A própria Lygia coloca nome em alguns com base no que representam em certo momento.
Contra Relevo
A trajetória artística de Lygia Clark traz uma ideia de como se dá o processo de criação de um artista contemporâneo e de como vai amadurecendo seu trabalho. Percebemos a importância da linha orgânica nas investigações e pesquisas plásticas desta artista.
Há um momento em que Lygia Clark chega ao auge de sua arte e passa a “confundi-la” com a vida, rompendo uma tênue linha, o que a faz declarar-se “não-artista”, mas terapeuta. Consideramos os bichos como as obras que melhor representam esse “auge” antes da transição. A Obra Contra Relevo é uma obra da artista brasileira, ela incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como por exemplo, em composição n° 5. Suas pesquisas voltam-se para linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura, em 1957 e 1959 ela realiza composições em preto e branco formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola na qual a linha orgânica se evidencia na obra contra relevo. Vista tudo que li da artista o objetivo dela era estabelecer uma nova linguagem abstrata na arte brasileira fundou o neoconcretismo, a obra contra relevo é um pequeno quadro de compensado tem a dimensão de 55,5 x 55,5 x 4,5cm com três figuras geométricas pintadas em preto e branco, a exploração da área frontal e a área lateral em formas com que o espectador pudesse olhar pelos lados chegando até o espaço interno, essencial para chegar até a tridimensionalidade de suas obras, a mesma foi criada em 1959, a obra em si tem a composição de tinta industrial sobre madeira.
A Lygia apresentou sua arte a primeira vez na Bienal de Artes Plásticas da Bahia no ano de 1966, em maio ela foi arrematada por US$ 2,225 milhões no leilão de arte latino-americana promovido pela Phillips em Nova York, alcançando recorde de preço para obra da artista brasileira em venda pública em 1966.
Cronologia
1947/1950 - Vive no Rio de Janeiro.
1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994).
1950/1952 - Vive e estuda em Paris.
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973).
1953- Retorna ao Rio de Janeiro.
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros.
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos.
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim.
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto.
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro.
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador.
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante .
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo.
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos.
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris.
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal.
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark.
1973 - Criação da Proposição "Baba Antropofágica"
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro.
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais.
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo.
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark.
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista.
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes.
Homenagens
Em 23 de outubro de 2015, em seu 95º aniversário de nascimento, Lygia foi homenageada pelo Google através de um Doodle.
Recorde de valores
Em maio de 2013, a obra Contra Relevo foi arrematada, em Nova York, por US$ 2,2 milhões (R$ 4,5 milhões), tornando-se ate aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Em agosto de 2013, novamente sua obra, a Superfície Modulada nº 4, foi arrematada num leilão na Bolsa de Arte de São Paulo por R$ 5,3 milhões, batendo o recorde e tornando-se até aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Fonte: Wikipédia, consultado em 12 de março de 2020.
Crédito fotográfico: USP, consultado em 12 de março de 2020.
Lygia Pimentel Lins (23 de outubro de 1920, Belo Horizonte, MG — 25 de abril de 1988, Rio de Janeiro, RJ), conhecida pelo pseudônimo Lygia Clark, foi uma pintora e escultora brasileira contemporânea que se autointitulava "não artista".
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973).
É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976; dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.
Análise
Lygia Clark trabalha com instalações e body art. Em 1954, incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como, por exemplo, em Composição nº 5. Suas pesquisas voltam-se para a "linha orgânica", que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, realiza composições em preto-e-branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é entre os artistas vinculados ao concretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. A radicalidade com que explora as potencialidades expressivas dos planos, leva-a a desdobrá-los, como nos Casulos (1959), que são compostos de placas de metal fixas na parede, dobradas de maneira a criar um espaço interno. No mesmo ano, participa da 1ª Exposição Neoconcreta. O neoconcretismo define-se como tomada de posição com relação à arte concreta exacerbadamente racionalista e é formado por artistas que pretendem continuar a trabalhar no sentido da experimentação, do encontro de soluções próprias, integrando autor, obra e fruidor. Inicia, em 1960, os Bichos, obras constituídas por placas de metal polido unidas por dobradiças, que lhe permitem a articulação. As obras são inovadoras: encorajam a manipulação do espectador, que conjugada à dinâmica da própria peça, resulta em novas configurações. Em 1963, começa a realizar os Trepantes, formados por recortes espiralados em metal ou em borracha, como Obra-Mole (1964), que, pela maleabilidade, podem ser apoiados nos mais diferentes suportes ocasionais como troncos de madeira ou escada.
Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público. Caminhando (1964) é a obra que marca essa transição. O participante cria uma fita de Moebius [August Ferdinand Moebius (1790-1868), matemático alemão]: corta uma faixa de papel, torce uma das extremidades e une as duas pontas. Depois a recorta no comprimento de maneira contínua e, na medida em que o faz, ela se desdobra em entrelaçamentos cada vez mais estreitos e complexos. Experimenta um espaço sem avesso ou direito, frente ou verso, apenas pelo prazer de percorrê-lo e, dessa forma, ele mesmo realiza a obra de arte. Inicia então trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, retomar memórias ou provocar diferentes emoções. Neles, o papel do artista é de propositor ou canalizador de experiências. Por exemplo, em Luvas Sensoriais (1968) dá-se a redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas e em O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa (1967), um casal veste roupas confeccionadas pela artista, cujo forro comporta materiais diversos. Aberturas na roupa proporcionam, pela exploração táctil, uma sensação feminina ao homem e à mulher uma sensação masculina. A instalação A Casa É o Corpo: Labirinto (1968) oferece uma vivência sensorial e simbólica, experimentada pelo visitante que penetra numa estrutura de 8 metros de comprimento, passando por ambientes denominados "penetração", "ovulação", "germinação" e "expulsão".
Entre 1970 e 1975, nas atividades coletivas propostas por Lygia Clark na Faculté d'Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, a prática artística é entendida como criação conjunta, em transição para a terapia. Em Túnel (1973) as pessoas percorrem um tubo de pano de 50 metros de comprimento, onde às sensações de claustrofobia e sufocamento contrapõe-se a do nascimento, por meio de aberturas no pano, feitas pela artista. Já Canibalismo e Baba Antropofágica (ambos de 1973) aludem a rituais arcaicos de canibalismo, compreendido como processo de absorção e de ressignificação do outro. No primeiro acontecimento, o corpo de uma pessoa deitada é coberto de frutas, devoradas por outras de olhos vendados; e, no segundo, os participantes levam à boca carretéis de linha, de várias cores e lentamente os desenrolam com as mãos para recobrir o corpo de uma pessoa que está deitada no chão. No final, todos se emaranham com os fios. A partir de 1976, dedica-se à prática terapêutica, usando Objetos Relacionais, que podem ser, por exemplo, sacos plásticos cheios de sementes, ar ou água; meias-calças contendo bolas; pedras e conchas. Na terapia, o paciente cria relações com os objetos, por meio de sua textura, peso, tamanho, temperatura, sonoridade ou movimento. Eles permitem-lhe reviver, em contexto regressivo, sensações registradas na memória do corpo, relativas a fases da vida anteriores à aquisição da linguagem.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista destaca-se sobretudo por sua determinação em atravessar os territórios perigosos da arte e da terapia.
Cronologia
Vive no Rio de de Janeiro 1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994)
1950/1952 - Vive e estuda em Paris
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973)
1953- Retorna ao Rio de Janeiro
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades teurapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes
Críticas
"Os quadros de Lygia Clark não têm moldura de qualquer espécie, não estão separados do espaço, não são objetos fechados dentro do espaço: estão abertos para o espaço que neles penetra e neles se dá incessante e recente: tempo.
Esta pintura não 'imita' o espaço exterior. Pelo contrário, o espaço participa dela, penetra-a vivamente, realmente. É uma pintura que não se passa num espaço metafórico, mas no espaço 'real' mesmo, como um acontecimento dele. Não é, certamente, a mesma coisa que uma escultura de Bill ou de Weissmann - fatos do espaço, porque a arte de Lygia Clark, por mais afastada que esteja do conceito tradicional de pintura - da qual difere pelo objetivo e pelos meios -, encontrou como elemento fundamental e primeiro de sua expressão a superfície geometricamente bidimensional. Afirmar essa superfície e ao mesmo tempo ultrapassar-lhe a bidimensionalidade - eis os dois pólos entre os quais se desenrola a sua experiência. (...)
Desde que a pintura perdeu seu caráter imitativo-narrativo para ser 'essencialmente uma superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo' (Maurice Denis), o quadro, com todos os elementos materiais que entram em sua realização - pano, madeira, moldura, tinta-de-bisnaga, pincel - tornou-se, para o pintor, a única porta por onde podia ele introduzir sua atividade no universo significativo da arte. Mas esse quadro não existe sem moldura, e o artista, ao pintá-lo, já conta com a função amortecedora dessa faixa de madeira que introduzirá sua obra no mundo: porque a moldura não é nem a obra (do artista) nem o mundo (onde essa obra quer se inserir). A moldura é precisamente um meio-termo, uma zona neutra que nasce com a obra, onde todo conflito entre o espaço virtual e o espaço real, entre o trabalho 'gratuito' e o mundo prático-burguês se apaga. O quadro - essa superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo e protegida por uma moldura - é pois, em sua aparente simplicidade, uma soma de compromissos a que o artista não pode fugir e que lhe condiciona a atividade criadora. Quando Lygia Clark tenta, em 1954, 'incluir' a moldura no quadro, ela começa a inverter toda essa ordem de valores e compromissos, e reclama para o artista, implicitamente uma nova situação no mundo".
Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. Uma experiência radical. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 7-12.)
"Ela costuma dizer que seus atuais bichos caíram, como se dá com os casulos de verdade, da parede ao chão. Já em 1957, em seus cadernos de notas e pensamentos, Lygia se rebelava contra a forma seriada do concretismo, por ser 'uma maneira falsa de dominar o espaço', já que impossibilitava ao pintor ´de fazê-lo de uma tacada'. E escrevia, com espantosa lucidez, e antecipadamente: 'A obra (de arte) deve exigir uma participação imediata do espectador e ele, espectador, deve ser jogado dentro dela'. Visionária do espaço, como todo verdadeiro artista moderno (já no Manifesto Construtivista, da segunda década do século XX, Gabo e Pevsner afirmavam 'a convicção inabalável de que somente as construções espaciais tocariam o coração das massas humanas futuras'), refutando uma visão puramente óptica, ela almejava a que o espectador fosse 'jogado dentro da obra' para sentir, atuando sobre ele todas as possibilidades espaciais sugeridas pela obra. 'O que procuro', dizia ela, numa profunda intuição da realização futura, 'é compor um espaço'.
Ela punha, assim, já então, um problema de escultor. O conceito de espaço, como o de realidade, sofreu em nossa época profunda alteração. Já não são conceitos estáticos ou passivos, nem no sentido literal ou mesmo cinético, nem no sentido subjetivo. Não se trata mais de um espaço contemplativo mas de um espaço circundante".
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mario. Significação de Lygia Clark. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 14-17.)
"Cada vez que procuro situar a posição estética do meu desenvolvimento, historicamente em relação às suas origens, chego à conclusão de que não é um desenvolvimento individual muito forte e pessoal, como completa um contexto histórico e cria um movimento, junto a outros artistas. É uma necessidade de grupo, ativa. Aparece, então, a relação com a obra de Lygia Clark, que entre nós é o que de mais universal existe no campo das artes plásticas. Revendo o seu desenvolvimento, sobressai logo a coerência e a intuição de suas idéias, uma grandeza geral intrínseca que vem de dentro, otimista. Sobretudo a coragem afirmativa de suas démarches me impressiona. Está aí, a meu ver, o elo do desenvolvimento post-Mondrian, o elo iniciador entre nós de tudo o que de universal e novo se fará nesse fio de desenvolvimento. Lygia Clark não se limitou a compreender superficialmente o 'geometrismo' de Mondrian, possibilitando ver assim quais seriam as suas démarches mais importante e que abriram um novo rumo para a arte. Sua compreensão primeira é relativa ao 'espaço' como elemento fundamental atacado por Mondrian, ao qual deu novo sentido, sendo este o principal ponto que a levaria a se relacionar com Mondrian, e não a 'forma geométrica' como tantos outros. Compreende então o sentido das grandes intuições de Mondrian, não de fora mas de dentro, como uma coisa viva; a sua necessidade de 'verticalizar' o espaço, de 'quebrar a moldura', por ex. , não são necessidades pensadas, ou 'interessantes' como experiência, mas necessidades altamente estéticas e éticas, surpreendentes nobres, colocando-a em relação a Mondrian, como o cubismo em relação a Cézanne.
A obra de Lygia Clark, ainda relativamente no começo, como ela mesma a classifica, oscila entre uma fase de elaboração mais romântica e atinge o outro lado mais estrutural em fases mais arquitetônicas, chegando inclusive à própria arquitetura. Sua fase de 'unidades', pinturas tão espaciais e verticais que se aproximam virtualmente da arquitetura, é das mais importantes. Digo mesmo que, desde Mondrian, não havia sido o 'plano do quadro' tão vivenciado quanto aqui, e já enquanto em Mondrian era o fim da representação, esta levada ao seu extremo mais abstrato, aqui há um passo adiante na temporalização do espaço pictórico, propondo assim, logo em seguida, a sua quebra para o espaço tridimensional e a destruição do plano básico que constituía o quadro. A alternação entre linhas brancas e os espaços pretos cria tais virtualidades que dá à superfície uma dimensão infinita, tão desejada, p. ex. , por Albers, que só o conseguiu parcialmente. Lygia chega aqui ao cume de suas experiências de 'superfície', adquirindo uma transcendência raramente vista e vivenciada pelos ditos 'geométricos'. Na verdade o que importa aqui não é o 'geometrismo', nem a 'forma', nem óticas (como ainda em Albers), mas os espaços que se contrapõem criando o tempo de si mesmos. Essa experiência permanecerá válida como uma das mais surpreendentes na criação do sentido espácio-temporal da pintura, sendo que o preto não funciona como uma 'cor gráfica' ao lado do branco, mas como uma cor não-cor elementar, o limite em que a luz (branco) e a sombra (preto) se encontram e vitalizam-se pela contraposição espaço-tempo. Essas obras são ortogonais em sua estrutura, mas nem sequer se aproximam de Mondrian quanto a 'aparências'; e pensar que houve quem dissesse que ninguém faria um quadro ortogonal sem que caísse em Mondrian (ao contrapor horizontal e vertical). Aqui o sentido ortogonal é universal, vertical e arquitetônico, e não particular em relação a Mondrian ou ao neoplasticismo.
Logo em seguida a superfície frontal é consumida totalmente pelo preto, e o branco aparece na quina do quadro, pois já é esta experiência (já se dá) o que ela chama do 'fio do espaço' (mesmo nas unidades).
É interessante notar que aqui a ortogonalidade roda no sentido losangular, e é este o primeiro passo definitivo para a saída para o espaço (casulos, bichos). Lygia chamou este trabalho de 'ovo', sendo realmente o depositário de todo o desenvolvimento espacial posterior. O 'ovo' já vagava dos lados criando 'tunéis' de ponta a ponta. Estava aí iniciada a magistral experiência que se cristalizou nos 'bichos' ".
Hélio Oiticica (OITICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 33-34.)
"Estranhamente orgânicos em suas carcaças metálicas, os bichos constituem protótipos de uma nova espécie. Protótipos sim, porque a intenção era produzi-los em série. Vendê-los em todo canto, permitir que muitos os comprassem, enfim, romper a aura da obra única. Intenção voltada para o social como protesto contra o elitismo, contra o monopólio da arte, para existir na rua, no apartamento de qualquer um e não restritos a galerias e museus. Não deu certo, não plenamente. Poucos foram reproduzidos. Os que remanescem estão paralisados numa solidão castrativa, respeitosamente contemplados - a distância -, pertencem a coleções. Fetichizados, são forçados a retroceder ao pedestal, negando a liberdade de origem.
Concebidos para ser múltiplos e não únicos, os bichos quase não se multiplicaram. (...)
O material utilizado, o corte seco, o aspecto polido e a concepção serial fazem dos bichos obras comprometidas com a conjugação do tecnológico com o poético. 'Entre-objetos', no dizer de Max Bense, porque 'artificiais e artísticos correspondem simultaneamente tanto a uma possível determinação quanto a uma possível indeterminação'. Objetos em trânsito são de caráter construtivo porque contêm elementos matemáticos, aproximando-se, porém, do conceito de objetos não construtivos, porque admitem intervenções".
Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Lygia Clark: obra-trajeto. São Paulo: Edusp, 1992. p. 79-85.)
"A trajetória construtiva de Lygia Clark iniciou-se nos anos 50 com as soluções visuais que apresentou aos problemas da representação do espaço no plano colocados pelas vanguardas artísticas internacionais; procuraremos reconstituir essa pesquisa, que se desenvolveu até os anos 80 orientada pela 'paixão da coerência'. 'O trabalho tem uma linha, embora você o olhando ache que não tem nada a ver uma coisa com a outra, quer dizer, formalmente, não tem nada realmente, mas no sentido de conceito é inquebrável'. Esse conceito não é um a priori formal, uma teleologia situada na origem de sua prática artística, que pode explicar o dinamismo interior; é antes a razão de desenvolvimento, que nos permite apreender o sentido de seus deslocamentos. Seu percurso é um movimento natural feito de diferenças e mudanças qualitativas semelhantes às fases de desenvolvimento de um ser vivo. Uma linha evolutiva: 'Nunca se pode voltar atrás'.
A análise descritiva de sua série construtiva, que une as pinturas às proposições sensoriais, mostra como seu trabalho não é o resultado empírico de especulações puramente teóricas: 'Nunca tive um conceito a priori. No começo, era uma naïve. Com meu trabalho é que fui ficando mais apurada para sentir e conceituar tudo. Aliás, eu sempre disse que, para mim, fazer arte era antes me elaborar como ser humano; não era ter nome ou ter qualquer tipo de conceituação'. E não foi tampouco a utilização de diferentes materiais (pigmentos, chapas metálicas, borracha, sacos plásticos, isopor, etc. ) que impulsionou sua pesquisa, do espaço representativo ao espaço orgânico: 'Nunca o material se impôs a mim. Quando tenho de expressar um pensamento, eu busco o material que corresponde à linguagem que procuro. Não trabalho em função de novos materiais' ".
Ricardo Nascimento Fabbrini (FABBRINI, Ricardo Nascimento. O espaço de Lygia Clark. São Paulo: Atlas, 1994. p. 11-12.)
"A trajetória de Lygia Clark é a aventura do espaço. A torção da lógica do plano em fluxo das pulsões define seus marcos. Desde a percepção empírica dos degraus de escadas como uma estrutura arquitetônica de planos, o processo de Lygia Clark implica a conversão de uma arte sobre o plano geométrico em poética da topologia e de sua experiência. Da dimensão planar à compreensão da possibilidade de discussão da configuração material do plano pictórico, do redimensionamento do geométrico em campo do olhar para articulação dos sentidos, depois voltados para uma arquitetura do espaço interior do sujeito (...) Entre a 'obsessão' de Cézanne e a 'loucura' de Van Gogh, poderia ser situada a posição de Lygia Clark como 'não-artista', que assim seria comparável a 'uma tela inacabada' de Cézanne (ao deixar o linho cru transparecer como parte constitutiva da paisagem pintada), diz Frederico Gomes. Clark avança para ultrapassar a importância do objeto. O artista não é o que apresenta o objeto, mas o que propõe a experiência, como em Caminhando. A relação clara é entre o artista e o Outro. Em paralelo, Oiticica fala da 'supressão definitiva da obra de arte'. Na constituição do corpo coletivo, Lygia Clark explora trocas num tecido de alteridades. Hélio Oiticica declara-se um não moderno. Finalmente, a atuação da artista, o Outro e os objetos relacionais são engajados numa ação terapêutica, ultrapassado o limite entre arte e vida. Não existe, nesta prática, qualquer possibilidade de ação no plano do sistema de arte, seja o museu, o mercado, a crítica ou a história. Lygia assume os extremos de seu projeto: declara-se não-artista. Sua relação de alteridade, através de sua atuação cultural, paulatinamente, se desloca da fruição do espectador e de sua atuação (como na teoria do não-objeto) para a compreensão do Outro como ser necessário e finalmente sujeito concreto".
Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. A aventura planar de Lygia Clark: de caracóis, escadas e caminhando. In: CLARK, Lygia. Lygia Clark. São Paulo: MAM, 1999. p. 7, 57.)
Acervos
21st Museum of Contemporary Art - Kanazawa (Japão)
Austin Desmond Fine Art - Inglaterra
Centre Pompidou - Musée National d´Art Moderne - Paris (França)
Cisneros Fontanals Art Foundation (Cifo) - Miami (Estados Unidos)
Colección Costantini - Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) - Buenos Aires (Argentina)
Coopel Collection - México
Daros Latinamerica - Zurique (Suíça)
Fundacion Cisneros - Caracas (Venezuela)
Museo de la Solidaridad Salvador Allende - Santiago (Chile)
Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia - Madri (Espanha)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) - Niterói RJ
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro, (MAM/RJ) - Rio de Janeiro RJ
Museum of Fine Arts - Houston (Estados Unidos)
Museum of Modern Art (MoMA) - Nova York (Estados Unidos)
Tate Modern - Londres (Reino Unido)
Walker Art Center - Estados Unidos
Exposições Individuais
1952 - Paris (França) - Individual, Institut Endoplastique
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Ministério da Educação e Cultura
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Guggenheim
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Bonino
1963 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Louis Alexander Gallery
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Museu de Arte Moderna
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Studium Generale Technische Hochschule
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Estúdio de Max Bense
1965 - Londres (Inglaterra) - Individual, Signals Gallery
1968 - Essen (Alemanha) - Individual, Galeria M. E. Thelen
1968 - Rio de Janeiro RJ - A Casa É o Corpo, Museu de Arte Moderna
1970 - Colônia (Alemanha) - Individual, Kolner Kunster Markt
1971 - São Paulo SP - Individual, Galeria Ralph Camargo
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Fundação Nacional de Artes. Centro de Artes
1980 - Niterói RJ - Individual, Galeria Jurandir Noronha
1981 - São Paulo SP - Individual, Pinacoteca do Estado
1982 - São Paulo SP - Individual, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Paulo Klabin
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Olivia Kahn
Exposições Coletivas
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, Palácio da Cultura
1954 - Veneza (Itália) - 27º Bienal de Veneza
1955 - Neuchâtel (Suíça) - Artistas Brasileiros
1955 - Paris (França) - Artistas Brasileiros, Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, Museu de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão das Nações
1956 - Montevidéu (Uruguai) - Pintura Brasileira Contemporânea, Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, Itatiaia Country Club
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Museu de Arte Moderna
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Ministério da Educação e Cultura
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio aquisição
1958 - São Paulo SP - Clark, Weissmann e Charoux, Galeria de Artes das Folhas
1958 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, Galeria de Artes das Folhas
1959 - Amsterdã (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Barcelona (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Basiléia (Suíça) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros n Europa
1959 - Londres (Inglaterra) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ- 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1959 - Roma (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Galeria Belvedere da Sé
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - La Paz (Bolívia) - Coletiva, Museo de Arte Moderno
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, Museum of Modern Art
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Bonino: Mostra Inaugural, Galeria Bonino
1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, Museu de Arte Moderna
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Veneza (Itália) - 30ª Bienal de Veneza
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio melhor escultor nacional
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Collection of Works by Brazilian Artists, Pan American Union Gallery
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, Museu Carlos Gomes
1963 - Roma (Itália) - Mostra Arte Brasileira, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal - sala especial
1963 - Trieste (Itália) - Mostra d'Arte Brasiliana
1964 - Arras (França) - O Hoje de Amanhã, Musée d´Arras
1964 - Londres (Inglaterra) - 1º Festival de Arte Moderna da América Latina, Signals Gallery
1964 - Londres (Inglaterra) - 2ª Exposição Piloto de Arte Cinética
1964 - Paris (França) - Movimento II, Galerie Denise René
1965 - Edimburgo (Escócia) - Arte e Movimento, Diploma Galleries of the Royal Scottish Academy
1965 - Glasgow (Escócia) - Arte e Movimento, Kelvingrove Art Gallery and Museum
1965 - Liverpool (Inglaterra) - Arts-Science 1965, The University of Liverpool Students Union
1965 - Londres (Inglaterra) - An Anthology of Mobile Sculpture, Signals Gallery
1965 - Paris (França) - Objectits 65, Galerie de la Librarie Anglaise
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, UFMG
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno
1966 - La Jolla (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Museum of Contemporary Art San Diego
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno de Montevidéo
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, Museu de Arte Moderna
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial e grande prêmio
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, San Francisco Art Museum
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, Museu de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza - sala especial
1969 - Califórnia (Estados Unidos) - Simposium of Sensorial Art
1969 - Essen (Alemanha) - Bonalumi - Clark - Cruz Diez, Galeria M. E. Thelen
1969 - Londres (Inglaterra) - Arts Council of Great Britain
1969 - Paris (França) - 24º Salon des Realités Nouvelles
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, Museu de Arte Moderna
1970 - Medellín (Colômbia) - 2ª Bienal de Medellín, Museo de Antioquia
1970 - Oxford (Inglaterra) - Coletiva, no Museum of Modern Art
1970 - Paris (França) - Salon Jeune Sculpture
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, Galeria da Collectio
1973 - Rio de Janeiro RJ - Vanguarda Internacional, Galeria Ibeu Copacabana
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira: figuras e movimentos, Galeria Arte Global
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Museu de Arte Moderna
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Pinacoteca do Estado
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, Museu Lasar Segall
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, Museu de Arte Brasileira
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Amilcar de Castro, Lygia Clark, Sérgio de Camargo e Franz Weissmann, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijik, Espaço NO Galeria Chaves
1981 - Recife PE - 1ª Exposição Internacional de Art-Door
1982 - Havaí (Estados Unidos) The First International Shoe-Box, Sculpture, University of Hawai Arts Gallery
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Barbican Art Gallery
1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, Pinacoteca do Estado
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, Museu de Arte Moderna
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, Museu de Arte Moderna
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, Fundação Bienal
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Tendências do Livro de Artista no Brasil - Arte Brasileira Atual: 1985, Galeria de Arte UFF
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo
1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Paço Imperial
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - Abstração Geométrica, Museu de Arte Brasileira
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (janeiro)
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (julho)
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Algumas Mulheres, Galeria de Arte Ipanema
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, Museu de Arte Brasileira
1987 - São Paulo SP - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, The Institute for Art and Urban Resources, Inc.
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, Museu de Arte Moderna
Exposições Póstumas
1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, The Bronx Museum of the Arts
1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, no El Paso Museum of Art
1989 - Estocolmo (Suécia) - Art in Latin America: the modern era 1820 - 1980, Moderna Museet
1989 - Londres (Inglaterra) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Hayward Gallery
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, San Diego Museum of Art
1989 - San Juan (Porto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Instituto de Cultura Puertorriqueña
1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date
1990 - Madri (Espanha) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Palacio de Velázquez
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Espiral, Miriam Mamber Galeria de Arte
1991 - Curitiba PR - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu Municipal de Arte
1991 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1991 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Pinacoteca do Estado
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Centre Georges Pompidou
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil
1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, Galeria de Arte São Paulo
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Estación Plaza de Armas
1992 - Washington (Estados Unidos) - Arte Visual Brasileira
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, Kunsthaus Zürich
1993 - Belo Horizonte MG - Individual, Museu de Arte de Belo Horizonte
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Kunsthalle Cologne
1993 - Florença (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nationale Centrale di Firenze
1993 - Milão (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nazionale Braidense
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, The Museum of Modern Art
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas Artes
1993 - Roma (Itália) - Brasil: Segni d'Arte
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, Dan Galeria
1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Fondazione Scientífica Querini Stampalia
1994 - Belo Horizonte MG - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaú Cultural
1994 - Penápolis SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Centro Cultural do Banco do Brasil
1994 - São Paulo SP - 22ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - O Efêmero na Arte Brasiliera: anos 60/70, Itaú Cultural
1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Museu de Arte Moderna
1996 - Boston (Estados Unidos) - Inside the Visible, Institute of Contemporary Art
1996 - Brasília DF - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1996 - Kortrijk (Bélgica) - Inside the Visible, Kanaal Art Foundation
1996 - Londres (Inglaterra) - Inside the Visible, Whitechapel Art Gallery
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
1996 - Perth (Austrália) - Inside the Visible, Art Gallery of Western Australia
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, Centro Cultural Banco do Brasil
1996 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria José Edelstein
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, Paço das Artes
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, Casa das Rosas
1996 - Washington D.C. (Estados Unidos) - Inside the Visible, National Museum of Women in the Arts
1997 - Barcelona (Espanha) - Retrospectiva, Fundació Antoni Tàpies
1997 - Kassel (Alemanha) - 10ª Documenta, Museum Fridericianum
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, Banco Safra
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID
1998 - Barcelona (Espanha) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Museu d'Art Contemporani
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Bruxelas (Bélgica) - Individiual, Palais des Beaux-Arts
1998 - Campinas SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Los Angeles (Estados Unidos) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, The Museum of Contemporary Art
1998 - Marselha (França) - Individual, nas Galeries Contemporaines des Musées de Marseille
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, Museu de Arte Contemporânea
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Porto (Portugal) - Individual, na Fundação de Serralves
1998 - Rio de Janeiro RJ - Caminhando: retrospectiva de Lygia Clark, no Paço Imperial
1998 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de 68, Centro Cultural Banco do Brasil
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1998 - Viena (Áustria) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Austrian Museum of Applied Arts
1999 - Brasília DF - LHL: Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Galeria da Caixa Econômica Federal
1999 - Los Angeles (Estados Unidos) - The Experimental Exercise of Freedom: Lygia Clark, Gego, Mathias Goeritz, Helio Oiticica, And Mira Schendel, The Museum of Contemporary Art
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1999 - São Paulo SP - 3º Heranças Contemporâneas III, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1999 - São Paulo SP - Individiual, Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, Museu de Arte Moderna
1999 - Tóquio (Japão) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Hara Museum of Contemporary Art
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, Caixa Cultural
2000 - Caracas (Venezuela) - Território Comum, Miradas Diversas: artistas latinoamericanos em el siglo XX, Espacios Unión
2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, MAC-Niterói
2000 - Praga (República Tcheca) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, National Gallery
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, Paço Imperial
2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, Fundação Casa França-Brasil
2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, Fundação Bienal
2000 - Varsóvia (Polônia) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment
2001 - Belo Horizonte MG - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaú Cultural
2001 - Buenos Aires (Argentina) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - Oxford (Inglaterra) - Experiment Experiência: Art in Brazil 1958-2000, Museum of Modern Art Oxford
2001 - Penápolis SP - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaugaleria
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Lygia Clark, Espaço Antonio Bernardo
2001 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Brasileira da FAAP
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, Museu de Arte Brasileira
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, Itaú Cultural
2002 - Berkeley (Estados Unidos) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Berkeley Art Museum and Pacific Film Archive
2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Madri (Espanha) - Arco/2002, Parque Ferial Juan Carlos I
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, Museu de Arte Moderna
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment (2002 : Rio de Janeiro, RJ) - Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ)
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Coletiva 2002, Galeria Baró Senna
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2003 - Belo Horizonte MG - 10 x minas, Museu de Arte da Pampulha
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2003 - Buenos Aires (Argentina) - Geo-Metrias: abastracción geométrica latinoamericana en la Colección Cisneros, Malba
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, Museo Rufino Tamayo
2003 - Curitiba PR - Imagética, Cinemateca de Curitiba
2003 - Ipatinga MG - 10 x Minas, Centro Cultural Usiminas - Ipatinga
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, Museu de Arte Moderna
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, Pinakotheke
2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, Museu Vale
2004 - Kyoto (Japão) - Brazil: body nostalgia, National Museum of Modern Art, Kyoto
2004 - Madri (Espanha) - Arco, Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, Museu de Arte Contemporânea
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, Museu de Arte Moderna
2004 - São Paulo SP - Individual, Dan Galeria
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, Galeria Brito Cimino
2004 - Tóquio (Japão) - Brazil: body nostalgia, The National Museum of Modern Art
2005 - Chicago (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Museum of Contemporary Art
2005 - Fortaleza CE - Arte Brasileira: nas coleções públicas e privadas do Ceará, Espaço Cultural Unifor
2005 - Londres (Inglaterra) - Open Systems: Rethinking Art c.1970, Tate Modern
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, Museu Imperial
2005 - Porto Alegre RS - 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, Centro Cultural Banco do Brasil
2005 - São Paulo SP - 100 Anos da Pinacoteca: a formação de um acervo, Galeria de Arte do Sesi
2005 - São Paulo SP - Através, ou a Geometria Corrompida, Galeria Bergamin
2005 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz-de-conta à vertigem, Itaú Cultural
2005 - São Paulo SP - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural
2006 - Londres (Inglaterra) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Barbican Art Gallery
2006 - Niterói RJ - Abrigo Poético: diálogos com Lygia Clark, Museu de Arte Contemporânea
2006 - Nova York (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, The Bronx Museum of the Arts
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Museu de Arte Moderna
2006 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Lygia Clark, do Objeto ao Acontecimento: nós somos o molde, a vocês cabe o sopro, Pinacoteca do Estado
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, Oca
2006 - São Paulo SP - Manobras Radicais, Centro Cultural Banco do Brasil
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Pinacoteca do Estado
2007 - Belo Horizonte MG - Binária: acervo e coleções, Museu de Arte da Pampulha
2007 - Curitiba PR - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu Oscar Niemeyer
2007 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, MAC-Niterói
2007 - Nova York (Estados Unidos) - New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: selections from a decade of acquisitions, Museum of Modern Art
2007 - Ribeirão Preto SP - E: conjunção - conexão, Galeria de Arte Marcelo Guarnieri
2007 - Rio de Janeiro RJ - Tropicália: uma revolução na cultura brasileira, Museu de Arte Moderna
2007 - Salvador BA - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Questão, Instituto Tomie Ohtake
2007 - São Paulo SP - Arte e Ousadia - o Brasil na Coleção Sattamini, Museu de Arte de São Paulo
2007 - São Paulo SP - Mirada: latino-americanos do MAC USP no Memorial, Galeria Marta Traba
2007 - São Paulo SP - o(s)cinético(s), Instituto Tomie Ohtake
2008 - Albany (Estados Unidos) - Latin American and Caribbean Art: Selected Highlights from the Collection of the Museum of Modern Art, New York State Museum
2008 - Estocolmo (Suécia) - Time & Place: Rio de Janeiro 1956-1964, Moderna Museet
2008 - Nova York (Estados Unidos) - Arte No Es Vida: actions by artists of the Americas, 1960-2000, El Museo del Barrio
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - MAM 60, Oca
2008 - São Paulo SP - Quando Vidas se Tornam Forma: diálogo com o futuro Brasil-Japão, Museu de Arte Moderna
2008 - Zurique (Suíça) - Face to Face - The Daros Collections, Part 2, Daros Exhibitions
2009 - Cidade do México (México) - Arte Vida: acciones por artistas de las Américas, 1960-2000, Museo de Arte Carrillo Gil
2009 - Houston (Estados Unidos) - North Looks South: building the Latin American Art Collection, The Museum of Fine Arts
2009 - Madri (Espanha) - 28º Arco
2009 - Madri (Espanha) - Materia Gris, Galería Cayón
2009 - São Paulo SP - Diálogo Concreto: design e construtivismo no Brasil, Caixa Cultural
2009 - Zurique (Suíça) - Hot Spots: Rio de Janeiro / Milano - Torino / Los Angeles, Kunsthaus Zürich
2010 - Porto Alegre RS - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Fundação Iberê Camargo
2010 - Rio de Janeiro RJ - Genealogias do Contemporâneo, Museu de Arte Moderna
2010 - Santander (Espanha) - Río Experimental: más allá del arte, el poema y la acción, Espacio da Fundación Marcelino Botín
2010 - São Paulo SP - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Pinacoteca do Estado
2010 - São Paulo SP - Por Aqui, Formas Tornaram-se Atitudes, Sesc
2010 - São Paulo SP - Primeira e Última, Notas Sobre o Monumento, Galeria Luisa Strina
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, Fundação Bienal
2010 - São Paulo SP - Versões do Modernismo, Instituto de Arte Contemporânea
2011 - Nova York (Estados Unidos) - Playing With Form: neo concrete art from Brazil, Dickinson
2011 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo e o Ambiente Cultural do Pós-Guerra, Fundação Iberê Camargo
2011 - Rio de Janeiro RJ - É Assim Mesmo!, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - Modernismos no Brasil, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
2011 - São Paulo SP - Ordem e Progresso: vontade construtiva na arte brasileira, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, Pavilhão da Bienal
2012 - São Paulo SP - Lygia Clark: uma retrospectiva, Instituto Cultural Itaú
Fonte: LYGIA Clark. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931-2014), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Lygia Clark iniciou seus estudos artísticos em 1947, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Roberto Burle Marx e Zélia Salgado. Em 1950, Clark viajou a Paris onde estudou com Arpad Szènes, Dobrinsky e Léger. A artista dedicou-se ao estudo de escadas e desenhos de seus filhos, assim como realizou os seus primeiros óleos. Após sua primeira exposição individual, no Institut Endoplastique, em Paris, no ano de 1952, a artista retornou ao Rio de Janeiro e expôs no Ministério da Educação e Cultura.
Clark foi uma das fundadoras do Grupo Frente que foi criado em 1954. Dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo, ela se uniu a Décio Vieira, Rubem Ludolf, Abraham Palatnik, João José da Costa, entre outros.
“Superfícies Moduladas, 1952-57” e “Planos em Superfície Modulada, 1956-58” (suporte). Lygia ainda participou, em 1954, com a série “Composições”, da Bienal de Veneza – fato que se repetiria, em 1968, quando foi convidada a expor, em sala especial, toda a sua trajetória artística até aquele momento.
A artista trabalhou com instalações e body art. Em 1954, incorporou como elemento plástico a moldura em suas obras, como por exemplo em "Composição n.º 5". Suas pesquisas voltaram-se para a linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, Clark realizou composições em preto e branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra.
Em 1959, integrou a I Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, ao lado de Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. Clark propôs com a sua obra, que a pintura não se sustentava mais em seu suporte tradicional. Procura novos voos. Nas “Unidades, 1959”, moldura e “espaço pictórico” se confundem, um invadindo o outro, quando Clark pinta a moldura da cor da tela. É o que a artista chama de “linha orgânica”, em 1954.
A experiência com a maleabilidade de materiais duros converte-se em material flexível. Lygia Clark chegou à matéria mole: deixou de lado a matéria dura (a madeira), passou pelo metal flexível dos “Bichos” e chegou à borracha na “Obra Mole, 1964”. A transferência de poder, do artista para o propositor, tem um novo limite em “Caminhando, 1963”. Cortar a fita significava, além da questão da “poética da transferência”, desligar-se da tradição da arte concreta, já que a “Unidade Tripartida, 1948-49”, de Max Bill, ícone da herança construtivista no Brasil, era constituída simbolicamente por uma fita de Moebius. Esta fita distorcida na “Obra Mole” agora é recortada no “Caminhando”. Era uma situação limite e o início claro de num novo paradigma nas Artes Visuais brasileiras. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio “corpo” que interessava a Lygia.
Em sua proposição "Baba Antropofágica", de 1973, os fios de linha que caem gradualmente formam uma rede ou malha que cobre horizontalmente o participante. Uma vez que os carretéis são esvaziados, todo mundo abre os olhos e “reconecta” com a baba separando os fios molhados até que a malha seja desfeita. A “destruição” dessa malha é feita com agressividade, euforia e, até mesmo, dor, porque os fios são difíceis de quebrar; ele é seguido por uma discussão. O ato deve ser repetido várias vezes de modo que possa ser experimentado em diferentes formas e não se limita a uma interpretação ou experiência. O carretel girando faz com que a boca produza saliva extra, que capture as roscas e absorva-as, de modo que cada participante babe sobre a pessoa abaixo. O ato de puxar o fio para fora de sua boca chama a atenção ao fato de trazer algo de dentro para fora. De acordo com Clark, os participantes “primeiro sentem que estão puxando o fio para fora, em seguida, eles começam a perceber que estão puxando suas próprias tripas”.
A partir de um sonho, Clark, para quem a psicanálise foi uma constante referência, elabora a instrução oral que indica que carretéis de fios de costura são colocados na boca dos participantes, e estes vão retirando os fios continuamente de suas bocas, e deixando-os cair sobre o corpo de um outro participante. A substância da vida, como no sonho, vai sendo derramada, ou dada para aquele que, passivamente, a recebe. Como em todas as proposições, Clark faz a instrução linguística para a ação que deve ser desempenhada (performada) pelos participantes. Clark intenta abordar uma espécie de perda da substância. A perda da substância nos remete à perda da autoria da obra, a qual torna-se tão relevante.
"Baba Antropofágica" não possui na essência da proposição o cuspe ou a saliva, pois para Clark essa baba é capaz de nutrir-se do corpo do outro; ao contrário do cuspe que remete a desprezo, e a saliva tem a função de auxílio na mastigação. Essa proposição reverbera o poder e a energia no que é abjeto e nos dá nojo e repulsa.
Lygia Clark acreditava que arte e terapia psicológica andavam de mãos dadas. Tanto que, com base em objetos manuseáveis que criava ou recolhia da natureza, como balões de ar, sacos de terra e água e até pedras, pensava ter o dom de curar os males da alma. Conforme uma sessão de terapia em Sorbonne na década de 70, após uma jovem cair em transe, Clark diz que ela não tinha preparo psicológico para suportar os exercícios de sensibilização e relaxação porque estes liberam conteúdos reprimidos e a imaginação dos que participam.
Os instrumentos nas mãos de Lygia passavam a assumir poderes imprevisíveis e eram chamados por ela de Objetos Sensoriais. Tais objetos nunca foram vistos com bons olhos por psicanalistas franceses e brasileiros porque ela não tinha formação acadêmica na área. Clark, por sua vez, não deixava ninguém sem resposta. Questionava qualquer um que ousasse falar mal de seu trabalho que por trás tinha conceitos dos mais sofisticados e elaborados por ela mesma. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, a artista integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva.Erro de citação: Parâmetro inválido na etiqueta.
A trajetória de Lygia Clark faz dela uma artista atemporal e sem um lugar muito bem definido dentro da História da Arte. Tanto ela quanto sua obra fogem de categorias ou situações em que podemos facilmente embalar; Lygia estabelece um vínculo com a vida, e podemos observar este novo estado nos seus "Objetos sensoriais, 1966-1968”: a proposta de utilizar objetos do nosso cotidiano (água, conchas, borracha, sementes), já aponta no trabalho de Lygia, por exemplo, uma intenção de desvincular o lugar do espectador dentro da instituição de Arte, e aproximá-lo de um estado, onde o mundo se molda, passa a ser constante transformação.
Em 1981, Lygia diminuiu paulatinamente o ritmo de suas atividades. Em 1983 foi publicado, numa edição limitada de 24 exemplares, o “Livro Obra", uma verdadeira obra aberta que acompanha, por meio de textos escritos pela própria artista e de estruturas manipuláveis, a trajetória da obra de Lygia desde as suas primeiras criações até o final de sua fase neoconcreta.
Últimos anos e morte
Em 1986, realizou-se, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, o IX Salão de Artes Plásticas, com uma sala especial dedicada a Hélio Oiticica e Lygia Clark. A exposição constituiu a única grande retrospectiva dedicada a Lygia Clark ainda em atividade artística. Em 25 abril de 1988, Lygia Clark faleceu de ataque cardíaco. Ela não se casou. Teve três filhos com Aluísio Clark Ribeiro: Álvaro, Eduardo e Elisabeth.
Obra
Máscara Abismo
Lygia Clark estabeleceu uma nova conexão com sua arte quando, no início da década de 1970, entrou em contato com o estudo da psique humana, a partir daí criou um novo rumo para se vivenciar a arte e passou a se concentrar no desenvolvimento de experiências sensoriais e seu uso terapêutico.
O questionamento cada vez mais profundo do estatuto do objeto de arte, do artista e do espectador; assim criando as máscaras sensoriais, essas obras que propõem uma experiência solitária. Na verdade, uma busca pelo autoconhecimento. Não há o contato com o outro, mas com seu próprio eu.
Uma das obras mais famosas de Lygia Clark é a Máscara abismo, ela tenta dar a experiência do seu órgão fora do seu corpo, e como um objeto qualquer pode ser acoplado a ele. A Máscara abismo era composta por um saco de rede sintética que envolve um saco plástico cheio de ar. Se colocava sobre rosto e sua extremidade prolongava-se sobre seu peito, como uma tromba de animal.
Esse trabalho a artista tenta substituir a experiência estética pela sensorial, incentivando o uso do tato, como ferramentas de transição que buscam estimular uma maior sensibilidade e libertação criativa, que servem para promover um mergulho na subjetividade, libertar o que Lygia chamava de “fantasmagorias do corpo”.
A máscara proporciona a quem a vestisse a sensação de estar caindo em um espaço vazio. Como a própria Lygia Clark aponta “O vazio que se apodera de mim só pode ser entendido sentindo e assim creio que sentindo posso entendê-lo, mas não resolvê-lo.”
Tocar, cheirar, apertar, sentir, interagir. Este era o propósito maior das obras de Clark. Entrar em contato com este novo universo artístico significa deixar um pouco de si e levar um pouco do que a artista desejava.
Os Bichos
As obras “Bichos” de Lygia Clark, feitas com metal unidas com dobradiças, fazendo com que as obras fiquem volumosas, dessa forma, Clark forma os bichos. São seres constituídos de várias formas de movimentos, estruturadas através da linha orgânica, que aparece como colunas vertebradas. Clark firma então um compromisso com a arte e a vida, fazendo-as aproximarem-se. Afirma que seus “bichos” têm vida própria.
“Um bicho não é apenas para ser contemplado e mesmo tocado. Requer relacionamento. Ele tem respostas próprias, e muito bem definidas para cada estímulo que vier a receber.”
Essas obras de Lygia Clark inspiram imaginação, como quando procuramos ver desenhos nas nuvens, pois seu geocentrismo não é, de forma alguma, frio. Entretanto, suas linhas dinâmicas suas posições variadas remetem ludicamente ao observador/interator a fazer associações formais com seres vivos em suas múltiplas configurações. A própria Lygia coloca nome em alguns com base no que representam em certo momento.
Contra Relevo
A trajetória artística de Lygia Clark traz uma ideia de como se dá o processo de criação de um artista contemporâneo e de como vai amadurecendo seu trabalho. Percebemos a importância da linha orgânica nas investigações e pesquisas plásticas desta artista.
Há um momento em que Lygia Clark chega ao auge de sua arte e passa a “confundi-la” com a vida, rompendo uma tênue linha, o que a faz declarar-se “não-artista”, mas terapeuta. Consideramos os bichos como as obras que melhor representam esse “auge” antes da transição. A Obra Contra Relevo é uma obra da artista brasileira, ela incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como por exemplo, em composição n° 5. Suas pesquisas voltam-se para linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura, em 1957 e 1959 ela realiza composições em preto e branco formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola na qual a linha orgânica se evidencia na obra contra relevo. Vista tudo que li da artista o objetivo dela era estabelecer uma nova linguagem abstrata na arte brasileira fundou o neoconcretismo, a obra contra relevo é um pequeno quadro de compensado tem a dimensão de 55,5 x 55,5 x 4,5cm com três figuras geométricas pintadas em preto e branco, a exploração da área frontal e a área lateral em formas com que o espectador pudesse olhar pelos lados chegando até o espaço interno, essencial para chegar até a tridimensionalidade de suas obras, a mesma foi criada em 1959, a obra em si tem a composição de tinta industrial sobre madeira.
A Lygia apresentou sua arte a primeira vez na Bienal de Artes Plásticas da Bahia no ano de 1966, em maio ela foi arrematada por US$ 2,225 milhões no leilão de arte latino-americana promovido pela Phillips em Nova York, alcançando recorde de preço para obra da artista brasileira em venda pública em 1966.
Cronologia
1947/1950 - Vive no Rio de Janeiro.
1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994).
1950/1952 - Vive e estuda em Paris.
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973).
1953- Retorna ao Rio de Janeiro.
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros.
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos.
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim.
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto.
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro.
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador.
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante .
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo.
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos.
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris.
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal.
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark.
1973 - Criação da Proposição "Baba Antropofágica"
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro.
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais.
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo.
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark.
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista.
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes.
Homenagens
Em 23 de outubro de 2015, em seu 95º aniversário de nascimento, Lygia foi homenageada pelo Google através de um Doodle.
Recorde de valores
Em maio de 2013, a obra Contra Relevo foi arrematada, em Nova York, por US$ 2,2 milhões (R$ 4,5 milhões), tornando-se ate aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Em agosto de 2013, novamente sua obra, a Superfície Modulada nº 4, foi arrematada num leilão na Bolsa de Arte de São Paulo por R$ 5,3 milhões, batendo o recorde e tornando-se até aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Fonte: Wikipédia, consultado em 12 de março de 2020.
Crédito fotográfico: USP, consultado em 12 de março de 2020.
Lygia Pimentel Lins (23 de outubro de 1920, Belo Horizonte, MG — 25 de abril de 1988, Rio de Janeiro, RJ), conhecida pelo pseudônimo Lygia Clark, foi uma pintora e escultora brasileira contemporânea que se autointitulava "não artista".
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se para o Rio de Janeiro, em 1947, e inicia aprendizado artístico com Burle Marx (1909-1994). Entre 1950 e 1952, vive em Paris, onde estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973). De volta para o Brasil, integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973).
É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto e participa da sua primeira exposição, em 1959. Gradualmente, troca a pintura pela experiência com objetos tridimensionais. Realiza proposições participacionais como a série Bichos, de 1960, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador. Nesse ano, leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos. Dedica-se à exploração sensorial em trabalhos como A Casa É o Corpo, de 1968. Participa das exposições Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).
Reside em Paris entre 1970 e 1976, período em que leciona na Faculté d´Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne. Nesse período sua atividade se afasta da produção de objetos estéticos e volta-se sobretudo para experiências corporais em que materiais quaisquer estabelecem relação entre os participantes. Retorna para o Brasil em 1976; dedica-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial e dos objetos relacionais. Sua prática fará que no final da vida a artista considere seu trabalho definitivamente alheio à arte e próximo à psicanálise. A partir dos anos 1980 sua obra ganha reconhecimento internacional com retrospectivas em várias capitais internacionais e em mostras antológicas da arte internacional do pós-guerra.
Análise
Lygia Clark trabalha com instalações e body art. Em 1954, incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como, por exemplo, em Composição nº 5. Suas pesquisas voltam-se para a "linha orgânica", que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, realiza composições em preto-e-branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
Para a pesquisadora de arte Maria Alice Milliet, Lygia Clark é entre os artistas vinculados ao concretismo, quem melhor compreende as relações espaciais do plano. A radicalidade com que explora as potencialidades expressivas dos planos, leva-a a desdobrá-los, como nos Casulos (1959), que são compostos de placas de metal fixas na parede, dobradas de maneira a criar um espaço interno. No mesmo ano, participa da 1ª Exposição Neoconcreta. O neoconcretismo define-se como tomada de posição com relação à arte concreta exacerbadamente racionalista e é formado por artistas que pretendem continuar a trabalhar no sentido da experimentação, do encontro de soluções próprias, integrando autor, obra e fruidor. Inicia, em 1960, os Bichos, obras constituídas por placas de metal polido unidas por dobradiças, que lhe permitem a articulação. As obras são inovadoras: encorajam a manipulação do espectador, que conjugada à dinâmica da própria peça, resulta em novas configurações. Em 1963, começa a realizar os Trepantes, formados por recortes espiralados em metal ou em borracha, como Obra-Mole (1964), que, pela maleabilidade, podem ser apoiados nos mais diferentes suportes ocasionais como troncos de madeira ou escada.
Sua preocupação volta-se para uma participação ainda mais ativa do público. Caminhando (1964) é a obra que marca essa transição. O participante cria uma fita de Moebius [August Ferdinand Moebius (1790-1868), matemático alemão]: corta uma faixa de papel, torce uma das extremidades e une as duas pontas. Depois a recorta no comprimento de maneira contínua e, na medida em que o faz, ela se desdobra em entrelaçamentos cada vez mais estreitos e complexos. Experimenta um espaço sem avesso ou direito, frente ou verso, apenas pelo prazer de percorrê-lo e, dessa forma, ele mesmo realiza a obra de arte. Inicia então trabalhos voltados para o corpo, que visam ampliar a percepção, retomar memórias ou provocar diferentes emoções. Neles, o papel do artista é de propositor ou canalizador de experiências. Por exemplo, em Luvas Sensoriais (1968) dá-se a redescoberta do tato por meio de bolas de diferentes tamanhos, pesos e texturas e em O Eu e o Tu: Série Roupa-Corpo-Roupa (1967), um casal veste roupas confeccionadas pela artista, cujo forro comporta materiais diversos. Aberturas na roupa proporcionam, pela exploração táctil, uma sensação feminina ao homem e à mulher uma sensação masculina. A instalação A Casa É o Corpo: Labirinto (1968) oferece uma vivência sensorial e simbólica, experimentada pelo visitante que penetra numa estrutura de 8 metros de comprimento, passando por ambientes denominados "penetração", "ovulação", "germinação" e "expulsão".
Entre 1970 e 1975, nas atividades coletivas propostas por Lygia Clark na Faculté d'Arts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, a prática artística é entendida como criação conjunta, em transição para a terapia. Em Túnel (1973) as pessoas percorrem um tubo de pano de 50 metros de comprimento, onde às sensações de claustrofobia e sufocamento contrapõe-se a do nascimento, por meio de aberturas no pano, feitas pela artista. Já Canibalismo e Baba Antropofágica (ambos de 1973) aludem a rituais arcaicos de canibalismo, compreendido como processo de absorção e de ressignificação do outro. No primeiro acontecimento, o corpo de uma pessoa deitada é coberto de frutas, devoradas por outras de olhos vendados; e, no segundo, os participantes levam à boca carretéis de linha, de várias cores e lentamente os desenrolam com as mãos para recobrir o corpo de uma pessoa que está deitada no chão. No final, todos se emaranham com os fios. A partir de 1976, dedica-se à prática terapêutica, usando Objetos Relacionais, que podem ser, por exemplo, sacos plásticos cheios de sementes, ar ou água; meias-calças contendo bolas; pedras e conchas. Na terapia, o paciente cria relações com os objetos, por meio de sua textura, peso, tamanho, temperatura, sonoridade ou movimento. Eles permitem-lhe reviver, em contexto regressivo, sensações registradas na memória do corpo, relativas a fases da vida anteriores à aquisição da linguagem.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva. Finalmente, dedica-se à prática terapêutica. Para Milliet, a artista destaca-se sobretudo por sua determinação em atravessar os territórios perigosos da arte e da terapia.
Cronologia
Vive no Rio de de Janeiro 1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994)
1950/1952 - Vive e estuda em Paris
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973)
1953- Retorna ao Rio de Janeiro
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades teurapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes
Críticas
"Os quadros de Lygia Clark não têm moldura de qualquer espécie, não estão separados do espaço, não são objetos fechados dentro do espaço: estão abertos para o espaço que neles penetra e neles se dá incessante e recente: tempo.
Esta pintura não 'imita' o espaço exterior. Pelo contrário, o espaço participa dela, penetra-a vivamente, realmente. É uma pintura que não se passa num espaço metafórico, mas no espaço 'real' mesmo, como um acontecimento dele. Não é, certamente, a mesma coisa que uma escultura de Bill ou de Weissmann - fatos do espaço, porque a arte de Lygia Clark, por mais afastada que esteja do conceito tradicional de pintura - da qual difere pelo objetivo e pelos meios -, encontrou como elemento fundamental e primeiro de sua expressão a superfície geometricamente bidimensional. Afirmar essa superfície e ao mesmo tempo ultrapassar-lhe a bidimensionalidade - eis os dois pólos entre os quais se desenrola a sua experiência. (...)
Desde que a pintura perdeu seu caráter imitativo-narrativo para ser 'essencialmente uma superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo' (Maurice Denis), o quadro, com todos os elementos materiais que entram em sua realização - pano, madeira, moldura, tinta-de-bisnaga, pincel - tornou-se, para o pintor, a única porta por onde podia ele introduzir sua atividade no universo significativo da arte. Mas esse quadro não existe sem moldura, e o artista, ao pintá-lo, já conta com a função amortecedora dessa faixa de madeira que introduzirá sua obra no mundo: porque a moldura não é nem a obra (do artista) nem o mundo (onde essa obra quer se inserir). A moldura é precisamente um meio-termo, uma zona neutra que nasce com a obra, onde todo conflito entre o espaço virtual e o espaço real, entre o trabalho 'gratuito' e o mundo prático-burguês se apaga. O quadro - essa superfície plana coberta de cores organizadas de certo modo e protegida por uma moldura - é pois, em sua aparente simplicidade, uma soma de compromissos a que o artista não pode fugir e que lhe condiciona a atividade criadora. Quando Lygia Clark tenta, em 1954, 'incluir' a moldura no quadro, ela começa a inverter toda essa ordem de valores e compromissos, e reclama para o artista, implicitamente uma nova situação no mundo".
Ferreira Gullar (GULLAR, Ferreira. Uma experiência radical. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 7-12.)
"Ela costuma dizer que seus atuais bichos caíram, como se dá com os casulos de verdade, da parede ao chão. Já em 1957, em seus cadernos de notas e pensamentos, Lygia se rebelava contra a forma seriada do concretismo, por ser 'uma maneira falsa de dominar o espaço', já que impossibilitava ao pintor ´de fazê-lo de uma tacada'. E escrevia, com espantosa lucidez, e antecipadamente: 'A obra (de arte) deve exigir uma participação imediata do espectador e ele, espectador, deve ser jogado dentro dela'. Visionária do espaço, como todo verdadeiro artista moderno (já no Manifesto Construtivista, da segunda década do século XX, Gabo e Pevsner afirmavam 'a convicção inabalável de que somente as construções espaciais tocariam o coração das massas humanas futuras'), refutando uma visão puramente óptica, ela almejava a que o espectador fosse 'jogado dentro da obra' para sentir, atuando sobre ele todas as possibilidades espaciais sugeridas pela obra. 'O que procuro', dizia ela, numa profunda intuição da realização futura, 'é compor um espaço'.
Ela punha, assim, já então, um problema de escultor. O conceito de espaço, como o de realidade, sofreu em nossa época profunda alteração. Já não são conceitos estáticos ou passivos, nem no sentido literal ou mesmo cinético, nem no sentido subjetivo. Não se trata mais de um espaço contemplativo mas de um espaço circundante".
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mario. Significação de Lygia Clark. In: LYGIA Clark. Rio de Janeiro: Funarte, 1980. p. 14-17.)
"Cada vez que procuro situar a posição estética do meu desenvolvimento, historicamente em relação às suas origens, chego à conclusão de que não é um desenvolvimento individual muito forte e pessoal, como completa um contexto histórico e cria um movimento, junto a outros artistas. É uma necessidade de grupo, ativa. Aparece, então, a relação com a obra de Lygia Clark, que entre nós é o que de mais universal existe no campo das artes plásticas. Revendo o seu desenvolvimento, sobressai logo a coerência e a intuição de suas idéias, uma grandeza geral intrínseca que vem de dentro, otimista. Sobretudo a coragem afirmativa de suas démarches me impressiona. Está aí, a meu ver, o elo do desenvolvimento post-Mondrian, o elo iniciador entre nós de tudo o que de universal e novo se fará nesse fio de desenvolvimento. Lygia Clark não se limitou a compreender superficialmente o 'geometrismo' de Mondrian, possibilitando ver assim quais seriam as suas démarches mais importante e que abriram um novo rumo para a arte. Sua compreensão primeira é relativa ao 'espaço' como elemento fundamental atacado por Mondrian, ao qual deu novo sentido, sendo este o principal ponto que a levaria a se relacionar com Mondrian, e não a 'forma geométrica' como tantos outros. Compreende então o sentido das grandes intuições de Mondrian, não de fora mas de dentro, como uma coisa viva; a sua necessidade de 'verticalizar' o espaço, de 'quebrar a moldura', por ex. , não são necessidades pensadas, ou 'interessantes' como experiência, mas necessidades altamente estéticas e éticas, surpreendentes nobres, colocando-a em relação a Mondrian, como o cubismo em relação a Cézanne.
A obra de Lygia Clark, ainda relativamente no começo, como ela mesma a classifica, oscila entre uma fase de elaboração mais romântica e atinge o outro lado mais estrutural em fases mais arquitetônicas, chegando inclusive à própria arquitetura. Sua fase de 'unidades', pinturas tão espaciais e verticais que se aproximam virtualmente da arquitetura, é das mais importantes. Digo mesmo que, desde Mondrian, não havia sido o 'plano do quadro' tão vivenciado quanto aqui, e já enquanto em Mondrian era o fim da representação, esta levada ao seu extremo mais abstrato, aqui há um passo adiante na temporalização do espaço pictórico, propondo assim, logo em seguida, a sua quebra para o espaço tridimensional e a destruição do plano básico que constituía o quadro. A alternação entre linhas brancas e os espaços pretos cria tais virtualidades que dá à superfície uma dimensão infinita, tão desejada, p. ex. , por Albers, que só o conseguiu parcialmente. Lygia chega aqui ao cume de suas experiências de 'superfície', adquirindo uma transcendência raramente vista e vivenciada pelos ditos 'geométricos'. Na verdade o que importa aqui não é o 'geometrismo', nem a 'forma', nem óticas (como ainda em Albers), mas os espaços que se contrapõem criando o tempo de si mesmos. Essa experiência permanecerá válida como uma das mais surpreendentes na criação do sentido espácio-temporal da pintura, sendo que o preto não funciona como uma 'cor gráfica' ao lado do branco, mas como uma cor não-cor elementar, o limite em que a luz (branco) e a sombra (preto) se encontram e vitalizam-se pela contraposição espaço-tempo. Essas obras são ortogonais em sua estrutura, mas nem sequer se aproximam de Mondrian quanto a 'aparências'; e pensar que houve quem dissesse que ninguém faria um quadro ortogonal sem que caísse em Mondrian (ao contrapor horizontal e vertical). Aqui o sentido ortogonal é universal, vertical e arquitetônico, e não particular em relação a Mondrian ou ao neoplasticismo.
Logo em seguida a superfície frontal é consumida totalmente pelo preto, e o branco aparece na quina do quadro, pois já é esta experiência (já se dá) o que ela chama do 'fio do espaço' (mesmo nas unidades).
É interessante notar que aqui a ortogonalidade roda no sentido losangular, e é este o primeiro passo definitivo para a saída para o espaço (casulos, bichos). Lygia chamou este trabalho de 'ovo', sendo realmente o depositário de todo o desenvolvimento espacial posterior. O 'ovo' já vagava dos lados criando 'tunéis' de ponta a ponta. Estava aí iniciada a magistral experiência que se cristalizou nos 'bichos' ".
Hélio Oiticica (OITICICA, Hélio. Aspiro ao grande labirinto. Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p. 33-34.)
"Estranhamente orgânicos em suas carcaças metálicas, os bichos constituem protótipos de uma nova espécie. Protótipos sim, porque a intenção era produzi-los em série. Vendê-los em todo canto, permitir que muitos os comprassem, enfim, romper a aura da obra única. Intenção voltada para o social como protesto contra o elitismo, contra o monopólio da arte, para existir na rua, no apartamento de qualquer um e não restritos a galerias e museus. Não deu certo, não plenamente. Poucos foram reproduzidos. Os que remanescem estão paralisados numa solidão castrativa, respeitosamente contemplados - a distância -, pertencem a coleções. Fetichizados, são forçados a retroceder ao pedestal, negando a liberdade de origem.
Concebidos para ser múltiplos e não únicos, os bichos quase não se multiplicaram. (...)
O material utilizado, o corte seco, o aspecto polido e a concepção serial fazem dos bichos obras comprometidas com a conjugação do tecnológico com o poético. 'Entre-objetos', no dizer de Max Bense, porque 'artificiais e artísticos correspondem simultaneamente tanto a uma possível determinação quanto a uma possível indeterminação'. Objetos em trânsito são de caráter construtivo porque contêm elementos matemáticos, aproximando-se, porém, do conceito de objetos não construtivos, porque admitem intervenções".
Maria Alice Milliet (MILLIET, Maria Alice. Lygia Clark: obra-trajeto. São Paulo: Edusp, 1992. p. 79-85.)
"A trajetória construtiva de Lygia Clark iniciou-se nos anos 50 com as soluções visuais que apresentou aos problemas da representação do espaço no plano colocados pelas vanguardas artísticas internacionais; procuraremos reconstituir essa pesquisa, que se desenvolveu até os anos 80 orientada pela 'paixão da coerência'. 'O trabalho tem uma linha, embora você o olhando ache que não tem nada a ver uma coisa com a outra, quer dizer, formalmente, não tem nada realmente, mas no sentido de conceito é inquebrável'. Esse conceito não é um a priori formal, uma teleologia situada na origem de sua prática artística, que pode explicar o dinamismo interior; é antes a razão de desenvolvimento, que nos permite apreender o sentido de seus deslocamentos. Seu percurso é um movimento natural feito de diferenças e mudanças qualitativas semelhantes às fases de desenvolvimento de um ser vivo. Uma linha evolutiva: 'Nunca se pode voltar atrás'.
A análise descritiva de sua série construtiva, que une as pinturas às proposições sensoriais, mostra como seu trabalho não é o resultado empírico de especulações puramente teóricas: 'Nunca tive um conceito a priori. No começo, era uma naïve. Com meu trabalho é que fui ficando mais apurada para sentir e conceituar tudo. Aliás, eu sempre disse que, para mim, fazer arte era antes me elaborar como ser humano; não era ter nome ou ter qualquer tipo de conceituação'. E não foi tampouco a utilização de diferentes materiais (pigmentos, chapas metálicas, borracha, sacos plásticos, isopor, etc. ) que impulsionou sua pesquisa, do espaço representativo ao espaço orgânico: 'Nunca o material se impôs a mim. Quando tenho de expressar um pensamento, eu busco o material que corresponde à linguagem que procuro. Não trabalho em função de novos materiais' ".
Ricardo Nascimento Fabbrini (FABBRINI, Ricardo Nascimento. O espaço de Lygia Clark. São Paulo: Atlas, 1994. p. 11-12.)
"A trajetória de Lygia Clark é a aventura do espaço. A torção da lógica do plano em fluxo das pulsões define seus marcos. Desde a percepção empírica dos degraus de escadas como uma estrutura arquitetônica de planos, o processo de Lygia Clark implica a conversão de uma arte sobre o plano geométrico em poética da topologia e de sua experiência. Da dimensão planar à compreensão da possibilidade de discussão da configuração material do plano pictórico, do redimensionamento do geométrico em campo do olhar para articulação dos sentidos, depois voltados para uma arquitetura do espaço interior do sujeito (...) Entre a 'obsessão' de Cézanne e a 'loucura' de Van Gogh, poderia ser situada a posição de Lygia Clark como 'não-artista', que assim seria comparável a 'uma tela inacabada' de Cézanne (ao deixar o linho cru transparecer como parte constitutiva da paisagem pintada), diz Frederico Gomes. Clark avança para ultrapassar a importância do objeto. O artista não é o que apresenta o objeto, mas o que propõe a experiência, como em Caminhando. A relação clara é entre o artista e o Outro. Em paralelo, Oiticica fala da 'supressão definitiva da obra de arte'. Na constituição do corpo coletivo, Lygia Clark explora trocas num tecido de alteridades. Hélio Oiticica declara-se um não moderno. Finalmente, a atuação da artista, o Outro e os objetos relacionais são engajados numa ação terapêutica, ultrapassado o limite entre arte e vida. Não existe, nesta prática, qualquer possibilidade de ação no plano do sistema de arte, seja o museu, o mercado, a crítica ou a história. Lygia assume os extremos de seu projeto: declara-se não-artista. Sua relação de alteridade, através de sua atuação cultural, paulatinamente, se desloca da fruição do espectador e de sua atuação (como na teoria do não-objeto) para a compreensão do Outro como ser necessário e finalmente sujeito concreto".
Paulo Herkenhoff (HERKENHOFF, Paulo. A aventura planar de Lygia Clark: de caracóis, escadas e caminhando. In: CLARK, Lygia. Lygia Clark. São Paulo: MAM, 1999. p. 7, 57.)
Acervos
21st Museum of Contemporary Art - Kanazawa (Japão)
Austin Desmond Fine Art - Inglaterra
Centre Pompidou - Musée National d´Art Moderne - Paris (França)
Cisneros Fontanals Art Foundation (Cifo) - Miami (Estados Unidos)
Colección Costantini - Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (Malba) - Buenos Aires (Argentina)
Coopel Collection - México
Daros Latinamerica - Zurique (Suíça)
Fundacion Cisneros - Caracas (Venezuela)
Museo de la Solidaridad Salvador Allende - Santiago (Chile)
Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia - Madri (Espanha)
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) - Niterói RJ
Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro, (MAM/RJ) - Rio de Janeiro RJ
Museum of Fine Arts - Houston (Estados Unidos)
Museum of Modern Art (MoMA) - Nova York (Estados Unidos)
Tate Modern - Londres (Reino Unido)
Walker Art Center - Estados Unidos
Exposições Individuais
1952 - Paris (França) - Individual, Institut Endoplastique
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Ministério da Educação e Cultura
1959 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Guggenheim
1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Bonino
1963 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, Louis Alexander Gallery
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Museu de Arte Moderna
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Studium Generale Technische Hochschule
1964 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, Estúdio de Max Bense
1965 - Londres (Inglaterra) - Individual, Signals Gallery
1968 - Essen (Alemanha) - Individual, Galeria M. E. Thelen
1968 - Rio de Janeiro RJ - A Casa É o Corpo, Museu de Arte Moderna
1970 - Colônia (Alemanha) - Individual, Kolner Kunster Markt
1971 - São Paulo SP - Individual, Galeria Ralph Camargo
1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Fundação Nacional de Artes. Centro de Artes
1980 - Niterói RJ - Individual, Galeria Jurandir Noronha
1981 - São Paulo SP - Individual, Pinacoteca do Estado
1982 - São Paulo SP - Individual, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Paulo Klabin
1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria Olivia Kahn
Exposições Coletivas
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, Palácio da Cultura
1954 - Veneza (Itália) - 27º Bienal de Veneza
1955 - Neuchâtel (Suíça) - Artistas Brasileiros
1955 - Paris (França) - Artistas Brasileiros, Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, Museu de Arte Moderna
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão das Nações
1956 - Montevidéu (Uruguai) - Pintura Brasileira Contemporânea, Instituto de Cultura Uruguayo-Brasileño
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, Itatiaia Country Club
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Museu de Arte Moderna
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, Ministério da Educação e Cultura
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio aquisição
1958 - São Paulo SP - Clark, Weissmann e Charoux, Galeria de Artes das Folhas
1958 - São Paulo SP - Prêmio Leirner de Arte Contemporânea, Galeria de Artes das Folhas
1959 - Amsterdã (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Barcelona (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Basiléia (Suíça) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderno en Brasil, Museo Nacional de Bellas Artes
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros n Europa
1959 - Londres (Inglaterra) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ- 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1959 - Roma (Itália) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Salvador BA - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, Galeria Belvedere da Sé
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - La Paz (Bolívia) - Coletiva, Museo de Arte Moderno
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Nova York (Estados Unidos) - Coletiva, Museum of Modern Art
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Exposição de Arte Neoconcreta, Ministério da Educação e Cultura
1960 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Bonino: Mostra Inaugural, Galeria Bonino
1960 - São Paulo SP - Contribuição da Mulher às Artes Plásticas no País, Museu de Arte Moderna
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Veneza (Itália) - 30ª Bienal de Veneza
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 3ª Exposição de Arte Neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - prêmio melhor escultor nacional
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1962 - Washington D. C. (Estados Unidos) - Collection of Works by Brazilian Artists, Pan American Union Gallery
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, Museu Carlos Gomes
1963 - Roma (Itália) - Mostra Arte Brasileira, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal - sala especial
1963 - Trieste (Itália) - Mostra d'Arte Brasiliana
1964 - Arras (França) - O Hoje de Amanhã, Musée d´Arras
1964 - Londres (Inglaterra) - 1º Festival de Arte Moderna da América Latina, Signals Gallery
1964 - Londres (Inglaterra) - 2ª Exposição Piloto de Arte Cinética
1964 - Paris (França) - Movimento II, Galerie Denise René
1965 - Edimburgo (Escócia) - Arte e Movimento, Diploma Galleries of the Royal Scottish Academy
1965 - Glasgow (Escócia) - Arte e Movimento, Kelvingrove Art Gallery and Museum
1965 - Liverpool (Inglaterra) - Arts-Science 1965, The University of Liverpool Students Union
1965 - Londres (Inglaterra) - An Anthology of Mobile Sculpture, Signals Gallery
1965 - Paris (França) - Objectits 65, Galerie de la Librarie Anglaise
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Belo Horizonte MG - Vanguarda Brasileira, UFMG
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno
1966 - La Jolla (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Museum of Contemporary Art San Diego
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, Museo de Arte Moderno de Montevidéo
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, Museu de Arte Moderna
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial e grande prêmio
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, San Francisco Art Museum
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, Museu de Arte Moderna
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza - sala especial
1969 - Califórnia (Estados Unidos) - Simposium of Sensorial Art
1969 - Essen (Alemanha) - Bonalumi - Clark - Cruz Diez, Galeria M. E. Thelen
1969 - Londres (Inglaterra) - Arts Council of Great Britain
1969 - Paris (França) - 24º Salon des Realités Nouvelles
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, Museu de Arte Moderna
1970 - Medellín (Colômbia) - 2ª Bienal de Medellín, Museo de Antioquia
1970 - Oxford (Inglaterra) - Coletiva, no Museum of Modern Art
1970 - Paris (França) - Salon Jeune Sculpture
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, Galeria da Collectio
1973 - Rio de Janeiro RJ - Vanguarda Internacional, Galeria Ibeu Copacabana
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1976 - São Paulo SP - Arte Brasileira: figuras e movimentos, Galeria Arte Global
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Museu de Arte Moderna
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, Pinacoteca do Estado
1978 - Rio de Janeiro RJ - Escultura Brasileira no Espaço Urbano: 50 anos, Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, Museu Lasar Segall
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, Museu de Arte Brasileira
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Amilcar de Castro, Lygia Clark, Sérgio de Camargo e Franz Weissmann, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijik, Espaço NO Galeria Chaves
1981 - Recife PE - 1ª Exposição Internacional de Art-Door
1982 - Havaí (Estados Unidos) The First International Shoe-Box, Sculpture, University of Hawai Arts Gallery
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, Barbican Art Gallery
1982 - Rio de Janeiro RJ - Que Casa é essa da Arte Brasileira
1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1983 - São Paulo SP - Projeto Releitura, Pinacoteca do Estado
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, Museu de Arte Moderna
1984 - Rio de Janeiro RJ - Neoconcretismo 1959-1961, Galeria de Arte Banerj
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, Museu de Arte Moderna
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, Fundação Bienal
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Tendências do Livro de Artista no Brasil - Arte Brasileira Atual: 1985, Galeria de Arte UFF
1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, Museu de Arte Moderna
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - Rio: vertente construtiva, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, Centro Cultural São Paulo
1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Paço Imperial
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - Abstração Geométrica, Museu de Arte Brasileira
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (janeiro)
1986 - São Paulo SP - Coletiva, Gabinete de Arte Raquel Arnaud (julho)
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, Musée d´Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Fundação Nacional de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Algumas Mulheres, Galeria de Arte Ipanema
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, Museu de Arte Brasileira
1987 - São Paulo SP - 9º Salão Nacional de Artes Plásticas - Lygia Clark e Hélio Oiticica, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil Projects, The Institute for Art and Urban Resources, Inc.
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, Museu de Arte Moderna
Exposições Póstumas
1988 - Nova York (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, The Bronx Museum of the Arts
1989 - El Paso (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, no El Paso Museum of Art
1989 - Estocolmo (Suécia) - Art in Latin America: the modern era 1820 - 1980, Moderna Museet
1989 - Londres (Inglaterra) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Hayward Gallery
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - San Diego (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, San Diego Museum of Art
1989 - San Juan (Porto Rico) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Instituto de Cultura Puertorriqueña
1990 - Miami (Estados Unidos) - The Latin American Spirit: art and artists in the United States: 1920-1970, Center for the Fine Arts Miami Art Museum of Date
1990 - Madri (Espanha) - Art in Latin America: the modern era 1820-1980, Palacio de Velázquez
1990 - São Paulo SP - Coerência - Transformação, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1990 - São Paulo SP - Espiral, Miriam Mamber Galeria de Arte
1991 - Curitiba PR - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu Municipal de Arte
1991 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro 1959/1960: experiência neoconcreta, Museu de Arte Moderna
1991 - São Paulo SP - Abstracionismo Geométrico e Informal: aspectos da vanguarda brasileira dos anos 50, Pinacoteca do Estado
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Centre Georges Pompidou
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, Centro Cultural Banco do Brasil
1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, Galeria de Arte São Paulo
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Estación Plaza de Armas
1992 - Washington (Estados Unidos) - Arte Visual Brasileira
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, Kunsthaus Zürich
1993 - Belo Horizonte MG - Individual, Museu de Arte de Belo Horizonte
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, Kunsthalle Cologne
1993 - Florença (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nationale Centrale di Firenze
1993 - Milão (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Biblioteca Nazionale Braidense
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, The Museum of Modern Art
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, Museu Nacional de Belas Artes
1993 - Roma (Itália) - Brasil: Segni d'Arte
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, Dan Galeria
1993 - Veneza (Itália) - Brasil: Segni d'Arte, Fondazione Scientífica Querini Stampalia
1994 - Belo Horizonte MG - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaú Cultural
1994 - Penápolis SP - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Centro Cultural do Banco do Brasil
1994 - São Paulo SP - 22ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - O Efêmero na Arte Brasiliera: anos 60/70, Itaú Cultural
1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, Museu de Arte Moderna
1996 - Boston (Estados Unidos) - Inside the Visible, Institute of Contemporary Art
1996 - Brasília DF - O Efêmero na Arte Brasileira: anos 60/70, Itaugaleria
1996 - Kortrijk (Bélgica) - Inside the Visible, Kanaal Art Foundation
1996 - Londres (Inglaterra) - Inside the Visible, Whitechapel Art Gallery
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
1996 - Perth (Austrália) - Inside the Visible, Art Gallery of Western Australia
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, Centro Cultural Banco do Brasil
1996 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Galeria José Edelstein
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, Paço das Artes
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, Casa das Rosas
1996 - Washington D.C. (Estados Unidos) - Inside the Visible, National Museum of Women in the Arts
1997 - Barcelona (Espanha) - Retrospectiva, Fundació Antoni Tàpies
1997 - Kassel (Alemanha) - 10ª Documenta, Museum Fridericianum
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, Banco Safra
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID
1998 - Barcelona (Espanha) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Museu d'Art Contemporani
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Bruxelas (Bélgica) - Individiual, Palais des Beaux-Arts
1998 - Campinas SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaú Cultural
1998 - Los Angeles (Estados Unidos) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, The Museum of Contemporary Art
1998 - Marselha (França) - Individual, nas Galeries Contemporaines des Musées de Marseille
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, Museu de Arte Contemporânea
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, Itaugaleria
1998 - Porto (Portugal) - Individual, na Fundação de Serralves
1998 - Rio de Janeiro RJ - Caminhando: retrospectiva de Lygia Clark, no Paço Imperial
1998 - Rio de Janeiro RJ - Trinta Anos de 68, Centro Cultural Banco do Brasil
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, Fundação Bienal
1998 - Viena (Áustria) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Austrian Museum of Applied Arts
1999 - Brasília DF - LHL: Lygia Clark, Hélio Oiticica, Lygia Pape, Galeria da Caixa Econômica Federal
1999 - Los Angeles (Estados Unidos) - The Experimental Exercise of Freedom: Lygia Clark, Gego, Mathias Goeritz, Helio Oiticica, And Mira Schendel, The Museum of Contemporary Art
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, Museu de Arte Moderna
1999 - São Paulo SP - 3º Heranças Contemporâneas III, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
1999 - São Paulo SP - Individiual, Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, Museu de Arte Moderna
1999 - Tóquio (Japão) - Out of Actions Between Performance and the Object: 1949-1979, Hara Museum of Contemporary Art
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, Caixa Cultural
2000 - Caracas (Venezuela) - Território Comum, Miradas Diversas: artistas latinoamericanos em el siglo XX, Espacios Unión
2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, MAC-Niterói
2000 - Praga (República Tcheca) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, National Gallery
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, Paço Imperial
2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, Fundação Casa França-Brasil
2000 - São Paulo SP - Arte Conceitual e Conceitualismos: anos 70 no acervo do MAC/USP, Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Contemporânea, Fundação Bienal
2000 - Varsóvia (Polônia) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment
2001 - Belo Horizonte MG - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaú Cultural
2001 - Buenos Aires (Argentina) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museo de Arte Moderno de Buenos Aires
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - Oxford (Inglaterra) - Experiment Experiência: Art in Brazil 1958-2000, Museum of Modern Art Oxford
2001 - Penápolis SP - Modernismo em Minas: ícones referenciais, Itaugaleria
2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, Margs
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Paço Imperial
2001 - Rio de Janeiro RJ - Lygia Clark, Espaço Antonio Bernardo
2001 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Brasileira da FAAP
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, Museu de Arte Brasileira
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, Itaú Cultural
2002 - Berkeley (Estados Unidos) - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Berkeley Art Museum and Pacific Film Archive
2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Londres (Inglaterra) - Vivências: dialogues between the works of Brazilian artists from the 1960s to 2002, The New Art Gallery Walsall
2002 - Madri (Espanha) - Arco/2002, Parque Ferial Juan Carlos I
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, Museu de Arte Contemporânea
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, Museu de Arte Moderna
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - Rio de Janeiro RJ - Beyond Preconceptions: the sixties experiment (2002 : Rio de Janeiro, RJ) - Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro, RJ)
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2002 - São Paulo SP - Beyond Preconceptions: the sixties experiment, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Coletiva 2002, Galeria Baró Senna
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, Museu de Arte Moderna
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, Espaço MAM - Villa-Lobos
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, Museu de Arte Moderna
2003 - Belo Horizonte MG - 10 x minas, Museu de Arte da Pampulha
2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, Léo-Bahia Arte Contemporânea
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, Centro Cultural Banco do Brasil
2003 - Buenos Aires (Argentina) - Geo-Metrias: abastracción geométrica latinoamericana en la Colección Cisneros, Malba
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, Museo Rufino Tamayo
2003 - Curitiba PR - Imagética, Cinemateca de Curitiba
2003 - Ipatinga MG - 10 x Minas, Centro Cultural Usiminas - Ipatinga
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, Museu de Arte Moderna
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, Museu de Arte Moderna
2003 - São Paulo SP - Escultores - Esculturas, Pinakotheke
2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, Museu Vale
2004 - Kyoto (Japão) - Brazil: body nostalgia, National Museum of Modern Art, Kyoto
2004 - Madri (Espanha) - Arco, Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, Museu de Arte Contemporânea
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, Galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Cinqüenta 50, Museu de Arte Moderna
2004 - São Paulo SP - Individual, Dan Galeria
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, Galeria Brito Cimino
2004 - Tóquio (Japão) - Brazil: body nostalgia, The National Museum of Modern Art
2005 - Chicago (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Museum of Contemporary Art
2005 - Fortaleza CE - Arte Brasileira: nas coleções públicas e privadas do Ceará, Espaço Cultural Unifor
2005 - Londres (Inglaterra) - Open Systems: Rethinking Art c.1970, Tate Modern
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, Museu Imperial
2005 - Porto Alegre RS - 5ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Soto: a construção da imaterialidade, Centro Cultural Banco do Brasil
2005 - São Paulo SP - 100 Anos da Pinacoteca: a formação de um acervo, Galeria de Arte do Sesi
2005 - São Paulo SP - Através, ou a Geometria Corrompida, Galeria Bergamin
2005 - São Paulo SP - Homo Ludens: do faz-de-conta à vertigem, Itaú Cultural
2005 - São Paulo SP - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, Itaú Cultural
2006 - Londres (Inglaterra) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, Barbican Art Gallery
2006 - Niterói RJ - Abrigo Poético: diálogos com Lygia Clark, Museu de Arte Contemporânea
2006 - Nova York (Estados Unidos) - Tropicália: a revolution in Brazilian culture, The Bronx Museum of the Arts
2006 - Recife PE - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Instituto Cultural Banco Real
2006 - Rio de Janeiro RJ - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Museu de Arte Moderna
2006 - Rio de Janeiro RJ - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Arte Moderna em Contexto: coleção ABN AMRO Real, Banco Santander
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, Museu de Arte Moderna
2006 - São Paulo SP - Lygia Clark, do Objeto ao Acontecimento: nós somos o molde, a vocês cabe o sopro, Pinacoteca do Estado
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, Oca
2006 - São Paulo SP - Manobras Radicais, Centro Cultural Banco do Brasil
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Pinacoteca do Estado
2007 - Belo Horizonte MG - Binária: acervo e coleções, Museu de Arte da Pampulha
2007 - Curitiba PR - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu Oscar Niemeyer
2007 - Niterói RJ - Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão, MAC-Niterói
2007 - Nova York (Estados Unidos) - New Perspectives in Latin American Art, 1930-2006: selections from a decade of acquisitions, Museum of Modern Art
2007 - Ribeirão Preto SP - E: conjunção - conexão, Galeria de Arte Marcelo Guarnieri
2007 - Rio de Janeiro RJ - Tropicália: uma revolução na cultura brasileira, Museu de Arte Moderna
2007 - Salvador BA - Um Século de Arte Brasileira - Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna da Bahia
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Questão, Instituto Tomie Ohtake
2007 - São Paulo SP - Arte e Ousadia - o Brasil na Coleção Sattamini, Museu de Arte de São Paulo
2007 - São Paulo SP - Mirada: latino-americanos do MAC USP no Memorial, Galeria Marta Traba
2007 - São Paulo SP - o(s)cinético(s), Instituto Tomie Ohtake
2008 - Albany (Estados Unidos) - Latin American and Caribbean Art: Selected Highlights from the Collection of the Museum of Modern Art, New York State Museum
2008 - Estocolmo (Suécia) - Time & Place: Rio de Janeiro 1956-1964, Moderna Museet
2008 - Nova York (Estados Unidos) - Arte No Es Vida: actions by artists of the Americas, 1960-2000, El Museo del Barrio
2008 - São Paulo SP - Laços do Olhar, Instituto Tomie Ohtake
2008 - São Paulo SP - MAM 60, Oca
2008 - São Paulo SP - Quando Vidas se Tornam Forma: diálogo com o futuro Brasil-Japão, Museu de Arte Moderna
2008 - Zurique (Suíça) - Face to Face - The Daros Collections, Part 2, Daros Exhibitions
2009 - Cidade do México (México) - Arte Vida: acciones por artistas de las Américas, 1960-2000, Museo de Arte Carrillo Gil
2009 - Houston (Estados Unidos) - North Looks South: building the Latin American Art Collection, The Museum of Fine Arts
2009 - Madri (Espanha) - 28º Arco
2009 - Madri (Espanha) - Materia Gris, Galería Cayón
2009 - São Paulo SP - Diálogo Concreto: design e construtivismo no Brasil, Caixa Cultural
2009 - Zurique (Suíça) - Hot Spots: Rio de Janeiro / Milano - Torino / Los Angeles, Kunsthaus Zürich
2010 - Porto Alegre RS - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Fundação Iberê Camargo
2010 - Rio de Janeiro RJ - Genealogias do Contemporâneo, Museu de Arte Moderna
2010 - Santander (Espanha) - Río Experimental: más allá del arte, el poema y la acción, Espacio da Fundación Marcelino Botín
2010 - São Paulo SP - Desenhar no Espaço: artistas abstratos do Brasil e da Venezuela na coleção Patrícia Phelps de Cisneros, Pinacoteca do Estado
2010 - São Paulo SP - Por Aqui, Formas Tornaram-se Atitudes, Sesc
2010 - São Paulo SP - Primeira e Última, Notas Sobre o Monumento, Galeria Luisa Strina
2010 - São Paulo SP - 6ª sp-arte, Fundação Bienal
2010 - São Paulo SP - Versões do Modernismo, Instituto de Arte Contemporânea
2011 - Nova York (Estados Unidos) - Playing With Form: neo concrete art from Brazil, Dickinson
2011 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo e o Ambiente Cultural do Pós-Guerra, Fundação Iberê Camargo
2011 - Rio de Janeiro RJ - É Assim Mesmo!, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - Modernismos no Brasil, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
2011 - São Paulo SP - Ordem e Progresso: vontade construtiva na arte brasileira, Museu de Arte Moderna
2011 - São Paulo SP - 7ª SP-Arte, Pavilhão da Bienal
2012 - São Paulo SP - Lygia Clark: uma retrospectiva, Instituto Cultural Itaú
Fonte: LYGIA Clark. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931-2014), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia - Wikipédia
Lygia Clark iniciou seus estudos artísticos em 1947, no Rio de Janeiro, sob a orientação de Roberto Burle Marx e Zélia Salgado. Em 1950, Clark viajou a Paris onde estudou com Arpad Szènes, Dobrinsky e Léger. A artista dedicou-se ao estudo de escadas e desenhos de seus filhos, assim como realizou os seus primeiros óleos. Após sua primeira exposição individual, no Institut Endoplastique, em Paris, no ano de 1952, a artista retornou ao Rio de Janeiro e expôs no Ministério da Educação e Cultura.
Clark foi uma das fundadoras do Grupo Frente que foi criado em 1954. Dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo, ela se uniu a Décio Vieira, Rubem Ludolf, Abraham Palatnik, João José da Costa, entre outros.
“Superfícies Moduladas, 1952-57” e “Planos em Superfície Modulada, 1956-58” (suporte). Lygia ainda participou, em 1954, com a série “Composições”, da Bienal de Veneza – fato que se repetiria, em 1968, quando foi convidada a expor, em sala especial, toda a sua trajetória artística até aquele momento.
A artista trabalhou com instalações e body art. Em 1954, incorporou como elemento plástico a moldura em suas obras, como por exemplo em "Composição n.º 5". Suas pesquisas voltaram-se para a linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura. Entre 1957 e 1959, Clark realizou composições em preto e branco, formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola, nas quais a linha orgânica se evidencia ou desaparece de acordo com as cores utilizadas.
A poética de Lygia Clark caminha no sentido da não representação e da superação do suporte. Propõe a desmistificação da arte e do artista e a desalienação do espectador, que finalmente compartilha a criação da obra.
Em 1959, integrou a I Exposição de Arte Neoconcreta, assinando o Manifesto Neoconcreto, ao lado de Amílcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis. Clark propôs com a sua obra, que a pintura não se sustentava mais em seu suporte tradicional. Procura novos voos. Nas “Unidades, 1959”, moldura e “espaço pictórico” se confundem, um invadindo o outro, quando Clark pinta a moldura da cor da tela. É o que a artista chama de “linha orgânica”, em 1954.
A experiência com a maleabilidade de materiais duros converte-se em material flexível. Lygia Clark chegou à matéria mole: deixou de lado a matéria dura (a madeira), passou pelo metal flexível dos “Bichos” e chegou à borracha na “Obra Mole, 1964”. A transferência de poder, do artista para o propositor, tem um novo limite em “Caminhando, 1963”. Cortar a fita significava, além da questão da “poética da transferência”, desligar-se da tradição da arte concreta, já que a “Unidade Tripartida, 1948-49”, de Max Bill, ícone da herança construtivista no Brasil, era constituída simbolicamente por uma fita de Moebius. Esta fita distorcida na “Obra Mole” agora é recortada no “Caminhando”. Era uma situação limite e o início claro de num novo paradigma nas Artes Visuais brasileiras. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio “corpo” que interessava a Lygia.
Em sua proposição "Baba Antropofágica", de 1973, os fios de linha que caem gradualmente formam uma rede ou malha que cobre horizontalmente o participante. Uma vez que os carretéis são esvaziados, todo mundo abre os olhos e “reconecta” com a baba separando os fios molhados até que a malha seja desfeita. A “destruição” dessa malha é feita com agressividade, euforia e, até mesmo, dor, porque os fios são difíceis de quebrar; ele é seguido por uma discussão. O ato deve ser repetido várias vezes de modo que possa ser experimentado em diferentes formas e não se limita a uma interpretação ou experiência. O carretel girando faz com que a boca produza saliva extra, que capture as roscas e absorva-as, de modo que cada participante babe sobre a pessoa abaixo. O ato de puxar o fio para fora de sua boca chama a atenção ao fato de trazer algo de dentro para fora. De acordo com Clark, os participantes “primeiro sentem que estão puxando o fio para fora, em seguida, eles começam a perceber que estão puxando suas próprias tripas”.
A partir de um sonho, Clark, para quem a psicanálise foi uma constante referência, elabora a instrução oral que indica que carretéis de fios de costura são colocados na boca dos participantes, e estes vão retirando os fios continuamente de suas bocas, e deixando-os cair sobre o corpo de um outro participante. A substância da vida, como no sonho, vai sendo derramada, ou dada para aquele que, passivamente, a recebe. Como em todas as proposições, Clark faz a instrução linguística para a ação que deve ser desempenhada (performada) pelos participantes. Clark intenta abordar uma espécie de perda da substância. A perda da substância nos remete à perda da autoria da obra, a qual torna-se tão relevante.
"Baba Antropofágica" não possui na essência da proposição o cuspe ou a saliva, pois para Clark essa baba é capaz de nutrir-se do corpo do outro; ao contrário do cuspe que remete a desprezo, e a saliva tem a função de auxílio na mastigação. Essa proposição reverbera o poder e a energia no que é abjeto e nos dá nojo e repulsa.
Lygia Clark acreditava que arte e terapia psicológica andavam de mãos dadas. Tanto que, com base em objetos manuseáveis que criava ou recolhia da natureza, como balões de ar, sacos de terra e água e até pedras, pensava ter o dom de curar os males da alma. Conforme uma sessão de terapia em Sorbonne na década de 70, após uma jovem cair em transe, Clark diz que ela não tinha preparo psicológico para suportar os exercícios de sensibilização e relaxação porque estes liberam conteúdos reprimidos e a imaginação dos que participam.
Os instrumentos nas mãos de Lygia passavam a assumir poderes imprevisíveis e eram chamados por ela de Objetos Sensoriais. Tais objetos nunca foram vistos com bons olhos por psicanalistas franceses e brasileiros porque ela não tinha formação acadêmica na área. Clark, por sua vez, não deixava ninguém sem resposta. Questionava qualquer um que ousasse falar mal de seu trabalho que por trás tinha conceitos dos mais sofisticados e elaborados por ela mesma. Na medida em que amplia as possibilidades de percepção sensorial em seus trabalhos, a artista integra o corpo à arte, de forma individual ou coletiva.Erro de citação: Parâmetro inválido na etiqueta.
A trajetória de Lygia Clark faz dela uma artista atemporal e sem um lugar muito bem definido dentro da História da Arte. Tanto ela quanto sua obra fogem de categorias ou situações em que podemos facilmente embalar; Lygia estabelece um vínculo com a vida, e podemos observar este novo estado nos seus "Objetos sensoriais, 1966-1968”: a proposta de utilizar objetos do nosso cotidiano (água, conchas, borracha, sementes), já aponta no trabalho de Lygia, por exemplo, uma intenção de desvincular o lugar do espectador dentro da instituição de Arte, e aproximá-lo de um estado, onde o mundo se molda, passa a ser constante transformação.
Em 1981, Lygia diminuiu paulatinamente o ritmo de suas atividades. Em 1983 foi publicado, numa edição limitada de 24 exemplares, o “Livro Obra", uma verdadeira obra aberta que acompanha, por meio de textos escritos pela própria artista e de estruturas manipuláveis, a trajetória da obra de Lygia desde as suas primeiras criações até o final de sua fase neoconcreta.
Últimos anos e morte
Em 1986, realizou-se, no Paço Imperial do Rio de Janeiro, o IX Salão de Artes Plásticas, com uma sala especial dedicada a Hélio Oiticica e Lygia Clark. A exposição constituiu a única grande retrospectiva dedicada a Lygia Clark ainda em atividade artística. Em 25 abril de 1988, Lygia Clark faleceu de ataque cardíaco. Ela não se casou. Teve três filhos com Aluísio Clark Ribeiro: Álvaro, Eduardo e Elisabeth.
Obra
Máscara Abismo
Lygia Clark estabeleceu uma nova conexão com sua arte quando, no início da década de 1970, entrou em contato com o estudo da psique humana, a partir daí criou um novo rumo para se vivenciar a arte e passou a se concentrar no desenvolvimento de experiências sensoriais e seu uso terapêutico.
O questionamento cada vez mais profundo do estatuto do objeto de arte, do artista e do espectador; assim criando as máscaras sensoriais, essas obras que propõem uma experiência solitária. Na verdade, uma busca pelo autoconhecimento. Não há o contato com o outro, mas com seu próprio eu.
Uma das obras mais famosas de Lygia Clark é a Máscara abismo, ela tenta dar a experiência do seu órgão fora do seu corpo, e como um objeto qualquer pode ser acoplado a ele. A Máscara abismo era composta por um saco de rede sintética que envolve um saco plástico cheio de ar. Se colocava sobre rosto e sua extremidade prolongava-se sobre seu peito, como uma tromba de animal.
Esse trabalho a artista tenta substituir a experiência estética pela sensorial, incentivando o uso do tato, como ferramentas de transição que buscam estimular uma maior sensibilidade e libertação criativa, que servem para promover um mergulho na subjetividade, libertar o que Lygia chamava de “fantasmagorias do corpo”.
A máscara proporciona a quem a vestisse a sensação de estar caindo em um espaço vazio. Como a própria Lygia Clark aponta “O vazio que se apodera de mim só pode ser entendido sentindo e assim creio que sentindo posso entendê-lo, mas não resolvê-lo.”
Tocar, cheirar, apertar, sentir, interagir. Este era o propósito maior das obras de Clark. Entrar em contato com este novo universo artístico significa deixar um pouco de si e levar um pouco do que a artista desejava.
Os Bichos
As obras “Bichos” de Lygia Clark, feitas com metal unidas com dobradiças, fazendo com que as obras fiquem volumosas, dessa forma, Clark forma os bichos. São seres constituídos de várias formas de movimentos, estruturadas através da linha orgânica, que aparece como colunas vertebradas. Clark firma então um compromisso com a arte e a vida, fazendo-as aproximarem-se. Afirma que seus “bichos” têm vida própria.
“Um bicho não é apenas para ser contemplado e mesmo tocado. Requer relacionamento. Ele tem respostas próprias, e muito bem definidas para cada estímulo que vier a receber.”
Essas obras de Lygia Clark inspiram imaginação, como quando procuramos ver desenhos nas nuvens, pois seu geocentrismo não é, de forma alguma, frio. Entretanto, suas linhas dinâmicas suas posições variadas remetem ludicamente ao observador/interator a fazer associações formais com seres vivos em suas múltiplas configurações. A própria Lygia coloca nome em alguns com base no que representam em certo momento.
Contra Relevo
A trajetória artística de Lygia Clark traz uma ideia de como se dá o processo de criação de um artista contemporâneo e de como vai amadurecendo seu trabalho. Percebemos a importância da linha orgânica nas investigações e pesquisas plásticas desta artista.
Há um momento em que Lygia Clark chega ao auge de sua arte e passa a “confundi-la” com a vida, rompendo uma tênue linha, o que a faz declarar-se “não-artista”, mas terapeuta. Consideramos os bichos como as obras que melhor representam esse “auge” antes da transição. A Obra Contra Relevo é uma obra da artista brasileira, ela incorpora como elemento plástico a moldura em suas obras como por exemplo, em composição n° 5. Suas pesquisas voltam-se para linha orgânica, que aparece na junção entre dois planos, como a que fica entre a tela e a moldura, em 1957 e 1959 ela realiza composições em preto e branco formadas por placas de madeira justapostas, recobertas com tinta industrial aplicada a pistola na qual a linha orgânica se evidencia na obra contra relevo. Vista tudo que li da artista o objetivo dela era estabelecer uma nova linguagem abstrata na arte brasileira fundou o neoconcretismo, a obra contra relevo é um pequeno quadro de compensado tem a dimensão de 55,5 x 55,5 x 4,5cm com três figuras geométricas pintadas em preto e branco, a exploração da área frontal e a área lateral em formas com que o espectador pudesse olhar pelos lados chegando até o espaço interno, essencial para chegar até a tridimensionalidade de suas obras, a mesma foi criada em 1959, a obra em si tem a composição de tinta industrial sobre madeira.
A Lygia apresentou sua arte a primeira vez na Bienal de Artes Plásticas da Bahia no ano de 1966, em maio ela foi arrematada por US$ 2,225 milhões no leilão de arte latino-americana promovido pela Phillips em Nova York, alcançando recorde de preço para obra da artista brasileira em venda pública em 1966.
Cronologia
1947/1950 - Vive no Rio de Janeiro.
1947 - Inicia aprendizagem artística com Burle Marx (1909-1994).
1950/1952 - Vive e estuda em Paris.
1950/1952 - Estuda com Fernand Léger (1881-1955), Arpad Szenes (1897-1985) e Isaac Dobrinsky (1891-1973).
1953- Retorna ao Rio de Janeiro.
1954/1956 - Integra o Grupo Frente, liderado por Ivan Serpa (1923-1973) e formado por Hélio Oiticica (1937-1980), Lygia Pape (1929-2004), Aluísio Carvão (1920-2001), Décio Vieira (1922-1988), Franz Weissmann (1911-2005) e Abraham Palatnik (1928), entre outros.
1954/1958 - Realiza a série Superfícies Moduladas e a série Contra-Relevos.
1958/1960 - Recebe em Nova York o Prêmio Internacional Guggenheim.
1959 - É uma das fundadoras do Grupo Neoconcreto.
1960 - Leciona artes plásticas no Instituto Nacional de Educação dos Surdos, no Rio de Janeiro.
1960/1964 - Cria a série Bichos, construções metálicas geométricas que se articulam por meio de dobradiças e requerem a co-participação do espectador.
1964 - Cria a proposição Caminhando, recorte em uma fita de Moebius praticado pelo participante .
1966 - Passa a dedicar-se à exploração sensorial, em trabalhos como A Casa É o Corpo.
1969 - Participa do Simpósio de Arte Sensorial em Los Angeles, nos Estados Unidos.
1970/1976 - Vive e trabalha em Paris.
1970/1975 - É professora na Faculté dArts Plastiques St. Charles, na Sorbonne, e seu trabalho converge para vivências criativas com ênfase no sentido grupal.
1973 - Realiza o documentário O Mundo de Lygia Clark com Eduardo Clark.
1973 - Criação da Proposição "Baba Antropofágica"
1976/1988 - Volta a residir no Rio de Janeiro.
1978/1985 - Passa a dedicar-se ao estudo das possibilidades terapêuticas da arte sensorial, trabalhando com os objetos relacionais.
1982 - Profere a palestra O Método Terapêutico de Lygia Clark, com Luiz Carlos Vanderlei Soares no Tuca, em São Paulo.
1983/1984 - Lançamento dos livros Livro-Obra, contendo propostas de Lygia Clark e confeccionado por Luciano Figueiredo e Rio Meu Doce Rio, com texto de Lygia Clark.
1985 - É apresentado o vídeo Memória do Corpo, de Mario Carneiro, sobre o trabalho da artista.
1989 - Exibição do vídeo Memória do Corpo, no Paço das Artes.
Homenagens
Em 23 de outubro de 2015, em seu 95º aniversário de nascimento, Lygia foi homenageada pelo Google através de um Doodle.
Recorde de valores
Em maio de 2013, a obra Contra Relevo foi arrematada, em Nova York, por US$ 2,2 milhões (R$ 4,5 milhões), tornando-se ate aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Em agosto de 2013, novamente sua obra, a Superfície Modulada nº 4, foi arrematada num leilão na Bolsa de Arte de São Paulo por R$ 5,3 milhões, batendo o recorde e tornando-se até aquele momento, a obra mais valiosa de um brasileiro vendida num leilão.
Fonte: Wikipédia, consultado em 12 de março de 2020.
Crédito fotográfico: USP, consultado em 12 de março de 2020.