Antonio Gonçalves Gomide (Itapetininga, SP, 3 de agosto de 1895 — Ubatuba, SP, 31 de agosto de 1967), mais conhecido como Antonio Gomide, foi um pintor, escultor, decorador e cenógrafo brasileiro. Destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, ao lado de Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se com a família para a Suíça em 1913, e frequenta a Academia de Belas Artes de Genebra até 1918, onde estuda com Gillard e Ferdinand Hodler (1853 - 1918). Muda-se para a França na década de 1920. Em 1922, em Toulouse, trabalha com Marcel Lenoir (1872-1931), com quem aprende a técnica do afresco. De 1924 a 1926, em Paris, instala ateliê e entra em contato com artistas europeus ligados aos movimentos de vanguarda. No ambiente parisiense, convive também com Victor Brecheret (1894 - 1955) e Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Retorna ao Brasil em 1929. Em 1932, atua na fundação da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Entre as décadas de 1930 e 1940, além de pinturas, produz afrescos e cartões para vitrais. Leciona desenho na escolinha do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), entre 1952 e 1954. Suas obras aliam formas abstratas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz (1897-1973) e John Graz (1891-1980), é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Análise
Antonio Gomide viaja para a França na década de 1920, onde conhece pintores ligados ao cubismo e outros movimentos de vanguarda. Os quadros Paisagem com Barcos e Ponte de Saint-Michel (ambos de 1923) revelam a geometrização e a simplificação formal cubistas, aliados a uma paleta com suaves passagens de tons que remete ao pintor francês Paul Cézanne (1839-1906). Já o Retrato de Vera Azevedo, na opinião da crítica Maria Alice Milliet, representa a assimilação máxima do art deco no Brasil, com seu caráter altamente estilizado. A arquitetura determina o ritmo ascensional do quadro, acompanhando a verticalização da metrópole paulistana. Algumas obras de Gomide revelam afinidades estilísticas com a produção de Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A partir da década de 1930, com o retorno de Gomide ao Brasil, sua pintura passa a enfatizar temas nacionais. Como nota o historiador da arte Walter Zanini (1925-2013), à inspiração cubista de suas obras dos anos 1920, se opõem as obras posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, em que predomina a figura humana.
Antonio Gomide destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Críticas
"Gomide encontrou, na aquarela, a forma mais adequada para exprimir a sua visão plástica do mundo. É nela que a sua linguagem se faz mais natural. O domínio do desenho lhe permitiu grande espontaneidade no uso desta técnica difícil, talvez menos rica, menos dramática, porém, mais exigente e mais delicada que o óleo. (...). Gomide tinha um perfeito controle da aguada e sabia aproveitar habilmente o branco do próprio papel, como o demonstra a Descida da Cruz. O seu agudo senso de composição fazia ressaltar, naturalmente, os principais elementos dela, em geral figuras humanas, para as quais iam todas as suas preferências. Depois delas as árvores. Quase tudo quanto pinta, em especial nas aquarelas, está ao ar livre, para que apareçam árvores. (...) Mais do que com jogos de luzes e de sombras, Gomide conseguiu os contrastes e a iluminação das suas aquarelas com uma destra gradação de tons de poucas cores, geralmente os amarelos descambando para os ocres e os terras, os vermelhos que se abrandam até o rosa claro, o verde e as várias cambiantes do azul. Somente quando queria obter maior dramaticidade é que se serviu de cores puras, como na já citada Descida da Cruz, nas muitas Santas Ceias que deixou e no barco açoitado pelo vendaval (...)".
Luís Arrobas Martins (GOMIDE, Antonio. Antonio G. Gomide. São Paulo: A Ponte Galeria de Arte, 1973.)
" (...) fases, que podem ser divididas, genericamente, em três, dadas as características evidenciais: a fase européia ou, mais precisamente, parisiense, na qual não se pode fugir a três 'influências' marcantes: o cubismo, a renascença e o art déco; a fase de adaptação ao 'nacional' e a fase dos sambas e macumbas. (...) definir estilisticamente a obra de Antonio Gomide é uma incumbência nada fácil, já que o artista, grande pesquisador, imediatamente dominada a nova técnica, volta-se para uma nova pesquisa e, não raro, chega a produzir quase que ao mesmo tempo obras de características diferentes: vejam-se as obras da fase parisiense e da década de 30, embora cada uma delas tenha uma característica e um individualismo marcante. (...) Quanto ao aprendizado do material, o conhecer 'perfeitamente os processos, as exigências, os segredos do material que vai mover', Gomide pode ser considerado como um dos mais experimentais artistas brasileiros. Praticamente não houve 'meio' em que não se expressasse: desenho (a lápis, carvão, sanguina), aquarela, gravura, pintura, afresco, baixo-relevo, relevo a jato de areia, projeto e execução de vitrais, cerâmica (azulejos), escultura".
Elvira Vernaschi (Comentário crítico e catalogação de Antônio Gomide (1895-1967). São Paulo: ECA/USP, 1980.)
"À inspiração cubista das obras de Gomide na década de 20 e inícios dos anos 30 se apõem as fases posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, porém dominado pela figura humana. Pintor atraído de início pelas soluções formalistas, quando se aplica numa temática alternadamente sacra e profana, tende mais tarde a dar vazão à sua mentalidade profundamente popular, expressa igualmente no modus vivendi. Se podemos registrar uma certa dispersão e inconstância nos objetivos de Gomide, forçoso é reconhecer as virtudes que dominam sua obra, do ponto de vista estilístico e psicológico, que a investem de um clima peculiar inconfundível e que na sua hora souberam trazer uma contribuição vital ao nosso desenvolvimento artístico".
Walter Zanini (LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984.)
"Nos últimos tempos tem aumentado muito o interesse em relação aos artistas que iniciaram o movimento modernista no Brasil. As exposições recentes de Anita Malfatti e de Tarsila do Amaral, assim como a retrospectiva da Semana de Arte Moderna da Petite Galerie, foram verdadeiras revelações para grande parte do público paulistano, que descobriu a importância e a atualidade das obras datando da década dos vinte. As salas especiais de Anita, Tarsila, Flavio de Carvalho e Di Cavalcante na Bienal vieram ampliar consideravelmente as possibilidades de uma apreciação melhor da verdadeira história da arte moderna brasileira.
Gomide foi indiscutivelmente uma das figuras mais notáveis da geração da Semana, se bem que menos conhecido do que alguns de seus companheiros. A iniciativa da Selearte de organizar uma retrospectiva de Gomide veio reparar uma omissão injusta. Pela primeira vez será possível avaliar a significação da obra de um grande artista, até agora quase inacessível pela sua dispersão em coleções particulares.
A pintura de Gomide tem muitos pontos em comum com a de Anita e de Tarsila e talvez ainda mais com a de certas fases de Di Cavalcanti. Os seus trabalhos de quarenta anos atrás já impressionam pela originalidade e o nível artístico. Na década dos vinte, foi muito sensível a influência da pintura européia da época sobre Gomide, assim como sobre todos os artistas da geração da Semana. Posteriormente houve um esforço deliberado de apreensão da realidade brasileira e de libertação das impressões da arte do Velho Mundo.
Parece-me que a pintura da geração da Semana na fase pós-européia apresenta muitas vezes menos qualidades formais que no período anterior, sobretudo quando houve um exagero do “caipirismo”. Não devemos, porém, subestimar as dificuldades imensas com que lutaram esses artistas pioneiros para criar uma pintura brasileira moderna, incomparavelmente mais sérias do que as que surgiram quando se integravam no caudal das escolas européias. Provavelmente falta-nos ainda a perspectiva temporal necessária para um julgamento mais seguro do valor das contribuições das fases posteriores aos anos trinta da pintura de Anita, Tarsila e Gomide. Caberia a artistas de origem social mais humilde, como os do grupo do Santa Helena, trazer para a arte moderna brasileira novos elementos de penetração na realidade."
Mario Schenberg (Centro Mario Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes - ECA/USP, 1963)
Depoimentos
"Ao lado do Automático dos anos 45 havia uma porta pequena, um corredor apertado e no fundo um minúsculo elevador onde um ascensorista com pé disforme e mal-humorado nos levava ao quarto andar - ao ateliê estreito e comprido com uma grande janela nos fundos que dava para o Anhangabaú: cavaletes, cheiro de tinta, aguarrás e de álcool para fixar fusains das naturezas-mortas e dos croquis de Zuma, o modelo. No ateliê estava Gomide: alto, atlético, um não sei o que de oficial prussiano tímido e muito brasileiro.
Aí começaram minhas aulas de desenho dadas por ele com grande simplicidade, sem impor maneiras nem truques. Detestava os habilidosos e tinha uma paciência de anjo com os menos hábeis que sofriam para dizer alguma coisa. Dava tudo o que sabia: tinha uma formação sólida e lúcida, incitava os alunos a pesquisar, contudo com ele próprio tinha excesso de escrúpulo e grande humildade. Havia nele o bom senso de encorajar a 'ousadia' dos jovens mesmo quando não concordava com a tendência.
Para mim Gomide foi a base de tudo e até hoje, nos momentos difíceis, é a sua lição que me vem à memória: a geometria do espaço, digerido, a solução do espaço. Resolver o espaço na tela como o do interior de cada um e estabelecendo-se o equilíbrio entre ambos é que a obra de arte existe. Quando Gomide percebia essa espécie de contato entre os dois espaços, ele saía de perto como alguém que dá manivela em motor para fazê-lo funcionar".
Arthur Luiz Piza (GOMIDE, Antonio. Antônio Gomide. São Paulo: MAC/USP, 1968.)
Exposições Individuais
1927 - São Paulo SP - Individual, em antiga galeria da Avenida São João
1942 - São Paulo SP - Individual, no Hotel Terminus
1959 - São Paulo SP - Individual, em seu ateliê
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Selearte
1964 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico
Exposições Coletivas
1922 - Genebra (Suíça) - Coletiva, no Museu Rath e Museu Athénée - menção honrosa
1924 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - 19º Salon d'Automne, no Palais de Bois
1927 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Blanchon
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center, Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista, na Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros.
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1931 - São Paulo SP - 1ª Salão Pró-Arte, na Enba
1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá
1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1941 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Painéis Juninos, no MAM/SP
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - Gomide, Osir e Visconti, na Art Galeria
Exposições Póstumas
1968 - São Paulo SP - Antonio Gomide: retrospectiva, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas e desenhos, em A Galeria
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1973 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Galeria A Ponte
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - A Família Graz - Gomide: o art déco no Brasil, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Colecionadores das Arcadas, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e no MAM/SP
1979 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Arte Aplicada I - Galeria
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de 31, na Funarte
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 60 obras inéditas, décadas de 30, 40 e 50, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1990 - Brasília DF - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, na Itaú Galeria
1990 - São Paulo SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, no Itaú Cultural
1991 - Belo Horizonte MG - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura de Poços de Caldas
1992 - São Paulo SP - Antonio Gomide: entre duas guerras e a Revolução de 32, na Pinacoteca do Estado
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1993 - Campina Grande PB - Assis Chateaubriand: acervo artístico - UEPB, no MAAC
1993 - Campinas SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 43 obras, anos 20/50, na Ricardo Camargo Galeria
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no MARGS
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna e Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Antonio Gomide: quatro décadas de modernidade, na Dan Galeria
2001 - São Paulo SP - Coleção Aldo Franco, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - Quatro Décadas de Modernidade, na Dan Galeria
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria
Fonte: ANTONIO Gomide. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 21 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Vida e obra - Wikipédia
Irmão da artista Regina Gomide Graz, esposa de John Graz, Antonio Gomide estuda artes plásticas em Genebra, para onde sua família havia se transferido em 1913. Na Suíça, estuda com Ferdinand Hodler e Gillard, na Academia de Belas Artes de Genebra. Frequenta também a Escola de Comércio dessa cidade, onde conhece o crítico de arte Sérgio Milliet. Realiza contínuas viagens pela Europa, frequentando os ateliês de Picasso, Braque, Lhote e Severini.
Fixa-se definitivamente no Brasil em 1929, associando-se rapidamente ao movimento de renovação das artes plásticas, preconizado com a Semana de Arte Moderna de 1922, ao lado de Anita Malfatti, Di Cavalcanti e outros. Foi membro-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (1932). Participou do Salão dos Independentes de Paris, da I Exposição de Arte Moderna e da I Bienal Internacional de São Paulo (1951). Como cenógrafo, participou dos filmes Candinho e Sinhá Moça, ambos dos estúdios Vera Cruz.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
Crédito fotográfico: Unesp, retirado do Livro "Gomide - Arte Moderna"
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Biografia - MAC USP
Antonio Gomide nasceu em Itapetininga, no interior de São Paulo, em 1895. Mudou-se para a capital paulista em 1910. Três anos depois foi para a Suíça, onde frequentou a Escola de Belas Artes de Genebra. Viajou pela Espanha e Portugal e, em 1919, voltou ao Brasil. No ano seguinte, retornou à Suíça e, em 1921, foi para Paris. Nessa época, os movimentos artísticos que haviam introduzido novas estruturas nas artes visuais, como os Cubismo e Dadaísmo, já tinham tido sua fase heroica. Picasso, Braque e Léger, entretanto, continuavam a desenvolver suas pesquisas. Gomide entrou em contato com esses artistas e, junto a Brecheret e Vicente do Rêgo Monteiro, a artistas latino-americanos e europeus, formou um grupo que ficou conhecido, mais tarde, como Escola de Paris , largamente influenciado pela arte da época.
Pintou Paisagem com Barcos e Ponte de Saint Michel , duas obras que mostram claramente suas pesquisas cubistas, com esquemas idealizados, formas sintéticas e fatura com espatuladas geometrizadas. No entanto, os verdes claros, azuis, amarelos e vermelhos diluem a atmosfera cubista. Nesse período, Gomide desenhou estamparias para tecidos e vendeu aquarelas e desenhos nas ruas de Paris.
Voltou para São Paulo em 1926. Fez ilustrações para a Revista de Antropofagia . Nessa década, sua obra tem fortes traços da Art Déco, tendo sido um inovador nas artes decorativas em São Paulo. Fez vitrais para igrejas, além de cerâmicas, objetos e tapeçarias.
As influências desse período são exemplificadas, neste percurso, por Estudo para Estamparia , números 7 e 15 , e pelas aquarelas Pierrô e Colombina e Duas Figuras I.
Gomide desenvolveu temas religiosos a partir de 1922, quando foi para Tolouse, no Institut Catholique, trabalhar com Marcel Lenoir. Conheceu a técnica de afresco e expressou-se através desse meio inúmeras vezes. O óleo Cabeça de Cristo e a aquarela Estudo para Santa Ceia refletem essa técnica e a temática renascentista estudada com Lenoir.
No ano de 1932, data da Revolução Constitucionalista, fez aquarelas e gravuras com temas militares. Posteriormente, fez gravuras com temas populares e afro-brasileiros, além de vários nus femininos. Participou da fundação do CAM, Clube dos Artistas Modernos . Nos anos 40, foi professor de arte em São Paulo.
Em 1951, participou da I Bienal Internacional de São Paulo. No final da vida foi perdendo a visão e passou a utilizar cores mais fortes. Quando não pôde mais pintar, dedicou-se à escultura. Morreu aos 72 anos, em 1967, em Ubatuba, São Paulo.
Fonte: MAC USP, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
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Biografia - Portal das Artes
Pesquisador aplicado e artista engajado, o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de Artes Plásticas, Antonio Gonçalves Gomide, nasceu no ano de 1895 em Itapetininga, São Paulo.
Ao mudar-se para a Suíça, em 1913, passou a frequentar a Academia de Belas Artes de Genebra e tornou-se discípulo de Gillard e Ferdinand Hodler.
Em Paris, teve contato com artistas de vanguarda e, acompanhou as tendências locais e da época. Seus trabalhos desta época mostram influências renascentistas, traços cubistas e de art déco. Em sua estada na capital francesa, freqüenta ateliês de artistas como Picasso, Braque, Lhote, Picabia e Severini, além de manter contato com modernistas brasileiros, como Anita Malfatti e Victor Brecheret. Nesta época aprendeu a técnica do afresco com Marcel-Lenoir.
De volta ao Brasil em 1929, aproximou-se do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de diversos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922. Junto com outros artistas funda a Pró-Arte Moderna em 1932, e neste mesmo ano tornou-se dirigente do Clube dos Artistas Modernos.
Esta aproximação com os modernistas marca a fase de readaptação do artista aos cenários brasileiros, e uma ruptura no estilo vanguardista parisiense que vinha empregando até agora.
Gomide, porém, não se reteve em apenas um ou dois estilos. Pesquisava e descobria novas técnicas a cada dia, o que renovava sua obra. Chegou a produzir obras com características diferentes ao mesmo tempo.
Uma outra fase que marcou a vida do artista foi quando ele se empenhou em registrar a cultura popular, seus sambas e suas macumbas.
Nos anos 50 torna-se frequentador do Clube dos Artistas da rua Major Sertório, em São Paulo, dá aulas no Museu de Arte Moderna, e é cenógrafo da Companhia Vera Cruz. Já no fim da vida, nos anos 60, dedica-se à escultura, pois um problema na visão - que o deixaria cego em 1966 - o impede de pintar. Falece em 31 de agosto de 1967 na cidade de Ubatuba, São Paulo.
Fonte: Portal das Artes, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
Antonio Gonçalves Gomide (Itapetininga, SP, 3 de agosto de 1895 — Ubatuba, SP, 31 de agosto de 1967), mais conhecido como Antonio Gomide, foi um pintor, escultor, decorador e cenógrafo brasileiro. Destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, ao lado de Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se com a família para a Suíça em 1913, e frequenta a Academia de Belas Artes de Genebra até 1918, onde estuda com Gillard e Ferdinand Hodler (1853 - 1918). Muda-se para a França na década de 1920. Em 1922, em Toulouse, trabalha com Marcel Lenoir (1872-1931), com quem aprende a técnica do afresco. De 1924 a 1926, em Paris, instala ateliê e entra em contato com artistas europeus ligados aos movimentos de vanguarda. No ambiente parisiense, convive também com Victor Brecheret (1894 - 1955) e Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Retorna ao Brasil em 1929. Em 1932, atua na fundação da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Entre as décadas de 1930 e 1940, além de pinturas, produz afrescos e cartões para vitrais. Leciona desenho na escolinha do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), entre 1952 e 1954. Suas obras aliam formas abstratas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz (1897-1973) e John Graz (1891-1980), é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Análise
Antonio Gomide viaja para a França na década de 1920, onde conhece pintores ligados ao cubismo e outros movimentos de vanguarda. Os quadros Paisagem com Barcos e Ponte de Saint-Michel (ambos de 1923) revelam a geometrização e a simplificação formal cubistas, aliados a uma paleta com suaves passagens de tons que remete ao pintor francês Paul Cézanne (1839-1906). Já o Retrato de Vera Azevedo, na opinião da crítica Maria Alice Milliet, representa a assimilação máxima do art deco no Brasil, com seu caráter altamente estilizado. A arquitetura determina o ritmo ascensional do quadro, acompanhando a verticalização da metrópole paulistana. Algumas obras de Gomide revelam afinidades estilísticas com a produção de Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A partir da década de 1930, com o retorno de Gomide ao Brasil, sua pintura passa a enfatizar temas nacionais. Como nota o historiador da arte Walter Zanini (1925-2013), à inspiração cubista de suas obras dos anos 1920, se opõem as obras posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, em que predomina a figura humana.
Antonio Gomide destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Críticas
"Gomide encontrou, na aquarela, a forma mais adequada para exprimir a sua visão plástica do mundo. É nela que a sua linguagem se faz mais natural. O domínio do desenho lhe permitiu grande espontaneidade no uso desta técnica difícil, talvez menos rica, menos dramática, porém, mais exigente e mais delicada que o óleo. (...). Gomide tinha um perfeito controle da aguada e sabia aproveitar habilmente o branco do próprio papel, como o demonstra a Descida da Cruz. O seu agudo senso de composição fazia ressaltar, naturalmente, os principais elementos dela, em geral figuras humanas, para as quais iam todas as suas preferências. Depois delas as árvores. Quase tudo quanto pinta, em especial nas aquarelas, está ao ar livre, para que apareçam árvores. (...) Mais do que com jogos de luzes e de sombras, Gomide conseguiu os contrastes e a iluminação das suas aquarelas com uma destra gradação de tons de poucas cores, geralmente os amarelos descambando para os ocres e os terras, os vermelhos que se abrandam até o rosa claro, o verde e as várias cambiantes do azul. Somente quando queria obter maior dramaticidade é que se serviu de cores puras, como na já citada Descida da Cruz, nas muitas Santas Ceias que deixou e no barco açoitado pelo vendaval (...)".
Luís Arrobas Martins (GOMIDE, Antonio. Antonio G. Gomide. São Paulo: A Ponte Galeria de Arte, 1973.)
" (...) fases, que podem ser divididas, genericamente, em três, dadas as características evidenciais: a fase européia ou, mais precisamente, parisiense, na qual não se pode fugir a três 'influências' marcantes: o cubismo, a renascença e o art déco; a fase de adaptação ao 'nacional' e a fase dos sambas e macumbas. (...) definir estilisticamente a obra de Antonio Gomide é uma incumbência nada fácil, já que o artista, grande pesquisador, imediatamente dominada a nova técnica, volta-se para uma nova pesquisa e, não raro, chega a produzir quase que ao mesmo tempo obras de características diferentes: vejam-se as obras da fase parisiense e da década de 30, embora cada uma delas tenha uma característica e um individualismo marcante. (...) Quanto ao aprendizado do material, o conhecer 'perfeitamente os processos, as exigências, os segredos do material que vai mover', Gomide pode ser considerado como um dos mais experimentais artistas brasileiros. Praticamente não houve 'meio' em que não se expressasse: desenho (a lápis, carvão, sanguina), aquarela, gravura, pintura, afresco, baixo-relevo, relevo a jato de areia, projeto e execução de vitrais, cerâmica (azulejos), escultura".
Elvira Vernaschi (Comentário crítico e catalogação de Antônio Gomide (1895-1967). São Paulo: ECA/USP, 1980.)
"À inspiração cubista das obras de Gomide na década de 20 e inícios dos anos 30 se apõem as fases posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, porém dominado pela figura humana. Pintor atraído de início pelas soluções formalistas, quando se aplica numa temática alternadamente sacra e profana, tende mais tarde a dar vazão à sua mentalidade profundamente popular, expressa igualmente no modus vivendi. Se podemos registrar uma certa dispersão e inconstância nos objetivos de Gomide, forçoso é reconhecer as virtudes que dominam sua obra, do ponto de vista estilístico e psicológico, que a investem de um clima peculiar inconfundível e que na sua hora souberam trazer uma contribuição vital ao nosso desenvolvimento artístico".
Walter Zanini (LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984.)
"Nos últimos tempos tem aumentado muito o interesse em relação aos artistas que iniciaram o movimento modernista no Brasil. As exposições recentes de Anita Malfatti e de Tarsila do Amaral, assim como a retrospectiva da Semana de Arte Moderna da Petite Galerie, foram verdadeiras revelações para grande parte do público paulistano, que descobriu a importância e a atualidade das obras datando da década dos vinte. As salas especiais de Anita, Tarsila, Flavio de Carvalho e Di Cavalcante na Bienal vieram ampliar consideravelmente as possibilidades de uma apreciação melhor da verdadeira história da arte moderna brasileira.
Gomide foi indiscutivelmente uma das figuras mais notáveis da geração da Semana, se bem que menos conhecido do que alguns de seus companheiros. A iniciativa da Selearte de organizar uma retrospectiva de Gomide veio reparar uma omissão injusta. Pela primeira vez será possível avaliar a significação da obra de um grande artista, até agora quase inacessível pela sua dispersão em coleções particulares.
A pintura de Gomide tem muitos pontos em comum com a de Anita e de Tarsila e talvez ainda mais com a de certas fases de Di Cavalcanti. Os seus trabalhos de quarenta anos atrás já impressionam pela originalidade e o nível artístico. Na década dos vinte, foi muito sensível a influência da pintura européia da época sobre Gomide, assim como sobre todos os artistas da geração da Semana. Posteriormente houve um esforço deliberado de apreensão da realidade brasileira e de libertação das impressões da arte do Velho Mundo.
Parece-me que a pintura da geração da Semana na fase pós-européia apresenta muitas vezes menos qualidades formais que no período anterior, sobretudo quando houve um exagero do “caipirismo”. Não devemos, porém, subestimar as dificuldades imensas com que lutaram esses artistas pioneiros para criar uma pintura brasileira moderna, incomparavelmente mais sérias do que as que surgiram quando se integravam no caudal das escolas européias. Provavelmente falta-nos ainda a perspectiva temporal necessária para um julgamento mais seguro do valor das contribuições das fases posteriores aos anos trinta da pintura de Anita, Tarsila e Gomide. Caberia a artistas de origem social mais humilde, como os do grupo do Santa Helena, trazer para a arte moderna brasileira novos elementos de penetração na realidade."
Mario Schenberg (Centro Mario Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes - ECA/USP, 1963)
Depoimentos
"Ao lado do Automático dos anos 45 havia uma porta pequena, um corredor apertado e no fundo um minúsculo elevador onde um ascensorista com pé disforme e mal-humorado nos levava ao quarto andar - ao ateliê estreito e comprido com uma grande janela nos fundos que dava para o Anhangabaú: cavaletes, cheiro de tinta, aguarrás e de álcool para fixar fusains das naturezas-mortas e dos croquis de Zuma, o modelo. No ateliê estava Gomide: alto, atlético, um não sei o que de oficial prussiano tímido e muito brasileiro.
Aí começaram minhas aulas de desenho dadas por ele com grande simplicidade, sem impor maneiras nem truques. Detestava os habilidosos e tinha uma paciência de anjo com os menos hábeis que sofriam para dizer alguma coisa. Dava tudo o que sabia: tinha uma formação sólida e lúcida, incitava os alunos a pesquisar, contudo com ele próprio tinha excesso de escrúpulo e grande humildade. Havia nele o bom senso de encorajar a 'ousadia' dos jovens mesmo quando não concordava com a tendência.
Para mim Gomide foi a base de tudo e até hoje, nos momentos difíceis, é a sua lição que me vem à memória: a geometria do espaço, digerido, a solução do espaço. Resolver o espaço na tela como o do interior de cada um e estabelecendo-se o equilíbrio entre ambos é que a obra de arte existe. Quando Gomide percebia essa espécie de contato entre os dois espaços, ele saía de perto como alguém que dá manivela em motor para fazê-lo funcionar".
Arthur Luiz Piza (GOMIDE, Antonio. Antônio Gomide. São Paulo: MAC/USP, 1968.)
Exposições Individuais
1927 - São Paulo SP - Individual, em antiga galeria da Avenida São João
1942 - São Paulo SP - Individual, no Hotel Terminus
1959 - São Paulo SP - Individual, em seu ateliê
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Selearte
1964 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico
Exposições Coletivas
1922 - Genebra (Suíça) - Coletiva, no Museu Rath e Museu Athénée - menção honrosa
1924 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - 19º Salon d'Automne, no Palais de Bois
1927 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Blanchon
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center, Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista, na Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros.
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1931 - São Paulo SP - 1ª Salão Pró-Arte, na Enba
1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá
1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1941 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Painéis Juninos, no MAM/SP
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - Gomide, Osir e Visconti, na Art Galeria
Exposições Póstumas
1968 - São Paulo SP - Antonio Gomide: retrospectiva, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas e desenhos, em A Galeria
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1973 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Galeria A Ponte
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - A Família Graz - Gomide: o art déco no Brasil, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Colecionadores das Arcadas, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e no MAM/SP
1979 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Arte Aplicada I - Galeria
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de 31, na Funarte
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 60 obras inéditas, décadas de 30, 40 e 50, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1990 - Brasília DF - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, na Itaú Galeria
1990 - São Paulo SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, no Itaú Cultural
1991 - Belo Horizonte MG - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura de Poços de Caldas
1992 - São Paulo SP - Antonio Gomide: entre duas guerras e a Revolução de 32, na Pinacoteca do Estado
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1993 - Campina Grande PB - Assis Chateaubriand: acervo artístico - UEPB, no MAAC
1993 - Campinas SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 43 obras, anos 20/50, na Ricardo Camargo Galeria
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no MARGS
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna e Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Antonio Gomide: quatro décadas de modernidade, na Dan Galeria
2001 - São Paulo SP - Coleção Aldo Franco, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - Quatro Décadas de Modernidade, na Dan Galeria
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria
Fonte: ANTONIO Gomide. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 21 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Vida e obra - Wikipédia
Irmão da artista Regina Gomide Graz, esposa de John Graz, Antonio Gomide estuda artes plásticas em Genebra, para onde sua família havia se transferido em 1913. Na Suíça, estuda com Ferdinand Hodler e Gillard, na Academia de Belas Artes de Genebra. Frequenta também a Escola de Comércio dessa cidade, onde conhece o crítico de arte Sérgio Milliet. Realiza contínuas viagens pela Europa, frequentando os ateliês de Picasso, Braque, Lhote e Severini.
Fixa-se definitivamente no Brasil em 1929, associando-se rapidamente ao movimento de renovação das artes plásticas, preconizado com a Semana de Arte Moderna de 1922, ao lado de Anita Malfatti, Di Cavalcanti e outros. Foi membro-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (1932). Participou do Salão dos Independentes de Paris, da I Exposição de Arte Moderna e da I Bienal Internacional de São Paulo (1951). Como cenógrafo, participou dos filmes Candinho e Sinhá Moça, ambos dos estúdios Vera Cruz.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
Crédito fotográfico: Unesp, retirado do Livro "Gomide - Arte Moderna"
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Biografia - MAC USP
Antonio Gomide nasceu em Itapetininga, no interior de São Paulo, em 1895. Mudou-se para a capital paulista em 1910. Três anos depois foi para a Suíça, onde frequentou a Escola de Belas Artes de Genebra. Viajou pela Espanha e Portugal e, em 1919, voltou ao Brasil. No ano seguinte, retornou à Suíça e, em 1921, foi para Paris. Nessa época, os movimentos artísticos que haviam introduzido novas estruturas nas artes visuais, como os Cubismo e Dadaísmo, já tinham tido sua fase heroica. Picasso, Braque e Léger, entretanto, continuavam a desenvolver suas pesquisas. Gomide entrou em contato com esses artistas e, junto a Brecheret e Vicente do Rêgo Monteiro, a artistas latino-americanos e europeus, formou um grupo que ficou conhecido, mais tarde, como Escola de Paris , largamente influenciado pela arte da época.
Pintou Paisagem com Barcos e Ponte de Saint Michel , duas obras que mostram claramente suas pesquisas cubistas, com esquemas idealizados, formas sintéticas e fatura com espatuladas geometrizadas. No entanto, os verdes claros, azuis, amarelos e vermelhos diluem a atmosfera cubista. Nesse período, Gomide desenhou estamparias para tecidos e vendeu aquarelas e desenhos nas ruas de Paris.
Voltou para São Paulo em 1926. Fez ilustrações para a Revista de Antropofagia . Nessa década, sua obra tem fortes traços da Art Déco, tendo sido um inovador nas artes decorativas em São Paulo. Fez vitrais para igrejas, além de cerâmicas, objetos e tapeçarias.
As influências desse período são exemplificadas, neste percurso, por Estudo para Estamparia , números 7 e 15 , e pelas aquarelas Pierrô e Colombina e Duas Figuras I.
Gomide desenvolveu temas religiosos a partir de 1922, quando foi para Tolouse, no Institut Catholique, trabalhar com Marcel Lenoir. Conheceu a técnica de afresco e expressou-se através desse meio inúmeras vezes. O óleo Cabeça de Cristo e a aquarela Estudo para Santa Ceia refletem essa técnica e a temática renascentista estudada com Lenoir.
No ano de 1932, data da Revolução Constitucionalista, fez aquarelas e gravuras com temas militares. Posteriormente, fez gravuras com temas populares e afro-brasileiros, além de vários nus femininos. Participou da fundação do CAM, Clube dos Artistas Modernos . Nos anos 40, foi professor de arte em São Paulo.
Em 1951, participou da I Bienal Internacional de São Paulo. No final da vida foi perdendo a visão e passou a utilizar cores mais fortes. Quando não pôde mais pintar, dedicou-se à escultura. Morreu aos 72 anos, em 1967, em Ubatuba, São Paulo.
Fonte: MAC USP, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
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Biografia - Portal das Artes
Pesquisador aplicado e artista engajado, o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de Artes Plásticas, Antonio Gonçalves Gomide, nasceu no ano de 1895 em Itapetininga, São Paulo.
Ao mudar-se para a Suíça, em 1913, passou a frequentar a Academia de Belas Artes de Genebra e tornou-se discípulo de Gillard e Ferdinand Hodler.
Em Paris, teve contato com artistas de vanguarda e, acompanhou as tendências locais e da época. Seus trabalhos desta época mostram influências renascentistas, traços cubistas e de art déco. Em sua estada na capital francesa, freqüenta ateliês de artistas como Picasso, Braque, Lhote, Picabia e Severini, além de manter contato com modernistas brasileiros, como Anita Malfatti e Victor Brecheret. Nesta época aprendeu a técnica do afresco com Marcel-Lenoir.
De volta ao Brasil em 1929, aproximou-se do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de diversos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922. Junto com outros artistas funda a Pró-Arte Moderna em 1932, e neste mesmo ano tornou-se dirigente do Clube dos Artistas Modernos.
Esta aproximação com os modernistas marca a fase de readaptação do artista aos cenários brasileiros, e uma ruptura no estilo vanguardista parisiense que vinha empregando até agora.
Gomide, porém, não se reteve em apenas um ou dois estilos. Pesquisava e descobria novas técnicas a cada dia, o que renovava sua obra. Chegou a produzir obras com características diferentes ao mesmo tempo.
Uma outra fase que marcou a vida do artista foi quando ele se empenhou em registrar a cultura popular, seus sambas e suas macumbas.
Nos anos 50 torna-se frequentador do Clube dos Artistas da rua Major Sertório, em São Paulo, dá aulas no Museu de Arte Moderna, e é cenógrafo da Companhia Vera Cruz. Já no fim da vida, nos anos 60, dedica-se à escultura, pois um problema na visão - que o deixaria cego em 1966 - o impede de pintar. Falece em 31 de agosto de 1967 na cidade de Ubatuba, São Paulo.
Fonte: Portal das Artes, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
3 artistas relacionados
Antonio Gonçalves Gomide (Itapetininga, SP, 3 de agosto de 1895 — Ubatuba, SP, 31 de agosto de 1967), mais conhecido como Antonio Gomide, foi um pintor, escultor, decorador e cenógrafo brasileiro. Destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, ao lado de Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se com a família para a Suíça em 1913, e frequenta a Academia de Belas Artes de Genebra até 1918, onde estuda com Gillard e Ferdinand Hodler (1853 - 1918). Muda-se para a França na década de 1920. Em 1922, em Toulouse, trabalha com Marcel Lenoir (1872-1931), com quem aprende a técnica do afresco. De 1924 a 1926, em Paris, instala ateliê e entra em contato com artistas europeus ligados aos movimentos de vanguarda. No ambiente parisiense, convive também com Victor Brecheret (1894 - 1955) e Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Retorna ao Brasil em 1929. Em 1932, atua na fundação da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Entre as décadas de 1930 e 1940, além de pinturas, produz afrescos e cartões para vitrais. Leciona desenho na escolinha do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), entre 1952 e 1954. Suas obras aliam formas abstratas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz (1897-1973) e John Graz (1891-1980), é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Análise
Antonio Gomide viaja para a França na década de 1920, onde conhece pintores ligados ao cubismo e outros movimentos de vanguarda. Os quadros Paisagem com Barcos e Ponte de Saint-Michel (ambos de 1923) revelam a geometrização e a simplificação formal cubistas, aliados a uma paleta com suaves passagens de tons que remete ao pintor francês Paul Cézanne (1839-1906). Já o Retrato de Vera Azevedo, na opinião da crítica Maria Alice Milliet, representa a assimilação máxima do art deco no Brasil, com seu caráter altamente estilizado. A arquitetura determina o ritmo ascensional do quadro, acompanhando a verticalização da metrópole paulistana. Algumas obras de Gomide revelam afinidades estilísticas com a produção de Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A partir da década de 1930, com o retorno de Gomide ao Brasil, sua pintura passa a enfatizar temas nacionais. Como nota o historiador da arte Walter Zanini (1925-2013), à inspiração cubista de suas obras dos anos 1920, se opõem as obras posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, em que predomina a figura humana.
Antonio Gomide destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Críticas
"Gomide encontrou, na aquarela, a forma mais adequada para exprimir a sua visão plástica do mundo. É nela que a sua linguagem se faz mais natural. O domínio do desenho lhe permitiu grande espontaneidade no uso desta técnica difícil, talvez menos rica, menos dramática, porém, mais exigente e mais delicada que o óleo. (...). Gomide tinha um perfeito controle da aguada e sabia aproveitar habilmente o branco do próprio papel, como o demonstra a Descida da Cruz. O seu agudo senso de composição fazia ressaltar, naturalmente, os principais elementos dela, em geral figuras humanas, para as quais iam todas as suas preferências. Depois delas as árvores. Quase tudo quanto pinta, em especial nas aquarelas, está ao ar livre, para que apareçam árvores. (...) Mais do que com jogos de luzes e de sombras, Gomide conseguiu os contrastes e a iluminação das suas aquarelas com uma destra gradação de tons de poucas cores, geralmente os amarelos descambando para os ocres e os terras, os vermelhos que se abrandam até o rosa claro, o verde e as várias cambiantes do azul. Somente quando queria obter maior dramaticidade é que se serviu de cores puras, como na já citada Descida da Cruz, nas muitas Santas Ceias que deixou e no barco açoitado pelo vendaval (...)".
Luís Arrobas Martins (GOMIDE, Antonio. Antonio G. Gomide. São Paulo: A Ponte Galeria de Arte, 1973.)
" (...) fases, que podem ser divididas, genericamente, em três, dadas as características evidenciais: a fase européia ou, mais precisamente, parisiense, na qual não se pode fugir a três 'influências' marcantes: o cubismo, a renascença e o art déco; a fase de adaptação ao 'nacional' e a fase dos sambas e macumbas. (...) definir estilisticamente a obra de Antonio Gomide é uma incumbência nada fácil, já que o artista, grande pesquisador, imediatamente dominada a nova técnica, volta-se para uma nova pesquisa e, não raro, chega a produzir quase que ao mesmo tempo obras de características diferentes: vejam-se as obras da fase parisiense e da década de 30, embora cada uma delas tenha uma característica e um individualismo marcante. (...) Quanto ao aprendizado do material, o conhecer 'perfeitamente os processos, as exigências, os segredos do material que vai mover', Gomide pode ser considerado como um dos mais experimentais artistas brasileiros. Praticamente não houve 'meio' em que não se expressasse: desenho (a lápis, carvão, sanguina), aquarela, gravura, pintura, afresco, baixo-relevo, relevo a jato de areia, projeto e execução de vitrais, cerâmica (azulejos), escultura".
Elvira Vernaschi (Comentário crítico e catalogação de Antônio Gomide (1895-1967). São Paulo: ECA/USP, 1980.)
"À inspiração cubista das obras de Gomide na década de 20 e inícios dos anos 30 se apõem as fases posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, porém dominado pela figura humana. Pintor atraído de início pelas soluções formalistas, quando se aplica numa temática alternadamente sacra e profana, tende mais tarde a dar vazão à sua mentalidade profundamente popular, expressa igualmente no modus vivendi. Se podemos registrar uma certa dispersão e inconstância nos objetivos de Gomide, forçoso é reconhecer as virtudes que dominam sua obra, do ponto de vista estilístico e psicológico, que a investem de um clima peculiar inconfundível e que na sua hora souberam trazer uma contribuição vital ao nosso desenvolvimento artístico".
Walter Zanini (LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984.)
"Nos últimos tempos tem aumentado muito o interesse em relação aos artistas que iniciaram o movimento modernista no Brasil. As exposições recentes de Anita Malfatti e de Tarsila do Amaral, assim como a retrospectiva da Semana de Arte Moderna da Petite Galerie, foram verdadeiras revelações para grande parte do público paulistano, que descobriu a importância e a atualidade das obras datando da década dos vinte. As salas especiais de Anita, Tarsila, Flavio de Carvalho e Di Cavalcante na Bienal vieram ampliar consideravelmente as possibilidades de uma apreciação melhor da verdadeira história da arte moderna brasileira.
Gomide foi indiscutivelmente uma das figuras mais notáveis da geração da Semana, se bem que menos conhecido do que alguns de seus companheiros. A iniciativa da Selearte de organizar uma retrospectiva de Gomide veio reparar uma omissão injusta. Pela primeira vez será possível avaliar a significação da obra de um grande artista, até agora quase inacessível pela sua dispersão em coleções particulares.
A pintura de Gomide tem muitos pontos em comum com a de Anita e de Tarsila e talvez ainda mais com a de certas fases de Di Cavalcanti. Os seus trabalhos de quarenta anos atrás já impressionam pela originalidade e o nível artístico. Na década dos vinte, foi muito sensível a influência da pintura européia da época sobre Gomide, assim como sobre todos os artistas da geração da Semana. Posteriormente houve um esforço deliberado de apreensão da realidade brasileira e de libertação das impressões da arte do Velho Mundo.
Parece-me que a pintura da geração da Semana na fase pós-européia apresenta muitas vezes menos qualidades formais que no período anterior, sobretudo quando houve um exagero do “caipirismo”. Não devemos, porém, subestimar as dificuldades imensas com que lutaram esses artistas pioneiros para criar uma pintura brasileira moderna, incomparavelmente mais sérias do que as que surgiram quando se integravam no caudal das escolas européias. Provavelmente falta-nos ainda a perspectiva temporal necessária para um julgamento mais seguro do valor das contribuições das fases posteriores aos anos trinta da pintura de Anita, Tarsila e Gomide. Caberia a artistas de origem social mais humilde, como os do grupo do Santa Helena, trazer para a arte moderna brasileira novos elementos de penetração na realidade."
Mario Schenberg (Centro Mario Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes - ECA/USP, 1963)
Depoimentos
"Ao lado do Automático dos anos 45 havia uma porta pequena, um corredor apertado e no fundo um minúsculo elevador onde um ascensorista com pé disforme e mal-humorado nos levava ao quarto andar - ao ateliê estreito e comprido com uma grande janela nos fundos que dava para o Anhangabaú: cavaletes, cheiro de tinta, aguarrás e de álcool para fixar fusains das naturezas-mortas e dos croquis de Zuma, o modelo. No ateliê estava Gomide: alto, atlético, um não sei o que de oficial prussiano tímido e muito brasileiro.
Aí começaram minhas aulas de desenho dadas por ele com grande simplicidade, sem impor maneiras nem truques. Detestava os habilidosos e tinha uma paciência de anjo com os menos hábeis que sofriam para dizer alguma coisa. Dava tudo o que sabia: tinha uma formação sólida e lúcida, incitava os alunos a pesquisar, contudo com ele próprio tinha excesso de escrúpulo e grande humildade. Havia nele o bom senso de encorajar a 'ousadia' dos jovens mesmo quando não concordava com a tendência.
Para mim Gomide foi a base de tudo e até hoje, nos momentos difíceis, é a sua lição que me vem à memória: a geometria do espaço, digerido, a solução do espaço. Resolver o espaço na tela como o do interior de cada um e estabelecendo-se o equilíbrio entre ambos é que a obra de arte existe. Quando Gomide percebia essa espécie de contato entre os dois espaços, ele saía de perto como alguém que dá manivela em motor para fazê-lo funcionar".
Arthur Luiz Piza (GOMIDE, Antonio. Antônio Gomide. São Paulo: MAC/USP, 1968.)
Exposições Individuais
1927 - São Paulo SP - Individual, em antiga galeria da Avenida São João
1942 - São Paulo SP - Individual, no Hotel Terminus
1959 - São Paulo SP - Individual, em seu ateliê
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Selearte
1964 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico
Exposições Coletivas
1922 - Genebra (Suíça) - Coletiva, no Museu Rath e Museu Athénée - menção honrosa
1924 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - 19º Salon d'Automne, no Palais de Bois
1927 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Blanchon
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center, Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista, na Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros.
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1931 - São Paulo SP - 1ª Salão Pró-Arte, na Enba
1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá
1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1941 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Painéis Juninos, no MAM/SP
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - Gomide, Osir e Visconti, na Art Galeria
Exposições Póstumas
1968 - São Paulo SP - Antonio Gomide: retrospectiva, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas e desenhos, em A Galeria
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1973 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Galeria A Ponte
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - A Família Graz - Gomide: o art déco no Brasil, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Colecionadores das Arcadas, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e no MAM/SP
1979 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Arte Aplicada I - Galeria
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de 31, na Funarte
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 60 obras inéditas, décadas de 30, 40 e 50, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1990 - Brasília DF - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, na Itaú Galeria
1990 - São Paulo SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, no Itaú Cultural
1991 - Belo Horizonte MG - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura de Poços de Caldas
1992 - São Paulo SP - Antonio Gomide: entre duas guerras e a Revolução de 32, na Pinacoteca do Estado
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1993 - Campina Grande PB - Assis Chateaubriand: acervo artístico - UEPB, no MAAC
1993 - Campinas SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 43 obras, anos 20/50, na Ricardo Camargo Galeria
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no MARGS
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna e Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Antonio Gomide: quatro décadas de modernidade, na Dan Galeria
2001 - São Paulo SP - Coleção Aldo Franco, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - Quatro Décadas de Modernidade, na Dan Galeria
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria
Fonte: ANTONIO Gomide. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 21 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Vida e obra - Wikipédia
Irmão da artista Regina Gomide Graz, esposa de John Graz, Antonio Gomide estuda artes plásticas em Genebra, para onde sua família havia se transferido em 1913. Na Suíça, estuda com Ferdinand Hodler e Gillard, na Academia de Belas Artes de Genebra. Frequenta também a Escola de Comércio dessa cidade, onde conhece o crítico de arte Sérgio Milliet. Realiza contínuas viagens pela Europa, frequentando os ateliês de Picasso, Braque, Lhote e Severini.
Fixa-se definitivamente no Brasil em 1929, associando-se rapidamente ao movimento de renovação das artes plásticas, preconizado com a Semana de Arte Moderna de 1922, ao lado de Anita Malfatti, Di Cavalcanti e outros. Foi membro-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (1932). Participou do Salão dos Independentes de Paris, da I Exposição de Arte Moderna e da I Bienal Internacional de São Paulo (1951). Como cenógrafo, participou dos filmes Candinho e Sinhá Moça, ambos dos estúdios Vera Cruz.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
Crédito fotográfico: Unesp, retirado do Livro "Gomide - Arte Moderna"
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Biografia - MAC USP
Antonio Gomide nasceu em Itapetininga, no interior de São Paulo, em 1895. Mudou-se para a capital paulista em 1910. Três anos depois foi para a Suíça, onde frequentou a Escola de Belas Artes de Genebra. Viajou pela Espanha e Portugal e, em 1919, voltou ao Brasil. No ano seguinte, retornou à Suíça e, em 1921, foi para Paris. Nessa época, os movimentos artísticos que haviam introduzido novas estruturas nas artes visuais, como os Cubismo e Dadaísmo, já tinham tido sua fase heroica. Picasso, Braque e Léger, entretanto, continuavam a desenvolver suas pesquisas. Gomide entrou em contato com esses artistas e, junto a Brecheret e Vicente do Rêgo Monteiro, a artistas latino-americanos e europeus, formou um grupo que ficou conhecido, mais tarde, como Escola de Paris , largamente influenciado pela arte da época.
Pintou Paisagem com Barcos e Ponte de Saint Michel , duas obras que mostram claramente suas pesquisas cubistas, com esquemas idealizados, formas sintéticas e fatura com espatuladas geometrizadas. No entanto, os verdes claros, azuis, amarelos e vermelhos diluem a atmosfera cubista. Nesse período, Gomide desenhou estamparias para tecidos e vendeu aquarelas e desenhos nas ruas de Paris.
Voltou para São Paulo em 1926. Fez ilustrações para a Revista de Antropofagia . Nessa década, sua obra tem fortes traços da Art Déco, tendo sido um inovador nas artes decorativas em São Paulo. Fez vitrais para igrejas, além de cerâmicas, objetos e tapeçarias.
As influências desse período são exemplificadas, neste percurso, por Estudo para Estamparia , números 7 e 15 , e pelas aquarelas Pierrô e Colombina e Duas Figuras I.
Gomide desenvolveu temas religiosos a partir de 1922, quando foi para Tolouse, no Institut Catholique, trabalhar com Marcel Lenoir. Conheceu a técnica de afresco e expressou-se através desse meio inúmeras vezes. O óleo Cabeça de Cristo e a aquarela Estudo para Santa Ceia refletem essa técnica e a temática renascentista estudada com Lenoir.
No ano de 1932, data da Revolução Constitucionalista, fez aquarelas e gravuras com temas militares. Posteriormente, fez gravuras com temas populares e afro-brasileiros, além de vários nus femininos. Participou da fundação do CAM, Clube dos Artistas Modernos . Nos anos 40, foi professor de arte em São Paulo.
Em 1951, participou da I Bienal Internacional de São Paulo. No final da vida foi perdendo a visão e passou a utilizar cores mais fortes. Quando não pôde mais pintar, dedicou-se à escultura. Morreu aos 72 anos, em 1967, em Ubatuba, São Paulo.
Fonte: MAC USP, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
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Biografia - Portal das Artes
Pesquisador aplicado e artista engajado, o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de Artes Plásticas, Antonio Gonçalves Gomide, nasceu no ano de 1895 em Itapetininga, São Paulo.
Ao mudar-se para a Suíça, em 1913, passou a frequentar a Academia de Belas Artes de Genebra e tornou-se discípulo de Gillard e Ferdinand Hodler.
Em Paris, teve contato com artistas de vanguarda e, acompanhou as tendências locais e da época. Seus trabalhos desta época mostram influências renascentistas, traços cubistas e de art déco. Em sua estada na capital francesa, freqüenta ateliês de artistas como Picasso, Braque, Lhote, Picabia e Severini, além de manter contato com modernistas brasileiros, como Anita Malfatti e Victor Brecheret. Nesta época aprendeu a técnica do afresco com Marcel-Lenoir.
De volta ao Brasil em 1929, aproximou-se do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de diversos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922. Junto com outros artistas funda a Pró-Arte Moderna em 1932, e neste mesmo ano tornou-se dirigente do Clube dos Artistas Modernos.
Esta aproximação com os modernistas marca a fase de readaptação do artista aos cenários brasileiros, e uma ruptura no estilo vanguardista parisiense que vinha empregando até agora.
Gomide, porém, não se reteve em apenas um ou dois estilos. Pesquisava e descobria novas técnicas a cada dia, o que renovava sua obra. Chegou a produzir obras com características diferentes ao mesmo tempo.
Uma outra fase que marcou a vida do artista foi quando ele se empenhou em registrar a cultura popular, seus sambas e suas macumbas.
Nos anos 50 torna-se frequentador do Clube dos Artistas da rua Major Sertório, em São Paulo, dá aulas no Museu de Arte Moderna, e é cenógrafo da Companhia Vera Cruz. Já no fim da vida, nos anos 60, dedica-se à escultura, pois um problema na visão - que o deixaria cego em 1966 - o impede de pintar. Falece em 31 de agosto de 1967 na cidade de Ubatuba, São Paulo.
Fonte: Portal das Artes, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
Antonio Gonçalves Gomide (Itapetininga, SP, 3 de agosto de 1895 — Ubatuba, SP, 31 de agosto de 1967), mais conhecido como Antonio Gomide, foi um pintor, escultor, decorador e cenógrafo brasileiro. Destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, ao lado de Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Biografia - Itaú Cultural
Muda-se com a família para a Suíça em 1913, e frequenta a Academia de Belas Artes de Genebra até 1918, onde estuda com Gillard e Ferdinand Hodler (1853 - 1918). Muda-se para a França na década de 1920. Em 1922, em Toulouse, trabalha com Marcel Lenoir (1872-1931), com quem aprende a técnica do afresco. De 1924 a 1926, em Paris, instala ateliê e entra em contato com artistas europeus ligados aos movimentos de vanguarda. No ambiente parisiense, convive também com Victor Brecheret (1894 - 1955) e Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Retorna ao Brasil em 1929. Em 1932, atua na fundação da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam) e do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Entre as décadas de 1930 e 1940, além de pinturas, produz afrescos e cartões para vitrais. Leciona desenho na escolinha do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), entre 1952 e 1954. Suas obras aliam formas abstratas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz (1897-1973) e John Graz (1891-1980), é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Análise
Antonio Gomide viaja para a França na década de 1920, onde conhece pintores ligados ao cubismo e outros movimentos de vanguarda. Os quadros Paisagem com Barcos e Ponte de Saint-Michel (ambos de 1923) revelam a geometrização e a simplificação formal cubistas, aliados a uma paleta com suaves passagens de tons que remete ao pintor francês Paul Cézanne (1839-1906). Já o Retrato de Vera Azevedo, na opinião da crítica Maria Alice Milliet, representa a assimilação máxima do art deco no Brasil, com seu caráter altamente estilizado. A arquitetura determina o ritmo ascensional do quadro, acompanhando a verticalização da metrópole paulistana. Algumas obras de Gomide revelam afinidades estilísticas com a produção de Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A partir da década de 1930, com o retorno de Gomide ao Brasil, sua pintura passa a enfatizar temas nacionais. Como nota o historiador da arte Walter Zanini (1925-2013), à inspiração cubista de suas obras dos anos 1920, se opõem as obras posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, em que predomina a figura humana.
Antonio Gomide destaca-se pela versatilidade técnica, realizando pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, afrescos, cartões para vitrais e vários projetos decorativos, nos quais as linhas sinuosas e as formas abstratas são aliadas a motivos indígenas ou a composições com paisagens. Na área das artes decorativas, com Regina Graz e John Graz, é considerado um dos introdutores do estilo art deco no país.
Críticas
"Gomide encontrou, na aquarela, a forma mais adequada para exprimir a sua visão plástica do mundo. É nela que a sua linguagem se faz mais natural. O domínio do desenho lhe permitiu grande espontaneidade no uso desta técnica difícil, talvez menos rica, menos dramática, porém, mais exigente e mais delicada que o óleo. (...). Gomide tinha um perfeito controle da aguada e sabia aproveitar habilmente o branco do próprio papel, como o demonstra a Descida da Cruz. O seu agudo senso de composição fazia ressaltar, naturalmente, os principais elementos dela, em geral figuras humanas, para as quais iam todas as suas preferências. Depois delas as árvores. Quase tudo quanto pinta, em especial nas aquarelas, está ao ar livre, para que apareçam árvores. (...) Mais do que com jogos de luzes e de sombras, Gomide conseguiu os contrastes e a iluminação das suas aquarelas com uma destra gradação de tons de poucas cores, geralmente os amarelos descambando para os ocres e os terras, os vermelhos que se abrandam até o rosa claro, o verde e as várias cambiantes do azul. Somente quando queria obter maior dramaticidade é que se serviu de cores puras, como na já citada Descida da Cruz, nas muitas Santas Ceias que deixou e no barco açoitado pelo vendaval (...)".
Luís Arrobas Martins (GOMIDE, Antonio. Antonio G. Gomide. São Paulo: A Ponte Galeria de Arte, 1973.)
" (...) fases, que podem ser divididas, genericamente, em três, dadas as características evidenciais: a fase européia ou, mais precisamente, parisiense, na qual não se pode fugir a três 'influências' marcantes: o cubismo, a renascença e o art déco; a fase de adaptação ao 'nacional' e a fase dos sambas e macumbas. (...) definir estilisticamente a obra de Antonio Gomide é uma incumbência nada fácil, já que o artista, grande pesquisador, imediatamente dominada a nova técnica, volta-se para uma nova pesquisa e, não raro, chega a produzir quase que ao mesmo tempo obras de características diferentes: vejam-se as obras da fase parisiense e da década de 30, embora cada uma delas tenha uma característica e um individualismo marcante. (...) Quanto ao aprendizado do material, o conhecer 'perfeitamente os processos, as exigências, os segredos do material que vai mover', Gomide pode ser considerado como um dos mais experimentais artistas brasileiros. Praticamente não houve 'meio' em que não se expressasse: desenho (a lápis, carvão, sanguina), aquarela, gravura, pintura, afresco, baixo-relevo, relevo a jato de areia, projeto e execução de vitrais, cerâmica (azulejos), escultura".
Elvira Vernaschi (Comentário crítico e catalogação de Antônio Gomide (1895-1967). São Paulo: ECA/USP, 1980.)
"À inspiração cubista das obras de Gomide na década de 20 e inícios dos anos 30 se apõem as fases posteriores, caracterizadas pela abordagem mais espontânea de um repertório diversificado, porém dominado pela figura humana. Pintor atraído de início pelas soluções formalistas, quando se aplica numa temática alternadamente sacra e profana, tende mais tarde a dar vazão à sua mentalidade profundamente popular, expressa igualmente no modus vivendi. Se podemos registrar uma certa dispersão e inconstância nos objetivos de Gomide, forçoso é reconhecer as virtudes que dominam sua obra, do ponto de vista estilístico e psicológico, que a investem de um clima peculiar inconfundível e que na sua hora souberam trazer uma contribuição vital ao nosso desenvolvimento artístico".
Walter Zanini (LOUZADA, Júlio. Artes plásticas Brasil 1985: seu mercado, seus leilões. São Paulo: J. Louzada, 1984.)
"Nos últimos tempos tem aumentado muito o interesse em relação aos artistas que iniciaram o movimento modernista no Brasil. As exposições recentes de Anita Malfatti e de Tarsila do Amaral, assim como a retrospectiva da Semana de Arte Moderna da Petite Galerie, foram verdadeiras revelações para grande parte do público paulistano, que descobriu a importância e a atualidade das obras datando da década dos vinte. As salas especiais de Anita, Tarsila, Flavio de Carvalho e Di Cavalcante na Bienal vieram ampliar consideravelmente as possibilidades de uma apreciação melhor da verdadeira história da arte moderna brasileira.
Gomide foi indiscutivelmente uma das figuras mais notáveis da geração da Semana, se bem que menos conhecido do que alguns de seus companheiros. A iniciativa da Selearte de organizar uma retrospectiva de Gomide veio reparar uma omissão injusta. Pela primeira vez será possível avaliar a significação da obra de um grande artista, até agora quase inacessível pela sua dispersão em coleções particulares.
A pintura de Gomide tem muitos pontos em comum com a de Anita e de Tarsila e talvez ainda mais com a de certas fases de Di Cavalcanti. Os seus trabalhos de quarenta anos atrás já impressionam pela originalidade e o nível artístico. Na década dos vinte, foi muito sensível a influência da pintura européia da época sobre Gomide, assim como sobre todos os artistas da geração da Semana. Posteriormente houve um esforço deliberado de apreensão da realidade brasileira e de libertação das impressões da arte do Velho Mundo.
Parece-me que a pintura da geração da Semana na fase pós-européia apresenta muitas vezes menos qualidades formais que no período anterior, sobretudo quando houve um exagero do “caipirismo”. Não devemos, porém, subestimar as dificuldades imensas com que lutaram esses artistas pioneiros para criar uma pintura brasileira moderna, incomparavelmente mais sérias do que as que surgiram quando se integravam no caudal das escolas européias. Provavelmente falta-nos ainda a perspectiva temporal necessária para um julgamento mais seguro do valor das contribuições das fases posteriores aos anos trinta da pintura de Anita, Tarsila e Gomide. Caberia a artistas de origem social mais humilde, como os do grupo do Santa Helena, trazer para a arte moderna brasileira novos elementos de penetração na realidade."
Mario Schenberg (Centro Mario Schenberg de Documentação da Pesquisa em Artes - ECA/USP, 1963)
Depoimentos
"Ao lado do Automático dos anos 45 havia uma porta pequena, um corredor apertado e no fundo um minúsculo elevador onde um ascensorista com pé disforme e mal-humorado nos levava ao quarto andar - ao ateliê estreito e comprido com uma grande janela nos fundos que dava para o Anhangabaú: cavaletes, cheiro de tinta, aguarrás e de álcool para fixar fusains das naturezas-mortas e dos croquis de Zuma, o modelo. No ateliê estava Gomide: alto, atlético, um não sei o que de oficial prussiano tímido e muito brasileiro.
Aí começaram minhas aulas de desenho dadas por ele com grande simplicidade, sem impor maneiras nem truques. Detestava os habilidosos e tinha uma paciência de anjo com os menos hábeis que sofriam para dizer alguma coisa. Dava tudo o que sabia: tinha uma formação sólida e lúcida, incitava os alunos a pesquisar, contudo com ele próprio tinha excesso de escrúpulo e grande humildade. Havia nele o bom senso de encorajar a 'ousadia' dos jovens mesmo quando não concordava com a tendência.
Para mim Gomide foi a base de tudo e até hoje, nos momentos difíceis, é a sua lição que me vem à memória: a geometria do espaço, digerido, a solução do espaço. Resolver o espaço na tela como o do interior de cada um e estabelecendo-se o equilíbrio entre ambos é que a obra de arte existe. Quando Gomide percebia essa espécie de contato entre os dois espaços, ele saía de perto como alguém que dá manivela em motor para fazê-lo funcionar".
Arthur Luiz Piza (GOMIDE, Antonio. Antônio Gomide. São Paulo: MAC/USP, 1968.)
Exposições Individuais
1927 - São Paulo SP - Individual, em antiga galeria da Avenida São João
1942 - São Paulo SP - Individual, no Hotel Terminus
1959 - São Paulo SP - Individual, em seu ateliê
1963 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Selearte
1964 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico
Exposições Coletivas
1922 - Genebra (Suíça) - Coletiva, no Museu Rath e Museu Athénée - menção honrosa
1924 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - 19º Salon d'Automne, no Palais de Bois
1927 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Blanchon
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no International Art Center, Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista, na Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros.
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1931 - São Paulo SP - 1ª Salão Pró-Arte, na Enba
1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM, no Palacete Campinas
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá
1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1941 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Painéis Juninos, no MAM/SP
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1967 - São Paulo SP - Gomide, Osir e Visconti, na Art Galeria
Exposições Póstumas
1968 - São Paulo SP - Antonio Gomide: retrospectiva, no MAC/USP
1969 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas e desenhos, em A Galeria
1970 - São Paulo SP - 4 Grupos de Aquisições Recentes e Doações da International Society of Plastic and Visual Art, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1973 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Galeria A Ponte
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - A Família Graz - Gomide: o art déco no Brasil, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Colecionadores das Arcadas, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco e no MAM/SP
1979 - São Paulo SP - Antonio Gomide: aquarelas, na Arte Aplicada I - Galeria
1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Reino Unido) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - Um Século de Escultura no Brasil, no Masp
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de 31, na Funarte
1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 60 obras inéditas, décadas de 30, 40 e 50, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1990 - Brasília DF - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, na Itaú Galeria
1990 - São Paulo SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira, no Itaú Cultural
1991 - Belo Horizonte MG - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro Cultural Patrícia Galvão
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura de Poços de Caldas
1992 - São Paulo SP - Antonio Gomide: entre duas guerras e a Revolução de 32, na Pinacoteca do Estado
1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1993 - Campina Grande PB - Assis Chateaubriand: acervo artístico - UEPB, no MAAC
1993 - Campinas SP - Figurativismo/Abstracionismo: o vermelho na pintura brasileira
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Antonio Gomide: 43 obras, anos 20/50, na Ricardo Camargo Galeria
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no MARGS
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna e Negro de Corpo e Alma, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil Sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Antonio Gomide: quatro décadas de modernidade, na Dan Galeria
2001 - São Paulo SP - Coleção Aldo Franco, na Pinacoteca do Estado
2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - Quatro Décadas de Modernidade, na Dan Galeria
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria
Fonte: ANTONIO Gomide. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 21 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Vida e obra - Wikipédia
Irmão da artista Regina Gomide Graz, esposa de John Graz, Antonio Gomide estuda artes plásticas em Genebra, para onde sua família havia se transferido em 1913. Na Suíça, estuda com Ferdinand Hodler e Gillard, na Academia de Belas Artes de Genebra. Frequenta também a Escola de Comércio dessa cidade, onde conhece o crítico de arte Sérgio Milliet. Realiza contínuas viagens pela Europa, frequentando os ateliês de Picasso, Braque, Lhote e Severini.
Fixa-se definitivamente no Brasil em 1929, associando-se rapidamente ao movimento de renovação das artes plásticas, preconizado com a Semana de Arte Moderna de 1922, ao lado de Anita Malfatti, Di Cavalcanti e outros. Foi membro-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (1932). Participou do Salão dos Independentes de Paris, da I Exposição de Arte Moderna e da I Bienal Internacional de São Paulo (1951). Como cenógrafo, participou dos filmes Candinho e Sinhá Moça, ambos dos estúdios Vera Cruz.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
Crédito fotográfico: Unesp, retirado do Livro "Gomide - Arte Moderna"
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Biografia - MAC USP
Antonio Gomide nasceu em Itapetininga, no interior de São Paulo, em 1895. Mudou-se para a capital paulista em 1910. Três anos depois foi para a Suíça, onde frequentou a Escola de Belas Artes de Genebra. Viajou pela Espanha e Portugal e, em 1919, voltou ao Brasil. No ano seguinte, retornou à Suíça e, em 1921, foi para Paris. Nessa época, os movimentos artísticos que haviam introduzido novas estruturas nas artes visuais, como os Cubismo e Dadaísmo, já tinham tido sua fase heroica. Picasso, Braque e Léger, entretanto, continuavam a desenvolver suas pesquisas. Gomide entrou em contato com esses artistas e, junto a Brecheret e Vicente do Rêgo Monteiro, a artistas latino-americanos e europeus, formou um grupo que ficou conhecido, mais tarde, como Escola de Paris , largamente influenciado pela arte da época.
Pintou Paisagem com Barcos e Ponte de Saint Michel , duas obras que mostram claramente suas pesquisas cubistas, com esquemas idealizados, formas sintéticas e fatura com espatuladas geometrizadas. No entanto, os verdes claros, azuis, amarelos e vermelhos diluem a atmosfera cubista. Nesse período, Gomide desenhou estamparias para tecidos e vendeu aquarelas e desenhos nas ruas de Paris.
Voltou para São Paulo em 1926. Fez ilustrações para a Revista de Antropofagia . Nessa década, sua obra tem fortes traços da Art Déco, tendo sido um inovador nas artes decorativas em São Paulo. Fez vitrais para igrejas, além de cerâmicas, objetos e tapeçarias.
As influências desse período são exemplificadas, neste percurso, por Estudo para Estamparia , números 7 e 15 , e pelas aquarelas Pierrô e Colombina e Duas Figuras I.
Gomide desenvolveu temas religiosos a partir de 1922, quando foi para Tolouse, no Institut Catholique, trabalhar com Marcel Lenoir. Conheceu a técnica de afresco e expressou-se através desse meio inúmeras vezes. O óleo Cabeça de Cristo e a aquarela Estudo para Santa Ceia refletem essa técnica e a temática renascentista estudada com Lenoir.
No ano de 1932, data da Revolução Constitucionalista, fez aquarelas e gravuras com temas militares. Posteriormente, fez gravuras com temas populares e afro-brasileiros, além de vários nus femininos. Participou da fundação do CAM, Clube dos Artistas Modernos . Nos anos 40, foi professor de arte em São Paulo.
Em 1951, participou da I Bienal Internacional de São Paulo. No final da vida foi perdendo a visão e passou a utilizar cores mais fortes. Quando não pôde mais pintar, dedicou-se à escultura. Morreu aos 72 anos, em 1967, em Ubatuba, São Paulo.
Fonte: MAC USP, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.
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Biografia - Portal das Artes
Pesquisador aplicado e artista engajado, o pintor, desenhista, gravador, escultor e professor de Artes Plásticas, Antonio Gonçalves Gomide, nasceu no ano de 1895 em Itapetininga, São Paulo.
Ao mudar-se para a Suíça, em 1913, passou a frequentar a Academia de Belas Artes de Genebra e tornou-se discípulo de Gillard e Ferdinand Hodler.
Em Paris, teve contato com artistas de vanguarda e, acompanhou as tendências locais e da época. Seus trabalhos desta época mostram influências renascentistas, traços cubistas e de art déco. Em sua estada na capital francesa, freqüenta ateliês de artistas como Picasso, Braque, Lhote, Picabia e Severini, além de manter contato com modernistas brasileiros, como Anita Malfatti e Victor Brecheret. Nesta época aprendeu a técnica do afresco com Marcel-Lenoir.
De volta ao Brasil em 1929, aproximou-se do movimento de renovação das artes plásticas, ao lado de diversos artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922. Junto com outros artistas funda a Pró-Arte Moderna em 1932, e neste mesmo ano tornou-se dirigente do Clube dos Artistas Modernos.
Esta aproximação com os modernistas marca a fase de readaptação do artista aos cenários brasileiros, e uma ruptura no estilo vanguardista parisiense que vinha empregando até agora.
Gomide, porém, não se reteve em apenas um ou dois estilos. Pesquisava e descobria novas técnicas a cada dia, o que renovava sua obra. Chegou a produzir obras com características diferentes ao mesmo tempo.
Uma outra fase que marcou a vida do artista foi quando ele se empenhou em registrar a cultura popular, seus sambas e suas macumbas.
Nos anos 50 torna-se frequentador do Clube dos Artistas da rua Major Sertório, em São Paulo, dá aulas no Museu de Arte Moderna, e é cenógrafo da Companhia Vera Cruz. Já no fim da vida, nos anos 60, dedica-se à escultura, pois um problema na visão - que o deixaria cego em 1966 - o impede de pintar. Falece em 31 de agosto de 1967 na cidade de Ubatuba, São Paulo.
Fonte: Portal das Artes, consultado pela última vez em 21 de janeiro de 2018.