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John Graz

John Louis Graz (Genebra, Suiça, 12 de abril de 1891 — São Paulo, SP, 27 de outubro de 1980) foi um pintor, ilustrador, decorador, escultor e artista gráfico suíço-americano, radicado no Brasil desde 1920. No Design, é percursor do estilo Art Decó no Brasil.

Biografia Itaú Cultural

Ingressa no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1908, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861-1921), Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy (1870-1958). É discípulo também de Edouard Ravel, com quem aprende uma multiplicidade de técnicas e estilos. De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estuda decoração, design e publicidade com Carl Moos (1873-1959). Retorna à Escola de Belas Artes de Genebra, onde permanece de 1913 a 1915, período em que passa boa parte do tempo em companhia dos irmãos Regina Gomide (1897-1973) e Antonio Gomide (1895-1967). Viaja a Paris, onde se familiariza com o trabalho de Paul Cézanne (1839-1906) e entra em contato com o cubismo, o fauvismo e o futurismo. Recebe, por duas vezes, a Bolsa Lissignol e parte para estudos na Espanha. De volta a Suíça, realiza vários trabalhos como ilustrador. Em 1920, vem para o Brasil e, nesse mesmo ano, casa-se em São Paulo com Regina Gomide. Por intermédio de Oswald de Andrade (1890-1954) o casal passa a fazer parte da vida intelectual da cidade. Graz participa da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo sete obras. No mesmo ano tem um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, 7ª edição. Em 1923, trabalha com o arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972). Projeta e executa a decoração de residências paulistanas, desenhando móveis, luminárias, afrescos, vitrais, maçanetas, banheiros e jardins. Torna-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam), em 1932. Ainda nos anos de 1930, produz inúmeras capas da revista Ilustração Artística do Brasil e forma o Grupo 7 com Regina Graz, Antonio Gomide, Elisabeth Nobiling (1902-1975), Rino Levi (1901-1965), Victor Brecheret (1894-1955) e Yolanda Mohalyi (1909-1978).

Análise

Entre 1908 e 1911, John Graz freqüenta cursos de arquitetura, decoração e desenho na Escola de Belas Artes, em Genebra, onde é aluno de Eugène Gilliard e Daniel Baud-Bovy. Em seguida, inscreve-se na Escola de Belas Artes de Munique e estuda com o artista gráfico Carl Moos. Em viagem a Paris, conhece o escultor Victor Brecheret. Em 1913, retorna a Genebra, onde finaliza seus estudos na Escola de Belas Artes. Recebe, por duas vezes, a bolsa Lissignol, que permite sua ida para a Espanha. Nesse país, realiza grandes paisagens, que revelam seu interesse pelas obras de Paul Cézanne e, principalmente, de Ferdinand Hodler (1853-1918).

Em Genebra, desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet (1898-1966) e conhece Regina Gomide e seu irmão, Antonio Gomide, colegas na Escola de Belas Artes. Noivo de Regina, vem ao Brasil em 1920 e casa-se. Integra-se ao grupo modernista de São Paulo, constituído por Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Brecheret e Mário de Andrade. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna com sete telas. Faz ilustrações para a revista Klaxon, primeiro periódico modernista.

A partir de 1923, executa projetos de decoração de residências: cria inúmeros vitrais e realiza design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos. É considerado, com Regina e Antonio Gomide, um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo. Trabalha com Gregori Warchavchik, recém-chegado ao país, decorando as casas projetadas pelo arquiteto russo. Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877-1950). É inovador na decoração de ambientes. Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação. A residência Cunha Bueno (Jardim América) é exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elabora inclusive o desenho geométrico do piso dos jardins. Infelizmente, a incipiência da indústria brasileira impossibilita a transformação dos protótipos de autoria de John Graz em utensílios produzidos em larga escala.

Críticas

"Experiências de abstracionismo, com algumas construções geométricas, ou puramente informal, com a procura da matéria rica, densa, trabalhada. Bem cedo, porém, iria John Graz convencer-se de que esse gênero de pintura não se casava a sua índole pessoal, não correspondia aos seus anseios mais íntimos e profundos. É o próprio pintor quem nos diz que adora o que é vivo, o que respira e se movimenta. O seu caminho, portanto, é o do figurativismo, melhor, do figurativismo narrativo. Aqui é onde sua paleta se expande e não raro esplende. Como na excelente série de flagrantes de feira de São Joaquim, no Recife, com seus mercadores bizarros, o vendedor de pássaros, a graciosa moça da barraca de cesto, colocada no centro da tela, em elegante postura, entre faceira e arrogante; ou ainda a quadra de raparigas, tendo a Igreja Colonial por pano de fundo; como também a praça festiva, de colorido profundo e vivaz, que respira alegria, com seus balões de gás, tão bem integrados na multidão urbana. E muitas outras, de acento local, traduzindo com felicidade a ambiência, a atmosfera tropical".

Paulo Mendes de Almeida (JOHN Graz. São Paulo: Galeria Documenta, 1974.)

"Deverei confessar uma surpresa diante dos últimos quadros de John Graz. O artista entregou-se a total diversificação da temática, numa inteira liberdade de opções, que, parece-me nunca atingira. Estamos mesmo diante de um múltiplo repertório que é o que primeiramente causa impacto, pois dá o artista aos seus temas uma primazia inteira, tanto na captação do espaço e sua visualização dentro da tela, como na libérrima colocação, nesses retângulos, de figuras e coisas. Não que a pintura pouco conte, nestas alturas do tempo, para Graz. Ele efetivamente tem a sua palheta e esta é a sua marca, pela tonalidade expressa, toda feita de tons baixos. Assim, quando registra a natureza, a paisagem, a fauna, terras e objetos, condiciona-os a uma luz que não faz concessão alguma aos tropicalismos. Ao contrário, numa contenção vigilante, natural nele, o pintor se limita a prestar uma homenagem ao espetáculo cambiante da terra, da fauna e da flora, sem ceder um milímetro ao colorido. Seu verde é dele mesmo, como os seus terras, os seus vermelhos, os seus azuis. (...)"

Geraldo Ferraz (JOHN Graz: obras selecionadas. Apresentação de Geraldo Ferraz. São Paulo: R&R Camargo Arte, 1976.)

"Todos os quadros apresentados por John Graz na exposição do Municipal tinham sido realizados ainda na Europa, em Geneve, sendo dois dentre eles (Paisagem na Espanha) feitos no decorrer de sua bolsa de estudos . Uma certa transfiguração hodierna transparece em suas telas Retrato do Ministro Gomide e, de maneira mais incisiva, Paisagem Suíça, onde é bem evidente o esquema de composição baseado em linhas paralelas horizontais. Uma forte estruturação está presente nas duas paisagens espanholas, sobretudo naquela que focaliza a ponte de Honda, onde a preocupação tectônica se casa com uma sensível alteração cromática, que ganha em dramaticidade. Indiscutivelmente, ao lado de Anita Malfatti, qualitativamente John Graz se colocava, nesta exposição, juntamente com Vicente do Rego Monteiro, como um dos pintores mais interessantes da Semana de Arte Moderna".

Aracy Amaral (GALLAS, Alfredo G. (coord. ). 100 obras Itaú. Prefácio e apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: Itaugaleria, 1985. 210 p. il. color.)

Exposições Individuais

1920 - Lausanne (Suíça) - Individual, na Sociedade de Arquitetos Pintores e Escultores de Lausanne

1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus

1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus

1970 - São Paulo SP - John Graz. Retrospectiva, no MAB/Faap

1971 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte

1974 - São Paulo SP - John Graz: retrospectiva, no Masp

1975 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1976 - São Paulo SP - Individual, na Azulão Galeria

1976 - São Paulo SP - John Graz: obras selecionadas, na Camargo Arte

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal

1979 - Londrina PR - Individual, na Galeria Via Duomo

1980 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1920 - São Paulo SP - Regina Gomide Graz e John Graz, no Salão do Cinema Central

1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal

1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros

1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba

1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga

1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp

1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall

1975 - São Paulo SP - O Terceiro Ciclo de Pintura Brasileira, no Museu Lasar Segall

1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall

1976 - São Paulo SP - A Família Graz-Gomide: o art-deco no Brasil, no Museu Lasar Segall

1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Brasil Arte 1922/77, na Galeria de Arte Portal

Exposições Póstumas

1980 - São Paulo SP - John Graz: reminiscências do modernismo, no Paço das Artes

1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico

1981 - São Paulo SP - John Graz, Victor Brecheret e Guilherme de Almeida, no Metrô

1982 - São Paulo SP - 60 Anos da Semana de Arte Moderna, no Centro Campestre do Sesc

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - John Graz, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1990 - São Paulo SP - Mobiliário Modernista 1º Tempo, na Associação Pró Parque Modernista

1991 - São Paulo SP - John Graz e o Design, na Associação Pró Parque Modernista

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1992 - São Paulo SP - Óleos e Papéis: 1920 a 1970, na Espaço de Arte José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, na MAB/Faap

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1996 - São Paulo SP - John Graz Retrospectiva, no Masp

1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, Galeria de Arte do Sesi

1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ

1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - O Café, no Banco Real

2000 - São Paulo SP - Um Certo Ponto de Vista: Pietro Maria Bardi 100 anos, na Pinacoteca do Estado

2000 - Valência (Espanha) - Brasil 1920-1950. De la Antropofagia a Brasilia, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no Museu de Arte Brasileira

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP

Fonte: JOHN Graz. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 07 de Ago. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Semana de Arte Moderna - Itaú Cultural

Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti (1899-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Ferrignac (1892-1958), Jonh Graz (1891-1980), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1968), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e Antônio Paim Vieira (1895-1988), com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret (1894-1955), Wilhelm Haarberg (1891-1986) e Hildegardo Velloso (1899-1966). A arquitetura é representada por Antonio Moya (1891-1949) e Georg Przyrembel (1885-1956). Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (18901-1969), Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954), Renato de Almeida, Ronald de Carvalho (1893-1935), Tácito de Almeida (1889-1940), além de Manuel Bandeira (1886-1968) com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos (1887-1959) e Debussy (1862-1918), interpretadas por Guiomar Novaes (1895-1979) e Ernani Braga (1888-1948), entre outros.

A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. No entanto, é no salão do mecenas Paulo Prado, em fins desse ano, que a ideia de um festival com duração de uma semana, trazendo manifestações artísticas diversas, toma forma inspirado na Semaine de Fêtes de Deauville, cidade francesa. Nota-se que sem o empenho desse mecenas o projeto não sairia do papel. Paulo Prado, homem influente e de prestígio na sociedade paulistana, consegue que outros barões do café e nomes de peso patrocinem, mediante doações, o aluguel do teatro para a realização do evento. Também é fundamental seu papel na adesão de Graça Aranha à causa dos artistas "revolucionários". Recém-chegado da Europa como romancista aclamado, a presença de Aranha serve estrategicamente para legitimar a seriedade das reivindicações do jovem e ainda desconhecido grupo modernista.

Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.

Com a distância de mais de 80 anos, sabe-se que, com respeito à elaboração e à apresentação de uma linguagem verdadeiramente moderna, a Semana de 22 não representa um rompimento profundo na história da arte brasileira. Pois no conjunto de qualidade irregular de obras expostas não se identifica uma unidade de expressão, ou algo como uma estética radical do modernismo. No entanto, há de se reconhecer que, a despeito de todos os antagonismos, esse evento configura-se como um fato cultural fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, e isso sobretudo pelos debates públicos mobilizados (cercados por reações negativas ou de apoio) e riqueza de seus desdobramentos na obra de alguns de seus realizadores.

Fonte: SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 12 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

John Graz ingressou no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1910, onde é aluno de Eugène Gilliard, Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy. É discípulo também de Edouard Ravel, com quem aprende uma multiplicidade de técnicas e estilos. De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estudou decoração, design e publicidade com Carl Moos. Em viagem a Paris, se familiariza com o trabalho de Paul Cézanne e Ferdinand Hodler e entra em contato com o cubismo, o fauvismo e o futurismo. Conhece, também, o escultor Victor Brecheret e, em 1913, retorna a Genebra, onde desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet e conhece os irmãos Antônio e Regina Gomide, colegas na Escola de Belas Artes.

Graz recebeu, por duas vezes, a Bolsa Lissignol e parte para estudos na Espanha. Noivo de Regina, vem ao Brasil em 1920 e casa-se com ela em ´São Paulo. Por intermédio de Oswald de Andrade, o casal passa a fazer parte da vida intelectual da cidade. Graz participa da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo sete telas. No mesmo ano, tem um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, em sua 7ª edição.

A partir de 1923, executa projetos de decoração de residências: cria inúmeros vitrais e realiza design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos. É considerado, com Regina e Antonio Gomide, um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo. Trabalhou com Gregori Warchavchik, recém-chegado ao país, decorando as casas projetadas pelo arquiteto russo. Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido. É inovador na decoração de ambientes. Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação. A residência Cunha Bueno é um exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elaborou até mesmo o desenho geométrico do piso dos jardins. No entanto, a incipiência da indústria brasileira impossibilitou a transformação dos protótipos de autoria de John Graz em utensílios produzidos em larga escala.

Instituto John Graz

Fruto do empenho de Annie Graz, o Instituto John Graz é uma instituição sem fins lucrativos fundada em 2005. O Instituto tem como missão preservar, estudar e difundir a obra de John Graz em suas diversas influências estéticas e nas suas relações com a sociedade brasileira, ampliando sua discussão nos âmbitos artísticos, educacionais, acadêmicos e profissionais. O Instituto busca diluir as fronteiras estabelecidas entre as artes plásticas e o design, além de contribuir para a preservação do patrimônio cultural, assim como para a ampliação do repertório cultural da sociedade brasileira.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 08 de agosto de 2017.

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Cronologia - Instituto John Graz

1891

Nasce em Genebra, Suíça, dia 12 de abril.

1911

Entra para a Escola de Belas Artes de Genebra, quando o diretor era Daniel Baud-Bovy, e estuda com Gillard e Edouard Ravel (tio do célebre compositor Maurice Ravel).

1915

Inicia a produção de cartazes publicitários, ganhando vários concursos, inclusive o do lançamento no Brasil de um novo produto da Rhodia, o lança-perfume. Destaca-se ainda o cartaz de abertura do magazine suíço Grand Passage, no acervo do Museu de Arte de São Paulo e o da Estrada de Ferro Yverdon-St. Croix.

Após passagem pelos ateliês da vanguarda parisiense, aperfeiçoa-se em publicidade e litografia com o Professor Moos, Munique. Retorna a Genebra, onde produz pinturas, gravuras e vitrais, com destaque para os vitrais da Église des Eaux Vives, e recebe duas vezes a bolsa de estudos Lissignol, viajando para a Espanha.

1920

Expõe na Sociedade de Arquitetos, Pintores e Escultores de Lausanne. Vem para o Brasil e casa-se com Regina Gomide, irmã de Antônio Gomide, seu contemporâneo da Escola de Belas Artes; traz para o cenário das artes brasileiras as influências recebidas de Hodleri, renovador da pintura suíça. Expõe no Salão do Cinema Central em São Paulo.

1922

Convidado por Oswald de Andrade, participa da Semana de Arte Modernaii com sete telas, junto a Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e outros então expoentes da nascente vanguarda artística paulista. Colabora na 7ª edição da revista Klaxoniii.

1925

Inicia a criação e produção de mobiliário, projetos de decoração, painéis e objetos para ambientes familiares ou de trabalho. Introduz o estilo Art Déco no Brasil a partir dos princípios da nova Escola Bauhausiv, totalmente adaptado à temática brasileira: seus afrescos e pinturas têm motivos retirados da flora, fauna, raças e história do Brasil; é denominado pelos modernistas de Graz, o Futurista.

1930

Participa da Exposição Uma Casa Modernistav. Concebe capas para a revista Ilustração Artística do Brasil. Forma o Grupo 7, com Regina Graz, Antonio Gomide, Elizabeth Nobling, Rino Levi, Victor Brecheret e Yolanda Mohalyi. Inaugura a loja John Graz Decorações.

1931

Expõe no Salão Revolucionário, no Rio de Janeiro.

1932

É um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM)vi e integra o CAM (Clube dos Artistas Modernos) vii

1933

Participa da 1ª Exposição de Arte Moderna da Sociedade Pró-Arte Moderna.

1947

Retoma a pintura e expõe suas telas, junto com Antônio Gomide, na rua Barão de Itapetininga, São Paulo.

1969

Distante já do ofício de designer e decorador, inaugura a Galeria Opus, com exposição individual.

1970

Retrospectiva de seu trabalho na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

1971

Convidado da XI Bienal Internacional de São Paulo.

Exposição individual no Centro Cultural Brasil - Estados Unidos.

1974

Exposição-retrospectiva John Graz e o Design no MASP, com apresentação de Pietro M.Bardi.

Exposição individual na Galeria Documenta.

Participa da exposição O Tempo dos Modernistas, no MASP.

Viúvo, casa-se em segunda núpcias com Annie Brisac.

1975

Participa da exposição SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall, São Paulo.

1976

Em São Paulo, participa da mostra coletiva A Mulher, na Galeria Azulão, e expõe individualmente nas galerias Azulão e R&R Camargo de Arte.

Convidado para a exposição Imigrantes nas Artes Plásticas, no MASP.

Convidado da Bienal Nacional de São Paulo.

1978

Expõe na Galeria Portal, São Paulo.

1979

É condecorado pelo Governo do Estado de São Paulo com a Medalha Mário de Andrade.

1980

Exposição individual na Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo.

Inauguração no Paço das Artes, São Paulo, da exposição Reminiscências do Modernismo, em homenagem a Victor Brecheret, Menotti del Picchia e John Graz. O artista falece 11 dias antes da inauguração. Deixa um acervo com centenas de pinturas e mais de 3000 desenhos, anotações de suas viagens pelo Brasil e pelo mundo e estudos de móveis, objetos, jóias, esculturas, afrescos e jardins.

1981

Exposição Homenagem ao Modernismo, na Estação Sé do Metrô, São Paulo.

1982

O SESC-SP realiza a exposição 60 Anos da Semana de Arte Moderna em homenagem a John Graz, comemorando a instalação da escultura Diana e dos relevos de sua autoria recuperados e integrados ao acervo do SESC Campestre - São Paulo; Victor Brecheret e Guilherme de Almeida integram a exposição como artistas convidados.

Exposição-homenagem a John Graz na sede do IPEN da Universidade de São Paulo.

Exposição Do Modernismo à Bienal, MAM, São Paulo.

1985

Exposição Os anos 70 no Acervo do MAM, São Paulo.

1988

Inauguração da Praça John Graz, no bairro de Pinheiros, São Paulo.

1990

Exposição Mobiliário Modernista, 1º Tempo: John Graz e o Design, Casa Modernista, São Paulo.

1991

Em homenagem ao centenário do artista, o MASP abriga exposição de desenhos de John Graz, com curadoria de Eunice M. Sophia.

1992

Duas poltronas projetadas pelo artista são reeditadas pela Casa Teperman.

Exposição Óleos e Papéis - 1920 / 1970, no Gabinete de Arte José Duarte de Aguiar.

1994

Participação na Exposição Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal de São Paulo.

1995

Participação na Exposição Modernismo Paris Anos 20: Vivências e Convivências no

MAC (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo), integrando a coleção Leirner (móveis, quadros e objetos).

1996

Exposição John Graz - Vida e Obra, com Curadoria de Sérgio Pizoli (artes plásticas) e Guinter Parschalk (design), com lançamento de reedições da coleção John Graz (móveis, tapetes, luminárias, jóias).

1997

John Graz passa a integrar a pesquisa 500 Anos de Arte Suíça, realizada pelo Institut Suisse pour l’Étude de l’Art, em Lausanne.

1998

Produção do site John Graz on the WEB para a Internet.

2000

Exposição O Café, curadoria de Ruth Tarasantchi, Carlos Eugenio Marcondes de Moura e Carlos A C Lemos. Praça do Banco real, São Paulo.

Exposição 500 Anos – Design, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

2001

Pesquisa realizada pelo Cabinet des Estampes, Genebra, encontra 9 cartazes litográficos de John Graz, datados do início do século XX.

2002

Integra a exposição De la Antropofagia a Brasília – Brasil, 1920 – 1950 com curadoria de Jorge Schwartz, no IVAM (Instituto Valenciano de Arte Moderna, Valência, Espanha).

Integra a exposição São Paulo dos Modernistas – SESC Ipiranga, São Paulo, SP, Curadoria de Sérgio Pizoli.

2003

Reapresentação da exposição da Antropofagia a Brasília – Brasil, 1920 – 1950 no MABFAAP, São Paulo, SP.

Inspirador da exposição São Paulo e suas Dianas, no SESC Ipiranga, São Paulo, SP.

Com o retorno da escultura Diana ao local para o qual foi concebida pelo artista John

Graz, o SESC reuniu as várias Dianas espalhadas pela cidade de São Paulo.

2004

Presente na publicação Caixa Modernista, editada pela EDUSP e Imprensa Oficial, com

organização de Jorge Schwartz.

Citado na minissérie da TV Globo Um só Coração.

Exposição Novas Aquisições 2003, MAM, Rio de Janeiro.

2005

Fundação do Instituto John Graz e lançamento do seu site.

Reedição da cadeira de 3 apoios, projetada pelo artista, em parceria com a Dpot e a designer Baba Vacaro.

Integra a exposição e a publicação Mestres do Modernismo, realizada na Estação

Pinacoteca em São Paulo, com curadoria de Maria Alice Milliet.

Integra a exposição Coleção SESC de Arte Brasileira: Obras Selecionadas, SESC Interlagos, São Paulo.

Documentário Universo Artístico de John Graz, Documenta Vídeo Brasil, direção de Cacá Vicalvi, Rede STV – Rede SESC SENAC de TV, São Paulo, 22’.

2006

Integra o catálogo Coleção ABN AMRO Real e participa da exposição na sede do Banco na Avenida Paulista, São Paulo.

2007

Participa da exposição Os Modernistas na galeria Jo Slaviero e Guedes.

Descoberta e restauro da obra “Bandeirantes”, grande afresco de John Graz, com 3,45m X 1,75m, década de 1930, durante a reforma da casa localizada na Rua Peixoto Gomide, próximo ao Parque Trianon; o afresco está incorporado ao espaço e passa por processo de tombamento pelo CONDEPHAAT.

É tema da tese de mestrado de Ana Maria Affonso dos Santos John Graz: O arquiteto de interiores, Departamento de História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP. Orientador: Prof. Dr. Luciano Magliaccio.

Integra a exposição Coleção Itaú Contemporâneo – Arte no Brasil, 1981 – 2006, Itaú Cultural, São Paulo.

2008

Publicação de desenho temático no livro História do Café, de Ana Luiza Martins, Ed. Contexto, São Paulo, p.15.

Integra livro Brasil, Olhar de artista, de Kátia Canton, Ed. DCL, São Paulo.

2009

Publicação de obras nos livros Didáticos: Marcha Criança – Arte, 5º ano, Ligia Rego e Ligia Santos, Ed. Scipione; e Fundamental Arte I – 5º ano, caderno 4, obra coletiva, Ed. Moderna.

2010

tema da exposição O Brasil de John Graz, com curadoria de Sérgio Pizoli, na CAIXA Cultural Sé, em São Paulo. Com publicação de catálogo da exposição.

É tema da exposição John Graz, Modernista. Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Paraná, com publicação de catálogo da exposição.

2011

Participa da exposição Exílio e Modernidade – O espaço do estrangeiro na cidade de São Paulo, realizado no Centro de Cultura Judaica, em São Paulo.

2012

Citado no livro 1922 - A Semana Que Não Terminou de Marcos Augusto Gonçalves, Editora Companhia das Letras.

Tem obra exposta na exposição 90 anos depois – A semana de Arte Moderna no Palácio dos Bandeirantes.

Participa da exposição Do Art-Nouveau ao Art-Déco, no Centro Cultural Banco do Brasil-RJ.

2013

Tem a tela “As Baianas” exposta na mostra “O CO-LE-CI-O-NA-DOR: arte brasileira e internacional na Coleção Boghici”, no Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro.

Participa do catálogo “Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici”, publicação da exposição inaugural do Museu de Arte do Rio (MAR).

É tema da exposição John Graz, Viajante. Centro Cultural Correios, Rio de Janeiro.Com publicação de catálogo da exposição.

Reedição da exposição O Brasil de John Graz, com curadoria de Sergio Pizoli, na CAIXA Cultural Brasília, DF. Com publicação de catálogo da exposição.

Notas

i. Ferdinand Hodler (Berna, 1853 – Genebra,1918) foi um pintor suíço, de origem humilde, que apresenta em suas obras a procura de harmonia entre homem e natureza, através da total liberdade no uso das cores, das pinceladas e da retomada de seus temas principais - mulheres, montanhas, lagos. Leva-nos a perceber no espelhamento das águas e montanhas, uma linha abstrata que, segundo Hodler, “ultrapassa a arte porque domina a vida”. Vive as grandes transformações artísticas da passagem do século XIX / XX e torna-se líder da transição formal da arte europeia.

ii. Redescobrir o Brasil! A meta dos modernistas paulistas, empenhados em derrubar os dogmas do academicismo artístico brasileiro, centrado na capital carioca. A elite paulista, cafeeira e industrial, através de visitas frequentes à Europa, e dos seus descendentes que lá estudavam, mantinha contato com os diversos movimentos da vanguarda europeia que, no começo do século XX, escandaliza e enfrentava o momento literário e artístico do Velho Mundo. Estes intelectuais e artistas iniciam aqui um movimento de inquietação e discussão dos valores artísticos nacionais, empenhados em destruir uma ordem artística decadente e despertar a consciência para a realidade brasileira: mesclar as influências europeias com a visão renovada de nossas raízes culturais - indígena, africana e caipira. Em 1913, acontece a primeira exposição expressionista, de Lasar Segall, que estava de passagem por São Paulo; em 1917, Anita Malfatti, expõe seus quadros influenciados pela escola alemã e, execrada por Monteiro Lobato, é defendida, arduamente, por Oswald de Andrade. Estes acontecimentos levam à formação da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal, nos dias 13 a 17 de fevereiro, financiada pela elite cafeeira, em que fazem parte pintores, escultores, literatos, arquitetos e intelectuais. São realizadas sessões literárias e musicais no auditório, com Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho, Mario de Andrade, Villa Lobos, Guiomar Novaes, além da exposição de artes plásticas no saguão, com obras de Anita Malfatti, Brecheret, John Graz, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac, Paim Vieira, Zina Aita, Wilhem Haarberg e outros. A platéia e a crítica não entenderam a proposta do evento, com vaias e ofensas publicadas. O prestígio e a produção cultural dos modernistas fazem aumentar o debate e a preocupação crescente com a temática brasileira; surgem correntes de pensamento divergentes: o grupo Pau Brasil e Antropofagia, em oposição ao Movimento Verde Amarelo, do Grupo da Anta. A Semana, definitivamente, acabouinfluenciando os rumos culturais brasileiros, passando pelas sociedades SPAM e CAM até os movimentos artísticos contemporâneos.

iii. Klaxon – Mensário de Arte Moderna, a primeira publicação modernista brasileira, com apenas nove números, foi editada em 1922/1923. De grande valor histórico, artístico e cultural, o primeiro ideário pós Semana de 22 e, consequentemente, do Modernismo, era irreverente e repleta de grafismos novos, trazendo matérias sobre música, livros e poesia, escritas pelos próprios editores: Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Menotti Del Picchia, Sergio Milliet e Rubens Borba de Moraes. Inspirados nos movimentos da vanguarda europeia, exaltavam o progresso e a visão internacional do mundo na procura de uma identidade nacional. Em tom já antropofágico, negavam qualquer influência e proclamavam a opção pelo novo – “Klaxon não e futurista. Klaxon é klaxista”.

iv. Primeira escola de design e arquitetura, fundada por Walter Gropius, em 1919, na cidade de Weimar, Alemanha. Uma nova época, pós-guerra, exigia a ruptura com a tradição e a adoção dos avanços tecnológicos, advindos da revolução industrial. Daí, surgir um novo estilo arquitetônico e uma nova visão de design para objetos, que optam pela funcionalidade, uso de novas tecnologias e novos materiais, com custo reduzido e direcionado para a produção em massa; e sem deixar de lado a procura da perfeição estética. O resultado é fundamental no desenvolvimento da arquitetura ocidental e seus produtos, assinados por mestres como Marcel Breuer, Wassily Kandinski, Mies van der Rohe, que são considerados e ocupam, até hoje, lugar de destaque na decoração de interiores. Em 1933, a Bauhaus é fechada pelo governo nazista.

v. A Casa Modernista da Rua Itápolis, de autoria do arquiteto de origem ucraniana, Gregori Warchavchik (1896–1972), projetada em 1929 e terminada em 1930, é considerada sua obra dearquitetura moderna mais arrojada e livre. Com linhas retas, fachada branca em concreto armado e jardim de plantas brasileiras, foi aberta com uma exposição de móveis, objetos e pinturas modernistas. Além de John Graz, participaram da inauguração Lasar Segall, Tarsila e Brecheret.

vi. SPAM - Após um mês da derrota do Movimento Constitucionalista de 1932, um grupo de 39 sócios fundadores, recrutados entre pessoas ligadas as diversas áreas da expressão artística, liderados por Lasar Segall, formam a SPAM - Sociedade Pró Arte Moderna, que promove o reveillon São Silvestre dos Farrapos e duas festas: o Carnaval na Cidade de SPAM, realizado no Palácio Trocadero e Expedição às Matas Virgens da Spamolândia. São consideradas extraordinárias manifestações de arte coletiva, com a participação de diversos artistas plásticos -Anita Malfatti, Antônio Gomide, Hugo Adami, John Graz, Victorio Gobbis e Victor Brecheret - na confecção de figurinos e das cenografias específicas, complementadas por programas de músicae dança. Em abril de 1933, realiza a I Exposição de Arte Moderna da SPAM, de grande abrangência artística já que, além dos artistas associados, foram apresentadas obras de Brancusi, De Chirico, Delaunay, Foujita, Gris, Léger, Picasso e Le Coubusier, entre outros, pertencentes às coleções de Olívia Guedes Penteado, Paulo Prado, Mário de Andrade, Tarsila doAmaral e Samuel Ribeiro. A II Exposição, realizada no final do mesmo ano, contou com a participação de importantes nomes da arte moderna: Di Cavalcanti, Guignard e Cândido Portinari. Com a morte de Olivia Guedes Penteado, termina o mecenato e a sociedade.

vii. CAM - Clube cultural criado em São Paulo, em 24 de novembro de 1932, com a finalidade de promover manifestações artísticas inspiradas no ideário estético modernista, teve como idealizador o arquiteto e artista Flávio de Carvalho, seguido por Di Cavalcanti, Antônio Gomide e Carlos Prado. Com forte direcionamento social, ali expuseram Käthe Kollwitz e David Alfaro Siqueiros, artistas plásticos, que retratavam em obras expressionistas, as condições de vida da classe trabalhadora. Pioneiro, organizou a mostra A Arte dos Loucos e das Crianças, com curadoria do psiquiatra Osório César, que se interessava pela produção artística dos pacientes do Hospital Psiquiátrico Juqueri, Franco da Rocha. Em novembro, Flavio de Carvalho instaurou o seu Teatro de Experiências, com a encenação única do polêmico Bailado do Deus Morto, que teve problemas com censura e, após três apresentações, foi fechado pela polícia. O Clube de Arte Moderna, irreverente, anuncia o nascimento da crítica brasileira, com a palestra de Mario Pedrosa, As tendências sociais da arte de Käthe Kollwitz, e conseqüente publicação na revista Homem Livre. Fundado um dia após a criação da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), estendeu suas atividades por aproximadamente um ano. Neste mesmo contexto, decorrentes do movimento modernista originário na Semana de 22, surgem outros grupos associativos que procuram ampliar os espaços para a arte moderna em São Paulo: Grupo Santa Helena, em 1934, Família Artística Paulista, em 1937, ambos formados por artistas operários, e Grupo Seibi-kai, 1935, formado por colonos japoneses, todos eles distantes da elite paulista.

Fonte: Instituto John Graz, consultado pela última vez em 18 de agosto de 2017.

John Louis Graz (Genebra, Suiça, 12 de abril de 1891 — São Paulo, SP, 27 de outubro de 1980) foi um pintor, ilustrador, decorador, escultor e artista gráfico suíço-americano, radicado no Brasil desde 1920. No Design, é percursor do estilo Art Decó no Brasil.

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John Graz

John Louis Graz (Genebra, Suiça, 12 de abril de 1891 — São Paulo, SP, 27 de outubro de 1980) foi um pintor, ilustrador, decorador, escultor e artista gráfico suíço-americano, radicado no Brasil desde 1920. No Design, é percursor do estilo Art Decó no Brasil.

Videos

John Graz e as artes plásticas na Semana de 22

O Mundo da Arte - John Graz

Rego Monteiro, Zina Aita e John Graz - Semana Arte Moderna

Biografia Itaú Cultural

Ingressa no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1908, onde é aluno de Eugène Gilliard (1861-1921), Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy (1870-1958). É discípulo também de Edouard Ravel, com quem aprende uma multiplicidade de técnicas e estilos. De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estuda decoração, design e publicidade com Carl Moos (1873-1959). Retorna à Escola de Belas Artes de Genebra, onde permanece de 1913 a 1915, período em que passa boa parte do tempo em companhia dos irmãos Regina Gomide (1897-1973) e Antonio Gomide (1895-1967). Viaja a Paris, onde se familiariza com o trabalho de Paul Cézanne (1839-1906) e entra em contato com o cubismo, o fauvismo e o futurismo. Recebe, por duas vezes, a Bolsa Lissignol e parte para estudos na Espanha. De volta a Suíça, realiza vários trabalhos como ilustrador. Em 1920, vem para o Brasil e, nesse mesmo ano, casa-se em São Paulo com Regina Gomide. Por intermédio de Oswald de Andrade (1890-1954) o casal passa a fazer parte da vida intelectual da cidade. Graz participa da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo sete obras. No mesmo ano tem um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, 7ª edição. Em 1923, trabalha com o arquiteto Gregori Warchavchik (1896-1972). Projeta e executa a decoração de residências paulistanas, desenhando móveis, luminárias, afrescos, vitrais, maçanetas, banheiros e jardins. Torna-se sócio-fundador da Sociedade Pró-Arte Moderna (Spam), em 1932. Ainda nos anos de 1930, produz inúmeras capas da revista Ilustração Artística do Brasil e forma o Grupo 7 com Regina Graz, Antonio Gomide, Elisabeth Nobiling (1902-1975), Rino Levi (1901-1965), Victor Brecheret (1894-1955) e Yolanda Mohalyi (1909-1978).

Análise

Entre 1908 e 1911, John Graz freqüenta cursos de arquitetura, decoração e desenho na Escola de Belas Artes, em Genebra, onde é aluno de Eugène Gilliard e Daniel Baud-Bovy. Em seguida, inscreve-se na Escola de Belas Artes de Munique e estuda com o artista gráfico Carl Moos. Em viagem a Paris, conhece o escultor Victor Brecheret. Em 1913, retorna a Genebra, onde finaliza seus estudos na Escola de Belas Artes. Recebe, por duas vezes, a bolsa Lissignol, que permite sua ida para a Espanha. Nesse país, realiza grandes paisagens, que revelam seu interesse pelas obras de Paul Cézanne e, principalmente, de Ferdinand Hodler (1853-1918).

Em Genebra, desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet (1898-1966) e conhece Regina Gomide e seu irmão, Antonio Gomide, colegas na Escola de Belas Artes. Noivo de Regina, vem ao Brasil em 1920 e casa-se. Integra-se ao grupo modernista de São Paulo, constituído por Anita Malfatti (1889-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Brecheret e Mário de Andrade. Em 1922, participa da Semana de Arte Moderna com sete telas. Faz ilustrações para a revista Klaxon, primeiro periódico modernista.

A partir de 1923, executa projetos de decoração de residências: cria inúmeros vitrais e realiza design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos. É considerado, com Regina e Antonio Gomide, um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo. Trabalha com Gregori Warchavchik, recém-chegado ao país, decorando as casas projetadas pelo arquiteto russo. Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido (1877-1950). É inovador na decoração de ambientes. Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação. A residência Cunha Bueno (Jardim América) é exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elabora inclusive o desenho geométrico do piso dos jardins. Infelizmente, a incipiência da indústria brasileira impossibilita a transformação dos protótipos de autoria de John Graz em utensílios produzidos em larga escala.

Críticas

"Experiências de abstracionismo, com algumas construções geométricas, ou puramente informal, com a procura da matéria rica, densa, trabalhada. Bem cedo, porém, iria John Graz convencer-se de que esse gênero de pintura não se casava a sua índole pessoal, não correspondia aos seus anseios mais íntimos e profundos. É o próprio pintor quem nos diz que adora o que é vivo, o que respira e se movimenta. O seu caminho, portanto, é o do figurativismo, melhor, do figurativismo narrativo. Aqui é onde sua paleta se expande e não raro esplende. Como na excelente série de flagrantes de feira de São Joaquim, no Recife, com seus mercadores bizarros, o vendedor de pássaros, a graciosa moça da barraca de cesto, colocada no centro da tela, em elegante postura, entre faceira e arrogante; ou ainda a quadra de raparigas, tendo a Igreja Colonial por pano de fundo; como também a praça festiva, de colorido profundo e vivaz, que respira alegria, com seus balões de gás, tão bem integrados na multidão urbana. E muitas outras, de acento local, traduzindo com felicidade a ambiência, a atmosfera tropical".

Paulo Mendes de Almeida (JOHN Graz. São Paulo: Galeria Documenta, 1974.)

"Deverei confessar uma surpresa diante dos últimos quadros de John Graz. O artista entregou-se a total diversificação da temática, numa inteira liberdade de opções, que, parece-me nunca atingira. Estamos mesmo diante de um múltiplo repertório que é o que primeiramente causa impacto, pois dá o artista aos seus temas uma primazia inteira, tanto na captação do espaço e sua visualização dentro da tela, como na libérrima colocação, nesses retângulos, de figuras e coisas. Não que a pintura pouco conte, nestas alturas do tempo, para Graz. Ele efetivamente tem a sua palheta e esta é a sua marca, pela tonalidade expressa, toda feita de tons baixos. Assim, quando registra a natureza, a paisagem, a fauna, terras e objetos, condiciona-os a uma luz que não faz concessão alguma aos tropicalismos. Ao contrário, numa contenção vigilante, natural nele, o pintor se limita a prestar uma homenagem ao espetáculo cambiante da terra, da fauna e da flora, sem ceder um milímetro ao colorido. Seu verde é dele mesmo, como os seus terras, os seus vermelhos, os seus azuis. (...)"

Geraldo Ferraz (JOHN Graz: obras selecionadas. Apresentação de Geraldo Ferraz. São Paulo: R&R Camargo Arte, 1976.)

"Todos os quadros apresentados por John Graz na exposição do Municipal tinham sido realizados ainda na Europa, em Geneve, sendo dois dentre eles (Paisagem na Espanha) feitos no decorrer de sua bolsa de estudos . Uma certa transfiguração hodierna transparece em suas telas Retrato do Ministro Gomide e, de maneira mais incisiva, Paisagem Suíça, onde é bem evidente o esquema de composição baseado em linhas paralelas horizontais. Uma forte estruturação está presente nas duas paisagens espanholas, sobretudo naquela que focaliza a ponte de Honda, onde a preocupação tectônica se casa com uma sensível alteração cromática, que ganha em dramaticidade. Indiscutivelmente, ao lado de Anita Malfatti, qualitativamente John Graz se colocava, nesta exposição, juntamente com Vicente do Rego Monteiro, como um dos pintores mais interessantes da Semana de Arte Moderna".

Aracy Amaral (GALLAS, Alfredo G. (coord. ). 100 obras Itaú. Prefácio e apresentação Pietro Maria Bardi. São Paulo: Itaugaleria, 1985. 210 p. il. color.)

Exposições Individuais

1920 - Lausanne (Suíça) - Individual, na Sociedade de Arquitetos Pintores e Escultores de Lausanne

1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus

1970 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Opus

1970 - São Paulo SP - John Graz. Retrospectiva, no MAB/Faap

1971 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte

1974 - São Paulo SP - John Graz: retrospectiva, no Masp

1975 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1976 - São Paulo SP - Individual, na Azulão Galeria

1976 - São Paulo SP - John Graz: obras selecionadas, na Camargo Arte

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Portal

1979 - Londrina PR - Individual, na Galeria Via Duomo

1980 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1920 - São Paulo SP - Regina Gomide Graz e John Graz, no Salão do Cinema Central

1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal

1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros

1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba

1933 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Arte Moderna da SPAM

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1947 - São Paulo SP - John Graz e Antonio Gomide, na Rua Barão de Itapetininga

1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp

1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall

1975 - São Paulo SP - O Terceiro Ciclo de Pintura Brasileira, no Museu Lasar Segall

1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall

1976 - São Paulo SP - A Família Graz-Gomide: o art-deco no Brasil, no Museu Lasar Segall

1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Brasil Arte 1922/77, na Galeria de Arte Portal

Exposições Póstumas

1980 - São Paulo SP - John Graz: reminiscências do modernismo, no Paço das Artes

1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico

1981 - São Paulo SP - John Graz, Victor Brecheret e Guilherme de Almeida, no Metrô

1982 - São Paulo SP - 60 Anos da Semana de Arte Moderna, no Centro Campestre do Sesc

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - John Graz, no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1990 - São Paulo SP - Mobiliário Modernista 1º Tempo, na Associação Pró Parque Modernista

1991 - São Paulo SP - John Graz e o Design, na Associação Pró Parque Modernista

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1992 - São Paulo SP - Óleos e Papéis: 1920 a 1970, na Espaço de Arte José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, na MAB/Faap

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - Rio de Janeiro RJ - Trincheiras: arte e política no Brasil, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1996 - São Paulo SP - John Graz Retrospectiva, no Masp

1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, Galeria de Arte do Sesi

1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ

1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - O Café, no Banco Real

2000 - São Paulo SP - Um Certo Ponto de Vista: Pietro Maria Bardi 100 anos, na Pinacoteca do Estado

2000 - Valência (Espanha) - Brasil 1920-1950. De la Antropofagia a Brasilia, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no Museu de Arte Brasileira

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP

Fonte: JOHN Graz. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 07 de Ago. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Semana de Arte Moderna - Itaú Cultural

Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti (1899-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Ferrignac (1892-1958), Jonh Graz (1891-1980), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1968), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e Antônio Paim Vieira (1895-1988), com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret (1894-1955), Wilhelm Haarberg (1891-1986) e Hildegardo Velloso (1899-1966). A arquitetura é representada por Antonio Moya (1891-1949) e Georg Przyrembel (1885-1956). Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (18901-1969), Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954), Renato de Almeida, Ronald de Carvalho (1893-1935), Tácito de Almeida (1889-1940), além de Manuel Bandeira (1886-1968) com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos (1887-1959) e Debussy (1862-1918), interpretadas por Guiomar Novaes (1895-1979) e Ernani Braga (1888-1948), entre outros.

A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. No entanto, é no salão do mecenas Paulo Prado, em fins desse ano, que a ideia de um festival com duração de uma semana, trazendo manifestações artísticas diversas, toma forma inspirado na Semaine de Fêtes de Deauville, cidade francesa. Nota-se que sem o empenho desse mecenas o projeto não sairia do papel. Paulo Prado, homem influente e de prestígio na sociedade paulistana, consegue que outros barões do café e nomes de peso patrocinem, mediante doações, o aluguel do teatro para a realização do evento. Também é fundamental seu papel na adesão de Graça Aranha à causa dos artistas "revolucionários". Recém-chegado da Europa como romancista aclamado, a presença de Aranha serve estrategicamente para legitimar a seriedade das reivindicações do jovem e ainda desconhecido grupo modernista.

Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.

Com a distância de mais de 80 anos, sabe-se que, com respeito à elaboração e à apresentação de uma linguagem verdadeiramente moderna, a Semana de 22 não representa um rompimento profundo na história da arte brasileira. Pois no conjunto de qualidade irregular de obras expostas não se identifica uma unidade de expressão, ou algo como uma estética radical do modernismo. No entanto, há de se reconhecer que, a despeito de todos os antagonismos, esse evento configura-se como um fato cultural fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, e isso sobretudo pelos debates públicos mobilizados (cercados por reações negativas ou de apoio) e riqueza de seus desdobramentos na obra de alguns de seus realizadores.

Fonte: SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 12 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

John Graz ingressou no curso de arquitetura, decoração e desenho da Escola de Belas Artes de Genebra em 1910, onde é aluno de Eugène Gilliard, Gabriel Vernet e Daniel Baud-Bovy. É discípulo também de Edouard Ravel, com quem aprende uma multiplicidade de técnicas e estilos. De 1911 a 1913, na Escola de Belas Artes de Munique, estudou decoração, design e publicidade com Carl Moos. Em viagem a Paris, se familiariza com o trabalho de Paul Cézanne e Ferdinand Hodler e entra em contato com o cubismo, o fauvismo e o futurismo. Conhece, também, o escultor Victor Brecheret e, em 1913, retorna a Genebra, onde desenha vitrais e faz ilustrações para cartazes publicitários. Trava amizade com o escritor Sérgio Milliet e conhece os irmãos Antônio e Regina Gomide, colegas na Escola de Belas Artes.

Graz recebeu, por duas vezes, a Bolsa Lissignol e parte para estudos na Espanha. Noivo de Regina, vem ao Brasil em 1920 e casa-se com ela em ´São Paulo. Por intermédio de Oswald de Andrade, o casal passa a fazer parte da vida intelectual da cidade. Graz participa da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo sete telas. No mesmo ano, tem um de seus trabalhos publicados na revista Klaxon, em sua 7ª edição.

A partir de 1923, executa projetos de decoração de residências: cria inúmeros vitrais e realiza design de móveis e peças como portas, fechaduras, luminárias, tapetes e afrescos. É considerado, com Regina e Antonio Gomide, um dos introdutores do estilo art déco em São Paulo. Trabalhou com Gregori Warchavchik, recém-chegado ao país, decorando as casas projetadas pelo arquiteto russo. Em 1925, Graz apresenta em São Paulo móveis tubulares, feitos de canos metálicos e laminados de madeira, com formas geometrizadas. Dotado de grande conhecimento técnico e fabril, acompanha pessoalmente a produção das peças no Liceu de Artes e Ofícios, onde conta com a colaboração de Federico Oppido. É inovador na decoração de ambientes. Ao projetar os móveis, prevê sua distribuição no espaço e sua relação com painéis, vitrais e afrescos. A integração dos elementos é uma característica das casas decoradas por Graz: a mesma proposta estende-se dos painéis pintados aos móveis, objetos e iluminação. A residência Cunha Bueno é um exemplo do seu pioneirismo: para a decoração, o artista elaborou até mesmo o desenho geométrico do piso dos jardins. No entanto, a incipiência da indústria brasileira impossibilitou a transformação dos protótipos de autoria de John Graz em utensílios produzidos em larga escala.

Instituto John Graz

Fruto do empenho de Annie Graz, o Instituto John Graz é uma instituição sem fins lucrativos fundada em 2005. O Instituto tem como missão preservar, estudar e difundir a obra de John Graz em suas diversas influências estéticas e nas suas relações com a sociedade brasileira, ampliando sua discussão nos âmbitos artísticos, educacionais, acadêmicos e profissionais. O Instituto busca diluir as fronteiras estabelecidas entre as artes plásticas e o design, além de contribuir para a preservação do patrimônio cultural, assim como para a ampliação do repertório cultural da sociedade brasileira.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 08 de agosto de 2017.

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Cronologia - Instituto John Graz

1891

Nasce em Genebra, Suíça, dia 12 de abril.

1911

Entra para a Escola de Belas Artes de Genebra, quando o diretor era Daniel Baud-Bovy, e estuda com Gillard e Edouard Ravel (tio do célebre compositor Maurice Ravel).

1915

Inicia a produção de cartazes publicitários, ganhando vários concursos, inclusive o do lançamento no Brasil de um novo produto da Rhodia, o lança-perfume. Destaca-se ainda o cartaz de abertura do magazine suíço Grand Passage, no acervo do Museu de Arte de São Paulo e o da Estrada de Ferro Yverdon-St. Croix.

Após passagem pelos ateliês da vanguarda parisiense, aperfeiçoa-se em publicidade e litografia com o Professor Moos, Munique. Retorna a Genebra, onde produz pinturas, gravuras e vitrais, com destaque para os vitrais da Église des Eaux Vives, e recebe duas vezes a bolsa de estudos Lissignol, viajando para a Espanha.

1920

Expõe na Sociedade de Arquitetos, Pintores e Escultores de Lausanne. Vem para o Brasil e casa-se com Regina Gomide, irmã de Antônio Gomide, seu contemporâneo da Escola de Belas Artes; traz para o cenário das artes brasileiras as influências recebidas de Hodleri, renovador da pintura suíça. Expõe no Salão do Cinema Central em São Paulo.

1922

Convidado por Oswald de Andrade, participa da Semana de Arte Modernaii com sete telas, junto a Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Victor Brecheret e outros então expoentes da nascente vanguarda artística paulista. Colabora na 7ª edição da revista Klaxoniii.

1925

Inicia a criação e produção de mobiliário, projetos de decoração, painéis e objetos para ambientes familiares ou de trabalho. Introduz o estilo Art Déco no Brasil a partir dos princípios da nova Escola Bauhausiv, totalmente adaptado à temática brasileira: seus afrescos e pinturas têm motivos retirados da flora, fauna, raças e história do Brasil; é denominado pelos modernistas de Graz, o Futurista.

1930

Participa da Exposição Uma Casa Modernistav. Concebe capas para a revista Ilustração Artística do Brasil. Forma o Grupo 7, com Regina Graz, Antonio Gomide, Elizabeth Nobling, Rino Levi, Victor Brecheret e Yolanda Mohalyi. Inaugura a loja John Graz Decorações.

1931

Expõe no Salão Revolucionário, no Rio de Janeiro.

1932

É um dos fundadores da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM)vi e integra o CAM (Clube dos Artistas Modernos) vii

1933

Participa da 1ª Exposição de Arte Moderna da Sociedade Pró-Arte Moderna.

1947

Retoma a pintura e expõe suas telas, junto com Antônio Gomide, na rua Barão de Itapetininga, São Paulo.

1969

Distante já do ofício de designer e decorador, inaugura a Galeria Opus, com exposição individual.

1970

Retrospectiva de seu trabalho na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

1971

Convidado da XI Bienal Internacional de São Paulo.

Exposição individual no Centro Cultural Brasil - Estados Unidos.

1974

Exposição-retrospectiva John Graz e o Design no MASP, com apresentação de Pietro M.Bardi.

Exposição individual na Galeria Documenta.

Participa da exposição O Tempo dos Modernistas, no MASP.

Viúvo, casa-se em segunda núpcias com Annie Brisac.

1975

Participa da exposição SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall, São Paulo.

1976

Em São Paulo, participa da mostra coletiva A Mulher, na Galeria Azulão, e expõe individualmente nas galerias Azulão e R&R Camargo de Arte.

Convidado para a exposição Imigrantes nas Artes Plásticas, no MASP.

Convidado da Bienal Nacional de São Paulo.

1978

Expõe na Galeria Portal, São Paulo.

1979

É condecorado pelo Governo do Estado de São Paulo com a Medalha Mário de Andrade.

1980

Exposição individual na Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo.

Inauguração no Paço das Artes, São Paulo, da exposição Reminiscências do Modernismo, em homenagem a Victor Brecheret, Menotti del Picchia e John Graz. O artista falece 11 dias antes da inauguração. Deixa um acervo com centenas de pinturas e mais de 3000 desenhos, anotações de suas viagens pelo Brasil e pelo mundo e estudos de móveis, objetos, jóias, esculturas, afrescos e jardins.

1981

Exposição Homenagem ao Modernismo, na Estação Sé do Metrô, São Paulo.

1982

O SESC-SP realiza a exposição 60 Anos da Semana de Arte Moderna em homenagem a John Graz, comemorando a instalação da escultura Diana e dos relevos de sua autoria recuperados e integrados ao acervo do SESC Campestre - São Paulo; Victor Brecheret e Guilherme de Almeida integram a exposição como artistas convidados.

Exposição-homenagem a John Graz na sede do IPEN da Universidade de São Paulo.

Exposição Do Modernismo à Bienal, MAM, São Paulo.

1985

Exposição Os anos 70 no Acervo do MAM, São Paulo.

1988

Inauguração da Praça John Graz, no bairro de Pinheiros, São Paulo.

1990

Exposição Mobiliário Modernista, 1º Tempo: John Graz e o Design, Casa Modernista, São Paulo.

1991

Em homenagem ao centenário do artista, o MASP abriga exposição de desenhos de John Graz, com curadoria de Eunice M. Sophia.

1992

Duas poltronas projetadas pelo artista são reeditadas pela Casa Teperman.

Exposição Óleos e Papéis - 1920 / 1970, no Gabinete de Arte José Duarte de Aguiar.

1994

Participação na Exposição Bienal Brasil Século XX, Fundação Bienal de São Paulo.

1995

Participação na Exposição Modernismo Paris Anos 20: Vivências e Convivências no

MAC (Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo), integrando a coleção Leirner (móveis, quadros e objetos).

1996

Exposição John Graz - Vida e Obra, com Curadoria de Sérgio Pizoli (artes plásticas) e Guinter Parschalk (design), com lançamento de reedições da coleção John Graz (móveis, tapetes, luminárias, jóias).

1997

John Graz passa a integrar a pesquisa 500 Anos de Arte Suíça, realizada pelo Institut Suisse pour l’Étude de l’Art, em Lausanne.

1998

Produção do site John Graz on the WEB para a Internet.

2000

Exposição O Café, curadoria de Ruth Tarasantchi, Carlos Eugenio Marcondes de Moura e Carlos A C Lemos. Praça do Banco real, São Paulo.

Exposição 500 Anos – Design, Pinacoteca do Estado de São Paulo.

2001

Pesquisa realizada pelo Cabinet des Estampes, Genebra, encontra 9 cartazes litográficos de John Graz, datados do início do século XX.

2002

Integra a exposição De la Antropofagia a Brasília – Brasil, 1920 – 1950 com curadoria de Jorge Schwartz, no IVAM (Instituto Valenciano de Arte Moderna, Valência, Espanha).

Integra a exposição São Paulo dos Modernistas – SESC Ipiranga, São Paulo, SP, Curadoria de Sérgio Pizoli.

2003

Reapresentação da exposição da Antropofagia a Brasília – Brasil, 1920 – 1950 no MABFAAP, São Paulo, SP.

Inspirador da exposição São Paulo e suas Dianas, no SESC Ipiranga, São Paulo, SP.

Com o retorno da escultura Diana ao local para o qual foi concebida pelo artista John

Graz, o SESC reuniu as várias Dianas espalhadas pela cidade de São Paulo.

2004

Presente na publicação Caixa Modernista, editada pela EDUSP e Imprensa Oficial, com

organização de Jorge Schwartz.

Citado na minissérie da TV Globo Um só Coração.

Exposição Novas Aquisições 2003, MAM, Rio de Janeiro.

2005

Fundação do Instituto John Graz e lançamento do seu site.

Reedição da cadeira de 3 apoios, projetada pelo artista, em parceria com a Dpot e a designer Baba Vacaro.

Integra a exposição e a publicação Mestres do Modernismo, realizada na Estação

Pinacoteca em São Paulo, com curadoria de Maria Alice Milliet.

Integra a exposição Coleção SESC de Arte Brasileira: Obras Selecionadas, SESC Interlagos, São Paulo.

Documentário Universo Artístico de John Graz, Documenta Vídeo Brasil, direção de Cacá Vicalvi, Rede STV – Rede SESC SENAC de TV, São Paulo, 22’.

2006

Integra o catálogo Coleção ABN AMRO Real e participa da exposição na sede do Banco na Avenida Paulista, São Paulo.

2007

Participa da exposição Os Modernistas na galeria Jo Slaviero e Guedes.

Descoberta e restauro da obra “Bandeirantes”, grande afresco de John Graz, com 3,45m X 1,75m, década de 1930, durante a reforma da casa localizada na Rua Peixoto Gomide, próximo ao Parque Trianon; o afresco está incorporado ao espaço e passa por processo de tombamento pelo CONDEPHAAT.

É tema da tese de mestrado de Ana Maria Affonso dos Santos John Graz: O arquiteto de interiores, Departamento de História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP. Orientador: Prof. Dr. Luciano Magliaccio.

Integra a exposição Coleção Itaú Contemporâneo – Arte no Brasil, 1981 – 2006, Itaú Cultural, São Paulo.

2008

Publicação de desenho temático no livro História do Café, de Ana Luiza Martins, Ed. Contexto, São Paulo, p.15.

Integra livro Brasil, Olhar de artista, de Kátia Canton, Ed. DCL, São Paulo.

2009

Publicação de obras nos livros Didáticos: Marcha Criança – Arte, 5º ano, Ligia Rego e Ligia Santos, Ed. Scipione; e Fundamental Arte I – 5º ano, caderno 4, obra coletiva, Ed. Moderna.

2010

tema da exposição O Brasil de John Graz, com curadoria de Sérgio Pizoli, na CAIXA Cultural Sé, em São Paulo. Com publicação de catálogo da exposição.

É tema da exposição John Graz, Modernista. Museu Oscar Niemeyer, Curitiba, Paraná, com publicação de catálogo da exposição.

2011

Participa da exposição Exílio e Modernidade – O espaço do estrangeiro na cidade de São Paulo, realizado no Centro de Cultura Judaica, em São Paulo.

2012

Citado no livro 1922 - A Semana Que Não Terminou de Marcos Augusto Gonçalves, Editora Companhia das Letras.

Tem obra exposta na exposição 90 anos depois – A semana de Arte Moderna no Palácio dos Bandeirantes.

Participa da exposição Do Art-Nouveau ao Art-Déco, no Centro Cultural Banco do Brasil-RJ.

2013

Tem a tela “As Baianas” exposta na mostra “O CO-LE-CI-O-NA-DOR: arte brasileira e internacional na Coleção Boghici”, no Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro.

Participa do catálogo “Arte Brasileira e Internacional na Coleção Boghici”, publicação da exposição inaugural do Museu de Arte do Rio (MAR).

É tema da exposição John Graz, Viajante. Centro Cultural Correios, Rio de Janeiro.Com publicação de catálogo da exposição.

Reedição da exposição O Brasil de John Graz, com curadoria de Sergio Pizoli, na CAIXA Cultural Brasília, DF. Com publicação de catálogo da exposição.

Notas

i. Ferdinand Hodler (Berna, 1853 – Genebra,1918) foi um pintor suíço, de origem humilde, que apresenta em suas obras a procura de harmonia entre homem e natureza, através da total liberdade no uso das cores, das pinceladas e da retomada de seus temas principais - mulheres, montanhas, lagos. Leva-nos a perceber no espelhamento das águas e montanhas, uma linha abstrata que, segundo Hodler, “ultrapassa a arte porque domina a vida”. Vive as grandes transformações artísticas da passagem do século XIX / XX e torna-se líder da transição formal da arte europeia.

ii. Redescobrir o Brasil! A meta dos modernistas paulistas, empenhados em derrubar os dogmas do academicismo artístico brasileiro, centrado na capital carioca. A elite paulista, cafeeira e industrial, através de visitas frequentes à Europa, e dos seus descendentes que lá estudavam, mantinha contato com os diversos movimentos da vanguarda europeia que, no começo do século XX, escandaliza e enfrentava o momento literário e artístico do Velho Mundo. Estes intelectuais e artistas iniciam aqui um movimento de inquietação e discussão dos valores artísticos nacionais, empenhados em destruir uma ordem artística decadente e despertar a consciência para a realidade brasileira: mesclar as influências europeias com a visão renovada de nossas raízes culturais - indígena, africana e caipira. Em 1913, acontece a primeira exposição expressionista, de Lasar Segall, que estava de passagem por São Paulo; em 1917, Anita Malfatti, expõe seus quadros influenciados pela escola alemã e, execrada por Monteiro Lobato, é defendida, arduamente, por Oswald de Andrade. Estes acontecimentos levam à formação da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal, nos dias 13 a 17 de fevereiro, financiada pela elite cafeeira, em que fazem parte pintores, escultores, literatos, arquitetos e intelectuais. São realizadas sessões literárias e musicais no auditório, com Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Ronald de Carvalho, Mario de Andrade, Villa Lobos, Guiomar Novaes, além da exposição de artes plásticas no saguão, com obras de Anita Malfatti, Brecheret, John Graz, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, Ferrignac, Paim Vieira, Zina Aita, Wilhem Haarberg e outros. A platéia e a crítica não entenderam a proposta do evento, com vaias e ofensas publicadas. O prestígio e a produção cultural dos modernistas fazem aumentar o debate e a preocupação crescente com a temática brasileira; surgem correntes de pensamento divergentes: o grupo Pau Brasil e Antropofagia, em oposição ao Movimento Verde Amarelo, do Grupo da Anta. A Semana, definitivamente, acabouinfluenciando os rumos culturais brasileiros, passando pelas sociedades SPAM e CAM até os movimentos artísticos contemporâneos.

iii. Klaxon – Mensário de Arte Moderna, a primeira publicação modernista brasileira, com apenas nove números, foi editada em 1922/1923. De grande valor histórico, artístico e cultural, o primeiro ideário pós Semana de 22 e, consequentemente, do Modernismo, era irreverente e repleta de grafismos novos, trazendo matérias sobre música, livros e poesia, escritas pelos próprios editores: Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Mario de Andrade, Menotti Del Picchia, Sergio Milliet e Rubens Borba de Moraes. Inspirados nos movimentos da vanguarda europeia, exaltavam o progresso e a visão internacional do mundo na procura de uma identidade nacional. Em tom já antropofágico, negavam qualquer influência e proclamavam a opção pelo novo – “Klaxon não e futurista. Klaxon é klaxista”.

iv. Primeira escola de design e arquitetura, fundada por Walter Gropius, em 1919, na cidade de Weimar, Alemanha. Uma nova época, pós-guerra, exigia a ruptura com a tradição e a adoção dos avanços tecnológicos, advindos da revolução industrial. Daí, surgir um novo estilo arquitetônico e uma nova visão de design para objetos, que optam pela funcionalidade, uso de novas tecnologias e novos materiais, com custo reduzido e direcionado para a produção em massa; e sem deixar de lado a procura da perfeição estética. O resultado é fundamental no desenvolvimento da arquitetura ocidental e seus produtos, assinados por mestres como Marcel Breuer, Wassily Kandinski, Mies van der Rohe, que são considerados e ocupam, até hoje, lugar de destaque na decoração de interiores. Em 1933, a Bauhaus é fechada pelo governo nazista.

v. A Casa Modernista da Rua Itápolis, de autoria do arquiteto de origem ucraniana, Gregori Warchavchik (1896–1972), projetada em 1929 e terminada em 1930, é considerada sua obra dearquitetura moderna mais arrojada e livre. Com linhas retas, fachada branca em concreto armado e jardim de plantas brasileiras, foi aberta com uma exposição de móveis, objetos e pinturas modernistas. Além de John Graz, participaram da inauguração Lasar Segall, Tarsila e Brecheret.

vi. SPAM - Após um mês da derrota do Movimento Constitucionalista de 1932, um grupo de 39 sócios fundadores, recrutados entre pessoas ligadas as diversas áreas da expressão artística, liderados por Lasar Segall, formam a SPAM - Sociedade Pró Arte Moderna, que promove o reveillon São Silvestre dos Farrapos e duas festas: o Carnaval na Cidade de SPAM, realizado no Palácio Trocadero e Expedição às Matas Virgens da Spamolândia. São consideradas extraordinárias manifestações de arte coletiva, com a participação de diversos artistas plásticos -Anita Malfatti, Antônio Gomide, Hugo Adami, John Graz, Victorio Gobbis e Victor Brecheret - na confecção de figurinos e das cenografias específicas, complementadas por programas de músicae dança. Em abril de 1933, realiza a I Exposição de Arte Moderna da SPAM, de grande abrangência artística já que, além dos artistas associados, foram apresentadas obras de Brancusi, De Chirico, Delaunay, Foujita, Gris, Léger, Picasso e Le Coubusier, entre outros, pertencentes às coleções de Olívia Guedes Penteado, Paulo Prado, Mário de Andrade, Tarsila doAmaral e Samuel Ribeiro. A II Exposição, realizada no final do mesmo ano, contou com a participação de importantes nomes da arte moderna: Di Cavalcanti, Guignard e Cândido Portinari. Com a morte de Olivia Guedes Penteado, termina o mecenato e a sociedade.

vii. CAM - Clube cultural criado em São Paulo, em 24 de novembro de 1932, com a finalidade de promover manifestações artísticas inspiradas no ideário estético modernista, teve como idealizador o arquiteto e artista Flávio de Carvalho, seguido por Di Cavalcanti, Antônio Gomide e Carlos Prado. Com forte direcionamento social, ali expuseram Käthe Kollwitz e David Alfaro Siqueiros, artistas plásticos, que retratavam em obras expressionistas, as condições de vida da classe trabalhadora. Pioneiro, organizou a mostra A Arte dos Loucos e das Crianças, com curadoria do psiquiatra Osório César, que se interessava pela produção artística dos pacientes do Hospital Psiquiátrico Juqueri, Franco da Rocha. Em novembro, Flavio de Carvalho instaurou o seu Teatro de Experiências, com a encenação única do polêmico Bailado do Deus Morto, que teve problemas com censura e, após três apresentações, foi fechado pela polícia. O Clube de Arte Moderna, irreverente, anuncia o nascimento da crítica brasileira, com a palestra de Mario Pedrosa, As tendências sociais da arte de Käthe Kollwitz, e conseqüente publicação na revista Homem Livre. Fundado um dia após a criação da Sociedade Pró-Arte Moderna (SPAM), estendeu suas atividades por aproximadamente um ano. Neste mesmo contexto, decorrentes do movimento modernista originário na Semana de 22, surgem outros grupos associativos que procuram ampliar os espaços para a arte moderna em São Paulo: Grupo Santa Helena, em 1934, Família Artística Paulista, em 1937, ambos formados por artistas operários, e Grupo Seibi-kai, 1935, formado por colonos japoneses, todos eles distantes da elite paulista.

Fonte: Instituto John Graz, consultado pela última vez em 18 de agosto de 2017.

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