Vicente do Rego Monteiro (Recife, PE, 19 de dezembro de 1899 — idem, 5 de junho de 1970) foi um pintor, desenhista, ilustrador, artista gráfico, escultor, professor e poeta brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos artísticos em 1908, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) em cursos da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Em 1911, viaja com a família para França, onde freqüenta as Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants, em 1913, do qual se torna membro societário. Em Paris, mantém contato com Amedeo Modigliani (1884 - 1920), Fernand Léger (1881 - 1955), Georges Braque (1882 - 1963), Joán Miró (1893 - 1983), Albert Gleizes (1881 - 1953), Jean Metzinger (1883 - 1956) e Louis Marcoussis (1883 - 1941). No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixa a França, com sua família, e se estabelece no Rio de Janeiro, em 1915. Em 1918, realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois anos mais tarde expõe pela primeira vez em São Paulo, onde entra em contato com Di Cavalcanti (1897 - 1976), Anita Malfatti (1889 - 1964), Pedro Alexandrino (1856 - 1942) e Victor Brecheret (1894 - 1955). Em 1920, estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Movido por uma grande paixão pela dança, realiza em 1921 o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas, no Teatro Trianon, Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893 - 1935). Viaja para França, deixando oito óleos e aquarelas para serem expostos na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de L'Amazonie. Integra-se ao grupo de artistas da galeria e revista L´Effort Moderne, de Leonce Rosemberg. Traz ao Brasil a exposição A Escola de Paris, exibida no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decora a Capela do Brasil no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Comentário Crítico
Vicente do Rego Monteiro nasce no Recife e muda-se para o Rio de Janeiro em 1908. Nesse ano inicia os estudos artísticos, acompanhando a irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1911, a família muda-se para Paris, onde o artista freqüenta os cursos livres da Académie Colarossi e estuda desenho, pintura e escultura nas Académies Julien e La Grande Chaumière. Volta ao Rio de Janeiro em 1915, devido à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No início da carreira, dedica-se brevemente à escultura. Em 1920, realiza exposição de desenhos e aquarelas, apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, que se tornam inspiração para grande parte de suas obras. Estuda atentamente as coleções de cerâmica marajoara do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Nesse período estabelece contato com artistas ligados ao movimento modernista: Anita Malfatti (1889 - 1964), Victor Brecheret (1894 - 1955) e Di Cavalcanti (1897 - 1976). Viaja para a França em 1921 e deixa algumas pinturas com o crítico e poeta Ronald de Carvalho (1893 - 1935), que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922.
No início da década de 1920, produz aquarelas nas quais representa lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921). Retorna nesse ano a Paris, onde convive com os artistas Victor Brecheret e Antonio Gomide (1895 - 1967), com os quais compartilha o interesse pelas estilizações formais do art deco. Na obra A Caçada (1923) o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras de Fernand Léger (1881 - 1955) como parâmetro.
Preocupado em adaptar temas tradicionais da arte sacra a uma linguagem moderna produz Pietá (1924), a qual se destaca pela aparência plástica de relevo e pelo uso de uma gama cromática reduzida, recorrente em sua obra: nuances de ocre, cinza e marrom. O quadro A Crucifixão (1924) apresenta dramáticos efeitos de claro-escuro e é estruturado por meio do rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais. Na obra A Santa Ceia (1925) as figuras remetem à arte egípcia e o espaço é ordenado por seções geométricas. Nessa obra, os tons neutros, trabalhados em leves gradações, conferem ao quadro caráter bidimensional.
O artista revela preocupação com o tema social em Os Calceteiros (1924), mais especificamente com o mundo dos trabalhadores. Dedica-se também às figuras de crianças, muitas vezes representadas ao lado de animais, como em O Menino e os Bichos (1925). Realizada no mesmo ano, a tela O Urso é construída por meio de linhas curvas, que se dispõem ritmicamente no espaço e revelam a admiração pelas formas orgânicas e sintéticas do escultor romeno Constantin Brancusi (1876 - 1957). Já em O Atirador de Arco (1925), inspira-se na representação do índio realizada anteriormente por Debret (1768 - 1848). Nessa obra as tensões criadas pela envergadura do arco ecoam em uma sucessão de ondas, em espaço próximo ao do relevo.
Como nota o historiador Walter Zanini, a década de 1920 foi o período mais produtivo do artista. Na década seguinte, afasta-se da pintura e dedica-se principalmente à ilustração. Em 1930, traz para o Recife uma exposição de artistas da Escola de Paris, que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso (1881 - 1973), Georges Braque (1882 - 1963), Joan Miró (1893 - 1983), Gino Severini (1883 - 1966), Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral (1886 - 1973), que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Rego Monteiro, ao longo da carreira, alterna temporadas entre o Brasil e a França. Elabora a parte gráfica e realiza ilustrações para as revistas Renovação e Fronteiras. Poeta e tradutor, incentiva jovens escritores publicando seus textos nessas revistas. A partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais como, em O Vaqueiro (ca.1963) e O Aguardenteiro (fim da década de 1950). Mantém-se fiel à fatura do início da carreira, utilizando grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais alia interpretação monumental do art deco. No fim de sua vida, destaca-se a sua importante atuação como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, atividade que exerce de 1957 a 1966.
Críticas
"Ao invés de aplicar-se simplesmente à caligrafia acadêmica, Rego Monteiro repudiou essa tradição latina (...) para reavivar a influência da tradição indígena a qual deveria ser a primeira a tocar e a estimular todo o artista brasileiro. A história demonstrou-nos cabalmente que toda a arte primitiva é suscetível de dar forma a magníficas florações. Assim, uma arte tão rica e potente como a indígena não poderia deixar de servir de estímulo ao desenvolvimento plástico que o tempo e o gênio dos artistas contribuem a trazer geralmente aos estágios iniciais de uma linguagem. Foi assim que Monteiro, rejeitando os 'pastiches' das frias compilações acadêmicas, tentou reformular seu mundo artístico retemperando sua sensibilidade nas fontes da arte indígena. (...) É certo, porém, que o efeito alcançado permanecia puramente decorativo e que a sensibilidade do pintor não se exteriorizava ainda de maneira propriamente plástica. Foi então que Rego Monteiro tomou contato na França com uma arte puramente plástica que o leva a imaginar uma conciliação entre o ritmo indígena e os princípios do quadro de cavalete, fim supremo e razão essencial da pintura".
Maurice Raynal (MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. São Paulo: MAC/USP, 1971.)
"Vicente ama a natureza de hoje como a de ontem. Julga importante ficar com aspectos que dão às suas obras a atualização, quase sempre traduzida na mecanicidade que imprime nas formas, auxiliadas pela geometrização legeriana. Entretanto, como coloca no outro prato da balança a perenidade, não se ocupa tanto da justificativa da época atual, não a exalta. A mitologia escolhida não é a da ´Vênus metalúrgica´, e os seus homens não sobem em andaimes nem têm como paisagem de fundo as chaminés. Prefere as Dianas, Vênus, Madonas; homens que podem ter habitado próximo às pirâmides, ou saído das mãos renascentistas, ou mesmo ter sido moldados por simples oleiros. Trabalha as oposições entre a época atual, caracterizada por linhas arrojadas e articuladas, e as aquisições do passado arcaico ou clássico, com a preservação de lembranças estilísticas como a frontalidade e a solenidade do ritual religioso. (...) A arte de Vicente é na sua aparência com freqüência austera, monocromada, despojada de referências cósmicas diretas (...). No seu significado, encaminha à argumentação de uma arte que trabalha oposições entre o arcaico / moderno; sagrado / profano (às vezes, mais especificamente pagão / cristão); primitivo / contemporâneo".
Elza Maria Ajzemberg (Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo - FFLCH/USP, São Paulo, 1984. p. 213.)
"Lembro-me de que Vicente, em Paris, costumava entoar baixinho uma pornograficamente plebéia cantiga brasileira, por ele aprendida não sei onde nem de que espécie de boca:
Negra velha quando fica arreliada
Mete o dedo na quirica
Dá ao negro prá cheirar.
O que prendeu minha atenção a essa cantiga, tão entoada pelo pintor, ao pintar, em Paris, foi a valorização do cheiro: no caso, um cheiro de sexo de mulher. Ao que se juntar ter Vicente me confessado, certa vez, que uma de suas maiores saudades do Brasil era a de cheiros. Cheiros de vegetais, cheiros de comidas, cheiros de cachaças, o cheiro de curral de engenho. E cheiros de mulheres mestiças. O que coincidia com uma das minhas maiores recordações do Brasil desde que o deixei para uma primeira ausência, que seria longa. Pelo que resolvi, em face de novas ausências, suprir essa falta, viajando no estrangeiro com um frasco de sabão Aristolino na mala. O que parece anedótico, no caso funcionou. Será que a pintura modernista de Vicente, ao envolver 'saudosismo' pelos sentidos - o olfato e o paladar, entre eles -, envolvia alguma coisa de telúrico que incluísse, principalmente nesses saudosismos telúricos, saudade de sexos brasileiros de mulher?
Lembre-se, ao falecer no Recife, sua ligação com mulher de cor. Sensível como era, me animo a dizer que o sexo esteve quase sempre presente em sua pintura. Suas próprias ventas pareciam sempre voluptuosas ávidas de cheiros de mulheres de cor: eram as de quem desfrutasse com aquele puro prazer de respirar, assinalado por Havelock Ellis, gosto por cheiros ou aromas, vivos, tropicais, brasileiros, capazes de ser como que associados à famosa sugestão francesa, percepção de cores e - por que não? - de formas".
Gilberto Freire (MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994, p. 44-46)
"Talvez a primeira referência, de intenções globais, que se deva fazer à obra de Monteiro, seja a de que ela se desenrolou em segmentos distintos, embora preservando traços constantes de uma figuração conceptualizada cujo teor é por igual estilizado, decorativo e monumental.
Assimiladora de diversificadas fontes culturais, essa pintura demonstrou-se capaz de aprofundar um próprio e inconfundível ideário plásticos, determinado por formas planas e circunscritas no espaço, pelo desenho táctil e rigoroso, de elegantes ritmos compassados, coadjuvado pela coloração moderada, luminosa, de poucas e menores variantes de meios-tons. Respondiam esses elementos a uma concepção de princípios de estética decorativa na sua função de promover uma compreensão universal do mundo. A síntese representacional decorrente, desenvolvida em composições harmônicas, que privilegiam efeitos de forma e cor no respeito à superfície bidimensional da tela, possui a vocação do espaço mural, no entanto um nível de realização a que o artista nunca teve acesso".
Walter Zanini (Introdução ao Artista. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa de Artes/Marigo Editora, 1997. p. 38)
"Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica.
O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da 'volta à ordem' nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia.
Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens".
Nelson Aguilar (MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO (2000 : SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.p.40)
Acervos
Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Campos do Jordão SP
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco - Recife PE
Banco Central do Brasil - Brasília DF
Banco Safra - São Paulo SP
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ
Fundação Joaquim Nabuco - Recife PE
Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães - Recife PE
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) - São Paulo SP
Musée de Grenoble - Grenoble (França)
Musée Géo-Charles - Échirolles (França)
Musée National d'Art Moderne - Centre Georges Pompidou - Paris (França)
Museu de Arte Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba - Campina Grande PB
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - Recife PE
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) - São Paulo SP
Museu do Estado de Pernambuco - Recife PE
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) - Rio de Janeiro RJ
Palais des Congrès - Liège (Bélgica)
The Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
The Swindon Collection - Londres (Reino Unido)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Exposições Individuais
1918 - Recife PE - Individual, na Galeria Elegante
1918 - Recife PE - Individual, no Teatro Santa Isabel
1919 - Recife PE - Individual, na Fotografia Piereck
1920 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Moderna
1920 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio
1921 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro Trianon
1925 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre
1928 - Paris (França) - Individual, na Galerie Bernheim Jeune
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie David Garnier
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie Katia Granoff
1939 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1942 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1947 - Paris (França) - Individual, na Galerie Visconti
1956 - Paris (França) - Individual, na Galerie de L´Odeon
1957 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e monotipias, no Teatro Santa Isabel
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro
1958 - Paris (França) - Individual, na Galerie Royale
1960 - Paris (França) - Individual, na Galerie Yves Michel
1961 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie Ron Volmar
1963 - Paris (França) - Individual, na Galerie La Baume
1964 - Paris (França) - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e desenhos, na Galerie R.G.
1966 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Katia Granoff
1967 - Paris (França) - Individual, na Galerie Debret
1968 - Recife PE - Individual, na Enba
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1969 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1913 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1914 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1923 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1923 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1923 - Paris (França) - Exposição de Artistas Brasileiros, na Maison de L´Amérique Latine
1924 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - 18º Salão de Outono
1925 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1927 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1928 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1929 - Amsterdã (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Stedelijk Museum Amsterdam
1929 - Haia (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Pulchri Studio
1929 - Paris (França) - 40º Salon des Indépendants, na Société des Artistes Indépendants
1930 - Paris (França) - Premiére Exposition do Grupe Latino-Americain de Paris, na Galerie Zack
1930 - Paris (França) - Salon d'Avant Garde-1940
1930 - Recife PE - Exposition de l'École de Paris, no Teatro Santa Isabel
1930 - Rio de Janeiro RJ - Exposition de l'École de Paris, no Palace Hotel
1930 - São Paulo SP - Exposition de l'École de Paris, no Palacete da Glória
1931 - Paris (França) - Salon des Surindépendants
1937 - Paris (França) - Exposição Internacional de Paris
1942 - Recife PE - 1º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1943 - Recife PE - 2º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1944 - Recife PE - 3º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco
1949 - Recife PE - 3º Salão de Arte Moderna do Recife
1952 - São Paulo SP - Exposição Comemorativa da Semana de Arte Moderna de 22, no MAM / SP
1954 - Recife SP - Fédora, Joaquim e Vicente do Rego Monteiro, no Teatro Santa Isabel
1958 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Royale
1960 - Recife PE - 1ª Exposição da Galeria de Arte do Recife
1960 - Recife PE - Coletiva de Verão, na Ranulpho Galeria de Arte
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade do Recife
1961 - Recife PE - 1ª Feira de Arte do Recife
1962 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, no Clube Internacional do Recife
1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM / BA
1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira
1965 - Paris (França) - Hommage au Poète Géo-Charles, na Galerie de l'Institut
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The Yale University Art Gallery
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Katia Granoff
1966 - São Paulo SP - Exposição Comparação, na Galeria Mirante Artes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Precursors of Modernism in Latin America, no Center of Inter-American Relations
1967 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Katia Granoff
1969 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, na Detalhe Galeria
Exposições Póstumas
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1970 - Recife PE - Prévia da Pré-Bienal Nordeste, no Pavilhão Fecin
1970 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro, nas Galerias Bancife
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1971 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1971 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva 1899-1970, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Vernissage
1974 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler
1976 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, na Galeria Tableau das Artes
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico Geográfico
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1982 - Échirolles (França) - Biennale d'Échirolles
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Paris (França) - Léger el L'Espirit Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: interpretações, na Galeria de Arte Banerj
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: ritos e inventos, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP
1986 - Échirolles (França) - Brésilien de France. Vicente do Rego Monteiro, no Musée Géo-Charles
1986 - Porto Alegre RS - Caminhos do Desenho Brasileiro, no Margs
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Jean Boghici
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp
1987 - Sâo Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - O Redescobrimento do Brasil, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Recife PE - Arte Tátil, na Fundação Joaquim Nabuco
1989 - Recife PE - Individual, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Gatos Pintados, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Recife PE - Salão de Arte Contemporânea, no Museu do Estado de Pernambuco
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - 70 Anos da Semana de Arte Moderna: obras e artistas de 1922, no IEB/SP
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Jean Boghici
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Ranulpho Galeria de Arte
1994 - São Paulo SP - Vicente Inventor, na Ranulpho Galeria de Arte
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 1899-1970, no MAM/SP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 21 pinturas, na Ricardo Camargo Galeria
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no Margs
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu de Arte do Paraná
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Mestres do Modernismo, no Estação Pinacoteca
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/FAAP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, no Ricardo Camargo Galeria
Fonte: VICENTE do Rego Monteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Semana de Arte Moderna - Itaú Cultural
Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti (1899-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Ferrignac (1892-1958), Jonh Graz (1891-1980), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1968), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e Antônio Paim Vieira (1895-1988), com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret (1894-1955), Wilhelm Haarberg (1891-1986) e Hildegardo Velloso (1899-1966). A arquitetura é representada por Antonio Moya (1891-1949) e Georg Przyrembel (1885-1956). Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (18901-1969), Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954), Renato de Almeida, Ronald de Carvalho (1893-1935), Tácito de Almeida (1889-1940), além de Manuel Bandeira (1886-1968) com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos (1887-1959) e Debussy (1862-1918), interpretadas por Guiomar Novaes (1895-1979) e Ernani Braga (1888-1948), entre outros.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. No entanto, é no salão do mecenas Paulo Prado, em fins desse ano, que a ideia de um festival com duração de uma semana, trazendo manifestações artísticas diversas, toma forma inspirado na Semaine de Fêtes de Deauville, cidade francesa. Nota-se que sem o empenho desse mecenas o projeto não sairia do papel. Paulo Prado, homem influente e de prestígio na sociedade paulistana, consegue que outros barões do café e nomes de peso patrocinem, mediante doações, o aluguel do teatro para a realização do evento. Também é fundamental seu papel na adesão de Graça Aranha à causa dos artistas "revolucionários". Recém-chegado da Europa como romancista aclamado, a presença de Aranha serve estrategicamente para legitimar a seriedade das reivindicações do jovem e ainda desconhecido grupo modernista.
Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.
Com a distância de mais de 80 anos, sabe-se que, com respeito à elaboração e à apresentação de uma linguagem verdadeiramente moderna, a Semana de 22 não representa um rompimento profundo na história da arte brasileira. Pois no conjunto de qualidade irregular de obras expostas não se identifica uma unidade de expressão, ou algo como uma estética radical do modernismo. No entanto, há de se reconhecer que, a despeito de todos os antagonismos, esse evento configura-se como um fato cultural fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, e isso sobretudo pelos debates públicos mobilizados (cercados por reações negativas ou de apoio) e riqueza de seus desdobramentos na obra de alguns de seus realizadores.
Fonte: SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 12 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Iniciou seus estudos artísticos na Escola Nacional de Belas Artes, (Rio de Janeiro), em 1908.
Complementou seus estudos na França, na Académie Colarossi, na Academia Julian e na Académie de la Grande Chaumière.
Vicente do Rego [2] era irmão mais novo de Joaquim do Rego Monteiro e Fédora do Rego Monteiro Fernandes, nasceu em Recife em 1899, filho de ldefonso do Rêgo Monteiro e Elisa Cândida Figueiredo Melo prima de Pedro Américo.
Foi um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Frequentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Inspirado na cerâmica marajoara e na cultura indígena, ilustrou o livro de P. L. Duchartre – Légendes, Croyances et Talismãs dês Indiens de l’Amazonie.
Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de Lamazonie.
Em 1930, depois de uma longa estada em Paris, veio ao Brasil trazendo a exposição da escola de Paris a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Exposição que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso , Georges Braque, Joan Miró, Gino Severini, Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral [3], que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Dois anos depois, Vicente do Rego Monteiro fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950.
A pintura de Vicente do Rego Monteiro é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura.
Além de Vicente ter sido um pintor requintado, escrevia poesias, tinha o gosto pela dança, venceu muitos concursos de dança de salão em Paris, foi professor no Instituto Central de Artes da UnB, adorava carros e em 1931 disputou o Grand Prix do Automóvel Clube da França, tinha gosto pela engenharia mecânica e construiu um planador e, em Pernambuco, fabricou aguardente.
Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE entre 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Exposições
Ficheiro:Vídeo Agência Nacional 71.webm
Exposição póstuma de Vicente do Rego Monteiro, realizada na Galeria Vernissage, em Copacabana, Rio de Janeiro, em 1974.
Individuais
Teatro de Santa Isabel, no Recife, (1918);
Galeria Elegante, Recife (1918);
Livraria Moderna, São Paulo, 1920.
Galerie Bernheim Jeune, Paris, França, (1928);
Museu do Estado de Pernambuco, (1939);
Galerie Visconti, Paris, França (1947);
Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro, (1957);
Galeria Barcinski, Rio de Janeiro (1969).
Coletivas
Salón dês Indépendants, Paris, França (1913);
Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (1922);
A Escola de Paris, exibida no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo (1930);
Exposition De L'école de Paris, no Teatro Santa Isabel, no Palace Hotel e no Palacete da Glória, Recife, Pernambuco. (1930)
3º Salão de Arte Moderna do Recife (1949);
Exposição comemorativa da Semana de Arte Moderna no Museu de Arte Moderna, São Paulo (1952);
Precursors of Modernism in Latin América no Center of Inter-American Relations, Nova York, Estados Unidos (1967);
Galeria de Arte André, exposição 4 décadas, com curadoria Carlos von Schmidt, São Paulo. (2001)
Professor
Ministrou aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
Foi professor do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília.
Poemas
Poemas de bolso, 1941.
Broussais - La Charité
Prêmios
Dedicatória em versos de João Cabral de Melo Neto (1945), na obra "O Engenheiro".
Prêmio Guillaume Apollinaire (1960), pelos sonetos apresentados em Broussais - La Charité, livro publicado na França.
Fonte e crédito fotográfico: Wikipédia, consultado pela última vez em 04 de maio de 2018.
Vicente do Rego Monteiro (Recife, PE, 19 de dezembro de 1899 — idem, 5 de junho de 1970) foi um pintor, desenhista, ilustrador, artista gráfico, escultor, professor e poeta brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos artísticos em 1908, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) em cursos da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Em 1911, viaja com a família para França, onde freqüenta as Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants, em 1913, do qual se torna membro societário. Em Paris, mantém contato com Amedeo Modigliani (1884 - 1920), Fernand Léger (1881 - 1955), Georges Braque (1882 - 1963), Joán Miró (1893 - 1983), Albert Gleizes (1881 - 1953), Jean Metzinger (1883 - 1956) e Louis Marcoussis (1883 - 1941). No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixa a França, com sua família, e se estabelece no Rio de Janeiro, em 1915. Em 1918, realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois anos mais tarde expõe pela primeira vez em São Paulo, onde entra em contato com Di Cavalcanti (1897 - 1976), Anita Malfatti (1889 - 1964), Pedro Alexandrino (1856 - 1942) e Victor Brecheret (1894 - 1955). Em 1920, estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Movido por uma grande paixão pela dança, realiza em 1921 o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas, no Teatro Trianon, Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893 - 1935). Viaja para França, deixando oito óleos e aquarelas para serem expostos na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de L'Amazonie. Integra-se ao grupo de artistas da galeria e revista L´Effort Moderne, de Leonce Rosemberg. Traz ao Brasil a exposição A Escola de Paris, exibida no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decora a Capela do Brasil no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Comentário Crítico
Vicente do Rego Monteiro nasce no Recife e muda-se para o Rio de Janeiro em 1908. Nesse ano inicia os estudos artísticos, acompanhando a irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1911, a família muda-se para Paris, onde o artista freqüenta os cursos livres da Académie Colarossi e estuda desenho, pintura e escultura nas Académies Julien e La Grande Chaumière. Volta ao Rio de Janeiro em 1915, devido à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No início da carreira, dedica-se brevemente à escultura. Em 1920, realiza exposição de desenhos e aquarelas, apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, que se tornam inspiração para grande parte de suas obras. Estuda atentamente as coleções de cerâmica marajoara do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Nesse período estabelece contato com artistas ligados ao movimento modernista: Anita Malfatti (1889 - 1964), Victor Brecheret (1894 - 1955) e Di Cavalcanti (1897 - 1976). Viaja para a França em 1921 e deixa algumas pinturas com o crítico e poeta Ronald de Carvalho (1893 - 1935), que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922.
No início da década de 1920, produz aquarelas nas quais representa lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921). Retorna nesse ano a Paris, onde convive com os artistas Victor Brecheret e Antonio Gomide (1895 - 1967), com os quais compartilha o interesse pelas estilizações formais do art deco. Na obra A Caçada (1923) o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras de Fernand Léger (1881 - 1955) como parâmetro.
Preocupado em adaptar temas tradicionais da arte sacra a uma linguagem moderna produz Pietá (1924), a qual se destaca pela aparência plástica de relevo e pelo uso de uma gama cromática reduzida, recorrente em sua obra: nuances de ocre, cinza e marrom. O quadro A Crucifixão (1924) apresenta dramáticos efeitos de claro-escuro e é estruturado por meio do rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais. Na obra A Santa Ceia (1925) as figuras remetem à arte egípcia e o espaço é ordenado por seções geométricas. Nessa obra, os tons neutros, trabalhados em leves gradações, conferem ao quadro caráter bidimensional.
O artista revela preocupação com o tema social em Os Calceteiros (1924), mais especificamente com o mundo dos trabalhadores. Dedica-se também às figuras de crianças, muitas vezes representadas ao lado de animais, como em O Menino e os Bichos (1925). Realizada no mesmo ano, a tela O Urso é construída por meio de linhas curvas, que se dispõem ritmicamente no espaço e revelam a admiração pelas formas orgânicas e sintéticas do escultor romeno Constantin Brancusi (1876 - 1957). Já em O Atirador de Arco (1925), inspira-se na representação do índio realizada anteriormente por Debret (1768 - 1848). Nessa obra as tensões criadas pela envergadura do arco ecoam em uma sucessão de ondas, em espaço próximo ao do relevo.
Como nota o historiador Walter Zanini, a década de 1920 foi o período mais produtivo do artista. Na década seguinte, afasta-se da pintura e dedica-se principalmente à ilustração. Em 1930, traz para o Recife uma exposição de artistas da Escola de Paris, que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso (1881 - 1973), Georges Braque (1882 - 1963), Joan Miró (1893 - 1983), Gino Severini (1883 - 1966), Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral (1886 - 1973), que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Rego Monteiro, ao longo da carreira, alterna temporadas entre o Brasil e a França. Elabora a parte gráfica e realiza ilustrações para as revistas Renovação e Fronteiras. Poeta e tradutor, incentiva jovens escritores publicando seus textos nessas revistas. A partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais como, em O Vaqueiro (ca.1963) e O Aguardenteiro (fim da década de 1950). Mantém-se fiel à fatura do início da carreira, utilizando grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais alia interpretação monumental do art deco. No fim de sua vida, destaca-se a sua importante atuação como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, atividade que exerce de 1957 a 1966.
Críticas
"Ao invés de aplicar-se simplesmente à caligrafia acadêmica, Rego Monteiro repudiou essa tradição latina (...) para reavivar a influência da tradição indígena a qual deveria ser a primeira a tocar e a estimular todo o artista brasileiro. A história demonstrou-nos cabalmente que toda a arte primitiva é suscetível de dar forma a magníficas florações. Assim, uma arte tão rica e potente como a indígena não poderia deixar de servir de estímulo ao desenvolvimento plástico que o tempo e o gênio dos artistas contribuem a trazer geralmente aos estágios iniciais de uma linguagem. Foi assim que Monteiro, rejeitando os 'pastiches' das frias compilações acadêmicas, tentou reformular seu mundo artístico retemperando sua sensibilidade nas fontes da arte indígena. (...) É certo, porém, que o efeito alcançado permanecia puramente decorativo e que a sensibilidade do pintor não se exteriorizava ainda de maneira propriamente plástica. Foi então que Rego Monteiro tomou contato na França com uma arte puramente plástica que o leva a imaginar uma conciliação entre o ritmo indígena e os princípios do quadro de cavalete, fim supremo e razão essencial da pintura".
Maurice Raynal (MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. São Paulo: MAC/USP, 1971.)
"Vicente ama a natureza de hoje como a de ontem. Julga importante ficar com aspectos que dão às suas obras a atualização, quase sempre traduzida na mecanicidade que imprime nas formas, auxiliadas pela geometrização legeriana. Entretanto, como coloca no outro prato da balança a perenidade, não se ocupa tanto da justificativa da época atual, não a exalta. A mitologia escolhida não é a da ´Vênus metalúrgica´, e os seus homens não sobem em andaimes nem têm como paisagem de fundo as chaminés. Prefere as Dianas, Vênus, Madonas; homens que podem ter habitado próximo às pirâmides, ou saído das mãos renascentistas, ou mesmo ter sido moldados por simples oleiros. Trabalha as oposições entre a época atual, caracterizada por linhas arrojadas e articuladas, e as aquisições do passado arcaico ou clássico, com a preservação de lembranças estilísticas como a frontalidade e a solenidade do ritual religioso. (...) A arte de Vicente é na sua aparência com freqüência austera, monocromada, despojada de referências cósmicas diretas (...). No seu significado, encaminha à argumentação de uma arte que trabalha oposições entre o arcaico / moderno; sagrado / profano (às vezes, mais especificamente pagão / cristão); primitivo / contemporâneo".
Elza Maria Ajzemberg (Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo - FFLCH/USP, São Paulo, 1984. p. 213.)
"Lembro-me de que Vicente, em Paris, costumava entoar baixinho uma pornograficamente plebéia cantiga brasileira, por ele aprendida não sei onde nem de que espécie de boca:
Negra velha quando fica arreliada
Mete o dedo na quirica
Dá ao negro prá cheirar.
O que prendeu minha atenção a essa cantiga, tão entoada pelo pintor, ao pintar, em Paris, foi a valorização do cheiro: no caso, um cheiro de sexo de mulher. Ao que se juntar ter Vicente me confessado, certa vez, que uma de suas maiores saudades do Brasil era a de cheiros. Cheiros de vegetais, cheiros de comidas, cheiros de cachaças, o cheiro de curral de engenho. E cheiros de mulheres mestiças. O que coincidia com uma das minhas maiores recordações do Brasil desde que o deixei para uma primeira ausência, que seria longa. Pelo que resolvi, em face de novas ausências, suprir essa falta, viajando no estrangeiro com um frasco de sabão Aristolino na mala. O que parece anedótico, no caso funcionou. Será que a pintura modernista de Vicente, ao envolver 'saudosismo' pelos sentidos - o olfato e o paladar, entre eles -, envolvia alguma coisa de telúrico que incluísse, principalmente nesses saudosismos telúricos, saudade de sexos brasileiros de mulher?
Lembre-se, ao falecer no Recife, sua ligação com mulher de cor. Sensível como era, me animo a dizer que o sexo esteve quase sempre presente em sua pintura. Suas próprias ventas pareciam sempre voluptuosas ávidas de cheiros de mulheres de cor: eram as de quem desfrutasse com aquele puro prazer de respirar, assinalado por Havelock Ellis, gosto por cheiros ou aromas, vivos, tropicais, brasileiros, capazes de ser como que associados à famosa sugestão francesa, percepção de cores e - por que não? - de formas".
Gilberto Freire (MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994, p. 44-46)
"Talvez a primeira referência, de intenções globais, que se deva fazer à obra de Monteiro, seja a de que ela se desenrolou em segmentos distintos, embora preservando traços constantes de uma figuração conceptualizada cujo teor é por igual estilizado, decorativo e monumental.
Assimiladora de diversificadas fontes culturais, essa pintura demonstrou-se capaz de aprofundar um próprio e inconfundível ideário plásticos, determinado por formas planas e circunscritas no espaço, pelo desenho táctil e rigoroso, de elegantes ritmos compassados, coadjuvado pela coloração moderada, luminosa, de poucas e menores variantes de meios-tons. Respondiam esses elementos a uma concepção de princípios de estética decorativa na sua função de promover uma compreensão universal do mundo. A síntese representacional decorrente, desenvolvida em composições harmônicas, que privilegiam efeitos de forma e cor no respeito à superfície bidimensional da tela, possui a vocação do espaço mural, no entanto um nível de realização a que o artista nunca teve acesso".
Walter Zanini (Introdução ao Artista. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa de Artes/Marigo Editora, 1997. p. 38)
"Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica.
O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da 'volta à ordem' nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia.
Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens".
Nelson Aguilar (MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO (2000 : SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.p.40)
Acervos
Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Campos do Jordão SP
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco - Recife PE
Banco Central do Brasil - Brasília DF
Banco Safra - São Paulo SP
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ
Fundação Joaquim Nabuco - Recife PE
Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães - Recife PE
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) - São Paulo SP
Musée de Grenoble - Grenoble (França)
Musée Géo-Charles - Échirolles (França)
Musée National d'Art Moderne - Centre Georges Pompidou - Paris (França)
Museu de Arte Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba - Campina Grande PB
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - Recife PE
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) - São Paulo SP
Museu do Estado de Pernambuco - Recife PE
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) - Rio de Janeiro RJ
Palais des Congrès - Liège (Bélgica)
The Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
The Swindon Collection - Londres (Reino Unido)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Exposições Individuais
1918 - Recife PE - Individual, na Galeria Elegante
1918 - Recife PE - Individual, no Teatro Santa Isabel
1919 - Recife PE - Individual, na Fotografia Piereck
1920 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Moderna
1920 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio
1921 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro Trianon
1925 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre
1928 - Paris (França) - Individual, na Galerie Bernheim Jeune
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie David Garnier
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie Katia Granoff
1939 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1942 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1947 - Paris (França) - Individual, na Galerie Visconti
1956 - Paris (França) - Individual, na Galerie de L´Odeon
1957 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e monotipias, no Teatro Santa Isabel
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro
1958 - Paris (França) - Individual, na Galerie Royale
1960 - Paris (França) - Individual, na Galerie Yves Michel
1961 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie Ron Volmar
1963 - Paris (França) - Individual, na Galerie La Baume
1964 - Paris (França) - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e desenhos, na Galerie R.G.
1966 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Katia Granoff
1967 - Paris (França) - Individual, na Galerie Debret
1968 - Recife PE - Individual, na Enba
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1969 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1913 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1914 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1923 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1923 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1923 - Paris (França) - Exposição de Artistas Brasileiros, na Maison de L´Amérique Latine
1924 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - 18º Salão de Outono
1925 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1927 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1928 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1929 - Amsterdã (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Stedelijk Museum Amsterdam
1929 - Haia (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Pulchri Studio
1929 - Paris (França) - 40º Salon des Indépendants, na Société des Artistes Indépendants
1930 - Paris (França) - Premiére Exposition do Grupe Latino-Americain de Paris, na Galerie Zack
1930 - Paris (França) - Salon d'Avant Garde-1940
1930 - Recife PE - Exposition de l'École de Paris, no Teatro Santa Isabel
1930 - Rio de Janeiro RJ - Exposition de l'École de Paris, no Palace Hotel
1930 - São Paulo SP - Exposition de l'École de Paris, no Palacete da Glória
1931 - Paris (França) - Salon des Surindépendants
1937 - Paris (França) - Exposição Internacional de Paris
1942 - Recife PE - 1º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1943 - Recife PE - 2º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1944 - Recife PE - 3º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco
1949 - Recife PE - 3º Salão de Arte Moderna do Recife
1952 - São Paulo SP - Exposição Comemorativa da Semana de Arte Moderna de 22, no MAM / SP
1954 - Recife SP - Fédora, Joaquim e Vicente do Rego Monteiro, no Teatro Santa Isabel
1958 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Royale
1960 - Recife PE - 1ª Exposição da Galeria de Arte do Recife
1960 - Recife PE - Coletiva de Verão, na Ranulpho Galeria de Arte
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade do Recife
1961 - Recife PE - 1ª Feira de Arte do Recife
1962 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, no Clube Internacional do Recife
1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM / BA
1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira
1965 - Paris (França) - Hommage au Poète Géo-Charles, na Galerie de l'Institut
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The Yale University Art Gallery
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Katia Granoff
1966 - São Paulo SP - Exposição Comparação, na Galeria Mirante Artes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Precursors of Modernism in Latin America, no Center of Inter-American Relations
1967 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Katia Granoff
1969 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, na Detalhe Galeria
Exposições Póstumas
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1970 - Recife PE - Prévia da Pré-Bienal Nordeste, no Pavilhão Fecin
1970 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro, nas Galerias Bancife
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1971 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1971 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva 1899-1970, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Vernissage
1974 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler
1976 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, na Galeria Tableau das Artes
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico Geográfico
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1982 - Échirolles (França) - Biennale d'Échirolles
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Paris (França) - Léger el L'Espirit Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: interpretações, na Galeria de Arte Banerj
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: ritos e inventos, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP
1986 - Échirolles (França) - Brésilien de France. Vicente do Rego Monteiro, no Musée Géo-Charles
1986 - Porto Alegre RS - Caminhos do Desenho Brasileiro, no Margs
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Jean Boghici
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp
1987 - Sâo Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - O Redescobrimento do Brasil, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Recife PE - Arte Tátil, na Fundação Joaquim Nabuco
1989 - Recife PE - Individual, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Gatos Pintados, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Recife PE - Salão de Arte Contemporânea, no Museu do Estado de Pernambuco
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - 70 Anos da Semana de Arte Moderna: obras e artistas de 1922, no IEB/SP
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Jean Boghici
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Ranulpho Galeria de Arte
1994 - São Paulo SP - Vicente Inventor, na Ranulpho Galeria de Arte
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 1899-1970, no MAM/SP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 21 pinturas, na Ricardo Camargo Galeria
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no Margs
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu de Arte do Paraná
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Mestres do Modernismo, no Estação Pinacoteca
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/FAAP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, no Ricardo Camargo Galeria
Fonte: VICENTE do Rego Monteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Semana de Arte Moderna - Itaú Cultural
Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti (1899-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Ferrignac (1892-1958), Jonh Graz (1891-1980), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1968), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e Antônio Paim Vieira (1895-1988), com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret (1894-1955), Wilhelm Haarberg (1891-1986) e Hildegardo Velloso (1899-1966). A arquitetura é representada por Antonio Moya (1891-1949) e Georg Przyrembel (1885-1956). Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (18901-1969), Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954), Renato de Almeida, Ronald de Carvalho (1893-1935), Tácito de Almeida (1889-1940), além de Manuel Bandeira (1886-1968) com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos (1887-1959) e Debussy (1862-1918), interpretadas por Guiomar Novaes (1895-1979) e Ernani Braga (1888-1948), entre outros.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. No entanto, é no salão do mecenas Paulo Prado, em fins desse ano, que a ideia de um festival com duração de uma semana, trazendo manifestações artísticas diversas, toma forma inspirado na Semaine de Fêtes de Deauville, cidade francesa. Nota-se que sem o empenho desse mecenas o projeto não sairia do papel. Paulo Prado, homem influente e de prestígio na sociedade paulistana, consegue que outros barões do café e nomes de peso patrocinem, mediante doações, o aluguel do teatro para a realização do evento. Também é fundamental seu papel na adesão de Graça Aranha à causa dos artistas "revolucionários". Recém-chegado da Europa como romancista aclamado, a presença de Aranha serve estrategicamente para legitimar a seriedade das reivindicações do jovem e ainda desconhecido grupo modernista.
Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.
Com a distância de mais de 80 anos, sabe-se que, com respeito à elaboração e à apresentação de uma linguagem verdadeiramente moderna, a Semana de 22 não representa um rompimento profundo na história da arte brasileira. Pois no conjunto de qualidade irregular de obras expostas não se identifica uma unidade de expressão, ou algo como uma estética radical do modernismo. No entanto, há de se reconhecer que, a despeito de todos os antagonismos, esse evento configura-se como um fato cultural fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, e isso sobretudo pelos debates públicos mobilizados (cercados por reações negativas ou de apoio) e riqueza de seus desdobramentos na obra de alguns de seus realizadores.
Fonte: SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 12 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Iniciou seus estudos artísticos na Escola Nacional de Belas Artes, (Rio de Janeiro), em 1908.
Complementou seus estudos na França, na Académie Colarossi, na Academia Julian e na Académie de la Grande Chaumière.
Vicente do Rego [2] era irmão mais novo de Joaquim do Rego Monteiro e Fédora do Rego Monteiro Fernandes, nasceu em Recife em 1899, filho de ldefonso do Rêgo Monteiro e Elisa Cândida Figueiredo Melo prima de Pedro Américo.
Foi um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Frequentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Inspirado na cerâmica marajoara e na cultura indígena, ilustrou o livro de P. L. Duchartre – Légendes, Croyances et Talismãs dês Indiens de l’Amazonie.
Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de Lamazonie.
Em 1930, depois de uma longa estada em Paris, veio ao Brasil trazendo a exposição da escola de Paris a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Exposição que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso , Georges Braque, Joan Miró, Gino Severini, Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral [3], que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Dois anos depois, Vicente do Rego Monteiro fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950.
A pintura de Vicente do Rego Monteiro é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura.
Além de Vicente ter sido um pintor requintado, escrevia poesias, tinha o gosto pela dança, venceu muitos concursos de dança de salão em Paris, foi professor no Instituto Central de Artes da UnB, adorava carros e em 1931 disputou o Grand Prix do Automóvel Clube da França, tinha gosto pela engenharia mecânica e construiu um planador e, em Pernambuco, fabricou aguardente.
Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE entre 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Exposições
Ficheiro:Vídeo Agência Nacional 71.webm
Exposição póstuma de Vicente do Rego Monteiro, realizada na Galeria Vernissage, em Copacabana, Rio de Janeiro, em 1974.
Individuais
Teatro de Santa Isabel, no Recife, (1918);
Galeria Elegante, Recife (1918);
Livraria Moderna, São Paulo, 1920.
Galerie Bernheim Jeune, Paris, França, (1928);
Museu do Estado de Pernambuco, (1939);
Galerie Visconti, Paris, França (1947);
Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro, (1957);
Galeria Barcinski, Rio de Janeiro (1969).
Coletivas
Salón dês Indépendants, Paris, França (1913);
Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (1922);
A Escola de Paris, exibida no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo (1930);
Exposition De L'école de Paris, no Teatro Santa Isabel, no Palace Hotel e no Palacete da Glória, Recife, Pernambuco. (1930)
3º Salão de Arte Moderna do Recife (1949);
Exposição comemorativa da Semana de Arte Moderna no Museu de Arte Moderna, São Paulo (1952);
Precursors of Modernism in Latin América no Center of Inter-American Relations, Nova York, Estados Unidos (1967);
Galeria de Arte André, exposição 4 décadas, com curadoria Carlos von Schmidt, São Paulo. (2001)
Professor
Ministrou aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
Foi professor do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília.
Poemas
Poemas de bolso, 1941.
Broussais - La Charité
Prêmios
Dedicatória em versos de João Cabral de Melo Neto (1945), na obra "O Engenheiro".
Prêmio Guillaume Apollinaire (1960), pelos sonetos apresentados em Broussais - La Charité, livro publicado na França.
Fonte e crédito fotográfico: Wikipédia, consultado pela última vez em 04 de maio de 2018.
Vicente do Rego Monteiro (Recife, PE, 19 de dezembro de 1899 — idem, 5 de junho de 1970) foi um pintor, desenhista, ilustrador, artista gráfico, escultor, professor e poeta brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos artísticos em 1908, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) em cursos da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Em 1911, viaja com a família para França, onde freqüenta as Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants, em 1913, do qual se torna membro societário. Em Paris, mantém contato com Amedeo Modigliani (1884 - 1920), Fernand Léger (1881 - 1955), Georges Braque (1882 - 1963), Joán Miró (1893 - 1983), Albert Gleizes (1881 - 1953), Jean Metzinger (1883 - 1956) e Louis Marcoussis (1883 - 1941). No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixa a França, com sua família, e se estabelece no Rio de Janeiro, em 1915. Em 1918, realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois anos mais tarde expõe pela primeira vez em São Paulo, onde entra em contato com Di Cavalcanti (1897 - 1976), Anita Malfatti (1889 - 1964), Pedro Alexandrino (1856 - 1942) e Victor Brecheret (1894 - 1955). Em 1920, estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Movido por uma grande paixão pela dança, realiza em 1921 o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas, no Teatro Trianon, Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893 - 1935). Viaja para França, deixando oito óleos e aquarelas para serem expostos na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de L'Amazonie. Integra-se ao grupo de artistas da galeria e revista L´Effort Moderne, de Leonce Rosemberg. Traz ao Brasil a exposição A Escola de Paris, exibida no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decora a Capela do Brasil no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Comentário Crítico
Vicente do Rego Monteiro nasce no Recife e muda-se para o Rio de Janeiro em 1908. Nesse ano inicia os estudos artísticos, acompanhando a irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1911, a família muda-se para Paris, onde o artista freqüenta os cursos livres da Académie Colarossi e estuda desenho, pintura e escultura nas Académies Julien e La Grande Chaumière. Volta ao Rio de Janeiro em 1915, devido à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No início da carreira, dedica-se brevemente à escultura. Em 1920, realiza exposição de desenhos e aquarelas, apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, que se tornam inspiração para grande parte de suas obras. Estuda atentamente as coleções de cerâmica marajoara do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Nesse período estabelece contato com artistas ligados ao movimento modernista: Anita Malfatti (1889 - 1964), Victor Brecheret (1894 - 1955) e Di Cavalcanti (1897 - 1976). Viaja para a França em 1921 e deixa algumas pinturas com o crítico e poeta Ronald de Carvalho (1893 - 1935), que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922.
No início da década de 1920, produz aquarelas nas quais representa lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921). Retorna nesse ano a Paris, onde convive com os artistas Victor Brecheret e Antonio Gomide (1895 - 1967), com os quais compartilha o interesse pelas estilizações formais do art deco. Na obra A Caçada (1923) o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras de Fernand Léger (1881 - 1955) como parâmetro.
Preocupado em adaptar temas tradicionais da arte sacra a uma linguagem moderna produz Pietá (1924), a qual se destaca pela aparência plástica de relevo e pelo uso de uma gama cromática reduzida, recorrente em sua obra: nuances de ocre, cinza e marrom. O quadro A Crucifixão (1924) apresenta dramáticos efeitos de claro-escuro e é estruturado por meio do rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais. Na obra A Santa Ceia (1925) as figuras remetem à arte egípcia e o espaço é ordenado por seções geométricas. Nessa obra, os tons neutros, trabalhados em leves gradações, conferem ao quadro caráter bidimensional.
O artista revela preocupação com o tema social em Os Calceteiros (1924), mais especificamente com o mundo dos trabalhadores. Dedica-se também às figuras de crianças, muitas vezes representadas ao lado de animais, como em O Menino e os Bichos (1925). Realizada no mesmo ano, a tela O Urso é construída por meio de linhas curvas, que se dispõem ritmicamente no espaço e revelam a admiração pelas formas orgânicas e sintéticas do escultor romeno Constantin Brancusi (1876 - 1957). Já em O Atirador de Arco (1925), inspira-se na representação do índio realizada anteriormente por Debret (1768 - 1848). Nessa obra as tensões criadas pela envergadura do arco ecoam em uma sucessão de ondas, em espaço próximo ao do relevo.
Como nota o historiador Walter Zanini, a década de 1920 foi o período mais produtivo do artista. Na década seguinte, afasta-se da pintura e dedica-se principalmente à ilustração. Em 1930, traz para o Recife uma exposição de artistas da Escola de Paris, que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso (1881 - 1973), Georges Braque (1882 - 1963), Joan Miró (1893 - 1983), Gino Severini (1883 - 1966), Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral (1886 - 1973), que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Rego Monteiro, ao longo da carreira, alterna temporadas entre o Brasil e a França. Elabora a parte gráfica e realiza ilustrações para as revistas Renovação e Fronteiras. Poeta e tradutor, incentiva jovens escritores publicando seus textos nessas revistas. A partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais como, em O Vaqueiro (ca.1963) e O Aguardenteiro (fim da década de 1950). Mantém-se fiel à fatura do início da carreira, utilizando grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais alia interpretação monumental do art deco. No fim de sua vida, destaca-se a sua importante atuação como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, atividade que exerce de 1957 a 1966.
Críticas
"Ao invés de aplicar-se simplesmente à caligrafia acadêmica, Rego Monteiro repudiou essa tradição latina (...) para reavivar a influência da tradição indígena a qual deveria ser a primeira a tocar e a estimular todo o artista brasileiro. A história demonstrou-nos cabalmente que toda a arte primitiva é suscetível de dar forma a magníficas florações. Assim, uma arte tão rica e potente como a indígena não poderia deixar de servir de estímulo ao desenvolvimento plástico que o tempo e o gênio dos artistas contribuem a trazer geralmente aos estágios iniciais de uma linguagem. Foi assim que Monteiro, rejeitando os 'pastiches' das frias compilações acadêmicas, tentou reformular seu mundo artístico retemperando sua sensibilidade nas fontes da arte indígena. (...) É certo, porém, que o efeito alcançado permanecia puramente decorativo e que a sensibilidade do pintor não se exteriorizava ainda de maneira propriamente plástica. Foi então que Rego Monteiro tomou contato na França com uma arte puramente plástica que o leva a imaginar uma conciliação entre o ritmo indígena e os princípios do quadro de cavalete, fim supremo e razão essencial da pintura".
Maurice Raynal (MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. São Paulo: MAC/USP, 1971.)
"Vicente ama a natureza de hoje como a de ontem. Julga importante ficar com aspectos que dão às suas obras a atualização, quase sempre traduzida na mecanicidade que imprime nas formas, auxiliadas pela geometrização legeriana. Entretanto, como coloca no outro prato da balança a perenidade, não se ocupa tanto da justificativa da época atual, não a exalta. A mitologia escolhida não é a da ´Vênus metalúrgica´, e os seus homens não sobem em andaimes nem têm como paisagem de fundo as chaminés. Prefere as Dianas, Vênus, Madonas; homens que podem ter habitado próximo às pirâmides, ou saído das mãos renascentistas, ou mesmo ter sido moldados por simples oleiros. Trabalha as oposições entre a época atual, caracterizada por linhas arrojadas e articuladas, e as aquisições do passado arcaico ou clássico, com a preservação de lembranças estilísticas como a frontalidade e a solenidade do ritual religioso. (...) A arte de Vicente é na sua aparência com freqüência austera, monocromada, despojada de referências cósmicas diretas (...). No seu significado, encaminha à argumentação de uma arte que trabalha oposições entre o arcaico / moderno; sagrado / profano (às vezes, mais especificamente pagão / cristão); primitivo / contemporâneo".
Elza Maria Ajzemberg (Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo - FFLCH/USP, São Paulo, 1984. p. 213.)
"Lembro-me de que Vicente, em Paris, costumava entoar baixinho uma pornograficamente plebéia cantiga brasileira, por ele aprendida não sei onde nem de que espécie de boca:
Negra velha quando fica arreliada
Mete o dedo na quirica
Dá ao negro prá cheirar.
O que prendeu minha atenção a essa cantiga, tão entoada pelo pintor, ao pintar, em Paris, foi a valorização do cheiro: no caso, um cheiro de sexo de mulher. Ao que se juntar ter Vicente me confessado, certa vez, que uma de suas maiores saudades do Brasil era a de cheiros. Cheiros de vegetais, cheiros de comidas, cheiros de cachaças, o cheiro de curral de engenho. E cheiros de mulheres mestiças. O que coincidia com uma das minhas maiores recordações do Brasil desde que o deixei para uma primeira ausência, que seria longa. Pelo que resolvi, em face de novas ausências, suprir essa falta, viajando no estrangeiro com um frasco de sabão Aristolino na mala. O que parece anedótico, no caso funcionou. Será que a pintura modernista de Vicente, ao envolver 'saudosismo' pelos sentidos - o olfato e o paladar, entre eles -, envolvia alguma coisa de telúrico que incluísse, principalmente nesses saudosismos telúricos, saudade de sexos brasileiros de mulher?
Lembre-se, ao falecer no Recife, sua ligação com mulher de cor. Sensível como era, me animo a dizer que o sexo esteve quase sempre presente em sua pintura. Suas próprias ventas pareciam sempre voluptuosas ávidas de cheiros de mulheres de cor: eram as de quem desfrutasse com aquele puro prazer de respirar, assinalado por Havelock Ellis, gosto por cheiros ou aromas, vivos, tropicais, brasileiros, capazes de ser como que associados à famosa sugestão francesa, percepção de cores e - por que não? - de formas".
Gilberto Freire (MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994, p. 44-46)
"Talvez a primeira referência, de intenções globais, que se deva fazer à obra de Monteiro, seja a de que ela se desenrolou em segmentos distintos, embora preservando traços constantes de uma figuração conceptualizada cujo teor é por igual estilizado, decorativo e monumental.
Assimiladora de diversificadas fontes culturais, essa pintura demonstrou-se capaz de aprofundar um próprio e inconfundível ideário plásticos, determinado por formas planas e circunscritas no espaço, pelo desenho táctil e rigoroso, de elegantes ritmos compassados, coadjuvado pela coloração moderada, luminosa, de poucas e menores variantes de meios-tons. Respondiam esses elementos a uma concepção de princípios de estética decorativa na sua função de promover uma compreensão universal do mundo. A síntese representacional decorrente, desenvolvida em composições harmônicas, que privilegiam efeitos de forma e cor no respeito à superfície bidimensional da tela, possui a vocação do espaço mural, no entanto um nível de realização a que o artista nunca teve acesso".
Walter Zanini (Introdução ao Artista. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa de Artes/Marigo Editora, 1997. p. 38)
"Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica.
O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da 'volta à ordem' nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia.
Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens".
Nelson Aguilar (MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO (2000 : SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.p.40)
Acervos
Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Campos do Jordão SP
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco - Recife PE
Banco Central do Brasil - Brasília DF
Banco Safra - São Paulo SP
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ
Fundação Joaquim Nabuco - Recife PE
Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães - Recife PE
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) - São Paulo SP
Musée de Grenoble - Grenoble (França)
Musée Géo-Charles - Échirolles (França)
Musée National d'Art Moderne - Centre Georges Pompidou - Paris (França)
Museu de Arte Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba - Campina Grande PB
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - Recife PE
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) - São Paulo SP
Museu do Estado de Pernambuco - Recife PE
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) - Rio de Janeiro RJ
Palais des Congrès - Liège (Bélgica)
The Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
The Swindon Collection - Londres (Reino Unido)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Exposições Individuais
1918 - Recife PE - Individual, na Galeria Elegante
1918 - Recife PE - Individual, no Teatro Santa Isabel
1919 - Recife PE - Individual, na Fotografia Piereck
1920 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Moderna
1920 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio
1921 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro Trianon
1925 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre
1928 - Paris (França) - Individual, na Galerie Bernheim Jeune
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie David Garnier
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie Katia Granoff
1939 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1942 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1947 - Paris (França) - Individual, na Galerie Visconti
1956 - Paris (França) - Individual, na Galerie de L´Odeon
1957 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e monotipias, no Teatro Santa Isabel
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro
1958 - Paris (França) - Individual, na Galerie Royale
1960 - Paris (França) - Individual, na Galerie Yves Michel
1961 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie Ron Volmar
1963 - Paris (França) - Individual, na Galerie La Baume
1964 - Paris (França) - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e desenhos, na Galerie R.G.
1966 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Katia Granoff
1967 - Paris (França) - Individual, na Galerie Debret
1968 - Recife PE - Individual, na Enba
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1969 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1913 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1914 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1923 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1923 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1923 - Paris (França) - Exposição de Artistas Brasileiros, na Maison de L´Amérique Latine
1924 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - 18º Salão de Outono
1925 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1927 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1928 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1929 - Amsterdã (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Stedelijk Museum Amsterdam
1929 - Haia (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Pulchri Studio
1929 - Paris (França) - 40º Salon des Indépendants, na Société des Artistes Indépendants
1930 - Paris (França) - Premiére Exposition do Grupe Latino-Americain de Paris, na Galerie Zack
1930 - Paris (França) - Salon d'Avant Garde-1940
1930 - Recife PE - Exposition de l'École de Paris, no Teatro Santa Isabel
1930 - Rio de Janeiro RJ - Exposition de l'École de Paris, no Palace Hotel
1930 - São Paulo SP - Exposition de l'École de Paris, no Palacete da Glória
1931 - Paris (França) - Salon des Surindépendants
1937 - Paris (França) - Exposição Internacional de Paris
1942 - Recife PE - 1º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1943 - Recife PE - 2º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1944 - Recife PE - 3º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco
1949 - Recife PE - 3º Salão de Arte Moderna do Recife
1952 - São Paulo SP - Exposição Comemorativa da Semana de Arte Moderna de 22, no MAM / SP
1954 - Recife SP - Fédora, Joaquim e Vicente do Rego Monteiro, no Teatro Santa Isabel
1958 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Royale
1960 - Recife PE - 1ª Exposição da Galeria de Arte do Recife
1960 - Recife PE - Coletiva de Verão, na Ranulpho Galeria de Arte
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade do Recife
1961 - Recife PE - 1ª Feira de Arte do Recife
1962 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, no Clube Internacional do Recife
1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM / BA
1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira
1965 - Paris (França) - Hommage au Poète Géo-Charles, na Galerie de l'Institut
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The Yale University Art Gallery
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Katia Granoff
1966 - São Paulo SP - Exposição Comparação, na Galeria Mirante Artes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Precursors of Modernism in Latin America, no Center of Inter-American Relations
1967 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Katia Granoff
1969 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, na Detalhe Galeria
Exposições Póstumas
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1970 - Recife PE - Prévia da Pré-Bienal Nordeste, no Pavilhão Fecin
1970 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro, nas Galerias Bancife
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1971 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1971 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva 1899-1970, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Vernissage
1974 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler
1976 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, na Galeria Tableau das Artes
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico Geográfico
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1982 - Échirolles (França) - Biennale d'Échirolles
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Paris (França) - Léger el L'Espirit Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: interpretações, na Galeria de Arte Banerj
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: ritos e inventos, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP
1986 - Échirolles (França) - Brésilien de France. Vicente do Rego Monteiro, no Musée Géo-Charles
1986 - Porto Alegre RS - Caminhos do Desenho Brasileiro, no Margs
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Jean Boghici
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp
1987 - Sâo Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - O Redescobrimento do Brasil, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Recife PE - Arte Tátil, na Fundação Joaquim Nabuco
1989 - Recife PE - Individual, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Gatos Pintados, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Recife PE - Salão de Arte Contemporânea, no Museu do Estado de Pernambuco
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - 70 Anos da Semana de Arte Moderna: obras e artistas de 1922, no IEB/SP
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Jean Boghici
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Ranulpho Galeria de Arte
1994 - São Paulo SP - Vicente Inventor, na Ranulpho Galeria de Arte
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 1899-1970, no MAM/SP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 21 pinturas, na Ricardo Camargo Galeria
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no Margs
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu de Arte do Paraná
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Mestres do Modernismo, no Estação Pinacoteca
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/FAAP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, no Ricardo Camargo Galeria
Fonte: VICENTE do Rego Monteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Semana de Arte Moderna - Itaú Cultural
Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti (1899-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Ferrignac (1892-1958), Jonh Graz (1891-1980), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1968), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e Antônio Paim Vieira (1895-1988), com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret (1894-1955), Wilhelm Haarberg (1891-1986) e Hildegardo Velloso (1899-1966). A arquitetura é representada por Antonio Moya (1891-1949) e Georg Przyrembel (1885-1956). Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (18901-1969), Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954), Renato de Almeida, Ronald de Carvalho (1893-1935), Tácito de Almeida (1889-1940), além de Manuel Bandeira (1886-1968) com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos (1887-1959) e Debussy (1862-1918), interpretadas por Guiomar Novaes (1895-1979) e Ernani Braga (1888-1948), entre outros.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. No entanto, é no salão do mecenas Paulo Prado, em fins desse ano, que a ideia de um festival com duração de uma semana, trazendo manifestações artísticas diversas, toma forma inspirado na Semaine de Fêtes de Deauville, cidade francesa. Nota-se que sem o empenho desse mecenas o projeto não sairia do papel. Paulo Prado, homem influente e de prestígio na sociedade paulistana, consegue que outros barões do café e nomes de peso patrocinem, mediante doações, o aluguel do teatro para a realização do evento. Também é fundamental seu papel na adesão de Graça Aranha à causa dos artistas "revolucionários". Recém-chegado da Europa como romancista aclamado, a presença de Aranha serve estrategicamente para legitimar a seriedade das reivindicações do jovem e ainda desconhecido grupo modernista.
Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.
Com a distância de mais de 80 anos, sabe-se que, com respeito à elaboração e à apresentação de uma linguagem verdadeiramente moderna, a Semana de 22 não representa um rompimento profundo na história da arte brasileira. Pois no conjunto de qualidade irregular de obras expostas não se identifica uma unidade de expressão, ou algo como uma estética radical do modernismo. No entanto, há de se reconhecer que, a despeito de todos os antagonismos, esse evento configura-se como um fato cultural fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, e isso sobretudo pelos debates públicos mobilizados (cercados por reações negativas ou de apoio) e riqueza de seus desdobramentos na obra de alguns de seus realizadores.
Fonte: SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 12 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Iniciou seus estudos artísticos na Escola Nacional de Belas Artes, (Rio de Janeiro), em 1908.
Complementou seus estudos na França, na Académie Colarossi, na Academia Julian e na Académie de la Grande Chaumière.
Vicente do Rego [2] era irmão mais novo de Joaquim do Rego Monteiro e Fédora do Rego Monteiro Fernandes, nasceu em Recife em 1899, filho de ldefonso do Rêgo Monteiro e Elisa Cândida Figueiredo Melo prima de Pedro Américo.
Foi um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Frequentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Inspirado na cerâmica marajoara e na cultura indígena, ilustrou o livro de P. L. Duchartre – Légendes, Croyances et Talismãs dês Indiens de l’Amazonie.
Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de Lamazonie.
Em 1930, depois de uma longa estada em Paris, veio ao Brasil trazendo a exposição da escola de Paris a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Exposição que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso , Georges Braque, Joan Miró, Gino Severini, Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral [3], que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Dois anos depois, Vicente do Rego Monteiro fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950.
A pintura de Vicente do Rego Monteiro é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura.
Além de Vicente ter sido um pintor requintado, escrevia poesias, tinha o gosto pela dança, venceu muitos concursos de dança de salão em Paris, foi professor no Instituto Central de Artes da UnB, adorava carros e em 1931 disputou o Grand Prix do Automóvel Clube da França, tinha gosto pela engenharia mecânica e construiu um planador e, em Pernambuco, fabricou aguardente.
Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE entre 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Exposições
Ficheiro:Vídeo Agência Nacional 71.webm
Exposição póstuma de Vicente do Rego Monteiro, realizada na Galeria Vernissage, em Copacabana, Rio de Janeiro, em 1974.
Individuais
Teatro de Santa Isabel, no Recife, (1918);
Galeria Elegante, Recife (1918);
Livraria Moderna, São Paulo, 1920.
Galerie Bernheim Jeune, Paris, França, (1928);
Museu do Estado de Pernambuco, (1939);
Galerie Visconti, Paris, França (1947);
Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro, (1957);
Galeria Barcinski, Rio de Janeiro (1969).
Coletivas
Salón dês Indépendants, Paris, França (1913);
Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (1922);
A Escola de Paris, exibida no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo (1930);
Exposition De L'école de Paris, no Teatro Santa Isabel, no Palace Hotel e no Palacete da Glória, Recife, Pernambuco. (1930)
3º Salão de Arte Moderna do Recife (1949);
Exposição comemorativa da Semana de Arte Moderna no Museu de Arte Moderna, São Paulo (1952);
Precursors of Modernism in Latin América no Center of Inter-American Relations, Nova York, Estados Unidos (1967);
Galeria de Arte André, exposição 4 décadas, com curadoria Carlos von Schmidt, São Paulo. (2001)
Professor
Ministrou aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
Foi professor do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília.
Poemas
Poemas de bolso, 1941.
Broussais - La Charité
Prêmios
Dedicatória em versos de João Cabral de Melo Neto (1945), na obra "O Engenheiro".
Prêmio Guillaume Apollinaire (1960), pelos sonetos apresentados em Broussais - La Charité, livro publicado na França.
Fonte e crédito fotográfico: Wikipédia, consultado pela última vez em 04 de maio de 2018.
Vicente do Rego Monteiro (Recife, PE, 19 de dezembro de 1899 — idem, 5 de junho de 1970) foi um pintor, desenhista, ilustrador, artista gráfico, escultor, professor e poeta brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos artísticos em 1908, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) em cursos da Escola Nacional de Belas Artes - Enba, no Rio de Janeiro. Em 1911, viaja com a família para França, onde freqüenta as Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants, em 1913, do qual se torna membro societário. Em Paris, mantém contato com Amedeo Modigliani (1884 - 1920), Fernand Léger (1881 - 1955), Georges Braque (1882 - 1963), Joán Miró (1893 - 1983), Albert Gleizes (1881 - 1953), Jean Metzinger (1883 - 1956) e Louis Marcoussis (1883 - 1941). No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), deixa a França, com sua família, e se estabelece no Rio de Janeiro, em 1915. Em 1918, realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, no Recife, e dois anos mais tarde expõe pela primeira vez em São Paulo, onde entra em contato com Di Cavalcanti (1897 - 1976), Anita Malfatti (1889 - 1964), Pedro Alexandrino (1856 - 1942) e Victor Brecheret (1894 - 1955). Em 1920, estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Movido por uma grande paixão pela dança, realiza em 1921 o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas, no Teatro Trianon, Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho (1893 - 1935). Viaja para França, deixando oito óleos e aquarelas para serem expostos na Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo. Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de L'Amazonie. Integra-se ao grupo de artistas da galeria e revista L´Effort Moderne, de Leonce Rosemberg. Traz ao Brasil a exposição A Escola de Paris, exibida no Recife, São Paulo e Rio de Janeiro. Decora a Capela do Brasil no Pavilhão Vaticano da Exposição Internacional de Paris, em 1937. Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, em 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Comentário Crítico
Vicente do Rego Monteiro nasce no Recife e muda-se para o Rio de Janeiro em 1908. Nesse ano inicia os estudos artísticos, acompanhando a irmã Fedora do Rego Monteiro (1889 - 1975) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba. Em 1911, a família muda-se para Paris, onde o artista freqüenta os cursos livres da Académie Colarossi e estuda desenho, pintura e escultura nas Académies Julien e La Grande Chaumière. Volta ao Rio de Janeiro em 1915, devido à Primeira Guerra Mundial (1914-1918). No início da carreira, dedica-se brevemente à escultura. Em 1920, realiza exposição de desenhos e aquarelas, apresentada em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, que se tornam inspiração para grande parte de suas obras. Estuda atentamente as coleções de cerâmica marajoara do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. Nesse período estabelece contato com artistas ligados ao movimento modernista: Anita Malfatti (1889 - 1964), Victor Brecheret (1894 - 1955) e Di Cavalcanti (1897 - 1976). Viaja para a França em 1921 e deixa algumas pinturas com o crítico e poeta Ronald de Carvalho (1893 - 1935), que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922.
No início da década de 1920, produz aquarelas nas quais representa lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921). Retorna nesse ano a Paris, onde convive com os artistas Victor Brecheret e Antonio Gomide (1895 - 1967), com os quais compartilha o interesse pelas estilizações formais do art deco. Na obra A Caçada (1923) o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras de Fernand Léger (1881 - 1955) como parâmetro.
Preocupado em adaptar temas tradicionais da arte sacra a uma linguagem moderna produz Pietá (1924), a qual se destaca pela aparência plástica de relevo e pelo uso de uma gama cromática reduzida, recorrente em sua obra: nuances de ocre, cinza e marrom. O quadro A Crucifixão (1924) apresenta dramáticos efeitos de claro-escuro e é estruturado por meio do rigoroso jogo de linhas horizontais e verticais. Na obra A Santa Ceia (1925) as figuras remetem à arte egípcia e o espaço é ordenado por seções geométricas. Nessa obra, os tons neutros, trabalhados em leves gradações, conferem ao quadro caráter bidimensional.
O artista revela preocupação com o tema social em Os Calceteiros (1924), mais especificamente com o mundo dos trabalhadores. Dedica-se também às figuras de crianças, muitas vezes representadas ao lado de animais, como em O Menino e os Bichos (1925). Realizada no mesmo ano, a tela O Urso é construída por meio de linhas curvas, que se dispõem ritmicamente no espaço e revelam a admiração pelas formas orgânicas e sintéticas do escultor romeno Constantin Brancusi (1876 - 1957). Já em O Atirador de Arco (1925), inspira-se na representação do índio realizada anteriormente por Debret (1768 - 1848). Nessa obra as tensões criadas pela envergadura do arco ecoam em uma sucessão de ondas, em espaço próximo ao do relevo.
Como nota o historiador Walter Zanini, a década de 1920 foi o período mais produtivo do artista. Na década seguinte, afasta-se da pintura e dedica-se principalmente à ilustração. Em 1930, traz para o Recife uma exposição de artistas da Escola de Paris, que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso (1881 - 1973), Georges Braque (1882 - 1963), Joan Miró (1893 - 1983), Gino Severini (1883 - 1966), Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral (1886 - 1973), que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Rego Monteiro, ao longo da carreira, alterna temporadas entre o Brasil e a França. Elabora a parte gráfica e realiza ilustrações para as revistas Renovação e Fronteiras. Poeta e tradutor, incentiva jovens escritores publicando seus textos nessas revistas. A partir da década de 1950, volta a dedicar-se com maior intensidade à pintura, tornando mais constantes em suas obras temas regionais como, em O Vaqueiro (ca.1963) e O Aguardenteiro (fim da década de 1950). Mantém-se fiel à fatura do início da carreira, utilizando grande simplificação formal e uma gama cromática reduzida, às quais alia interpretação monumental do art deco. No fim de sua vida, destaca-se a sua importante atuação como professor de pintura na Escola Nacional de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, no Recife, atividade que exerce de 1957 a 1966.
Críticas
"Ao invés de aplicar-se simplesmente à caligrafia acadêmica, Rego Monteiro repudiou essa tradição latina (...) para reavivar a influência da tradição indígena a qual deveria ser a primeira a tocar e a estimular todo o artista brasileiro. A história demonstrou-nos cabalmente que toda a arte primitiva é suscetível de dar forma a magníficas florações. Assim, uma arte tão rica e potente como a indígena não poderia deixar de servir de estímulo ao desenvolvimento plástico que o tempo e o gênio dos artistas contribuem a trazer geralmente aos estágios iniciais de uma linguagem. Foi assim que Monteiro, rejeitando os 'pastiches' das frias compilações acadêmicas, tentou reformular seu mundo artístico retemperando sua sensibilidade nas fontes da arte indígena. (...) É certo, porém, que o efeito alcançado permanecia puramente decorativo e que a sensibilidade do pintor não se exteriorizava ainda de maneira propriamente plástica. Foi então que Rego Monteiro tomou contato na França com uma arte puramente plástica que o leva a imaginar uma conciliação entre o ritmo indígena e os princípios do quadro de cavalete, fim supremo e razão essencial da pintura".
Maurice Raynal (MONTEIRO, Vicente do Rego, ZANINI, Walter (org.). Vicente do Rêgo Monteiro. São Paulo: MAC/USP, 1971.)
"Vicente ama a natureza de hoje como a de ontem. Julga importante ficar com aspectos que dão às suas obras a atualização, quase sempre traduzida na mecanicidade que imprime nas formas, auxiliadas pela geometrização legeriana. Entretanto, como coloca no outro prato da balança a perenidade, não se ocupa tanto da justificativa da época atual, não a exalta. A mitologia escolhida não é a da ´Vênus metalúrgica´, e os seus homens não sobem em andaimes nem têm como paisagem de fundo as chaminés. Prefere as Dianas, Vênus, Madonas; homens que podem ter habitado próximo às pirâmides, ou saído das mãos renascentistas, ou mesmo ter sido moldados por simples oleiros. Trabalha as oposições entre a época atual, caracterizada por linhas arrojadas e articuladas, e as aquisições do passado arcaico ou clássico, com a preservação de lembranças estilísticas como a frontalidade e a solenidade do ritual religioso. (...) A arte de Vicente é na sua aparência com freqüência austera, monocromada, despojada de referências cósmicas diretas (...). No seu significado, encaminha à argumentação de uma arte que trabalha oposições entre o arcaico / moderno; sagrado / profano (às vezes, mais especificamente pagão / cristão); primitivo / contemporâneo".
Elza Maria Ajzemberg (Vicente do Rego Monteiro: um mergulho no passado. 1984. 2v. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universiade de São Paulo - FFLCH/USP, São Paulo, 1984. p. 213.)
"Lembro-me de que Vicente, em Paris, costumava entoar baixinho uma pornograficamente plebéia cantiga brasileira, por ele aprendida não sei onde nem de que espécie de boca:
Negra velha quando fica arreliada
Mete o dedo na quirica
Dá ao negro prá cheirar.
O que prendeu minha atenção a essa cantiga, tão entoada pelo pintor, ao pintar, em Paris, foi a valorização do cheiro: no caso, um cheiro de sexo de mulher. Ao que se juntar ter Vicente me confessado, certa vez, que uma de suas maiores saudades do Brasil era a de cheiros. Cheiros de vegetais, cheiros de comidas, cheiros de cachaças, o cheiro de curral de engenho. E cheiros de mulheres mestiças. O que coincidia com uma das minhas maiores recordações do Brasil desde que o deixei para uma primeira ausência, que seria longa. Pelo que resolvi, em face de novas ausências, suprir essa falta, viajando no estrangeiro com um frasco de sabão Aristolino na mala. O que parece anedótico, no caso funcionou. Será que a pintura modernista de Vicente, ao envolver 'saudosismo' pelos sentidos - o olfato e o paladar, entre eles -, envolvia alguma coisa de telúrico que incluísse, principalmente nesses saudosismos telúricos, saudade de sexos brasileiros de mulher?
Lembre-se, ao falecer no Recife, sua ligação com mulher de cor. Sensível como era, me animo a dizer que o sexo esteve quase sempre presente em sua pintura. Suas próprias ventas pareciam sempre voluptuosas ávidas de cheiros de mulheres de cor: eram as de quem desfrutasse com aquele puro prazer de respirar, assinalado por Havelock Ellis, gosto por cheiros ou aromas, vivos, tropicais, brasileiros, capazes de ser como que associados à famosa sugestão francesa, percepção de cores e - por que não? - de formas".
Gilberto Freire (MONTEIRO, Vicente do Rego. Vicente do Rego Monteiro: pintor e poeta. Rio de Janeiro: 5ª Cor, 1994, p. 44-46)
"Talvez a primeira referência, de intenções globais, que se deva fazer à obra de Monteiro, seja a de que ela se desenrolou em segmentos distintos, embora preservando traços constantes de uma figuração conceptualizada cujo teor é por igual estilizado, decorativo e monumental.
Assimiladora de diversificadas fontes culturais, essa pintura demonstrou-se capaz de aprofundar um próprio e inconfundível ideário plásticos, determinado por formas planas e circunscritas no espaço, pelo desenho táctil e rigoroso, de elegantes ritmos compassados, coadjuvado pela coloração moderada, luminosa, de poucas e menores variantes de meios-tons. Respondiam esses elementos a uma concepção de princípios de estética decorativa na sua função de promover uma compreensão universal do mundo. A síntese representacional decorrente, desenvolvida em composições harmônicas, que privilegiam efeitos de forma e cor no respeito à superfície bidimensional da tela, possui a vocação do espaço mural, no entanto um nível de realização a que o artista nunca teve acesso".
Walter Zanini (Introdução ao Artista. Vicente do Rego Monteiro: artista e poeta 1899-1970. São Paulo: Empresa de Artes/Marigo Editora, 1997. p. 38)
"Vicente do Rêgo Monteiro (1899-1970), Victor Brecheret (1894-1955) e Antonio Gomide (1895-1967) mostram em suas produções a sintonização não apenas com o movimento moderno, mas com um estilo específico. Alinham-se ao art déco pela estruturação dos elementos florais procedentes do art nouveau, em curvas que buscam uma elegante regularidade geométrica.
O pós-guerra pede a decantação das poéticas de combate precedentes, como o cubismo ou o dadaísmo. Vive-se o momento da 'volta à ordem' nas artes. A pintura funciona como um escudo à liberalização dos costumes, ao ritmo trepidante dos anos loucos. A agitação febril que pauta o comportamento da época uma cenografia.
Respondendo aos bailados modernos que buscam nutriente nas civilizações distantes do burburinho parisiense, Vicente do Rêgo Monteiro apresenta a estilização das civilizações indígenas brasileiras, especialmente a marajoara.
O Atirador de Arco, 1925, propõe uma coreografia das tensões originadas pelo instrumento de guerra como tema da tela. A força despendida na envergadura do arco ecoa pelo plano pictural numa sucessão de ondas. A proximidade entre forma e fundo cria um espaço raso, em baixo-relevo, inspirado por uma estética cubista, esvaziada do teor agressivo das primeiras colagens".
Nelson Aguilar (MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO (2000 : SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org.), SASSOUN, Suzanna (coord.). Arte moderna. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.p.40)
Acervos
Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo - Campos do Jordão SP
Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco - Recife PE
Banco Central do Brasil - Brasília DF
Banco Safra - São Paulo SP
Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ
Fundação Joaquim Nabuco - Recife PE
Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães - Recife PE
Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB/USP) - São Paulo SP
Musée de Grenoble - Grenoble (França)
Musée Géo-Charles - Échirolles (França)
Musée National d'Art Moderne - Centre Georges Pompidou - Paris (França)
Museu de Arte Assis Chateaubriand da Universidade Estadual da Paraíba - Campina Grande PB
Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - Recife PE
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) - São Paulo SP
Museu do Estado de Pernambuco - Recife PE
Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) - Rio de Janeiro RJ
Palais des Congrès - Liège (Bélgica)
The Metropolitan Museum of Art - Nova York (Estados Unidos)
The Swindon Collection - Londres (Reino Unido)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Exposições Individuais
1918 - Recife PE - Individual, na Galeria Elegante
1918 - Recife PE - Individual, no Teatro Santa Isabel
1919 - Recife PE - Individual, na Fotografia Piereck
1920 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Moderna
1920 - São Paulo SP - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio
1921 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro Trianon
1925 - Paris (França) - Individual, na Galerie Emeric Fabre
1928 - Paris (França) - Individual, na Galerie Bernheim Jeune
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie David Garnier
1937 - Paris (França) - Individual, na Galerie Katia Granoff
1939 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1942 - Recife PE - Individual, no Museu do Estado de Pernambuco
1947 - Paris (França) - Individual, na Galerie Visconti
1956 - Paris (França) - Individual, na Galerie de L´Odeon
1957 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e monotipias, no Teatro Santa Isabel
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro
1958 - Paris (França) - Individual, na Galerie Royale
1960 - Paris (França) - Individual, na Galerie Yves Michel
1961 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Recife PE - Individual, na Galeria Rozenblit
1962 - Paris (França) - Individual, na Galerie Ron Volmar
1963 - Paris (França) - Individual, na Galerie La Baume
1964 - Paris (França) - Vicente do Rego Monteiro: pinturas e desenhos, na Galerie R.G.
1966 - São Paulo SP - Retrospectiva, no Masp
1967 - Paris (França) - Individual, na Galeria Katia Granoff
1967 - Paris (França) - Individual, na Galerie Debret
1968 - Recife PE - Individual, na Enba
1969 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinski
1969 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
Exposições Coletivas
1913 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1914 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1922 - São Paulo SP - Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal
1923 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1923 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1923 - Paris (França) - Exposição de Artistas Brasileiros, na Maison de L´Amérique Latine
1924 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - 18º Salão de Outono
1925 - Paris (França) - Salon de Tuileries
1925 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1926 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1927 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1928 - Paris (França) - Salon des Indépendants
1929 - Amsterdã (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Stedelijk Museum Amsterdam
1929 - Haia (Holanda) - Expositions Sélectes d'Art Contemporain, no Pulchri Studio
1929 - Paris (França) - 40º Salon des Indépendants, na Société des Artistes Indépendants
1930 - Paris (França) - Premiére Exposition do Grupe Latino-Americain de Paris, na Galerie Zack
1930 - Paris (França) - Salon d'Avant Garde-1940
1930 - Recife PE - Exposition de l'École de Paris, no Teatro Santa Isabel
1930 - Rio de Janeiro RJ - Exposition de l'École de Paris, no Palace Hotel
1930 - São Paulo SP - Exposition de l'École de Paris, no Palacete da Glória
1931 - Paris (França) - Salon des Surindépendants
1937 - Paris (França) - Exposição Internacional de Paris
1942 - Recife PE - 1º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1943 - Recife PE - 2º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco - 1º prêmio do salão de pintura
1944 - Recife PE - 3º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco
1949 - Recife PE - 3º Salão de Arte Moderna do Recife
1952 - São Paulo SP - Exposição Comemorativa da Semana de Arte Moderna de 22, no MAM / SP
1954 - Recife SP - Fédora, Joaquim e Vicente do Rego Monteiro, no Teatro Santa Isabel
1958 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Royale
1960 - Recife PE - 1ª Exposição da Galeria de Arte do Recife
1960 - Recife PE - Coletiva de Verão, na Ranulpho Galeria de Arte
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade do Recife
1961 - Recife PE - 1ª Feira de Arte do Recife
1962 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, no Clube Internacional do Recife
1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM / BA
1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira
1965 - Paris (França) - Hommage au Poète Géo-Charles, na Galerie de l'Institut
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The Yale University Art Gallery
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Katia Granoff
1966 - São Paulo SP - Exposição Comparação, na Galeria Mirante Artes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Precursors of Modernism in Latin America, no Center of Inter-American Relations
1967 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Katia Granoff
1969 - Recife PE - Artistas Pernambucanos, na Detalhe Galeria
Exposições Póstumas
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1970 - Recife PE - Prévia da Pré-Bienal Nordeste, no Pavilhão Fecin
1970 - Recife PE - Vicente do Rego Monteiro, nas Galerias Bancife
1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB
1971 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1971 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva 1899-1970, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Vernissage
1974 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler
1976 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, na Galeria Tableau das Artes
1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico Geográfico
1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1982 - Échirolles (França) - Biennale d'Échirolles
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão. Fundação Calouste Gulbenkian
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Paris (França) - Léger el L'Espirit Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: interpretações, na Galeria de Arte Banerj
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: ritos e inventos, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP
1986 - Échirolles (França) - Brésilien de France. Vicente do Rego Monteiro, no Musée Géo-Charles
1986 - Porto Alegre RS - Caminhos do Desenho Brasileiro, no Margs
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Exposição, na Galeria Jean Boghici
1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp
1987 - Sâo Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - O Redescobrimento do Brasil, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Recife PE - Arte Tátil, na Fundação Joaquim Nabuco
1989 - Recife PE - Individual, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Vicente do Rego Monteiro
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - São Paulo SP - Gatos Pintados, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Recife PE - Salão de Arte Contemporânea, no Museu do Estado de Pernambuco
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - São Paulo SP - 70 Anos da Semana de Arte Moderna: obras e artistas de 1922, no IEB/SP
1992 - São Paulo SP - Retrospectiva, na Dan Galeria
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: retrospectiva, no Espaço Cultural José Duarte Aguiar e Ricardo Camargo
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ
1994 - Rio de Janeiro RJ - Vicente do Rego Monteiro, na Galeria Jean Boghici
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro, na Ranulpho Galeria de Arte
1994 - São Paulo SP - Vicente Inventor, na Ranulpho Galeria de Arte
1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty
1995 - São Paulo SP - Modernismo Paris Anos 20: vivências e convivências, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - O Toque Revelador: retratos e auto-retratos, no MAC/USP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 1899-1970, no MAM/SP
1997 - São Paulo SP - Vicente do Rego Monteiro: 21 pinturas, na Ricardo Camargo Galeria
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB
1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Porto Alegre RS - 2ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul
1999 - Porto Alegre RS - Picasso, Cubismo e América Latina, no Margs
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: body and soul, no Solomon R. Guggenheim Museum
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria
2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - 22 e a Idéia do Moderno, no MAC/USP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2003 - Belém PA - 22º Salão Arte Pará, no Museu de Arte do Paraná
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Mestres do Modernismo, no Estação Pinacoteca
2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/FAAP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP
2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, no Ricardo Camargo Galeria
Fonte: VICENTE do Rego Monteiro. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Semana de Arte Moderna - Itaú Cultural
Inserida nas festividades em comemoração do centenário da independência do Brasil, em 1922, a Semana de Arte Moderna apresenta-se como a primeira manifestação coletiva pública na história cultural brasileira a favor de um espírito novo e moderno em oposição à cultura e à arte de teor conservador, predominantes no país desde o século XIX. Entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, realiza-se no Theatro Municipal de São Paulo um festival com uma exposição com cerca de 100 obras e três sessões lítero-musicais noturnas. Entre os pintores participam Anita Malfatti (1899-1964), Di Cavalcanti (1897-1976), Ferrignac (1892-1958), Jonh Graz (1891-1980), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), Zina Aita (1900-1968), Yan de Almeida Prado (1898-1991) e Antônio Paim Vieira (1895-1988), com dois trabalhos feitos a quatro mãos, e o carioca Alberto Martins Ribeiro, cujo trabalho não se desenvolveu depois da Semana de 22. No campo da escultura, estão Victor Brecheret (1894-1955), Wilhelm Haarberg (1891-1986) e Hildegardo Velloso (1899-1966). A arquitetura é representada por Antonio Moya (1891-1949) e Georg Przyrembel (1885-1956). Entre os literatos e poetas, tomam parte Graça Aranha (1868-1931), Guilherme de Almeida (18901-1969), Mário de Andrade (1893-1945), Menotti Del Picchia (1892-1988), Oswald de Andrade (1890-1954), Renato de Almeida, Ronald de Carvalho (1893-1935), Tácito de Almeida (1889-1940), além de Manuel Bandeira (1886-1968) com a leitura do poema Os Sapos. A programação musical traz composições de Villa-Lobos (1887-1959) e Debussy (1862-1918), interpretadas por Guiomar Novaes (1895-1979) e Ernani Braga (1888-1948), entre outros.
A Semana de 22 não foi um fato isolado e sem origens. As discussões em torno da necessidade de renovação das artes surgem em meados da década de 1910 em textos de revistas e em exposições, como a de Anita Malfatti em 1917. Em 1921 já existe, por parte de intelectuais como Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, a intenção de transformar as comemorações do centenário em momento de emancipação artística. No entanto, é no salão do mecenas Paulo Prado, em fins desse ano, que a ideia de um festival com duração de uma semana, trazendo manifestações artísticas diversas, toma forma inspirado na Semaine de Fêtes de Deauville, cidade francesa. Nota-se que sem o empenho desse mecenas o projeto não sairia do papel. Paulo Prado, homem influente e de prestígio na sociedade paulistana, consegue que outros barões do café e nomes de peso patrocinem, mediante doações, o aluguel do teatro para a realização do evento. Também é fundamental seu papel na adesão de Graça Aranha à causa dos artistas "revolucionários". Recém-chegado da Europa como romancista aclamado, a presença de Aranha serve estrategicamente para legitimar a seriedade das reivindicações do jovem e ainda desconhecido grupo modernista.
Sem programa estético definido, a Semana desempenha na história da arte brasileira muito mais uma etapa destrutiva de rejeição ao conservadorismo vigente na produção literária, musical e visual do que um acontecimento construtivo de propostas e criação de novas linguagens. Pois, se existe um elo de união entre seus tão diversos artífices, este é, segundo seus dois principais ideólogos, Mário e Oswald de Andrade, a negação de todo e qualquer "passadismo": a recusa à literatura e à arte importadas com os traços de uma civilização cada vez mais superada, no espaço e no tempo. Em geral todos clamam em seus discursos por liberdade de expressão e pelo fim de regras na arte. Faz-se presente também certo ideário futurista, que exige a deposição dos temas tradicionalistas em nome da sociedade da eletricidade, da máquina e da velocidade. Na palestra proferida por Mário de Andrade na tarde do dia 15, posteriormente publicada como o ensaio A Escrava que Não É Isaura , 1925, ocorre uma das primeiras tentativas de formulação de idéias estéticas modernas no país. Nessa conferência, o autor antevê a importância de temperar o processo de importação da estética moderna com o nativismo, o movimento de voltar-se para as raízes da cultura popular brasileira. A dinâmica entre nacional e internacional torna-se a questão principal desses artistas nos anos subseqüentes.
Com a distância de mais de 80 anos, sabe-se que, com respeito à elaboração e à apresentação de uma linguagem verdadeiramente moderna, a Semana de 22 não representa um rompimento profundo na história da arte brasileira. Pois no conjunto de qualidade irregular de obras expostas não se identifica uma unidade de expressão, ou algo como uma estética radical do modernismo. No entanto, há de se reconhecer que, a despeito de todos os antagonismos, esse evento configura-se como um fato cultural fundamental para a compreensão do desenvolvimento da arte moderna no Brasil, e isso sobretudo pelos debates públicos mobilizados (cercados por reações negativas ou de apoio) e riqueza de seus desdobramentos na obra de alguns de seus realizadores.
Fonte: SEMANA de Arte Moderna. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 12 de Mai. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Iniciou seus estudos artísticos na Escola Nacional de Belas Artes, (Rio de Janeiro), em 1908.
Complementou seus estudos na França, na Académie Colarossi, na Academia Julian e na Académie de la Grande Chaumière.
Vicente do Rego [2] era irmão mais novo de Joaquim do Rego Monteiro e Fédora do Rego Monteiro Fernandes, nasceu em Recife em 1899, filho de ldefonso do Rêgo Monteiro e Elisa Cândida Figueiredo Melo prima de Pedro Américo.
Foi um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Frequentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Inspirado na cerâmica marajoara e na cultura indígena, ilustrou o livro de P. L. Duchartre – Légendes, Croyances et Talismãs dês Indiens de l’Amazonie.
Em 1923, faz desenhos de máscaras e figurinos para o balé Legendes Indiennes de Lamazonie.
Em 1930, depois de uma longa estada em Paris, veio ao Brasil trazendo a exposição da escola de Paris a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Exposição que inclui, entre outros, quadros de Pablo Picasso , Georges Braque, Joan Miró, Gino Severini, Fernand Léger e suas próprias obras. Essa exposição é importante por ser a primeira mostra internacional de arte moderna realizada no Brasil, com artistas ligados às grandes inovações nas artes plásticas, como o cubismo e o surrealismo. Ao ser apresentada em São Paulo, a mostra foi acrescida de telas de Tarsila do Amaral [3], que o artista conhecera em Paris na década anterior.
Dois anos depois, Vicente do Rego Monteiro fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950.
A pintura de Vicente do Rego Monteiro é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura.
Além de Vicente ter sido um pintor requintado, escrevia poesias, tinha o gosto pela dança, venceu muitos concursos de dança de salão em Paris, foi professor no Instituto Central de Artes da UnB, adorava carros e em 1931 disputou o Grand Prix do Automóvel Clube da França, tinha gosto pela engenharia mecânica e construiu um planador e, em Pernambuco, fabricou aguardente.
Em 1946, funda a Editora La Presse à Bras, dedicada à publicação de poesias brasileiras e francesas. A partir 1941, publica seus primeiros versos, Poemas de Bolso, organiza e promove vários salões e congressos de poesia no Brasil e na França. Retorna ao Brasil, e dá aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE entre 1957 e 1966. Em 1960, recebe o Prêmio Guillaume Apollinaire pelos sonetos reunidos no livro Broussais - La Charité. Entre 1966 e 1968, dá aulas no Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília - UnB.
Exposições
Ficheiro:Vídeo Agência Nacional 71.webm
Exposição póstuma de Vicente do Rego Monteiro, realizada na Galeria Vernissage, em Copacabana, Rio de Janeiro, em 1974.
Individuais
Teatro de Santa Isabel, no Recife, (1918);
Galeria Elegante, Recife (1918);
Livraria Moderna, São Paulo, 1920.
Galerie Bernheim Jeune, Paris, França, (1928);
Museu do Estado de Pernambuco, (1939);
Galerie Visconti, Paris, França (1947);
Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro, (1957);
Galeria Barcinski, Rio de Janeiro (1969).
Coletivas
Salón dês Indépendants, Paris, França (1913);
Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (1922);
A Escola de Paris, exibida no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo (1930);
Exposition De L'école de Paris, no Teatro Santa Isabel, no Palace Hotel e no Palacete da Glória, Recife, Pernambuco. (1930)
3º Salão de Arte Moderna do Recife (1949);
Exposição comemorativa da Semana de Arte Moderna no Museu de Arte Moderna, São Paulo (1952);
Precursors of Modernism in Latin América no Center of Inter-American Relations, Nova York, Estados Unidos (1967);
Galeria de Arte André, exposição 4 décadas, com curadoria Carlos von Schmidt, São Paulo. (2001)
Professor
Ministrou aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
Foi professor do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília.
Poemas
Poemas de bolso, 1941.
Broussais - La Charité
Prêmios
Dedicatória em versos de João Cabral de Melo Neto (1945), na obra "O Engenheiro".
Prêmio Guillaume Apollinaire (1960), pelos sonetos apresentados em Broussais - La Charité, livro publicado na França.
Fonte e crédito fotográfico: Wikipédia, consultado pela última vez em 04 de maio de 2018.