Cadastre-se e tenha a melhor experiência em leilões 🎉🥳

José Maria de Medeiros

Depois de se fixar no Rio de Janeiro, José Maria de Medeiros nunca mais voltou à Europa, o que era atípico para a maioria de seus contemporâneos. Formado no Brasil, pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), sua estética é claramente brasileira. As obras, com tendência acadêmica, seguem as correntes da época, passeando do neoclassicismo ao romantismo. Costumava trabalhar com cores claras, ainda que evocasse a exuberância de nossa natureza.

---

Biografia completa

Chega ao Brasil por volta de 1865 e ingressa no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em 1868, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), onde é aluno de Victor Meirelles (1832-1903) e Antônio de Souza Lobo (1840-1909), entre outros. Tem como colegas Almeida Júnior (1850-1899) , Firmino Monteiro (1855-1888) , Estevão Silva (ca.1844-1891), Henrique Bernardelli (1858-1936), Pedro Peres(1850-1923) e Augusto Rodrigues Duarte (1848-1888). Recebe a medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes de 1871 e a grande medalha de ouro na mostra de 1876, com o quadro Retrato de Senhora. Em 1878, torna-se professor de desenho figurado na Aiba, por concurso. A partir de 1882, quando se naturaliza brasileiro, passa a professor catedrático. No certame de 1884, expõe os quadros Morte de Sócrates e Iracema, pelo qual é agraciado com o título de Oficial da Ordem da Rosa. Tem como discípulos Eliseu Visconti (1866-1944), Baptista da Costa (1865-1926), Belmiro de Almeida (1858-1935) e Oscar Pereira da Silva (1867-1939), entre outros. Em 1891, deixa a Aiba e passa a exercer o magistério no ensino público de segundo grau e, em 1897, no Instituto Profissional João Alfredo. Faz duas individuais, em 1897 e 1899, na Galeria Rezende, Rio de Janeiro. Em 1948, sua obra é incluída na Retrospectiva da Pintura no Brasil, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Rio de Janeiro.

Comentário Crítico

José Maria de Medeiros é um açoriano formado no Brasil, pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Depois de transferir-se para o Rio de Janeiro, nunca mais sai do país: não empreende a famosa viagem à Europa, ao contrário da maior parte dos pintores da época, incluindo seu professor Victor Meirelles (1832-1903). Por isso, é representativo dos resultados de nosso ensino acadêmico e de como o neoclassicismo aqui adquire contornos românticos.

Dois quadros apresentados na Exposição de 1884, ambos hoje no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), são emblemáticos dessa trajetória que vai do neoclassicismo ao romantismo. A Morte de Sócrates figura um tema neoclássico por excelência, de louvor às virtudes antigas. Na composição, o pintor segue preceitos acadêmicos na representação das paixões: uma figura à esquerda está de costas e esconde o rosto para não ver a morte do filósofo, à direita, uma outra dobra o corpo e esconde o rosto entre as mãos, outro cruza os braços, demonstrando um misto de preocupação e tristeza. Ao centro, iluminado, o sábio conversa, com gestos comedidos, mostrando serenidade.

Iracema, ao contrário, é explicitamente de vertente romântica, a começar pelo tema. A heroína do romance de José de Alencar encontra-se em pé, do lado esquerdo da composição, ao lado da flecha fincada na areia, transpassando um guaiamum e um ramo de maracujá, que divide a tela em duas. À esquerda, uma praia próxima, com bordas de floresta. À direita, uma praia longínqua, o mar e a linha do horizonte. O desenho e a composição são mais bem acabados aqui. As cores são mais claras e exuberantes, para corresponder à nossa natureza e às paixões românticas que o tema exige. O quadro resultou numa distinção ao pintor, mas foi criticado por alguns comentadores contemporâneos, como Gonzaga-Duque.

José Maria de Medeiros cultiva o gênero histórico, os retratos e as pinturas de gênero. Entretanto, mesmo aqueles que o admiram, como Laudelino Freire e Quirino Campofiorito (1902-1993), consideram-no não um grande pintor, mas um artista "modesto, tímido, honesto e de merecimento."

Fonte: JOSÉ Maria de Medeiros. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23703/jose-maria-de-medeiros>. Acesso em: 03 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

Nenhuma obra encontrada
Não perca o que busca! Clique aqui para colocar "José Maria de Medeiros" no seu radar e receber e-mail quando novos lotes ficarem disponíveis.

José Maria de Medeiros

Videos

Vida e obra Oscar Pereira da Silva | 2020

Exposição Pinacoteca SP | 2006

Depois de se fixar no Rio de Janeiro, José Maria de Medeiros nunca mais voltou à Europa, o que era atípico para a maioria de seus contemporâneos. Formado no Brasil, pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), sua estética é claramente brasileira. As obras, com tendência acadêmica, seguem as correntes da época, passeando do neoclassicismo ao romantismo. Costumava trabalhar com cores claras, ainda que evocasse a exuberância de nossa natureza.

---

Biografia completa

Chega ao Brasil por volta de 1865 e ingressa no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Em 1868, ingressa na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), onde é aluno de Victor Meirelles (1832-1903) e Antônio de Souza Lobo (1840-1909), entre outros. Tem como colegas Almeida Júnior (1850-1899) , Firmino Monteiro (1855-1888) , Estevão Silva (ca.1844-1891), Henrique Bernardelli (1858-1936), Pedro Peres(1850-1923) e Augusto Rodrigues Duarte (1848-1888). Recebe a medalha de prata na Exposição Geral de Belas Artes de 1871 e a grande medalha de ouro na mostra de 1876, com o quadro Retrato de Senhora. Em 1878, torna-se professor de desenho figurado na Aiba, por concurso. A partir de 1882, quando se naturaliza brasileiro, passa a professor catedrático. No certame de 1884, expõe os quadros Morte de Sócrates e Iracema, pelo qual é agraciado com o título de Oficial da Ordem da Rosa. Tem como discípulos Eliseu Visconti (1866-1944), Baptista da Costa (1865-1926), Belmiro de Almeida (1858-1935) e Oscar Pereira da Silva (1867-1939), entre outros. Em 1891, deixa a Aiba e passa a exercer o magistério no ensino público de segundo grau e, em 1897, no Instituto Profissional João Alfredo. Faz duas individuais, em 1897 e 1899, na Galeria Rezende, Rio de Janeiro. Em 1948, sua obra é incluída na Retrospectiva da Pintura no Brasil, no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), Rio de Janeiro.

Comentário Crítico

José Maria de Medeiros é um açoriano formado no Brasil, pela Academia Imperial de Belas Artes (Aiba). Depois de transferir-se para o Rio de Janeiro, nunca mais sai do país: não empreende a famosa viagem à Europa, ao contrário da maior parte dos pintores da época, incluindo seu professor Victor Meirelles (1832-1903). Por isso, é representativo dos resultados de nosso ensino acadêmico e de como o neoclassicismo aqui adquire contornos românticos.

Dois quadros apresentados na Exposição de 1884, ambos hoje no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), são emblemáticos dessa trajetória que vai do neoclassicismo ao romantismo. A Morte de Sócrates figura um tema neoclássico por excelência, de louvor às virtudes antigas. Na composição, o pintor segue preceitos acadêmicos na representação das paixões: uma figura à esquerda está de costas e esconde o rosto para não ver a morte do filósofo, à direita, uma outra dobra o corpo e esconde o rosto entre as mãos, outro cruza os braços, demonstrando um misto de preocupação e tristeza. Ao centro, iluminado, o sábio conversa, com gestos comedidos, mostrando serenidade.

Iracema, ao contrário, é explicitamente de vertente romântica, a começar pelo tema. A heroína do romance de José de Alencar encontra-se em pé, do lado esquerdo da composição, ao lado da flecha fincada na areia, transpassando um guaiamum e um ramo de maracujá, que divide a tela em duas. À esquerda, uma praia próxima, com bordas de floresta. À direita, uma praia longínqua, o mar e a linha do horizonte. O desenho e a composição são mais bem acabados aqui. As cores são mais claras e exuberantes, para corresponder à nossa natureza e às paixões românticas que o tema exige. O quadro resultou numa distinção ao pintor, mas foi criticado por alguns comentadores contemporâneos, como Gonzaga-Duque.

José Maria de Medeiros cultiva o gênero histórico, os retratos e as pinturas de gênero. Entretanto, mesmo aqueles que o admiram, como Laudelino Freire e Quirino Campofiorito (1902-1993), consideram-no não um grande pintor, mas um artista "modesto, tímido, honesto e de merecimento."

Fonte: JOSÉ Maria de Medeiros. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23703/jose-maria-de-medeiros>. Acesso em: 03 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

Olá, boa tarde!

Prepare-se para a melhor experiência em leilões, estamos chegando! 🎉 Por conta da pandemia que estamos enfrentando (Covid-19), optamos por adiar o lançamento oficial para 2023, mas, não resistimos e já liberamos uma prévia! Qualquer dúvida ou sugestão, fale conosco em ola@arrematearte.com.br, seu feedback é muito importante. Caso queira receber nossas novidades, registre-se abaixo. Obrigado e bons lances! ✌️