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Jung

Wladimyr Sergio Jung Junior (Rio de Janeiro, RJ, 1963), mais conhecido como Jung, é um artista plástico brasileiro. Colecionador de arte, Jung é formado em advocacia. Despertou interesse pela arte graças à seu tio, também colecionador. Em suas obras, explora o figurativo, mas foi na arte abstrata que encontrou a sua assinatura artística. Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem gestual, utilizando tintas acrílicas e grandes dimensões de telas. Além de sua habilidade em criar obras majestosas, Jung está em uma constante busca por novos materiais, técnicas e suportes que melhorem a qualidade e impacto de suas obras. Participou exposições pelo Brasil e recebeu premiações, como o Salão de Artes do Meio Ambiente e o Salão de Artes Plásticas na Escola Superior de Guerra. Suas obras podem ser encontradas em importantes acervos no Brasil e internacionalmente. No Brasil, Jung mantém um ateliê no Centro do Rio de Janeiro.

Wladimyr Jung | Arremate Arte

Wladimyr Jung (1963) é um artista plástico, colecionador e advogado nascido no Rio de Janeiro. Desde criança, foi influenciado por seu tio, um colecionador de arte, o que despertou seu interesse pelas artes plásticas. Jung inicialmente explorou o figurativo, mas eventualmente encontrou sua identidade artística no abstrato.

Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem gestual, utilizando tintas acrílicas e grandes dimensões de telas. Ele participou de diversas exposições e foi premiado em vários salões de artes, como o Salão de Artes do Meio Ambiente e o Salão de Artes Plásticas na Escola Superior de Guerra. Suas obras podem ser encontradas em importantes acervos no Brasil e internacionalmente.

Jung mantém um ateliê no Centro do Rio de Janeiro, e alterna sua atividade artística com sua carreira no direito. O artista é um constante pesquisador de materiais, buscando sempre novas técnicas e suportes que melhorem a qualidade e impacto de suas obras.

Entre suas exposições mais importantes estão as realizadas na Galeria Espaço da Arte e na Galeria Colecionador, em Copacabana. Ao longo dos anos, Jung também desenvolveu soluções inovadoras para a preservação e exposição de suas obras, como molduras ecológicas e uso de juta como suporte para suas telas.

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Wladimyr Jung | Atelier Jung

Wladimyr Sergio Jung Junior, ou apenas Jung, é um artista plástico, colecionador, incentivador das artes e advogado militante. Nasceu em 1963 no Rio de Janeiro e como autêntico carioca, mantém seu ateliê no centro boêmio do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa.

Desde criança foi influenciado por seu tio, Luizandro Guerreiro, comerciante, antiquário e colecionador de obras de arte, com um grande acervo, especialmente na década de 1970.

"Sempre tive contato com arte, meu tio mantinha grande acervo em sua casa, e eu chegava a ficar horas admirando aqueles quadros que realmente me fascinavam."

Jung carrega duas paixões, a arte e o direito. Sua rotina alterna os problemas do escritório de advocacia com a tranquilidade de seu ateliê, que costuma ser seu ponto de equilíbrio.

O início de sua carreira artística, Jung relata que se deu após conhecer alguns artistas que colecionava, tendo o incentivo necessário para mostrar sua vontade criativa.

"Ate hoje possuo os quadros pintados naquela época, e o primeiro quadro que fiz foi um nú onde usei a lembrança do corpo da minha mulher como referência."

Em seguida, Jung começou a pintar na rua com alguns artistas, na busca de sua identificação e da melhor técnica. Naquele momento lhe parecia ser o padrão de pintura - o figurativo.

"cheguei inclusive a fazer aulas de modelo vivo com o Mestre Bandeira de Mello, e me lembro que os alunos que freqüentavam o curso ficavam perguntando como é que eu pintava nas ruas, se eu não dominava a técnica do desenho como eles"

Por intuição seguiu o caminho da pintura abstrata, mesmo insistindo na busca pelo figurativo. Sua primeira tela abstrata teve origem a partir da tentativa de destruir uma obra que possuía em seu acervo, revelando a tendência que realmente deveria seguir.

"Eu tentei destruir aquela tela. Imaginei um quadro abstrato com o fundo preto e após colocar muita tinta eu poderia refazer aquele trabalho. Grata surpresa! O fundo colorido da pintura original sobressaiu ao ponto de fazer com que eu decidisse que o quadro estava pronto."

Dali em diante, Jung providenciou galões e mais galões de tinta e telas de grandes dimensões. Sua intenção partia para a composição de obras que tivessem o mesmo efeito daquela inicial. Seguindo o seu instinto inquieto, sobrepondo cores e percebendo novos elementos, uma vez que buscava, volume, gestos, liberdade de criação, entre outras características, Jung conseguiu alcançar uma identidade exclusiva.

"Já ouvi muito que o abstrato não era arte. Que eu tinha que passar por etapas, aprendendo primeiro o desenho para depois pintar. Não era esse o meu sentimento, queriam me passar um conceito pronto, definido, assim como uma receita de bolo. No meu íntimo, hoje percebo que não era verdade."

Constante pesquisador, Jung busca novos materiais que possam ser utilizados em seus trabalhos. Recentemente, em uma visita à Porto Alegre, encontrou uma tinta acrílica, em fase de teste, que possui a mesma densidade do óleo com a vantagem de uma secagem mais rápida, uma vez que as telas de Jung demoram, no mínimo, 6 meses para secarem.

Outro grande fator é que, depois de muita busca, conseguiu encontrar o suporte para suas telas, feitas em Juta, sob encomenda, não somente pelos tamanhos solicitados, mas pela qualidade ímpar de seu fornecedor, dificultando a sua confecção e preparação.

O artista resolveu o problema da acomodação de suas obras, em seu ateliê, utilizando molduras tipo ripas, que se sobrepõem as telas, exatamente para que elas possam ser acondicionadas de forma que não sejam danificadas, feitas em madeira reaproveitada, ecologicamente correto, perfazendo um acabamento simples e harmonioso.

Em março de 2007, participou pela primeira vez de um salão, recebendo premiação com a medalha de prata, junto a Academia Brasileira de Meio Ambiente e do Museu Histórico do Exército, no Forte de Copacabana, no 4º Salão de artes do Meio Ambiente. Nesta premiação, o júri era composto por doze personalidades do meio artístico: Anatália Asp, Carmem Flora, Diana Santos, Do Carmo Ferreira, Eliane Mariah, Flory Meneses, Iracy Carise, Lourdes Abraços, Maria Alice Antunes, Marilda Reis, Roberto de Souza e Ubiratan Lima.

Em Maio de 2007, participou do Salão de Artes Plásticas, realizado na Sede Esportiva do Clube Militar, organizado pelo Instituto de Artes da Urca, obtendo a medalha de prata.

Em Junho de 2007, participou do V Salão de Artes Plásticas organizado pela Escola Naval, mais uma vez premiado com a medalha de prata.

Em Agosto de 2007, participou do VII Salão de Artes Plásticas realizado na Escola Superior de Guerra, recebendo como premiação medalha de prata.

Em setembro de 2007, participou do 5º Salão de Artes Plásticas da ADESEG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, realizado no Centro Cultural do TRT - Tribunal Regional do Trabalho.

Em novembro de 2007, participou do Salão de Artes Plásticas "A Arte do Vinho", organizado pelo Instituto de Artes da Urca, obtendo mais uma vez a medalha de prata, encerrando a sua participação em salões de artes.

Exposições

Entre maio de 2007 e junho de 2008, foi convidado para participar de três exposições, na galeria Espaço da Arte, localizada no Shopping Barra Point - Barra da Tijuca.

Junho 2009, - apresentou "As Cores de Jung" na Galeria Rodin no Shopping Cassino Atlântico - Copacabana Rio de Janeiro.

Durante 2009 / 2010, Jung teve suas obras comercializadas na Galeria Dom Quixote.

Durante o ano de 2010 / 2011 teve suas obras comercializadas na Galeria TNT, na Barra da Tijuca - Rio de Janeiro.

Em maio de 2011, apresentou exposição "Abstração Gestual" na Galeria Colecionador - Shopping Cassino Atlântico, na abertura da exposição coletivas das Galerias - Atlântico Contemporâneo.

Acervos

Museu da Fortaleza de São João - Urca - Rio de Janeiro

Museu da Escola de guerra Naval - Urca - Rio de Janeiro

Galeria e Antiguidades Folgar - Fonte de São Miguel,

10 - Santiago de Compostela - Espanha

Galeria e Antiguidades Folgar - Av. Hassan II - Imobilier Mamunia - Rabat - Marrocos

Galeria de Arte Plano B - Laranjeiras - Rio de Janeiro

Colecionador Escritório de Arte - Shopping Cassino Atlântico - Copacabana - Rio de Janeiro.

TNT Arte Galeria - Itanhangá - Rio de Janeiro

Diplomas

Academia Brasileira do Meio-Ambiente, Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana - Medalha de Prata

Instituto de Artes da Urca - Medalha de Prata

Escola de Guerra Naval - Medalha de Prata

Escola Superior de Guerra - Medalha de Prata

ADESG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - Medalha de Prata

Instituto de Artes da Urca - Medalha de Prata

Fonte: Texto compilado e adaptado, extraído do Atelier Jung. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

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Sobre Jung, por Marcia Zoé | Atelier Jung

“não espere que o rigor do teu caminho, que obstinadamente se bifurca em outro, tenha fim.” (BORGES)

Excessos e faltas estão presentes nos lugares de partida e de chegada.

Jung é um artista que iniciou sua experiência pictórica em grupo, ao ar livre, nas ruas. Essa experimentação proporciona a ele uma convivência com o universo da arte para além das paredes da galeria do tio colecionador e comerciante de arte, uma presença marcante em sua vida. Curvas serpentinadas, enrugadas, confusas, confundidas, enroladas, quebradas, dobradas, espelhadas, acumuladas, ornamentadas, antitéticas, opostas, contrapostas, labirínticas, deformadas, alegóricas, claro escuras, herméticas, obrigam-nos a mudar constantemente de ponto de vista para entender aquilo que vem inscrito em sua obra, propondo o deslocamento do observador – exigindo dele e nele a assimilação dos contrários. Esse fazer coletivo possibilitou a incorporação da essência barroca desde o início em sua produção artística e até mesmo a teatralidade das procissões, a grande apoteose religiosa barroca ele pintou no começo do seu ofício. Eram pinturas coletivas com interferências do grupo de artistas que percorriam as ruas do Rio antigo em busca do melhor tema, luz, ângulo. O diálogo, a tensão, o desencontro, os excessos, as faltas e as representações que se entrelaçavam por este caminho, foram incorporadas em sua obra. A rua foi definidora e definitiva.

Apesar de ter iniciado tardiamente sua experiência pictórica, [suas primeiras obras datam de 2000] quando resolve frequentar aulas de pintura com o Mestre Bandeira de Melo, Jung leva consigo essa rica vivência e vai em busca da técnica, uma forma de dar aos “caos”, uma direção. Ele buscou e permanece buscando caminhos para propiciar e aprofundar o contato com seu fazer artístico. Aluno do EAV, atualmente frequenta os cursos de teoria ministrados nesta instituição por grandes nomes do cenário artístico nacional.

Ardente fruidor das artes, admirador explícito da poética expressionista, seu trabalho possui afinidades com a linguagem artística oriunda do pós-guerra e dos nomes que surgiram a partir desse período dentro do movimento, com ênfase nos abstratos. Ele tem claro que o expressionismo foi um movimento definidor em todos os aspectos, e mais que uma forma de expressão, foi um movimento construído em função de valores humanos.

Nas pinturas expressionistas tudo é essência, ou seja, interiorizado, singular, irracional, povoado de impulsos e paixões individuais. A natureza, o espírito, a arqueologia dos corpos e dos objetos, os vestígios, as texturas fazem parte do repertório expressionista e a obra de Jung começa a se definir nessa perspectiva.

Pesquisar processos tornou-se algo obrigatório em sua trajetória e descobriu que não só a informalidade sustenta a arte abstrata. Se no início arrebatar-se era suficiente , com o passar do tempo outros questionamentos surgiram. Jung trabalhava visando a obra em si, mas foi evoluindo no sentido de projetá-la para além do contemplativo e assim, suas referências foram se ampliando com Polke, Penk, Resnick, Bazelitz, Richter, Kiefer, Iberê, Bracher, Bogart, Vergara.

Deleuze define arte como a linguagem das sensações, capaz de penetrar nas palavras, nas cores, nos sons e nas pedras. A arte é feita para quem está fora da sua esfera. Uma de suas funções é fazer da experiência da arte a experiência do outro. Exprimir, narrar, fazer pensar e não somente provocar sensações é o que faz de uma obra, arte. Nesse sentido, as estruturas criadas por Jung possibilitam múltiplas interpretações. A complexidade presente em suas abstrações carrega uma intricada estrutura sígnica, intensa, densa por vezes (sua série denominada “Regular” possui essa densidade). E o que nos põe a pensar quando nos deparamos com uma obra assim? O signo. Para Deleuze, o signo é objeto de um encontro; mas é precisamente a contingência do encontro que garante a necessidade daquilo que ele faz pensar. O ato de pensar não decorre de uma simples possibilidade natural; ele é, ao contrário, a única criação verdadeira.

O registro pictórico de Jung é uma ação da linguagem e é uma forma de expressão articulada, mas sua pintura só se completa numa cadeia de eventos e a primeira grande série de Jung denominada “Regular” alimenta todas as outras cadeias produtivas que surgiram a partir daí. Merleau-Ponty escreveu que “a visão do pintor é um nascimento continuado”, assim, enquanto dá corpo à série abstrata intensa, viva, com excessos nas massas de cores e nas infinitas dobras criando um diálogo tenso, porém arrebatador, belo como a nos dizer que são dobras da matéria e da alma; labiríntica, infinita, ele também nos propõe uma viagem denominada “Irregular”, sua segunda série, agora monocromática, desordenando e recriando outros signos. Ele liberta-se e transmuta-se. Sentidos e sentimentos são reconstruídos a partir de vestígios, fragmentos, aparas, escorridos, restos, sobras, faltas. Jung, incansável, insaciável, propõe um embate de múltiplas associações fluídicas. Nas palavras de Sonia Garcez, “a fragmentação é uma abstração do sujeito e Jung percorre novas travessias em sua capacidade criadora e inquietações, legitimadas em suas obras. São constelações de elementos que promovem múltiplos sentidos num movimento constituído de espaços semióticos tais como a irregularidade, colocando sua obra no âmago do discurso contemporâneo”.

No momento em que uma grande diversidade de elementos se incorpora ao fazer artístico, concedendo liberdade para que outros campos sejam explorados numa interatividade frenética entre espaço e sujeito, Jung passa a reler sua própria obra como um arqueólogo que busca vestígios de uma civilização passada em fragmentos e detalhes que ele próprio foi imprimindo ao longo do caminho. Corpos orgânicos deslocam-se das obras tornando-se um quase objeto sem forma definida, mas que ao mesmo tempo dá pistas de que algo existiu ali. Morte e renascimento. Algumas pinturas são registros chamados de “quadros sem tinta” e neles, sinais são mais nítidos, sombras escondem marcas, ali a pintura nega a si própria e remete ao “parecer ser”, uma ausência e presença na mesma obra. Numa série de aguadas chamadas de “Enigmas”, são mapeadas novas descobertas e agora as faltas são impressas, sombras anímicas. Ausência e presença ocupando o mesmo espaço. Nas “Monotipias”, outra série, as marcas são profundamente inquietantes, pesadelo e sonho se entrelaçam e surge o novo, a nova dobra da matéria, a nova dobra da alma, fluídica, dissolvida, viva. Os detalhes das obras chamadas “Regulares” e “Irregulares” passam a ser investigados através da fotografia e ampliados na busca de mais pistas que possam revelar a alma das coisas. Jung já não vive no passado, o passado vive nele. Ele só tem o presente e o expressa diária e obstinadamente em suas obras porque este é o seu ato de viver, sua apoteose cotidiana.

Estas novas escolhas de Jung são abertas às interpretações do tempo num expressivo jogo orgânico interior e exterior, transbordante. Jung entrelaça outros mundos e relê a si próprio. Se reconstrói a partir de seus próprios vestígios, do que sejam excessos e/ou faltas no seu mundo que é o mundo de todos, entrelaçado, mutante, diverso. Eis a obra de Jung, lugar de partida e de chegada. Para Borges, caminhos como esse, que se bifurcam em contínuo, estabelecem uma elipse no infinito.

Fonte: Atelier Jung, texto de Marcia Zoé Ramos, artista plástica, arte educadora, produtora e gestora de projetos de arte e cultura. Publicado em março de 2013. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

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A bolsa de arte faz divulgação da exposição de Jung na Galeria Rodin | Atelier Jung

“O pintor carioca Wladimyr Sergio Jung Junior, confessa que desde criança foi influenciado por seu tio, Luizandro Guerreiro, comerciante e colecionador de obras de arte, especialmente obras da década de 1970. Em sua estréia na Galeria Rodin, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana – Rio de Janeiro, RJ, o artista mostra suas cores sob a curadoria de Alexandre Guimarães na exposição individual “As cores de Jung”. Um dos entusiastas de seus trabalhos é Cláudio Ignatiuk Wanderley que assim se refere: “… Após atingir a maturidade, depois de se formar em Direito, manteve a sua paixão pela arte…Já definindo um estilo próprio pela busca de um abstracionismo em que a gestualidade preenche o espaço pictórico com pinceladas vigorosas e generosas massas de tinta, o artista cria seu campo cromático atendendo a uma significação do espírito, viajando nas derivações trazidas pelas interações de cor ou na casualidade harmônica em que convivem, lado a lado, as manchas de cores frias e quentes”. A partir de 30 de Junho.”

Crítica

Dois lados de uma mesma moeda, por Cláudio Ignatiuk Wanderley

Tachismo, expressionismo abstrato, abstracionismo lírico, action painting são estilos artísticos de cuja pintura de Jung podemos pinçar elementos que povoam suas criações plena de densidade e cores. No entanto, rotular sua pintura como subjugada a um desses movimentos é limitar sua concepção artística a um parâmetro que foge à natureza de seu trabalho.

Já definindo um estilo próprio pela busca de um abstracionismo em que a gestualidade preenche o espaço pictórico com pinceladas vigorosas e generosas massas de tinta, o artista cria seu campo cromático atendendo a uma significação do espírito, viajando nas derivações trazidas pelas interações de cor ou na casualidade harmônica em que convivem, lado a lado, as manchas de cores frias e quentes. Assim, a densidade do resultado sobrevém do produto de um efeito em que interagem cores, não importam quantas, ou da convivência harmônica de um casal delas.

Para chegar ao produto de sua arte, Jung não se preocupa se vai gastar 10, 20 ou 50 tubos de tinta. Em suas telas de cânhamo, de médias e grandes dimensões, os efeitos se sucedem em volumes cromáticos, como a formar fenômenos naturais entrecortados pela intervenção plástica do artista, com sensibilidade e coerência com seu estilo. Massas de tinta que se mesclam em favor do acaso criativo lembram um pouco a técnica de Iberê Camargo, sem nenhuma intenção comparativa. Jackson Pollock, Hans Hartung, Emil Nolde são alguns artistas universais cujas obras iluminadas são a fonte que leva ao caminho espiritual do abstracionismo do artista. E assim ele vai evoluindo sua arte, fortalecendo seu estilo e criando novas obras, com energia e ritmo, para nosso deleite visual.

Jung, como o homônimo famoso psicanalista, remexe no inconsciente para construir, não com palavras ou teorias científicas, mas sob forma de cores, sua complexidade artística que vem através de uma gestualidade que produz beleza pictórica e tensões visuais que alimentam o espírito dos apreciadores.

Seu gosto pela arte vem do convivio com o tio, marchand e antiquário, cujo apartamento era repleto de obras de artistas pouco conhecidos então, mas muitos dos quais reconhecidos hoje no mercado de arte. Lá, o menino observava, com um misto de encanto e curiosidade, a parede preenchida de quadros enriquecidos de cores e formas, dos mais variados estilos e influências artísticas, enquanto o tio negociava com os clientes. Com o próprio tio, já amadurecido, pessoal e profissionalmente, Jung começou a comprar quadros de sua loja e formar um grande acervo, nutrindo cada vez mais sua fome de arte e seu perfil de colecionador. Não satisfeito em reunir obras de outros artistas, o passo seguinte (natural para quem ama a arte) foi preencher o vazio de suas perturbações de espírito com telas, pincéis e tintas. E a surpresa foi perceber que o talento veio a revelar-se, complementando suas raízes de apreciador e colecionador. O advogado, Dr. Wladimyr Jung e o artista plástico, Jung são agora a mesma pessoa, com a mesma sensibilidade em letras jurídicas e artísticas. Dois lados de uma mesma moeda.

Fonte: Texto crítico de Cláudio Ignatiuk Wanderley, jornalista e artista plástico. Publicado em Atelier Jung. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

Crédito fotográfico: Imagem extraída da página do artista no Pinterest. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

Wladimyr Sergio Jung Junior (Rio de Janeiro, RJ, 1963), mais conhecido como Jung, é um artista plástico brasileiro. Colecionador de arte, Jung é formado em advocacia. Despertou interesse pela arte graças à seu tio, também colecionador. Em suas obras, explora o figurativo, mas foi na arte abstrata que encontrou a sua assinatura artística. Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem gestual, utilizando tintas acrílicas e grandes dimensões de telas. Além de sua habilidade em criar obras majestosas, Jung está em uma constante busca por novos materiais, técnicas e suportes que melhorem a qualidade e impacto de suas obras. Participou exposições pelo Brasil e recebeu premiações, como o Salão de Artes do Meio Ambiente e o Salão de Artes Plásticas na Escola Superior de Guerra. Suas obras podem ser encontradas em importantes acervos no Brasil e internacionalmente. No Brasil, Jung mantém um ateliê no Centro do Rio de Janeiro.

Jung

Wladimyr Sergio Jung Junior (Rio de Janeiro, RJ, 1963), mais conhecido como Jung, é um artista plástico brasileiro. Colecionador de arte, Jung é formado em advocacia. Despertou interesse pela arte graças à seu tio, também colecionador. Em suas obras, explora o figurativo, mas foi na arte abstrata que encontrou a sua assinatura artística. Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem gestual, utilizando tintas acrílicas e grandes dimensões de telas. Além de sua habilidade em criar obras majestosas, Jung está em uma constante busca por novos materiais, técnicas e suportes que melhorem a qualidade e impacto de suas obras. Participou exposições pelo Brasil e recebeu premiações, como o Salão de Artes do Meio Ambiente e o Salão de Artes Plásticas na Escola Superior de Guerra. Suas obras podem ser encontradas em importantes acervos no Brasil e internacionalmente. No Brasil, Jung mantém um ateliê no Centro do Rio de Janeiro.

Videos

Documentário Wladimyr Jung | 2015

Jung em exposição coletiva: Quem Viver, Verão! | 2014

Pintura abstrata do Atelier Jung | 2009

Esculturas do Atelier Jung | 2009

Exposição: As Cores de Jung | 2009

Expo: Abstração Gestual | 2011

Wladimyr Jung | Arremate Arte

Wladimyr Jung (1963) é um artista plástico, colecionador e advogado nascido no Rio de Janeiro. Desde criança, foi influenciado por seu tio, um colecionador de arte, o que despertou seu interesse pelas artes plásticas. Jung inicialmente explorou o figurativo, mas eventualmente encontrou sua identidade artística no abstrato.

Seu trabalho é caracterizado por uma abordagem gestual, utilizando tintas acrílicas e grandes dimensões de telas. Ele participou de diversas exposições e foi premiado em vários salões de artes, como o Salão de Artes do Meio Ambiente e o Salão de Artes Plásticas na Escola Superior de Guerra. Suas obras podem ser encontradas em importantes acervos no Brasil e internacionalmente.

Jung mantém um ateliê no Centro do Rio de Janeiro, e alterna sua atividade artística com sua carreira no direito. O artista é um constante pesquisador de materiais, buscando sempre novas técnicas e suportes que melhorem a qualidade e impacto de suas obras.

Entre suas exposições mais importantes estão as realizadas na Galeria Espaço da Arte e na Galeria Colecionador, em Copacabana. Ao longo dos anos, Jung também desenvolveu soluções inovadoras para a preservação e exposição de suas obras, como molduras ecológicas e uso de juta como suporte para suas telas.

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Wladimyr Jung | Atelier Jung

Wladimyr Sergio Jung Junior, ou apenas Jung, é um artista plástico, colecionador, incentivador das artes e advogado militante. Nasceu em 1963 no Rio de Janeiro e como autêntico carioca, mantém seu ateliê no centro boêmio do Rio de Janeiro, no bairro da Lapa.

Desde criança foi influenciado por seu tio, Luizandro Guerreiro, comerciante, antiquário e colecionador de obras de arte, com um grande acervo, especialmente na década de 1970.

"Sempre tive contato com arte, meu tio mantinha grande acervo em sua casa, e eu chegava a ficar horas admirando aqueles quadros que realmente me fascinavam."

Jung carrega duas paixões, a arte e o direito. Sua rotina alterna os problemas do escritório de advocacia com a tranquilidade de seu ateliê, que costuma ser seu ponto de equilíbrio.

O início de sua carreira artística, Jung relata que se deu após conhecer alguns artistas que colecionava, tendo o incentivo necessário para mostrar sua vontade criativa.

"Ate hoje possuo os quadros pintados naquela época, e o primeiro quadro que fiz foi um nú onde usei a lembrança do corpo da minha mulher como referência."

Em seguida, Jung começou a pintar na rua com alguns artistas, na busca de sua identificação e da melhor técnica. Naquele momento lhe parecia ser o padrão de pintura - o figurativo.

"cheguei inclusive a fazer aulas de modelo vivo com o Mestre Bandeira de Mello, e me lembro que os alunos que freqüentavam o curso ficavam perguntando como é que eu pintava nas ruas, se eu não dominava a técnica do desenho como eles"

Por intuição seguiu o caminho da pintura abstrata, mesmo insistindo na busca pelo figurativo. Sua primeira tela abstrata teve origem a partir da tentativa de destruir uma obra que possuía em seu acervo, revelando a tendência que realmente deveria seguir.

"Eu tentei destruir aquela tela. Imaginei um quadro abstrato com o fundo preto e após colocar muita tinta eu poderia refazer aquele trabalho. Grata surpresa! O fundo colorido da pintura original sobressaiu ao ponto de fazer com que eu decidisse que o quadro estava pronto."

Dali em diante, Jung providenciou galões e mais galões de tinta e telas de grandes dimensões. Sua intenção partia para a composição de obras que tivessem o mesmo efeito daquela inicial. Seguindo o seu instinto inquieto, sobrepondo cores e percebendo novos elementos, uma vez que buscava, volume, gestos, liberdade de criação, entre outras características, Jung conseguiu alcançar uma identidade exclusiva.

"Já ouvi muito que o abstrato não era arte. Que eu tinha que passar por etapas, aprendendo primeiro o desenho para depois pintar. Não era esse o meu sentimento, queriam me passar um conceito pronto, definido, assim como uma receita de bolo. No meu íntimo, hoje percebo que não era verdade."

Constante pesquisador, Jung busca novos materiais que possam ser utilizados em seus trabalhos. Recentemente, em uma visita à Porto Alegre, encontrou uma tinta acrílica, em fase de teste, que possui a mesma densidade do óleo com a vantagem de uma secagem mais rápida, uma vez que as telas de Jung demoram, no mínimo, 6 meses para secarem.

Outro grande fator é que, depois de muita busca, conseguiu encontrar o suporte para suas telas, feitas em Juta, sob encomenda, não somente pelos tamanhos solicitados, mas pela qualidade ímpar de seu fornecedor, dificultando a sua confecção e preparação.

O artista resolveu o problema da acomodação de suas obras, em seu ateliê, utilizando molduras tipo ripas, que se sobrepõem as telas, exatamente para que elas possam ser acondicionadas de forma que não sejam danificadas, feitas em madeira reaproveitada, ecologicamente correto, perfazendo um acabamento simples e harmonioso.

Em março de 2007, participou pela primeira vez de um salão, recebendo premiação com a medalha de prata, junto a Academia Brasileira de Meio Ambiente e do Museu Histórico do Exército, no Forte de Copacabana, no 4º Salão de artes do Meio Ambiente. Nesta premiação, o júri era composto por doze personalidades do meio artístico: Anatália Asp, Carmem Flora, Diana Santos, Do Carmo Ferreira, Eliane Mariah, Flory Meneses, Iracy Carise, Lourdes Abraços, Maria Alice Antunes, Marilda Reis, Roberto de Souza e Ubiratan Lima.

Em Maio de 2007, participou do Salão de Artes Plásticas, realizado na Sede Esportiva do Clube Militar, organizado pelo Instituto de Artes da Urca, obtendo a medalha de prata.

Em Junho de 2007, participou do V Salão de Artes Plásticas organizado pela Escola Naval, mais uma vez premiado com a medalha de prata.

Em Agosto de 2007, participou do VII Salão de Artes Plásticas realizado na Escola Superior de Guerra, recebendo como premiação medalha de prata.

Em setembro de 2007, participou do 5º Salão de Artes Plásticas da ADESEG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, realizado no Centro Cultural do TRT - Tribunal Regional do Trabalho.

Em novembro de 2007, participou do Salão de Artes Plásticas "A Arte do Vinho", organizado pelo Instituto de Artes da Urca, obtendo mais uma vez a medalha de prata, encerrando a sua participação em salões de artes.

Exposições

Entre maio de 2007 e junho de 2008, foi convidado para participar de três exposições, na galeria Espaço da Arte, localizada no Shopping Barra Point - Barra da Tijuca.

Junho 2009, - apresentou "As Cores de Jung" na Galeria Rodin no Shopping Cassino Atlântico - Copacabana Rio de Janeiro.

Durante 2009 / 2010, Jung teve suas obras comercializadas na Galeria Dom Quixote.

Durante o ano de 2010 / 2011 teve suas obras comercializadas na Galeria TNT, na Barra da Tijuca - Rio de Janeiro.

Em maio de 2011, apresentou exposição "Abstração Gestual" na Galeria Colecionador - Shopping Cassino Atlântico, na abertura da exposição coletivas das Galerias - Atlântico Contemporâneo.

Acervos

Museu da Fortaleza de São João - Urca - Rio de Janeiro

Museu da Escola de guerra Naval - Urca - Rio de Janeiro

Galeria e Antiguidades Folgar - Fonte de São Miguel,

10 - Santiago de Compostela - Espanha

Galeria e Antiguidades Folgar - Av. Hassan II - Imobilier Mamunia - Rabat - Marrocos

Galeria de Arte Plano B - Laranjeiras - Rio de Janeiro

Colecionador Escritório de Arte - Shopping Cassino Atlântico - Copacabana - Rio de Janeiro.

TNT Arte Galeria - Itanhangá - Rio de Janeiro

Diplomas

Academia Brasileira do Meio-Ambiente, Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana - Medalha de Prata

Instituto de Artes da Urca - Medalha de Prata

Escola de Guerra Naval - Medalha de Prata

Escola Superior de Guerra - Medalha de Prata

ADESG - Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra - Medalha de Prata

Instituto de Artes da Urca - Medalha de Prata

Fonte: Texto compilado e adaptado, extraído do Atelier Jung. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

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Sobre Jung, por Marcia Zoé | Atelier Jung

“não espere que o rigor do teu caminho, que obstinadamente se bifurca em outro, tenha fim.” (BORGES)

Excessos e faltas estão presentes nos lugares de partida e de chegada.

Jung é um artista que iniciou sua experiência pictórica em grupo, ao ar livre, nas ruas. Essa experimentação proporciona a ele uma convivência com o universo da arte para além das paredes da galeria do tio colecionador e comerciante de arte, uma presença marcante em sua vida. Curvas serpentinadas, enrugadas, confusas, confundidas, enroladas, quebradas, dobradas, espelhadas, acumuladas, ornamentadas, antitéticas, opostas, contrapostas, labirínticas, deformadas, alegóricas, claro escuras, herméticas, obrigam-nos a mudar constantemente de ponto de vista para entender aquilo que vem inscrito em sua obra, propondo o deslocamento do observador – exigindo dele e nele a assimilação dos contrários. Esse fazer coletivo possibilitou a incorporação da essência barroca desde o início em sua produção artística e até mesmo a teatralidade das procissões, a grande apoteose religiosa barroca ele pintou no começo do seu ofício. Eram pinturas coletivas com interferências do grupo de artistas que percorriam as ruas do Rio antigo em busca do melhor tema, luz, ângulo. O diálogo, a tensão, o desencontro, os excessos, as faltas e as representações que se entrelaçavam por este caminho, foram incorporadas em sua obra. A rua foi definidora e definitiva.

Apesar de ter iniciado tardiamente sua experiência pictórica, [suas primeiras obras datam de 2000] quando resolve frequentar aulas de pintura com o Mestre Bandeira de Melo, Jung leva consigo essa rica vivência e vai em busca da técnica, uma forma de dar aos “caos”, uma direção. Ele buscou e permanece buscando caminhos para propiciar e aprofundar o contato com seu fazer artístico. Aluno do EAV, atualmente frequenta os cursos de teoria ministrados nesta instituição por grandes nomes do cenário artístico nacional.

Ardente fruidor das artes, admirador explícito da poética expressionista, seu trabalho possui afinidades com a linguagem artística oriunda do pós-guerra e dos nomes que surgiram a partir desse período dentro do movimento, com ênfase nos abstratos. Ele tem claro que o expressionismo foi um movimento definidor em todos os aspectos, e mais que uma forma de expressão, foi um movimento construído em função de valores humanos.

Nas pinturas expressionistas tudo é essência, ou seja, interiorizado, singular, irracional, povoado de impulsos e paixões individuais. A natureza, o espírito, a arqueologia dos corpos e dos objetos, os vestígios, as texturas fazem parte do repertório expressionista e a obra de Jung começa a se definir nessa perspectiva.

Pesquisar processos tornou-se algo obrigatório em sua trajetória e descobriu que não só a informalidade sustenta a arte abstrata. Se no início arrebatar-se era suficiente , com o passar do tempo outros questionamentos surgiram. Jung trabalhava visando a obra em si, mas foi evoluindo no sentido de projetá-la para além do contemplativo e assim, suas referências foram se ampliando com Polke, Penk, Resnick, Bazelitz, Richter, Kiefer, Iberê, Bracher, Bogart, Vergara.

Deleuze define arte como a linguagem das sensações, capaz de penetrar nas palavras, nas cores, nos sons e nas pedras. A arte é feita para quem está fora da sua esfera. Uma de suas funções é fazer da experiência da arte a experiência do outro. Exprimir, narrar, fazer pensar e não somente provocar sensações é o que faz de uma obra, arte. Nesse sentido, as estruturas criadas por Jung possibilitam múltiplas interpretações. A complexidade presente em suas abstrações carrega uma intricada estrutura sígnica, intensa, densa por vezes (sua série denominada “Regular” possui essa densidade). E o que nos põe a pensar quando nos deparamos com uma obra assim? O signo. Para Deleuze, o signo é objeto de um encontro; mas é precisamente a contingência do encontro que garante a necessidade daquilo que ele faz pensar. O ato de pensar não decorre de uma simples possibilidade natural; ele é, ao contrário, a única criação verdadeira.

O registro pictórico de Jung é uma ação da linguagem e é uma forma de expressão articulada, mas sua pintura só se completa numa cadeia de eventos e a primeira grande série de Jung denominada “Regular” alimenta todas as outras cadeias produtivas que surgiram a partir daí. Merleau-Ponty escreveu que “a visão do pintor é um nascimento continuado”, assim, enquanto dá corpo à série abstrata intensa, viva, com excessos nas massas de cores e nas infinitas dobras criando um diálogo tenso, porém arrebatador, belo como a nos dizer que são dobras da matéria e da alma; labiríntica, infinita, ele também nos propõe uma viagem denominada “Irregular”, sua segunda série, agora monocromática, desordenando e recriando outros signos. Ele liberta-se e transmuta-se. Sentidos e sentimentos são reconstruídos a partir de vestígios, fragmentos, aparas, escorridos, restos, sobras, faltas. Jung, incansável, insaciável, propõe um embate de múltiplas associações fluídicas. Nas palavras de Sonia Garcez, “a fragmentação é uma abstração do sujeito e Jung percorre novas travessias em sua capacidade criadora e inquietações, legitimadas em suas obras. São constelações de elementos que promovem múltiplos sentidos num movimento constituído de espaços semióticos tais como a irregularidade, colocando sua obra no âmago do discurso contemporâneo”.

No momento em que uma grande diversidade de elementos se incorpora ao fazer artístico, concedendo liberdade para que outros campos sejam explorados numa interatividade frenética entre espaço e sujeito, Jung passa a reler sua própria obra como um arqueólogo que busca vestígios de uma civilização passada em fragmentos e detalhes que ele próprio foi imprimindo ao longo do caminho. Corpos orgânicos deslocam-se das obras tornando-se um quase objeto sem forma definida, mas que ao mesmo tempo dá pistas de que algo existiu ali. Morte e renascimento. Algumas pinturas são registros chamados de “quadros sem tinta” e neles, sinais são mais nítidos, sombras escondem marcas, ali a pintura nega a si própria e remete ao “parecer ser”, uma ausência e presença na mesma obra. Numa série de aguadas chamadas de “Enigmas”, são mapeadas novas descobertas e agora as faltas são impressas, sombras anímicas. Ausência e presença ocupando o mesmo espaço. Nas “Monotipias”, outra série, as marcas são profundamente inquietantes, pesadelo e sonho se entrelaçam e surge o novo, a nova dobra da matéria, a nova dobra da alma, fluídica, dissolvida, viva. Os detalhes das obras chamadas “Regulares” e “Irregulares” passam a ser investigados através da fotografia e ampliados na busca de mais pistas que possam revelar a alma das coisas. Jung já não vive no passado, o passado vive nele. Ele só tem o presente e o expressa diária e obstinadamente em suas obras porque este é o seu ato de viver, sua apoteose cotidiana.

Estas novas escolhas de Jung são abertas às interpretações do tempo num expressivo jogo orgânico interior e exterior, transbordante. Jung entrelaça outros mundos e relê a si próprio. Se reconstrói a partir de seus próprios vestígios, do que sejam excessos e/ou faltas no seu mundo que é o mundo de todos, entrelaçado, mutante, diverso. Eis a obra de Jung, lugar de partida e de chegada. Para Borges, caminhos como esse, que se bifurcam em contínuo, estabelecem uma elipse no infinito.

Fonte: Atelier Jung, texto de Marcia Zoé Ramos, artista plástica, arte educadora, produtora e gestora de projetos de arte e cultura. Publicado em março de 2013. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

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A bolsa de arte faz divulgação da exposição de Jung na Galeria Rodin | Atelier Jung

“O pintor carioca Wladimyr Sergio Jung Junior, confessa que desde criança foi influenciado por seu tio, Luizandro Guerreiro, comerciante e colecionador de obras de arte, especialmente obras da década de 1970. Em sua estréia na Galeria Rodin, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana – Rio de Janeiro, RJ, o artista mostra suas cores sob a curadoria de Alexandre Guimarães na exposição individual “As cores de Jung”. Um dos entusiastas de seus trabalhos é Cláudio Ignatiuk Wanderley que assim se refere: “… Após atingir a maturidade, depois de se formar em Direito, manteve a sua paixão pela arte…Já definindo um estilo próprio pela busca de um abstracionismo em que a gestualidade preenche o espaço pictórico com pinceladas vigorosas e generosas massas de tinta, o artista cria seu campo cromático atendendo a uma significação do espírito, viajando nas derivações trazidas pelas interações de cor ou na casualidade harmônica em que convivem, lado a lado, as manchas de cores frias e quentes”. A partir de 30 de Junho.”

Crítica

Dois lados de uma mesma moeda, por Cláudio Ignatiuk Wanderley

Tachismo, expressionismo abstrato, abstracionismo lírico, action painting são estilos artísticos de cuja pintura de Jung podemos pinçar elementos que povoam suas criações plena de densidade e cores. No entanto, rotular sua pintura como subjugada a um desses movimentos é limitar sua concepção artística a um parâmetro que foge à natureza de seu trabalho.

Já definindo um estilo próprio pela busca de um abstracionismo em que a gestualidade preenche o espaço pictórico com pinceladas vigorosas e generosas massas de tinta, o artista cria seu campo cromático atendendo a uma significação do espírito, viajando nas derivações trazidas pelas interações de cor ou na casualidade harmônica em que convivem, lado a lado, as manchas de cores frias e quentes. Assim, a densidade do resultado sobrevém do produto de um efeito em que interagem cores, não importam quantas, ou da convivência harmônica de um casal delas.

Para chegar ao produto de sua arte, Jung não se preocupa se vai gastar 10, 20 ou 50 tubos de tinta. Em suas telas de cânhamo, de médias e grandes dimensões, os efeitos se sucedem em volumes cromáticos, como a formar fenômenos naturais entrecortados pela intervenção plástica do artista, com sensibilidade e coerência com seu estilo. Massas de tinta que se mesclam em favor do acaso criativo lembram um pouco a técnica de Iberê Camargo, sem nenhuma intenção comparativa. Jackson Pollock, Hans Hartung, Emil Nolde são alguns artistas universais cujas obras iluminadas são a fonte que leva ao caminho espiritual do abstracionismo do artista. E assim ele vai evoluindo sua arte, fortalecendo seu estilo e criando novas obras, com energia e ritmo, para nosso deleite visual.

Jung, como o homônimo famoso psicanalista, remexe no inconsciente para construir, não com palavras ou teorias científicas, mas sob forma de cores, sua complexidade artística que vem através de uma gestualidade que produz beleza pictórica e tensões visuais que alimentam o espírito dos apreciadores.

Seu gosto pela arte vem do convivio com o tio, marchand e antiquário, cujo apartamento era repleto de obras de artistas pouco conhecidos então, mas muitos dos quais reconhecidos hoje no mercado de arte. Lá, o menino observava, com um misto de encanto e curiosidade, a parede preenchida de quadros enriquecidos de cores e formas, dos mais variados estilos e influências artísticas, enquanto o tio negociava com os clientes. Com o próprio tio, já amadurecido, pessoal e profissionalmente, Jung começou a comprar quadros de sua loja e formar um grande acervo, nutrindo cada vez mais sua fome de arte e seu perfil de colecionador. Não satisfeito em reunir obras de outros artistas, o passo seguinte (natural para quem ama a arte) foi preencher o vazio de suas perturbações de espírito com telas, pincéis e tintas. E a surpresa foi perceber que o talento veio a revelar-se, complementando suas raízes de apreciador e colecionador. O advogado, Dr. Wladimyr Jung e o artista plástico, Jung são agora a mesma pessoa, com a mesma sensibilidade em letras jurídicas e artísticas. Dois lados de uma mesma moeda.

Fonte: Texto crítico de Cláudio Ignatiuk Wanderley, jornalista e artista plástico. Publicado em Atelier Jung. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

Crédito fotográfico: Imagem extraída da página do artista no Pinterest. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2024.

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