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Roberto Burle Marx

Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 – Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de jóias e decorador brasileiro, renomado internacionalmente.

Biografia

O artista Roberto Burle Marx recolhe objetos isolados que o cercam e os dispõe para criar suas obras. Multifacetado, experimentou com diversas vertentes artísticas, sendo, inclusive, discípulo de Cândido Portinari, maior expoente do Modernismo no Brasil. É no paisagismo, no entanto, que encontra sua maior expressão.

Viajou o Brasil em busca de plantas raras e acaba tornando-se um botânico autodidata. Quando vivo, poderia ser encontrado no Leme, onde ficava seu ateliê, observando as pessoas e sobretudo as festas de rua. Ou no sítio em Guaratiba, correndo de uma estufa à outra ou na varanda, pintando.

O primeiro trabalho como paisagista é feito a convite do amigo Lúcio Costa, na década de 30. Apesar de terem estranhado seu estilo abstrato, geométrico e tropical, a renovação nas artes e na arquitetura era tendência na época - trazendo-lhe reconhecimento.

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Biografia Itaú Cultural

Durante a infância vive no Rio de Janeiro. Vai com a família para a Alemanha, em 1928. Em Berlim, estuda canto e se integra à vida cultural da cidade, freqüenta teatros, óperas, museus e galerias de arte. Entra em contato com as obras de Vincent van Gogh (1853-1890), Pablo Picasso (1881-1973) e Paul Klee (1879-1940). Em 1929, freqüenta o ateliê de pintura de Degner Klemn. Nos jardins e museus botânicos de Dahlen, em Berlim, entusiasma-se ao encontrar exemplares da flora brasileira. De volta ao Brasil, faz curso de pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), Rio de Janeiro, entre 1930 e 1934, onde é aluno de Leo Putz (1869-1940), Augusto Bracet (1881-1960) e Celso Antônio (1896-1984). Em 1932, realiza seu primeiro projeto de jardim para a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro, a convite do arquiteto Lucio Costa (1902-1998), que realiza o projeto de arquitetura com Gregori Warchavchik (1896-1972). Entre 1934 e 1937, ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com freqüência ao Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari (1903-1962) e com o escritor Mário de Andrade (1893-1945), no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Candido Portinari. O final da década de 1930 arca a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna, época em que o artista experimenta formas orgânicas e sinuosas na elaboração de seus projetos. Sua paixão por plantas remonta à juventude, quando se interessa por botânica e jardinagem, mas é em 1949 que Roberto Burle Marx organiza uma grande coleção, quando adquire um sítio de 800.000 m², em Campo Grande, Rio de Janeiro. Em companhia de botânicos, realiza inúmeras viagens por diversas regiões do país, para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a diversidade fitogeográfica brasileira.

Análise

O estudo da paisagem natural brasileira é um elemento fundamental nos projetos de Burle Marx, desde o início da carreira. Sua obra tem caráter inovador: trabalha como botânico e pesquisador - realiza excursões pelo país, descobre espécies vegetais, incorpora as plantas do cerrado, espécies amazônicas e do sertão nordestino em suas obras. Inclui em seus parques e jardins elementos arquitetônicos como colunas e arcadas, encontrados em demolições; utiliza ainda mosaicos e painéis de azulejos, recuperando a tradição portuguesa.

Destaca-se em seus projetos a preocupação com as massas de cor, obtidas pela disposição de arbustos e árvores em grupos homogêneos, de acordo com seu potencial de mudanças cromáticas, ao longo das estações do ano. Essa mesma atenção em relação à cor, é conferida aos materiais minerais empregados: pedras, seixos e areias. Cria jardins de formas orgânicas, delineados por um contorno preciso, como pode ser visto, por exemplo, no Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte, 1942-1945). Na Fazenda Marambaia (Petrópolis, 1948) e no Rancho da Pedra Azul (Teresópolis, 1956) integra a paisagem construída ao cenário natural: os jardins se expandem e incorporam a natureza local. Em 1949, Burle Marx adquire o Sítio Santo Antônio da Bica, nas proximidades do Rio de Janeiro, onde reúne e estuda exemplares, muitas vezes raros, da flora brasileira. A partir da década de 1950, utiliza em seus trabalhos uma ordenação mais geometrizante, como ocorre na Praça da Independência (João Pessoa, 1952).

Burle Marx colabora com arquitetos modernos em projetos em que a arquitetura e o paisagismo são integrados. Trabalha com Lucio Costa no projeto dos jardins do Ministério da Educação e Saúde (MES) (Rio de Janeiro, 1938-1944) e do eixo monumental de Brasília (1961-1962); com Rino Levi (1901-1965) na residência Olivo Gomes (atual Parque da Cidade Roberto Burle Marx, São José dos Campos, 1950-1953 e 1965); com Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) (1954-1956) e do Parque do Flamengo (1961-1965); e com Oscar Niemeyer (1907-2012) no conjunto da Pampulha.

Paralelamente, trabalha como pintor, dedicando-se, na década de 1930, a naturezas-mortas com motivos da flora brasileira, em traços sinuosos e uma paleta de tons sóbrios. Produz quadros em que incorpora soluções formais do cubismo, como na obra Abóboras com Bananas (1933). Na pintura mantém diálogo com Picasso e com os muralistas mexicanos, representando figuras do povo, cenas de trabalho e favelas. Em seus retratos aproxima-se da obra de Candido Portinari, com quem estuda em 1935, e Di Cavalcanti (1897-1976), na representação realista dos personagens.

Emprega o geometrismo ao pintar cidades, construídas em linhas retas, com uma paleta sóbria, em que predominam tons amarelo, cinza e preto, como em Morro do Querosene (1936) e Morro de São Diogo (1941). Paralelamente, um novo tratamento formal é percebido em alguns quadros: a passagem gradual para o abstracionismo, como em Cataventos (1940), Figura em Cadeira de Balanço (1941) e Peixes (1944).

A obra de Burle Marx atinge uma linguagem particular a partir da década de 1950. A tendência para a abstração consolida-se e a paleta muda, passando a incluir muitas nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. Em suas telas o trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico, os contornos são desenhados com a cor, as telas adquirem um aspecto fluído, flexível e ganham leveza.

Ao longo de sua carreira são numerosos os desenhos a nanquim, nos quais, muitas vezes, trabalha com motivos tirados da trama finíssima de folhagens e galhos. Embora tenha como base a natureza, seus desenhos são, essencialmente, de caráter abstrato, com a predominância de elementos lineares. Utiliza o nanquim para obter gradações em tonalidades diversas, como pode ser visto no desenho Dia e Noite (Série 1973, 1).

Inspirando-se constantemente em formas da natureza, suas pinturas e desenhos refletem a indissociável experiência de paisagista e botânico. Na década de 1970, tem marcante atuação como ecologista, defendendo a necessidade da formação de uma consciência crítica em relação à destruição do meio ambiente. O Sítio Santo Antônio da Bica é doado ao governo federal em 1985, passando a chamar-se Sítio Roberto Burle Marx, e constitui um valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.

Críticas

"A pintura de Burle Marx, agora, procura situar-se como levantamento visual do paisagismo trabalhado. Procura devestir o desenho de sua presença incisiva, mas sob as cores e paralelamente o desenho guarda nos quadros de Burle Marx essa trepidação orquestrada, o segredo de uma ordem. Donde a reminiscência braquiana, que esteve sempre em sua profunda obediência à ordem do mestre, a regra contingenciando a emoção. Pintura que reatualiza a prospecção cubista, dentro das invariantes abstratas, investindo nessas invariantes um relacionamento em que as formas produzem às vezes um bailado de ritmo grave (estamos pensando em quadros do tipo da Composição 1). Dizer que essa pintura acabou na ´Extravasaria´, um dos nomes propostos pelo próprio artista ao resultado a que chegou, é concordar em gênero e número com sua busca de imagens - pois há de tudo nessa pintura quanto a imaginária informada pela geometria deixa escapar de um sensualismo colorístico. Somos levados a concluir que os grandes quadros anteriores melhor se condensaram nos quadros de 1974. (...) O artista em sua maturidade, não há mal repetir essa conseqüência assinalada já, é uma projeção de personalidade inteiriça, que transfunde em todos os seus gestos o desenho urbano do chão, dos jardins verticalizados, da flora que fornece todo o seu temário".

Geraldo Ferraz (FERRAZ, Geraldo. Personalidade num Temário. In: MARX, Burle. Roberto Burle Marx. São Paulo: MAM, 1974.)

"As texturas são variadas nos diversos trabalhos. Mas, percebe-se que o artista fixou o ambiente, representados alguns deles numa visão bidimensional e outros numa curiosa perspectiva abstrata. Sob esse aspecto, seus desenhos são muito atuais. Denotam o propósito do artista em renovar-se, numa múltipla produção de jardins, esculturas florais, tapeçarias e desenhos os mais diversos. Burle Marx é por isso mesmo um artista que procura atingir o universal, coisa rara em nossa época. Os desenhos mais escuros, com nanquim distribuído em tonalidades diversas, são muito curiosos, tanto do ponto de vista das variações e gradações dos cinzas, como dos pretos e brancos, com ligeiras nuances. Alguns até parecem coloridos, pelos vários matizes obtidos pelas pinceladas. Outros têm efeitos comuns às gravuras. São obras laboriosamente executadas e que mostram outra faceta do poderoso talento visual do desenhista".

Antonio Bento (BENTO, Antonio. Desenhos e Pinturas de Roberto Burle Marx. In: MARX, Burle. Roberto Burle Marx. São Paulo: MAM, 1974.)

"A diferença que noto entre sua pintura e o seu desenho se traduz como gradação temática. Na fase atual, a composição deriva da estrutura vegetal, solta e esquematizada no espaço. Isto resultou de sua imensa vivência de jardinista, de botânico, de ecologista capaz de ver e entender o íntimo das plantas, mas por uma outra razão, pode se considerar como alcance meramente estético do exercício plástico. Observando e anotando, exaustivamente, estruturas vegetais sobrepostas, assim como se somam na natureza, Roberto Burle Marx pôde construir no desenho uma linguagem individual de plenitude. Como filiação estilística, quando muito poder-se-ia dizer contemporâneo de Picasso, Braque e Matisse mas há de se reconhecer que a Roberto Burle Marx coube desenhar a trama do mundo vegetal, descobrindo espaços, planos e claros-escuros por ninguém jamais revelados".

Clarival do Prado Valladares (VALLADARES, Clarival do Prado. Roberto Burle Marx em 1974. In: MARX, Burle. Roberto Burle Marx. São Paulo: MAM, 1974.)

"A obra gráfica, desenhada em preto e branco do artista, tem tanta importância quanto a da sua forte contribuição como colorista. O caráter transitório do desenho, de linha que avança, faz com que ele seja como Mário de Andrade tão bem apontou uma espécie de 'arte intermediária entre as do espaço e do tempo. (...) Porque o desenho é por natureza um fato aberto'. Essa liberdade intrínseca ao desenho confere às gravuras aos nanquins ás águas-fortes, a certas telas e tapeçarias de Roberto grande fluidez na trama imaginante das formas. Ao mesmo tempo que compõe com a gama ampla das cores de maneira orquestral, Roberto cria densidade ainda mais dramática no diálogo concentrado de duas notas: o preto e o branco, às vezes acrescidos de sépias ou cinzas. (...) Como traço tênue, é ainda o desenho que intervém em alguns pontos para dar escala a grandes manchas de cor - azul, amarelo, vermelho, violeta - em composições essencialmente cromáticas como Guaratiba, de 1989. Em outros trabalhos, a estrutura das linhas se adensa, e cerca a cor que, como num vitral, tem a sua luz projetada de dentro".

Lélia Coelho Frota (FROTA, Lélia Coelho. Roberto Burle Marx: uma homenagem. In: MARX, Burle. Arte e paisagem: a estética de Roberto Burle Marx. São Paulo: MAC/USP, 1997. 60 p., il., figs. color. p. 25.)

"A criação paisagística permite-lhe lidar com a qualidade abstrata da forma moderna, sem os limites objetivos de sua utilização pictórica. Este parece ser o cerne da qualidade artística de seus jardins: o lugar de lidar com circunstâncias formais no espaço, Burle Marx cria um fato espacial concreto. Para tal, precisa recusar a poda, a busca de uma formalização arbitrária, representativa da forma pictórica. O seu ideal de formalização dos gestos da natureza imbrica-se na vontade de liberar a forma plástica de seus constrangimentos, de percebe-la como um dado concreto da existência e, portanto, necessariamente instável e cambiante.

(...) Burle Marx desenvolveu, como poucos, a capacidade de antecipar as relações formais entre as espécies de plantas que escolhia para seus jardins. Combinava as tonalidades das folhagens perenes com as cores das flores ou inflorescência episódicas, surgidas em determinados períodos do ano. Trabalhava com contrastes cromáticos intensos que nada tinham a ver com as cores usadas em suas planimetrias em guache. O desenho jamais determinou o destino do jardim, que o paisagista sabia ser imprevisível e instável. Um claro exemplo disso é o jardim da residência de Odette Monteiro, em Correias, Petrópolis, (RJ), remodelado pelo próprio Burle Marx na década de 1980, quando a propriedade passou às mãos de Luiz César Fernandes. Como aponta Rossana Vaccarino, neste caso o trabalho com as oposições cromáticas supera qualquer aplicação de regras bidimensionais: 'Cor é uma dimensão que transmite volumes e texturas para suas paisagens, e o faz no ambiente natural brasileiro' ".

Vera Beatriz Siqueira (SIQUEIRA, Vera Beatriz. Burle Marx: paisagens transversas. In: SIQUEIRA, Vera Beatriz, EUVALDO, Célia (coord.). Burle Marx. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. 128 p., il. color. (Espaços da arte brasileira), p. 26-27.)

Depoimentos Roberto Burle Marx

"A larga e muito ampla experiência de meu trabalho de paisagista, criando, realizando e conservando jardins, parques e grandes áreas urbanas, praticamente desde a terceira década deste século, permite-me agora formular a conceituação que faço do problema jardim, como sinônimo de adequação do meio ecológico para atender às exigências naturais da civilização.

Este conceito, isto é, meu pensamento atual, baseado numa razoável experiência, não pretende nenhuma originalidade, nenhuma descoberta, sobretudo porque toda a minha obra responde por uma razão de percurso histórico e por uma consideração do meio natural.

Em relação à minha vida de artista plástico, da mais rigorosa formação disciplinar para o desenho e a pintura, o jardim foi, de fato, uma sedimentação de circunstâncias. Foi somente o interesse de aplicar sobre a própria natureza os fundamentos da composição plástica, de acordo com o sentimento estético da minha época. Foi, em resumo, o modo que encontrei para organizar e compor o meu desenho e pintura, utilizando materiais menos convencionais.

Em grande parte, posso explicar, através do que houve em relação à minha geração, quando os pintores recebiam o impacto do cubismo e do abstracionismo. A justaposição dos atributos plásticos desses movimentos estéticos aos elementos naturais constituiu a atração para uma nova experiência. Decidi-me a usar a topografia natural como uma superfície para a composição e os elementos da natureza encontrada - minerais, vegetais - como materiais de organização plástica, tanto e quanto qualquer outro artista procura fazer sua composição com a tela, tintas e pincéis.

Os críticos mais interessados na minha obra têm, repetidas vezes, assinalado a ligação estilística entre a pintura e o paisagismo que faço. Geraldo Ferraz e Clarival Valladares têm indicado toda a minha obra como dentro de uma unidade plástica e eu mesmo sou o primeiro a reconhecer não haver diferenças estéticas entre o objeto-pintura e o objeto-paisagem construída. Mudam apenas os meios de expressão".

Roberto Burle Marx (MARX, Burle. Conceitos de Composição em Paisagismo. In: _____. Arte e paisagem: conferências escolhidas. São Paulo: Nobel, 1987, p. 11. Conferência intitulada Conceitos de Composição em Paisagismo, proferida em 1954.)

Exposições individuais

1946 - São Paulo SP - Individual, Galeria Itapetininga

1952 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1956 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Contemporary Arts Gallery

1956 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1968 - São Paulo SP - Individual, na A Galeria

1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria do Banco Nacional de Minas Gerais

1971 - Recife PE - Desenhos, na Galeria Bancipe

1972 - Belo Horizonte MG - 43 Anos de Pintura de Roberto Burle Marx, no MAP

1972 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, na Galeria do Ibeu

1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Fundação Calouste Gulbenkian

1973 - Paris (França) - Individual, no Musée Galliera

1973 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1974 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP

1974 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR

1974 - Salvador BA - Individual, no Foyer do Teatro Castro Alves

1976 - Porto Alegre RS - Desenhos, na Galeria Studiu's

1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Oficina D'Arte

1976 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Atelier Noth-Hauer

1977 - Recife PE - Individual, na Casa de Olinda

1977 - Caracas (Venezuela) - Individual, no Museo de Arte Contemporánea de Caracas

1978 - Caracas (Venezuela) - Individual, no Museo de Arte Contemporánea de Caracas

1978 - Maracaibo (Venezuela) - Individual, no Centro de Bellas Artes

1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1978 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Atelier Internacional de Arte

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Aki

1978 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard

1979 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1980 - Rio de Janeiro RJ - Desenhos das séries Erótica, Homenagem a Goya e Nuvem Carolina, na Galeria Banerj

1981 - João Pessoa PB - Individual, no UFPB. Núcleo de Arte Contemporânea

1981 - Niterói RJ - Individual, no Centro de Exposições da Associação Médica Fluminense

1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1981 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Plano

1982 - Londres (Inglaterra) - Individual, no Royal College of Art

1983 - Malorca (Espanha) - Individual, no Col-Legi d'Architectes de les Balears

1983 - São Paulo SP - Individual, no CCSP

1984 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Olivia Kann

1984 - Porto Alegre RS - Individual, na Livraria Prosa i Verso

1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no CCCM

1984 - Fortaleza CE - Individual, na Galeria de Arte Ignez Fiuza

1984 - Joinville SC - Individual, na Museu de Arte de Joinville

1985 - Goiânia GO - A Arte de Burle Marx, na MultiArte Galeria

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no BNDES

1985 - Brasília DF - Individual, Galeria de Arte

1985 - Recife PE - Individual, no Estudio A

1985 - Vitória ES - Individual, na Galeria Homero Massena

1986 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Brazilian Cultural Foundation

1986 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Brazilian-American Cultural Institute

1986 - San Francisco (Estados Unidos) - Individual, na Asla Annual Meeting

1986 - Belo Horizonte MG - Individual, no Espaço Cultural do Pampulha Iate Clube

1987 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, no Private Reception for Brazilian Ambassador

1987 - Margate City (Estados Unidos) - Individual, na Rosalind Sailor Gallery

1987 - Filadélfia (Estados Unidos) - Individual, na University of Philadelphia, Graduate School of Fine Arts

1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ralph Camargo

1989 - Rio de Janeiro RJ - R. Burle Marx na Pintura: Exposição em Homenagem aos 80 Anos do Artista, no Parque Lage

1989 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, no Züblin-Haus

1989 - Fortaleza CE - Individual, na Galeria de Arte Ignes Fiuza

1989 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, na Buga 89

1989 - Recife PE - Individual, na Estudio A

1989 - Brasília DF - Individual, na Praxis Galeria de Arte

1989 - Rio de Janeiro - Individual, no MNBA

1989 - Rio de Janeiro - Individual, no Solar Grandjean de Montigny, Centro Cultural da PUC/RJ

1990 - Campinas SP - Individual, no MACC

1990 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aquarela

1990 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte

1990 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Idea Galeria de Arte

1991 - Nova York (Estados Unidos) - Roberto Burle Marx: the Unnatural Art of the Garden, no MoMA

1992 - Caracas (Venezuela) - Individual, na La Sala Mendoza

1992 - Curitiba PR - Individual, no Museu da Gravura Cidade de Curitiba, Sala do Lustre

1993 - Sabará MG - Mostra Roberto Burle Marx, na Fundação Belgo-Mineira

1993 - Porto Alegre RS - Simplesmente Burle Marx, no Espaço Cultural BFB

Exposições coletivas

1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy fo Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victiry Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, nas Salas Nacionales de Exposición

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - Haia (Holanda) - Arte em Liberdade

1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes

1945 - Londres (Inglaterra) - Pintura Moderna Brasileira, no Burlington-House

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - Montevidéu (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura

1945 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de ouro

1945 - Rio de Janeiro RJ - Artistas Plásticos do Partido Comunista, na Casa do Estudante

1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de ouro

1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza

1951 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Belas Artes - medalha de ouro em pintura

1954 - Viena (Áustria) - Die Schönsten Garten der Erder

1954 - Zurique (Suíça) - Brasilien Baut, na Kunstgewebemuseum

1955 - Boston (Estados Unidos) - Coletiva, no Institute of Contemporary Arts

1955 - Lugano (Suíça) - Incisioni e Disegni Brasiliani, na Villa Cianni

1955 - Paris (França) - Arte Brasileira

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1956 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilien Baut, no Museum de Leverkusen

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Margs

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Washington (Estados Unidos) - Contemporary Drawings from Latin America

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP

1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1963 - Tóquio (Japão) - Feira Internacional de Tóquio: Pavilhão Brasil

1964 - Viena (Áustria) - Internationale Gartenschau

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1968 - Santo André SP - 1ª Exposição de Arte de Santo André

1969 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral da Pintura Brasileira, no MNBA

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - Veneza (Itália) - 35ª Bienal de Veneza

1973 - São Paulo SP - 1ª Bienal de Arquitetura, no Parque Ibirapuera

1974 - São Paulo SP - 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, no MAB/Faap

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1977 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Studiu's

1977 - Rio de Janeiro RJ - 1º Encontro Nacional das Galerias de Arte, no Copacabana Palace Hotel

1978 - Veneza (Itália) - 39ª Bienal de Veneza

1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1980 - Rio de Janeiro RJ - Grandes Pintores Retratam Marinheiros, no Ministério da Marinha

1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico

1982 - Berlim (Alemanha) - Architecture in Latina America

1983 - Montevidéu (Uruguai) - 5ª Bienal de Maldonado, no Museo de Arte de Maldonado

1983 - Olinda PE - Exposição da Coleção Abelardo Rodrigues de Artes Plásticas, no MAC/Olinda

1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1987 - Miami (Estados Unidos) - Coletiva, no Dade Community College, South Art Gallery

1987 - Rio de Janeiro RJ - Mostra de Paisagismo, no IAB/RJ

1988 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva Nipo-Brasileira, no Rio Design Center

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1990 - Brasília DF - Arte Brasília, no MAB

1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte

1992 - Belém PA - 11º Salão Arte Pará, na Fundação Romulo Maiorana

1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich

1993 - Fortaleza CE - 23 Anos, na Galeria Ignez Fiuza

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

Exposições póstumas

1996 - Belo Horizonte MG - Impressões Itinerantes, no Palácio das Artes

1997 - São Paulo SP - Arte e Paisagem: A Estética de Roberto Burle Marx, no MAC/USP

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1999 - Rio de Janeiro RJ - Acervo do Solar Grandjean de Montigny, no Solar Grandjean de Montigny

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural

1999 - São Paulo SP - Sobre Papel, Grafite e Nanquim, no Banco Cidade

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - Rio de Janeiro RJ - Afinidades Eletivas I, na Galeria do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro

2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap

2002 - São Paulo SP - Individual, no Memorial da América Latina. Galeria Marta Traba

2004 - Rio de Janeiro RJ - O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

2004 - São Paulo SP - Individual, no James Lisboa Escritório de Arte

2005 - São Paulo SP - O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho, no MAM/SP

BURLE Marx. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1461/burle-marx>. Acesso em: 27 de Dez. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Era o quarto filho da recifense Cecília Burle, membro da tradicional família pernambucana de ascendência francesa Burle Dubeux, e de Wilhelm Marx, judeu alemão nascido em Estugarda e criado em Tréveris.

A mãe, exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas. Roberto a acompanhava, desde muito pequeno, nos cuidados diários com as rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que plantava no seu jardim.

Ida para o Rio de Janeiro

Quando os negócios começaram a ir mal em São Paulo, seu pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. A família viveu um tempo em casa de familiares e, quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começou a ter resultados positivos, finalmente se mudaram para um casarão no Leme. Nesse casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começou a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.

Período na Alemanha

Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.

As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes, a de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Vincent van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.

Formação acadêmica em Artes Plásticas (Belas Artes)

Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estudou pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lúcio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentivou a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx conviveu na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto, entre outros.

Início do paisagismo no Recife

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Seu grupo do movimento arquitetônico modernista (junto com Luís Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade), ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 criou o primeiro Parque Ecológico do Recife.

Ruptura e modernidade

Praça Adhemar de Barros, com projeto de paisagismo de Burle Marx, localizada em Águas de Lindoia, São Paulo.

Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.

A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.

Cronologia

1909 - nasce Burle Marx em 4 de agosto, em São Paulo.

1913 - Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fixam domicílio.

1928 a 1929 - Vive período na Alemanha com a família.

1930 a 1934 - Ingressa e frequenta a Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

1932 - Primeiro projeto de paisagismo para a residência da família Schwartz no Rio de Janeiro.

1934 - Assume a Diretoria de Parques e Jardins do Recife, projeta praças e jardins públicos.

1935 - Participa da elaboração paisagística do jardim no atual Palácio Gustavo Capanema.

1937 - Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife.

1944 - Desenha os azulejos do Hall de entrada do Edificio Prudência (Rino Levi) em Higienopólis São Paulo.

1949 - Adquire um sítio de 365.000 m2, em Guaratiba, RJ, onde abriga uma grande coleção de plantas.

1950 - Projeta o Parque Generalisimo Francisco de Miranda em Caracas, Venezuela.

1953 - Projeta os Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro.

1953 - Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.

1954 - Projeta o paisagismo do Balneário Municipal de Águas de Lindóia, SP.

1954 - Realiza o projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado).

1955 - Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

1960 - Projeto o paisagismo da Praça da Cidadania da Universidade Federal de Santa Catarina, onde situa-se o Prédio da Reitoria, em Florianópolis.

1961 - Projeta o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília.

1961 - Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

1968 - Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, D.C. (Estados Unidos).

1970 - Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede oficial do Governo do Piauí.

1971 - Projeta o paisagismo do aterro da Bahia Sul em Florianópolis.

1971 - Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília.

1982 - Recebe o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda).

1982 - Recebe o título Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres (Inglaterra).

1985 - Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró Memória).

1988 - Recebe homenagem da escola de samba Independentes de Cordovil (Grupo de Acesso do Carnaval do Rio de Janeiro).

1990 - Projeta o paisagismo do Parque Ipanema, em Ipatinga/MG.

1994 - Morre no Rio de Janeiro, em 4 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida.

Celebrações

Desde 2009, celebra-se no Recife a Semana Burle Marx, no início do mês de agosto. (Lei Municipal nº 17.571/2009)

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 27 de dezembro de 2018.

Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 – Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de jóias e decorador brasileiro, renomado internacionalmente.

Roberto Burle Marx

Roberto Burle Marx (São Paulo, 4 de agosto de 1909 – Rio de Janeiro, 4 de junho de 1994) foi um paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de jóias e decorador brasileiro, renomado internacionalmente.

Videos

Burle Marx, paisagista, arquiteto e pintor

Roberto Burle Marx: Brazilian Modernist

O sítio do paisagista brasileiro Roberto Burle Marx está prestes a se tornar patrimônio mundial

Roberto Burle Marx por H. Stern - 2018

Roberto Burle Marx: “Brazilian Modern” at The New York Botanical Garden

Burle Marx deixa formas e cores em tapeçaria exposta no Senado

Burle Marx - Jewish Museum NYC

Exposições - Roberto Burle Marx: uma vontade de beleza - Pinacoteca Estado de São Paulo

Symposium: Roberto Burle Marx – A Total Work of Art

Conhecendo Museus - Ep. 12: Sítio Roberto Burle Marx

Um Pé de Quê? Burle Marx, por Regina Casé

Burle Marx - Parte 1 - De Lá Pra Cá

Burle Marx - Parte 2 - De Lá Pra Cá

Burle Marx - Parte 3 - De Lá Pra Cá

Burle Marx - Parte 4 - De Lá Pra Cá

Biografia

O artista Roberto Burle Marx recolhe objetos isolados que o cercam e os dispõe para criar suas obras. Multifacetado, experimentou com diversas vertentes artísticas, sendo, inclusive, discípulo de Cândido Portinari, maior expoente do Modernismo no Brasil. É no paisagismo, no entanto, que encontra sua maior expressão.

Viajou o Brasil em busca de plantas raras e acaba tornando-se um botânico autodidata. Quando vivo, poderia ser encontrado no Leme, onde ficava seu ateliê, observando as pessoas e sobretudo as festas de rua. Ou no sítio em Guaratiba, correndo de uma estufa à outra ou na varanda, pintando.

O primeiro trabalho como paisagista é feito a convite do amigo Lúcio Costa, na década de 30. Apesar de terem estranhado seu estilo abstrato, geométrico e tropical, a renovação nas artes e na arquitetura era tendência na época - trazendo-lhe reconhecimento.

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Biografia Itaú Cultural

Durante a infância vive no Rio de Janeiro. Vai com a família para a Alemanha, em 1928. Em Berlim, estuda canto e se integra à vida cultural da cidade, freqüenta teatros, óperas, museus e galerias de arte. Entra em contato com as obras de Vincent van Gogh (1853-1890), Pablo Picasso (1881-1973) e Paul Klee (1879-1940). Em 1929, freqüenta o ateliê de pintura de Degner Klemn. Nos jardins e museus botânicos de Dahlen, em Berlim, entusiasma-se ao encontrar exemplares da flora brasileira. De volta ao Brasil, faz curso de pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), Rio de Janeiro, entre 1930 e 1934, onde é aluno de Leo Putz (1869-1940), Augusto Bracet (1881-1960) e Celso Antônio (1896-1984). Em 1932, realiza seu primeiro projeto de jardim para a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro, a convite do arquiteto Lucio Costa (1902-1998), que realiza o projeto de arquitetura com Gregori Warchavchik (1896-1972). Entre 1934 e 1937, ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com freqüência ao Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari (1903-1962) e com o escritor Mário de Andrade (1893-1945), no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Candido Portinari. O final da década de 1930 arca a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna, época em que o artista experimenta formas orgânicas e sinuosas na elaboração de seus projetos. Sua paixão por plantas remonta à juventude, quando se interessa por botânica e jardinagem, mas é em 1949 que Roberto Burle Marx organiza uma grande coleção, quando adquire um sítio de 800.000 m², em Campo Grande, Rio de Janeiro. Em companhia de botânicos, realiza inúmeras viagens por diversas regiões do país, para coletar e catalogar exemplares de plantas, reproduzindo em sua obra a diversidade fitogeográfica brasileira.

Análise

O estudo da paisagem natural brasileira é um elemento fundamental nos projetos de Burle Marx, desde o início da carreira. Sua obra tem caráter inovador: trabalha como botânico e pesquisador - realiza excursões pelo país, descobre espécies vegetais, incorpora as plantas do cerrado, espécies amazônicas e do sertão nordestino em suas obras. Inclui em seus parques e jardins elementos arquitetônicos como colunas e arcadas, encontrados em demolições; utiliza ainda mosaicos e painéis de azulejos, recuperando a tradição portuguesa.

Destaca-se em seus projetos a preocupação com as massas de cor, obtidas pela disposição de arbustos e árvores em grupos homogêneos, de acordo com seu potencial de mudanças cromáticas, ao longo das estações do ano. Essa mesma atenção em relação à cor, é conferida aos materiais minerais empregados: pedras, seixos e areias. Cria jardins de formas orgânicas, delineados por um contorno preciso, como pode ser visto, por exemplo, no Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte, 1942-1945). Na Fazenda Marambaia (Petrópolis, 1948) e no Rancho da Pedra Azul (Teresópolis, 1956) integra a paisagem construída ao cenário natural: os jardins se expandem e incorporam a natureza local. Em 1949, Burle Marx adquire o Sítio Santo Antônio da Bica, nas proximidades do Rio de Janeiro, onde reúne e estuda exemplares, muitas vezes raros, da flora brasileira. A partir da década de 1950, utiliza em seus trabalhos uma ordenação mais geometrizante, como ocorre na Praça da Independência (João Pessoa, 1952).

Burle Marx colabora com arquitetos modernos em projetos em que a arquitetura e o paisagismo são integrados. Trabalha com Lucio Costa no projeto dos jardins do Ministério da Educação e Saúde (MES) (Rio de Janeiro, 1938-1944) e do eixo monumental de Brasília (1961-1962); com Rino Levi (1901-1965) na residência Olivo Gomes (atual Parque da Cidade Roberto Burle Marx, São José dos Campos, 1950-1953 e 1965); com Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) nos jardins do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) (1954-1956) e do Parque do Flamengo (1961-1965); e com Oscar Niemeyer (1907-2012) no conjunto da Pampulha.

Paralelamente, trabalha como pintor, dedicando-se, na década de 1930, a naturezas-mortas com motivos da flora brasileira, em traços sinuosos e uma paleta de tons sóbrios. Produz quadros em que incorpora soluções formais do cubismo, como na obra Abóboras com Bananas (1933). Na pintura mantém diálogo com Picasso e com os muralistas mexicanos, representando figuras do povo, cenas de trabalho e favelas. Em seus retratos aproxima-se da obra de Candido Portinari, com quem estuda em 1935, e Di Cavalcanti (1897-1976), na representação realista dos personagens.

Emprega o geometrismo ao pintar cidades, construídas em linhas retas, com uma paleta sóbria, em que predominam tons amarelo, cinza e preto, como em Morro do Querosene (1936) e Morro de São Diogo (1941). Paralelamente, um novo tratamento formal é percebido em alguns quadros: a passagem gradual para o abstracionismo, como em Cataventos (1940), Figura em Cadeira de Balanço (1941) e Peixes (1944).

A obra de Burle Marx atinge uma linguagem particular a partir da década de 1950. A tendência para a abstração consolida-se e a paleta muda, passando a incluir muitas nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. Em suas telas o trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico, os contornos são desenhados com a cor, as telas adquirem um aspecto fluído, flexível e ganham leveza.

Ao longo de sua carreira são numerosos os desenhos a nanquim, nos quais, muitas vezes, trabalha com motivos tirados da trama finíssima de folhagens e galhos. Embora tenha como base a natureza, seus desenhos são, essencialmente, de caráter abstrato, com a predominância de elementos lineares. Utiliza o nanquim para obter gradações em tonalidades diversas, como pode ser visto no desenho Dia e Noite (Série 1973, 1).

Inspirando-se constantemente em formas da natureza, suas pinturas e desenhos refletem a indissociável experiência de paisagista e botânico. Na década de 1970, tem marcante atuação como ecologista, defendendo a necessidade da formação de uma consciência crítica em relação à destruição do meio ambiente. O Sítio Santo Antônio da Bica é doado ao governo federal em 1985, passando a chamar-se Sítio Roberto Burle Marx, e constitui um valioso patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.

Críticas

"A pintura de Burle Marx, agora, procura situar-se como levantamento visual do paisagismo trabalhado. Procura devestir o desenho de sua presença incisiva, mas sob as cores e paralelamente o desenho guarda nos quadros de Burle Marx essa trepidação orquestrada, o segredo de uma ordem. Donde a reminiscência braquiana, que esteve sempre em sua profunda obediência à ordem do mestre, a regra contingenciando a emoção. Pintura que reatualiza a prospecção cubista, dentro das invariantes abstratas, investindo nessas invariantes um relacionamento em que as formas produzem às vezes um bailado de ritmo grave (estamos pensando em quadros do tipo da Composição 1). Dizer que essa pintura acabou na ´Extravasaria´, um dos nomes propostos pelo próprio artista ao resultado a que chegou, é concordar em gênero e número com sua busca de imagens - pois há de tudo nessa pintura quanto a imaginária informada pela geometria deixa escapar de um sensualismo colorístico. Somos levados a concluir que os grandes quadros anteriores melhor se condensaram nos quadros de 1974. (...) O artista em sua maturidade, não há mal repetir essa conseqüência assinalada já, é uma projeção de personalidade inteiriça, que transfunde em todos os seus gestos o desenho urbano do chão, dos jardins verticalizados, da flora que fornece todo o seu temário".

Geraldo Ferraz (FERRAZ, Geraldo. Personalidade num Temário. In: MARX, Burle. Roberto Burle Marx. São Paulo: MAM, 1974.)

"As texturas são variadas nos diversos trabalhos. Mas, percebe-se que o artista fixou o ambiente, representados alguns deles numa visão bidimensional e outros numa curiosa perspectiva abstrata. Sob esse aspecto, seus desenhos são muito atuais. Denotam o propósito do artista em renovar-se, numa múltipla produção de jardins, esculturas florais, tapeçarias e desenhos os mais diversos. Burle Marx é por isso mesmo um artista que procura atingir o universal, coisa rara em nossa época. Os desenhos mais escuros, com nanquim distribuído em tonalidades diversas, são muito curiosos, tanto do ponto de vista das variações e gradações dos cinzas, como dos pretos e brancos, com ligeiras nuances. Alguns até parecem coloridos, pelos vários matizes obtidos pelas pinceladas. Outros têm efeitos comuns às gravuras. São obras laboriosamente executadas e que mostram outra faceta do poderoso talento visual do desenhista".

Antonio Bento (BENTO, Antonio. Desenhos e Pinturas de Roberto Burle Marx. In: MARX, Burle. Roberto Burle Marx. São Paulo: MAM, 1974.)

"A diferença que noto entre sua pintura e o seu desenho se traduz como gradação temática. Na fase atual, a composição deriva da estrutura vegetal, solta e esquematizada no espaço. Isto resultou de sua imensa vivência de jardinista, de botânico, de ecologista capaz de ver e entender o íntimo das plantas, mas por uma outra razão, pode se considerar como alcance meramente estético do exercício plástico. Observando e anotando, exaustivamente, estruturas vegetais sobrepostas, assim como se somam na natureza, Roberto Burle Marx pôde construir no desenho uma linguagem individual de plenitude. Como filiação estilística, quando muito poder-se-ia dizer contemporâneo de Picasso, Braque e Matisse mas há de se reconhecer que a Roberto Burle Marx coube desenhar a trama do mundo vegetal, descobrindo espaços, planos e claros-escuros por ninguém jamais revelados".

Clarival do Prado Valladares (VALLADARES, Clarival do Prado. Roberto Burle Marx em 1974. In: MARX, Burle. Roberto Burle Marx. São Paulo: MAM, 1974.)

"A obra gráfica, desenhada em preto e branco do artista, tem tanta importância quanto a da sua forte contribuição como colorista. O caráter transitório do desenho, de linha que avança, faz com que ele seja como Mário de Andrade tão bem apontou uma espécie de 'arte intermediária entre as do espaço e do tempo. (...) Porque o desenho é por natureza um fato aberto'. Essa liberdade intrínseca ao desenho confere às gravuras aos nanquins ás águas-fortes, a certas telas e tapeçarias de Roberto grande fluidez na trama imaginante das formas. Ao mesmo tempo que compõe com a gama ampla das cores de maneira orquestral, Roberto cria densidade ainda mais dramática no diálogo concentrado de duas notas: o preto e o branco, às vezes acrescidos de sépias ou cinzas. (...) Como traço tênue, é ainda o desenho que intervém em alguns pontos para dar escala a grandes manchas de cor - azul, amarelo, vermelho, violeta - em composições essencialmente cromáticas como Guaratiba, de 1989. Em outros trabalhos, a estrutura das linhas se adensa, e cerca a cor que, como num vitral, tem a sua luz projetada de dentro".

Lélia Coelho Frota (FROTA, Lélia Coelho. Roberto Burle Marx: uma homenagem. In: MARX, Burle. Arte e paisagem: a estética de Roberto Burle Marx. São Paulo: MAC/USP, 1997. 60 p., il., figs. color. p. 25.)

"A criação paisagística permite-lhe lidar com a qualidade abstrata da forma moderna, sem os limites objetivos de sua utilização pictórica. Este parece ser o cerne da qualidade artística de seus jardins: o lugar de lidar com circunstâncias formais no espaço, Burle Marx cria um fato espacial concreto. Para tal, precisa recusar a poda, a busca de uma formalização arbitrária, representativa da forma pictórica. O seu ideal de formalização dos gestos da natureza imbrica-se na vontade de liberar a forma plástica de seus constrangimentos, de percebe-la como um dado concreto da existência e, portanto, necessariamente instável e cambiante.

(...) Burle Marx desenvolveu, como poucos, a capacidade de antecipar as relações formais entre as espécies de plantas que escolhia para seus jardins. Combinava as tonalidades das folhagens perenes com as cores das flores ou inflorescência episódicas, surgidas em determinados períodos do ano. Trabalhava com contrastes cromáticos intensos que nada tinham a ver com as cores usadas em suas planimetrias em guache. O desenho jamais determinou o destino do jardim, que o paisagista sabia ser imprevisível e instável. Um claro exemplo disso é o jardim da residência de Odette Monteiro, em Correias, Petrópolis, (RJ), remodelado pelo próprio Burle Marx na década de 1980, quando a propriedade passou às mãos de Luiz César Fernandes. Como aponta Rossana Vaccarino, neste caso o trabalho com as oposições cromáticas supera qualquer aplicação de regras bidimensionais: 'Cor é uma dimensão que transmite volumes e texturas para suas paisagens, e o faz no ambiente natural brasileiro' ".

Vera Beatriz Siqueira (SIQUEIRA, Vera Beatriz. Burle Marx: paisagens transversas. In: SIQUEIRA, Vera Beatriz, EUVALDO, Célia (coord.). Burle Marx. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. 128 p., il. color. (Espaços da arte brasileira), p. 26-27.)

Depoimentos Roberto Burle Marx

"A larga e muito ampla experiência de meu trabalho de paisagista, criando, realizando e conservando jardins, parques e grandes áreas urbanas, praticamente desde a terceira década deste século, permite-me agora formular a conceituação que faço do problema jardim, como sinônimo de adequação do meio ecológico para atender às exigências naturais da civilização.

Este conceito, isto é, meu pensamento atual, baseado numa razoável experiência, não pretende nenhuma originalidade, nenhuma descoberta, sobretudo porque toda a minha obra responde por uma razão de percurso histórico e por uma consideração do meio natural.

Em relação à minha vida de artista plástico, da mais rigorosa formação disciplinar para o desenho e a pintura, o jardim foi, de fato, uma sedimentação de circunstâncias. Foi somente o interesse de aplicar sobre a própria natureza os fundamentos da composição plástica, de acordo com o sentimento estético da minha época. Foi, em resumo, o modo que encontrei para organizar e compor o meu desenho e pintura, utilizando materiais menos convencionais.

Em grande parte, posso explicar, através do que houve em relação à minha geração, quando os pintores recebiam o impacto do cubismo e do abstracionismo. A justaposição dos atributos plásticos desses movimentos estéticos aos elementos naturais constituiu a atração para uma nova experiência. Decidi-me a usar a topografia natural como uma superfície para a composição e os elementos da natureza encontrada - minerais, vegetais - como materiais de organização plástica, tanto e quanto qualquer outro artista procura fazer sua composição com a tela, tintas e pincéis.

Os críticos mais interessados na minha obra têm, repetidas vezes, assinalado a ligação estilística entre a pintura e o paisagismo que faço. Geraldo Ferraz e Clarival Valladares têm indicado toda a minha obra como dentro de uma unidade plástica e eu mesmo sou o primeiro a reconhecer não haver diferenças estéticas entre o objeto-pintura e o objeto-paisagem construída. Mudam apenas os meios de expressão".

Roberto Burle Marx (MARX, Burle. Conceitos de Composição em Paisagismo. In: _____. Arte e paisagem: conferências escolhidas. São Paulo: Nobel, 1987, p. 11. Conferência intitulada Conceitos de Composição em Paisagismo, proferida em 1954.)

Exposições individuais

1946 - São Paulo SP - Individual, Galeria Itapetininga

1952 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1956 - Londres (Inglaterra) - Individual, na Contemporary Arts Gallery

1956 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1968 - São Paulo SP - Individual, na A Galeria

1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria do Banco Nacional de Minas Gerais

1971 - Recife PE - Desenhos, na Galeria Bancipe

1972 - Belo Horizonte MG - 43 Anos de Pintura de Roberto Burle Marx, no MAP

1972 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, na Galeria do Ibeu

1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Fundação Calouste Gulbenkian

1973 - Paris (França) - Individual, no Musée Galliera

1973 - Belo Horizonte MG - Individual, no MAP

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1974 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP

1974 - Curitiba PR - Individual, no MAC/PR

1974 - Salvador BA - Individual, no Foyer do Teatro Castro Alves

1976 - Porto Alegre RS - Desenhos, na Galeria Studiu's

1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Oficina D'Arte

1976 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Atelier Noth-Hauer

1977 - Recife PE - Individual, na Casa de Olinda

1977 - Caracas (Venezuela) - Individual, no Museo de Arte Contemporánea de Caracas

1978 - Caracas (Venezuela) - Individual, no Museo de Arte Contemporánea de Caracas

1978 - Maracaibo (Venezuela) - Individual, no Centro de Bellas Artes

1978 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1978 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Atelier Internacional de Arte

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Aki

1978 - Belo Horizonte MG - Individual, na Galeria Guignard

1979 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1980 - Rio de Janeiro RJ - Desenhos das séries Erótica, Homenagem a Goya e Nuvem Carolina, na Galeria Banerj

1981 - João Pessoa PB - Individual, no UFPB. Núcleo de Arte Contemporânea

1981 - Niterói RJ - Individual, no Centro de Exposições da Associação Médica Fluminense

1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saramenha

1981 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Plano

1982 - Londres (Inglaterra) - Individual, no Royal College of Art

1983 - Malorca (Espanha) - Individual, no Col-Legi d'Architectes de les Balears

1983 - São Paulo SP - Individual, no CCSP

1984 - São Paulo SP - Individual, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Olivia Kann

1984 - Porto Alegre RS - Individual, na Livraria Prosa i Verso

1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no CCCM

1984 - Fortaleza CE - Individual, na Galeria de Arte Ignez Fiuza

1984 - Joinville SC - Individual, na Museu de Arte de Joinville

1985 - Goiânia GO - A Arte de Burle Marx, na MultiArte Galeria

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no BNDES

1985 - Brasília DF - Individual, Galeria de Arte

1985 - Recife PE - Individual, no Estudio A

1985 - Vitória ES - Individual, na Galeria Homero Massena

1986 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Brazilian Cultural Foundation

1986 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Brazilian-American Cultural Institute

1986 - San Francisco (Estados Unidos) - Individual, na Asla Annual Meeting

1986 - Belo Horizonte MG - Individual, no Espaço Cultural do Pampulha Iate Clube

1987 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, no Private Reception for Brazilian Ambassador

1987 - Margate City (Estados Unidos) - Individual, na Rosalind Sailor Gallery

1987 - Filadélfia (Estados Unidos) - Individual, na University of Philadelphia, Graduate School of Fine Arts

1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Ralph Camargo

1989 - Rio de Janeiro RJ - R. Burle Marx na Pintura: Exposição em Homenagem aos 80 Anos do Artista, no Parque Lage

1989 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, no Züblin-Haus

1989 - Fortaleza CE - Individual, na Galeria de Arte Ignes Fiuza

1989 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, na Buga 89

1989 - Recife PE - Individual, na Estudio A

1989 - Brasília DF - Individual, na Praxis Galeria de Arte

1989 - Rio de Janeiro - Individual, no MNBA

1989 - Rio de Janeiro - Individual, no Solar Grandjean de Montigny, Centro Cultural da PUC/RJ

1990 - Campinas SP - Individual, no MACC

1990 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aquarela

1990 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte

1990 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Idea Galeria de Arte

1991 - Nova York (Estados Unidos) - Roberto Burle Marx: the Unnatural Art of the Garden, no MoMA

1992 - Caracas (Venezuela) - Individual, na La Sala Mendoza

1992 - Curitiba PR - Individual, no Museu da Gravura Cidade de Curitiba, Sala do Lustre

1993 - Sabará MG - Mostra Roberto Burle Marx, na Fundação Belgo-Mineira

1993 - Porto Alegre RS - Simplesmente Burle Marx, no Espaço Cultural BFB

Exposições coletivas

1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy fo Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victiry Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, nas Salas Nacionales de Exposición

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - Haia (Holanda) - Arte em Liberdade

1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes

1945 - Londres (Inglaterra) - Pintura Moderna Brasileira, no Burlington-House

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - Montevidéu (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura

1945 - Rio de Janeiro RJ - 51º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de ouro

1945 - Rio de Janeiro RJ - Artistas Plásticos do Partido Comunista, na Casa do Estudante

1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de ouro

1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza

1951 - Salvador BA - 2º Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão de Belas Artes - medalha de ouro em pintura

1954 - Viena (Áustria) - Die Schönsten Garten der Erder

1954 - Zurique (Suíça) - Brasilien Baut, na Kunstgewebemuseum

1955 - Boston (Estados Unidos) - Coletiva, no Institute of Contemporary Arts

1955 - Lugano (Suíça) - Incisioni e Disegni Brasiliani, na Villa Cianni

1955 - Paris (França) - Arte Brasileira

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1956 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilien Baut, no Museum de Leverkusen

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Brasileira, no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Porto Alegre RS - Coletiva, no Margs

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Washington (Estados Unidos) - Contemporary Drawings from Latin America

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP

1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1963 - Tóquio (Japão) - Feira Internacional de Tóquio: Pavilhão Brasil

1964 - Viena (Áustria) - Internationale Gartenschau

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1968 - Santo André SP - 1ª Exposição de Arte de Santo André

1969 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Geral da Pintura Brasileira, no MNBA

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - Veneza (Itália) - 35ª Bienal de Veneza

1973 - São Paulo SP - 1ª Bienal de Arquitetura, no Parque Ibirapuera

1974 - São Paulo SP - 1ª Mostra Brasileira de Tapeçaria, no MAB/Faap

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1977 - Porto Alegre RS - Coletiva, na Galeria Studiu's

1977 - Rio de Janeiro RJ - 1º Encontro Nacional das Galerias de Arte, no Copacabana Palace Hotel

1978 - Veneza (Itália) - 39ª Bienal de Veneza

1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1980 - Rio de Janeiro RJ - Grandes Pintores Retratam Marinheiros, no Ministério da Marinha

1981 - Maceió AL - Artistas Brasileiros da Primeira Metade do Século XX, no Instituto Histórico e Geográfico

1982 - Berlim (Alemanha) - Architecture in Latina America

1983 - Montevidéu (Uruguai) - 5ª Bienal de Maldonado, no Museo de Arte de Maldonado

1983 - Olinda PE - Exposição da Coleção Abelardo Rodrigues de Artes Plásticas, no MAC/Olinda

1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1987 - Miami (Estados Unidos) - Coletiva, no Dade Community College, South Art Gallery

1987 - Rio de Janeiro RJ - Mostra de Paisagismo, no IAB/RJ

1988 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva Nipo-Brasileira, no Rio Design Center

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1990 - Brasília DF - Arte Brasília, no MAB

1991 - Curitiba PR - Museu Municipal de Arte: acervo, no Museu Municipal de Arte

1992 - Belém PA - 11º Salão Arte Pará, na Fundação Romulo Maiorana

1992 - Campinas SP - Premiados nos Salões de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich

1993 - Fortaleza CE - 23 Anos, na Galeria Ignez Fiuza

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

Exposições póstumas

1996 - Belo Horizonte MG - Impressões Itinerantes, no Palácio das Artes

1997 - São Paulo SP - Arte e Paisagem: A Estética de Roberto Burle Marx, no MAC/USP

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1998 - São Paulo SP - Impressões: a arte da gravura brasileira, no Espaço Cultural Banespa-Paulista

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1999 - Rio de Janeiro RJ - Acervo do Solar Grandjean de Montigny, no Solar Grandjean de Montigny

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural

1999 - São Paulo SP - Sobre Papel, Grafite e Nanquim, no Banco Cidade

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - Rio de Janeiro RJ - Afinidades Eletivas I, na Galeria do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro

2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Brasília DF - JK - Uma Aventura Estética, no Conjunto Cultural da Caixa

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap

2002 - São Paulo SP - Individual, no Memorial da América Latina. Galeria Marta Traba

2004 - Rio de Janeiro RJ - O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

2004 - São Paulo SP - Individual, no James Lisboa Escritório de Arte

2005 - São Paulo SP - O Século de um Brasileiro: Coleção Roberto Marinho, no MAM/SP

BURLE Marx. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa1461/burle-marx>. Acesso em: 27 de Dez. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Era o quarto filho da recifense Cecília Burle, membro da tradicional família pernambucana de ascendência francesa Burle Dubeux, e de Wilhelm Marx, judeu alemão nascido em Estugarda e criado em Tréveris.

A mãe, exímia pianista e cantora, despertou nos filhos o amor pela música e pelas plantas. Roberto a acompanhava, desde muito pequeno, nos cuidados diários com as rosas, begônias, antúrios, gladíolos, tinhorões e muitas outras espécies que plantava no seu jardim.

Ida para o Rio de Janeiro

Quando os negócios começaram a ir mal em São Paulo, seu pai resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro em 1913. A família viveu um tempo em casa de familiares e, quando a nova empresa de exportação e importação de couros de Wilhelm Marx começou a ter resultados positivos, finalmente se mudaram para um casarão no Leme. Nesse casarão, Burle Marx, então com 8 anos, começou a sua própria coleção de plantas e a cultivar suas mudas.

Período na Alemanha

Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado.

As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes, a de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Vincent van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura.

Formação acadêmica em Artes Plásticas (Belas Artes)

Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estudou pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lúcio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentivou a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Burle Marx conviveu na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto, entre outros.

Início do paisagismo no Recife

O primeiro projeto de jardim público idealizado por Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no Recife, em 1934. Nesse mesmo ano assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco, onde ainda lidava com um trabalho de inspiração levemente eclética, projetando mais de 10 praças. Nesse cargo, fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do "cunho europeu", semeando a alma brasileira e divulgando o "senso de brasilidade". Seu grupo do movimento arquitetônico modernista (junto com Luís Nunes, da Diretoria de Arquitetura e Construção, e Attílio Correa Lima, responsável pelo Plano Urbanístico da cidade), ganhou opositores como Mário Melo e simpatizantes como Gilberto Freyre, Joaquim Cardozo e Cícero Dias, com os quais sempre se reunia. Em 1937 criou o primeiro Parque Ecológico do Recife.

Ruptura e modernidade

Praça Adhemar de Barros, com projeto de paisagismo de Burle Marx, localizada em Águas de Lindoia, São Paulo.

Sua participação na definição da Arquitetura Moderna Brasileira foi fundamental, tendo atuado nas equipes responsáveis por diversos projetos célebres. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo.

A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa.

Cronologia

1909 - nasce Burle Marx em 4 de agosto, em São Paulo.

1913 - Muda-se com a família para o Rio de Janeiro, onde fixam domicílio.

1928 a 1929 - Vive período na Alemanha com a família.

1930 a 1934 - Ingressa e frequenta a Escola Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro.

1932 - Primeiro projeto de paisagismo para a residência da família Schwartz no Rio de Janeiro.

1934 - Assume a Diretoria de Parques e Jardins do Recife, projeta praças e jardins públicos.

1935 - Participa da elaboração paisagística do jardim no atual Palácio Gustavo Capanema.

1937 - Cria o primeiro Parque Ecológico do Recife.

1944 - Desenha os azulejos do Hall de entrada do Edificio Prudência (Rino Levi) em Higienopólis São Paulo.

1949 - Adquire um sítio de 365.000 m2, em Guaratiba, RJ, onde abriga uma grande coleção de plantas.

1950 - Projeta o Parque Generalisimo Francisco de Miranda em Caracas, Venezuela.

1953 - Projeta os Jardins da Cidade Universitária da Universidade do Brasil, Rio de Janeiro.

1953 - Projeta o Jardim do Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte.

1954 - Projeta o paisagismo do Balneário Municipal de Águas de Lindóia, SP.

1954 - Realiza o projeto paisagístico para o Parque Ibirapuera, em São Paulo, SP (não executado).

1955 - Projeta o paisagismo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

1960 - Projeto o paisagismo da Praça da Cidadania da Universidade Federal de Santa Catarina, onde situa-se o Prédio da Reitoria, em Florianópolis.

1961 - Projeta o paisagismo para o Eixo Monumental de Brasília.

1961 - Paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.

1968 - Projeta o paisagismo da Embaixada do Brasil em Washington, D.C. (Estados Unidos).

1970 - Projeta o paisagismo do Palácio Karnak, sede oficial do Governo do Piauí.

1971 - Projeta o paisagismo do aterro da Bahia Sul em Florianópolis.

1971 - Recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco do Itamaraty em Brasília.

1982 - Recebe o título Doutor honoris causa da Academia Real de Belas Artes de Haia (Holanda).

1982 - Recebe o título Doutor honoris causa do Royal College of Art em Londres (Inglaterra).

1985 - Doou seu sítio de Guaratiba com seu acervo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (na ocasião se chamava Fundação Nacional Pró Memória).

1988 - Recebe homenagem da escola de samba Independentes de Cordovil (Grupo de Acesso do Carnaval do Rio de Janeiro).

1990 - Projeta o paisagismo do Parque Ipanema, em Ipatinga/MG.

1994 - Morre no Rio de Janeiro, em 4 de junho, tendo projetado mais de 2.000 jardins ao longo de sua vida.

Celebrações

Desde 2009, celebra-se no Recife a Semana Burle Marx, no início do mês de agosto. (Lei Municipal nº 17.571/2009)

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 27 de dezembro de 2018.

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