Ronaldo Miranda (Niterói, RJ, 1939), mais conhecido como R. Miranda, é um pintor e gravador brasileiro. Em suas obras, Ronaldo Miranda retrata o mar, naturezas mortas e paisagens, sempre bem coloridas. Seus cenários e paisagens quase sempre passam tranquilidade e minimalismo através de cores sólidas e detalhes que expressam fortemente o estilo do artista. Expôs no Salão Nacional de Belas Artes e ao longo de sua carreira artística acumulou prêmios e outros reconhecimentos do seu trabalho. O que mais marcou o artista foi o prêmio do Salão do Mar em 1971.
Biografia resumida
Carioca, Ronaldo Miranda nasceu em Niterói, no ano de 1939. Quando criança estava sempre com os olhos pregados na paisagem vista de Icaraí. As cores e o horizonte o fascinavam. Seu desejo era se tornar um cientista e, ainda muito jovem, foi trabalhar no laboratório químico Vital Brasil.
Lá, as cores o encantavam mais do que tudo e seus experimentos giravam em torno da apreciação cromática. Igualmente se interessava pela humanidade porque sabia que "somente a subjetividade purificava a cor". Assim, cursou psicologia e trabalhou com atendimento clínico a vida inteira.
Tornou-se pintor autodidata, desde 1964, quando aflorou a sua "pulsão artística". O artista, então, alugou um ateliê à beira mar, no bairro Icaraí, em Niterói.
Pintava contemplativo da janela o mar batendo na praia, o horizonte, sempre tão presente no seu trabalho. Fazia pequenos quadros, desenhados primeiramente a carvão, o céu alaranjado, o mar azu... Depois pintou as naturezas mortas, em que reinava a melancia, mas também bules e frutas organizados sobre mesas ou janelas com vistas para o mar.
Então vieram as paisagens observadas do ateliê. E a primeira exposição, na Galeria Angelus, Belém do Pará (1968). Em seguida, ganhou o prêmio do Salão do Mar (1971), entre outros marcos de sua rica carreira artística. Decidiu viajar pelo Brasil, sobretudo no Nordeste, sempre notando o colorido das paisagens.
Expôs em São Paulo, Brasília e na Petite Galerie, no Rio de Janeiro, agradando os críticos do naipe de Walmir Ayala. Em 1974, expôs no Museu Nacional de Belas Artes, um marco importante na vida de Ronaldo, ainda jovem e na casa que era cânone na pintura brasileira. Repetiu duas vezes o mérito de expor neste museu.
Para Abelardo Zaluar (1983), "Suavidade e leveza, Claridade e clareza, Tranquilidade e quietude. Simplicidade e síntese" caracterizam a obra de Ronaldo Miranda.
Já Ronaldo diz que: "...isso se traduz em minimalismo, naturalidade e prazer, porque não há sofrimento em pintar".
Sem dúvida, notam-se placidez e sabedoria por meio de formas e cores observadas em contemplação. Sua pintura é quase meditativa.
Atualmente, com seus 83 anos, Ronaldo segue uma rotina ativa de produzir em seu ateliê, em Santa Tereza, bairro bucólico e atemporal no Rio de Janeiro. Fica lá com seu gato Jorge.
Fonte: Revista Museu, "Galeria Evandro Carneiro apresenta exposição de Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda" escrito por Laura Olivieri Carneiro, publicado em 24 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Poesia de Ronaldo Miranda
"Não mais do que buscar a essência da paisagem é o que pretendo. Ao lado disso, a convivência com o cotidiano, este ensaio constante e agudo. Daí a inquieta natureza morta/viva. Tais coisas também fazem parte do meu universo de pintor.
Pinto o que gosto e o que sinto. Olho o mundo através de janelas? A verdade é que atravesso-as ou não; busco horizontes salineiros, a fruta ou a jarra. Também arrisco um abstracionismo colorido e imagético. Tudo talvez sem mistério, tudo talvez tão misterioso...
O fruto repousa. Um limão verde repousa sobre a mesa vertical. Maneira de ver e traçar todo um silêncio. Esta a minha luta de artista – quero o silêncio na tela. Sobre os horizontes brancos – vivência antiga – presentes na minha pintura, posso dizer que sempre os persegui. Ora através (da) na nesga de um visor de automóvel em estradas longínquas – tais plagas fluminenses – ou mesmo nos arredores do Rio Grande do Norte, Ceará ou Paraíba. Outras vezes de peito aberto, caminhando por praias albas.
Também o azul litorâneo, ameno e brasileiro, faz parte deste universo.
O mar. O mar atirado numa dimensão geométrica. Cheio de vida? Assim o quero. Lembro-me de um poema de Paul Valéry que serve como luz:
“O mar, o mar recomeçando sempre
Oh recompensa, após um pensamento,
Um longo olhar sobre a calma dos deuses!”
O que mais dizer? Resta abrir e deixar que cada um caminhe seus espaços, penetre nas ondas, procure, investigue com os olhos; enfim, sinta este mundo que eu vos tento mostrar." – Ronaldo Miranda – 2007.
Exposições Individuais
1968/69/71 – Galeria Angelus – Belém – PA
1969/70 – Agir – Rio de Janeiro – RJ
1973 – Ponto de Arte – Rio de Janeiro – RJ
1974/76 – Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Fundação Cultural de Brasília – Brasília – DF
1976 – Galeria do Teatro 4 de Setembro – Terezina – PI
1978 – Galeria Pedro Américo – João Pessoa – PB
1979 – Galeria Sérgio Milliet – Funarte - Rio de Janeiro – RJ
1979 – Fundação Cultural de Curitiba – Curitiba – PR
1981 – Galeria Toulouse – Rio de Janeiro – RJ
1983 – Galeria dos Correios e Telégrafos – Brasília – DF
1983 – Galeria Portinari – Buenos Aires – Argentina
1986 – Galeria Municipal de Arte – Pelotas – RS
1986 – Museu de Arte religiosa e Tradicional – Cabo Frio – RJ
1988 – MNBA – Sala Bernardelli – Rio de Janeiro -RJ
1990/2001 – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói – RJ
1995 – Sala Athayde – Museu da Inconfidência – Ouro Preto - MG
Exposições Coletivas
1968 – Salão do Pintor Jovem – Nova Friburgo – RJ
1969 – Salão Júlio Kohler – Petrópolis – RJ
1970 – Salão Nacional de Arte Moderna – Rio de Janeiro – RJ
1971 – Salão do Mar – Rio de Janeiro – RJ
1972/73 - Salão de Verão – Rio de Janeiro – RJ
1972 – Galeria Bonfiglioli – São Paulo – SP
1973/74 - Mostra de Artes Visuais – Niterói – RJ
1973 – Salão Fluminense de Belas Artes – RJ
1974 – Galeria Contorno – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Arte/Artistas/Tendências – Petrópolis – RJ
1975/77 - Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – Salvador – BA
1977 – Salão Ferroviário – Rede Ferroviária Federal –– RJ
1980 – Abreu Gallery – Nova Iorque – USA
1983 – Dez Pintores e o Rio de Janeiro – MNBA – Rio de Janeiro – RJ
1984 – A Gravura do Princípio ao Fim – SESC Tijuca – RJ
Premiações
1971 – Salão do Mar – 1o Prêmio
1973 – II Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1974 – III Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1975 – Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – 1o Prêmio
1977 – Salão Ferroviário – Prêmio de Aquisição
1978 – Salão da UFF – 1o Prêmio
1979 – Salão Ferroviário – Prêmio Aquisição
1984 – Salão de Pintura Marinha – Vitória - ES - 1o Prêmio
Fontes:
Saber Cultural, "Ronaldo Miranda", consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
RONALDO Miranda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Lu Lacerda IG,"Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda: dupla inaugura mostra na Gávea", publicado em 27 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Ronaldo Miranda (Niterói, RJ, 1939), mais conhecido como R. Miranda, é um pintor e gravador brasileiro. Em suas obras, Ronaldo Miranda retrata o mar, naturezas mortas e paisagens, sempre bem coloridas. Seus cenários e paisagens quase sempre passam tranquilidade e minimalismo através de cores sólidas e detalhes que expressam fortemente o estilo do artista. Expôs no Salão Nacional de Belas Artes e ao longo de sua carreira artística acumulou prêmios e outros reconhecimentos do seu trabalho. O que mais marcou o artista foi o prêmio do Salão do Mar em 1971.
Biografia resumida
Carioca, Ronaldo Miranda nasceu em Niterói, no ano de 1939. Quando criança estava sempre com os olhos pregados na paisagem vista de Icaraí. As cores e o horizonte o fascinavam. Seu desejo era se tornar um cientista e, ainda muito jovem, foi trabalhar no laboratório químico Vital Brasil.
Lá, as cores o encantavam mais do que tudo e seus experimentos giravam em torno da apreciação cromática. Igualmente se interessava pela humanidade porque sabia que "somente a subjetividade purificava a cor". Assim, cursou psicologia e trabalhou com atendimento clínico a vida inteira.
Tornou-se pintor autodidata, desde 1964, quando aflorou a sua "pulsão artística". O artista, então, alugou um ateliê à beira mar, no bairro Icaraí, em Niterói.
Pintava contemplativo da janela o mar batendo na praia, o horizonte, sempre tão presente no seu trabalho. Fazia pequenos quadros, desenhados primeiramente a carvão, o céu alaranjado, o mar azu... Depois pintou as naturezas mortas, em que reinava a melancia, mas também bules e frutas organizados sobre mesas ou janelas com vistas para o mar.
Então vieram as paisagens observadas do ateliê. E a primeira exposição, na Galeria Angelus, Belém do Pará (1968). Em seguida, ganhou o prêmio do Salão do Mar (1971), entre outros marcos de sua rica carreira artística. Decidiu viajar pelo Brasil, sobretudo no Nordeste, sempre notando o colorido das paisagens.
Expôs em São Paulo, Brasília e na Petite Galerie, no Rio de Janeiro, agradando os críticos do naipe de Walmir Ayala. Em 1974, expôs no Museu Nacional de Belas Artes, um marco importante na vida de Ronaldo, ainda jovem e na casa que era cânone na pintura brasileira. Repetiu duas vezes o mérito de expor neste museu.
Para Abelardo Zaluar (1983), "Suavidade e leveza, Claridade e clareza, Tranquilidade e quietude. Simplicidade e síntese" caracterizam a obra de Ronaldo Miranda.
Já Ronaldo diz que: "...isso se traduz em minimalismo, naturalidade e prazer, porque não há sofrimento em pintar".
Sem dúvida, notam-se placidez e sabedoria por meio de formas e cores observadas em contemplação. Sua pintura é quase meditativa.
Atualmente, com seus 83 anos, Ronaldo segue uma rotina ativa de produzir em seu ateliê, em Santa Tereza, bairro bucólico e atemporal no Rio de Janeiro. Fica lá com seu gato Jorge.
Fonte: Revista Museu, "Galeria Evandro Carneiro apresenta exposição de Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda" escrito por Laura Olivieri Carneiro, publicado em 24 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Poesia de Ronaldo Miranda
"Não mais do que buscar a essência da paisagem é o que pretendo. Ao lado disso, a convivência com o cotidiano, este ensaio constante e agudo. Daí a inquieta natureza morta/viva. Tais coisas também fazem parte do meu universo de pintor.
Pinto o que gosto e o que sinto. Olho o mundo através de janelas? A verdade é que atravesso-as ou não; busco horizontes salineiros, a fruta ou a jarra. Também arrisco um abstracionismo colorido e imagético. Tudo talvez sem mistério, tudo talvez tão misterioso...
O fruto repousa. Um limão verde repousa sobre a mesa vertical. Maneira de ver e traçar todo um silêncio. Esta a minha luta de artista – quero o silêncio na tela. Sobre os horizontes brancos – vivência antiga – presentes na minha pintura, posso dizer que sempre os persegui. Ora através (da) na nesga de um visor de automóvel em estradas longínquas – tais plagas fluminenses – ou mesmo nos arredores do Rio Grande do Norte, Ceará ou Paraíba. Outras vezes de peito aberto, caminhando por praias albas.
Também o azul litorâneo, ameno e brasileiro, faz parte deste universo.
O mar. O mar atirado numa dimensão geométrica. Cheio de vida? Assim o quero. Lembro-me de um poema de Paul Valéry que serve como luz:
“O mar, o mar recomeçando sempre
Oh recompensa, após um pensamento,
Um longo olhar sobre a calma dos deuses!”
O que mais dizer? Resta abrir e deixar que cada um caminhe seus espaços, penetre nas ondas, procure, investigue com os olhos; enfim, sinta este mundo que eu vos tento mostrar." – Ronaldo Miranda – 2007.
Exposições Individuais
1968/69/71 – Galeria Angelus – Belém – PA
1969/70 – Agir – Rio de Janeiro – RJ
1973 – Ponto de Arte – Rio de Janeiro – RJ
1974/76 – Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Fundação Cultural de Brasília – Brasília – DF
1976 – Galeria do Teatro 4 de Setembro – Terezina – PI
1978 – Galeria Pedro Américo – João Pessoa – PB
1979 – Galeria Sérgio Milliet – Funarte - Rio de Janeiro – RJ
1979 – Fundação Cultural de Curitiba – Curitiba – PR
1981 – Galeria Toulouse – Rio de Janeiro – RJ
1983 – Galeria dos Correios e Telégrafos – Brasília – DF
1983 – Galeria Portinari – Buenos Aires – Argentina
1986 – Galeria Municipal de Arte – Pelotas – RS
1986 – Museu de Arte religiosa e Tradicional – Cabo Frio – RJ
1988 – MNBA – Sala Bernardelli – Rio de Janeiro -RJ
1990/2001 – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói – RJ
1995 – Sala Athayde – Museu da Inconfidência – Ouro Preto - MG
Exposições Coletivas
1968 – Salão do Pintor Jovem – Nova Friburgo – RJ
1969 – Salão Júlio Kohler – Petrópolis – RJ
1970 – Salão Nacional de Arte Moderna – Rio de Janeiro – RJ
1971 – Salão do Mar – Rio de Janeiro – RJ
1972/73 - Salão de Verão – Rio de Janeiro – RJ
1972 – Galeria Bonfiglioli – São Paulo – SP
1973/74 - Mostra de Artes Visuais – Niterói – RJ
1973 – Salão Fluminense de Belas Artes – RJ
1974 – Galeria Contorno – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Arte/Artistas/Tendências – Petrópolis – RJ
1975/77 - Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – Salvador – BA
1977 – Salão Ferroviário – Rede Ferroviária Federal –– RJ
1980 – Abreu Gallery – Nova Iorque – USA
1983 – Dez Pintores e o Rio de Janeiro – MNBA – Rio de Janeiro – RJ
1984 – A Gravura do Princípio ao Fim – SESC Tijuca – RJ
Premiações
1971 – Salão do Mar – 1o Prêmio
1973 – II Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1974 – III Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1975 – Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – 1o Prêmio
1977 – Salão Ferroviário – Prêmio de Aquisição
1978 – Salão da UFF – 1o Prêmio
1979 – Salão Ferroviário – Prêmio Aquisição
1984 – Salão de Pintura Marinha – Vitória - ES - 1o Prêmio
Fontes:
Saber Cultural, "Ronaldo Miranda", consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
RONALDO Miranda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Lu Lacerda IG,"Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda: dupla inaugura mostra na Gávea", publicado em 27 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Ronaldo Miranda (Niterói, RJ, 1939), mais conhecido como R. Miranda, é um pintor e gravador brasileiro. Em suas obras, Ronaldo Miranda retrata o mar, naturezas mortas e paisagens, sempre bem coloridas. Seus cenários e paisagens quase sempre passam tranquilidade e minimalismo através de cores sólidas e detalhes que expressam fortemente o estilo do artista. Expôs no Salão Nacional de Belas Artes e ao longo de sua carreira artística acumulou prêmios e outros reconhecimentos do seu trabalho. O que mais marcou o artista foi o prêmio do Salão do Mar em 1971.
Biografia resumida
Carioca, Ronaldo Miranda nasceu em Niterói, no ano de 1939. Quando criança estava sempre com os olhos pregados na paisagem vista de Icaraí. As cores e o horizonte o fascinavam. Seu desejo era se tornar um cientista e, ainda muito jovem, foi trabalhar no laboratório químico Vital Brasil.
Lá, as cores o encantavam mais do que tudo e seus experimentos giravam em torno da apreciação cromática. Igualmente se interessava pela humanidade porque sabia que "somente a subjetividade purificava a cor". Assim, cursou psicologia e trabalhou com atendimento clínico a vida inteira.
Tornou-se pintor autodidata, desde 1964, quando aflorou a sua "pulsão artística". O artista, então, alugou um ateliê à beira mar, no bairro Icaraí, em Niterói.
Pintava contemplativo da janela o mar batendo na praia, o horizonte, sempre tão presente no seu trabalho. Fazia pequenos quadros, desenhados primeiramente a carvão, o céu alaranjado, o mar azu... Depois pintou as naturezas mortas, em que reinava a melancia, mas também bules e frutas organizados sobre mesas ou janelas com vistas para o mar.
Então vieram as paisagens observadas do ateliê. E a primeira exposição, na Galeria Angelus, Belém do Pará (1968). Em seguida, ganhou o prêmio do Salão do Mar (1971), entre outros marcos de sua rica carreira artística. Decidiu viajar pelo Brasil, sobretudo no Nordeste, sempre notando o colorido das paisagens.
Expôs em São Paulo, Brasília e na Petite Galerie, no Rio de Janeiro, agradando os críticos do naipe de Walmir Ayala. Em 1974, expôs no Museu Nacional de Belas Artes, um marco importante na vida de Ronaldo, ainda jovem e na casa que era cânone na pintura brasileira. Repetiu duas vezes o mérito de expor neste museu.
Para Abelardo Zaluar (1983), "Suavidade e leveza, Claridade e clareza, Tranquilidade e quietude. Simplicidade e síntese" caracterizam a obra de Ronaldo Miranda.
Já Ronaldo diz que: "...isso se traduz em minimalismo, naturalidade e prazer, porque não há sofrimento em pintar".
Sem dúvida, notam-se placidez e sabedoria por meio de formas e cores observadas em contemplação. Sua pintura é quase meditativa.
Atualmente, com seus 83 anos, Ronaldo segue uma rotina ativa de produzir em seu ateliê, em Santa Tereza, bairro bucólico e atemporal no Rio de Janeiro. Fica lá com seu gato Jorge.
Fonte: Revista Museu, "Galeria Evandro Carneiro apresenta exposição de Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda" escrito por Laura Olivieri Carneiro, publicado em 24 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Poesia de Ronaldo Miranda
"Não mais do que buscar a essência da paisagem é o que pretendo. Ao lado disso, a convivência com o cotidiano, este ensaio constante e agudo. Daí a inquieta natureza morta/viva. Tais coisas também fazem parte do meu universo de pintor.
Pinto o que gosto e o que sinto. Olho o mundo através de janelas? A verdade é que atravesso-as ou não; busco horizontes salineiros, a fruta ou a jarra. Também arrisco um abstracionismo colorido e imagético. Tudo talvez sem mistério, tudo talvez tão misterioso...
O fruto repousa. Um limão verde repousa sobre a mesa vertical. Maneira de ver e traçar todo um silêncio. Esta a minha luta de artista – quero o silêncio na tela. Sobre os horizontes brancos – vivência antiga – presentes na minha pintura, posso dizer que sempre os persegui. Ora através (da) na nesga de um visor de automóvel em estradas longínquas – tais plagas fluminenses – ou mesmo nos arredores do Rio Grande do Norte, Ceará ou Paraíba. Outras vezes de peito aberto, caminhando por praias albas.
Também o azul litorâneo, ameno e brasileiro, faz parte deste universo.
O mar. O mar atirado numa dimensão geométrica. Cheio de vida? Assim o quero. Lembro-me de um poema de Paul Valéry que serve como luz:
“O mar, o mar recomeçando sempre
Oh recompensa, após um pensamento,
Um longo olhar sobre a calma dos deuses!”
O que mais dizer? Resta abrir e deixar que cada um caminhe seus espaços, penetre nas ondas, procure, investigue com os olhos; enfim, sinta este mundo que eu vos tento mostrar." – Ronaldo Miranda – 2007.
Exposições Individuais
1968/69/71 – Galeria Angelus – Belém – PA
1969/70 – Agir – Rio de Janeiro – RJ
1973 – Ponto de Arte – Rio de Janeiro – RJ
1974/76 – Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Fundação Cultural de Brasília – Brasília – DF
1976 – Galeria do Teatro 4 de Setembro – Terezina – PI
1978 – Galeria Pedro Américo – João Pessoa – PB
1979 – Galeria Sérgio Milliet – Funarte - Rio de Janeiro – RJ
1979 – Fundação Cultural de Curitiba – Curitiba – PR
1981 – Galeria Toulouse – Rio de Janeiro – RJ
1983 – Galeria dos Correios e Telégrafos – Brasília – DF
1983 – Galeria Portinari – Buenos Aires – Argentina
1986 – Galeria Municipal de Arte – Pelotas – RS
1986 – Museu de Arte religiosa e Tradicional – Cabo Frio – RJ
1988 – MNBA – Sala Bernardelli – Rio de Janeiro -RJ
1990/2001 – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói – RJ
1995 – Sala Athayde – Museu da Inconfidência – Ouro Preto - MG
Exposições Coletivas
1968 – Salão do Pintor Jovem – Nova Friburgo – RJ
1969 – Salão Júlio Kohler – Petrópolis – RJ
1970 – Salão Nacional de Arte Moderna – Rio de Janeiro – RJ
1971 – Salão do Mar – Rio de Janeiro – RJ
1972/73 - Salão de Verão – Rio de Janeiro – RJ
1972 – Galeria Bonfiglioli – São Paulo – SP
1973/74 - Mostra de Artes Visuais – Niterói – RJ
1973 – Salão Fluminense de Belas Artes – RJ
1974 – Galeria Contorno – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Arte/Artistas/Tendências – Petrópolis – RJ
1975/77 - Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – Salvador – BA
1977 – Salão Ferroviário – Rede Ferroviária Federal –– RJ
1980 – Abreu Gallery – Nova Iorque – USA
1983 – Dez Pintores e o Rio de Janeiro – MNBA – Rio de Janeiro – RJ
1984 – A Gravura do Princípio ao Fim – SESC Tijuca – RJ
Premiações
1971 – Salão do Mar – 1o Prêmio
1973 – II Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1974 – III Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1975 – Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – 1o Prêmio
1977 – Salão Ferroviário – Prêmio de Aquisição
1978 – Salão da UFF – 1o Prêmio
1979 – Salão Ferroviário – Prêmio Aquisição
1984 – Salão de Pintura Marinha – Vitória - ES - 1o Prêmio
Fontes:
Saber Cultural, "Ronaldo Miranda", consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
RONALDO Miranda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Lu Lacerda IG,"Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda: dupla inaugura mostra na Gávea", publicado em 27 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Ronaldo Miranda (Niterói, RJ, 1939), mais conhecido como R. Miranda, é um pintor e gravador brasileiro. Em suas obras, Ronaldo Miranda retrata o mar, naturezas mortas e paisagens, sempre bem coloridas. Seus cenários e paisagens quase sempre passam tranquilidade e minimalismo através de cores sólidas e detalhes que expressam fortemente o estilo do artista. Expôs no Salão Nacional de Belas Artes e ao longo de sua carreira artística acumulou prêmios e outros reconhecimentos do seu trabalho. O que mais marcou o artista foi o prêmio do Salão do Mar em 1971.
Biografia resumida
Carioca, Ronaldo Miranda nasceu em Niterói, no ano de 1939. Quando criança estava sempre com os olhos pregados na paisagem vista de Icaraí. As cores e o horizonte o fascinavam. Seu desejo era se tornar um cientista e, ainda muito jovem, foi trabalhar no laboratório químico Vital Brasil.
Lá, as cores o encantavam mais do que tudo e seus experimentos giravam em torno da apreciação cromática. Igualmente se interessava pela humanidade porque sabia que "somente a subjetividade purificava a cor". Assim, cursou psicologia e trabalhou com atendimento clínico a vida inteira.
Tornou-se pintor autodidata, desde 1964, quando aflorou a sua "pulsão artística". O artista, então, alugou um ateliê à beira mar, no bairro Icaraí, em Niterói.
Pintava contemplativo da janela o mar batendo na praia, o horizonte, sempre tão presente no seu trabalho. Fazia pequenos quadros, desenhados primeiramente a carvão, o céu alaranjado, o mar azu... Depois pintou as naturezas mortas, em que reinava a melancia, mas também bules e frutas organizados sobre mesas ou janelas com vistas para o mar.
Então vieram as paisagens observadas do ateliê. E a primeira exposição, na Galeria Angelus, Belém do Pará (1968). Em seguida, ganhou o prêmio do Salão do Mar (1971), entre outros marcos de sua rica carreira artística. Decidiu viajar pelo Brasil, sobretudo no Nordeste, sempre notando o colorido das paisagens.
Expôs em São Paulo, Brasília e na Petite Galerie, no Rio de Janeiro, agradando os críticos do naipe de Walmir Ayala. Em 1974, expôs no Museu Nacional de Belas Artes, um marco importante na vida de Ronaldo, ainda jovem e na casa que era cânone na pintura brasileira. Repetiu duas vezes o mérito de expor neste museu.
Para Abelardo Zaluar (1983), "Suavidade e leveza, Claridade e clareza, Tranquilidade e quietude. Simplicidade e síntese" caracterizam a obra de Ronaldo Miranda.
Já Ronaldo diz que: "...isso se traduz em minimalismo, naturalidade e prazer, porque não há sofrimento em pintar".
Sem dúvida, notam-se placidez e sabedoria por meio de formas e cores observadas em contemplação. Sua pintura é quase meditativa.
Atualmente, com seus 83 anos, Ronaldo segue uma rotina ativa de produzir em seu ateliê, em Santa Tereza, bairro bucólico e atemporal no Rio de Janeiro. Fica lá com seu gato Jorge.
Fonte: Revista Museu, "Galeria Evandro Carneiro apresenta exposição de Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda" escrito por Laura Olivieri Carneiro, publicado em 24 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
Poesia de Ronaldo Miranda
"Não mais do que buscar a essência da paisagem é o que pretendo. Ao lado disso, a convivência com o cotidiano, este ensaio constante e agudo. Daí a inquieta natureza morta/viva. Tais coisas também fazem parte do meu universo de pintor.
Pinto o que gosto e o que sinto. Olho o mundo através de janelas? A verdade é que atravesso-as ou não; busco horizontes salineiros, a fruta ou a jarra. Também arrisco um abstracionismo colorido e imagético. Tudo talvez sem mistério, tudo talvez tão misterioso...
O fruto repousa. Um limão verde repousa sobre a mesa vertical. Maneira de ver e traçar todo um silêncio. Esta a minha luta de artista – quero o silêncio na tela. Sobre os horizontes brancos – vivência antiga – presentes na minha pintura, posso dizer que sempre os persegui. Ora através (da) na nesga de um visor de automóvel em estradas longínquas – tais plagas fluminenses – ou mesmo nos arredores do Rio Grande do Norte, Ceará ou Paraíba. Outras vezes de peito aberto, caminhando por praias albas.
Também o azul litorâneo, ameno e brasileiro, faz parte deste universo.
O mar. O mar atirado numa dimensão geométrica. Cheio de vida? Assim o quero. Lembro-me de um poema de Paul Valéry que serve como luz:
“O mar, o mar recomeçando sempre
Oh recompensa, após um pensamento,
Um longo olhar sobre a calma dos deuses!”
O que mais dizer? Resta abrir e deixar que cada um caminhe seus espaços, penetre nas ondas, procure, investigue com os olhos; enfim, sinta este mundo que eu vos tento mostrar." – Ronaldo Miranda – 2007.
Exposições Individuais
1968/69/71 – Galeria Angelus – Belém – PA
1969/70 – Agir – Rio de Janeiro – RJ
1973 – Ponto de Arte – Rio de Janeiro – RJ
1974/76 – Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Fundação Cultural de Brasília – Brasília – DF
1976 – Galeria do Teatro 4 de Setembro – Terezina – PI
1978 – Galeria Pedro Américo – João Pessoa – PB
1979 – Galeria Sérgio Milliet – Funarte - Rio de Janeiro – RJ
1979 – Fundação Cultural de Curitiba – Curitiba – PR
1981 – Galeria Toulouse – Rio de Janeiro – RJ
1983 – Galeria dos Correios e Telégrafos – Brasília – DF
1983 – Galeria Portinari – Buenos Aires – Argentina
1986 – Galeria Municipal de Arte – Pelotas – RS
1986 – Museu de Arte religiosa e Tradicional – Cabo Frio – RJ
1988 – MNBA – Sala Bernardelli – Rio de Janeiro -RJ
1990/2001 – Centro Cultural Paschoal Carlos Magno – Niterói – RJ
1995 – Sala Athayde – Museu da Inconfidência – Ouro Preto - MG
Exposições Coletivas
1968 – Salão do Pintor Jovem – Nova Friburgo – RJ
1969 – Salão Júlio Kohler – Petrópolis – RJ
1970 – Salão Nacional de Arte Moderna – Rio de Janeiro – RJ
1971 – Salão do Mar – Rio de Janeiro – RJ
1972/73 - Salão de Verão – Rio de Janeiro – RJ
1972 – Galeria Bonfiglioli – São Paulo – SP
1973/74 - Mostra de Artes Visuais – Niterói – RJ
1973 – Salão Fluminense de Belas Artes – RJ
1974 – Galeria Contorno – Rio de Janeiro – RJ
1974 – Arte/Artistas/Tendências – Petrópolis – RJ
1975/77 - Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – Salvador – BA
1977 – Salão Ferroviário – Rede Ferroviária Federal –– RJ
1980 – Abreu Gallery – Nova Iorque – USA
1983 – Dez Pintores e o Rio de Janeiro – MNBA – Rio de Janeiro – RJ
1984 – A Gravura do Princípio ao Fim – SESC Tijuca – RJ
Premiações
1971 – Salão do Mar – 1o Prêmio
1973 – II Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1974 – III Mostra de Artes Visuais – Prêmio Aquisição
1975 – Casa da Bahia – Banco do Desenvolvimento – 1o Prêmio
1977 – Salão Ferroviário – Prêmio de Aquisição
1978 – Salão da UFF – 1o Prêmio
1979 – Salão Ferroviário – Prêmio Aquisição
1984 – Salão de Pintura Marinha – Vitória - ES - 1o Prêmio
Fontes:
Saber Cultural, "Ronaldo Miranda", consultado pela última vez em 15 de março de 2022.
RONALDO Miranda. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Crédito fotográfico: Lu Lacerda IG,"Helenice Dornelles e Ronaldo Miranda: dupla inaugura mostra na Gávea", publicado em 27 de janeiro de 2020. Consultado pela última vez em 15 de março de 2022.