Tapete Arraiolo (Arraiolos, Portugal) é uma tapeçaria portuguesa. É um tipo de tapeçaria caracterizada pela técnica de confecção manual utilizando o ponto Arraiolos, também conhecido como ponto de cruz duplo. Esses tapetes são distintos por seus desenhos geométricos e simétricos, adornados com elementos florais, animais estilizados e formas abstratas, todos elaborados com fios de lã coloridos. Todos os exemplares contemplam a rica herança cultural, a habilidade de seus artesãos e a tradição e história da região, sendo obras de arte têxtil muito requisitadas tanto em Portugal quanto internacionalmente.
Biografia Tapete Arraiolo – Arremate Arte
Os Tapetes Arraiolos são tesouros artesanais enraizados na tradição portuguesa. Sua história aconteceu entre os séculos XV e XVI, quando Portugal estava no auge de suas explorações marítimas e trocas culturais. Inspirados pelos padrões islâmicos trazidos do Oriente Médio, os artesãos portugueses começaram a desenvolver uma técnica distinta de bordado em tapeçarias.
Durante os séculos seguintes, os tapetes Arraiolos evoluíram e se tornaram um elemento de decoração valorizado em casas aristocráticas e nobres. Com padrões geométricos e florais intrincados, esses tapetes eram apreciados por sua estética e qualidade duradoura. A cidade de Arraiolos, localizada no Alentejo, Portugal, tornou-se um epicentro da produção dessas obras de arte têxteis.
A técnica de confecção dos tapetes Arraiolos é notável por seu uso da técnica de ponto de Arraiolos, que combina bordado e tapeçaria. Tradicionalmente, os tapetes são feitos com fio de lã, que é cuidadosamente costurado em uma base de tela de juta. As cores vibrantes e os padrões elaborados transformam cada tapete em uma verdadeira obra de arte.
Com a ascensão da produção industrial e o interesse por estilos de decoração mais contemporâneos, a tradição artesanal desses tapetes ficou em risco. No entanto, muitos artesãos e entusiastas da cultura portuguesa se esforçaram para manter viva essa tradição, adaptando os padrões e as técnicas para atender às demandas contemporâneas.
Com o tempo, os tapetes Arraiolos foram reconhecidos como um importante patrimônio cultural de Portugal. Muitos esforços foram feitos para proteger e promover essa tradição única, como workshops, exposições e eventos culturais que celebram a arte dos tapetes Arraiolos, mantendo a conexão com as gerações passadas e inspirando os jovens a aprender e continuar essa prática artesanal.
Os tapetes Arraiolos continuam a ser apreciados em todo o mundo por sua beleza, qualidade e história. Esses tapetes não são apenas itens de decoração, mas uma representação silenciosas da habilidade e dedicação dos artesãos que os criaram ao longo dos séculos. Com uma mistura de tradição e inovação, os tapetes Arraiolos permanecem como uma parte essencial do rico panorama cultural de Portugal e um tributo à maestria artesanal.
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Biografia Tapete Arraiolo – Wikipédia
Os tapetes de Arraiolos são tapetes bordados com lã sobre tela de juta ou algodão, tradicionais da vila de Arraiolos, em Portugal. As referências mais antigas à técnica de fabrico de tapetes de Arraiolos datam de finais do século XV.
O Ponto de Arraiolos
O chamado ponto de Arraiolos é um ponto cruzado oblíquo composto por duas meias cruzes, uma das quais tem o dobro do comprimento da outra. Essas duas meias cruzes, que formam um ponto de Arraiolos completo, fazem-se ambas dentro da mesma altura do tecido. Essa altura abrange, geralmente, 2 fios do tecido,no sentido da altura deste. Portanto, a meia cruz mais comprida e a meia cruz menor abrangem, ambas, 2 fios de altura do tecido mas, relativamente ao comprimento do ponto, a meia cruz menor abrange 2 fios e a meia cruz comprida abrange o dobro do comprimento, ou seja, 4 fios. O resultado do cruzamento das duas meias cruzes é a obtenção de um ponto cruzado oblíquo, ou seja, alongado no sentido do seu comprimento, alongamento esse que é feito pela meia cruz comprida.
O Bordado de Arraiolos executa-se, geralmente, em três fases que são:
1. Bordar a armação
A armação do bordado é o conjunto dos contornos dos motivos que estão indicados no desenho do tapete. Portanto, principia-se a decoração de um tapete começando por bordar sobre a linhagem os pontos que no desenho indicam os contornos e apenas os contornos dos motivos que constituem a decoração. Quando todos os referidos contornos estão bordados, diz-se que está pronta a armação do tapete.
2. Fazer a matização
A 2ª fase do trabalho é a matização dos motivos. Com lãs de cores diferentes da que foi empregada para bordar a armação, preenchem-se os motivos ou desenhos que já foram contornados. Quando todos os motivos e desenhos estiverem bordados com todas as suas cores, está completa a matização.
3. Preencher os fundos
A terceira fase de trabalho é o preenchimento dos fundos que estão em volta dos motivos e desenhos. Para este trabalho emprega-se a lã da cor ou cores que, previamente, foram escolhidas para os fundos.
História
Século XVII: 1.º período
A confecção dos tapetes de Arraiolos ter-se-á iniciado provavelmente no começo deste período, sendo fruto da curiosidade de artesãs isoladas, ou do trabalho conventual alentejano. Trata-se, porém, de uma hipótese não confirmada até ao presente. Possuíam cores muito bonitas, bem combinadas e em grande número. Os contornos eram bordados a ponto de pé de flor sobre a serapilheira. Eram cheios a ponto de Arraiolos mais ou menos perfeito. A barra era feita sem cantos, pois estes eram feitos num quadrado. A franja era feita com agulhas de croché. Nesta época executavam-se tapetes «eruditos» com desenhos preconcebidos muito perfeitos e outros «populares», que eram feitos de forma livre.
A Tapeçaria portuguesa bordada à mão, com o nome de Bordado de Arraiolos, só data oficialmente do princípio do século XVII, mas é permitido supor que já se praticasse muito anteriormente, visto que o ponto cruzado oblíquo (actualmente conhecido em todo o mundo por ponto de Arraiolos) também já se praticava na Península Ibérica desde o século XII.
Século XVII: 2.º período
Os tapetes desta época baseiam-se em tapetes asiáticos (persas, caucasianos, turcos)ou inspirados nos motivos do manuelino. As cores são magníficas, alegres e muito bem combinadas. Os de inspiração persa caracterizam-se por motivos de animais, arabescos muito elegantes presos uns aos outros com sarnentos, medalhões repetitivos, motivos manuelinos com rosetas nós estilizados e cordas. As franjas passaram a ser feitas em pequenos teares. Os contornos começam a deixar de ser em ponto de pé de flor, passando a ser em ponto de arraiolos.
Século XVIII: 1.º período
Neste período os tapetes de Arraiolos, embora fossem de carácter erudito e continuassem a ser executados com motivos orientais como anteriormente, deixam de ser feitos em cores alegres passando a cores mortas, inexplicavelmente, pois não se identificam motivos para isso. Os cantos são a direito.
Século XVIII: 2.º período
A indústria caseira dos tapetes de Arraiolos tornou-se florescente dado o elevado número de peças que então foram feitas. Os motivos orientais desapareceram quase por completo cedendo lugar aos motivos florais, vasos com asas, bonecas com penteados altos (como se usavam nesse tempo) e laços à Luís XVI.
Século XVIII: 3.º período
Após o incremento verificado anteriormente começou a decadência desta indústria artesanal.
Desapareceram totalmente os motivos orientais e as composições pitorescas baseadas na fauna e na flora regional e festas folclóricas, para darem lugar a desenhos simples e repetidos, sobre fundos muito pobres e de cores mortas.
Século XIX
Neste século a indústria dos tapetes de Arraiolos desapareceu quase completamente, embora se tenha executado um restrito número de tapetes feitos por artesãs amadoras isoladas, copiados, em geral, de exemplares feitos nos séculos anteriores. Esta quase extinção deveu-se ao surgimento da era industrial, pois devem ter começado a aparecer tapetes com motivos mais modernos e mais baratos. No entanto os que se manufacturaram eram originais e não menos belos. Tinham poucos desenhos e muito fundo, mas nem por isso deixaram de ser atraentes.
Século XX
Durante os primeiros três quartos deste século a manufactura dos tapetes de Arraiolos como que renasceu num novo impulso. Diversas artesãs, sobretudo donas de casa mais ilustradas, espalhadas pelo país, executaram cópias de tapetes dos séculos XVII, XVIII e XIX. Estas senhoras iam aos museus tirar os riscos. Por esta razão ficou a ideia de que estes eram elaborados com cores esbatidas uma vez que os tapetes antigos estavam já desbotados pelo direito devido à antiguidade. Pelo avesso ainda tinham as cores originais (ver séc XVII). No último quartel deste século os tapetes tomaram novas expressões menos ortodoxas.
Século XXI
Em 2021, a sua confecção entrou para o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial português.
Expansão
Levada para o Brasil pelos portugueses, onde é muito praticada, esta arte é também conhecida em muitos países da Europa, e em algumas partes do Extremo Oriente.
Importância
No Museu Vitória e Alberto de Londres existe um dos mais belos tapetes de Arraiolos do século XVII, que foi comprado por este museu a um fidalgo português no ano de 1895. O referido tapete tem 315 cm de comprimento e 148 cm de largura.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
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Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal – Turista Profissional
Arraiolos é uma pequena cidade em Portugal que fica na região turística do Alentejo. Só por isso já dá para imaginar que seja um lugar belo e que vale a visita, afinal, o Alentejo possui paisagens maravilhosas e vários Patrimônios da Unesco. Mas Arraiolos ainda tem um diferencial: o famoso Tapete de Arraiolos, tradição da cidade, e única em Portugal.
Ele é tão importante que a vila de Arraiolos conta até com um evento cultural anual, que ocorre no mês de maio, chamado O Tapete Está na Rua, exaltando toda a sua tradição.
Arraiolos também conta com o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos e um Monumento à Tapeteira.
O que são os tapetes de Arraiolos?
Feitos sob tela de algodão e tecidos com lã pura tingida, os tapetes de Arraiolos são tapeçarias cuja técnica específica faz com que a costura tenha a característica de pontos cruzados.
O ponto é chamado de Ponto de Arraiolo, daí o nome do estilo dos tapetes. A tradição é passada de geração para geração e traz as características culturais de cada época refletidas nos desenhos criados na tapeçaria. Feitos à mão por bordadeiras, os tapetes de arraiolos são considerados patrimônio do país.
A origem da tapeçaria
A origem dos tapetes de arraiolos é incerta, mas estudos indicam que a tradição começou por volta do século XVII, quando tapeteiros muçulmanos foram expulsos de Lisboa pelo rei D. Manuel. Eles teriam se instalando em Arraiolos e continuado no exercício de suas profissões, prosperando na cidade e passando a técnica para frente.
A tradição acabou pegando força nas mãos das bordadeiras, que passaram a técnica de mãe para filha e até hoje trabalham tecendo à mão.
As produções são feitas tanto em pequenas fábricas quanto em casa mesmo, pelas famílias tradicionais. É possível comprar os tapetes já prontos ou fazer encomendas. Os vendedores também costumam oferecer serviços de reparos, restauros e limpeza dos tapetes, que precisam ser cuidados com muito carinho, afinal, são séculos de tradição!
Apesar da técnica ter sido passada de geração em geração, infelizmente hoje em dia são poucas as mulheres que trabalham ainda com os bordados. As novas gerações não estão se dedicando à profissão e, por isso, o comum é encontrar mais senhorinhas no trabalho do que pessoas jovens.
Como identificar o verdadeiro Tapete de Arraiolos?
Primeiro de tudo, se for comprar em Arraiolos mesmo, a chance de ser um tapete verdadeiro é enorme, mas é bom ficar atento.
Por serem feitos à mão, desconfie caso encontre um que seja perfeito demais, digamos assim. A dica é apalpar!
Preste atenção nos detalhes dos pontos, que devem demonstrar alguma irregularidade, por conta do artesanato. O cheiro também é um aspecto interessante de se observar, já que eles são feitos de lã pura.
Por serem feitos à mão, o valor não será muito barato, mas pense que é um artesanato local, de tradição antiga e feito por, geralmente, senhorinhas que ficam dias e dias bordando!
Comprar um Tapete de Arraiolos verdadeiro vai muito além de adquirir um lindo tapete. É incentivar uma tradição secular e um trabalho e conhecimento cultural riquíssimo, além de representar verdadeiramente um pedacinho de Portugal.
Arraiolos além dos tapetes
Fundada em meados do século II antes de Cristo e tendo sido ocupada por diversos povos diferentes, a pequena vila portuguesa tem também fama por conta do Paço de Alcaides, o grande castelo da cidade, de onde se tem uma vista incrível de toda a região.
O Convento dos Lóios, construído no século XVI e que hoje é uma pousada, e o Jardim Público também são pontos turísticos.
Outro local de visitação é a Igreja da Misericórdia, que possui as paredes inteiras revestidas pelos famosos azulejos portugueses, datados do século XVIII. Além disso, as casinhas brancas, revestidas de cal e com detalhes em azul e telhados feitos de terracota, dão um toque especial na arquitetura da vila.
Fonte:Turista Profissional, "Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal". Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
Crédito fotográfico: Lote 534, leilão 190, Galeria Alphaville. Consultado pela última vez em 17 de agosto de 2023.
Tapete Arraiolo (Arraiolos, Portugal) é uma tapeçaria portuguesa. É um tipo de tapeçaria caracterizada pela técnica de confecção manual utilizando o ponto Arraiolos, também conhecido como ponto de cruz duplo. Esses tapetes são distintos por seus desenhos geométricos e simétricos, adornados com elementos florais, animais estilizados e formas abstratas, todos elaborados com fios de lã coloridos. Todos os exemplares contemplam a rica herança cultural, a habilidade de seus artesãos e a tradição e história da região, sendo obras de arte têxtil muito requisitadas tanto em Portugal quanto internacionalmente.
Biografia Tapete Arraiolo – Arremate Arte
Os Tapetes Arraiolos são tesouros artesanais enraizados na tradição portuguesa. Sua história aconteceu entre os séculos XV e XVI, quando Portugal estava no auge de suas explorações marítimas e trocas culturais. Inspirados pelos padrões islâmicos trazidos do Oriente Médio, os artesãos portugueses começaram a desenvolver uma técnica distinta de bordado em tapeçarias.
Durante os séculos seguintes, os tapetes Arraiolos evoluíram e se tornaram um elemento de decoração valorizado em casas aristocráticas e nobres. Com padrões geométricos e florais intrincados, esses tapetes eram apreciados por sua estética e qualidade duradoura. A cidade de Arraiolos, localizada no Alentejo, Portugal, tornou-se um epicentro da produção dessas obras de arte têxteis.
A técnica de confecção dos tapetes Arraiolos é notável por seu uso da técnica de ponto de Arraiolos, que combina bordado e tapeçaria. Tradicionalmente, os tapetes são feitos com fio de lã, que é cuidadosamente costurado em uma base de tela de juta. As cores vibrantes e os padrões elaborados transformam cada tapete em uma verdadeira obra de arte.
Com a ascensão da produção industrial e o interesse por estilos de decoração mais contemporâneos, a tradição artesanal desses tapetes ficou em risco. No entanto, muitos artesãos e entusiastas da cultura portuguesa se esforçaram para manter viva essa tradição, adaptando os padrões e as técnicas para atender às demandas contemporâneas.
Com o tempo, os tapetes Arraiolos foram reconhecidos como um importante patrimônio cultural de Portugal. Muitos esforços foram feitos para proteger e promover essa tradição única, como workshops, exposições e eventos culturais que celebram a arte dos tapetes Arraiolos, mantendo a conexão com as gerações passadas e inspirando os jovens a aprender e continuar essa prática artesanal.
Os tapetes Arraiolos continuam a ser apreciados em todo o mundo por sua beleza, qualidade e história. Esses tapetes não são apenas itens de decoração, mas uma representação silenciosas da habilidade e dedicação dos artesãos que os criaram ao longo dos séculos. Com uma mistura de tradição e inovação, os tapetes Arraiolos permanecem como uma parte essencial do rico panorama cultural de Portugal e um tributo à maestria artesanal.
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Biografia Tapete Arraiolo – Wikipédia
Os tapetes de Arraiolos são tapetes bordados com lã sobre tela de juta ou algodão, tradicionais da vila de Arraiolos, em Portugal. As referências mais antigas à técnica de fabrico de tapetes de Arraiolos datam de finais do século XV.
O Ponto de Arraiolos
O chamado ponto de Arraiolos é um ponto cruzado oblíquo composto por duas meias cruzes, uma das quais tem o dobro do comprimento da outra. Essas duas meias cruzes, que formam um ponto de Arraiolos completo, fazem-se ambas dentro da mesma altura do tecido. Essa altura abrange, geralmente, 2 fios do tecido,no sentido da altura deste. Portanto, a meia cruz mais comprida e a meia cruz menor abrangem, ambas, 2 fios de altura do tecido mas, relativamente ao comprimento do ponto, a meia cruz menor abrange 2 fios e a meia cruz comprida abrange o dobro do comprimento, ou seja, 4 fios. O resultado do cruzamento das duas meias cruzes é a obtenção de um ponto cruzado oblíquo, ou seja, alongado no sentido do seu comprimento, alongamento esse que é feito pela meia cruz comprida.
O Bordado de Arraiolos executa-se, geralmente, em três fases que são:
1. Bordar a armação
A armação do bordado é o conjunto dos contornos dos motivos que estão indicados no desenho do tapete. Portanto, principia-se a decoração de um tapete começando por bordar sobre a linhagem os pontos que no desenho indicam os contornos e apenas os contornos dos motivos que constituem a decoração. Quando todos os referidos contornos estão bordados, diz-se que está pronta a armação do tapete.
2. Fazer a matização
A 2ª fase do trabalho é a matização dos motivos. Com lãs de cores diferentes da que foi empregada para bordar a armação, preenchem-se os motivos ou desenhos que já foram contornados. Quando todos os motivos e desenhos estiverem bordados com todas as suas cores, está completa a matização.
3. Preencher os fundos
A terceira fase de trabalho é o preenchimento dos fundos que estão em volta dos motivos e desenhos. Para este trabalho emprega-se a lã da cor ou cores que, previamente, foram escolhidas para os fundos.
História
Século XVII: 1.º período
A confecção dos tapetes de Arraiolos ter-se-á iniciado provavelmente no começo deste período, sendo fruto da curiosidade de artesãs isoladas, ou do trabalho conventual alentejano. Trata-se, porém, de uma hipótese não confirmada até ao presente. Possuíam cores muito bonitas, bem combinadas e em grande número. Os contornos eram bordados a ponto de pé de flor sobre a serapilheira. Eram cheios a ponto de Arraiolos mais ou menos perfeito. A barra era feita sem cantos, pois estes eram feitos num quadrado. A franja era feita com agulhas de croché. Nesta época executavam-se tapetes «eruditos» com desenhos preconcebidos muito perfeitos e outros «populares», que eram feitos de forma livre.
A Tapeçaria portuguesa bordada à mão, com o nome de Bordado de Arraiolos, só data oficialmente do princípio do século XVII, mas é permitido supor que já se praticasse muito anteriormente, visto que o ponto cruzado oblíquo (actualmente conhecido em todo o mundo por ponto de Arraiolos) também já se praticava na Península Ibérica desde o século XII.
Século XVII: 2.º período
Os tapetes desta época baseiam-se em tapetes asiáticos (persas, caucasianos, turcos)ou inspirados nos motivos do manuelino. As cores são magníficas, alegres e muito bem combinadas. Os de inspiração persa caracterizam-se por motivos de animais, arabescos muito elegantes presos uns aos outros com sarnentos, medalhões repetitivos, motivos manuelinos com rosetas nós estilizados e cordas. As franjas passaram a ser feitas em pequenos teares. Os contornos começam a deixar de ser em ponto de pé de flor, passando a ser em ponto de arraiolos.
Século XVIII: 1.º período
Neste período os tapetes de Arraiolos, embora fossem de carácter erudito e continuassem a ser executados com motivos orientais como anteriormente, deixam de ser feitos em cores alegres passando a cores mortas, inexplicavelmente, pois não se identificam motivos para isso. Os cantos são a direito.
Século XVIII: 2.º período
A indústria caseira dos tapetes de Arraiolos tornou-se florescente dado o elevado número de peças que então foram feitas. Os motivos orientais desapareceram quase por completo cedendo lugar aos motivos florais, vasos com asas, bonecas com penteados altos (como se usavam nesse tempo) e laços à Luís XVI.
Século XVIII: 3.º período
Após o incremento verificado anteriormente começou a decadência desta indústria artesanal.
Desapareceram totalmente os motivos orientais e as composições pitorescas baseadas na fauna e na flora regional e festas folclóricas, para darem lugar a desenhos simples e repetidos, sobre fundos muito pobres e de cores mortas.
Século XIX
Neste século a indústria dos tapetes de Arraiolos desapareceu quase completamente, embora se tenha executado um restrito número de tapetes feitos por artesãs amadoras isoladas, copiados, em geral, de exemplares feitos nos séculos anteriores. Esta quase extinção deveu-se ao surgimento da era industrial, pois devem ter começado a aparecer tapetes com motivos mais modernos e mais baratos. No entanto os que se manufacturaram eram originais e não menos belos. Tinham poucos desenhos e muito fundo, mas nem por isso deixaram de ser atraentes.
Século XX
Durante os primeiros três quartos deste século a manufactura dos tapetes de Arraiolos como que renasceu num novo impulso. Diversas artesãs, sobretudo donas de casa mais ilustradas, espalhadas pelo país, executaram cópias de tapetes dos séculos XVII, XVIII e XIX. Estas senhoras iam aos museus tirar os riscos. Por esta razão ficou a ideia de que estes eram elaborados com cores esbatidas uma vez que os tapetes antigos estavam já desbotados pelo direito devido à antiguidade. Pelo avesso ainda tinham as cores originais (ver séc XVII). No último quartel deste século os tapetes tomaram novas expressões menos ortodoxas.
Século XXI
Em 2021, a sua confecção entrou para o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial português.
Expansão
Levada para o Brasil pelos portugueses, onde é muito praticada, esta arte é também conhecida em muitos países da Europa, e em algumas partes do Extremo Oriente.
Importância
No Museu Vitória e Alberto de Londres existe um dos mais belos tapetes de Arraiolos do século XVII, que foi comprado por este museu a um fidalgo português no ano de 1895. O referido tapete tem 315 cm de comprimento e 148 cm de largura.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
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Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal – Turista Profissional
Arraiolos é uma pequena cidade em Portugal que fica na região turística do Alentejo. Só por isso já dá para imaginar que seja um lugar belo e que vale a visita, afinal, o Alentejo possui paisagens maravilhosas e vários Patrimônios da Unesco. Mas Arraiolos ainda tem um diferencial: o famoso Tapete de Arraiolos, tradição da cidade, e única em Portugal.
Ele é tão importante que a vila de Arraiolos conta até com um evento cultural anual, que ocorre no mês de maio, chamado O Tapete Está na Rua, exaltando toda a sua tradição.
Arraiolos também conta com o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos e um Monumento à Tapeteira.
O que são os tapetes de Arraiolos?
Feitos sob tela de algodão e tecidos com lã pura tingida, os tapetes de Arraiolos são tapeçarias cuja técnica específica faz com que a costura tenha a característica de pontos cruzados.
O ponto é chamado de Ponto de Arraiolo, daí o nome do estilo dos tapetes. A tradição é passada de geração para geração e traz as características culturais de cada época refletidas nos desenhos criados na tapeçaria. Feitos à mão por bordadeiras, os tapetes de arraiolos são considerados patrimônio do país.
A origem da tapeçaria
A origem dos tapetes de arraiolos é incerta, mas estudos indicam que a tradição começou por volta do século XVII, quando tapeteiros muçulmanos foram expulsos de Lisboa pelo rei D. Manuel. Eles teriam se instalando em Arraiolos e continuado no exercício de suas profissões, prosperando na cidade e passando a técnica para frente.
A tradição acabou pegando força nas mãos das bordadeiras, que passaram a técnica de mãe para filha e até hoje trabalham tecendo à mão.
As produções são feitas tanto em pequenas fábricas quanto em casa mesmo, pelas famílias tradicionais. É possível comprar os tapetes já prontos ou fazer encomendas. Os vendedores também costumam oferecer serviços de reparos, restauros e limpeza dos tapetes, que precisam ser cuidados com muito carinho, afinal, são séculos de tradição!
Apesar da técnica ter sido passada de geração em geração, infelizmente hoje em dia são poucas as mulheres que trabalham ainda com os bordados. As novas gerações não estão se dedicando à profissão e, por isso, o comum é encontrar mais senhorinhas no trabalho do que pessoas jovens.
Como identificar o verdadeiro Tapete de Arraiolos?
Primeiro de tudo, se for comprar em Arraiolos mesmo, a chance de ser um tapete verdadeiro é enorme, mas é bom ficar atento.
Por serem feitos à mão, desconfie caso encontre um que seja perfeito demais, digamos assim. A dica é apalpar!
Preste atenção nos detalhes dos pontos, que devem demonstrar alguma irregularidade, por conta do artesanato. O cheiro também é um aspecto interessante de se observar, já que eles são feitos de lã pura.
Por serem feitos à mão, o valor não será muito barato, mas pense que é um artesanato local, de tradição antiga e feito por, geralmente, senhorinhas que ficam dias e dias bordando!
Comprar um Tapete de Arraiolos verdadeiro vai muito além de adquirir um lindo tapete. É incentivar uma tradição secular e um trabalho e conhecimento cultural riquíssimo, além de representar verdadeiramente um pedacinho de Portugal.
Arraiolos além dos tapetes
Fundada em meados do século II antes de Cristo e tendo sido ocupada por diversos povos diferentes, a pequena vila portuguesa tem também fama por conta do Paço de Alcaides, o grande castelo da cidade, de onde se tem uma vista incrível de toda a região.
O Convento dos Lóios, construído no século XVI e que hoje é uma pousada, e o Jardim Público também são pontos turísticos.
Outro local de visitação é a Igreja da Misericórdia, que possui as paredes inteiras revestidas pelos famosos azulejos portugueses, datados do século XVIII. Além disso, as casinhas brancas, revestidas de cal e com detalhes em azul e telhados feitos de terracota, dão um toque especial na arquitetura da vila.
Fonte:Turista Profissional, "Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal". Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
Crédito fotográfico: Lote 534, leilão 190, Galeria Alphaville. Consultado pela última vez em 17 de agosto de 2023.
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Tapete Arraiolo (Arraiolos, Portugal) é uma tapeçaria portuguesa. É um tipo de tapeçaria caracterizada pela técnica de confecção manual utilizando o ponto Arraiolos, também conhecido como ponto de cruz duplo. Esses tapetes são distintos por seus desenhos geométricos e simétricos, adornados com elementos florais, animais estilizados e formas abstratas, todos elaborados com fios de lã coloridos. Todos os exemplares contemplam a rica herança cultural, a habilidade de seus artesãos e a tradição e história da região, sendo obras de arte têxtil muito requisitadas tanto em Portugal quanto internacionalmente.
Biografia Tapete Arraiolo – Arremate Arte
Os Tapetes Arraiolos são tesouros artesanais enraizados na tradição portuguesa. Sua história aconteceu entre os séculos XV e XVI, quando Portugal estava no auge de suas explorações marítimas e trocas culturais. Inspirados pelos padrões islâmicos trazidos do Oriente Médio, os artesãos portugueses começaram a desenvolver uma técnica distinta de bordado em tapeçarias.
Durante os séculos seguintes, os tapetes Arraiolos evoluíram e se tornaram um elemento de decoração valorizado em casas aristocráticas e nobres. Com padrões geométricos e florais intrincados, esses tapetes eram apreciados por sua estética e qualidade duradoura. A cidade de Arraiolos, localizada no Alentejo, Portugal, tornou-se um epicentro da produção dessas obras de arte têxteis.
A técnica de confecção dos tapetes Arraiolos é notável por seu uso da técnica de ponto de Arraiolos, que combina bordado e tapeçaria. Tradicionalmente, os tapetes são feitos com fio de lã, que é cuidadosamente costurado em uma base de tela de juta. As cores vibrantes e os padrões elaborados transformam cada tapete em uma verdadeira obra de arte.
Com a ascensão da produção industrial e o interesse por estilos de decoração mais contemporâneos, a tradição artesanal desses tapetes ficou em risco. No entanto, muitos artesãos e entusiastas da cultura portuguesa se esforçaram para manter viva essa tradição, adaptando os padrões e as técnicas para atender às demandas contemporâneas.
Com o tempo, os tapetes Arraiolos foram reconhecidos como um importante patrimônio cultural de Portugal. Muitos esforços foram feitos para proteger e promover essa tradição única, como workshops, exposições e eventos culturais que celebram a arte dos tapetes Arraiolos, mantendo a conexão com as gerações passadas e inspirando os jovens a aprender e continuar essa prática artesanal.
Os tapetes Arraiolos continuam a ser apreciados em todo o mundo por sua beleza, qualidade e história. Esses tapetes não são apenas itens de decoração, mas uma representação silenciosas da habilidade e dedicação dos artesãos que os criaram ao longo dos séculos. Com uma mistura de tradição e inovação, os tapetes Arraiolos permanecem como uma parte essencial do rico panorama cultural de Portugal e um tributo à maestria artesanal.
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Biografia Tapete Arraiolo – Wikipédia
Os tapetes de Arraiolos são tapetes bordados com lã sobre tela de juta ou algodão, tradicionais da vila de Arraiolos, em Portugal. As referências mais antigas à técnica de fabrico de tapetes de Arraiolos datam de finais do século XV.
O Ponto de Arraiolos
O chamado ponto de Arraiolos é um ponto cruzado oblíquo composto por duas meias cruzes, uma das quais tem o dobro do comprimento da outra. Essas duas meias cruzes, que formam um ponto de Arraiolos completo, fazem-se ambas dentro da mesma altura do tecido. Essa altura abrange, geralmente, 2 fios do tecido,no sentido da altura deste. Portanto, a meia cruz mais comprida e a meia cruz menor abrangem, ambas, 2 fios de altura do tecido mas, relativamente ao comprimento do ponto, a meia cruz menor abrange 2 fios e a meia cruz comprida abrange o dobro do comprimento, ou seja, 4 fios. O resultado do cruzamento das duas meias cruzes é a obtenção de um ponto cruzado oblíquo, ou seja, alongado no sentido do seu comprimento, alongamento esse que é feito pela meia cruz comprida.
O Bordado de Arraiolos executa-se, geralmente, em três fases que são:
1. Bordar a armação
A armação do bordado é o conjunto dos contornos dos motivos que estão indicados no desenho do tapete. Portanto, principia-se a decoração de um tapete começando por bordar sobre a linhagem os pontos que no desenho indicam os contornos e apenas os contornos dos motivos que constituem a decoração. Quando todos os referidos contornos estão bordados, diz-se que está pronta a armação do tapete.
2. Fazer a matização
A 2ª fase do trabalho é a matização dos motivos. Com lãs de cores diferentes da que foi empregada para bordar a armação, preenchem-se os motivos ou desenhos que já foram contornados. Quando todos os motivos e desenhos estiverem bordados com todas as suas cores, está completa a matização.
3. Preencher os fundos
A terceira fase de trabalho é o preenchimento dos fundos que estão em volta dos motivos e desenhos. Para este trabalho emprega-se a lã da cor ou cores que, previamente, foram escolhidas para os fundos.
História
Século XVII: 1.º período
A confecção dos tapetes de Arraiolos ter-se-á iniciado provavelmente no começo deste período, sendo fruto da curiosidade de artesãs isoladas, ou do trabalho conventual alentejano. Trata-se, porém, de uma hipótese não confirmada até ao presente. Possuíam cores muito bonitas, bem combinadas e em grande número. Os contornos eram bordados a ponto de pé de flor sobre a serapilheira. Eram cheios a ponto de Arraiolos mais ou menos perfeito. A barra era feita sem cantos, pois estes eram feitos num quadrado. A franja era feita com agulhas de croché. Nesta época executavam-se tapetes «eruditos» com desenhos preconcebidos muito perfeitos e outros «populares», que eram feitos de forma livre.
A Tapeçaria portuguesa bordada à mão, com o nome de Bordado de Arraiolos, só data oficialmente do princípio do século XVII, mas é permitido supor que já se praticasse muito anteriormente, visto que o ponto cruzado oblíquo (actualmente conhecido em todo o mundo por ponto de Arraiolos) também já se praticava na Península Ibérica desde o século XII.
Século XVII: 2.º período
Os tapetes desta época baseiam-se em tapetes asiáticos (persas, caucasianos, turcos)ou inspirados nos motivos do manuelino. As cores são magníficas, alegres e muito bem combinadas. Os de inspiração persa caracterizam-se por motivos de animais, arabescos muito elegantes presos uns aos outros com sarnentos, medalhões repetitivos, motivos manuelinos com rosetas nós estilizados e cordas. As franjas passaram a ser feitas em pequenos teares. Os contornos começam a deixar de ser em ponto de pé de flor, passando a ser em ponto de arraiolos.
Século XVIII: 1.º período
Neste período os tapetes de Arraiolos, embora fossem de carácter erudito e continuassem a ser executados com motivos orientais como anteriormente, deixam de ser feitos em cores alegres passando a cores mortas, inexplicavelmente, pois não se identificam motivos para isso. Os cantos são a direito.
Século XVIII: 2.º período
A indústria caseira dos tapetes de Arraiolos tornou-se florescente dado o elevado número de peças que então foram feitas. Os motivos orientais desapareceram quase por completo cedendo lugar aos motivos florais, vasos com asas, bonecas com penteados altos (como se usavam nesse tempo) e laços à Luís XVI.
Século XVIII: 3.º período
Após o incremento verificado anteriormente começou a decadência desta indústria artesanal.
Desapareceram totalmente os motivos orientais e as composições pitorescas baseadas na fauna e na flora regional e festas folclóricas, para darem lugar a desenhos simples e repetidos, sobre fundos muito pobres e de cores mortas.
Século XIX
Neste século a indústria dos tapetes de Arraiolos desapareceu quase completamente, embora se tenha executado um restrito número de tapetes feitos por artesãs amadoras isoladas, copiados, em geral, de exemplares feitos nos séculos anteriores. Esta quase extinção deveu-se ao surgimento da era industrial, pois devem ter começado a aparecer tapetes com motivos mais modernos e mais baratos. No entanto os que se manufacturaram eram originais e não menos belos. Tinham poucos desenhos e muito fundo, mas nem por isso deixaram de ser atraentes.
Século XX
Durante os primeiros três quartos deste século a manufactura dos tapetes de Arraiolos como que renasceu num novo impulso. Diversas artesãs, sobretudo donas de casa mais ilustradas, espalhadas pelo país, executaram cópias de tapetes dos séculos XVII, XVIII e XIX. Estas senhoras iam aos museus tirar os riscos. Por esta razão ficou a ideia de que estes eram elaborados com cores esbatidas uma vez que os tapetes antigos estavam já desbotados pelo direito devido à antiguidade. Pelo avesso ainda tinham as cores originais (ver séc XVII). No último quartel deste século os tapetes tomaram novas expressões menos ortodoxas.
Século XXI
Em 2021, a sua confecção entrou para o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial português.
Expansão
Levada para o Brasil pelos portugueses, onde é muito praticada, esta arte é também conhecida em muitos países da Europa, e em algumas partes do Extremo Oriente.
Importância
No Museu Vitória e Alberto de Londres existe um dos mais belos tapetes de Arraiolos do século XVII, que foi comprado por este museu a um fidalgo português no ano de 1895. O referido tapete tem 315 cm de comprimento e 148 cm de largura.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
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Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal – Turista Profissional
Arraiolos é uma pequena cidade em Portugal que fica na região turística do Alentejo. Só por isso já dá para imaginar que seja um lugar belo e que vale a visita, afinal, o Alentejo possui paisagens maravilhosas e vários Patrimônios da Unesco. Mas Arraiolos ainda tem um diferencial: o famoso Tapete de Arraiolos, tradição da cidade, e única em Portugal.
Ele é tão importante que a vila de Arraiolos conta até com um evento cultural anual, que ocorre no mês de maio, chamado O Tapete Está na Rua, exaltando toda a sua tradição.
Arraiolos também conta com o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos e um Monumento à Tapeteira.
O que são os tapetes de Arraiolos?
Feitos sob tela de algodão e tecidos com lã pura tingida, os tapetes de Arraiolos são tapeçarias cuja técnica específica faz com que a costura tenha a característica de pontos cruzados.
O ponto é chamado de Ponto de Arraiolo, daí o nome do estilo dos tapetes. A tradição é passada de geração para geração e traz as características culturais de cada época refletidas nos desenhos criados na tapeçaria. Feitos à mão por bordadeiras, os tapetes de arraiolos são considerados patrimônio do país.
A origem da tapeçaria
A origem dos tapetes de arraiolos é incerta, mas estudos indicam que a tradição começou por volta do século XVII, quando tapeteiros muçulmanos foram expulsos de Lisboa pelo rei D. Manuel. Eles teriam se instalando em Arraiolos e continuado no exercício de suas profissões, prosperando na cidade e passando a técnica para frente.
A tradição acabou pegando força nas mãos das bordadeiras, que passaram a técnica de mãe para filha e até hoje trabalham tecendo à mão.
As produções são feitas tanto em pequenas fábricas quanto em casa mesmo, pelas famílias tradicionais. É possível comprar os tapetes já prontos ou fazer encomendas. Os vendedores também costumam oferecer serviços de reparos, restauros e limpeza dos tapetes, que precisam ser cuidados com muito carinho, afinal, são séculos de tradição!
Apesar da técnica ter sido passada de geração em geração, infelizmente hoje em dia são poucas as mulheres que trabalham ainda com os bordados. As novas gerações não estão se dedicando à profissão e, por isso, o comum é encontrar mais senhorinhas no trabalho do que pessoas jovens.
Como identificar o verdadeiro Tapete de Arraiolos?
Primeiro de tudo, se for comprar em Arraiolos mesmo, a chance de ser um tapete verdadeiro é enorme, mas é bom ficar atento.
Por serem feitos à mão, desconfie caso encontre um que seja perfeito demais, digamos assim. A dica é apalpar!
Preste atenção nos detalhes dos pontos, que devem demonstrar alguma irregularidade, por conta do artesanato. O cheiro também é um aspecto interessante de se observar, já que eles são feitos de lã pura.
Por serem feitos à mão, o valor não será muito barato, mas pense que é um artesanato local, de tradição antiga e feito por, geralmente, senhorinhas que ficam dias e dias bordando!
Comprar um Tapete de Arraiolos verdadeiro vai muito além de adquirir um lindo tapete. É incentivar uma tradição secular e um trabalho e conhecimento cultural riquíssimo, além de representar verdadeiramente um pedacinho de Portugal.
Arraiolos além dos tapetes
Fundada em meados do século II antes de Cristo e tendo sido ocupada por diversos povos diferentes, a pequena vila portuguesa tem também fama por conta do Paço de Alcaides, o grande castelo da cidade, de onde se tem uma vista incrível de toda a região.
O Convento dos Lóios, construído no século XVI e que hoje é uma pousada, e o Jardim Público também são pontos turísticos.
Outro local de visitação é a Igreja da Misericórdia, que possui as paredes inteiras revestidas pelos famosos azulejos portugueses, datados do século XVIII. Além disso, as casinhas brancas, revestidas de cal e com detalhes em azul e telhados feitos de terracota, dão um toque especial na arquitetura da vila.
Fonte:Turista Profissional, "Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal". Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
Crédito fotográfico: Lote 534, leilão 190, Galeria Alphaville. Consultado pela última vez em 17 de agosto de 2023.
Tapete Arraiolo (Arraiolos, Portugal) é uma tapeçaria portuguesa. É um tipo de tapeçaria caracterizada pela técnica de confecção manual utilizando o ponto Arraiolos, também conhecido como ponto de cruz duplo. Esses tapetes são distintos por seus desenhos geométricos e simétricos, adornados com elementos florais, animais estilizados e formas abstratas, todos elaborados com fios de lã coloridos. Todos os exemplares contemplam a rica herança cultural, a habilidade de seus artesãos e a tradição e história da região, sendo obras de arte têxtil muito requisitadas tanto em Portugal quanto internacionalmente.
Biografia Tapete Arraiolo – Arremate Arte
Os Tapetes Arraiolos são tesouros artesanais enraizados na tradição portuguesa. Sua história aconteceu entre os séculos XV e XVI, quando Portugal estava no auge de suas explorações marítimas e trocas culturais. Inspirados pelos padrões islâmicos trazidos do Oriente Médio, os artesãos portugueses começaram a desenvolver uma técnica distinta de bordado em tapeçarias.
Durante os séculos seguintes, os tapetes Arraiolos evoluíram e se tornaram um elemento de decoração valorizado em casas aristocráticas e nobres. Com padrões geométricos e florais intrincados, esses tapetes eram apreciados por sua estética e qualidade duradoura. A cidade de Arraiolos, localizada no Alentejo, Portugal, tornou-se um epicentro da produção dessas obras de arte têxteis.
A técnica de confecção dos tapetes Arraiolos é notável por seu uso da técnica de ponto de Arraiolos, que combina bordado e tapeçaria. Tradicionalmente, os tapetes são feitos com fio de lã, que é cuidadosamente costurado em uma base de tela de juta. As cores vibrantes e os padrões elaborados transformam cada tapete em uma verdadeira obra de arte.
Com a ascensão da produção industrial e o interesse por estilos de decoração mais contemporâneos, a tradição artesanal desses tapetes ficou em risco. No entanto, muitos artesãos e entusiastas da cultura portuguesa se esforçaram para manter viva essa tradição, adaptando os padrões e as técnicas para atender às demandas contemporâneas.
Com o tempo, os tapetes Arraiolos foram reconhecidos como um importante patrimônio cultural de Portugal. Muitos esforços foram feitos para proteger e promover essa tradição única, como workshops, exposições e eventos culturais que celebram a arte dos tapetes Arraiolos, mantendo a conexão com as gerações passadas e inspirando os jovens a aprender e continuar essa prática artesanal.
Os tapetes Arraiolos continuam a ser apreciados em todo o mundo por sua beleza, qualidade e história. Esses tapetes não são apenas itens de decoração, mas uma representação silenciosas da habilidade e dedicação dos artesãos que os criaram ao longo dos séculos. Com uma mistura de tradição e inovação, os tapetes Arraiolos permanecem como uma parte essencial do rico panorama cultural de Portugal e um tributo à maestria artesanal.
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Biografia Tapete Arraiolo – Wikipédia
Os tapetes de Arraiolos são tapetes bordados com lã sobre tela de juta ou algodão, tradicionais da vila de Arraiolos, em Portugal. As referências mais antigas à técnica de fabrico de tapetes de Arraiolos datam de finais do século XV.
O Ponto de Arraiolos
O chamado ponto de Arraiolos é um ponto cruzado oblíquo composto por duas meias cruzes, uma das quais tem o dobro do comprimento da outra. Essas duas meias cruzes, que formam um ponto de Arraiolos completo, fazem-se ambas dentro da mesma altura do tecido. Essa altura abrange, geralmente, 2 fios do tecido,no sentido da altura deste. Portanto, a meia cruz mais comprida e a meia cruz menor abrangem, ambas, 2 fios de altura do tecido mas, relativamente ao comprimento do ponto, a meia cruz menor abrange 2 fios e a meia cruz comprida abrange o dobro do comprimento, ou seja, 4 fios. O resultado do cruzamento das duas meias cruzes é a obtenção de um ponto cruzado oblíquo, ou seja, alongado no sentido do seu comprimento, alongamento esse que é feito pela meia cruz comprida.
O Bordado de Arraiolos executa-se, geralmente, em três fases que são:
1. Bordar a armação
A armação do bordado é o conjunto dos contornos dos motivos que estão indicados no desenho do tapete. Portanto, principia-se a decoração de um tapete começando por bordar sobre a linhagem os pontos que no desenho indicam os contornos e apenas os contornos dos motivos que constituem a decoração. Quando todos os referidos contornos estão bordados, diz-se que está pronta a armação do tapete.
2. Fazer a matização
A 2ª fase do trabalho é a matização dos motivos. Com lãs de cores diferentes da que foi empregada para bordar a armação, preenchem-se os motivos ou desenhos que já foram contornados. Quando todos os motivos e desenhos estiverem bordados com todas as suas cores, está completa a matização.
3. Preencher os fundos
A terceira fase de trabalho é o preenchimento dos fundos que estão em volta dos motivos e desenhos. Para este trabalho emprega-se a lã da cor ou cores que, previamente, foram escolhidas para os fundos.
História
Século XVII: 1.º período
A confecção dos tapetes de Arraiolos ter-se-á iniciado provavelmente no começo deste período, sendo fruto da curiosidade de artesãs isoladas, ou do trabalho conventual alentejano. Trata-se, porém, de uma hipótese não confirmada até ao presente. Possuíam cores muito bonitas, bem combinadas e em grande número. Os contornos eram bordados a ponto de pé de flor sobre a serapilheira. Eram cheios a ponto de Arraiolos mais ou menos perfeito. A barra era feita sem cantos, pois estes eram feitos num quadrado. A franja era feita com agulhas de croché. Nesta época executavam-se tapetes «eruditos» com desenhos preconcebidos muito perfeitos e outros «populares», que eram feitos de forma livre.
A Tapeçaria portuguesa bordada à mão, com o nome de Bordado de Arraiolos, só data oficialmente do princípio do século XVII, mas é permitido supor que já se praticasse muito anteriormente, visto que o ponto cruzado oblíquo (actualmente conhecido em todo o mundo por ponto de Arraiolos) também já se praticava na Península Ibérica desde o século XII.
Século XVII: 2.º período
Os tapetes desta época baseiam-se em tapetes asiáticos (persas, caucasianos, turcos)ou inspirados nos motivos do manuelino. As cores são magníficas, alegres e muito bem combinadas. Os de inspiração persa caracterizam-se por motivos de animais, arabescos muito elegantes presos uns aos outros com sarnentos, medalhões repetitivos, motivos manuelinos com rosetas nós estilizados e cordas. As franjas passaram a ser feitas em pequenos teares. Os contornos começam a deixar de ser em ponto de pé de flor, passando a ser em ponto de arraiolos.
Século XVIII: 1.º período
Neste período os tapetes de Arraiolos, embora fossem de carácter erudito e continuassem a ser executados com motivos orientais como anteriormente, deixam de ser feitos em cores alegres passando a cores mortas, inexplicavelmente, pois não se identificam motivos para isso. Os cantos são a direito.
Século XVIII: 2.º período
A indústria caseira dos tapetes de Arraiolos tornou-se florescente dado o elevado número de peças que então foram feitas. Os motivos orientais desapareceram quase por completo cedendo lugar aos motivos florais, vasos com asas, bonecas com penteados altos (como se usavam nesse tempo) e laços à Luís XVI.
Século XVIII: 3.º período
Após o incremento verificado anteriormente começou a decadência desta indústria artesanal.
Desapareceram totalmente os motivos orientais e as composições pitorescas baseadas na fauna e na flora regional e festas folclóricas, para darem lugar a desenhos simples e repetidos, sobre fundos muito pobres e de cores mortas.
Século XIX
Neste século a indústria dos tapetes de Arraiolos desapareceu quase completamente, embora se tenha executado um restrito número de tapetes feitos por artesãs amadoras isoladas, copiados, em geral, de exemplares feitos nos séculos anteriores. Esta quase extinção deveu-se ao surgimento da era industrial, pois devem ter começado a aparecer tapetes com motivos mais modernos e mais baratos. No entanto os que se manufacturaram eram originais e não menos belos. Tinham poucos desenhos e muito fundo, mas nem por isso deixaram de ser atraentes.
Século XX
Durante os primeiros três quartos deste século a manufactura dos tapetes de Arraiolos como que renasceu num novo impulso. Diversas artesãs, sobretudo donas de casa mais ilustradas, espalhadas pelo país, executaram cópias de tapetes dos séculos XVII, XVIII e XIX. Estas senhoras iam aos museus tirar os riscos. Por esta razão ficou a ideia de que estes eram elaborados com cores esbatidas uma vez que os tapetes antigos estavam já desbotados pelo direito devido à antiguidade. Pelo avesso ainda tinham as cores originais (ver séc XVII). No último quartel deste século os tapetes tomaram novas expressões menos ortodoxas.
Século XXI
Em 2021, a sua confecção entrou para o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial português.
Expansão
Levada para o Brasil pelos portugueses, onde é muito praticada, esta arte é também conhecida em muitos países da Europa, e em algumas partes do Extremo Oriente.
Importância
No Museu Vitória e Alberto de Londres existe um dos mais belos tapetes de Arraiolos do século XVII, que foi comprado por este museu a um fidalgo português no ano de 1895. O referido tapete tem 315 cm de comprimento e 148 cm de largura.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
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Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal – Turista Profissional
Arraiolos é uma pequena cidade em Portugal que fica na região turística do Alentejo. Só por isso já dá para imaginar que seja um lugar belo e que vale a visita, afinal, o Alentejo possui paisagens maravilhosas e vários Patrimônios da Unesco. Mas Arraiolos ainda tem um diferencial: o famoso Tapete de Arraiolos, tradição da cidade, e única em Portugal.
Ele é tão importante que a vila de Arraiolos conta até com um evento cultural anual, que ocorre no mês de maio, chamado O Tapete Está na Rua, exaltando toda a sua tradição.
Arraiolos também conta com o Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos e um Monumento à Tapeteira.
O que são os tapetes de Arraiolos?
Feitos sob tela de algodão e tecidos com lã pura tingida, os tapetes de Arraiolos são tapeçarias cuja técnica específica faz com que a costura tenha a característica de pontos cruzados.
O ponto é chamado de Ponto de Arraiolo, daí o nome do estilo dos tapetes. A tradição é passada de geração para geração e traz as características culturais de cada época refletidas nos desenhos criados na tapeçaria. Feitos à mão por bordadeiras, os tapetes de arraiolos são considerados patrimônio do país.
A origem da tapeçaria
A origem dos tapetes de arraiolos é incerta, mas estudos indicam que a tradição começou por volta do século XVII, quando tapeteiros muçulmanos foram expulsos de Lisboa pelo rei D. Manuel. Eles teriam se instalando em Arraiolos e continuado no exercício de suas profissões, prosperando na cidade e passando a técnica para frente.
A tradição acabou pegando força nas mãos das bordadeiras, que passaram a técnica de mãe para filha e até hoje trabalham tecendo à mão.
As produções são feitas tanto em pequenas fábricas quanto em casa mesmo, pelas famílias tradicionais. É possível comprar os tapetes já prontos ou fazer encomendas. Os vendedores também costumam oferecer serviços de reparos, restauros e limpeza dos tapetes, que precisam ser cuidados com muito carinho, afinal, são séculos de tradição!
Apesar da técnica ter sido passada de geração em geração, infelizmente hoje em dia são poucas as mulheres que trabalham ainda com os bordados. As novas gerações não estão se dedicando à profissão e, por isso, o comum é encontrar mais senhorinhas no trabalho do que pessoas jovens.
Como identificar o verdadeiro Tapete de Arraiolos?
Primeiro de tudo, se for comprar em Arraiolos mesmo, a chance de ser um tapete verdadeiro é enorme, mas é bom ficar atento.
Por serem feitos à mão, desconfie caso encontre um que seja perfeito demais, digamos assim. A dica é apalpar!
Preste atenção nos detalhes dos pontos, que devem demonstrar alguma irregularidade, por conta do artesanato. O cheiro também é um aspecto interessante de se observar, já que eles são feitos de lã pura.
Por serem feitos à mão, o valor não será muito barato, mas pense que é um artesanato local, de tradição antiga e feito por, geralmente, senhorinhas que ficam dias e dias bordando!
Comprar um Tapete de Arraiolos verdadeiro vai muito além de adquirir um lindo tapete. É incentivar uma tradição secular e um trabalho e conhecimento cultural riquíssimo, além de representar verdadeiramente um pedacinho de Portugal.
Arraiolos além dos tapetes
Fundada em meados do século II antes de Cristo e tendo sido ocupada por diversos povos diferentes, a pequena vila portuguesa tem também fama por conta do Paço de Alcaides, o grande castelo da cidade, de onde se tem uma vista incrível de toda a região.
O Convento dos Lóios, construído no século XVI e que hoje é uma pousada, e o Jardim Público também são pontos turísticos.
Outro local de visitação é a Igreja da Misericórdia, que possui as paredes inteiras revestidas pelos famosos azulejos portugueses, datados do século XVIII. Além disso, as casinhas brancas, revestidas de cal e com detalhes em azul e telhados feitos de terracota, dão um toque especial na arquitetura da vila.
Fonte:Turista Profissional, "Conheça um pouco sobre a tradição dos tapetes de Arraiolos em Portugal". Consultado pela última vez em 16 de agosto de 2023.
Crédito fotográfico: Lote 534, leilão 190, Galeria Alphaville. Consultado pela última vez em 17 de agosto de 2023.