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Zanine Caldas

José Zanine Caldas (Belmonte, BA, 25 de abril de 1919 — Vitória, ES, 20 de dezembro de 2001), mais conhecido como Zanine Caldas ou apenas Zanine, foi um paisagista, professor, maquetista, escultor, moveleiro e arquiteto autodidata brasileiro. Ficou conhecido como Mestre da madeira, mas também usava outros materiais naturais, como a pedra. Sua preocupação com o meio ambiente, o estimulava a buscar sempre criar projetos sustentáveis, bonitas e funcionais. Esse cuidado, o tornou o pioneiro do design sustentável no Brasil. Ele acreditava que a madeira tinha vida própria e que, se tratada com respeito, poderia se transformar em peças únicas e atemporais. Suas criações incluem mesas, cadeiras, luminárias, esculturas e até mesmo casas inteiras. Participou de diversas exposições em todo o mundo, incluindo no MoMA em Nova York e no Centre Georges Pompidou em Paris. No Brasil, suas exposições foram realizadas em importantes museus, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte. Zanine Caldas é considerado um dos mais importantes designers de móveis e arquitetos brasileiros do século XX e é conhecido por sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte. Seu trabalho promoveu a integração do artesanato tradicional brasileiro e do modernismo de forma singular. Ele deixou um legado muito importante para a arquitetura brasileira.

Biografia resumida

José Zanine Caldas foi um arquiteto, designer, artista e escultor brasileiro famoso por suas obras em madeira, muitas vezes construídas a partir de materiais reciclados. Ele nasceu em Belmonte, Bahia, em 1919, e começou sua carreira como carpinteiro e marceneiro autodidata. Zanine Caldas é considerado um dos mais importantes designers de móveis e arquitetos brasileiros do século XX e é conhecido por sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte.

Após se mudar para o Rio de Janeiro, Zanine Caldas trabalhou em projetos importantes, incluindo a construção de casas de madeira para a cidade de Brasília. Ele também se envolveu na construção de casas de barro e em projetos de urbanismo em favelas cariocas. Sua preocupação com a sustentabilidade e a utilização de materiais locais e de baixo custo fez com que ele se tornasse um pioneiro do design sustentável no Brasil.

As obras de Zanine Caldas são conhecidas por sua beleza e simplicidade. Ele acreditava que a madeira tinha vida própria e que, se tratada com respeito, poderia se transformar em peças únicas e atemporais. Suas criações incluem mesas, cadeiras, luminárias, esculturas e até mesmo casas inteiras. Muitas de suas peças foram reproduzidas em série e ainda são produzidas por empresas brasileiras.

Além de seu trabalho como designer e arquiteto, Zanine Caldas também foi um artista e escultor reconhecido. Ele participou de diversas exposições em todo o mundo, incluindo no MoMA em Nova York e no Centre Georges Pompidou em Paris. No Brasil, suas exposições foram realizadas em importantes museus, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte.

José Zanine Caldas deixou um legado importante no mundo do design e da arquitetura brasileira, que influencia e inspira profissionais até os dias de hoje. Seu trabalho sustentável e sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte únicas e belas são um exemplo a ser seguido por todos que se preocupam com a preservação do meio ambiente e com a criação de espaços harmoniosos e atemporais.

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Zanine Caldas – Itaú Cultural

José Zanine Caldas (Belmonte, Bahia, 1919 – Vitória, Espírito Santo, 2001). Arquiteto, designer e maquetista. Destaca-se por explorar as potencialidades construtivas e as qualidades plásticas das madeiras brasileiras e por garantir um ambiente de rusticidade e aconchego, tanto em projetos de alto padrão quanto em construções populares.

Sem formação oficial como arquiteto, na década de 1940, atua como desenhista do escritório Severo Villares e como membro do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). Abre um ateliê de maquetes no Rio de Janeiro, onde trabalha de 1941 a 1948, e depois o transfere para São Paulo, onde atua de 1949 a 1955. Caldas torna-se designer e arquiteto por meio do ateliê de maquetes, e ganha fama não só pela qualidade, mas também por sua capacidade de propor soluções para os problemas de projeto que identifica durante a execução dos modelos.

Em 1949, cria a fábrica Móveis Artísticos Z, cujo objetivo é produzir móveis industrializados em larga escala – de bom desenho e a preços acessíveis –, com base no uso racional de chapas de compensado.

De 1950 a 1952, trabalha como assistente do arquiteto Alcides da Rocha Miranda (1909-2001) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Desliga-se da Móveis Artísticos Z e, de 1953 a 1958, desenvolve projetos paisagísticos na capital paulista. Transfere-se para Brasília, onde constrói sua primeira casa, em 1958, e coordena a construção de outras casas até 1964.

Indicado por Rocha Miranda, ingressa na Universidade de Brasília (UnB) em 1962 e dá aulas de maquetes até 1964, quando perde o cargo em virtude do golpe militar. No mesmo ano, viaja pela América Latina e África, experiência que tem efeitos notáveis em seu trabalho, sobretudo no reconhecimento do valor do “saber-fazer” popular. Retorna ao Brasil e constrói sua segunda casa, a primeira de uma série de projetos na região da Joatinga, no Rio de Janeiro.

Em 1968, muda-se para Nova Viçosa, Bahia, e abre um ateliê-oficina, que funciona até 1980. A vivência na cidade baiana permite o contato com o agreste, os canoeiros e a paisagem ameaçada do local, e o aproxima de ambientalistas. Participa do projeto de uma reserva ambiental com o artista plástico Frans Krajcberg (1921-2017), para quem projeta um ateliê em 1971. Nesse período, os móveis são construídos com toras brutas de madeira, cujas linhas retorcidas inspiram seus desenhos.

Constrói a Casa dos Triângulos (1970) e a Casa da Beira do Rio (1970), nas quais adota um sistema construtivo bastante artesanal com madeiras típicas da região. Esse sistema consiste na montagem no chão de um gabarito, no tamanho real da casa a ser construída, em que se definem e aparelham as peças e se ergue a estrutura, que é depois desmontada para a numeração das peças e o envio da estrutura para o local da obra.

Segundo o arquiteto Roberto Conduru (s.d.), a atuação de Caldas é relevante para a difusão de valores ambientais em projetos arquitetônicos: o “gosto pelo alternativo e o rústico disseminou-se por todo o território brasileiro [...], incentivado pelas campanhas de preservação ambiental, pelo desgaste dos modelos vigentes em concreto armado e pela re-emergência do ideal regionalista no panorama internacional”.

A Casa Hélio Olga Jr. é construída em São Paulo, entre 1980 e 1982, com desenho e madeira fornecidos por Caldas e montagem realizada pelo proprietário. Nessa casa – assim como em outras elaboradas por ele na década de 1970 –, a estrutura de madeira se destaca das paredes de vedação, a cobertura de telha de barro de largos beirais e os materiais de demolição dão à construção a sensação de rusticidade, aconchego e nostalgia.

Em 1983, funda o Centro de Desenvolvimento das Aplicações das Madeiras do Brasil (DAM). Propõe a criação da Escola do Fazer, um centro de ensino sobre o uso da madeira da região para a construção de casas, mobiliário e objetos utilitários para a população de baixa renda. Aposta no “saber-fazer” popular como caminho de inserção de uma população cada vez mais marginalizada e aproxima-se do artesanato e da linguagem nativista que marcam diversos projetos.

Ainda segundo Conduru, a obra de Caldas se concentra “na construção de casas para a elite”, porém não se pode menosprezar sua dedicação ao DAM, onde inicia pesquisas sobre habitação popular baseadas em processos construtivos artesanais. Na unidade de Brasília, desenvolve protótipos de casas populares com toras de eucalipto como estrutura e vedação em solo-cimento, apostando num ideal de autoconstrução.

Caldas passa a adotar toras de madeira brutas roliças, aliadas aos materiais de demolição, que radicalizam o efeito de rusticidade e aconchego. Esse método se difunde também nos projetos não residenciais, como a Capela da Fazenda Barra das Princesas Agropecuária S. A., em Araguaia, Mato Grosso.

Em 1989, é reintegrado em seu posto na UnB, mas não chega a dar aulas. Viaja à Europa, onde projeta residências em Portugal e dá aulas na Escola de Arquitetura de Grenoble, na França. No mesmo ano, o Museu de Artes Decorativas de Paris expõe suas peças de design, e Caldas recebe a medalha de prata do Colégio de Arquitetos da França. Autodidata, em 1991, no 13º Congresso Brasileiro de Arquitetura em São Paulo, recebe o título de arquiteto honorário dado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

José Zanine Caldas deixa um importante legado, que abrange tanto a produção em série quanto a prioridade da manufatura e do saber nativo e atende às demandas de alto padrão e às construções populares.

Exposições

1978 - 1ª Mostra do Móvel e do Objeto Inusitado

1984 - Madeira, Matéria de Arte

1987 - 19ª Bienal Internacional de São Paulo

1991 - A Mata

1998 - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner

1999 - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner

2002 - JK - Uma Aventura Estética

2003 - Ver Zanine

2006 - 1º Salão de Arte

2017 - Fronteiras, Limites, Interseções: entre a arte e o design

2019 - Zanine 100 Anos - Forma e Resistência

Fonte: ZANINE Caldas. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 29 de março de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia – Wikipédia

Zanine nasceu em Belmonte, sul da Bahia, e desde criança era apaixonado por obras e serrarias. Filho de um médico, com 13 anos ele começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos usando caixas de seringa do pai, feitas de papelão. Mais tarde, tomou aulas de desenho com um professor particular e, aos dezoito anos, foi para São Paulo, trabalhar como desenhista numa construtora.

Dois anos depois abriu firma própria no Rio de Janeiro para construção de maquetes. Da oficina de Zanine saíam os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer.

Em 1948, em São José dos Campos (SP), uma sociedade entre Zanine, Sebastião Henrique da Cunha Pontes, Paulo Mello, gerou a "Zanine, Pontes e Cia. Ltda", mais conhecida como "Móveis Artísticos Z", que produziu móveis por 12 anos para a classe média. O desenho dos móveis com forte influência modernista foi assinado por Zanine até sair da sociedade em meados dos anos 50.

Nos anos 60, a convite de Darcy Ribeiro, integrou o corpo docente da Universidade de Brasília (UnB), mesmo sem diploma, como professor de maquete. Como criador empenhado em integrar seus projetos à topografia natural dos terrenos — nunca aterrou ou alterou solos para receber suas casas —, apostou no cerrado do Planalto Central como palco de projetos paisagísticos. Com o golpe militar de 1964 perdeu o cargo, tendo sido reintegrado apenas em 1987, sem voltar a dar aulas.

Perseguido, Zanine chegou a se asilar na embaixada da Iugoslávia, mas no último momento decidiu não viajar para aquele país. Reapareceu ao final dos anos 60. Estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde construiu dezenas de casas no bairro de Joatinga, um local de geografia privilegiada, situado entre São Conrado e a Barra da Tijuca. Realizou alì uma arquitetura ao mesmo tempo colonial e moderna, cuja escolha de material privilegiava a preservação do meio ambiente e enfatizava o conceito de autoconstrução.

Nos anos 80, ao estabelecer uma oficina para antigos canoeiros em Nova Viçosa, em sua comunidade “proto-ecológica”, reassume sua ligação com as técnicas caboclas e reinterpreta as tradições artesanais regionais. À época Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em uma capital cultural e a sua utopia chegou a reunir nomes como os de Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi. Lá ajudou a construir a residência do artista Franz Krajcberg.

Em 1980, fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), uo Rio de Janeiro ,um núcleo de estímulo à pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil. Seu principal objetivo era evitar a crescente destruição das florestas no país.

Durante muitos anos, Zanine foi o centro de uma polêmica que tentou impedi-lo de construir por não ser um profissional diplomado. Chegou a ser impedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) de levar adiante a construção de alguns projetos. No entanto, pelo domínio da técnica e materiais Zanine acabou sendo reconhecido como arquiteto honoris causa. Lúcio Costa foi um dos defensores do título, causando polêmica no meio. Em 1991, Lúcio Costa teve a honra de entregar-lhe o título de arquiteto honorário, atribuído pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).

No final da década de 80, seu trabalho foi exposto no Museu do Louvre, em Paris, trazendo-lhe o reconhecimento internacional. No mesmo período, deu aulas na escola de arquitetura de Grenoble.

Zanine morreu de enfarte, aos 82 anos. Já vinha sofrendo de hidrocefalia e apresentava diversas dificuldades de comunicação e raciocínio. Casado por seis vezes, deixou seis filhos, entre eles o arquiteto José Zanine Caldas Filho, o designer Zanini de Zanine Caldas, que em seus desenhos tem como inspiração os projetos do pai, também ganhando notoriedade por móveis.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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Mestres da Arquitetura: Zanine, arquiteto honoris causa – CasaCor

Paisagista, maquetista, escultor, designer e arquiteto, José Zanine Caldas é um dos maiores nomes da arquitetura e do design brasileiro. Autodidata, o baiano de Belmonte começou fazendo presépios com as caixas de seringas do pai médico. Aos 18 anos, estudou desenho, o que levou sua carreira para o escritório Severo & Villares e o Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – Sphan.

Em 1941, no Rio de Janeiro, Zanine iniciou a produção de maquetes em escritório próprio que depois seria transferido para São Paulo. De lá saíam os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer.

Zanine Designer

A pesquisa sobre materiais e seus desenhos de mobiliário levaram à fundação, em 1948, da "Zanine, Pontes e Cia. Ltda”, mais conhecida como “Móveis Artísticos Z”, uma sociedade entre Zanine, Sebastião Henrique da Cunha Pontes e Paulo Mello estabelecida em São José dos Campos. Seu uso inusitado dos materiais e das formas revoluciona a história do design tupiniquim, inserindo o mobiliário moderno na casa dos brasileiros. A marca produziu, durante 12 anos, peças para a classe média até a saída do designer da sociedade em 1953.

Em São Paulo, desenvolveu projetos paisagísticos até 1958, quando se transferiu para Brasília, onde construiu sua primeira casa. Mesmo sem diploma, Zanin chegou a lecionar na Universidade de Brasília (UnB). No final da década de 60, o designer retorna ao Rio de Janeiro, onde construiu diversas casas em Joatinga. O bairro fica entre São Conrado e a Barra da Tijuca sobre os morros cariocas. Com vista privilegiada e geografia acidentada, Zanine projetou dezenas de obras de arte arquitetônicas no local. Entre traços modernos e coloniais, suas casas nunca interferiram no relevo e se adaptavam à natureza local. Ali observa-se soluções para grandes desafios de engenharia e arquitetura: casas abraçam rochas, topos de morros invadem salas e encostas servem como paredes, construindo uma obra de arte no skyline dos mares de morros cariocas.

Nova Viçosa

Em Nova Viçosa, tinha o sonho de criar uma comunidade auto-sustentável e transformá-la em uma capital cultural, com as técnicas caboclas, reinterpretando as tradições artesanais regionais. Nos anos 80, construiu uma oficina para antigos canoeiros e restabeleceu sua ligação com as técnicas caboclas, reinterpretando as tradições artesanais regionais.Lá ajudou a construir a residência do artista Franz Krajcberg.

Arquiteto honoris causa

A atuação de José Zanine Caldas, como arquiteto, sempre foi alvo de polêmicas. O arquiteto e designer não possuía uma graduação que permitisse que assinasse projetos. Ele chegou a ser impedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) de levar adiante algumas construções. Seu domínio da técnica e dos materiais e seu brilhantismo, fez com que Lúcio Costa apoiasse seu reconhecimento. Em 1991, o arquiteto teve a honra de entregar a o título de Arquiteto honoris causa atribuído pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). No final da década de 80, seu trabalho foi exposto no Museu do Louvre, em Paris, promovendo seu trabalho internacionalmente. No mesmo período, deu aulas na escola de arquitetura de Grenoble, na França. Confira outros projetos do mestre da madeira.

Fonte: CasaCor, publicado por Fernanda Drumond, em 27 de fevereiro de 2018. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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Zanine Caldas – Dpot

O baiano José Zanine Caldas (1918-2001) foi arquiteto e designer autodidata. Reconhecido internacionalmente, é considerado um mestre da madeira e uma referência no mobiliário moderno brasileiro. No começo de sua carreira, conviveu e trabalhou como maquetista para alguns dos principais arquitetos do país: Oscar Niemeyer, Oswaldo Bratke, Henrique Mindlin e Rino Levi. A pesquisa de materiais o levou ao desenho de móveis em compensado laminado. Ele e sua "Móveis Artísticos Z" foram grandes responsáveis pela introdução do móvel moderno nas casas brasileiras. Fundada em 1948, no interior de São Paulo, a fábrica tinha produção quase toda mecanizada e chegou a ter 300 funcionários. Os móveis, pioneiros na forma, no material e na técnica, ajudaram a escrever uma parte importante da história do design no Brasil.

A partir dos anos 1960, com o fim da "Móveis Artísticos Z", Zanine envolveu-se com diversos outros projetos de mobiliário e arquitetura, e também com as questões relativas à preservação de nossas florestas, utilizando madeiras abandonadas em móveis bastante escultóricos.

Em 1968, estabeleceu uma oficina para antigos canoeiros em Nova Viçosa, em seu Estado natal, buscando retomar sua ligação com as técnicas caboclas e reinterpretar as tradições do artesanato local. Sonhava transformar a cidade em uma capital cultural. Na empreitada, chegou a reunir nomes como Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi. Foi lá também que participou da criação de uma reserva ecológica com o artista Frans Krajcberg, para quem projetou um ateliê em 1971.

No início da década de 1980, fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), no Rio de Janeiro, um núcleo de pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil, com o objetivo de valorizar o material e evitar a destruição das florestas no país.

Aos 70 anos, foi tema de uma exposição de arquitetura e design no museu do Louvre, em Paris, e, finalmente, reconhecido como arquiteto pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em 1991. Na ocasião, o arquiteto Lucio Costa fez questão de lhe entregar o título de arquiteto honorário. Em 2003, seu trabalho ganhou uma homenagem com a bela exposição "Ver Zanine", no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, documentada também em livro.

Fonte: Dpot. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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As origens do mestre Zanine Caldas

José Zanine Caldas nasceu na cidade de Belmonte, na Bahia, em 1919. Filho de um médico, ele começou a escrever sua história na arquitetura do Brasil ainda pequeno.

Aos 13 anos, Caldas fez uma maquete de um presépio de Natal utilizando apenas restos de caixas de seringas.

Nascia ali a primeira obra desse mestre que, mesmo em tom arcaico, já esboçava traquejo ao lidar com dimensões e harmonia.

Os primeiros trabalhos de Caldas

O autodidata se tornou um maqueteiro — ofício que, até então, exercia como um experimento quase que infantil.

Jovem, Zanine Caldas fundou sua empresa no Rio de Janeiro e passou a produzir maquetes de diversos projetos, para vendê-las a profissionais da construção.

Muito dessa habilidade em desenvolver maquetes com as próprias mãos, sem a parceria ou mentoria de profissionais, se desenvolveu pelo olhar.

Caldas observava os trabalhadores manuais em sua cidade, construindo canoas de madeira e outras peças que eram utilizadas nessas pequenas embarcações de pescaria.

A incursão a São Paulo

Ainda novo, Zanine Caldas viajou a São Paulo para conquistar um trabalho em um escritório. Com esse objetivo em mente e muita ousadia, ele chegou na cidade grande e conseguiu uma vaga em uma empresa de arquitetura.

Na Severo & Villares, desenvolveu seu lado mais técnico em desenhos. Isso permitiu que expandisse suas próprias formas de criação, agregando novos aprendizados e entendendo como funciona o ambiente de trabalho formal.

Na mesma época em que o jovem trabalhou no escritório, ele também começou a estudar no Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, de que era membro. Esse período lhe rendeu muito conhecimento sobre história da arte.

As maquetes com grandes assinaturas

Na época em que Zanine Caldas esteve em São Paulo, ele recebeu muita notoriedade por conta das maquetes que produziu para nomes gigantes da arquitetura nacional.

Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, duas das cabeças que idealizaram Brasília, encomendaram maquetes de diferentes projetos a Caldas.

Entre as maquetes que ele realizou estão a do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, e a do Edifício Copan, em São Paulo.

A fundação da Móveis Artísticos Z

Em 1959, Zanine Caldas abriu junto de alguns sócios a Móveis Artísticos Z, em São José dos Campos. Sua proposta com a empresa era fazer mobiliários para as classes menos favorecidas financeiramente.

Apesar de os modelos e desenhos serem simples, por ironia, suas peças eram mais admiradas e compradas pelas elites.

A arte de lecionar em Brasília

Zanine Caldas não tinha limites territoriais. Embarcando para Brasília, ele recebeu um convite do antropólogo Darcy Ribeiro para ser professor de maquete na Universidade de Brasília (UnB).

A saída forçada do Brasil

Durante o período da ditadura militar no Brasil, Zanine Caldas perdeu seu cargo de professor convidado na UnB e foi morar na África e na Ásia.

Caldas era filiado ao Partido Comunista do Brasil e, apesar de ter se desfiliado anos antes do regime começar, ele esqueceu de dar baixa em sua filiação. Uma saída inteligente, pois uma vez dentro da sigla, seria perseguido pelo governo.

Fora do país, Caldas se aprofundou ainda mais na arte de fabricar móveis rústicos, utilizando o que a natureza local provia.

A volta à terra e a expansão do lado designer

Em seu retorno ao Brasil, na década de 1980, Zanine Caldas fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), situado no Rio de Janeiro. O local tinha como objetivo fazer estudos com madeiras de diferentes tipos.

Já na volta de Caldas à sua terra natal, a Bahia, mais precisamente Nova Viçosa, ele soube dos desmatamentos e das queimadas das vegetações nativas do estado. Ao perceber que a madeira era destruída, resolveu propor uma solução para a devastação da mata.

Nesse período, ele fabricou móveis com a madeira queimada e destruída que era nativa do local. Essa fase do designer, arquiteto e maqueteiro ficou conhecida como móveis-denúncia.

A medalha de honra ao mérito

Zanine Caldas foi ignorado ou mal visto por diversos profissionais de arquitetura e construção.

O motivo é que mesmo depois de várias décadas com trabalhos importantes no mercado nacional, ele não tinha diploma na área.

A falta de uma graduação implicou em impedimentos em trabalhos, a exemplo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) o ter proibido de atuar em alguns projetos.

Contudo, em 1991, Caldas recebeu, por meio de Lúcio Costa, seu honoris causa, concedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Ele aprendeu arquitetura e design ao seu modo, na popular “faculdade da vida”, que não o impediu de ter tanta exatidão, criatividade e profissionalismo quanto diplomados.

As marcas do legado

Zanine Caldas deu sua cara aos móveis e às casas que criou, tanto por iniciativa própria quanto por encomenda de clientes, que buscavam refúgios em construções carregadas de brasilidade.

Veja as principais características da arquitetura de Caldas:

  • incorporação à topografia local: as obras não alteravam as superfícies dos terrenos. Elas se adaptavam a eles com criatividade e aproveitavam os recursos locais;

  • trabalho manual: as madeiras eram trabalhadas à mão por Caldas, conferindo um toque autoral a cada metro quadrado de um projeto;

  • uso de telhas de barro: telhados de duas águas marcavam presença nas casas projetadas por Caldas, um traço de suas origens baianas;

  • simplicidade: por mais robustas que fossem as obras, elas carregavam traços simples e não buscavam ser magnânimas;

  • utilização de madeira nativa: as espécies brasileiras foram largamente usadas nos projetos de Caldas;

  • regionalismo: traços culturais e naturais da área onde a obra é feita eram incorporados ao projeto.

As obras de destaque do mestre da arquitetura e do design brasileiro

O mestre tem suas marcas pessoais na arquitetura, que se espalham por diversas obras e permanecem vivas como seu legado.

Residência Arnaldo Cunha Campos

No interior dessa casa, tijolos foram pintados de branco e deixados à mostra. Na área externa, os mesmos blocos são rebocados.

Para completar, portas feitas com madeira de demolição mostram que o arquiteto já tinha a sustentabilidade como mote.

Casa Cuca

Essa é a residência onde o mestre morou por longos anos. Hoje é habitada por sua filha mais nova, Dea Dória Zanine Caldas, a Cuca.

Residência Ivan Valença

A casa é de propriedade de Ivan Valença, diretor do CasaPark, um conglomerado de várias lojas do setor de decoração.

Namoradeira

A peça sintetiza com fidelidade as ideias simples de Zanine Caldas — que buscou, em um pedaço único de tronco de árvore, elaborar um clássico dos móveis à sua maneira.

Poltrona Zanine Z

Nas laterais dessa cadeira, o desenho das madeiras se parece com um caminho de labirinto. Elas são sustentadas por um reforço nos pés, pelo assento e pelo encosto.

Zanine Caldas deixou viva em suas obras sua própria história de trabalho duro, marcas de culturas e muita brasilidade.

Esse “carimbo” na arquitetura e no design de móveis mostra que de um país miscigenado saltam pontos que nos unem.

Fonte: ArchTrends. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

Crédito fotográfico: Ana Verona. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

José Zanine Caldas (Belmonte, BA, 25 de abril de 1919 — Vitória, ES, 20 de dezembro de 2001), mais conhecido como Zanine Caldas ou apenas Zanine, foi um paisagista, professor, maquetista, escultor, moveleiro e arquiteto autodidata brasileiro. Ficou conhecido como Mestre da madeira, mas também usava outros materiais naturais, como a pedra. Sua preocupação com o meio ambiente, o estimulava a buscar sempre criar projetos sustentáveis, bonitas e funcionais. Esse cuidado, o tornou o pioneiro do design sustentável no Brasil. Ele acreditava que a madeira tinha vida própria e que, se tratada com respeito, poderia se transformar em peças únicas e atemporais. Suas criações incluem mesas, cadeiras, luminárias, esculturas e até mesmo casas inteiras. Participou de diversas exposições em todo o mundo, incluindo no MoMA em Nova York e no Centre Georges Pompidou em Paris. No Brasil, suas exposições foram realizadas em importantes museus, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte. Zanine Caldas é considerado um dos mais importantes designers de móveis e arquitetos brasileiros do século XX e é conhecido por sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte. Seu trabalho promoveu a integração do artesanato tradicional brasileiro e do modernismo de forma singular. Ele deixou um legado muito importante para a arquitetura brasileira.

Zanine Caldas

José Zanine Caldas (Belmonte, BA, 25 de abril de 1919 — Vitória, ES, 20 de dezembro de 2001), mais conhecido como Zanine Caldas ou apenas Zanine, foi um paisagista, professor, maquetista, escultor, moveleiro e arquiteto autodidata brasileiro. Ficou conhecido como Mestre da madeira, mas também usava outros materiais naturais, como a pedra. Sua preocupação com o meio ambiente, o estimulava a buscar sempre criar projetos sustentáveis, bonitas e funcionais. Esse cuidado, o tornou o pioneiro do design sustentável no Brasil. Ele acreditava que a madeira tinha vida própria e que, se tratada com respeito, poderia se transformar em peças únicas e atemporais. Suas criações incluem mesas, cadeiras, luminárias, esculturas e até mesmo casas inteiras. Participou de diversas exposições em todo o mundo, incluindo no MoMA em Nova York e no Centre Georges Pompidou em Paris. No Brasil, suas exposições foram realizadas em importantes museus, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte. Zanine Caldas é considerado um dos mais importantes designers de móveis e arquitetos brasileiros do século XX e é conhecido por sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte. Seu trabalho promoveu a integração do artesanato tradicional brasileiro e do modernismo de forma singular. Ele deixou um legado muito importante para a arquitetura brasileira.

Videos

Documentário: Zanine - Ser do arquitetar | 2017

Quem foi Zanine Caldas | 2021

Zanine no CASAVIVA - parte 1 | 2007

Zanine no CASAVIVA - parte 2 | 2007

Exposição Zanine Caldas | 2021

Exposição Viva Zanine Brasileiro! | 1999

O legado de José Zanine Caldas | 2017

Zanine Caldas: o mestre da madeira brasileiro | 2022

Homenagem à Zanine Caldas | 2016

Biografia resumida

José Zanine Caldas foi um arquiteto, designer, artista e escultor brasileiro famoso por suas obras em madeira, muitas vezes construídas a partir de materiais reciclados. Ele nasceu em Belmonte, Bahia, em 1919, e começou sua carreira como carpinteiro e marceneiro autodidata. Zanine Caldas é considerado um dos mais importantes designers de móveis e arquitetos brasileiros do século XX e é conhecido por sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte.

Após se mudar para o Rio de Janeiro, Zanine Caldas trabalhou em projetos importantes, incluindo a construção de casas de madeira para a cidade de Brasília. Ele também se envolveu na construção de casas de barro e em projetos de urbanismo em favelas cariocas. Sua preocupação com a sustentabilidade e a utilização de materiais locais e de baixo custo fez com que ele se tornasse um pioneiro do design sustentável no Brasil.

As obras de Zanine Caldas são conhecidas por sua beleza e simplicidade. Ele acreditava que a madeira tinha vida própria e que, se tratada com respeito, poderia se transformar em peças únicas e atemporais. Suas criações incluem mesas, cadeiras, luminárias, esculturas e até mesmo casas inteiras. Muitas de suas peças foram reproduzidas em série e ainda são produzidas por empresas brasileiras.

Além de seu trabalho como designer e arquiteto, Zanine Caldas também foi um artista e escultor reconhecido. Ele participou de diversas exposições em todo o mundo, incluindo no MoMA em Nova York e no Centre Georges Pompidou em Paris. No Brasil, suas exposições foram realizadas em importantes museus, como o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Artes e Ofícios em Belo Horizonte.

José Zanine Caldas deixou um legado importante no mundo do design e da arquitetura brasileira, que influencia e inspira profissionais até os dias de hoje. Seu trabalho sustentável e sua habilidade em transformar materiais brutos em obras de arte únicas e belas são um exemplo a ser seguido por todos que se preocupam com a preservação do meio ambiente e com a criação de espaços harmoniosos e atemporais.

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Zanine Caldas – Itaú Cultural

José Zanine Caldas (Belmonte, Bahia, 1919 – Vitória, Espírito Santo, 2001). Arquiteto, designer e maquetista. Destaca-se por explorar as potencialidades construtivas e as qualidades plásticas das madeiras brasileiras e por garantir um ambiente de rusticidade e aconchego, tanto em projetos de alto padrão quanto em construções populares.

Sem formação oficial como arquiteto, na década de 1940, atua como desenhista do escritório Severo Villares e como membro do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan). Abre um ateliê de maquetes no Rio de Janeiro, onde trabalha de 1941 a 1948, e depois o transfere para São Paulo, onde atua de 1949 a 1955. Caldas torna-se designer e arquiteto por meio do ateliê de maquetes, e ganha fama não só pela qualidade, mas também por sua capacidade de propor soluções para os problemas de projeto que identifica durante a execução dos modelos.

Em 1949, cria a fábrica Móveis Artísticos Z, cujo objetivo é produzir móveis industrializados em larga escala – de bom desenho e a preços acessíveis –, com base no uso racional de chapas de compensado.

De 1950 a 1952, trabalha como assistente do arquiteto Alcides da Rocha Miranda (1909-2001) na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP). Desliga-se da Móveis Artísticos Z e, de 1953 a 1958, desenvolve projetos paisagísticos na capital paulista. Transfere-se para Brasília, onde constrói sua primeira casa, em 1958, e coordena a construção de outras casas até 1964.

Indicado por Rocha Miranda, ingressa na Universidade de Brasília (UnB) em 1962 e dá aulas de maquetes até 1964, quando perde o cargo em virtude do golpe militar. No mesmo ano, viaja pela América Latina e África, experiência que tem efeitos notáveis em seu trabalho, sobretudo no reconhecimento do valor do “saber-fazer” popular. Retorna ao Brasil e constrói sua segunda casa, a primeira de uma série de projetos na região da Joatinga, no Rio de Janeiro.

Em 1968, muda-se para Nova Viçosa, Bahia, e abre um ateliê-oficina, que funciona até 1980. A vivência na cidade baiana permite o contato com o agreste, os canoeiros e a paisagem ameaçada do local, e o aproxima de ambientalistas. Participa do projeto de uma reserva ambiental com o artista plástico Frans Krajcberg (1921-2017), para quem projeta um ateliê em 1971. Nesse período, os móveis são construídos com toras brutas de madeira, cujas linhas retorcidas inspiram seus desenhos.

Constrói a Casa dos Triângulos (1970) e a Casa da Beira do Rio (1970), nas quais adota um sistema construtivo bastante artesanal com madeiras típicas da região. Esse sistema consiste na montagem no chão de um gabarito, no tamanho real da casa a ser construída, em que se definem e aparelham as peças e se ergue a estrutura, que é depois desmontada para a numeração das peças e o envio da estrutura para o local da obra.

Segundo o arquiteto Roberto Conduru (s.d.), a atuação de Caldas é relevante para a difusão de valores ambientais em projetos arquitetônicos: o “gosto pelo alternativo e o rústico disseminou-se por todo o território brasileiro [...], incentivado pelas campanhas de preservação ambiental, pelo desgaste dos modelos vigentes em concreto armado e pela re-emergência do ideal regionalista no panorama internacional”.

A Casa Hélio Olga Jr. é construída em São Paulo, entre 1980 e 1982, com desenho e madeira fornecidos por Caldas e montagem realizada pelo proprietário. Nessa casa – assim como em outras elaboradas por ele na década de 1970 –, a estrutura de madeira se destaca das paredes de vedação, a cobertura de telha de barro de largos beirais e os materiais de demolição dão à construção a sensação de rusticidade, aconchego e nostalgia.

Em 1983, funda o Centro de Desenvolvimento das Aplicações das Madeiras do Brasil (DAM). Propõe a criação da Escola do Fazer, um centro de ensino sobre o uso da madeira da região para a construção de casas, mobiliário e objetos utilitários para a população de baixa renda. Aposta no “saber-fazer” popular como caminho de inserção de uma população cada vez mais marginalizada e aproxima-se do artesanato e da linguagem nativista que marcam diversos projetos.

Ainda segundo Conduru, a obra de Caldas se concentra “na construção de casas para a elite”, porém não se pode menosprezar sua dedicação ao DAM, onde inicia pesquisas sobre habitação popular baseadas em processos construtivos artesanais. Na unidade de Brasília, desenvolve protótipos de casas populares com toras de eucalipto como estrutura e vedação em solo-cimento, apostando num ideal de autoconstrução.

Caldas passa a adotar toras de madeira brutas roliças, aliadas aos materiais de demolição, que radicalizam o efeito de rusticidade e aconchego. Esse método se difunde também nos projetos não residenciais, como a Capela da Fazenda Barra das Princesas Agropecuária S. A., em Araguaia, Mato Grosso.

Em 1989, é reintegrado em seu posto na UnB, mas não chega a dar aulas. Viaja à Europa, onde projeta residências em Portugal e dá aulas na Escola de Arquitetura de Grenoble, na França. No mesmo ano, o Museu de Artes Decorativas de Paris expõe suas peças de design, e Caldas recebe a medalha de prata do Colégio de Arquitetos da França. Autodidata, em 1991, no 13º Congresso Brasileiro de Arquitetura em São Paulo, recebe o título de arquiteto honorário dado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

José Zanine Caldas deixa um importante legado, que abrange tanto a produção em série quanto a prioridade da manufatura e do saber nativo e atende às demandas de alto padrão e às construções populares.

Exposições

1978 - 1ª Mostra do Móvel e do Objeto Inusitado

1984 - Madeira, Matéria de Arte

1987 - 19ª Bienal Internacional de São Paulo

1991 - A Mata

1998 - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner

1999 - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner

2002 - JK - Uma Aventura Estética

2003 - Ver Zanine

2006 - 1º Salão de Arte

2017 - Fronteiras, Limites, Interseções: entre a arte e o design

2019 - Zanine 100 Anos - Forma e Resistência

Fonte: ZANINE Caldas. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2023. Acesso em: 29 de março de 2023. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia – Wikipédia

Zanine nasceu em Belmonte, sul da Bahia, e desde criança era apaixonado por obras e serrarias. Filho de um médico, com 13 anos ele começou a fazer presépios de Natal para os vizinhos usando caixas de seringa do pai, feitas de papelão. Mais tarde, tomou aulas de desenho com um professor particular e, aos dezoito anos, foi para São Paulo, trabalhar como desenhista numa construtora.

Dois anos depois abriu firma própria no Rio de Janeiro para construção de maquetes. Da oficina de Zanine saíam os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer.

Em 1948, em São José dos Campos (SP), uma sociedade entre Zanine, Sebastião Henrique da Cunha Pontes, Paulo Mello, gerou a "Zanine, Pontes e Cia. Ltda", mais conhecida como "Móveis Artísticos Z", que produziu móveis por 12 anos para a classe média. O desenho dos móveis com forte influência modernista foi assinado por Zanine até sair da sociedade em meados dos anos 50.

Nos anos 60, a convite de Darcy Ribeiro, integrou o corpo docente da Universidade de Brasília (UnB), mesmo sem diploma, como professor de maquete. Como criador empenhado em integrar seus projetos à topografia natural dos terrenos — nunca aterrou ou alterou solos para receber suas casas —, apostou no cerrado do Planalto Central como palco de projetos paisagísticos. Com o golpe militar de 1964 perdeu o cargo, tendo sido reintegrado apenas em 1987, sem voltar a dar aulas.

Perseguido, Zanine chegou a se asilar na embaixada da Iugoslávia, mas no último momento decidiu não viajar para aquele país. Reapareceu ao final dos anos 60. Estabeleceu-se no Rio de Janeiro onde construiu dezenas de casas no bairro de Joatinga, um local de geografia privilegiada, situado entre São Conrado e a Barra da Tijuca. Realizou alì uma arquitetura ao mesmo tempo colonial e moderna, cuja escolha de material privilegiava a preservação do meio ambiente e enfatizava o conceito de autoconstrução.

Nos anos 80, ao estabelecer uma oficina para antigos canoeiros em Nova Viçosa, em sua comunidade “proto-ecológica”, reassume sua ligação com as técnicas caboclas e reinterpreta as tradições artesanais regionais. À época Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em uma capital cultural e a sua utopia chegou a reunir nomes como os de Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi. Lá ajudou a construir a residência do artista Franz Krajcberg.

Em 1980, fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), uo Rio de Janeiro ,um núcleo de estímulo à pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil. Seu principal objetivo era evitar a crescente destruição das florestas no país.

Durante muitos anos, Zanine foi o centro de uma polêmica que tentou impedi-lo de construir por não ser um profissional diplomado. Chegou a ser impedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) de levar adiante a construção de alguns projetos. No entanto, pelo domínio da técnica e materiais Zanine acabou sendo reconhecido como arquiteto honoris causa. Lúcio Costa foi um dos defensores do título, causando polêmica no meio. Em 1991, Lúcio Costa teve a honra de entregar-lhe o título de arquiteto honorário, atribuído pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil).

No final da década de 80, seu trabalho foi exposto no Museu do Louvre, em Paris, trazendo-lhe o reconhecimento internacional. No mesmo período, deu aulas na escola de arquitetura de Grenoble.

Zanine morreu de enfarte, aos 82 anos. Já vinha sofrendo de hidrocefalia e apresentava diversas dificuldades de comunicação e raciocínio. Casado por seis vezes, deixou seis filhos, entre eles o arquiteto José Zanine Caldas Filho, o designer Zanini de Zanine Caldas, que em seus desenhos tem como inspiração os projetos do pai, também ganhando notoriedade por móveis.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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Mestres da Arquitetura: Zanine, arquiteto honoris causa – CasaCor

Paisagista, maquetista, escultor, designer e arquiteto, José Zanine Caldas é um dos maiores nomes da arquitetura e do design brasileiro. Autodidata, o baiano de Belmonte começou fazendo presépios com as caixas de seringas do pai médico. Aos 18 anos, estudou desenho, o que levou sua carreira para o escritório Severo & Villares e o Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional – Sphan.

Em 1941, no Rio de Janeiro, Zanine iniciou a produção de maquetes em escritório próprio que depois seria transferido para São Paulo. De lá saíam os protótipos de projetos assinados por nomes como Lúcio Costa, Oswaldo Arthur Bratke e Oscar Niemeyer.

Zanine Designer

A pesquisa sobre materiais e seus desenhos de mobiliário levaram à fundação, em 1948, da "Zanine, Pontes e Cia. Ltda”, mais conhecida como “Móveis Artísticos Z”, uma sociedade entre Zanine, Sebastião Henrique da Cunha Pontes e Paulo Mello estabelecida em São José dos Campos. Seu uso inusitado dos materiais e das formas revoluciona a história do design tupiniquim, inserindo o mobiliário moderno na casa dos brasileiros. A marca produziu, durante 12 anos, peças para a classe média até a saída do designer da sociedade em 1953.

Em São Paulo, desenvolveu projetos paisagísticos até 1958, quando se transferiu para Brasília, onde construiu sua primeira casa. Mesmo sem diploma, Zanin chegou a lecionar na Universidade de Brasília (UnB). No final da década de 60, o designer retorna ao Rio de Janeiro, onde construiu diversas casas em Joatinga. O bairro fica entre São Conrado e a Barra da Tijuca sobre os morros cariocas. Com vista privilegiada e geografia acidentada, Zanine projetou dezenas de obras de arte arquitetônicas no local. Entre traços modernos e coloniais, suas casas nunca interferiram no relevo e se adaptavam à natureza local. Ali observa-se soluções para grandes desafios de engenharia e arquitetura: casas abraçam rochas, topos de morros invadem salas e encostas servem como paredes, construindo uma obra de arte no skyline dos mares de morros cariocas.

Nova Viçosa

Em Nova Viçosa, tinha o sonho de criar uma comunidade auto-sustentável e transformá-la em uma capital cultural, com as técnicas caboclas, reinterpretando as tradições artesanais regionais. Nos anos 80, construiu uma oficina para antigos canoeiros e restabeleceu sua ligação com as técnicas caboclas, reinterpretando as tradições artesanais regionais.Lá ajudou a construir a residência do artista Franz Krajcberg.

Arquiteto honoris causa

A atuação de José Zanine Caldas, como arquiteto, sempre foi alvo de polêmicas. O arquiteto e designer não possuía uma graduação que permitisse que assinasse projetos. Ele chegou a ser impedido pelo Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) de levar adiante algumas construções. Seu domínio da técnica e dos materiais e seu brilhantismo, fez com que Lúcio Costa apoiasse seu reconhecimento. Em 1991, o arquiteto teve a honra de entregar a o título de Arquiteto honoris causa atribuído pelo IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil). No final da década de 80, seu trabalho foi exposto no Museu do Louvre, em Paris, promovendo seu trabalho internacionalmente. No mesmo período, deu aulas na escola de arquitetura de Grenoble, na França. Confira outros projetos do mestre da madeira.

Fonte: CasaCor, publicado por Fernanda Drumond, em 27 de fevereiro de 2018. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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Zanine Caldas – Dpot

O baiano José Zanine Caldas (1918-2001) foi arquiteto e designer autodidata. Reconhecido internacionalmente, é considerado um mestre da madeira e uma referência no mobiliário moderno brasileiro. No começo de sua carreira, conviveu e trabalhou como maquetista para alguns dos principais arquitetos do país: Oscar Niemeyer, Oswaldo Bratke, Henrique Mindlin e Rino Levi. A pesquisa de materiais o levou ao desenho de móveis em compensado laminado. Ele e sua "Móveis Artísticos Z" foram grandes responsáveis pela introdução do móvel moderno nas casas brasileiras. Fundada em 1948, no interior de São Paulo, a fábrica tinha produção quase toda mecanizada e chegou a ter 300 funcionários. Os móveis, pioneiros na forma, no material e na técnica, ajudaram a escrever uma parte importante da história do design no Brasil.

A partir dos anos 1960, com o fim da "Móveis Artísticos Z", Zanine envolveu-se com diversos outros projetos de mobiliário e arquitetura, e também com as questões relativas à preservação de nossas florestas, utilizando madeiras abandonadas em móveis bastante escultóricos.

Em 1968, estabeleceu uma oficina para antigos canoeiros em Nova Viçosa, em seu Estado natal, buscando retomar sua ligação com as técnicas caboclas e reinterpretar as tradições do artesanato local. Sonhava transformar a cidade em uma capital cultural. Na empreitada, chegou a reunir nomes como Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi. Foi lá também que participou da criação de uma reserva ecológica com o artista Frans Krajcberg, para quem projetou um ateliê em 1971.

No início da década de 1980, fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), no Rio de Janeiro, um núcleo de pesquisa sobre o uso das madeiras brasileiras na construção civil, com o objetivo de valorizar o material e evitar a destruição das florestas no país.

Aos 70 anos, foi tema de uma exposição de arquitetura e design no museu do Louvre, em Paris, e, finalmente, reconhecido como arquiteto pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), em 1991. Na ocasião, o arquiteto Lucio Costa fez questão de lhe entregar o título de arquiteto honorário. Em 2003, seu trabalho ganhou uma homenagem com a bela exposição "Ver Zanine", no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, documentada também em livro.

Fonte: Dpot. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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As origens do mestre Zanine Caldas

José Zanine Caldas nasceu na cidade de Belmonte, na Bahia, em 1919. Filho de um médico, ele começou a escrever sua história na arquitetura do Brasil ainda pequeno.

Aos 13 anos, Caldas fez uma maquete de um presépio de Natal utilizando apenas restos de caixas de seringas.

Nascia ali a primeira obra desse mestre que, mesmo em tom arcaico, já esboçava traquejo ao lidar com dimensões e harmonia.

Os primeiros trabalhos de Caldas

O autodidata se tornou um maqueteiro — ofício que, até então, exercia como um experimento quase que infantil.

Jovem, Zanine Caldas fundou sua empresa no Rio de Janeiro e passou a produzir maquetes de diversos projetos, para vendê-las a profissionais da construção.

Muito dessa habilidade em desenvolver maquetes com as próprias mãos, sem a parceria ou mentoria de profissionais, se desenvolveu pelo olhar.

Caldas observava os trabalhadores manuais em sua cidade, construindo canoas de madeira e outras peças que eram utilizadas nessas pequenas embarcações de pescaria.

A incursão a São Paulo

Ainda novo, Zanine Caldas viajou a São Paulo para conquistar um trabalho em um escritório. Com esse objetivo em mente e muita ousadia, ele chegou na cidade grande e conseguiu uma vaga em uma empresa de arquitetura.

Na Severo & Villares, desenvolveu seu lado mais técnico em desenhos. Isso permitiu que expandisse suas próprias formas de criação, agregando novos aprendizados e entendendo como funciona o ambiente de trabalho formal.

Na mesma época em que o jovem trabalhou no escritório, ele também começou a estudar no Serviço do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, de que era membro. Esse período lhe rendeu muito conhecimento sobre história da arte.

As maquetes com grandes assinaturas

Na época em que Zanine Caldas esteve em São Paulo, ele recebeu muita notoriedade por conta das maquetes que produziu para nomes gigantes da arquitetura nacional.

Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, duas das cabeças que idealizaram Brasília, encomendaram maquetes de diferentes projetos a Caldas.

Entre as maquetes que ele realizou estão a do Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, e a do Edifício Copan, em São Paulo.

A fundação da Móveis Artísticos Z

Em 1959, Zanine Caldas abriu junto de alguns sócios a Móveis Artísticos Z, em São José dos Campos. Sua proposta com a empresa era fazer mobiliários para as classes menos favorecidas financeiramente.

Apesar de os modelos e desenhos serem simples, por ironia, suas peças eram mais admiradas e compradas pelas elites.

A arte de lecionar em Brasília

Zanine Caldas não tinha limites territoriais. Embarcando para Brasília, ele recebeu um convite do antropólogo Darcy Ribeiro para ser professor de maquete na Universidade de Brasília (UnB).

A saída forçada do Brasil

Durante o período da ditadura militar no Brasil, Zanine Caldas perdeu seu cargo de professor convidado na UnB e foi morar na África e na Ásia.

Caldas era filiado ao Partido Comunista do Brasil e, apesar de ter se desfiliado anos antes do regime começar, ele esqueceu de dar baixa em sua filiação. Uma saída inteligente, pois uma vez dentro da sigla, seria perseguido pelo governo.

Fora do país, Caldas se aprofundou ainda mais na arte de fabricar móveis rústicos, utilizando o que a natureza local provia.

A volta à terra e a expansão do lado designer

Em seu retorno ao Brasil, na década de 1980, Zanine Caldas fundou o Centro de Desenvolvimento das Aplicações da Madeira (DAM), situado no Rio de Janeiro. O local tinha como objetivo fazer estudos com madeiras de diferentes tipos.

Já na volta de Caldas à sua terra natal, a Bahia, mais precisamente Nova Viçosa, ele soube dos desmatamentos e das queimadas das vegetações nativas do estado. Ao perceber que a madeira era destruída, resolveu propor uma solução para a devastação da mata.

Nesse período, ele fabricou móveis com a madeira queimada e destruída que era nativa do local. Essa fase do designer, arquiteto e maqueteiro ficou conhecida como móveis-denúncia.

A medalha de honra ao mérito

Zanine Caldas foi ignorado ou mal visto por diversos profissionais de arquitetura e construção.

O motivo é que mesmo depois de várias décadas com trabalhos importantes no mercado nacional, ele não tinha diploma na área.

A falta de uma graduação implicou em impedimentos em trabalhos, a exemplo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) o ter proibido de atuar em alguns projetos.

Contudo, em 1991, Caldas recebeu, por meio de Lúcio Costa, seu honoris causa, concedido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Ele aprendeu arquitetura e design ao seu modo, na popular “faculdade da vida”, que não o impediu de ter tanta exatidão, criatividade e profissionalismo quanto diplomados.

As marcas do legado

Zanine Caldas deu sua cara aos móveis e às casas que criou, tanto por iniciativa própria quanto por encomenda de clientes, que buscavam refúgios em construções carregadas de brasilidade.

Veja as principais características da arquitetura de Caldas:

  • incorporação à topografia local: as obras não alteravam as superfícies dos terrenos. Elas se adaptavam a eles com criatividade e aproveitavam os recursos locais;

  • trabalho manual: as madeiras eram trabalhadas à mão por Caldas, conferindo um toque autoral a cada metro quadrado de um projeto;

  • uso de telhas de barro: telhados de duas águas marcavam presença nas casas projetadas por Caldas, um traço de suas origens baianas;

  • simplicidade: por mais robustas que fossem as obras, elas carregavam traços simples e não buscavam ser magnânimas;

  • utilização de madeira nativa: as espécies brasileiras foram largamente usadas nos projetos de Caldas;

  • regionalismo: traços culturais e naturais da área onde a obra é feita eram incorporados ao projeto.

As obras de destaque do mestre da arquitetura e do design brasileiro

O mestre tem suas marcas pessoais na arquitetura, que se espalham por diversas obras e permanecem vivas como seu legado.

Residência Arnaldo Cunha Campos

No interior dessa casa, tijolos foram pintados de branco e deixados à mostra. Na área externa, os mesmos blocos são rebocados.

Para completar, portas feitas com madeira de demolição mostram que o arquiteto já tinha a sustentabilidade como mote.

Casa Cuca

Essa é a residência onde o mestre morou por longos anos. Hoje é habitada por sua filha mais nova, Dea Dória Zanine Caldas, a Cuca.

Residência Ivan Valença

A casa é de propriedade de Ivan Valença, diretor do CasaPark, um conglomerado de várias lojas do setor de decoração.

Namoradeira

A peça sintetiza com fidelidade as ideias simples de Zanine Caldas — que buscou, em um pedaço único de tronco de árvore, elaborar um clássico dos móveis à sua maneira.

Poltrona Zanine Z

Nas laterais dessa cadeira, o desenho das madeiras se parece com um caminho de labirinto. Elas são sustentadas por um reforço nos pés, pelo assento e pelo encosto.

Zanine Caldas deixou viva em suas obras sua própria história de trabalho duro, marcas de culturas e muita brasilidade.

Esse “carimbo” na arquitetura e no design de móveis mostra que de um país miscigenado saltam pontos que nos unem.

Fonte: ArchTrends. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

Crédito fotográfico: Ana Verona. Consultado pela última vez em 27 de março de 2023.

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