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Álvaro Apocalypse

Álvaro Brandão Apocalypse (14 de janeiro de 1937, Ouro Fino, Brasil — 6 de setembro de 2003, Belo Horizonte, Brasil), mais conhecido como Álvaro Apocalypse, foi um pintor, ilustrador, gravador, desenhista, cenógrafo, diretor teatral, designer de bonecos, museólogo, publicitário e professor brasileiro. Estudou litografia e gravura em metal na Escola Guignard, em 1956, mesmo ano em que iniciou o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lecionou na Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG em 1959, sendo nomeado professor titular em 1981. Também lecionou na Fundação Mineira de Arte e atuou no mercado publicitário como layout-man. Influenciado por artistas como Cândido Portinari, expressou o seu grande interesse por temas populares, festas brasileiras e elementos surrealistas. Trabalhou com diversas técnicas, especialmente pastel, desenho, gravura e pintura, e desenvolveu um estilo que unia rigor técnico e imaginação simbólica. Em 1969, recebeu o Prêmio de Viagem ao Exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, o que lhe permitiu estudar História do Desenho na Escola do Louvre, em Paris. Durante essa viagem, aprofundou-se no universo do teatro de bonecos. Retornou ao Brasil e, em 1970, fundou o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos, ao lado das artistas plásticas Terezinha Veloso e Madu, ambas suas colegas na UFMG. Ao longo de sua carreira, criou mais de 1.500 marionetes e dirigiu 27 espetáculos com o grupo, produzindo cenários, figurinos e bonecos com estética marcante e inovadora. Entre 1990 e 1991, coordenou o Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes, em Charleville-Mézières, França. Sua obra ganhou destaque em salões e bienais de arte, recebendo prêmios como o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência (1990). Suas obras e criações teatrais podem ser visitadas no acervo do Giramundo Teatro de Bonecos.

Álvaro Brandão | Arremate Arte

Álvaro Brandão Apocalypse nasceu em 14 de janeiro de 1937, na cidade de Ouro Fino, em Minas Gerais, e tornou-se uma das figuras mais singulares da cultura e das artes brasileiras do século XX. Ao longo de sua trajetória, destacou-se como pintor, ilustrador, gravador, cenógrafo, diretor teatral, designer de bonecos, museólogo, publicitário e professor, reunindo múltiplas linguagens em um projeto artístico autoral, profundamente ligado à imaginação, à tradição popular e à inovação formal.

Sua formação em artes teve início em 1956, na prestigiada Escola Guignard, onde estudou litografia e gravura em metal. No mesmo ano, ingressou no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sinalizando desde cedo um perfil plural e inquieto. Ainda na juventude, começou a atuar como ilustrador em publicações diversas, demonstrando domínio do desenho e afinidade com a narrativa visual. Seu traço firme e expressivo logo chamou atenção, e ele passou a circular por espaços de criação, ensino e produção cultural.

Em 1959, aos 22 anos, iniciou sua carreira docente na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG, onde permaneceria por décadas, sendo promovido a professor titular em 1981. Dois anos depois, passou também a lecionar na Fundação Mineira de Arte, enquanto trabalhava como layout-man no setor de publicidade. Essas vivências marcaram seu contato direto com as linguagens gráficas e os processos industriais, que futuramente dialogariam com sua produção autoral.

A década de 1960 marcou uma fase de amadurecimento técnico e reconhecimento público. Suas obras começaram a ser premiadas em salões nacionais, e em 1969, conquistou o Prêmio de Viagem ao Exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, o que o levou a Paris para estudar História do Desenho na Escola do Louvre. Durante sua estadia na Europa, teve contato direto com o universo do teatro de bonecos, participando de exposições e assistindo a espetáculos que o impactaram profundamente. Esse encontro foi decisivo para a próxima etapa de sua trajetória.

Ao retornar ao Brasil no início dos anos 1970, impulsionado pelo desejo de criar filmes de animação com marionetes, Álvaro iniciou a construção de bonecos. Ao deparar-se com as limitações técnicas da animação quadro a quadro, canalizou esse projeto inicial para uma nova forma de expressão: o teatro de bonecos ao vivo. Em 1970, ao lado das artistas plásticas Terezinha Veloso (sua esposa) e Maria do Carmo Vivacqua Martins (Madu), fundou em Belo Horizonte o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos — uma das mais influentes companhias de teatro de animação do país.

Com o Giramundo, Álvaro desenvolveu um corpo de trabalho que uniu cenografia, dramaturgia, artes plásticas, música e tecnologia. Criou mais de 1.500 bonecos e dirigiu 27 espetáculos, entre eles produções memoráveis como Cobra Norato, Auto das Pastorinhas, Carnaval dos Animais, A Flauta Mágica, O Guarani e El Retablo de Maese Pedro. Suas marionetes, marcadas por um traço autoral, misturam elementos do fantástico, do folclórico e do surrealismo, com forte apelo visual e simbólico. Em 1990 e 1991, sua atuação no campo da marionete ganhou projeção internacional, quando coordenou o Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes, em Charleville-Mézières, na França.

Sua atuação nas artes visuais continuou paralelamente ao teatro. Em 1977, publicou pela Imprensa da UFMG o álbum de gravuras Minas de Guimarães Rosa, em que uniu sua habilidade de gravador à sensibilidade literária, interpretando temas da obra rosiana. Em 2001, sua trajetória foi registrada no livro Álvaro Apocalypse: Depoimento, coordenado pela historiadora Marília Andrés Ribeiro e pelo curador Fernando Pedro da Silva. Nesse volume, o artista compartilha reflexões sobre sua obra, destacando o papel da linha como elemento essencial de sua pesquisa estética.

Sua obra foi amplamente reconhecida ao longo da carreira. Participou de diversos salões e bienais, recebendo prêmios como o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival Brasileiro de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência (1990), esta última concedida pelo governo de Minas Gerais por sua contribuição à cultura mineira.

Álvaro Apocalypse faleceu em 6 de setembro de 2003, em Belo Horizonte, deixando um legado vigoroso e multifacetado. Seu trabalho continua vivo por meio do acervo do Museu Giramundo, um espaço que mantém, preserva e difunde as criações do grupo e do próprio artista. Sua filha, Beatriz Apocalypse, segue à frente do projeto, mantendo acesa a chama inventiva que sempre norteou o trabalho de seu pai. Combinando rigor técnico, fantasia e brasilidade, Álvaro Apocalypse permanece como um dos grandes nomes da arte cênica e visual do Brasil contemporâneo.


Álvaro Brandão | Itaú Cultural

Álvaro Brandão Apocalypse (Ouro Fino, Minas Gerais, 1937 – Belo Horizonte, Minas Gerais, 2003). Pintor, ilustrador, designer de bonecos, diretor de teatro, cenógrafo, gravurista, museógrafo e professor. Em 1956, estuda litografia e gravura em metal na Escola Guignard, em Belo Horizonte, e inicia o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atua como ilustrador em várias publicações. Em 1959, leciona na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG, da qual se torna professor titular em 1981. Em 1962, torna-se também professor da Fundação Mineira de Artes (Fuma), em Belo Horizonte, e começa a trabalhar em publicidade como leiautista1. 

Recebe o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão da Aliança Francesa em 1969. Viaja para Paris e frequenta o curso de história do desenho na École du Louvre. Durante a estadia na Europa, aprofunda seu contato com o teatro de bonecos, assistindo a espetáculos e visitando exposições. No Brasil, inicia a construção de bonecos com o objetivo de fazer filmes de animação quadro a quadro. Por não dominar as técnicas de videoanimação, decide dar continuidade ao projeto por meio do teatro de bonecos, levando adiante a produção de marionetes. 

Em 1970, Álvaro Apocalypse cria, em Belo Horizonte, o grupo Giramundo Teatro de Bonecos, em parceria com as artistas plásticas Terezinha Veloso (1936-2003), sua esposa, e Maria do Carmo Vivacqua Martins, mais conhecida como Madu (1945), ambas professoras da UFMG. Em sua trajetória profissional, realiza cenários, figurinos e marionetes para várias peças teatrais. Ao todo, produz e dirige 27 espetáculos no Giramundo e, entre 1990 e 1991, coordena o ateliê de tecnologia do Institut International de la Marionnette, em Charleville-Mézières, França. 

Em 1977, publica pela imprensa da UFMG, o álbum de gravuras Minas de Guimarães Rosa, trabalho em que se encontram as facetas de ilustrador e gravador, empenhado em representar temas nacionais. 

Álvaro Apocalypse expõe em diversos salões de arte e bienais. Dentre os inúmeros prêmios recebidos, destacam-se o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival Brasileiro de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência, oferecida pelo governo de Minas Gerais (1990).

Em 2001, é lançado Álvaro Apocalypse: depoimento, coordenado pela historiadora Marília Andrés Ribeiro (1948) e pelo curador e pesquisador Fernando Pedro da Silva (1965). No livro, o artista expõe algumas diretrizes de seu trabalho, apresentando a linha como elemento central do desenho em suas pesquisas em artes plásticas.

Análise

À frente do grupo Giramundo Teatro de Bonecos, Álvaro Apocalypse desenvolve uma gama variada de bonecos e artefatos cênicos. No grupo, é o principal responsável pela realização dos personagens, criando, inicialmente, desenhos com as características externas dos bonecos. Em seguida, realiza um conjunto de ilustrações de caráter técnico nas quais se vê a construção das articulações e o modo de manuseio das estruturas. Como cenógrafo e diretor, reúne diferentes linguagens e técnicas, criando um teatro experimental que se apropria de elementos da ópera, da mímica e da videoarte para compor uma dramaturgia particular. Os personagens e objetos cênicos produzidos para o teatro são organizados por Apocalypse no Museu Giramundo, aberto em 2001, com o maior acervo de teatro de bonecos das Américas.

Nas artes plásticas, as afinidades com a obra dos artistas brasileiros Portinari (1903-1962) e Di Cavalcanti (1897-1976) e do pintor e escultor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) são visíveis nos estudos e desenhos de figuras humanas e de animais. Neles, Álvaro aprofunda o uso da linha para formar tons, sobretons e planos, como no desenho a carvão Bicho (1992). Nos desenhos em nanquim, nas xilografias e gravuras em metal, nas pinturas a óleo ou nas composições de pastel e guache, vemos o rastro das linhas como elemento construtivo. Por um lado, as linhas revelam-se como malha estruturante; por outro, compõem a superfície e a textura das figuras, conferindo volume e movimento aos personagens.

A partir de 1965, o trabalho de Álvaro Apocalypse apresenta um caráter surrealista que perdura em suas obras. É o caso de Objeto Não Identificado (1966), em que vemos um conjunto de elementos que pode figurar como uma cidade ou como um tabuleiro cênico, posto na parte superior de um retângulo verticalizado que tem, em sua base, linhas representando uma cabeça perfilada com uma boca repleta de dentes. O traço surrealista é também visível em Entrada dos Saltimbancos em Ouro Fino (1996), em que os músicos são retratados como cones ou peões de tabuleiro, e seus corpos confundem-se com os instrumentos musicais.

Álvaro Apocalypse identifica a necessidade de construir uma memória pictórica brasileira e busca realizar figurações capazes de retratar esse universo cultural ainda não documentado. Esse procedimento pode ser visto em Ceia (2000), elaborada em acrílica sobre tela, na qual Jesus está rodeado por negros e índios, além de figuras pitorescas, como um enforcado e um palhaço.

Essas figuras da cultura popular, a representação de manifestações folclóricas e de instrumentos musicais tradicionais são recorrentes. Muitos trabalhos são marcados pela representação de tipos brasileiros – como o violeiro, o operário, o cangaceiro, o flautista de rua, o jagunço etc. –, que ocasionalmente dão nome aos quadros.

Críticas

"Leva-nos álvaro Apocalypse à flutuação do desespero, principalmente por iludir-nos com as alusões a problemas sociais nossos e a uma paisagem geográfica às vezes muito reconhecível. O mundo caótico, desgovernado, infinitamente arruinado pelas incompreensões se nos mostra agora sob novas faces, mas ainda vestido com aquele mesmo manto sombrio do absurdo. é o reinado do Senhor, o poder traçando os descaminhos do homem, lançando a sua volta o cheiro de pólvora, as pontas de urânio, e em torno a festa dos flautistas, os músicos comendo de seus instrumentos magros e tortos as vozes estridentes, e a ´mascarada´ dos invasores do sonho reinando sobre as ruínas da cidade conquistada" — Márcio Sampaio (PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969).

Exposições Individuais

s.d. - Florianópolis SC - Individual, na Galeria Picollo Spazio

1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Atrium

1965 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, no ICBEU

1968 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, no ICBEU

1968 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, na Galeria Adega

1974 - Rio de Janeiro RJ - Desenhos, na Galeria Grupo B

1976 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, na Galeria AMI

1979 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, na Galeria AMI

Exposições Coletivas

1957 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belo Horizonte - 1º prêmio

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de Arte Moderna

1961 - São Paulo SP - Salão Paulista de Arte Moderna

1962 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belo Horizonte - prêmio em desenho

1962 - Recife PE - Salão de Arte Moderna de Pernambuco - 2º prêmio em desenho

1963 - Lagos (Nigéria) - Brazilian Contemporany Artists, na Embaixada do Brasil

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1966 - Washington (Estados Unidos) - Brasilian Artists from the State of Minas Gerais, na Galeria do Brazilian American Cultural Institute

1967 - Nigéria - Coletiva Artistas Brasileiros

1967 - Estados Unidos - Coletiva Artistas Brasileiros

1967 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - São Paulo SP - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - Curitiba PR - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - Porto Alegre RS - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - Brasília DF - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacioanl de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição

1967 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Chez Bastião

1968 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belo Horizonte

1968 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Mirante das Artes

1969 - Salvador BA - Arte de Minas, no MAM/BA

1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1971 - Paris (França) - Collection Brésil, no Cité Internationale

1972 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, organizada pelo Conselho de Extensão da UFMG

1971 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Chez Bastião

1971 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria AMI

1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra

1972 - São Paulo - SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1976 - Belo Horizonte MG - Exposição dos murais das escolas municipais de Belo Horizonte - Prefeitura de Belo Horizonte

1977 - Belo Horizonte MG - 5º Salão Global de Inverno, na Fundação Palácio das Artes

1977 - Brasília DF - 5º Salão Global de Inverno, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1977 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Global de Inverno, no MNBA

1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1977 - São Paulo SP - 5º Salão Global de Inverno, no Masp

1981 - Belo Horizonte MG - Alunos de Guignard, na Itaugaleria

1981 - Belo Horizonte MG - 8º Salão Global de Inverno, na Fundação Palácio das Artes

1981 - Belo Horizonte MG - Seis Artistas de Minas, na Ami Galeria de Arte

1981 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Global de Inverno, no MAM/RJ

1981 - São Paulo SP - 8º Salão Global de Inverno, no Masp

1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: Interpretações, na Galeria de Arte Banerj

1984 - Rio de Janeiro RJ - Toma de Minas a Estrada - Hotéis Horsa/Coordenadoria de Cultura do Estado de Minas Gerais, no Hotel Nacional

1987 - Stuttgart (Alemanha) - Exposição de pinturas com Terezinha Veloso, no Museu de Stuttgart

1988 - Charleville-Mézières (França) - Exposição de pinturas com Terezinha Veloso

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Belo Horizonte MG - Guignard: 50 Anos de uma Escola de Arte, na Vidyã Galeria de Arte

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1997 - Contagem MG - Alunos de Guignard em Contagem, na Casa de Cultura Nair Mendes Moreira

1998 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Caetano Veloso : 80 composições de Caetano Veloso interpretadas por 80 artistas contemporâneos, no Paço Imperial

Exposições Póstumas

2004 - Belo Horizonte MG - Guignard: o eterno professor e seus alunos de sempre, na Errol Flynn Galeria de Arte

2004 - Belo Horizonte MG - O Jagunço do Traço, na Galeria de Arte da Copasa

Fonte: ÁLVARO Apocalypse. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 19 de agosto de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7


Álvaro Brandão | Wikipédia

Álvaro Brandão Apocalypse (Ouro Fino, 14 de janeiro de 1937 — Belo Horizonte, 6 de setembro de 2003) foi um pintor, ilustrador, gravador, desenhista, diretor de teatro, cenógrafo, professor, museólogo e publicitário brasileiro. Foi também um dos fundadores do Grupo Giramundo.

Biografia

Álvaro Brandão Apocalypse nasceu em 14 de janeiro de 1937 em Ouro Fino (MG)

Durante a infância em Ouro Fino, Apocalypse reproduzia os animais em seus desenhos.[1]

No início da década de 1950, já na adolescência, Álvaro Apocalypse chegou a Belo Horizonte para estudar Belas Artes com o mestre Alberto da Veiga Guignard, tornando-se professor de desenho em 1959. De lá para cá, as artes plásticas ocuparam um espaço definitivo em sua vida.

Em 1956, estudou gravura em metal e litografia na Escola Guignard e iniciou curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Álvaro realizou também desenhos animados para campanhas publicitárias, ilustrações para revistas e jornais e incursões no mundo da publicidade. Em 1959, lecionou na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG, da qual se tornou professor titular em 1981.

A partir da década de 1960, as festas populares passaram a ser temas constantes em seus desenhos, dedicando-se mais à técnica de pastel e à produção de gravuras. Em 1962, tornou-se professor da Fundação Mineira de Arte.

Sua obra passou a apresentar caráter surrealista a partir de 1965. Recebeu o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, em 1969. Viajou, então, para Paris e realizou curso de História do Desenho na Escola do Louvre.

Na década de 1970, depois de uma estada prolongada na Europa, onde assistiu a muitos espetáculos com marionetes, Álvaro retornou a Belo Horizonte, com o propósito de criação de um grupo teatro de bonecos, o que veio a se concretizar rapidamente. Criou o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos, em 1970, e produziu cenários, figurinos e marionetes para várias peças teatrais. O primeiro grande espetáculo vem em 1976, com a montagem de El Retablo de Maese Pedro, seguido por Cobra Norato, de Raul Bopp, todos sempre muito aplaudidos pela crítica e público, dentro e fora do Brasil. No total Álvaro produziu e dirigiu 27 espetáculos no Giramundo.

Em 1973, realizou as gravuras para o álbum Minas de Drummond, pela UFMG. Dividindo suas atividades entre o magistério, as artes plásticas e o teatro, Apocalypse coordenou a Escola Superior de Artes da Marionete de Charleville Mèziéres (França), entre 1990 e 1991, um estágio do qual participaram artistas de toda a Europa. Em co-produção, atuou com o Teatro Presenza na montagem de Superfaust e com o Teatro Baracca, no espetáculo Il Drago Nella Fumana Itália.

Entre suas premiações figuram o Moliére, o Troféu Mambembe, dois troféus João Ceschiatti, o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte, entre outros. Publicou o álbum de gravura Minas de Guimarães Rosa, em 1977, pela Imprensa da UFMG, entre outros.

Trajetória artística

1955 - Depois de desenhar muito em casa e copiar ilustrações de Portinari, Álvaro Apocalypse se inscreve no X Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte e obtém menção honrosa em desenho. Entra para a Escola Guignard e Faculdade de Direito

1957 - A partir deste ano, depois de participar de salões e receber prêmios, inicia trabalho como ilustrador na imprensa mineira. Publica artigos sobre arte e participa de mostras

1959 - Convidado a dar aulas de modelo vivo na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura. Foi professor universitário antes mesmo de se formar, uma atividade que manteria por toda vida

1962 - Fundador primeiro presidente da Associação Mineira de Artistas Plásticos (AMAP). Ganha prêmios e participa de mostras e salões em vários estados brasileiros

1965 - Primeira individual. Além das pesquisas sobre cultura popular, passa a trabalhar com temática surrealista e a crítica social em seus trabalhos.

1967 - Participa da implantação do Festival de Inverno da UFMG, em Ouro Preto.

1968 - Publica o álbum de gravuras Minas, a terra, o homem

1969 - Produz seu primeiro mural de grandes proporções. Prêmio do Salão da Aliança Francesa o leva a Paris, para estudos de arte

1970 - Retorna ao Brasil e cria, com Terezinha Veloso e Madu, o grupo de teatro de bonecos Giramundo

1971 - Primeira encenação do Giramundo A bela adormecida

1972 - Montagem de Aventuras do Reino Negro, que é apresentada na França, Argentina e Uruguai

1973 - Saci-pererê é a segunda montagem de um repertório que chegará a 27 trabalhos

1975 - Um Baú de Fundo Fundo"

1976 - Cobra Norato, um dos espetáculos mais premiados e admirados do grupo.

1982 - Faz a capa do álbum independente "Música Doce: Flauta e Violão" de Marcelo Faria e Paulinho Queroga

1983 - As Relações Naturais.

1984 - Auto das Pastotrinhas.

1986 - Montagem de O guarani.

1988 - Giz

1990 - Montagem do espetáculo Diário de um tímido forasteiro, no 17° Festival de Inverno da UFMG, em Ouro Preto, Minas Gerais

1990 - Atua como professor no Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes de Charville-Mèziéres, na França.

1991 - Montagem da ópera A flauta mágica, de Mozart, com marionetes com até dois metros de altura

1992 - Le Journal

1993 - Adaptação de Pedro e o lobo, conto sinfônico de Prokofiev

1994 - Montagem do espetáculo adulto Antologia Mamaluca

1995 - Ubu Rei

1996 - Carnaval dos Animais

1997 - Diário de um Louco

1998 - Montagem do espetáculo O gato Malhado e a andorinha Sinhá, basedo na fábula de Jorge Amado

1998 - Exposição Desenhos para teatro de Álvaro Apocalypse

2000 - Gira Gerais

2000 - Inauguração o teatro Giramundo

2001 - Os Orixás

2001 - Inauguração do Museu Giramundo para abrigar e expor ao público seu acervo de mais de 850 bonecos

2002 - Mini Teatro Ecológico - O Aprendiz Natural e Mata Atlântica

2003 - Exposição e retrospectiva de trabalhos em "Mundo Giramundo", no Sesc Santo André (SP), em São Paulo. Morre, aos 66 anos, em Belo Horizonte.

2006 - Criação da instituição "Arquivo Apocalypse", dirigida por suas herdeiras, que irá catalogar e restaurar o acervo com suas obras, para poder ser expostas ao público em um futuro museu

2006 - Tem publicado, no jornal O Tempo, trechos de suas agendas, durante oito domingos consecutivos

2006 - Publicação do site Arquivo Apocalypse

2011 - Publicação do livro Álvaro Apocalypse

Receptividade crítica

De acordo com o jornal Estado de Minas ao mencionar o legado criativo de bonecos, pinturas e desenhos, "não há nenhum outro em Minas que desempenhe hoje esta vertente da criação com tanta competência, sutileza e nobreza" como Álvaro Apocalipse.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.


Grupo Giramundo | Site Oficial

O Giramundo foi criado em 1970, pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Tereza Veloso e Madu. Hoje é dirigido por Bia Apocalypse, Marcos Malafaia e Ulisses Tavares. O grupo montou mais de 40 espetáculos teatrais, entre produções próprias e co-produções, construindo um dos maiores acervos de bonecos das Américas.

Suas montagens experimentam o boneco de modo amplo, criando um variado panorama técnico e expressivo sobre o teatro de bonecos. A atenção plástica e a expertise na construção de bonecos e espetáculos, aliados ao interesse pela cultura brasileira e pela literatura clássica, trouxeram reconhecimento nacional ao Giramundo, inserindo-o na história do Teatro Brasileiro.

A trajetória de trabalho do grupo demonstra dois caminhos que desembocam no futuro: a ampliação das abordagens do boneco, por um lado, e a pesquisa sobre movimento, de outro. Tudo o que se move passou a interessar ao Giramundo e esse interesse provocou contatos e interseções com novos campos. O Giramundo é a resultante dinâmica dessas forças: uma ideia em movimento.

Hoje, o Giramundo se desgarra da ideia de grupo de teatro, que guiou suas atividades nas três décadas dirigidas por Álvaro Apocalypse, para assumir a forma de um núcleo multimídia, onde o teatro de bonecos e o cinema de animação convergem. Essa mistura de teatro e vídeo e a atuação como “museu-teatro-escola” modelam o Giramundo do século  XXI.

Fonte: Grupo Giramundo, “O Grupo”. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.


Sonho e realidade em Apocalypse | UFMG

Nesta segunda-feira, 14, às 18h, a Diretoria de Ação Cultural da UFMG inaugura, no saguão do prédio da Reitoria, a exposição Sonho e realidade: homenagem a Álvaro Apocalypse. Uma sala especial vai abrigar desenhos e pinturas do artista plástico e professor da Escola de Belas Artes, falecido em 2003, e de 16 de seus ex-alunos da década de 1970. A exposição tem entrada franca e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, até o dia 30 de março de 2020.

Fundador, em 1970, do Giramundo, grupo de teatro de bonecos, Álvaro Apocalypse também foi pintor, ilustrador, gravador, desenhista, diretor de teatro, cenógrafo, museólogo e publicitário. Sua carreira como docente foi iniciada em 1959 na Escola de Belas Artes, onde se tornou professor titular em 1981. Um de seus alunos, Geraldo Roberto da Silva, teve a ideia de montar a exposição em sua homenagem depois de ter sonhado com o antigo mestre.  “Sonhei com Álvaro e senti que ele me passou uma incumbência, não obrigatória, mas uma sugestão agradável. Acordei com a ideia batucando na minha cabeça. E hoje estamos aqui, cumprindo a boa sugestão que recebi”, conta.

A exposição, que tem curadoria dos professores da Escola de Belas Artes Beatriz Coelho e Fabricio Fernandino, também tem obras de ex-alunos de Apocalypse: Canuta Duque, Claudia Marinuzzi,  Elizabeth Calil, Erli Fantini, Geraldo Roberto da Silva, José Alberto Nemer, Joyce Brandão, Liliane Romanelli,  Lúcia Marques (in memoriam), Márcia Meyer Guimarães, Maria José Vargas Boaventura, Olímpia Couto, Rosângela Ferreira, Rosana Mendes Campos, Sandra Bianchi e Thalma de Oliveira.

De acordo com os curadores, a homenagem se pauta em um corte histórico, pontuando, por meio de uma linha do tempo, a evolução da obra desse mestre do desenho. As obras foram cedidas pelo Acervo Artístico da UFMG, pelo Acervo Apocalypse e pelo Grupo Giramundo, além de coleções particulares e de familiares do artista plástico.

A data de abertura da exposição, às vésperas do Dia do Professor, também foi intencional, segundo os curadores. “Trata-se de uma ação simbólica, por meio da qual a UFMG estende a todos os professores o reconhecimento do papel fundamental de cada um para a formação de pessoas preparadas para a vida e construtores de uma nação mais justa e democrática.”

Trajetória

Álvaro Brandão Apocalypse (1937-2003) estudou litografia e gravura em metal na Escola Guignard e iniciou o curso de Direito na UFMG, em 1956. Três anos depois, passou a integrar o corpo docente da recém-criada Escola de Belas Artes da UFMG, lecionando disciplinas de Desenho e Pintura. Tornou-se professor titular em 1981, participando efetivamente da vida artística dentro e fora da universidade, até a sua aposentadoria. 

Em 1970, Apocalypse fundou o Grupo Giramundo, de teatro de bonecos, instalado por um longo período nas dependências da UFMG. O grupo tem, até hoje, presença marcante em edições do Festival de Inverno da Universidade, com produções de peças de sucesso e reconhecidas internacionalmente.

Fonte: UFMG, "Sonho e realidade em Apocalypse”. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.

Crédito fotográfico: Ocupação Itaú Cultural. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.

Álvaro Brandão Apocalypse (14 de janeiro de 1937, Ouro Fino, Brasil — 6 de setembro de 2003, Belo Horizonte, Brasil), mais conhecido como Álvaro Apocalypse, foi um pintor, ilustrador, gravador, desenhista, cenógrafo, diretor teatral, designer de bonecos, museólogo, publicitário e professor brasileiro. Estudou litografia e gravura em metal na Escola Guignard, em 1956, mesmo ano em que iniciou o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lecionou na Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG em 1959, sendo nomeado professor titular em 1981. Também lecionou na Fundação Mineira de Arte e atuou no mercado publicitário como layout-man. Influenciado por artistas como Cândido Portinari, expressou o seu grande interesse por temas populares, festas brasileiras e elementos surrealistas. Trabalhou com diversas técnicas, especialmente pastel, desenho, gravura e pintura, e desenvolveu um estilo que unia rigor técnico e imaginação simbólica. Em 1969, recebeu o Prêmio de Viagem ao Exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, o que lhe permitiu estudar História do Desenho na Escola do Louvre, em Paris. Durante essa viagem, aprofundou-se no universo do teatro de bonecos. Retornou ao Brasil e, em 1970, fundou o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos, ao lado das artistas plásticas Terezinha Veloso e Madu, ambas suas colegas na UFMG. Ao longo de sua carreira, criou mais de 1.500 marionetes e dirigiu 27 espetáculos com o grupo, produzindo cenários, figurinos e bonecos com estética marcante e inovadora. Entre 1990 e 1991, coordenou o Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes, em Charleville-Mézières, França. Sua obra ganhou destaque em salões e bienais de arte, recebendo prêmios como o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência (1990). Suas obras e criações teatrais podem ser visitadas no acervo do Giramundo Teatro de Bonecos.

Álvaro Apocalypse

Álvaro Brandão Apocalypse (14 de janeiro de 1937, Ouro Fino, Brasil — 6 de setembro de 2003, Belo Horizonte, Brasil), mais conhecido como Álvaro Apocalypse, foi um pintor, ilustrador, gravador, desenhista, cenógrafo, diretor teatral, designer de bonecos, museólogo, publicitário e professor brasileiro. Estudou litografia e gravura em metal na Escola Guignard, em 1956, mesmo ano em que iniciou o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Lecionou na Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG em 1959, sendo nomeado professor titular em 1981. Também lecionou na Fundação Mineira de Arte e atuou no mercado publicitário como layout-man. Influenciado por artistas como Cândido Portinari, expressou o seu grande interesse por temas populares, festas brasileiras e elementos surrealistas. Trabalhou com diversas técnicas, especialmente pastel, desenho, gravura e pintura, e desenvolveu um estilo que unia rigor técnico e imaginação simbólica. Em 1969, recebeu o Prêmio de Viagem ao Exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, o que lhe permitiu estudar História do Desenho na Escola do Louvre, em Paris. Durante essa viagem, aprofundou-se no universo do teatro de bonecos. Retornou ao Brasil e, em 1970, fundou o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos, ao lado das artistas plásticas Terezinha Veloso e Madu, ambas suas colegas na UFMG. Ao longo de sua carreira, criou mais de 1.500 marionetes e dirigiu 27 espetáculos com o grupo, produzindo cenários, figurinos e bonecos com estética marcante e inovadora. Entre 1990 e 1991, coordenou o Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes, em Charleville-Mézières, França. Sua obra ganhou destaque em salões e bienais de arte, recebendo prêmios como o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência (1990). Suas obras e criações teatrais podem ser visitadas no acervo do Giramundo Teatro de Bonecos.

Videos

Álvaro Apocalypse | 2022

Homenagem à Álvaro Apocalypse | 2019

Álvaro Apocalypse: Mestre dos bonecos | 2013

Álvaro Apocalypse: Ocupação Girando | 2014

Circuito Ateliê: Álvaro Apocalypse | 2012

A magia dos bonecos | 2014

Documentário: Ocupação Girando | 2014

Mestre dos bonecos | 2025

Álvaro Brandão | Arremate Arte

Álvaro Brandão Apocalypse nasceu em 14 de janeiro de 1937, na cidade de Ouro Fino, em Minas Gerais, e tornou-se uma das figuras mais singulares da cultura e das artes brasileiras do século XX. Ao longo de sua trajetória, destacou-se como pintor, ilustrador, gravador, cenógrafo, diretor teatral, designer de bonecos, museólogo, publicitário e professor, reunindo múltiplas linguagens em um projeto artístico autoral, profundamente ligado à imaginação, à tradição popular e à inovação formal.

Sua formação em artes teve início em 1956, na prestigiada Escola Guignard, onde estudou litografia e gravura em metal. No mesmo ano, ingressou no curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sinalizando desde cedo um perfil plural e inquieto. Ainda na juventude, começou a atuar como ilustrador em publicações diversas, demonstrando domínio do desenho e afinidade com a narrativa visual. Seu traço firme e expressivo logo chamou atenção, e ele passou a circular por espaços de criação, ensino e produção cultural.

Em 1959, aos 22 anos, iniciou sua carreira docente na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG, onde permaneceria por décadas, sendo promovido a professor titular em 1981. Dois anos depois, passou também a lecionar na Fundação Mineira de Arte, enquanto trabalhava como layout-man no setor de publicidade. Essas vivências marcaram seu contato direto com as linguagens gráficas e os processos industriais, que futuramente dialogariam com sua produção autoral.

A década de 1960 marcou uma fase de amadurecimento técnico e reconhecimento público. Suas obras começaram a ser premiadas em salões nacionais, e em 1969, conquistou o Prêmio de Viagem ao Exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, o que o levou a Paris para estudar História do Desenho na Escola do Louvre. Durante sua estadia na Europa, teve contato direto com o universo do teatro de bonecos, participando de exposições e assistindo a espetáculos que o impactaram profundamente. Esse encontro foi decisivo para a próxima etapa de sua trajetória.

Ao retornar ao Brasil no início dos anos 1970, impulsionado pelo desejo de criar filmes de animação com marionetes, Álvaro iniciou a construção de bonecos. Ao deparar-se com as limitações técnicas da animação quadro a quadro, canalizou esse projeto inicial para uma nova forma de expressão: o teatro de bonecos ao vivo. Em 1970, ao lado das artistas plásticas Terezinha Veloso (sua esposa) e Maria do Carmo Vivacqua Martins (Madu), fundou em Belo Horizonte o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos — uma das mais influentes companhias de teatro de animação do país.

Com o Giramundo, Álvaro desenvolveu um corpo de trabalho que uniu cenografia, dramaturgia, artes plásticas, música e tecnologia. Criou mais de 1.500 bonecos e dirigiu 27 espetáculos, entre eles produções memoráveis como Cobra Norato, Auto das Pastorinhas, Carnaval dos Animais, A Flauta Mágica, O Guarani e El Retablo de Maese Pedro. Suas marionetes, marcadas por um traço autoral, misturam elementos do fantástico, do folclórico e do surrealismo, com forte apelo visual e simbólico. Em 1990 e 1991, sua atuação no campo da marionete ganhou projeção internacional, quando coordenou o Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes, em Charleville-Mézières, na França.

Sua atuação nas artes visuais continuou paralelamente ao teatro. Em 1977, publicou pela Imprensa da UFMG o álbum de gravuras Minas de Guimarães Rosa, em que uniu sua habilidade de gravador à sensibilidade literária, interpretando temas da obra rosiana. Em 2001, sua trajetória foi registrada no livro Álvaro Apocalypse: Depoimento, coordenado pela historiadora Marília Andrés Ribeiro e pelo curador Fernando Pedro da Silva. Nesse volume, o artista compartilha reflexões sobre sua obra, destacando o papel da linha como elemento essencial de sua pesquisa estética.

Sua obra foi amplamente reconhecida ao longo da carreira. Participou de diversos salões e bienais, recebendo prêmios como o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival Brasileiro de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência (1990), esta última concedida pelo governo de Minas Gerais por sua contribuição à cultura mineira.

Álvaro Apocalypse faleceu em 6 de setembro de 2003, em Belo Horizonte, deixando um legado vigoroso e multifacetado. Seu trabalho continua vivo por meio do acervo do Museu Giramundo, um espaço que mantém, preserva e difunde as criações do grupo e do próprio artista. Sua filha, Beatriz Apocalypse, segue à frente do projeto, mantendo acesa a chama inventiva que sempre norteou o trabalho de seu pai. Combinando rigor técnico, fantasia e brasilidade, Álvaro Apocalypse permanece como um dos grandes nomes da arte cênica e visual do Brasil contemporâneo.


Álvaro Brandão | Itaú Cultural

Álvaro Brandão Apocalypse (Ouro Fino, Minas Gerais, 1937 – Belo Horizonte, Minas Gerais, 2003). Pintor, ilustrador, designer de bonecos, diretor de teatro, cenógrafo, gravurista, museógrafo e professor. Em 1956, estuda litografia e gravura em metal na Escola Guignard, em Belo Horizonte, e inicia o curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atua como ilustrador em várias publicações. Em 1959, leciona na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG, da qual se torna professor titular em 1981. Em 1962, torna-se também professor da Fundação Mineira de Artes (Fuma), em Belo Horizonte, e começa a trabalhar em publicidade como leiautista1. 

Recebe o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão da Aliança Francesa em 1969. Viaja para Paris e frequenta o curso de história do desenho na École du Louvre. Durante a estadia na Europa, aprofunda seu contato com o teatro de bonecos, assistindo a espetáculos e visitando exposições. No Brasil, inicia a construção de bonecos com o objetivo de fazer filmes de animação quadro a quadro. Por não dominar as técnicas de videoanimação, decide dar continuidade ao projeto por meio do teatro de bonecos, levando adiante a produção de marionetes. 

Em 1970, Álvaro Apocalypse cria, em Belo Horizonte, o grupo Giramundo Teatro de Bonecos, em parceria com as artistas plásticas Terezinha Veloso (1936-2003), sua esposa, e Maria do Carmo Vivacqua Martins, mais conhecida como Madu (1945), ambas professoras da UFMG. Em sua trajetória profissional, realiza cenários, figurinos e marionetes para várias peças teatrais. Ao todo, produz e dirige 27 espetáculos no Giramundo e, entre 1990 e 1991, coordena o ateliê de tecnologia do Institut International de la Marionnette, em Charleville-Mézières, França. 

Em 1977, publica pela imprensa da UFMG, o álbum de gravuras Minas de Guimarães Rosa, trabalho em que se encontram as facetas de ilustrador e gravador, empenhado em representar temas nacionais. 

Álvaro Apocalypse expõe em diversos salões de arte e bienais. Dentre os inúmeros prêmios recebidos, destacam-se o Prêmio de Desenho do Salão de Arte Moderna de Pernambuco (1962), o Prêmio de Aquisição da 9ª Bienal Internacional de São Paulo (1967), o Prêmio de Cenografia do Festival Brasileiro de Cinema de Brasília (1986) e a Medalha da Inconfidência, oferecida pelo governo de Minas Gerais (1990).

Em 2001, é lançado Álvaro Apocalypse: depoimento, coordenado pela historiadora Marília Andrés Ribeiro (1948) e pelo curador e pesquisador Fernando Pedro da Silva (1965). No livro, o artista expõe algumas diretrizes de seu trabalho, apresentando a linha como elemento central do desenho em suas pesquisas em artes plásticas.

Análise

À frente do grupo Giramundo Teatro de Bonecos, Álvaro Apocalypse desenvolve uma gama variada de bonecos e artefatos cênicos. No grupo, é o principal responsável pela realização dos personagens, criando, inicialmente, desenhos com as características externas dos bonecos. Em seguida, realiza um conjunto de ilustrações de caráter técnico nas quais se vê a construção das articulações e o modo de manuseio das estruturas. Como cenógrafo e diretor, reúne diferentes linguagens e técnicas, criando um teatro experimental que se apropria de elementos da ópera, da mímica e da videoarte para compor uma dramaturgia particular. Os personagens e objetos cênicos produzidos para o teatro são organizados por Apocalypse no Museu Giramundo, aberto em 2001, com o maior acervo de teatro de bonecos das Américas.

Nas artes plásticas, as afinidades com a obra dos artistas brasileiros Portinari (1903-1962) e Di Cavalcanti (1897-1976) e do pintor e escultor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) são visíveis nos estudos e desenhos de figuras humanas e de animais. Neles, Álvaro aprofunda o uso da linha para formar tons, sobretons e planos, como no desenho a carvão Bicho (1992). Nos desenhos em nanquim, nas xilografias e gravuras em metal, nas pinturas a óleo ou nas composições de pastel e guache, vemos o rastro das linhas como elemento construtivo. Por um lado, as linhas revelam-se como malha estruturante; por outro, compõem a superfície e a textura das figuras, conferindo volume e movimento aos personagens.

A partir de 1965, o trabalho de Álvaro Apocalypse apresenta um caráter surrealista que perdura em suas obras. É o caso de Objeto Não Identificado (1966), em que vemos um conjunto de elementos que pode figurar como uma cidade ou como um tabuleiro cênico, posto na parte superior de um retângulo verticalizado que tem, em sua base, linhas representando uma cabeça perfilada com uma boca repleta de dentes. O traço surrealista é também visível em Entrada dos Saltimbancos em Ouro Fino (1996), em que os músicos são retratados como cones ou peões de tabuleiro, e seus corpos confundem-se com os instrumentos musicais.

Álvaro Apocalypse identifica a necessidade de construir uma memória pictórica brasileira e busca realizar figurações capazes de retratar esse universo cultural ainda não documentado. Esse procedimento pode ser visto em Ceia (2000), elaborada em acrílica sobre tela, na qual Jesus está rodeado por negros e índios, além de figuras pitorescas, como um enforcado e um palhaço.

Essas figuras da cultura popular, a representação de manifestações folclóricas e de instrumentos musicais tradicionais são recorrentes. Muitos trabalhos são marcados pela representação de tipos brasileiros – como o violeiro, o operário, o cangaceiro, o flautista de rua, o jagunço etc. –, que ocasionalmente dão nome aos quadros.

Críticas

"Leva-nos álvaro Apocalypse à flutuação do desespero, principalmente por iludir-nos com as alusões a problemas sociais nossos e a uma paisagem geográfica às vezes muito reconhecível. O mundo caótico, desgovernado, infinitamente arruinado pelas incompreensões se nos mostra agora sob novas faces, mas ainda vestido com aquele mesmo manto sombrio do absurdo. é o reinado do Senhor, o poder traçando os descaminhos do homem, lançando a sua volta o cheiro de pólvora, as pontas de urânio, e em torno a festa dos flautistas, os músicos comendo de seus instrumentos magros e tortos as vozes estridentes, e a ´mascarada´ dos invasores do sonho reinando sobre as ruínas da cidade conquistada" — Márcio Sampaio (PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969).

Exposições Individuais

s.d. - Florianópolis SC - Individual, na Galeria Picollo Spazio

1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Atrium

1965 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, no ICBEU

1968 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, no ICBEU

1968 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, na Galeria Adega

1974 - Rio de Janeiro RJ - Desenhos, na Galeria Grupo B

1976 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, na Galeria AMI

1979 - Belo Horizonte MG - Exposição de Desenhos, na Galeria AMI

Exposições Coletivas

1957 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belo Horizonte - 1º prêmio

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão de Arte Moderna

1961 - São Paulo SP - Salão Paulista de Arte Moderna

1962 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belo Horizonte - prêmio em desenho

1962 - Recife PE - Salão de Arte Moderna de Pernambuco - 2º prêmio em desenho

1963 - Lagos (Nigéria) - Brazilian Contemporany Artists, na Embaixada do Brasil

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1966 - Washington (Estados Unidos) - Brasilian Artists from the State of Minas Gerais, na Galeria do Brazilian American Cultural Institute

1967 - Nigéria - Coletiva Artistas Brasileiros

1967 - Estados Unidos - Coletiva Artistas Brasileiros

1967 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - São Paulo SP - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - Curitiba PR - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - Porto Alegre RS - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - Brasília DF - Coletiva Artistas Mineiros

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacioanl de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição

1967 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Chez Bastião

1968 - Belo Horizonte MG - Salão Municipal de Belo Horizonte

1968 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Mirante das Artes

1969 - Salvador BA - Arte de Minas, no MAM/BA

1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1971 - Paris (França) - Collection Brésil, no Cité Internationale

1972 - Belo Horizonte MG - Retrospectiva, organizada pelo Conselho de Extensão da UFMG

1971 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria Chez Bastião

1971 - Belo Horizonte MG - Coletiva, na Galeria AMI

1972 - Curitiba PR - 29º Salão Paranaense, no Teatro Guaíra

1972 - São Paulo - SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1976 - Belo Horizonte MG - Exposição dos murais das escolas municipais de Belo Horizonte - Prefeitura de Belo Horizonte

1977 - Belo Horizonte MG - 5º Salão Global de Inverno, na Fundação Palácio das Artes

1977 - Brasília DF - 5º Salão Global de Inverno, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1977 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Global de Inverno, no MNBA

1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1977 - São Paulo SP - 5º Salão Global de Inverno, no Masp

1981 - Belo Horizonte MG - Alunos de Guignard, na Itaugaleria

1981 - Belo Horizonte MG - 8º Salão Global de Inverno, na Fundação Palácio das Artes

1981 - Belo Horizonte MG - Seis Artistas de Minas, na Ami Galeria de Arte

1981 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Global de Inverno, no MAM/RJ

1981 - São Paulo SP - 8º Salão Global de Inverno, no Masp

1982 - Rio de Janeiro RJ - Futebol: Interpretações, na Galeria de Arte Banerj

1984 - Rio de Janeiro RJ - Toma de Minas a Estrada - Hotéis Horsa/Coordenadoria de Cultura do Estado de Minas Gerais, no Hotel Nacional

1987 - Stuttgart (Alemanha) - Exposição de pinturas com Terezinha Veloso, no Museu de Stuttgart

1988 - Charleville-Mézières (França) - Exposição de pinturas com Terezinha Veloso

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Belo Horizonte MG - Guignard: 50 Anos de uma Escola de Arte, na Vidyã Galeria de Arte

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1997 - Contagem MG - Alunos de Guignard em Contagem, na Casa de Cultura Nair Mendes Moreira

1998 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Caetano Veloso : 80 composições de Caetano Veloso interpretadas por 80 artistas contemporâneos, no Paço Imperial

Exposições Póstumas

2004 - Belo Horizonte MG - Guignard: o eterno professor e seus alunos de sempre, na Errol Flynn Galeria de Arte

2004 - Belo Horizonte MG - O Jagunço do Traço, na Galeria de Arte da Copasa

Fonte: ÁLVARO Apocalypse. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 19 de agosto de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7


Álvaro Brandão | Wikipédia

Álvaro Brandão Apocalypse (Ouro Fino, 14 de janeiro de 1937 — Belo Horizonte, 6 de setembro de 2003) foi um pintor, ilustrador, gravador, desenhista, diretor de teatro, cenógrafo, professor, museólogo e publicitário brasileiro. Foi também um dos fundadores do Grupo Giramundo.

Biografia

Álvaro Brandão Apocalypse nasceu em 14 de janeiro de 1937 em Ouro Fino (MG)

Durante a infância em Ouro Fino, Apocalypse reproduzia os animais em seus desenhos.[1]

No início da década de 1950, já na adolescência, Álvaro Apocalypse chegou a Belo Horizonte para estudar Belas Artes com o mestre Alberto da Veiga Guignard, tornando-se professor de desenho em 1959. De lá para cá, as artes plásticas ocuparam um espaço definitivo em sua vida.

Em 1956, estudou gravura em metal e litografia na Escola Guignard e iniciou curso de Direito na Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Álvaro realizou também desenhos animados para campanhas publicitárias, ilustrações para revistas e jornais e incursões no mundo da publicidade. Em 1959, lecionou na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura da UFMG, da qual se tornou professor titular em 1981.

A partir da década de 1960, as festas populares passaram a ser temas constantes em seus desenhos, dedicando-se mais à técnica de pastel e à produção de gravuras. Em 1962, tornou-se professor da Fundação Mineira de Arte.

Sua obra passou a apresentar caráter surrealista a partir de 1965. Recebeu o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão da Aliança Francesa, em 1969. Viajou, então, para Paris e realizou curso de História do Desenho na Escola do Louvre.

Na década de 1970, depois de uma estada prolongada na Europa, onde assistiu a muitos espetáculos com marionetes, Álvaro retornou a Belo Horizonte, com o propósito de criação de um grupo teatro de bonecos, o que veio a se concretizar rapidamente. Criou o Grupo Giramundo de Teatro de Bonecos, em 1970, e produziu cenários, figurinos e marionetes para várias peças teatrais. O primeiro grande espetáculo vem em 1976, com a montagem de El Retablo de Maese Pedro, seguido por Cobra Norato, de Raul Bopp, todos sempre muito aplaudidos pela crítica e público, dentro e fora do Brasil. No total Álvaro produziu e dirigiu 27 espetáculos no Giramundo.

Em 1973, realizou as gravuras para o álbum Minas de Drummond, pela UFMG. Dividindo suas atividades entre o magistério, as artes plásticas e o teatro, Apocalypse coordenou a Escola Superior de Artes da Marionete de Charleville Mèziéres (França), entre 1990 e 1991, um estágio do qual participaram artistas de toda a Europa. Em co-produção, atuou com o Teatro Presenza na montagem de Superfaust e com o Teatro Baracca, no espetáculo Il Drago Nella Fumana Itália.

Entre suas premiações figuram o Moliére, o Troféu Mambembe, dois troféus João Ceschiatti, o Grande Prêmio da Crítica da Associação Paulista de Críticos de Arte, entre outros. Publicou o álbum de gravura Minas de Guimarães Rosa, em 1977, pela Imprensa da UFMG, entre outros.

Trajetória artística

1955 - Depois de desenhar muito em casa e copiar ilustrações de Portinari, Álvaro Apocalypse se inscreve no X Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte e obtém menção honrosa em desenho. Entra para a Escola Guignard e Faculdade de Direito

1957 - A partir deste ano, depois de participar de salões e receber prêmios, inicia trabalho como ilustrador na imprensa mineira. Publica artigos sobre arte e participa de mostras

1959 - Convidado a dar aulas de modelo vivo na recém-criada Escola de Belas Artes da Faculdade de Arquitetura. Foi professor universitário antes mesmo de se formar, uma atividade que manteria por toda vida

1962 - Fundador primeiro presidente da Associação Mineira de Artistas Plásticos (AMAP). Ganha prêmios e participa de mostras e salões em vários estados brasileiros

1965 - Primeira individual. Além das pesquisas sobre cultura popular, passa a trabalhar com temática surrealista e a crítica social em seus trabalhos.

1967 - Participa da implantação do Festival de Inverno da UFMG, em Ouro Preto.

1968 - Publica o álbum de gravuras Minas, a terra, o homem

1969 - Produz seu primeiro mural de grandes proporções. Prêmio do Salão da Aliança Francesa o leva a Paris, para estudos de arte

1970 - Retorna ao Brasil e cria, com Terezinha Veloso e Madu, o grupo de teatro de bonecos Giramundo

1971 - Primeira encenação do Giramundo A bela adormecida

1972 - Montagem de Aventuras do Reino Negro, que é apresentada na França, Argentina e Uruguai

1973 - Saci-pererê é a segunda montagem de um repertório que chegará a 27 trabalhos

1975 - Um Baú de Fundo Fundo"

1976 - Cobra Norato, um dos espetáculos mais premiados e admirados do grupo.

1982 - Faz a capa do álbum independente "Música Doce: Flauta e Violão" de Marcelo Faria e Paulinho Queroga

1983 - As Relações Naturais.

1984 - Auto das Pastotrinhas.

1986 - Montagem de O guarani.

1988 - Giz

1990 - Montagem do espetáculo Diário de um tímido forasteiro, no 17° Festival de Inverno da UFMG, em Ouro Preto, Minas Gerais

1990 - Atua como professor no Ateliê de Tecnologia do Instituto Internacional de Marionetes de Charville-Mèziéres, na França.

1991 - Montagem da ópera A flauta mágica, de Mozart, com marionetes com até dois metros de altura

1992 - Le Journal

1993 - Adaptação de Pedro e o lobo, conto sinfônico de Prokofiev

1994 - Montagem do espetáculo adulto Antologia Mamaluca

1995 - Ubu Rei

1996 - Carnaval dos Animais

1997 - Diário de um Louco

1998 - Montagem do espetáculo O gato Malhado e a andorinha Sinhá, basedo na fábula de Jorge Amado

1998 - Exposição Desenhos para teatro de Álvaro Apocalypse

2000 - Gira Gerais

2000 - Inauguração o teatro Giramundo

2001 - Os Orixás

2001 - Inauguração do Museu Giramundo para abrigar e expor ao público seu acervo de mais de 850 bonecos

2002 - Mini Teatro Ecológico - O Aprendiz Natural e Mata Atlântica

2003 - Exposição e retrospectiva de trabalhos em "Mundo Giramundo", no Sesc Santo André (SP), em São Paulo. Morre, aos 66 anos, em Belo Horizonte.

2006 - Criação da instituição "Arquivo Apocalypse", dirigida por suas herdeiras, que irá catalogar e restaurar o acervo com suas obras, para poder ser expostas ao público em um futuro museu

2006 - Tem publicado, no jornal O Tempo, trechos de suas agendas, durante oito domingos consecutivos

2006 - Publicação do site Arquivo Apocalypse

2011 - Publicação do livro Álvaro Apocalypse

Receptividade crítica

De acordo com o jornal Estado de Minas ao mencionar o legado criativo de bonecos, pinturas e desenhos, "não há nenhum outro em Minas que desempenhe hoje esta vertente da criação com tanta competência, sutileza e nobreza" como Álvaro Apocalipse.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.


Grupo Giramundo | Site Oficial

O Giramundo foi criado em 1970, pelos artistas plásticos Álvaro Apocalypse, Tereza Veloso e Madu. Hoje é dirigido por Bia Apocalypse, Marcos Malafaia e Ulisses Tavares. O grupo montou mais de 40 espetáculos teatrais, entre produções próprias e co-produções, construindo um dos maiores acervos de bonecos das Américas.

Suas montagens experimentam o boneco de modo amplo, criando um variado panorama técnico e expressivo sobre o teatro de bonecos. A atenção plástica e a expertise na construção de bonecos e espetáculos, aliados ao interesse pela cultura brasileira e pela literatura clássica, trouxeram reconhecimento nacional ao Giramundo, inserindo-o na história do Teatro Brasileiro.

A trajetória de trabalho do grupo demonstra dois caminhos que desembocam no futuro: a ampliação das abordagens do boneco, por um lado, e a pesquisa sobre movimento, de outro. Tudo o que se move passou a interessar ao Giramundo e esse interesse provocou contatos e interseções com novos campos. O Giramundo é a resultante dinâmica dessas forças: uma ideia em movimento.

Hoje, o Giramundo se desgarra da ideia de grupo de teatro, que guiou suas atividades nas três décadas dirigidas por Álvaro Apocalypse, para assumir a forma de um núcleo multimídia, onde o teatro de bonecos e o cinema de animação convergem. Essa mistura de teatro e vídeo e a atuação como “museu-teatro-escola” modelam o Giramundo do século  XXI.

Fonte: Grupo Giramundo, “O Grupo”. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.


Sonho e realidade em Apocalypse | UFMG

Nesta segunda-feira, 14, às 18h, a Diretoria de Ação Cultural da UFMG inaugura, no saguão do prédio da Reitoria, a exposição Sonho e realidade: homenagem a Álvaro Apocalypse. Uma sala especial vai abrigar desenhos e pinturas do artista plástico e professor da Escola de Belas Artes, falecido em 2003, e de 16 de seus ex-alunos da década de 1970. A exposição tem entrada franca e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, até o dia 30 de março de 2020.

Fundador, em 1970, do Giramundo, grupo de teatro de bonecos, Álvaro Apocalypse também foi pintor, ilustrador, gravador, desenhista, diretor de teatro, cenógrafo, museólogo e publicitário. Sua carreira como docente foi iniciada em 1959 na Escola de Belas Artes, onde se tornou professor titular em 1981. Um de seus alunos, Geraldo Roberto da Silva, teve a ideia de montar a exposição em sua homenagem depois de ter sonhado com o antigo mestre.  “Sonhei com Álvaro e senti que ele me passou uma incumbência, não obrigatória, mas uma sugestão agradável. Acordei com a ideia batucando na minha cabeça. E hoje estamos aqui, cumprindo a boa sugestão que recebi”, conta.

A exposição, que tem curadoria dos professores da Escola de Belas Artes Beatriz Coelho e Fabricio Fernandino, também tem obras de ex-alunos de Apocalypse: Canuta Duque, Claudia Marinuzzi,  Elizabeth Calil, Erli Fantini, Geraldo Roberto da Silva, José Alberto Nemer, Joyce Brandão, Liliane Romanelli,  Lúcia Marques (in memoriam), Márcia Meyer Guimarães, Maria José Vargas Boaventura, Olímpia Couto, Rosângela Ferreira, Rosana Mendes Campos, Sandra Bianchi e Thalma de Oliveira.

De acordo com os curadores, a homenagem se pauta em um corte histórico, pontuando, por meio de uma linha do tempo, a evolução da obra desse mestre do desenho. As obras foram cedidas pelo Acervo Artístico da UFMG, pelo Acervo Apocalypse e pelo Grupo Giramundo, além de coleções particulares e de familiares do artista plástico.

A data de abertura da exposição, às vésperas do Dia do Professor, também foi intencional, segundo os curadores. “Trata-se de uma ação simbólica, por meio da qual a UFMG estende a todos os professores o reconhecimento do papel fundamental de cada um para a formação de pessoas preparadas para a vida e construtores de uma nação mais justa e democrática.”

Trajetória

Álvaro Brandão Apocalypse (1937-2003) estudou litografia e gravura em metal na Escola Guignard e iniciou o curso de Direito na UFMG, em 1956. Três anos depois, passou a integrar o corpo docente da recém-criada Escola de Belas Artes da UFMG, lecionando disciplinas de Desenho e Pintura. Tornou-se professor titular em 1981, participando efetivamente da vida artística dentro e fora da universidade, até a sua aposentadoria. 

Em 1970, Apocalypse fundou o Grupo Giramundo, de teatro de bonecos, instalado por um longo período nas dependências da UFMG. O grupo tem, até hoje, presença marcante em edições do Festival de Inverno da Universidade, com produções de peças de sucesso e reconhecidas internacionalmente.

Fonte: UFMG, "Sonho e realidade em Apocalypse”. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.

Crédito fotográfico: Ocupação Itaú Cultural. Consultado pela última vez em 19 de agosto de 2025.

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