Cicero dos Santos Dias (Escada, PE, 05 de março de 1907 - Ille de France, Paris, França, 28 de janeiro de 2003), conhecido como Cícero Dias, foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor de artes plásticas, sendo um dos principais nomes do movimento modernista brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia.
Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti (1897-1976), viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.
Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.
Análise
Cicero Dias inicia a carreira artistica na década de 1920, quando estão sendo introduzidas as tendências de vanguarda no Brasil. Liga-se aos intelectuais do movimento regionalista de 1926, que ocorre no Recife, em resposta à Semana de Arte Moderna de 22. No começo, ele produz principalmente aquarelas, nas quais representa um universo de sonhos, inquietante. Os personagens, em escala diferente das paisagens, e também os objetos apresentam muita leveza, freqüentemente flutuam, como, por exemplo, em O Sono (1928), O Sonho da Prostituta e Mulher Nadando, de 1930. São imagens que evocam o mundo do inconsciente, nas quais o erotismo é freqüente. Estas são representadas com grande delicadeza no desenho e em uma gama cromática muito rica. Na opinião do crítico Antonio Bento, sua obra relaciona-se ao surrealismo e também a um imaginário fantástico nordestino, em que mitos e fábulas estão presentes nas manifestações artísticas e na literatura de cordel.
O grande painel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife é exposto em 1931, no Salão Revolucionário, do qual participam artistas de vanguarda. A obra apresenta uma série de pequenas cenas, nas quais retoma o universo presente nas aquarelas. O painel causa impacto pelo porte e pela concepção, impregnada de forças misteriosas do inconsciente e é a obra mais destacada do artista, antes de sua viagem para a França. Cicero Dias viaja para Paris em 1937, obtendo um cargo no Escritório Comercial, junto a Embaixada do Brasil. Na cidade, aproxima-se de Di Cavalcanti, trava contato com o pintores franceses Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, e torna-se amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. O tema e a técnica de seus quadros continuam ligados a Pernambuco, o artista mantém a luz e a cor de suas paisagens, como em Mulher na Janela (1939).
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), embora não estivesse mais trabalhando na Embaixada do Brasil, Cicero Dias integra o grupo de brasileiros que são presos e confinados na cidade de Baden-Baden, na Alemanha e seriam trocados por prisioneiros alemães. Entre os companheiros do pintor está o escritor Guimarães Rosa. Após negociações entre os dois países, o grupo de diplomatas e funcionários do governo brasileiro é libertado, seis meses depois, em Portugal, em 1942. Dias volta para a França, clandestinamente, vivendo por algum tempo num pequeno quarto de hotel, na cidade de Vichy. Mantém correspondência com amigos, entre eles Picasso e o poeta surrealista Paul Éluard. Com Éluard, vive um dos episódios mais comentados de sua biografia: quando retorna da França para Portugal, acompanhado de sua noiva, traz consigo o poema Liberté, de Paul Éluard. O poema, exaltando a liberdade, é enviado por Cicero para Londres, onde é impresso e espalhado por toda a França ocupada, em vôos da Força Aérea Inglesa.
Em Portugal, a partir de 1943, inicia uma pesquisa comparativa entre a cultura portuguesa e a brasileira, estuda arte popular, arquitetura, escultura e pintura. Nessa época pinta quadros que têm por motivos elementos vegetais, como Galo ou Abacaxi (1940) ou Mamoeiro Dançarino (déc.1940) em que parte do gênero da natureza-morta, trabalhando com o ilusionismo, de forma irônica. Outras obras revelam o impacto causado pelo quadro Guernica, de Picasso: Mulher Sentada com Espelho (1940) ou Duas Figuras (1944).
Na década de 1940, produz obras que apresentam um diálogo entre o figurativo e a abstração. Apesar do geometrismo, aparecem a vegetação, o canavial e o mar, como em Mormaço (1941) ou Praia, (1944). Retorna à França em 1945 e integra o grupo abstrato Espace, da Escola de Paris, até 1950. Pinta, em 1948, os primeiros murais abstratos da América Latina, para o Conselho Econômico do Estado de Pernambuco, atual Secretaria da Fazenda, no Recife. Neles, aproveita, como sempre, elementos da paisagem do Nordeste: canavial, jangadas, o vermelho dos telhados, mas submetendo-os a um processo do qual resultam formas simples e ricas de sugestões poéticas.
Após 1950, predominam os quadros abstratos, em que se destacam as formas fechadas, retangulares ou tendendo à circularidade, e a preocupação com a luz e as cores claras, em uma gama cromática evocativa da natureza nordestina, como em Composição II (1951). Para o crítico Mário Carelli, o artista, na abstração, parte de um "caminho vegetal", em que as formas geométricas refletem uma cristalização perfeita, baseada em estruturas vegetais, como em Meridianos, 1953 ou Relações Incertas (1953). Paralelamente aos quadros abstratos, realiza outros, de caráter lírico. Estes apresentam, em sua maioria, figuras na paisagem, com rostos sutilmente iluminados, realizados com cores suaves e uso especial do branco, de que são exemplos Casal e Cena de Olinda, ambos de 1950.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar. Usa freqüentemente os rosas e azuis. Em relação à fase figurativa do início da carreira, podemos dizer que a gestualidade dos personagens é contida e há mais sensualidade que erotismo, como ocorre em Barqueiro (1980), Olinda e Recife ou Moça no Barco, ambos da década de 1980.
Críticas
"A cor violenta e explosiva das telas de Cícero Dias não resulta apenas do desejo de reproduzir as manifestações decorativas da natureza; são mais do que isso, são elementos primordiais da nossa terra, da nossa vida, da nossa maneira de ser e de reagir ante o ambiente que nos cerca. Vem daí que Cícero Dias, antes de pertencer à Escola de Paris e, apesar do aspecto 'não figurativo' da sua arte, é um pintor estritamente brasileiro. Não necessitou ele do 'assunto', do pitoresco anedótico, para criar uma arte autóctone; bastou-lhe a emoção pura que transcende das nossas qualidades brasileiras e o emprego sistemático de certos ritmos formais e a escolha de determinadas relações cromáticas. Prova, desta maneira, que, assim como o estilo, o caráter autóctone de uma obra de arte independente do 'motivo'.
A pintura de Cícero Dias se acha em íntima relação com a nossa natureza interior, enquanto que a natureza exterior é vista pelo artista com os olhos do espírito. Esta arte se conserva ligada à terra, ao mundo das aparências, pela sua vitalidade gerada pelo dinamismo das cores e das formas. Ora são os verdes - evocação do reino vegetal - que se destacam da harmonia e vivificam toda a tela, são verdes diferentes, tropicais, que muito tem a ver com a cor das palmeiras e dos canaviais; ora dominam os azuis puros que se acham em concordância com o azul do céu; ora os vermelhos explosivos e quentes evocam a exuberância colorida das cores tropicais, a violência dos nossos sentimentos e o calor de nossa atmosfera. Por vezes distinguimos, entre o emaranhado das formas abstratas, a massa de uma floresta tropical ou, numa visão aérea, os contornos de uma paisagem brasileira (veja-se, por exemplo, a tela Les Villes Jumelles'). Aliás, quase todas as telas de Cícero Dias sugerem a paisagem, são, poderíamos assim dizer, 'paisagens abstratas' ".
Flávio de Aquino (DIAS, Cícero. Exposição Cícero Dias. Rio de Janeiro: MAM, 1952.)
"A abstração lírica teve em Cícero Dias um representante pioneiro entre os pintores brasileiros. Residente na França desde 1937, mas com um período vivido em Lisboa durante a guerra, sua atividade distribuiu-se entre as tarefas de um diplomata informal e a disciplina da pintura, esta conduzida para um abstracionismo espontâneo e sensual que o tornou presença bastante conhecida no geometrismo parisiense. Naquele tempo, as formas de contornos divagantes tendendo à circularidade que preenchem seu espaço não excluem o rigor da ordenação. Eram conduzidas pela sensibilidade diante de uma razão obediente. Amalgamava-se à expressão um código cromático evocativo da natureza nordestina. Esta fase, significativa na obra do artista parisiense-pernambucano que perdurou por aproximadamente dez anos, cedeu lugar na segunda metade dos anos 50 a uma dualidade (certamente menos acordada às suas próprias características) que procurava aproximar as inquietudes do expressionismo abstrato - então fluindo copiosamente - à forma geométrica fechada do momento anterior, refeitas ainda as cores. Mais tarde, noutra reviravolta, ele retomaria o caminho da figura, por onde, aliás, começara, mas sem a mesma convicção".
Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. )
"Pode-se afirmar sem vacilação que aos 20 anos, Cícero Dias já dominava inteiramente o seu ofício de pintor, no sentido acadêmico da palavra. A partir de então, o artista, levado por um espírito de inovação, busca seu próprio caminho, através do emaranhado de correntes e tendências da arte européia do século XX. Nessa procura se manifesta um dos traços marcantes de Cícero: sua especialidade de assimilação e de apropriação das mais variadas correntes artísticas. Numa posição avançada, sua obra se equipara com a de seus contemporâneos europeus. Exercita a arte fantástica. Preocupa-se em conseguir uma semelhança com a realidade e para isso recorre a uma infinidade de saídas. Às vezes ele trata seus assuntos com tal precisão de detalhes, que uma fotografia ficaria parecendo aproximativa. Em outro momento exagera os contrastes de luz e sombras para conseguir efeitos dramáticos e impressionantes. Freqüentemente altera a aparência real do objeto, principalmente do corpo humano, tentando arrancar o espectador de seus hábitos convencionais de percepção, induzindo-o para uma consciência mais intensiva do mundo visual. Isso se nota sobretudo no tratamento dado ao tema tradicional que é o nu feminino. (...) A partir de 1934 ele volta à Recife. Seus trabalhos mostram que a excessiva excitabilidade dos primeiros tempos está disciplinada e controlada. Nessa época, os temas de paisagem rural se alternam à paisagem urbana de Recife e Olinda, numa produção torrencial e variada. O que impressiona Cícero Dias não é a paisagem mas os elementos humanos. Em sua aparente ingenuidade, apresenta uma aguda observação da realidade rural nordestina, bem como a fidelidade de memória própria dos primitivos".
Janira Fainer Bastos (BASTOS, Janira Fainer. Cícero Dias: eu vi o mundo... ele começava no Recife. São Paulo, ECA/USP, [1985]. Dissertação (mestrado)).
"Diversamente de Ismael Nery, cuja absorção do surrealismo, no mesmo final da década de 20, se processou por encontro europeu direto, a presença de elementos surreais na primeira fase da obra do pernambucano Cícero Dias obedece a motivação distinta, embora não desligada daquela fonte internacional então em plena emergência e desdobramento. O fato é que, impelida pelo regionalismo nordestino do movimento que Gilberto Freyre estivera capitaneando em 1926, ela correspondia tanto à vontade de integrar-se às fileiras atualizadoras do modernismo brasileiro quanto à necessidade de fazê-lo pelo exemplo de um elo inextricável com a região de origem do artista. O liame com o Nordeste de nascença lhe foi, portanto, fundamental na hora de fazer decolar a sua obra. Armado do adulto lirismo de retorno à infância, dessa nostalgia que dali brota vivaz, pois o tempo na província avança mais lento do que na metrópole, é Recife que sobe à superfície de suas aquarelas da passagem dos anos 20 para a década seguinte. Quando volta a Paris, depois dos anos de guerra passados em Lisboa, é ao abstracionismo que ele se liga. (...) A tropicalidade, de toda maneira, voltou a colocar a pintura de Cícero Dias, a partir dos anos 60, nos primeiros limites figurativos, agora marcados por um esquema de cores mais denso (...)".
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987. )
"Os elementos pictoriais exigiriam de Cícero atenção exclusiva. Desconfia do primado da regionalidade, ou melhor compreende sua plenitude mas a partir de meios puramente plásticos. (...) Cícero se aproxima da abstração de modo etimológico, como extração do mundo. Vê as coisas tentando depurá-las, estabelecer a ordem na contingência, no ocaso. Opõe estruturas necessárias à gratuidade anterior. O encontro com Picasso o remete à disciplina cubista da Escola de Paris. As linhas sinuosas passeiam num fundo quase egípcio, quase encostadas na planeidade impiedosa da tela".
Nelson Aguilar (AGUILAR, Nelson. Cícero Dias: poeta em Paris. Galeria Revista de Arte, São Paulo, 1988. nº 9.)
Exposições Individuais
1928 - Escada PE - Individual
1928 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Salão da Politécnica
1928 - São Paulo SP - Cícero Dias: aquarelas, na casa de Dona Olívia Guedes Penteado
1929 - Escada PE - Individual
1938 - Paris (França) - Peintures de Cícero Dias, na Galerie Jeanne Castel
1943 - Lisboa (Portugal) - Individual, no Salão Silva Porto
1943 - Porto (Portugal) - Individual, no Teatro Coliseu
1948 - Recife PE - Individual, na Faculdade de Direito do Recife
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Enba
1949 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas abstratas, no MAM/SP
1951 - Paris (França) - Individual, no Cahiers d'Art
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas, desenhos e cerâmicas, no MAM/SP
1959 - Recife PE - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1959 - Salvador BA - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1966 - Ixelles (Bélgica) - Cícero Dias, no Musée d'Ixelles
1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na sede da revista Manchete
1967 - São Paulo SP - Individual, no São Paulo Club
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1972 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria S. Mamede
1974 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Individual, no Museu Lasar Segall
1976 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1978 - Le Havre (França) - Individual, no Musée de Beaux-Arts André Malraux
1982 - São Paulo SP - O Sol e o Sonho, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Retrospectiva, na Galerie Denise Renée
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Gesto Gráfico Galeria
1988 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria
1988 - Paris (França) - Cícero Dias: pinturas geométricas, na Galerie Denise Renée
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Bolsa de Arte
1988 - Recife PE - Individual, no Artespaço Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: síntese da obra - 60 anos de pintura, no Rio Design Center
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galeria
1988 - Salvador BA - Individual, no Prova do Artista Escritório de Arte
1988 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria
1988 - São Paulo SP - Individual, na Montesanti Geleria
1991 - Curitiba PR - Individual, na Simões de Assis Galeria de Arte
1993 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: os anos 20, no Copacabana Palace Hotel
1994 - Paris (França) - Imagens au Centre du Songe: aquarelas e desenhos dos anos 20, na Galeria Marwan Hoss
1995 - Fortaleza CE - Cícero Dias: pinturas e desenhos, na Multiarte
1996 - Paris (França) - Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, na Unesco
1999 - São Paulo SP - Cícero Dias: gravuras, na Casa da Fazenda
2002 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - Homenagem a Cícero Dias, no MuBE
Exposições Coletivas
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna
1937 - Nova York (Estados Unidos) - 1ª Exposição de Arte Moderna Brasileira, no Nicholas Roerich Museum
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1944 - Lisboa (Portugal) - 8ª Exposição de Arte Moderna
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - Lisboa (Portugal) - 9ª Exposição de Arte Moderna
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery
1945 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Denise Renée
1946 - Paris (França) - Unesco: Exposition Internationale d'Art Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1947 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria René Drouin
1947 - Paris (França) - Peintures Abstraites, na Galerie Denise Renée
1948 - Avignon (França) - Arte Mural, no Palácio dos Papas
1948 - Recife PE - 4º Salão de Arte Moderna
1949 - Buenos Aires (Argentina) - Del Arte Figurativo al Arte Abstrato, no Instituto de Arte Moderno
1949 - Lion (França) - As Grandes Correntes da Pintura Contemporânea, no Museu de Lion
1949 - São Paulo SP - Do Figurativismo ao Abstracionismo, no MAM/SP
1950 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza
1951 - Europa - 20 Artistes de l'École de Paris com o Grupo Klar Form
1951 - Paris (França) - O Prato Pintado, na Galerie Christofle
1951 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1953 - Roma (Itália) - Arte Astratta Italiana e Francesa, na Galleria Nazionale d'Arte Moderna
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Artistas de Vanguarda da Escola de Paris, no MAM/SP
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1958 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Paris (França) - 15º Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Washington (Estados Unidos) - Art in Latin America Today: Brasil
1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Debret
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1978 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Décadas da Pintura Brasileira, no Jockey Club
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mario Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Paris (França) - Paul Eluard e seus Amigos Pintores, no Centro Georges Pompidou
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa - Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André (SP)
1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian
1984 - Paris (França) - Electra: a eletricidade e a eletrônica na arte do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1985 - Paris (França) - Uma Arte Outra, Uma Outra Arte: os anos 50, na Galeria Artcurial
1985 - Rio de Janeiro RJ - Rio: vertente surrealista, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1986 - Paris (França) - Los Americanos: peitres et sculpteurs d'Amerique Latine, na Galerie Centre d'Art Plastique Contemporaine
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do secúlo XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro, Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Abstração Geométrica, na Funarte. Centro de Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - Londres (Inglaterra) - Coletiva, na Redferm Gallery
1989 - Milão (Itália) - Denise Renée Presente, na Galeria del Naviglio
1989 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Compiegne (França) - Abstração Geométrica, no Centro Cultural de Compiegne
1990 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1990 - Paris (França) - Pequenos Tamanhos, na Galeria Denise Renée
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - Madri (Espanha) - Arco/91
1991 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranhulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Maubeuge (França) - 1ª Triennale des Amériques
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Poços de Caldas SP - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Memória da Liberdade, na Pinacoteca do Estado
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Belém PA - Arte Pará: fronteiras, no Museu do Estado do Pará
1997 - Curitiba PR - Casa Cor Sul, na Simões de Assis Galeria de Arte
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - São Paulo SP - 5º Salão de Arte e Antiguidades, no Clube Paineiras do Morumbi
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Curitiba PR - Destaques da Pintura Brasileira, na Simões de Assis Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap. Salão Cultural
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Anos Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles (Valência, Espanha)
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Acervo da Arte Carioca, na Galeria de Arte Ipanema
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 8º Salão de Arte e Antiguidades, na A Hebraica
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos: prêmio ABCA 2000/2001, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
Exposições Póstumas
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - São Paulo SP - Memória Viva: a gravura de Cícero Dias, na Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - São Paulo SP - Cícero Dias: décadas de 20 e 30, no MAB/Faap
Fonte: CICERO Dias. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 28 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Nascido em Escada, Pernambuco, foi o sétimo dos onze filhos do casal Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias, e passou a infância num engenho de sua cidade de origem, na Zona da Mata pernambucana. Em 1920, com treze anos, foi para o Rio de Janeiro. Entre os anos de 1925 e 1927, Cícero conheceu os modernistas e estudou pintura.
Em 1927, realizou sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro e, em 1928, abandonou a Escola de Belas Artes, passando a dedicar-se exclusivamente à pintura.
Em 1937, executou o cenário do balé de Serge Lifar e Villa Lobos, expôs em coletiva de modernos em Nova Iorque e viajou a Paris, onde se fixou definitivamente. Em Paris, tornou-se amigo de Picasso, do poeta Paul Éluard, e entrou em contato com o surrealismo. Durante a ocupação da França foi feito prisioneiro dos alemães.
Em 1943, participou do Salão de Arte Moderna de Lisboa, onde obteve premiação e, em 1945, voltou a Paris e ligou-se ao grupo dos abstratos. Nesse mesmo ano, expõe em Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam.
O ano de 1948 marcou uma atividade mais intensa no Brasil, com Cícero interessando-se sobretudo por murais. Em 1949, compareceu à Exposição de Arte Mural, em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal de Veneza. Em 1965, a Bienal de Veneza realizou uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura de Cícero Dias. Em 1970, realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960, como ocorre em O Noivo. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar como ocorre no quadro A Noiva. Em 2000, inaugurou uma praça projetada por ele mesmo, em Recife. Em fevereiro de 2002, Cícero Dias esteve novamente na capital pernambucana para o lançamento de um livro sobre sua trajetória artística e fez uma exposição na galeria Portal, em São Paulo.
Morreu em 28 de janeiro de 2003, em sua residência na Rue Long Champ, Paris. O Pintor morreu rodeado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Encontra-se sepultado no cemitério Montparnasse, centro de Paris.
O Comitê Cícero Dias está preparando o Catalogue Raisonné da obra de Cícero Dias, desenho e pintura.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
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O problema
Estamos em fins de 1928. Um jovem aparentando vinte anos entra timidamente no gabinete de Graça Aranha, 60 anos, escritor já consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras.
É o encontro de dois extremos. Um, já conseguira da vida tudo o que ambicionava. O outro, mal começando sua carreira, encontrava pelo caminho todos os embaraços e dificuldades.
O jovem explica a Graça Aranha seu problema. Revoltara-se com o reacionarismo da Escola Nacional de Belas Artes, que mantinha seus alunos presos em uma camisa de força, impedindo-os de experimentar outros caminhos que não os da arte tradicional.
Rompera, pois, com a escola, da qual demitiu-se. De temperamento agitado e com um mundo de idéias girando sobre sua cabeça, tinha reunido uma série de trabalhos em aquarela e óleo, os quais pretendia expor, mas encontrava todas as portas fechadas, num país ainda refratário à arte moderna.
O amigo certo
O jovem a que nos referimos era Cícero Dias, e não foi por acaso que, entre tantas outras pessoas de prestígio no Rio de Janeiro, ele escolhera justamente Graça Aranha (1868-1931) como seu patrocinador.
Em 1922, o escritor aderiu abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via.
Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas posições até as últimas consequências.
Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha.
A primeira vez, foi num hospício
E eis como as coisas se passaram. Graça Aranha deu ao jovem uma carta de apresentação ao oftalmologista dr. Moura Brasil (1846-1928), que tinha um espaço livre, pertencente à Policlínica, bem em frente à Galeria Cruzeiro.
Mas Moura Brasil não foi encontrado e uma nova carta foi feita, desta vez endereçada ao Dr. Juliano Moreira, que ficou encantado com o desenho que lhe foi mostrado e, então, ofereceu uma solução um pouco fora dos padrões convencionais.
Explicou que, estava sendo realizado um congresso internacional nas dependências do hospício e, se o jovem estivesse com todo material pronto, ele daria autorização para expor naquele local.
Foi assim que, de maneira inesperada, a primeira individual modernista de Cícero Dias deu-se dentro de um hospício, e as reações que se seguiram foram o que se pode chamar de «coisa de louco».
Como acontecera com Graça na Academia, assim estava ocorrendo com Cícero, no hospital. Tradicionalistas revoltados protestavam contra a exposição, enquanto médicos europeus que participavam do Congresso o elogiavam e estimulavam a prosseguir.
De tudo, foi possível apurar um saldo positivo. Primeiro, o escândalo trouxe divulgação e chamou atenção para a obra de Cícero Dias, ainda incipiente. Segundo, como nem todo mundo era contra, até que ele conseguiu vender alguns quadros.
O povo não estranha
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes, apresentou-se desde o início com um temperamento irrequieto e inconstante. Começou estudando escultura e, em pouco tempo, desistia dessa opção, trocando-a pela pintura, em cujo estudo também não permaneceu por muito tempo.
Seu grande interesse era experimentar novas tendências, ideia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia. Pedindo, pois, seu desligamento, a partir de 1928 passou a estudar por conta própria e, nesse mesmo ano, realizou sua primeira individual, nas circunstâncias que já apontamos acima.
Em 1929, voltou à sua terra, fazendo uma exposição em Recife, onde causou o mesmo escândalo registrado no Rio de Janeiro. Formou, então, o conceito de que o problema estava nos grandes centros, que cultivavam preconceitos e, assim, tinham dificuldade em aceitar ou, pelo menos, testar novas propostas.
Para comprovar essa sua tese, realizou mais três exposições, desta vez no interior de Pernambuco, onde sua pintura foi aceita com mais facilidade.
O povo não estranha, concluiu ele, quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não.
Livre como um grafiteiro
Desvinculado do ensino acadêmico, sua arte ganhou maior liberdade de expressão, aparentemente sem o fino trato que os pintores ortodoxos, em geral, dispensam aos seus quadros.
As pinturas de Cícero, no dizer de um crítico, eram formadas por «imagens soltas e mal construídas (...) através de uma linguagem como a dos primitivos, ou a das crianças».
Com o início da 2ª República (1930-1945), o arquiteto Lúcio Costa (1902-1999) assume a direção da Escola Nacional de Belas Artes e inicia um processo de renovação, não aceito por outros professores, que lhe criaram uma série de embaraços, resultando em sua demissão pouco tempo depois.
Mas, ao menos naquele ano de 1931, Lúcio Costa era diretor e abriu as inscrições para o Salão anual, liberando-o a todas as tendências de arte, e não apenas a acadêmica.
Cícero Dias aproveitou a oportunidade e não deixou por menos. Preparou uma tela com mais de vinte metros de comprimento e, tal como fazem os grafiteiros de hoje, pintou nela tudo que lhe ia pela imaginação, de cenas comuns, infantis, até cenas eróticas.
Não é preciso dizer que o escândalo se repetiu, desta vez, com danos materiais, pois o grande painel foi destruído em vários pontos, obrigando-o a fazer o restauro. Expurgadas as cenas mais fortes, o painel ainda ficou com 17 metros de comprimento.
Um cidadão do mundo
Havendo experimentado, em 1930, o «gostinho de Paris», quando lá esteve aproveitando uma bolsa de estudos, seus planos eram de mudar-se definitivamente para a Europa.
Em 1937 essa ideia foi reavivada, quando a situação brasileira se deteriorou com a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. Protestando contra essa violência, viajou a Paris e, pouco depois, conseguiu empregar-se nos escritórios diplomáticos do Itamarati.
Foi uma oportunidade de matar dois coelhos com uma só cajadada. Ao mesmo tempo em que resolvia seus problemas financeiros, encontrava também maior facilidade para estabelecer contato com os modernistas, tomando conhecimento daquilo que melhor se fazia de novo pela Europa, na vanguarda da arte.
Não durou muito. Em 1940, com o agravamento da Segunda Guerra Mundial, tornou-se prisioneiro e, assim que conseguiu sua libertação, tratou de viajar para Portugal, onde ficou até o fim do conflito.
Voltando à França, em 1945, participou do Groupe Espace, que acabava de ser fundado por um grupo de pintores adeptos do abstracionismo, com o apoio da Galeria Denise René.
Desde então, fixou residência na França, com frequentes viagens ao Brasil e a Portugal, sem contar contatos com outros países onde seus quadros eram levados para participar de exposições.
Um artista amadurecido
Se a viagem de 1930 lhe proporcionou um primeiro contato com a arte europeia, sua segunda estada, a partir de 1937, deu-lhe tempo para a consolidação de tendências.
O pintor dos anos 40 ia, aos poucos, se desvinculando da imagem desleixada ou da pintura tida como infantil. Desde então, fixou-se cuidadosamente no apuro dos traços, da cor, deixando de ser o pintor caboclo, voltado para os temas regionais e para a pintura popular.
Surge, então a nova e mais importante de Cícero Dias, que o consagrou internacionalmente. Foi convidado a participar de exposições em centros importantes de arte, como na Itália, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Bélgica e outros.
Não deixou de registrar sua presença, também, em todos eventos importantes na França, em Portugal, e no Brasil, aqui, particularmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.
Os tempos passaram, as ideias foram se amoldando à evolução artística e sua pintura passou a ser recebida com entusiasmo nos mesmos centros que, outrora, o espezinharam.
É o preço a ser pago pelos precursores. Alguns morreram antes de ver a mudança. Outros, como Cícero Dias, tiveram a felicidade de viver por longos anos, o suficiente para colher os frutos de seu trabalho pioneiro.
Texto: Paulo Victorino (Retirado do site InvestArt)
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Biografia E-biografia
Cícero Dias (1907-2003) foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país.
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, na cidade de Escada, Zona da Mata, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias era neto do Barão de Contendas. Passou sua infância no engenho da família.
Com treze anos, Cícero Dias foi levado para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressou nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não os concluiu alegando que a escola o impedia de experimentar novos caminhos que não os da arte tradicional.
Entre 1925 e 1928, Cícero Dias teve contato com os grupos modernistas. Em 1928 realizou sua primeira exposição individual. Em 1929 colaborou com a revista Antropofagia. É dessa primeira fase do artista a obra “Porto” (1930).
Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15,5 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”.
A obra causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. Agressores cortaram a parte chamada “Mulheres Nuas e Ação” e o painel perdeu três metros. A obra marcou seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país.
Em 1932, Cícero Dias retornou para o Recife, onde passou a lecionar desenho em seu ateliê instalado na cidade. No ano seguinte ilustrou a primeira edição da obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala.
Mudança para Paris
Simpatizante do Partido Comunista, o artista foi perseguido pela ditadura do Estado Novo. Nesse mesmo ano, resolveu se mudar para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo.
Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazistas, Cícero Dias foi preso e enviado para a Alemanha.
Assim que conseguiu sua libertação, viajou para Portugal, onde viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participou do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado.
Nessa época, passa por uma fase de transição, conhecida como “fase vegetal”, na qual ele sai da figuração e começa a entrar na abstração, para na fase seguinte chegar a uma abstração plena.
Em 1945, Cícero Dias fixou residência em Paris e integrou-se ao grupo abstrato Espace. Realizou frequentes viagens ao Brasil e aos países onde seus quadros eram expostos.
Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. O edifício da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco foi adornado por três painéis do artista, entre eles o primeiro trabalho abstrato da América Latina.
Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal em Veneza. Em 1953, expôs na II Bienal de São Paulo. Em 1965, realizou na Bienal de Veneza, uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura.
Em 1970, Cícero Dias realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1980 foram instalados dois painéis no hall central da Casa da Cultura, no Recife, que representam fatos históricos de Pernambuco.
Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra. Em 1991 inaugura um painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. Em 1998 recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.
No ano 2000, Cícero Dias inaugura uma “Rosa-dos-Ventos”, estilizada, estampada no chão da Praça do Marco Zero, cartão postal da cidade do Recife.
Em fevereiro de 2002, esteve novamente no Recife para o lançamento do livro sobre sua trajetória artística. Em São Paulo fez uma exposição na Galeria Portal.
Cícero Dias faleceu em sua residência na Rue Long Champ, em Paris, no dia 28 de janeiro de 2003, cercado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Sobre a lápide, encontra-se o epitáfio-manifesto: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”.
Fonte: E-biografia, por Dilva Frazão, última atualização em 24 de março de 2020, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
Cicero dos Santos Dias (Escada, PE, 05 de março de 1907 - Ille de France, Paris, França, 28 de janeiro de 2003), conhecido como Cícero Dias, foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor de artes plásticas, sendo um dos principais nomes do movimento modernista brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia.
Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti (1897-1976), viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.
Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.
Análise
Cicero Dias inicia a carreira artistica na década de 1920, quando estão sendo introduzidas as tendências de vanguarda no Brasil. Liga-se aos intelectuais do movimento regionalista de 1926, que ocorre no Recife, em resposta à Semana de Arte Moderna de 22. No começo, ele produz principalmente aquarelas, nas quais representa um universo de sonhos, inquietante. Os personagens, em escala diferente das paisagens, e também os objetos apresentam muita leveza, freqüentemente flutuam, como, por exemplo, em O Sono (1928), O Sonho da Prostituta e Mulher Nadando, de 1930. São imagens que evocam o mundo do inconsciente, nas quais o erotismo é freqüente. Estas são representadas com grande delicadeza no desenho e em uma gama cromática muito rica. Na opinião do crítico Antonio Bento, sua obra relaciona-se ao surrealismo e também a um imaginário fantástico nordestino, em que mitos e fábulas estão presentes nas manifestações artísticas e na literatura de cordel.
O grande painel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife é exposto em 1931, no Salão Revolucionário, do qual participam artistas de vanguarda. A obra apresenta uma série de pequenas cenas, nas quais retoma o universo presente nas aquarelas. O painel causa impacto pelo porte e pela concepção, impregnada de forças misteriosas do inconsciente e é a obra mais destacada do artista, antes de sua viagem para a França. Cicero Dias viaja para Paris em 1937, obtendo um cargo no Escritório Comercial, junto a Embaixada do Brasil. Na cidade, aproxima-se de Di Cavalcanti, trava contato com o pintores franceses Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, e torna-se amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. O tema e a técnica de seus quadros continuam ligados a Pernambuco, o artista mantém a luz e a cor de suas paisagens, como em Mulher na Janela (1939).
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), embora não estivesse mais trabalhando na Embaixada do Brasil, Cicero Dias integra o grupo de brasileiros que são presos e confinados na cidade de Baden-Baden, na Alemanha e seriam trocados por prisioneiros alemães. Entre os companheiros do pintor está o escritor Guimarães Rosa. Após negociações entre os dois países, o grupo de diplomatas e funcionários do governo brasileiro é libertado, seis meses depois, em Portugal, em 1942. Dias volta para a França, clandestinamente, vivendo por algum tempo num pequeno quarto de hotel, na cidade de Vichy. Mantém correspondência com amigos, entre eles Picasso e o poeta surrealista Paul Éluard. Com Éluard, vive um dos episódios mais comentados de sua biografia: quando retorna da França para Portugal, acompanhado de sua noiva, traz consigo o poema Liberté, de Paul Éluard. O poema, exaltando a liberdade, é enviado por Cicero para Londres, onde é impresso e espalhado por toda a França ocupada, em vôos da Força Aérea Inglesa.
Em Portugal, a partir de 1943, inicia uma pesquisa comparativa entre a cultura portuguesa e a brasileira, estuda arte popular, arquitetura, escultura e pintura. Nessa época pinta quadros que têm por motivos elementos vegetais, como Galo ou Abacaxi (1940) ou Mamoeiro Dançarino (déc.1940) em que parte do gênero da natureza-morta, trabalhando com o ilusionismo, de forma irônica. Outras obras revelam o impacto causado pelo quadro Guernica, de Picasso: Mulher Sentada com Espelho (1940) ou Duas Figuras (1944).
Na década de 1940, produz obras que apresentam um diálogo entre o figurativo e a abstração. Apesar do geometrismo, aparecem a vegetação, o canavial e o mar, como em Mormaço (1941) ou Praia, (1944). Retorna à França em 1945 e integra o grupo abstrato Espace, da Escola de Paris, até 1950. Pinta, em 1948, os primeiros murais abstratos da América Latina, para o Conselho Econômico do Estado de Pernambuco, atual Secretaria da Fazenda, no Recife. Neles, aproveita, como sempre, elementos da paisagem do Nordeste: canavial, jangadas, o vermelho dos telhados, mas submetendo-os a um processo do qual resultam formas simples e ricas de sugestões poéticas.
Após 1950, predominam os quadros abstratos, em que se destacam as formas fechadas, retangulares ou tendendo à circularidade, e a preocupação com a luz e as cores claras, em uma gama cromática evocativa da natureza nordestina, como em Composição II (1951). Para o crítico Mário Carelli, o artista, na abstração, parte de um "caminho vegetal", em que as formas geométricas refletem uma cristalização perfeita, baseada em estruturas vegetais, como em Meridianos, 1953 ou Relações Incertas (1953). Paralelamente aos quadros abstratos, realiza outros, de caráter lírico. Estes apresentam, em sua maioria, figuras na paisagem, com rostos sutilmente iluminados, realizados com cores suaves e uso especial do branco, de que são exemplos Casal e Cena de Olinda, ambos de 1950.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar. Usa freqüentemente os rosas e azuis. Em relação à fase figurativa do início da carreira, podemos dizer que a gestualidade dos personagens é contida e há mais sensualidade que erotismo, como ocorre em Barqueiro (1980), Olinda e Recife ou Moça no Barco, ambos da década de 1980.
Críticas
"A cor violenta e explosiva das telas de Cícero Dias não resulta apenas do desejo de reproduzir as manifestações decorativas da natureza; são mais do que isso, são elementos primordiais da nossa terra, da nossa vida, da nossa maneira de ser e de reagir ante o ambiente que nos cerca. Vem daí que Cícero Dias, antes de pertencer à Escola de Paris e, apesar do aspecto 'não figurativo' da sua arte, é um pintor estritamente brasileiro. Não necessitou ele do 'assunto', do pitoresco anedótico, para criar uma arte autóctone; bastou-lhe a emoção pura que transcende das nossas qualidades brasileiras e o emprego sistemático de certos ritmos formais e a escolha de determinadas relações cromáticas. Prova, desta maneira, que, assim como o estilo, o caráter autóctone de uma obra de arte independente do 'motivo'.
A pintura de Cícero Dias se acha em íntima relação com a nossa natureza interior, enquanto que a natureza exterior é vista pelo artista com os olhos do espírito. Esta arte se conserva ligada à terra, ao mundo das aparências, pela sua vitalidade gerada pelo dinamismo das cores e das formas. Ora são os verdes - evocação do reino vegetal - que se destacam da harmonia e vivificam toda a tela, são verdes diferentes, tropicais, que muito tem a ver com a cor das palmeiras e dos canaviais; ora dominam os azuis puros que se acham em concordância com o azul do céu; ora os vermelhos explosivos e quentes evocam a exuberância colorida das cores tropicais, a violência dos nossos sentimentos e o calor de nossa atmosfera. Por vezes distinguimos, entre o emaranhado das formas abstratas, a massa de uma floresta tropical ou, numa visão aérea, os contornos de uma paisagem brasileira (veja-se, por exemplo, a tela Les Villes Jumelles'). Aliás, quase todas as telas de Cícero Dias sugerem a paisagem, são, poderíamos assim dizer, 'paisagens abstratas' ".
Flávio de Aquino (DIAS, Cícero. Exposição Cícero Dias. Rio de Janeiro: MAM, 1952.)
"A abstração lírica teve em Cícero Dias um representante pioneiro entre os pintores brasileiros. Residente na França desde 1937, mas com um período vivido em Lisboa durante a guerra, sua atividade distribuiu-se entre as tarefas de um diplomata informal e a disciplina da pintura, esta conduzida para um abstracionismo espontâneo e sensual que o tornou presença bastante conhecida no geometrismo parisiense. Naquele tempo, as formas de contornos divagantes tendendo à circularidade que preenchem seu espaço não excluem o rigor da ordenação. Eram conduzidas pela sensibilidade diante de uma razão obediente. Amalgamava-se à expressão um código cromático evocativo da natureza nordestina. Esta fase, significativa na obra do artista parisiense-pernambucano que perdurou por aproximadamente dez anos, cedeu lugar na segunda metade dos anos 50 a uma dualidade (certamente menos acordada às suas próprias características) que procurava aproximar as inquietudes do expressionismo abstrato - então fluindo copiosamente - à forma geométrica fechada do momento anterior, refeitas ainda as cores. Mais tarde, noutra reviravolta, ele retomaria o caminho da figura, por onde, aliás, começara, mas sem a mesma convicção".
Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. )
"Pode-se afirmar sem vacilação que aos 20 anos, Cícero Dias já dominava inteiramente o seu ofício de pintor, no sentido acadêmico da palavra. A partir de então, o artista, levado por um espírito de inovação, busca seu próprio caminho, através do emaranhado de correntes e tendências da arte européia do século XX. Nessa procura se manifesta um dos traços marcantes de Cícero: sua especialidade de assimilação e de apropriação das mais variadas correntes artísticas. Numa posição avançada, sua obra se equipara com a de seus contemporâneos europeus. Exercita a arte fantástica. Preocupa-se em conseguir uma semelhança com a realidade e para isso recorre a uma infinidade de saídas. Às vezes ele trata seus assuntos com tal precisão de detalhes, que uma fotografia ficaria parecendo aproximativa. Em outro momento exagera os contrastes de luz e sombras para conseguir efeitos dramáticos e impressionantes. Freqüentemente altera a aparência real do objeto, principalmente do corpo humano, tentando arrancar o espectador de seus hábitos convencionais de percepção, induzindo-o para uma consciência mais intensiva do mundo visual. Isso se nota sobretudo no tratamento dado ao tema tradicional que é o nu feminino. (...) A partir de 1934 ele volta à Recife. Seus trabalhos mostram que a excessiva excitabilidade dos primeiros tempos está disciplinada e controlada. Nessa época, os temas de paisagem rural se alternam à paisagem urbana de Recife e Olinda, numa produção torrencial e variada. O que impressiona Cícero Dias não é a paisagem mas os elementos humanos. Em sua aparente ingenuidade, apresenta uma aguda observação da realidade rural nordestina, bem como a fidelidade de memória própria dos primitivos".
Janira Fainer Bastos (BASTOS, Janira Fainer. Cícero Dias: eu vi o mundo... ele começava no Recife. São Paulo, ECA/USP, [1985]. Dissertação (mestrado)).
"Diversamente de Ismael Nery, cuja absorção do surrealismo, no mesmo final da década de 20, se processou por encontro europeu direto, a presença de elementos surreais na primeira fase da obra do pernambucano Cícero Dias obedece a motivação distinta, embora não desligada daquela fonte internacional então em plena emergência e desdobramento. O fato é que, impelida pelo regionalismo nordestino do movimento que Gilberto Freyre estivera capitaneando em 1926, ela correspondia tanto à vontade de integrar-se às fileiras atualizadoras do modernismo brasileiro quanto à necessidade de fazê-lo pelo exemplo de um elo inextricável com a região de origem do artista. O liame com o Nordeste de nascença lhe foi, portanto, fundamental na hora de fazer decolar a sua obra. Armado do adulto lirismo de retorno à infância, dessa nostalgia que dali brota vivaz, pois o tempo na província avança mais lento do que na metrópole, é Recife que sobe à superfície de suas aquarelas da passagem dos anos 20 para a década seguinte. Quando volta a Paris, depois dos anos de guerra passados em Lisboa, é ao abstracionismo que ele se liga. (...) A tropicalidade, de toda maneira, voltou a colocar a pintura de Cícero Dias, a partir dos anos 60, nos primeiros limites figurativos, agora marcados por um esquema de cores mais denso (...)".
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987. )
"Os elementos pictoriais exigiriam de Cícero atenção exclusiva. Desconfia do primado da regionalidade, ou melhor compreende sua plenitude mas a partir de meios puramente plásticos. (...) Cícero se aproxima da abstração de modo etimológico, como extração do mundo. Vê as coisas tentando depurá-las, estabelecer a ordem na contingência, no ocaso. Opõe estruturas necessárias à gratuidade anterior. O encontro com Picasso o remete à disciplina cubista da Escola de Paris. As linhas sinuosas passeiam num fundo quase egípcio, quase encostadas na planeidade impiedosa da tela".
Nelson Aguilar (AGUILAR, Nelson. Cícero Dias: poeta em Paris. Galeria Revista de Arte, São Paulo, 1988. nº 9.)
Exposições Individuais
1928 - Escada PE - Individual
1928 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Salão da Politécnica
1928 - São Paulo SP - Cícero Dias: aquarelas, na casa de Dona Olívia Guedes Penteado
1929 - Escada PE - Individual
1938 - Paris (França) - Peintures de Cícero Dias, na Galerie Jeanne Castel
1943 - Lisboa (Portugal) - Individual, no Salão Silva Porto
1943 - Porto (Portugal) - Individual, no Teatro Coliseu
1948 - Recife PE - Individual, na Faculdade de Direito do Recife
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Enba
1949 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas abstratas, no MAM/SP
1951 - Paris (França) - Individual, no Cahiers d'Art
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas, desenhos e cerâmicas, no MAM/SP
1959 - Recife PE - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1959 - Salvador BA - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1966 - Ixelles (Bélgica) - Cícero Dias, no Musée d'Ixelles
1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na sede da revista Manchete
1967 - São Paulo SP - Individual, no São Paulo Club
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1972 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria S. Mamede
1974 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Individual, no Museu Lasar Segall
1976 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1978 - Le Havre (França) - Individual, no Musée de Beaux-Arts André Malraux
1982 - São Paulo SP - O Sol e o Sonho, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Retrospectiva, na Galerie Denise Renée
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Gesto Gráfico Galeria
1988 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria
1988 - Paris (França) - Cícero Dias: pinturas geométricas, na Galerie Denise Renée
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Bolsa de Arte
1988 - Recife PE - Individual, no Artespaço Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: síntese da obra - 60 anos de pintura, no Rio Design Center
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galeria
1988 - Salvador BA - Individual, no Prova do Artista Escritório de Arte
1988 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria
1988 - São Paulo SP - Individual, na Montesanti Geleria
1991 - Curitiba PR - Individual, na Simões de Assis Galeria de Arte
1993 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: os anos 20, no Copacabana Palace Hotel
1994 - Paris (França) - Imagens au Centre du Songe: aquarelas e desenhos dos anos 20, na Galeria Marwan Hoss
1995 - Fortaleza CE - Cícero Dias: pinturas e desenhos, na Multiarte
1996 - Paris (França) - Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, na Unesco
1999 - São Paulo SP - Cícero Dias: gravuras, na Casa da Fazenda
2002 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - Homenagem a Cícero Dias, no MuBE
Exposições Coletivas
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna
1937 - Nova York (Estados Unidos) - 1ª Exposição de Arte Moderna Brasileira, no Nicholas Roerich Museum
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1944 - Lisboa (Portugal) - 8ª Exposição de Arte Moderna
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - Lisboa (Portugal) - 9ª Exposição de Arte Moderna
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery
1945 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Denise Renée
1946 - Paris (França) - Unesco: Exposition Internationale d'Art Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1947 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria René Drouin
1947 - Paris (França) - Peintures Abstraites, na Galerie Denise Renée
1948 - Avignon (França) - Arte Mural, no Palácio dos Papas
1948 - Recife PE - 4º Salão de Arte Moderna
1949 - Buenos Aires (Argentina) - Del Arte Figurativo al Arte Abstrato, no Instituto de Arte Moderno
1949 - Lion (França) - As Grandes Correntes da Pintura Contemporânea, no Museu de Lion
1949 - São Paulo SP - Do Figurativismo ao Abstracionismo, no MAM/SP
1950 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza
1951 - Europa - 20 Artistes de l'École de Paris com o Grupo Klar Form
1951 - Paris (França) - O Prato Pintado, na Galerie Christofle
1951 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1953 - Roma (Itália) - Arte Astratta Italiana e Francesa, na Galleria Nazionale d'Arte Moderna
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Artistas de Vanguarda da Escola de Paris, no MAM/SP
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1958 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Paris (França) - 15º Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Washington (Estados Unidos) - Art in Latin America Today: Brasil
1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Debret
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1978 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Décadas da Pintura Brasileira, no Jockey Club
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mario Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Paris (França) - Paul Eluard e seus Amigos Pintores, no Centro Georges Pompidou
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa - Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André (SP)
1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian
1984 - Paris (França) - Electra: a eletricidade e a eletrônica na arte do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1985 - Paris (França) - Uma Arte Outra, Uma Outra Arte: os anos 50, na Galeria Artcurial
1985 - Rio de Janeiro RJ - Rio: vertente surrealista, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1986 - Paris (França) - Los Americanos: peitres et sculpteurs d'Amerique Latine, na Galerie Centre d'Art Plastique Contemporaine
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do secúlo XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro, Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Abstração Geométrica, na Funarte. Centro de Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - Londres (Inglaterra) - Coletiva, na Redferm Gallery
1989 - Milão (Itália) - Denise Renée Presente, na Galeria del Naviglio
1989 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Compiegne (França) - Abstração Geométrica, no Centro Cultural de Compiegne
1990 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1990 - Paris (França) - Pequenos Tamanhos, na Galeria Denise Renée
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - Madri (Espanha) - Arco/91
1991 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranhulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Maubeuge (França) - 1ª Triennale des Amériques
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Poços de Caldas SP - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Memória da Liberdade, na Pinacoteca do Estado
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Belém PA - Arte Pará: fronteiras, no Museu do Estado do Pará
1997 - Curitiba PR - Casa Cor Sul, na Simões de Assis Galeria de Arte
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - São Paulo SP - 5º Salão de Arte e Antiguidades, no Clube Paineiras do Morumbi
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Curitiba PR - Destaques da Pintura Brasileira, na Simões de Assis Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap. Salão Cultural
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Anos Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles (Valência, Espanha)
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Acervo da Arte Carioca, na Galeria de Arte Ipanema
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 8º Salão de Arte e Antiguidades, na A Hebraica
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos: prêmio ABCA 2000/2001, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
Exposições Póstumas
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - São Paulo SP - Memória Viva: a gravura de Cícero Dias, na Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - São Paulo SP - Cícero Dias: décadas de 20 e 30, no MAB/Faap
Fonte: CICERO Dias. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 28 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Nascido em Escada, Pernambuco, foi o sétimo dos onze filhos do casal Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias, e passou a infância num engenho de sua cidade de origem, na Zona da Mata pernambucana. Em 1920, com treze anos, foi para o Rio de Janeiro. Entre os anos de 1925 e 1927, Cícero conheceu os modernistas e estudou pintura.
Em 1927, realizou sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro e, em 1928, abandonou a Escola de Belas Artes, passando a dedicar-se exclusivamente à pintura.
Em 1937, executou o cenário do balé de Serge Lifar e Villa Lobos, expôs em coletiva de modernos em Nova Iorque e viajou a Paris, onde se fixou definitivamente. Em Paris, tornou-se amigo de Picasso, do poeta Paul Éluard, e entrou em contato com o surrealismo. Durante a ocupação da França foi feito prisioneiro dos alemães.
Em 1943, participou do Salão de Arte Moderna de Lisboa, onde obteve premiação e, em 1945, voltou a Paris e ligou-se ao grupo dos abstratos. Nesse mesmo ano, expõe em Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam.
O ano de 1948 marcou uma atividade mais intensa no Brasil, com Cícero interessando-se sobretudo por murais. Em 1949, compareceu à Exposição de Arte Mural, em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal de Veneza. Em 1965, a Bienal de Veneza realizou uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura de Cícero Dias. Em 1970, realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960, como ocorre em O Noivo. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar como ocorre no quadro A Noiva. Em 2000, inaugurou uma praça projetada por ele mesmo, em Recife. Em fevereiro de 2002, Cícero Dias esteve novamente na capital pernambucana para o lançamento de um livro sobre sua trajetória artística e fez uma exposição na galeria Portal, em São Paulo.
Morreu em 28 de janeiro de 2003, em sua residência na Rue Long Champ, Paris. O Pintor morreu rodeado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Encontra-se sepultado no cemitério Montparnasse, centro de Paris.
O Comitê Cícero Dias está preparando o Catalogue Raisonné da obra de Cícero Dias, desenho e pintura.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
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O problema
Estamos em fins de 1928. Um jovem aparentando vinte anos entra timidamente no gabinete de Graça Aranha, 60 anos, escritor já consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras.
É o encontro de dois extremos. Um, já conseguira da vida tudo o que ambicionava. O outro, mal começando sua carreira, encontrava pelo caminho todos os embaraços e dificuldades.
O jovem explica a Graça Aranha seu problema. Revoltara-se com o reacionarismo da Escola Nacional de Belas Artes, que mantinha seus alunos presos em uma camisa de força, impedindo-os de experimentar outros caminhos que não os da arte tradicional.
Rompera, pois, com a escola, da qual demitiu-se. De temperamento agitado e com um mundo de idéias girando sobre sua cabeça, tinha reunido uma série de trabalhos em aquarela e óleo, os quais pretendia expor, mas encontrava todas as portas fechadas, num país ainda refratário à arte moderna.
O amigo certo
O jovem a que nos referimos era Cícero Dias, e não foi por acaso que, entre tantas outras pessoas de prestígio no Rio de Janeiro, ele escolhera justamente Graça Aranha (1868-1931) como seu patrocinador.
Em 1922, o escritor aderiu abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via.
Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas posições até as últimas consequências.
Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha.
A primeira vez, foi num hospício
E eis como as coisas se passaram. Graça Aranha deu ao jovem uma carta de apresentação ao oftalmologista dr. Moura Brasil (1846-1928), que tinha um espaço livre, pertencente à Policlínica, bem em frente à Galeria Cruzeiro.
Mas Moura Brasil não foi encontrado e uma nova carta foi feita, desta vez endereçada ao Dr. Juliano Moreira, que ficou encantado com o desenho que lhe foi mostrado e, então, ofereceu uma solução um pouco fora dos padrões convencionais.
Explicou que, estava sendo realizado um congresso internacional nas dependências do hospício e, se o jovem estivesse com todo material pronto, ele daria autorização para expor naquele local.
Foi assim que, de maneira inesperada, a primeira individual modernista de Cícero Dias deu-se dentro de um hospício, e as reações que se seguiram foram o que se pode chamar de «coisa de louco».
Como acontecera com Graça na Academia, assim estava ocorrendo com Cícero, no hospital. Tradicionalistas revoltados protestavam contra a exposição, enquanto médicos europeus que participavam do Congresso o elogiavam e estimulavam a prosseguir.
De tudo, foi possível apurar um saldo positivo. Primeiro, o escândalo trouxe divulgação e chamou atenção para a obra de Cícero Dias, ainda incipiente. Segundo, como nem todo mundo era contra, até que ele conseguiu vender alguns quadros.
O povo não estranha
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes, apresentou-se desde o início com um temperamento irrequieto e inconstante. Começou estudando escultura e, em pouco tempo, desistia dessa opção, trocando-a pela pintura, em cujo estudo também não permaneceu por muito tempo.
Seu grande interesse era experimentar novas tendências, ideia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia. Pedindo, pois, seu desligamento, a partir de 1928 passou a estudar por conta própria e, nesse mesmo ano, realizou sua primeira individual, nas circunstâncias que já apontamos acima.
Em 1929, voltou à sua terra, fazendo uma exposição em Recife, onde causou o mesmo escândalo registrado no Rio de Janeiro. Formou, então, o conceito de que o problema estava nos grandes centros, que cultivavam preconceitos e, assim, tinham dificuldade em aceitar ou, pelo menos, testar novas propostas.
Para comprovar essa sua tese, realizou mais três exposições, desta vez no interior de Pernambuco, onde sua pintura foi aceita com mais facilidade.
O povo não estranha, concluiu ele, quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não.
Livre como um grafiteiro
Desvinculado do ensino acadêmico, sua arte ganhou maior liberdade de expressão, aparentemente sem o fino trato que os pintores ortodoxos, em geral, dispensam aos seus quadros.
As pinturas de Cícero, no dizer de um crítico, eram formadas por «imagens soltas e mal construídas (...) através de uma linguagem como a dos primitivos, ou a das crianças».
Com o início da 2ª República (1930-1945), o arquiteto Lúcio Costa (1902-1999) assume a direção da Escola Nacional de Belas Artes e inicia um processo de renovação, não aceito por outros professores, que lhe criaram uma série de embaraços, resultando em sua demissão pouco tempo depois.
Mas, ao menos naquele ano de 1931, Lúcio Costa era diretor e abriu as inscrições para o Salão anual, liberando-o a todas as tendências de arte, e não apenas a acadêmica.
Cícero Dias aproveitou a oportunidade e não deixou por menos. Preparou uma tela com mais de vinte metros de comprimento e, tal como fazem os grafiteiros de hoje, pintou nela tudo que lhe ia pela imaginação, de cenas comuns, infantis, até cenas eróticas.
Não é preciso dizer que o escândalo se repetiu, desta vez, com danos materiais, pois o grande painel foi destruído em vários pontos, obrigando-o a fazer o restauro. Expurgadas as cenas mais fortes, o painel ainda ficou com 17 metros de comprimento.
Um cidadão do mundo
Havendo experimentado, em 1930, o «gostinho de Paris», quando lá esteve aproveitando uma bolsa de estudos, seus planos eram de mudar-se definitivamente para a Europa.
Em 1937 essa ideia foi reavivada, quando a situação brasileira se deteriorou com a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. Protestando contra essa violência, viajou a Paris e, pouco depois, conseguiu empregar-se nos escritórios diplomáticos do Itamarati.
Foi uma oportunidade de matar dois coelhos com uma só cajadada. Ao mesmo tempo em que resolvia seus problemas financeiros, encontrava também maior facilidade para estabelecer contato com os modernistas, tomando conhecimento daquilo que melhor se fazia de novo pela Europa, na vanguarda da arte.
Não durou muito. Em 1940, com o agravamento da Segunda Guerra Mundial, tornou-se prisioneiro e, assim que conseguiu sua libertação, tratou de viajar para Portugal, onde ficou até o fim do conflito.
Voltando à França, em 1945, participou do Groupe Espace, que acabava de ser fundado por um grupo de pintores adeptos do abstracionismo, com o apoio da Galeria Denise René.
Desde então, fixou residência na França, com frequentes viagens ao Brasil e a Portugal, sem contar contatos com outros países onde seus quadros eram levados para participar de exposições.
Um artista amadurecido
Se a viagem de 1930 lhe proporcionou um primeiro contato com a arte europeia, sua segunda estada, a partir de 1937, deu-lhe tempo para a consolidação de tendências.
O pintor dos anos 40 ia, aos poucos, se desvinculando da imagem desleixada ou da pintura tida como infantil. Desde então, fixou-se cuidadosamente no apuro dos traços, da cor, deixando de ser o pintor caboclo, voltado para os temas regionais e para a pintura popular.
Surge, então a nova e mais importante de Cícero Dias, que o consagrou internacionalmente. Foi convidado a participar de exposições em centros importantes de arte, como na Itália, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Bélgica e outros.
Não deixou de registrar sua presença, também, em todos eventos importantes na França, em Portugal, e no Brasil, aqui, particularmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.
Os tempos passaram, as ideias foram se amoldando à evolução artística e sua pintura passou a ser recebida com entusiasmo nos mesmos centros que, outrora, o espezinharam.
É o preço a ser pago pelos precursores. Alguns morreram antes de ver a mudança. Outros, como Cícero Dias, tiveram a felicidade de viver por longos anos, o suficiente para colher os frutos de seu trabalho pioneiro.
Texto: Paulo Victorino (Retirado do site InvestArt)
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Biografia E-biografia
Cícero Dias (1907-2003) foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país.
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, na cidade de Escada, Zona da Mata, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias era neto do Barão de Contendas. Passou sua infância no engenho da família.
Com treze anos, Cícero Dias foi levado para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressou nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não os concluiu alegando que a escola o impedia de experimentar novos caminhos que não os da arte tradicional.
Entre 1925 e 1928, Cícero Dias teve contato com os grupos modernistas. Em 1928 realizou sua primeira exposição individual. Em 1929 colaborou com a revista Antropofagia. É dessa primeira fase do artista a obra “Porto” (1930).
Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15,5 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”.
A obra causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. Agressores cortaram a parte chamada “Mulheres Nuas e Ação” e o painel perdeu três metros. A obra marcou seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país.
Em 1932, Cícero Dias retornou para o Recife, onde passou a lecionar desenho em seu ateliê instalado na cidade. No ano seguinte ilustrou a primeira edição da obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala.
Mudança para Paris
Simpatizante do Partido Comunista, o artista foi perseguido pela ditadura do Estado Novo. Nesse mesmo ano, resolveu se mudar para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo.
Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazistas, Cícero Dias foi preso e enviado para a Alemanha.
Assim que conseguiu sua libertação, viajou para Portugal, onde viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participou do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado.
Nessa época, passa por uma fase de transição, conhecida como “fase vegetal”, na qual ele sai da figuração e começa a entrar na abstração, para na fase seguinte chegar a uma abstração plena.
Em 1945, Cícero Dias fixou residência em Paris e integrou-se ao grupo abstrato Espace. Realizou frequentes viagens ao Brasil e aos países onde seus quadros eram expostos.
Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. O edifício da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco foi adornado por três painéis do artista, entre eles o primeiro trabalho abstrato da América Latina.
Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal em Veneza. Em 1953, expôs na II Bienal de São Paulo. Em 1965, realizou na Bienal de Veneza, uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura.
Em 1970, Cícero Dias realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1980 foram instalados dois painéis no hall central da Casa da Cultura, no Recife, que representam fatos históricos de Pernambuco.
Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra. Em 1991 inaugura um painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. Em 1998 recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.
No ano 2000, Cícero Dias inaugura uma “Rosa-dos-Ventos”, estilizada, estampada no chão da Praça do Marco Zero, cartão postal da cidade do Recife.
Em fevereiro de 2002, esteve novamente no Recife para o lançamento do livro sobre sua trajetória artística. Em São Paulo fez uma exposição na Galeria Portal.
Cícero Dias faleceu em sua residência na Rue Long Champ, em Paris, no dia 28 de janeiro de 2003, cercado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Sobre a lápide, encontra-se o epitáfio-manifesto: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”.
Fonte: E-biografia, por Dilva Frazão, última atualização em 24 de março de 2020, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
Cicero dos Santos Dias (Escada, PE, 05 de março de 1907 - Ille de France, Paris, França, 28 de janeiro de 2003), conhecido como Cícero Dias, foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor de artes plásticas, sendo um dos principais nomes do movimento modernista brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia.
Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti (1897-1976), viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.
Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.
Análise
Cicero Dias inicia a carreira artistica na década de 1920, quando estão sendo introduzidas as tendências de vanguarda no Brasil. Liga-se aos intelectuais do movimento regionalista de 1926, que ocorre no Recife, em resposta à Semana de Arte Moderna de 22. No começo, ele produz principalmente aquarelas, nas quais representa um universo de sonhos, inquietante. Os personagens, em escala diferente das paisagens, e também os objetos apresentam muita leveza, freqüentemente flutuam, como, por exemplo, em O Sono (1928), O Sonho da Prostituta e Mulher Nadando, de 1930. São imagens que evocam o mundo do inconsciente, nas quais o erotismo é freqüente. Estas são representadas com grande delicadeza no desenho e em uma gama cromática muito rica. Na opinião do crítico Antonio Bento, sua obra relaciona-se ao surrealismo e também a um imaginário fantástico nordestino, em que mitos e fábulas estão presentes nas manifestações artísticas e na literatura de cordel.
O grande painel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife é exposto em 1931, no Salão Revolucionário, do qual participam artistas de vanguarda. A obra apresenta uma série de pequenas cenas, nas quais retoma o universo presente nas aquarelas. O painel causa impacto pelo porte e pela concepção, impregnada de forças misteriosas do inconsciente e é a obra mais destacada do artista, antes de sua viagem para a França. Cicero Dias viaja para Paris em 1937, obtendo um cargo no Escritório Comercial, junto a Embaixada do Brasil. Na cidade, aproxima-se de Di Cavalcanti, trava contato com o pintores franceses Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, e torna-se amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. O tema e a técnica de seus quadros continuam ligados a Pernambuco, o artista mantém a luz e a cor de suas paisagens, como em Mulher na Janela (1939).
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), embora não estivesse mais trabalhando na Embaixada do Brasil, Cicero Dias integra o grupo de brasileiros que são presos e confinados na cidade de Baden-Baden, na Alemanha e seriam trocados por prisioneiros alemães. Entre os companheiros do pintor está o escritor Guimarães Rosa. Após negociações entre os dois países, o grupo de diplomatas e funcionários do governo brasileiro é libertado, seis meses depois, em Portugal, em 1942. Dias volta para a França, clandestinamente, vivendo por algum tempo num pequeno quarto de hotel, na cidade de Vichy. Mantém correspondência com amigos, entre eles Picasso e o poeta surrealista Paul Éluard. Com Éluard, vive um dos episódios mais comentados de sua biografia: quando retorna da França para Portugal, acompanhado de sua noiva, traz consigo o poema Liberté, de Paul Éluard. O poema, exaltando a liberdade, é enviado por Cicero para Londres, onde é impresso e espalhado por toda a França ocupada, em vôos da Força Aérea Inglesa.
Em Portugal, a partir de 1943, inicia uma pesquisa comparativa entre a cultura portuguesa e a brasileira, estuda arte popular, arquitetura, escultura e pintura. Nessa época pinta quadros que têm por motivos elementos vegetais, como Galo ou Abacaxi (1940) ou Mamoeiro Dançarino (déc.1940) em que parte do gênero da natureza-morta, trabalhando com o ilusionismo, de forma irônica. Outras obras revelam o impacto causado pelo quadro Guernica, de Picasso: Mulher Sentada com Espelho (1940) ou Duas Figuras (1944).
Na década de 1940, produz obras que apresentam um diálogo entre o figurativo e a abstração. Apesar do geometrismo, aparecem a vegetação, o canavial e o mar, como em Mormaço (1941) ou Praia, (1944). Retorna à França em 1945 e integra o grupo abstrato Espace, da Escola de Paris, até 1950. Pinta, em 1948, os primeiros murais abstratos da América Latina, para o Conselho Econômico do Estado de Pernambuco, atual Secretaria da Fazenda, no Recife. Neles, aproveita, como sempre, elementos da paisagem do Nordeste: canavial, jangadas, o vermelho dos telhados, mas submetendo-os a um processo do qual resultam formas simples e ricas de sugestões poéticas.
Após 1950, predominam os quadros abstratos, em que se destacam as formas fechadas, retangulares ou tendendo à circularidade, e a preocupação com a luz e as cores claras, em uma gama cromática evocativa da natureza nordestina, como em Composição II (1951). Para o crítico Mário Carelli, o artista, na abstração, parte de um "caminho vegetal", em que as formas geométricas refletem uma cristalização perfeita, baseada em estruturas vegetais, como em Meridianos, 1953 ou Relações Incertas (1953). Paralelamente aos quadros abstratos, realiza outros, de caráter lírico. Estes apresentam, em sua maioria, figuras na paisagem, com rostos sutilmente iluminados, realizados com cores suaves e uso especial do branco, de que são exemplos Casal e Cena de Olinda, ambos de 1950.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar. Usa freqüentemente os rosas e azuis. Em relação à fase figurativa do início da carreira, podemos dizer que a gestualidade dos personagens é contida e há mais sensualidade que erotismo, como ocorre em Barqueiro (1980), Olinda e Recife ou Moça no Barco, ambos da década de 1980.
Críticas
"A cor violenta e explosiva das telas de Cícero Dias não resulta apenas do desejo de reproduzir as manifestações decorativas da natureza; são mais do que isso, são elementos primordiais da nossa terra, da nossa vida, da nossa maneira de ser e de reagir ante o ambiente que nos cerca. Vem daí que Cícero Dias, antes de pertencer à Escola de Paris e, apesar do aspecto 'não figurativo' da sua arte, é um pintor estritamente brasileiro. Não necessitou ele do 'assunto', do pitoresco anedótico, para criar uma arte autóctone; bastou-lhe a emoção pura que transcende das nossas qualidades brasileiras e o emprego sistemático de certos ritmos formais e a escolha de determinadas relações cromáticas. Prova, desta maneira, que, assim como o estilo, o caráter autóctone de uma obra de arte independente do 'motivo'.
A pintura de Cícero Dias se acha em íntima relação com a nossa natureza interior, enquanto que a natureza exterior é vista pelo artista com os olhos do espírito. Esta arte se conserva ligada à terra, ao mundo das aparências, pela sua vitalidade gerada pelo dinamismo das cores e das formas. Ora são os verdes - evocação do reino vegetal - que se destacam da harmonia e vivificam toda a tela, são verdes diferentes, tropicais, que muito tem a ver com a cor das palmeiras e dos canaviais; ora dominam os azuis puros que se acham em concordância com o azul do céu; ora os vermelhos explosivos e quentes evocam a exuberância colorida das cores tropicais, a violência dos nossos sentimentos e o calor de nossa atmosfera. Por vezes distinguimos, entre o emaranhado das formas abstratas, a massa de uma floresta tropical ou, numa visão aérea, os contornos de uma paisagem brasileira (veja-se, por exemplo, a tela Les Villes Jumelles'). Aliás, quase todas as telas de Cícero Dias sugerem a paisagem, são, poderíamos assim dizer, 'paisagens abstratas' ".
Flávio de Aquino (DIAS, Cícero. Exposição Cícero Dias. Rio de Janeiro: MAM, 1952.)
"A abstração lírica teve em Cícero Dias um representante pioneiro entre os pintores brasileiros. Residente na França desde 1937, mas com um período vivido em Lisboa durante a guerra, sua atividade distribuiu-se entre as tarefas de um diplomata informal e a disciplina da pintura, esta conduzida para um abstracionismo espontâneo e sensual que o tornou presença bastante conhecida no geometrismo parisiense. Naquele tempo, as formas de contornos divagantes tendendo à circularidade que preenchem seu espaço não excluem o rigor da ordenação. Eram conduzidas pela sensibilidade diante de uma razão obediente. Amalgamava-se à expressão um código cromático evocativo da natureza nordestina. Esta fase, significativa na obra do artista parisiense-pernambucano que perdurou por aproximadamente dez anos, cedeu lugar na segunda metade dos anos 50 a uma dualidade (certamente menos acordada às suas próprias características) que procurava aproximar as inquietudes do expressionismo abstrato - então fluindo copiosamente - à forma geométrica fechada do momento anterior, refeitas ainda as cores. Mais tarde, noutra reviravolta, ele retomaria o caminho da figura, por onde, aliás, começara, mas sem a mesma convicção".
Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. )
"Pode-se afirmar sem vacilação que aos 20 anos, Cícero Dias já dominava inteiramente o seu ofício de pintor, no sentido acadêmico da palavra. A partir de então, o artista, levado por um espírito de inovação, busca seu próprio caminho, através do emaranhado de correntes e tendências da arte européia do século XX. Nessa procura se manifesta um dos traços marcantes de Cícero: sua especialidade de assimilação e de apropriação das mais variadas correntes artísticas. Numa posição avançada, sua obra se equipara com a de seus contemporâneos europeus. Exercita a arte fantástica. Preocupa-se em conseguir uma semelhança com a realidade e para isso recorre a uma infinidade de saídas. Às vezes ele trata seus assuntos com tal precisão de detalhes, que uma fotografia ficaria parecendo aproximativa. Em outro momento exagera os contrastes de luz e sombras para conseguir efeitos dramáticos e impressionantes. Freqüentemente altera a aparência real do objeto, principalmente do corpo humano, tentando arrancar o espectador de seus hábitos convencionais de percepção, induzindo-o para uma consciência mais intensiva do mundo visual. Isso se nota sobretudo no tratamento dado ao tema tradicional que é o nu feminino. (...) A partir de 1934 ele volta à Recife. Seus trabalhos mostram que a excessiva excitabilidade dos primeiros tempos está disciplinada e controlada. Nessa época, os temas de paisagem rural se alternam à paisagem urbana de Recife e Olinda, numa produção torrencial e variada. O que impressiona Cícero Dias não é a paisagem mas os elementos humanos. Em sua aparente ingenuidade, apresenta uma aguda observação da realidade rural nordestina, bem como a fidelidade de memória própria dos primitivos".
Janira Fainer Bastos (BASTOS, Janira Fainer. Cícero Dias: eu vi o mundo... ele começava no Recife. São Paulo, ECA/USP, [1985]. Dissertação (mestrado)).
"Diversamente de Ismael Nery, cuja absorção do surrealismo, no mesmo final da década de 20, se processou por encontro europeu direto, a presença de elementos surreais na primeira fase da obra do pernambucano Cícero Dias obedece a motivação distinta, embora não desligada daquela fonte internacional então em plena emergência e desdobramento. O fato é que, impelida pelo regionalismo nordestino do movimento que Gilberto Freyre estivera capitaneando em 1926, ela correspondia tanto à vontade de integrar-se às fileiras atualizadoras do modernismo brasileiro quanto à necessidade de fazê-lo pelo exemplo de um elo inextricável com a região de origem do artista. O liame com o Nordeste de nascença lhe foi, portanto, fundamental na hora de fazer decolar a sua obra. Armado do adulto lirismo de retorno à infância, dessa nostalgia que dali brota vivaz, pois o tempo na província avança mais lento do que na metrópole, é Recife que sobe à superfície de suas aquarelas da passagem dos anos 20 para a década seguinte. Quando volta a Paris, depois dos anos de guerra passados em Lisboa, é ao abstracionismo que ele se liga. (...) A tropicalidade, de toda maneira, voltou a colocar a pintura de Cícero Dias, a partir dos anos 60, nos primeiros limites figurativos, agora marcados por um esquema de cores mais denso (...)".
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987. )
"Os elementos pictoriais exigiriam de Cícero atenção exclusiva. Desconfia do primado da regionalidade, ou melhor compreende sua plenitude mas a partir de meios puramente plásticos. (...) Cícero se aproxima da abstração de modo etimológico, como extração do mundo. Vê as coisas tentando depurá-las, estabelecer a ordem na contingência, no ocaso. Opõe estruturas necessárias à gratuidade anterior. O encontro com Picasso o remete à disciplina cubista da Escola de Paris. As linhas sinuosas passeiam num fundo quase egípcio, quase encostadas na planeidade impiedosa da tela".
Nelson Aguilar (AGUILAR, Nelson. Cícero Dias: poeta em Paris. Galeria Revista de Arte, São Paulo, 1988. nº 9.)
Exposições Individuais
1928 - Escada PE - Individual
1928 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Salão da Politécnica
1928 - São Paulo SP - Cícero Dias: aquarelas, na casa de Dona Olívia Guedes Penteado
1929 - Escada PE - Individual
1938 - Paris (França) - Peintures de Cícero Dias, na Galerie Jeanne Castel
1943 - Lisboa (Portugal) - Individual, no Salão Silva Porto
1943 - Porto (Portugal) - Individual, no Teatro Coliseu
1948 - Recife PE - Individual, na Faculdade de Direito do Recife
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Enba
1949 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas abstratas, no MAM/SP
1951 - Paris (França) - Individual, no Cahiers d'Art
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas, desenhos e cerâmicas, no MAM/SP
1959 - Recife PE - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1959 - Salvador BA - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1966 - Ixelles (Bélgica) - Cícero Dias, no Musée d'Ixelles
1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na sede da revista Manchete
1967 - São Paulo SP - Individual, no São Paulo Club
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1972 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria S. Mamede
1974 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Individual, no Museu Lasar Segall
1976 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1978 - Le Havre (França) - Individual, no Musée de Beaux-Arts André Malraux
1982 - São Paulo SP - O Sol e o Sonho, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Retrospectiva, na Galerie Denise Renée
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Gesto Gráfico Galeria
1988 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria
1988 - Paris (França) - Cícero Dias: pinturas geométricas, na Galerie Denise Renée
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Bolsa de Arte
1988 - Recife PE - Individual, no Artespaço Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: síntese da obra - 60 anos de pintura, no Rio Design Center
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galeria
1988 - Salvador BA - Individual, no Prova do Artista Escritório de Arte
1988 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria
1988 - São Paulo SP - Individual, na Montesanti Geleria
1991 - Curitiba PR - Individual, na Simões de Assis Galeria de Arte
1993 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: os anos 20, no Copacabana Palace Hotel
1994 - Paris (França) - Imagens au Centre du Songe: aquarelas e desenhos dos anos 20, na Galeria Marwan Hoss
1995 - Fortaleza CE - Cícero Dias: pinturas e desenhos, na Multiarte
1996 - Paris (França) - Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, na Unesco
1999 - São Paulo SP - Cícero Dias: gravuras, na Casa da Fazenda
2002 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - Homenagem a Cícero Dias, no MuBE
Exposições Coletivas
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna
1937 - Nova York (Estados Unidos) - 1ª Exposição de Arte Moderna Brasileira, no Nicholas Roerich Museum
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1944 - Lisboa (Portugal) - 8ª Exposição de Arte Moderna
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - Lisboa (Portugal) - 9ª Exposição de Arte Moderna
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery
1945 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Denise Renée
1946 - Paris (França) - Unesco: Exposition Internationale d'Art Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1947 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria René Drouin
1947 - Paris (França) - Peintures Abstraites, na Galerie Denise Renée
1948 - Avignon (França) - Arte Mural, no Palácio dos Papas
1948 - Recife PE - 4º Salão de Arte Moderna
1949 - Buenos Aires (Argentina) - Del Arte Figurativo al Arte Abstrato, no Instituto de Arte Moderno
1949 - Lion (França) - As Grandes Correntes da Pintura Contemporânea, no Museu de Lion
1949 - São Paulo SP - Do Figurativismo ao Abstracionismo, no MAM/SP
1950 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza
1951 - Europa - 20 Artistes de l'École de Paris com o Grupo Klar Form
1951 - Paris (França) - O Prato Pintado, na Galerie Christofle
1951 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1953 - Roma (Itália) - Arte Astratta Italiana e Francesa, na Galleria Nazionale d'Arte Moderna
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Artistas de Vanguarda da Escola de Paris, no MAM/SP
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1958 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Paris (França) - 15º Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Washington (Estados Unidos) - Art in Latin America Today: Brasil
1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Debret
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1978 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Décadas da Pintura Brasileira, no Jockey Club
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mario Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Paris (França) - Paul Eluard e seus Amigos Pintores, no Centro Georges Pompidou
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa - Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André (SP)
1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian
1984 - Paris (França) - Electra: a eletricidade e a eletrônica na arte do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1985 - Paris (França) - Uma Arte Outra, Uma Outra Arte: os anos 50, na Galeria Artcurial
1985 - Rio de Janeiro RJ - Rio: vertente surrealista, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1986 - Paris (França) - Los Americanos: peitres et sculpteurs d'Amerique Latine, na Galerie Centre d'Art Plastique Contemporaine
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do secúlo XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro, Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Abstração Geométrica, na Funarte. Centro de Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - Londres (Inglaterra) - Coletiva, na Redferm Gallery
1989 - Milão (Itália) - Denise Renée Presente, na Galeria del Naviglio
1989 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Compiegne (França) - Abstração Geométrica, no Centro Cultural de Compiegne
1990 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1990 - Paris (França) - Pequenos Tamanhos, na Galeria Denise Renée
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - Madri (Espanha) - Arco/91
1991 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranhulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Maubeuge (França) - 1ª Triennale des Amériques
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Poços de Caldas SP - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Memória da Liberdade, na Pinacoteca do Estado
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Belém PA - Arte Pará: fronteiras, no Museu do Estado do Pará
1997 - Curitiba PR - Casa Cor Sul, na Simões de Assis Galeria de Arte
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - São Paulo SP - 5º Salão de Arte e Antiguidades, no Clube Paineiras do Morumbi
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Curitiba PR - Destaques da Pintura Brasileira, na Simões de Assis Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap. Salão Cultural
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Anos Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles (Valência, Espanha)
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Acervo da Arte Carioca, na Galeria de Arte Ipanema
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 8º Salão de Arte e Antiguidades, na A Hebraica
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos: prêmio ABCA 2000/2001, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
Exposições Póstumas
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - São Paulo SP - Memória Viva: a gravura de Cícero Dias, na Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - São Paulo SP - Cícero Dias: décadas de 20 e 30, no MAB/Faap
Fonte: CICERO Dias. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 28 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Nascido em Escada, Pernambuco, foi o sétimo dos onze filhos do casal Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias, e passou a infância num engenho de sua cidade de origem, na Zona da Mata pernambucana. Em 1920, com treze anos, foi para o Rio de Janeiro. Entre os anos de 1925 e 1927, Cícero conheceu os modernistas e estudou pintura.
Em 1927, realizou sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro e, em 1928, abandonou a Escola de Belas Artes, passando a dedicar-se exclusivamente à pintura.
Em 1937, executou o cenário do balé de Serge Lifar e Villa Lobos, expôs em coletiva de modernos em Nova Iorque e viajou a Paris, onde se fixou definitivamente. Em Paris, tornou-se amigo de Picasso, do poeta Paul Éluard, e entrou em contato com o surrealismo. Durante a ocupação da França foi feito prisioneiro dos alemães.
Em 1943, participou do Salão de Arte Moderna de Lisboa, onde obteve premiação e, em 1945, voltou a Paris e ligou-se ao grupo dos abstratos. Nesse mesmo ano, expõe em Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam.
O ano de 1948 marcou uma atividade mais intensa no Brasil, com Cícero interessando-se sobretudo por murais. Em 1949, compareceu à Exposição de Arte Mural, em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal de Veneza. Em 1965, a Bienal de Veneza realizou uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura de Cícero Dias. Em 1970, realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960, como ocorre em O Noivo. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar como ocorre no quadro A Noiva. Em 2000, inaugurou uma praça projetada por ele mesmo, em Recife. Em fevereiro de 2002, Cícero Dias esteve novamente na capital pernambucana para o lançamento de um livro sobre sua trajetória artística e fez uma exposição na galeria Portal, em São Paulo.
Morreu em 28 de janeiro de 2003, em sua residência na Rue Long Champ, Paris. O Pintor morreu rodeado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Encontra-se sepultado no cemitério Montparnasse, centro de Paris.
O Comitê Cícero Dias está preparando o Catalogue Raisonné da obra de Cícero Dias, desenho e pintura.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
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O problema
Estamos em fins de 1928. Um jovem aparentando vinte anos entra timidamente no gabinete de Graça Aranha, 60 anos, escritor já consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras.
É o encontro de dois extremos. Um, já conseguira da vida tudo o que ambicionava. O outro, mal começando sua carreira, encontrava pelo caminho todos os embaraços e dificuldades.
O jovem explica a Graça Aranha seu problema. Revoltara-se com o reacionarismo da Escola Nacional de Belas Artes, que mantinha seus alunos presos em uma camisa de força, impedindo-os de experimentar outros caminhos que não os da arte tradicional.
Rompera, pois, com a escola, da qual demitiu-se. De temperamento agitado e com um mundo de idéias girando sobre sua cabeça, tinha reunido uma série de trabalhos em aquarela e óleo, os quais pretendia expor, mas encontrava todas as portas fechadas, num país ainda refratário à arte moderna.
O amigo certo
O jovem a que nos referimos era Cícero Dias, e não foi por acaso que, entre tantas outras pessoas de prestígio no Rio de Janeiro, ele escolhera justamente Graça Aranha (1868-1931) como seu patrocinador.
Em 1922, o escritor aderiu abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via.
Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas posições até as últimas consequências.
Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha.
A primeira vez, foi num hospício
E eis como as coisas se passaram. Graça Aranha deu ao jovem uma carta de apresentação ao oftalmologista dr. Moura Brasil (1846-1928), que tinha um espaço livre, pertencente à Policlínica, bem em frente à Galeria Cruzeiro.
Mas Moura Brasil não foi encontrado e uma nova carta foi feita, desta vez endereçada ao Dr. Juliano Moreira, que ficou encantado com o desenho que lhe foi mostrado e, então, ofereceu uma solução um pouco fora dos padrões convencionais.
Explicou que, estava sendo realizado um congresso internacional nas dependências do hospício e, se o jovem estivesse com todo material pronto, ele daria autorização para expor naquele local.
Foi assim que, de maneira inesperada, a primeira individual modernista de Cícero Dias deu-se dentro de um hospício, e as reações que se seguiram foram o que se pode chamar de «coisa de louco».
Como acontecera com Graça na Academia, assim estava ocorrendo com Cícero, no hospital. Tradicionalistas revoltados protestavam contra a exposição, enquanto médicos europeus que participavam do Congresso o elogiavam e estimulavam a prosseguir.
De tudo, foi possível apurar um saldo positivo. Primeiro, o escândalo trouxe divulgação e chamou atenção para a obra de Cícero Dias, ainda incipiente. Segundo, como nem todo mundo era contra, até que ele conseguiu vender alguns quadros.
O povo não estranha
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes, apresentou-se desde o início com um temperamento irrequieto e inconstante. Começou estudando escultura e, em pouco tempo, desistia dessa opção, trocando-a pela pintura, em cujo estudo também não permaneceu por muito tempo.
Seu grande interesse era experimentar novas tendências, ideia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia. Pedindo, pois, seu desligamento, a partir de 1928 passou a estudar por conta própria e, nesse mesmo ano, realizou sua primeira individual, nas circunstâncias que já apontamos acima.
Em 1929, voltou à sua terra, fazendo uma exposição em Recife, onde causou o mesmo escândalo registrado no Rio de Janeiro. Formou, então, o conceito de que o problema estava nos grandes centros, que cultivavam preconceitos e, assim, tinham dificuldade em aceitar ou, pelo menos, testar novas propostas.
Para comprovar essa sua tese, realizou mais três exposições, desta vez no interior de Pernambuco, onde sua pintura foi aceita com mais facilidade.
O povo não estranha, concluiu ele, quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não.
Livre como um grafiteiro
Desvinculado do ensino acadêmico, sua arte ganhou maior liberdade de expressão, aparentemente sem o fino trato que os pintores ortodoxos, em geral, dispensam aos seus quadros.
As pinturas de Cícero, no dizer de um crítico, eram formadas por «imagens soltas e mal construídas (...) através de uma linguagem como a dos primitivos, ou a das crianças».
Com o início da 2ª República (1930-1945), o arquiteto Lúcio Costa (1902-1999) assume a direção da Escola Nacional de Belas Artes e inicia um processo de renovação, não aceito por outros professores, que lhe criaram uma série de embaraços, resultando em sua demissão pouco tempo depois.
Mas, ao menos naquele ano de 1931, Lúcio Costa era diretor e abriu as inscrições para o Salão anual, liberando-o a todas as tendências de arte, e não apenas a acadêmica.
Cícero Dias aproveitou a oportunidade e não deixou por menos. Preparou uma tela com mais de vinte metros de comprimento e, tal como fazem os grafiteiros de hoje, pintou nela tudo que lhe ia pela imaginação, de cenas comuns, infantis, até cenas eróticas.
Não é preciso dizer que o escândalo se repetiu, desta vez, com danos materiais, pois o grande painel foi destruído em vários pontos, obrigando-o a fazer o restauro. Expurgadas as cenas mais fortes, o painel ainda ficou com 17 metros de comprimento.
Um cidadão do mundo
Havendo experimentado, em 1930, o «gostinho de Paris», quando lá esteve aproveitando uma bolsa de estudos, seus planos eram de mudar-se definitivamente para a Europa.
Em 1937 essa ideia foi reavivada, quando a situação brasileira se deteriorou com a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. Protestando contra essa violência, viajou a Paris e, pouco depois, conseguiu empregar-se nos escritórios diplomáticos do Itamarati.
Foi uma oportunidade de matar dois coelhos com uma só cajadada. Ao mesmo tempo em que resolvia seus problemas financeiros, encontrava também maior facilidade para estabelecer contato com os modernistas, tomando conhecimento daquilo que melhor se fazia de novo pela Europa, na vanguarda da arte.
Não durou muito. Em 1940, com o agravamento da Segunda Guerra Mundial, tornou-se prisioneiro e, assim que conseguiu sua libertação, tratou de viajar para Portugal, onde ficou até o fim do conflito.
Voltando à França, em 1945, participou do Groupe Espace, que acabava de ser fundado por um grupo de pintores adeptos do abstracionismo, com o apoio da Galeria Denise René.
Desde então, fixou residência na França, com frequentes viagens ao Brasil e a Portugal, sem contar contatos com outros países onde seus quadros eram levados para participar de exposições.
Um artista amadurecido
Se a viagem de 1930 lhe proporcionou um primeiro contato com a arte europeia, sua segunda estada, a partir de 1937, deu-lhe tempo para a consolidação de tendências.
O pintor dos anos 40 ia, aos poucos, se desvinculando da imagem desleixada ou da pintura tida como infantil. Desde então, fixou-se cuidadosamente no apuro dos traços, da cor, deixando de ser o pintor caboclo, voltado para os temas regionais e para a pintura popular.
Surge, então a nova e mais importante de Cícero Dias, que o consagrou internacionalmente. Foi convidado a participar de exposições em centros importantes de arte, como na Itália, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Bélgica e outros.
Não deixou de registrar sua presença, também, em todos eventos importantes na França, em Portugal, e no Brasil, aqui, particularmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.
Os tempos passaram, as ideias foram se amoldando à evolução artística e sua pintura passou a ser recebida com entusiasmo nos mesmos centros que, outrora, o espezinharam.
É o preço a ser pago pelos precursores. Alguns morreram antes de ver a mudança. Outros, como Cícero Dias, tiveram a felicidade de viver por longos anos, o suficiente para colher os frutos de seu trabalho pioneiro.
Texto: Paulo Victorino (Retirado do site InvestArt)
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Biografia E-biografia
Cícero Dias (1907-2003) foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país.
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, na cidade de Escada, Zona da Mata, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias era neto do Barão de Contendas. Passou sua infância no engenho da família.
Com treze anos, Cícero Dias foi levado para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressou nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não os concluiu alegando que a escola o impedia de experimentar novos caminhos que não os da arte tradicional.
Entre 1925 e 1928, Cícero Dias teve contato com os grupos modernistas. Em 1928 realizou sua primeira exposição individual. Em 1929 colaborou com a revista Antropofagia. É dessa primeira fase do artista a obra “Porto” (1930).
Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15,5 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”.
A obra causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. Agressores cortaram a parte chamada “Mulheres Nuas e Ação” e o painel perdeu três metros. A obra marcou seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país.
Em 1932, Cícero Dias retornou para o Recife, onde passou a lecionar desenho em seu ateliê instalado na cidade. No ano seguinte ilustrou a primeira edição da obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala.
Mudança para Paris
Simpatizante do Partido Comunista, o artista foi perseguido pela ditadura do Estado Novo. Nesse mesmo ano, resolveu se mudar para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo.
Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazistas, Cícero Dias foi preso e enviado para a Alemanha.
Assim que conseguiu sua libertação, viajou para Portugal, onde viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participou do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado.
Nessa época, passa por uma fase de transição, conhecida como “fase vegetal”, na qual ele sai da figuração e começa a entrar na abstração, para na fase seguinte chegar a uma abstração plena.
Em 1945, Cícero Dias fixou residência em Paris e integrou-se ao grupo abstrato Espace. Realizou frequentes viagens ao Brasil e aos países onde seus quadros eram expostos.
Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. O edifício da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco foi adornado por três painéis do artista, entre eles o primeiro trabalho abstrato da América Latina.
Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal em Veneza. Em 1953, expôs na II Bienal de São Paulo. Em 1965, realizou na Bienal de Veneza, uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura.
Em 1970, Cícero Dias realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1980 foram instalados dois painéis no hall central da Casa da Cultura, no Recife, que representam fatos históricos de Pernambuco.
Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra. Em 1991 inaugura um painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. Em 1998 recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.
No ano 2000, Cícero Dias inaugura uma “Rosa-dos-Ventos”, estilizada, estampada no chão da Praça do Marco Zero, cartão postal da cidade do Recife.
Em fevereiro de 2002, esteve novamente no Recife para o lançamento do livro sobre sua trajetória artística. Em São Paulo fez uma exposição na Galeria Portal.
Cícero Dias faleceu em sua residência na Rue Long Champ, em Paris, no dia 28 de janeiro de 2003, cercado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Sobre a lápide, encontra-se o epitáfio-manifesto: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”.
Fonte: E-biografia, por Dilva Frazão, última atualização em 24 de março de 2020, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
Cicero dos Santos Dias (Escada, PE, 05 de março de 1907 - Ille de France, Paris, França, 28 de janeiro de 2003), conhecido como Cícero Dias, foi um pintor, gravador, desenhista, ilustrador, cenógrafo e professor de artes plásticas, sendo um dos principais nomes do movimento modernista brasileiro.
Biografia Itaú Cultural
Inicia estudos de desenho em sua terra natal. Em 1920, muda-se para o Rio de Janeiro, onde matricula-se, em 1925, nos cursos de arquitetura e pintura da Escola Nacional de Belas Artes (Enba), mas não os conclui. Entra em contato com o grupo modernista e, em 1929, colabora com a Revista de Antropofagia.
Em 1931, no Salão Revolucionário, na Enba, expõe o polêmico painel, tanto por sua dimensão quanto pela temática, Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife. A partir de 1932, no Recife, leciona desenho em seu ateliê. Ilustra, em 1933, Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1900- 1987). Em 1937, é preso no Recife quando da decretação do Estado Novo. A seguir, incentivado por Di Cavalcanti (1897-1976), viaja para Paris onde conhece Georges Braque, Henri Matisse, Fernand Léger e Pablo Picasso, de quem se torna amigo. Em 1942, é preso pelos nazistas e enviado a Baden-Baden, na Alemanha. Entre 1943 e 1945, vive em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil.
Retorna a Paris onde integra o grupo abstrato Espace. Em 1948, realiza o mural do edifício da Secretaria das Finanças do Estado de Pernambuco, considerado o primeiro trabalho abstrato do gênero na América Latina. Em 1965, é homenageado com sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Inaugura, em 1991, painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. No Rio de Janeiro, é inaugurada a Sala Cicero Dias no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA). Recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França, em 1998, aos 91 anos.
Análise
Cicero Dias inicia a carreira artistica na década de 1920, quando estão sendo introduzidas as tendências de vanguarda no Brasil. Liga-se aos intelectuais do movimento regionalista de 1926, que ocorre no Recife, em resposta à Semana de Arte Moderna de 22. No começo, ele produz principalmente aquarelas, nas quais representa um universo de sonhos, inquietante. Os personagens, em escala diferente das paisagens, e também os objetos apresentam muita leveza, freqüentemente flutuam, como, por exemplo, em O Sono (1928), O Sonho da Prostituta e Mulher Nadando, de 1930. São imagens que evocam o mundo do inconsciente, nas quais o erotismo é freqüente. Estas são representadas com grande delicadeza no desenho e em uma gama cromática muito rica. Na opinião do crítico Antonio Bento, sua obra relaciona-se ao surrealismo e também a um imaginário fantástico nordestino, em que mitos e fábulas estão presentes nas manifestações artísticas e na literatura de cordel.
O grande painel Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife é exposto em 1931, no Salão Revolucionário, do qual participam artistas de vanguarda. A obra apresenta uma série de pequenas cenas, nas quais retoma o universo presente nas aquarelas. O painel causa impacto pelo porte e pela concepção, impregnada de forças misteriosas do inconsciente e é a obra mais destacada do artista, antes de sua viagem para a França. Cicero Dias viaja para Paris em 1937, obtendo um cargo no Escritório Comercial, junto a Embaixada do Brasil. Na cidade, aproxima-se de Di Cavalcanti, trava contato com o pintores franceses Georges Braque, Fernand Léger e Henri Matisse, e torna-se amigo do pintor espanhol Pablo Picasso. O tema e a técnica de seus quadros continuam ligados a Pernambuco, o artista mantém a luz e a cor de suas paisagens, como em Mulher na Janela (1939).
Na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), embora não estivesse mais trabalhando na Embaixada do Brasil, Cicero Dias integra o grupo de brasileiros que são presos e confinados na cidade de Baden-Baden, na Alemanha e seriam trocados por prisioneiros alemães. Entre os companheiros do pintor está o escritor Guimarães Rosa. Após negociações entre os dois países, o grupo de diplomatas e funcionários do governo brasileiro é libertado, seis meses depois, em Portugal, em 1942. Dias volta para a França, clandestinamente, vivendo por algum tempo num pequeno quarto de hotel, na cidade de Vichy. Mantém correspondência com amigos, entre eles Picasso e o poeta surrealista Paul Éluard. Com Éluard, vive um dos episódios mais comentados de sua biografia: quando retorna da França para Portugal, acompanhado de sua noiva, traz consigo o poema Liberté, de Paul Éluard. O poema, exaltando a liberdade, é enviado por Cicero para Londres, onde é impresso e espalhado por toda a França ocupada, em vôos da Força Aérea Inglesa.
Em Portugal, a partir de 1943, inicia uma pesquisa comparativa entre a cultura portuguesa e a brasileira, estuda arte popular, arquitetura, escultura e pintura. Nessa época pinta quadros que têm por motivos elementos vegetais, como Galo ou Abacaxi (1940) ou Mamoeiro Dançarino (déc.1940) em que parte do gênero da natureza-morta, trabalhando com o ilusionismo, de forma irônica. Outras obras revelam o impacto causado pelo quadro Guernica, de Picasso: Mulher Sentada com Espelho (1940) ou Duas Figuras (1944).
Na década de 1940, produz obras que apresentam um diálogo entre o figurativo e a abstração. Apesar do geometrismo, aparecem a vegetação, o canavial e o mar, como em Mormaço (1941) ou Praia, (1944). Retorna à França em 1945 e integra o grupo abstrato Espace, da Escola de Paris, até 1950. Pinta, em 1948, os primeiros murais abstratos da América Latina, para o Conselho Econômico do Estado de Pernambuco, atual Secretaria da Fazenda, no Recife. Neles, aproveita, como sempre, elementos da paisagem do Nordeste: canavial, jangadas, o vermelho dos telhados, mas submetendo-os a um processo do qual resultam formas simples e ricas de sugestões poéticas.
Após 1950, predominam os quadros abstratos, em que se destacam as formas fechadas, retangulares ou tendendo à circularidade, e a preocupação com a luz e as cores claras, em uma gama cromática evocativa da natureza nordestina, como em Composição II (1951). Para o crítico Mário Carelli, o artista, na abstração, parte de um "caminho vegetal", em que as formas geométricas refletem uma cristalização perfeita, baseada em estruturas vegetais, como em Meridianos, 1953 ou Relações Incertas (1953). Paralelamente aos quadros abstratos, realiza outros, de caráter lírico. Estes apresentam, em sua maioria, figuras na paisagem, com rostos sutilmente iluminados, realizados com cores suaves e uso especial do branco, de que são exemplos Casal e Cena de Olinda, ambos de 1950.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar. Usa freqüentemente os rosas e azuis. Em relação à fase figurativa do início da carreira, podemos dizer que a gestualidade dos personagens é contida e há mais sensualidade que erotismo, como ocorre em Barqueiro (1980), Olinda e Recife ou Moça no Barco, ambos da década de 1980.
Críticas
"A cor violenta e explosiva das telas de Cícero Dias não resulta apenas do desejo de reproduzir as manifestações decorativas da natureza; são mais do que isso, são elementos primordiais da nossa terra, da nossa vida, da nossa maneira de ser e de reagir ante o ambiente que nos cerca. Vem daí que Cícero Dias, antes de pertencer à Escola de Paris e, apesar do aspecto 'não figurativo' da sua arte, é um pintor estritamente brasileiro. Não necessitou ele do 'assunto', do pitoresco anedótico, para criar uma arte autóctone; bastou-lhe a emoção pura que transcende das nossas qualidades brasileiras e o emprego sistemático de certos ritmos formais e a escolha de determinadas relações cromáticas. Prova, desta maneira, que, assim como o estilo, o caráter autóctone de uma obra de arte independente do 'motivo'.
A pintura de Cícero Dias se acha em íntima relação com a nossa natureza interior, enquanto que a natureza exterior é vista pelo artista com os olhos do espírito. Esta arte se conserva ligada à terra, ao mundo das aparências, pela sua vitalidade gerada pelo dinamismo das cores e das formas. Ora são os verdes - evocação do reino vegetal - que se destacam da harmonia e vivificam toda a tela, são verdes diferentes, tropicais, que muito tem a ver com a cor das palmeiras e dos canaviais; ora dominam os azuis puros que se acham em concordância com o azul do céu; ora os vermelhos explosivos e quentes evocam a exuberância colorida das cores tropicais, a violência dos nossos sentimentos e o calor de nossa atmosfera. Por vezes distinguimos, entre o emaranhado das formas abstratas, a massa de uma floresta tropical ou, numa visão aérea, os contornos de uma paisagem brasileira (veja-se, por exemplo, a tela Les Villes Jumelles'). Aliás, quase todas as telas de Cícero Dias sugerem a paisagem, são, poderíamos assim dizer, 'paisagens abstratas' ".
Flávio de Aquino (DIAS, Cícero. Exposição Cícero Dias. Rio de Janeiro: MAM, 1952.)
"A abstração lírica teve em Cícero Dias um representante pioneiro entre os pintores brasileiros. Residente na França desde 1937, mas com um período vivido em Lisboa durante a guerra, sua atividade distribuiu-se entre as tarefas de um diplomata informal e a disciplina da pintura, esta conduzida para um abstracionismo espontâneo e sensual que o tornou presença bastante conhecida no geometrismo parisiense. Naquele tempo, as formas de contornos divagantes tendendo à circularidade que preenchem seu espaço não excluem o rigor da ordenação. Eram conduzidas pela sensibilidade diante de uma razão obediente. Amalgamava-se à expressão um código cromático evocativo da natureza nordestina. Esta fase, significativa na obra do artista parisiense-pernambucano que perdurou por aproximadamente dez anos, cedeu lugar na segunda metade dos anos 50 a uma dualidade (certamente menos acordada às suas próprias características) que procurava aproximar as inquietudes do expressionismo abstrato - então fluindo copiosamente - à forma geométrica fechada do momento anterior, refeitas ainda as cores. Mais tarde, noutra reviravolta, ele retomaria o caminho da figura, por onde, aliás, começara, mas sem a mesma convicção".
Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. Apresentação de Walther Moreira Salles. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. )
"Pode-se afirmar sem vacilação que aos 20 anos, Cícero Dias já dominava inteiramente o seu ofício de pintor, no sentido acadêmico da palavra. A partir de então, o artista, levado por um espírito de inovação, busca seu próprio caminho, através do emaranhado de correntes e tendências da arte européia do século XX. Nessa procura se manifesta um dos traços marcantes de Cícero: sua especialidade de assimilação e de apropriação das mais variadas correntes artísticas. Numa posição avançada, sua obra se equipara com a de seus contemporâneos europeus. Exercita a arte fantástica. Preocupa-se em conseguir uma semelhança com a realidade e para isso recorre a uma infinidade de saídas. Às vezes ele trata seus assuntos com tal precisão de detalhes, que uma fotografia ficaria parecendo aproximativa. Em outro momento exagera os contrastes de luz e sombras para conseguir efeitos dramáticos e impressionantes. Freqüentemente altera a aparência real do objeto, principalmente do corpo humano, tentando arrancar o espectador de seus hábitos convencionais de percepção, induzindo-o para uma consciência mais intensiva do mundo visual. Isso se nota sobretudo no tratamento dado ao tema tradicional que é o nu feminino. (...) A partir de 1934 ele volta à Recife. Seus trabalhos mostram que a excessiva excitabilidade dos primeiros tempos está disciplinada e controlada. Nessa época, os temas de paisagem rural se alternam à paisagem urbana de Recife e Olinda, numa produção torrencial e variada. O que impressiona Cícero Dias não é a paisagem mas os elementos humanos. Em sua aparente ingenuidade, apresenta uma aguda observação da realidade rural nordestina, bem como a fidelidade de memória própria dos primitivos".
Janira Fainer Bastos (BASTOS, Janira Fainer. Cícero Dias: eu vi o mundo... ele começava no Recife. São Paulo, ECA/USP, [1985]. Dissertação (mestrado)).
"Diversamente de Ismael Nery, cuja absorção do surrealismo, no mesmo final da década de 20, se processou por encontro europeu direto, a presença de elementos surreais na primeira fase da obra do pernambucano Cícero Dias obedece a motivação distinta, embora não desligada daquela fonte internacional então em plena emergência e desdobramento. O fato é que, impelida pelo regionalismo nordestino do movimento que Gilberto Freyre estivera capitaneando em 1926, ela correspondia tanto à vontade de integrar-se às fileiras atualizadoras do modernismo brasileiro quanto à necessidade de fazê-lo pelo exemplo de um elo inextricável com a região de origem do artista. O liame com o Nordeste de nascença lhe foi, portanto, fundamental na hora de fazer decolar a sua obra. Armado do adulto lirismo de retorno à infância, dessa nostalgia que dali brota vivaz, pois o tempo na província avança mais lento do que na metrópole, é Recife que sobe à superfície de suas aquarelas da passagem dos anos 20 para a década seguinte. Quando volta a Paris, depois dos anos de guerra passados em Lisboa, é ao abstracionismo que ele se liga. (...) A tropicalidade, de toda maneira, voltou a colocar a pintura de Cícero Dias, a partir dos anos 60, nos primeiros limites figurativos, agora marcados por um esquema de cores mais denso (...)".
Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio de Gilberto Allard Chateaubriand e Antônio Houaiss. Apresentação de M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987. )
"Os elementos pictoriais exigiriam de Cícero atenção exclusiva. Desconfia do primado da regionalidade, ou melhor compreende sua plenitude mas a partir de meios puramente plásticos. (...) Cícero se aproxima da abstração de modo etimológico, como extração do mundo. Vê as coisas tentando depurá-las, estabelecer a ordem na contingência, no ocaso. Opõe estruturas necessárias à gratuidade anterior. O encontro com Picasso o remete à disciplina cubista da Escola de Paris. As linhas sinuosas passeiam num fundo quase egípcio, quase encostadas na planeidade impiedosa da tela".
Nelson Aguilar (AGUILAR, Nelson. Cícero Dias: poeta em Paris. Galeria Revista de Arte, São Paulo, 1988. nº 9.)
Exposições Individuais
1928 - Escada PE - Individual
1928 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Salão da Politécnica
1928 - São Paulo SP - Cícero Dias: aquarelas, na casa de Dona Olívia Guedes Penteado
1929 - Escada PE - Individual
1938 - Paris (França) - Peintures de Cícero Dias, na Galerie Jeanne Castel
1943 - Lisboa (Portugal) - Individual, no Salão Silva Porto
1943 - Porto (Portugal) - Individual, no Teatro Coliseu
1948 - Recife PE - Individual, na Faculdade de Direito do Recife
1948 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Enba
1949 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas abstratas, no MAM/SP
1951 - Paris (França) - Individual, no Cahiers d'Art
1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1952 - São Paulo SP - Cícero Dias: pinturas, desenhos e cerâmicas, no MAM/SP
1959 - Recife PE - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1959 - Salvador BA - Cícero Dias: retrospectiva 1926-1959
1966 - Ixelles (Bélgica) - Cícero Dias, no Musée d'Ixelles
1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na sede da revista Manchete
1967 - São Paulo SP - Individual, no São Paulo Club
1970 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1972 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1973 - Lisboa (Portugal) - Individual, na Galeria S. Mamede
1974 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte
1975 - São Paulo SP - Individual, no Museu Lasar Segall
1976 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1978 - Le Havre (França) - Individual, no Musée de Beaux-Arts André Malraux
1982 - São Paulo SP - O Sol e o Sonho, na Ranulpho Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Retrospectiva, na Galerie Denise Renée
1988 - Belo Horizonte MG - Individual, na Gesto Gráfico Galeria
1988 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria
1988 - Paris (França) - Cícero Dias: pinturas geométricas, na Galerie Denise Renée
1988 - Porto Alegre RS - Individual, na Bolsa de Arte
1988 - Recife PE - Individual, no Artespaço Galeria de Arte
1988 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: síntese da obra - 60 anos de pintura, no Rio Design Center
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Montesanti Galeria
1988 - Salvador BA - Individual, no Prova do Artista Escritório de Arte
1988 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria
1988 - São Paulo SP - Individual, na Montesanti Geleria
1991 - Curitiba PR - Individual, na Simões de Assis Galeria de Arte
1993 - Rio de Janeiro RJ - Cícero Dias: os anos 20, no Copacabana Palace Hotel
1994 - Paris (França) - Imagens au Centre du Songe: aquarelas e desenhos dos anos 20, na Galeria Marwan Hoss
1995 - Fortaleza CE - Cícero Dias: pinturas e desenhos, na Multiarte
1996 - Paris (França) - Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife, na Unesco
1999 - São Paulo SP - Cícero Dias: gravuras, na Casa da Fazenda
2002 - São Paulo SP - Individual, na Portal Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - Homenagem a Cícero Dias, no MuBE
Exposições Coletivas
1930 - Nova York (Estados Unidos) - The First Representative Collection of Paintings by Brazilian Artists, no Nicholas Roerich Museum
1930 - São Paulo SP - Exposição de uma Casa Modernista
1931 - Rio de Janeiro RJ - Exposição na Primeira Casa Modernista do Rio de Janeiro, na Rua Toneleros
1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba
1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte
1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte
1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna
1937 - Nova York (Estados Unidos) - 1ª Exposição de Arte Moderna Brasileira, no Nicholas Roerich Museum
1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo
1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca
1944 - Lisboa (Portugal) - 8ª Exposição de Arte Moderna
1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts
1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum
1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery
1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery
1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery
1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery
1945 - Lisboa (Portugal) - 9ª Exposição de Arte Moderna
1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery
1945 - Paris (França) - Coletiva, na Galerie Denise Renée
1946 - Paris (França) - Unesco: Exposition Internationale d'Art Moderne, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1947 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria René Drouin
1947 - Paris (França) - Peintures Abstraites, na Galerie Denise Renée
1948 - Avignon (França) - Arte Mural, no Palácio dos Papas
1948 - Recife PE - 4º Salão de Arte Moderna
1949 - Buenos Aires (Argentina) - Del Arte Figurativo al Arte Abstrato, no Instituto de Arte Moderno
1949 - Lion (França) - As Grandes Correntes da Pintura Contemporânea, no Museu de Lion
1949 - São Paulo SP - Do Figurativismo ao Abstracionismo, no MAM/SP
1950 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza
1951 - Europa - 20 Artistes de l'École de Paris com o Grupo Klar Form
1951 - Paris (França) - O Prato Pintado, na Galerie Christofle
1951 - Paris (França) - Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1953 - Roma (Itália) - Arte Astratta Italiana e Francesa, na Galleria Nazionale d'Arte Moderna
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - Artistas de Vanguarda da Escola de Paris, no MAM/SP
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1958 - Bruxelas (Bélgica) - Exposition Universalle et Internationale
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Paris (França) - 15º Salão de Maio, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Recife PE - Pintores Pernambucanos Contemporâneos, na Universidade Federal de Pernambuco. Centro de Artes e Comunicação
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Washington (Estados Unidos) - Art in Latin America Today: Brasil
1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Paris (França) - Exposition d'Art Latino Americain à Paris, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1966 - Paris (França) - Coletiva, na Galeria Debret
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp
1975 - São Paulo SP - O Modernismo de 1917 a 1930, no Museu Lasar Segall
1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall
1978 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Décadas da Pintura Brasileira, no Jockey Club
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mario Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery
1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1982 - Paris (França) - Paul Eluard e seus Amigos Pintores, no Centro Georges Pompidou
1982 - Salvador BA - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto
1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes
1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC
1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR
1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa - Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco
1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira
1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André (SP)
1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas
1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian
1984 - Paris (França) - Electra: a eletricidade e a eletrônica na arte do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte
1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala
1985 - Paris (França) - Uma Arte Outra, Uma Outra Arte: os anos 50, na Galeria Artcurial
1985 - Rio de Janeiro RJ - Rio: vertente surrealista, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial
1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp
1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes
1985 - São Paulo SP - As Mães e a Flor na Visão de 33 Pintores, na Ranulpho Galeria de Arte
1986 - Paris (França) - Los Americanos: peitres et sculpteurs d'Amerique Latine, na Galerie Centre d'Art Plastique Contemporaine
1986 - São Paulo SP - Tempo de Madureza, na Ranulpho Galeria de Arte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do secúlo XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Rio de Janeiro, Fevereiro, Março: do modernismo à geração 80, na Galeria de Arte Banerj
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - 2ª Abstração Geométrica, na Funarte. Centro de Artes
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor
1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
1989 - Londres (Inglaterra) - Coletiva, na Redferm Gallery
1989 - Milão (Itália) - Denise Renée Presente, na Galeria del Naviglio
1989 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1989 - São Paulo SP - Cor de Pernambuco, na Ranulpho Galeria de Arte
1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte
1990 - Compiegne (França) - Abstração Geométrica, no Centro Cultural de Compiegne
1990 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1990 - Paris (França) - Pequenos Tamanhos, na Galeria Denise Renée
1990 - São Paulo SP - Frutas, Flores e Cores, na Ranulpho Galeria de Arte
1991 - Madri (Espanha) - Arco/91
1991 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - A Música na Pintura, na Ranhulpho Galeria de Arte
1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte
1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB
1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, na Estación Plaza de Armas
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne
1993 - Maubeuge (França) - 1ª Triennale des Amériques
1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA
1993 - Poços de Caldas SP - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa da Cultura
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB
1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP
1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no Masp
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Memória da Liberdade, na Pinacoteca do Estado
1996 - Rio de Janeiro RJ - Visões do Rio, no MAM/RJ
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1997 - Belém PA - Arte Pará: fronteiras, no Museu do Estado do Pará
1997 - Curitiba PR - Casa Cor Sul, na Simões de Assis Galeria de Arte
1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal
1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1998 - Brasília DF - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no Ministério das Relações Exteriores
1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
1998 - São Paulo SP - 5º Salão de Arte e Antiguidades, no Clube Paineiras do Morumbi
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Curitiba PR - Destaques da Pintura Brasileira, na Simões de Assis Galeria de Arte
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte
1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal
1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
1999 - São Paulo SP - Brasileiro que nem Eu, que nem Quem?, no MAB/Faap. Salão Cultural
1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Anos Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Brasil sobre Papel: matizes e vivências, no Espaço de Artes Unicid
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles (Valência, Espanha)
2001 - Brasília DF - Coleções do Brasil, no CCBB
2001 - Rio de Janeiro RJ - Acervo da Arte Carioca, na Galeria de Arte Ipanema
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp
2001 - São Paulo SP - 8º Salão de Arte e Antiguidades, na A Hebraica
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos: prêmio ABCA 2000/2001, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
Exposições Póstumas
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - São Paulo SP - Memória Viva: a gravura de Cícero Dias, na Galeria de Arte Portal
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, no Almacén Galeria de Arte
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - São Paulo SP - Cícero Dias: décadas de 20 e 30, no MAB/Faap
Fonte: CICERO Dias. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 28 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Nascido em Escada, Pernambuco, foi o sétimo dos onze filhos do casal Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias, e passou a infância num engenho de sua cidade de origem, na Zona da Mata pernambucana. Em 1920, com treze anos, foi para o Rio de Janeiro. Entre os anos de 1925 e 1927, Cícero conheceu os modernistas e estudou pintura.
Em 1927, realizou sua primeira exposição individual, no Rio de Janeiro e, em 1928, abandonou a Escola de Belas Artes, passando a dedicar-se exclusivamente à pintura.
Em 1937, executou o cenário do balé de Serge Lifar e Villa Lobos, expôs em coletiva de modernos em Nova Iorque e viajou a Paris, onde se fixou definitivamente. Em Paris, tornou-se amigo de Picasso, do poeta Paul Éluard, e entrou em contato com o surrealismo. Durante a ocupação da França foi feito prisioneiro dos alemães.
Em 1943, participou do Salão de Arte Moderna de Lisboa, onde obteve premiação e, em 1945, voltou a Paris e ligou-se ao grupo dos abstratos. Nesse mesmo ano, expõe em Londres, na Unesco em Paris e em Amsterdam.
O ano de 1948 marcou uma atividade mais intensa no Brasil, com Cícero interessando-se sobretudo por murais. Em 1949, compareceu à Exposição de Arte Mural, em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal de Veneza. Em 1965, a Bienal de Veneza realizou uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura de Cícero Dias. Em 1970, realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra.
Volta com maior intensidade à pintura figurativa na década de 1960, como ocorre em O Noivo. Permanecem em seus quadros o clima de sonho e os elementos recorrentes: mulheres, casarios, folhagens, sendo constante a presença do mar como ocorre no quadro A Noiva. Em 2000, inaugurou uma praça projetada por ele mesmo, em Recife. Em fevereiro de 2002, Cícero Dias esteve novamente na capital pernambucana para o lançamento de um livro sobre sua trajetória artística e fez uma exposição na galeria Portal, em São Paulo.
Morreu em 28 de janeiro de 2003, em sua residência na Rue Long Champ, Paris. O Pintor morreu rodeado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Encontra-se sepultado no cemitério Montparnasse, centro de Paris.
O Comitê Cícero Dias está preparando o Catalogue Raisonné da obra de Cícero Dias, desenho e pintura.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.
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O problema
Estamos em fins de 1928. Um jovem aparentando vinte anos entra timidamente no gabinete de Graça Aranha, 60 anos, escritor já consagrado e membro da Academia Brasileira de Letras.
É o encontro de dois extremos. Um, já conseguira da vida tudo o que ambicionava. O outro, mal começando sua carreira, encontrava pelo caminho todos os embaraços e dificuldades.
O jovem explica a Graça Aranha seu problema. Revoltara-se com o reacionarismo da Escola Nacional de Belas Artes, que mantinha seus alunos presos em uma camisa de força, impedindo-os de experimentar outros caminhos que não os da arte tradicional.
Rompera, pois, com a escola, da qual demitiu-se. De temperamento agitado e com um mundo de idéias girando sobre sua cabeça, tinha reunido uma série de trabalhos em aquarela e óleo, os quais pretendia expor, mas encontrava todas as portas fechadas, num país ainda refratário à arte moderna.
O amigo certo
O jovem a que nos referimos era Cícero Dias, e não foi por acaso que, entre tantas outras pessoas de prestígio no Rio de Janeiro, ele escolhera justamente Graça Aranha (1868-1931) como seu patrocinador.
Em 1922, o escritor aderiu abertamente à Semana da Arte Moderna, criando uma cisão na quase monolítica Academia Brasileira de Letras e gerando nela uma polêmica como há muito tempo não se via.
Dois grupos de imortais se engalfinhavam, um deles liderado por Graça Aranha, que pretendia romper com o passado. O outro, mais sedimentado na velha estrutura, tinha como seu líder o escritor Coelho Neto (1864-1934). Os dois nordestinos, os dois maranhenses, os dois com uma força tremenda junto a seus pares. Eram conterrâneos ilustres, que agora não se entendiam, e que pretendiam levar suas posições até as últimas consequências.
Então, numa histórica sessão da Academia, no ano de 1924, deu-se o confronto fatal. Após discursos inflamados e uma discussão áspera entre ambos, diante de uma plateia numerosa, um grupo de jovens carregou Coelho Neto nas costas, enquanto outro grupo fazia o mesmo com Graça Aranha.
A primeira vez, foi num hospício
E eis como as coisas se passaram. Graça Aranha deu ao jovem uma carta de apresentação ao oftalmologista dr. Moura Brasil (1846-1928), que tinha um espaço livre, pertencente à Policlínica, bem em frente à Galeria Cruzeiro.
Mas Moura Brasil não foi encontrado e uma nova carta foi feita, desta vez endereçada ao Dr. Juliano Moreira, que ficou encantado com o desenho que lhe foi mostrado e, então, ofereceu uma solução um pouco fora dos padrões convencionais.
Explicou que, estava sendo realizado um congresso internacional nas dependências do hospício e, se o jovem estivesse com todo material pronto, ele daria autorização para expor naquele local.
Foi assim que, de maneira inesperada, a primeira individual modernista de Cícero Dias deu-se dentro de um hospício, e as reações que se seguiram foram o que se pode chamar de «coisa de louco».
Como acontecera com Graça na Academia, assim estava ocorrendo com Cícero, no hospital. Tradicionalistas revoltados protestavam contra a exposição, enquanto médicos europeus que participavam do Congresso o elogiavam e estimulavam a prosseguir.
De tudo, foi possível apurar um saldo positivo. Primeiro, o escândalo trouxe divulgação e chamou atenção para a obra de Cícero Dias, ainda incipiente. Segundo, como nem todo mundo era contra, até que ele conseguiu vender alguns quadros.
O povo não estranha
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, município de Escada, a 50 quilômetros de Recife (PE), em 5 de março de 1907 e, bem cedo, mudou-se para o Rio de Janeiro.
Matriculando-se na Escola Nacional de Belas Artes, apresentou-se desde o início com um temperamento irrequieto e inconstante. Começou estudando escultura e, em pouco tempo, desistia dessa opção, trocando-a pela pintura, em cujo estudo também não permaneceu por muito tempo.
Seu grande interesse era experimentar novas tendências, ideia que o colocou em choque com a orientação severa da Academia. Pedindo, pois, seu desligamento, a partir de 1928 passou a estudar por conta própria e, nesse mesmo ano, realizou sua primeira individual, nas circunstâncias que já apontamos acima.
Em 1929, voltou à sua terra, fazendo uma exposição em Recife, onde causou o mesmo escândalo registrado no Rio de Janeiro. Formou, então, o conceito de que o problema estava nos grandes centros, que cultivavam preconceitos e, assim, tinham dificuldade em aceitar ou, pelo menos, testar novas propostas.
Para comprovar essa sua tese, realizou mais três exposições, desta vez no interior de Pernambuco, onde sua pintura foi aceita com mais facilidade.
O povo não estranha, concluiu ele, quem estranha é o mal instruído, o burguês, mas o povo não.
Livre como um grafiteiro
Desvinculado do ensino acadêmico, sua arte ganhou maior liberdade de expressão, aparentemente sem o fino trato que os pintores ortodoxos, em geral, dispensam aos seus quadros.
As pinturas de Cícero, no dizer de um crítico, eram formadas por «imagens soltas e mal construídas (...) através de uma linguagem como a dos primitivos, ou a das crianças».
Com o início da 2ª República (1930-1945), o arquiteto Lúcio Costa (1902-1999) assume a direção da Escola Nacional de Belas Artes e inicia um processo de renovação, não aceito por outros professores, que lhe criaram uma série de embaraços, resultando em sua demissão pouco tempo depois.
Mas, ao menos naquele ano de 1931, Lúcio Costa era diretor e abriu as inscrições para o Salão anual, liberando-o a todas as tendências de arte, e não apenas a acadêmica.
Cícero Dias aproveitou a oportunidade e não deixou por menos. Preparou uma tela com mais de vinte metros de comprimento e, tal como fazem os grafiteiros de hoje, pintou nela tudo que lhe ia pela imaginação, de cenas comuns, infantis, até cenas eróticas.
Não é preciso dizer que o escândalo se repetiu, desta vez, com danos materiais, pois o grande painel foi destruído em vários pontos, obrigando-o a fazer o restauro. Expurgadas as cenas mais fortes, o painel ainda ficou com 17 metros de comprimento.
Um cidadão do mundo
Havendo experimentado, em 1930, o «gostinho de Paris», quando lá esteve aproveitando uma bolsa de estudos, seus planos eram de mudar-se definitivamente para a Europa.
Em 1937 essa ideia foi reavivada, quando a situação brasileira se deteriorou com a implantação do Estado Novo, por Getúlio Vargas. Protestando contra essa violência, viajou a Paris e, pouco depois, conseguiu empregar-se nos escritórios diplomáticos do Itamarati.
Foi uma oportunidade de matar dois coelhos com uma só cajadada. Ao mesmo tempo em que resolvia seus problemas financeiros, encontrava também maior facilidade para estabelecer contato com os modernistas, tomando conhecimento daquilo que melhor se fazia de novo pela Europa, na vanguarda da arte.
Não durou muito. Em 1940, com o agravamento da Segunda Guerra Mundial, tornou-se prisioneiro e, assim que conseguiu sua libertação, tratou de viajar para Portugal, onde ficou até o fim do conflito.
Voltando à França, em 1945, participou do Groupe Espace, que acabava de ser fundado por um grupo de pintores adeptos do abstracionismo, com o apoio da Galeria Denise René.
Desde então, fixou residência na França, com frequentes viagens ao Brasil e a Portugal, sem contar contatos com outros países onde seus quadros eram levados para participar de exposições.
Um artista amadurecido
Se a viagem de 1930 lhe proporcionou um primeiro contato com a arte europeia, sua segunda estada, a partir de 1937, deu-lhe tempo para a consolidação de tendências.
O pintor dos anos 40 ia, aos poucos, se desvinculando da imagem desleixada ou da pintura tida como infantil. Desde então, fixou-se cuidadosamente no apuro dos traços, da cor, deixando de ser o pintor caboclo, voltado para os temas regionais e para a pintura popular.
Surge, então a nova e mais importante de Cícero Dias, que o consagrou internacionalmente. Foi convidado a participar de exposições em centros importantes de arte, como na Itália, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Bélgica e outros.
Não deixou de registrar sua presença, também, em todos eventos importantes na França, em Portugal, e no Brasil, aqui, particularmente no Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Recife.
Os tempos passaram, as ideias foram se amoldando à evolução artística e sua pintura passou a ser recebida com entusiasmo nos mesmos centros que, outrora, o espezinharam.
É o preço a ser pago pelos precursores. Alguns morreram antes de ver a mudança. Outros, como Cícero Dias, tiveram a felicidade de viver por longos anos, o suficiente para colher os frutos de seu trabalho pioneiro.
Texto: Paulo Victorino (Retirado do site InvestArt)
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Biografia E-biografia
Cícero Dias (1907-2003) foi um pintor, desenhista e ilustrador brasileiro, grande representante da pintura modernista do Brasil. É autor do painel “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”, obra que irrompeu o cenário modernista no país.
Cícero Dias nasceu no Engenho Jundiá, na cidade de Escada, Zona da Mata, Pernambuco, no dia 05 de março de 1907. Filho de Pedro dos Santos Dias e Maria Gentil de Barros Dias era neto do Barão de Contendas. Passou sua infância no engenho da família.
Com treze anos, Cícero Dias foi levado para o Rio de Janeiro onde foi interno no Mosteiro de São Bento. Em 1925 ingressou nos cursos de Arquitetura e Pintura da Escola Nacional de Belas Artes, mas não os concluiu alegando que a escola o impedia de experimentar novos caminhos que não os da arte tradicional.
Entre 1925 e 1928, Cícero Dias teve contato com os grupos modernistas. Em 1928 realizou sua primeira exposição individual. Em 1929 colaborou com a revista Antropofagia. É dessa primeira fase do artista a obra “Porto” (1930).
Em 1931 realizou uma exposição no Salão Revolucionário, da Escola de Belas Artes, onde expôs o polêmico painel de 15,5 metros de largura por 2 metros de altura, pintado entre 1926 e 1929, “Eu Vi o Mundo... Ele Começava no Recife”.
A obra causou escândalo pelo tamanho, pelas imagens oníricas e pelos nus ousados para a época. Agressores cortaram a parte chamada “Mulheres Nuas e Ação” e o painel perdeu três metros. A obra marcou seu ingresso, definitivo, na vanguarda modernista do país.
Em 1932, Cícero Dias retornou para o Recife, onde passou a lecionar desenho em seu ateliê instalado na cidade. No ano seguinte ilustrou a primeira edição da obra de Gilberto Freire, Casa Grande & Senzala.
Mudança para Paris
Simpatizante do Partido Comunista, o artista foi perseguido pela ditadura do Estado Novo. Nesse mesmo ano, resolveu se mudar para Paris, onde conheceu Henri Matisse e Pablo Picasso, de quem se tornaria amigo.
Em 1942, durante a ocupação da França pelos nazistas, Cícero Dias foi preso e enviado para a Alemanha.
Assim que conseguiu sua libertação, viajou para Portugal, onde viveu em Lisboa como Adido Cultural da Embaixada do Brasil. Em 1943 participou do Salão de Arte Moderna em Lisboa, onde foi premiado.
Nessa época, passa por uma fase de transição, conhecida como “fase vegetal”, na qual ele sai da figuração e começa a entrar na abstração, para na fase seguinte chegar a uma abstração plena.
Em 1945, Cícero Dias fixou residência em Paris e integrou-se ao grupo abstrato Espace. Realizou frequentes viagens ao Brasil e aos países onde seus quadros eram expostos.
Em 1948, no Brasil, realizou intensas atividades especialmente com murais. O edifício da Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco foi adornado por três painéis do artista, entre eles o primeiro trabalho abstrato da América Latina.
Em 1949, esteve na Exposição de Arte Mural em Avinhão, na França. Em 1950 participou da Bienal em Veneza. Em 1953, expôs na II Bienal de São Paulo. Em 1965, realizou na Bienal de Veneza, uma exposição retrospectiva de quarenta anos de pintura.
Em 1970, Cícero Dias realizou individuais no Recife, Rio de Janeiro e em São Paulo. Em 1980 foram instalados dois painéis no hall central da Casa da Cultura, no Recife, que representam fatos históricos de Pernambuco.
Em 1981, o MAM realizou uma retrospectiva de sua obra. Em 1991 inaugura um painel de 20 metros na Estação Brigadeiro do Metrô de São Paulo. Em 1998 recebe do governo francês a Ordem Nacional do Mérito da França.
No ano 2000, Cícero Dias inaugura uma “Rosa-dos-Ventos”, estilizada, estampada no chão da Praça do Marco Zero, cartão postal da cidade do Recife.
Em fevereiro de 2002, esteve novamente no Recife para o lançamento do livro sobre sua trajetória artística. Em São Paulo fez uma exposição na Galeria Portal.
Cícero Dias faleceu em sua residência na Rue Long Champ, em Paris, no dia 28 de janeiro de 2003, cercado por sua esposa Raymonde, sua filha Sylvia e seus dois netos. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Montparnasse, em Paris.
Sobre a lápide, encontra-se o epitáfio-manifesto: “Eu vi o mundo... ele começava no Recife”.
Fonte: E-biografia, por Dilva Frazão, última atualização em 24 de março de 2020, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.