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Dario Mecatti

Biografia

Em torno de 1927, pinta cartazes para a sala de cinema de seu primo, em Florença. Recebe orientação artística do pintor e professor italiano Camillo Innocenti (1871-1961), embora não se matricule em nenhum curso oficial. Em 1933, realiza sua primeira exposição, em Florença, viajando em seguida para o Norte da África, onde percorre países como Líbia, Tunísia, e Argélia. Realiza exposições em algumas das cidades por onde passa. Entre 1936 e 1939 visita o Marrocos, onde produz diversos trabalhos retratando os costumes da região. Em 1939, viaja para a Ilha de São Miguel, nos Açores.

No ano seguinte, viaja para o Brasil ao lado dos pintores Renzo Gori e Silvio Nigri. Desembarca no Rio de Janeiro, onde realiza exposição na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Viaja pelas cidades mineiras de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Ouro Preto e se muda, no final de 1940, para São Paulo. Entre 1941 e 1945, trabalha na Galeria Fiorentina. Participa do 7º Salão Paulista de Belas Artes, em 1941, recebendo pequena medalha de prata. Em 1945, se casa com a pintora Maria da Paz. Em 1946, constrói sua casa-estúdio, onde realiza exposições individuais anuais.

Em 1947, faz sua primeira viagem de volta à Itália, passando a viver e expor alternadamente no Brasil e na Europa. Durante as décadas de 1940 e 1950, expõe em diversas cidades brasileiras, além de realizar mostras em Buenos Aires e Montevidéu. Na Europa, expõe em Barcelona, Lisboa, Florença, Milão, San Remo e Berlim. Entre 1969 e 1976 é artista exclusivo da Galeria Irlandini, no Rio de Janeiro, que apresenta regularmente seus trabalhos. Em 1978, recebe homenagem póstuma no 42º Salão Paulista de Belas Artes.

Comentário crítico

Embora também tenha produzido retratos, paisagens e naturezas-mortas, a carreira de Dario Mecatti se configura principalmente em torno da pintura de gênero. Nas viagens realizadas pelo Norte da África durante a década de 1930, o pintor estabelece um repertório que o acompanha pelo menos até década de 1950, quando já vive no Brasil. Nesses trabalhos, figuram cenas típicas do cotidiano das cidades árabes visitadas, que registram a agitação de feiras e mercados a céu aberto, pescadores saindo para o trabalho no cais, o movimento de transeuntes em estreitas ruelas ou sob arcadas ogivais, elementos comuns da configuração arquitetônica da região. Por vezes, o artista procura também temas característicos, como uma caravana de beduínos no deserto ou cenas de dança de odaliscas.

Do ponto de vista formal, é notável certa filiação ao grupo de pintores italianos conhecido como macchiaioli, surgido em Florença na metade do século XIX, como reação à rigidez dos padrões acadêmicos. De acordo com o historiador da arte G. C. Argan, esse grupo apresenta um tipo de compreensão da pintura como "manchas coloridas de luz e sombra",1 pautada num enfrentamento direto e sincero com a realidade. As obras de Mecatti até a década de 1950 compartilham esses princípios, o que permite perceber que, embora figurativa e dentro dos gêneros tradicionais da arte, seria um equívoco considerá-las "acadêmicas". A partir da década de 1960, aquele enfrentamento cede lugar à geometrização das figuras, como casarios construídos sobre encostas, numa assimilação tardia de aspectos das vanguardas modernas.

Críticas

"Figuras e paisagens foram uma constante na extensa obra deixada por Mecatti. Singular, ele escreveu certa vez que sua pintura era essencialmente medieval. ´Sou um medieval. Sou um medieval de nascimento. Nasci numa cidade totalmente medieval, e desde criança já dava com os olhos sobre paredes inteiramente cobertas de afrescos. Isto está dentro de mim. E minha pintura é religiosa, como o medieval é religioso. Até os nus que pinto são eroticamente religiosos. Os céus precisam ser pintados com muita melancolia. Sobretudo os céus da tarde, o horário nobre, onde toda luz é dourada´ ".

Eugênia Gorini Esmeraldo e Geraldo Serra (GALLAS, Alfredo G. (coord.). 100 obras Itaú. São Paulo: Itaugaleria, 1985.)

Exposições Individuais

1940 - São Paulo SP - Individual, na Casa Jardim

1941 - São Paulo SP - Individual, na Casa Jardim

1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

1945 - São Paulo SP - Individual, no seu ateliê

1976 - São Paulo SP - Individual, no seu ateliê

Exposições Coletivas

1933 - Florença (Itália) - Primeira mostra

1934 - Trípoli (Líbia) - Mostra conjunta com o pintor Tonti, no Salão Sordi

1934 - Trípoli (Líbia) - Mostra, na Sociedade Dante Alighieri

1935 - Mostaganem (Argélia) - Mostra conjunta com Renzo Gori, no Teatro Municipal

1935 - Sfax (Tunísia) - Mostra, no Teatro Municipal

1937 - Casablanca (Marrocos) - Mostra, na Galeria Sumica

1938 - Casablanca (Marrocos) - Mostra, na Galeria Sumica

1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal de São Paulo

1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia - pequena medalha de prata

1943 - Buenos Aires (Argentina) - Coletiva, na Galeria Moody

1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1945 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1947 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, no MNBA

1948 - São Paulo SP - Mostra, no Hall do Teatro Municipal

1949 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, no Palace Hotel

1950 - São Paulo SP - Mostra, na Galeria Rio Branco

Exposições Póstumas

1978 - São Paulo SP - Recebe homenagem no 42º Salão Paulista de Belas Artes

1982 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria

1982 - São Paulo SP - Pintores Italianos no Brasil, no MAM/SP

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1993 - São Paulo SP - O Olhar Italiano sobre São Paulo, na Pinacoteca do Estado

1998 - Rio de Janeiro RJ - Marinhas em Grandes Coleções Paulistas, no Museu Naval e Oceanográfico. Serviço de Documentação da Marinha

1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira

2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria

Fonte: DARIO Mecatti. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9985/dario-mecatti>. Acesso em: 12 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Crédito fotográfico: Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural

Dario Mecatti

Biografia

Em torno de 1927, pinta cartazes para a sala de cinema de seu primo, em Florença. Recebe orientação artística do pintor e professor italiano Camillo Innocenti (1871-1961), embora não se matricule em nenhum curso oficial. Em 1933, realiza sua primeira exposição, em Florença, viajando em seguida para o Norte da África, onde percorre países como Líbia, Tunísia, e Argélia. Realiza exposições em algumas das cidades por onde passa. Entre 1936 e 1939 visita o Marrocos, onde produz diversos trabalhos retratando os costumes da região. Em 1939, viaja para a Ilha de São Miguel, nos Açores.

No ano seguinte, viaja para o Brasil ao lado dos pintores Renzo Gori e Silvio Nigri. Desembarca no Rio de Janeiro, onde realiza exposição na Sociedade Brasileira de Belas Artes. Viaja pelas cidades mineiras de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Ouro Preto e se muda, no final de 1940, para São Paulo. Entre 1941 e 1945, trabalha na Galeria Fiorentina. Participa do 7º Salão Paulista de Belas Artes, em 1941, recebendo pequena medalha de prata. Em 1945, se casa com a pintora Maria da Paz. Em 1946, constrói sua casa-estúdio, onde realiza exposições individuais anuais.

Em 1947, faz sua primeira viagem de volta à Itália, passando a viver e expor alternadamente no Brasil e na Europa. Durante as décadas de 1940 e 1950, expõe em diversas cidades brasileiras, além de realizar mostras em Buenos Aires e Montevidéu. Na Europa, expõe em Barcelona, Lisboa, Florença, Milão, San Remo e Berlim. Entre 1969 e 1976 é artista exclusivo da Galeria Irlandini, no Rio de Janeiro, que apresenta regularmente seus trabalhos. Em 1978, recebe homenagem póstuma no 42º Salão Paulista de Belas Artes.

Comentário crítico

Embora também tenha produzido retratos, paisagens e naturezas-mortas, a carreira de Dario Mecatti se configura principalmente em torno da pintura de gênero. Nas viagens realizadas pelo Norte da África durante a década de 1930, o pintor estabelece um repertório que o acompanha pelo menos até década de 1950, quando já vive no Brasil. Nesses trabalhos, figuram cenas típicas do cotidiano das cidades árabes visitadas, que registram a agitação de feiras e mercados a céu aberto, pescadores saindo para o trabalho no cais, o movimento de transeuntes em estreitas ruelas ou sob arcadas ogivais, elementos comuns da configuração arquitetônica da região. Por vezes, o artista procura também temas característicos, como uma caravana de beduínos no deserto ou cenas de dança de odaliscas.

Do ponto de vista formal, é notável certa filiação ao grupo de pintores italianos conhecido como macchiaioli, surgido em Florença na metade do século XIX, como reação à rigidez dos padrões acadêmicos. De acordo com o historiador da arte G. C. Argan, esse grupo apresenta um tipo de compreensão da pintura como "manchas coloridas de luz e sombra",1 pautada num enfrentamento direto e sincero com a realidade. As obras de Mecatti até a década de 1950 compartilham esses princípios, o que permite perceber que, embora figurativa e dentro dos gêneros tradicionais da arte, seria um equívoco considerá-las "acadêmicas". A partir da década de 1960, aquele enfrentamento cede lugar à geometrização das figuras, como casarios construídos sobre encostas, numa assimilação tardia de aspectos das vanguardas modernas.

Críticas

"Figuras e paisagens foram uma constante na extensa obra deixada por Mecatti. Singular, ele escreveu certa vez que sua pintura era essencialmente medieval. ´Sou um medieval. Sou um medieval de nascimento. Nasci numa cidade totalmente medieval, e desde criança já dava com os olhos sobre paredes inteiramente cobertas de afrescos. Isto está dentro de mim. E minha pintura é religiosa, como o medieval é religioso. Até os nus que pinto são eroticamente religiosos. Os céus precisam ser pintados com muita melancolia. Sobretudo os céus da tarde, o horário nobre, onde toda luz é dourada´ ".

Eugênia Gorini Esmeraldo e Geraldo Serra (GALLAS, Alfredo G. (coord.). 100 obras Itaú. São Paulo: Itaugaleria, 1985.)

Exposições Individuais

1940 - São Paulo SP - Individual, na Casa Jardim

1941 - São Paulo SP - Individual, na Casa Jardim

1944 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

1945 - São Paulo SP - Individual, no seu ateliê

1976 - São Paulo SP - Individual, no seu ateliê

Exposições Coletivas

1933 - Florença (Itália) - Primeira mostra

1934 - Trípoli (Líbia) - Mostra conjunta com o pintor Tonti, no Salão Sordi

1934 - Trípoli (Líbia) - Mostra, na Sociedade Dante Alighieri

1935 - Mostaganem (Argélia) - Mostra conjunta com Renzo Gori, no Teatro Municipal

1935 - Sfax (Tunísia) - Mostra, no Teatro Municipal

1937 - Casablanca (Marrocos) - Mostra, na Galeria Sumica

1938 - Casablanca (Marrocos) - Mostra, na Galeria Sumica

1940 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Belas Artes, no Salão de Arte Almeida Júnior da Prefeitura Municipal de São Paulo

1942 - São Paulo SP - 8º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia - pequena medalha de prata

1943 - Buenos Aires (Argentina) - Coletiva, na Galeria Moody

1943 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1945 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1947 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, no MNBA

1948 - São Paulo SP - Mostra, no Hall do Teatro Municipal

1949 - Rio de Janeiro RJ - Mostra, no Palace Hotel

1950 - São Paulo SP - Mostra, na Galeria Rio Branco

Exposições Póstumas

1978 - São Paulo SP - Recebe homenagem no 42º Salão Paulista de Belas Artes

1982 - São Paulo SP - Individual, na Dan Galeria

1982 - São Paulo SP - Pintores Italianos no Brasil, no MAM/SP

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1993 - São Paulo SP - O Olhar Italiano sobre São Paulo, na Pinacoteca do Estado

1998 - Rio de Janeiro RJ - Marinhas em Grandes Coleções Paulistas, no Museu Naval e Oceanográfico. Serviço de Documentação da Marinha

1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira

2001 - São Paulo SP - Figuras e Faces, na A Galeria

Fonte: DARIO Mecatti. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9985/dario-mecatti>. Acesso em: 12 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Crédito fotográfico: Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural

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