Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874 - 1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897 - 1985) e Vieira da Silva (1908 - 1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói).
Análise
No início da carreira, Ione Saldanha pinta quadros com cenas cotidianas e retratos, em que revela interesse pela obra de Henry Matisse (1869 - 1954). Produz também figurações de casarios, definidos como retângulos de cor. Como nota o crítico Roberto Pontual, nesses trabalhos os jogos de verticalidade e horizontalidade assumem o papel de cerne estrutural e norma compositiva. Ainda segundo o crítico, o casario transforma-se primeiro em síntese construtiva para diluir-se depois, com os mesmos elementos da geometria, em estruturas sob brumas. Algumas obras, como Cidade (1961), revelam afinidade com a produção de Vieira da Silva (1908 - 1992).
Já no fim da década de 1960, a artista busca novos suportes, abandonando a superfície bidimensional e expondo pinturas sobre ripas, bambus e bobinas. As Ripas, pintadas em apenas uma das superfícies, são expostas em conjunto, possibilitando uma infinidade de combinações de cores e apresentando grande leveza. Nessas obras, destaca-se o ritmo criado pela sucessão de variações cromáticas, que parecem se disseminar pelo espaço expositivo.
Os Bambus, pensados como colunas que se elevam do chão, são associados, por alguns críticos, a objetos de manifestações primitivas ou populares e também à produção de Alfredo Volpi (1896-1988), em relação à gama cromática. Já nas Bobinas, a artista transfigura o caráter industrial do suporte, explorando também seu aspecto lúdico.
Fonte: IONE Saldanha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9565/ione-saldanha>. Acesso em: 12 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874 - 1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897 - 1985) e Vieira da Silva (1908 - 1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói).
Análise
No início da carreira, Ione Saldanha pinta quadros com cenas cotidianas e retratos, em que revela interesse pela obra de Henry Matisse (1869 - 1954). Produz também figurações de casarios, definidos como retângulos de cor. Como nota o crítico Roberto Pontual, nesses trabalhos os jogos de verticalidade e horizontalidade assumem o papel de cerne estrutural e norma compositiva. Ainda segundo o crítico, o casario transforma-se primeiro em síntese construtiva para diluir-se depois, com os mesmos elementos da geometria, em estruturas sob brumas. Algumas obras, como Cidade (1961), revelam afinidade com a produção de Vieira da Silva (1908 - 1992).
Já no fim da década de 1960, a artista busca novos suportes, abandonando a superfície bidimensional e expondo pinturas sobre ripas, bambus e bobinas. As Ripas, pintadas em apenas uma das superfícies, são expostas em conjunto, possibilitando uma infinidade de combinações de cores e apresentando grande leveza. Nessas obras, destaca-se o ritmo criado pela sucessão de variações cromáticas, que parecem se disseminar pelo espaço expositivo.
Os Bambus, pensados como colunas que se elevam do chão, são associados, por alguns críticos, a objetos de manifestações primitivas ou populares e também à produção de Alfredo Volpi (1896-1988), em relação à gama cromática. Já nas Bobinas, a artista transfigura o caráter industrial do suporte, explorando também seu aspecto lúdico.
Fonte: IONE Saldanha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9565/ione-saldanha>. Acesso em: 12 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
2 artistas relacionados
Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874 - 1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897 - 1985) e Vieira da Silva (1908 - 1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói).
Análise
No início da carreira, Ione Saldanha pinta quadros com cenas cotidianas e retratos, em que revela interesse pela obra de Henry Matisse (1869 - 1954). Produz também figurações de casarios, definidos como retângulos de cor. Como nota o crítico Roberto Pontual, nesses trabalhos os jogos de verticalidade e horizontalidade assumem o papel de cerne estrutural e norma compositiva. Ainda segundo o crítico, o casario transforma-se primeiro em síntese construtiva para diluir-se depois, com os mesmos elementos da geometria, em estruturas sob brumas. Algumas obras, como Cidade (1961), revelam afinidade com a produção de Vieira da Silva (1908 - 1992).
Já no fim da década de 1960, a artista busca novos suportes, abandonando a superfície bidimensional e expondo pinturas sobre ripas, bambus e bobinas. As Ripas, pintadas em apenas uma das superfícies, são expostas em conjunto, possibilitando uma infinidade de combinações de cores e apresentando grande leveza. Nessas obras, destaca-se o ritmo criado pela sucessão de variações cromáticas, que parecem se disseminar pelo espaço expositivo.
Os Bambus, pensados como colunas que se elevam do chão, são associados, por alguns críticos, a objetos de manifestações primitivas ou populares e também à produção de Alfredo Volpi (1896-1988), em relação à gama cromática. Já nas Bobinas, a artista transfigura o caráter industrial do suporte, explorando também seu aspecto lúdico.
Fonte: IONE Saldanha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9565/ione-saldanha>. Acesso em: 12 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7
Realiza seus primeiros estudos no Rio de Janeiro, no ateliê do pintor Pedro Luiz Correia de Araújo (1874 - 1955), em 1948. Entra em contato com os artistas Arpad Szenes (1897 - 1985) e Vieira da Silva (1908 - 1992). Viaja para a Europa em 1951 e estuda a técnica de afresco em Paris, na Académie Julian, e em Florença, Itália. Inicialmente produz obras figurativas, como cenas cotidianas e retratos, e pintura de casarios, em que enfatiza a geometria. Posteriormente, sua produção adquire um caráter abstrato. No fim da década de 1960, passa a utilizar novos suportes, abandonando a superfície bidimensional, e pinta sobre ripas, carretéis (bobinas de madeira para cabos elétricos) e bambus. Em 1969, recebe o prêmio de viagem ao exterior no 7º Resumo de Arte do Jornal do Brasil, e vai para os Estados Unidos e Europa. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, com prêmio aquisição em 1967, e sala especial em 1975 e 1979. Apresenta a mostra Resumo de 45 Anos de Pintura, nas galerias A. M. Niemeyer, Paulo Klabin e Saramenha, no Rio de Janeiro, em 1988. Em 2001, é realizada a retrospectiva Ione Saldanha e a Simplicidade da Cor, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC/Niterói).
Análise
No início da carreira, Ione Saldanha pinta quadros com cenas cotidianas e retratos, em que revela interesse pela obra de Henry Matisse (1869 - 1954). Produz também figurações de casarios, definidos como retângulos de cor. Como nota o crítico Roberto Pontual, nesses trabalhos os jogos de verticalidade e horizontalidade assumem o papel de cerne estrutural e norma compositiva. Ainda segundo o crítico, o casario transforma-se primeiro em síntese construtiva para diluir-se depois, com os mesmos elementos da geometria, em estruturas sob brumas. Algumas obras, como Cidade (1961), revelam afinidade com a produção de Vieira da Silva (1908 - 1992).
Já no fim da década de 1960, a artista busca novos suportes, abandonando a superfície bidimensional e expondo pinturas sobre ripas, bambus e bobinas. As Ripas, pintadas em apenas uma das superfícies, são expostas em conjunto, possibilitando uma infinidade de combinações de cores e apresentando grande leveza. Nessas obras, destaca-se o ritmo criado pela sucessão de variações cromáticas, que parecem se disseminar pelo espaço expositivo.
Os Bambus, pensados como colunas que se elevam do chão, são associados, por alguns críticos, a objetos de manifestações primitivas ou populares e também à produção de Alfredo Volpi (1896-1988), em relação à gama cromática. Já nas Bobinas, a artista transfigura o caráter industrial do suporte, explorando também seu aspecto lúdico.
Fonte: IONE Saldanha. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa9565/ione-saldanha>. Acesso em: 12 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7