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José Resende

José de Moura Resende Filho (São Paulo, SP, 2 de janeiro de 1945), mais conhecido como José Resende, é um escultor brasileiro. Cursou gravura na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, ambas em 1963. Estudou desenho com Wesley Duke Lee, fez estágio no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Em 1966, Resende foi um dos fundadores do Grupo Rex, ao lado de figuras artísticas como Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Geraldo de Barros, Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Formou-se em arquitetura e também ajudou a estabelecer a Escola Brasil juntamente com Luiz Paulo Baravelli, Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Durante a década de 1970, lecionou no Instituto de Artes e Decoração da Faculdade de Comunicação e Arte da Universidade Mackenzie e no Departamento de Escultura da Faap. Em 1975, co-editou a revista Malasartes e, entre 1976 e 1986, atuou como professor titular de Linguagem Arquitetônica e chefe de departamento na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Residiu em Nova York, entre 1984 e 1985, como bolsista da Fundação John Simon Guggenheim. Resende trabalha com uma variedade grande de materiais, entre eles pedras, tubos de cobre, lâminas de chumbo, cabos de aço, chapas e ampolas de vidro, além de ainda líquidos como o mercúrio, água e tinta sépia. Em obras mais recentes, usou também o couro e a parafina. O artistas busca explorar os potenciais usos dos materiais que compõem suas obras, fazendo uma ponte entre a arte povera e o pós-minimalismo norte-americano. Realizou exposições nacionais e internacionais, das quais podemos destacar Bienal de São Paulo, a Bienal de Paris de 1980, a Bienal de Veneza de 1988, a Documenta de Kassel de 1992, a Bienal de Sydney de 1998 e a Bienal do Mercosul de 2001.

José Resende | Arremate Arte

José Resende é um dos nomes centrais da escultura contemporânea brasileira, um artista cujo trabalho reflete uma profunda investigação das relações entre materialidade, espaço e forma.

Formou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie e estudou gravura na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Contudo, foi sua capacidade de transcender os limites dessas disciplinas que o distinguiu no cenário artístico. Sua obra é notável por uma estética que explora a tensão e o equilíbrio entre elementos, frequentemente utilizando materiais industriais como chumbo, aço, vidro, e cabos de aço, conferindo-lhes uma nova poética.

O trabalho de Resende é impregnado de uma sensibilidade que conjuga o rigor da forma com a sutileza dos materiais, evocando uma espécie de “arquitetura do efêmero”, como observado nas complexas articulações e estruturas que desafiam a gravidade e a percepção do espectador.

Sua participação no Grupo Rex, ao lado de outros expoentes da arte brasileira como Wesley Duke Lee e Nelson Leirner, consolidou sua posição como um inovador, sempre em busca de uma linguagem própria, marcada pela crítica às convenções do sistema artístico. O Grupo Rex foi um marco na arte brasileira dos anos 1960, conhecido por sua abordagem irreverente e pelo desejo de romper com os padrões estabelecidos.

A obra de José Resende, exibida em importantes eventos internacionais como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel, é frequentemente associada ao movimento arte povera e ao pós-minimalismo, embora transcenda categorizações rígidas. Suas esculturas não são meramente objetos, mas eventos que ocorrem no espaço, revelando a força expressiva dos materiais e a complexidade das suas interações. Resende explora as potencialidades dos materiais com uma liberdade que, paradoxalmente, respeita a resistência e as características intrínsecas de cada elemento, resultando em obras que são ao mesmo tempo físicas e metafísicas, concretas e poéticas. Sua contribuição para a arte contemporânea é inestimável, tanto em termos de sua produção individual quanto de sua influência sobre novas gerações de escultores.

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José Resende | Itaú Cultural

José de Moura Resende Filho (São Paulo, São Paulo, 1945). Escultor. Suas obras são feitas, entre tantos outros materiais, de pedras, tubos de cobre, lâminas de chumbo, calotas metálicas e parafina, usados para estimular sensações como movimento e desequilíbrio, e muitas vezes com intenção de provocar e ironizar o status quo.

Resende ingressa no mundo das artes no começo da década de 1960. Estuda desenho com Wesley Duke Lee (1931-2010) e frequenta o curso de gravura da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo. Em 1967, forma-se em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Nessa época, trabalha como estagiário no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021). Com Duke Lee, Nelson Leirner (1932-2020), Geraldo de Barros (1923-1998), Frederico Nasser (1945-2020) e Carlos Fajardo (1941), cria em 1966 o Grupo Rex, cooperativa artística marcada por irreverência, humor e crítica ao sistema de arte.

Ao lado de Luiz Paulo Baravelli (1942), Frederico Nasser e Carlos Fajardo, também é um dos fundadores do Centro de Experimentação Artística Escola Brasil, que valoriza métodos distintos do ensino tradicional em artes visuais. Nas décadas de 1970 e 1980, leciona em várias instituições, como a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Artes e Decoração da Faculdade de Comunicação e Arte da Universidade Mackenzie, o Departamento de Escultura da Faculdade de Artes Plásticas da Faap e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.

Em 1975, trabalha como coeditor da revista Malasartes, na qual publica artigos. De 1979 a 1981, frequenta o curso de pós-graduação do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Entre 1984 e 1985, reside em Nova York como bolsista da Fundação John Simon Guggenheim.

Na década de 1960, sua obra, como aponta a estudiosa Daisy Peccinini, apresenta evocações de uma atmosfera "mágica", advindas provavelmente do estudo com Wesley Duke Lee, como em Homenagem ao horizonte longínquo (1967). Nas obras Retrato de meu pai (1965), Liaisons dangereuses (Ligações Perigosas, 1966) e Núpcias no tapete mágico (1967), nota-se o caráter de fantasia com tom irônico de origem pop.

Mais tarde, seus trabalhos adquirem uma característica mais literal, tirando proveito das potencialidades expressivas dos materiais empregados, em consonância com preocupações do movimento artístico italiano Arte Povera (arte pobre, em português) e do pós-minimalismo norte-americano. Entende-se assim a diversidade de materiais escolhidos pelo artista: tubos de cobre, lâminas de chumbo, cabos de aço, chapas e ampolas de vidro.

Resende é autor de uma das 14 esculturas criadas para a Praça da Sé, marco zero da cidade de São Paulo, quando o centro da capital paulista foi reurbanizado durante a construção da estação Sé do Metrô, no final dos anos 1970. O trabalho, entitulado Quadro negro, é construído com uma lâmina de concreto suspensa por quatro colunas de aço, medindo 2 metros de altura por 14 metros de largura. Segundo ele, no contexto do início do movimento das Diretas Já, a ideia foi oferecer um suporte para pichações, com seu teor político, obsceno e provocador.

O artista valoriza a escolha dos materiais que apresentem caráter expressivo. Emprega com frequência os mais diversos líquidos, tais como mercúrio, água e tinta sépia. Usa também couro e parafina. O uso da parafina, por exemplo, por ser um material que se solidifica facilmente, permite ao espectador a observação do gesto do escultor e a cristalização dessa ação na forma final. Em algumas esculturas da década de 1990, utiliza calotas metálicas como módulos para várias articulações.

A produção mais característica de Resende procura dar relevância aos elementos empregados e às relações deles com o espaço, em lugar de apenas utilizá-los como suporte para formas convencionais. O artista cria esculturas que incorporam ou dialogam com os espaços vazios. Seus trabalhos se distinguem pelas articulações plásticas tensas: torções, curvas e nós que sugerem equilíbrio precário, sensação de movimento ou deslocamento.

José Resende é um artista questionador que usa materiais pouco convencionais para criar esculturas carregadas de sentido político, com as quais propõe uma linguagem à margem dos padrões vigentes.

Críticas

"Ele já trabalhou com tubos de cobre, lâminas de chumbo, cortinas de veludo, líquidos prensados entre chapas de vidro, ampolas de mercúrio e agora, nas obras mais recentes, tem usado o metal mas também o couro e a parafina. Com a parafina, por exemplo, que é um material que se solidifica com rapidez, ele cria objetos em que aparece a maneira como ele é feito, isto é, o gesto, e a seguir a cristalização dessa ação, na forma final. Para muitos artistas conceituados, o artista não deve sequer colocar a mão na matéria, o importante é a idéia, não a realização, isso ele pode mandar um assistente fazer. No caso de José Resende, nada é ortodoxo nem tampouco ele é fiel a este ou àquele segmento teórico. É por isso que a sua obra ainda guarda tal vitalidade a qual raros artistas dos anos 70 conseguiram preservar" — Casimiro Xavier de Mendonça (MENDONÇA, Casimiro Xavier de. José Resende: ação sobre a matéria. Galeria: revista de arte, São Paulo, n. 9, p. 62-69, 1988).

"O trabalho de Resende não é hermético. É um trabalho que exterioriza facilmente o processo físico e mental de sua construção, os percalços das coerentes resoluções finais e as características também físicas e mentais do resultado. São gigantescas ampolas de vidro combinando diversos líquidos, como clorofórmio, água, tinta sépia, óleo, mercúrio; e chapas de vidro retangulares ou quadradas (encostadas no chão e na parede) que prensam gesso, borracha ou abrem caminho a finas faixas de estanho. 

Salvo uma ou outra peça, este é um trabalho que ainda se atém à antiga 'fabricação' de objetos escultóricos convencionais, às qualidades compositivas formais de organização hierárquica e - apesar de rejeitarem a sua condição de objetos 'de pedestal' - conservam aquela presença sólida, marcante e nada efêmera que esses objetos possuem. Remetem mais naturalmente à tradição representada pelos construtivistas ou cinéticos, por exemplo, do que aos mais recentes movimentos da vanguarda escultórica que antagonizaram a tradição. Dentro da retomada dos valores eternos do objeto artístico e do questionamento dos valores contemporâneos que esse objeto assumiu - muitas vezes de forma apressada e incompleta -, eles podem estar inseridos naquilo que se chama de pós-minimalismo. Ou seja, a síntese dos momentos radicais 'desinfetantes' da mística minimalista, que é, antes, claro, a antítese libertária de seus dogmas" — Sheila Leirner (LEIRNER, Sheila. José Resende e o retrato fiel de uma ação. In: ______. Arte e seu tempo. São Paulo: Perspectiva, 1991. p. 360-361. (Debates, 237).

"(...) cada escultura de José Resende é uma empresa que se decide por si mesma: a evidência singular íntegra é o que sustenta e eventualmente redimensiona a inteligência 'incerta' do conjunto. O seu impacto inicial deriva exatamente da impressão de dar forma ao instável e ao contingente. Ou antes, em termos mais acurados, de exibi-los tão fluentemente enquanto fatores de coesão estrutural. 

A razão, o motivo de cada peça, seria levar adiante um teste. Teste para verificar a pertinência da unidade, seja qual for, em meio à serialidade, ao automatismo e à dispersão generalizados. Teste ainda para investigar o alcance cultural de uma linguagem estritamente plástica em face da demanda crescente por uma 'fala social' das imagens de arte. Por mais que se pretendam transitórias, 'simulacros', imagens registram, representam e fixam algo - enfim, permanecem imagens e, como tais, disponíveis. O fenômeno plástico, inversamente, não é passível de semelhante apropriação: há de descobri-lo e nomeá-lo onde porventura apareça; resume afinal uma experiência variável, intermitente, controvertida. 

De aspecto quase volátil, ou quase amorfo, a escultura de José Resende resiste à apresentação através de imagens. Ligeiras, instantâneas, ou espessas e truncadas, no limite mesmo da individuação, tais peças prescindem de contemplação: observá-las e senti-las exige desde logo experimentá-las, repassar por conta própria as suas articulações construtivas. Criticá-las, por sua vez, consiste numa larga medida em saber acompanhar iniciativas múltiplas, de sintaxes díspares, que repõem a atualidade da aventura plástica" — Ronaldo Brito (RESENDE, José. José Resende. Texto Ronaldo Brito. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. p. 6).

"José Resende, aprofundando sua concepção de arte como uma forma específica de pensamento, a exigir uma leitura especializada, seria o responsável pela introdução de novos materiais no campo da escultura como a parafina, o vidro, a borracha, couro, chumbo, feltro, cobre, tecidos, breu e mesmo elementos líquidos, exercendo, como conseqüência, uma considerável influência sobre os novos escultores brasileiros. Em texto recente, Ronaldo Brito destaca 'os embates cegos, com materiais notoriamente refratários a qualquer formalização regular', 'explorando atritos, aversões e impregnações exclusivamente materiais', e, por serem estes materiais, em geral, comuns, pesados e industriais, 'favorecendo livres associações com processos de construção'" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. O campo tridimensional: esculturas, relevos, objetos e intalações. In: TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. 2. ed. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999. p. 236).

Depoimentos

"No Salão de Abril (Rio - '65) já participei com objetos. Eram objetos muito distantes entre si quanto feitura. Inclusive havia uma caixa que seria de raízes bem dadaístas ou surrealistas: uma caixa pequenina, preciosa, um pouco de requintado, coberta de veludo com um vidro de mercúrio dentro. Você se via dentro. No mesmo conjunto de trabalhos havia uma caixa de acrílico que continha uma fotografia de meu pai; embora tivesse este cunho um pouco intimista, já rompia com esta coisa de suporte tradicional, com a curiosidade de produzir algo com acrílico. 

Na primeira exposição da Rex, expus peças que se somaram àquelas com as quais tinha participado no Salão de Abril. Com as constantes exposições da Rex, houve um aceleramento muito grande da produção. Já eram construções, com materiais muito diversos entre as diferentes peças. Houve um salto muito grande do meu trabalho. Acredito que culminou com peças de maior porte, quando mandamos trabalhos para a Bienal 67. Até então tínhamo-nos mantido distantes desses salões. Com o final da Rex, enfim de certa forma capitulamos, entrando na Bienal. Já em 65, naquela exposição de Abril foi onde apareceram estas manifestações de objeto, quando ganhou Prêmio Roberto Magalhães, que tradicionalmente era um artista gráfico, de desenho. 

Já havia várias atividades no Rio de Janeiro, girando em torno deste nome Objeto, que inclusive deve vir da teoria do não-objeto. Tentar levantar o aparecimento dos objetos não vinculados à proposta estética dos neoconcretos, é difícil de ser feito. Porque, quando no Rio de Janeiro começaram a participar Antonio Dias, Gerchman, Vergara, houve uma aproximação grande destes com, por exemplo, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Ferreira Gullar, que viram neles um certo reavivamento da questão da produção de arte, uma certa expectativa para um refortalecimento da manifestação de arte aqui. 

Nós em São Paulo não participamos nem um pouco deste processo. Esta atividade popcreta do Waldemar Cordeiro não é abertura. Consideramos uma apropriação da pop de forma muito superficial. Nossa posição frente a esta exposição Popcreta, na época, foi achá-la uma apropriação que nos pareceu uma compreensão extremamente simplista do pop. Coisa aliás que acho até hoje" — José Resende (RESENDE, José. Depoimento do artista para o Departamento de Pesquisa e Documentação de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo, 26/08/1977. In: ALVARADO, Daisy Valle Machado Peccinini de (Coord. ). Objeto na arte: Brasil anos 60. Apresentação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: FAAP, 1978. p. 203).

Exposições Individuais

1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1970 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1972 - Assunção (Paraguai) - Individual, na Galeria da Missão Cultural Brasileira

1974 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1980 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira Contemporânea, na Funarte

1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Parque da Catacumba

1981 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1983 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1985 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet

1988 - São Paulo SP - Individual, na Subdistrito Comercial de Arte

1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Sérgio Milliet

1989 - São Paulo SP - Individual, na Subdistrito Comercial de Arte

1990 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1991 - Hartford (Estados Unidos) - Individual, na University of Hartford. Joseloff Gallery

1991 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1991 - Vitória ES - Individual, na Ufes

1992 - São Paulo SP - Individual, na Capela do Morumbi

1993 - Assunção (Paraguai) - Individual, na Galeria Lívio Abramo

1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no CCBB

1994 - São Paulo SP - Individual, na USP. Escola Politécnica

1995 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Robert Miller Gallery

1995 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1995 - São Paulo SP - José Resende: esculturas, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1996 - Largo da Carioca RJ - Passante, no Largo da Carioca

1997 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1997 - São Paulo SP - Individual, no Arquivo do Estado

1997 - São Paulo SP - Individual, no Hotel Renaissance

1997 - Volta Redonda RJ - Marco dos 100 Milhões de Toneladas, na CSN

1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Centro de Artes Hélio Oiticica

1999 - Recife PE - Individual, no Mamam

1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Camargo Vilaça

2002 - Rio de Janeiro RJ - Academia dos Seletos, no Paço Imperial

2002 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2003 - São Paulo SP - Individual, no CCSP

2005 - São Paulo SP - Individual, no Centro Cultural Maria Antonia

Exposições Coletivas

1965 - São Paulo SP - 2ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAC/USP

1966 - Rio de Janeiro RJ - Arte Jovem das Américas, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Abril, no MAM/RJ

1966 - São Paulo SP - Descoberta da América, na Rex Gallery & Sons

1966 - São Paulo SP - Flash Back, na Rex Gallery & Sons

1966 - São Paulo SP - Galeria Rex: exposição inaugural, na Rex Gallery & Sons

1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro - prêmio aquisição

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição

1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP - prêmio aquisição

1968 - Rio de Janeiro RJ - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, na Petite Galerie

1968 - São Paulo SP - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, na Galeria Art-Art

1970 - Rio de Janeiro RJ - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, no MAM/RJ

1970 - São Paulo SP - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, no MAC/USP

1972 - Assunção (Paraguai) - Luiz Paulo Baravelli, Frederico Nasser, José Resende e Carlos Fajardo, na Galeria da Missão Cultural Brasileira

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Bienal Nacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - menção honrosa

1973 - Bruxelas (Bélgica) - Imagem do Brasil, no Manhattan Center

1974 - São Paulo SP - Galeria Luisa Strina: mostra inaugural, na Galeria Luisa Strina

1975 - Campinas SP - Waltercio Caldas, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, José Resende, no MACC

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio em escultura

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap

1980 - Paris (França) - 11ª Bienal de Paris - menção honrosa

1981 - São Paulo SP - Arte Pesquisa, no MAC/USP

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1983 - Rio de Janeiro RJ - 13 Artistas/13 Obras, na Thomas Cohn Arte Contemporânea

1983 - Rio de Janeiro RJ - 3000 Metros Cúbicos, no Espaço Cultural Sérgio Porto

1983 - São Paulo SP - 17ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, na Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Hakone (Japão) - The Fourth Henry Moore Grand Prize Exhibition, no Hakone Open-Air Museum - prêmio aquisição

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Santo Domingo (República Dominicana) - 1º Simpósio de Escultura

1985 - São Paulo SP - Sete Artistas, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP

1986 - Fortaleza CE - 1ª Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras, na Fundação Demócrito Rocha

1986 - Niterói RJ - 1083º, na UFF. Núcleo de Documentação

1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, no Margs

1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, no MAC/USP

1986 - São Paulo SP - A Virada do Século, na Pinacoteca do Estado

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris

1988 - Ribeirão Preto SP - Arte Hoje 88, na Casa da Cultura de Ribeirão Preto

1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage

1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP

1988 - Seul (Coréia do Sul) - Olympic Park Sculpture Exhibition

1988 - Veneza (Itália) - 43ª Bienal de Veneza

1989 - São Paulo SP - 10 Escultores, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão

1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil Viva, na Konstavdelningen och Liljevalchs Konsthall

1991 - São Paulo SP - Nacional x Internacional na Arte Brasileira, no Paço das Artes

1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP

1991 - São Paulo SP - Programa de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP

1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura

1992 - Kassel (Alemanha) - 9ª Documenta, no Museum Fridericianum

1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP

1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, na Galeria de Arte São Paulo

1992 - São Paulo SP - Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas 91, na Fundação Bienal

1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Estación Plaza de Armas

1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne

1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA

1993 - Nova York (Estados Unidos) - Waltercio Caldas e José Resende, na John Gibson Gallery

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB

1993 - Santos SP - Bienal de Santos

1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria

1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB/Faap

1994 - São Paulo SP - 1º Arte Cidade: cidades sem janelas, no Matadouro Municipal da Vila Mariana

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - 24º Panorama de Arte Brasileira, no MAM/RJ

1995 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição

1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

1996 - Porto Alegre RS - 1ª Sesc Escultura: exposição internacional de esculturas ao ar livre, no Sesc Campestre

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - 2ª United Artists: utopia, na Casa das Rosas

1997 - São Paulo SP - Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira, na Avenida Paulista - realização Ministério da Cultura/Itaú Cultural

1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Banco Safra

1997 - São Paulo SP - Intervalos, no Paço das Artes

1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID

1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Ribeirão Preto SP - As Dimensões da Arte Contemporânea, no Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi

1998 - Ribeirão Preto SP - Coleção João Carlos Figueiredo Ferraz, no MAC/Ribeirão Preto

1998 - Rio de Janeiro RJ - Beijo, no Paço Imperial

1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1998 - São Paulo SP - Década de Setenta, na Galeria São Paulo

1998 - São Paulo SP - Formas Transitivas: arte brasileira, construção e invenção 1970/1998, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - Sydney (Austrália) - 11ª Bienal de Sydney

1999 - Liverpool (Inglaterra) - 1st Liverpool Biennial of Contemporary Art, na Compton House

1999 - São Paulo SP - 26º Panorama de Arte Brasileira, no MAM/SP

2000 - Belo Horizonte MG - Investigações: São ou Não São Gravuras, no Itaú Cultural

2000 - Belo Horizonte MG - 26º Salão de Arte Moderna de Belo Horizonte. O Brasil Amanhã

2000 - Brasília DF - Investigações: São ou Não São Gravuras, na Galeria Itaú Cultural

2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma

2000 - Fortaleza CE - 26º Panorama de Arte Brasileira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - Niterói RJ - 26º Panorama de Arte Brasileira, no MAC/Niterói

2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado

2001 - Oxford (Reino Unido) - Experiment Experiência: art in Brazil 1958-2000, no Museum of Modern Art

2001 - Porto Alegre RS - 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - Anos 70: Trajetórias, no Itaú Cultural

2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP

2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural

2002 - Brasília DF - Fragmentos a Seu Ímã, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio

2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - 12 Esculturas, no Galpão de Design

2002 - São Paulo SP - 4º Artecidadezonaleste, no Sesc

2002 - São Paulo SP - Cidadeprojeto / cidadeexperiência, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP

2003 - Madri (Espanha) - Arco/2003, no Parque Ferial Juan Carlos I

2003 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Rex/Escola Brasil, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Vinte e Cinco Anos: Galeria de Arte Cândido Mendes, na Galeria Candido Mendes

2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Arco 2003, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2003 - São Paulo SP - Estética do Fluido, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Meus Amigos, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Um Difícil Momento de Equilíbrio, no MAM/SP

2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, no Museu Vale do Rio Doce

2004 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: uma história em aberto, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2004 - São Paulo SP - Em Tempo sem Tempo, no Paço das Artes

Fonte: JOSÉ Resende. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 20 de agosto de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Grupo Rex | Itaú Cultural

Apesar de sua breve existência - de junho de 1966 a maio de 1967 -, o Grupo Rex tem intensa atuação na cidade de São Paulo, marcada pela irreverência, humor e crítica ao sistema de arte. Os mentores da cooperativa, Wesley Duke Lee (1931-2010), Geraldo de Barros (1923-1998) e Nelson Leirner (1932) projetam um local de exposições - a Rex Gallery & Sons - além de um periódico - o Rex Time - que deveriam funcionar como espaços alternativos às galerias, museus e publicações existentes. Exposições, palestras, happenings, projeções de filmes e edições de monografias são algumas das atividades do grupo, do qual participam também José Resende (1945), Carlos Fajardo (1941) e Frederico Nasser (1945), alunos de Wesley. Instruir e divertir são os lemas do Grupo Rex e do seu jornal; trata-se de interferir no debate artístico da época, em tom irônico e desabusado, por meio de atuações anticonvencionais. "AVISO: é a guerra", anuncia o primeiro número do Jornal Rex. Guerra ao mercado de arte, à crítica dominante nos jornais, aos museus, às Bienais e ao próprio objeto artístico, reduzido, segundo eles, à condição de mercadoria. Recuperar o espírito crítico e o caráter de intervenção da arte pela superação dos gêneros tradicionais e pela íntima articulação arte e vida, eis os princípios centrais do grupo. É possível flagrar na experiência do Grupo Rex, a inspiração no espírito contestador do dadaísmo e em suas manifestações pautadas pelo desejo do choque e do escândalo. Nota-se também a retomada do feitio interdisciplinar e plural do Fluxus, além das marcas evidentes da arte pop na linguagem visual do grupo.

As origens do grupo remetem às críticas e polêmicas que cercam as exposições de Wesley Duke Lee, na Galeria Atrium (1964), a de Waldemar Cordeiro (1925-1973) e Augusto de Campos (1931) e a mostra de Geraldo de Barros e Nelson Leirner (1965), todas em São Paulo. Ao lado disso, a retirada de um quadro (considerado subversivo) de Décio Bar da exposição Propostas 65, realizada na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, dá lugar à saída de vários artistas da exposição (entre eles, Wesley, Leirner e Geraldo de Barros). Desses acontecimentos, resulta a aproximação de Nelson Leirner e Geraldo de Barros com Wesley Duke Lee e a idéia de criação da cooperativa, batizada como "Rex", termo utilizado pelo poeta Carlos Felipe Saldanha (1933) no texto de apresentação da exposição de Wesley de 1964. A partir de contatos ocorridos ao longo do ano de 1965, o grupo passa a ocupar uma parte da loja Hobjeto, de propriedade de Geraldo de Barros, no bairro paulistano dos Jardins. Um baile inaugura a galeria que, em seguida, organiza uma série de atividades e envolve a divulgação de trabalhos recentes dos artistas e suas idéias. A consideração da produção do grupo permite entrever a diversidade de estilos, ainda que os trabalhos produzidos se liguem às novas figurações e ao novo realismo em pauta nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo às experiências da arte pop. Além disso, todos eles dialogam com a realidade urbana, em obras de franco caráter experimental. As palavras de Wesley Duke Lee à imprensa, por ocasião da abertura da Rex Gallery, são emblemáticas: "Fazemos parte de uma tendência de experimentação, que podíamos dizer ser nascida nos Estados Unidos (...). O espírito de nossa galeria (e do jornal), conseqüentemente, é mostrar essa arte à medida que ela vai sendo processada e desenvolvida".

A convivência de linguagens distintas a partir de algumas inspirações comuns parece definir o perfil do grupo do ponto de vista de suas realizações, ainda que os comentadores se esforcem em localizar dois subgrupos no seu interior: o de Wesley e seus alunos, e o que reúne Leirner e Geraldo de Barros. Esta classificação, entretanto, não logra aplainar as diferenças evidentes em cada um dos subgrupos propriamente ditos. Wesley tem o seu aprendizado ligado à prática publicitária e a Karl Plattner (1919-1989). Seus desenhos, pinturas e criações ambientais (por exemplo, Trapézio ou uma Confissão, 1966) caracterizam-se pelo humor e pelo tom autobiográfico. O jogo entre realidade e supra-realidade, por sua vez, revela-se em obras como Rosário não foi embora. Por quê? (1964). Geraldo de Barros, fotógrafo ligado ao grupo concreto de São Paulo na década de 1950, volta a produzir no ateliê de Nelson Leirner, onde realiza trabalhos que buscam uma comunicação mais direta com o público, e faz uso de colagens e da pintura a partir de imagens de cartazes, pôsteres e outdoors (Cena de Sofá II - Fantasia Agressiva, 1965). Leirner revela preocupações com o circuito artístico que posteriormente serão retomadas por vários artistas. A produção de Fajardo e José Resende no interior do Grupo Rex (por exemplo, Neutral, 1966, de Fajardo e Homenagem ao Horizonte Longínquo, 1967, de Resende) permite entrever afinidades com o minimalismo e com vertentes da arte conceitual, que eles irão explorar, de modos distintos, em trabalhos posteriores. Nasser tem rápida passagem pelo Grupo Rex e, do mesmo modo que Fajardo e Resende, recusa conteúdos literários e por demais narrativos em suas obras [Desenho/ Desenho (1967)].

Se um baile comemora o nascimento do grupo, um happening celebra o encerramento de suas atividades. No final de 1967, a Exposição-Não-Exposição anuncia que obras de Nelson Leirner podem ser levadas da mostra. Em poucos minutos a galeria está completamente vazia. Nas palavras de Wesley: "Foi um dos happenings mais perfeitos que fizemos. A exposição durou exatamente oito minutos. A galeria foi toda depredada e os quadros arrancados brutalmente e vendidos na porta pelas pessoas que os tiraram de lá".

Fonte: GRUPO Rex. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 20 de agosto de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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José Resende | Wikipédia

José de Moura Resende Filho (São Paulo, 2 de janeiro de 1945) é um escultor brasileiro. É conhecido por ter sido um dos integrantes do Grupo Rex e por ter fundado, junto a Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser, o Centro de Experimentação Artística Escola Brasil: Lecionou em diversas instituições de São Paulo, como a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, e participou de eventos como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Paris de 1980, a Bienal de Veneza de 1988, a Documenta de Kassel de 1992, a Bienal de Sydney de 1998 e a Bienal do Mercosul de 2001.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 20 de agosto de 2024.

Crédito fotográfico: Jornal do Comércio. Consultado pela última vez em 20 de agosto de 2024.

José de Moura Resende Filho (São Paulo, SP, 2 de janeiro de 1945), mais conhecido como José Resende, é um escultor brasileiro. Cursou gravura na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, ambas em 1963. Estudou desenho com Wesley Duke Lee, fez estágio no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Em 1966, Resende foi um dos fundadores do Grupo Rex, ao lado de figuras artísticas como Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Geraldo de Barros, Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Formou-se em arquitetura e também ajudou a estabelecer a Escola Brasil juntamente com Luiz Paulo Baravelli, Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Durante a década de 1970, lecionou no Instituto de Artes e Decoração da Faculdade de Comunicação e Arte da Universidade Mackenzie e no Departamento de Escultura da Faap. Em 1975, co-editou a revista Malasartes e, entre 1976 e 1986, atuou como professor titular de Linguagem Arquitetônica e chefe de departamento na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Residiu em Nova York, entre 1984 e 1985, como bolsista da Fundação John Simon Guggenheim. Resende trabalha com uma variedade grande de materiais, entre eles pedras, tubos de cobre, lâminas de chumbo, cabos de aço, chapas e ampolas de vidro, além de ainda líquidos como o mercúrio, água e tinta sépia. Em obras mais recentes, usou também o couro e a parafina. O artistas busca explorar os potenciais usos dos materiais que compõem suas obras, fazendo uma ponte entre a arte povera e o pós-minimalismo norte-americano. Realizou exposições nacionais e internacionais, das quais podemos destacar Bienal de São Paulo, a Bienal de Paris de 1980, a Bienal de Veneza de 1988, a Documenta de Kassel de 1992, a Bienal de Sydney de 1998 e a Bienal do Mercosul de 2001.

José Resende

José de Moura Resende Filho (São Paulo, SP, 2 de janeiro de 1945), mais conhecido como José Resende, é um escultor brasileiro. Cursou gravura na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, ambas em 1963. Estudou desenho com Wesley Duke Lee, fez estágio no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha. Em 1966, Resende foi um dos fundadores do Grupo Rex, ao lado de figuras artísticas como Wesley Duke Lee, Nelson Leirner, Geraldo de Barros, Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Formou-se em arquitetura e também ajudou a estabelecer a Escola Brasil juntamente com Luiz Paulo Baravelli, Frederico Nasser e Carlos Fajardo. Durante a década de 1970, lecionou no Instituto de Artes e Decoração da Faculdade de Comunicação e Arte da Universidade Mackenzie e no Departamento de Escultura da Faap. Em 1975, co-editou a revista Malasartes e, entre 1976 e 1986, atuou como professor titular de Linguagem Arquitetônica e chefe de departamento na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Residiu em Nova York, entre 1984 e 1985, como bolsista da Fundação John Simon Guggenheim. Resende trabalha com uma variedade grande de materiais, entre eles pedras, tubos de cobre, lâminas de chumbo, cabos de aço, chapas e ampolas de vidro, além de ainda líquidos como o mercúrio, água e tinta sépia. Em obras mais recentes, usou também o couro e a parafina. O artistas busca explorar os potenciais usos dos materiais que compõem suas obras, fazendo uma ponte entre a arte povera e o pós-minimalismo norte-americano. Realizou exposições nacionais e internacionais, das quais podemos destacar Bienal de São Paulo, a Bienal de Paris de 1980, a Bienal de Veneza de 1988, a Documenta de Kassel de 1992, a Bienal de Sydney de 1998 e a Bienal do Mercosul de 2001.

Videos

Entrevista com José Resende | 2014

José Resende - Pinacoteca do Estado de SP | 2015

José Resende: Na lembrança do mundo | 2022

José Resende: coleção Primavera verão L'Oreal | 2016

José Resende - Escultor | 2020

Fundação Marcos Amaro: José Resende | 2017

Bate papo: José Resende e Ronaldo Brito | 2013

Na pinacoteca: José Resende e Nelson Felix | 2015

José Resende | Arremate Arte

José Resende é um dos nomes centrais da escultura contemporânea brasileira, um artista cujo trabalho reflete uma profunda investigação das relações entre materialidade, espaço e forma.

Formou-se em arquitetura pela Universidade Mackenzie e estudou gravura na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Contudo, foi sua capacidade de transcender os limites dessas disciplinas que o distinguiu no cenário artístico. Sua obra é notável por uma estética que explora a tensão e o equilíbrio entre elementos, frequentemente utilizando materiais industriais como chumbo, aço, vidro, e cabos de aço, conferindo-lhes uma nova poética.

O trabalho de Resende é impregnado de uma sensibilidade que conjuga o rigor da forma com a sutileza dos materiais, evocando uma espécie de “arquitetura do efêmero”, como observado nas complexas articulações e estruturas que desafiam a gravidade e a percepção do espectador.

Sua participação no Grupo Rex, ao lado de outros expoentes da arte brasileira como Wesley Duke Lee e Nelson Leirner, consolidou sua posição como um inovador, sempre em busca de uma linguagem própria, marcada pela crítica às convenções do sistema artístico. O Grupo Rex foi um marco na arte brasileira dos anos 1960, conhecido por sua abordagem irreverente e pelo desejo de romper com os padrões estabelecidos.

A obra de José Resende, exibida em importantes eventos internacionais como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel, é frequentemente associada ao movimento arte povera e ao pós-minimalismo, embora transcenda categorizações rígidas. Suas esculturas não são meramente objetos, mas eventos que ocorrem no espaço, revelando a força expressiva dos materiais e a complexidade das suas interações. Resende explora as potencialidades dos materiais com uma liberdade que, paradoxalmente, respeita a resistência e as características intrínsecas de cada elemento, resultando em obras que são ao mesmo tempo físicas e metafísicas, concretas e poéticas. Sua contribuição para a arte contemporânea é inestimável, tanto em termos de sua produção individual quanto de sua influência sobre novas gerações de escultores.

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José Resende | Itaú Cultural

José de Moura Resende Filho (São Paulo, São Paulo, 1945). Escultor. Suas obras são feitas, entre tantos outros materiais, de pedras, tubos de cobre, lâminas de chumbo, calotas metálicas e parafina, usados para estimular sensações como movimento e desequilíbrio, e muitas vezes com intenção de provocar e ironizar o status quo.

Resende ingressa no mundo das artes no começo da década de 1960. Estuda desenho com Wesley Duke Lee (1931-2010) e frequenta o curso de gravura da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo. Em 1967, forma-se em arquitetura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Nessa época, trabalha como estagiário no escritório do arquiteto Paulo Mendes da Rocha (1928-2021). Com Duke Lee, Nelson Leirner (1932-2020), Geraldo de Barros (1923-1998), Frederico Nasser (1945-2020) e Carlos Fajardo (1941), cria em 1966 o Grupo Rex, cooperativa artística marcada por irreverência, humor e crítica ao sistema de arte.

Ao lado de Luiz Paulo Baravelli (1942), Frederico Nasser e Carlos Fajardo, também é um dos fundadores do Centro de Experimentação Artística Escola Brasil, que valoriza métodos distintos do ensino tradicional em artes visuais. Nas décadas de 1970 e 1980, leciona em várias instituições, como a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP), o Instituto de Artes e Decoração da Faculdade de Comunicação e Arte da Universidade Mackenzie, o Departamento de Escultura da Faculdade de Artes Plásticas da Faap e a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas.

Em 1975, trabalha como coeditor da revista Malasartes, na qual publica artigos. De 1979 a 1981, frequenta o curso de pós-graduação do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP. Entre 1984 e 1985, reside em Nova York como bolsista da Fundação John Simon Guggenheim.

Na década de 1960, sua obra, como aponta a estudiosa Daisy Peccinini, apresenta evocações de uma atmosfera "mágica", advindas provavelmente do estudo com Wesley Duke Lee, como em Homenagem ao horizonte longínquo (1967). Nas obras Retrato de meu pai (1965), Liaisons dangereuses (Ligações Perigosas, 1966) e Núpcias no tapete mágico (1967), nota-se o caráter de fantasia com tom irônico de origem pop.

Mais tarde, seus trabalhos adquirem uma característica mais literal, tirando proveito das potencialidades expressivas dos materiais empregados, em consonância com preocupações do movimento artístico italiano Arte Povera (arte pobre, em português) e do pós-minimalismo norte-americano. Entende-se assim a diversidade de materiais escolhidos pelo artista: tubos de cobre, lâminas de chumbo, cabos de aço, chapas e ampolas de vidro.

Resende é autor de uma das 14 esculturas criadas para a Praça da Sé, marco zero da cidade de São Paulo, quando o centro da capital paulista foi reurbanizado durante a construção da estação Sé do Metrô, no final dos anos 1970. O trabalho, entitulado Quadro negro, é construído com uma lâmina de concreto suspensa por quatro colunas de aço, medindo 2 metros de altura por 14 metros de largura. Segundo ele, no contexto do início do movimento das Diretas Já, a ideia foi oferecer um suporte para pichações, com seu teor político, obsceno e provocador.

O artista valoriza a escolha dos materiais que apresentem caráter expressivo. Emprega com frequência os mais diversos líquidos, tais como mercúrio, água e tinta sépia. Usa também couro e parafina. O uso da parafina, por exemplo, por ser um material que se solidifica facilmente, permite ao espectador a observação do gesto do escultor e a cristalização dessa ação na forma final. Em algumas esculturas da década de 1990, utiliza calotas metálicas como módulos para várias articulações.

A produção mais característica de Resende procura dar relevância aos elementos empregados e às relações deles com o espaço, em lugar de apenas utilizá-los como suporte para formas convencionais. O artista cria esculturas que incorporam ou dialogam com os espaços vazios. Seus trabalhos se distinguem pelas articulações plásticas tensas: torções, curvas e nós que sugerem equilíbrio precário, sensação de movimento ou deslocamento.

José Resende é um artista questionador que usa materiais pouco convencionais para criar esculturas carregadas de sentido político, com as quais propõe uma linguagem à margem dos padrões vigentes.

Críticas

"Ele já trabalhou com tubos de cobre, lâminas de chumbo, cortinas de veludo, líquidos prensados entre chapas de vidro, ampolas de mercúrio e agora, nas obras mais recentes, tem usado o metal mas também o couro e a parafina. Com a parafina, por exemplo, que é um material que se solidifica com rapidez, ele cria objetos em que aparece a maneira como ele é feito, isto é, o gesto, e a seguir a cristalização dessa ação, na forma final. Para muitos artistas conceituados, o artista não deve sequer colocar a mão na matéria, o importante é a idéia, não a realização, isso ele pode mandar um assistente fazer. No caso de José Resende, nada é ortodoxo nem tampouco ele é fiel a este ou àquele segmento teórico. É por isso que a sua obra ainda guarda tal vitalidade a qual raros artistas dos anos 70 conseguiram preservar" — Casimiro Xavier de Mendonça (MENDONÇA, Casimiro Xavier de. José Resende: ação sobre a matéria. Galeria: revista de arte, São Paulo, n. 9, p. 62-69, 1988).

"O trabalho de Resende não é hermético. É um trabalho que exterioriza facilmente o processo físico e mental de sua construção, os percalços das coerentes resoluções finais e as características também físicas e mentais do resultado. São gigantescas ampolas de vidro combinando diversos líquidos, como clorofórmio, água, tinta sépia, óleo, mercúrio; e chapas de vidro retangulares ou quadradas (encostadas no chão e na parede) que prensam gesso, borracha ou abrem caminho a finas faixas de estanho. 

Salvo uma ou outra peça, este é um trabalho que ainda se atém à antiga 'fabricação' de objetos escultóricos convencionais, às qualidades compositivas formais de organização hierárquica e - apesar de rejeitarem a sua condição de objetos 'de pedestal' - conservam aquela presença sólida, marcante e nada efêmera que esses objetos possuem. Remetem mais naturalmente à tradição representada pelos construtivistas ou cinéticos, por exemplo, do que aos mais recentes movimentos da vanguarda escultórica que antagonizaram a tradição. Dentro da retomada dos valores eternos do objeto artístico e do questionamento dos valores contemporâneos que esse objeto assumiu - muitas vezes de forma apressada e incompleta -, eles podem estar inseridos naquilo que se chama de pós-minimalismo. Ou seja, a síntese dos momentos radicais 'desinfetantes' da mística minimalista, que é, antes, claro, a antítese libertária de seus dogmas" — Sheila Leirner (LEIRNER, Sheila. José Resende e o retrato fiel de uma ação. In: ______. Arte e seu tempo. São Paulo: Perspectiva, 1991. p. 360-361. (Debates, 237).

"(...) cada escultura de José Resende é uma empresa que se decide por si mesma: a evidência singular íntegra é o que sustenta e eventualmente redimensiona a inteligência 'incerta' do conjunto. O seu impacto inicial deriva exatamente da impressão de dar forma ao instável e ao contingente. Ou antes, em termos mais acurados, de exibi-los tão fluentemente enquanto fatores de coesão estrutural. 

A razão, o motivo de cada peça, seria levar adiante um teste. Teste para verificar a pertinência da unidade, seja qual for, em meio à serialidade, ao automatismo e à dispersão generalizados. Teste ainda para investigar o alcance cultural de uma linguagem estritamente plástica em face da demanda crescente por uma 'fala social' das imagens de arte. Por mais que se pretendam transitórias, 'simulacros', imagens registram, representam e fixam algo - enfim, permanecem imagens e, como tais, disponíveis. O fenômeno plástico, inversamente, não é passível de semelhante apropriação: há de descobri-lo e nomeá-lo onde porventura apareça; resume afinal uma experiência variável, intermitente, controvertida. 

De aspecto quase volátil, ou quase amorfo, a escultura de José Resende resiste à apresentação através de imagens. Ligeiras, instantâneas, ou espessas e truncadas, no limite mesmo da individuação, tais peças prescindem de contemplação: observá-las e senti-las exige desde logo experimentá-las, repassar por conta própria as suas articulações construtivas. Criticá-las, por sua vez, consiste numa larga medida em saber acompanhar iniciativas múltiplas, de sintaxes díspares, que repõem a atualidade da aventura plástica" — Ronaldo Brito (RESENDE, José. José Resende. Texto Ronaldo Brito. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. p. 6).

"José Resende, aprofundando sua concepção de arte como uma forma específica de pensamento, a exigir uma leitura especializada, seria o responsável pela introdução de novos materiais no campo da escultura como a parafina, o vidro, a borracha, couro, chumbo, feltro, cobre, tecidos, breu e mesmo elementos líquidos, exercendo, como conseqüência, uma considerável influência sobre os novos escultores brasileiros. Em texto recente, Ronaldo Brito destaca 'os embates cegos, com materiais notoriamente refratários a qualquer formalização regular', 'explorando atritos, aversões e impregnações exclusivamente materiais', e, por serem estes materiais, em geral, comuns, pesados e industriais, 'favorecendo livres associações com processos de construção'" — Frederico Morais (MORAIS, Frederico. O campo tridimensional: esculturas, relevos, objetos e intalações. In: TRIDIMENSIONALIDADE: arte brasileira do século XX. 2. ed. São Paulo: Itaú Cultural: Cosac & Naify, 1999. p. 236).

Depoimentos

"No Salão de Abril (Rio - '65) já participei com objetos. Eram objetos muito distantes entre si quanto feitura. Inclusive havia uma caixa que seria de raízes bem dadaístas ou surrealistas: uma caixa pequenina, preciosa, um pouco de requintado, coberta de veludo com um vidro de mercúrio dentro. Você se via dentro. No mesmo conjunto de trabalhos havia uma caixa de acrílico que continha uma fotografia de meu pai; embora tivesse este cunho um pouco intimista, já rompia com esta coisa de suporte tradicional, com a curiosidade de produzir algo com acrílico. 

Na primeira exposição da Rex, expus peças que se somaram àquelas com as quais tinha participado no Salão de Abril. Com as constantes exposições da Rex, houve um aceleramento muito grande da produção. Já eram construções, com materiais muito diversos entre as diferentes peças. Houve um salto muito grande do meu trabalho. Acredito que culminou com peças de maior porte, quando mandamos trabalhos para a Bienal 67. Até então tínhamo-nos mantido distantes desses salões. Com o final da Rex, enfim de certa forma capitulamos, entrando na Bienal. Já em 65, naquela exposição de Abril foi onde apareceram estas manifestações de objeto, quando ganhou Prêmio Roberto Magalhães, que tradicionalmente era um artista gráfico, de desenho. 

Já havia várias atividades no Rio de Janeiro, girando em torno deste nome Objeto, que inclusive deve vir da teoria do não-objeto. Tentar levantar o aparecimento dos objetos não vinculados à proposta estética dos neoconcretos, é difícil de ser feito. Porque, quando no Rio de Janeiro começaram a participar Antonio Dias, Gerchman, Vergara, houve uma aproximação grande destes com, por exemplo, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Ferreira Gullar, que viram neles um certo reavivamento da questão da produção de arte, uma certa expectativa para um refortalecimento da manifestação de arte aqui. 

Nós em São Paulo não participamos nem um pouco deste processo. Esta atividade popcreta do Waldemar Cordeiro não é abertura. Consideramos uma apropriação da pop de forma muito superficial. Nossa posição frente a esta exposição Popcreta, na época, foi achá-la uma apropriação que nos pareceu uma compreensão extremamente simplista do pop. Coisa aliás que acho até hoje" — José Resende (RESENDE, José. Depoimento do artista para o Departamento de Pesquisa e Documentação de Arte Brasileira da FAAP, São Paulo, 26/08/1977. In: ALVARADO, Daisy Valle Machado Peccinini de (Coord. ). Objeto na arte: Brasil anos 60. Apresentação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: FAAP, 1978. p. 203).

Exposições Individuais

1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1970 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1972 - Assunção (Paraguai) - Individual, na Galeria da Missão Cultural Brasileira

1974 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1975 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ

1980 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira Contemporânea, na Funarte

1980 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Parque da Catacumba

1981 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1983 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1985 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet

1988 - São Paulo SP - Individual, na Subdistrito Comercial de Arte

1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Sérgio Milliet

1989 - São Paulo SP - Individual, na Subdistrito Comercial de Arte

1990 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1991 - Hartford (Estados Unidos) - Individual, na University of Hartford. Joseloff Gallery

1991 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1991 - Vitória ES - Individual, na Ufes

1992 - São Paulo SP - Individual, na Capela do Morumbi

1993 - Assunção (Paraguai) - Individual, na Galeria Lívio Abramo

1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no CCBB

1994 - São Paulo SP - Individual, na USP. Escola Politécnica

1995 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Robert Miller Gallery

1995 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1995 - São Paulo SP - José Resende: esculturas, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1996 - Largo da Carioca RJ - Passante, no Largo da Carioca

1997 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Paulo Fernandes

1997 - São Paulo SP - Individual, no Arquivo do Estado

1997 - São Paulo SP - Individual, no Hotel Renaissance

1997 - Volta Redonda RJ - Marco dos 100 Milhões de Toneladas, na CSN

1998 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Centro de Artes Hélio Oiticica

1999 - Recife PE - Individual, no Mamam

1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Camargo Vilaça

2002 - Rio de Janeiro RJ - Academia dos Seletos, no Paço Imperial

2002 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2003 - São Paulo SP - Individual, no CCSP

2005 - São Paulo SP - Individual, no Centro Cultural Maria Antonia

Exposições Coletivas

1965 - São Paulo SP - 2ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, no MAC/USP

1966 - Rio de Janeiro RJ - Arte Jovem das Américas, no MAM/RJ

1966 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Abril, no MAM/RJ

1966 - São Paulo SP - Descoberta da América, na Rex Gallery & Sons

1966 - São Paulo SP - Flash Back, na Rex Gallery & Sons

1966 - São Paulo SP - Galeria Rex: exposição inaugural, na Rex Gallery & Sons

1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro - prêmio aquisição

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - prêmio aquisição

1967 - São Paulo SP - 1ª Jovem Arte Contemporânea, no MAC/USP - prêmio aquisição

1968 - Rio de Janeiro RJ - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, na Petite Galerie

1968 - São Paulo SP - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, na Galeria Art-Art

1970 - Rio de Janeiro RJ - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, no MAM/RJ

1970 - São Paulo SP - Baravelli, Fajardo, Nasser, Resende, no MAC/USP

1972 - Assunção (Paraguai) - Luiz Paulo Baravelli, Frederico Nasser, José Resende e Carlos Fajardo, na Galeria da Missão Cultural Brasileira

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Bienal Nacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - menção honrosa

1973 - Bruxelas (Bélgica) - Imagem do Brasil, no Manhattan Center

1974 - São Paulo SP - Galeria Luisa Strina: mostra inaugural, na Galeria Luisa Strina

1975 - Campinas SP - Waltercio Caldas, Rubens Gerchman, Carlos Vergara, José Resende, no MACC

1975 - São Paulo SP - 7º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio em escultura

1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap

1980 - Paris (França) - 11ª Bienal de Paris - menção honrosa

1981 - São Paulo SP - Arte Pesquisa, no MAC/USP

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1983 - Rio de Janeiro RJ - 13 Artistas/13 Obras, na Thomas Cohn Arte Contemporânea

1983 - Rio de Janeiro RJ - 3000 Metros Cúbicos, no Espaço Cultural Sérgio Porto

1983 - São Paulo SP - 17ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, na Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Hakone (Japão) - The Fourth Henry Moore Grand Prize Exhibition, no Hakone Open-Air Museum - prêmio aquisição

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Santo Domingo (República Dominicana) - 1º Simpósio de Escultura

1985 - São Paulo SP - Sete Artistas, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1985 - São Paulo SP - Tendências do Livro de Artista no Brasil, no CCSP

1986 - Fortaleza CE - 1ª Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras, na Fundação Demócrito Rocha

1986 - Niterói RJ - 1083º, na UFF. Núcleo de Documentação

1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, no Margs

1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, no MAC/USP

1986 - São Paulo SP - A Virada do Século, na Pinacoteca do Estado

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris

1988 - Ribeirão Preto SP - Arte Hoje 88, na Casa da Cultura de Ribeirão Preto

1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage

1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP

1988 - Seul (Coréia do Sul) - Olympic Park Sculpture Exhibition

1988 - Veneza (Itália) - 43ª Bienal de Veneza

1989 - São Paulo SP - 10 Escultores, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão

1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1991 - Estocolmo (Suécia) - Viva Brasil Viva, na Konstavdelningen och Liljevalchs Konsthall

1991 - São Paulo SP - Nacional x Internacional na Arte Brasileira, no Paço das Artes

1991 - São Paulo SP - O Que Faz Você Agora Geração 60?: jovem arte contemporânea dos anos 60 revisitada, no MAC/USP

1991 - São Paulo SP - Programa de Exposições de Artes Plásticas, no CCSP

1992 - Curitiba PR - 10ª Mostra da Gravura Cidade de Curitiba/Mostra América, no Museu da Gravura

1992 - Kassel (Alemanha) - 9ª Documenta, no Museum Fridericianum

1992 - Paris (França) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Centre Georges Pompidou

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP

1992 - São Paulo SP - Branco Dominante, na Galeria de Arte São Paulo

1992 - São Paulo SP - Programa Anual de Exposições de Artes Plásticas 91, na Fundação Bienal

1992 - Sevilha (Espanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Estación Plaza de Armas

1993 - Colônia (Alemanha) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no Kunsthalle Cologne

1993 - Nova York (Estados Unidos) - Latin American Artists of the Twentieth Century, no MoMA

1993 - Nova York (Estados Unidos) - Waltercio Caldas e José Resende, na John Gibson Gallery

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB

1993 - Santos SP - Bienal de Santos

1993 - São Paulo SP - A Arte Brasileira no Mundo, uma Trajetória: 24 artistas brasileiros, na Dan Galeria

1993 - São Paulo SP - Exposição Luso-Nipo-Brasileira, no MAB/Faap

1994 - São Paulo SP - 1º Arte Cidade: cidades sem janelas, no Matadouro Municipal da Vila Mariana

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - 24º Panorama de Arte Brasileira, no MAM/RJ

1995 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição

1996 - Brasília DF - Arte e Espaço Urbano: quinze propostas, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

1996 - Porto Alegre RS - 1ª Sesc Escultura: exposição internacional de esculturas ao ar livre, no Sesc Campestre

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - 2ª United Artists: utopia, na Casa das Rosas

1997 - São Paulo SP - Diversidade da Escultura Contemporânea Brasileira, na Avenida Paulista - realização Ministério da Cultura/Itaú Cultural

1997 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Banco Safra

1997 - São Paulo SP - Intervalos, no Paço das Artes

1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1997 - Washington (Estados Unidos) - Escultura Brasileira: perfil de uma identidade, no Centro Cultural do BID

1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural

1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural

1998 - Ribeirão Preto SP - As Dimensões da Arte Contemporânea, no Museu de Arte de Ribeirão Preto Pedro Manuel-Gismondi

1998 - Ribeirão Preto SP - Coleção João Carlos Figueiredo Ferraz, no MAC/Ribeirão Preto

1998 - Rio de Janeiro RJ - Beijo, no Paço Imperial

1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1998 - São Paulo SP - Década de Setenta, na Galeria São Paulo

1998 - São Paulo SP - Formas Transitivas: arte brasileira, construção e invenção 1970/1998, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - Sydney (Austrália) - 11ª Bienal de Sydney

1999 - Liverpool (Inglaterra) - 1st Liverpool Biennial of Contemporary Art, na Compton House

1999 - São Paulo SP - 26º Panorama de Arte Brasileira, no MAM/SP

2000 - Belo Horizonte MG - Investigações: São ou Não São Gravuras, no Itaú Cultural

2000 - Belo Horizonte MG - 26º Salão de Arte Moderna de Belo Horizonte. O Brasil Amanhã

2000 - Brasília DF - Investigações: São ou Não São Gravuras, na Galeria Itaú Cultural

2000 - Curitiba PR - 12ª Mostra da Gravura de Curitiba. Marcas do Corpo, Dobras da Alma

2000 - Fortaleza CE - 26º Panorama de Arte Brasileira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - Niterói RJ - 26º Panorama de Arte Brasileira, no MAC/Niterói

2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Escultura Brasileira: da Pinacoteca ao Jardim da Luz, na Pinacoteca do Estado

2001 - Oxford (Reino Unido) - Experiment Experiência: art in Brazil 1958-2000, no Museum of Modern Art

2001 - Porto Alegre RS - 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - Anos 70: Trajetórias, no Itaú Cultural

2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP

2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural

2002 - Brasília DF - Fragmentos a Seu Ímã, no Espaço Cultural Contemporâneo Venâncio

2002 - Fortaleza CE - Ceará Redescobre o Brasil, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - 12 Esculturas, no Galpão de Design

2002 - São Paulo SP - 4º Artecidadezonaleste, no Sesc

2002 - São Paulo SP - Cidadeprojeto / cidadeexperiência, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP

2003 - Madri (Espanha) - Arco/2003, no Parque Ferial Juan Carlos I

2003 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Rex/Escola Brasil, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Vinte e Cinco Anos: Galeria de Arte Cândido Mendes, na Galeria Candido Mendes

2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Arco 2003, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2003 - São Paulo SP - Estética do Fluido, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Meus Amigos, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Um Difícil Momento de Equilíbrio, no MAM/SP

2003 - Vila Velha ES - O Sal da Terra, no Museu Vale do Rio Doce

2004 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: uma história em aberto, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2004 - São Paulo SP - Em Tempo sem Tempo, no Paço das Artes

Fonte: JOSÉ Resende. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Disponível em: Itaú Cultural Acesso em: 20 de agosto de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Grupo Rex | Itaú Cultural

Apesar de sua breve existência - de junho de 1966 a maio de 1967 -, o Grupo Rex tem intensa atuação na cidade de São Paulo, marcada pela irreverência, humor e crítica ao sistema de arte. Os mentores da cooperativa, Wesley Duke Lee (1931-2010), Geraldo de Barros (1923-1998) e Nelson Leirner (1932) projetam um local de exposições - a Rex Gallery & Sons - além de um periódico - o Rex Time - que deveriam funcionar como espaços alternativos às galerias, museus e publicações existentes. Exposições, palestras, happenings, projeções de filmes e edições de monografias são algumas das atividades do grupo, do qual participam também José Resende (1945), Carlos Fajardo (1941) e Frederico Nasser (1945), alunos de Wesley. Instruir e divertir são os lemas do Grupo Rex e do seu jornal; trata-se de interferir no debate artístico da época, em tom irônico e desabusado, por meio de atuações anticonvencionais. "AVISO: é a guerra", anuncia o primeiro número do Jornal Rex. Guerra ao mercado de arte, à crítica dominante nos jornais, aos museus, às Bienais e ao próprio objeto artístico, reduzido, segundo eles, à condição de mercadoria. Recuperar o espírito crítico e o caráter de intervenção da arte pela superação dos gêneros tradicionais e pela íntima articulação arte e vida, eis os princípios centrais do grupo. É possível flagrar na experiência do Grupo Rex, a inspiração no espírito contestador do dadaísmo e em suas manifestações pautadas pelo desejo do choque e do escândalo. Nota-se também a retomada do feitio interdisciplinar e plural do Fluxus, além das marcas evidentes da arte pop na linguagem visual do grupo.

As origens do grupo remetem às críticas e polêmicas que cercam as exposições de Wesley Duke Lee, na Galeria Atrium (1964), a de Waldemar Cordeiro (1925-1973) e Augusto de Campos (1931) e a mostra de Geraldo de Barros e Nelson Leirner (1965), todas em São Paulo. Ao lado disso, a retirada de um quadro (considerado subversivo) de Décio Bar da exposição Propostas 65, realizada na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, dá lugar à saída de vários artistas da exposição (entre eles, Wesley, Leirner e Geraldo de Barros). Desses acontecimentos, resulta a aproximação de Nelson Leirner e Geraldo de Barros com Wesley Duke Lee e a idéia de criação da cooperativa, batizada como "Rex", termo utilizado pelo poeta Carlos Felipe Saldanha (1933) no texto de apresentação da exposição de Wesley de 1964. A partir de contatos ocorridos ao longo do ano de 1965, o grupo passa a ocupar uma parte da loja Hobjeto, de propriedade de Geraldo de Barros, no bairro paulistano dos Jardins. Um baile inaugura a galeria que, em seguida, organiza uma série de atividades e envolve a divulgação de trabalhos recentes dos artistas e suas idéias. A consideração da produção do grupo permite entrever a diversidade de estilos, ainda que os trabalhos produzidos se liguem às novas figurações e ao novo realismo em pauta nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo às experiências da arte pop. Além disso, todos eles dialogam com a realidade urbana, em obras de franco caráter experimental. As palavras de Wesley Duke Lee à imprensa, por ocasião da abertura da Rex Gallery, são emblemáticas: "Fazemos parte de uma tendência de experimentação, que podíamos dizer ser nascida nos Estados Unidos (...). O espírito de nossa galeria (e do jornal), conseqüentemente, é mostrar essa arte à medida que ela vai sendo processada e desenvolvida".

A convivência de linguagens distintas a partir de algumas inspirações comuns parece definir o perfil do grupo do ponto de vista de suas realizações, ainda que os comentadores se esforcem em localizar dois subgrupos no seu interior: o de Wesley e seus alunos, e o que reúne Leirner e Geraldo de Barros. Esta classificação, entretanto, não logra aplainar as diferenças evidentes em cada um dos subgrupos propriamente ditos. Wesley tem o seu aprendizado ligado à prática publicitária e a Karl Plattner (1919-1989). Seus desenhos, pinturas e criações ambientais (por exemplo, Trapézio ou uma Confissão, 1966) caracterizam-se pelo humor e pelo tom autobiográfico. O jogo entre realidade e supra-realidade, por sua vez, revela-se em obras como Rosário não foi embora. Por quê? (1964). Geraldo de Barros, fotógrafo ligado ao grupo concreto de São Paulo na década de 1950, volta a produzir no ateliê de Nelson Leirner, onde realiza trabalhos que buscam uma comunicação mais direta com o público, e faz uso de colagens e da pintura a partir de imagens de cartazes, pôsteres e outdoors (Cena de Sofá II - Fantasia Agressiva, 1965). Leirner revela preocupações com o circuito artístico que posteriormente serão retomadas por vários artistas. A produção de Fajardo e José Resende no interior do Grupo Rex (por exemplo, Neutral, 1966, de Fajardo e Homenagem ao Horizonte Longínquo, 1967, de Resende) permite entrever afinidades com o minimalismo e com vertentes da arte conceitual, que eles irão explorar, de modos distintos, em trabalhos posteriores. Nasser tem rápida passagem pelo Grupo Rex e, do mesmo modo que Fajardo e Resende, recusa conteúdos literários e por demais narrativos em suas obras [Desenho/ Desenho (1967)].

Se um baile comemora o nascimento do grupo, um happening celebra o encerramento de suas atividades. No final de 1967, a Exposição-Não-Exposição anuncia que obras de Nelson Leirner podem ser levadas da mostra. Em poucos minutos a galeria está completamente vazia. Nas palavras de Wesley: "Foi um dos happenings mais perfeitos que fizemos. A exposição durou exatamente oito minutos. A galeria foi toda depredada e os quadros arrancados brutalmente e vendidos na porta pelas pessoas que os tiraram de lá".

Fonte: GRUPO Rex. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2024. Acesso em: 20 de agosto de 2024. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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José Resende | Wikipédia

José de Moura Resende Filho (São Paulo, 2 de janeiro de 1945) é um escultor brasileiro. É conhecido por ter sido um dos integrantes do Grupo Rex e por ter fundado, junto a Carlos Fajardo, Luiz Paulo Baravelli e Frederico Nasser, o Centro de Experimentação Artística Escola Brasil: Lecionou em diversas instituições de São Paulo, como a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, e participou de eventos como a Bienal de São Paulo, a Bienal de Paris de 1980, a Bienal de Veneza de 1988, a Documenta de Kassel de 1992, a Bienal de Sydney de 1998 e a Bienal do Mercosul de 2001.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 20 de agosto de 2024.

Crédito fotográfico: Jornal do Comércio. Consultado pela última vez em 20 de agosto de 2024.

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