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João Câmara

João Câmara Filho (João Pessoa, Paraíba, 1944), mais conhecido como João Câmara, é um pintor, gravador, desenhista, crítico de artes visuais, professor de artes plásticas e psicólogo brasileiro. Em sua carreira artística, destacam-se três grandes séries temáticas: "Cenas da Vida Brasileira", com cerca de 10 pinturas e 100 litografias; "Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara", com diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos; e "Duas Cidades" com 38 pinturas e 18 objetos. Realizou exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Premiado nacional e internacionalmente, admirado por críticos como Ferreira Gullar e Frederico Morais, já participou de dezenas de salões de arte, bienais e realizou diversas exposições individuais pelo país e no exterior.

Biografia — Site do Artista

João Câmara Filho nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 1944. Teve seu primeiro contato com as artes plásticas através do curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, aos 16 anos, e, desde então, não parou mais de pintar.

Participou da reinstalação da Sociedade de Arte Moderna de Recife (SAMR) e da instalação da Galeria de Arte e do Atelier Coletivo do Mercado da Ribeira, em Olinda, do Atelier + 10, também em Olinda, e da Oficina Guaianases de Gravura, em Recife.

Criou três grandes séries temáticas: Cenas da Vida Brasileira (10 pinturas e 100 litografias), Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos) e Duas Cidades (38 pinturas e 18 objetos). Além das três séries, vem compondo, desde os anos 60, um grande repertório de obras não seriadas.

Ao longo de sua carreira, tem feito exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Possui obras em museus brasileiros e estrangeiros e em coleções públicas e particulares. Tem colaborado em jornais e revistas sobre artes plásticas, e publicado diversos livros sobre suas obras e seu trabalho.

O artista reside e trabalha em Olinda, Pernambuco. Seu acervo, a documentação sobre a sua obra e sua produção corrente podem ser vistos, sob agendamento, na reserva técnica instalada em Recife.

Cronologia

1944

João Câmara Filho nasce em João Pessoa, Paraíba. Filho de João Landelino Dornelas Câmara Neto e Noêmia de Araújo Câmara. O pai, pernambucano e funcionário público; interessado em Literatura, escreveu poesias. A mãe, paraibana da cidade de Itabaiana, também funcionária pública. Casaram-se em 1930, tiveram dois filhos, Divanise e Leônidas, irmãos mais velhos. Durante a 2ª Guerra Mundial, a família transferiu-se para João Pessoa, onde João Câmara vive sua infância, até os sete anos. Faz suas primeiras letras na escola das Lourdinas e em escola particular.

1952

Com a família, muda-se para o Rio de Janeiro e Niterói, aqui faz uma parte do curso primário no Educandário Marília Matoso. Reside no Rio de Janeiro até 1954.

1954

No Rio de Janeiro, vê a passagem dos tanques pelas ruas no dia do suicídio de Getúlio Vargas. No mesmo ano, regressa ao Nordeste, fixando residência no Recife, onde conclui o primário, o ginásio e o colegial nos Colégios Salesiano e Nóbrega. Faz, nesse período, caricaturas e, posteriormente, frequenta a casa do pintor José Tavares, do qual recebe as primeiras orientações sobre pintura.

1960

Paralelamente aos estudos no Colégio Nóbrega, o artista faz exame de admissão ao Curso Livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. É aluno de Laerte Baldini e Fernando Barreto. Frequenta curso pré-vestibular para a Faculdade de Medicina, mas não chega a prestar exames, decidindo-se a cursar Psicologia.

1962

Primeiro ateliê em uma pensão à Rua João de Barros. Recebe o primeiro prêmio de Pintura e o segundo de Desenho no Salão Universitário de Belo Horizonte e, também, primeiro prêmio de Pintura no Salão do Estado de Pernambuco, Recife. Participa da II Mostra Panorâmica – “50 Anos de Pintura em Pernambuco”, na Galeria de Arte do Recife. Inicia publicação de textos sobre arte no Suplemento Cultural do Diário de Pernambuco.

1963

Participa da mostra “Artistas do Nordeste”, organizada por Lina Bo Bardi, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador. Viagem a Salvador, Bahia, onde frequenta, como ouvinte, as aulas de xilogravura de Henrique Oswald, na Escola de Belas Artes, sob orientação de Emanoel Araújo. Realiza primeira exposição individual de desenhos na Galeria de Arte Contemporânea da Universidade da Paraíba. Inicia publicação de coluna sobre artes plásticas, no Jornal Última Hora, de Recife, e em programas na Rádio Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. Com outros artistas de Pernambuco, reinstala a Sociedade de Arte Moderna de Recife – SAMR – sendo eleito presidente – e, também, a Galeria de Arte do Mercado da Ribeira, Olinda.

1964

Ingressa no curso de Psicologia Aplicada da Universidade Católica de Pernambuco, bacharelando-se em 1968. Volta a ser premiado no Salão de Pernambuco, com gravura. Exposição individual de desenhos e gravuras na Galeria Rozemblit, Recife. Funda o Ateliê Coletivo da Ribeira, em Olinda, com Adão Pinheiro, José Tavares e Guita Charifker.

1965

Na exposição da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, tem, ao lado de Wellington Virgulino e Alves Dias, uma de suas obras confiscadas pela polícia política, sob alegação de “ofensa à Religião, aos costumes, à Revolução e às entidades democráticas”. Participa da mostra “Seis Artistas Pernambucanos”, no Museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

1966

Sala Especial na I Bienal da Bahia, Salvador, obtendo prêmio de aquisição. Faz parte da representação brasileira à III Bienal de Córdoba, na Argentina, e recebe o prêmio instituído pela Bolsa de Comércio de Córdoba. Integraram o júri: Alfred Barr, Amold Bode, Sam Hunter, Carlos Raul Villanueva e Aldo Peregrini. Funda, com Anchises, Delano e Maria Carmen, o Atelier 10, em Olinda. Expõe nas Galerias de Arte Conciliação e Ônix, em Recife. Publica, no Jornal Diário de Pernambuco, a série de textos sob título Notas para Antes e Depois do Quadro (I, II, III). Ateliê no Bairro de Campo Grande, Recife.

1967

Conquista o Grande Prêmio do IV Salão Nacional de Arte Contemporânea, Brasília, com o tríptico Exposição e Motivos da Violência, exposição também fechada pela polícia política. Faziam parte do júri os críticos Mário Pedrosa, Clarival do Prado Valladares, Walter Zanini, Mário Barata e Frederico Morais. Participa da mostra “Oficina Pernambucana”, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Leciona Pintura no Curso de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba, atividade que desenvolve até 1970. Publica a série de textos sob título Notas para Antes e Depois do Quadro (IV, V, VI).

1968

Gradua-se em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco. Sala Especial com Gilvan Samico na II Bienal da Bahia. Exposição individual na Galeria da Empresa Pernambucana de Turismo. Grande Prêmio do IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal. Começa a escrever a coluna Arte e Outras, no Diário de Pernambuco.

1969

Em São Paulo, participa da X Bienal de São Paulo, do Panorama da Arte Brasileira Atual, do XVIII Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, onde obtém Prêmio de Isenção do Júri, e da Prévia IV Bienal de Paris. Exposição na Galeria Mobília Contemporânea, Recife.

1970

Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Participa do XIX Salão Nacional de Arte Moderna e da mostra “Arte Contemporânea Brasileira”, promovida pelo Banco de Boston, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Dedica-se à litografia e tem o álbum LlTO 70 com texto de Gastão de Holanda, editado pela Minigraf, Recife.

1971

Participa das exposições: “XX Salão Nacional de Arte Moderna”, no Rio de Janeiro, “10 Artistas Nacionais”, no Paço das Artes, São Paulo, e “IX Resumo de Arte do Jornal do Brasil” (JB/Resumo de Arte), no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

Casamento com Maria Adelaide Didier do Rego Maciel.

1972

Exposições individuais nas Galerias Degrau, Recife e Ipanema, São Paulo. Exposição conjunta com Gilvan Samico e Guilherme de Faria na Casa de Olinda. Participa da mostra “Arte Brasil Hoje – 50 Anos”. Participa de mostra na Galeria Collectio, São Paulo, organizada por Roberto Pontual, do “XXI Salão Nacional de Arte Moderna”, Rio de Janeiro e de “Doações e Aquisições Recentes”, no Museu de Arte Contemporânea, São Paulo. Passa a residir e trabalhar em Olinda.

1973

Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Participa do “Panorama da Arte Atual Brasileira”, São Paulo, e da coletiva “O Rosto e a Obra”, na Galeria do IBEU, Rio de Janeiro, organizada por Marc Berkowitz. É convidado oficialmente por Rubem Ricupero para a representação brasileira na XII Bienal de Veneza, mas sua participação não se efetiva.

1974

Participa da mostra “Renovação da Figura” na Maison de France, Rio de Janeiro. Individual na Galeria Ipanema, onde são mostradas as duas primeiras obras da série Cenas da Vida Brasileira 1930/1954, quadros 1937 e 1930. Começa os trabalhos litográficos das Cenas da Vida Brasileira, para os quais, com auxílio do colega Franklin Delano, instala prensas e equipamentos no ateliê de Campo Grande. Nesse local, com a reunião de outros artistas interessados em litografia, é fundada a Oficina Guaianases de Gravura S/C, que, em seguida, é transferida para o Mercado da Ribeira, em Olinda. A Oficina Guaianases de Gravura encerra suas atividades em 1998 e todo material é doado ao Departamento de Teoria da Arte da Universidade Federal de Pernambuco.

1975

Integra, como artista convidado, a exposição itinerante “Arte no Brasil – Documento/Debate”, 12 artistas, do X Salão de Arte Contemporânea de Campinas, Campinas, São Paulo, participando dos debates em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. É convidado a participar da Bienal de Medellín / Coltejer, na Colômbia. Fernando Monteiro realiza o documentário cinematográfico Simetria Terrível ou Mecânica de João Câmara.

1976

A série de obras Cenas da Vida Brasileira – 1930/1954, um conjunto de 10 painéis e 100 litografias, é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo. Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Frederico Morais realiza audiovisual (composto de 161 diapositivos) sobre as Cenas, apresentado durante a exposição e levado também à Arte Fiera em Bolonha, Itália. Participa da III Bienal de Arte Gráfica de Cali, Colômbia, da V Bienal de Arte Gráfica de Florença, Itália, e da mostra “20 Artistas Brasileiros”, no Centro de Arte y Comunicación, de Buenos Aires, sempre com litografias. Recebe Prêmio de melhor exposição de arte do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. Ilustra com litografias o livro Seis Cantos do Paraíso, de Dante Alighieri, tradução de Haroldo de Campos, Editora Fontana, Rio de Janeiro.

1977

Inicia a realização do caderno-fonte de litografias para a série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara.

1978

Individual na Galeria Juan Martin, México, com apresentação das 100 litografias das Cenas da Vida Brasileira. Inicia o tríptico Uma Pintura de Câmara.

Nascimento da filha Adriana.

1979

Desdobramentos, em painéis, do caderno-fonte de litografias. Participa da XV Bienal Internacional de São Paulo com O Baile da Ilha Fiscal, conjunto de um painel e cinco litografias da série A Caravana Uiva. Participa do XI Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, que tem como tema “Figuração Referencial”. Expõe, com a Oficina Guaianases, na Gravura Brasileira, Rio de Janeiro. Realização do filme-performance Um Tiro na Questão.

Nascimento da filha Joana.

1980

Participa da mostra “Destaques Hilton de Pintura”, itinerante em várias capitais brasileiras, e da II Bienal lbero-Americana de Arte, México, DF. Exposição de 50 litografias na Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS. A pintura O Baile da Ilha Fiscal é adquirida para a Coleção Window South, Califórnia, Estados Unidos. Tem obras adquiridas pelas instituições: Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte de Toronto, Canadá, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Universidade Nacional Autônoma do México, Casa da Cultura de Juchitán, Oaxaca, México, e Museu de Arte de Belo Horizonte. A série Cenas da Vida Brasileira é adquirida pela Prefeitura da Cidade do Recife e doada por esta à Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Hoje está abrigada no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife, para exposição em caráter permanente. É editado o livro Cenas da Vida Brasileira.

1981

Executa o díptico Carisma/Quaresma e conjunto de litografias, tomando por tema o arcebispo D. Helder Câmara. Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Participa, como convidado, do Foro de Arte Contemporânea, México, onde apresenta o texto Representação Histórica e Expressão Crítica. É convidado por Oscar Niemeyer para realizar o painel interno do Monumento a Tiradentes, Brasília. O painel, sob o título de Inconfidência Mineira, finalmente viria a ser realizado para o Panteão Nacional de Brasília, inaugurado em 1986.

1982

Prossegue a realização dos painéis e das litografias da série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara. Participa da mostra “Universo do Futebol”, no Museu de Arte Moderna do Rio e na Galeria Acervo, e “Salão do Futebol”, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Integra as comissões de seleção e premiação dos Salões de Arte de Fortaleza e Belo Horizonte. Participa, como convidado, do Simpósio Nacional de Artes Plásticas, no Recife, apresentando o texto Sugestões Para um Programa Nacional de Material Artístico de Nível Profissional, sendo indicado pela FUNARTE para integrar comissão de estudos do tema. Indicado para participar, como representante do Brasil, do concurso de Pintura sobre o Bicentenário de Bolívar, na Venezuela.

Nascimento do filho João.

1983

Conclui a série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara, posteriormente exposta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Publicado o livro Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara, com texto de Frederico Morais, em edição da Fundação Roberto Marinho. Viagem aos Estados Unidos a convite do Departamento de Estado, quando visita várias instituições de gravura, inclusive o Tamarind Institute, em Albuquerque, Novo México. Viagem a Cuba, onde expõe na galeria da Casa das Américas, em Havana, Cuba, 50 litografias da série Cenas da Vida Brasileira.

1984

Expõe as pinturas da série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara, na Galeria São Paulo. A série Dez Casos de Amor é exposta no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, no Museu de Arte da Bahia, Salvador, e no Palácio das Artes, Belo Horizonte. Participa das mostras: “Tradição e Ruptura”, na Fundação Bienal de São Paulo; “Expressionismo no Brasil – Heranças e Afinidades”, 18ª Bienal Internacional de São Paulo; “Seis Décadas de Arte Moderna”, na Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro. Executa painel para as Organizações Globo, em comemoração aos 80 anos do jornalista Roberto Marinho.

1985

Participa do II Seminário de Melhoria de Materiais da Funarte e do I Seminário de Cultura, em Brasília, promovido pelo Ministério da Cultura. Participa da exposição “Brasilidade e Independência” – Ministério de Cultura e Galeria São Paulo, em Brasília. Inicia o painel Inconfidência Mineira, atendendo a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto do Panteão Nacional de Brasília.

1986

Falecimento do pai.

Conclui o painel Inconfidência Mineira, para o Panteão Nacional, Brasília. Expõe Estudos: desenhos, pinturas, litografias do painel Inconfidência Mineira, na Galeria AM-Niemeyer, Rio de Janeiro. Integra a 1ª mostra “Christian Dior da Arte Contemporânea”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro. Expõe o painel O Olho de Meu Pai Sobre a Cidade, na exposição “Painéis”, Artespaço Galeria de Arte, Recife, e na II Bienal de Havana, Cuba.

1987

Lança o álbum de litografias O Olho de Meu Pai Sobre a Cidade, nas galerias Artespaço, Recife, e Montesanti, Rio de Janeiro e São Paulo. Coordena a exposição “Litografia-Oficina Guaianases de Gravura-Olinda”, na Galeria de Arte Álvaro Conde, Vitória, Espírito Santo, da qual participa como expositor e palestrante. Participa da mostra “Ao Colecionador”, comemorativa do livro Entre Dois Séculos – Arte Brasileira do Século XX na Coleção Gilberto Chateaubriand, de Roberto Pontual, no MAM, Rio de Janeiro, e da exposição “Modernidade – Arte Brasileira do Século XX”, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, França. Inicia a série Duas Cidades. Recebe a comenda da Ordem do Rio Branco – Grau de Oficial.

1988

Participa das exposições “Modernidade – Arte Brasileira do Século XX”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e Le Dejeuner sur l’Art – Manet no Brasil, na Escola de Artes Visuais, Parque Lage, Rio de Janeiro. Realiza exposição de caráter retrospectivo (92 obras, entre pinturas e gravuras) no Staatliche Kunsthalle Berlin, Alemanha. Expõe litografias no Museu de Arte Contemporânea do Paraná e em sala especial na VIII Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba. Recebe o prêmio de Melhor Cartaz no 9° Festival Latino-Americano de Cinema e Televisão de Havana, Cuba, com o cartaz para o filme Guerra do Brasil, de Sylvio Back. Participa da exposição “Os Ritmos e as Formas – Arte Brasileira Contemporânea”, no Serviço Social do Comércio SESC Pompéia, São Paulo, e, no ano seguinte, em Copenhague, Dinamarca.

1989

Integra a exposição “Os Ritmos e as Formas – Arte Brasileira Contemporânea”, no Museu Charlottenborg, Copenhague, Dinamarca. Participa, com litografias, das mostras: “Luzes da República”, na Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, “Cada Cabeça Uma Sentença”, na Universidade Federal de Juiz de Fora, e “Gravura Brasileira – Quatro Temas”; “A Gravura Social”, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Integra a exposição “8 Artistas Pintam a Revolução Francesa”, na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro. Expõe o tríptico O Tango em Maracorday e 20 pinturas sobre papel, Os Papéis do Amigo do Povo, na Galeria Multiarte, Fortaleza, Ceará.

1990

Participa das exposições: “Brasília, 30 Anos”, na Performance Galeria de Arte, Brasília, e “Brasil-Japão de Arte Contemporânea”, Tóquio, Sapporo e Atomi, no Japão, promovida pela Associação Mokiti Okada do Brasil – MOA – e apresentada no Brasil, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no Salão Negro do Congresso Nacional, Brasília, e no Museu de Arte de São Paulo, São Paulo. Realiza exposições individuais: na Galeria São Paulo, São Paulo, onde expõe o conjunto de pinturas Gêneros, incluindo duas obras da série Duas Cidades, e na Galeria Poli, Berlim. Participa da ECO – 90, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Recebe o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pela exposição Gêneros.

1991

Realiza exposição individual de desenhos, “Riscos”, promovida pela Fundação Joaquim Nabuco e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, na Fundaj, Recife. Recebe o diploma Lula Cardoso Ayres do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco.

1992

Integra a mostra “As Artes do Poder”, Paço Imperial, Rio de Janeiro. Participa da Feira de Arte de Miami, Flórida, EUA, e da exposição “Representação – Presenças Decisivas”, Paço das Artes, São Paulo.

1993-94

Exposição individual na Maison de l’Amérique Latine, Paris, França. Participa da mostra “Xilogravura: do Cordel à Galeria”, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba, em João Pessoa, e no Museu de Arte de São Paulo.

1994

Exposição individual: “João Câmara – Além das Circunstâncias”, no SESC Pompéia, São Paulo, e no Museu Charlottenborg, Copenhague, Dinamarca. Expõe também em várias cidades da Dinamarca um conjunto amplo de litografias. Exposição individual na Galeria Kulturhaus Altes Rathaus, Potsdam, Alemanha. Expõe Cenas da Vida Brasileira (Pinturas), na Henie – Onstad Kunstsenter, Oslo, Noruega. Reinstala a obra restaurada Exposição e Motivos da Violência no Museu de Arte de Brasília, e aí, em Brasília, realiza mostra de desenhos dos anos 60. Participa da exposição “Os Novos Viajantes”, no SESC Pompéia, São Paulo, da mostra de inauguração da Plêiade Galeria de Arte, no Recife, e da exposição “Bienal Brasil Séc. XX”, na Fundação Bienal, São Paulo.

1995

Participa de exposições coletivas: “Brazil Brazil”, grande Hotel Hyat, Hong Kong; “Além da Taprobana”, mostra itinerante, em Portugal e no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Exposições individuais: na Dan Galeria, São Paulo; no MAC, São Paulo, com a mostra “Cenas em Preto e Branco” (interpretações em tela de litografias da série Cenas da Vida Brasileira). Lançamento do livro João Câmara, de Almerinda da Silva Lopes, coleção Artistas Brasileiros da Editora da USP. A Oficina Guainases de Gravura, da qual é sócio fundador, tem seu maquinário e acervo absorvidos pelo curso de Teoria da Arte do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Gravura, da Universidade Federal de Pernambuco. Prêmio Personalidade da Associação da Imprensa de Pernambuco e medalha Joaquim Nabuco da Assembléia Legislativa de Pernambuco. É agraciado com as comendas: Ordem do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife, Grau de Cavalheiro, e Ordem do Rio Branco, Grau de Comendador.

1996

Expõe pinturas na Lúcio Rodrigues Gallery, Miami, Estados Unidos. Sala Especial na XV Arte Pará, Palácio Lauro Sodré, Belém do Pará. Participa da mostra “Arte Brasileira Contemporânea”, Leverkusen e Dormagen, na Alemanha, e no Museu de Arte Moderna, em São Paulo. Mostra Escenas de la Vida Brasileña, no Centro Cultural da Embaixada do Brasil, Assunção, Paraguai. Exposição Virtual de João Câmara, apresentação e acesso via Internet à homepage do artista, no Instituto de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Recebe Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco.

1997

Participa das exposições: “1ª Bienal do Mercosul”, Porto Alegre; “Brasilidade – Coletânea de Artistas Brasileiros”, na Marina Potrich Galeria de Arte, Goiânia, Goiás; e Recent Paintings, na Neuhoff Gallery, Nova York, EUA. Inicia publicação da coluna Imagens Digitais no Diário de Pernambuco, atividade que se estenderá até 1999.

1998

Participa da mostra “Figurações, 30 anos na Arte Brasileira”, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo. Expõe a série de pinturas e litografias Cenas da Vida Brasileira 1930/1954, no Museu de Arte Moderna, Recife, série que, em 1980, por meio da Prefeitura e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, foi incorporada ao acervo do museu. Recebe os títulos de Cidadão do Recife, da Câmara Municipal do Recife, e de Cidadão de Pernambuco, concedido pelo Poder Legislativo do Estado de Pernambuco.

1999

Publica o livro Originais, Modelos e Réplicas, com posfácio de Ferreira Gullar. Participa da “Eletromídia da Arte” – 3ª exposição Virtual, no Museu da Casa Brasileira, São Paulo; da II Grande Coletiva da Arte Brasileira, na galeria Marina Potrich, Goiânia; de “Imagens da Liberdade – Inconfidência Mineira”, na Fundação Clóvis Salgado, Minas Gerais; e “Obras em Destaque”, na Dan Galeria, São Paulo. Recebe da Câmara Municipal do Recife o título de Cidadão Honorário do Recife. Recebe Menção Honrosa na VI Bienal lnternacional de Pintura, Cuenca, Equador. A convite de José Nêumanne Pinto, editor do Jornal da Tarde, inicia publicação de textos na coluna Arte pela Arte, daquele jornal.

2000

Falecimento da mãe.

Participa das exposições: “Almeida Junior: Um Artista Revisitado”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e da “Mostra do Redescobrimento: Brasil 500″ – Carta de Pero Vaz de Caminha, promovida pela Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, São Paulo. É lançado o filme documentário João Câmara, 35 mm, 30 min, de Moacyr de Oliveira.

2001

Conclui a série Duas Cidades, na qual vinha trabalhando desde 1987. É agraciado com a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República do Brasil, Grau de Comendador.

2002

Expõe a série Duas Cidades, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, e no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Participa do 45º Salão do Estado de Pernambuco, nas instalações da antiga Fábrica de Tacaruna.

2003

A obra Auto-Retrato, da série Duas Cidades, é incorporada à coleção de autorretratos da Galleria degli Uffizi – Florença, Itália; viagem do artista à Itália para entrega da obra, com o Ministro da Cultura Gilberto Gil. Realização de obras em grande formato: Pequeno Teatro, O Anjo de HM e A Fronteira da Dalmácia. Adquire a casa nas Graças, Recife, que foi, sucessivamente, dos escritores José Antônio Gonsalves de Mello e Renato Carneiro Campos. Projeto para instalar aí acervo pessoal e entidade de cultura. A exposição Duas Cidades é mostrada no Museu do Estado de Pernambuco, inaugurando o espaço anexo reformado. O livro Trilogia é lançado na mesma ocasião.

2004

Lançamento do livro Trilogia na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Transfere seu acervo e documentação sobre sua obra para reserva técnica na Rua das Pernambucanas, 420, Graças, Recife. Realiza o painel Cinco Continentes para o Aeroporto Internacional dos Guararapes, Recife, Pernambuco. Prêmio Clarival do Prado Valladares, ano 2004 – “Trajetória de um Artista” – da Associação Brasileira de Críticos de Arte. A exposição Duas Cidades é mostrada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba-PR.


2005

Recebe o Prêmio Clarival do Prado Valladares, concedido em 2004 – “Trajetória de um Artista” – da Associação Brasileira de Críticos de Arte.


Nascimento do neto João, filho de João Câmara Neto e Roberta Câmara Ferro Ribeiro de Gusmão.

2006

Trabalha, em grandes formatos, obras baseadas em temas literários. Paralelamente, comenta estas obras em vídeo. Conclui o segundo mandato no Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco.

2007 / 2008

Participa de exposições coletivas no Recife e São Paulo. Produz obras de formato médio, independentes do conjunto de temas literários, em progresso. Lançamento em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro do livro João Câmara com texto de Weydson Barros Leal, Edição JJCAROL.

2009

Executa o painel Tributo a Celso Furtado para a Ordem dos Economistas de São Paulo. Inicia os estudos do painel Comércio, para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Participa de exposições coletivas, no Recife. Começa a trabalhar em pinturas e objetos da nova série sobre temas literários, com obras em grande formato.

2010

Conclui e instala o painel Comércio. Escreve e publica 18.250 dias, sobre seus 50 anos de trabalho com pintura. Participa de exposições coletivas, incluindo exposição de obras raras do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC) e a exposição “Novos Mundos Novos” do Santander Cultural.

Nascimento da neta Clarice, filha de João e Roberta.

2011

Instituto de Arte Contemporânea recebe a seleção de litografias, “Acervo Guaianases”, com obras assinadas por João Câmara e Delano, percursores da oficina de gravura.

2012

É publicado o livro ABISHAG – Hóspede inevitável, ficção escrita e ilustrada por João Câmara.

2015

Publica o livro Litografias de João Câmara, coletânea de seus trabalhos com gravura. Continua a execução dos trabalhos em grandes formatos para a série baseada em obras literárias, entre outras pinturas.

Estúdio

Uma das mais antigas cidades do Brasil, Olinda, vizinha do Recife, foi fundada por Duarte Coelho, em 1537.

Em 1630, no início do domínio holandês, foi incendiada. Reconstruída, foi capital da província de Pernambuco, sendo, hoje, município autônomo. É reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade.

Desde os anos 60, muitos artistas trabalham e residem na cidade.

O estúdio do pintor, sediado em Olinda, foi projetado pelo arquiteto Vital Pessoa de Melo.

Acervo

João Câmara possui trabalhos em pintura, gravura, desenho e plataforma digital. O artista produz tanto pinturas que formam conjuntos como pinturas não seriadas. Trabalha com tinta a óleo, acrílica ou técnica mista. Em suas gravuras, o artista se utiliza principalmente da técnica litográfica tradicional: pedras e prensas manuais.

Câmara encara seus desenhos como exercício e planejamento de obras noutros suportes. Considera de maneira similar a computação gráfica, que, também, serve-lhe de interface para elaboração de algumas séries de ilustrações digitais.

Seu acervo, a documentação sobre a sua obra, e sua produção corrente podem ser vistos na reserva técnica instalada em Recife.

Fonte: Site João Câmara. Consultado pela última vez em 18 de março de 2022.

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Biografia — Itaú Cultural

João Câmara Filho estudou pintura no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco entre 1960 e 1963. Nesse ano, é eleito presidente da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR e cursa xilogravura, sob orientação de Henrique Oswald (1918 - 1965) e Emanoel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes de Salvador.

Em 1964, funda, com Adão Pinheiro (1938), José Tavares e Guita Charifker (1936), o Ateliê Coletivo da Ribeira e, em 1965, o Ateliê + Dez, ambos em Olinda. Entre 1967 e 1970, leciona pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa. Em 1974, monta um ateliê de litografia, transformado depois na Oficina Guaianases de Gravura, que, a partir de 1995, é incorporada ao Laboratório de Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco. A partir da década de 1960, a produção de João Câmara caracteriza-se por apresentar, ao lado de figuras humanas com seus corpos estruturados, representações de corpos fragmentados, o que confere um caráter de estranheza aos trabalhos. Na década de 1970, o artista inicia a realização das séries Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974-1976) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1983). Em 1986, realiza a série O Olho de meu Pai sobre a Cidade, em que faz uma homenagem a seu pai e à cidade do Recife. Em 2001, conclui a série Duas Cidades, que tem como cenário as cidades de Recife e Olinda.

Análise

Em 1959, João Câmara começa a pintar paisagens, sob a orientação do pintor José Tavares. Em 1960, ingressa no curso científico do Colégio Nóbrega, no Recife, e no curso livre de pintura da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, que freqüenta até 1963.

Estudou com Mário Nunes (1889 - 1982) e Laerte Baldini, entre outros, e, esporadicamente, com Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Interessa-se pelo cubismo e pós-cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e pelo trabalho de Abelardo da Hora (1924), Francisco Brennand (1927), Lula Cardoso Ayres (1910 - 1987), Reynaldo Fonseca (1925) e Wellington Virgolino (1929 - 1988). Já revela nesse período sua preferência por pintar grandes superficies, que se desdobram em dípticos, trípticos ou polípticos.

Na década de 1960, sua produção aproxima-se do expressionismo e do fauvismo. Em algumas obras enfoca a violência, e o caráter trágico da composição acentua-se pelo uso de tons escuros que se contrapõem aos vermelhos e azuis fortes, como pode ser observado em Vietonose Perfil III (1966) e Exposição e Motivos da Violência (1967). Em Testemunhal, Reconstituição e Uma Confissão (todas de 1971), aborda a tortura e a opressão humana. O artista, ao voltar-se para o corpo do homem, submete-o a torções e deformações, sem prejuízo de certo erotismo.

Em 1963, faz curso de xilografia, orientado por Henrique Oswald (1918 - 1965) e Emanoel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes, em Salvador. No início dos anos 1970, começa a realizar litografias e, com Delano, improvisa um ateliê dessa técnica no Recife, posteriormente transferido para o Mercado da Ribeira, em Olinda. Trabalha a litografia com liberdade, e a utiliza ainda como uma espécie de ensaio para as grandes pinturas. João Câmara realiza muitas séries de pinturas e gravuras, como Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974-1980) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1980), que inclui montagens e objetos.

Em Cenas da Vida Brasileira, não busca reproduzir a veracidade dos acontecimentos políticos do período, mas vincula personagens históricos, como Getúlio Vargas (1882 - 1954), a objetos insólitos e personagens fictícios, criando uma narrativa própria, um passado imaginário, ao qual se mesclam as suas recordações da infância. Já em Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, a mulher surge como personagem principal. Nessa série, o artista acrescenta diversos elementos à superfície da tela, como ilhoses, parafusos, couro, tecido e chumbo.

Além dos temas políticos e dos retratos, a temática regionalista torna-se mais constante em sua produção a partir da década de 1980. Na série O Olho de Meu Pai sobre a Cidade (1986), faz uma homenagem ao pai e à cidade do Recife, e começa a realizar, nos anos 1990, a série Duas Cidades, com obras que têm como cenário Recife e Olinda.

Para a estudiosa Almerinda da Silva Lopes, o projeto poético de João Câmara, desde o início de sua atuação profissional, consiste em traduzir, plasticamente, uma visão crítica da sociedade. Sua obra dialoga com a história política brasileira, com a arte e a mitologia. O artista cria dessa forma, em seus trabalhos, metáforas com as quais ironiza o poder e as relações sociais.

Críticas

"O caráter mais evidente da obra de João Câmara Filho é a sua clara presença. Ou dizendo de outra maneira, ela é convincente: nas dimensões, na técnica, nos temas, nos títulos. Podemos até não gostar daquilo que estamos vendo, mas é impossível fugir a sua presença. Podemos até não gostar das cores, do desenho de contornos duros, da ostensividade da figura humana, quase sempre masculina, visíveis as marcas do tempo no corpo exposto, dos objetos-máquinas que se tornam aterrorizantes e agressivos como também os animais e alimentos na busca irrupção do doméstico na cena pública, ou vice-versa, do caráter grave e sério das situações narradas, enfim, do sufoco que resulta da ausência de espaço, ou melhor, do seu espaço rigidamente compartimentado. Tudo isso pode ser desagradável, mas exerce, ao mesmo tempo, uma poderosa atração. Somos colhidos pela obra, tomados por uma sensação de estranhamento. Estranheza que cresce à medida que vemos desfilar, quadro a quadro, como num palco, alguns conhecidos atores da cena política brasileira. Figuras que pareciam guardadas em algum compartimento escuro de nossa memória ou transformadas já em documentos, fotos, microfilmes, anais, mas que irrompem subitamente na tela/palco, como se estivessem vivos. Ou seriam fantasma projetados no ecran da tela? Estas caras (ou seriam máscaras), estes gestos quase sempre retóricos, por vezes cômicos ou trágicos, estas posturas e olhares, estas mãos e dedos ameaçadores surgem quase perturbadores, incômodos, mas também fascinantes. E nosso mal-estar (ou fascínio) crescerá à medida que formos penetrando no clima de trabalho, assim como a medida que identificamos os atores e cenários (épocas) nos quais atuaram, identificamos, também o seu papel". — Frederico Morais (JOÃO Câmara Filho: cenas da vida brasileira: 1930/1954. Apresentação de Frederico Morais. São Paulo: MASP, 1976. n. p).

"(...) Séries foram, mais ou menos extensas no tempo e na quantidade, as Pseudopersonas Nacionais, retratos entre a introspecção e a ironia, a partir de 1969 e se cristalizando em 1974; as Variações Imperiais, narrativas sarcasticamente bombásticas em torno de Dom Pedro I, ao longo de 1970; e as recentes Cenas da Vida Brasileira 1930-1954, de pinturas e litografias executadas no período de 1974 a 1976, reinventando o documentário de personagens e cenas que marcaram faixa tão importante da história nacional contemporânea. Tanto quanto nos quadros de fora e de entremeio a essas três séries, persistiu por todos os momentos em João Câmara um realismo crítico, mágico e telúrico, sob envoltórios simultaneamente surrealizantes e conceituais. Há uma idéia, uma espinha dorsal, percorrendo de um ponto ao outro essa pintura ora sombria, ora vibrante, deformante ou fotográfica na manipulação da anatomia humana. Há também, ali, a busca de dimensão do painel, como se o artista nos quisesse situar de novo na ancestralidade dos reinos do Sol e no monumentalismo engajado da tradição mexicana de nosso século. Agrupando elementos contrapostos, trata-se de obra em que o arcaico e o contemporâneo, o nacional e o universal se misturam num impulso inevitável e contundente. Nela, embora a terra esteja de algum modo presente, nada há de regionalismo, no sentido puramente documental do termo; o exótico pelo exótico não atrai João Câmara, mas sim as violências da defasagem entre o primitivo e o tecnológico". — Roberto Pontual (BARIL: pintura. Apresentação de Marinho Neto. Vitória: Galeria de Arte e Pesquisa da UFES, 1987).

"João Câmara emerge na cena artística brasileira em meados da década de 60 como uma revelação de Pernambuco, onde reside, em meio a uma fértil geração de artistas desse Estado. Ainda em 1967 participa da Bienal de Córdoba, na Argentina, com obras de grande força e vitalidade, com figuras marcantes a nos reportar a personagens como super-heróis de histórias em quadrinhos em composição acumulada e violenta. Entre 1974 e 1976 realiza sua grande obra serial Cenas da Vida Brasileira - 1930-1954, constituída por dez painéis e cem litografias, tendo como tema o período Vargas. Psicólogo formado, tendo já exercido a crítica de arte, o intelectualismo permeia o processo de criação da pintura de Câmara, que teria sempre a temática como ponto de partida para suas realizações (O Baile da Ilha Fiscal, 1979; Carisma/Quaresma, 1981; e Retrato de Família, de 1981, também objetivaram temas específicos). Após as Cenas, João Câmara desenvolve Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, grandes painéis, igualmente acompanhados de litografias mais livres, e que resultam de um jogo de símbolos com uma iconografia intrigante em composição, em que sempre, como em toda a sua obra, o desenho realista é rompido e interceptado por outros planos, embora com um realismo também implícito. Tiradentes é sua recente realização a partir de uma temática histórica. (...)" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy A. , org. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. Prefácio de Ana Mae Barbosa. Textos de Aracy Amaral e Sônia Salzstein Goldberg. São Paulo: Techint Engenharia: Ex Libris, 1988).

“João Câmara é autor de uma das maiores obras em execução na arte brasileira. Ele é um dos artistas que mais se revelam um instigador de temas e fontes da arte contemporânea. Isto vai além do traço ou da forma, que ele notoriamente conquistou num exercício permanente e duradouro, e que atingem áreas insuspeitadas para a maioria dos pintores. Seus campos de cultivo e colheita são, principalmente, suas leituras e sua alta cultura” — Weydson de Barros Leal.

"Desde o iníco de sua produção, João Câmara revela total obsessão pelo retrato e pelo corpo humano, submentendo-os, na maioria das vezes, a estranhas deformações e ambigüidades. Cria metáforas com as quais ironiza a hipocrisia burguesa, as mazelas do poder e a vulnerabilidade da relação entre os homens. Daí seus códigos poéticos exigirem que o observador se detenha num diálogo atento e numa percepção curiosa para desenredar a trama desse labirinto.

Em algumas obras, arquiteta cenas e cenários em que as figuras se projetam com tal verossimilhança, como se estivessem vivas no écran da tela para nos encarar, provocar e desafiar. Mais lentamente, vamo-nos dando conta dos paradoxos e da blague, seja pelo ridículo das atitudes e ações, seja pelas amputações, torções e rotações que imprime ao corpo ou a partes dele.

Sem que lhe possamos negar singularidades intransferíveis, essa imagística universal de Câmara deixa transparecer, também, as raízes culturais do autor e o forte resíduo regionalista, seja nas cores, às vezes incendiárias, na extravagância das estampas dos tecidos e na decoração kitsch, seja na ação dominadora do homem em relação à mulher, na erotização e particularidade dos corpos. É através desse contexto que traduz a sua maneira de ver, pensar e sentir, pondo em destaque valores, aspirações, mazelas e contradições humanas". — Almerinda da Silva Lopes (LOPES, Almerinda da Silva. João Câmara. Prefácio Annateresa Fabris. Sao Paulo : Edusp, 1995. p. 54).

Depoimentos

"No nosso grupo [em Recife] havia uma preocupação com a figura que devia passar pelo espírito do grotesco, pela caricatura política. [...] Nesta época minha pintura [...] possuía uma manipulação da imagem surrealista, mas eu não estava interessado nos contrastes propostos pelos surrealistas. Estava mais interessado nas similitudes. Eu não sou surrealista, sou obsceno. Estou interessado no grau de aproximação das coisas". — João Câmara a Wilson Coutinho - 1979 (COUTINHO, Wilson. O brilho fugaz da história. Arte Hoje. Rio de Janeiro, nov. 1979. p. 22).

"A caricatura de Angelo de Agostini na Semana Ilustrada, toda a gesta do Império, da luta republicana, essas coisas estão próximas. [...] A caricatura, como comédia dell´arte, é própria do teatro, então me serviu muito. E são situações armadas, como a caricatura é: caricare, colocar sobre, armar, criar situações, criar na máscara. [...] [A caricatura] não me serviu como modelo plástico, mas como modelo de ordem crítica, de disposição crítica, de possibilidade de agudização crítica, pois, afinal de contas, a luta dos republicanos e liberais era muito próxima: classificar o campo obscuro da monarquia. [...] A escolha do sistema do espaço que eu faço não é nem um espaço arcaizante, embora haja dados arcaicos, nem é um espaço 'modernista', embora haja elementos de modernidade, ou de contemporaneidade". — João Câmara a Frederico Morais - 1980 (MORAIS, Frederico; LIMA SOBRINHO, Barbosa. Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, 10 pinturas e 100 litografias de João Câmara Filho. Recife: Prefeitura Municipal. 1980. p. 33).

"[...] No último quadro da série Cenas da Vida Brasileira - no que eu estou na frente de Getúlio -, mas era necessário, porque a pintura do último painel é um confronto de um autor de uma fantasia sobre um período verdadeiro... então o quadro é separado em duas partes, e tem um momento verdadeiro, que é Vargas morto, mas dentro do meu ateliê, comigo presente. [...] É fato que o autor é a medida da sua obra, então ele está presente como um testemunho. [...]

O problema da pintura narrativa é a diferenciação entre a pintura narrativa e a pintura ilustrativa. A ilustrativa procura traduzir por meios visuais uma idéia verbal, e na narrativa se institui uma conduta oralizada a partir de uma visualidade, é a figuração que determina a oralidade, ela não interpreta a oralidade". — João Câmara (MANOEL Júnior, José. Alguns risos de Câmara. Jornal do Comércio, Recife, 11 de jul. 1991.

Exposições Individuais

1963 - João Pessoa PB - Primeira individual, na Galeria de Arte Contemporânea da Universidade da Paraíba

1966 - Recife PE - Individual, na Galeria Conciliação

1966 - Recife PE - Individual, na Galeria Ônix

1968 - Recife PE - Individual, na Galeria da Empetur

1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1972 - Recife PE - Individual, na Galeria Degrau

1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Ipanema

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema

1976 - Rio de Janeiro RJ - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, no MAM/RJ

1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1976 - São Paulo SP - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, no Masp - Prêmio APCA

1978 - Cidade do México (México) - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, na Galeria Juan Martín

1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1983 - Rio de Janeiro RJ - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara: pinturas, montagens, litografias, objetos, no MAM/RJ

1983 - São Paulo SP - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara: pinturas, montagens, litografias, objetos, no MAC/USP

1984 - Olinda PE - Dez Casos de amor e uma Pintura de Câmara, no MAC/Olinda

1984 - São Paulo SP - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, na Galeria São Paulo

1984 - Salvador BA - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, no Museu de Arte da Bahia

1984 - Belo Horizonte MG - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, no Palácio das Artes

1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Anna Maria Niemeyer Art Interiores

1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Montesanti Roesler

1988 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Staatliche Kunsthalle

1988 - Curitiba PR - Individual, na Fundação Cultural de Curitiba

1988 - Curitiba PR - João Câmara Filho: litografias, no MAC/PR

1989 - Fortaleza CE - Tango em Maracorday e os papéis do amigo do povo, na Galeria Multiarte

1990 - Berlim (Alemanha) - Gêneros, na Galeria Poll

1990 - Recife PE - Individual, na Galeria Metropolitana Aloísio Magalhães

1990 - São Paulo SP - Gêneros, na Galeria de Arte São Paulo

1991 - Recife PE - Riscos, na Galeria Vicente do Rego Monteiro

1993 - Paris (França) - Individual, na Maison de L'Amérique Latine

1994 - Copenhague (Dinamarca) - João Câmara: além das circunstâncias, no Museu Charlottenborg

1994 - São Paulo SP - João Câmara: além das circunstâncias, na Galeria do Sesc Pompéia

1994 - Oslo (Noruega) - Cenas da Vida Brasileira: pinturas, no Henie Onstad Kunstsenter

1994 - Potsdam (Alemanha) - Individual, na Galeria Kulturhaus Altes Rathaus

1995 - São Paulo SP - Cenas em Preto e Branco, no MAC/USP

1995 - São Paulo SP - João Câmara, na Dan Galeria

1996 - Assunção (Paraguai) - Escenas de La Vida Brasileña, no Centro Cultural da Embaixada do Brasil

1996 - Miami (Estados Unidos) - João Câmara in America, na Lucio Rodrigues Gallery

1996 - Recife PE - Exposição Virtual de João Câmara - apresentação e acesso via internet à homepage do artista, no Instituto de Arte Contemporânea

1997 - Nova York (Estados Unidos) - João Câmara: recent paintings, na Neuhoff Gallery

1998 - Recife PE - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1945, no Mamam

2002 - Rio de Janeiro RJ - Duas Cidades, no MNBA

2002 - São Paulo SP - Duas Cidades, na Pinacoteca do Estado

Exposições Coletivas

1961 - Recife PE - 3ª Mostra Coletiva da Galeria Rozenblit, na Galeria Rozenblit

1962 - Belo Horizonte MG - Salão Universitário de Belo Horizonte - 1º prêmio em pintura e 2º prêmio em desenho

1962 - Recife PE - 21º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco

1962 - Recife PE - Salão do Estado de Pernambuco - 1º prêmio em pintura

1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM/BA

1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira

1964 - Recife PE - 23º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco

1964 - Recife PE - Salão do Estado de Pernambuco - prêmio em gravura

1965 - Porto Alegre RS - Seis Artistas Pernambucanos, no Margs

1966 - Córdoba (Argentina) - 3ª Bienal Americana de Arte - Placa de Ouro da Bolsa de Comércio de Córdoba

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio aquisição

1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro - grande prêmio

1967 - São Paulo SP - Oficina Pernambucana, no MAC/USP

1968 - Salvador Ba - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, no MAM/BA - sala especial

1969 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Seletiva da Bienal de Paris, no MAM/RJ

1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna

1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1970 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira, no Banco de Boston

1970 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1970 - São Paulo SP - Arte Contemporânea, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - 9º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna

1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP

1973 - Rio de Janeiro RJ - O Rosto e a Obra, na Galeria do Ibeu

1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1975 - Medellín (Colômbia) - Bienal de Medellín - Coltejar - artista convidado

1976 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileiros, no Centro de Arte y Comunicación

1976 - Cali (Colômbia) - 3ª Bienal Americana de Artes Gráficas, no Museo de Arte Moderno La Tertulia

1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1976 - Florença (Itália) - 5ª Biennalle Internazionale della Gráfica d'Arte

1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler

1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade

1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1980 - Belo Horizonte MG - Destaque Hilton de Pintura, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1980 - Brasília DF - Destaque Hilton de Pintura, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1980 - Cidade do México (México) - 2ª Bienal Iberoamericana de Arte

1980 - Curitiba PR - Destaque Hilton de Pintura, no Teatro Guaíra

1980 - Porto Alegre RS - Destaque Hilton de Pintura, no Margs

1980 - Rio de Janeiro RJ - Destaque Hilton de Pintura, no MAM/RJ

1980 - Santiago (Chile) - 20 Pintores Brasileños, na Academia Chilena de Bellas Artes

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ

1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - 7 Pintores da Arte Contemporânea Brasileira, na Galeria de Arte Portal

1986 - Brasília DF - Pernambucanos em Brasília, na ECT Galeria de Arte

1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial

1987 - Brasília DF - Arte sobre Papel, na Galeria Contemporânea de Arte

1987 - Olinda PE - Litografia - Oficina Guainases de Gravura - Olinda, na Galeria de Arte Alvaro Conde

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1987 - São Paulo SP - Arte sobre Papel, no MAM/SP

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1987 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1987 - Vitória ES - Oficina Guainases de Gravura, na Galeria Álvaro Conde

1988 - Curitiba PR - Mostra da Gravura Cidade de Curitiba

1988 - Rio de Janeiro RJ - Le Déjeuner sur l'Art: Manet no Brasil, na EAV/Parque Lage

1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX , no MAM/SP

1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia

1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu Charlottenborg

1989 - Curitiba - 8ª Mostra de Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural

1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor

1989 - Juiz de Fora MG - Cada Cabeça uma Sentença, no Museu Mariano Procópio

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian

1989 - Rio de Janeiro RJ - 8 Artistas Pintam a Revolução Francesa, na Casa de Cultura Laura Alvim

1989 - Rio de Janeiro RJ - Gravura Brasileira: 4 temas, na EAV/Parque Lage

1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte

1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte

1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Brasília DF - Brasília, 30 Anos, na Performance Galeria

1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - João Pessoa PB - 2ª Arte Atual Paraibana, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba

1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão

1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - As Artes do Poder, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: coleção Gilberto Chateaubriand/Museu de Arte Moderna, na Galeria de Arte do Sesi

1992 - São Paulo SP - Representações: presenças decisivas, no Paço das Artes

1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes

1994 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no Museu Nacional de Belas Artes

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Os Novos Viajantes, no Sesc Pompéia

1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô

1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

1995 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa

1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista

1996 - Belém PA - 15º Salão Arte do Pará, no Museu de Arte do Belém

1996 - Belém PA - Salão Arte Pará, no Museu do Estado Palácio Lauro Sodré

1996 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, no Bayer AG - Foyer Hochhaus W1

1996 - Dormagen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Feierabendhaus

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea (1996 : São Paulo, SP) - Museu de Arte Moderna (Ibirapuera, São Paulo, SP)

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea, no MAM/SP

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP

1997 - Goiânia GO - Brasilidade: coletânea de artistas brasileiros, na Galeria de Arte Marina Potrich

1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Aplub; na Casa de Cultura Mário Quintana; no DC Navegantes; Edel; na Usina do Gasômetro; no Instituto de Artes da UFRGS; na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul; no Margs; no Espaço Ulbra; no Museu de Comunicação Social; na Reitoria da UFRGS e no Theatro São Pedro

1997 - Porto Alegre RS - Cildo Meireles e João Câmara, na UFRGS. Reitoria

1997 - Porto Alegre RS - Vertente Política, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul

1997 - Recife PE - Ver o Verso, no Mamam

1998 - Cuenca (Equador) - 6ª Bienal Internacional de Cuenca - menção honrosa

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte (1998 : São Paulo, SP) - Museu de Arte Moderna (Ibirapuera, São Paulo, SP)

1998 - São Paulo SP - Figurações: 30 anos de arte brasileira, no MAC/USP

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - Obras em Destaque, na Dan Galeria

1999 - Belém PA - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Rua Boaventura da Silva x Av. Doca de Souza Franco

1999 - Belo Horizonte MG - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Contorno x Av. Amazonas

1999 - Campinas SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual

1999 - Campo Grande MS - Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Afonso Pena x R. Treze de Maio

1999 - Cuiabá MT - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Fernando Correia da Costa, s/n

1999 - Goiânia GO - 2ª Grande Coletiva de Arte Brasileira, na Galeria de Arte Marina Potrich

1999 - Jundiaí SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Nove de Julho, 1400

1999 - Manaus AM - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Paraíba x Rua Efigênio Sales

1999 - Osasco SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. dos Autonomistas, altura do nº 2973

1999 - Porto Alegre RS - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Goethe x Rua Mostardeiro e Rua Vinte e Quatro de Outubro x Rua Bordini

1999 - Recife PE - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual

1999 - Ribeirão Preto SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Presidente Vargas, 915

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte

1999 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Venceslau Brás x R. General Severiano; na Radial Oeste, próximo à Praça da Bandeira e no Largo do Humaitá

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - Salvador BA - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Tancredo Neves, 805

1999 - Santo André SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na R. Dom Pedro II x R. Catequese

1999 - Santos SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual

1999 - São Paulo SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Cidade Jardim x Av. Brig. Faria Lima Faria Lima; na Av. Brig. Faria Lima x Av. Rebouças; Av. Eng. Luís Carlos Berrini x Av. Águas Espraiadas; na Rua Vergueiro x Av. Paulista; na Av. Juscelino Kubitschek x Av. Brig. Faria Lima e na Av. Paulista x Al. Campinas

1999 - São Vicente SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Presidente Wilson x Av. Antônio Emmerich

2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Carta de Pero Vaz de Caminha, no Museu Histórico Nacional

2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado

2000 - São Paulo SP - Ars Erótica: sexo e erotismo na arte brasileira, no MAM/SP

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Geleria Itaú Cultural

2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam

2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Entre Aberto, na Gravura Brasileira

2003 - São Paulo SP - Negras Memórias, Memórias de Negros: o imaginário luso-afro-brasileiro e a herança da escravidão, na Galeria de Arte do Sesi

2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

Fonte: JOÃO Câmara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 18 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia — Wikipédia

Premiado nacional e internacionalmente, admirado por críticos como Ferreira Gullar e Frederico Morais, já participou de dezenas de salões de arte, bienais e realizou diversas exposições individuais pelo país e no exterior.

A maior parte da sua obra é composta de pinturas mas tem um trabalho significativo em litografia.

João Câmara tem uma obra pontuada por séries temáticas. A primeira e mais conhecida é Cenas da Vida Brasileira, tratando da vida política brasileira de 1930-1954 (dez painéis e cem litografias), desenvolvida entre 1974 e 1976. Outra série importante é Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (um caderno de fontes com diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos), iniciada em 1977 e concluída em 1983. Sua série mais recente é Duas Cidades (38 pinturas e 18 objetos) desenvolvida entre 1987 e 2001.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 178 de março de 2022.

Crédito fotográfico: Maicon Lima, Portal Roberta Jungmann. Consultado pela última vez em 18 de março de 2022.

João Câmara Filho (João Pessoa, Paraíba, 1944), mais conhecido como João Câmara, é um pintor, gravador, desenhista, crítico de artes visuais, professor de artes plásticas e psicólogo brasileiro. Em sua carreira artística, destacam-se três grandes séries temáticas: "Cenas da Vida Brasileira", com cerca de 10 pinturas e 100 litografias; "Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara", com diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos; e "Duas Cidades" com 38 pinturas e 18 objetos. Realizou exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Premiado nacional e internacionalmente, admirado por críticos como Ferreira Gullar e Frederico Morais, já participou de dezenas de salões de arte, bienais e realizou diversas exposições individuais pelo país e no exterior.

João Câmara

João Câmara Filho (João Pessoa, Paraíba, 1944), mais conhecido como João Câmara, é um pintor, gravador, desenhista, crítico de artes visuais, professor de artes plásticas e psicólogo brasileiro. Em sua carreira artística, destacam-se três grandes séries temáticas: "Cenas da Vida Brasileira", com cerca de 10 pinturas e 100 litografias; "Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara", com diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos; e "Duas Cidades" com 38 pinturas e 18 objetos. Realizou exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Premiado nacional e internacionalmente, admirado por críticos como Ferreira Gullar e Frederico Morais, já participou de dezenas de salões de arte, bienais e realizou diversas exposições individuais pelo país e no exterior.

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Exposição | 1988

Seminário João Câmara | 2019

Artista plástico | 2013

Ateliê João Câmara | 2019

Pintando Busenaktion | 2014

Trajetória e Obra | 2020

Conexão Pernambuco | 2020

Biografia — Site do Artista

João Câmara Filho nasceu em João Pessoa, Paraíba, em 1944. Teve seu primeiro contato com as artes plásticas através do curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, aos 16 anos, e, desde então, não parou mais de pintar.

Participou da reinstalação da Sociedade de Arte Moderna de Recife (SAMR) e da instalação da Galeria de Arte e do Atelier Coletivo do Mercado da Ribeira, em Olinda, do Atelier + 10, também em Olinda, e da Oficina Guaianases de Gravura, em Recife.

Criou três grandes séries temáticas: Cenas da Vida Brasileira (10 pinturas e 100 litografias), Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos) e Duas Cidades (38 pinturas e 18 objetos). Além das três séries, vem compondo, desde os anos 60, um grande repertório de obras não seriadas.

Ao longo de sua carreira, tem feito exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior. Possui obras em museus brasileiros e estrangeiros e em coleções públicas e particulares. Tem colaborado em jornais e revistas sobre artes plásticas, e publicado diversos livros sobre suas obras e seu trabalho.

O artista reside e trabalha em Olinda, Pernambuco. Seu acervo, a documentação sobre a sua obra e sua produção corrente podem ser vistos, sob agendamento, na reserva técnica instalada em Recife.

Cronologia

1944

João Câmara Filho nasce em João Pessoa, Paraíba. Filho de João Landelino Dornelas Câmara Neto e Noêmia de Araújo Câmara. O pai, pernambucano e funcionário público; interessado em Literatura, escreveu poesias. A mãe, paraibana da cidade de Itabaiana, também funcionária pública. Casaram-se em 1930, tiveram dois filhos, Divanise e Leônidas, irmãos mais velhos. Durante a 2ª Guerra Mundial, a família transferiu-se para João Pessoa, onde João Câmara vive sua infância, até os sete anos. Faz suas primeiras letras na escola das Lourdinas e em escola particular.

1952

Com a família, muda-se para o Rio de Janeiro e Niterói, aqui faz uma parte do curso primário no Educandário Marília Matoso. Reside no Rio de Janeiro até 1954.

1954

No Rio de Janeiro, vê a passagem dos tanques pelas ruas no dia do suicídio de Getúlio Vargas. No mesmo ano, regressa ao Nordeste, fixando residência no Recife, onde conclui o primário, o ginásio e o colegial nos Colégios Salesiano e Nóbrega. Faz, nesse período, caricaturas e, posteriormente, frequenta a casa do pintor José Tavares, do qual recebe as primeiras orientações sobre pintura.

1960

Paralelamente aos estudos no Colégio Nóbrega, o artista faz exame de admissão ao Curso Livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco. É aluno de Laerte Baldini e Fernando Barreto. Frequenta curso pré-vestibular para a Faculdade de Medicina, mas não chega a prestar exames, decidindo-se a cursar Psicologia.

1962

Primeiro ateliê em uma pensão à Rua João de Barros. Recebe o primeiro prêmio de Pintura e o segundo de Desenho no Salão Universitário de Belo Horizonte e, também, primeiro prêmio de Pintura no Salão do Estado de Pernambuco, Recife. Participa da II Mostra Panorâmica – “50 Anos de Pintura em Pernambuco”, na Galeria de Arte do Recife. Inicia publicação de textos sobre arte no Suplemento Cultural do Diário de Pernambuco.

1963

Participa da mostra “Artistas do Nordeste”, organizada por Lina Bo Bardi, no Museu de Arte Moderna da Bahia, em Salvador. Viagem a Salvador, Bahia, onde frequenta, como ouvinte, as aulas de xilogravura de Henrique Oswald, na Escola de Belas Artes, sob orientação de Emanoel Araújo. Realiza primeira exposição individual de desenhos na Galeria de Arte Contemporânea da Universidade da Paraíba. Inicia publicação de coluna sobre artes plásticas, no Jornal Última Hora, de Recife, e em programas na Rádio Universitária da Universidade Federal de Pernambuco. Com outros artistas de Pernambuco, reinstala a Sociedade de Arte Moderna de Recife – SAMR – sendo eleito presidente – e, também, a Galeria de Arte do Mercado da Ribeira, Olinda.

1964

Ingressa no curso de Psicologia Aplicada da Universidade Católica de Pernambuco, bacharelando-se em 1968. Volta a ser premiado no Salão de Pernambuco, com gravura. Exposição individual de desenhos e gravuras na Galeria Rozemblit, Recife. Funda o Ateliê Coletivo da Ribeira, em Olinda, com Adão Pinheiro, José Tavares e Guita Charifker.

1965

Na exposição da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, tem, ao lado de Wellington Virgulino e Alves Dias, uma de suas obras confiscadas pela polícia política, sob alegação de “ofensa à Religião, aos costumes, à Revolução e às entidades democráticas”. Participa da mostra “Seis Artistas Pernambucanos”, no Museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

1966

Sala Especial na I Bienal da Bahia, Salvador, obtendo prêmio de aquisição. Faz parte da representação brasileira à III Bienal de Córdoba, na Argentina, e recebe o prêmio instituído pela Bolsa de Comércio de Córdoba. Integraram o júri: Alfred Barr, Amold Bode, Sam Hunter, Carlos Raul Villanueva e Aldo Peregrini. Funda, com Anchises, Delano e Maria Carmen, o Atelier 10, em Olinda. Expõe nas Galerias de Arte Conciliação e Ônix, em Recife. Publica, no Jornal Diário de Pernambuco, a série de textos sob título Notas para Antes e Depois do Quadro (I, II, III). Ateliê no Bairro de Campo Grande, Recife.

1967

Conquista o Grande Prêmio do IV Salão Nacional de Arte Contemporânea, Brasília, com o tríptico Exposição e Motivos da Violência, exposição também fechada pela polícia política. Faziam parte do júri os críticos Mário Pedrosa, Clarival do Prado Valladares, Walter Zanini, Mário Barata e Frederico Morais. Participa da mostra “Oficina Pernambucana”, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Leciona Pintura no Curso de Extensão Artística da Universidade Federal da Paraíba, atividade que desenvolve até 1970. Publica a série de textos sob título Notas para Antes e Depois do Quadro (IV, V, VI).

1968

Gradua-se em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco. Sala Especial com Gilvan Samico na II Bienal da Bahia. Exposição individual na Galeria da Empresa Pernambucana de Turismo. Grande Prêmio do IV Salão de Arte Moderna do Distrito Federal. Começa a escrever a coluna Arte e Outras, no Diário de Pernambuco.

1969

Em São Paulo, participa da X Bienal de São Paulo, do Panorama da Arte Brasileira Atual, do XVIII Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, onde obtém Prêmio de Isenção do Júri, e da Prévia IV Bienal de Paris. Exposição na Galeria Mobília Contemporânea, Recife.

1970

Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Participa do XIX Salão Nacional de Arte Moderna e da mostra “Arte Contemporânea Brasileira”, promovida pelo Banco de Boston, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Dedica-se à litografia e tem o álbum LlTO 70 com texto de Gastão de Holanda, editado pela Minigraf, Recife.

1971

Participa das exposições: “XX Salão Nacional de Arte Moderna”, no Rio de Janeiro, “10 Artistas Nacionais”, no Paço das Artes, São Paulo, e “IX Resumo de Arte do Jornal do Brasil” (JB/Resumo de Arte), no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro.

Casamento com Maria Adelaide Didier do Rego Maciel.

1972

Exposições individuais nas Galerias Degrau, Recife e Ipanema, São Paulo. Exposição conjunta com Gilvan Samico e Guilherme de Faria na Casa de Olinda. Participa da mostra “Arte Brasil Hoje – 50 Anos”. Participa de mostra na Galeria Collectio, São Paulo, organizada por Roberto Pontual, do “XXI Salão Nacional de Arte Moderna”, Rio de Janeiro e de “Doações e Aquisições Recentes”, no Museu de Arte Contemporânea, São Paulo. Passa a residir e trabalhar em Olinda.

1973

Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Participa do “Panorama da Arte Atual Brasileira”, São Paulo, e da coletiva “O Rosto e a Obra”, na Galeria do IBEU, Rio de Janeiro, organizada por Marc Berkowitz. É convidado oficialmente por Rubem Ricupero para a representação brasileira na XII Bienal de Veneza, mas sua participação não se efetiva.

1974

Participa da mostra “Renovação da Figura” na Maison de France, Rio de Janeiro. Individual na Galeria Ipanema, onde são mostradas as duas primeiras obras da série Cenas da Vida Brasileira 1930/1954, quadros 1937 e 1930. Começa os trabalhos litográficos das Cenas da Vida Brasileira, para os quais, com auxílio do colega Franklin Delano, instala prensas e equipamentos no ateliê de Campo Grande. Nesse local, com a reunião de outros artistas interessados em litografia, é fundada a Oficina Guaianases de Gravura S/C, que, em seguida, é transferida para o Mercado da Ribeira, em Olinda. A Oficina Guaianases de Gravura encerra suas atividades em 1998 e todo material é doado ao Departamento de Teoria da Arte da Universidade Federal de Pernambuco.

1975

Integra, como artista convidado, a exposição itinerante “Arte no Brasil – Documento/Debate”, 12 artistas, do X Salão de Arte Contemporânea de Campinas, Campinas, São Paulo, participando dos debates em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. É convidado a participar da Bienal de Medellín / Coltejer, na Colômbia. Fernando Monteiro realiza o documentário cinematográfico Simetria Terrível ou Mecânica de João Câmara.

1976

A série de obras Cenas da Vida Brasileira – 1930/1954, um conjunto de 10 painéis e 100 litografias, é apresentada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte de São Paulo. Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Frederico Morais realiza audiovisual (composto de 161 diapositivos) sobre as Cenas, apresentado durante a exposição e levado também à Arte Fiera em Bolonha, Itália. Participa da III Bienal de Arte Gráfica de Cali, Colômbia, da V Bienal de Arte Gráfica de Florença, Itália, e da mostra “20 Artistas Brasileiros”, no Centro de Arte y Comunicación, de Buenos Aires, sempre com litografias. Recebe Prêmio de melhor exposição de arte do ano da Associação Paulista de Críticos de Arte. Ilustra com litografias o livro Seis Cantos do Paraíso, de Dante Alighieri, tradução de Haroldo de Campos, Editora Fontana, Rio de Janeiro.

1977

Inicia a realização do caderno-fonte de litografias para a série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara.

1978

Individual na Galeria Juan Martin, México, com apresentação das 100 litografias das Cenas da Vida Brasileira. Inicia o tríptico Uma Pintura de Câmara.

Nascimento da filha Adriana.

1979

Desdobramentos, em painéis, do caderno-fonte de litografias. Participa da XV Bienal Internacional de São Paulo com O Baile da Ilha Fiscal, conjunto de um painel e cinco litografias da série A Caravana Uiva. Participa do XI Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte, que tem como tema “Figuração Referencial”. Expõe, com a Oficina Guaianases, na Gravura Brasileira, Rio de Janeiro. Realização do filme-performance Um Tiro na Questão.

Nascimento da filha Joana.

1980

Participa da mostra “Destaques Hilton de Pintura”, itinerante em várias capitais brasileiras, e da II Bienal lbero-Americana de Arte, México, DF. Exposição de 50 litografias na Pinacoteca do Instituto de Artes da UFRGS. A pintura O Baile da Ilha Fiscal é adquirida para a Coleção Window South, Califórnia, Estados Unidos. Tem obras adquiridas pelas instituições: Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, Museu de Arte de Toronto, Canadá, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Universidade Nacional Autônoma do México, Casa da Cultura de Juchitán, Oaxaca, México, e Museu de Arte de Belo Horizonte. A série Cenas da Vida Brasileira é adquirida pela Prefeitura da Cidade do Recife e doada por esta à Fundação de Cultura da Cidade do Recife. Hoje está abrigada no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, no Recife, para exposição em caráter permanente. É editado o livro Cenas da Vida Brasileira.

1981

Executa o díptico Carisma/Quaresma e conjunto de litografias, tomando por tema o arcebispo D. Helder Câmara. Individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. Participa, como convidado, do Foro de Arte Contemporânea, México, onde apresenta o texto Representação Histórica e Expressão Crítica. É convidado por Oscar Niemeyer para realizar o painel interno do Monumento a Tiradentes, Brasília. O painel, sob o título de Inconfidência Mineira, finalmente viria a ser realizado para o Panteão Nacional de Brasília, inaugurado em 1986.

1982

Prossegue a realização dos painéis e das litografias da série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara. Participa da mostra “Universo do Futebol”, no Museu de Arte Moderna do Rio e na Galeria Acervo, e “Salão do Futebol”, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. Integra as comissões de seleção e premiação dos Salões de Arte de Fortaleza e Belo Horizonte. Participa, como convidado, do Simpósio Nacional de Artes Plásticas, no Recife, apresentando o texto Sugestões Para um Programa Nacional de Material Artístico de Nível Profissional, sendo indicado pela FUNARTE para integrar comissão de estudos do tema. Indicado para participar, como representante do Brasil, do concurso de Pintura sobre o Bicentenário de Bolívar, na Venezuela.

Nascimento do filho João.

1983

Conclui a série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara, posteriormente exposta no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo. Publicado o livro Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara, com texto de Frederico Morais, em edição da Fundação Roberto Marinho. Viagem aos Estados Unidos a convite do Departamento de Estado, quando visita várias instituições de gravura, inclusive o Tamarind Institute, em Albuquerque, Novo México. Viagem a Cuba, onde expõe na galeria da Casa das Américas, em Havana, Cuba, 50 litografias da série Cenas da Vida Brasileira.

1984

Expõe as pinturas da série Dez Casos de Amor e Uma Pintura de Câmara, na Galeria São Paulo. A série Dez Casos de Amor é exposta no Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, Olinda, no Museu de Arte da Bahia, Salvador, e no Palácio das Artes, Belo Horizonte. Participa das mostras: “Tradição e Ruptura”, na Fundação Bienal de São Paulo; “Expressionismo no Brasil – Heranças e Afinidades”, 18ª Bienal Internacional de São Paulo; “Seis Décadas de Arte Moderna”, na Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro. Executa painel para as Organizações Globo, em comemoração aos 80 anos do jornalista Roberto Marinho.

1985

Participa do II Seminário de Melhoria de Materiais da Funarte e do I Seminário de Cultura, em Brasília, promovido pelo Ministério da Cultura. Participa da exposição “Brasilidade e Independência” – Ministério de Cultura e Galeria São Paulo, em Brasília. Inicia o painel Inconfidência Mineira, atendendo a convite do arquiteto Oscar Niemeyer, autor do projeto do Panteão Nacional de Brasília.

1986

Falecimento do pai.

Conclui o painel Inconfidência Mineira, para o Panteão Nacional, Brasília. Expõe Estudos: desenhos, pinturas, litografias do painel Inconfidência Mineira, na Galeria AM-Niemeyer, Rio de Janeiro. Integra a 1ª mostra “Christian Dior da Arte Contemporânea”, no Paço Imperial, Rio de Janeiro. Expõe o painel O Olho de Meu Pai Sobre a Cidade, na exposição “Painéis”, Artespaço Galeria de Arte, Recife, e na II Bienal de Havana, Cuba.

1987

Lança o álbum de litografias O Olho de Meu Pai Sobre a Cidade, nas galerias Artespaço, Recife, e Montesanti, Rio de Janeiro e São Paulo. Coordena a exposição “Litografia-Oficina Guaianases de Gravura-Olinda”, na Galeria de Arte Álvaro Conde, Vitória, Espírito Santo, da qual participa como expositor e palestrante. Participa da mostra “Ao Colecionador”, comemorativa do livro Entre Dois Séculos – Arte Brasileira do Século XX na Coleção Gilberto Chateaubriand, de Roberto Pontual, no MAM, Rio de Janeiro, e da exposição “Modernidade – Arte Brasileira do Século XX”, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, França. Inicia a série Duas Cidades. Recebe a comenda da Ordem do Rio Branco – Grau de Oficial.

1988

Participa das exposições “Modernidade – Arte Brasileira do Século XX”, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, e Le Dejeuner sur l’Art – Manet no Brasil, na Escola de Artes Visuais, Parque Lage, Rio de Janeiro. Realiza exposição de caráter retrospectivo (92 obras, entre pinturas e gravuras) no Staatliche Kunsthalle Berlin, Alemanha. Expõe litografias no Museu de Arte Contemporânea do Paraná e em sala especial na VIII Mostra de Gravura da Cidade de Curitiba. Recebe o prêmio de Melhor Cartaz no 9° Festival Latino-Americano de Cinema e Televisão de Havana, Cuba, com o cartaz para o filme Guerra do Brasil, de Sylvio Back. Participa da exposição “Os Ritmos e as Formas – Arte Brasileira Contemporânea”, no Serviço Social do Comércio SESC Pompéia, São Paulo, e, no ano seguinte, em Copenhague, Dinamarca.

1989

Integra a exposição “Os Ritmos e as Formas – Arte Brasileira Contemporânea”, no Museu Charlottenborg, Copenhague, Dinamarca. Participa, com litografias, das mostras: “Luzes da República”, na Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, “Cada Cabeça Uma Sentença”, na Universidade Federal de Juiz de Fora, e “Gravura Brasileira – Quatro Temas”; “A Gravura Social”, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro. Integra a exposição “8 Artistas Pintam a Revolução Francesa”, na Casa de Cultura Laura Alvim, Rio de Janeiro. Expõe o tríptico O Tango em Maracorday e 20 pinturas sobre papel, Os Papéis do Amigo do Povo, na Galeria Multiarte, Fortaleza, Ceará.

1990

Participa das exposições: “Brasília, 30 Anos”, na Performance Galeria de Arte, Brasília, e “Brasil-Japão de Arte Contemporânea”, Tóquio, Sapporo e Atomi, no Japão, promovida pela Associação Mokiti Okada do Brasil – MOA – e apresentada no Brasil, no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no Salão Negro do Congresso Nacional, Brasília, e no Museu de Arte de São Paulo, São Paulo. Realiza exposições individuais: na Galeria São Paulo, São Paulo, onde expõe o conjunto de pinturas Gêneros, incluindo duas obras da série Duas Cidades, e na Galeria Poli, Berlim. Participa da ECO – 90, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Recebe o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte pela exposição Gêneros.

1991

Realiza exposição individual de desenhos, “Riscos”, promovida pela Fundação Joaquim Nabuco e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, na Fundaj, Recife. Recebe o diploma Lula Cardoso Ayres do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco.

1992

Integra a mostra “As Artes do Poder”, Paço Imperial, Rio de Janeiro. Participa da Feira de Arte de Miami, Flórida, EUA, e da exposição “Representação – Presenças Decisivas”, Paço das Artes, São Paulo.

1993-94

Exposição individual na Maison de l’Amérique Latine, Paris, França. Participa da mostra “Xilogravura: do Cordel à Galeria”, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba, em João Pessoa, e no Museu de Arte de São Paulo.

1994

Exposição individual: “João Câmara – Além das Circunstâncias”, no SESC Pompéia, São Paulo, e no Museu Charlottenborg, Copenhague, Dinamarca. Expõe também em várias cidades da Dinamarca um conjunto amplo de litografias. Exposição individual na Galeria Kulturhaus Altes Rathaus, Potsdam, Alemanha. Expõe Cenas da Vida Brasileira (Pinturas), na Henie – Onstad Kunstsenter, Oslo, Noruega. Reinstala a obra restaurada Exposição e Motivos da Violência no Museu de Arte de Brasília, e aí, em Brasília, realiza mostra de desenhos dos anos 60. Participa da exposição “Os Novos Viajantes”, no SESC Pompéia, São Paulo, da mostra de inauguração da Plêiade Galeria de Arte, no Recife, e da exposição “Bienal Brasil Séc. XX”, na Fundação Bienal, São Paulo.

1995

Participa de exposições coletivas: “Brazil Brazil”, grande Hotel Hyat, Hong Kong; “Além da Taprobana”, mostra itinerante, em Portugal e no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro. Exposições individuais: na Dan Galeria, São Paulo; no MAC, São Paulo, com a mostra “Cenas em Preto e Branco” (interpretações em tela de litografias da série Cenas da Vida Brasileira). Lançamento do livro João Câmara, de Almerinda da Silva Lopes, coleção Artistas Brasileiros da Editora da USP. A Oficina Guainases de Gravura, da qual é sócio fundador, tem seu maquinário e acervo absorvidos pelo curso de Teoria da Arte do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Gravura, da Universidade Federal de Pernambuco. Prêmio Personalidade da Associação da Imprensa de Pernambuco e medalha Joaquim Nabuco da Assembléia Legislativa de Pernambuco. É agraciado com as comendas: Ordem do Mérito Capibaribe da Cidade do Recife, Grau de Cavalheiro, e Ordem do Rio Branco, Grau de Comendador.

1996

Expõe pinturas na Lúcio Rodrigues Gallery, Miami, Estados Unidos. Sala Especial na XV Arte Pará, Palácio Lauro Sodré, Belém do Pará. Participa da mostra “Arte Brasileira Contemporânea”, Leverkusen e Dormagen, na Alemanha, e no Museu de Arte Moderna, em São Paulo. Mostra Escenas de la Vida Brasileña, no Centro Cultural da Embaixada do Brasil, Assunção, Paraguai. Exposição Virtual de João Câmara, apresentação e acesso via Internet à homepage do artista, no Instituto de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco, Recife. Recebe Medalha do Mérito da Fundação Joaquim Nabuco.

1997

Participa das exposições: “1ª Bienal do Mercosul”, Porto Alegre; “Brasilidade – Coletânea de Artistas Brasileiros”, na Marina Potrich Galeria de Arte, Goiânia, Goiás; e Recent Paintings, na Neuhoff Gallery, Nova York, EUA. Inicia publicação da coluna Imagens Digitais no Diário de Pernambuco, atividade que se estenderá até 1999.

1998

Participa da mostra “Figurações, 30 anos na Arte Brasileira”, Museu de Arte Contemporânea da USP, São Paulo. Expõe a série de pinturas e litografias Cenas da Vida Brasileira 1930/1954, no Museu de Arte Moderna, Recife, série que, em 1980, por meio da Prefeitura e da Fundação de Cultura da Cidade do Recife, foi incorporada ao acervo do museu. Recebe os títulos de Cidadão do Recife, da Câmara Municipal do Recife, e de Cidadão de Pernambuco, concedido pelo Poder Legislativo do Estado de Pernambuco.

1999

Publica o livro Originais, Modelos e Réplicas, com posfácio de Ferreira Gullar. Participa da “Eletromídia da Arte” – 3ª exposição Virtual, no Museu da Casa Brasileira, São Paulo; da II Grande Coletiva da Arte Brasileira, na galeria Marina Potrich, Goiânia; de “Imagens da Liberdade – Inconfidência Mineira”, na Fundação Clóvis Salgado, Minas Gerais; e “Obras em Destaque”, na Dan Galeria, São Paulo. Recebe da Câmara Municipal do Recife o título de Cidadão Honorário do Recife. Recebe Menção Honrosa na VI Bienal lnternacional de Pintura, Cuenca, Equador. A convite de José Nêumanne Pinto, editor do Jornal da Tarde, inicia publicação de textos na coluna Arte pela Arte, daquele jornal.

2000

Falecimento da mãe.

Participa das exposições: “Almeida Junior: Um Artista Revisitado”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, e da “Mostra do Redescobrimento: Brasil 500″ – Carta de Pero Vaz de Caminha, promovida pela Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, São Paulo. É lançado o filme documentário João Câmara, 35 mm, 30 min, de Moacyr de Oliveira.

2001

Conclui a série Duas Cidades, na qual vinha trabalhando desde 1987. É agraciado com a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República do Brasil, Grau de Comendador.

2002

Expõe a série Duas Cidades, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, e no Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro. Participa do 45º Salão do Estado de Pernambuco, nas instalações da antiga Fábrica de Tacaruna.

2003

A obra Auto-Retrato, da série Duas Cidades, é incorporada à coleção de autorretratos da Galleria degli Uffizi – Florença, Itália; viagem do artista à Itália para entrega da obra, com o Ministro da Cultura Gilberto Gil. Realização de obras em grande formato: Pequeno Teatro, O Anjo de HM e A Fronteira da Dalmácia. Adquire a casa nas Graças, Recife, que foi, sucessivamente, dos escritores José Antônio Gonsalves de Mello e Renato Carneiro Campos. Projeto para instalar aí acervo pessoal e entidade de cultura. A exposição Duas Cidades é mostrada no Museu do Estado de Pernambuco, inaugurando o espaço anexo reformado. O livro Trilogia é lançado na mesma ocasião.

2004

Lançamento do livro Trilogia na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Transfere seu acervo e documentação sobre sua obra para reserva técnica na Rua das Pernambucanas, 420, Graças, Recife. Realiza o painel Cinco Continentes para o Aeroporto Internacional dos Guararapes, Recife, Pernambuco. Prêmio Clarival do Prado Valladares, ano 2004 – “Trajetória de um Artista” – da Associação Brasileira de Críticos de Arte. A exposição Duas Cidades é mostrada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba-PR.


2005

Recebe o Prêmio Clarival do Prado Valladares, concedido em 2004 – “Trajetória de um Artista” – da Associação Brasileira de Críticos de Arte.


Nascimento do neto João, filho de João Câmara Neto e Roberta Câmara Ferro Ribeiro de Gusmão.

2006

Trabalha, em grandes formatos, obras baseadas em temas literários. Paralelamente, comenta estas obras em vídeo. Conclui o segundo mandato no Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco.

2007 / 2008

Participa de exposições coletivas no Recife e São Paulo. Produz obras de formato médio, independentes do conjunto de temas literários, em progresso. Lançamento em São Paulo, Recife e Rio de Janeiro do livro João Câmara com texto de Weydson Barros Leal, Edição JJCAROL.

2009

Executa o painel Tributo a Celso Furtado para a Ordem dos Economistas de São Paulo. Inicia os estudos do painel Comércio, para a Federação do Comércio do Estado de São Paulo. Participa de exposições coletivas, no Recife. Começa a trabalhar em pinturas e objetos da nova série sobre temas literários, com obras em grande formato.

2010

Conclui e instala o painel Comércio. Escreve e publica 18.250 dias, sobre seus 50 anos de trabalho com pintura. Participa de exposições coletivas, incluindo exposição de obras raras do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC) e a exposição “Novos Mundos Novos” do Santander Cultural.

Nascimento da neta Clarice, filha de João e Roberta.

2011

Instituto de Arte Contemporânea recebe a seleção de litografias, “Acervo Guaianases”, com obras assinadas por João Câmara e Delano, percursores da oficina de gravura.

2012

É publicado o livro ABISHAG – Hóspede inevitável, ficção escrita e ilustrada por João Câmara.

2015

Publica o livro Litografias de João Câmara, coletânea de seus trabalhos com gravura. Continua a execução dos trabalhos em grandes formatos para a série baseada em obras literárias, entre outras pinturas.

Estúdio

Uma das mais antigas cidades do Brasil, Olinda, vizinha do Recife, foi fundada por Duarte Coelho, em 1537.

Em 1630, no início do domínio holandês, foi incendiada. Reconstruída, foi capital da província de Pernambuco, sendo, hoje, município autônomo. É reconhecida pela UNESCO como Patrimônio Natural e Cultural da Humanidade.

Desde os anos 60, muitos artistas trabalham e residem na cidade.

O estúdio do pintor, sediado em Olinda, foi projetado pelo arquiteto Vital Pessoa de Melo.

Acervo

João Câmara possui trabalhos em pintura, gravura, desenho e plataforma digital. O artista produz tanto pinturas que formam conjuntos como pinturas não seriadas. Trabalha com tinta a óleo, acrílica ou técnica mista. Em suas gravuras, o artista se utiliza principalmente da técnica litográfica tradicional: pedras e prensas manuais.

Câmara encara seus desenhos como exercício e planejamento de obras noutros suportes. Considera de maneira similar a computação gráfica, que, também, serve-lhe de interface para elaboração de algumas séries de ilustrações digitais.

Seu acervo, a documentação sobre a sua obra, e sua produção corrente podem ser vistos na reserva técnica instalada em Recife.

Fonte: Site João Câmara. Consultado pela última vez em 18 de março de 2022.

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Biografia — Itaú Cultural

João Câmara Filho estudou pintura no curso livre da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco entre 1960 e 1963. Nesse ano, é eleito presidente da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR e cursa xilogravura, sob orientação de Henrique Oswald (1918 - 1965) e Emanoel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes de Salvador.

Em 1964, funda, com Adão Pinheiro (1938), José Tavares e Guita Charifker (1936), o Ateliê Coletivo da Ribeira e, em 1965, o Ateliê + Dez, ambos em Olinda. Entre 1967 e 1970, leciona pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Paraíba, em João Pessoa. Em 1974, monta um ateliê de litografia, transformado depois na Oficina Guaianases de Gravura, que, a partir de 1995, é incorporada ao Laboratório de Artes Visuais da Universidade Federal de Pernambuco. A partir da década de 1960, a produção de João Câmara caracteriza-se por apresentar, ao lado de figuras humanas com seus corpos estruturados, representações de corpos fragmentados, o que confere um caráter de estranheza aos trabalhos. Na década de 1970, o artista inicia a realização das séries Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974-1976) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1983). Em 1986, realiza a série O Olho de meu Pai sobre a Cidade, em que faz uma homenagem a seu pai e à cidade do Recife. Em 2001, conclui a série Duas Cidades, que tem como cenário as cidades de Recife e Olinda.

Análise

Em 1959, João Câmara começa a pintar paisagens, sob a orientação do pintor José Tavares. Em 1960, ingressa no curso científico do Colégio Nóbrega, no Recife, e no curso livre de pintura da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, que freqüenta até 1963.

Estudou com Mário Nunes (1889 - 1982) e Laerte Baldini, entre outros, e, esporadicamente, com Vicente do Rego Monteiro (1899 - 1970). Interessa-se pelo cubismo e pós-cubismo de Pablo Picasso (1881 - 1973) e pelo trabalho de Abelardo da Hora (1924), Francisco Brennand (1927), Lula Cardoso Ayres (1910 - 1987), Reynaldo Fonseca (1925) e Wellington Virgolino (1929 - 1988). Já revela nesse período sua preferência por pintar grandes superficies, que se desdobram em dípticos, trípticos ou polípticos.

Na década de 1960, sua produção aproxima-se do expressionismo e do fauvismo. Em algumas obras enfoca a violência, e o caráter trágico da composição acentua-se pelo uso de tons escuros que se contrapõem aos vermelhos e azuis fortes, como pode ser observado em Vietonose Perfil III (1966) e Exposição e Motivos da Violência (1967). Em Testemunhal, Reconstituição e Uma Confissão (todas de 1971), aborda a tortura e a opressão humana. O artista, ao voltar-se para o corpo do homem, submete-o a torções e deformações, sem prejuízo de certo erotismo.

Em 1963, faz curso de xilografia, orientado por Henrique Oswald (1918 - 1965) e Emanoel Araújo (1940), na Escola de Belas Artes, em Salvador. No início dos anos 1970, começa a realizar litografias e, com Delano, improvisa um ateliê dessa técnica no Recife, posteriormente transferido para o Mercado da Ribeira, em Olinda. Trabalha a litografia com liberdade, e a utiliza ainda como uma espécie de ensaio para as grandes pinturas. João Câmara realiza muitas séries de pinturas e gravuras, como Cenas da Vida Brasileira 1930/1954 (1974-1980) e Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (1977-1980), que inclui montagens e objetos.

Em Cenas da Vida Brasileira, não busca reproduzir a veracidade dos acontecimentos políticos do período, mas vincula personagens históricos, como Getúlio Vargas (1882 - 1954), a objetos insólitos e personagens fictícios, criando uma narrativa própria, um passado imaginário, ao qual se mesclam as suas recordações da infância. Já em Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, a mulher surge como personagem principal. Nessa série, o artista acrescenta diversos elementos à superfície da tela, como ilhoses, parafusos, couro, tecido e chumbo.

Além dos temas políticos e dos retratos, a temática regionalista torna-se mais constante em sua produção a partir da década de 1980. Na série O Olho de Meu Pai sobre a Cidade (1986), faz uma homenagem ao pai e à cidade do Recife, e começa a realizar, nos anos 1990, a série Duas Cidades, com obras que têm como cenário Recife e Olinda.

Para a estudiosa Almerinda da Silva Lopes, o projeto poético de João Câmara, desde o início de sua atuação profissional, consiste em traduzir, plasticamente, uma visão crítica da sociedade. Sua obra dialoga com a história política brasileira, com a arte e a mitologia. O artista cria dessa forma, em seus trabalhos, metáforas com as quais ironiza o poder e as relações sociais.

Críticas

"O caráter mais evidente da obra de João Câmara Filho é a sua clara presença. Ou dizendo de outra maneira, ela é convincente: nas dimensões, na técnica, nos temas, nos títulos. Podemos até não gostar daquilo que estamos vendo, mas é impossível fugir a sua presença. Podemos até não gostar das cores, do desenho de contornos duros, da ostensividade da figura humana, quase sempre masculina, visíveis as marcas do tempo no corpo exposto, dos objetos-máquinas que se tornam aterrorizantes e agressivos como também os animais e alimentos na busca irrupção do doméstico na cena pública, ou vice-versa, do caráter grave e sério das situações narradas, enfim, do sufoco que resulta da ausência de espaço, ou melhor, do seu espaço rigidamente compartimentado. Tudo isso pode ser desagradável, mas exerce, ao mesmo tempo, uma poderosa atração. Somos colhidos pela obra, tomados por uma sensação de estranhamento. Estranheza que cresce à medida que vemos desfilar, quadro a quadro, como num palco, alguns conhecidos atores da cena política brasileira. Figuras que pareciam guardadas em algum compartimento escuro de nossa memória ou transformadas já em documentos, fotos, microfilmes, anais, mas que irrompem subitamente na tela/palco, como se estivessem vivos. Ou seriam fantasma projetados no ecran da tela? Estas caras (ou seriam máscaras), estes gestos quase sempre retóricos, por vezes cômicos ou trágicos, estas posturas e olhares, estas mãos e dedos ameaçadores surgem quase perturbadores, incômodos, mas também fascinantes. E nosso mal-estar (ou fascínio) crescerá à medida que formos penetrando no clima de trabalho, assim como a medida que identificamos os atores e cenários (épocas) nos quais atuaram, identificamos, também o seu papel". — Frederico Morais (JOÃO Câmara Filho: cenas da vida brasileira: 1930/1954. Apresentação de Frederico Morais. São Paulo: MASP, 1976. n. p).

"(...) Séries foram, mais ou menos extensas no tempo e na quantidade, as Pseudopersonas Nacionais, retratos entre a introspecção e a ironia, a partir de 1969 e se cristalizando em 1974; as Variações Imperiais, narrativas sarcasticamente bombásticas em torno de Dom Pedro I, ao longo de 1970; e as recentes Cenas da Vida Brasileira 1930-1954, de pinturas e litografias executadas no período de 1974 a 1976, reinventando o documentário de personagens e cenas que marcaram faixa tão importante da história nacional contemporânea. Tanto quanto nos quadros de fora e de entremeio a essas três séries, persistiu por todos os momentos em João Câmara um realismo crítico, mágico e telúrico, sob envoltórios simultaneamente surrealizantes e conceituais. Há uma idéia, uma espinha dorsal, percorrendo de um ponto ao outro essa pintura ora sombria, ora vibrante, deformante ou fotográfica na manipulação da anatomia humana. Há também, ali, a busca de dimensão do painel, como se o artista nos quisesse situar de novo na ancestralidade dos reinos do Sol e no monumentalismo engajado da tradição mexicana de nosso século. Agrupando elementos contrapostos, trata-se de obra em que o arcaico e o contemporâneo, o nacional e o universal se misturam num impulso inevitável e contundente. Nela, embora a terra esteja de algum modo presente, nada há de regionalismo, no sentido puramente documental do termo; o exótico pelo exótico não atrai João Câmara, mas sim as violências da defasagem entre o primitivo e o tecnológico". — Roberto Pontual (BARIL: pintura. Apresentação de Marinho Neto. Vitória: Galeria de Arte e Pesquisa da UFES, 1987).

"João Câmara emerge na cena artística brasileira em meados da década de 60 como uma revelação de Pernambuco, onde reside, em meio a uma fértil geração de artistas desse Estado. Ainda em 1967 participa da Bienal de Córdoba, na Argentina, com obras de grande força e vitalidade, com figuras marcantes a nos reportar a personagens como super-heróis de histórias em quadrinhos em composição acumulada e violenta. Entre 1974 e 1976 realiza sua grande obra serial Cenas da Vida Brasileira - 1930-1954, constituída por dez painéis e cem litografias, tendo como tema o período Vargas. Psicólogo formado, tendo já exercido a crítica de arte, o intelectualismo permeia o processo de criação da pintura de Câmara, que teria sempre a temática como ponto de partida para suas realizações (O Baile da Ilha Fiscal, 1979; Carisma/Quaresma, 1981; e Retrato de Família, de 1981, também objetivaram temas específicos). Após as Cenas, João Câmara desenvolve Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, grandes painéis, igualmente acompanhados de litografias mais livres, e que resultam de um jogo de símbolos com uma iconografia intrigante em composição, em que sempre, como em toda a sua obra, o desenho realista é rompido e interceptado por outros planos, embora com um realismo também implícito. Tiradentes é sua recente realização a partir de uma temática histórica. (...)" — Aracy Amaral (AMARAL, Aracy A. , org. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. Prefácio de Ana Mae Barbosa. Textos de Aracy Amaral e Sônia Salzstein Goldberg. São Paulo: Techint Engenharia: Ex Libris, 1988).

“João Câmara é autor de uma das maiores obras em execução na arte brasileira. Ele é um dos artistas que mais se revelam um instigador de temas e fontes da arte contemporânea. Isto vai além do traço ou da forma, que ele notoriamente conquistou num exercício permanente e duradouro, e que atingem áreas insuspeitadas para a maioria dos pintores. Seus campos de cultivo e colheita são, principalmente, suas leituras e sua alta cultura” — Weydson de Barros Leal.

"Desde o iníco de sua produção, João Câmara revela total obsessão pelo retrato e pelo corpo humano, submentendo-os, na maioria das vezes, a estranhas deformações e ambigüidades. Cria metáforas com as quais ironiza a hipocrisia burguesa, as mazelas do poder e a vulnerabilidade da relação entre os homens. Daí seus códigos poéticos exigirem que o observador se detenha num diálogo atento e numa percepção curiosa para desenredar a trama desse labirinto.

Em algumas obras, arquiteta cenas e cenários em que as figuras se projetam com tal verossimilhança, como se estivessem vivas no écran da tela para nos encarar, provocar e desafiar. Mais lentamente, vamo-nos dando conta dos paradoxos e da blague, seja pelo ridículo das atitudes e ações, seja pelas amputações, torções e rotações que imprime ao corpo ou a partes dele.

Sem que lhe possamos negar singularidades intransferíveis, essa imagística universal de Câmara deixa transparecer, também, as raízes culturais do autor e o forte resíduo regionalista, seja nas cores, às vezes incendiárias, na extravagância das estampas dos tecidos e na decoração kitsch, seja na ação dominadora do homem em relação à mulher, na erotização e particularidade dos corpos. É através desse contexto que traduz a sua maneira de ver, pensar e sentir, pondo em destaque valores, aspirações, mazelas e contradições humanas". — Almerinda da Silva Lopes (LOPES, Almerinda da Silva. João Câmara. Prefácio Annateresa Fabris. Sao Paulo : Edusp, 1995. p. 54).

Depoimentos

"No nosso grupo [em Recife] havia uma preocupação com a figura que devia passar pelo espírito do grotesco, pela caricatura política. [...] Nesta época minha pintura [...] possuía uma manipulação da imagem surrealista, mas eu não estava interessado nos contrastes propostos pelos surrealistas. Estava mais interessado nas similitudes. Eu não sou surrealista, sou obsceno. Estou interessado no grau de aproximação das coisas". — João Câmara a Wilson Coutinho - 1979 (COUTINHO, Wilson. O brilho fugaz da história. Arte Hoje. Rio de Janeiro, nov. 1979. p. 22).

"A caricatura de Angelo de Agostini na Semana Ilustrada, toda a gesta do Império, da luta republicana, essas coisas estão próximas. [...] A caricatura, como comédia dell´arte, é própria do teatro, então me serviu muito. E são situações armadas, como a caricatura é: caricare, colocar sobre, armar, criar situações, criar na máscara. [...] [A caricatura] não me serviu como modelo plástico, mas como modelo de ordem crítica, de disposição crítica, de possibilidade de agudização crítica, pois, afinal de contas, a luta dos republicanos e liberais era muito próxima: classificar o campo obscuro da monarquia. [...] A escolha do sistema do espaço que eu faço não é nem um espaço arcaizante, embora haja dados arcaicos, nem é um espaço 'modernista', embora haja elementos de modernidade, ou de contemporaneidade". — João Câmara a Frederico Morais - 1980 (MORAIS, Frederico; LIMA SOBRINHO, Barbosa. Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, 10 pinturas e 100 litografias de João Câmara Filho. Recife: Prefeitura Municipal. 1980. p. 33).

"[...] No último quadro da série Cenas da Vida Brasileira - no que eu estou na frente de Getúlio -, mas era necessário, porque a pintura do último painel é um confronto de um autor de uma fantasia sobre um período verdadeiro... então o quadro é separado em duas partes, e tem um momento verdadeiro, que é Vargas morto, mas dentro do meu ateliê, comigo presente. [...] É fato que o autor é a medida da sua obra, então ele está presente como um testemunho. [...]

O problema da pintura narrativa é a diferenciação entre a pintura narrativa e a pintura ilustrativa. A ilustrativa procura traduzir por meios visuais uma idéia verbal, e na narrativa se institui uma conduta oralizada a partir de uma visualidade, é a figuração que determina a oralidade, ela não interpreta a oralidade". — João Câmara (MANOEL Júnior, José. Alguns risos de Câmara. Jornal do Comércio, Recife, 11 de jul. 1991.

Exposições Individuais

1963 - João Pessoa PB - Primeira individual, na Galeria de Arte Contemporânea da Universidade da Paraíba

1966 - Recife PE - Individual, na Galeria Conciliação

1966 - Recife PE - Individual, na Galeria Ônix

1968 - Recife PE - Individual, na Galeria da Empetur

1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1972 - Recife PE - Individual, na Galeria Degrau

1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Ipanema

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Ipanema

1976 - Rio de Janeiro RJ - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, no MAM/RJ

1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1976 - São Paulo SP - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, no Masp - Prêmio APCA

1978 - Cidade do México (México) - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1954, na Galeria Juan Martín

1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1983 - Rio de Janeiro RJ - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara: pinturas, montagens, litografias, objetos, no MAM/RJ

1983 - São Paulo SP - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara: pinturas, montagens, litografias, objetos, no MAC/USP

1984 - Olinda PE - Dez Casos de amor e uma Pintura de Câmara, no MAC/Olinda

1984 - São Paulo SP - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, na Galeria São Paulo

1984 - Salvador BA - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, no Museu de Arte da Bahia

1984 - Belo Horizonte MG - Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara, no Palácio das Artes

1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Anna Maria Niemeyer Art Interiores

1987 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Montesanti Roesler

1988 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Staatliche Kunsthalle

1988 - Curitiba PR - Individual, na Fundação Cultural de Curitiba

1988 - Curitiba PR - João Câmara Filho: litografias, no MAC/PR

1989 - Fortaleza CE - Tango em Maracorday e os papéis do amigo do povo, na Galeria Multiarte

1990 - Berlim (Alemanha) - Gêneros, na Galeria Poll

1990 - Recife PE - Individual, na Galeria Metropolitana Aloísio Magalhães

1990 - São Paulo SP - Gêneros, na Galeria de Arte São Paulo

1991 - Recife PE - Riscos, na Galeria Vicente do Rego Monteiro

1993 - Paris (França) - Individual, na Maison de L'Amérique Latine

1994 - Copenhague (Dinamarca) - João Câmara: além das circunstâncias, no Museu Charlottenborg

1994 - São Paulo SP - João Câmara: além das circunstâncias, na Galeria do Sesc Pompéia

1994 - Oslo (Noruega) - Cenas da Vida Brasileira: pinturas, no Henie Onstad Kunstsenter

1994 - Potsdam (Alemanha) - Individual, na Galeria Kulturhaus Altes Rathaus

1995 - São Paulo SP - Cenas em Preto e Branco, no MAC/USP

1995 - São Paulo SP - João Câmara, na Dan Galeria

1996 - Assunção (Paraguai) - Escenas de La Vida Brasileña, no Centro Cultural da Embaixada do Brasil

1996 - Miami (Estados Unidos) - João Câmara in America, na Lucio Rodrigues Gallery

1996 - Recife PE - Exposição Virtual de João Câmara - apresentação e acesso via internet à homepage do artista, no Instituto de Arte Contemporânea

1997 - Nova York (Estados Unidos) - João Câmara: recent paintings, na Neuhoff Gallery

1998 - Recife PE - Cenas da Vida Brasileira: 1930/1945, no Mamam

2002 - Rio de Janeiro RJ - Duas Cidades, no MNBA

2002 - São Paulo SP - Duas Cidades, na Pinacoteca do Estado

Exposições Coletivas

1961 - Recife PE - 3ª Mostra Coletiva da Galeria Rozenblit, na Galeria Rozenblit

1962 - Belo Horizonte MG - Salão Universitário de Belo Horizonte - 1º prêmio em pintura e 2º prêmio em desenho

1962 - Recife PE - 21º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco

1962 - Recife PE - Salão do Estado de Pernambuco - 1º prêmio em pintura

1963 - Salvador BA - Artistas do Nordeste, no MAM/BA

1964 - Olinda PE - Exposição do Atelier da Ribeira, no Atelier da Ribeira

1964 - Recife PE - 23º Salão Anual de Pintura, no Museu do Estado de Pernambuco

1964 - Recife PE - Salão do Estado de Pernambuco - prêmio em gravura

1965 - Porto Alegre RS - Seis Artistas Pernambucanos, no Margs

1966 - Córdoba (Argentina) - 3ª Bienal Americana de Arte - Placa de Ouro da Bolsa de Comércio de Córdoba

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - prêmio aquisição

1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro - grande prêmio

1967 - São Paulo SP - Oficina Pernambucana, no MAC/USP

1968 - Salvador Ba - 2ª Bienal Nacional de Artes Plásticas, no MAM/BA - sala especial

1969 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Seletiva da Bienal de Paris, no MAM/RJ

1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna

1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1970 - Rio de Janeiro RJ - Arte Contemporânea Brasileira, no Banco de Boston

1970 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1970 - São Paulo SP - Arte Contemporânea, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - 9º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna

1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Doações e Aquisições Recentes, no MAC/USP

1973 - Rio de Janeiro RJ - O Rosto e a Obra, na Galeria do Ibeu

1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1975 - Medellín (Colômbia) - Bienal de Medellín - Coltejar - artista convidado

1976 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileiros, no Centro de Arte y Comunicación

1976 - Cali (Colômbia) - 3ª Bienal Americana de Artes Gráficas, no Museo de Arte Moderno La Tertulia

1976 - Campinas SP - 10º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1976 - Florença (Itália) - 5ª Biennalle Internazionale della Gráfica d'Arte

1976 - São Paulo SP - O Desenho em Pernambuco, na Galeria Nara Roesler

1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1978 - Curitiba PR - 1ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade

1979 - Curitiba PR - 2ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, no Centro de Criatividade

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1980 - Belo Horizonte MG - Destaque Hilton de Pintura, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1980 - Brasília DF - Destaque Hilton de Pintura, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1980 - Cidade do México (México) - 2ª Bienal Iberoamericana de Arte

1980 - Curitiba PR - Destaque Hilton de Pintura, no Teatro Guaíra

1980 - Porto Alegre RS - Destaque Hilton de Pintura, no Margs

1980 - Rio de Janeiro RJ - Destaque Hilton de Pintura, no MAM/RJ

1980 - Santiago (Chile) - 20 Pintores Brasileños, na Academia Chilena de Bellas Artes

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1982 - Belo Horizonte MG - 14º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ

1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Brasília DF - Brasilidade e Independência, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - 7 Pintores da Arte Contemporânea Brasileira, na Galeria de Arte Portal

1986 - Brasília DF - Pernambucanos em Brasília, na ECT Galeria de Arte

1986 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Christian Dior de Arte Contemporânea: pintura, no Paço Imperial

1987 - Brasília DF - Arte sobre Papel, na Galeria Contemporânea de Arte

1987 - Olinda PE - Litografia - Oficina Guainases de Gravura - Olinda, na Galeria de Arte Alvaro Conde

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ

1987 - São Paulo SP - 18º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1987 - São Paulo SP - Arte sobre Papel, no MAM/SP

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1987 - São Paulo SP - Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1987 - Vitória ES - Oficina Guainases de Gravura, na Galeria Álvaro Conde

1988 - Curitiba PR - Mostra da Gravura Cidade de Curitiba

1988 - Rio de Janeiro RJ - Le Déjeuner sur l'Art: Manet no Brasil, na EAV/Parque Lage

1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX , no MAM/SP

1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia

1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu Charlottenborg

1989 - Curitiba - 8ª Mostra de Gravura Cidade de Curitiba, na Fundação Cultural

1989 - Fortaleza CE - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor

1989 - Juiz de Fora MG - Cada Cabeça uma Sentença, no Museu Mariano Procópio

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian

1989 - Rio de Janeiro RJ - 8 Artistas Pintam a Revolução Francesa, na Casa de Cultura Laura Alvim

1989 - Rio de Janeiro RJ - Gravura Brasileira: 4 temas, na EAV/Parque Lage

1989 - São Paulo SP - As Mesas, na Ranulpho Galeria de Arte

1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte

1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Brasília DF - Brasília, 30 Anos, na Performance Galeria

1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - João Pessoa PB - 2ª Arte Atual Paraibana, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba

1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão

1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1991 - São Paulo SP - Chico e os Bichos, na Ranulpho Galeria de Arte

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - As Artes do Poder, no Paço Imperial

1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: coleção Gilberto Chateaubriand/Museu de Arte Moderna, na Galeria de Arte do Sesi

1992 - São Paulo SP - Representações: presenças decisivas, no Paço das Artes

1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Funesc

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1994 - Lisboa (Portugal) - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, na Sociedade Nacional de Belas Artes

1994 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa, no Museu Nacional de Belas Artes

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Os Novos Viajantes, no Sesc Pompéia

1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô

1995 - Brasília DF - Coleções de Brasília, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

1995 - Rio de Janeiro RJ - Além da Taprobana: a figura humana nas artes plásticas dos países de língua portuguesa

1995 - São Paulo SP - Projeto Contato, na Galeria Sesc Paulista

1996 - Belém PA - 15º Salão Arte do Pará, no Museu de Arte do Belém

1996 - Belém PA - Salão Arte Pará, no Museu do Estado Palácio Lauro Sodré

1996 - Leverkusen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, no Bayer AG - Foyer Hochhaus W1

1996 - Dormagen (Alemanha) - Brasilianische Kunst der Gegenwart, na Bayer AG - Feierabendhaus

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea (1996 : São Paulo, SP) - Museu de Arte Moderna (Ibirapuera, São Paulo, SP)

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira Contemporânea, no MAM/SP

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo do MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP

1997 - Goiânia GO - Brasilidade: coletânea de artistas brasileiros, na Galeria de Arte Marina Potrich

1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Aplub; na Casa de Cultura Mário Quintana; no DC Navegantes; Edel; na Usina do Gasômetro; no Instituto de Artes da UFRGS; na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul; no Margs; no Espaço Ulbra; no Museu de Comunicação Social; na Reitoria da UFRGS e no Theatro São Pedro

1997 - Porto Alegre RS - Cildo Meireles e João Câmara, na UFRGS. Reitoria

1997 - Porto Alegre RS - Vertente Política, na Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul

1997 - Recife PE - Ver o Verso, no Mamam

1998 - Cuenca (Equador) - 6ª Bienal Internacional de Cuenca - menção honrosa

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte (1998 : São Paulo, SP) - Museu de Arte Moderna (Ibirapuera, São Paulo, SP)

1998 - São Paulo SP - Figurações: 30 anos de arte brasileira, no MAC/USP

1998 - São Paulo SP - Fronteiras, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - Obras em Destaque, na Dan Galeria

1999 - Belém PA - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Rua Boaventura da Silva x Av. Doca de Souza Franco

1999 - Belo Horizonte MG - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Contorno x Av. Amazonas

1999 - Campinas SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual

1999 - Campo Grande MS - Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Afonso Pena x R. Treze de Maio

1999 - Cuiabá MT - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Fernando Correia da Costa, s/n

1999 - Goiânia GO - 2ª Grande Coletiva de Arte Brasileira, na Galeria de Arte Marina Potrich

1999 - Jundiaí SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Nove de Julho, 1400

1999 - Manaus AM - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Paraíba x Rua Efigênio Sales

1999 - Osasco SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. dos Autonomistas, altura do nº 2973

1999 - Porto Alegre RS - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Goethe x Rua Mostardeiro e Rua Vinte e Quatro de Outubro x Rua Bordini

1999 - Recife PE - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual

1999 - Ribeirão Preto SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Presidente Vargas, 915

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Cícero Dias e João Câmara: gravadores pernambucanos, na Versailles Galeria de Arte

1999 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Venceslau Brás x R. General Severiano; na Radial Oeste, próximo à Praça da Bandeira e no Largo do Humaitá

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - Salvador BA - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Tancredo Neves, 805

1999 - Santo André SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na R. Dom Pedro II x R. Catequese

1999 - Santos SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual

1999 - São Paulo SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Cidade Jardim x Av. Brig. Faria Lima Faria Lima; na Av. Brig. Faria Lima x Av. Rebouças; Av. Eng. Luís Carlos Berrini x Av. Águas Espraiadas; na Rua Vergueiro x Av. Paulista; na Av. Juscelino Kubitschek x Av. Brig. Faria Lima e na Av. Paulista x Al. Campinas

1999 - São Vicente SP - 3ª Eletromidia de Arte: exposição virtual, na Av. Presidente Wilson x Av. Antônio Emmerich

2000 - Recife PE - Ateliê Pernambuco: homenagem a Bajado e acervo do Mamam, no Mamam

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Carta de Pero Vaz de Caminha, no Museu Histórico Nacional

2000 - São Paulo SP - Almeida Júnior: um artista revisitado, na Pinacoteca do Estado

2000 - São Paulo SP - Ars Erótica: sexo e erotismo na arte brasileira, no MAM/SP

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Os Anjos Estão de Volta, na Pinacoteca do Estado

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Geleria Itaú Cultural

2003 - Recife PE - Ver de Novo/Ver o Novo, no Mamam

2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Entre Aberto, na Gravura Brasileira

2003 - São Paulo SP - Negras Memórias, Memórias de Negros: o imaginário luso-afro-brasileiro e a herança da escravidão, na Galeria de Arte do Sesi

2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

Fonte: JOÃO Câmara. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 18 de março de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia — Wikipédia

Premiado nacional e internacionalmente, admirado por críticos como Ferreira Gullar e Frederico Morais, já participou de dezenas de salões de arte, bienais e realizou diversas exposições individuais pelo país e no exterior.

A maior parte da sua obra é composta de pinturas mas tem um trabalho significativo em litografia.

João Câmara tem uma obra pontuada por séries temáticas. A primeira e mais conhecida é Cenas da Vida Brasileira, tratando da vida política brasileira de 1930-1954 (dez painéis e cem litografias), desenvolvida entre 1974 e 1976. Outra série importante é Dez Casos de Amor e uma Pintura de Câmara (um caderno de fontes com diversas litografias, um tríptico, 10 pinturas, 70 gravuras, 22 montagens e 3 objetos), iniciada em 1977 e concluída em 1983. Sua série mais recente é Duas Cidades (38 pinturas e 18 objetos) desenvolvida entre 1987 e 2001.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 178 de março de 2022.

Crédito fotográfico: Maicon Lima, Portal Roberta Jungmann. Consultado pela última vez em 18 de março de 2022.

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