Geraldo de Barros (Chavantes, SP, 27 de fevereiro de 1923 - São Paulo, SP, 17 de maio de 1998), foi um fotógrafo, pintor, gravador, artista gráfico, designer de móveis e desenhista brasileiro. Além da fotografia e da pintura, sua obra se estende também à gravura, às artes gráficas e ao desenho industrial. Foi um dos expoentes da vanguarda da arte brasileira, precursor da arte concreta e pioneiro da fotografia abstrata. Também atuou como designer de móveis desde meados dos anos 50 na Unilabor até o final dos anos 80 na Hobjeto, profundamente envolvido tanto na função do design quanto na estrutura social da economia em que atuava. Pioneiro na fotografia contemporânea, Geraldo perpassou pelo comum, abstrato e resultou em trabalhos únicos como a série Sobras, onde manipulava e reconstruia imagens a partir de negativos. Seu trabalho já foi exposto em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional. Obteve o prêmio aquisição na 1ª e 2ª Bienal Internacional de São Paulo, 28ª Bienal de Veneza (Itália) e a 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty.
Biografia — Geraldo de Barros
Geraldo de Barros construiu uma vasta obra onde revela sua abordagem da criação artística, percepção da imagem e o papel da arte na sociedade. A originalidade, especificidade e atualidade do seu trabalho, desde a Arte Concreta à fotografia abstrata e ao design modular, são hoje reconhecidas nacional e internacionalmente.
Geraldo de Barros tem vinte e dois anos quando inicia seus estudos de desenho e pintura na Associação Paulista de Belas Artes de São Paulo (1945).
Em sua busca por representações inovadoras, Geraldo de Barros se distancia de uma representação figurativa expressionista e se interessa cada vez mais pela abstração. Incentivado por Mário Pedrosa (1900-1981), descobre a arte de Paul Klee (1879-1940) e a teoria da Gestalt. Nessa época, ele também começa a praticar a fotografia e sua maneira original de abordar esse meio o levou como pioneiro da fotografia abstrata brasileira.
O caráter único das fotografias apresentadas na exposição Fotoforma no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1951) permite que Geraldo Barros receba uma bolsa do governo francês, dando-lhe a oportunidade de permanecer por um ano na Europa. Nesse período conhece François Morellet, Max Bill, Morandi, estuda gravura em Paris e mergulha nos originais de Paul Klee.
De volta ao Brasil, Geraldo de Barros inicia um período de intensa atividade, fruto de suas experiências com a fotografia e impregnado dos preceitos geométricos e matemáticos descobertos com a Arte Concreta. Junto com outros artistas, fundou em São Paulo o grupo de Arte Concreta Ruptura (1952), movimento que visa a inserção da pintura e das artes no contexto de modernização que o país vive.
Influenciado por sua visita a Otl Aicher em Ulm e entendendo que o potencial dos preceitos da Bauhaus pode contribuir para a inserção da arte na sociedade, Geraldo de Barros participa da fundação da Unilabor (1954-1964), comunidade trabalhista onde é projetando móveis modulares em uma abordagem social. A Unilabor é inovadora no contexto brasileiro não só pelo design criado por de Barros, mas também pela gestão cooperativa em que todos os trabalhadores compartilham suas decisões e benefícios.
Com a imposição da ditadura no país, a Unilabor chega ao fim e Geraldo de Barros cria a fábrica Hobjeto (1964-1979) onde desenvolve seu projeto modular em maior escala.
Assumindo uma postura mais crítica em relação à arte, Geraldo de Barros criou uma série de pinturas utilizando a estética da Pop Art. Diferentemente do que é praticado nos Estados Unidos, a Pop Art brasileira se afirma por meio do compromisso social e político. Em 1966, fundou o Rex Gallery Group reunindo artistas interessados nas ideias dos movimentos Dada, Pop Art e Happenings.
Em seguida, ele cria pinturas de grande formato que são produzidas dentro de sua fábrica de móveis a partir de outdoors que ele se apropria e repinta. Interessado pelas noções de escala e industrialização, Geraldo de Barros retoma no final da década de 1970 os preceitos da Arte Concreta que combina com os da indústria, dando origem a uma nova série de pinturas utilizando a fórmica como suporte principal.
Acometido por um primeiro golpe que o paralisa parcialmente, Geraldo de Barros se aposenta de Hobjeto (1979), mas continua a desenvolver seu trabalho artístico.
Representante brasileiro na 42ª Bienal de Veneza, com curadoria de Arturo Schwartz (1924), mostra uma série de pinturas em fórmica intitulada Jogos de Dados (1986). Seu trabalho é então apresentado em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional.
Em 1996, Geraldo de Barros, enfraquecido por golpes sucessivos, inicia um novo trabalho fotográfico com uma série intitulada Sobras, manipulando e reconstruindo imagens a partir de negativos de família. um pioneiro na fotografia contemporânea.
Fonte: Geraldo de Barros. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2022.
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Biografia — Itaú Cultural
Estudou desenho e pintura, a partir de 1945, nos ateliês de Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999).
Em 1946, faz suas primeiras fotos com uma câmera construída por ele mesmo. Inicialmente, fotografava jogos de futebol na periferia de São Paulo. Ainda nesse período, realiza experimentações que consistem em interferências no negativo, como cortar, desenhar, pintar, perfurar, solarizar e sobrepor imagens. É um dos fundadores do Grupo 15, ateliê instalado no centro da cidade em 1947, onde constrói um laboratório fotográfico. No mesmo ano, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirantes - FCCB, principal núcleo da fotografia moderna brasileira.
Em 1948, por intermédio do crítico Mário Pedrosa (1900 - 1981), conhece a Gestalt Theorie [Teoria da Forma]. Com Thomaz Farkas (1924), em 1949, criou o laboratório e os cursos de fotografia do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp.
Realiza a exposição Fotoformas em 1950, cujo título é referência à Gestalt. Sua trajetória artística o coloca na linha de frente da fotografia experimental. Em 1951, com bolsa do governo francês vai para Paris, onde estuda litografia na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], e gravura no ateliê de Stanley William Hayter (1901 - 1988).
Frequenta a Hochschule für Gestaltung - HfG [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher (1922) e conhece Max Bill (1908 - 1994), na época um dos principais teóricos da arte concreta. Voltou para São Paulo em 1952, e participou do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003), Lothar Charoux (1912 - 1987), entre outros. A partir de 1954, atua na área do desenho industrial e da comunicação visual: funda a Cooperativa Unilabor e a Hobjeto Móveis, para a produção de móveis, e a Form-Inform, empresa de criação de marcas e logotipos. Em 1966, participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945).
Análise
Geraldo de Barros estuda com Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999) de 1945 a 1947, ano em que funda com este último o Grupo 15, composto de quinze pintores em sua maioria de origem japonesa. Inicialmente sua pintura se aproxima de tendências expressionistas, período que entra em contato com reproduções de obras de Paul Klee (1879 - 1940) e Wassily Kandinsky (1866 - 1914), o que o leva a se interessar pela Bauhaus e pelo desenho industrial.
Inicia pesquisa em fotografia em 1946 e no ano seguinte passa a frequentar o Foto Cine Clube Bandeirante, principal núcleo da fotografia moderna no Brasil. Geraldo de Barros, junto com Thomaz Farkas (1924), German Lorca (1922) e José Yalenti, cada um com uma pesquisa individual, questionam a fotografia de tradição pictorialista amadora e acadêmica no Brasil que valorizava regras de composição clássica.
Sua experiência investiga os limites do processo fotográfico tradicional ao realizar intervenções diretamente no negativo, múltiplas exposições da mesma película, sobreposições, montagens e recortes das ampliações que questionam o formato retangular da fotografia.
Em 1949, organiza, com Farkas, o laboratório fotográfico do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, o que lhe possibilita uma pesquisa fora do clube. A partir de então sua produção se aproxima de pesquisas formais em o que interessa são os ritmos e planos que muitas vezes se projetam para o espaço além da moldura. No ano seguinte, realiza no próprio Masp, a antológica exposição Fotoformas, em que funde completamente gravura, desenho e fotografia, inaugurando a abstração na fotografia brasileira.
Ganha bolsa do governo francês e estuda gravura e artes gráficas na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], em Paris, em 1951. No mesmo ano, frequenta a Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, onde vigoram as teorias concretistas do suíço Max Bill (1908 - 1994). Esse encontro é importante para o desenvolvimento da arte concreta no Brasil. Obtém o prêmio aquisição na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Já no Brasil participa com Anatol Wladyslaw (1913 - 2004), Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003) e Lothar Charoux (1912 - 1987) do Grupo Ruptura, que marca o início da arte concreta no Brasil. Em contato com as teorias da Gestalt, busca estabelecer uma unidade estrutural da obra com rigorosa vontade de ordenação regulada por princípios matemáticos.
Sua preocupação com o papel social do artista e com as possibilidades de uma arte feita para atingir um público mais amplo ganha corpo em 1954, quando ligado a um grupo socialista, funda com o Frei João Batista a Unilabor, cooperativa que fabrica móveis, mantém escola de arte infantil e posto de saúde. Aos poucos passa da produção artesanal para uma organização industrial. Ganha concurso para o cartaz do 4º Centenário de São Paulo e com Alexandre Wollner (1928) realiza cartaz para o Festival Internacional de Cinema.
Bastante ligado ao design e um tanto afastado da pintura, em 1957 funda com Wollner e Rubem Martins, a Form-Inform, escritório de design onde cria diversas marcas e logotipos. Com o fim da cooperativa Unilabor, em 1964, funda a Hobjeto Móveis.
Em 1966, participa do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945), responsáveis pelos primeiros happenings em São Paulo.
Sua produção a partir de meados dos anos 1960 se aproxima de tendências pop e da nova figuração. Nos anos 1970, retoma sua pesquisa iniciada com a arte concreta e realiza obras geométricas tendo como suporte à fórmica, o que permite sua reprodução em grande escala.
O que lhe interessa é a socialização da arte e obter uma série a partir de um projeto. Suas obras são protótipos construídos com poucas formas, o que possibilita sua reprodução com perfeição.
A partir da década de 1980 volta à fotografia e trabalha na série Sobras, em que realiza diversas interferências gráficas sobre negativos, retomando sua pesquisa iniciada nos anos 1940 a partir de sobras de material fotográfico.
Críticas
"Geraldo vê, em certos aspectos ou elementos do real, especialmente nos detalhes geralmente escondidos, sinais abstratos fantasiosos olímpicos: linhas que gosta de entrelaçar com outras linhas numa alquimia de combinações mais ou menos imprevistas e às vezes ocasionais, que acabam sempre compondo harmonias formais agradáveis.
A composição é, para Geraldo, um dever, ele a organiza escolhendo no milhão de segmentos lineares que percebe, sobrepondo negativo sobre negativo, modulando os tons de suas únicas cores que são o branco e o preto, reforçando as tintas naquele seu trabalho de laboratório tão cuidado e agradável" — Pietro Maria Bardi (Bardi, Pietro Maria. Fotoforma. In: AMARAL, Aracy (Org.). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM, 1977. p. 207. [Texto publicado originalmente em 1950, no catálogo da exposição Fotoforma, realizada no Masp]).
"Em 1952, novamente em São Paulo, renova seus contatos com Cordeiro em torno das discussões da elaboração do manifesto 'Ruptura'. Ambos produzem quadros que podem ser considerados abstratos geométricos e ambos os denominam arte concreta. Porém a fundamentação teórica por trás de cada um deles é diversa. A de Cordeiro (...) baseia-se principalmente nos teóricos europeus já mencionados (Kandinsky, Mondrian etc.), e seu pensamento político é orientado pela concepção do 'intelectual dirigente' de Antônio Gramsci. Geraldo de Barros norteia-se pela interpretação dada por Mário Pedrosa à Gestalt, que pretende atingir o espectador sem a mediação do intelecto, tornando-se universalmente compreensível. (...) Ele quer democratizar a arte na medida em que pretende que o objeto artístico seja acessível às massas, procurando conseguir isso criando desenhos que são projetos que poderão facilmente ser transformados em protótipos de projetos industriais e passíveis de serem produzidos em grande número" — Gabriela Suzana Wilder
(WILDER, Gabriela Suzana. Waldemar Cordeiro: pintor vanguardista, difusor, crítico de arte, teórico e líder do movimento concretista nas artes plásticas em São Paulo, na década de 50. São Paulo: ECA/USP, 1982. (Mestrado). p. 48-49).
"Geraldo de Barros, o pintor figurativo de tons e desenho realçado do Grupo dos 15, fez em 1948, nos livros de arte, a descoberta de Paul Klee (1879-1940), o que o levou a abeirar-se do mundo interior do mestre suíço-alemão. Este futuro membro do Grupo Concreto logo se peculiarizaria pela utilização de diferenciados canais expressivos: pintura, monotipia, gravura e fotografia. Por esta última é que se fez sua passagem da figuração para a abstração. Seus trabalhos da exposição Fotoforma, no Masp (1950), colocavam-se na seqüência dos fotogramas de Moholy-Nagy e outros artistas plásticos que redimensionaram a fotografia. Ao retornar de viagem à Europa (1951-1952), Geraldo de Barros foi um dos signatários do manifesto do Grupo Ruptura. Mais tarde, porém, ele romperia com Cordeiro e sua liderança. Sua contribuição é a de ter idealizado a pintura concreta através de protótipos, com obras que implicavam a produção multiplicável. (...) Como outros membros do concretismo paulista, voltar-se-ia com decisão para o 'industrial design', realizando marcas, logotipos e alguns cartazes - inclusive em colaboração com Alexandre Wollner (1928) - entre 1952 e 1954. Seus objetivos seriam depois concentrados no desenho de móveis. As soluções coletivistas de trabalho a que ambicionava o haviam conduzido à fundação da Unilabor. Outra organização industrial em que se empenhou foi a Form-Inform, antes de fazer surgir a Hobjeto. Nos anos 60 praticou a pintura pop, um excursus raro entre os concretos" — Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. p. 662-663).
"Enquanto tenta, na sua pintura, afastar-se da representação naturalista tradicional, a fotografia, para ele, representa não a transcrição do real, mas antes a possibilidade de revelar o invisível à vista, o ato de revelar mais e mais um caminho em direção a uma arte que não vem da retina.
E é, entre todos os assuntos que lhe chamam a atenção, sempre em nome do jogo de sombra e de luz que ele vai se interessar fatalmente, como Brassai, pelas fissuras, pelas asperezas, pelos grafites". — Charles Henri Favrod (FAVROD, Charles Henri. A Descoberta da Fotografia. In: BARROS, Geraldo de. Fotoformas: Geraldo de Barros, fotografia. São Paulo: Raízes, 1994. p. 7).
"Geraldo de Barros é um homem centrado no mundo, possui 'a consciência de um impulso que o impele ao uso da liberdade'; a afirmação é do amigo Mário Pedrosa, pressuposto básico à condição do artista na sociedade moderna: 'o exercício espiritual da Liberdade', liberdade que o artista inventa e retoma, inventor que é das evidências entre a arte e o homem. Artista à frente de seu tempo. Com a singularidade da mais pura percepção, utiliza-se da seriação e aproxima-se da comunicação visual e do design com a mesma radicalidade afetiva com que 'descobre' a foto, fragmenta o outdoor pop, revela o traço 'kleen' da gravura; com uma Rolleiflex na mão descobre a Arte; seus ensaios fotográficos revelam uma autonomia artística que irrompe o movimento concreto afora e atravessa seus feitos posteriores; o enigma da fotografia apontado por Roland Barthes - 'emblema de semelhantes' - é assim descartado: desconstrói a imagem significante, eminentemente imitativa; procura distanciar-se cada vez mais de sua literalidade e fazer mais que inventariar sentimentos analógicos; confia no erro, na sua contribuição; explora e domina o acaso, na busca da diferença; em certo momento, abandona a câmera e trabalha a luz diretamente sobre o fotograma. Sua construção fotográfica faz lembrar Carlos Drummond de Andrade - 'cristal do tempo no papel' - e a eminência da atitude do Artista: a capacidade de inovar.
Geraldo de Barros repassa aos trabalhos gráficos as noções de erro e acaso; suas litografias alimentam-se dos rótulos readymade das pedras no ateliê de Paris; nas águas-tintas e águas-fortes, alusões diretas a Klee, o suave vislumbre, a estrutura simples, quase astro, fragmentado no metal; as monotipias, campo vago que nasce da superfície entintada: campo vivo no papel - ao deslocar-se já é mancha, marca, sujeira, ausência a aflorar-se em ação una e vária, percurso de possíveis; o traço fino do papel carbono nos desenhos afronta ortodoxias; aproveita a pouca gramatura do papel e sua transparência para filtrar as cores, aplicando-as atrás dos desenhos; a cor é a ternura do tempo. . .
Geraldo de Barros, aos 72 anos, alerta: 'Basta à obra!' e proclama, no seu bom rumor costumeiro, que agora vai dedicar-se às 'sobras'. A vanguarda que se cuide!" — Sérgio Pizoli (PIZOLI, Sérgio. [Texto]. In: BARROS, Geraldo de. Precursor. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1996. p. 10).
Depoimentos
"(...) A Fotografia é para mim um processo de gravura. Defendi esse pensamento quando tentei introduzi-la como categoria artística, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Acredito também que é no 'erro', na exploração e domínio do acaso, que reside a criação fotográfica. Me preocupei em conhecer a técnica apenas o suficiente para me expressar, sem me deixar levar por excessivos virtuosismos.
(...) Acredito que a exagerada sofisticação técnica, o culto da perfeição técnica, leva a um empobrecimento dos resultados, da imaginação e da criatividade, o que é negativo para a arte fotográfica". — Geraldo de Barros (BARROS, Geraldo de. A Fotografia. In: ______. Fotoformas. São Paulo: Raízes, 1994. p. 11).
Acervos
Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil - São Paulo SP
Archivio Della Nuova Scrittura - Milão (Itália)
Coleção Pirelli/Masp de Fotografias - São Paulo SP
Fonds d'Art Contemporain de l'Etat de Genève (Suíça)
Fonds d'Art Contemporain de la Ville de Genève (Suíça)
Fundação Bienal de São Paulo - São Paulo SP
Fundação Cultural de Curitiba - Curitiba PR
Fundação Max Bill - Zurique (Suíça)
Fundación Patricia Phelps de Cisneros - Caracas (Venezuela)
Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Ludwig Museum - Colônia (Alemanha)
Musée d'Art Contemporain de Grenoble (Suíça)
Musée de l'Elysée - Lausane (Suíça)
Museu da Imagem e do Som - MIS/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu do Itamaraty - Brasília DF
Union de Banques Suisses
Exposições Individuais
1947 - São Paulo SP - Individual, no Theatro Municipal
1950 - Rio de Janeiro RJ - Fotoformas, no MEC/RJ
1950 - Salvador BA - Fotoformas, no MEC/BA
1950 - São Paulo SP - Fotoformas, no Masp
1952 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1954 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1965 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1965 - São Paulo SP - Individual, na Atrium Galeria de Arte
1977 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: 12 anos de pintura 1964 a 1976, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1987 - Glarus (Suíça) - Individual, na Galeria Tschudi
1989 - Campinas - Jogos de Dados, na - Galeria de Arte Unicamp
1989 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: retrospectiva de fotografias, no Musée de l'Elysée
1990 - Rio de Janeiro RJ - Jogos de Dados, no MAM/RJ
1990 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - São Paulo SP - Jogos de Dados, no MAM/SP
1991 - Milão (Itália) - Jogos de Dados, no Mercato del Sale
1991 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: o espaço do artista quando jovem, no Paço das Artes
1993 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: peintre et photographie, no Musée de l'Elysée
1993 - São Paulo SP - Individual, na Casa das Rosas
1994 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: fotógrafo, no MIS/SP
1995 - São Paulo SP - Fotoformas, na Galeria Camargo Vilaça
1996 - Campinas SP - Geraldo de Barros e o Concretismo, no Itaú Cultural
1996 - Curitiba PR - Desenhos de Luz, no Museu da Gravura
1996 - Curitiba PR - Geraldo de Barros: fotoformas, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1996 - Genebra (Suíça) - Geraldo de Barros: fotografias, na Alexandre Mottier Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros: precursor, no CCBB
1998 - Houston (Estados Unidos) - Individual, na Sicardi Sanders Gallery
1998 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: homenagem, no MIS/SP
Exposições Coletivas
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - menção honrosa
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1949 - São Paulo SP - Exposição do Grupo 15, no IAB/SP
1950 - Salvador BA - Salão Nacional de Arte Moderna da Bahia - menção honrosa
1951 - Paris (França) - Salon de Photographie à Paris et à Nantes
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Trianon - prêmio aquisição
1952 - Lion (França) - Cercle d'Art Photographique
1952 - São Paulo SP - Grupo Ruptura, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - prêmio aquisição
1954 - Berna (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstmuseum
1954 - Genebra (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Musée Rath de Genève
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - Zurique (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstgewerbemuseum
1955 - Brasil - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - França - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata
1955 - Suíça - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1956 - Paris (França) - Salão de Maio, no Palais de Tokyo
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Veneza (Itália) - 28ª Bienal de Veneza - prêmio aquisição
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1965 - São Paulo SP - Geraldo de Barros e Nelson Leirner, na Atrium Galeria de Arte
1965 - São Paulo SP - Propostas 65, no MAB/Faap
1966 - São Paulo SP - Descoberta da América, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Flash Back, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Galeria Rex: exposição inaugural, na Rex Gallery & Sons
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Esdi
1971 - São Paulo SP - Mobiliário Brasileiro, no Masp
1976 - São Paulo SP - O Desenho Jovem dos Anos 40, na Pinacoteca do Estado
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Os Grupos: a década de 40, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - Cidade do México (México) - 1ª Muestra de la Fotografia Latinoamericana Contemporanea, no Museo de Arte Moderno
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - Veneza (Itália) - Venezia' 79: la fotografia, na Comune di Venezia
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - O Design no Brasil: história e realidade, no Sesc Pompéia
1984 - Campinas SP - Geraldo de Barros e Hermelindo Fiaminghi, na Galeria de Arte da Unicamp
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no MAP
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Santo André SP - 13º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo
1989 - São Paulo SP - Mostra, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Dinamarca - Latinamerica' 92
1992 - São Paulo SP - 2ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1993 - São Paulo SP - 1º Mês Internacional de Fotografia, no Sesc Pompéia
1993 - São Paulo SP - Ingresso para a Modernidade, no Espaço Arte Morumbi Shopping
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - San Francisco (Estados Unidos) - Contemporary Brazilian Photography: a selection of photographs from the collection of Joaquim Paiva, no Center for the Arts Yerba Buena Gardens
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Rio de Janeiro RJ - Fotografia Brasileira Contemporânea, no CCBB
1996 - Colônia (Alemanha) - Neuerwerbungen Photosammlung, no Museum Ludwig
1996 - Lausanne (Suíça) - Collection Musées Suisses, no Musée de l'Elysée
1996 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: the thinking photography, no Rochester Institute of Technology. College of Imaging Arts and Sciences. School of Photographic Arts and Sciences. MFA - Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - 4º Studio Unesp Sesc Senai de Tecnologias de Imagens, no Sesc Pompéia
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Grenoble (França) - Exposition d'Èté: collections 1950-1955, no Musée de Grenoble
1997 - São Paulo SP - Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas
1998 - Houston (Estados Unidos) - 7º FotoFest 1998
1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte, no MAM/SP
Exposições Póstumas
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - Texas (Estados Unidos) - The Joaquim Paiva Collection, FotoFest 1998
1999 - Colônia (Alemanha) - Geraldo de Barros: fotoformas, no Museum Ludwig
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Enigmas, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Fotocolecionismo, na Galeria Luisa Strina
1999 - São Paulo SP - Fotografias, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Parallèle, na Galeria Brito Cimino
1999 - Seatle (Estados Unidos) - Photography of Hope, na Benham Studio Gallery
1999 - Wolfsburg (Alemanha) - Brasilianische Fotografie 1946 bis 1998, no Kunstmuseum Wolfsburg
2000 - Basiléia (Suíça) - Messe Basel 2000, na Galerie Eric Frank
2000 - Campinas SP - Geraldo de Barros: sobras 1996-1998, no Itaú Cultural
2000 - Lausanne (Suíça) - Sobras, no Musée de l'Elysée
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Madri (Espanha) - Heterotopias: medio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Messe Basel 2000, na Galeria Brito Cimino
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Belo Horizonte MG - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Campinas SP - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Artefoto, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - A Linha Como Estrutura da Forma, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Cidadeprojeto / cidadeexperiência, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Fotografias no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Grupo Ruptura: revisitando a exposição inaugural, no Centro Universitário Maria Antonia
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralela, Galpão localizado na Avenida Matarazzo, 530, São Paulo
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Visões e Alumbramentos: fotografia contemporânea brasileira da coleção Joaquim Paiva, na Oca
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Brasília DF - Artefoto, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Lurixs Arte Contemporânea: exposição inaugural, na Galeria Lurix Arte Contemporânea
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Porto Alegre RS - Olho Vivo: a arte da fotografia, no Santander Cultural
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, na Galeria Brito Cimino
2005 - Belém PA - Salão Arte Pará, na Fundação Romulo Maiorana
2005 - Porto Alegre RS - Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Artecontemporânea, na Mercedes Viegas Arte Contemporânea
2006 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros, na Lurixs: Arte Contemporânea
2006 - São Paulo SP - Veracidade, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, na Oca
2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no MAM/SP
2007 - São Paulo SP - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil, no Itaú Cultural
2007 - São Paulo SP - Fragmentos: modernismo da fotografia brasileira, Galeria Bergamin
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Quetão, no Instituto Tomie Ohtake
2007 - Uberlândia MG - Veracidade: fotografias do acervo do MAM, no Museu Universitário de Arte
2007 - São Paulo SP - Recortar e Colar | CtrlC CtrlV, no Sesc Pompéia
2008 - São Paulo SP - Fotoformas e Suas Margens, no Centro Universitário Maria Antonia
2008 - São Paulo SP - Ruptura, Frente e Ressonâncias, na Galeria Berenice
Fonte: GERALDO de Barros. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Histórico
Geraldo de Barros iniciou sua carreira dedicando-se à pintura de figura e paisagens mas tornou-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Foi um dos pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil, além de ser considerado um dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro. As imagens de Geraldo de Barros se formam a partir da desconstrução, onde o efêmero, o fragmento, o tempo, o descontínuo, e a ação estão presentes. A partir da reordenação de elementos, o artista cria uma nova composição. Em seus trabalhos, estão sempre presentes as questões sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entre a arte e a sociedade.
Foi fundador e membro de grandes e importantes movimentos e associações artísticas como o Grupo 15, a Galeria Rex, o Grupo Ruptura, o grupo FormInform, a cooperativa de produção de móveis Unilabor, e a indústria de móveis Hobjeto.
Coerente em sua trajetória, seus trabalhos estão conectados ao contexto histórico, político e artístico do período em que foram desenvolvidos. Foi da geometria à arte pop, voltando à geometria, mas sempre ligado ao desenho industrial e a fotografia. Ao entrar em contato com a fotografia se apaixona, seu olhar se aguça, passa a criar interferências, recriar a imagem. Sofrendo influências do movimento construtivista e da arte concreta, muda sua visão de representação da realidade e lhe aplica novas regras. Suas fotoformas representam uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dá a ela novas possibilidades, onde esta deixa o campo da mera representação e passa a ser considerada uma nova linguagem artística. Explora ao máximo todas as possibilidades de manipulação do negativo. A fotografia lhe permitia a possibilidade do erro, e para Geraldo era importante errar.
Geraldo abandonou a fotografia por alguns anos e dedicou-se a outras artes e ao design. Em 1996, após ter sofrido diversas isquemias cerebrais e com suas funções motoras totalmente debilitadas, retoma seu processo fotográfico e com a ajuda de sua assistente, a fotógrafa Ana Moraes, realiza sua última produção: Sobras.
Trabalhos e influências
Em um catálogo da exposição de seus quadros da Arte Pop, Radha Abramo faz um panorama sobre a vida profissional de Geraldo de Barros, cuja capacidade de organizar trabalhos em equipe expressava “o sentimento do homem em relação ao mundo”. Para ele o trabalho em grupo e o relacionamento entre as pessoas eram fundamentais e os seus trabalhos sempre buscavam atingir a massa. “Seus instrumentos de trabalho são os da comunicação de massa, pois trabalha o cartaz, a foto, o design, a pintura e o outdoor”.
Geraldo de Barros inicia sua vida artística nos anos de 1945, onde neste período estuda desenho e pintura com Clóvis Graciano, Collete Pujol e Yoshioka Takaoka. Como a maioria dos artistas da época, suas pinturas eram figurativas e de paisagens. Mesmo antes de seu trabalho como fotógrafo e do surgimento da arte concreta foi reconhecido como um dos artistas a trazer em seus trabalhos a questão da abstração. Nesse período ele toma contato com os ideais do construtivismo e da arte abstrata europeia das décadas de 1920 e 1930.
Em sentido amplo, a arte abstrata ou abstracionismo tinha a intenção de expressar uma arte sem qualquer intenção figurativa. Deu-se a partir das atividades de vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusavam a representação da natureza. As características desse movimento eram principalmente a decomposição da figura, a simplificação da forma, a não utilização da perspectiva e da luz e sombra da maneira convencional.
A partir da década de 1930, inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, como, Kandinsky nas vanguardas russas, Paul Klee na Alemanha, no suprematismo, que defendia uma metódica pesquisa na estrutura da imagem, seguido por Rodchenko no construtivismo onde as obras eram pensadas como construções e não como representações, assemelhando-se a arquitetura em termos de materiais, trabalhando a geometria e herdando características do abstracionismo. Outros artistas que foram influenciados foram Piet Mondrian e Theo Van Desburg no movimento De Stijl.
Durante os anos de 1946 e 1947, Geraldo de Barros inicia suas pesquisas no campo da fotografia. Nesta mesma época, após ajudar a fundar o Grupo 15, começa a experimentar a fotografia. Improvisa um laboratório junto com seu amigo Athaíde de Barros e, com o intuito de aprofundamento em seus conhecimentos, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirante. Ainda neste período Geraldo também toma contato com experimentações fotográficas praticadas na Europa e Estados Unidos, representadas por nomes como Man Ray e Moholy Nagy. Man Ray começa suas experiências com a fotografia em 1915, mas somente a partir de 1921, quando se integra ao Dadaísmo em Paris junto a Marcel Duchamp, é que se dedica seriamente à experimentação fotográfica, que para ele era uma forma mais rápida para atingir a revitalização da arte.
Man Ray apropriava-se de objetos reais e recontextualizava-os em uma nova realidade. Foi certamente, um dos fotógrafos que mais produziu fotogramas, que eram em sua grande maioria, feitos a partir de objetos translúcidos, usados para obter efeitos visuais diversos. Ele manipulava a luz em sua intensidade, direção e duração, produzindo formas inesperadas, com efeitos de volume e densidade. Com a utilização de sombras, conseguiu criar uma ideia de tridimensionalidade num processo em que, quase sempre, obtinha planos como resultados. Criou assim uma das obras mais originais de sua época, que influenciaria toda a arte contemporânea.
Lazlo Moholy-Nagy teve contato com movimentos artísticos como dadaísmo, futurismo e construtivismo e na década de 20, iniciou suas experiências fotográficas. Graças a sua base teórica e visão eclética, na qual deixava claro que não existiam limites entre fotografia, arquitetura e pintura, inovou a trabalhar com a fotografia sem a utilização da máquina, somente através do fotograma. Atuou na Bauhaus, na Alemanha, e na School of Design nos Estados Unidos, ambas escolas de design, onde continuou atuando e contribuindo teoricamente com a fotografia e outras áreas da arte.
Influenciado por esses artistas, Geraldo passa a frequentar assiduamente a Biblioteca Municipal de São Paulo, lugar onde se podia entrar em contato com a arte moderna. Ao conhecer Mário Pedrosa, em 1948, conhece a teoria da Gestalt, teoria geral da forma, o que influenciaria e mudaria definitivamente as características de sua produção. Na Gestalt o desenho não representa uma ideia visível e objetiva, as imagens se formam através de fatores como o equilíbrio, clareza, harmonia visual, entre outros. A partir daí, a forma, para Geraldo passa a ser o mais importante.
Em 1949, fica responsável pela organização do laboratório de fotografia do Museu de Arte de São Paulo (MASP), e assim neste ambiente, em 1950 sob o raciocínio estético do concretismo já em voga no Brasil, realiza sua exposição Fotoformas que representou uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dando a ela novas possibilidades, deixando o mero campo da representação e passando a ser considerada uma nova linguagem artística.
Geraldo representa um corte no processo da fotografia no Brasil, no entanto constrói uma outra possibilidade para a fotografia, e ao mesmo tempo fazendo uma correlação com as demais artes visuais, pondo, digamos, uma complexidade conceitual que a fotografia até então não tinha.
Seus trabalhos não eram criados ao acaso, havia um processo, um estudo, uma ideia trabalhada, iam além da simples escolha do fragmento ou da sua composição, possuíam uma atitude em relação ao mundo, um espírito comunitário. Tinha a consciência de que seu trabalho era inovador e graças a esta exposição recebe uma bolsa de estudos do governo francês. Ele pede uma licença de um ano do Banco do Brasil, onde até então trabalhava. Vai a Paris estudar litografia na Escola Nacional Superior de Belas Artes e gravura no ateliê de Stanley William Hayter, frequenta a Escola Superior da Forma, em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher e conhece Max Bill, um dos principais teóricos da arte concreta.
Em 1952 volta a São Paulo e ajuda a fundar o Grupo Ruptura, grupo que tinha o intuito de renovar as artes plásticas e também integra a exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). A mostra Do figurativismo ao abstracionismo, do Grupo Ruptura, tinha por objetivo introduzir e receber o reconhecimento do movimento da arte abstrata e concreta como arte, o que até então não acontecia, pois a maior parte dos artistas era contra a geometrização da arte, sendo a favor da arte de cunho figurativo. Durante a exposição distribuíram um texto impresso assinado pelos artistas participantes, onde divulgavam uma nova arte que privilegiasse a renovação dos valores essenciais da arte visual.
O manifesto causou bastante polêmica e causou manifestações contrárias de outros grupos, pois apoiava a arte geométrica e as ligações entre a arte e a comunicação visual e da representação da biodimensionalidade. A partir daí e graças ao grupo a arte abstrata e arte concreta passaram a ser discutidas e a serem reconhecidas e distintas, o abstracionismo definido como um tipo de arte em formas naturais são geometrizadas às vezes de modo intuitivo, e o concretismo como a arte que não quer representar nenhum elemento fora de si, ou seja, apenas aqueles intrínsecos à própria obra. O grupo Ruptura foi um dos grandes, se não o maior articulador do Concretismo no Brasil.
Ainda neste mesmo ano a cidade se preparava para o 4º centenário, Geraldo tinha consigo um desenho que havia produzido em Paris, cujo título era: “uma cidade a conquistar”. Com a colaboração de Alexandre Wollner, realiza os cartazes do festival, e consegue o primeiro lugar ou o primeiro prêmio nos concursos realizados durante o festival.
A partir de 1954 ajuda a fundar a cooperativa de trabalho Unilabor, desempenhando papel de grande importância no desenho industrial. Apresentado por Maria Clara Machado ao padre João Batista, visita oficina do mesmo e sugere a ele que monte ali uma marcenaria, que se desenvolvesse ali uma oficina de móveis. Assim surge a Unilabor, que visava produzir móveis com uma nova proposta de design.
Geraldo desenvolveu o nome, o logotipo e fez projetos dos móveis. Na Unilabor os empregados tinham participação na direção e nos lucros da empresa, e lhes era oferecido aulas de arte e desenho industrial, e tudo era discutido em torna da forma, da função e do modo de produção, segundo os conceitos de beleza e utilidade.
Geraldo tinha como intuito socializar arte, e a maneira que encontrou de atingir este objetivo foi através da criação de móveis. Desenhava o objeto, o desenvolvia e o vendia, qualquer pessoa podia comprá-lo e levá-lo para casa e usá-lo da maneira que melhor lhe conviesse. Seu objeto de criação girava em torno do homem, sua criação tinha um comprometimento social. Suas obras tinham o objetivo da seriação e do consumo em larga escala, a arte para todos. A arte concreta era uma proposta de socialização da arte e através dela deveria chegar-se ao espectador sem exclusões ou elitismos, através de uma linguagem única e universal. Ao notar que talvez, através da arte seu objetivo de levá-la à massa seria muito difícil ou até impossível, devido ao alto preço pelos quais os móveis eram comercializados Geraldo de Barros passa a se dedicar ao desenho industrial em companhia de Rubem Martins, Walter Macedo e Alexandre Wollner, funda o escritório Forminform para a prática do desenho industrial e comunicação visual em 1957, voltada para a criação de marcas e logotipos. Alguns anos mais tarde em associação com Aloísio Bione fundam a Hobjeto Indústria de Móveis (1964).
Em um período de crises econômicas e elevada inflação a Hobjeto teve bastante dificuldades para se manter no mercado, pois seus poucos clientes ansiavam por peças exclusivas, em consequência disto, para ocupar sua mão de obra, Geraldo desenhou pequenas mesas encaixáveis e carrinhos de chá, que não dependiam tanto das exigências de seus clientes habituais, peças que poderiam ser produzidas em larga escala e de menor custo. A situação só melhorou após a abertura da primeira loja da Hobjeto, em 1966, na cidade de São Paulo. Ainda na Década de 60, volta a explorar a figuração em suas obras. Com o país passando por grandes crises econômicas e meio à falência da Unillabor e a crise financeira da Hobjeto Geraldo retorna a praticar a pintura.
Seu trabalho agora é influenciado pela arte pop. Assim, ela produz uma série de outdoors, numa proposta de interlocução direta com a população. Passa a se apropriar de outdoors, os levava ao seu ateliê e os alterava, os recortes escolhidos dos outdoors eram colados em um suporte depois pintados em novas cores e após terminado os devolvia às ruas, para o público. Trazia da rua para dentro e de dentro para a rua, criava ai certo tipo de relação. Usa uma técnica mista: sobre o suporte de madeira mistura a pintura e a colagem de anúncios e cartazes. Vê se em seu processo o princípio da Gestalt, na medida em que retira parte de um todo tornando esta parte agora um novo todo.
No verão de 1966, surge a Galeria Rex. Com Nelson Leiner, Wesley Duke Lee, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende ajuda a fundar uma galeria organizada que era sinônimo de comportamento e estilo de vida. A produção artística deste grupo teve a importância de levantar questões a respeito do mercado de arte e da própria arte. Um ano após sua fundação a Rex acaba e o grupo se separa.
Durante o ano de 1977, retorna à geometria e aos conceitos da arte concreta relacionando formas no espaço em busca de ritmo, contraponto e harmonia. Volta ao conceito da seriação, passa a usar a fórmica como suporte, o que lhe permitia produzir a obra em grandes quantidades. Aqui Geraldo explora o traço correndo sobre o papel, compõe figuras e cenas que exploram o uso da luz e sombra, ritmo, criação e movimento.
Na fase final de sua vida, com a saúde extremamente comprometida, Geraldo retoma seu trabalho de intervenção da fotografia. O que mais tarde viria a ser chamado de “Sobras” surgiu a partir do momento em que, segundo sua filha Fabiana de Barros, ao vasculhar algumas gavetas ela encontra uma grande gama de fotografias realizadas pelo pai.
Em maior parte estas imagens e negativos eram de registros familiares de viagens e paisagens. Segundo Nakamura as composições eram geometricamente estruturadas, porém, com um toque de um lirismo, bem parecidas com as brincadeiras de recorte e colagem feitas pelas crianças e, como as crianças, Geraldo sempre se manteve receptivo as mais diferentes manifestações e descobertas em qualquer área. Sem medo de ousar e de experimentar, acreditava sobretudo, na “liberdade como norteadora da vida”.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Itaú Cultural. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Geraldo de Barros (Chavantes, SP, 27 de fevereiro de 1923 - São Paulo, SP, 17 de maio de 1998), foi um fotógrafo, pintor, gravador, artista gráfico, designer de móveis e desenhista brasileiro. Além da fotografia e da pintura, sua obra se estende também à gravura, às artes gráficas e ao desenho industrial. Foi um dos expoentes da vanguarda da arte brasileira, precursor da arte concreta e pioneiro da fotografia abstrata. Também atuou como designer de móveis desde meados dos anos 50 na Unilabor até o final dos anos 80 na Hobjeto, profundamente envolvido tanto na função do design quanto na estrutura social da economia em que atuava. Pioneiro na fotografia contemporânea, Geraldo perpassou pelo comum, abstrato e resultou em trabalhos únicos como a série Sobras, onde manipulava e reconstruia imagens a partir de negativos. Seu trabalho já foi exposto em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional. Obteve o prêmio aquisição na 1ª e 2ª Bienal Internacional de São Paulo, 28ª Bienal de Veneza (Itália) e a 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty.
Biografia — Geraldo de Barros
Geraldo de Barros construiu uma vasta obra onde revela sua abordagem da criação artística, percepção da imagem e o papel da arte na sociedade. A originalidade, especificidade e atualidade do seu trabalho, desde a Arte Concreta à fotografia abstrata e ao design modular, são hoje reconhecidas nacional e internacionalmente.
Geraldo de Barros tem vinte e dois anos quando inicia seus estudos de desenho e pintura na Associação Paulista de Belas Artes de São Paulo (1945).
Em sua busca por representações inovadoras, Geraldo de Barros se distancia de uma representação figurativa expressionista e se interessa cada vez mais pela abstração. Incentivado por Mário Pedrosa (1900-1981), descobre a arte de Paul Klee (1879-1940) e a teoria da Gestalt. Nessa época, ele também começa a praticar a fotografia e sua maneira original de abordar esse meio o levou como pioneiro da fotografia abstrata brasileira.
O caráter único das fotografias apresentadas na exposição Fotoforma no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1951) permite que Geraldo Barros receba uma bolsa do governo francês, dando-lhe a oportunidade de permanecer por um ano na Europa. Nesse período conhece François Morellet, Max Bill, Morandi, estuda gravura em Paris e mergulha nos originais de Paul Klee.
De volta ao Brasil, Geraldo de Barros inicia um período de intensa atividade, fruto de suas experiências com a fotografia e impregnado dos preceitos geométricos e matemáticos descobertos com a Arte Concreta. Junto com outros artistas, fundou em São Paulo o grupo de Arte Concreta Ruptura (1952), movimento que visa a inserção da pintura e das artes no contexto de modernização que o país vive.
Influenciado por sua visita a Otl Aicher em Ulm e entendendo que o potencial dos preceitos da Bauhaus pode contribuir para a inserção da arte na sociedade, Geraldo de Barros participa da fundação da Unilabor (1954-1964), comunidade trabalhista onde é projetando móveis modulares em uma abordagem social. A Unilabor é inovadora no contexto brasileiro não só pelo design criado por de Barros, mas também pela gestão cooperativa em que todos os trabalhadores compartilham suas decisões e benefícios.
Com a imposição da ditadura no país, a Unilabor chega ao fim e Geraldo de Barros cria a fábrica Hobjeto (1964-1979) onde desenvolve seu projeto modular em maior escala.
Assumindo uma postura mais crítica em relação à arte, Geraldo de Barros criou uma série de pinturas utilizando a estética da Pop Art. Diferentemente do que é praticado nos Estados Unidos, a Pop Art brasileira se afirma por meio do compromisso social e político. Em 1966, fundou o Rex Gallery Group reunindo artistas interessados nas ideias dos movimentos Dada, Pop Art e Happenings.
Em seguida, ele cria pinturas de grande formato que são produzidas dentro de sua fábrica de móveis a partir de outdoors que ele se apropria e repinta. Interessado pelas noções de escala e industrialização, Geraldo de Barros retoma no final da década de 1970 os preceitos da Arte Concreta que combina com os da indústria, dando origem a uma nova série de pinturas utilizando a fórmica como suporte principal.
Acometido por um primeiro golpe que o paralisa parcialmente, Geraldo de Barros se aposenta de Hobjeto (1979), mas continua a desenvolver seu trabalho artístico.
Representante brasileiro na 42ª Bienal de Veneza, com curadoria de Arturo Schwartz (1924), mostra uma série de pinturas em fórmica intitulada Jogos de Dados (1986). Seu trabalho é então apresentado em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional.
Em 1996, Geraldo de Barros, enfraquecido por golpes sucessivos, inicia um novo trabalho fotográfico com uma série intitulada Sobras, manipulando e reconstruindo imagens a partir de negativos de família. um pioneiro na fotografia contemporânea.
Fonte: Geraldo de Barros. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2022.
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Biografia — Itaú Cultural
Estudou desenho e pintura, a partir de 1945, nos ateliês de Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999).
Em 1946, faz suas primeiras fotos com uma câmera construída por ele mesmo. Inicialmente, fotografava jogos de futebol na periferia de São Paulo. Ainda nesse período, realiza experimentações que consistem em interferências no negativo, como cortar, desenhar, pintar, perfurar, solarizar e sobrepor imagens. É um dos fundadores do Grupo 15, ateliê instalado no centro da cidade em 1947, onde constrói um laboratório fotográfico. No mesmo ano, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirantes - FCCB, principal núcleo da fotografia moderna brasileira.
Em 1948, por intermédio do crítico Mário Pedrosa (1900 - 1981), conhece a Gestalt Theorie [Teoria da Forma]. Com Thomaz Farkas (1924), em 1949, criou o laboratório e os cursos de fotografia do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp.
Realiza a exposição Fotoformas em 1950, cujo título é referência à Gestalt. Sua trajetória artística o coloca na linha de frente da fotografia experimental. Em 1951, com bolsa do governo francês vai para Paris, onde estuda litografia na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], e gravura no ateliê de Stanley William Hayter (1901 - 1988).
Frequenta a Hochschule für Gestaltung - HfG [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher (1922) e conhece Max Bill (1908 - 1994), na época um dos principais teóricos da arte concreta. Voltou para São Paulo em 1952, e participou do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003), Lothar Charoux (1912 - 1987), entre outros. A partir de 1954, atua na área do desenho industrial e da comunicação visual: funda a Cooperativa Unilabor e a Hobjeto Móveis, para a produção de móveis, e a Form-Inform, empresa de criação de marcas e logotipos. Em 1966, participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945).
Análise
Geraldo de Barros estuda com Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999) de 1945 a 1947, ano em que funda com este último o Grupo 15, composto de quinze pintores em sua maioria de origem japonesa. Inicialmente sua pintura se aproxima de tendências expressionistas, período que entra em contato com reproduções de obras de Paul Klee (1879 - 1940) e Wassily Kandinsky (1866 - 1914), o que o leva a se interessar pela Bauhaus e pelo desenho industrial.
Inicia pesquisa em fotografia em 1946 e no ano seguinte passa a frequentar o Foto Cine Clube Bandeirante, principal núcleo da fotografia moderna no Brasil. Geraldo de Barros, junto com Thomaz Farkas (1924), German Lorca (1922) e José Yalenti, cada um com uma pesquisa individual, questionam a fotografia de tradição pictorialista amadora e acadêmica no Brasil que valorizava regras de composição clássica.
Sua experiência investiga os limites do processo fotográfico tradicional ao realizar intervenções diretamente no negativo, múltiplas exposições da mesma película, sobreposições, montagens e recortes das ampliações que questionam o formato retangular da fotografia.
Em 1949, organiza, com Farkas, o laboratório fotográfico do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, o que lhe possibilita uma pesquisa fora do clube. A partir de então sua produção se aproxima de pesquisas formais em o que interessa são os ritmos e planos que muitas vezes se projetam para o espaço além da moldura. No ano seguinte, realiza no próprio Masp, a antológica exposição Fotoformas, em que funde completamente gravura, desenho e fotografia, inaugurando a abstração na fotografia brasileira.
Ganha bolsa do governo francês e estuda gravura e artes gráficas na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], em Paris, em 1951. No mesmo ano, frequenta a Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, onde vigoram as teorias concretistas do suíço Max Bill (1908 - 1994). Esse encontro é importante para o desenvolvimento da arte concreta no Brasil. Obtém o prêmio aquisição na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Já no Brasil participa com Anatol Wladyslaw (1913 - 2004), Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003) e Lothar Charoux (1912 - 1987) do Grupo Ruptura, que marca o início da arte concreta no Brasil. Em contato com as teorias da Gestalt, busca estabelecer uma unidade estrutural da obra com rigorosa vontade de ordenação regulada por princípios matemáticos.
Sua preocupação com o papel social do artista e com as possibilidades de uma arte feita para atingir um público mais amplo ganha corpo em 1954, quando ligado a um grupo socialista, funda com o Frei João Batista a Unilabor, cooperativa que fabrica móveis, mantém escola de arte infantil e posto de saúde. Aos poucos passa da produção artesanal para uma organização industrial. Ganha concurso para o cartaz do 4º Centenário de São Paulo e com Alexandre Wollner (1928) realiza cartaz para o Festival Internacional de Cinema.
Bastante ligado ao design e um tanto afastado da pintura, em 1957 funda com Wollner e Rubem Martins, a Form-Inform, escritório de design onde cria diversas marcas e logotipos. Com o fim da cooperativa Unilabor, em 1964, funda a Hobjeto Móveis.
Em 1966, participa do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945), responsáveis pelos primeiros happenings em São Paulo.
Sua produção a partir de meados dos anos 1960 se aproxima de tendências pop e da nova figuração. Nos anos 1970, retoma sua pesquisa iniciada com a arte concreta e realiza obras geométricas tendo como suporte à fórmica, o que permite sua reprodução em grande escala.
O que lhe interessa é a socialização da arte e obter uma série a partir de um projeto. Suas obras são protótipos construídos com poucas formas, o que possibilita sua reprodução com perfeição.
A partir da década de 1980 volta à fotografia e trabalha na série Sobras, em que realiza diversas interferências gráficas sobre negativos, retomando sua pesquisa iniciada nos anos 1940 a partir de sobras de material fotográfico.
Críticas
"Geraldo vê, em certos aspectos ou elementos do real, especialmente nos detalhes geralmente escondidos, sinais abstratos fantasiosos olímpicos: linhas que gosta de entrelaçar com outras linhas numa alquimia de combinações mais ou menos imprevistas e às vezes ocasionais, que acabam sempre compondo harmonias formais agradáveis.
A composição é, para Geraldo, um dever, ele a organiza escolhendo no milhão de segmentos lineares que percebe, sobrepondo negativo sobre negativo, modulando os tons de suas únicas cores que são o branco e o preto, reforçando as tintas naquele seu trabalho de laboratório tão cuidado e agradável" — Pietro Maria Bardi (Bardi, Pietro Maria. Fotoforma. In: AMARAL, Aracy (Org.). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM, 1977. p. 207. [Texto publicado originalmente em 1950, no catálogo da exposição Fotoforma, realizada no Masp]).
"Em 1952, novamente em São Paulo, renova seus contatos com Cordeiro em torno das discussões da elaboração do manifesto 'Ruptura'. Ambos produzem quadros que podem ser considerados abstratos geométricos e ambos os denominam arte concreta. Porém a fundamentação teórica por trás de cada um deles é diversa. A de Cordeiro (...) baseia-se principalmente nos teóricos europeus já mencionados (Kandinsky, Mondrian etc.), e seu pensamento político é orientado pela concepção do 'intelectual dirigente' de Antônio Gramsci. Geraldo de Barros norteia-se pela interpretação dada por Mário Pedrosa à Gestalt, que pretende atingir o espectador sem a mediação do intelecto, tornando-se universalmente compreensível. (...) Ele quer democratizar a arte na medida em que pretende que o objeto artístico seja acessível às massas, procurando conseguir isso criando desenhos que são projetos que poderão facilmente ser transformados em protótipos de projetos industriais e passíveis de serem produzidos em grande número" — Gabriela Suzana Wilder
(WILDER, Gabriela Suzana. Waldemar Cordeiro: pintor vanguardista, difusor, crítico de arte, teórico e líder do movimento concretista nas artes plásticas em São Paulo, na década de 50. São Paulo: ECA/USP, 1982. (Mestrado). p. 48-49).
"Geraldo de Barros, o pintor figurativo de tons e desenho realçado do Grupo dos 15, fez em 1948, nos livros de arte, a descoberta de Paul Klee (1879-1940), o que o levou a abeirar-se do mundo interior do mestre suíço-alemão. Este futuro membro do Grupo Concreto logo se peculiarizaria pela utilização de diferenciados canais expressivos: pintura, monotipia, gravura e fotografia. Por esta última é que se fez sua passagem da figuração para a abstração. Seus trabalhos da exposição Fotoforma, no Masp (1950), colocavam-se na seqüência dos fotogramas de Moholy-Nagy e outros artistas plásticos que redimensionaram a fotografia. Ao retornar de viagem à Europa (1951-1952), Geraldo de Barros foi um dos signatários do manifesto do Grupo Ruptura. Mais tarde, porém, ele romperia com Cordeiro e sua liderança. Sua contribuição é a de ter idealizado a pintura concreta através de protótipos, com obras que implicavam a produção multiplicável. (...) Como outros membros do concretismo paulista, voltar-se-ia com decisão para o 'industrial design', realizando marcas, logotipos e alguns cartazes - inclusive em colaboração com Alexandre Wollner (1928) - entre 1952 e 1954. Seus objetivos seriam depois concentrados no desenho de móveis. As soluções coletivistas de trabalho a que ambicionava o haviam conduzido à fundação da Unilabor. Outra organização industrial em que se empenhou foi a Form-Inform, antes de fazer surgir a Hobjeto. Nos anos 60 praticou a pintura pop, um excursus raro entre os concretos" — Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. p. 662-663).
"Enquanto tenta, na sua pintura, afastar-se da representação naturalista tradicional, a fotografia, para ele, representa não a transcrição do real, mas antes a possibilidade de revelar o invisível à vista, o ato de revelar mais e mais um caminho em direção a uma arte que não vem da retina.
E é, entre todos os assuntos que lhe chamam a atenção, sempre em nome do jogo de sombra e de luz que ele vai se interessar fatalmente, como Brassai, pelas fissuras, pelas asperezas, pelos grafites". — Charles Henri Favrod (FAVROD, Charles Henri. A Descoberta da Fotografia. In: BARROS, Geraldo de. Fotoformas: Geraldo de Barros, fotografia. São Paulo: Raízes, 1994. p. 7).
"Geraldo de Barros é um homem centrado no mundo, possui 'a consciência de um impulso que o impele ao uso da liberdade'; a afirmação é do amigo Mário Pedrosa, pressuposto básico à condição do artista na sociedade moderna: 'o exercício espiritual da Liberdade', liberdade que o artista inventa e retoma, inventor que é das evidências entre a arte e o homem. Artista à frente de seu tempo. Com a singularidade da mais pura percepção, utiliza-se da seriação e aproxima-se da comunicação visual e do design com a mesma radicalidade afetiva com que 'descobre' a foto, fragmenta o outdoor pop, revela o traço 'kleen' da gravura; com uma Rolleiflex na mão descobre a Arte; seus ensaios fotográficos revelam uma autonomia artística que irrompe o movimento concreto afora e atravessa seus feitos posteriores; o enigma da fotografia apontado por Roland Barthes - 'emblema de semelhantes' - é assim descartado: desconstrói a imagem significante, eminentemente imitativa; procura distanciar-se cada vez mais de sua literalidade e fazer mais que inventariar sentimentos analógicos; confia no erro, na sua contribuição; explora e domina o acaso, na busca da diferença; em certo momento, abandona a câmera e trabalha a luz diretamente sobre o fotograma. Sua construção fotográfica faz lembrar Carlos Drummond de Andrade - 'cristal do tempo no papel' - e a eminência da atitude do Artista: a capacidade de inovar.
Geraldo de Barros repassa aos trabalhos gráficos as noções de erro e acaso; suas litografias alimentam-se dos rótulos readymade das pedras no ateliê de Paris; nas águas-tintas e águas-fortes, alusões diretas a Klee, o suave vislumbre, a estrutura simples, quase astro, fragmentado no metal; as monotipias, campo vago que nasce da superfície entintada: campo vivo no papel - ao deslocar-se já é mancha, marca, sujeira, ausência a aflorar-se em ação una e vária, percurso de possíveis; o traço fino do papel carbono nos desenhos afronta ortodoxias; aproveita a pouca gramatura do papel e sua transparência para filtrar as cores, aplicando-as atrás dos desenhos; a cor é a ternura do tempo. . .
Geraldo de Barros, aos 72 anos, alerta: 'Basta à obra!' e proclama, no seu bom rumor costumeiro, que agora vai dedicar-se às 'sobras'. A vanguarda que se cuide!" — Sérgio Pizoli (PIZOLI, Sérgio. [Texto]. In: BARROS, Geraldo de. Precursor. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1996. p. 10).
Depoimentos
"(...) A Fotografia é para mim um processo de gravura. Defendi esse pensamento quando tentei introduzi-la como categoria artística, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Acredito também que é no 'erro', na exploração e domínio do acaso, que reside a criação fotográfica. Me preocupei em conhecer a técnica apenas o suficiente para me expressar, sem me deixar levar por excessivos virtuosismos.
(...) Acredito que a exagerada sofisticação técnica, o culto da perfeição técnica, leva a um empobrecimento dos resultados, da imaginação e da criatividade, o que é negativo para a arte fotográfica". — Geraldo de Barros (BARROS, Geraldo de. A Fotografia. In: ______. Fotoformas. São Paulo: Raízes, 1994. p. 11).
Acervos
Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil - São Paulo SP
Archivio Della Nuova Scrittura - Milão (Itália)
Coleção Pirelli/Masp de Fotografias - São Paulo SP
Fonds d'Art Contemporain de l'Etat de Genève (Suíça)
Fonds d'Art Contemporain de la Ville de Genève (Suíça)
Fundação Bienal de São Paulo - São Paulo SP
Fundação Cultural de Curitiba - Curitiba PR
Fundação Max Bill - Zurique (Suíça)
Fundación Patricia Phelps de Cisneros - Caracas (Venezuela)
Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Ludwig Museum - Colônia (Alemanha)
Musée d'Art Contemporain de Grenoble (Suíça)
Musée de l'Elysée - Lausane (Suíça)
Museu da Imagem e do Som - MIS/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu do Itamaraty - Brasília DF
Union de Banques Suisses
Exposições Individuais
1947 - São Paulo SP - Individual, no Theatro Municipal
1950 - Rio de Janeiro RJ - Fotoformas, no MEC/RJ
1950 - Salvador BA - Fotoformas, no MEC/BA
1950 - São Paulo SP - Fotoformas, no Masp
1952 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1954 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1965 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1965 - São Paulo SP - Individual, na Atrium Galeria de Arte
1977 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: 12 anos de pintura 1964 a 1976, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1987 - Glarus (Suíça) - Individual, na Galeria Tschudi
1989 - Campinas - Jogos de Dados, na - Galeria de Arte Unicamp
1989 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: retrospectiva de fotografias, no Musée de l'Elysée
1990 - Rio de Janeiro RJ - Jogos de Dados, no MAM/RJ
1990 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - São Paulo SP - Jogos de Dados, no MAM/SP
1991 - Milão (Itália) - Jogos de Dados, no Mercato del Sale
1991 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: o espaço do artista quando jovem, no Paço das Artes
1993 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: peintre et photographie, no Musée de l'Elysée
1993 - São Paulo SP - Individual, na Casa das Rosas
1994 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: fotógrafo, no MIS/SP
1995 - São Paulo SP - Fotoformas, na Galeria Camargo Vilaça
1996 - Campinas SP - Geraldo de Barros e o Concretismo, no Itaú Cultural
1996 - Curitiba PR - Desenhos de Luz, no Museu da Gravura
1996 - Curitiba PR - Geraldo de Barros: fotoformas, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1996 - Genebra (Suíça) - Geraldo de Barros: fotografias, na Alexandre Mottier Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros: precursor, no CCBB
1998 - Houston (Estados Unidos) - Individual, na Sicardi Sanders Gallery
1998 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: homenagem, no MIS/SP
Exposições Coletivas
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - menção honrosa
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1949 - São Paulo SP - Exposição do Grupo 15, no IAB/SP
1950 - Salvador BA - Salão Nacional de Arte Moderna da Bahia - menção honrosa
1951 - Paris (França) - Salon de Photographie à Paris et à Nantes
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Trianon - prêmio aquisição
1952 - Lion (França) - Cercle d'Art Photographique
1952 - São Paulo SP - Grupo Ruptura, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - prêmio aquisição
1954 - Berna (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstmuseum
1954 - Genebra (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Musée Rath de Genève
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - Zurique (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstgewerbemuseum
1955 - Brasil - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - França - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata
1955 - Suíça - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1956 - Paris (França) - Salão de Maio, no Palais de Tokyo
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Veneza (Itália) - 28ª Bienal de Veneza - prêmio aquisição
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1965 - São Paulo SP - Geraldo de Barros e Nelson Leirner, na Atrium Galeria de Arte
1965 - São Paulo SP - Propostas 65, no MAB/Faap
1966 - São Paulo SP - Descoberta da América, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Flash Back, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Galeria Rex: exposição inaugural, na Rex Gallery & Sons
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Esdi
1971 - São Paulo SP - Mobiliário Brasileiro, no Masp
1976 - São Paulo SP - O Desenho Jovem dos Anos 40, na Pinacoteca do Estado
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Os Grupos: a década de 40, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - Cidade do México (México) - 1ª Muestra de la Fotografia Latinoamericana Contemporanea, no Museo de Arte Moderno
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - Veneza (Itália) - Venezia' 79: la fotografia, na Comune di Venezia
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - O Design no Brasil: história e realidade, no Sesc Pompéia
1984 - Campinas SP - Geraldo de Barros e Hermelindo Fiaminghi, na Galeria de Arte da Unicamp
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no MAP
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Santo André SP - 13º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo
1989 - São Paulo SP - Mostra, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Dinamarca - Latinamerica' 92
1992 - São Paulo SP - 2ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1993 - São Paulo SP - 1º Mês Internacional de Fotografia, no Sesc Pompéia
1993 - São Paulo SP - Ingresso para a Modernidade, no Espaço Arte Morumbi Shopping
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - San Francisco (Estados Unidos) - Contemporary Brazilian Photography: a selection of photographs from the collection of Joaquim Paiva, no Center for the Arts Yerba Buena Gardens
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Rio de Janeiro RJ - Fotografia Brasileira Contemporânea, no CCBB
1996 - Colônia (Alemanha) - Neuerwerbungen Photosammlung, no Museum Ludwig
1996 - Lausanne (Suíça) - Collection Musées Suisses, no Musée de l'Elysée
1996 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: the thinking photography, no Rochester Institute of Technology. College of Imaging Arts and Sciences. School of Photographic Arts and Sciences. MFA - Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - 4º Studio Unesp Sesc Senai de Tecnologias de Imagens, no Sesc Pompéia
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Grenoble (França) - Exposition d'Èté: collections 1950-1955, no Musée de Grenoble
1997 - São Paulo SP - Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas
1998 - Houston (Estados Unidos) - 7º FotoFest 1998
1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte, no MAM/SP
Exposições Póstumas
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - Texas (Estados Unidos) - The Joaquim Paiva Collection, FotoFest 1998
1999 - Colônia (Alemanha) - Geraldo de Barros: fotoformas, no Museum Ludwig
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Enigmas, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Fotocolecionismo, na Galeria Luisa Strina
1999 - São Paulo SP - Fotografias, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Parallèle, na Galeria Brito Cimino
1999 - Seatle (Estados Unidos) - Photography of Hope, na Benham Studio Gallery
1999 - Wolfsburg (Alemanha) - Brasilianische Fotografie 1946 bis 1998, no Kunstmuseum Wolfsburg
2000 - Basiléia (Suíça) - Messe Basel 2000, na Galerie Eric Frank
2000 - Campinas SP - Geraldo de Barros: sobras 1996-1998, no Itaú Cultural
2000 - Lausanne (Suíça) - Sobras, no Musée de l'Elysée
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Madri (Espanha) - Heterotopias: medio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Messe Basel 2000, na Galeria Brito Cimino
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Belo Horizonte MG - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Campinas SP - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Artefoto, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - A Linha Como Estrutura da Forma, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Cidadeprojeto / cidadeexperiência, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Fotografias no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Grupo Ruptura: revisitando a exposição inaugural, no Centro Universitário Maria Antonia
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralela, Galpão localizado na Avenida Matarazzo, 530, São Paulo
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Visões e Alumbramentos: fotografia contemporânea brasileira da coleção Joaquim Paiva, na Oca
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Brasília DF - Artefoto, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Lurixs Arte Contemporânea: exposição inaugural, na Galeria Lurix Arte Contemporânea
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Porto Alegre RS - Olho Vivo: a arte da fotografia, no Santander Cultural
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, na Galeria Brito Cimino
2005 - Belém PA - Salão Arte Pará, na Fundação Romulo Maiorana
2005 - Porto Alegre RS - Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Artecontemporânea, na Mercedes Viegas Arte Contemporânea
2006 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros, na Lurixs: Arte Contemporânea
2006 - São Paulo SP - Veracidade, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, na Oca
2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no MAM/SP
2007 - São Paulo SP - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil, no Itaú Cultural
2007 - São Paulo SP - Fragmentos: modernismo da fotografia brasileira, Galeria Bergamin
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Quetão, no Instituto Tomie Ohtake
2007 - Uberlândia MG - Veracidade: fotografias do acervo do MAM, no Museu Universitário de Arte
2007 - São Paulo SP - Recortar e Colar | CtrlC CtrlV, no Sesc Pompéia
2008 - São Paulo SP - Fotoformas e Suas Margens, no Centro Universitário Maria Antonia
2008 - São Paulo SP - Ruptura, Frente e Ressonâncias, na Galeria Berenice
Fonte: GERALDO de Barros. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Histórico
Geraldo de Barros iniciou sua carreira dedicando-se à pintura de figura e paisagens mas tornou-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Foi um dos pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil, além de ser considerado um dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro. As imagens de Geraldo de Barros se formam a partir da desconstrução, onde o efêmero, o fragmento, o tempo, o descontínuo, e a ação estão presentes. A partir da reordenação de elementos, o artista cria uma nova composição. Em seus trabalhos, estão sempre presentes as questões sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entre a arte e a sociedade.
Foi fundador e membro de grandes e importantes movimentos e associações artísticas como o Grupo 15, a Galeria Rex, o Grupo Ruptura, o grupo FormInform, a cooperativa de produção de móveis Unilabor, e a indústria de móveis Hobjeto.
Coerente em sua trajetória, seus trabalhos estão conectados ao contexto histórico, político e artístico do período em que foram desenvolvidos. Foi da geometria à arte pop, voltando à geometria, mas sempre ligado ao desenho industrial e a fotografia. Ao entrar em contato com a fotografia se apaixona, seu olhar se aguça, passa a criar interferências, recriar a imagem. Sofrendo influências do movimento construtivista e da arte concreta, muda sua visão de representação da realidade e lhe aplica novas regras. Suas fotoformas representam uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dá a ela novas possibilidades, onde esta deixa o campo da mera representação e passa a ser considerada uma nova linguagem artística. Explora ao máximo todas as possibilidades de manipulação do negativo. A fotografia lhe permitia a possibilidade do erro, e para Geraldo era importante errar.
Geraldo abandonou a fotografia por alguns anos e dedicou-se a outras artes e ao design. Em 1996, após ter sofrido diversas isquemias cerebrais e com suas funções motoras totalmente debilitadas, retoma seu processo fotográfico e com a ajuda de sua assistente, a fotógrafa Ana Moraes, realiza sua última produção: Sobras.
Trabalhos e influências
Em um catálogo da exposição de seus quadros da Arte Pop, Radha Abramo faz um panorama sobre a vida profissional de Geraldo de Barros, cuja capacidade de organizar trabalhos em equipe expressava “o sentimento do homem em relação ao mundo”. Para ele o trabalho em grupo e o relacionamento entre as pessoas eram fundamentais e os seus trabalhos sempre buscavam atingir a massa. “Seus instrumentos de trabalho são os da comunicação de massa, pois trabalha o cartaz, a foto, o design, a pintura e o outdoor”.
Geraldo de Barros inicia sua vida artística nos anos de 1945, onde neste período estuda desenho e pintura com Clóvis Graciano, Collete Pujol e Yoshioka Takaoka. Como a maioria dos artistas da época, suas pinturas eram figurativas e de paisagens. Mesmo antes de seu trabalho como fotógrafo e do surgimento da arte concreta foi reconhecido como um dos artistas a trazer em seus trabalhos a questão da abstração. Nesse período ele toma contato com os ideais do construtivismo e da arte abstrata europeia das décadas de 1920 e 1930.
Em sentido amplo, a arte abstrata ou abstracionismo tinha a intenção de expressar uma arte sem qualquer intenção figurativa. Deu-se a partir das atividades de vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusavam a representação da natureza. As características desse movimento eram principalmente a decomposição da figura, a simplificação da forma, a não utilização da perspectiva e da luz e sombra da maneira convencional.
A partir da década de 1930, inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, como, Kandinsky nas vanguardas russas, Paul Klee na Alemanha, no suprematismo, que defendia uma metódica pesquisa na estrutura da imagem, seguido por Rodchenko no construtivismo onde as obras eram pensadas como construções e não como representações, assemelhando-se a arquitetura em termos de materiais, trabalhando a geometria e herdando características do abstracionismo. Outros artistas que foram influenciados foram Piet Mondrian e Theo Van Desburg no movimento De Stijl.
Durante os anos de 1946 e 1947, Geraldo de Barros inicia suas pesquisas no campo da fotografia. Nesta mesma época, após ajudar a fundar o Grupo 15, começa a experimentar a fotografia. Improvisa um laboratório junto com seu amigo Athaíde de Barros e, com o intuito de aprofundamento em seus conhecimentos, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirante. Ainda neste período Geraldo também toma contato com experimentações fotográficas praticadas na Europa e Estados Unidos, representadas por nomes como Man Ray e Moholy Nagy. Man Ray começa suas experiências com a fotografia em 1915, mas somente a partir de 1921, quando se integra ao Dadaísmo em Paris junto a Marcel Duchamp, é que se dedica seriamente à experimentação fotográfica, que para ele era uma forma mais rápida para atingir a revitalização da arte.
Man Ray apropriava-se de objetos reais e recontextualizava-os em uma nova realidade. Foi certamente, um dos fotógrafos que mais produziu fotogramas, que eram em sua grande maioria, feitos a partir de objetos translúcidos, usados para obter efeitos visuais diversos. Ele manipulava a luz em sua intensidade, direção e duração, produzindo formas inesperadas, com efeitos de volume e densidade. Com a utilização de sombras, conseguiu criar uma ideia de tridimensionalidade num processo em que, quase sempre, obtinha planos como resultados. Criou assim uma das obras mais originais de sua época, que influenciaria toda a arte contemporânea.
Lazlo Moholy-Nagy teve contato com movimentos artísticos como dadaísmo, futurismo e construtivismo e na década de 20, iniciou suas experiências fotográficas. Graças a sua base teórica e visão eclética, na qual deixava claro que não existiam limites entre fotografia, arquitetura e pintura, inovou a trabalhar com a fotografia sem a utilização da máquina, somente através do fotograma. Atuou na Bauhaus, na Alemanha, e na School of Design nos Estados Unidos, ambas escolas de design, onde continuou atuando e contribuindo teoricamente com a fotografia e outras áreas da arte.
Influenciado por esses artistas, Geraldo passa a frequentar assiduamente a Biblioteca Municipal de São Paulo, lugar onde se podia entrar em contato com a arte moderna. Ao conhecer Mário Pedrosa, em 1948, conhece a teoria da Gestalt, teoria geral da forma, o que influenciaria e mudaria definitivamente as características de sua produção. Na Gestalt o desenho não representa uma ideia visível e objetiva, as imagens se formam através de fatores como o equilíbrio, clareza, harmonia visual, entre outros. A partir daí, a forma, para Geraldo passa a ser o mais importante.
Em 1949, fica responsável pela organização do laboratório de fotografia do Museu de Arte de São Paulo (MASP), e assim neste ambiente, em 1950 sob o raciocínio estético do concretismo já em voga no Brasil, realiza sua exposição Fotoformas que representou uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dando a ela novas possibilidades, deixando o mero campo da representação e passando a ser considerada uma nova linguagem artística.
Geraldo representa um corte no processo da fotografia no Brasil, no entanto constrói uma outra possibilidade para a fotografia, e ao mesmo tempo fazendo uma correlação com as demais artes visuais, pondo, digamos, uma complexidade conceitual que a fotografia até então não tinha.
Seus trabalhos não eram criados ao acaso, havia um processo, um estudo, uma ideia trabalhada, iam além da simples escolha do fragmento ou da sua composição, possuíam uma atitude em relação ao mundo, um espírito comunitário. Tinha a consciência de que seu trabalho era inovador e graças a esta exposição recebe uma bolsa de estudos do governo francês. Ele pede uma licença de um ano do Banco do Brasil, onde até então trabalhava. Vai a Paris estudar litografia na Escola Nacional Superior de Belas Artes e gravura no ateliê de Stanley William Hayter, frequenta a Escola Superior da Forma, em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher e conhece Max Bill, um dos principais teóricos da arte concreta.
Em 1952 volta a São Paulo e ajuda a fundar o Grupo Ruptura, grupo que tinha o intuito de renovar as artes plásticas e também integra a exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). A mostra Do figurativismo ao abstracionismo, do Grupo Ruptura, tinha por objetivo introduzir e receber o reconhecimento do movimento da arte abstrata e concreta como arte, o que até então não acontecia, pois a maior parte dos artistas era contra a geometrização da arte, sendo a favor da arte de cunho figurativo. Durante a exposição distribuíram um texto impresso assinado pelos artistas participantes, onde divulgavam uma nova arte que privilegiasse a renovação dos valores essenciais da arte visual.
O manifesto causou bastante polêmica e causou manifestações contrárias de outros grupos, pois apoiava a arte geométrica e as ligações entre a arte e a comunicação visual e da representação da biodimensionalidade. A partir daí e graças ao grupo a arte abstrata e arte concreta passaram a ser discutidas e a serem reconhecidas e distintas, o abstracionismo definido como um tipo de arte em formas naturais são geometrizadas às vezes de modo intuitivo, e o concretismo como a arte que não quer representar nenhum elemento fora de si, ou seja, apenas aqueles intrínsecos à própria obra. O grupo Ruptura foi um dos grandes, se não o maior articulador do Concretismo no Brasil.
Ainda neste mesmo ano a cidade se preparava para o 4º centenário, Geraldo tinha consigo um desenho que havia produzido em Paris, cujo título era: “uma cidade a conquistar”. Com a colaboração de Alexandre Wollner, realiza os cartazes do festival, e consegue o primeiro lugar ou o primeiro prêmio nos concursos realizados durante o festival.
A partir de 1954 ajuda a fundar a cooperativa de trabalho Unilabor, desempenhando papel de grande importância no desenho industrial. Apresentado por Maria Clara Machado ao padre João Batista, visita oficina do mesmo e sugere a ele que monte ali uma marcenaria, que se desenvolvesse ali uma oficina de móveis. Assim surge a Unilabor, que visava produzir móveis com uma nova proposta de design.
Geraldo desenvolveu o nome, o logotipo e fez projetos dos móveis. Na Unilabor os empregados tinham participação na direção e nos lucros da empresa, e lhes era oferecido aulas de arte e desenho industrial, e tudo era discutido em torna da forma, da função e do modo de produção, segundo os conceitos de beleza e utilidade.
Geraldo tinha como intuito socializar arte, e a maneira que encontrou de atingir este objetivo foi através da criação de móveis. Desenhava o objeto, o desenvolvia e o vendia, qualquer pessoa podia comprá-lo e levá-lo para casa e usá-lo da maneira que melhor lhe conviesse. Seu objeto de criação girava em torno do homem, sua criação tinha um comprometimento social. Suas obras tinham o objetivo da seriação e do consumo em larga escala, a arte para todos. A arte concreta era uma proposta de socialização da arte e através dela deveria chegar-se ao espectador sem exclusões ou elitismos, através de uma linguagem única e universal. Ao notar que talvez, através da arte seu objetivo de levá-la à massa seria muito difícil ou até impossível, devido ao alto preço pelos quais os móveis eram comercializados Geraldo de Barros passa a se dedicar ao desenho industrial em companhia de Rubem Martins, Walter Macedo e Alexandre Wollner, funda o escritório Forminform para a prática do desenho industrial e comunicação visual em 1957, voltada para a criação de marcas e logotipos. Alguns anos mais tarde em associação com Aloísio Bione fundam a Hobjeto Indústria de Móveis (1964).
Em um período de crises econômicas e elevada inflação a Hobjeto teve bastante dificuldades para se manter no mercado, pois seus poucos clientes ansiavam por peças exclusivas, em consequência disto, para ocupar sua mão de obra, Geraldo desenhou pequenas mesas encaixáveis e carrinhos de chá, que não dependiam tanto das exigências de seus clientes habituais, peças que poderiam ser produzidas em larga escala e de menor custo. A situação só melhorou após a abertura da primeira loja da Hobjeto, em 1966, na cidade de São Paulo. Ainda na Década de 60, volta a explorar a figuração em suas obras. Com o país passando por grandes crises econômicas e meio à falência da Unillabor e a crise financeira da Hobjeto Geraldo retorna a praticar a pintura.
Seu trabalho agora é influenciado pela arte pop. Assim, ela produz uma série de outdoors, numa proposta de interlocução direta com a população. Passa a se apropriar de outdoors, os levava ao seu ateliê e os alterava, os recortes escolhidos dos outdoors eram colados em um suporte depois pintados em novas cores e após terminado os devolvia às ruas, para o público. Trazia da rua para dentro e de dentro para a rua, criava ai certo tipo de relação. Usa uma técnica mista: sobre o suporte de madeira mistura a pintura e a colagem de anúncios e cartazes. Vê se em seu processo o princípio da Gestalt, na medida em que retira parte de um todo tornando esta parte agora um novo todo.
No verão de 1966, surge a Galeria Rex. Com Nelson Leiner, Wesley Duke Lee, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende ajuda a fundar uma galeria organizada que era sinônimo de comportamento e estilo de vida. A produção artística deste grupo teve a importância de levantar questões a respeito do mercado de arte e da própria arte. Um ano após sua fundação a Rex acaba e o grupo se separa.
Durante o ano de 1977, retorna à geometria e aos conceitos da arte concreta relacionando formas no espaço em busca de ritmo, contraponto e harmonia. Volta ao conceito da seriação, passa a usar a fórmica como suporte, o que lhe permitia produzir a obra em grandes quantidades. Aqui Geraldo explora o traço correndo sobre o papel, compõe figuras e cenas que exploram o uso da luz e sombra, ritmo, criação e movimento.
Na fase final de sua vida, com a saúde extremamente comprometida, Geraldo retoma seu trabalho de intervenção da fotografia. O que mais tarde viria a ser chamado de “Sobras” surgiu a partir do momento em que, segundo sua filha Fabiana de Barros, ao vasculhar algumas gavetas ela encontra uma grande gama de fotografias realizadas pelo pai.
Em maior parte estas imagens e negativos eram de registros familiares de viagens e paisagens. Segundo Nakamura as composições eram geometricamente estruturadas, porém, com um toque de um lirismo, bem parecidas com as brincadeiras de recorte e colagem feitas pelas crianças e, como as crianças, Geraldo sempre se manteve receptivo as mais diferentes manifestações e descobertas em qualquer área. Sem medo de ousar e de experimentar, acreditava sobretudo, na “liberdade como norteadora da vida”.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Itaú Cultural. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Geraldo de Barros (Chavantes, SP, 27 de fevereiro de 1923 - São Paulo, SP, 17 de maio de 1998), foi um fotógrafo, pintor, gravador, artista gráfico, designer de móveis e desenhista brasileiro. Além da fotografia e da pintura, sua obra se estende também à gravura, às artes gráficas e ao desenho industrial. Foi um dos expoentes da vanguarda da arte brasileira, precursor da arte concreta e pioneiro da fotografia abstrata. Também atuou como designer de móveis desde meados dos anos 50 na Unilabor até o final dos anos 80 na Hobjeto, profundamente envolvido tanto na função do design quanto na estrutura social da economia em que atuava. Pioneiro na fotografia contemporânea, Geraldo perpassou pelo comum, abstrato e resultou em trabalhos únicos como a série Sobras, onde manipulava e reconstruia imagens a partir de negativos. Seu trabalho já foi exposto em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional. Obteve o prêmio aquisição na 1ª e 2ª Bienal Internacional de São Paulo, 28ª Bienal de Veneza (Itália) e a 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty.
Biografia — Geraldo de Barros
Geraldo de Barros construiu uma vasta obra onde revela sua abordagem da criação artística, percepção da imagem e o papel da arte na sociedade. A originalidade, especificidade e atualidade do seu trabalho, desde a Arte Concreta à fotografia abstrata e ao design modular, são hoje reconhecidas nacional e internacionalmente.
Geraldo de Barros tem vinte e dois anos quando inicia seus estudos de desenho e pintura na Associação Paulista de Belas Artes de São Paulo (1945).
Em sua busca por representações inovadoras, Geraldo de Barros se distancia de uma representação figurativa expressionista e se interessa cada vez mais pela abstração. Incentivado por Mário Pedrosa (1900-1981), descobre a arte de Paul Klee (1879-1940) e a teoria da Gestalt. Nessa época, ele também começa a praticar a fotografia e sua maneira original de abordar esse meio o levou como pioneiro da fotografia abstrata brasileira.
O caráter único das fotografias apresentadas na exposição Fotoforma no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1951) permite que Geraldo Barros receba uma bolsa do governo francês, dando-lhe a oportunidade de permanecer por um ano na Europa. Nesse período conhece François Morellet, Max Bill, Morandi, estuda gravura em Paris e mergulha nos originais de Paul Klee.
De volta ao Brasil, Geraldo de Barros inicia um período de intensa atividade, fruto de suas experiências com a fotografia e impregnado dos preceitos geométricos e matemáticos descobertos com a Arte Concreta. Junto com outros artistas, fundou em São Paulo o grupo de Arte Concreta Ruptura (1952), movimento que visa a inserção da pintura e das artes no contexto de modernização que o país vive.
Influenciado por sua visita a Otl Aicher em Ulm e entendendo que o potencial dos preceitos da Bauhaus pode contribuir para a inserção da arte na sociedade, Geraldo de Barros participa da fundação da Unilabor (1954-1964), comunidade trabalhista onde é projetando móveis modulares em uma abordagem social. A Unilabor é inovadora no contexto brasileiro não só pelo design criado por de Barros, mas também pela gestão cooperativa em que todos os trabalhadores compartilham suas decisões e benefícios.
Com a imposição da ditadura no país, a Unilabor chega ao fim e Geraldo de Barros cria a fábrica Hobjeto (1964-1979) onde desenvolve seu projeto modular em maior escala.
Assumindo uma postura mais crítica em relação à arte, Geraldo de Barros criou uma série de pinturas utilizando a estética da Pop Art. Diferentemente do que é praticado nos Estados Unidos, a Pop Art brasileira se afirma por meio do compromisso social e político. Em 1966, fundou o Rex Gallery Group reunindo artistas interessados nas ideias dos movimentos Dada, Pop Art e Happenings.
Em seguida, ele cria pinturas de grande formato que são produzidas dentro de sua fábrica de móveis a partir de outdoors que ele se apropria e repinta. Interessado pelas noções de escala e industrialização, Geraldo de Barros retoma no final da década de 1970 os preceitos da Arte Concreta que combina com os da indústria, dando origem a uma nova série de pinturas utilizando a fórmica como suporte principal.
Acometido por um primeiro golpe que o paralisa parcialmente, Geraldo de Barros se aposenta de Hobjeto (1979), mas continua a desenvolver seu trabalho artístico.
Representante brasileiro na 42ª Bienal de Veneza, com curadoria de Arturo Schwartz (1924), mostra uma série de pinturas em fórmica intitulada Jogos de Dados (1986). Seu trabalho é então apresentado em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional.
Em 1996, Geraldo de Barros, enfraquecido por golpes sucessivos, inicia um novo trabalho fotográfico com uma série intitulada Sobras, manipulando e reconstruindo imagens a partir de negativos de família. um pioneiro na fotografia contemporânea.
Fonte: Geraldo de Barros. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2022.
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Biografia — Itaú Cultural
Estudou desenho e pintura, a partir de 1945, nos ateliês de Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999).
Em 1946, faz suas primeiras fotos com uma câmera construída por ele mesmo. Inicialmente, fotografava jogos de futebol na periferia de São Paulo. Ainda nesse período, realiza experimentações que consistem em interferências no negativo, como cortar, desenhar, pintar, perfurar, solarizar e sobrepor imagens. É um dos fundadores do Grupo 15, ateliê instalado no centro da cidade em 1947, onde constrói um laboratório fotográfico. No mesmo ano, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirantes - FCCB, principal núcleo da fotografia moderna brasileira.
Em 1948, por intermédio do crítico Mário Pedrosa (1900 - 1981), conhece a Gestalt Theorie [Teoria da Forma]. Com Thomaz Farkas (1924), em 1949, criou o laboratório e os cursos de fotografia do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp.
Realiza a exposição Fotoformas em 1950, cujo título é referência à Gestalt. Sua trajetória artística o coloca na linha de frente da fotografia experimental. Em 1951, com bolsa do governo francês vai para Paris, onde estuda litografia na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], e gravura no ateliê de Stanley William Hayter (1901 - 1988).
Frequenta a Hochschule für Gestaltung - HfG [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher (1922) e conhece Max Bill (1908 - 1994), na época um dos principais teóricos da arte concreta. Voltou para São Paulo em 1952, e participou do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003), Lothar Charoux (1912 - 1987), entre outros. A partir de 1954, atua na área do desenho industrial e da comunicação visual: funda a Cooperativa Unilabor e a Hobjeto Móveis, para a produção de móveis, e a Form-Inform, empresa de criação de marcas e logotipos. Em 1966, participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945).
Análise
Geraldo de Barros estuda com Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999) de 1945 a 1947, ano em que funda com este último o Grupo 15, composto de quinze pintores em sua maioria de origem japonesa. Inicialmente sua pintura se aproxima de tendências expressionistas, período que entra em contato com reproduções de obras de Paul Klee (1879 - 1940) e Wassily Kandinsky (1866 - 1914), o que o leva a se interessar pela Bauhaus e pelo desenho industrial.
Inicia pesquisa em fotografia em 1946 e no ano seguinte passa a frequentar o Foto Cine Clube Bandeirante, principal núcleo da fotografia moderna no Brasil. Geraldo de Barros, junto com Thomaz Farkas (1924), German Lorca (1922) e José Yalenti, cada um com uma pesquisa individual, questionam a fotografia de tradição pictorialista amadora e acadêmica no Brasil que valorizava regras de composição clássica.
Sua experiência investiga os limites do processo fotográfico tradicional ao realizar intervenções diretamente no negativo, múltiplas exposições da mesma película, sobreposições, montagens e recortes das ampliações que questionam o formato retangular da fotografia.
Em 1949, organiza, com Farkas, o laboratório fotográfico do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, o que lhe possibilita uma pesquisa fora do clube. A partir de então sua produção se aproxima de pesquisas formais em o que interessa são os ritmos e planos que muitas vezes se projetam para o espaço além da moldura. No ano seguinte, realiza no próprio Masp, a antológica exposição Fotoformas, em que funde completamente gravura, desenho e fotografia, inaugurando a abstração na fotografia brasileira.
Ganha bolsa do governo francês e estuda gravura e artes gráficas na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], em Paris, em 1951. No mesmo ano, frequenta a Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, onde vigoram as teorias concretistas do suíço Max Bill (1908 - 1994). Esse encontro é importante para o desenvolvimento da arte concreta no Brasil. Obtém o prêmio aquisição na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Já no Brasil participa com Anatol Wladyslaw (1913 - 2004), Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003) e Lothar Charoux (1912 - 1987) do Grupo Ruptura, que marca o início da arte concreta no Brasil. Em contato com as teorias da Gestalt, busca estabelecer uma unidade estrutural da obra com rigorosa vontade de ordenação regulada por princípios matemáticos.
Sua preocupação com o papel social do artista e com as possibilidades de uma arte feita para atingir um público mais amplo ganha corpo em 1954, quando ligado a um grupo socialista, funda com o Frei João Batista a Unilabor, cooperativa que fabrica móveis, mantém escola de arte infantil e posto de saúde. Aos poucos passa da produção artesanal para uma organização industrial. Ganha concurso para o cartaz do 4º Centenário de São Paulo e com Alexandre Wollner (1928) realiza cartaz para o Festival Internacional de Cinema.
Bastante ligado ao design e um tanto afastado da pintura, em 1957 funda com Wollner e Rubem Martins, a Form-Inform, escritório de design onde cria diversas marcas e logotipos. Com o fim da cooperativa Unilabor, em 1964, funda a Hobjeto Móveis.
Em 1966, participa do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945), responsáveis pelos primeiros happenings em São Paulo.
Sua produção a partir de meados dos anos 1960 se aproxima de tendências pop e da nova figuração. Nos anos 1970, retoma sua pesquisa iniciada com a arte concreta e realiza obras geométricas tendo como suporte à fórmica, o que permite sua reprodução em grande escala.
O que lhe interessa é a socialização da arte e obter uma série a partir de um projeto. Suas obras são protótipos construídos com poucas formas, o que possibilita sua reprodução com perfeição.
A partir da década de 1980 volta à fotografia e trabalha na série Sobras, em que realiza diversas interferências gráficas sobre negativos, retomando sua pesquisa iniciada nos anos 1940 a partir de sobras de material fotográfico.
Críticas
"Geraldo vê, em certos aspectos ou elementos do real, especialmente nos detalhes geralmente escondidos, sinais abstratos fantasiosos olímpicos: linhas que gosta de entrelaçar com outras linhas numa alquimia de combinações mais ou menos imprevistas e às vezes ocasionais, que acabam sempre compondo harmonias formais agradáveis.
A composição é, para Geraldo, um dever, ele a organiza escolhendo no milhão de segmentos lineares que percebe, sobrepondo negativo sobre negativo, modulando os tons de suas únicas cores que são o branco e o preto, reforçando as tintas naquele seu trabalho de laboratório tão cuidado e agradável" — Pietro Maria Bardi (Bardi, Pietro Maria. Fotoforma. In: AMARAL, Aracy (Org.). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM, 1977. p. 207. [Texto publicado originalmente em 1950, no catálogo da exposição Fotoforma, realizada no Masp]).
"Em 1952, novamente em São Paulo, renova seus contatos com Cordeiro em torno das discussões da elaboração do manifesto 'Ruptura'. Ambos produzem quadros que podem ser considerados abstratos geométricos e ambos os denominam arte concreta. Porém a fundamentação teórica por trás de cada um deles é diversa. A de Cordeiro (...) baseia-se principalmente nos teóricos europeus já mencionados (Kandinsky, Mondrian etc.), e seu pensamento político é orientado pela concepção do 'intelectual dirigente' de Antônio Gramsci. Geraldo de Barros norteia-se pela interpretação dada por Mário Pedrosa à Gestalt, que pretende atingir o espectador sem a mediação do intelecto, tornando-se universalmente compreensível. (...) Ele quer democratizar a arte na medida em que pretende que o objeto artístico seja acessível às massas, procurando conseguir isso criando desenhos que são projetos que poderão facilmente ser transformados em protótipos de projetos industriais e passíveis de serem produzidos em grande número" — Gabriela Suzana Wilder
(WILDER, Gabriela Suzana. Waldemar Cordeiro: pintor vanguardista, difusor, crítico de arte, teórico e líder do movimento concretista nas artes plásticas em São Paulo, na década de 50. São Paulo: ECA/USP, 1982. (Mestrado). p. 48-49).
"Geraldo de Barros, o pintor figurativo de tons e desenho realçado do Grupo dos 15, fez em 1948, nos livros de arte, a descoberta de Paul Klee (1879-1940), o que o levou a abeirar-se do mundo interior do mestre suíço-alemão. Este futuro membro do Grupo Concreto logo se peculiarizaria pela utilização de diferenciados canais expressivos: pintura, monotipia, gravura e fotografia. Por esta última é que se fez sua passagem da figuração para a abstração. Seus trabalhos da exposição Fotoforma, no Masp (1950), colocavam-se na seqüência dos fotogramas de Moholy-Nagy e outros artistas plásticos que redimensionaram a fotografia. Ao retornar de viagem à Europa (1951-1952), Geraldo de Barros foi um dos signatários do manifesto do Grupo Ruptura. Mais tarde, porém, ele romperia com Cordeiro e sua liderança. Sua contribuição é a de ter idealizado a pintura concreta através de protótipos, com obras que implicavam a produção multiplicável. (...) Como outros membros do concretismo paulista, voltar-se-ia com decisão para o 'industrial design', realizando marcas, logotipos e alguns cartazes - inclusive em colaboração com Alexandre Wollner (1928) - entre 1952 e 1954. Seus objetivos seriam depois concentrados no desenho de móveis. As soluções coletivistas de trabalho a que ambicionava o haviam conduzido à fundação da Unilabor. Outra organização industrial em que se empenhou foi a Form-Inform, antes de fazer surgir a Hobjeto. Nos anos 60 praticou a pintura pop, um excursus raro entre os concretos" — Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. p. 662-663).
"Enquanto tenta, na sua pintura, afastar-se da representação naturalista tradicional, a fotografia, para ele, representa não a transcrição do real, mas antes a possibilidade de revelar o invisível à vista, o ato de revelar mais e mais um caminho em direção a uma arte que não vem da retina.
E é, entre todos os assuntos que lhe chamam a atenção, sempre em nome do jogo de sombra e de luz que ele vai se interessar fatalmente, como Brassai, pelas fissuras, pelas asperezas, pelos grafites". — Charles Henri Favrod (FAVROD, Charles Henri. A Descoberta da Fotografia. In: BARROS, Geraldo de. Fotoformas: Geraldo de Barros, fotografia. São Paulo: Raízes, 1994. p. 7).
"Geraldo de Barros é um homem centrado no mundo, possui 'a consciência de um impulso que o impele ao uso da liberdade'; a afirmação é do amigo Mário Pedrosa, pressuposto básico à condição do artista na sociedade moderna: 'o exercício espiritual da Liberdade', liberdade que o artista inventa e retoma, inventor que é das evidências entre a arte e o homem. Artista à frente de seu tempo. Com a singularidade da mais pura percepção, utiliza-se da seriação e aproxima-se da comunicação visual e do design com a mesma radicalidade afetiva com que 'descobre' a foto, fragmenta o outdoor pop, revela o traço 'kleen' da gravura; com uma Rolleiflex na mão descobre a Arte; seus ensaios fotográficos revelam uma autonomia artística que irrompe o movimento concreto afora e atravessa seus feitos posteriores; o enigma da fotografia apontado por Roland Barthes - 'emblema de semelhantes' - é assim descartado: desconstrói a imagem significante, eminentemente imitativa; procura distanciar-se cada vez mais de sua literalidade e fazer mais que inventariar sentimentos analógicos; confia no erro, na sua contribuição; explora e domina o acaso, na busca da diferença; em certo momento, abandona a câmera e trabalha a luz diretamente sobre o fotograma. Sua construção fotográfica faz lembrar Carlos Drummond de Andrade - 'cristal do tempo no papel' - e a eminência da atitude do Artista: a capacidade de inovar.
Geraldo de Barros repassa aos trabalhos gráficos as noções de erro e acaso; suas litografias alimentam-se dos rótulos readymade das pedras no ateliê de Paris; nas águas-tintas e águas-fortes, alusões diretas a Klee, o suave vislumbre, a estrutura simples, quase astro, fragmentado no metal; as monotipias, campo vago que nasce da superfície entintada: campo vivo no papel - ao deslocar-se já é mancha, marca, sujeira, ausência a aflorar-se em ação una e vária, percurso de possíveis; o traço fino do papel carbono nos desenhos afronta ortodoxias; aproveita a pouca gramatura do papel e sua transparência para filtrar as cores, aplicando-as atrás dos desenhos; a cor é a ternura do tempo. . .
Geraldo de Barros, aos 72 anos, alerta: 'Basta à obra!' e proclama, no seu bom rumor costumeiro, que agora vai dedicar-se às 'sobras'. A vanguarda que se cuide!" — Sérgio Pizoli (PIZOLI, Sérgio. [Texto]. In: BARROS, Geraldo de. Precursor. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1996. p. 10).
Depoimentos
"(...) A Fotografia é para mim um processo de gravura. Defendi esse pensamento quando tentei introduzi-la como categoria artística, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Acredito também que é no 'erro', na exploração e domínio do acaso, que reside a criação fotográfica. Me preocupei em conhecer a técnica apenas o suficiente para me expressar, sem me deixar levar por excessivos virtuosismos.
(...) Acredito que a exagerada sofisticação técnica, o culto da perfeição técnica, leva a um empobrecimento dos resultados, da imaginação e da criatividade, o que é negativo para a arte fotográfica". — Geraldo de Barros (BARROS, Geraldo de. A Fotografia. In: ______. Fotoformas. São Paulo: Raízes, 1994. p. 11).
Acervos
Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil - São Paulo SP
Archivio Della Nuova Scrittura - Milão (Itália)
Coleção Pirelli/Masp de Fotografias - São Paulo SP
Fonds d'Art Contemporain de l'Etat de Genève (Suíça)
Fonds d'Art Contemporain de la Ville de Genève (Suíça)
Fundação Bienal de São Paulo - São Paulo SP
Fundação Cultural de Curitiba - Curitiba PR
Fundação Max Bill - Zurique (Suíça)
Fundación Patricia Phelps de Cisneros - Caracas (Venezuela)
Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Ludwig Museum - Colônia (Alemanha)
Musée d'Art Contemporain de Grenoble (Suíça)
Musée de l'Elysée - Lausane (Suíça)
Museu da Imagem e do Som - MIS/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu do Itamaraty - Brasília DF
Union de Banques Suisses
Exposições Individuais
1947 - São Paulo SP - Individual, no Theatro Municipal
1950 - Rio de Janeiro RJ - Fotoformas, no MEC/RJ
1950 - Salvador BA - Fotoformas, no MEC/BA
1950 - São Paulo SP - Fotoformas, no Masp
1952 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1954 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1965 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1965 - São Paulo SP - Individual, na Atrium Galeria de Arte
1977 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: 12 anos de pintura 1964 a 1976, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1987 - Glarus (Suíça) - Individual, na Galeria Tschudi
1989 - Campinas - Jogos de Dados, na - Galeria de Arte Unicamp
1989 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: retrospectiva de fotografias, no Musée de l'Elysée
1990 - Rio de Janeiro RJ - Jogos de Dados, no MAM/RJ
1990 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - São Paulo SP - Jogos de Dados, no MAM/SP
1991 - Milão (Itália) - Jogos de Dados, no Mercato del Sale
1991 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: o espaço do artista quando jovem, no Paço das Artes
1993 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: peintre et photographie, no Musée de l'Elysée
1993 - São Paulo SP - Individual, na Casa das Rosas
1994 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: fotógrafo, no MIS/SP
1995 - São Paulo SP - Fotoformas, na Galeria Camargo Vilaça
1996 - Campinas SP - Geraldo de Barros e o Concretismo, no Itaú Cultural
1996 - Curitiba PR - Desenhos de Luz, no Museu da Gravura
1996 - Curitiba PR - Geraldo de Barros: fotoformas, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1996 - Genebra (Suíça) - Geraldo de Barros: fotografias, na Alexandre Mottier Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros: precursor, no CCBB
1998 - Houston (Estados Unidos) - Individual, na Sicardi Sanders Gallery
1998 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: homenagem, no MIS/SP
Exposições Coletivas
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - menção honrosa
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1949 - São Paulo SP - Exposição do Grupo 15, no IAB/SP
1950 - Salvador BA - Salão Nacional de Arte Moderna da Bahia - menção honrosa
1951 - Paris (França) - Salon de Photographie à Paris et à Nantes
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Trianon - prêmio aquisição
1952 - Lion (França) - Cercle d'Art Photographique
1952 - São Paulo SP - Grupo Ruptura, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - prêmio aquisição
1954 - Berna (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstmuseum
1954 - Genebra (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Musée Rath de Genève
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - Zurique (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstgewerbemuseum
1955 - Brasil - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - França - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata
1955 - Suíça - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1956 - Paris (França) - Salão de Maio, no Palais de Tokyo
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Veneza (Itália) - 28ª Bienal de Veneza - prêmio aquisição
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1965 - São Paulo SP - Geraldo de Barros e Nelson Leirner, na Atrium Galeria de Arte
1965 - São Paulo SP - Propostas 65, no MAB/Faap
1966 - São Paulo SP - Descoberta da América, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Flash Back, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Galeria Rex: exposição inaugural, na Rex Gallery & Sons
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Esdi
1971 - São Paulo SP - Mobiliário Brasileiro, no Masp
1976 - São Paulo SP - O Desenho Jovem dos Anos 40, na Pinacoteca do Estado
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Os Grupos: a década de 40, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - Cidade do México (México) - 1ª Muestra de la Fotografia Latinoamericana Contemporanea, no Museo de Arte Moderno
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - Veneza (Itália) - Venezia' 79: la fotografia, na Comune di Venezia
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - O Design no Brasil: história e realidade, no Sesc Pompéia
1984 - Campinas SP - Geraldo de Barros e Hermelindo Fiaminghi, na Galeria de Arte da Unicamp
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no MAP
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Santo André SP - 13º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo
1989 - São Paulo SP - Mostra, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Dinamarca - Latinamerica' 92
1992 - São Paulo SP - 2ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1993 - São Paulo SP - 1º Mês Internacional de Fotografia, no Sesc Pompéia
1993 - São Paulo SP - Ingresso para a Modernidade, no Espaço Arte Morumbi Shopping
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - San Francisco (Estados Unidos) - Contemporary Brazilian Photography: a selection of photographs from the collection of Joaquim Paiva, no Center for the Arts Yerba Buena Gardens
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Rio de Janeiro RJ - Fotografia Brasileira Contemporânea, no CCBB
1996 - Colônia (Alemanha) - Neuerwerbungen Photosammlung, no Museum Ludwig
1996 - Lausanne (Suíça) - Collection Musées Suisses, no Musée de l'Elysée
1996 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: the thinking photography, no Rochester Institute of Technology. College of Imaging Arts and Sciences. School of Photographic Arts and Sciences. MFA - Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - 4º Studio Unesp Sesc Senai de Tecnologias de Imagens, no Sesc Pompéia
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Grenoble (França) - Exposition d'Èté: collections 1950-1955, no Musée de Grenoble
1997 - São Paulo SP - Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas
1998 - Houston (Estados Unidos) - 7º FotoFest 1998
1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte, no MAM/SP
Exposições Póstumas
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - Texas (Estados Unidos) - The Joaquim Paiva Collection, FotoFest 1998
1999 - Colônia (Alemanha) - Geraldo de Barros: fotoformas, no Museum Ludwig
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Enigmas, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Fotocolecionismo, na Galeria Luisa Strina
1999 - São Paulo SP - Fotografias, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Parallèle, na Galeria Brito Cimino
1999 - Seatle (Estados Unidos) - Photography of Hope, na Benham Studio Gallery
1999 - Wolfsburg (Alemanha) - Brasilianische Fotografie 1946 bis 1998, no Kunstmuseum Wolfsburg
2000 - Basiléia (Suíça) - Messe Basel 2000, na Galerie Eric Frank
2000 - Campinas SP - Geraldo de Barros: sobras 1996-1998, no Itaú Cultural
2000 - Lausanne (Suíça) - Sobras, no Musée de l'Elysée
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Madri (Espanha) - Heterotopias: medio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Messe Basel 2000, na Galeria Brito Cimino
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Belo Horizonte MG - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Campinas SP - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Artefoto, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - A Linha Como Estrutura da Forma, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Cidadeprojeto / cidadeexperiência, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Fotografias no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Grupo Ruptura: revisitando a exposição inaugural, no Centro Universitário Maria Antonia
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralela, Galpão localizado na Avenida Matarazzo, 530, São Paulo
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Visões e Alumbramentos: fotografia contemporânea brasileira da coleção Joaquim Paiva, na Oca
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Brasília DF - Artefoto, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Lurixs Arte Contemporânea: exposição inaugural, na Galeria Lurix Arte Contemporânea
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Porto Alegre RS - Olho Vivo: a arte da fotografia, no Santander Cultural
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, na Galeria Brito Cimino
2005 - Belém PA - Salão Arte Pará, na Fundação Romulo Maiorana
2005 - Porto Alegre RS - Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Artecontemporânea, na Mercedes Viegas Arte Contemporânea
2006 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros, na Lurixs: Arte Contemporânea
2006 - São Paulo SP - Veracidade, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, na Oca
2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no MAM/SP
2007 - São Paulo SP - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil, no Itaú Cultural
2007 - São Paulo SP - Fragmentos: modernismo da fotografia brasileira, Galeria Bergamin
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Quetão, no Instituto Tomie Ohtake
2007 - Uberlândia MG - Veracidade: fotografias do acervo do MAM, no Museu Universitário de Arte
2007 - São Paulo SP - Recortar e Colar | CtrlC CtrlV, no Sesc Pompéia
2008 - São Paulo SP - Fotoformas e Suas Margens, no Centro Universitário Maria Antonia
2008 - São Paulo SP - Ruptura, Frente e Ressonâncias, na Galeria Berenice
Fonte: GERALDO de Barros. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Histórico
Geraldo de Barros iniciou sua carreira dedicando-se à pintura de figura e paisagens mas tornou-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Foi um dos pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil, além de ser considerado um dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro. As imagens de Geraldo de Barros se formam a partir da desconstrução, onde o efêmero, o fragmento, o tempo, o descontínuo, e a ação estão presentes. A partir da reordenação de elementos, o artista cria uma nova composição. Em seus trabalhos, estão sempre presentes as questões sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entre a arte e a sociedade.
Foi fundador e membro de grandes e importantes movimentos e associações artísticas como o Grupo 15, a Galeria Rex, o Grupo Ruptura, o grupo FormInform, a cooperativa de produção de móveis Unilabor, e a indústria de móveis Hobjeto.
Coerente em sua trajetória, seus trabalhos estão conectados ao contexto histórico, político e artístico do período em que foram desenvolvidos. Foi da geometria à arte pop, voltando à geometria, mas sempre ligado ao desenho industrial e a fotografia. Ao entrar em contato com a fotografia se apaixona, seu olhar se aguça, passa a criar interferências, recriar a imagem. Sofrendo influências do movimento construtivista e da arte concreta, muda sua visão de representação da realidade e lhe aplica novas regras. Suas fotoformas representam uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dá a ela novas possibilidades, onde esta deixa o campo da mera representação e passa a ser considerada uma nova linguagem artística. Explora ao máximo todas as possibilidades de manipulação do negativo. A fotografia lhe permitia a possibilidade do erro, e para Geraldo era importante errar.
Geraldo abandonou a fotografia por alguns anos e dedicou-se a outras artes e ao design. Em 1996, após ter sofrido diversas isquemias cerebrais e com suas funções motoras totalmente debilitadas, retoma seu processo fotográfico e com a ajuda de sua assistente, a fotógrafa Ana Moraes, realiza sua última produção: Sobras.
Trabalhos e influências
Em um catálogo da exposição de seus quadros da Arte Pop, Radha Abramo faz um panorama sobre a vida profissional de Geraldo de Barros, cuja capacidade de organizar trabalhos em equipe expressava “o sentimento do homem em relação ao mundo”. Para ele o trabalho em grupo e o relacionamento entre as pessoas eram fundamentais e os seus trabalhos sempre buscavam atingir a massa. “Seus instrumentos de trabalho são os da comunicação de massa, pois trabalha o cartaz, a foto, o design, a pintura e o outdoor”.
Geraldo de Barros inicia sua vida artística nos anos de 1945, onde neste período estuda desenho e pintura com Clóvis Graciano, Collete Pujol e Yoshioka Takaoka. Como a maioria dos artistas da época, suas pinturas eram figurativas e de paisagens. Mesmo antes de seu trabalho como fotógrafo e do surgimento da arte concreta foi reconhecido como um dos artistas a trazer em seus trabalhos a questão da abstração. Nesse período ele toma contato com os ideais do construtivismo e da arte abstrata europeia das décadas de 1920 e 1930.
Em sentido amplo, a arte abstrata ou abstracionismo tinha a intenção de expressar uma arte sem qualquer intenção figurativa. Deu-se a partir das atividades de vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusavam a representação da natureza. As características desse movimento eram principalmente a decomposição da figura, a simplificação da forma, a não utilização da perspectiva e da luz e sombra da maneira convencional.
A partir da década de 1930, inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, como, Kandinsky nas vanguardas russas, Paul Klee na Alemanha, no suprematismo, que defendia uma metódica pesquisa na estrutura da imagem, seguido por Rodchenko no construtivismo onde as obras eram pensadas como construções e não como representações, assemelhando-se a arquitetura em termos de materiais, trabalhando a geometria e herdando características do abstracionismo. Outros artistas que foram influenciados foram Piet Mondrian e Theo Van Desburg no movimento De Stijl.
Durante os anos de 1946 e 1947, Geraldo de Barros inicia suas pesquisas no campo da fotografia. Nesta mesma época, após ajudar a fundar o Grupo 15, começa a experimentar a fotografia. Improvisa um laboratório junto com seu amigo Athaíde de Barros e, com o intuito de aprofundamento em seus conhecimentos, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirante. Ainda neste período Geraldo também toma contato com experimentações fotográficas praticadas na Europa e Estados Unidos, representadas por nomes como Man Ray e Moholy Nagy. Man Ray começa suas experiências com a fotografia em 1915, mas somente a partir de 1921, quando se integra ao Dadaísmo em Paris junto a Marcel Duchamp, é que se dedica seriamente à experimentação fotográfica, que para ele era uma forma mais rápida para atingir a revitalização da arte.
Man Ray apropriava-se de objetos reais e recontextualizava-os em uma nova realidade. Foi certamente, um dos fotógrafos que mais produziu fotogramas, que eram em sua grande maioria, feitos a partir de objetos translúcidos, usados para obter efeitos visuais diversos. Ele manipulava a luz em sua intensidade, direção e duração, produzindo formas inesperadas, com efeitos de volume e densidade. Com a utilização de sombras, conseguiu criar uma ideia de tridimensionalidade num processo em que, quase sempre, obtinha planos como resultados. Criou assim uma das obras mais originais de sua época, que influenciaria toda a arte contemporânea.
Lazlo Moholy-Nagy teve contato com movimentos artísticos como dadaísmo, futurismo e construtivismo e na década de 20, iniciou suas experiências fotográficas. Graças a sua base teórica e visão eclética, na qual deixava claro que não existiam limites entre fotografia, arquitetura e pintura, inovou a trabalhar com a fotografia sem a utilização da máquina, somente através do fotograma. Atuou na Bauhaus, na Alemanha, e na School of Design nos Estados Unidos, ambas escolas de design, onde continuou atuando e contribuindo teoricamente com a fotografia e outras áreas da arte.
Influenciado por esses artistas, Geraldo passa a frequentar assiduamente a Biblioteca Municipal de São Paulo, lugar onde se podia entrar em contato com a arte moderna. Ao conhecer Mário Pedrosa, em 1948, conhece a teoria da Gestalt, teoria geral da forma, o que influenciaria e mudaria definitivamente as características de sua produção. Na Gestalt o desenho não representa uma ideia visível e objetiva, as imagens se formam através de fatores como o equilíbrio, clareza, harmonia visual, entre outros. A partir daí, a forma, para Geraldo passa a ser o mais importante.
Em 1949, fica responsável pela organização do laboratório de fotografia do Museu de Arte de São Paulo (MASP), e assim neste ambiente, em 1950 sob o raciocínio estético do concretismo já em voga no Brasil, realiza sua exposição Fotoformas que representou uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dando a ela novas possibilidades, deixando o mero campo da representação e passando a ser considerada uma nova linguagem artística.
Geraldo representa um corte no processo da fotografia no Brasil, no entanto constrói uma outra possibilidade para a fotografia, e ao mesmo tempo fazendo uma correlação com as demais artes visuais, pondo, digamos, uma complexidade conceitual que a fotografia até então não tinha.
Seus trabalhos não eram criados ao acaso, havia um processo, um estudo, uma ideia trabalhada, iam além da simples escolha do fragmento ou da sua composição, possuíam uma atitude em relação ao mundo, um espírito comunitário. Tinha a consciência de que seu trabalho era inovador e graças a esta exposição recebe uma bolsa de estudos do governo francês. Ele pede uma licença de um ano do Banco do Brasil, onde até então trabalhava. Vai a Paris estudar litografia na Escola Nacional Superior de Belas Artes e gravura no ateliê de Stanley William Hayter, frequenta a Escola Superior da Forma, em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher e conhece Max Bill, um dos principais teóricos da arte concreta.
Em 1952 volta a São Paulo e ajuda a fundar o Grupo Ruptura, grupo que tinha o intuito de renovar as artes plásticas e também integra a exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). A mostra Do figurativismo ao abstracionismo, do Grupo Ruptura, tinha por objetivo introduzir e receber o reconhecimento do movimento da arte abstrata e concreta como arte, o que até então não acontecia, pois a maior parte dos artistas era contra a geometrização da arte, sendo a favor da arte de cunho figurativo. Durante a exposição distribuíram um texto impresso assinado pelos artistas participantes, onde divulgavam uma nova arte que privilegiasse a renovação dos valores essenciais da arte visual.
O manifesto causou bastante polêmica e causou manifestações contrárias de outros grupos, pois apoiava a arte geométrica e as ligações entre a arte e a comunicação visual e da representação da biodimensionalidade. A partir daí e graças ao grupo a arte abstrata e arte concreta passaram a ser discutidas e a serem reconhecidas e distintas, o abstracionismo definido como um tipo de arte em formas naturais são geometrizadas às vezes de modo intuitivo, e o concretismo como a arte que não quer representar nenhum elemento fora de si, ou seja, apenas aqueles intrínsecos à própria obra. O grupo Ruptura foi um dos grandes, se não o maior articulador do Concretismo no Brasil.
Ainda neste mesmo ano a cidade se preparava para o 4º centenário, Geraldo tinha consigo um desenho que havia produzido em Paris, cujo título era: “uma cidade a conquistar”. Com a colaboração de Alexandre Wollner, realiza os cartazes do festival, e consegue o primeiro lugar ou o primeiro prêmio nos concursos realizados durante o festival.
A partir de 1954 ajuda a fundar a cooperativa de trabalho Unilabor, desempenhando papel de grande importância no desenho industrial. Apresentado por Maria Clara Machado ao padre João Batista, visita oficina do mesmo e sugere a ele que monte ali uma marcenaria, que se desenvolvesse ali uma oficina de móveis. Assim surge a Unilabor, que visava produzir móveis com uma nova proposta de design.
Geraldo desenvolveu o nome, o logotipo e fez projetos dos móveis. Na Unilabor os empregados tinham participação na direção e nos lucros da empresa, e lhes era oferecido aulas de arte e desenho industrial, e tudo era discutido em torna da forma, da função e do modo de produção, segundo os conceitos de beleza e utilidade.
Geraldo tinha como intuito socializar arte, e a maneira que encontrou de atingir este objetivo foi através da criação de móveis. Desenhava o objeto, o desenvolvia e o vendia, qualquer pessoa podia comprá-lo e levá-lo para casa e usá-lo da maneira que melhor lhe conviesse. Seu objeto de criação girava em torno do homem, sua criação tinha um comprometimento social. Suas obras tinham o objetivo da seriação e do consumo em larga escala, a arte para todos. A arte concreta era uma proposta de socialização da arte e através dela deveria chegar-se ao espectador sem exclusões ou elitismos, através de uma linguagem única e universal. Ao notar que talvez, através da arte seu objetivo de levá-la à massa seria muito difícil ou até impossível, devido ao alto preço pelos quais os móveis eram comercializados Geraldo de Barros passa a se dedicar ao desenho industrial em companhia de Rubem Martins, Walter Macedo e Alexandre Wollner, funda o escritório Forminform para a prática do desenho industrial e comunicação visual em 1957, voltada para a criação de marcas e logotipos. Alguns anos mais tarde em associação com Aloísio Bione fundam a Hobjeto Indústria de Móveis (1964).
Em um período de crises econômicas e elevada inflação a Hobjeto teve bastante dificuldades para se manter no mercado, pois seus poucos clientes ansiavam por peças exclusivas, em consequência disto, para ocupar sua mão de obra, Geraldo desenhou pequenas mesas encaixáveis e carrinhos de chá, que não dependiam tanto das exigências de seus clientes habituais, peças que poderiam ser produzidas em larga escala e de menor custo. A situação só melhorou após a abertura da primeira loja da Hobjeto, em 1966, na cidade de São Paulo. Ainda na Década de 60, volta a explorar a figuração em suas obras. Com o país passando por grandes crises econômicas e meio à falência da Unillabor e a crise financeira da Hobjeto Geraldo retorna a praticar a pintura.
Seu trabalho agora é influenciado pela arte pop. Assim, ela produz uma série de outdoors, numa proposta de interlocução direta com a população. Passa a se apropriar de outdoors, os levava ao seu ateliê e os alterava, os recortes escolhidos dos outdoors eram colados em um suporte depois pintados em novas cores e após terminado os devolvia às ruas, para o público. Trazia da rua para dentro e de dentro para a rua, criava ai certo tipo de relação. Usa uma técnica mista: sobre o suporte de madeira mistura a pintura e a colagem de anúncios e cartazes. Vê se em seu processo o princípio da Gestalt, na medida em que retira parte de um todo tornando esta parte agora um novo todo.
No verão de 1966, surge a Galeria Rex. Com Nelson Leiner, Wesley Duke Lee, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende ajuda a fundar uma galeria organizada que era sinônimo de comportamento e estilo de vida. A produção artística deste grupo teve a importância de levantar questões a respeito do mercado de arte e da própria arte. Um ano após sua fundação a Rex acaba e o grupo se separa.
Durante o ano de 1977, retorna à geometria e aos conceitos da arte concreta relacionando formas no espaço em busca de ritmo, contraponto e harmonia. Volta ao conceito da seriação, passa a usar a fórmica como suporte, o que lhe permitia produzir a obra em grandes quantidades. Aqui Geraldo explora o traço correndo sobre o papel, compõe figuras e cenas que exploram o uso da luz e sombra, ritmo, criação e movimento.
Na fase final de sua vida, com a saúde extremamente comprometida, Geraldo retoma seu trabalho de intervenção da fotografia. O que mais tarde viria a ser chamado de “Sobras” surgiu a partir do momento em que, segundo sua filha Fabiana de Barros, ao vasculhar algumas gavetas ela encontra uma grande gama de fotografias realizadas pelo pai.
Em maior parte estas imagens e negativos eram de registros familiares de viagens e paisagens. Segundo Nakamura as composições eram geometricamente estruturadas, porém, com um toque de um lirismo, bem parecidas com as brincadeiras de recorte e colagem feitas pelas crianças e, como as crianças, Geraldo sempre se manteve receptivo as mais diferentes manifestações e descobertas em qualquer área. Sem medo de ousar e de experimentar, acreditava sobretudo, na “liberdade como norteadora da vida”.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Itaú Cultural. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Geraldo de Barros (Chavantes, SP, 27 de fevereiro de 1923 - São Paulo, SP, 17 de maio de 1998), foi um fotógrafo, pintor, gravador, artista gráfico, designer de móveis e desenhista brasileiro. Além da fotografia e da pintura, sua obra se estende também à gravura, às artes gráficas e ao desenho industrial. Foi um dos expoentes da vanguarda da arte brasileira, precursor da arte concreta e pioneiro da fotografia abstrata. Também atuou como designer de móveis desde meados dos anos 50 na Unilabor até o final dos anos 80 na Hobjeto, profundamente envolvido tanto na função do design quanto na estrutura social da economia em que atuava. Pioneiro na fotografia contemporânea, Geraldo perpassou pelo comum, abstrato e resultou em trabalhos únicos como a série Sobras, onde manipulava e reconstruia imagens a partir de negativos. Seu trabalho já foi exposto em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional. Obteve o prêmio aquisição na 1ª e 2ª Bienal Internacional de São Paulo, 28ª Bienal de Veneza (Itália) e a 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty.
Biografia — Geraldo de Barros
Geraldo de Barros construiu uma vasta obra onde revela sua abordagem da criação artística, percepção da imagem e o papel da arte na sociedade. A originalidade, especificidade e atualidade do seu trabalho, desde a Arte Concreta à fotografia abstrata e ao design modular, são hoje reconhecidas nacional e internacionalmente.
Geraldo de Barros tem vinte e dois anos quando inicia seus estudos de desenho e pintura na Associação Paulista de Belas Artes de São Paulo (1945).
Em sua busca por representações inovadoras, Geraldo de Barros se distancia de uma representação figurativa expressionista e se interessa cada vez mais pela abstração. Incentivado por Mário Pedrosa (1900-1981), descobre a arte de Paul Klee (1879-1940) e a teoria da Gestalt. Nessa época, ele também começa a praticar a fotografia e sua maneira original de abordar esse meio o levou como pioneiro da fotografia abstrata brasileira.
O caráter único das fotografias apresentadas na exposição Fotoforma no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1951) permite que Geraldo Barros receba uma bolsa do governo francês, dando-lhe a oportunidade de permanecer por um ano na Europa. Nesse período conhece François Morellet, Max Bill, Morandi, estuda gravura em Paris e mergulha nos originais de Paul Klee.
De volta ao Brasil, Geraldo de Barros inicia um período de intensa atividade, fruto de suas experiências com a fotografia e impregnado dos preceitos geométricos e matemáticos descobertos com a Arte Concreta. Junto com outros artistas, fundou em São Paulo o grupo de Arte Concreta Ruptura (1952), movimento que visa a inserção da pintura e das artes no contexto de modernização que o país vive.
Influenciado por sua visita a Otl Aicher em Ulm e entendendo que o potencial dos preceitos da Bauhaus pode contribuir para a inserção da arte na sociedade, Geraldo de Barros participa da fundação da Unilabor (1954-1964), comunidade trabalhista onde é projetando móveis modulares em uma abordagem social. A Unilabor é inovadora no contexto brasileiro não só pelo design criado por de Barros, mas também pela gestão cooperativa em que todos os trabalhadores compartilham suas decisões e benefícios.
Com a imposição da ditadura no país, a Unilabor chega ao fim e Geraldo de Barros cria a fábrica Hobjeto (1964-1979) onde desenvolve seu projeto modular em maior escala.
Assumindo uma postura mais crítica em relação à arte, Geraldo de Barros criou uma série de pinturas utilizando a estética da Pop Art. Diferentemente do que é praticado nos Estados Unidos, a Pop Art brasileira se afirma por meio do compromisso social e político. Em 1966, fundou o Rex Gallery Group reunindo artistas interessados nas ideias dos movimentos Dada, Pop Art e Happenings.
Em seguida, ele cria pinturas de grande formato que são produzidas dentro de sua fábrica de móveis a partir de outdoors que ele se apropria e repinta. Interessado pelas noções de escala e industrialização, Geraldo de Barros retoma no final da década de 1970 os preceitos da Arte Concreta que combina com os da indústria, dando origem a uma nova série de pinturas utilizando a fórmica como suporte principal.
Acometido por um primeiro golpe que o paralisa parcialmente, Geraldo de Barros se aposenta de Hobjeto (1979), mas continua a desenvolver seu trabalho artístico.
Representante brasileiro na 42ª Bienal de Veneza, com curadoria de Arturo Schwartz (1924), mostra uma série de pinturas em fórmica intitulada Jogos de Dados (1986). Seu trabalho é então apresentado em diversas exposições no Brasil e no exterior, levando a uma ampla visibilidade internacional.
Em 1996, Geraldo de Barros, enfraquecido por golpes sucessivos, inicia um novo trabalho fotográfico com uma série intitulada Sobras, manipulando e reconstruindo imagens a partir de negativos de família. um pioneiro na fotografia contemporânea.
Fonte: Geraldo de Barros. Consultado pela última vez em 13 de maio de 2022.
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Biografia — Itaú Cultural
Estudou desenho e pintura, a partir de 1945, nos ateliês de Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999).
Em 1946, faz suas primeiras fotos com uma câmera construída por ele mesmo. Inicialmente, fotografava jogos de futebol na periferia de São Paulo. Ainda nesse período, realiza experimentações que consistem em interferências no negativo, como cortar, desenhar, pintar, perfurar, solarizar e sobrepor imagens. É um dos fundadores do Grupo 15, ateliê instalado no centro da cidade em 1947, onde constrói um laboratório fotográfico. No mesmo ano, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirantes - FCCB, principal núcleo da fotografia moderna brasileira.
Em 1948, por intermédio do crítico Mário Pedrosa (1900 - 1981), conhece a Gestalt Theorie [Teoria da Forma]. Com Thomaz Farkas (1924), em 1949, criou o laboratório e os cursos de fotografia do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp.
Realiza a exposição Fotoformas em 1950, cujo título é referência à Gestalt. Sua trajetória artística o coloca na linha de frente da fotografia experimental. Em 1951, com bolsa do governo francês vai para Paris, onde estuda litografia na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], e gravura no ateliê de Stanley William Hayter (1901 - 1988).
Frequenta a Hochschule für Gestaltung - HfG [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher (1922) e conhece Max Bill (1908 - 1994), na época um dos principais teóricos da arte concreta. Voltou para São Paulo em 1952, e participou do Grupo Ruptura, ao lado de Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003), Lothar Charoux (1912 - 1987), entre outros. A partir de 1954, atua na área do desenho industrial e da comunicação visual: funda a Cooperativa Unilabor e a Hobjeto Móveis, para a produção de móveis, e a Form-Inform, empresa de criação de marcas e logotipos. Em 1966, participa da criação do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945).
Análise
Geraldo de Barros estuda com Clóvis Graciano (1907 - 1988), Yoshiya Takaoka (1909 - 1978) e Colette Pujol (1913 - 1999) de 1945 a 1947, ano em que funda com este último o Grupo 15, composto de quinze pintores em sua maioria de origem japonesa. Inicialmente sua pintura se aproxima de tendências expressionistas, período que entra em contato com reproduções de obras de Paul Klee (1879 - 1940) e Wassily Kandinsky (1866 - 1914), o que o leva a se interessar pela Bauhaus e pelo desenho industrial.
Inicia pesquisa em fotografia em 1946 e no ano seguinte passa a frequentar o Foto Cine Clube Bandeirante, principal núcleo da fotografia moderna no Brasil. Geraldo de Barros, junto com Thomaz Farkas (1924), German Lorca (1922) e José Yalenti, cada um com uma pesquisa individual, questionam a fotografia de tradição pictorialista amadora e acadêmica no Brasil que valorizava regras de composição clássica.
Sua experiência investiga os limites do processo fotográfico tradicional ao realizar intervenções diretamente no negativo, múltiplas exposições da mesma película, sobreposições, montagens e recortes das ampliações que questionam o formato retangular da fotografia.
Em 1949, organiza, com Farkas, o laboratório fotográfico do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp, o que lhe possibilita uma pesquisa fora do clube. A partir de então sua produção se aproxima de pesquisas formais em o que interessa são os ritmos e planos que muitas vezes se projetam para o espaço além da moldura. No ano seguinte, realiza no próprio Masp, a antológica exposição Fotoformas, em que funde completamente gravura, desenho e fotografia, inaugurando a abstração na fotografia brasileira.
Ganha bolsa do governo francês e estuda gravura e artes gráficas na École National Superiéure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], em Paris, em 1951. No mesmo ano, frequenta a Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha, onde vigoram as teorias concretistas do suíço Max Bill (1908 - 1994). Esse encontro é importante para o desenvolvimento da arte concreta no Brasil. Obtém o prêmio aquisição na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.
Já no Brasil participa com Anatol Wladyslaw (1913 - 2004), Waldemar Cordeiro (1925 - 1973), Luiz Sacilotto (1924 - 2003) e Lothar Charoux (1912 - 1987) do Grupo Ruptura, que marca o início da arte concreta no Brasil. Em contato com as teorias da Gestalt, busca estabelecer uma unidade estrutural da obra com rigorosa vontade de ordenação regulada por princípios matemáticos.
Sua preocupação com o papel social do artista e com as possibilidades de uma arte feita para atingir um público mais amplo ganha corpo em 1954, quando ligado a um grupo socialista, funda com o Frei João Batista a Unilabor, cooperativa que fabrica móveis, mantém escola de arte infantil e posto de saúde. Aos poucos passa da produção artesanal para uma organização industrial. Ganha concurso para o cartaz do 4º Centenário de São Paulo e com Alexandre Wollner (1928) realiza cartaz para o Festival Internacional de Cinema.
Bastante ligado ao design e um tanto afastado da pintura, em 1957 funda com Wollner e Rubem Martins, a Form-Inform, escritório de design onde cria diversas marcas e logotipos. Com o fim da cooperativa Unilabor, em 1964, funda a Hobjeto Móveis.
Em 1966, participa do Grupo Rex, com Wesley Duke Lee (1931), Nelson Leirner (1932), Carlos Fajardo (1941), Frederico Nasser (1945) e José Resende (1945), responsáveis pelos primeiros happenings em São Paulo.
Sua produção a partir de meados dos anos 1960 se aproxima de tendências pop e da nova figuração. Nos anos 1970, retoma sua pesquisa iniciada com a arte concreta e realiza obras geométricas tendo como suporte à fórmica, o que permite sua reprodução em grande escala.
O que lhe interessa é a socialização da arte e obter uma série a partir de um projeto. Suas obras são protótipos construídos com poucas formas, o que possibilita sua reprodução com perfeição.
A partir da década de 1980 volta à fotografia e trabalha na série Sobras, em que realiza diversas interferências gráficas sobre negativos, retomando sua pesquisa iniciada nos anos 1940 a partir de sobras de material fotográfico.
Críticas
"Geraldo vê, em certos aspectos ou elementos do real, especialmente nos detalhes geralmente escondidos, sinais abstratos fantasiosos olímpicos: linhas que gosta de entrelaçar com outras linhas numa alquimia de combinações mais ou menos imprevistas e às vezes ocasionais, que acabam sempre compondo harmonias formais agradáveis.
A composição é, para Geraldo, um dever, ele a organiza escolhendo no milhão de segmentos lineares que percebe, sobrepondo negativo sobre negativo, modulando os tons de suas únicas cores que são o branco e o preto, reforçando as tintas naquele seu trabalho de laboratório tão cuidado e agradável" — Pietro Maria Bardi (Bardi, Pietro Maria. Fotoforma. In: AMARAL, Aracy (Org.). Projeto construtivo brasileiro na arte: 1950-1962. Rio de Janeiro: MAM, 1977. p. 207. [Texto publicado originalmente em 1950, no catálogo da exposição Fotoforma, realizada no Masp]).
"Em 1952, novamente em São Paulo, renova seus contatos com Cordeiro em torno das discussões da elaboração do manifesto 'Ruptura'. Ambos produzem quadros que podem ser considerados abstratos geométricos e ambos os denominam arte concreta. Porém a fundamentação teórica por trás de cada um deles é diversa. A de Cordeiro (...) baseia-se principalmente nos teóricos europeus já mencionados (Kandinsky, Mondrian etc.), e seu pensamento político é orientado pela concepção do 'intelectual dirigente' de Antônio Gramsci. Geraldo de Barros norteia-se pela interpretação dada por Mário Pedrosa à Gestalt, que pretende atingir o espectador sem a mediação do intelecto, tornando-se universalmente compreensível. (...) Ele quer democratizar a arte na medida em que pretende que o objeto artístico seja acessível às massas, procurando conseguir isso criando desenhos que são projetos que poderão facilmente ser transformados em protótipos de projetos industriais e passíveis de serem produzidos em grande número" — Gabriela Suzana Wilder
(WILDER, Gabriela Suzana. Waldemar Cordeiro: pintor vanguardista, difusor, crítico de arte, teórico e líder do movimento concretista nas artes plásticas em São Paulo, na década de 50. São Paulo: ECA/USP, 1982. (Mestrado). p. 48-49).
"Geraldo de Barros, o pintor figurativo de tons e desenho realçado do Grupo dos 15, fez em 1948, nos livros de arte, a descoberta de Paul Klee (1879-1940), o que o levou a abeirar-se do mundo interior do mestre suíço-alemão. Este futuro membro do Grupo Concreto logo se peculiarizaria pela utilização de diferenciados canais expressivos: pintura, monotipia, gravura e fotografia. Por esta última é que se fez sua passagem da figuração para a abstração. Seus trabalhos da exposição Fotoforma, no Masp (1950), colocavam-se na seqüência dos fotogramas de Moholy-Nagy e outros artistas plásticos que redimensionaram a fotografia. Ao retornar de viagem à Europa (1951-1952), Geraldo de Barros foi um dos signatários do manifesto do Grupo Ruptura. Mais tarde, porém, ele romperia com Cordeiro e sua liderança. Sua contribuição é a de ter idealizado a pintura concreta através de protótipos, com obras que implicavam a produção multiplicável. (...) Como outros membros do concretismo paulista, voltar-se-ia com decisão para o 'industrial design', realizando marcas, logotipos e alguns cartazes - inclusive em colaboração com Alexandre Wollner (1928) - entre 1952 e 1954. Seus objetivos seriam depois concentrados no desenho de móveis. As soluções coletivistas de trabalho a que ambicionava o haviam conduzido à fundação da Unilabor. Outra organização industrial em que se empenhou foi a Form-Inform, antes de fazer surgir a Hobjeto. Nos anos 60 praticou a pintura pop, um excursus raro entre os concretos" — Walter Zanini (ZANINI, Walter, org. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles, Fundação Djalma Guimarães, 1983. p. 662-663).
"Enquanto tenta, na sua pintura, afastar-se da representação naturalista tradicional, a fotografia, para ele, representa não a transcrição do real, mas antes a possibilidade de revelar o invisível à vista, o ato de revelar mais e mais um caminho em direção a uma arte que não vem da retina.
E é, entre todos os assuntos que lhe chamam a atenção, sempre em nome do jogo de sombra e de luz que ele vai se interessar fatalmente, como Brassai, pelas fissuras, pelas asperezas, pelos grafites". — Charles Henri Favrod (FAVROD, Charles Henri. A Descoberta da Fotografia. In: BARROS, Geraldo de. Fotoformas: Geraldo de Barros, fotografia. São Paulo: Raízes, 1994. p. 7).
"Geraldo de Barros é um homem centrado no mundo, possui 'a consciência de um impulso que o impele ao uso da liberdade'; a afirmação é do amigo Mário Pedrosa, pressuposto básico à condição do artista na sociedade moderna: 'o exercício espiritual da Liberdade', liberdade que o artista inventa e retoma, inventor que é das evidências entre a arte e o homem. Artista à frente de seu tempo. Com a singularidade da mais pura percepção, utiliza-se da seriação e aproxima-se da comunicação visual e do design com a mesma radicalidade afetiva com que 'descobre' a foto, fragmenta o outdoor pop, revela o traço 'kleen' da gravura; com uma Rolleiflex na mão descobre a Arte; seus ensaios fotográficos revelam uma autonomia artística que irrompe o movimento concreto afora e atravessa seus feitos posteriores; o enigma da fotografia apontado por Roland Barthes - 'emblema de semelhantes' - é assim descartado: desconstrói a imagem significante, eminentemente imitativa; procura distanciar-se cada vez mais de sua literalidade e fazer mais que inventariar sentimentos analógicos; confia no erro, na sua contribuição; explora e domina o acaso, na busca da diferença; em certo momento, abandona a câmera e trabalha a luz diretamente sobre o fotograma. Sua construção fotográfica faz lembrar Carlos Drummond de Andrade - 'cristal do tempo no papel' - e a eminência da atitude do Artista: a capacidade de inovar.
Geraldo de Barros repassa aos trabalhos gráficos as noções de erro e acaso; suas litografias alimentam-se dos rótulos readymade das pedras no ateliê de Paris; nas águas-tintas e águas-fortes, alusões diretas a Klee, o suave vislumbre, a estrutura simples, quase astro, fragmentado no metal; as monotipias, campo vago que nasce da superfície entintada: campo vivo no papel - ao deslocar-se já é mancha, marca, sujeira, ausência a aflorar-se em ação una e vária, percurso de possíveis; o traço fino do papel carbono nos desenhos afronta ortodoxias; aproveita a pouca gramatura do papel e sua transparência para filtrar as cores, aplicando-as atrás dos desenhos; a cor é a ternura do tempo. . .
Geraldo de Barros, aos 72 anos, alerta: 'Basta à obra!' e proclama, no seu bom rumor costumeiro, que agora vai dedicar-se às 'sobras'. A vanguarda que se cuide!" — Sérgio Pizoli (PIZOLI, Sérgio. [Texto]. In: BARROS, Geraldo de. Precursor. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1996. p. 10).
Depoimentos
"(...) A Fotografia é para mim um processo de gravura. Defendi esse pensamento quando tentei introduzi-la como categoria artística, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo. Acredito também que é no 'erro', na exploração e domínio do acaso, que reside a criação fotográfica. Me preocupei em conhecer a técnica apenas o suficiente para me expressar, sem me deixar levar por excessivos virtuosismos.
(...) Acredito que a exagerada sofisticação técnica, o culto da perfeição técnica, leva a um empobrecimento dos resultados, da imaginação e da criatividade, o que é negativo para a arte fotográfica". — Geraldo de Barros (BARROS, Geraldo de. A Fotografia. In: ______. Fotoformas. São Paulo: Raízes, 1994. p. 11).
Acervos
Acervo Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil - São Paulo SP
Archivio Della Nuova Scrittura - Milão (Itália)
Coleção Pirelli/Masp de Fotografias - São Paulo SP
Fonds d'Art Contemporain de l'Etat de Genève (Suíça)
Fonds d'Art Contemporain de la Ville de Genève (Suíça)
Fundação Bienal de São Paulo - São Paulo SP
Fundação Cultural de Curitiba - Curitiba PR
Fundação Max Bill - Zurique (Suíça)
Fundación Patricia Phelps de Cisneros - Caracas (Venezuela)
Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Ludwig Museum - Colônia (Alemanha)
Musée d'Art Contemporain de Grenoble (Suíça)
Musée de l'Elysée - Lausane (Suíça)
Museu da Imagem e do Som - MIS/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo - MAC/USP - São Paulo SP
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP - São Paulo SP
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ - Rio de Janeiro RJ
Museu do Itamaraty - Brasília DF
Union de Banques Suisses
Exposições Individuais
1947 - São Paulo SP - Individual, no Theatro Municipal
1950 - Rio de Janeiro RJ - Fotoformas, no MEC/RJ
1950 - Salvador BA - Fotoformas, no MEC/BA
1950 - São Paulo SP - Fotoformas, no Masp
1952 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1954 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1965 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, no Museo de Arte Moderno
1965 - São Paulo SP - Individual, na Atrium Galeria de Arte
1977 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: 12 anos de pintura 1964 a 1976, no MAM/SP
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn
1986 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1987 - Glarus (Suíça) - Individual, na Galeria Tschudi
1989 - Campinas - Jogos de Dados, na - Galeria de Arte Unicamp
1989 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: retrospectiva de fotografias, no Musée de l'Elysée
1990 - Rio de Janeiro RJ - Jogos de Dados, no MAM/RJ
1990 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1990 - São Paulo SP - Jogos de Dados, no MAM/SP
1991 - Milão (Itália) - Jogos de Dados, no Mercato del Sale
1991 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: o espaço do artista quando jovem, no Paço das Artes
1993 - Lausanne (Suíça) - Geraldo de Barros: peintre et photographie, no Musée de l'Elysée
1993 - São Paulo SP - Individual, na Casa das Rosas
1994 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: fotógrafo, no MIS/SP
1995 - São Paulo SP - Fotoformas, na Galeria Camargo Vilaça
1996 - Campinas SP - Geraldo de Barros e o Concretismo, no Itaú Cultural
1996 - Curitiba PR - Desenhos de Luz, no Museu da Gravura
1996 - Curitiba PR - Geraldo de Barros: fotoformas, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão
1996 - Genebra (Suíça) - Geraldo de Barros: fotografias, na Alexandre Mottier Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros: precursor, no CCBB
1998 - Houston (Estados Unidos) - Individual, na Sicardi Sanders Gallery
1998 - São Paulo SP - Geraldo de Barros: homenagem, no MIS/SP
Exposições Coletivas
1946 - Rio de Janeiro RJ - 52º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - menção honrosa
1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata
1949 - São Paulo SP - Exposição do Grupo 15, no IAB/SP
1950 - Salvador BA - Salão Nacional de Arte Moderna da Bahia - menção honrosa
1951 - Paris (França) - Salon de Photographie à Paris et à Nantes
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Trianon - prêmio aquisição
1952 - Lion (França) - Cercle d'Art Photographique
1952 - São Paulo SP - Grupo Ruptura, no MAM/SP
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - prêmio aquisição
1954 - Berna (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstmuseum
1954 - Genebra (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Musée Rath de Genève
1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais
1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1954 - Zurique (Suíça) - Gravure Brésilienne, no Kunstgewerbemuseum
1955 - Brasil - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - França - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata
1955 - Suíça - Arts Primitifs et Modernes Brésiliens
1956 - Paris (França) - Salão de Maio, no Palais de Tokyo
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Veneza (Itália) - 28ª Bienal de Veneza - prêmio aquisição
1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno
1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino
1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, no Helmhaus
1965 - São Paulo SP - Geraldo de Barros e Nelson Leirner, na Atrium Galeria de Arte
1965 - São Paulo SP - Propostas 65, no MAB/Faap
1966 - São Paulo SP - Descoberta da América, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Flash Back, na Rex Gallery & Sons
1966 - São Paulo SP - Galeria Rex: exposição inaugural, na Rex Gallery & Sons
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1968 - Rio de Janeiro RJ - O Artista Brasileiro e a Iconografia de Massa, na Esdi
1971 - São Paulo SP - Mobiliário Brasileiro, no Masp
1976 - São Paulo SP - O Desenho Jovem dos Anos 40, na Pinacoteca do Estado
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Os Grupos: a década de 40, no Museu Lasar Segall
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - Cidade do México (México) - 1ª Muestra de la Fotografia Latinoamericana Contemporanea, no Museo de Arte Moderno
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1979 - Veneza (Itália) - Venezia' 79: la fotografia, na Comune di Venezia
1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP
1982 - São Paulo SP - O Design no Brasil: história e realidade, no Sesc Pompéia
1984 - Campinas SP - Geraldo de Barros e Hermelindo Fiaminghi, na Galeria de Arte da Unicamp
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal
1985 - Atami (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no MAP
1985 - Kyoto (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Rio de Janeiro RJ - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1985 - Santo André SP - 13º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal
1985 - São Paulo SP - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Brasil-Japão
1985 - Tóquio (Japão) - 7ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1989 - São Paulo SP - Acervo Galeria São Paulo, na Galeria de Arte São Paulo
1989 - São Paulo SP - Mostra, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
1991 - São Paulo SP - 21ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Dinamarca - Latinamerica' 92
1992 - São Paulo SP - 2ª Coleção Pirelli/Masp de Fotografias, no Masp
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - João Pessoa PB - Xilogravura: do cordel à galeria, na Fundação Espaço Cultural da Paraíba
1993 - São Paulo SP - 1º Mês Internacional de Fotografia, no Sesc Pompéia
1993 - São Paulo SP - Ingresso para a Modernidade, no Espaço Arte Morumbi Shopping
1993 - São Paulo SP - Masp no Morumbi Shopping, no Shopping Morumbi
1994 - San Francisco (Estados Unidos) - Contemporary Brazilian Photography: a selection of photographs from the collection of Joaquim Paiva, no Center for the Arts Yerba Buena Gardens
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Xilogravura: do cordel à galeria, no Metrô
1995 - Rio de Janeiro RJ - Fotografia Brasileira Contemporânea, no CCBB
1996 - Colônia (Alemanha) - Neuerwerbungen Photosammlung, no Museum Ludwig
1996 - Lausanne (Suíça) - Collection Musées Suisses, no Musée de l'Elysée
1996 - Nova York (Estados Unidos) - Brazil: the thinking photography, no Rochester Institute of Technology. College of Imaging Arts and Sciences. School of Photographic Arts and Sciences. MFA - Gallery
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - 4º Studio Unesp Sesc Senai de Tecnologias de Imagens, no Sesc Pompéia
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas
1997 - Grenoble (França) - Exposition d'Èté: collections 1950-1955, no Musée de Grenoble
1997 - São Paulo SP - Arte Suporte Computador, na Casa das Rosas
1998 - Houston (Estados Unidos) - 7º FotoFest 1998
1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte, no MAM/SP
Exposições Póstumas
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - Texas (Estados Unidos) - The Joaquim Paiva Collection, FotoFest 1998
1999 - Colônia (Alemanha) - Geraldo de Barros: fotoformas, no Museum Ludwig
1999 - Paris (França) - Feira Internacional de Arte Contemporânea
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Década de 50 e seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte
1999 - São Paulo SP - Enigmas, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Fotocolecionismo, na Galeria Luisa Strina
1999 - São Paulo SP - Fotografias, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Brito Cimino
1999 - São Paulo SP - Parallèle, na Galeria Brito Cimino
1999 - Seatle (Estados Unidos) - Photography of Hope, na Benham Studio Gallery
1999 - Wolfsburg (Alemanha) - Brasilianische Fotografie 1946 bis 1998, no Kunstmuseum Wolfsburg
2000 - Basiléia (Suíça) - Messe Basel 2000, na Galerie Eric Frank
2000 - Campinas SP - Geraldo de Barros: sobras 1996-1998, no Itaú Cultural
2000 - Lausanne (Suíça) - Sobras, no Musée de l'Elysée
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Madri (Espanha) - Heterotopias: medio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Messe Basel 2000, na Galeria Brito Cimino
2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi
2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Belo Horizonte MG - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Campinas SP - Realidades Construídas: do pictorialismo à fotografia moderna, no Itaú Cultural
2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época, no MAM/RJ
2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap
2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Artefoto, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - A Linha Como Estrutura da Forma, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Cidadeprojeto / cidadeexperiência, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Fotografias no Acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Grupo Ruptura: revisitando a exposição inaugural, no Centro Universitário Maria Antonia
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2002 - São Paulo SP - Paralela, Galpão localizado na Avenida Matarazzo, 530, São Paulo
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2002 - São Paulo SP - Visões e Alumbramentos: fotografia contemporânea brasileira da coleção Joaquim Paiva, na Oca
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Brasília DF - Artefoto, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Lurixs Arte Contemporânea: exposição inaugural, na Galeria Lurix Arte Contemporânea
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no MAM/SP
2003 - São Paulo SP - A Subversão dos Meios, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Porto Alegre RS - Olho Vivo: a arte da fotografia, no Santander Cultural
2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial
2004 - São Paulo SP - As Bienais: um olhar sobre a produção brasileira 1951/2002, na galeria Bergamin
2004 - São Paulo SP - Fotografia e Escultura no Acervo do MAM - 1995 a 2004, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP
2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Versão Brasileira, na Galeria Brito Cimino
2005 - Belém PA - Salão Arte Pará, na Fundação Romulo Maiorana
2005 - Porto Alegre RS - Bienal de Artes Visuais do Mercosul
2005 - Rio de Janeiro RJ - Artecontemporânea, na Mercedes Viegas Arte Contemporânea
2006 - Rio de Janeiro RJ - Geraldo de Barros, na Lurixs: Arte Contemporânea
2006 - São Paulo SP - Veracidade, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - Pincelada - Pintura e Método: projeções da década de 50, no Instituto Tomie Ohtake
2006 - São Paulo SP - Concreta '56: a raiz da forma, MAM/SP
2006 - São Paulo SP - MAM na Oca, na Oca
2006 - São Paulo SP - Brasiliana Masp: moderna contemporânea, no MAM/SP
2007 - São Paulo SP - Itaú Contemporâneo: arte no Brasil, no Itaú Cultural
2007 - São Paulo SP - Fragmentos: modernismo da fotografia brasileira, Galeria Bergamin
2007 - São Paulo SP - Anos 70 - Arte como Quetão, no Instituto Tomie Ohtake
2007 - Uberlândia MG - Veracidade: fotografias do acervo do MAM, no Museu Universitário de Arte
2007 - São Paulo SP - Recortar e Colar | CtrlC CtrlV, no Sesc Pompéia
2008 - São Paulo SP - Fotoformas e Suas Margens, no Centro Universitário Maria Antonia
2008 - São Paulo SP - Ruptura, Frente e Ressonâncias, na Galeria Berenice
Fonte: GERALDO de Barros. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 15 de maio de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia – Wikipédia
Histórico
Geraldo de Barros iniciou sua carreira dedicando-se à pintura de figura e paisagens mas tornou-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Foi um dos pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil, além de ser considerado um dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro. As imagens de Geraldo de Barros se formam a partir da desconstrução, onde o efêmero, o fragmento, o tempo, o descontínuo, e a ação estão presentes. A partir da reordenação de elementos, o artista cria uma nova composição. Em seus trabalhos, estão sempre presentes as questões sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entre a arte e a sociedade.
Foi fundador e membro de grandes e importantes movimentos e associações artísticas como o Grupo 15, a Galeria Rex, o Grupo Ruptura, o grupo FormInform, a cooperativa de produção de móveis Unilabor, e a indústria de móveis Hobjeto.
Coerente em sua trajetória, seus trabalhos estão conectados ao contexto histórico, político e artístico do período em que foram desenvolvidos. Foi da geometria à arte pop, voltando à geometria, mas sempre ligado ao desenho industrial e a fotografia. Ao entrar em contato com a fotografia se apaixona, seu olhar se aguça, passa a criar interferências, recriar a imagem. Sofrendo influências do movimento construtivista e da arte concreta, muda sua visão de representação da realidade e lhe aplica novas regras. Suas fotoformas representam uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dá a ela novas possibilidades, onde esta deixa o campo da mera representação e passa a ser considerada uma nova linguagem artística. Explora ao máximo todas as possibilidades de manipulação do negativo. A fotografia lhe permitia a possibilidade do erro, e para Geraldo era importante errar.
Geraldo abandonou a fotografia por alguns anos e dedicou-se a outras artes e ao design. Em 1996, após ter sofrido diversas isquemias cerebrais e com suas funções motoras totalmente debilitadas, retoma seu processo fotográfico e com a ajuda de sua assistente, a fotógrafa Ana Moraes, realiza sua última produção: Sobras.
Trabalhos e influências
Em um catálogo da exposição de seus quadros da Arte Pop, Radha Abramo faz um panorama sobre a vida profissional de Geraldo de Barros, cuja capacidade de organizar trabalhos em equipe expressava “o sentimento do homem em relação ao mundo”. Para ele o trabalho em grupo e o relacionamento entre as pessoas eram fundamentais e os seus trabalhos sempre buscavam atingir a massa. “Seus instrumentos de trabalho são os da comunicação de massa, pois trabalha o cartaz, a foto, o design, a pintura e o outdoor”.
Geraldo de Barros inicia sua vida artística nos anos de 1945, onde neste período estuda desenho e pintura com Clóvis Graciano, Collete Pujol e Yoshioka Takaoka. Como a maioria dos artistas da época, suas pinturas eram figurativas e de paisagens. Mesmo antes de seu trabalho como fotógrafo e do surgimento da arte concreta foi reconhecido como um dos artistas a trazer em seus trabalhos a questão da abstração. Nesse período ele toma contato com os ideais do construtivismo e da arte abstrata europeia das décadas de 1920 e 1930.
Em sentido amplo, a arte abstrata ou abstracionismo tinha a intenção de expressar uma arte sem qualquer intenção figurativa. Deu-se a partir das atividades de vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusavam a representação da natureza. As características desse movimento eram principalmente a decomposição da figura, a simplificação da forma, a não utilização da perspectiva e da luz e sombra da maneira convencional.
A partir da década de 1930, inúmeros movimentos e artistas aderem à abstração, como, Kandinsky nas vanguardas russas, Paul Klee na Alemanha, no suprematismo, que defendia uma metódica pesquisa na estrutura da imagem, seguido por Rodchenko no construtivismo onde as obras eram pensadas como construções e não como representações, assemelhando-se a arquitetura em termos de materiais, trabalhando a geometria e herdando características do abstracionismo. Outros artistas que foram influenciados foram Piet Mondrian e Theo Van Desburg no movimento De Stijl.
Durante os anos de 1946 e 1947, Geraldo de Barros inicia suas pesquisas no campo da fotografia. Nesta mesma época, após ajudar a fundar o Grupo 15, começa a experimentar a fotografia. Improvisa um laboratório junto com seu amigo Athaíde de Barros e, com o intuito de aprofundamento em seus conhecimentos, ingressa no Foto Cine Clube Bandeirante. Ainda neste período Geraldo também toma contato com experimentações fotográficas praticadas na Europa e Estados Unidos, representadas por nomes como Man Ray e Moholy Nagy. Man Ray começa suas experiências com a fotografia em 1915, mas somente a partir de 1921, quando se integra ao Dadaísmo em Paris junto a Marcel Duchamp, é que se dedica seriamente à experimentação fotográfica, que para ele era uma forma mais rápida para atingir a revitalização da arte.
Man Ray apropriava-se de objetos reais e recontextualizava-os em uma nova realidade. Foi certamente, um dos fotógrafos que mais produziu fotogramas, que eram em sua grande maioria, feitos a partir de objetos translúcidos, usados para obter efeitos visuais diversos. Ele manipulava a luz em sua intensidade, direção e duração, produzindo formas inesperadas, com efeitos de volume e densidade. Com a utilização de sombras, conseguiu criar uma ideia de tridimensionalidade num processo em que, quase sempre, obtinha planos como resultados. Criou assim uma das obras mais originais de sua época, que influenciaria toda a arte contemporânea.
Lazlo Moholy-Nagy teve contato com movimentos artísticos como dadaísmo, futurismo e construtivismo e na década de 20, iniciou suas experiências fotográficas. Graças a sua base teórica e visão eclética, na qual deixava claro que não existiam limites entre fotografia, arquitetura e pintura, inovou a trabalhar com a fotografia sem a utilização da máquina, somente através do fotograma. Atuou na Bauhaus, na Alemanha, e na School of Design nos Estados Unidos, ambas escolas de design, onde continuou atuando e contribuindo teoricamente com a fotografia e outras áreas da arte.
Influenciado por esses artistas, Geraldo passa a frequentar assiduamente a Biblioteca Municipal de São Paulo, lugar onde se podia entrar em contato com a arte moderna. Ao conhecer Mário Pedrosa, em 1948, conhece a teoria da Gestalt, teoria geral da forma, o que influenciaria e mudaria definitivamente as características de sua produção. Na Gestalt o desenho não representa uma ideia visível e objetiva, as imagens se formam através de fatores como o equilíbrio, clareza, harmonia visual, entre outros. A partir daí, a forma, para Geraldo passa a ser o mais importante.
Em 1949, fica responsável pela organização do laboratório de fotografia do Museu de Arte de São Paulo (MASP), e assim neste ambiente, em 1950 sob o raciocínio estético do concretismo já em voga no Brasil, realiza sua exposição Fotoformas que representou uma nova era no processo de fotografia no Brasil, dando a ela novas possibilidades, deixando o mero campo da representação e passando a ser considerada uma nova linguagem artística.
Geraldo representa um corte no processo da fotografia no Brasil, no entanto constrói uma outra possibilidade para a fotografia, e ao mesmo tempo fazendo uma correlação com as demais artes visuais, pondo, digamos, uma complexidade conceitual que a fotografia até então não tinha.
Seus trabalhos não eram criados ao acaso, havia um processo, um estudo, uma ideia trabalhada, iam além da simples escolha do fragmento ou da sua composição, possuíam uma atitude em relação ao mundo, um espírito comunitário. Tinha a consciência de que seu trabalho era inovador e graças a esta exposição recebe uma bolsa de estudos do governo francês. Ele pede uma licença de um ano do Banco do Brasil, onde até então trabalhava. Vai a Paris estudar litografia na Escola Nacional Superior de Belas Artes e gravura no ateliê de Stanley William Hayter, frequenta a Escola Superior da Forma, em Ulm, Alemanha, na qual estuda artes gráficas com Otl Aicher e conhece Max Bill, um dos principais teóricos da arte concreta.
Em 1952 volta a São Paulo e ajuda a fundar o Grupo Ruptura, grupo que tinha o intuito de renovar as artes plásticas e também integra a exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). A mostra Do figurativismo ao abstracionismo, do Grupo Ruptura, tinha por objetivo introduzir e receber o reconhecimento do movimento da arte abstrata e concreta como arte, o que até então não acontecia, pois a maior parte dos artistas era contra a geometrização da arte, sendo a favor da arte de cunho figurativo. Durante a exposição distribuíram um texto impresso assinado pelos artistas participantes, onde divulgavam uma nova arte que privilegiasse a renovação dos valores essenciais da arte visual.
O manifesto causou bastante polêmica e causou manifestações contrárias de outros grupos, pois apoiava a arte geométrica e as ligações entre a arte e a comunicação visual e da representação da biodimensionalidade. A partir daí e graças ao grupo a arte abstrata e arte concreta passaram a ser discutidas e a serem reconhecidas e distintas, o abstracionismo definido como um tipo de arte em formas naturais são geometrizadas às vezes de modo intuitivo, e o concretismo como a arte que não quer representar nenhum elemento fora de si, ou seja, apenas aqueles intrínsecos à própria obra. O grupo Ruptura foi um dos grandes, se não o maior articulador do Concretismo no Brasil.
Ainda neste mesmo ano a cidade se preparava para o 4º centenário, Geraldo tinha consigo um desenho que havia produzido em Paris, cujo título era: “uma cidade a conquistar”. Com a colaboração de Alexandre Wollner, realiza os cartazes do festival, e consegue o primeiro lugar ou o primeiro prêmio nos concursos realizados durante o festival.
A partir de 1954 ajuda a fundar a cooperativa de trabalho Unilabor, desempenhando papel de grande importância no desenho industrial. Apresentado por Maria Clara Machado ao padre João Batista, visita oficina do mesmo e sugere a ele que monte ali uma marcenaria, que se desenvolvesse ali uma oficina de móveis. Assim surge a Unilabor, que visava produzir móveis com uma nova proposta de design.
Geraldo desenvolveu o nome, o logotipo e fez projetos dos móveis. Na Unilabor os empregados tinham participação na direção e nos lucros da empresa, e lhes era oferecido aulas de arte e desenho industrial, e tudo era discutido em torna da forma, da função e do modo de produção, segundo os conceitos de beleza e utilidade.
Geraldo tinha como intuito socializar arte, e a maneira que encontrou de atingir este objetivo foi através da criação de móveis. Desenhava o objeto, o desenvolvia e o vendia, qualquer pessoa podia comprá-lo e levá-lo para casa e usá-lo da maneira que melhor lhe conviesse. Seu objeto de criação girava em torno do homem, sua criação tinha um comprometimento social. Suas obras tinham o objetivo da seriação e do consumo em larga escala, a arte para todos. A arte concreta era uma proposta de socialização da arte e através dela deveria chegar-se ao espectador sem exclusões ou elitismos, através de uma linguagem única e universal. Ao notar que talvez, através da arte seu objetivo de levá-la à massa seria muito difícil ou até impossível, devido ao alto preço pelos quais os móveis eram comercializados Geraldo de Barros passa a se dedicar ao desenho industrial em companhia de Rubem Martins, Walter Macedo e Alexandre Wollner, funda o escritório Forminform para a prática do desenho industrial e comunicação visual em 1957, voltada para a criação de marcas e logotipos. Alguns anos mais tarde em associação com Aloísio Bione fundam a Hobjeto Indústria de Móveis (1964).
Em um período de crises econômicas e elevada inflação a Hobjeto teve bastante dificuldades para se manter no mercado, pois seus poucos clientes ansiavam por peças exclusivas, em consequência disto, para ocupar sua mão de obra, Geraldo desenhou pequenas mesas encaixáveis e carrinhos de chá, que não dependiam tanto das exigências de seus clientes habituais, peças que poderiam ser produzidas em larga escala e de menor custo. A situação só melhorou após a abertura da primeira loja da Hobjeto, em 1966, na cidade de São Paulo. Ainda na Década de 60, volta a explorar a figuração em suas obras. Com o país passando por grandes crises econômicas e meio à falência da Unillabor e a crise financeira da Hobjeto Geraldo retorna a praticar a pintura.
Seu trabalho agora é influenciado pela arte pop. Assim, ela produz uma série de outdoors, numa proposta de interlocução direta com a população. Passa a se apropriar de outdoors, os levava ao seu ateliê e os alterava, os recortes escolhidos dos outdoors eram colados em um suporte depois pintados em novas cores e após terminado os devolvia às ruas, para o público. Trazia da rua para dentro e de dentro para a rua, criava ai certo tipo de relação. Usa uma técnica mista: sobre o suporte de madeira mistura a pintura e a colagem de anúncios e cartazes. Vê se em seu processo o princípio da Gestalt, na medida em que retira parte de um todo tornando esta parte agora um novo todo.
No verão de 1966, surge a Galeria Rex. Com Nelson Leiner, Wesley Duke Lee, Carlos Fajardo, Frederico Nasser e José Resende ajuda a fundar uma galeria organizada que era sinônimo de comportamento e estilo de vida. A produção artística deste grupo teve a importância de levantar questões a respeito do mercado de arte e da própria arte. Um ano após sua fundação a Rex acaba e o grupo se separa.
Durante o ano de 1977, retorna à geometria e aos conceitos da arte concreta relacionando formas no espaço em busca de ritmo, contraponto e harmonia. Volta ao conceito da seriação, passa a usar a fórmica como suporte, o que lhe permitia produzir a obra em grandes quantidades. Aqui Geraldo explora o traço correndo sobre o papel, compõe figuras e cenas que exploram o uso da luz e sombra, ritmo, criação e movimento.
Na fase final de sua vida, com a saúde extremamente comprometida, Geraldo retoma seu trabalho de intervenção da fotografia. O que mais tarde viria a ser chamado de “Sobras” surgiu a partir do momento em que, segundo sua filha Fabiana de Barros, ao vasculhar algumas gavetas ela encontra uma grande gama de fotografias realizadas pelo pai.
Em maior parte estas imagens e negativos eram de registros familiares de viagens e paisagens. Segundo Nakamura as composições eram geometricamente estruturadas, porém, com um toque de um lirismo, bem parecidas com as brincadeiras de recorte e colagem feitas pelas crianças e, como as crianças, Geraldo sempre se manteve receptivo as mais diferentes manifestações e descobertas em qualquer área. Sem medo de ousar e de experimentar, acreditava sobretudo, na “liberdade como norteadora da vida”.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.
Crédito fotográfico: Itaú Cultural. Consultado pela última vez em 15 de maio de 2022.