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Mies Van der Rohe

Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969), mais conhecido como Mies van der Rohe, foi um arquiteto alemão. Conhecido por sua contribuição fundamental ao modernismo, Ludwig foi um dos arquitetos mais influentes do século XX. Iniciou a carreira como aprendiz de pedreiro antes de estudar com o renomado arquiteto Peter Behrens. Sua obra é marcada pelo uso inovador de vidro e aço, e pela busca da simplicidade, encapsulada em seu famoso lema "menos é mais". Ao longo de sua carreira, ele dirigiu a Bauhaus e projetou ícones como o Pavilhão de Barcelona e o Seagram Building, consolidando seu legado na arquitetura internacional. Mies recebeu importantes reconhecimentos ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha de Ouro do RIBA em 1959 e a Medalha Presidencial da Liberdade em 1963. Seu trabalho continua a influenciar gerações de arquitetos, sendo considerado um precursor do minimalismo.

Mies Van der Rohe | Arremate Arte

Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) foi um arquiteto alemão que se tornou uma das figuras mais influentes do modernismo no século XX. Nascido em Aachen, na Alemanha, Mies começou sua carreira trabalhando na oficina de seu pai como pedreiro antes de se mudar para Berlim, onde teve contato com o movimento modernista. Sua abordagem arquitetônica foi marcada pela simplicidade e pela ideia de que "menos é mais", uma filosofia que priorizava a funcionalidade e a clareza na forma.

Em 1930, Mies foi nomeado diretor da Bauhaus, a famosa escola de design alemã que se tornou um centro do modernismo, mas teve que deixar o cargo em 1933 quando a escola foi fechada pelos nazistas. Em 1937, ele emigrou para os Estados Unidos, onde se estabeleceu como chefe do departamento de arquitetura do Instituto de Tecnologia de Illinois (IIT) em Chicago. Durante seu tempo no IIT, Mies desenvolveu um estilo arquitetônico que incorporava o uso extensivo de vidro e aço, criando edifícios que se destacavam por sua transparência e leveza estrutural.

Entre as obras mais famosas de Mies estão o Pavilhão de Barcelona, construído para a Exposição Internacional de 1929 em Barcelona, que se tornou um ícone do design modernista, e a Casa Farnsworth, concluída em 1951 em Plano, Illinois, um exemplo clássico de suas ideias sobre a transparência e o fluxo entre interior e exterior. Outra obra importante é o Edifício Seagram, em Nova York, concluído em 1958, que é considerado um marco da arquitetura corporativa moderna.

Mies também teve um impacto significativo no design de mobiliário, com peças como a cadeira Barcelona e a chaise longue Brno, que se tornaram clássicos do design modernista e continuam a ser produzidos até hoje. Sua influência no design e na arquitetura foi duradoura, e muitos de seus princípios ainda são aplicados na arquitetura contemporânea.

Ao longo de sua carreira, Mies van der Rohe buscou criar um estilo arquitetônico que fosse verdadeiramente moderno, livre de ornamentos desnecessários e focado na funcionalidade e na honestidade dos materiais. Seu legado é visto como um dos mais importantes do século XX, e ele é frequentemente citado como um dos fundadores do modernismo na arquitetura.

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Mies Van der Rohe | Wikipédia

Ludwig Mies van der Rohe (Aachen, 27 de março de 1886 – Chicago, 17 de agosto de 1969) foi um arquiteto alemão naturalizado americano, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, sendo geralmente colocado no mesmo nível de Le Corbusier ou de Frank Lloyd Wright.

Foi professor da Bauhaus e um dos criadores do que ficou conhecido por International style, onde deixou a marca de uma arquitetura que prima pelo racionalismo, pela utilização de uma geometria clara e pela sofisticação. Os edifícios da sua maturidade criativa fazem uso de materiais modernos, como o aço industrial e o vidro para definir os espaços interiores, e a aparência exterior de suas obras. Concebeu espaços austeros mas que transmitem uma determinada concepção de elegância e cosmopolitismo. Também é famoso pelas várias frases criadas por ele, algumas delas são conhecidas praticamente no mundo todo, como é o caso das frases "less is more" ("menos é mais") e "God is in the details" ("Deus está nos detalhes").

Mies van der Rohe procurou sempre uma abordagem racional que pudesse guiar o processo de projeto arquitetônico. Sua concepção dos espaços arquitetônicos envolvia uma profunda depuração da forma, voltada sempre às necessidades impostas pelo lugar, segundo o preceito do minimalismo.

Ludwig nasceu em Aachen, na época pertencente ao Reino da Prússia, hoje na Renânia do Norte-Vestfália, em 1886. Quando jovem, trabalhou na empresa de cantaria do seu pai, antes de se mudar para Berlim onde começou a trabalhar com o designer de interiores Bruno Paul. Em 1908 ingressou no estúdio do proto-medieval Peter Behrens, do qual se tornou discípulo. Aí permaneceu até 1912, entrando em contacto com as teorias de design em voga e com a cultura alemã culturalista. O seu talento foi rapidamente reconhecido e começou desde cedo a receber encomendas apesar de não ter graduação acadêmica formal. Com uma presença física impressionante e com modos reticentes e ponderados, Ludwig Mies decidiu reformular o seu próprio nome de modo a adequar-se à rápida mudança de estatuto, de filho de um comerciante para arquiteto reconhecido pela elite cultural berlinense, acrescentando o sobrenome, de ressonância aristocrática, "van der Rohe".

Começou a sua carreira profissional independente projetando casas para clientes de classes baixas. Seguia então estilos medievais da tradição alemã, demonstrando profundas influências do mestre do neoclassicismo prussiano do início do século XIX, Karl Friedrich Schinkel, de quem admirava as grandes proporções e os volumes complexos e radiais, ao mesmo tempo que controlava as novas possibilidades estruturais decorrentes do avanço tecnológico e se libertava dos tiques ecléticos e desordenados do classicismo, próprios do virar do século.

Depois da Primeira Guerra Mundial, Mies começa, pois, a afastar-se dos estilos tradicionais e a receber influências do neoplasticismo, formado em 1917, e do construtivismo russo, que nele fazem germinar o espírito modernista, em busca de um novo estilo arquitetônico para a era industrial.

Os estilos tradicionais há muito que eram alvo de críticas dos teóricos progressistas, principalmente pelo seu uso de ornamentações sem qualquer relação com as estruturas modernas de construção dos novos edifícios. Tais críticas receberam especial credibilidade com o desastre da Primeira Guerra Mundial, considerada então como o falhanço da liderança imperial europeia. O revivalismo clássico foi então repudiado por muitos, ao ser identificado com a arquitetura do sistema aristocrático, agora em descrédito.

O seu estilo começa, então, a patentear influências como o Expressionismo, o Suprematismo, o Construtivismo russo (construções escultóricas e eficientes, usando materiais industriais modernos) e o Grupo holandês De Stijl. Bruno Zevi identifica o Pavilhão de Barcelona como a súmula deste movimento, ao descrevê-lo como "Painéis de travertino e mármore, lâminas de vidro, superfícies de água, planos horizontais e verticais que quebram a imobilidade dos espaços fechados, rompem os volumes e orientam o olhar para vistas exteriores". Foi também influenciado por Frank Lloyd Wright, com os espaços fluidos próprios do estilo presente nas suas Casas da Pradaria.

De forma ousada, abandonou por completo a dependência de qualquer ornamentação e, em 1921, projetava um impressionante arranha-céu de vidro e metal, seguindo-se uma série de projetos pioneiros que culminariam no Pavilhão alemão na Feira Universal de Barcelona, estrutura temporária para a exposição de 1929 (reconstruído atualmente na sua localização original), e na Villa Tugendhat em Brno, terminada em 1930, onde utilizou superfícies de cimento armado. Entre 1918 e 1925 participou do Novembergruppe, um grupo de industriais que atuaram como mecenas para uma nova geração de arquitetos dedicados à divulgação da arquitetura moderna). Durante esse período trabalhou em proximidade com Lilly Reich.

Em Julho de 1923 participou no primeiro número da Revista G (abreviação de Gestaltung), onde se mostra menos ligado aos princípios expressionistas e mais voltado para a objetividade construtiva. Ganhou, igualmente, proeminência no universo da arquitetura ao ser convidado pela Deutscher Werkbund para planear o complexo habitacional modernista Deutsche Werkbund Weissenhofsiedlung, em Estugarda, além de um grupo de edifícios residenciais na colina de Weissenhof, para uma exibição aberta ao público durante o verão de 1927.

Em termos políticos, o período alemão de Mies caracteriza-se pela militância socialista, bem ilustrada pelo seu projeto para o Denkmal für Rosa Luxemburg und Karl Liebknecht (Monumento a Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht), onde o Partido Comunista pretendia homenagear os seus heróis. O monumento, construído graças ao dinheiro obtido pela venda de postais com o modelo do projeto, constava de um memorial constituído por tijolos irregulares, compostos em volumes paralelepipédicos formando um muro de 12 m de comprimento, 4 m de largura e 6 m de altura, lembrando todos os que morreram fuzilados, contra paredes, lutando pela Revolução. O monumento foi posteriormente demolido pelas forças nazistas. Apesar disso, quando de seu posterior cargo de direção na Bauhaus, foi um dos professores que determinou a expulsão dos estudantes de orientação comunista daquela instituição, os quais começavam a incomodar os governos locais, além de alterar os rumos políticos que a escola tomava, desviando da proposta anterior de Hannes Meyer, mais politizada.

Bauhaus

Já identificado com as novas tendências da arquitetura, Mies é convidado a lecionar na escola vanguardista de design Bauhaus, fundada pelo seu colega — e crítico — Walter Gropius. Pertencem a este seu período algumas peças de mobília medieval, onde aplica antigas tecnologias artesanais, que viriam a se tornar particularmente populares até os dias de hoje, como a Cadeira Barcelona (e mesa) ou a Cadeira Brno.

É desse período o seu projeto mais famoso, o Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona: uma estrutura bastante pesada, sustentada por delgados pilares metálicos e constituída essencialmente de planos verticais e horizontais. Após a exposição o pavilhão foi demolido, mas sua importância foi tal que voltou a ser construído na década de 1990, como homenagem ao arquiteto e como símbolo do modernismo.

Mies parece ter adotado, a partir dessa altura, a missão de criar um novo estilo e uma nova arquitetura que representasse a época que se iniciava, tal como a Arquitetura Gótica representara a Idade Média. Tal arquitetura deveria ser guiada por um processo criativo assente em pressupostos racionais. Contudo, tal demanda viria a ser interrompida pela depressão econômica e pela tomada do poder pelos Nazis, a partir de 1933.

Na década de 1930, depois de Hannes Meyer, Mies foi, a pedido de Gropius e por um breve período de tempo, o último diretor de uma Bauhaus vacilante. A escola, financiada pelo governo, seria forçada a fechar as portas devido a pressões políticas do partido Nazi que a identificava com ideologias antagônicas como o socialismo e o comunismo. A arquitetura praticada por Mies foi igualmente rejeitada por não representar o espírito nacionalista alemão. Essa década foi, de fato, pouco profícua, ressaltando pouco mais que a encomenda do apartamento de Philip Johnson, em Nova Iorque.

Estados Unidos

Mies abandonou a sua pátria em 1933, quando se desvaneciam as hipóteses de continuar aí a sua carreira. Quando chegou aos Estados Unidos, depois de 30 anos de prática na Alemanha, já era considerado pelos promotores americanos do Estilo Internacional como um pioneiro da arquitetura moderna. Em 1949, já o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque lhe dedicava uma retrospectiva. É, de fato, no seu país de adoção que encontra todas as condições para promover de fato suas experiências com uma possível industrialização da arquitetura e da construção: um mercado capitalista muito mais desenvolvido que o alemão, com fortes demandas por novas tipologias imobiliárias e desenvolvimento tecnológico razoável. No entanto, alguns críticos apontam este momento da obra de Mies como um desvirtuamento do projeto social-democrata em curso nos anos da Bauhaus.

Pouco depois de projetar um complexo residencial no Wyoming, recebeu uma oferta para dirigir a escola de arquitetura do Chicago's Armour Institute of Technology, mais tarde renomeado como Instituto de Tecnologia de Illinois — IIT. Uma das condições para a aceitação do cargo consistia em que o projeto para os novos edifícios do campus universitário lhe fosse adjudicado. Alguns dos seus edifícios mais afamados situam-se aí, incluindo o Crown Hall, sede do Departamento de Arquitetura do IIT. Lecionando aí, Mies torna-se também responsável pela gênese de toda uma geração de arquitetos norte-americanos funcionalistas, especialmente voltados para a construção dos arranha-céus demandados pelas empresas do país.

Em 1949 tornou-se cidadão dos Estados Unidos, rompendo formalmente os laços com a Alemanha.

Os 30 anos de carreira que se seguiriam são considerados os anos da sua maturidade criativa, sendo o período em que desenvolveu esforços mais consistentes na prossecução dos seus objetivos para a nova arquitetura do século XX. Fez convergir o seu trabalho para a definição de largos espaços "universais" inseridos em suportes estruturais claramente ordenados, recorrendo a molduras de perfis manufacturados preenchidas com tijolo ou vidro. Os seus primeiros projetos para o campus da IIT e para Herb Greenwald revelou ao mundo arquitetônico norte-americano um estilo que parecia o resultado natural da progressão do estilo da Escola de Chicago, então um pouco esquecida.

Entre 1946 e 1951, Mies projetou e construiu a icônica Casa Farnsworth, uma casa de fim de semana que deveria servir de retiro, nos arredores de Chicago, para a médica Edith Farnsworth e que se tornaria uma das principais obras de referência da arquitetura moderna. Aqui, Mies explorou a relação entre o indivíduo, o seu abrigo e a natureza. A casa concretiza a visão amadurecida de Mies para o que deveria ser a arquitetura da sua época: uma estrutura minimalista limitada à pele e esqueleto do edifício, usando materiais que representavam os novos tempos, permitindo a definição de um espaço ordenado de forma clara, simples, inteligível e fluida, com uma disposição que sugerisse liberdade de utilização.

O suporte estrutural rigorosamente concebido e as paredes totalmente de vidro definem um espaço interior cúbico simples, permitindo que a natureza e a luz o envolvam de facto. Este pavilhão de vidro ergue-se cerca de 1,5 m acima da planície aluvial do rio Fox e é rodeado por florestas e prados.

Um núcleo de painéis de madeira, para arrumações, cozinha, lareira e casa de banho está posicionado neste espaço aberto de forma a definir a área de estar, comer e dormir sem a necessidade de recorrer às típicas paredes e quartos individualizados. O invólucro de vidro não tem qualquer gênero de partição. Cortinados a toda a altura, dispostos por todo o perímetro permitem a privacidade necessária, quando desejada. A casa tem sido descrita por muitos como "sublime", "um templo pairando entre a terra e o céu", "um poema", "uma obra de arte". A influência desta obra pode verificar-se pela quantidade de "casas de vidro" modernistas, das quais a mais notável talvez seja a de Philip Johnson, localizada junto de Nova Iorque, pertencente atualmente ao National Trust for Historic Preservation.

Em 1958 Mies van der Rohe projetou o que veio a ser considerado por muitos como o auge da arquitetura funcionalista para arranha-céus: o Edifício Seagram, em Nova Iorque. Mies foi escolhido para o projeto pela filha do cliente, Phyllis Bronfman Lambert, que também tinha alguma notoriedade no meio da aquitânia dos Estados Unidos. O edifício tornar-se-ia um ícone representativo do poder crescente das corporações empresariais, que viria a definir o próprio século XX.

Numa decisão audaciosa e inovadora, Mies revolucionou o padrão construtivo novaiorquino ao deixar livre metade do terreno dedicado à obra, definindo uma praça com fonte para usufruto público em Park Avenue em frente ao edifício que se assumia como uma leve estrutura de metal e vidro. Ainda que hoje esta seja uma solução arquitetônica largamente aclamada, Mies teve de convencer os gestores da família Bronfman de que a ideia de libertar espaço em frente ao edifício era, não só viável, como benéfica para a imagem da companhia. O projeto caracteriza-se por uma cortina de vidro, com perfis de bronze a cobrir a estrutura de aço.

Philip Johnson participou na seleção de materiais interiores e no projeto da praça, sendo também o autor do faustoso restaurante "Four Seasons". O Edifício foi ainda pioneiro na construção "fast-track", em que a execução das fases de desenho e construção é simultânea, de modo a terminar mais rapidamente a obra. O protótipo do Edifício Seagram foi posteriormente adaptado em vários arranha-céus de escritórios modernos como no Dirksen and Klusinski Federal Buildings, no Post Office (1959), na Praça IBM em Chicago, no Toronto-Dominion Centre em 1967, em Toronto, e na Westmont Square, em Montreal.

Mies projetou ainda uma série de apartamentos em altura, destinados a famílias da classe média, para o construtor Herb Greenwald e para seus herdeiros, após sua morte prematura numa queda de avião. As torres Lake Shore Drive 860/880 e 900/910, junto à costa lacustre de Chicago, com fachadas de vidro e aço, constituíram uma completa reviravolta na construção de apartamentos, tipicamente construídos com tijolo. O próprio Mies considerou as unidades habitacionais demasiado pequenas para si, tendo continuado a viver noutro luxuoso apartamento, relativamente perto deste conjunto de edifícios. Também estas torres se tornaram num protótipo para outros projetos de unidades de habitação colectiva, desenhados pelo atelier de Mies.

De 1951 a 1952 o atelier foi responsável pela construção da Casa McCormick, uma estrutura de tijolo, aço e vidro, localizada em Elmhurst, Illinois, a 15 milhas a oeste do Chicago Loop), para o construtor Robert Hall McCormick Jr. Constitui, de facto, uma versão de um só andar da cortina de vidro do conjunto 860–880 das torres de Lake Shore Drive e serviu como protótipo para uma série de projetos especulativos, nunca construídos, para Melrose Park, no Illinois. A casa faz parte, hoje em dia, do Elmhurst Art Museum.

O último trabalho de relevo de Mies foi a Neue Nationalgalerie em Berlim, que é considerado uma das mais perfeitas expressões da sua abordagem arquitetônica. O pavilhão superior é constituído por uma estrutura precisa de aço com invólucro de vidro, que na sua simplicidade revela perfeitamente a força estética e funcional das ideias de espaço interior flexível, aberto e sem cargas desnecessárias impostas pela ordem estrutural externa.

Mies teve um papel relevante enquanto educador no âmbito da arquitetura. Acreditava que as suas ideias podiam ser ensinadas de forma objectiva. Trabalhou intensivamente em soluções prototípicas que poderiam ser aplicadas de forma livre pelos seus discípulos, adaptando-as a situações específicas, sob a sua supervisão. O facto de nem sempre se terem conseguido, assim, obras de qualidade aceitável levou Mies a considerar que existia alguma falha na sua teorização em relação à nova teoria, que deveria ser facilmente aplicada a novas situações. Ele se tornou ícone da arquitetura contemporânea mundial.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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Quem foi Mies van der Rohe? | Projetou

Mies van der Rohe (1886-1969) foi um arquiteto alemão naturalizado estadunidense. É considerado um dos principais arquitetos atuantes no século XX, assim como um dos pioneiros na Arquitetura Moderna e precursor da Arquitetura Minimalista.

Seu trabalho é mundialmente conhecido, sendo suas obras caracterizadas por diversos estilos arquitetônicos desenvolvendo assim, um estilo próprio denominado Estilo Internacional, o qual buscava utilizar materiais industriais como o vidro e o aço de maneira racional e simplificada, prezando o funcionalismo. 

Mies van der Rohe (1886-1969) foi um dos maiores arquitetos do século XX

Dessa forma, o trabalho de Mies van der Rohe é reconhecido como um dos mais importantes para a Arquitetura mundial do século XX, sendo suas obras arquitetônicas objetos de pesquisas acadêmicas e fonte de inspiração para todos os arquitetos e designers.

Por este motivo, é importante que Arquitetos conheçam sua trajetória e suas principais obras arquitetônicas, sendo capazes de se inspirar em sua arquitetura para ter referências de projetos arquitetônicos e design.

Biografia de Mies van der Rohe

Ludwig Mies van der Rohe, nasceu em 27 de março de 1886, em Aachen, Alemanha. Ao longo de sua trajetória como arquiteto construiu um importante conjunto de obras, desempenhando um papel essencial para a Arquitetura Modernista do século XX.

Mies van der Rohe contribuiu vastamente para a arquitetura moderna, bem como foi um precursor para a arquitetura minimalista

Sua carreira se inicia durante sua adolescência, quando começa a trabalhar ao lado de seu pai na construção civil, mudando-se posteriormente para Berlin onde passou a atuar em escritórios influentes.

Foi durante este período que passou a construir casas populares no estilo medieval alemão. Porém precisou servir na área de engenharia durante a Primeira Guerra Mundial, retornando apenas no final do conflito decidido a se tornar um arquiteto reconhecido.

1920: Consolidação da carreira e desenvolvimento do estilo próprio

A partir da década de 1920, Mies começa a desenvolver seu próprio estilo, a partir as indagações funcionalistas industriais que se iniciavam com a disseminação do Movimento Modernista o qual pregava uma estética mínima, materiais inovadores (vidro e aço) e expansão entre a relação interior x exterior em construções.

Registro fotográfico do edifício em Friedrichstraße em 1921

Neste período ele concebe obras arquitetônicas importantes, como o edifício em Friedrichstraße em 1921 e o aclamado Pavilhão de Barcelona construído para a Exposição de Barcelona em 1929.

1930 e 1940: Lecionando na Bauhaus e imigração para os Estados Unidos

A partir da década de 1930 é convidado por Walter Gropius a dirigir a escola Bauhaus, que é considerada o berço da Arquitetura Modernista, ocupando o cargo até 1933 quando a escola foi forçada a fechar as portas pelo governo nazista.

Desde então, passa a encontrar dificuldades para conseguir projetos na Alemanha devido as tensões surgidas das ações do regime nazista. Este fato o levou a migrar para os Estados Unidos em 1937, onde passou a viver se estabelecendo em Chicago, tornando-se diretor do Instituto de Tecnologia de Illinois.

1950 em diante: Consolidação como arquiteto internacional

Ainda trabalhando como diretor no Instituto de tecnologia de Illinois em Chicago, Mies passou a projetar diferentes tipos de edificações produzindo um trabalho conhecido como a segunda escola de arquitetura de Chicago, a qual passa a desenvolver edifícios que tem por aspectos predominantes o uso de formas retilíneas minimalistas. Um exemplo importante deste estilo é o Seagram Building (1958).

Em consoante a esta tipologia de arranha céus, Mies também passou a explorar a o emprego da horizontalidade de pavilhões que pode ser observada claramente na obra Casa Farnsworth (1951). Em alguns momentos explorou os dois estilos simultaneamente, como pode ser notado no Centro Federal de Chicago (1974).

Mies van der Rohe faleceu em 1969, aos 83 anos deixando como herança, obras que exprimem seu mais puro estilo arquitetônico racional, moderno e minimalista, um legado vital para a Arquitetura Moderna do século XX.

Obras Arquitetônicas Notáveis           

Ao longo de sua vida como arquiteto, Mies van der Rohe projetou diversas obras em vários locais, especialmente nos Estados Unidos e Europa. Todas estas obras possuem importância ímpar para a Arquitetura Modernista do século XX.

Pavilhão Alemão (1929)

O Pavilhão Alemão foi construído com o objetivo de representar o Pavilhão Nacional da Alemanha durante a Exposição Internacional de Barcelona de 1929. É considerada uma das obras mais simbólicas do Movimento Modernista, sendo amplamente estudada por diversos arquitetos em todo o mundo.

O Pavilhão foi edificado utilizando materiais considerados inovadores para a época tais quais: vidro, aço e diferentes tipos de mármores.

O Pavilhão foi desmontado em 1930 ao final da exposição, sendo reconstruído posteriormente em 1986 no mesmo local.

Casa Farnsworth (1951)

A Residência Farnsworth é considerada uma das casas mais famosas do mundo, estando localizada em Illinois nos Estados Unidos. Seu projeto se deu em 1945 e foi finalizado em 1951.

Esta residência tem como principais características arquitetônicas o uso da transparência através da vedação por vidros, a espontaneidade dos espaços e a inexistência entre a relação público e privado que é percebida pela disposição de seus ambientes.  

Seu traçado é constituído por linhas mínimas, um estilo de planos sobrepostos e a sensação de ela pode flutuar sob o solo. O sistema estrutural empregado nela é formado por uma estrutura metálica, cujo design dos pilares se destacam.

Seagram Building (1958)

O Seagram Bulding é um edifício empresarial construído em 1958, localizado na 375 Park Avenue em Nova York, Estados Unidos. Ele possui 38 andares e 157 metros de altura, seu traçado é formado por linhas simples que dão volume a sua torre.

Sua fachada é formada por perfis I de aço com pintura de bronze e módulos em formato retangular na cor marrom, que concretizam um vazio em sua frente.

Lafayette Park (1959)

O Lafayette Park é a maior coleção de edifícios do mundo construídas por Mies van der Rohe, estando localizados no centro de Detroit. Este complexo de edifícios residências possui aproximadamente 78 acres.

O Lafayette Park é considerado um exemplo de renovação urbana cuja arquitetura é constituída por componentes estruturais em aço e a presença de painéis envidraçados em suas fachadas. Todos esses elementos juntamente com a volumetria se conectam com a paisagem ao redor.

Neue National Galerie (1968)

A Neue National Galerie é um museu localizado no centro de Berlin, sendo a primeira obra construída na Alemanha e a última obra de Mies van der Rohe em vida. É tido como um edifício que representa a máxima expressão minimalista do Estilo Internacional desenvolvido por van der Rohe.

Sua arquitetura surge a partir de um subsolo de pedra medindo 105 por 110 metros que emergedo solo sendo descontinuado apenas por seus acessos e circulações.

Esta volumetria funciona como uma plataforma na qual abriga uma coleção em seu interior. Ao mesmo tempo, se concretiza um outro volume da galeria, apoiado nos conhecidos pilares em formato de cruz característicos de Mies van der Rohe.

Chicago Federal Center (1974)

O Chicago Federal Center é um conjunto de arranha-céus localizados no centro de Chicago Loop, nos Estados Unidos, sendo este concluído em 1974, cinco anos após a morte de Mies van der Rohe.

Sua arquitetura é composta por três edificações construídas em vidro e aço, sendo estas o Edificio Everrett McKinley, Jonh C. Kluczynski e o Correios dos EUA que definem a Chicago Federal Plaza.

Para este projeto, Mies integrou duas características que ele vinha trabalhando na época e que integram a chamada Segunda Escola de Chicago: blocos com diferentes alturas dispostos em conjunto com um amplo espaço aberto onde se situa o conjunto.

O Legado de Mies van der Rohe

Com um trabalho desenvolvido ao longo de anos que resultaram em inúmeras edificações residenciais, institucionais e públicas criadas sob um estilo próprio que alia beleza e função, Mies van der Rohe é responsável por um dos mais importantes conjuntos de obras arquitetônicas do século XX.

Por esta razão, Mies é considerado um dos maiores arquitetos da história, sendo seus projetos objetos de estudos e reprodução em todo o mundo.

Além do impressionante trabalho arquitetônico, Mies van der Rohe também contribuiu para o design de interiores através de sua paixão por mobiliários. Um exemplo clássico é a cadeira Barcelona desenhada para integrar o Pavilhão Alemão (1929) e que continua sendo nos dias de hoje um dos itens de mobiliários mais vendidos do mundo.

Suas obras arquitetônicas marcadas por tamanha concisão técnica e estética minimalista que prezam pela funcionalidade acima de tudo certamente marcaram para sempre a história da Arquitetura mundial.

Uma de suas frases mais famosas “Less is More” (menos é mais) traduz de maneira definitiva tudo aquilo que ele acreditava que sua arquitetura deveria ser.

Fonte: Projetou Blog. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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Menos é mais: Mies van der Rohe, pioneiro do movimento moderno | Arch Daily

Ludwig Mies van der Rohe (27 de março de 1886 - 17 de agosto de 1969) é um dos arquitetos mais influentes do século XX, conhecido por seu papel fundamental no movimento arquitetônico de maior alcance de sua época: o modernismo. Nascido em Aachen, Alemanha, a carreira de Mies começou no estúdio de Peter Behrens, onde trabalhou ao lado de dois outros grandes nomes do modernismo, Walter Gropius e Le Corbusier. Por quase um século, o estilo minimalista de Mies provou ser muito popular; seu famoso aforismo "menos é mais" ainda é amplamente proferido, mesmo por aqueles que desconhecem sua origem.

Mies começou a desenvolver seu estilo durante a década de 1920, combinando as preocupações industriais funcionalistas de seus contemporâneos modernistas com um impulso estético em direção aos elementos mínimos – rejeitando os sistemas tradicionais de cômodos fechados e confiando fortemente no vidro para dissolver a fronteira entre o interior e o exterior. Aquela década foi importante para a carreira de Mies, sendo inaugurada com a proposta para o arranha-céu em Friedrichstraße (1921), uma torre de vidro não construída que cimentou sua fama na vanguarda arquitetônica, e encerrada por seu Pavilhão Alemão na Exposição de Barcelona de 1929 (mais conhecido como Pavilhão de Barcelona), que continua sendo uma de suas obras mais populares.

Em 1930, Mies assumiu o cargo de Hannes Meyer como diretor da Bauhaus – a escola fundada por Walter Gropius –, cargo que ocupou até 1933, quando foi forçado a fechar sob pressão do governo nazista. Em 1932, a obra de Mies foi destaque na mostra The International Style, organizada pelo MoMA, com curadoria de Philip Johnson e Henry-Russel Hitchcock. A exposição que não apenas reforçou o papel de Mies como um dos líderes do movimento modernista, como também levou o próprio movimento a um público mais amplo e internacional.

Após o fechamento da Bauhaus e a contínua ascensão dos nazistas na Alemanha, Mies teve difículdades em encontrar trabalho em seu país. Acabou migrando para os Estados Unidos em 1937, onde se estabeleceu em Chicago e se tornou o chefe do Instituto de Tecnologia de Illinois. Durante seus 20 anos no IIT, desenvolveu o que ficou conhecido como "a segunda escola de arquitetura de Chicago", caracterizada por edifícios retilíneos minimalistas dos quais se destacam o 860-880 Lakeshore Drive e o Seagram Building. Junto desta nova tipologia de arranha-céus, continuou a desenvolver sua tipologia de pavilhões marcados pela horizontalidade – vertente que assume expressividade máxima na Casa Farnsworth, concluída em 1951. Por vezes, Mies combinou estas duas tipologias em composições únicas, como é o caso do complexo de três edifícios para o Centro Federal de Chicago.

Fonte: Arch Daily. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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Mies van der Rohe: menos é mais e outras lições do mestre da arquitetura | ArchTrends

Ludwig Mies van der Rohe é considerando um dos maiores arquitetos do século XX. Até hoje, suas obras e a sua forma de pensar servem como objeto de pesquisa e continuam a inspirar arquitetos e designers do mundo todo.

Além disso, deixou lições importantes para diversos profissionais pensarem as construções, seu uso e como conceber espaços simples e funcionais.

Mas o que fez Mies van der Rohe chegar a esse patamar enquanto arquiteto?

É o que vamos descobrir a seguir.

Continue lendo para saber mais sobre a vida do arquiteto, suas obras e como colocar seus ensinamentos em prática!

Encontro de Mies van der Rohe com a arquitetura

Ludwig Mies van der Rohe nasceu em Aachen, na Alemanha, em 1886. Ainda jovem, trabalhou na oficina de cantaria de seu pai, mas foi ao se mudar para Berlim que começou a dar seus próprios passos.

Em 1905, passou a trabalhar com Bruno Paul, designer de interiores.

Alguns anos mais tarde, se tornou um discípulo de Perter Behrens, considerando o primeiro designer da história.

Já nessa época, entrou em contato com grandes arquitetos como Walter Gropius e Le Corbusier, cujas ideias o influenciaram ao longo da vida.

Embora não tivesse uma formação acadêmica, o seu talento foi reconhecido e diversas encomendas começaram a chegar.

Tanto é que foi nessa época em que adotou o sobrenome “van der Rohe”, símbolo de sua ascendência social. Afinal, deixou de ser um mero filho de comerciante para se tornar um arquiteto reconhecido pela elite cultural de Berlim.

Em 1912, resolveu abrir o seu próprio escritório e ter uma carreira profissional independente. No começo, construía casas populares influenciadas pelo neoclassicismo e pelos estilos medievais da Alemanha.

Com o avanço tecnológico, Mies van der Rohe passou a criar novas estruturas, distanciando-se dos estilos tradicionais.

Começou a receber influências do neoplasticismo e do construtivismo russo, que estimularam a busca por um novo estilo arquitetônico.

Suas obras eram baseadas em desenhos puros e técnicas estruturais bastante avançadas. Mies van der Rohe combinava estrutura e membranas externas que formavam espaços vazios.

Para o arquiteto, esses espaços deveriam ser preenchidos por pessoas.

Com essa visão, Mies van der Rohe passou a contribuir para o avanço da arquitetura modernista. Além da estética mínima, usava materiais inovadores, como aço e vidro, e trabalhava a relação entre exterior e interior em suas obras.

Mies van der Rohe à frente da Bauhaus e tensões com o regime nazista

Por conta da clara identificação de Mies van der Rohe com as tendências mais recentes da arquitetura, ele foi convidado a lecionar na Bauhaus, escola de design vanguardista fundada por Walter Gropius.

Em 1930, ocupou o cargo de diretor da Bauhaus e conviveu com grandes artistas como Paul Klee e Kandinsky.

Mas esteve à frente da escola por pouco tempo. Isso porque, a partir de 1933, a escola foi forçada a fechar as portas por pressão dos nazistas.

Até mesmo o estilo criado por Mies van der Rohe passou a ser rejeitado, já que não representava o espírito nacionalista alemão.

Então, o arquiteto se viu obrigado a deixar o país por conta das tensões com o regime nazista. Em 1937, resolve migrar para os Estados Unidos.

Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona

Foi durante esse período que o arquiteto criou um de seus projetos mais famosos, o Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona. A estrutura pesada do edifício era formada por planos horizontais e verticais, além de ser sustentada por pilares metálicos.

Ao final da Feira, o Pavilhão foi demolido. Porém, por conta de sua importância para a arquitetura e carreira do arquiteto, sua reconstrução foi encomendada pela Fundação Mies van der Rohe nos anos 1980.

A obra se tornou um símbolo do modernismo e da missão de Mies van der Rohe de criar um novo estilo que representasse a época.

Villa Tugendhat

A Villa Tugendhat, na República Tcheca, foi uma encomenda de um casal jovem e abastado que conheceu o trabalho de Mies van der Rohe em Berlim.

Eles queriam uma casa espaçosa, funcional e com formas simples, características centrais nos projetos do arquiteto.

Com uso do aço, foram criados espaços livres e abertos nessa casa de três níveis que se relacionam com a mudança de inclinação do terreno.

Além das aberturas e cor da fachada, distribuição dos ambientes e materiais usados interna e externamente, Mies van der Rohe também desenhou os móveis da casa.

Design de mobiliário: cadeira Barcelona e muito mais

Mais do que um ícone da arquitetura, Mies van der Rohe também foi um exímio designer. Apaixonado por mobiliário, foi responsável por criar peças emblemáticas, como a cadeira Barcelona.

A ideia dele foi criar uma cadeira inspirada no conforto da realeza, ou seja, que fosse elegante e imponente, e oferecesse máximo conforto.

Por ter uma estrutura em aço flexível ao peso, a cadeira se molda ao corpo de quem a utiliza. Haviam versões variadas, de acordo com o acabamento: couro natural ou ecológico, em diversas cores.

A peça fez tanto sucesso que Mies van der Rohe criou a Coleção Barcelona. Além da cadeira, desenvolveu poltrona, mesa, puff e sofá.

O arquiteto e designer sempre prezou pela excelência dos detalhes, precisão das proporções e visual das formas, combinados ao uso de materiais modernos.

Como resultado, criava peças elegantes, confortáveis e com design minimalista.

Assim como nos projetos de arquitetura, Mies van der Rohe encontrou na união entre vidro e metal uma solução para o design de mobiliário.

Além da cadeira Barcelona, uma das mais imitadas no mundo até hoje, criou outras peças notórias, como a cadeira MR e cadeira Brno, feita para a Casa Tugendhat.

Estados Unidos: período de maturidade criativa

Ao chegar aos Estados Unidos, Mies van der Rohe já era considerado um pioneiro da arquitetura moderna.

Embora o país tenha dado condições para a promoção do novo estilo arquitetônico e do desenvolvimento tecnológico, alguns críticos enxergam o momento como delicado.

Isso porque esse impulso do mercado capitalista não faria sentido diante do projeto social-democrata que se deu nos anos de Bauhaus.

Após desenvolver um projeto para um complexo residencial no Wyoming, o arquiteto foi convidado para dirigir o Instituto de Tecnologia de Illinois. Para aceitar, colocou a condição de projetar os novos edifícios do campus.

O Crown Hall, por exemplo, uma de suas obras mais conhecidas, fica localizada na universidade.

Como professor, foi responsável por formar uma geração de arquitetos funcionalistas nos Estados Unidos, cujos trabalhos consistiram na construção de arranha-céus.

A partir da década de 1950, logo após naturalizar-se cidadão estado-unidense, Mies van der Rohe viveu sua fase de maturidade criativa e consolidação como arquiteto internacional.

O arquiteto não poupou esforços para promover uma nova arquitetura para o século XX.

Suas obras se voltaram para a criação de amplos espaços “universais”, como parte de estruturas ordenadas e molduras de perfis preenchidos por vidro ou tijolo.

Durante essa fase, Mies van der Rohe criou obras icônicas, como veremos a seguir.

Casa Farnsworth

Uma delas foi a Casa Farnsworth, projetada entre 1946 e 1951 para servir de retiro para a médica Edith Farnsworth.

A casa revela aspectos que, para Mies van der Rohe, deveriam caracterizar a arquitetura da época: estrutura minimalista, uso de novos materiais e espaço fluido. A combinação entre linhas mínimas e planos sobrepostos faz parecer que a casa flutua sobre o solo.

Rodeada pelo verde da floresta, a casa é envolvida pela natureza e pela luz natural, que adentra o interior por meio das paredes de vidro.

Não por acaso, a Casa Farnsworth se tornou uma das principais referências da arquitetura moderna.

Seagram Building

Outro destaque dessa fase é o Seagram Building, em Nova Iorque, projetado pelo arquiteto em 1958 e considerado símbolo da arquitetura funcionalista para arranha-céus.

Criado para ser um edifício empresarial, sua forma conta com linhas simples que dão volume à torre de 157 metros de altura e 38 andares. As principais características do projeto são a estrutura de aço coberta por perfis de bronze e a cortina de vidro.

Lafayette Park

Em 1959, Mies van der Rohe criou a sua maior coleção de edifícios residenciais, localizados no centro de Detroit.

Assim como em outras obras dessa fase, o arquiteto usou como componentes estruturais o aço e os painéis de vidro nas fachadas. E, claro, o volume dos edifícios dialoga com a paisagem do entorno.

Neue Nationalgalerie

A Neue Nationalgalerie foi a primeira obra de Mies van der Rohe na Alemanha e a última que pôde concretizar em vida.

Na época em que o projeto foi encomendado, Berlim ainda estava dividida pelo muro. Para revitalizar uma parte da cidade, a República Federal Alemã resolveu criar diversos equipamentos culturais.

Entre eles, estava a Neue Nationalgalerie, além da Filarmômica e a Matthiaskirche.

Localizado no centro de Berlim, o museu expressa o minimalismo do Estilo Internacional criado pelo arquiteto. Os pilares em formato de cruz e os painéis de vidro conferem volume à galeria.

A obra trouxe uma nova configuração para o museu. Sobre um subsolo de pedra de cerca de 110 metros, emerge o edifício que abriga peças de arte em seu interior.

Ter uma planta livre para expor obras praticamente ao ar livre e, ao mesmo tempo, um espaço abaixo do solo foi uma inovação para a época.

Além do aspecto arquitetônico, essa configuração conferiu mais liberdade e criou novas possibilidades curatoriais.

Chicago Federal Center

O Chicago Federal Center está localizado no centro de Chicago Loop, nos Estados Unidos. Embora tenha elaborado o projeto, Mies van der Rohe não pôde vê-lo concretizado, já que a conclusão se deu em 1974, cinco anos após a sua morte.

É formado por três edifícios construídos com vidro e aço: Edifício Everrett McKinley, Jonh C. Kluczynski e o Correios dos EUA, que formam a Chicago Federal Plaza.

O estilo do projeto foi trabalho por Mies van der Rohe ao longo de seus 20 anos à frente da Escola de Arquitetura IIT, marcado pela geometria retilínea, o pé-direito duplo e os detalhes minimalistas.

Fonte: ArchTrends. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

Crédito fotográfico: Wikimedia. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969), mais conhecido como Mies van der Rohe, foi um arquiteto alemão. Conhecido por sua contribuição fundamental ao modernismo, Ludwig foi um dos arquitetos mais influentes do século XX. Iniciou a carreira como aprendiz de pedreiro antes de estudar com o renomado arquiteto Peter Behrens. Sua obra é marcada pelo uso inovador de vidro e aço, e pela busca da simplicidade, encapsulada em seu famoso lema "menos é mais". Ao longo de sua carreira, ele dirigiu a Bauhaus e projetou ícones como o Pavilhão de Barcelona e o Seagram Building, consolidando seu legado na arquitetura internacional. Mies recebeu importantes reconhecimentos ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha de Ouro do RIBA em 1959 e a Medalha Presidencial da Liberdade em 1963. Seu trabalho continua a influenciar gerações de arquitetos, sendo considerado um precursor do minimalismo.

Mies Van der Rohe

Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969), mais conhecido como Mies van der Rohe, foi um arquiteto alemão. Conhecido por sua contribuição fundamental ao modernismo, Ludwig foi um dos arquitetos mais influentes do século XX. Iniciou a carreira como aprendiz de pedreiro antes de estudar com o renomado arquiteto Peter Behrens. Sua obra é marcada pelo uso inovador de vidro e aço, e pela busca da simplicidade, encapsulada em seu famoso lema "menos é mais". Ao longo de sua carreira, ele dirigiu a Bauhaus e projetou ícones como o Pavilhão de Barcelona e o Seagram Building, consolidando seu legado na arquitetura internacional. Mies recebeu importantes reconhecimentos ao longo de sua carreira, incluindo a Medalha de Ouro do RIBA em 1959 e a Medalha Presidencial da Liberdade em 1963. Seu trabalho continua a influenciar gerações de arquitetos, sendo considerado um precursor do minimalismo.

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Mies Van der Rohe | Arremate Arte

Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) foi um arquiteto alemão que se tornou uma das figuras mais influentes do modernismo no século XX. Nascido em Aachen, na Alemanha, Mies começou sua carreira trabalhando na oficina de seu pai como pedreiro antes de se mudar para Berlim, onde teve contato com o movimento modernista. Sua abordagem arquitetônica foi marcada pela simplicidade e pela ideia de que "menos é mais", uma filosofia que priorizava a funcionalidade e a clareza na forma.

Em 1930, Mies foi nomeado diretor da Bauhaus, a famosa escola de design alemã que se tornou um centro do modernismo, mas teve que deixar o cargo em 1933 quando a escola foi fechada pelos nazistas. Em 1937, ele emigrou para os Estados Unidos, onde se estabeleceu como chefe do departamento de arquitetura do Instituto de Tecnologia de Illinois (IIT) em Chicago. Durante seu tempo no IIT, Mies desenvolveu um estilo arquitetônico que incorporava o uso extensivo de vidro e aço, criando edifícios que se destacavam por sua transparência e leveza estrutural.

Entre as obras mais famosas de Mies estão o Pavilhão de Barcelona, construído para a Exposição Internacional de 1929 em Barcelona, que se tornou um ícone do design modernista, e a Casa Farnsworth, concluída em 1951 em Plano, Illinois, um exemplo clássico de suas ideias sobre a transparência e o fluxo entre interior e exterior. Outra obra importante é o Edifício Seagram, em Nova York, concluído em 1958, que é considerado um marco da arquitetura corporativa moderna.

Mies também teve um impacto significativo no design de mobiliário, com peças como a cadeira Barcelona e a chaise longue Brno, que se tornaram clássicos do design modernista e continuam a ser produzidos até hoje. Sua influência no design e na arquitetura foi duradoura, e muitos de seus princípios ainda são aplicados na arquitetura contemporânea.

Ao longo de sua carreira, Mies van der Rohe buscou criar um estilo arquitetônico que fosse verdadeiramente moderno, livre de ornamentos desnecessários e focado na funcionalidade e na honestidade dos materiais. Seu legado é visto como um dos mais importantes do século XX, e ele é frequentemente citado como um dos fundadores do modernismo na arquitetura.

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Mies Van der Rohe | Wikipédia

Ludwig Mies van der Rohe (Aachen, 27 de março de 1886 – Chicago, 17 de agosto de 1969) foi um arquiteto alemão naturalizado americano, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX, sendo geralmente colocado no mesmo nível de Le Corbusier ou de Frank Lloyd Wright.

Foi professor da Bauhaus e um dos criadores do que ficou conhecido por International style, onde deixou a marca de uma arquitetura que prima pelo racionalismo, pela utilização de uma geometria clara e pela sofisticação. Os edifícios da sua maturidade criativa fazem uso de materiais modernos, como o aço industrial e o vidro para definir os espaços interiores, e a aparência exterior de suas obras. Concebeu espaços austeros mas que transmitem uma determinada concepção de elegância e cosmopolitismo. Também é famoso pelas várias frases criadas por ele, algumas delas são conhecidas praticamente no mundo todo, como é o caso das frases "less is more" ("menos é mais") e "God is in the details" ("Deus está nos detalhes").

Mies van der Rohe procurou sempre uma abordagem racional que pudesse guiar o processo de projeto arquitetônico. Sua concepção dos espaços arquitetônicos envolvia uma profunda depuração da forma, voltada sempre às necessidades impostas pelo lugar, segundo o preceito do minimalismo.

Ludwig nasceu em Aachen, na época pertencente ao Reino da Prússia, hoje na Renânia do Norte-Vestfália, em 1886. Quando jovem, trabalhou na empresa de cantaria do seu pai, antes de se mudar para Berlim onde começou a trabalhar com o designer de interiores Bruno Paul. Em 1908 ingressou no estúdio do proto-medieval Peter Behrens, do qual se tornou discípulo. Aí permaneceu até 1912, entrando em contacto com as teorias de design em voga e com a cultura alemã culturalista. O seu talento foi rapidamente reconhecido e começou desde cedo a receber encomendas apesar de não ter graduação acadêmica formal. Com uma presença física impressionante e com modos reticentes e ponderados, Ludwig Mies decidiu reformular o seu próprio nome de modo a adequar-se à rápida mudança de estatuto, de filho de um comerciante para arquiteto reconhecido pela elite cultural berlinense, acrescentando o sobrenome, de ressonância aristocrática, "van der Rohe".

Começou a sua carreira profissional independente projetando casas para clientes de classes baixas. Seguia então estilos medievais da tradição alemã, demonstrando profundas influências do mestre do neoclassicismo prussiano do início do século XIX, Karl Friedrich Schinkel, de quem admirava as grandes proporções e os volumes complexos e radiais, ao mesmo tempo que controlava as novas possibilidades estruturais decorrentes do avanço tecnológico e se libertava dos tiques ecléticos e desordenados do classicismo, próprios do virar do século.

Depois da Primeira Guerra Mundial, Mies começa, pois, a afastar-se dos estilos tradicionais e a receber influências do neoplasticismo, formado em 1917, e do construtivismo russo, que nele fazem germinar o espírito modernista, em busca de um novo estilo arquitetônico para a era industrial.

Os estilos tradicionais há muito que eram alvo de críticas dos teóricos progressistas, principalmente pelo seu uso de ornamentações sem qualquer relação com as estruturas modernas de construção dos novos edifícios. Tais críticas receberam especial credibilidade com o desastre da Primeira Guerra Mundial, considerada então como o falhanço da liderança imperial europeia. O revivalismo clássico foi então repudiado por muitos, ao ser identificado com a arquitetura do sistema aristocrático, agora em descrédito.

O seu estilo começa, então, a patentear influências como o Expressionismo, o Suprematismo, o Construtivismo russo (construções escultóricas e eficientes, usando materiais industriais modernos) e o Grupo holandês De Stijl. Bruno Zevi identifica o Pavilhão de Barcelona como a súmula deste movimento, ao descrevê-lo como "Painéis de travertino e mármore, lâminas de vidro, superfícies de água, planos horizontais e verticais que quebram a imobilidade dos espaços fechados, rompem os volumes e orientam o olhar para vistas exteriores". Foi também influenciado por Frank Lloyd Wright, com os espaços fluidos próprios do estilo presente nas suas Casas da Pradaria.

De forma ousada, abandonou por completo a dependência de qualquer ornamentação e, em 1921, projetava um impressionante arranha-céu de vidro e metal, seguindo-se uma série de projetos pioneiros que culminariam no Pavilhão alemão na Feira Universal de Barcelona, estrutura temporária para a exposição de 1929 (reconstruído atualmente na sua localização original), e na Villa Tugendhat em Brno, terminada em 1930, onde utilizou superfícies de cimento armado. Entre 1918 e 1925 participou do Novembergruppe, um grupo de industriais que atuaram como mecenas para uma nova geração de arquitetos dedicados à divulgação da arquitetura moderna). Durante esse período trabalhou em proximidade com Lilly Reich.

Em Julho de 1923 participou no primeiro número da Revista G (abreviação de Gestaltung), onde se mostra menos ligado aos princípios expressionistas e mais voltado para a objetividade construtiva. Ganhou, igualmente, proeminência no universo da arquitetura ao ser convidado pela Deutscher Werkbund para planear o complexo habitacional modernista Deutsche Werkbund Weissenhofsiedlung, em Estugarda, além de um grupo de edifícios residenciais na colina de Weissenhof, para uma exibição aberta ao público durante o verão de 1927.

Em termos políticos, o período alemão de Mies caracteriza-se pela militância socialista, bem ilustrada pelo seu projeto para o Denkmal für Rosa Luxemburg und Karl Liebknecht (Monumento a Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht), onde o Partido Comunista pretendia homenagear os seus heróis. O monumento, construído graças ao dinheiro obtido pela venda de postais com o modelo do projeto, constava de um memorial constituído por tijolos irregulares, compostos em volumes paralelepipédicos formando um muro de 12 m de comprimento, 4 m de largura e 6 m de altura, lembrando todos os que morreram fuzilados, contra paredes, lutando pela Revolução. O monumento foi posteriormente demolido pelas forças nazistas. Apesar disso, quando de seu posterior cargo de direção na Bauhaus, foi um dos professores que determinou a expulsão dos estudantes de orientação comunista daquela instituição, os quais começavam a incomodar os governos locais, além de alterar os rumos políticos que a escola tomava, desviando da proposta anterior de Hannes Meyer, mais politizada.

Bauhaus

Já identificado com as novas tendências da arquitetura, Mies é convidado a lecionar na escola vanguardista de design Bauhaus, fundada pelo seu colega — e crítico — Walter Gropius. Pertencem a este seu período algumas peças de mobília medieval, onde aplica antigas tecnologias artesanais, que viriam a se tornar particularmente populares até os dias de hoje, como a Cadeira Barcelona (e mesa) ou a Cadeira Brno.

É desse período o seu projeto mais famoso, o Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona: uma estrutura bastante pesada, sustentada por delgados pilares metálicos e constituída essencialmente de planos verticais e horizontais. Após a exposição o pavilhão foi demolido, mas sua importância foi tal que voltou a ser construído na década de 1990, como homenagem ao arquiteto e como símbolo do modernismo.

Mies parece ter adotado, a partir dessa altura, a missão de criar um novo estilo e uma nova arquitetura que representasse a época que se iniciava, tal como a Arquitetura Gótica representara a Idade Média. Tal arquitetura deveria ser guiada por um processo criativo assente em pressupostos racionais. Contudo, tal demanda viria a ser interrompida pela depressão econômica e pela tomada do poder pelos Nazis, a partir de 1933.

Na década de 1930, depois de Hannes Meyer, Mies foi, a pedido de Gropius e por um breve período de tempo, o último diretor de uma Bauhaus vacilante. A escola, financiada pelo governo, seria forçada a fechar as portas devido a pressões políticas do partido Nazi que a identificava com ideologias antagônicas como o socialismo e o comunismo. A arquitetura praticada por Mies foi igualmente rejeitada por não representar o espírito nacionalista alemão. Essa década foi, de fato, pouco profícua, ressaltando pouco mais que a encomenda do apartamento de Philip Johnson, em Nova Iorque.

Estados Unidos

Mies abandonou a sua pátria em 1933, quando se desvaneciam as hipóteses de continuar aí a sua carreira. Quando chegou aos Estados Unidos, depois de 30 anos de prática na Alemanha, já era considerado pelos promotores americanos do Estilo Internacional como um pioneiro da arquitetura moderna. Em 1949, já o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque lhe dedicava uma retrospectiva. É, de fato, no seu país de adoção que encontra todas as condições para promover de fato suas experiências com uma possível industrialização da arquitetura e da construção: um mercado capitalista muito mais desenvolvido que o alemão, com fortes demandas por novas tipologias imobiliárias e desenvolvimento tecnológico razoável. No entanto, alguns críticos apontam este momento da obra de Mies como um desvirtuamento do projeto social-democrata em curso nos anos da Bauhaus.

Pouco depois de projetar um complexo residencial no Wyoming, recebeu uma oferta para dirigir a escola de arquitetura do Chicago's Armour Institute of Technology, mais tarde renomeado como Instituto de Tecnologia de Illinois — IIT. Uma das condições para a aceitação do cargo consistia em que o projeto para os novos edifícios do campus universitário lhe fosse adjudicado. Alguns dos seus edifícios mais afamados situam-se aí, incluindo o Crown Hall, sede do Departamento de Arquitetura do IIT. Lecionando aí, Mies torna-se também responsável pela gênese de toda uma geração de arquitetos norte-americanos funcionalistas, especialmente voltados para a construção dos arranha-céus demandados pelas empresas do país.

Em 1949 tornou-se cidadão dos Estados Unidos, rompendo formalmente os laços com a Alemanha.

Os 30 anos de carreira que se seguiriam são considerados os anos da sua maturidade criativa, sendo o período em que desenvolveu esforços mais consistentes na prossecução dos seus objetivos para a nova arquitetura do século XX. Fez convergir o seu trabalho para a definição de largos espaços "universais" inseridos em suportes estruturais claramente ordenados, recorrendo a molduras de perfis manufacturados preenchidas com tijolo ou vidro. Os seus primeiros projetos para o campus da IIT e para Herb Greenwald revelou ao mundo arquitetônico norte-americano um estilo que parecia o resultado natural da progressão do estilo da Escola de Chicago, então um pouco esquecida.

Entre 1946 e 1951, Mies projetou e construiu a icônica Casa Farnsworth, uma casa de fim de semana que deveria servir de retiro, nos arredores de Chicago, para a médica Edith Farnsworth e que se tornaria uma das principais obras de referência da arquitetura moderna. Aqui, Mies explorou a relação entre o indivíduo, o seu abrigo e a natureza. A casa concretiza a visão amadurecida de Mies para o que deveria ser a arquitetura da sua época: uma estrutura minimalista limitada à pele e esqueleto do edifício, usando materiais que representavam os novos tempos, permitindo a definição de um espaço ordenado de forma clara, simples, inteligível e fluida, com uma disposição que sugerisse liberdade de utilização.

O suporte estrutural rigorosamente concebido e as paredes totalmente de vidro definem um espaço interior cúbico simples, permitindo que a natureza e a luz o envolvam de facto. Este pavilhão de vidro ergue-se cerca de 1,5 m acima da planície aluvial do rio Fox e é rodeado por florestas e prados.

Um núcleo de painéis de madeira, para arrumações, cozinha, lareira e casa de banho está posicionado neste espaço aberto de forma a definir a área de estar, comer e dormir sem a necessidade de recorrer às típicas paredes e quartos individualizados. O invólucro de vidro não tem qualquer gênero de partição. Cortinados a toda a altura, dispostos por todo o perímetro permitem a privacidade necessária, quando desejada. A casa tem sido descrita por muitos como "sublime", "um templo pairando entre a terra e o céu", "um poema", "uma obra de arte". A influência desta obra pode verificar-se pela quantidade de "casas de vidro" modernistas, das quais a mais notável talvez seja a de Philip Johnson, localizada junto de Nova Iorque, pertencente atualmente ao National Trust for Historic Preservation.

Em 1958 Mies van der Rohe projetou o que veio a ser considerado por muitos como o auge da arquitetura funcionalista para arranha-céus: o Edifício Seagram, em Nova Iorque. Mies foi escolhido para o projeto pela filha do cliente, Phyllis Bronfman Lambert, que também tinha alguma notoriedade no meio da aquitânia dos Estados Unidos. O edifício tornar-se-ia um ícone representativo do poder crescente das corporações empresariais, que viria a definir o próprio século XX.

Numa decisão audaciosa e inovadora, Mies revolucionou o padrão construtivo novaiorquino ao deixar livre metade do terreno dedicado à obra, definindo uma praça com fonte para usufruto público em Park Avenue em frente ao edifício que se assumia como uma leve estrutura de metal e vidro. Ainda que hoje esta seja uma solução arquitetônica largamente aclamada, Mies teve de convencer os gestores da família Bronfman de que a ideia de libertar espaço em frente ao edifício era, não só viável, como benéfica para a imagem da companhia. O projeto caracteriza-se por uma cortina de vidro, com perfis de bronze a cobrir a estrutura de aço.

Philip Johnson participou na seleção de materiais interiores e no projeto da praça, sendo também o autor do faustoso restaurante "Four Seasons". O Edifício foi ainda pioneiro na construção "fast-track", em que a execução das fases de desenho e construção é simultânea, de modo a terminar mais rapidamente a obra. O protótipo do Edifício Seagram foi posteriormente adaptado em vários arranha-céus de escritórios modernos como no Dirksen and Klusinski Federal Buildings, no Post Office (1959), na Praça IBM em Chicago, no Toronto-Dominion Centre em 1967, em Toronto, e na Westmont Square, em Montreal.

Mies projetou ainda uma série de apartamentos em altura, destinados a famílias da classe média, para o construtor Herb Greenwald e para seus herdeiros, após sua morte prematura numa queda de avião. As torres Lake Shore Drive 860/880 e 900/910, junto à costa lacustre de Chicago, com fachadas de vidro e aço, constituíram uma completa reviravolta na construção de apartamentos, tipicamente construídos com tijolo. O próprio Mies considerou as unidades habitacionais demasiado pequenas para si, tendo continuado a viver noutro luxuoso apartamento, relativamente perto deste conjunto de edifícios. Também estas torres se tornaram num protótipo para outros projetos de unidades de habitação colectiva, desenhados pelo atelier de Mies.

De 1951 a 1952 o atelier foi responsável pela construção da Casa McCormick, uma estrutura de tijolo, aço e vidro, localizada em Elmhurst, Illinois, a 15 milhas a oeste do Chicago Loop), para o construtor Robert Hall McCormick Jr. Constitui, de facto, uma versão de um só andar da cortina de vidro do conjunto 860–880 das torres de Lake Shore Drive e serviu como protótipo para uma série de projetos especulativos, nunca construídos, para Melrose Park, no Illinois. A casa faz parte, hoje em dia, do Elmhurst Art Museum.

O último trabalho de relevo de Mies foi a Neue Nationalgalerie em Berlim, que é considerado uma das mais perfeitas expressões da sua abordagem arquitetônica. O pavilhão superior é constituído por uma estrutura precisa de aço com invólucro de vidro, que na sua simplicidade revela perfeitamente a força estética e funcional das ideias de espaço interior flexível, aberto e sem cargas desnecessárias impostas pela ordem estrutural externa.

Mies teve um papel relevante enquanto educador no âmbito da arquitetura. Acreditava que as suas ideias podiam ser ensinadas de forma objectiva. Trabalhou intensivamente em soluções prototípicas que poderiam ser aplicadas de forma livre pelos seus discípulos, adaptando-as a situações específicas, sob a sua supervisão. O facto de nem sempre se terem conseguido, assim, obras de qualidade aceitável levou Mies a considerar que existia alguma falha na sua teorização em relação à nova teoria, que deveria ser facilmente aplicada a novas situações. Ele se tornou ícone da arquitetura contemporânea mundial.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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Quem foi Mies van der Rohe? | Projetou

Mies van der Rohe (1886-1969) foi um arquiteto alemão naturalizado estadunidense. É considerado um dos principais arquitetos atuantes no século XX, assim como um dos pioneiros na Arquitetura Moderna e precursor da Arquitetura Minimalista.

Seu trabalho é mundialmente conhecido, sendo suas obras caracterizadas por diversos estilos arquitetônicos desenvolvendo assim, um estilo próprio denominado Estilo Internacional, o qual buscava utilizar materiais industriais como o vidro e o aço de maneira racional e simplificada, prezando o funcionalismo. 

Mies van der Rohe (1886-1969) foi um dos maiores arquitetos do século XX

Dessa forma, o trabalho de Mies van der Rohe é reconhecido como um dos mais importantes para a Arquitetura mundial do século XX, sendo suas obras arquitetônicas objetos de pesquisas acadêmicas e fonte de inspiração para todos os arquitetos e designers.

Por este motivo, é importante que Arquitetos conheçam sua trajetória e suas principais obras arquitetônicas, sendo capazes de se inspirar em sua arquitetura para ter referências de projetos arquitetônicos e design.

Biografia de Mies van der Rohe

Ludwig Mies van der Rohe, nasceu em 27 de março de 1886, em Aachen, Alemanha. Ao longo de sua trajetória como arquiteto construiu um importante conjunto de obras, desempenhando um papel essencial para a Arquitetura Modernista do século XX.

Mies van der Rohe contribuiu vastamente para a arquitetura moderna, bem como foi um precursor para a arquitetura minimalista

Sua carreira se inicia durante sua adolescência, quando começa a trabalhar ao lado de seu pai na construção civil, mudando-se posteriormente para Berlin onde passou a atuar em escritórios influentes.

Foi durante este período que passou a construir casas populares no estilo medieval alemão. Porém precisou servir na área de engenharia durante a Primeira Guerra Mundial, retornando apenas no final do conflito decidido a se tornar um arquiteto reconhecido.

1920: Consolidação da carreira e desenvolvimento do estilo próprio

A partir da década de 1920, Mies começa a desenvolver seu próprio estilo, a partir as indagações funcionalistas industriais que se iniciavam com a disseminação do Movimento Modernista o qual pregava uma estética mínima, materiais inovadores (vidro e aço) e expansão entre a relação interior x exterior em construções.

Registro fotográfico do edifício em Friedrichstraße em 1921

Neste período ele concebe obras arquitetônicas importantes, como o edifício em Friedrichstraße em 1921 e o aclamado Pavilhão de Barcelona construído para a Exposição de Barcelona em 1929.

1930 e 1940: Lecionando na Bauhaus e imigração para os Estados Unidos

A partir da década de 1930 é convidado por Walter Gropius a dirigir a escola Bauhaus, que é considerada o berço da Arquitetura Modernista, ocupando o cargo até 1933 quando a escola foi forçada a fechar as portas pelo governo nazista.

Desde então, passa a encontrar dificuldades para conseguir projetos na Alemanha devido as tensões surgidas das ações do regime nazista. Este fato o levou a migrar para os Estados Unidos em 1937, onde passou a viver se estabelecendo em Chicago, tornando-se diretor do Instituto de Tecnologia de Illinois.

1950 em diante: Consolidação como arquiteto internacional

Ainda trabalhando como diretor no Instituto de tecnologia de Illinois em Chicago, Mies passou a projetar diferentes tipos de edificações produzindo um trabalho conhecido como a segunda escola de arquitetura de Chicago, a qual passa a desenvolver edifícios que tem por aspectos predominantes o uso de formas retilíneas minimalistas. Um exemplo importante deste estilo é o Seagram Building (1958).

Em consoante a esta tipologia de arranha céus, Mies também passou a explorar a o emprego da horizontalidade de pavilhões que pode ser observada claramente na obra Casa Farnsworth (1951). Em alguns momentos explorou os dois estilos simultaneamente, como pode ser notado no Centro Federal de Chicago (1974).

Mies van der Rohe faleceu em 1969, aos 83 anos deixando como herança, obras que exprimem seu mais puro estilo arquitetônico racional, moderno e minimalista, um legado vital para a Arquitetura Moderna do século XX.

Obras Arquitetônicas Notáveis           

Ao longo de sua vida como arquiteto, Mies van der Rohe projetou diversas obras em vários locais, especialmente nos Estados Unidos e Europa. Todas estas obras possuem importância ímpar para a Arquitetura Modernista do século XX.

Pavilhão Alemão (1929)

O Pavilhão Alemão foi construído com o objetivo de representar o Pavilhão Nacional da Alemanha durante a Exposição Internacional de Barcelona de 1929. É considerada uma das obras mais simbólicas do Movimento Modernista, sendo amplamente estudada por diversos arquitetos em todo o mundo.

O Pavilhão foi edificado utilizando materiais considerados inovadores para a época tais quais: vidro, aço e diferentes tipos de mármores.

O Pavilhão foi desmontado em 1930 ao final da exposição, sendo reconstruído posteriormente em 1986 no mesmo local.

Casa Farnsworth (1951)

A Residência Farnsworth é considerada uma das casas mais famosas do mundo, estando localizada em Illinois nos Estados Unidos. Seu projeto se deu em 1945 e foi finalizado em 1951.

Esta residência tem como principais características arquitetônicas o uso da transparência através da vedação por vidros, a espontaneidade dos espaços e a inexistência entre a relação público e privado que é percebida pela disposição de seus ambientes.  

Seu traçado é constituído por linhas mínimas, um estilo de planos sobrepostos e a sensação de ela pode flutuar sob o solo. O sistema estrutural empregado nela é formado por uma estrutura metálica, cujo design dos pilares se destacam.

Seagram Building (1958)

O Seagram Bulding é um edifício empresarial construído em 1958, localizado na 375 Park Avenue em Nova York, Estados Unidos. Ele possui 38 andares e 157 metros de altura, seu traçado é formado por linhas simples que dão volume a sua torre.

Sua fachada é formada por perfis I de aço com pintura de bronze e módulos em formato retangular na cor marrom, que concretizam um vazio em sua frente.

Lafayette Park (1959)

O Lafayette Park é a maior coleção de edifícios do mundo construídas por Mies van der Rohe, estando localizados no centro de Detroit. Este complexo de edifícios residências possui aproximadamente 78 acres.

O Lafayette Park é considerado um exemplo de renovação urbana cuja arquitetura é constituída por componentes estruturais em aço e a presença de painéis envidraçados em suas fachadas. Todos esses elementos juntamente com a volumetria se conectam com a paisagem ao redor.

Neue National Galerie (1968)

A Neue National Galerie é um museu localizado no centro de Berlin, sendo a primeira obra construída na Alemanha e a última obra de Mies van der Rohe em vida. É tido como um edifício que representa a máxima expressão minimalista do Estilo Internacional desenvolvido por van der Rohe.

Sua arquitetura surge a partir de um subsolo de pedra medindo 105 por 110 metros que emergedo solo sendo descontinuado apenas por seus acessos e circulações.

Esta volumetria funciona como uma plataforma na qual abriga uma coleção em seu interior. Ao mesmo tempo, se concretiza um outro volume da galeria, apoiado nos conhecidos pilares em formato de cruz característicos de Mies van der Rohe.

Chicago Federal Center (1974)

O Chicago Federal Center é um conjunto de arranha-céus localizados no centro de Chicago Loop, nos Estados Unidos, sendo este concluído em 1974, cinco anos após a morte de Mies van der Rohe.

Sua arquitetura é composta por três edificações construídas em vidro e aço, sendo estas o Edificio Everrett McKinley, Jonh C. Kluczynski e o Correios dos EUA que definem a Chicago Federal Plaza.

Para este projeto, Mies integrou duas características que ele vinha trabalhando na época e que integram a chamada Segunda Escola de Chicago: blocos com diferentes alturas dispostos em conjunto com um amplo espaço aberto onde se situa o conjunto.

O Legado de Mies van der Rohe

Com um trabalho desenvolvido ao longo de anos que resultaram em inúmeras edificações residenciais, institucionais e públicas criadas sob um estilo próprio que alia beleza e função, Mies van der Rohe é responsável por um dos mais importantes conjuntos de obras arquitetônicas do século XX.

Por esta razão, Mies é considerado um dos maiores arquitetos da história, sendo seus projetos objetos de estudos e reprodução em todo o mundo.

Além do impressionante trabalho arquitetônico, Mies van der Rohe também contribuiu para o design de interiores através de sua paixão por mobiliários. Um exemplo clássico é a cadeira Barcelona desenhada para integrar o Pavilhão Alemão (1929) e que continua sendo nos dias de hoje um dos itens de mobiliários mais vendidos do mundo.

Suas obras arquitetônicas marcadas por tamanha concisão técnica e estética minimalista que prezam pela funcionalidade acima de tudo certamente marcaram para sempre a história da Arquitetura mundial.

Uma de suas frases mais famosas “Less is More” (menos é mais) traduz de maneira definitiva tudo aquilo que ele acreditava que sua arquitetura deveria ser.

Fonte: Projetou Blog. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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Menos é mais: Mies van der Rohe, pioneiro do movimento moderno | Arch Daily

Ludwig Mies van der Rohe (27 de março de 1886 - 17 de agosto de 1969) é um dos arquitetos mais influentes do século XX, conhecido por seu papel fundamental no movimento arquitetônico de maior alcance de sua época: o modernismo. Nascido em Aachen, Alemanha, a carreira de Mies começou no estúdio de Peter Behrens, onde trabalhou ao lado de dois outros grandes nomes do modernismo, Walter Gropius e Le Corbusier. Por quase um século, o estilo minimalista de Mies provou ser muito popular; seu famoso aforismo "menos é mais" ainda é amplamente proferido, mesmo por aqueles que desconhecem sua origem.

Mies começou a desenvolver seu estilo durante a década de 1920, combinando as preocupações industriais funcionalistas de seus contemporâneos modernistas com um impulso estético em direção aos elementos mínimos – rejeitando os sistemas tradicionais de cômodos fechados e confiando fortemente no vidro para dissolver a fronteira entre o interior e o exterior. Aquela década foi importante para a carreira de Mies, sendo inaugurada com a proposta para o arranha-céu em Friedrichstraße (1921), uma torre de vidro não construída que cimentou sua fama na vanguarda arquitetônica, e encerrada por seu Pavilhão Alemão na Exposição de Barcelona de 1929 (mais conhecido como Pavilhão de Barcelona), que continua sendo uma de suas obras mais populares.

Em 1930, Mies assumiu o cargo de Hannes Meyer como diretor da Bauhaus – a escola fundada por Walter Gropius –, cargo que ocupou até 1933, quando foi forçado a fechar sob pressão do governo nazista. Em 1932, a obra de Mies foi destaque na mostra The International Style, organizada pelo MoMA, com curadoria de Philip Johnson e Henry-Russel Hitchcock. A exposição que não apenas reforçou o papel de Mies como um dos líderes do movimento modernista, como também levou o próprio movimento a um público mais amplo e internacional.

Após o fechamento da Bauhaus e a contínua ascensão dos nazistas na Alemanha, Mies teve difículdades em encontrar trabalho em seu país. Acabou migrando para os Estados Unidos em 1937, onde se estabeleceu em Chicago e se tornou o chefe do Instituto de Tecnologia de Illinois. Durante seus 20 anos no IIT, desenvolveu o que ficou conhecido como "a segunda escola de arquitetura de Chicago", caracterizada por edifícios retilíneos minimalistas dos quais se destacam o 860-880 Lakeshore Drive e o Seagram Building. Junto desta nova tipologia de arranha-céus, continuou a desenvolver sua tipologia de pavilhões marcados pela horizontalidade – vertente que assume expressividade máxima na Casa Farnsworth, concluída em 1951. Por vezes, Mies combinou estas duas tipologias em composições únicas, como é o caso do complexo de três edifícios para o Centro Federal de Chicago.

Fonte: Arch Daily. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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Mies van der Rohe: menos é mais e outras lições do mestre da arquitetura | ArchTrends

Ludwig Mies van der Rohe é considerando um dos maiores arquitetos do século XX. Até hoje, suas obras e a sua forma de pensar servem como objeto de pesquisa e continuam a inspirar arquitetos e designers do mundo todo.

Além disso, deixou lições importantes para diversos profissionais pensarem as construções, seu uso e como conceber espaços simples e funcionais.

Mas o que fez Mies van der Rohe chegar a esse patamar enquanto arquiteto?

É o que vamos descobrir a seguir.

Continue lendo para saber mais sobre a vida do arquiteto, suas obras e como colocar seus ensinamentos em prática!

Encontro de Mies van der Rohe com a arquitetura

Ludwig Mies van der Rohe nasceu em Aachen, na Alemanha, em 1886. Ainda jovem, trabalhou na oficina de cantaria de seu pai, mas foi ao se mudar para Berlim que começou a dar seus próprios passos.

Em 1905, passou a trabalhar com Bruno Paul, designer de interiores.

Alguns anos mais tarde, se tornou um discípulo de Perter Behrens, considerando o primeiro designer da história.

Já nessa época, entrou em contato com grandes arquitetos como Walter Gropius e Le Corbusier, cujas ideias o influenciaram ao longo da vida.

Embora não tivesse uma formação acadêmica, o seu talento foi reconhecido e diversas encomendas começaram a chegar.

Tanto é que foi nessa época em que adotou o sobrenome “van der Rohe”, símbolo de sua ascendência social. Afinal, deixou de ser um mero filho de comerciante para se tornar um arquiteto reconhecido pela elite cultural de Berlim.

Em 1912, resolveu abrir o seu próprio escritório e ter uma carreira profissional independente. No começo, construía casas populares influenciadas pelo neoclassicismo e pelos estilos medievais da Alemanha.

Com o avanço tecnológico, Mies van der Rohe passou a criar novas estruturas, distanciando-se dos estilos tradicionais.

Começou a receber influências do neoplasticismo e do construtivismo russo, que estimularam a busca por um novo estilo arquitetônico.

Suas obras eram baseadas em desenhos puros e técnicas estruturais bastante avançadas. Mies van der Rohe combinava estrutura e membranas externas que formavam espaços vazios.

Para o arquiteto, esses espaços deveriam ser preenchidos por pessoas.

Com essa visão, Mies van der Rohe passou a contribuir para o avanço da arquitetura modernista. Além da estética mínima, usava materiais inovadores, como aço e vidro, e trabalhava a relação entre exterior e interior em suas obras.

Mies van der Rohe à frente da Bauhaus e tensões com o regime nazista

Por conta da clara identificação de Mies van der Rohe com as tendências mais recentes da arquitetura, ele foi convidado a lecionar na Bauhaus, escola de design vanguardista fundada por Walter Gropius.

Em 1930, ocupou o cargo de diretor da Bauhaus e conviveu com grandes artistas como Paul Klee e Kandinsky.

Mas esteve à frente da escola por pouco tempo. Isso porque, a partir de 1933, a escola foi forçada a fechar as portas por pressão dos nazistas.

Até mesmo o estilo criado por Mies van der Rohe passou a ser rejeitado, já que não representava o espírito nacionalista alemão.

Então, o arquiteto se viu obrigado a deixar o país por conta das tensões com o regime nazista. Em 1937, resolve migrar para os Estados Unidos.

Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona

Foi durante esse período que o arquiteto criou um de seus projetos mais famosos, o Pavilhão Alemão da Feira Universal de Barcelona. A estrutura pesada do edifício era formada por planos horizontais e verticais, além de ser sustentada por pilares metálicos.

Ao final da Feira, o Pavilhão foi demolido. Porém, por conta de sua importância para a arquitetura e carreira do arquiteto, sua reconstrução foi encomendada pela Fundação Mies van der Rohe nos anos 1980.

A obra se tornou um símbolo do modernismo e da missão de Mies van der Rohe de criar um novo estilo que representasse a época.

Villa Tugendhat

A Villa Tugendhat, na República Tcheca, foi uma encomenda de um casal jovem e abastado que conheceu o trabalho de Mies van der Rohe em Berlim.

Eles queriam uma casa espaçosa, funcional e com formas simples, características centrais nos projetos do arquiteto.

Com uso do aço, foram criados espaços livres e abertos nessa casa de três níveis que se relacionam com a mudança de inclinação do terreno.

Além das aberturas e cor da fachada, distribuição dos ambientes e materiais usados interna e externamente, Mies van der Rohe também desenhou os móveis da casa.

Design de mobiliário: cadeira Barcelona e muito mais

Mais do que um ícone da arquitetura, Mies van der Rohe também foi um exímio designer. Apaixonado por mobiliário, foi responsável por criar peças emblemáticas, como a cadeira Barcelona.

A ideia dele foi criar uma cadeira inspirada no conforto da realeza, ou seja, que fosse elegante e imponente, e oferecesse máximo conforto.

Por ter uma estrutura em aço flexível ao peso, a cadeira se molda ao corpo de quem a utiliza. Haviam versões variadas, de acordo com o acabamento: couro natural ou ecológico, em diversas cores.

A peça fez tanto sucesso que Mies van der Rohe criou a Coleção Barcelona. Além da cadeira, desenvolveu poltrona, mesa, puff e sofá.

O arquiteto e designer sempre prezou pela excelência dos detalhes, precisão das proporções e visual das formas, combinados ao uso de materiais modernos.

Como resultado, criava peças elegantes, confortáveis e com design minimalista.

Assim como nos projetos de arquitetura, Mies van der Rohe encontrou na união entre vidro e metal uma solução para o design de mobiliário.

Além da cadeira Barcelona, uma das mais imitadas no mundo até hoje, criou outras peças notórias, como a cadeira MR e cadeira Brno, feita para a Casa Tugendhat.

Estados Unidos: período de maturidade criativa

Ao chegar aos Estados Unidos, Mies van der Rohe já era considerado um pioneiro da arquitetura moderna.

Embora o país tenha dado condições para a promoção do novo estilo arquitetônico e do desenvolvimento tecnológico, alguns críticos enxergam o momento como delicado.

Isso porque esse impulso do mercado capitalista não faria sentido diante do projeto social-democrata que se deu nos anos de Bauhaus.

Após desenvolver um projeto para um complexo residencial no Wyoming, o arquiteto foi convidado para dirigir o Instituto de Tecnologia de Illinois. Para aceitar, colocou a condição de projetar os novos edifícios do campus.

O Crown Hall, por exemplo, uma de suas obras mais conhecidas, fica localizada na universidade.

Como professor, foi responsável por formar uma geração de arquitetos funcionalistas nos Estados Unidos, cujos trabalhos consistiram na construção de arranha-céus.

A partir da década de 1950, logo após naturalizar-se cidadão estado-unidense, Mies van der Rohe viveu sua fase de maturidade criativa e consolidação como arquiteto internacional.

O arquiteto não poupou esforços para promover uma nova arquitetura para o século XX.

Suas obras se voltaram para a criação de amplos espaços “universais”, como parte de estruturas ordenadas e molduras de perfis preenchidos por vidro ou tijolo.

Durante essa fase, Mies van der Rohe criou obras icônicas, como veremos a seguir.

Casa Farnsworth

Uma delas foi a Casa Farnsworth, projetada entre 1946 e 1951 para servir de retiro para a médica Edith Farnsworth.

A casa revela aspectos que, para Mies van der Rohe, deveriam caracterizar a arquitetura da época: estrutura minimalista, uso de novos materiais e espaço fluido. A combinação entre linhas mínimas e planos sobrepostos faz parecer que a casa flutua sobre o solo.

Rodeada pelo verde da floresta, a casa é envolvida pela natureza e pela luz natural, que adentra o interior por meio das paredes de vidro.

Não por acaso, a Casa Farnsworth se tornou uma das principais referências da arquitetura moderna.

Seagram Building

Outro destaque dessa fase é o Seagram Building, em Nova Iorque, projetado pelo arquiteto em 1958 e considerado símbolo da arquitetura funcionalista para arranha-céus.

Criado para ser um edifício empresarial, sua forma conta com linhas simples que dão volume à torre de 157 metros de altura e 38 andares. As principais características do projeto são a estrutura de aço coberta por perfis de bronze e a cortina de vidro.

Lafayette Park

Em 1959, Mies van der Rohe criou a sua maior coleção de edifícios residenciais, localizados no centro de Detroit.

Assim como em outras obras dessa fase, o arquiteto usou como componentes estruturais o aço e os painéis de vidro nas fachadas. E, claro, o volume dos edifícios dialoga com a paisagem do entorno.

Neue Nationalgalerie

A Neue Nationalgalerie foi a primeira obra de Mies van der Rohe na Alemanha e a última que pôde concretizar em vida.

Na época em que o projeto foi encomendado, Berlim ainda estava dividida pelo muro. Para revitalizar uma parte da cidade, a República Federal Alemã resolveu criar diversos equipamentos culturais.

Entre eles, estava a Neue Nationalgalerie, além da Filarmômica e a Matthiaskirche.

Localizado no centro de Berlim, o museu expressa o minimalismo do Estilo Internacional criado pelo arquiteto. Os pilares em formato de cruz e os painéis de vidro conferem volume à galeria.

A obra trouxe uma nova configuração para o museu. Sobre um subsolo de pedra de cerca de 110 metros, emerge o edifício que abriga peças de arte em seu interior.

Ter uma planta livre para expor obras praticamente ao ar livre e, ao mesmo tempo, um espaço abaixo do solo foi uma inovação para a época.

Além do aspecto arquitetônico, essa configuração conferiu mais liberdade e criou novas possibilidades curatoriais.

Chicago Federal Center

O Chicago Federal Center está localizado no centro de Chicago Loop, nos Estados Unidos. Embora tenha elaborado o projeto, Mies van der Rohe não pôde vê-lo concretizado, já que a conclusão se deu em 1974, cinco anos após a sua morte.

É formado por três edifícios construídos com vidro e aço: Edifício Everrett McKinley, Jonh C. Kluczynski e o Correios dos EUA, que formam a Chicago Federal Plaza.

O estilo do projeto foi trabalho por Mies van der Rohe ao longo de seus 20 anos à frente da Escola de Arquitetura IIT, marcado pela geometria retilínea, o pé-direito duplo e os detalhes minimalistas.

Fonte: ArchTrends. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

Crédito fotográfico: Wikimedia. Consultado pela última vez em 23 de agosto de 2024.

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