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Raimundo Botêlho

Raimundo Honório Botêlho Neto (Viana, MA, 9 de fevereiro de 1946) é um pintor e desenhista brasileiro.

Biografia

O menino da cidadezinha de Viana, interior do Maranhão, gostava de desenhar. E levava jeito, com suas imagens coloridas, angulosas, feitas atrás do presépio que a mãe montava todo ano. Até vendia as pinturas e ganhava uns trocadinhos. Ainda jovem deixou a cidade, primeiro para a capital São Luiz, depois para o Rio de Janeiro. Fiel às raízes, no entanto, carregou sua terra natal junto de si. Em seus trabalhos, o Maranhão é tema quase obrigatório.

Onde estivesse, no entanto, sempre se sentiu à vontade para pintar na rua. O que mais gosta de retratar, por sua vez, são as paisagens litorâneas. Perdeu as contas de quantas embarcações maranhenses deixou registradas em tela, com seus jogos de luz e sombra.

A iluminação parece dar vida a todas as cores como se, nos olhos de Botelho, estivesse sempre amanhecendo.

Foi muito influenciado por Finatti, sendo até apelidado de Finatinho. Após chegar ao Rio, enorme centro cultural, foi se aproximando de mansinho dos movimentos artísticos com os quais se identificava e, também, de artistas como Ney Tecídio, Arlindo Mesquita e Acélio de Mello.

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O artista

Raimundo Honório Botêlho Neto nasceu em 1946 no município de Viana, interior do Maranhão. Desde menino gostava de desenhar, e levava jeito, tanto assim que conseguia vender com relativa facilidade suas obras-primas: caprichados desenhos coloridos. Aos 12 anos, destemido, partiu para São Luiz, a capital do seu estado, em busca do destino que queria para si: o universo das artes.

Ciente de seu talento, alguns anos após o irrequieto Botêlho partiu uma vez mais ao encontro de novos desafios e em 1969 aportou no Rio de Janeiro já casado com a bela jovem Sueli Maciel, sua namorada desde a adolescência. O casal teve dois filhos, Fábio e André, hoje conceituados professores do ensino superior. No Rio de Janeiro, Botêlho foi estudar na Sociedade Brasileira de Belas Artes onde conheceu o mestre Antenor Finatti, de quem se tornou fraterno amigo. A afinidade com o professor Finatti era tanta que Botêlho acabou ganhando dos colegas o carinhoso apelido de "Finatinho".

Em outubro de 1998, Botêlho e Sueli conheceram em Jacarepaguá, no Lar Maria de Lourdes, sociedade de amparo a crianças órfãs com necessidades especiais, entidade que ambos visitavam regularmente, uma menina com menos de um ano de idade, que lhes lançou um olhar tão suplicante que eles decidiram adotá-la. Hoje, aos 13 anos de Idade, Natália Maciel Botêlho, com o seu olhar iluminado pela esperança e o escancarado sorriso de vitoriosa é o esteio emocional do casal, pelo tanto de determinação e coragem que ela lhes transmiti.

Em 2010 Botêlho foi homenageado pela AVL-Academia Vianense de Letras, ocasião em que recebeu a placa "Honra ao Mérito Vianense" do ano destinada aos filhos da terra que honram o nome da cidade nas mais variadas áreas. Ao final do seu discurso de agradecimento, um emocionado Botêlho declarou: "Sou vianense, o quê mais eu poderia desejar ser!".

Passagens emocionantes da vida desta singular figura humana e notável artista plástico brasileiro poderão ser acessadas através do link "Botêlho by Botêlho”, neste website.

Críticas:

"Raimundo Botêlho nasceu no Maranhão e trouxe de lá, além da certidão de nascimento, o gosto da luz e das cores que poria nos seus quadros. Nasceu para pintar como outros nascem para cantar ou escrever. Se não pintasse seria um homem irrealizado. Diante da tela, com sua caixa de tintas e os seus pincéis, é que Botêlho encontra sentido para a vida que Deus lhe deu. Há qualquer coisa de matinal na sua pintura que advém de sua reação diante do mundo e se a pintura não existisse, como processo de captação da realidade visível, este meu conterrâneo Botêlho a teria inventado."

Josué Motello (Jornalista, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro / Junho de 1983)

"A arte contemporânea passa hoje por momentos de reflexão e reavaliação de caminhos. Um hiato inquietante tem emudecido muitos dos teóricos da expressão artística. Não tem sido muito fácil ser artista sem objeto, pois mesmo este há de ser desconstruído, sob pena de obstar o conceito, o precioso substrato da produção artística.

Um mundo sem “aqueles” objetos, anacrônicos e destrutíveis, sem museus, sem as “repetitivas” e paralisantes regras da academia... O desejo compulsivo de artistas de fazer sua arte sentida, compartilhada, num afã de se ligar simbioticamente ao outro, como se possível fazer inúteis os olhos, instrumentos de ver cores, formas, luzes e, Beleza! É algo como dizer que nossa necessidade do belo fosse ilegítima.

Os caminhos percorridos pelos artistas não os são por todos, pois, a maioria precisa de um guia, o objeto artístico. Uma obra que apresente o artista e sua alma, e não o contrário, um artista apresentando sua obra... Eu aparentemente estou aqui apresentando um artista, mas sou ciente que o que ora faço há de ser inútil, pois naturalmente todos serão apresentados ao artista Botêlho por sua pintura, como eu o fui.

A arte de Raimundo Botêlho nos impressiona pelo colorido limpo fiel ao cromatismo vibrante dos trópicos, explorando uma temática que valoriza a brasilidade e suas variadas expressões. O maranhão, sua terra natal é motivo quase obrigatório, sendo tratado com reverência, mas deixando transparecer as saudades do filho da terra. O Rio de Janeiro e suas privilegiadas paisagens recebem um tratamento muito pessoal, distiguindo-o de tantos que pintaram suas belezas. Não me arrisco dizer que ele é um romântico puro ou naturalista, pois sua capacidade de compreender a linguagem das cores e o intricado metier impressionista, com seu colorido virtual fruto de um divisionismo cromático, o aproxima de uma técnica colorista com largas pinceladas (o que é muito difícil) tão ao gosto de Joaquin Sorolla, que parece embeber a tela com luz e cor.

Um pintor de paisagem é naturalmente um possuidor do arsenal técnico mais completo de todos os gêneros, e Botêlho mostra estas armas. Quem gosta da boa pintura, esteja atento, pois estas pinturas estão apresentando este senhor, Artista!"

Mauro Ferreira (Artista Plástico)

"Com pincéis, Botêlho amanha flores, constrói vilas, monta vigília aos barcos à beira-mar, percorre trilhas de terra rasgadas com os tons intensos de sua sensibilidade. Interpretar a natureza é o seu dom maior. Com esses elementos o artista aprendeu o singular ofício de encantar os que participam de sua arte como testemunhas da vida que nela pulsa. Quem aprecia as pinturas do Botêlho não resiste à tentação: envolve-se, torna-se igualmente artista e coautor das obras, pois elas transmitem instantes captados e passados às telas com talento e intensa emoção. Botêlho trabalha a emoção das formas e das cores!"

Odilon M. Fonseca (Jornalista. Rio de Janeiro / Março de 2011)

"No início da década de 90 retornei à minha Paris, desta vez a serviço, e ao visitar meu amigo Jean Claude Deparney, admirador e colecionador de obras de artistas plásticos latino-americanos, tais como os famosos mexicanos Manuel Felguérez e José Luis Cuevas, o equatoriano Oswaldo Viteri e o uruguaio Gustavo Nakle, lá vi um quadro que me chamou muita atenção. Trava-se de uma marina do pintor brasileiro Botêlho à qual o artista dera o título de “Barcos do Maranhão”. Os traços firmes, as cores exuberantes, a luminosidade, as sombras flutuando sobre as águas do atracadouro atingiam tal perfeição que cheguei a pensar que se tratava de uma fotografia. Perguntei ao Deparney como ele havia adquirido aquela sublime obra e ele me disse que tinha sido em 1986 na cidade de Joinville no Paraná, Brasil, numa galeria de artes chamada Lescaux. Passados 10 anos, durante um festivo jantar, conheci, numa agradável surpresa, o Botêlho, autor da obra que tanta admiração me despertou. Nos tornamos amigos. Agora, sempre que vou à França levo alguns quadros do Botêlho, que o meu amigo Deparney, muito conhecido no mundo das artes parisiense se encarrega de vendê-los a outros colecionadores de obras latino-americanas, com uma grande vantagem: os compradores não discutem preço porque sabem que estão adquirindo telas que a curto prazo se valorizarão muito."

Christian Devalle (Consultor Organizacional)

"A arte de Botelho, uma festa de formas e cores. O artista é do Maranhão, mas está radicado no Rio há décadas e traz no sangue o gosto pelas coisas simples das pequenas cidades de antanho e do mar. Pintor de marinhas e paisagens sua pintura é uma festa de cores, luzes e formas exuberantes, expressão de um artista que parece em paz com o mundo e consigo mesmo. A expressão do mundo para Botêlho é clara, objetiva, simples e direta, em recursos intermediários, uma linguagem direta para atingir o público à primeira vista."

Nery Baptista (Jornalista, crítico de artes. Curitiba / Novembro de 1997)

"O talento e a maestria na arte de Botelho. Botêlho é dono de uma característica toda especial. A luminosidade emergente de sua obra ressalta as formas dando mais vida às cores da natureza dos locais retratados. Em seus quadros o talento e a maestria nos traz a visão encantada de praias, casarios, recantos especiais, paisagens típicas brasileiras, todos entremeados magistralmente em suas telas. A qualidade de sua obra, a beleza, a luz e todas as particularidades que se descobrem nelas à cada nova observação valorizam o artista e tornam a mesma cada vez mais cativante."

Preciada Waismann e Roberto Belluco (Consultores de Artes Plásticas. Rio de Janeiro / Maio de 1995)

"Telas do botelho tem luz própria. As obras do Botêlho não precisam de luz exterior para aparecer, atrair, agradar. O clarão vem de dentro para fora. E é sol nas manhãs e luar nas noites. E as sombras estabelecem aquele contraste responsável pela terceira dimensão, que, em muitos estilos, é arrancado do plano à custa de alopático emprego de massa. Suas marinhas não morrem nos abismos do azul oceânico ou celeste. Mesclam-se de ouro e púrpura, de violáceos e clorofílicos, enriquecidas pelos toques complementares da finalização talentosa, ousada e versátil."

João Jacques (Jornalista, escritor, pintor. Fortaleza / Julho de 1983)

"Botêlho, o intérprete da natureza. Botêlho aportou no Rio de Janeiro em 1969. Como artista que chega a um centro imenso de cultura como é a cidade do Rio, Botêlho foi devagar se aproximando dos movimentos de arte com que se identificava e, conseqüentemente, dos artistas. Mas sempre se escorava no desenho técnico para sobreviver. Fala de amigos que nessa época conviveram com ele: Oscar Tecídio, Ney Tecídio, Tonius, Acélio de Mello, Arlindo Mesquita e outros.

Hoje, já independente das influências recebidas por Finatti, pois em determinado momento, nos círculos artísticos, era considerado e carinhosamente chamado de Finatinho, Botêlho agora adquire seu jogo próprio de cores e, dentro da sua proposta visual de trabalho, procura não captar apenas uma paisagem vista, mas interpretá-la na composição com seu extraordinário talento."

Carlos Chenier (Jornalista, escritor e crítico de artes. Vitória / Outubro de 1981)

"O meu mais talentoso discípulo.Raimundo Honório Botêlho Neto, o “Finatinho”, como é carinhosamente tratado pelos amigos mais próximos, nunca freqüentou minhas salas de aula, mas sempre me chama de “Meu mestre!”. Seu mestre mesmo, na Sociedade Brasileira de Belas Artes, de quem ele herdou o intenso amor pelas artes e até acentuada parcela do talento, foi o meu colega professor Antenor Finatti que, de Botêlho costumava me dizer: “Anote aí o nome desse rapaz porque ele ainda vai nos envaidecer muito por nos tratar afavelmente de Mestres”. Com seu extraordinário talento Botêlho vem confirmando os vaticínios do professor Finatti e toda vez que ele me chama em público de meu Mestre eu sinto um imenso orgulho por tê-lo como amigo e fraternalmente como discípulo, tal é a sua envergadura artística."

Bustamante Sá (Pintor, desenhista e professor. Rio de Janeiro / Setembro de 1977)

Depoimento Raimundo Botelho - A esquina do meu destino

"Pintar, foi o que sempre sonhei. Pintar cada vez melhor tem sido uma agradável obsessão no cotidiano de minha atual vida artística.

Ao embarcar com destino ao Rio de Janeiro, em 1969, o fiz com um objetivo: tornar-me um artista reconhecido. Talento eu desconfiava que tinha, pois em Viana, minha terra natal no interior do Maranhão, a disputa pelos meus desenhos coloridos era intensa. Na infância fiz desses desenhos o meu ganha-pão.

No Rio, já casado e enfrentando as agruras de uma nova realidade, conheci o mestre Antenor Finatti com quem fui estudar na Sociedade Brasileira de Belas Artes, em 1976.

Ainda desconhecido no concorrido mercado artístico, montei ao lado do meu ateliê, no bairro de Jacarepaguá, uma pequena oficina de molduras e uma modesta “Galeria de Artes”; tudo muito simples. Foi este o jeito mais rápido que encontrei para prover, com relativa segurança, a sobrevivência da família.

No dia 16 de outubro de 1983 perdi tudo num incêndio que consumiu não só o meu ateliê como, também, a oficina, máquinas e inúmeras telas de clientes. Acossado e humilhando por fregueses que diante das cinzas ainda fumegantes do pouco que eu tinha, me acusavam de negligente e irresponsável por não ter seguro, caí num longo e penoso processo de depressão. Meus sonhos de artista estavam ali sendo sepultados. As privações só não foram maiores porque alguns amigos, que em mim confiavam, me ajudaram.

Em junho de 1984 vi no O GLOBO a foto de um pescador (Zé da Cabeça Branca, 60 anos de idade) acenando alegremente o seu chapéu após ter recebido do Dr. Roberto Marinho um barco a motor novinho em folha em substituição ao seu “Ganha-pão” naufragado em um acidente com um submarino em plena Baia de Guanabara. A alegria do pobre pescador que estava reconstruindo sua vida e o gesto fraterno do presidente das Organizações Globo me levaram – depois de tanto tempo afastado das artes – a registrar à cores a felicidade do Zé da Cabeça Branca. E o fiz inseguro, duvidando da minha própria capacidade. No verso do quadro escrevi uma dedicatória simples ao Dr. Marinho e lhe remeti uma carta relatando o motivo daquela homenagem. Nem coragem tive de, pelo menos, tentar entregar o quadro pessoalmente ao destinatário. Deixei-o na portaria do Jornal e me retirei. Para minha surpresa, dias depois fui procurado pela jornalista Sonia Biondo e fiquei sabendo que o Dr. Roberto Marinho ficara muito contente com a minha modesta lembrança. Fui entrevistado e no dia 24 de Junho de 1984, domingo, O GLOBO publicou, com chamada na primeira página, reportagem com fotografia do meu quadro e a narrativa da história da minha homenagem e do incêndio que marcou a minha vida. Logo a seguir soube que o meu quadro estava num lugar de destaque na sala da presidência do Jornal ao lado de valiosas obras de artistas internacionalmente famosos como Manabu Mabe, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Pancetti, Volpi, João Batista da Costa, Guignard e outros de igual prestígio. A partir daquele momento meus sonhos renasciam com toda intensidade. Com a reportagem publicada pelo O GLOBO servindo de aval às minhas esperanças fui colocado na esquina do meu destino e dela parti ao encontro do futuro: recorri novamente a amigos, tomei dinheiro emprestado e voltei freneticamente às telas, às tintas.

Estou percorrendo um longo caminho, estudando, trocando idéias e experiências. Tenho me dedicado às pesquisas de materiais, formas e cores na incessante busca do aprimoramento. Meus trabalhos já marcam presença em algumas das mais importantes galerias de artes brasileiras e recentemente iniciei a venda de quadros nos Estados Unidos. E, para meu orgulho e satisfação maior o quadro do Zé da Cabeça Branca tem participado de Amostras Itinerantes do acervo artístico do Dr. Roberto Marinho.

Hoje, pinto a vida, a natureza e os humanos que a habitam. Sou o que se pode chamar de um pintor das ruas, das praças, dos cais e dos campos onde me sinto à vontade cercado de curiosos que me estimulam com seus elogios e me alertam com suas críticas humanamente bem intencionadas.

A partir das cinzas do meu ateliê e dos acontecimentos que se seguiram me tornei um ser humano melhor e conseqüentemente um artista mais sensível, porque sou do tamanho daquilo que tenho certeza de que posso e quero ser.

De tudo que aprendi, o mais importante é saber que ainda tenho muito a aprender, portanto, não posso esmorecer. Aos que me estenderam as mãos só tenho uma forma de agradecer: é não decepcioná-los; é seguir em frente; é alcançar o sucesso que eles sempre me desejaram.

É isto que vou fazer!"

Raimundo Botelho (11 de outubro de 1995)

Exposições individuais:

• Iate Clube de Vitória – Vitória (ES) / 1981;

• Teatro Carlos Gomes – Vitória (ES) / 1982;

• Clube Náutico Cearense – Fortaleza (CE) / 1983;

• Galeria Performance – Brasília (DF) / 1986;

• Galeria Visual – Brasília - (DF) / 1986;

• Galeria Lescaux – Joinville (PR) / 1986;

• Galeria Borghese – Rio de Janeiro (RJ) / 1986;

• Galeria Saens Martins – Vitória (ES) / 1987;

• Murilo Berardo Galeria de Arte – Rio de Janeiro (RJ) / 1987;

• Solar das Artes – Guaratinguetá (SP) / 1988;

• Acaiaca Espaço Artegaleria – Curitiba (PR) / 1988;

• 80 Anos Tijuca Tênis Clube – Rio de Janeiro /(RJ) / 1996.

Coletivas:

• I Salão de Ipanema – Rio de Janeiro (RJ) / 1976;

• XII Salão de Maio na Sociedade Brasileira de Belas Artes - Rio de Janeiro (RJ) / 1977;

• I Salão Nacional de Artes Plásticas – Rio Janeiro (RJ) / 1977;

• I Mostra de Arte Contemporânea - Rio de Janeiro (RJ) / 1978;

• Salão Oficial Municipal de Belas Artes - Juiz de Fora (MG) / 1978;

• Mostra Coletiva de Pinturas (Marinhas) / Gabinete do Ministro da Marinha – Rio de Janeiro (RJ) / 1978;

• II Salão Nacional de Artes Plásticas – Rio de Janeiro (RJ) / 1979;

• Exposição de Arte do Colégio Metropolitana – Rio de Janeiro (RJ) / 1980;

• Galeria Bahiard – Londrina (PR) / 1986;

• Espaço Cultural Tribunal de Alçada - Rio de Janeiro (RJ) / 1994.

Gincanas:

• Mostra de Primavera promovida pela Sociedade Acadêmica Phoenix Naval da Escola Naval/RJ / Outubro/1977: 3º Lugar;

• Encontro de Pintura Praça Afonso Vizeu promovido pela Fundação Parques e Jardins/RJ / Dezembro/1990: 2º Lugar;

• III Gincana de Pintura e Desenho / Forte Duque de Caxias/RJ / Março/1991: Medalha de Ouro;

• Encontro de Pintura Praça XV de Novembro promovido pela Fundação Parques e Jardins/RJ / Junho/1991: 1º Lugar, Prêmio Aquisição;

• II Gincana do Colégio Militar do Rio de Janeiro/RJ / Casa de Thomaz Coelho / Agosto/1991: Troféu Duque de Caxias;

• IX Gincana de Pintura promovida pela Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências/RJ / Agosto/1991: 1º Lugar;

• Encontro de Pintura Palácio da Cidade promovido pela Fundação Parques e Jardins/RJ / Setembro/91: 1º Lugar na Categoria “A”;

• Jornada de Arte promovida pela Universidade Estácio de Sá/RJ / Setembro/1991: 2º Lugar;

• Encontro de Pintura Praça Washington Luís/RJ / Novembro/1992: 1º Lugar na Categoria “A” Especial;

• I Salão de Artes Plásticas do Espaço Cultural Ilha Plaza Shopping/RJ / Setembro/ 1994: Prêmio Especial de Viagem Rio/Miami/Nova Iorque/Rio.

Fonte: Site oficial Raimundo Botelho, consultado em 15 de janeiro de 2016.

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Aberta em São Luís a exposição do artista plástico maranhense Raimundo Botêlho

Video: http://g1.globo.com/ma/maranhao/jmtv-1edicao/videos/v/aberta-em-sao-luis-a-exposicao-do-artista-plastico-maranhense-raimundo-botelho/2999958/

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Raimundo Honório Botelho, recebe a placa de “Honra ao Mérito Vianense”.

Em 20 de novembro de 2010, o artista plástico Botêlho foi a personalidade escolhida para receber a placa de “Honra ao Mérito Vianense”. A acadêmica Maria da Graça Mendonça Cutrim fez o discurso de saudação ao homenagedo do ano.

Veja abaixo o currículo do pintor vianense e algumas fotos do evento:

Raimundo Honório Botêlho Neto é, sem dúvida, o nome que melhor representa o talento vianense no cenário nacional das artes plásticas. Conceituado nas principais galerias do eixo Rio-São Paulo, o pintor já expôs também em Brasília, Curitiba, Vitória e Fortaleza, além de algumas outras cidades menores como Juiz de fora (MG), Londrina (PR) e Joinvillle (SC). Alguns de seus quadros, inclusive, foram comercializados por galerias das cidades americanas de Boston e Nova York.

Nascido em 9 de fevereiro de 1946, na Estrada de Rafael, povoado pertencente ao município de Viana, Raimundo Honório Botêlho Neto é o segundo de uma prole de sete irmãos, gerados pelo casal Plácido Constâncio Botêlho e Cloris Sousa Botêlho.

Seu pai, Plácido Botelho, exercia as profissões de sapateiro, padeiro e agricultor, enquanto sua mãe, Cloris Botêlho, era professora leiga e costureira. Raimundo Botêlho, assim como seus irmãos, foi alfabetizado pela própria mãe e cresceu ajudando a família no ganho do sustento diário.

Garoto ainda, Botêlho partiu de Viana em 1959, aos 13 anos de idade, para residir com uma tia em São Luís e poder assim continuar os estudos. Depois de trabalhar em diversas atividades, o jovem alistou-se no Exército, quando foi transferido para a capital cearense. Em Fortaleza, após dar baixa no serviço militar, casou-se com Sueli Maciel, partindo dali com a esposa para residir no Rio de Janeiro, cidade onde teria oportunidade de familiarizar-se melhor com o universo das artes plásticas e onde também poderia aprimorar o talento nato na Sociedade Brasileira de Belas Artes, impulsionado pelo mestre Antenor Finatti.

Definindo-se como um pintor impressionista, Raimundo Botêlho gosta de exercitar o domínio da luz em suas telas, através do contraste dos claros-escuros. Seu tema preferido são os barcos, os ancoradouros, as praias desertas e as embarcações solitárias, enfim tudo que direcione o sentimento do espectador para o mar e seus mistérios insondáveis.

O renomado escritor maranhense, Josué Montello, certa vez escreveu a seu respeito: Nasceu para pintar como outros nascem para cantar ou para escrever. Se não pintasse, seria um homem irrealizado. Diante da tela, com sua caixa de tintas e os seus pincéis, é que Botêlho encontra sentido para a vida que Deus lhe deu.

Também como reconhecimento público, o pintor vianense teve seu nome incluído entre os artistas plásticos reverenciados na enciclopédia “Os Vários Perfis da Arte Brasileira”, patrocinada pela Petrobrás; e no volume 3 do dicionário “Artes Plásticas Brasil 89 – seu mercado – seus leilões”, publicado pela Editora Inter/Arte/Brasil.

Residindo até hoje no Rio de Janeiro, mas com planos de fixar residência em breve em São Luís, Botêlho vive em constante busca pelo aperfeiçoamento da técnica de representação visual através das cores. Aos 64 anos de idade, pai de três filhos, o pintor já produziu milhares de obras, atualmente espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Entre as inúmeras premiações e medalhas recebidas por este artista plástico, destacam-se: Medalha de Bronze do 1º Salão de Ipanema; Prêmio “Administração Parque do Flamengo” – 1º Salão de Marinhas; Menção Honrosa – 11º Salão de Artes Plásticas São Lourenço; Menção Honrosa 1º Salão de Arte da Associação Brasileira de Desenho; Medalha de Bronze da Mostra de Arte da Associação Brasileira de Desenho; Medalha de Ouro da 1ª Gincana Nacional de Pintura de Maricá (RJ); Menção Honrosa do 1º Salão de Natureza Morta; 1° lugar da 7ª Gincana de Pintura de Valença (RJ); e Menção Honrosa do Salão Oficial Municipal de Belas Artes de Juiz de Fora (MG).

Fonte: Academia Vianense de Letras, publicado em 27 jun 2013, última consulta em 15 de janeiro de 2016

Raimundo Honório Botêlho Neto (Viana, MA, 9 de fevereiro de 1946) é um pintor e desenhista brasileiro.

Raimundo Botêlho

Raimundo Honório Botêlho Neto (Viana, MA, 9 de fevereiro de 1946) é um pintor e desenhista brasileiro.

Biografia

O menino da cidadezinha de Viana, interior do Maranhão, gostava de desenhar. E levava jeito, com suas imagens coloridas, angulosas, feitas atrás do presépio que a mãe montava todo ano. Até vendia as pinturas e ganhava uns trocadinhos. Ainda jovem deixou a cidade, primeiro para a capital São Luiz, depois para o Rio de Janeiro. Fiel às raízes, no entanto, carregou sua terra natal junto de si. Em seus trabalhos, o Maranhão é tema quase obrigatório.

Onde estivesse, no entanto, sempre se sentiu à vontade para pintar na rua. O que mais gosta de retratar, por sua vez, são as paisagens litorâneas. Perdeu as contas de quantas embarcações maranhenses deixou registradas em tela, com seus jogos de luz e sombra.

A iluminação parece dar vida a todas as cores como se, nos olhos de Botelho, estivesse sempre amanhecendo.

Foi muito influenciado por Finatti, sendo até apelidado de Finatinho. Após chegar ao Rio, enorme centro cultural, foi se aproximando de mansinho dos movimentos artísticos com os quais se identificava e, também, de artistas como Ney Tecídio, Arlindo Mesquita e Acélio de Mello.

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O artista

Raimundo Honório Botêlho Neto nasceu em 1946 no município de Viana, interior do Maranhão. Desde menino gostava de desenhar, e levava jeito, tanto assim que conseguia vender com relativa facilidade suas obras-primas: caprichados desenhos coloridos. Aos 12 anos, destemido, partiu para São Luiz, a capital do seu estado, em busca do destino que queria para si: o universo das artes.

Ciente de seu talento, alguns anos após o irrequieto Botêlho partiu uma vez mais ao encontro de novos desafios e em 1969 aportou no Rio de Janeiro já casado com a bela jovem Sueli Maciel, sua namorada desde a adolescência. O casal teve dois filhos, Fábio e André, hoje conceituados professores do ensino superior. No Rio de Janeiro, Botêlho foi estudar na Sociedade Brasileira de Belas Artes onde conheceu o mestre Antenor Finatti, de quem se tornou fraterno amigo. A afinidade com o professor Finatti era tanta que Botêlho acabou ganhando dos colegas o carinhoso apelido de "Finatinho".

Em outubro de 1998, Botêlho e Sueli conheceram em Jacarepaguá, no Lar Maria de Lourdes, sociedade de amparo a crianças órfãs com necessidades especiais, entidade que ambos visitavam regularmente, uma menina com menos de um ano de idade, que lhes lançou um olhar tão suplicante que eles decidiram adotá-la. Hoje, aos 13 anos de Idade, Natália Maciel Botêlho, com o seu olhar iluminado pela esperança e o escancarado sorriso de vitoriosa é o esteio emocional do casal, pelo tanto de determinação e coragem que ela lhes transmiti.

Em 2010 Botêlho foi homenageado pela AVL-Academia Vianense de Letras, ocasião em que recebeu a placa "Honra ao Mérito Vianense" do ano destinada aos filhos da terra que honram o nome da cidade nas mais variadas áreas. Ao final do seu discurso de agradecimento, um emocionado Botêlho declarou: "Sou vianense, o quê mais eu poderia desejar ser!".

Passagens emocionantes da vida desta singular figura humana e notável artista plástico brasileiro poderão ser acessadas através do link "Botêlho by Botêlho”, neste website.

Críticas:

"Raimundo Botêlho nasceu no Maranhão e trouxe de lá, além da certidão de nascimento, o gosto da luz e das cores que poria nos seus quadros. Nasceu para pintar como outros nascem para cantar ou escrever. Se não pintasse seria um homem irrealizado. Diante da tela, com sua caixa de tintas e os seus pincéis, é que Botêlho encontra sentido para a vida que Deus lhe deu. Há qualquer coisa de matinal na sua pintura que advém de sua reação diante do mundo e se a pintura não existisse, como processo de captação da realidade visível, este meu conterrâneo Botêlho a teria inventado."

Josué Motello (Jornalista, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras. Rio de Janeiro / Junho de 1983)

"A arte contemporânea passa hoje por momentos de reflexão e reavaliação de caminhos. Um hiato inquietante tem emudecido muitos dos teóricos da expressão artística. Não tem sido muito fácil ser artista sem objeto, pois mesmo este há de ser desconstruído, sob pena de obstar o conceito, o precioso substrato da produção artística.

Um mundo sem “aqueles” objetos, anacrônicos e destrutíveis, sem museus, sem as “repetitivas” e paralisantes regras da academia... O desejo compulsivo de artistas de fazer sua arte sentida, compartilhada, num afã de se ligar simbioticamente ao outro, como se possível fazer inúteis os olhos, instrumentos de ver cores, formas, luzes e, Beleza! É algo como dizer que nossa necessidade do belo fosse ilegítima.

Os caminhos percorridos pelos artistas não os são por todos, pois, a maioria precisa de um guia, o objeto artístico. Uma obra que apresente o artista e sua alma, e não o contrário, um artista apresentando sua obra... Eu aparentemente estou aqui apresentando um artista, mas sou ciente que o que ora faço há de ser inútil, pois naturalmente todos serão apresentados ao artista Botêlho por sua pintura, como eu o fui.

A arte de Raimundo Botêlho nos impressiona pelo colorido limpo fiel ao cromatismo vibrante dos trópicos, explorando uma temática que valoriza a brasilidade e suas variadas expressões. O maranhão, sua terra natal é motivo quase obrigatório, sendo tratado com reverência, mas deixando transparecer as saudades do filho da terra. O Rio de Janeiro e suas privilegiadas paisagens recebem um tratamento muito pessoal, distiguindo-o de tantos que pintaram suas belezas. Não me arrisco dizer que ele é um romântico puro ou naturalista, pois sua capacidade de compreender a linguagem das cores e o intricado metier impressionista, com seu colorido virtual fruto de um divisionismo cromático, o aproxima de uma técnica colorista com largas pinceladas (o que é muito difícil) tão ao gosto de Joaquin Sorolla, que parece embeber a tela com luz e cor.

Um pintor de paisagem é naturalmente um possuidor do arsenal técnico mais completo de todos os gêneros, e Botêlho mostra estas armas. Quem gosta da boa pintura, esteja atento, pois estas pinturas estão apresentando este senhor, Artista!"

Mauro Ferreira (Artista Plástico)

"Com pincéis, Botêlho amanha flores, constrói vilas, monta vigília aos barcos à beira-mar, percorre trilhas de terra rasgadas com os tons intensos de sua sensibilidade. Interpretar a natureza é o seu dom maior. Com esses elementos o artista aprendeu o singular ofício de encantar os que participam de sua arte como testemunhas da vida que nela pulsa. Quem aprecia as pinturas do Botêlho não resiste à tentação: envolve-se, torna-se igualmente artista e coautor das obras, pois elas transmitem instantes captados e passados às telas com talento e intensa emoção. Botêlho trabalha a emoção das formas e das cores!"

Odilon M. Fonseca (Jornalista. Rio de Janeiro / Março de 2011)

"No início da década de 90 retornei à minha Paris, desta vez a serviço, e ao visitar meu amigo Jean Claude Deparney, admirador e colecionador de obras de artistas plásticos latino-americanos, tais como os famosos mexicanos Manuel Felguérez e José Luis Cuevas, o equatoriano Oswaldo Viteri e o uruguaio Gustavo Nakle, lá vi um quadro que me chamou muita atenção. Trava-se de uma marina do pintor brasileiro Botêlho à qual o artista dera o título de “Barcos do Maranhão”. Os traços firmes, as cores exuberantes, a luminosidade, as sombras flutuando sobre as águas do atracadouro atingiam tal perfeição que cheguei a pensar que se tratava de uma fotografia. Perguntei ao Deparney como ele havia adquirido aquela sublime obra e ele me disse que tinha sido em 1986 na cidade de Joinville no Paraná, Brasil, numa galeria de artes chamada Lescaux. Passados 10 anos, durante um festivo jantar, conheci, numa agradável surpresa, o Botêlho, autor da obra que tanta admiração me despertou. Nos tornamos amigos. Agora, sempre que vou à França levo alguns quadros do Botêlho, que o meu amigo Deparney, muito conhecido no mundo das artes parisiense se encarrega de vendê-los a outros colecionadores de obras latino-americanas, com uma grande vantagem: os compradores não discutem preço porque sabem que estão adquirindo telas que a curto prazo se valorizarão muito."

Christian Devalle (Consultor Organizacional)

"A arte de Botelho, uma festa de formas e cores. O artista é do Maranhão, mas está radicado no Rio há décadas e traz no sangue o gosto pelas coisas simples das pequenas cidades de antanho e do mar. Pintor de marinhas e paisagens sua pintura é uma festa de cores, luzes e formas exuberantes, expressão de um artista que parece em paz com o mundo e consigo mesmo. A expressão do mundo para Botêlho é clara, objetiva, simples e direta, em recursos intermediários, uma linguagem direta para atingir o público à primeira vista."

Nery Baptista (Jornalista, crítico de artes. Curitiba / Novembro de 1997)

"O talento e a maestria na arte de Botelho. Botêlho é dono de uma característica toda especial. A luminosidade emergente de sua obra ressalta as formas dando mais vida às cores da natureza dos locais retratados. Em seus quadros o talento e a maestria nos traz a visão encantada de praias, casarios, recantos especiais, paisagens típicas brasileiras, todos entremeados magistralmente em suas telas. A qualidade de sua obra, a beleza, a luz e todas as particularidades que se descobrem nelas à cada nova observação valorizam o artista e tornam a mesma cada vez mais cativante."

Preciada Waismann e Roberto Belluco (Consultores de Artes Plásticas. Rio de Janeiro / Maio de 1995)

"Telas do botelho tem luz própria. As obras do Botêlho não precisam de luz exterior para aparecer, atrair, agradar. O clarão vem de dentro para fora. E é sol nas manhãs e luar nas noites. E as sombras estabelecem aquele contraste responsável pela terceira dimensão, que, em muitos estilos, é arrancado do plano à custa de alopático emprego de massa. Suas marinhas não morrem nos abismos do azul oceânico ou celeste. Mesclam-se de ouro e púrpura, de violáceos e clorofílicos, enriquecidas pelos toques complementares da finalização talentosa, ousada e versátil."

João Jacques (Jornalista, escritor, pintor. Fortaleza / Julho de 1983)

"Botêlho, o intérprete da natureza. Botêlho aportou no Rio de Janeiro em 1969. Como artista que chega a um centro imenso de cultura como é a cidade do Rio, Botêlho foi devagar se aproximando dos movimentos de arte com que se identificava e, conseqüentemente, dos artistas. Mas sempre se escorava no desenho técnico para sobreviver. Fala de amigos que nessa época conviveram com ele: Oscar Tecídio, Ney Tecídio, Tonius, Acélio de Mello, Arlindo Mesquita e outros.

Hoje, já independente das influências recebidas por Finatti, pois em determinado momento, nos círculos artísticos, era considerado e carinhosamente chamado de Finatinho, Botêlho agora adquire seu jogo próprio de cores e, dentro da sua proposta visual de trabalho, procura não captar apenas uma paisagem vista, mas interpretá-la na composição com seu extraordinário talento."

Carlos Chenier (Jornalista, escritor e crítico de artes. Vitória / Outubro de 1981)

"O meu mais talentoso discípulo.Raimundo Honório Botêlho Neto, o “Finatinho”, como é carinhosamente tratado pelos amigos mais próximos, nunca freqüentou minhas salas de aula, mas sempre me chama de “Meu mestre!”. Seu mestre mesmo, na Sociedade Brasileira de Belas Artes, de quem ele herdou o intenso amor pelas artes e até acentuada parcela do talento, foi o meu colega professor Antenor Finatti que, de Botêlho costumava me dizer: “Anote aí o nome desse rapaz porque ele ainda vai nos envaidecer muito por nos tratar afavelmente de Mestres”. Com seu extraordinário talento Botêlho vem confirmando os vaticínios do professor Finatti e toda vez que ele me chama em público de meu Mestre eu sinto um imenso orgulho por tê-lo como amigo e fraternalmente como discípulo, tal é a sua envergadura artística."

Bustamante Sá (Pintor, desenhista e professor. Rio de Janeiro / Setembro de 1977)

Depoimento Raimundo Botelho - A esquina do meu destino

"Pintar, foi o que sempre sonhei. Pintar cada vez melhor tem sido uma agradável obsessão no cotidiano de minha atual vida artística.

Ao embarcar com destino ao Rio de Janeiro, em 1969, o fiz com um objetivo: tornar-me um artista reconhecido. Talento eu desconfiava que tinha, pois em Viana, minha terra natal no interior do Maranhão, a disputa pelos meus desenhos coloridos era intensa. Na infância fiz desses desenhos o meu ganha-pão.

No Rio, já casado e enfrentando as agruras de uma nova realidade, conheci o mestre Antenor Finatti com quem fui estudar na Sociedade Brasileira de Belas Artes, em 1976.

Ainda desconhecido no concorrido mercado artístico, montei ao lado do meu ateliê, no bairro de Jacarepaguá, uma pequena oficina de molduras e uma modesta “Galeria de Artes”; tudo muito simples. Foi este o jeito mais rápido que encontrei para prover, com relativa segurança, a sobrevivência da família.

No dia 16 de outubro de 1983 perdi tudo num incêndio que consumiu não só o meu ateliê como, também, a oficina, máquinas e inúmeras telas de clientes. Acossado e humilhando por fregueses que diante das cinzas ainda fumegantes do pouco que eu tinha, me acusavam de negligente e irresponsável por não ter seguro, caí num longo e penoso processo de depressão. Meus sonhos de artista estavam ali sendo sepultados. As privações só não foram maiores porque alguns amigos, que em mim confiavam, me ajudaram.

Em junho de 1984 vi no O GLOBO a foto de um pescador (Zé da Cabeça Branca, 60 anos de idade) acenando alegremente o seu chapéu após ter recebido do Dr. Roberto Marinho um barco a motor novinho em folha em substituição ao seu “Ganha-pão” naufragado em um acidente com um submarino em plena Baia de Guanabara. A alegria do pobre pescador que estava reconstruindo sua vida e o gesto fraterno do presidente das Organizações Globo me levaram – depois de tanto tempo afastado das artes – a registrar à cores a felicidade do Zé da Cabeça Branca. E o fiz inseguro, duvidando da minha própria capacidade. No verso do quadro escrevi uma dedicatória simples ao Dr. Marinho e lhe remeti uma carta relatando o motivo daquela homenagem. Nem coragem tive de, pelo menos, tentar entregar o quadro pessoalmente ao destinatário. Deixei-o na portaria do Jornal e me retirei. Para minha surpresa, dias depois fui procurado pela jornalista Sonia Biondo e fiquei sabendo que o Dr. Roberto Marinho ficara muito contente com a minha modesta lembrança. Fui entrevistado e no dia 24 de Junho de 1984, domingo, O GLOBO publicou, com chamada na primeira página, reportagem com fotografia do meu quadro e a narrativa da história da minha homenagem e do incêndio que marcou a minha vida. Logo a seguir soube que o meu quadro estava num lugar de destaque na sala da presidência do Jornal ao lado de valiosas obras de artistas internacionalmente famosos como Manabu Mabe, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Iberê Camargo, Pancetti, Volpi, João Batista da Costa, Guignard e outros de igual prestígio. A partir daquele momento meus sonhos renasciam com toda intensidade. Com a reportagem publicada pelo O GLOBO servindo de aval às minhas esperanças fui colocado na esquina do meu destino e dela parti ao encontro do futuro: recorri novamente a amigos, tomei dinheiro emprestado e voltei freneticamente às telas, às tintas.

Estou percorrendo um longo caminho, estudando, trocando idéias e experiências. Tenho me dedicado às pesquisas de materiais, formas e cores na incessante busca do aprimoramento. Meus trabalhos já marcam presença em algumas das mais importantes galerias de artes brasileiras e recentemente iniciei a venda de quadros nos Estados Unidos. E, para meu orgulho e satisfação maior o quadro do Zé da Cabeça Branca tem participado de Amostras Itinerantes do acervo artístico do Dr. Roberto Marinho.

Hoje, pinto a vida, a natureza e os humanos que a habitam. Sou o que se pode chamar de um pintor das ruas, das praças, dos cais e dos campos onde me sinto à vontade cercado de curiosos que me estimulam com seus elogios e me alertam com suas críticas humanamente bem intencionadas.

A partir das cinzas do meu ateliê e dos acontecimentos que se seguiram me tornei um ser humano melhor e conseqüentemente um artista mais sensível, porque sou do tamanho daquilo que tenho certeza de que posso e quero ser.

De tudo que aprendi, o mais importante é saber que ainda tenho muito a aprender, portanto, não posso esmorecer. Aos que me estenderam as mãos só tenho uma forma de agradecer: é não decepcioná-los; é seguir em frente; é alcançar o sucesso que eles sempre me desejaram.

É isto que vou fazer!"

Raimundo Botelho (11 de outubro de 1995)

Exposições individuais:

• Iate Clube de Vitória – Vitória (ES) / 1981;

• Teatro Carlos Gomes – Vitória (ES) / 1982;

• Clube Náutico Cearense – Fortaleza (CE) / 1983;

• Galeria Performance – Brasília (DF) / 1986;

• Galeria Visual – Brasília - (DF) / 1986;

• Galeria Lescaux – Joinville (PR) / 1986;

• Galeria Borghese – Rio de Janeiro (RJ) / 1986;

• Galeria Saens Martins – Vitória (ES) / 1987;

• Murilo Berardo Galeria de Arte – Rio de Janeiro (RJ) / 1987;

• Solar das Artes – Guaratinguetá (SP) / 1988;

• Acaiaca Espaço Artegaleria – Curitiba (PR) / 1988;

• 80 Anos Tijuca Tênis Clube – Rio de Janeiro /(RJ) / 1996.

Coletivas:

• I Salão de Ipanema – Rio de Janeiro (RJ) / 1976;

• XII Salão de Maio na Sociedade Brasileira de Belas Artes - Rio de Janeiro (RJ) / 1977;

• I Salão Nacional de Artes Plásticas – Rio Janeiro (RJ) / 1977;

• I Mostra de Arte Contemporânea - Rio de Janeiro (RJ) / 1978;

• Salão Oficial Municipal de Belas Artes - Juiz de Fora (MG) / 1978;

• Mostra Coletiva de Pinturas (Marinhas) / Gabinete do Ministro da Marinha – Rio de Janeiro (RJ) / 1978;

• II Salão Nacional de Artes Plásticas – Rio de Janeiro (RJ) / 1979;

• Exposição de Arte do Colégio Metropolitana – Rio de Janeiro (RJ) / 1980;

• Galeria Bahiard – Londrina (PR) / 1986;

• Espaço Cultural Tribunal de Alçada - Rio de Janeiro (RJ) / 1994.

Gincanas:

• Mostra de Primavera promovida pela Sociedade Acadêmica Phoenix Naval da Escola Naval/RJ / Outubro/1977: 3º Lugar;

• Encontro de Pintura Praça Afonso Vizeu promovido pela Fundação Parques e Jardins/RJ / Dezembro/1990: 2º Lugar;

• III Gincana de Pintura e Desenho / Forte Duque de Caxias/RJ / Março/1991: Medalha de Ouro;

• Encontro de Pintura Praça XV de Novembro promovido pela Fundação Parques e Jardins/RJ / Junho/1991: 1º Lugar, Prêmio Aquisição;

• II Gincana do Colégio Militar do Rio de Janeiro/RJ / Casa de Thomaz Coelho / Agosto/1991: Troféu Duque de Caxias;

• IX Gincana de Pintura promovida pela Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências/RJ / Agosto/1991: 1º Lugar;

• Encontro de Pintura Palácio da Cidade promovido pela Fundação Parques e Jardins/RJ / Setembro/91: 1º Lugar na Categoria “A”;

• Jornada de Arte promovida pela Universidade Estácio de Sá/RJ / Setembro/1991: 2º Lugar;

• Encontro de Pintura Praça Washington Luís/RJ / Novembro/1992: 1º Lugar na Categoria “A” Especial;

• I Salão de Artes Plásticas do Espaço Cultural Ilha Plaza Shopping/RJ / Setembro/ 1994: Prêmio Especial de Viagem Rio/Miami/Nova Iorque/Rio.

Fonte: Site oficial Raimundo Botelho, consultado em 15 de janeiro de 2016.

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Aberta em São Luís a exposição do artista plástico maranhense Raimundo Botêlho

Video: http://g1.globo.com/ma/maranhao/jmtv-1edicao/videos/v/aberta-em-sao-luis-a-exposicao-do-artista-plastico-maranhense-raimundo-botelho/2999958/

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Raimundo Honório Botelho, recebe a placa de “Honra ao Mérito Vianense”.

Em 20 de novembro de 2010, o artista plástico Botêlho foi a personalidade escolhida para receber a placa de “Honra ao Mérito Vianense”. A acadêmica Maria da Graça Mendonça Cutrim fez o discurso de saudação ao homenagedo do ano.

Veja abaixo o currículo do pintor vianense e algumas fotos do evento:

Raimundo Honório Botêlho Neto é, sem dúvida, o nome que melhor representa o talento vianense no cenário nacional das artes plásticas. Conceituado nas principais galerias do eixo Rio-São Paulo, o pintor já expôs também em Brasília, Curitiba, Vitória e Fortaleza, além de algumas outras cidades menores como Juiz de fora (MG), Londrina (PR) e Joinvillle (SC). Alguns de seus quadros, inclusive, foram comercializados por galerias das cidades americanas de Boston e Nova York.

Nascido em 9 de fevereiro de 1946, na Estrada de Rafael, povoado pertencente ao município de Viana, Raimundo Honório Botêlho Neto é o segundo de uma prole de sete irmãos, gerados pelo casal Plácido Constâncio Botêlho e Cloris Sousa Botêlho.

Seu pai, Plácido Botelho, exercia as profissões de sapateiro, padeiro e agricultor, enquanto sua mãe, Cloris Botêlho, era professora leiga e costureira. Raimundo Botêlho, assim como seus irmãos, foi alfabetizado pela própria mãe e cresceu ajudando a família no ganho do sustento diário.

Garoto ainda, Botêlho partiu de Viana em 1959, aos 13 anos de idade, para residir com uma tia em São Luís e poder assim continuar os estudos. Depois de trabalhar em diversas atividades, o jovem alistou-se no Exército, quando foi transferido para a capital cearense. Em Fortaleza, após dar baixa no serviço militar, casou-se com Sueli Maciel, partindo dali com a esposa para residir no Rio de Janeiro, cidade onde teria oportunidade de familiarizar-se melhor com o universo das artes plásticas e onde também poderia aprimorar o talento nato na Sociedade Brasileira de Belas Artes, impulsionado pelo mestre Antenor Finatti.

Definindo-se como um pintor impressionista, Raimundo Botêlho gosta de exercitar o domínio da luz em suas telas, através do contraste dos claros-escuros. Seu tema preferido são os barcos, os ancoradouros, as praias desertas e as embarcações solitárias, enfim tudo que direcione o sentimento do espectador para o mar e seus mistérios insondáveis.

O renomado escritor maranhense, Josué Montello, certa vez escreveu a seu respeito: Nasceu para pintar como outros nascem para cantar ou para escrever. Se não pintasse, seria um homem irrealizado. Diante da tela, com sua caixa de tintas e os seus pincéis, é que Botêlho encontra sentido para a vida que Deus lhe deu.

Também como reconhecimento público, o pintor vianense teve seu nome incluído entre os artistas plásticos reverenciados na enciclopédia “Os Vários Perfis da Arte Brasileira”, patrocinada pela Petrobrás; e no volume 3 do dicionário “Artes Plásticas Brasil 89 – seu mercado – seus leilões”, publicado pela Editora Inter/Arte/Brasil.

Residindo até hoje no Rio de Janeiro, mas com planos de fixar residência em breve em São Luís, Botêlho vive em constante busca pelo aperfeiçoamento da técnica de representação visual através das cores. Aos 64 anos de idade, pai de três filhos, o pintor já produziu milhares de obras, atualmente espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Entre as inúmeras premiações e medalhas recebidas por este artista plástico, destacam-se: Medalha de Bronze do 1º Salão de Ipanema; Prêmio “Administração Parque do Flamengo” – 1º Salão de Marinhas; Menção Honrosa – 11º Salão de Artes Plásticas São Lourenço; Menção Honrosa 1º Salão de Arte da Associação Brasileira de Desenho; Medalha de Bronze da Mostra de Arte da Associação Brasileira de Desenho; Medalha de Ouro da 1ª Gincana Nacional de Pintura de Maricá (RJ); Menção Honrosa do 1º Salão de Natureza Morta; 1° lugar da 7ª Gincana de Pintura de Valença (RJ); e Menção Honrosa do Salão Oficial Municipal de Belas Artes de Juiz de Fora (MG).

Fonte: Academia Vianense de Letras, publicado em 27 jun 2013, última consulta em 15 de janeiro de 2016

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