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Inos Corradin

Inos Corradin (14 de novembro de 1929, Vogogna, Itália — 17 de setembro de 2025, Jundiaí, SP), foi um pintor, desenhista, gravador, cenógrafo e escultor ítalo-brasileiro. Formado em artes sob orientação do professor Tardivello, iniciou sua trajetória artística na Itália, participando em 1947 da criação de um mural em homenagem aos mártires da resistência italiana. Em 1950, estabelecendo-se em Jundiaí (SP) e integrou o Atelier Cooperativa Politone, em São Paulo, sob direção do artista argentino Osvaldo Navarro. Em 1953, viajou para Salvador (BA), onde teve contato com artistas como Mário Cravo Júnior, Caribé, Rubens Valentin e Jenner Augusto, experiência que influenciou de forma marcante sua paleta cromática e seu lirismo tropical. Corradin também atuou como cenógrafo em espetáculos teatrais e de dança, como o Balé do IV Centenário de São Paulo, demonstrando versatilidade criativa. Sua obra é caracterizada por figuras humanas estilizadas, em especial músicos, equilibristas, palhaços e personagens circenses, tratados com traço fluido, geometrias suaves e cores vibrantes. Transitando entre o figurativismo poético e o simbolismo, o artista construiu uma linguagem singular, marcada pela harmonia cromática e pela atmosfera lúdica. Participou de exposições no Brasil, Itália, Suíça, Alemanha, Israel, Argentina, Uruguai, Holanda, Canadá e Estados Unidos, além de importantes mostras nacionais como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna. Suas obras estão presentes em acervos de instituições, galerias e leilões internacionais.

Inos Conradin | Arremate Arte

Inos Corradin nasceu em 14 de novembro de 1929, em Vogogna, norte da Itália. Ainda criança, mudou-se com a família para Montreux, na Suíça Francesa, onde teve os primeiros contatos com a cultura e as paisagens europeias que mais tarde influenciaram suas composições pictóricas. Aos cinco anos, retornou à Itália e estabeleceu-se em Castelbaldo, na província de Pádua, onde iniciou sua formação artística sob orientação do professor Tardivello.

Em 1947, participou da execução de um mural em homenagem aos mártires da resistência italiana, realizado em colaboração com o pintor Pendini, o que marcou seu engajamento com as expressões simbólicas e a força da imagem narrativa. Três anos depois, em 1950, decidiu embarcar em uma nova fase de sua vida: mudou-se para o Brasil, país que o acolheria definitivamente e se tornaria a principal inspiração de sua carreira artística.

Inicialmente, fixou residência em Jundiaí (SP) e, logo após, passou a frequentar o ambiente artístico paulistano. Em 1951, integrou-se ao Atelier Cooperativa Politone, na Vila Mariana, dirigido pelo argentino Osvaldo Navarro. Nesse espaço, conviveu com artistas como Ian Woroniecki e Trindade Leal, trocando experiências que ampliaram sua visão estética. Pouco tempo depois, viajou para Salvador (BA), onde conviveu com nomes expressivos da arte moderna brasileira, como Mário Cravo Júnior, Carybé, Rubens Valentin, Jenner Augusto e Mirabeau Sampaio. Essa vivência no Nordeste exerceu influência profunda sobre sua paleta cromática e temática, incorporando às suas obras uma nova luminosidade, sensualidade e liberdade formal.

De volta a São Paulo, ampliou suas atividades como pintor, desenhista e cenógrafo. Entre 1954 e 1955, projetou cenários para o Balé do IV Centenário de São Paulo e para produções teatrais de Rugero Giacobbi e Aldo Cravo, demonstrando versatilidade e refinamento técnico. Em 1957, estabeleceu-se em Ibiúna, onde manteve seu ateliê e passou a desenvolver uma pintura cada vez mais singular, na qual as figuras humanas assumiram protagonismo poético e simbólico.

Ao longo das décadas seguintes, Inos Corradin consolidou-se como um dos grandes nomes da arte figurativa contemporânea brasileira. Suas obras são reconhecidas por retratar personagens lúdicos, como músicos, equilibristas, palhaços, mímicos e artistas circenses que foram inseridos em composições equilibradas e expressivas. A leveza do traço, o domínio das cores e a construção de atmosferas oníricas revelam um artista profundamente ligado à imaginação e à sensibilidade humana. Seu figurativismo estilizado, de traços arredondados e geometrias suaves, combina rigor técnico e poesia visual, resultando em uma linguagem própria e inconfundível.

Corradin participou de importantes exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, incluindo mostras na Itália, Suíça, Alemanha, Israel, Argentina, Uruguai, Holanda, Canadá e Estados Unidos. No cenário nacional, expôs em espaços de prestígio, como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna, além de galerias como a André Galeria, em São Paulo, com quem manteve longa parceria. Entre suas mostras mais conhecidas destacam-se “Impressões: a Arte da Gravura Brasileira” (Banespa Cultural, 1998), “4 Décadas” (2001) e “Paisagens do Imaginário” (2002). Em 2008, sua trajetória foi tema do documentário “INOS”, que abordou os bastidores de sua vida e sua visão artística.

O artista permaneceu ativo entre 2000 e 2010, produzindo séries que mesclavam pintura, gravura e escultura. Em 2023, foi homenageado com a exposição “Inos Corradin: 73 Anos de Arte”, em Florianópolis, reunindo obras que celebravam sua longeva e prolífica carreira. Suas criações podem ser encontradas em importantes coleções particulares e galerias, como Galeria André, Galeria 22 e Loja Dom Quixote, além de serem frequentemente negociadas em leilões nacionais e internacionais.


Inos Conradin | Itaú Cultural

Exposições Individuais

1953 – Individual de Inos Corradin

1957 – Individual de Inos Corradin

1961 – Individual de Inos Corradin

1964 – Individual de Inos Corradin

1965 – Individual de Inos Corradin

1967 – Individual de Inos Corradin

1968 – Individual de Inos Corradin

1969 – Individual de Inos Corradin

1970 – Individual de Inos Corradin

1971 – Individual de Inos Corradin

1972 – Pinturas Recentes

1973 – Individual de Inos Corradin

1975 – Individual de Inos Corradin

1976 – Individual de Inos Corradin

1977 – Individual de Inos Corradin

1979 – Individual de Inos Corradin

1980 – Individual de Inos Corradin

1981 – Individual de Inos Corradin

1982 – Individual de Inos Corradin

1983 – Individual de Inos Corradin

1984 – Individual de Inos Corradin

1985 – Individual de Inos Corradin

1987 – Individual de Inos Corradin

1988 – Individual de Inos Corradin

1989 – Individual de Inos Corradin

1993 – Individual de Inos Corradin

1995 – Da Marinha à Natureza-Morta

1997 – Individual de Inos Corradin

1998 – Individual de Inos Corradin

2000 – Individual de Inos Corradin

2001 – 4 Décadas

2002 – Paisagens do Imaginário

2005 – Individual de Inos Corradin

2006 – Individual de Inos Corradin

2007 – O Cromatismo de Inos Corradin

2008 – 50 Anos de Pintura

2009 – Inos Corradin – 80 Anos

2010 – Inos: 80 anos de Vigor e Magia

2012 – Individual de Inos Corradin

2013 – Universo Lúdico de Inos Corradin

2014 – Inos no percurso da arte – O artista na estrada

2018 – Novas Cores

Exposições Coletivas

1966 – 15º Salão Paulista de Arte Moderna

1973 – Objetos no Espaço

1977 – Brasil Arte 1922/77

1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste

1985 – 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste

1985 – 100 Obras Itaú

1986 – Antonio Maia, Fang, Inos Corradin, Rapoport e Wakabayashi

1988 – Cinco Expressões da Arte Brasileira

1988 – 21ª Chapel Art Show

1990 – Coletiva no Anima Espaço de Arte

1996 – 3ª Mostra de Arte

1998 – Coletiva de Primavera

1998 – Impressões: A Arte da Gravura Brasileira

1999 – Coletiva de Natal

2000 – Coletiva de Primavera

2000 – Coletiva de Natal

2001 – Coletiva Luz e Cor

2004 – 450 X 45

2004 – 22ª Exposição de Artistas Contemporâneos

2005 – Pequenas Grandes Obras

2006 – Homenagem a Inos

2006 – 2nd Golf in Art

2010 – 41º Chapel Art Show

2011 – Pequenos Formatos

2012 – Nossa Casa

2012 – 43º Chapel Art Show

2017 – Arte em Bronze

2018 – 3D

2018 – 2ª Bienal das Artes do SESC

Fonte: INOS Corradin. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 06 de outubro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7


Inos Corradin: formas geometrizadas repletas de emoções mas com espírito de liberdade | Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Encontramos em Inos Corradin o homem generoso que sofreu, que compreendeu e que continua a procurar; um homem seriamente empenhado a levar a diante o seu discurso estético, feito de uma participação total, sem economia; porque dentro de cada obra de arte existe a alma do artista. Trata-se de um homem como todos nós que busca com seus meios nos comunicar algo, uma voz, um grito, um sinal de alegria, de dor, de protesto, de desabafo, de amor, de perdão.

Verdadeiro, inspirado, vigoroso e válido sob todos os perfis o pintor é a demonstração evidente de um pintor original. Suas telas falam com eficácia: as formas são cor, imersa em outra cor, nadam num mar de cor, sempre quente; nunca se fundem umas com as outras, mas nítidas e potentes se entrecortam sobre fundos calorosos e sob céus intensos.

Com muita propriedade escreveu Walmir Ayala em 1984, que "A observação detida de um quadro de Inos Corradin nos obriga, de início, a encarar a estranheza da cor, o requinte da matéria sobre a qual entranha esta cor indefinida, suporte de todas as cores, sumo esmagado e cozido do espectro solar, palpitante e macio como um organismo vivo. Introduzidos pela cor, oscilamos entre o jogo picaresco da estilização e espaço metafísico onde as formas se distribuem como detalhes de um brinquedo fantástico".

Sente-se em suas obras a presença da abstração de um Kandinsky, que desejava representar as emoções musicais com cor e as formas imaginadas, mas antes dele, as composições de Matisse, com todos os fermentos que iniciaram o século XX até a primeira Escola de Paris, entre as duas guerras mundiais.

O seu universo pessoal, construído ano após ano, está repleto de emoções as mais diversas, reflexo do humor que envolve quotidianamente o fazer desse artista maior, onde está sempre presente o seu espírito de liberdade.

Com referencia à obra "Dois equilibristas", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, faço minhas as palavras do conhecido crítico carioca "elas possuem um conteúdo lírico que avança na progressão direta da pesquisa construtiva da composição, no filtro geometrizado pelo qual as formas são medidas, transformando o visível numa espécie de equação luminosa".

O Artista

Pintor e cenógrafo, Inos Corradin nasceu em 1929 em Vogogna, Itália. Iniciou seus estudos de pintura em 1945, com o professor Tardivello após o término da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, colaborou como o pintor Pendin na execução de um mural dedicado aos mártires da resistência italiana em Castelbaldo, na província de Padova Itália. Transferiu-se para o Brasil em 1950, onde passou a fazer parte do Núcleo Artístico Cooperativa em São Paulo, dirigido pelo pintor argentino Oswaldo Gil Navarro. Desde então vive em Jundiaí e São Paulo, SP.

Por ocasião dos 400 anos de fundação de São Paulo, em 1954 executou os cenários para o Ballet do IV Centenário. Em 1957 transfere-se para Ibiúna onde começa uma nova fase de sua vida: pinta e trabalha com madeireiros, descobrindo por alguns anos a vida no campo. Em 1979, foi contratado para pintar um cenário para o Teatro de Rovigo, Itália.

Entre suas exposições individuais destacamos: Galeria Oxumaré, Salvador, BA (1953); Cassino Miguez, Punta Del Este, Uruguai (1967); Galeria Wildenstein, Buenos Aires, Argentina e Salon Guterrez Yaguaro, Córdoba, Argentina (1968); Galeria D´Hautbarr, Nova York, USA; Galeria Atrium, São Paulo SP (1969); Museu de Arte Contemporanea, Curitiba, PR (1972); Galeria Debret, Paris, França (1975); Galeria de Arte Riviere, Veneza, Itália; Bar-Tzion Fine Arts, Tel Aviv, Israel, (1976); Galeria de Arte André, São Paulo SP (1977, 1985, 1987, 1997, 1998, 2001 e 2002); Galeria Ambrous, Milão, Itália (1977); Karr Gallery of Fine Arts, Toronto, Canadá (1979); Bottega Di Cimabue, Florença, Itália (1980); Galeria Modern Art, Koln, Alemanha (1981); Galeria Steigen-Berger, Berlim Alemanha, (1982); Galeria Toulouse, Rio de Janeiro RJ (1985).

Participou ainda do 2º e do 15º Salão Paulista de Arte Moderna, (1952 e 1966); Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, RJ (1953); Salão Internacional Paris Sud (1975); Quadriennale d"Arte de Ferrara, (1976); Feira Artística Internacional, Tel Aviv, Israel (1978); 100 Obras Itaú, no Museu de Arte de São Paulo (1985); Creation 85, Montreux, Suíça (1987); Fondation Louis Moret, Martigny, Suíça (1990); Galerie Daghofer, Leoben, Suíça; Galeria M. Fogolino, Trento, Itália (1992); Mostra Antológica 1953-1993, Palácio Municipal de Jundiaí (1993); Galerie Gerhard, Bad Berleburg, Alemanha; Etruri Arte, Livorno, Itália; Arte Fiera, Padova, Itália (1994 e 1996); Arte Gallery Bugno & Samueli, Veneza, Itália; Coletiva, na Galerie Dagmar, Essen, Alemanha; Galerie Dida, Graz, Áustria (1995); Galeria AAA, Ascona, Suíça; Galeria Box Art, Veneza e Galeria La Meridiana, Verona, Itália; Galerie Plaza Hotel Vienna, Áustria e Galeria Palazzo Roncale, Rovigo, Itália (1996), entre outras.

Fonte: Assembleia legislativa do Estado de São Paulo, “Inos Corradin: formas geometrizadas repletas de emoções mas com espírito de liberdad”, publicado por Emanuel von Lauenstein Massarani, 03 de julho de 2013. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.


Inos Corradin será homenageado no Carnaval | Portal Sucesso

No último sábado (dia 9), a escola de samba X9 Paulistana, uma das mais tradicionais do Carnaval de São Paulo, fez o lançamento oficial de seu enredo para o desfile de 2017. Com as presenças do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, o intérprete, o carnavalesco e o diretor de harmonia da agremiação, foi anunciada uma homenagem ao artista plástico Inos Corradin. O próprio pintor e escultor esteve na festa, realizada na quadra da Escola, na zona norte da capital paulista.

Inos Corradin nasceu na Itália, mas vive no Brasil há mais de sessenta anos. Muitas de suas obras tem a música como inspiração. Não por coincidência, o artista assina a capa de diversas edições do guia SHOW BUSINESS (foto) . Uma dessas obras, a escultura “O Saxofonista”, inspirou o troféu que premiou sessenta grandes nomes da indústria musical brasileira no evento “Expo Show Business”, promovido pela Editora Espetáculo. Na oportunidade, foram premiados Dody Serena, empresário do cantor Roberto Carlos, Guto Graça Mello, produtor musical da TV Globo, e Marcelo Castello Branco, então presidente da gravadora EMI, entre outros. Todos levaram pra casa o “Saxofonista” de Corradin.

Fonte: Portal Sucesso, “Inos Conradin será homenageado no carvaval", publicado por Tamires, em 7 de julho de 2016. Consultado pela última vez em 9 de outubro de 2025. 


Arte e identidade: o legado de Inos Corradin em Jundiaí | Prefeitura de Jundiaí

Jundiaí perdeu nesta quarta-feira (17) um de seus maiores expoentes culturais. Faleceu, aos 95 anos, o artista ítalo-brasileiro Inos Corradin, cuja obra marcou profundamente a identidade artística e afetiva do município. A Prefeitura de Jundiaí e a  Secretaria Municipal de Cultura (SMCULT) destacam sua relevância e reconhecem que seu legado é parte essencial da memória e da história cultural da cidade.

Mais do que assinar telas, Corradin soube transformar a vida em arte. Em suas paisagens, figuras e naturezas-mortas, havia sempre espaço para a ironia, o humor e o olhar lúdico sobre o cotidiano. Com pinceladas que tornavam o trivial em memorável, o artista deixou um legado que atravessa gerações e permanece vivo no imaginário coletivo de Jundiaí.

Uma cidade colorida por sua obra

Passear pela cidade é reencontrar Corradin em diferentes espaços. Suas criações estão no Parque da Cidade, no Gabinete do Prefeito, na Câmara Municipal e, de forma marcante, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes, que dedica uma sala inteira ao artista. Sua produção não se limitou às galerias: ela se espalhou pelo espaço urbano e entrou no dia a dia das pessoas, tornando-se parte da identidade cultural de Jundiaí.

Da Itália para Jundiaí

Nascido em 1929, em Vogogna, na Itália, Corradin chegou ao Brasil em 1950. Foi em Jundiaí que construiu sua carreira, reconhecida em mostras importantes como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna. Mais do que um artista de renome, tornou-se parte da alma da cidade, sempre próximo da comunidade que o acolheu e valorizou.

Legado para a Cultura

Para a secretária municipal de Cultura, Clarina Fasanaro, a perda é irreparável, mas a presença de Corradin permanece viva: “Inos Corradin não apenas produziu arte; ele ajudou a moldar a identidade cultural de Jundiaí. Sua obra está espalhada pela cidade e seguirá nos lembrando da força criativa e do olhar sensível que ele dedicou à nossa comunidade. Nos orgulhamos de ter em sua história e em seus espaços o legado de um artista tão singular.”

A Prefeitura de Jundiaí e a SMCULT reforçam seu compromisso de honrar e valorizar os artistas que ajudaram a construir a identidade cultural da cidade, preservando e difundindo suas obras para que continuem inspirando as próximas gerações.

Fonte: Prefeitura de Jundiaí, “Arte e identidade: o legado de Inos Corradin em Jundiaí”, publicado em 20 de setembro de 2025. Consultado pela última vez em 6 de outubro de 2025.


Mortes: Imigrante italiano, artista plástico tinha traço inconfundível | Folha de São Paulo

Não é preciso ter vasto conhecimento para identificar um quadro do artista plástico Inos Conradin. Suas pinturas tem personalidade única.

Nascido em um vilarejo próximo a Veneza, como muitos imigrantes italianos se mudou para o Brasil com a família no pós-guerra do início da década de 1950. Na bagagem, trazia a experiência de quem havia ajudado a combater o facismo quando ainda era adolescente.

Recebidos por parentes residentes em Jundiaí, os Corradin fixaram residência na cidade do interior paulista.

Com cerca de 20 anos, o jovem ajudou o pai, mestre de obras, na construção civil.

Sem praticamente falar português, entretanto, decidiu procurar seu próprio caminho e resolveu bater na porta do consulado da Itália, em São Paulo, na busca por trabalho. O destino, porém, não o deixou chegar até lá.

Perdido na cidade grande, parou para pedir informações a um guarda, quando um italiano viu a cena e se comoveu com a dificuldade do idioma. Ao invés de ajudar o jovem a chegar ao consulado, o levou para uma cooperativa de pintores na Vila Mariana. Nascia ali o artista.

Inos passou a trabalhar com gente talentosa, como a pintora Mira Schendel. Também foi convidado por um amigo a ir para Salvador, onde o italiano morou por cerca de três anos. Na capital baiana, fez sua primeira exposição —todos os quadros acabaram vendidos logo na abertura.

O Jânio Quadros, na época prefeito paulistano, comprou o primeiro são Francisco pintado por ele", conta o filho Sandro Corradin, artista plástico como o pai.

De volta a São Paulo, trabalhou na cenografia para as comemorações do quarto centenário da capital paulista, em 1954.

Depois se tornou desenhista de uma fábrica de brinquedos em Ibiúna, onde conheceria sua futura mulher, Maria Helena, sem nunca deixar as pinturas.

Um marchand o levou para Jundiaí mais uma vez, onde montou seu ateliê.

Rodaria o mundo com suas exposições —a primeira internacional foi em Tel Aviv, afirma Sandro, e se multiplicaram por outros países, principalmente na Europa.

Foi pioneiro na famosa Galeria André, na região de Pinheiros.

Pessoa extremamente culta, bem-humorada, era um irreverente contador de histórias. Aliás, suas inconfundíveis paisagens, figuras e naturezas-mortas refletiam humor, irreverência e até ironia.

Além do Brasil, suas obras estão espalhadas, principalmente na Itália. Na Câmara Municipal de Jundiaí está exposta uma escultura sua, "O Vereador Atleta", que exibe na mão esquerda os cinco anéis olímpicos e, na direita, o globo terrestre.

Foi tão brilhante pra quem viu /

O mundo aplaudiu /

Na tela está a imaginação /

Será que é real ou ilusão? /

Basta acreditar, querer e sonhar /

Que tudo volta ao seu lugar

— Trecho de samba-enredo da X-9 paulistana, Carnaval de 2017.

Com o enredo "Vim, vi e Venci! A Saga Artística de um Semideus”, em 2017, acabou homenageado pela escola de samba X-9 Paulistana. A agremiação venceu o grupo de acesso daquele ano e subiria para a elite do Carnaval da cidade de São Paulo.

"Inos Corradin, o jovem escorpiano, completa 95 anos e está aí para contrapor o que chamam de velhice. É só conversar com ele poucos minutos e ver que idade cronológica é um anacronismo absoluto a quem tem a gana de viver intensamente", escreveu o cardiologista e cronista Wagner Ligabó, amigo de longa data, no aniversário do artista em novembro passado.

Aos 95 anos, a idade citada na crônica, Inos Franco Corradin morreu no último dia 17 de setembro. Viúvo, deixou os filhos Sérgio, Sandro e Paola, e quatro netos.

Fonte: Folha de São Paulo, “Mortes: Imigrante italiano, artista plástico tinha traço inconfundível”, publicado por Fábio Pescarini, em 4 de outubro de 2025. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.


Jundiaí se despede de Inos Corradin, artista que marcou a cultura brasileira | Tribuna de Jundiaí

Jundiaí e a cultura brasileira se despedem de um dos maiores nomes das artes plásticas: Inos Corradin, que faleceu nesta quarta-feira (17). O artista deixa três filhos: Sandro, Paola e Sergio, e um legado inestimável de sensibilidade e criatividade que se tornou parte da identidade cultural da cidade.

Nascido em Vogna, na Itália, em 1929, Corradin mudou-se para o Brasil em 1950 e escolheu Jundiaí para viver e produzir sua arte. Ao longo da carreira, participou de importantes mostras coletivas, como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna, consolidando seu nome no cenário artístico nacional.

Legado que atravessa gerações

O prefeito de Jundiaí, Gustavo Martinelli, lamentou a perda e destacou a importância do artista para a cidade:

“Jundiaí e a cultura brasileira se despedem de um grande talento. É com profunda tristeza que lamentamos o falecimento de Inos Corradin, artista que, com sua sensibilidade, escolheu Jundiaí para viver e criar. Suas obras, repletas de cores e vida, se tornaram parte da nossa paisagem. Inos elevou o nome da nossa cidade no Brasil e no mundo. Nos tempos de escola, sua figura já era reconhecida e admirada por todos. Seu legado permanecerá vivo. Nossos sentimentos aos amigos, familiares e admiradores.”

Arte que permanece

Mais do que telas e murais, Inos Corradin deixa uma marca indelével na história da arte brasileira e na memória de Jundiaí. Suas cores, personagens e traços seguirão inspirando gerações futuras, mantendo vivo o brilho de um artista que transformou sua visão de mundo em poesia visual.

Fonte: Tribuna de Jundiaí, “Jundiaí se despede de Inos Corradin, artista que marcou a cultura brasileira”, publicado por Rafaela Ferreira, em 17 de setembro de 2025. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.

Crédito fotográfico: Portal Sucesso. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.

Inos Corradin (14 de novembro de 1929, Vogogna, Itália — 17 de setembro de 2025, Jundiaí, SP), foi um pintor, desenhista, gravador, cenógrafo e escultor ítalo-brasileiro. Formado em artes sob orientação do professor Tardivello, iniciou sua trajetória artística na Itália, participando em 1947 da criação de um mural em homenagem aos mártires da resistência italiana. Em 1950, estabelecendo-se em Jundiaí (SP) e integrou o Atelier Cooperativa Politone, em São Paulo, sob direção do artista argentino Osvaldo Navarro. Em 1953, viajou para Salvador (BA), onde teve contato com artistas como Mário Cravo Júnior, Caribé, Rubens Valentin e Jenner Augusto, experiência que influenciou de forma marcante sua paleta cromática e seu lirismo tropical. Corradin também atuou como cenógrafo em espetáculos teatrais e de dança, como o Balé do IV Centenário de São Paulo, demonstrando versatilidade criativa. Sua obra é caracterizada por figuras humanas estilizadas, em especial músicos, equilibristas, palhaços e personagens circenses, tratados com traço fluido, geometrias suaves e cores vibrantes. Transitando entre o figurativismo poético e o simbolismo, o artista construiu uma linguagem singular, marcada pela harmonia cromática e pela atmosfera lúdica. Participou de exposições no Brasil, Itália, Suíça, Alemanha, Israel, Argentina, Uruguai, Holanda, Canadá e Estados Unidos, além de importantes mostras nacionais como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna. Suas obras estão presentes em acervos de instituições, galerias e leilões internacionais.

Inos Corradin

Inos Corradin (14 de novembro de 1929, Vogogna, Itália — 17 de setembro de 2025, Jundiaí, SP), foi um pintor, desenhista, gravador, cenógrafo e escultor ítalo-brasileiro. Formado em artes sob orientação do professor Tardivello, iniciou sua trajetória artística na Itália, participando em 1947 da criação de um mural em homenagem aos mártires da resistência italiana. Em 1950, estabelecendo-se em Jundiaí (SP) e integrou o Atelier Cooperativa Politone, em São Paulo, sob direção do artista argentino Osvaldo Navarro. Em 1953, viajou para Salvador (BA), onde teve contato com artistas como Mário Cravo Júnior, Caribé, Rubens Valentin e Jenner Augusto, experiência que influenciou de forma marcante sua paleta cromática e seu lirismo tropical. Corradin também atuou como cenógrafo em espetáculos teatrais e de dança, como o Balé do IV Centenário de São Paulo, demonstrando versatilidade criativa. Sua obra é caracterizada por figuras humanas estilizadas, em especial músicos, equilibristas, palhaços e personagens circenses, tratados com traço fluido, geometrias suaves e cores vibrantes. Transitando entre o figurativismo poético e o simbolismo, o artista construiu uma linguagem singular, marcada pela harmonia cromática e pela atmosfera lúdica. Participou de exposições no Brasil, Itália, Suíça, Alemanha, Israel, Argentina, Uruguai, Holanda, Canadá e Estados Unidos, além de importantes mostras nacionais como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna. Suas obras estão presentes em acervos de instituições, galerias e leilões internacionais.

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Exposição Inos Conrradin | 2013

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Inos Conradin | Arremate Arte

Inos Corradin nasceu em 14 de novembro de 1929, em Vogogna, norte da Itália. Ainda criança, mudou-se com a família para Montreux, na Suíça Francesa, onde teve os primeiros contatos com a cultura e as paisagens europeias que mais tarde influenciaram suas composições pictóricas. Aos cinco anos, retornou à Itália e estabeleceu-se em Castelbaldo, na província de Pádua, onde iniciou sua formação artística sob orientação do professor Tardivello.

Em 1947, participou da execução de um mural em homenagem aos mártires da resistência italiana, realizado em colaboração com o pintor Pendini, o que marcou seu engajamento com as expressões simbólicas e a força da imagem narrativa. Três anos depois, em 1950, decidiu embarcar em uma nova fase de sua vida: mudou-se para o Brasil, país que o acolheria definitivamente e se tornaria a principal inspiração de sua carreira artística.

Inicialmente, fixou residência em Jundiaí (SP) e, logo após, passou a frequentar o ambiente artístico paulistano. Em 1951, integrou-se ao Atelier Cooperativa Politone, na Vila Mariana, dirigido pelo argentino Osvaldo Navarro. Nesse espaço, conviveu com artistas como Ian Woroniecki e Trindade Leal, trocando experiências que ampliaram sua visão estética. Pouco tempo depois, viajou para Salvador (BA), onde conviveu com nomes expressivos da arte moderna brasileira, como Mário Cravo Júnior, Carybé, Rubens Valentin, Jenner Augusto e Mirabeau Sampaio. Essa vivência no Nordeste exerceu influência profunda sobre sua paleta cromática e temática, incorporando às suas obras uma nova luminosidade, sensualidade e liberdade formal.

De volta a São Paulo, ampliou suas atividades como pintor, desenhista e cenógrafo. Entre 1954 e 1955, projetou cenários para o Balé do IV Centenário de São Paulo e para produções teatrais de Rugero Giacobbi e Aldo Cravo, demonstrando versatilidade e refinamento técnico. Em 1957, estabeleceu-se em Ibiúna, onde manteve seu ateliê e passou a desenvolver uma pintura cada vez mais singular, na qual as figuras humanas assumiram protagonismo poético e simbólico.

Ao longo das décadas seguintes, Inos Corradin consolidou-se como um dos grandes nomes da arte figurativa contemporânea brasileira. Suas obras são reconhecidas por retratar personagens lúdicos, como músicos, equilibristas, palhaços, mímicos e artistas circenses que foram inseridos em composições equilibradas e expressivas. A leveza do traço, o domínio das cores e a construção de atmosferas oníricas revelam um artista profundamente ligado à imaginação e à sensibilidade humana. Seu figurativismo estilizado, de traços arredondados e geometrias suaves, combina rigor técnico e poesia visual, resultando em uma linguagem própria e inconfundível.

Corradin participou de importantes exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, incluindo mostras na Itália, Suíça, Alemanha, Israel, Argentina, Uruguai, Holanda, Canadá e Estados Unidos. No cenário nacional, expôs em espaços de prestígio, como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna, além de galerias como a André Galeria, em São Paulo, com quem manteve longa parceria. Entre suas mostras mais conhecidas destacam-se “Impressões: a Arte da Gravura Brasileira” (Banespa Cultural, 1998), “4 Décadas” (2001) e “Paisagens do Imaginário” (2002). Em 2008, sua trajetória foi tema do documentário “INOS”, que abordou os bastidores de sua vida e sua visão artística.

O artista permaneceu ativo entre 2000 e 2010, produzindo séries que mesclavam pintura, gravura e escultura. Em 2023, foi homenageado com a exposição “Inos Corradin: 73 Anos de Arte”, em Florianópolis, reunindo obras que celebravam sua longeva e prolífica carreira. Suas criações podem ser encontradas em importantes coleções particulares e galerias, como Galeria André, Galeria 22 e Loja Dom Quixote, além de serem frequentemente negociadas em leilões nacionais e internacionais.


Inos Conradin | Itaú Cultural

Exposições Individuais

1953 – Individual de Inos Corradin

1957 – Individual de Inos Corradin

1961 – Individual de Inos Corradin

1964 – Individual de Inos Corradin

1965 – Individual de Inos Corradin

1967 – Individual de Inos Corradin

1968 – Individual de Inos Corradin

1969 – Individual de Inos Corradin

1970 – Individual de Inos Corradin

1971 – Individual de Inos Corradin

1972 – Pinturas Recentes

1973 – Individual de Inos Corradin

1975 – Individual de Inos Corradin

1976 – Individual de Inos Corradin

1977 – Individual de Inos Corradin

1979 – Individual de Inos Corradin

1980 – Individual de Inos Corradin

1981 – Individual de Inos Corradin

1982 – Individual de Inos Corradin

1983 – Individual de Inos Corradin

1984 – Individual de Inos Corradin

1985 – Individual de Inos Corradin

1987 – Individual de Inos Corradin

1988 – Individual de Inos Corradin

1989 – Individual de Inos Corradin

1993 – Individual de Inos Corradin

1995 – Da Marinha à Natureza-Morta

1997 – Individual de Inos Corradin

1998 – Individual de Inos Corradin

2000 – Individual de Inos Corradin

2001 – 4 Décadas

2002 – Paisagens do Imaginário

2005 – Individual de Inos Corradin

2006 – Individual de Inos Corradin

2007 – O Cromatismo de Inos Corradin

2008 – 50 Anos de Pintura

2009 – Inos Corradin – 80 Anos

2010 – Inos: 80 anos de Vigor e Magia

2012 – Individual de Inos Corradin

2013 – Universo Lúdico de Inos Corradin

2014 – Inos no percurso da arte – O artista na estrada

2018 – Novas Cores

Exposições Coletivas

1966 – 15º Salão Paulista de Arte Moderna

1973 – Objetos no Espaço

1977 – Brasil Arte 1922/77

1982 – 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste

1985 – 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste

1985 – 100 Obras Itaú

1986 – Antonio Maia, Fang, Inos Corradin, Rapoport e Wakabayashi

1988 – Cinco Expressões da Arte Brasileira

1988 – 21ª Chapel Art Show

1990 – Coletiva no Anima Espaço de Arte

1996 – 3ª Mostra de Arte

1998 – Coletiva de Primavera

1998 – Impressões: A Arte da Gravura Brasileira

1999 – Coletiva de Natal

2000 – Coletiva de Primavera

2000 – Coletiva de Natal

2001 – Coletiva Luz e Cor

2004 – 450 X 45

2004 – 22ª Exposição de Artistas Contemporâneos

2005 – Pequenas Grandes Obras

2006 – Homenagem a Inos

2006 – 2nd Golf in Art

2010 – 41º Chapel Art Show

2011 – Pequenos Formatos

2012 – Nossa Casa

2012 – 43º Chapel Art Show

2017 – Arte em Bronze

2018 – 3D

2018 – 2ª Bienal das Artes do SESC

Fonte: INOS Corradin. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 06 de outubro de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7


Inos Corradin: formas geometrizadas repletas de emoções mas com espírito de liberdade | Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

Encontramos em Inos Corradin o homem generoso que sofreu, que compreendeu e que continua a procurar; um homem seriamente empenhado a levar a diante o seu discurso estético, feito de uma participação total, sem economia; porque dentro de cada obra de arte existe a alma do artista. Trata-se de um homem como todos nós que busca com seus meios nos comunicar algo, uma voz, um grito, um sinal de alegria, de dor, de protesto, de desabafo, de amor, de perdão.

Verdadeiro, inspirado, vigoroso e válido sob todos os perfis o pintor é a demonstração evidente de um pintor original. Suas telas falam com eficácia: as formas são cor, imersa em outra cor, nadam num mar de cor, sempre quente; nunca se fundem umas com as outras, mas nítidas e potentes se entrecortam sobre fundos calorosos e sob céus intensos.

Com muita propriedade escreveu Walmir Ayala em 1984, que "A observação detida de um quadro de Inos Corradin nos obriga, de início, a encarar a estranheza da cor, o requinte da matéria sobre a qual entranha esta cor indefinida, suporte de todas as cores, sumo esmagado e cozido do espectro solar, palpitante e macio como um organismo vivo. Introduzidos pela cor, oscilamos entre o jogo picaresco da estilização e espaço metafísico onde as formas se distribuem como detalhes de um brinquedo fantástico".

Sente-se em suas obras a presença da abstração de um Kandinsky, que desejava representar as emoções musicais com cor e as formas imaginadas, mas antes dele, as composições de Matisse, com todos os fermentos que iniciaram o século XX até a primeira Escola de Paris, entre as duas guerras mundiais.

O seu universo pessoal, construído ano após ano, está repleto de emoções as mais diversas, reflexo do humor que envolve quotidianamente o fazer desse artista maior, onde está sempre presente o seu espírito de liberdade.

Com referencia à obra "Dois equilibristas", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, faço minhas as palavras do conhecido crítico carioca "elas possuem um conteúdo lírico que avança na progressão direta da pesquisa construtiva da composição, no filtro geometrizado pelo qual as formas são medidas, transformando o visível numa espécie de equação luminosa".

O Artista

Pintor e cenógrafo, Inos Corradin nasceu em 1929 em Vogogna, Itália. Iniciou seus estudos de pintura em 1945, com o professor Tardivello após o término da Segunda Guerra Mundial. Em 1947, colaborou como o pintor Pendin na execução de um mural dedicado aos mártires da resistência italiana em Castelbaldo, na província de Padova Itália. Transferiu-se para o Brasil em 1950, onde passou a fazer parte do Núcleo Artístico Cooperativa em São Paulo, dirigido pelo pintor argentino Oswaldo Gil Navarro. Desde então vive em Jundiaí e São Paulo, SP.

Por ocasião dos 400 anos de fundação de São Paulo, em 1954 executou os cenários para o Ballet do IV Centenário. Em 1957 transfere-se para Ibiúna onde começa uma nova fase de sua vida: pinta e trabalha com madeireiros, descobrindo por alguns anos a vida no campo. Em 1979, foi contratado para pintar um cenário para o Teatro de Rovigo, Itália.

Entre suas exposições individuais destacamos: Galeria Oxumaré, Salvador, BA (1953); Cassino Miguez, Punta Del Este, Uruguai (1967); Galeria Wildenstein, Buenos Aires, Argentina e Salon Guterrez Yaguaro, Córdoba, Argentina (1968); Galeria D´Hautbarr, Nova York, USA; Galeria Atrium, São Paulo SP (1969); Museu de Arte Contemporanea, Curitiba, PR (1972); Galeria Debret, Paris, França (1975); Galeria de Arte Riviere, Veneza, Itália; Bar-Tzion Fine Arts, Tel Aviv, Israel, (1976); Galeria de Arte André, São Paulo SP (1977, 1985, 1987, 1997, 1998, 2001 e 2002); Galeria Ambrous, Milão, Itália (1977); Karr Gallery of Fine Arts, Toronto, Canadá (1979); Bottega Di Cimabue, Florença, Itália (1980); Galeria Modern Art, Koln, Alemanha (1981); Galeria Steigen-Berger, Berlim Alemanha, (1982); Galeria Toulouse, Rio de Janeiro RJ (1985).

Participou ainda do 2º e do 15º Salão Paulista de Arte Moderna, (1952 e 1966); Salão Nacional de Arte Moderna, Rio de Janeiro, RJ (1953); Salão Internacional Paris Sud (1975); Quadriennale d"Arte de Ferrara, (1976); Feira Artística Internacional, Tel Aviv, Israel (1978); 100 Obras Itaú, no Museu de Arte de São Paulo (1985); Creation 85, Montreux, Suíça (1987); Fondation Louis Moret, Martigny, Suíça (1990); Galerie Daghofer, Leoben, Suíça; Galeria M. Fogolino, Trento, Itália (1992); Mostra Antológica 1953-1993, Palácio Municipal de Jundiaí (1993); Galerie Gerhard, Bad Berleburg, Alemanha; Etruri Arte, Livorno, Itália; Arte Fiera, Padova, Itália (1994 e 1996); Arte Gallery Bugno & Samueli, Veneza, Itália; Coletiva, na Galerie Dagmar, Essen, Alemanha; Galerie Dida, Graz, Áustria (1995); Galeria AAA, Ascona, Suíça; Galeria Box Art, Veneza e Galeria La Meridiana, Verona, Itália; Galerie Plaza Hotel Vienna, Áustria e Galeria Palazzo Roncale, Rovigo, Itália (1996), entre outras.

Fonte: Assembleia legislativa do Estado de São Paulo, “Inos Corradin: formas geometrizadas repletas de emoções mas com espírito de liberdad”, publicado por Emanuel von Lauenstein Massarani, 03 de julho de 2013. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.


Inos Corradin será homenageado no Carnaval | Portal Sucesso

No último sábado (dia 9), a escola de samba X9 Paulistana, uma das mais tradicionais do Carnaval de São Paulo, fez o lançamento oficial de seu enredo para o desfile de 2017. Com as presenças do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, o intérprete, o carnavalesco e o diretor de harmonia da agremiação, foi anunciada uma homenagem ao artista plástico Inos Corradin. O próprio pintor e escultor esteve na festa, realizada na quadra da Escola, na zona norte da capital paulista.

Inos Corradin nasceu na Itália, mas vive no Brasil há mais de sessenta anos. Muitas de suas obras tem a música como inspiração. Não por coincidência, o artista assina a capa de diversas edições do guia SHOW BUSINESS (foto) . Uma dessas obras, a escultura “O Saxofonista”, inspirou o troféu que premiou sessenta grandes nomes da indústria musical brasileira no evento “Expo Show Business”, promovido pela Editora Espetáculo. Na oportunidade, foram premiados Dody Serena, empresário do cantor Roberto Carlos, Guto Graça Mello, produtor musical da TV Globo, e Marcelo Castello Branco, então presidente da gravadora EMI, entre outros. Todos levaram pra casa o “Saxofonista” de Corradin.

Fonte: Portal Sucesso, “Inos Conradin será homenageado no carvaval", publicado por Tamires, em 7 de julho de 2016. Consultado pela última vez em 9 de outubro de 2025. 


Arte e identidade: o legado de Inos Corradin em Jundiaí | Prefeitura de Jundiaí

Jundiaí perdeu nesta quarta-feira (17) um de seus maiores expoentes culturais. Faleceu, aos 95 anos, o artista ítalo-brasileiro Inos Corradin, cuja obra marcou profundamente a identidade artística e afetiva do município. A Prefeitura de Jundiaí e a  Secretaria Municipal de Cultura (SMCULT) destacam sua relevância e reconhecem que seu legado é parte essencial da memória e da história cultural da cidade.

Mais do que assinar telas, Corradin soube transformar a vida em arte. Em suas paisagens, figuras e naturezas-mortas, havia sempre espaço para a ironia, o humor e o olhar lúdico sobre o cotidiano. Com pinceladas que tornavam o trivial em memorável, o artista deixou um legado que atravessa gerações e permanece vivo no imaginário coletivo de Jundiaí.

Uma cidade colorida por sua obra

Passear pela cidade é reencontrar Corradin em diferentes espaços. Suas criações estão no Parque da Cidade, no Gabinete do Prefeito, na Câmara Municipal e, de forma marcante, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes, que dedica uma sala inteira ao artista. Sua produção não se limitou às galerias: ela se espalhou pelo espaço urbano e entrou no dia a dia das pessoas, tornando-se parte da identidade cultural de Jundiaí.

Da Itália para Jundiaí

Nascido em 1929, em Vogogna, na Itália, Corradin chegou ao Brasil em 1950. Foi em Jundiaí que construiu sua carreira, reconhecida em mostras importantes como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna. Mais do que um artista de renome, tornou-se parte da alma da cidade, sempre próximo da comunidade que o acolheu e valorizou.

Legado para a Cultura

Para a secretária municipal de Cultura, Clarina Fasanaro, a perda é irreparável, mas a presença de Corradin permanece viva: “Inos Corradin não apenas produziu arte; ele ajudou a moldar a identidade cultural de Jundiaí. Sua obra está espalhada pela cidade e seguirá nos lembrando da força criativa e do olhar sensível que ele dedicou à nossa comunidade. Nos orgulhamos de ter em sua história e em seus espaços o legado de um artista tão singular.”

A Prefeitura de Jundiaí e a SMCULT reforçam seu compromisso de honrar e valorizar os artistas que ajudaram a construir a identidade cultural da cidade, preservando e difundindo suas obras para que continuem inspirando as próximas gerações.

Fonte: Prefeitura de Jundiaí, “Arte e identidade: o legado de Inos Corradin em Jundiaí”, publicado em 20 de setembro de 2025. Consultado pela última vez em 6 de outubro de 2025.


Mortes: Imigrante italiano, artista plástico tinha traço inconfundível | Folha de São Paulo

Não é preciso ter vasto conhecimento para identificar um quadro do artista plástico Inos Conradin. Suas pinturas tem personalidade única.

Nascido em um vilarejo próximo a Veneza, como muitos imigrantes italianos se mudou para o Brasil com a família no pós-guerra do início da década de 1950. Na bagagem, trazia a experiência de quem havia ajudado a combater o facismo quando ainda era adolescente.

Recebidos por parentes residentes em Jundiaí, os Corradin fixaram residência na cidade do interior paulista.

Com cerca de 20 anos, o jovem ajudou o pai, mestre de obras, na construção civil.

Sem praticamente falar português, entretanto, decidiu procurar seu próprio caminho e resolveu bater na porta do consulado da Itália, em São Paulo, na busca por trabalho. O destino, porém, não o deixou chegar até lá.

Perdido na cidade grande, parou para pedir informações a um guarda, quando um italiano viu a cena e se comoveu com a dificuldade do idioma. Ao invés de ajudar o jovem a chegar ao consulado, o levou para uma cooperativa de pintores na Vila Mariana. Nascia ali o artista.

Inos passou a trabalhar com gente talentosa, como a pintora Mira Schendel. Também foi convidado por um amigo a ir para Salvador, onde o italiano morou por cerca de três anos. Na capital baiana, fez sua primeira exposição —todos os quadros acabaram vendidos logo na abertura.

O Jânio Quadros, na época prefeito paulistano, comprou o primeiro são Francisco pintado por ele", conta o filho Sandro Corradin, artista plástico como o pai.

De volta a São Paulo, trabalhou na cenografia para as comemorações do quarto centenário da capital paulista, em 1954.

Depois se tornou desenhista de uma fábrica de brinquedos em Ibiúna, onde conheceria sua futura mulher, Maria Helena, sem nunca deixar as pinturas.

Um marchand o levou para Jundiaí mais uma vez, onde montou seu ateliê.

Rodaria o mundo com suas exposições —a primeira internacional foi em Tel Aviv, afirma Sandro, e se multiplicaram por outros países, principalmente na Europa.

Foi pioneiro na famosa Galeria André, na região de Pinheiros.

Pessoa extremamente culta, bem-humorada, era um irreverente contador de histórias. Aliás, suas inconfundíveis paisagens, figuras e naturezas-mortas refletiam humor, irreverência e até ironia.

Além do Brasil, suas obras estão espalhadas, principalmente na Itália. Na Câmara Municipal de Jundiaí está exposta uma escultura sua, "O Vereador Atleta", que exibe na mão esquerda os cinco anéis olímpicos e, na direita, o globo terrestre.

Foi tão brilhante pra quem viu /

O mundo aplaudiu /

Na tela está a imaginação /

Será que é real ou ilusão? /

Basta acreditar, querer e sonhar /

Que tudo volta ao seu lugar

— Trecho de samba-enredo da X-9 paulistana, Carnaval de 2017.

Com o enredo "Vim, vi e Venci! A Saga Artística de um Semideus”, em 2017, acabou homenageado pela escola de samba X-9 Paulistana. A agremiação venceu o grupo de acesso daquele ano e subiria para a elite do Carnaval da cidade de São Paulo.

"Inos Corradin, o jovem escorpiano, completa 95 anos e está aí para contrapor o que chamam de velhice. É só conversar com ele poucos minutos e ver que idade cronológica é um anacronismo absoluto a quem tem a gana de viver intensamente", escreveu o cardiologista e cronista Wagner Ligabó, amigo de longa data, no aniversário do artista em novembro passado.

Aos 95 anos, a idade citada na crônica, Inos Franco Corradin morreu no último dia 17 de setembro. Viúvo, deixou os filhos Sérgio, Sandro e Paola, e quatro netos.

Fonte: Folha de São Paulo, “Mortes: Imigrante italiano, artista plástico tinha traço inconfundível”, publicado por Fábio Pescarini, em 4 de outubro de 2025. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.


Jundiaí se despede de Inos Corradin, artista que marcou a cultura brasileira | Tribuna de Jundiaí

Jundiaí e a cultura brasileira se despedem de um dos maiores nomes das artes plásticas: Inos Corradin, que faleceu nesta quarta-feira (17). O artista deixa três filhos: Sandro, Paola e Sergio, e um legado inestimável de sensibilidade e criatividade que se tornou parte da identidade cultural da cidade.

Nascido em Vogna, na Itália, em 1929, Corradin mudou-se para o Brasil em 1950 e escolheu Jundiaí para viver e produzir sua arte. Ao longo da carreira, participou de importantes mostras coletivas, como o Salão Paulista de Arte Moderna e o Salão Nacional de Arte Moderna, consolidando seu nome no cenário artístico nacional.

Legado que atravessa gerações

O prefeito de Jundiaí, Gustavo Martinelli, lamentou a perda e destacou a importância do artista para a cidade:

“Jundiaí e a cultura brasileira se despedem de um grande talento. É com profunda tristeza que lamentamos o falecimento de Inos Corradin, artista que, com sua sensibilidade, escolheu Jundiaí para viver e criar. Suas obras, repletas de cores e vida, se tornaram parte da nossa paisagem. Inos elevou o nome da nossa cidade no Brasil e no mundo. Nos tempos de escola, sua figura já era reconhecida e admirada por todos. Seu legado permanecerá vivo. Nossos sentimentos aos amigos, familiares e admiradores.”

Arte que permanece

Mais do que telas e murais, Inos Corradin deixa uma marca indelével na história da arte brasileira e na memória de Jundiaí. Suas cores, personagens e traços seguirão inspirando gerações futuras, mantendo vivo o brilho de um artista que transformou sua visão de mundo em poesia visual.

Fonte: Tribuna de Jundiaí, “Jundiaí se despede de Inos Corradin, artista que marcou a cultura brasileira”, publicado por Rafaela Ferreira, em 17 de setembro de 2025. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.

Crédito fotográfico: Portal Sucesso. Consultado pela última vez em 7 de outubro de 2025.

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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