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Raymundo Colares

Raymundo Felicíssimo Colares (Grão Mogol, MG, 25 de abril de 1944 — Montes Claros, MG, 28 de março de 1986), conhecido como Raymundo Colares, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.

Biografia Itaú Cultural

Estuda, em 1966, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA/UFRJ), no Rio de Janeiro. Nessa época, torna-se amigo dos artistas Antonio Manuel (1947) e Hélio Oiticica (1937-1980). No ano seguinte, deixa a EBA e passa a frequentar o ateliê livre de Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No mesmo ano, a convite de Antonio Dias (1944), participa da exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ. A partir de 1968, passa a produzir os "gibis" - livros-objeto, nos quais explora as dobras e cores do papel, cujas folhas devem ser manuseadas pelo espectador. Apresenta, em 1969, os primeiros trabalhos tridimensionais, nos quais utiliza alumínio pintado. No mesmo ano, leciona no Ateliê Livre do MAM/RJ. Recebe o prêmio de viagem ao exterior, do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), em 1970. Viaja para Nova York, Trento e Milão, em 1972. Quando volta ao Brasil, passa a residir em Montes Claros, Minas Gerais, onde permanece até 1981. Nesse ano, muda-se para Teresópolis, Rio de Janeiro. Em 1983, as galerias Saramenha e Paulo Klabin, no Rio de Janeiro, reúnem-se para realizar uma mostra-resumo de sua produção. Nessa data, volta a lecionar no ateliê do MAM/RJ.

Análise

Raymundo Colares reúne em suas obras tendências como o construtivismo e a arte pop. Ele reconhece a relação com o futurismo italiano na preocupação em representar o dinamismo e a velocidade da vida moderna. Utiliza o tema da interpenetração de ritmos visuais relacionados ao movimento de veículos em velocidade em uma grande cidade. Emprega tintas metálicas para representar carrocerias de ônibus, reconhecíveis pelo esquema de cores e números, usados também como marcas da sociedade industrial. Preenche totalmente as telas com esses signos, não deixando nenhuma área livre. O ser humano e a própria paisagem urbana estão ausentes de suas telas. Para alguns críticos, sua produção mantém afinidades com a obra do pintor americano Allan D'Arcangelo (1930-1998), ao aproximar geometria e organicidade e abstração e figura.

Em Ponto de Mudança: Ocorrência de uma Trajetória (1974), Colares emprega a fragmentação da imagem, representando ônibus em vários ângulos, em enquadramento cinematográfico. O artista utiliza principalmente as cores primárias, em tons fortes. Como nota o crítico Paulo Venâncio Filho, a força das telas de Colares provém mais da sensação de impacto do que da sensação de velocidade.

A partir de 1968, Colares produz os "gibis" - livros-objeto, sem texto, que devem ser manipulados pelo espectador -, nos quais explora as dobras e as cores do papel para criar sequências de formas e cores que se alternam. Para o crítico Frederico Morais, seus gibis remetem ao Livro da Criação, de Lygia Pape (1927-2004), por serem obras em processo em que as imagens se fazem ou desfazem à medida que as páginas são movimentadas. Os cortes oferecem sucessivas surpresas, revelando ao mesmo tempo um caráter lúdico. Nessas obras, Colares presta homenagem a alguns artistas, como naquela em que se baseia em telas de Mondrian (1872-1944).

Para Venâncio Filho, a produção de Raymundo Colares está associada a todo um processo de reformulação da imagem no Brasil, ligado à programação visual, à publicidade, fotografia e cinema, em integração à cultura pop.

Comentário Crítico

Raymundo Colares reúne em suas obras tendências como o construtivismo e a arte pop. Ele reconhece a relação com o futurismo italiano na preocupação em representar o dinamismo e a velocidade da vida moderna. Utiliza o tema da interpenetração de ritmos visuais relacionados ao movimento de veículos em velocidade em uma grande cidade. Emprega tintas metálicas para representar carrocerias de ônibus, reconhecíveis pelo esquema de cores e números, usados também como marcas da sociedade industrial. Preenche totalmente as telas com esses signos, não deixando nenhuma área livre. O ser humano e a própria paisagem urbana estão ausentes de suas telas. Para alguns críticos, sua produção mantém afinidades com a obra do pintor americano Allan D'Arcangelo (1930-1998), ao aproximar geometria e organicidade e abstração e figura.

Em Ponto de Mudança: Ocorrência de uma Trajetória (1974), Colares emprega a fragmentação da imagem, representando ônibus em vários ângulos, em enquadramento cinematográfico. O artista utiliza principalmente as cores primárias, em tons fortes. Como nota o crítico Paulo Venâncio Filho, a força das telas de Colares provém mais da sensação de impacto do que da sensação de velocidade.

A partir de 1968, Colares produz os "gibis" - livros-objeto, sem texto, que devem ser manipulados pelo espectador -, nos quais explora as dobras e as cores do papel para criar sequências de formas e cores que se alternam. Para o crítico Frederico Morais, seus gibis remetem ao Livro da Criação, de Lygia Pape (1927-2004), por serem obras em processo em que as imagens se fazem ou desfazem à medida que as páginas são movimentadas. Os cortes oferecem sucessivas surpresas, revelando ao mesmo tempo um caráter lúdico. Nessas obras, Colares presta homenagem a alguns artistas, como naquela em que se baseia em telas de Mondrian (1872-1944).

Para Venâncio Filho, a produção de Raymundo Colares está associada a todo um processo de reformulação da imagem no Brasil, ligado à programação visual, à publicidade, fotografia e cinema, em integração à cultura pop.

Críticas

"O trabalho de Raymundo Collares firmou-se desde o início na tentativa de apreender, pela pintura, um setor característico da vida urbana contemporânea, com seus apelos de novas e enérgicas visualidades. Um tema central o vem definindo há quase 10 anos: a interpenetração de ritmos visuais que a experiência das metrópoles de hoje oferece. A princípio, ele se concretizou na prática de uma pintura de síntese dos movimentos de veículos automóveis no trânsito da cidade grande, expulsando por completo a presença do ser humano. Após os primeiros trabalhos em superfície plana, buscou saída no espaço tridimensional, produzindo algumas pinturas sobre chapa de alumínio, à feição de verdadeiros retalhos de carrocerias. A influência futurista evidenciava-se então, mesclada a conotações simbólicas. Nos quadros inteiramente cobertos por planos/retalhos de carrocerias de ônibus cruzando-se em moto-perpétuo, não sobrava uma só área de respiração, uma única brecha para o fôlego, como no choque e assombro sufocantes de alguém que partira da pequena cidade mineira de origem para enfrentar a realidade espasmódica do Rio de Janeiro. (...)".

Roberto Pontual (Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976.)

"A Collares nunca interessou o monumentalismo ´cool´da ´minimal´ nem o congelamento de imagens em Lichtenstein. Visual e psicologicamente, ele sempre esteve em trânsito, a caminho, está sempre saindo, sempre chegando. Um bólido no espaço. Não por acaso, seus quadros formam sempre um losango na parede, ou serpenteiam, como ´flashes´ de um ônibus em movimento, junto a esta mesma parede. Não têm um centro, logo não têm começo nem fim. Os seus gibis, que remetem ao ´livro da criação´ de Lygia Pape, são obras em processo, as imagens se fazem, ou se desfazem à medida que as folhas vão sendo movimentadas. Virtualidade pura. Nos seus gibis reviveu a assimetria de Mondrian, recriou a magia da noite e dos arranha-céus de Broadway Boogie-Woogie ou demonstrou o teorema cromático da ´Homenagem ao quadrado´, de Albers. Esses gibis constituem um dos momentos mais fascinantes da arte brasileira contemporânea".

Frederico Morais (MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988. 352 p., il., p&b., color.)

Exposições Individuais

1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte do Ibeu - prêmio de viagem ao exterior

1979 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Centro Brasileiro Americano

Exposições Coletivas

1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ

1968 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Esso do Artista Jovem, no MAM/RJ - 2º prêmio

1968 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC

1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna

1969 - Belo Horizonte MG - 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP

1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná

1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna

1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ

1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Transportes, no MAM/RJ - prêmio em pintura

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio de viagem ao exterior

1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Múltiplos, na Petite Galerie

1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - São Paulo SP - Expo-Projeção 73, no Espaço Grife

1977 - Rio de Janeiro RJ - Arte Agora I - JB, no MAM/RJ

1980 - Belo Horizonte MG - 1º Salão de Montes Claros

1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijnik, no Espaço NO Galeria Chaves

1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo, no MAM/RJ

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo, na Fundação Calouste Gulbelkian

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1984 - Londres (Inglaterra) - Do Moderno ao Contemporâneo, no Bebican-Center

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

Exposições Póstumas

1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Centro Empresarial

1986 - Rio de Janeiro RJ - Depoimento de uma Geração: 1969-70, na Galeria de Arte Banerj

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX , no MAM/SP

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - Niterói RJ - 2ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1993 - Rio de Janeiro RJ - A Rarefação dos Sentidos: Coleção João Sattamini - anos 70, na EAV/Parque Lage

1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no CCBB

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC/Niterói

2000 - Niterói RJ - Pinturas na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60, no MAM/SP

2001 - Niterói RJ - Raymundo Colares na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Palavra e a Imagem: módulo 1, na Sala MAM-Cittá América

2002 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Imagem e a Palavra: módulo 2, na Sala MAM-Cittá América

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, no MAM/SP

2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, na Léo-Bahia Arte Contemporânea

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES

2004 - Belo Horizonte MG - Pampulha, Obra Colecionada: 1943-2003, no MAP

2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial

2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural

2005 - Belo Horizonte MG - 40/80: uma mostra de arte brasileira, na Léo Bahia Arte Contemporânea

Fonte: RAYMUNDO Colares. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 28 de Ago. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Em 1966 inicio estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tornando-se amigo de Antônio Manuel e Hélio Oiticica. No ano seguinte, deixou a EBA e passou a frequentar o ateliê livre de Ivan Serpa, e participou da mostra Nova Objetividade Brasileira no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Começou a produzir seus gibis a partir de 1968, explorando as cores e dobraduras do papel, obras que precisavam da manipulação do público. Partiu para a tridimensionalidade em 1969 e, no mesmo ano, passou a lecionar no ateliê livre do Museu de Arte Moderna do Rio.

Ganhador do Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna em 1970, iniciou um percurso por Nova Iorque, Trento e Milão e, quando voltou ao Brasil, fixou-se em Montes Claros. Em 1981 mudou-se para Teresópolis. Em 1983 sua obra foi reunida em uma retrospectiva e, neste mesmo ano, voltou a dar aulas no ateliê do MAM/RJ.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 28 de agosto de 2018.

Crédito Fotográfico: Exposicao Raymundo Colares (Foto: Orlando Bento)

Raymundo Felicíssimo Colares (Grão Mogol, MG, 25 de abril de 1944 — Montes Claros, MG, 28 de março de 1986), conhecido como Raymundo Colares, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.

Raymundo Colares

Raymundo Felicíssimo Colares (Grão Mogol, MG, 25 de abril de 1944 — Montes Claros, MG, 28 de março de 1986), conhecido como Raymundo Colares, foi um pintor, desenhista e professor brasileiro.

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Chamas, Ray Colares 1991

Exposição - Poética Pop

Exposição reúne obras e exibe trajetória

Biografia Itaú Cultural

Estuda, em 1966, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA/UFRJ), no Rio de Janeiro. Nessa época, torna-se amigo dos artistas Antonio Manuel (1947) e Hélio Oiticica (1937-1980). No ano seguinte, deixa a EBA e passa a frequentar o ateliê livre de Ivan Serpa (1923-1973), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). No mesmo ano, a convite de Antonio Dias (1944), participa da exposição Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ. A partir de 1968, passa a produzir os "gibis" - livros-objeto, nos quais explora as dobras e cores do papel, cujas folhas devem ser manuseadas pelo espectador. Apresenta, em 1969, os primeiros trabalhos tridimensionais, nos quais utiliza alumínio pintado. No mesmo ano, leciona no Ateliê Livre do MAM/RJ. Recebe o prêmio de viagem ao exterior, do Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM), em 1970. Viaja para Nova York, Trento e Milão, em 1972. Quando volta ao Brasil, passa a residir em Montes Claros, Minas Gerais, onde permanece até 1981. Nesse ano, muda-se para Teresópolis, Rio de Janeiro. Em 1983, as galerias Saramenha e Paulo Klabin, no Rio de Janeiro, reúnem-se para realizar uma mostra-resumo de sua produção. Nessa data, volta a lecionar no ateliê do MAM/RJ.

Análise

Raymundo Colares reúne em suas obras tendências como o construtivismo e a arte pop. Ele reconhece a relação com o futurismo italiano na preocupação em representar o dinamismo e a velocidade da vida moderna. Utiliza o tema da interpenetração de ritmos visuais relacionados ao movimento de veículos em velocidade em uma grande cidade. Emprega tintas metálicas para representar carrocerias de ônibus, reconhecíveis pelo esquema de cores e números, usados também como marcas da sociedade industrial. Preenche totalmente as telas com esses signos, não deixando nenhuma área livre. O ser humano e a própria paisagem urbana estão ausentes de suas telas. Para alguns críticos, sua produção mantém afinidades com a obra do pintor americano Allan D'Arcangelo (1930-1998), ao aproximar geometria e organicidade e abstração e figura.

Em Ponto de Mudança: Ocorrência de uma Trajetória (1974), Colares emprega a fragmentação da imagem, representando ônibus em vários ângulos, em enquadramento cinematográfico. O artista utiliza principalmente as cores primárias, em tons fortes. Como nota o crítico Paulo Venâncio Filho, a força das telas de Colares provém mais da sensação de impacto do que da sensação de velocidade.

A partir de 1968, Colares produz os "gibis" - livros-objeto, sem texto, que devem ser manipulados pelo espectador -, nos quais explora as dobras e as cores do papel para criar sequências de formas e cores que se alternam. Para o crítico Frederico Morais, seus gibis remetem ao Livro da Criação, de Lygia Pape (1927-2004), por serem obras em processo em que as imagens se fazem ou desfazem à medida que as páginas são movimentadas. Os cortes oferecem sucessivas surpresas, revelando ao mesmo tempo um caráter lúdico. Nessas obras, Colares presta homenagem a alguns artistas, como naquela em que se baseia em telas de Mondrian (1872-1944).

Para Venâncio Filho, a produção de Raymundo Colares está associada a todo um processo de reformulação da imagem no Brasil, ligado à programação visual, à publicidade, fotografia e cinema, em integração à cultura pop.

Comentário Crítico

Raymundo Colares reúne em suas obras tendências como o construtivismo e a arte pop. Ele reconhece a relação com o futurismo italiano na preocupação em representar o dinamismo e a velocidade da vida moderna. Utiliza o tema da interpenetração de ritmos visuais relacionados ao movimento de veículos em velocidade em uma grande cidade. Emprega tintas metálicas para representar carrocerias de ônibus, reconhecíveis pelo esquema de cores e números, usados também como marcas da sociedade industrial. Preenche totalmente as telas com esses signos, não deixando nenhuma área livre. O ser humano e a própria paisagem urbana estão ausentes de suas telas. Para alguns críticos, sua produção mantém afinidades com a obra do pintor americano Allan D'Arcangelo (1930-1998), ao aproximar geometria e organicidade e abstração e figura.

Em Ponto de Mudança: Ocorrência de uma Trajetória (1974), Colares emprega a fragmentação da imagem, representando ônibus em vários ângulos, em enquadramento cinematográfico. O artista utiliza principalmente as cores primárias, em tons fortes. Como nota o crítico Paulo Venâncio Filho, a força das telas de Colares provém mais da sensação de impacto do que da sensação de velocidade.

A partir de 1968, Colares produz os "gibis" - livros-objeto, sem texto, que devem ser manipulados pelo espectador -, nos quais explora as dobras e as cores do papel para criar sequências de formas e cores que se alternam. Para o crítico Frederico Morais, seus gibis remetem ao Livro da Criação, de Lygia Pape (1927-2004), por serem obras em processo em que as imagens se fazem ou desfazem à medida que as páginas são movimentadas. Os cortes oferecem sucessivas surpresas, revelando ao mesmo tempo um caráter lúdico. Nessas obras, Colares presta homenagem a alguns artistas, como naquela em que se baseia em telas de Mondrian (1872-1944).

Para Venâncio Filho, a produção de Raymundo Colares está associada a todo um processo de reformulação da imagem no Brasil, ligado à programação visual, à publicidade, fotografia e cinema, em integração à cultura pop.

Críticas

"O trabalho de Raymundo Collares firmou-se desde o início na tentativa de apreender, pela pintura, um setor característico da vida urbana contemporânea, com seus apelos de novas e enérgicas visualidades. Um tema central o vem definindo há quase 10 anos: a interpenetração de ritmos visuais que a experiência das metrópoles de hoje oferece. A princípio, ele se concretizou na prática de uma pintura de síntese dos movimentos de veículos automóveis no trânsito da cidade grande, expulsando por completo a presença do ser humano. Após os primeiros trabalhos em superfície plana, buscou saída no espaço tridimensional, produzindo algumas pinturas sobre chapa de alumínio, à feição de verdadeiros retalhos de carrocerias. A influência futurista evidenciava-se então, mesclada a conotações simbólicas. Nos quadros inteiramente cobertos por planos/retalhos de carrocerias de ônibus cruzando-se em moto-perpétuo, não sobrava uma só área de respiração, uma única brecha para o fôlego, como no choque e assombro sufocantes de alguém que partira da pequena cidade mineira de origem para enfrentar a realidade espasmódica do Rio de Janeiro. (...)".

Roberto Pontual (Arte brasileira contemporânea: Coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1976.)

"A Collares nunca interessou o monumentalismo ´cool´da ´minimal´ nem o congelamento de imagens em Lichtenstein. Visual e psicologicamente, ele sempre esteve em trânsito, a caminho, está sempre saindo, sempre chegando. Um bólido no espaço. Não por acaso, seus quadros formam sempre um losango na parede, ou serpenteiam, como ´flashes´ de um ônibus em movimento, junto a esta mesma parede. Não têm um centro, logo não têm começo nem fim. Os seus gibis, que remetem ao ´livro da criação´ de Lygia Pape, são obras em processo, as imagens se fazem, ou se desfazem à medida que as folhas vão sendo movimentadas. Virtualidade pura. Nos seus gibis reviveu a assimetria de Mondrian, recriou a magia da noite e dos arranha-céus de Broadway Boogie-Woogie ou demonstrou o teorema cromático da ´Homenagem ao quadrado´, de Albers. Esses gibis constituem um dos momentos mais fascinantes da arte brasileira contemporânea".

Frederico Morais (MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988. 352 p., il., p&b., color.)

Exposições Individuais

1970 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte do Ibeu - prêmio de viagem ao exterior

1979 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Galeria Centro Brasileiro Americano

Exposições Coletivas

1967 - Campinas SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ

1968 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Esso do Artista Jovem, no MAM/RJ - 2º prêmio

1968 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC

1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna

1969 - Belo Horizonte MG - 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no MAP

1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Estado do Paraná

1969 - Rio de Janeiro RJ - 18º Salão Nacional de Arte Moderna

1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ

1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão dos Transportes, no MAM/RJ - prêmio em pintura

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio de viagem ao exterior

1970 - Rio de Janeiro RJ - 8º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ

1971 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Múltiplos, na Petite Galerie

1972 - São Paulo SP - 4º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - São Paulo SP - Expo-Projeção 73, no Espaço Grife

1977 - Rio de Janeiro RJ - Arte Agora I - JB, no MAM/RJ

1980 - Belo Horizonte MG - 1º Salão de Montes Claros

1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijnik, no Espaço NO Galeria Chaves

1981 - Rio de Janeiro RJ - Do Moderno ao Contemporâneo, no MAM/RJ

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Lisboa (Portugal) - Do Moderno ao Contemporâneo, na Fundação Calouste Gulbelkian

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1984 - Londres (Inglaterra) - Do Moderno ao Contemporâneo, no Bebican-Center

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

Exposições Póstumas

1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria de Arte Centro Empresarial

1986 - Rio de Janeiro RJ - Depoimento de uma Geração: 1969-70, na Galeria de Arte Banerj

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX , no MAM/SP

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - Niterói RJ - 2ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1993 - Rio de Janeiro RJ - A Rarefação dos Sentidos: Coleção João Sattamini - anos 70, na EAV/Parque Lage

1994 - Rio de Janeiro RJ - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no CCBB

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - São Paulo SP - Livro-Objeto: a fronteira dos vazios, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC/Niterói

2000 - Niterói RJ - Pinturas na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

2000 - Rio de Janeiro RJ - Situações: arte brasileira anos 70, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60, no MAM/SP

2001 - Niterói RJ - Raymundo Colares na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Palavra e a Imagem: módulo 1, na Sala MAM-Cittá América

2002 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Imagem e a Palavra: módulo 2, na Sala MAM-Cittá América

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2002 - São Paulo SP - O Plano como Estrutura da Forma, no MAM/SP

2003 - Belo Horizonte MG - Geométricos, na Léo-Bahia Arte Contemporânea

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte em Movimento, no Espaço BNDES

2004 - Belo Horizonte MG - Pampulha, Obra Colecionada: 1943-2003, no MAP

2004 - Rio de Janeiro RJ - Tudo é Brasil, no Paço Imperial

2004 - São Paulo SP - Tudo é Brasil, no Itaú Cultural

2005 - Belo Horizonte MG - 40/80: uma mostra de arte brasileira, na Léo Bahia Arte Contemporânea

Fonte: RAYMUNDO Colares. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 28 de Ago. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Em 1966 inicio estudos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tornando-se amigo de Antônio Manuel e Hélio Oiticica. No ano seguinte, deixou a EBA e passou a frequentar o ateliê livre de Ivan Serpa, e participou da mostra Nova Objetividade Brasileira no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Começou a produzir seus gibis a partir de 1968, explorando as cores e dobraduras do papel, obras que precisavam da manipulação do público. Partiu para a tridimensionalidade em 1969 e, no mesmo ano, passou a lecionar no ateliê livre do Museu de Arte Moderna do Rio.

Ganhador do Prêmio de Viagem ao Exterior do Salão Nacional de Arte Moderna em 1970, iniciou um percurso por Nova Iorque, Trento e Milão e, quando voltou ao Brasil, fixou-se em Montes Claros. Em 1981 mudou-se para Teresópolis. Em 1983 sua obra foi reunida em uma retrospectiva e, neste mesmo ano, voltou a dar aulas no ateliê do MAM/RJ.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 28 de agosto de 2018.

Crédito Fotográfico: Exposicao Raymundo Colares (Foto: Orlando Bento)

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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