Ivan Ferreira Serpa (Rio de Janeiro, RJ, 6 de abril de 1923 – idem, 19 de abril de 1973), conhecido como Ivan Serpa, foi um pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro. Sua obra, desde o início da carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta.
Biografia
Um dos primeiros abstrato-geométricos do Brasil, Ivan Serpa ajudou a fundar o chamado Grupo Frente (1954) - ao lado de grandes nomes como Abraham Palatnik, Lygia Pape e Franz Weissmann.
Em relação ao nome, atribuem-no ao próprio Serpa. Gullar conta que tinha um caderno de poesias fabricado por ele mesmo, onde, na primeira folha, escreveu a palavra “frente”. Certo dia Serpa teria visto o caderno e perguntou o que ele queria dizer. “Nada”, respondeu Gullar. “Só serve pra indicar pra onde devo ir.” Meses depois Serpa disse ao amigo que daria o nome de Frente para o grupo.
Certo é que Ivan Serpa criava arte com os olhos para o futuro. Não buscava receitas para fazer abstracionismo, concretismo, futurismo, cubismo nem qualquer ismo. Nas obras do artista, que evidenciam sobretudo a forma, experimentação é palavra chave.
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Biografia Itaú Cultural
Estuda pintura, gravura e desenho com Axl Leskoschek (1889-1975), entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Em 1949, ministra suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde, a partir de 1952, exerce sistemática atividade didática, em especial no ensino infantil. No ano de 1954, publica o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa (1900-1981), sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar (1930-2016) e Mário Pedrosa, cria o Grupo Frente, integrado por artistas como Lygia Clark (1920-1988), Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Pape (1927-2004).
Permanece na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956. Apesar da liberdade de pontos de vista estéticos no grupo, há o predomínio de artistas concretistas. Em 1957, recebe o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Participa da exposição Opinião 65, evento que marca a difusão de uma nova arte de tendência figurativa, a neofiguração. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscila entre o figurativismo e a arte concreta. Em 1970, funda, com Bruno Tausz, o Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro.
Análise
Ivan Serpa começa a pintar no início dos anos 1940. A partir de 1946, estuda desenho, gravura e pintura com o austríaco Axl Leskoschek. Realiza trabalhos figurativos com pouca preocupação temática ou literária. Toma distância das abordagens da pintura acadêmica e do modernismo nacionalista, de artistas como Candido Portinari (1903-1962) e Di Cavalcanti (1897-1976), interessa-se pela estrutura da composição e pelo ritmo das formas. Não por acaso, em 1947, realiza sua primeira pintura abstrata: um pequeno guache gestual, ordenado geometricamente. Nos primeiros anos da década de 1950 o interesse pela abstração se torna sistemático. O artista recompõe os temas tradicionais da pintura, como a natureza-morta, utilizando cores puras e formas orgânicas. Em outros trabalhos, decompõe referências figurativas em padrões geométricos.
Em 1951, faz a pintura construtiva Formas, onde demonstra seu interesse crescente pela abstração geométrica. O contato com as obras de artistas concretos como Sophie Taeuber-Arp e Max Bill na 1ª Bienal Internacional de São Paulo irá reforçar estas convicções. Com Formas, ganha o título de Melhor Pintor Jovem nessa Bienal. Ele adere ao concretismo no mesmo ano. Nas telas desaparecem as referências ao mundo real, bem como a relação harmoniosa entre figura e fundo. As obras são feitas com formas geométricas e planas, organizadas matematicamente.
No ano seguinte, torna-se professor da escola de artes do MAM/RJ. De acordo com o crítico Reynaldo Roels, Serpa é "a alma dos cursos da instituição".1 Leciona para crianças e adultos. No Museu, forma Hélio Oiticica, Décio Vieira (1922-1988), Aluísio Carvão (1920-2001) e muitos outros. Segundo o crítico Mário Pedrosa, nestas aulas "se cultiva a liberdade completa de expressão".2 Serpa atua no meio artístico como pintor, professor e animador cultural.
Ele reúne alguns de seus alunos e outros artistas do Rio de Janeiro, como Abraham Palatnik (1928) e Franz Weissmann (1911-2005), e funda o Grupo Frente, entre 1953 e 1954. Apesar de não ser um grupo concreto, strictu sensu, o coletivo abriga a produção concreta carioca. No entanto, como a pintura de Serpa, eles não tomam partido dogmático em favor do concretismo. Nas exposições do grupo, participavam, além dos artistas abstratos do Rio, alguns pintores naïf e até um aluno das turmas infantis do MAM/RJ: Carlos Val. Serpa lidera o grupo até a sua dissolução, em 1956.
Nesse momento, seu trabalho segue os princípios construtivos à risca. Suas formas são geométricas e objetivas, realizadas com materiais industriais e texturas neutras. O título de suas séries revela a impessoalidade dos trabalhos. Chamam-se Faixas Ritmadas e Construções. No entanto, dentro deste esquema, Serpa se permite pequenas ousadias. Mais heterodoxo que os concretos paulistas, ele, por exemplo, usa cores "pouco objetivas", como o marrom. Entre o fim dos anos 1950 e começo dos 1960, o trabalho ganha novos contornos. Serpa revê a sua posição concreta e passa a incorporar elementos menos determinados: como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil,3 pinta manchas informes. Com elas, constrói imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atua como restaurador de livros na Biblioteca Nacional. O trabalho serve como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962. Nela são sugeridas figuras a partir de pequenas marcas coloridas, dispersas e aparentemente aleatórias.
A partir de 1963, intensifica-se seu interesse pela figuração. Ivan Serpa identifica-se com o expressionismo e desenvolve uma figuração gestual, nos moldes do Grupo CoBrA. Esta produção irá aproximá-lo dos artistas que seriam agrupados sob o rótulo de Nova Objetividade Brasileira. De par com esta nova figuração, realiza trabalhos como sua Série Negra, as séries de Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporam letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção é exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967, o artista inicia sua série Op Erótica. O trabalho marca seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retoma a construção geométrica e os elementos bem definidos. Desenvolve outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. O rigor construtivo é amenizado. As formas se tornam sinuosas e sensuais. As cores são suaves. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior. O trabalho com planos op, dará origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalha nestes quadros até 1973, quando falece, com apenas 49 anos.
Críticas
"Ivan Serpa é um enamorado da simetria, como tantos artistas modernos de nosso país e de outros meios culturais jovens, como o nosso. Mas, ao mesmo tempo, é fascinado, como a sensibilidade moderna, pelo movimento. Outrora, ele procurava equilibrar esses dois conceitos ou fascínios opostos pelo capricho, pelo acaso, e sobretudo pelo gosto que nele é quase infalível. O concretismo, essa rigorosa gramática que é para o artista extraordinário instrumento de trabalho e uma disciplina fecunda, lhe deu meios arbitrários, menos ocasionais para vencer aquela antinomia. Através dos vários processos de repetição, de progressão e reversão, o pintor consegue alcançar um equilíbrio dinâmico cada vez mais sutil e precioso. Suas últimas telas, que se baseiam como numa decalagem de planos interiores, dentro de vasto esquema simétrico, respiram felizes e sóbrias, sem cair no vazio ou no insignificante em que, por vezes, cai o pintor, quando se limita, por amor à simplicidade, a expor o problema plástico que tem em mira, na tela ou no muro, sem na verdade resolve-lo".
Mario Pedrosa (Serpa, mostra-despedida. In: ARANTES, Otília Beatriz Fiori (org.). Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. 429 p., il. p&b. p. 303. Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 08.04.1958).
"Certos artistas exigem o conhecimento mais numeroso de seus trabalhos, para a compreensão da obra que propõem, assim como da conduta que assumem. Não podem ser mensurados e analisados por único exemplo. Para eles, a versatilidade corresponde, sim, a uma efetiva participação do sentimento de contemporaneidade, e tal se refletirá no próprio percurso. (...) A temática de Ivan Serpa é resultado de um processo de curiosidade intelectual. . . buscar valores plásticos nos territórios mais diversos da expressividade humana (...) cambiando esses valores espontâneos para uma construção plástica consciente e racional. Trabalhava gestualmente. . . gesto que é fruto de toda uma vida de pintura, comandado pela sapiência do artesão e pela emocionalidade do artista".
Clarival do Prado Valladares (Texto para Exposição Comemorativa do IV Centenário da Cidade, no MAM/RJ, março de 1965. In. LAKS, Sergio (coord.). Gravura moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1999. p. 30.)
"A obra de Ivan Serpa foi até agora, em quinze anos de trabalho, um fenômeno de periodização. Nenhum pintor brasileiro conheceu neste século e nesse prazo variações e rupturas de conteúdo e forma tão radicais. Mesmo nos que o conheciam melhor, as antinomias espirituais de sua arte provocavam o maior sentimento de surpresa tornando-se, para os que esquecem fácil sua alta categoria, meramente um protótipo de artista contraditório, sujeito ao impacto freqüente das induções externas. E não há dúvida que ele se tem colocado em perspectivas diversas e até antagônicas. Ao oposto do artista concentrado no problema ideal e convergente, Serpa exprime uma situação dissociativa da personalidade e do meio nas suas opções mais dramáticas. Desviando-se do formalismo racionalista que seguia sem exteriorizar nenhuma perturbação, a um certo momento começou a dar vazão às suas reações representadas, fossem elas incoerentes em relação a esse passado fascinado pelos conceitos absolutistas".
Walter Zanini (AYALA, Walmir, CAVALCANTI, Carlos. Dicionário brasileiro de artistas plásticos - Q - Z. Brasilia: MEC: INL, 1973. v. 4. Dicionário especializado, 5, p. 366.)
"(...) Como artista, situou sua obra nos extremos da crise e da construção, tendo sido, em fases diferentes, expressionista, informal e geométrico. Chegou mesmo a buscar o entendimento entre uma figuração crítica e o rigor construtivo, assim como fundiu, numa série de desenhos em preto-e-branco, o ótico e o erótico. Premiado como o melhor artista jovem brasileiro na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, recebe, ali, o impacto do concretismo suíço, que o leva a exercitar, em sua pintura, ritmos precisos e lineares cujos intervalos e variedade lembram uma pauta musical. Inventor e artesão, explora a seguir, em colagens a alta temperatura, a interpenetração ou desmaterialização de espaços e a transparência luminosa das cores. Contemplado com a viagem à Europa no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1957, muda de rumo pela primeira vez, sob pressão do informalismo. Pouco a pouco, entretanto, emergem das manchas figuras dramáticas, a lembrar o universo crítico e caótico dos Cobras europeus. A sua ´fase negra´, que antecede aos acontecimentos políticos de 1964, tem, segundo Hélio Pellegrino, ´um explosivo poder de denúncia e de contestação social´. Contudo, já a partir de 1967, com sua fase amazônica, somando um colorido brasileiro e uma sensualidade orgânica ou barroca, retoma o veio construtivo, do qual não mais se afastará. Surgem, então, soluções originais, de caráter ótico ou simplesmente geométrico que resultam, invariavelmente, num jogo sutil de espacialidades poéticas".
Frederico Morais (Vertente Construtiva. In: Dacoleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986, p. 132.)
Exposições Individuais
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Ibeu Copacabana
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1953 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro de Bolso
1954 - Caracas (Venezuela) - Individual, na 10ª Conferência Interamericana
1954 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1955 - Ithaca (Estados Unidos) - Individual, no Museu Guggenheim
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria GEA
1961 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1965 - Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos e guaches, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Individual
1966 - Manágua (Nicarágua) - Individual
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1966 - Salvador BA - Individual
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Municipal de Belas Artes, no Ministério da Educação e da Saúde - Prêmio Prefeitura Municipal
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - prêmio jovem pintor nacional
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Veneza (Itália) - 26ª Bienal de Veneza
1953 - Lausanne (Suíça) - Feira Internacional de Lausanne
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - Prêmio Museu de Arte Moderna
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza
1955 - Caracas (Venezuela) - Exposição Interamericana
1955 - Lissone (Itália) - 9º Prêmio Internacional de Lissone
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, na MAM/RJ
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - Rio de Janeiro RJ - Salão Miniatura, na ABI
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações - Prêmio Unesco
1955 - Tóquio (Japão) - 3ª Bienal de Tóquio
1956 - Barcelona (Espanha) - 3ª Bienal Hispano-Americana
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rio de Janeiro RJ - 62º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - 1ª Bienal de Zurique
1961 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Nacional de Arte Moderna - premiado
1961 - Rio de Janeiro RJ - 1ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - premiado
1962 - Córdoba (Argentina) - 1ª Bienal Americana de Arte
1962 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao país
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Belo Horizonte MG - 20º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP - Prêmio Clube dos Lojistas
1965 - Bonn (Alemanha) - Arte Brasileira Atual
1965 - Lisboa (Portugal) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Fundação Calouste Gulbenkian
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 14º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, no Fundação Bienal
1965 - Viena (Áustria) - Arte Brasileira Atual
1965 - Rio de Janeiro RJ - 3º Resumo de Arte do JB, no MAM/RJ - Prêmio Jornal do Brasil
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Salão IV Centenário do Rio de Janeiro, no MAM/RJ
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - Veneza (Itália) - 33ª Bienal de Veneza
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
Exposições Póstumas
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1974 - Rio de Janeiro RJ - O Mar, na Galeria Ibeu Copacabana
1975 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Mestres do Abstracionismo Lírico no Brasil, na Galeria Eugénie Villien
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata - Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Rio de Janeiro RJ - Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP- Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, no MAM/SP
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Maurício Leite Barbosa
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Klee
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Registro
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Tríade Galeria
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tríade
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, no Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saracini
1993 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva 1947-1973, no CCBB
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa dos 40 Anos de Fundação do Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1996 - Niterói RJ - Individual, na UFF. Galeria de Arte
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(I)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, na Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/Niterói
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Porto Alegre RS - Violência e Paixão, no Santander Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Rio Arte Contemporânea, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Op-Erótica, no Espaço Antonio Bernardo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Coleção Lauro Eduardo Soutello Alves no Acervo do MAM, no MAM/SP
2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte
2004 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/Niterói
2004 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos gráficos, na Galeria André Millan
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, no Museu Imperial
Fonte: IVAN Serpa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Recebeu vários prêmios no Brasil e participou de várias bienais realizadas em São Paulo, além de Veneza (1952, 1954 e 1962) e Zurique (1960), quando foi igualmente premiado. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou algumas retrospectivas de sua obra nos anos 1965, 1971 e 1974.
Década de 1940
Estudou pintura, gravura e desenho com o austríaco Axl Leskoschek, entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Na década de 1940 participou de exposições realizadas na Divisão Moderna do Salão Nacional e da 1ª Bienal de São Paulo, onde ganhou seu primeiro prêmio. Realizou a primeira individual no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos e expôs na XXVI Bienal de Veneza.
Década de 1950
Em 1949, convidado, ministrou suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e, partir de 1952, passou a exercer atividade didática sistemática, especialmente no ensino infantil, dando aulas livres de pintura.
Em 1954 publicou o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa, sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, criou o Grupo Frente, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Décio Vieira e Lygia Pape, tendo permanecido na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956.
Em 1957 recebeu o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Viveu na Europa entre os anos de 1958 e 1959, quando retornou ao Brasil.
Décadas de 1960 e 1970
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atuou como restaurador de livros na Biblioteca Nacional do Brasil, trabalho que serviu como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962.
A partir de 1963 intensificou-se seu interesse pela figuração, realizando trabalhos como os da Série Negra e das séries Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporaram letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção foi exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967 iniciou a série Op Erótica, que marcou seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retomou a construção geométrica e os elementos bem definidos, tendo desenvolvido outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior que, por sua vez, deram origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalhou nestes quadros até 1973, quando veio a falecer de ataque cardíaco e derrame, com apenas 49 anos.
Fonte: Wikipédia, consultado em 25 de março de 2020.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Ivan Ferreira Serpa (Rio de Janeiro, RJ, 6 de abril de 1923 – idem, 19 de abril de 1973), conhecido como Ivan Serpa, foi um pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro. Sua obra, desde o início da carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta.
Biografia
Um dos primeiros abstrato-geométricos do Brasil, Ivan Serpa ajudou a fundar o chamado Grupo Frente (1954) - ao lado de grandes nomes como Abraham Palatnik, Lygia Pape e Franz Weissmann.
Em relação ao nome, atribuem-no ao próprio Serpa. Gullar conta que tinha um caderno de poesias fabricado por ele mesmo, onde, na primeira folha, escreveu a palavra “frente”. Certo dia Serpa teria visto o caderno e perguntou o que ele queria dizer. “Nada”, respondeu Gullar. “Só serve pra indicar pra onde devo ir.” Meses depois Serpa disse ao amigo que daria o nome de Frente para o grupo.
Certo é que Ivan Serpa criava arte com os olhos para o futuro. Não buscava receitas para fazer abstracionismo, concretismo, futurismo, cubismo nem qualquer ismo. Nas obras do artista, que evidenciam sobretudo a forma, experimentação é palavra chave.
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Biografia Itaú Cultural
Estuda pintura, gravura e desenho com Axl Leskoschek (1889-1975), entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Em 1949, ministra suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde, a partir de 1952, exerce sistemática atividade didática, em especial no ensino infantil. No ano de 1954, publica o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa (1900-1981), sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar (1930-2016) e Mário Pedrosa, cria o Grupo Frente, integrado por artistas como Lygia Clark (1920-1988), Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Pape (1927-2004).
Permanece na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956. Apesar da liberdade de pontos de vista estéticos no grupo, há o predomínio de artistas concretistas. Em 1957, recebe o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Participa da exposição Opinião 65, evento que marca a difusão de uma nova arte de tendência figurativa, a neofiguração. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscila entre o figurativismo e a arte concreta. Em 1970, funda, com Bruno Tausz, o Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro.
Análise
Ivan Serpa começa a pintar no início dos anos 1940. A partir de 1946, estuda desenho, gravura e pintura com o austríaco Axl Leskoschek. Realiza trabalhos figurativos com pouca preocupação temática ou literária. Toma distância das abordagens da pintura acadêmica e do modernismo nacionalista, de artistas como Candido Portinari (1903-1962) e Di Cavalcanti (1897-1976), interessa-se pela estrutura da composição e pelo ritmo das formas. Não por acaso, em 1947, realiza sua primeira pintura abstrata: um pequeno guache gestual, ordenado geometricamente. Nos primeiros anos da década de 1950 o interesse pela abstração se torna sistemático. O artista recompõe os temas tradicionais da pintura, como a natureza-morta, utilizando cores puras e formas orgânicas. Em outros trabalhos, decompõe referências figurativas em padrões geométricos.
Em 1951, faz a pintura construtiva Formas, onde demonstra seu interesse crescente pela abstração geométrica. O contato com as obras de artistas concretos como Sophie Taeuber-Arp e Max Bill na 1ª Bienal Internacional de São Paulo irá reforçar estas convicções. Com Formas, ganha o título de Melhor Pintor Jovem nessa Bienal. Ele adere ao concretismo no mesmo ano. Nas telas desaparecem as referências ao mundo real, bem como a relação harmoniosa entre figura e fundo. As obras são feitas com formas geométricas e planas, organizadas matematicamente.
No ano seguinte, torna-se professor da escola de artes do MAM/RJ. De acordo com o crítico Reynaldo Roels, Serpa é "a alma dos cursos da instituição".1 Leciona para crianças e adultos. No Museu, forma Hélio Oiticica, Décio Vieira (1922-1988), Aluísio Carvão (1920-2001) e muitos outros. Segundo o crítico Mário Pedrosa, nestas aulas "se cultiva a liberdade completa de expressão".2 Serpa atua no meio artístico como pintor, professor e animador cultural.
Ele reúne alguns de seus alunos e outros artistas do Rio de Janeiro, como Abraham Palatnik (1928) e Franz Weissmann (1911-2005), e funda o Grupo Frente, entre 1953 e 1954. Apesar de não ser um grupo concreto, strictu sensu, o coletivo abriga a produção concreta carioca. No entanto, como a pintura de Serpa, eles não tomam partido dogmático em favor do concretismo. Nas exposições do grupo, participavam, além dos artistas abstratos do Rio, alguns pintores naïf e até um aluno das turmas infantis do MAM/RJ: Carlos Val. Serpa lidera o grupo até a sua dissolução, em 1956.
Nesse momento, seu trabalho segue os princípios construtivos à risca. Suas formas são geométricas e objetivas, realizadas com materiais industriais e texturas neutras. O título de suas séries revela a impessoalidade dos trabalhos. Chamam-se Faixas Ritmadas e Construções. No entanto, dentro deste esquema, Serpa se permite pequenas ousadias. Mais heterodoxo que os concretos paulistas, ele, por exemplo, usa cores "pouco objetivas", como o marrom. Entre o fim dos anos 1950 e começo dos 1960, o trabalho ganha novos contornos. Serpa revê a sua posição concreta e passa a incorporar elementos menos determinados: como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil,3 pinta manchas informes. Com elas, constrói imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atua como restaurador de livros na Biblioteca Nacional. O trabalho serve como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962. Nela são sugeridas figuras a partir de pequenas marcas coloridas, dispersas e aparentemente aleatórias.
A partir de 1963, intensifica-se seu interesse pela figuração. Ivan Serpa identifica-se com o expressionismo e desenvolve uma figuração gestual, nos moldes do Grupo CoBrA. Esta produção irá aproximá-lo dos artistas que seriam agrupados sob o rótulo de Nova Objetividade Brasileira. De par com esta nova figuração, realiza trabalhos como sua Série Negra, as séries de Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporam letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção é exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967, o artista inicia sua série Op Erótica. O trabalho marca seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retoma a construção geométrica e os elementos bem definidos. Desenvolve outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. O rigor construtivo é amenizado. As formas se tornam sinuosas e sensuais. As cores são suaves. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior. O trabalho com planos op, dará origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalha nestes quadros até 1973, quando falece, com apenas 49 anos.
Críticas
"Ivan Serpa é um enamorado da simetria, como tantos artistas modernos de nosso país e de outros meios culturais jovens, como o nosso. Mas, ao mesmo tempo, é fascinado, como a sensibilidade moderna, pelo movimento. Outrora, ele procurava equilibrar esses dois conceitos ou fascínios opostos pelo capricho, pelo acaso, e sobretudo pelo gosto que nele é quase infalível. O concretismo, essa rigorosa gramática que é para o artista extraordinário instrumento de trabalho e uma disciplina fecunda, lhe deu meios arbitrários, menos ocasionais para vencer aquela antinomia. Através dos vários processos de repetição, de progressão e reversão, o pintor consegue alcançar um equilíbrio dinâmico cada vez mais sutil e precioso. Suas últimas telas, que se baseiam como numa decalagem de planos interiores, dentro de vasto esquema simétrico, respiram felizes e sóbrias, sem cair no vazio ou no insignificante em que, por vezes, cai o pintor, quando se limita, por amor à simplicidade, a expor o problema plástico que tem em mira, na tela ou no muro, sem na verdade resolve-lo".
Mario Pedrosa (Serpa, mostra-despedida. In: ARANTES, Otília Beatriz Fiori (org.). Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. 429 p., il. p&b. p. 303. Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 08.04.1958).
"Certos artistas exigem o conhecimento mais numeroso de seus trabalhos, para a compreensão da obra que propõem, assim como da conduta que assumem. Não podem ser mensurados e analisados por único exemplo. Para eles, a versatilidade corresponde, sim, a uma efetiva participação do sentimento de contemporaneidade, e tal se refletirá no próprio percurso. (...) A temática de Ivan Serpa é resultado de um processo de curiosidade intelectual. . . buscar valores plásticos nos territórios mais diversos da expressividade humana (...) cambiando esses valores espontâneos para uma construção plástica consciente e racional. Trabalhava gestualmente. . . gesto que é fruto de toda uma vida de pintura, comandado pela sapiência do artesão e pela emocionalidade do artista".
Clarival do Prado Valladares (Texto para Exposição Comemorativa do IV Centenário da Cidade, no MAM/RJ, março de 1965. In. LAKS, Sergio (coord.). Gravura moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1999. p. 30.)
"A obra de Ivan Serpa foi até agora, em quinze anos de trabalho, um fenômeno de periodização. Nenhum pintor brasileiro conheceu neste século e nesse prazo variações e rupturas de conteúdo e forma tão radicais. Mesmo nos que o conheciam melhor, as antinomias espirituais de sua arte provocavam o maior sentimento de surpresa tornando-se, para os que esquecem fácil sua alta categoria, meramente um protótipo de artista contraditório, sujeito ao impacto freqüente das induções externas. E não há dúvida que ele se tem colocado em perspectivas diversas e até antagônicas. Ao oposto do artista concentrado no problema ideal e convergente, Serpa exprime uma situação dissociativa da personalidade e do meio nas suas opções mais dramáticas. Desviando-se do formalismo racionalista que seguia sem exteriorizar nenhuma perturbação, a um certo momento começou a dar vazão às suas reações representadas, fossem elas incoerentes em relação a esse passado fascinado pelos conceitos absolutistas".
Walter Zanini (AYALA, Walmir, CAVALCANTI, Carlos. Dicionário brasileiro de artistas plásticos - Q - Z. Brasilia: MEC: INL, 1973. v. 4. Dicionário especializado, 5, p. 366.)
"(...) Como artista, situou sua obra nos extremos da crise e da construção, tendo sido, em fases diferentes, expressionista, informal e geométrico. Chegou mesmo a buscar o entendimento entre uma figuração crítica e o rigor construtivo, assim como fundiu, numa série de desenhos em preto-e-branco, o ótico e o erótico. Premiado como o melhor artista jovem brasileiro na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, recebe, ali, o impacto do concretismo suíço, que o leva a exercitar, em sua pintura, ritmos precisos e lineares cujos intervalos e variedade lembram uma pauta musical. Inventor e artesão, explora a seguir, em colagens a alta temperatura, a interpenetração ou desmaterialização de espaços e a transparência luminosa das cores. Contemplado com a viagem à Europa no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1957, muda de rumo pela primeira vez, sob pressão do informalismo. Pouco a pouco, entretanto, emergem das manchas figuras dramáticas, a lembrar o universo crítico e caótico dos Cobras europeus. A sua ´fase negra´, que antecede aos acontecimentos políticos de 1964, tem, segundo Hélio Pellegrino, ´um explosivo poder de denúncia e de contestação social´. Contudo, já a partir de 1967, com sua fase amazônica, somando um colorido brasileiro e uma sensualidade orgânica ou barroca, retoma o veio construtivo, do qual não mais se afastará. Surgem, então, soluções originais, de caráter ótico ou simplesmente geométrico que resultam, invariavelmente, num jogo sutil de espacialidades poéticas".
Frederico Morais (Vertente Construtiva. In: Dacoleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986, p. 132.)
Exposições Individuais
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Ibeu Copacabana
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1953 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro de Bolso
1954 - Caracas (Venezuela) - Individual, na 10ª Conferência Interamericana
1954 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1955 - Ithaca (Estados Unidos) - Individual, no Museu Guggenheim
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria GEA
1961 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1965 - Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos e guaches, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Individual
1966 - Manágua (Nicarágua) - Individual
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1966 - Salvador BA - Individual
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Municipal de Belas Artes, no Ministério da Educação e da Saúde - Prêmio Prefeitura Municipal
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - prêmio jovem pintor nacional
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Veneza (Itália) - 26ª Bienal de Veneza
1953 - Lausanne (Suíça) - Feira Internacional de Lausanne
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - Prêmio Museu de Arte Moderna
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza
1955 - Caracas (Venezuela) - Exposição Interamericana
1955 - Lissone (Itália) - 9º Prêmio Internacional de Lissone
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, na MAM/RJ
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - Rio de Janeiro RJ - Salão Miniatura, na ABI
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações - Prêmio Unesco
1955 - Tóquio (Japão) - 3ª Bienal de Tóquio
1956 - Barcelona (Espanha) - 3ª Bienal Hispano-Americana
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rio de Janeiro RJ - 62º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - 1ª Bienal de Zurique
1961 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Nacional de Arte Moderna - premiado
1961 - Rio de Janeiro RJ - 1ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - premiado
1962 - Córdoba (Argentina) - 1ª Bienal Americana de Arte
1962 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao país
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Belo Horizonte MG - 20º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP - Prêmio Clube dos Lojistas
1965 - Bonn (Alemanha) - Arte Brasileira Atual
1965 - Lisboa (Portugal) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Fundação Calouste Gulbenkian
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 14º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, no Fundação Bienal
1965 - Viena (Áustria) - Arte Brasileira Atual
1965 - Rio de Janeiro RJ - 3º Resumo de Arte do JB, no MAM/RJ - Prêmio Jornal do Brasil
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Salão IV Centenário do Rio de Janeiro, no MAM/RJ
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - Veneza (Itália) - 33ª Bienal de Veneza
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
Exposições Póstumas
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1974 - Rio de Janeiro RJ - O Mar, na Galeria Ibeu Copacabana
1975 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Mestres do Abstracionismo Lírico no Brasil, na Galeria Eugénie Villien
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata - Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Rio de Janeiro RJ - Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP- Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, no MAM/SP
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Maurício Leite Barbosa
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Klee
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Registro
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Tríade Galeria
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tríade
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, no Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saracini
1993 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva 1947-1973, no CCBB
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa dos 40 Anos de Fundação do Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1996 - Niterói RJ - Individual, na UFF. Galeria de Arte
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(I)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, na Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/Niterói
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Porto Alegre RS - Violência e Paixão, no Santander Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Rio Arte Contemporânea, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Op-Erótica, no Espaço Antonio Bernardo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Coleção Lauro Eduardo Soutello Alves no Acervo do MAM, no MAM/SP
2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte
2004 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/Niterói
2004 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos gráficos, na Galeria André Millan
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, no Museu Imperial
Fonte: IVAN Serpa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Recebeu vários prêmios no Brasil e participou de várias bienais realizadas em São Paulo, além de Veneza (1952, 1954 e 1962) e Zurique (1960), quando foi igualmente premiado. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou algumas retrospectivas de sua obra nos anos 1965, 1971 e 1974.
Década de 1940
Estudou pintura, gravura e desenho com o austríaco Axl Leskoschek, entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Na década de 1940 participou de exposições realizadas na Divisão Moderna do Salão Nacional e da 1ª Bienal de São Paulo, onde ganhou seu primeiro prêmio. Realizou a primeira individual no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos e expôs na XXVI Bienal de Veneza.
Década de 1950
Em 1949, convidado, ministrou suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e, partir de 1952, passou a exercer atividade didática sistemática, especialmente no ensino infantil, dando aulas livres de pintura.
Em 1954 publicou o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa, sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, criou o Grupo Frente, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Décio Vieira e Lygia Pape, tendo permanecido na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956.
Em 1957 recebeu o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Viveu na Europa entre os anos de 1958 e 1959, quando retornou ao Brasil.
Décadas de 1960 e 1970
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atuou como restaurador de livros na Biblioteca Nacional do Brasil, trabalho que serviu como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962.
A partir de 1963 intensificou-se seu interesse pela figuração, realizando trabalhos como os da Série Negra e das séries Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporaram letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção foi exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967 iniciou a série Op Erótica, que marcou seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retomou a construção geométrica e os elementos bem definidos, tendo desenvolvido outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior que, por sua vez, deram origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalhou nestes quadros até 1973, quando veio a falecer de ataque cardíaco e derrame, com apenas 49 anos.
Fonte: Wikipédia, consultado em 25 de março de 2020.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Ivan Ferreira Serpa (Rio de Janeiro, RJ, 6 de abril de 1923 – idem, 19 de abril de 1973), conhecido como Ivan Serpa, foi um pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro. Sua obra, desde o início da carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta.
Biografia
Um dos primeiros abstrato-geométricos do Brasil, Ivan Serpa ajudou a fundar o chamado Grupo Frente (1954) - ao lado de grandes nomes como Abraham Palatnik, Lygia Pape e Franz Weissmann.
Em relação ao nome, atribuem-no ao próprio Serpa. Gullar conta que tinha um caderno de poesias fabricado por ele mesmo, onde, na primeira folha, escreveu a palavra “frente”. Certo dia Serpa teria visto o caderno e perguntou o que ele queria dizer. “Nada”, respondeu Gullar. “Só serve pra indicar pra onde devo ir.” Meses depois Serpa disse ao amigo que daria o nome de Frente para o grupo.
Certo é que Ivan Serpa criava arte com os olhos para o futuro. Não buscava receitas para fazer abstracionismo, concretismo, futurismo, cubismo nem qualquer ismo. Nas obras do artista, que evidenciam sobretudo a forma, experimentação é palavra chave.
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Biografia Itaú Cultural
Estuda pintura, gravura e desenho com Axl Leskoschek (1889-1975), entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Em 1949, ministra suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde, a partir de 1952, exerce sistemática atividade didática, em especial no ensino infantil. No ano de 1954, publica o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa (1900-1981), sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar (1930-2016) e Mário Pedrosa, cria o Grupo Frente, integrado por artistas como Lygia Clark (1920-1988), Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Pape (1927-2004).
Permanece na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956. Apesar da liberdade de pontos de vista estéticos no grupo, há o predomínio de artistas concretistas. Em 1957, recebe o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Participa da exposição Opinião 65, evento que marca a difusão de uma nova arte de tendência figurativa, a neofiguração. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscila entre o figurativismo e a arte concreta. Em 1970, funda, com Bruno Tausz, o Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro.
Análise
Ivan Serpa começa a pintar no início dos anos 1940. A partir de 1946, estuda desenho, gravura e pintura com o austríaco Axl Leskoschek. Realiza trabalhos figurativos com pouca preocupação temática ou literária. Toma distância das abordagens da pintura acadêmica e do modernismo nacionalista, de artistas como Candido Portinari (1903-1962) e Di Cavalcanti (1897-1976), interessa-se pela estrutura da composição e pelo ritmo das formas. Não por acaso, em 1947, realiza sua primeira pintura abstrata: um pequeno guache gestual, ordenado geometricamente. Nos primeiros anos da década de 1950 o interesse pela abstração se torna sistemático. O artista recompõe os temas tradicionais da pintura, como a natureza-morta, utilizando cores puras e formas orgânicas. Em outros trabalhos, decompõe referências figurativas em padrões geométricos.
Em 1951, faz a pintura construtiva Formas, onde demonstra seu interesse crescente pela abstração geométrica. O contato com as obras de artistas concretos como Sophie Taeuber-Arp e Max Bill na 1ª Bienal Internacional de São Paulo irá reforçar estas convicções. Com Formas, ganha o título de Melhor Pintor Jovem nessa Bienal. Ele adere ao concretismo no mesmo ano. Nas telas desaparecem as referências ao mundo real, bem como a relação harmoniosa entre figura e fundo. As obras são feitas com formas geométricas e planas, organizadas matematicamente.
No ano seguinte, torna-se professor da escola de artes do MAM/RJ. De acordo com o crítico Reynaldo Roels, Serpa é "a alma dos cursos da instituição".1 Leciona para crianças e adultos. No Museu, forma Hélio Oiticica, Décio Vieira (1922-1988), Aluísio Carvão (1920-2001) e muitos outros. Segundo o crítico Mário Pedrosa, nestas aulas "se cultiva a liberdade completa de expressão".2 Serpa atua no meio artístico como pintor, professor e animador cultural.
Ele reúne alguns de seus alunos e outros artistas do Rio de Janeiro, como Abraham Palatnik (1928) e Franz Weissmann (1911-2005), e funda o Grupo Frente, entre 1953 e 1954. Apesar de não ser um grupo concreto, strictu sensu, o coletivo abriga a produção concreta carioca. No entanto, como a pintura de Serpa, eles não tomam partido dogmático em favor do concretismo. Nas exposições do grupo, participavam, além dos artistas abstratos do Rio, alguns pintores naïf e até um aluno das turmas infantis do MAM/RJ: Carlos Val. Serpa lidera o grupo até a sua dissolução, em 1956.
Nesse momento, seu trabalho segue os princípios construtivos à risca. Suas formas são geométricas e objetivas, realizadas com materiais industriais e texturas neutras. O título de suas séries revela a impessoalidade dos trabalhos. Chamam-se Faixas Ritmadas e Construções. No entanto, dentro deste esquema, Serpa se permite pequenas ousadias. Mais heterodoxo que os concretos paulistas, ele, por exemplo, usa cores "pouco objetivas", como o marrom. Entre o fim dos anos 1950 e começo dos 1960, o trabalho ganha novos contornos. Serpa revê a sua posição concreta e passa a incorporar elementos menos determinados: como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil,3 pinta manchas informes. Com elas, constrói imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atua como restaurador de livros na Biblioteca Nacional. O trabalho serve como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962. Nela são sugeridas figuras a partir de pequenas marcas coloridas, dispersas e aparentemente aleatórias.
A partir de 1963, intensifica-se seu interesse pela figuração. Ivan Serpa identifica-se com o expressionismo e desenvolve uma figuração gestual, nos moldes do Grupo CoBrA. Esta produção irá aproximá-lo dos artistas que seriam agrupados sob o rótulo de Nova Objetividade Brasileira. De par com esta nova figuração, realiza trabalhos como sua Série Negra, as séries de Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporam letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção é exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967, o artista inicia sua série Op Erótica. O trabalho marca seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retoma a construção geométrica e os elementos bem definidos. Desenvolve outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. O rigor construtivo é amenizado. As formas se tornam sinuosas e sensuais. As cores são suaves. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior. O trabalho com planos op, dará origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalha nestes quadros até 1973, quando falece, com apenas 49 anos.
Críticas
"Ivan Serpa é um enamorado da simetria, como tantos artistas modernos de nosso país e de outros meios culturais jovens, como o nosso. Mas, ao mesmo tempo, é fascinado, como a sensibilidade moderna, pelo movimento. Outrora, ele procurava equilibrar esses dois conceitos ou fascínios opostos pelo capricho, pelo acaso, e sobretudo pelo gosto que nele é quase infalível. O concretismo, essa rigorosa gramática que é para o artista extraordinário instrumento de trabalho e uma disciplina fecunda, lhe deu meios arbitrários, menos ocasionais para vencer aquela antinomia. Através dos vários processos de repetição, de progressão e reversão, o pintor consegue alcançar um equilíbrio dinâmico cada vez mais sutil e precioso. Suas últimas telas, que se baseiam como numa decalagem de planos interiores, dentro de vasto esquema simétrico, respiram felizes e sóbrias, sem cair no vazio ou no insignificante em que, por vezes, cai o pintor, quando se limita, por amor à simplicidade, a expor o problema plástico que tem em mira, na tela ou no muro, sem na verdade resolve-lo".
Mario Pedrosa (Serpa, mostra-despedida. In: ARANTES, Otília Beatriz Fiori (org.). Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. 429 p., il. p&b. p. 303. Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 08.04.1958).
"Certos artistas exigem o conhecimento mais numeroso de seus trabalhos, para a compreensão da obra que propõem, assim como da conduta que assumem. Não podem ser mensurados e analisados por único exemplo. Para eles, a versatilidade corresponde, sim, a uma efetiva participação do sentimento de contemporaneidade, e tal se refletirá no próprio percurso. (...) A temática de Ivan Serpa é resultado de um processo de curiosidade intelectual. . . buscar valores plásticos nos territórios mais diversos da expressividade humana (...) cambiando esses valores espontâneos para uma construção plástica consciente e racional. Trabalhava gestualmente. . . gesto que é fruto de toda uma vida de pintura, comandado pela sapiência do artesão e pela emocionalidade do artista".
Clarival do Prado Valladares (Texto para Exposição Comemorativa do IV Centenário da Cidade, no MAM/RJ, março de 1965. In. LAKS, Sergio (coord.). Gravura moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1999. p. 30.)
"A obra de Ivan Serpa foi até agora, em quinze anos de trabalho, um fenômeno de periodização. Nenhum pintor brasileiro conheceu neste século e nesse prazo variações e rupturas de conteúdo e forma tão radicais. Mesmo nos que o conheciam melhor, as antinomias espirituais de sua arte provocavam o maior sentimento de surpresa tornando-se, para os que esquecem fácil sua alta categoria, meramente um protótipo de artista contraditório, sujeito ao impacto freqüente das induções externas. E não há dúvida que ele se tem colocado em perspectivas diversas e até antagônicas. Ao oposto do artista concentrado no problema ideal e convergente, Serpa exprime uma situação dissociativa da personalidade e do meio nas suas opções mais dramáticas. Desviando-se do formalismo racionalista que seguia sem exteriorizar nenhuma perturbação, a um certo momento começou a dar vazão às suas reações representadas, fossem elas incoerentes em relação a esse passado fascinado pelos conceitos absolutistas".
Walter Zanini (AYALA, Walmir, CAVALCANTI, Carlos. Dicionário brasileiro de artistas plásticos - Q - Z. Brasilia: MEC: INL, 1973. v. 4. Dicionário especializado, 5, p. 366.)
"(...) Como artista, situou sua obra nos extremos da crise e da construção, tendo sido, em fases diferentes, expressionista, informal e geométrico. Chegou mesmo a buscar o entendimento entre uma figuração crítica e o rigor construtivo, assim como fundiu, numa série de desenhos em preto-e-branco, o ótico e o erótico. Premiado como o melhor artista jovem brasileiro na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, recebe, ali, o impacto do concretismo suíço, que o leva a exercitar, em sua pintura, ritmos precisos e lineares cujos intervalos e variedade lembram uma pauta musical. Inventor e artesão, explora a seguir, em colagens a alta temperatura, a interpenetração ou desmaterialização de espaços e a transparência luminosa das cores. Contemplado com a viagem à Europa no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1957, muda de rumo pela primeira vez, sob pressão do informalismo. Pouco a pouco, entretanto, emergem das manchas figuras dramáticas, a lembrar o universo crítico e caótico dos Cobras europeus. A sua ´fase negra´, que antecede aos acontecimentos políticos de 1964, tem, segundo Hélio Pellegrino, ´um explosivo poder de denúncia e de contestação social´. Contudo, já a partir de 1967, com sua fase amazônica, somando um colorido brasileiro e uma sensualidade orgânica ou barroca, retoma o veio construtivo, do qual não mais se afastará. Surgem, então, soluções originais, de caráter ótico ou simplesmente geométrico que resultam, invariavelmente, num jogo sutil de espacialidades poéticas".
Frederico Morais (Vertente Construtiva. In: Dacoleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986, p. 132.)
Exposições Individuais
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Ibeu Copacabana
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1953 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro de Bolso
1954 - Caracas (Venezuela) - Individual, na 10ª Conferência Interamericana
1954 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1955 - Ithaca (Estados Unidos) - Individual, no Museu Guggenheim
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria GEA
1961 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1965 - Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos e guaches, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Individual
1966 - Manágua (Nicarágua) - Individual
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1966 - Salvador BA - Individual
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Municipal de Belas Artes, no Ministério da Educação e da Saúde - Prêmio Prefeitura Municipal
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - prêmio jovem pintor nacional
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Veneza (Itália) - 26ª Bienal de Veneza
1953 - Lausanne (Suíça) - Feira Internacional de Lausanne
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - Prêmio Museu de Arte Moderna
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza
1955 - Caracas (Venezuela) - Exposição Interamericana
1955 - Lissone (Itália) - 9º Prêmio Internacional de Lissone
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, na MAM/RJ
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - Rio de Janeiro RJ - Salão Miniatura, na ABI
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações - Prêmio Unesco
1955 - Tóquio (Japão) - 3ª Bienal de Tóquio
1956 - Barcelona (Espanha) - 3ª Bienal Hispano-Americana
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rio de Janeiro RJ - 62º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - 1ª Bienal de Zurique
1961 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Nacional de Arte Moderna - premiado
1961 - Rio de Janeiro RJ - 1ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - premiado
1962 - Córdoba (Argentina) - 1ª Bienal Americana de Arte
1962 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao país
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Belo Horizonte MG - 20º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP - Prêmio Clube dos Lojistas
1965 - Bonn (Alemanha) - Arte Brasileira Atual
1965 - Lisboa (Portugal) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Fundação Calouste Gulbenkian
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 14º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, no Fundação Bienal
1965 - Viena (Áustria) - Arte Brasileira Atual
1965 - Rio de Janeiro RJ - 3º Resumo de Arte do JB, no MAM/RJ - Prêmio Jornal do Brasil
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Salão IV Centenário do Rio de Janeiro, no MAM/RJ
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - Veneza (Itália) - 33ª Bienal de Veneza
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
Exposições Póstumas
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1974 - Rio de Janeiro RJ - O Mar, na Galeria Ibeu Copacabana
1975 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Mestres do Abstracionismo Lírico no Brasil, na Galeria Eugénie Villien
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata - Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Rio de Janeiro RJ - Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP- Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, no MAM/SP
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Maurício Leite Barbosa
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Klee
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Registro
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Tríade Galeria
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tríade
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, no Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saracini
1993 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva 1947-1973, no CCBB
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa dos 40 Anos de Fundação do Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1996 - Niterói RJ - Individual, na UFF. Galeria de Arte
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(I)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, na Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/Niterói
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Porto Alegre RS - Violência e Paixão, no Santander Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Rio Arte Contemporânea, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Op-Erótica, no Espaço Antonio Bernardo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Coleção Lauro Eduardo Soutello Alves no Acervo do MAM, no MAM/SP
2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte
2004 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/Niterói
2004 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos gráficos, na Galeria André Millan
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, no Museu Imperial
Fonte: IVAN Serpa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Recebeu vários prêmios no Brasil e participou de várias bienais realizadas em São Paulo, além de Veneza (1952, 1954 e 1962) e Zurique (1960), quando foi igualmente premiado. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou algumas retrospectivas de sua obra nos anos 1965, 1971 e 1974.
Década de 1940
Estudou pintura, gravura e desenho com o austríaco Axl Leskoschek, entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Na década de 1940 participou de exposições realizadas na Divisão Moderna do Salão Nacional e da 1ª Bienal de São Paulo, onde ganhou seu primeiro prêmio. Realizou a primeira individual no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos e expôs na XXVI Bienal de Veneza.
Década de 1950
Em 1949, convidado, ministrou suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e, partir de 1952, passou a exercer atividade didática sistemática, especialmente no ensino infantil, dando aulas livres de pintura.
Em 1954 publicou o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa, sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, criou o Grupo Frente, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Décio Vieira e Lygia Pape, tendo permanecido na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956.
Em 1957 recebeu o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Viveu na Europa entre os anos de 1958 e 1959, quando retornou ao Brasil.
Décadas de 1960 e 1970
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atuou como restaurador de livros na Biblioteca Nacional do Brasil, trabalho que serviu como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962.
A partir de 1963 intensificou-se seu interesse pela figuração, realizando trabalhos como os da Série Negra e das séries Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporaram letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção foi exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967 iniciou a série Op Erótica, que marcou seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retomou a construção geométrica e os elementos bem definidos, tendo desenvolvido outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior que, por sua vez, deram origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalhou nestes quadros até 1973, quando veio a falecer de ataque cardíaco e derrame, com apenas 49 anos.
Fonte: Wikipédia, consultado em 25 de março de 2020.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
Ivan Ferreira Serpa (Rio de Janeiro, RJ, 6 de abril de 1923 – idem, 19 de abril de 1973), conhecido como Ivan Serpa, foi um pintor, desenhista, professor e gravador brasileiro. Sua obra, desde o início da carreira, oscilou entre o figurativismo e a arte concreta.
Biografia
Um dos primeiros abstrato-geométricos do Brasil, Ivan Serpa ajudou a fundar o chamado Grupo Frente (1954) - ao lado de grandes nomes como Abraham Palatnik, Lygia Pape e Franz Weissmann.
Em relação ao nome, atribuem-no ao próprio Serpa. Gullar conta que tinha um caderno de poesias fabricado por ele mesmo, onde, na primeira folha, escreveu a palavra “frente”. Certo dia Serpa teria visto o caderno e perguntou o que ele queria dizer. “Nada”, respondeu Gullar. “Só serve pra indicar pra onde devo ir.” Meses depois Serpa disse ao amigo que daria o nome de Frente para o grupo.
Certo é que Ivan Serpa criava arte com os olhos para o futuro. Não buscava receitas para fazer abstracionismo, concretismo, futurismo, cubismo nem qualquer ismo. Nas obras do artista, que evidenciam sobretudo a forma, experimentação é palavra chave.
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Biografia Itaú Cultural
Estuda pintura, gravura e desenho com Axl Leskoschek (1889-1975), entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Em 1949, ministra suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), onde, a partir de 1952, exerce sistemática atividade didática, em especial no ensino infantil. No ano de 1954, publica o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa (1900-1981), sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar (1930-2016) e Mário Pedrosa, cria o Grupo Frente, integrado por artistas como Lygia Clark (1920-1988), Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Pape (1927-2004).
Permanece na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956. Apesar da liberdade de pontos de vista estéticos no grupo, há o predomínio de artistas concretistas. Em 1957, recebe o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Participa da exposição Opinião 65, evento que marca a difusão de uma nova arte de tendência figurativa, a neofiguração. A obra de Ivan Serpa, desde o início de sua carreira, oscila entre o figurativismo e a arte concreta. Em 1970, funda, com Bruno Tausz, o Centro de Pesquisa de Arte no Rio de Janeiro.
Análise
Ivan Serpa começa a pintar no início dos anos 1940. A partir de 1946, estuda desenho, gravura e pintura com o austríaco Axl Leskoschek. Realiza trabalhos figurativos com pouca preocupação temática ou literária. Toma distância das abordagens da pintura acadêmica e do modernismo nacionalista, de artistas como Candido Portinari (1903-1962) e Di Cavalcanti (1897-1976), interessa-se pela estrutura da composição e pelo ritmo das formas. Não por acaso, em 1947, realiza sua primeira pintura abstrata: um pequeno guache gestual, ordenado geometricamente. Nos primeiros anos da década de 1950 o interesse pela abstração se torna sistemático. O artista recompõe os temas tradicionais da pintura, como a natureza-morta, utilizando cores puras e formas orgânicas. Em outros trabalhos, decompõe referências figurativas em padrões geométricos.
Em 1951, faz a pintura construtiva Formas, onde demonstra seu interesse crescente pela abstração geométrica. O contato com as obras de artistas concretos como Sophie Taeuber-Arp e Max Bill na 1ª Bienal Internacional de São Paulo irá reforçar estas convicções. Com Formas, ganha o título de Melhor Pintor Jovem nessa Bienal. Ele adere ao concretismo no mesmo ano. Nas telas desaparecem as referências ao mundo real, bem como a relação harmoniosa entre figura e fundo. As obras são feitas com formas geométricas e planas, organizadas matematicamente.
No ano seguinte, torna-se professor da escola de artes do MAM/RJ. De acordo com o crítico Reynaldo Roels, Serpa é "a alma dos cursos da instituição".1 Leciona para crianças e adultos. No Museu, forma Hélio Oiticica, Décio Vieira (1922-1988), Aluísio Carvão (1920-2001) e muitos outros. Segundo o crítico Mário Pedrosa, nestas aulas "se cultiva a liberdade completa de expressão".2 Serpa atua no meio artístico como pintor, professor e animador cultural.
Ele reúne alguns de seus alunos e outros artistas do Rio de Janeiro, como Abraham Palatnik (1928) e Franz Weissmann (1911-2005), e funda o Grupo Frente, entre 1953 e 1954. Apesar de não ser um grupo concreto, strictu sensu, o coletivo abriga a produção concreta carioca. No entanto, como a pintura de Serpa, eles não tomam partido dogmático em favor do concretismo. Nas exposições do grupo, participavam, além dos artistas abstratos do Rio, alguns pintores naïf e até um aluno das turmas infantis do MAM/RJ: Carlos Val. Serpa lidera o grupo até a sua dissolução, em 1956.
Nesse momento, seu trabalho segue os princípios construtivos à risca. Suas formas são geométricas e objetivas, realizadas com materiais industriais e texturas neutras. O título de suas séries revela a impessoalidade dos trabalhos. Chamam-se Faixas Ritmadas e Construções. No entanto, dentro deste esquema, Serpa se permite pequenas ousadias. Mais heterodoxo que os concretos paulistas, ele, por exemplo, usa cores "pouco objetivas", como o marrom. Entre o fim dos anos 1950 e começo dos 1960, o trabalho ganha novos contornos. Serpa revê a sua posição concreta e passa a incorporar elementos menos determinados: como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil,3 pinta manchas informes. Com elas, constrói imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atua como restaurador de livros na Biblioteca Nacional. O trabalho serve como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962. Nela são sugeridas figuras a partir de pequenas marcas coloridas, dispersas e aparentemente aleatórias.
A partir de 1963, intensifica-se seu interesse pela figuração. Ivan Serpa identifica-se com o expressionismo e desenvolve uma figuração gestual, nos moldes do Grupo CoBrA. Esta produção irá aproximá-lo dos artistas que seriam agrupados sob o rótulo de Nova Objetividade Brasileira. De par com esta nova figuração, realiza trabalhos como sua Série Negra, as séries de Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporam letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção é exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967, o artista inicia sua série Op Erótica. O trabalho marca seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retoma a construção geométrica e os elementos bem definidos. Desenvolve outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. O rigor construtivo é amenizado. As formas se tornam sinuosas e sensuais. As cores são suaves. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior. O trabalho com planos op, dará origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalha nestes quadros até 1973, quando falece, com apenas 49 anos.
Críticas
"Ivan Serpa é um enamorado da simetria, como tantos artistas modernos de nosso país e de outros meios culturais jovens, como o nosso. Mas, ao mesmo tempo, é fascinado, como a sensibilidade moderna, pelo movimento. Outrora, ele procurava equilibrar esses dois conceitos ou fascínios opostos pelo capricho, pelo acaso, e sobretudo pelo gosto que nele é quase infalível. O concretismo, essa rigorosa gramática que é para o artista extraordinário instrumento de trabalho e uma disciplina fecunda, lhe deu meios arbitrários, menos ocasionais para vencer aquela antinomia. Através dos vários processos de repetição, de progressão e reversão, o pintor consegue alcançar um equilíbrio dinâmico cada vez mais sutil e precioso. Suas últimas telas, que se baseiam como numa decalagem de planos interiores, dentro de vasto esquema simétrico, respiram felizes e sóbrias, sem cair no vazio ou no insignificante em que, por vezes, cai o pintor, quando se limita, por amor à simplicidade, a expor o problema plástico que tem em mira, na tela ou no muro, sem na verdade resolve-lo".
Mario Pedrosa (Serpa, mostra-despedida. In: ARANTES, Otília Beatriz Fiori (org.). Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. 429 p., il. p&b. p. 303. Texto publicado originalmente no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 08.04.1958).
"Certos artistas exigem o conhecimento mais numeroso de seus trabalhos, para a compreensão da obra que propõem, assim como da conduta que assumem. Não podem ser mensurados e analisados por único exemplo. Para eles, a versatilidade corresponde, sim, a uma efetiva participação do sentimento de contemporaneidade, e tal se refletirá no próprio percurso. (...) A temática de Ivan Serpa é resultado de um processo de curiosidade intelectual. . . buscar valores plásticos nos territórios mais diversos da expressividade humana (...) cambiando esses valores espontâneos para uma construção plástica consciente e racional. Trabalhava gestualmente. . . gesto que é fruto de toda uma vida de pintura, comandado pela sapiência do artesão e pela emocionalidade do artista".
Clarival do Prado Valladares (Texto para Exposição Comemorativa do IV Centenário da Cidade, no MAM/RJ, março de 1965. In. LAKS, Sergio (coord.). Gravura moderna brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1999. p. 30.)
"A obra de Ivan Serpa foi até agora, em quinze anos de trabalho, um fenômeno de periodização. Nenhum pintor brasileiro conheceu neste século e nesse prazo variações e rupturas de conteúdo e forma tão radicais. Mesmo nos que o conheciam melhor, as antinomias espirituais de sua arte provocavam o maior sentimento de surpresa tornando-se, para os que esquecem fácil sua alta categoria, meramente um protótipo de artista contraditório, sujeito ao impacto freqüente das induções externas. E não há dúvida que ele se tem colocado em perspectivas diversas e até antagônicas. Ao oposto do artista concentrado no problema ideal e convergente, Serpa exprime uma situação dissociativa da personalidade e do meio nas suas opções mais dramáticas. Desviando-se do formalismo racionalista que seguia sem exteriorizar nenhuma perturbação, a um certo momento começou a dar vazão às suas reações representadas, fossem elas incoerentes em relação a esse passado fascinado pelos conceitos absolutistas".
Walter Zanini (AYALA, Walmir, CAVALCANTI, Carlos. Dicionário brasileiro de artistas plásticos - Q - Z. Brasilia: MEC: INL, 1973. v. 4. Dicionário especializado, 5, p. 366.)
"(...) Como artista, situou sua obra nos extremos da crise e da construção, tendo sido, em fases diferentes, expressionista, informal e geométrico. Chegou mesmo a buscar o entendimento entre uma figuração crítica e o rigor construtivo, assim como fundiu, numa série de desenhos em preto-e-branco, o ótico e o erótico. Premiado como o melhor artista jovem brasileiro na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, recebe, ali, o impacto do concretismo suíço, que o leva a exercitar, em sua pintura, ritmos precisos e lineares cujos intervalos e variedade lembram uma pauta musical. Inventor e artesão, explora a seguir, em colagens a alta temperatura, a interpenetração ou desmaterialização de espaços e a transparência luminosa das cores. Contemplado com a viagem à Europa no Salão Nacional de Arte Moderna, em 1957, muda de rumo pela primeira vez, sob pressão do informalismo. Pouco a pouco, entretanto, emergem das manchas figuras dramáticas, a lembrar o universo crítico e caótico dos Cobras europeus. A sua ´fase negra´, que antecede aos acontecimentos políticos de 1964, tem, segundo Hélio Pellegrino, ´um explosivo poder de denúncia e de contestação social´. Contudo, já a partir de 1967, com sua fase amazônica, somando um colorido brasileiro e uma sensualidade orgânica ou barroca, retoma o veio construtivo, do qual não mais se afastará. Surgem, então, soluções originais, de caráter ótico ou simplesmente geométrico que resultam, invariavelmente, num jogo sutil de espacialidades poéticas".
Frederico Morais (Vertente Construtiva. In: Dacoleção: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986, p. 132.)
Exposições Individuais
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria do Ibeu Copacabana
1951 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1953 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Teatro de Bolso
1954 - Caracas (Venezuela) - Individual, na 10ª Conferência Interamericana
1954 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1955 - Ithaca (Estados Unidos) - Individual, no Museu Guggenheim
1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria GEA
1961 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1964 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tenreiro
1965 - Belo Horizonte MG - Individual, no Museu de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Relevo
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos e guaches, no MAC/USP
1966 - Bonn (Alemanha) - Individual
1966 - Manágua (Nicarágua) - Individual
1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1966 - Salvador BA - Individual
1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1971 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - 53º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de bronze
1949 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Municipal de Belas Artes, no Ministério da Educação e da Saúde - Prêmio Prefeitura Municipal
1951 - Rio de Janeiro RJ - 57º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - prêmio jovem pintor nacional
1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ
1952 - Veneza (Itália) - 26ª Bienal de Veneza
1953 - Lausanne (Suíça) - Feira Internacional de Lausanne
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados - Prêmio Museu de Arte Moderna
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza
1955 - Caracas (Venezuela) - Exposição Interamericana
1955 - Lissone (Itália) - 9º Prêmio Internacional de Lissone
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, na MAM/RJ
1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna
1955 - Rio de Janeiro RJ - Salão Miniatura, na ABI
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações - Prêmio Unesco
1955 - Tóquio (Japão) - 3ª Bienal de Tóquio
1956 - Barcelona (Espanha) - 3ª Bienal Hispano-Americana
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna
1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ
1957 - Rio de Janeiro RJ - 62º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição de Arte Neoconcreta, no MAM/RJ
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - prêmio aquisição
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - 1ª Bienal de Zurique
1961 - Rio de Janeiro RJ - 10º Salão Nacional de Arte Moderna - premiado
1961 - Rio de Janeiro RJ - 1ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho - premiado
1962 - Córdoba (Argentina) - 1ª Bienal Americana de Arte
1962 - Rio de Janeiro RJ - 11º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao país
1962 - Veneza (Itália) - 31ª Bienal de Veneza
1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes
1963 - Rio de Janeiro RJ - 12º Salão Nacional de Arte Moderna
1963 - Rio de Janeiro RJ - A Paisagem como Tema, na Galeria Ibeu Copacabana
1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1964 - Paris (França) - Salon Comparaisons, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana
1965 - Belo Horizonte MG - 20º Salão de Belas Artes da Cidade de Belo Horizonte, no MAP - Prêmio Clube dos Lojistas
1965 - Bonn (Alemanha) - Arte Brasileira Atual
1965 - Lisboa (Portugal) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, na Fundação Calouste Gulbenkian
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, na Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 14º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, no MAM/RJ
1965 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, no Fundação Bienal
1965 - Viena (Áustria) - Arte Brasileira Atual
1965 - Rio de Janeiro RJ - 3º Resumo de Arte do JB, no MAM/RJ - Prêmio Jornal do Brasil
1966 - Austin (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na The University of Texas at Austin. Archer M. Huntington Art Gallery
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1966 - New Haven (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, na Yale University Art Gallery
1966 - New Orleans (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no Isaac Delgado Museum of Art
1966 - Rio de Janeiro RJ - 15º Salão Nacional de Arte Moderna
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 66, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Salão IV Centenário do Rio de Janeiro, no MAM/RJ
1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas - sala especial
1966 - San Diego (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no La Jolla Museum of Art
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Art of Latin America since Independence, no San Francisco art Museum
1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP
1966 - Veneza (Itália) - 33ª Bienal de Veneza
1967 - Rio de Janeiro RJ - Nova Objetividade Brasileira, no MAM/RJ
1969 - Rio de Janeiro RJ - 7º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
Exposições Póstumas
1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1974 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva, no MAM/RJ
1974 - Rio de Janeiro RJ - O Mar, na Galeria Ibeu Copacabana
1975 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte
1976 - Rio de Janeiro RJ - Individual
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall
1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1980 - São Paulo SP - Mestres do Abstracionismo Lírico no Brasil, na Galeria Eugénie Villien
1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ
1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata - Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria de Arte Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Rio de Janeiro RJ - Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, na Galeria de Arte Banerj
1985 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65, na Galeria de Arte Banerj
1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1985 - São Paulo SP- Axl Leskoschek e seus Alunos: Brasil/1940-1948, no MAM/SP
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Maurício Leite Barbosa
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Klee
1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Registro
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal
1987 - São Paulo SP - As Bienais no Acervo do MAC: 1951 a 1985, no MAC/USP
1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc
1988 - Rio de Janeiro RJ - Hedonismo: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Edifício Gilberto Chateaubriand
1988 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Tríade Galeria
1988 - São Paulo SP - 63/66 Figura e Objeto, na Galeria Millan
1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Tríade
1989 - Rio de Janeiro RJ - Pequenas Grandezas dos Anos 50, no Gabinete de Arte Cleide Wanderley
1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Arte Erótica, no MAM/RJ
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB
1993 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Saracini
1993 - Rio de Janeiro RJ - Ivan Serpa: retrospectiva 1947-1973, no CCBB
1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi
1994 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Comemorativa dos 40 Anos de Fundação do Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Millan
1995 - Rio de Janeiro RJ - Opinião 65: 30 anos, no CCBB
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói
1996 - Niterói RJ - Individual, na UFF. Galeria de Arte
1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grito, no MNBA
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1996 - São Paulo SP - Desexp(I)os(ign)ição, na Casa das Rosas
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura: Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA
2000 - Brasília DF - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - São Paulo SP - Bienal 50 Anos: uma homenagem a Ciccillo Matarazzo, na Fundação Bienal
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Niterói RJ - Acervo em Papel, no MAC/Niterói
2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói
2002 - Porto Alegre RS - Violência e Paixão, no Santander Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Mostra Rio Arte Contemporânea, no MAM/RJ
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Genealogia do Espaço, na Galeria do Parque das Ruínas
2002 - Rio de Janeiro RJ - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Collección Cisneros, no MAM/RJ
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap
2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake
2002 - São Paulo SP - Paralelos: arte brasileira da segunda metade do século XX em contexto, Colección Cisneros, no MAM/SP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Campos dos Goytacazes RJ - Poema Planar-Espacial, no Sesc
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Nova Friburgo RJ - Poema Planar-Espacial, na Galeria Sesc Nova Friburgo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Op-Erótica, no Espaço Antonio Bernardo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ
2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural
2003 - São Paulo SP - Coleção Lauro Eduardo Soutello Alves no Acervo do MAM, no MAM/SP
2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte
2004 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial
2004 - Niterói RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/Niterói
2004 - São Paulo SP - Ivan Serpa: desenhos gráficos, na Galeria André Millan
2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, no Museu Imperial
Fonte: IVAN Serpa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Mar. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Recebeu vários prêmios no Brasil e participou de várias bienais realizadas em São Paulo, além de Veneza (1952, 1954 e 1962) e Zurique (1960), quando foi igualmente premiado. O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou algumas retrospectivas de sua obra nos anos 1965, 1971 e 1974.
Década de 1940
Estudou pintura, gravura e desenho com o austríaco Axl Leskoschek, entre 1946 e 1948, no Rio de Janeiro. Na década de 1940 participou de exposições realizadas na Divisão Moderna do Salão Nacional e da 1ª Bienal de São Paulo, onde ganhou seu primeiro prêmio. Realizou a primeira individual no Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos e expôs na XXVI Bienal de Veneza.
Década de 1950
Em 1949, convidado, ministrou suas primeiras aulas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) e, partir de 1952, passou a exercer atividade didática sistemática, especialmente no ensino infantil, dando aulas livres de pintura.
Em 1954 publicou o livro Crescimento e Criação, com texto de Mário Pedrosa, sobre sua experiência no ensino de arte para crianças. Nesse mesmo ano, ao lado de Ferreira Gullar e Mário Pedrosa, criou o Grupo Frente, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Décio Vieira e Lygia Pape, tendo permanecido na liderança do grupo até sua dissolução, em 1956.
Em 1957 recebeu o prêmio de viagem ao exterior no Salão Nacional de Arte Moderna (SNAM). Viveu na Europa entre os anos de 1958 e 1959, quando retornou ao Brasil.
Décadas de 1960 e 1970
Entre o final dos anos 50 e começo dos anos 60, seu trabalho ganhou novos contornos, passando a incorporar elementos menos determinados como gestos, manchas e respingos de tinta. Em 1960, influenciado pelo desenho infantil, construiu imagens entre a abstração e a figuração. Nessa época, atuou como restaurador de livros na Biblioteca Nacional do Brasil, trabalho que serviu como inspiração para a série dos Anóbios, feita entre 1961 e 1962.
A partir de 1963 intensificou-se seu interesse pela figuração, realizando trabalhos como os da Série Negra e das séries Bichos e Mulheres com Bichos. Algumas obras incorporaram letreiros e a sobreposição de formas geométricas. A produção foi exposta em mostras importantes, como Opinião 65, Opinião 66 e Nova Objetividade Brasileira.
Em 1967 iniciou a série Op Erótica, que marcou seu retorno à linguagem construtiva. Interessado na op art, ele retomou a construção geométrica e os elementos bem definidos, tendo desenvolvido outras séries com essa característica, como Mangueira e Amazônicas. Essas obras o levaram às Arcas, móveis com formas brancas no seu interior que, por sua vez, deram origem às pinturas Geomânticas, a partir de 1969. Trabalhou nestes quadros até 1973, quando veio a falecer de ataque cardíaco e derrame, com apenas 49 anos.
Fonte: Wikipédia, consultado em 25 de março de 2020.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7