Almir da Silva Mavignier (Rio de Janeiro, RJ, 1 de maio de 1925 - Hamburgo, Alemanha, 3 de setembro de 2018), conhecido como Almir Mavignier, foi um pintor e artista gráfico brasileiro radicado na Alemanha. É conhecido internacionalmente como um representante artístico de Arte concreta e Op art.
Biografia Itaú Cultural
A Reconhecido como um dos primeiros brasileiros a produzir arte concreta, é também estimado por ter proposto, com a médica Nise da Silveira (1905 - 1999), o uso de atividades artísticas como método de terapia ocupacional.
Mavignier inicia seu aprendizado artístico nos cursos da Associação Brasileira de Desenho, em 1946. No mesmo ano, frequenta o ateliê do artista húngaro Arpad Szenes (1897-1985), de quem recebe influência. Também participa, nessa época, da fundação do Ateliê de Pintura e Modelagem, que integra a Seção de Terapêutica Ocupacional do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (atual Museu de Imagens do Inconsciente), criado pela psiquiatra Nise da Silveira. Lá, orienta internos como Raphael (1912 - 1979), Emygdio de Barros (1895 - 1986) e Isaac (1906 - 1966).
No ateliê de Szenes, um ano mais tarde, Mavignier acompanha as aulas do artista Axl Leskoschek (1889 - 1975) e do pintor alemão Henrique Boese (1897 - 1982); pinta cenas de interiores e naturezas-mortas. Nessa época, sua pintura é figurativa e lírica, guardando semelhanças com o trabalho de artistas franceses como Pierre Bonnard (1867 - 1947) e Édouard Vuillard (1869 - 1940).
Após conhecer as teorias do crítico de arte Mário Pedrosa (1900- 981), Mavignier inicia pesquisas na área da abstração: "A tese de Pedrosa A influência da teoria da Gestalt sobre a obra de arte me informou que o conteúdo de uma forma não se encontra na sua associação com formas da natureza. Esse conhecimento me permitiu abandonar uma pintura naturalista e iniciar uma pintura de pesquisas concretas de formas livres de associações".1 A partir dessas pesquisas, o artista inicia uma progressiva produção artística voltada à pintura não figurativa.
Mavignier faz, em 1949, sua primeira aquarela abstrata: Estudo. Na sequência, produz pinturas com formas orgânicas geometrizadas, em que reduz o número de cores, mas mantém os meios-tons e a pincelada expressiva de seu trabalho figurativo. No mesmo ano, integra o primeiro grupo de arte abstrata do Rio de Janeiro, com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatnik (1928) e o crítico Mário Pedrosa.
Em 1950, Mavignier viaja para São Paulo com Pedrosa, Palatnik e Mary Vieira (1927 - 2001) e visita a exposição do artista concreto suíço Max Bill (1908 - 1994), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Essa mostra é decisiva para a formação de Mavignier: ele entra em contato direto com a produção construtiva, que se torna sua influência central. Ainda em 1950, produz sua primeira exposição individual, exibindo pinturas abstratas e figurativas no Instituto dos Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro (IAB/RJ). Também organiza naquele ano, com Léon Dégand e Lourival Gomes Machado, a exposição 9 Artistas do Engenho de Dentro, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP).
No ano seguinte, 1951, o artista monta outra exposição individual no MAM/SP, com trabalhos abstratos, e muda-se para Paris, com bolsa do governo francês. Durante sua permanência na França, frequenta as oficinas da Académie de La Grande Chaumière. Faz suas primeiras telas concretas no ateliê do pintor abstrato Jean Dewasne (1921 - 1999), trabalhando com esmalte sobre superfície de madeira. Os quadros são mostrados no Salão de Maio de 1952 e no Salão das Realités Nouvelles, ambos em Paris.
Em 1954, Mavignier começa seu curso de comunicação visual na Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha. Sua obra incorpora a estética e os procedimentos do concretismo de maneira sistemática. Nesse período de estudos, é influenciado pelo artista e professor Josef Albers (1888 - 1976) e mantém contato com Max Bill. Suas telas, assim como as de Albers, se organizam por formas quadradas: Mavignier faz quadriláteros fragmentados por pontos de cor que compõem variações tonais ou de relevo.
O artista produz, em 1957, seu primeiro cartaz, iniciando importante trajetória nas artes gráficas. Um ano depois, conclui o curso na Escola de Ulm e continua residindo na cidade, onde atua como pintor e artista gráfico. Participa do Grupo Zero, entre 1958 e 1964, com os artistas Heinz Mack (1931), Otto Piene (1928), Yves Klein (1928 - 1962) e Jean Tinguely (1925 - 1991). Em meados desse período, projeta e organiza a exposição Novas Tendências, primeira mostra internacional de op art na Iugoslávia, realizada em 1960.
Sua pintura nessa década mantém uma relação com a op art. Os trabalhos, como os da série Côncavo e Convexo, de 1962, são mostrados na Documenta de Kassel e na Bienal de Veneza em 1964. Em 1965, o artista participa da mostra Op Art, the responsive Eye, dedicada ao movimento, no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York. No mesmo ano, muda-se para Hamburgo, onde começa sua carreira de professor de pintura na Hochschule für Bildende Künste [Escola de Artes Visuais], papel que exerce até 1990.
A primeira mostra retrospectiva do artista é organizada em 1967; montada em Munique e Hanover. Mavignier se naturaliza alemão em 1981, mas sua importância como artista brasileiro cresce em seu país de origem. Entre o final do século XX e início do século XXI, são organizados no Brasil diversos eventos dedicados a sua obra: em 1989, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) monta uma exposição com seu trabalho gráfico; cinco anos depois ele tem parte de sua obra exibida na mostra Bienal Brasil Século XX; em 2000, a pesquisadora Aracy Amaral monta uma exposição em homenagem aos 75 anos do artista, no MAM/SP.
É possível identificar na trajetória de Mavignier, entre o artista figurativo e o concreto, um percurso de mudança e consolidação artística que resulta de estudo e pesquisa sistemáticos nas áreas de pintura e artes gráficas. É dessas escolhas que resulta o prestígio que tem constantemente colocado seu trabalho em evidência.
Críticas
"A decisão pela arte concreta impôs-se com a reflexão e a vivência de seus primeiros meses no Velho Mundo. A partir de 1953 permaneceu longamente na Hochschule fur Gestaltung, aprofundando-se em comunicação visual. Entre seus mestres achava-se Albers, a quem deve 'uma nova interpretação do problema da cor, marca maior até hoje em todo o meu trabalho'. Radicado na Europa, mas expondo com regularidade no Brasil, desenvolveu uma pintura à base de alinhavados de pontos de cor pura, que se interacionam ritmicamente para provocar vibrações óticas. Mavignier liga-se nessa prospecção a toda uma série de artistas internacionais, tendo apurado o sentido estrutural de sua produção na serigrafia e particularmente na mensagem cartazística. ´Do ponto de vista brasileiro, é este um caso raro de artista do meu país a assimilar rapidamente e com resultados tão positivos um dos aspectos típicos da civilização alemã, em geral não muito próxima da nossa índole: a invenção técnica', afirma Murilo Mendes sobre Mavignier, a quem se refere ainda como alguém que contribuiu para 'demonstrar o mito da impossibilidade da coexistência de espírito humanista e civilização industrial' ".
Walter Zanini (Arte concreta e neoconcreta no Brasil. In: _______. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 2, p. 658.)
"Frente a Mavignier não estamos diante apenas de um artista gráfico excepcional, de realizações exemplares. Estamos frente a um pintor que não abre mão de sua vocação como artista plástico, e cujo trabalho nutre o cartazismo que o tornou reconhecido na Europa, mas cuja pintura também se nutre da intimidade com os mistérios da cor, das justaposições e sobreposições cromáticas de que se vale enquanto artista gráfico.
Na verdade, pode-se perguntar: o que permanece de suas origens, do Brasil, neste artista gráfico e pintor há quase cinco décadas vivendo fora de seu país de nascimento? Eu diria de imediato que o rigor estrutural e compositivo de toda a sua obra espelha sem dúvida a Hochschule für Gestaltung, a Escola Superior da Forma, de Ulm, que ele se orgulha de ter freqüentado, com mestres com os quais pôde conviver. Esta postura apreendida em Ulm se reflete em seu espaço pessoal, seu grande ateliê de Hamburgo, impecável em sua ordem e organização, como dirige a concepção de seus cartazes e sua pintura. A série dedicada ao alfabeto de Albers incorporado em vários cartazes de Mavignier - inclusive no cartaz da exposição que comemorou seus 70 anos - reflete esse respeito. Assim como o culto pela antigüidade clássica, tão genuinamente germânica, já está integrada na personalidade e no gosto deste artista carioca que não vacila em afirmar que 'sem passado não há futuro nem presente'. Mesmo que no caso de um brasileiro seja um passado, como a antigüidade egípcia tão cara a Mavignier, tomada de empréstimo através da admiração por um processo civilizatório que não o nosso. Que na Europa, sim, possui um nexo, por ter passado pelo Mediterrâneo para a Grécia e depois Roma, e daí ao território europeu, porém que de nós está a uma distância estelar.
O 'ateliê pequeno' deste artista, e sua casa também transpiram o espírito de Ulm, nos transportam à organização do espaço e mestre de nosso século, como Saarinen, Le Corbusier, Alvar Aalto, Charles Eames, entre outros. A obsessão do detalhe, ou o perfeccionismo perseguido no design de cada tomada de luz, de cada maçaneta, nos cestos de papel, na escolha do aparelho de televisão, em cada copo, luminária, xícara ou bule de chá trazidos à mesa. É como um destino assumindo a partir de uma vocação, para toda a vida. Talvez nos pareça tudo isso viver um pouco 'fora do mundo', ou melhor, dentro de mundo preservado a partir de uma 'escola', como o é igualmente o ambiente de tantos arquitetos de todo o mundo.
Mas onde emerge o Brasil, se emerge, em sua obra? Eu diria que na cor, no pigmento puro a luminosidade do país tropical permanece. Eu diria que, em sua pintura, na sensualidade do tato dos pontos/pigmentos essa aproximação física - inexistente na Europa do Norte - é igualmente bem brasileira. E que mesmo em sua extensa série de dez telas quadradas 'monocromáticas' dos anos 70 a cor/luz vibra como a exuberância de nossa natureza, embora construídas/delimitadas pelo rigor da disciplina estrita de Ulm".
Aracy Amaral (Mavignier 75. In: MAVIGNIER, Almir. Mavignier 75. São Paulo: MAM, 2000. p. 8.)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, no IAB/RJ
1951 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1955 - Berna (Suíça) - Individual, na Galerie 33
1957 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, na Galeria Gänsheide 26
1957 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1957 - Zurique (Suíça) - Individual, na Neumarkt 17 AG
1959 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1960 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Azimut
1960 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galeria Suzanne Bollag
1961 - Kaiserslautern (Alemanha) - Individual, no Pfälzische Landesgewerbeanstalt
1961 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Nota
1962 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1963 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1963 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1964 - Antuérpia (Bélgica) - Individual, na Galerie Ad Libitum
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1966 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Europa-Center
1966 - Colônia (Alemanha) - Individual, na Galerie der Spiegel
1967 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1967 - Varsóvia (Polônia) - Individual, no Museu Zacheta
1968 - Hannover (Alemanha) - Individual, no Kestner-Gesellschaft
1969 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Hamburger Kunsthalle
1970 - Bremen (Alemanha) - Individual, na Galeria Rewolle
1970 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, na Galeria Loehr
1970 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galeria Dröscher
1970 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Heseler
1970 - Saulgau (Alemanha) - Individual, na Galerie Die Fähre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Denise René Hans Mayer
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, no Kunstmuseum Dussseldorf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1974 - Zurique (Suíça) - Individual, no Kunstgewerbemuseum
1975 - Munique (Alemanha) - Individual, no Die Neue Sammlung
1977 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1981 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Schöeller
1981 - Essen (Alemanha) - Individual, no Deutsches Plakatmuseum
1981 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Museum für Kunst und Gewerbe
1984 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galerie Edition Meissner
1985 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung - Prêmio Stankowski
1985 - Bottrop (Alemanha) - Individual, no Josef Albers Museum
1986 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Museum und Kunstverein
1987 - Otterndorf (Alemanha) - Individual, no Studio A
1988 - Xangai (China) - Individual, na Academia de Arte
1989 - Brasília DF - Individual, no MAB
1989 - Porto Alegre RS - Individual, na UFRGS. Instituto de Arte
1989 - São Paulo SP - Almir Mavignier: cartazes, no MAM/SP
1989 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Forschungsinnstitut für Anwendungsorientierte Wissensverrbeitung
1990 - Munique (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Staatliche Antikensammlungen und Glyptothek
1990 - Hamburgo (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Hamburger Kunsthalle
1990 - Herning (Dinamarca) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Herning Kunstmuseum
1995 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Mies van der Rohe Haus
1995 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Stadt Haus
2000 - São Paulo SP - Mavignier 75, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Atelier Silvestre
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas-Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Paris (França) - 38º Salão de Maio
1953 - Paris (França) - Salon des Réalités Nouvelles
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1958 - Düsseldorf (Alemanha) - Grupo Zero
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Stringenz: novas tendências alemãs, na Galeria Pagani
1959 - Munique - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, na Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1961 - Zagreb (Iugoslávia, atual Croácia) - 1ª Novas Tendências
1962 - Amsterdã (Holanda) - Exposição Nul, no Stedelijk Museum Amsterdam
1962 - Leverkusen (Alemanha) - Konstruktivisten, no Morsbroich Museum
1963 - Hamburgo (Alemanha) - Angewandte Kunst in Europa Nach 1945, no Museum für Kunst und Gewerbe
1964 - Kassel (Alemanha) - 3ª Documenta, no Museum Fridericianum
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1964 - Washington (Estados Unidos) - Coletiva, na Livraria do Congresso
1965 - Nova York (Estados Unidos) - The Responsive Eye, no MoMA
1965 - Tóquio (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Kyoto (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Nagoya (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1966 - Filadélfia (Estados Unidos) - Three Graphic Artists
1966 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Cartaz - 2º prêmio
1967- Nova York (Estados Unidos) - Three Graphic Designers, no MoMA
1968 - Hannover (Alemanha) - Ars Multiplicata, no Kunstverein
1968 - Hannover (Alemanha) - Deutsche Kunst Heute, no Kunstverein
1968 - Kassel (Alemanha) - 4ª Documenta, no Museum Fridericianum
1968 - Wuppertal (Alemanha) - Krieg, Kiwet, Mavignier, Vostell, no Kunst und Museumverein
1968 - Nova York (Estados Unidos) - Word and Image, no MoMA
1968 - Tóquio (Japão) - International Biennial Exhibition of Prints - prêmio de melhor gravador
1968 - Varsóvia (Polônia) - 2ª Bienal do Cartaz
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza
1969 - Nuremberg (Alemanha) - 1ª Bienal de Nuremberg
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - Wuppertal (Alemanha) - Optical Art, no Kunst und Museumsverein
1971 - Nuremberg (Alemanha) - 2ª Bienal de Nuremberg
1972 - Munique (Alemanha) - Grupo Zero, na Galeria Heseler
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - São Petersburgo (Rússia) Artista(s) Participante(s) - Gráfica de Hamburgo (1973 : São Petersburgo, Rússia) - State Hermitage Museum (São Petersburgo, Rússia)
1973 - São Petersburgo (União Soviética, atual Rússia) - Gráfica de Hamburgo, no State Hermitage Museum
1973 - Hamburgo (Alemanha) - Gráfica de Hamburgo
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962 (1977 : São Paulo, SP) - Pinacoteca do Estado
1978 - Stuttgart (Alemanha) - 12 Coleções de 30 Folhas: arte contemporânea, no Institut für Auslandsbeziehungen
1979 - Hong Kong (China) - Meissner Edition, no Art Center
1979 - São Paulo SP - Coleção Theon Spanudis, no MAC/USP
1979 - Zurique (Suíça) - Gruppe Zero, Kunsthaus
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1981 - Hamburgo (Alemanha) - 12 de Hamburgo, na Kunsthaus
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Milão (Itália) - Azimuth & Azimut, no Padiglione d'Arte Contemporanea
1985 - Salzburgo (Áustria) - Zero: um movimento europeu, no Museu Carolino Augusteum
1986 - Berlim (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Grosse Orangerie Schloss
1986 - Bochum (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Museum Bochum
1986 - Frankfurt (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Paulskirche
1986 - Saarbrücken (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Stadtgalerie
1986 - Stuttgart (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Kultur Unterm Turm
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra, na Fundação Bienal
1986 - Belo Horizonte MG - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Berlim (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung, no Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - Stuttgart (Alemanha) - Cartazes Exóticos, na Graph Sammlung d. Staats Galerie
1987 - Ulm (Alemanha) - Coletiva, na Escola Superior da Forma de Ulm
1988 - Paris (França) - Hochschule für Gestaltung Ulm, no Centre Georges Pompidou
1988 - Zurique (Suíça) - 30 Anos de Arte Concreta, na Galerie Suzanne Bollag
1989 - Ferrara (Itália) - Preto e Branco, no Palazzo dei Diamanti
1989 - Hamburgo (Alemanha) - Aurora: 222 anos de Escola de Belas Artes
1989 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Coleção Lenz Schönberg
1990 - Ulm (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung: cartazes, no HFG-Arquivo
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Essen (Alemanha) - Grupo Zero: uma vanguarda européia, na Galeria Neher
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Gravuras: sutilezas e mistérios, técnicas de impressão, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1996 - Colônia (Alemanha) - Kunst im Anschlag, no Museum für Angewandte Kunst
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1998 - Essen (Alemanha) - Zero-Heute, na Galerie Neher
1998 - Hamburgo (Alemanha) - Küstlerplakate, no Museum für Kunst und Gewerbe
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Berlim (Alemanha) - Geometrie als Gestalt, no Neue Nationalgalerie
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneio 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - São Paulo SP - Construtivismo e a Forma como Roupa, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Construtivos e Cinéticos, na Galeria Berenice Arvani
Fonte: ALMIR Mavignier. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 29 de Jun. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Se formou no colegial em 1946 e estudou pintura com Árpád Szenes no Rio de Janeiro. Em 1949, fez sua primeira abstrata. Em 1951 realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). No mesmo ano ele se mudou para Paris. De 1946 a 1951 foi diretor e co-fundador do atelier de pintura no Centro Nacional de Psiquiatria Pedro II do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.
A partir de 1952, dedicou-se às suas pinturas de arte concreta. Em 1953 ele foi para Ulm e estudou lá até 1958 no College of Design em Ulm no Departamento de Design Visual com Max Bill e Josef Albers. Em 1954 ele criou seu primeiro "point pictures", em 1955, seu primeiro "Rasterstrukturen". A partir de 1956, ele criou as imagens de arte óptica, de 1957 ele também pintou quadros monocromáticos. A partir de 1958, ele trabalhou em conjunto com os artistas do grupo "ZERO". Em 1959 ele fundou seu próprio estúdio em Ulm e trabalhou como designer gráfico freelancer. Em 1960/1961 foi co-organizador e curador da exposição "Neue Tendenzen" em Zagreb. Em 1964 foi participante da documenta III em Kassel. Em 1965, Mavignier recebeu a nomeação como professor de pintura na Staatliche Hochschule für Bildende Künste em Hamburgo. Ele fundou seu estúdio em Hamburgo em 1968. No mesmo ano, foi convidado para documentar pela segunda vez como participante da documenta.
Mavignier também atuou em gráficos de cartazes, criando mais de 200 pôsteres, principalmente para exposições artísticas e culturais.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 29 de junho de 2018.
Crédito fotográfico: Photo: Niko Bellgardt
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Morre aos 93 anos Almir Mavignier, pioneiro da arte geométrica brasileira
Artista foi principal colaborador de Nise da Silveira no projeto que deu origem ao Museu de Imagens do Inconsciente
Com a partida de Almir Mavignier, o mundo se despede de um dos últimos representantes de um momento ímpar da história da arte: o construtivismo latino-americano. Um dos pioneiros da arte geométrica brasileira, o artista, nascido em 1925, no bairro carioca de Vila Isabel, foi também o principal colaborador da doutora Nise da Silveira na implantação do ateliê de arte no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, que daria origem ao Museu de Imagens do Inconsciente.
Mavignier morreu nesta segunda-feira, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, onde vivia desde os anos 1960, depois de ter sido aluno e professor na emblemática Escola de Design de Ulm. O artista deixa viúva, Sigrid, e um filho, o também artista Delmar Mavignier. A causa da morte não foi divulgada.
A obra de Mavignier é uma ponte possível entre a arte moderna e as transformações que ela exigiria de si mesma para ganhar o mundo e novas possibilidades de comunicação com o público. Foi aluno de Arpad Szènes e Maria Helena Vieira da Silva, e frequentou também as aulas e conversas com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Nesse início de carreira, nos anos 1940, sua pintura ainda é figurativa, mas já com grandes planos de cor que apontam para um desejo de abstração. Jovem pobre, não tinha recursos para sustentar seus estudos ou alugar um ateliê. Conseguiu, então, um emprego de meio período como guarda de sala do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Foi dele a ideia do Ateliê de Arte, fundado em 1946, que revolucionou a psiquiatria no Brasil e chamou a atenção de Jung. De quebra, o artista conseguiu um lugar para trabalhar — e pintava seus próprios trabalhos ao lado dos internos, trocando ideias.
Amigos de Mavignier passaram a frequentar o Engenho de Dentro. Três deles — os artistas Abraham Palatnik e Ivan Serpa e o crítico de arte Mario Pedrosa — formariam uma espécie de grupo não-programático que se organizou bem antes do Grupo Ruptura (1952), que cunhou o termo “arte concreta” em São Paulo. Ao conhecer a obra dos artistas do ateliê psiquiátrico, Palatnik abandonou a pintura e ficou em recesso criativo por dois anos, até conceber o primeiro “Aparelho cinecromático” (1949). O próprio Mavignier radicalizou um caminho rumo à abstração, e o convívio com os artistas do inconsciente foi fundamental para a obra crítica de Pedrosa. Não seria exagero dizer, então, que a iniciativa de Mavignier e Nise possibilitou que a loucura fosse uma espécie de matriz da arte abstrata geométrica brasileira.
No início dos anos 1950, Mavignier recebeu um convite para ir estudar em Paris. De lá, partiu para a Escola de Ulm, onde estudou com a brasileira Mary Vieira e o alemão Josef Albers. Entre 1958 e a década seguinte, integrou o importante Grupo Zero, do qual também fizeram parte artistas como Yves Klein, Piero Manzoni e Lucio Fontana.
As revoluções formais que Albers provocou a partir da pesquisa do quadrado deixaram grande impacto na obra do artista brasileiro, que, no entanto, mergulhou na forma e na cor à sua maneira. Na pintura de Mavignier, chamam a atenção os pontos de tinta, como coágulos, que formam formas geométricas sobrepostas. Esses pontos, espaçados e graduados na superfície da tela, dão a ilusão de cor e de movimento, como se as formas geométricas pudessem ser animadas por cores que dançam, cores que são luz.
O grande domínio da cor e a experiência em Ulm vão ser usados a favor das artes gráficas, e o artista se transformou em designer reconhecido em todo o mundo. Inventou um tipo de cartaz seriado, que faz sentido tanto quando colado unitariamente quando como um conjunto que se soma, um a um, nos muros ou tapumes.
Nos últimos dois anos, muito debilitado fisicamente — perdia a visão e já usava cadeira de rodas —, Mavigner manteve-se lúcido e curioso, trabalhando em seu ateliê, onde pesquisava novas danças para a forma.
Fonte: Jornal O Globo, por Daniela Name, em 4 de setembro de 2018.
Almir da Silva Mavignier (Rio de Janeiro, RJ, 1 de maio de 1925 - Hamburgo, Alemanha, 3 de setembro de 2018), conhecido como Almir Mavignier, foi um pintor e artista gráfico brasileiro radicado na Alemanha. É conhecido internacionalmente como um representante artístico de Arte concreta e Op art.
Biografia Itaú Cultural
A Reconhecido como um dos primeiros brasileiros a produzir arte concreta, é também estimado por ter proposto, com a médica Nise da Silveira (1905 - 1999), o uso de atividades artísticas como método de terapia ocupacional.
Mavignier inicia seu aprendizado artístico nos cursos da Associação Brasileira de Desenho, em 1946. No mesmo ano, frequenta o ateliê do artista húngaro Arpad Szenes (1897-1985), de quem recebe influência. Também participa, nessa época, da fundação do Ateliê de Pintura e Modelagem, que integra a Seção de Terapêutica Ocupacional do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (atual Museu de Imagens do Inconsciente), criado pela psiquiatra Nise da Silveira. Lá, orienta internos como Raphael (1912 - 1979), Emygdio de Barros (1895 - 1986) e Isaac (1906 - 1966).
No ateliê de Szenes, um ano mais tarde, Mavignier acompanha as aulas do artista Axl Leskoschek (1889 - 1975) e do pintor alemão Henrique Boese (1897 - 1982); pinta cenas de interiores e naturezas-mortas. Nessa época, sua pintura é figurativa e lírica, guardando semelhanças com o trabalho de artistas franceses como Pierre Bonnard (1867 - 1947) e Édouard Vuillard (1869 - 1940).
Após conhecer as teorias do crítico de arte Mário Pedrosa (1900- 981), Mavignier inicia pesquisas na área da abstração: "A tese de Pedrosa A influência da teoria da Gestalt sobre a obra de arte me informou que o conteúdo de uma forma não se encontra na sua associação com formas da natureza. Esse conhecimento me permitiu abandonar uma pintura naturalista e iniciar uma pintura de pesquisas concretas de formas livres de associações".1 A partir dessas pesquisas, o artista inicia uma progressiva produção artística voltada à pintura não figurativa.
Mavignier faz, em 1949, sua primeira aquarela abstrata: Estudo. Na sequência, produz pinturas com formas orgânicas geometrizadas, em que reduz o número de cores, mas mantém os meios-tons e a pincelada expressiva de seu trabalho figurativo. No mesmo ano, integra o primeiro grupo de arte abstrata do Rio de Janeiro, com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatnik (1928) e o crítico Mário Pedrosa.
Em 1950, Mavignier viaja para São Paulo com Pedrosa, Palatnik e Mary Vieira (1927 - 2001) e visita a exposição do artista concreto suíço Max Bill (1908 - 1994), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Essa mostra é decisiva para a formação de Mavignier: ele entra em contato direto com a produção construtiva, que se torna sua influência central. Ainda em 1950, produz sua primeira exposição individual, exibindo pinturas abstratas e figurativas no Instituto dos Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro (IAB/RJ). Também organiza naquele ano, com Léon Dégand e Lourival Gomes Machado, a exposição 9 Artistas do Engenho de Dentro, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP).
No ano seguinte, 1951, o artista monta outra exposição individual no MAM/SP, com trabalhos abstratos, e muda-se para Paris, com bolsa do governo francês. Durante sua permanência na França, frequenta as oficinas da Académie de La Grande Chaumière. Faz suas primeiras telas concretas no ateliê do pintor abstrato Jean Dewasne (1921 - 1999), trabalhando com esmalte sobre superfície de madeira. Os quadros são mostrados no Salão de Maio de 1952 e no Salão das Realités Nouvelles, ambos em Paris.
Em 1954, Mavignier começa seu curso de comunicação visual na Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha. Sua obra incorpora a estética e os procedimentos do concretismo de maneira sistemática. Nesse período de estudos, é influenciado pelo artista e professor Josef Albers (1888 - 1976) e mantém contato com Max Bill. Suas telas, assim como as de Albers, se organizam por formas quadradas: Mavignier faz quadriláteros fragmentados por pontos de cor que compõem variações tonais ou de relevo.
O artista produz, em 1957, seu primeiro cartaz, iniciando importante trajetória nas artes gráficas. Um ano depois, conclui o curso na Escola de Ulm e continua residindo na cidade, onde atua como pintor e artista gráfico. Participa do Grupo Zero, entre 1958 e 1964, com os artistas Heinz Mack (1931), Otto Piene (1928), Yves Klein (1928 - 1962) e Jean Tinguely (1925 - 1991). Em meados desse período, projeta e organiza a exposição Novas Tendências, primeira mostra internacional de op art na Iugoslávia, realizada em 1960.
Sua pintura nessa década mantém uma relação com a op art. Os trabalhos, como os da série Côncavo e Convexo, de 1962, são mostrados na Documenta de Kassel e na Bienal de Veneza em 1964. Em 1965, o artista participa da mostra Op Art, the responsive Eye, dedicada ao movimento, no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York. No mesmo ano, muda-se para Hamburgo, onde começa sua carreira de professor de pintura na Hochschule für Bildende Künste [Escola de Artes Visuais], papel que exerce até 1990.
A primeira mostra retrospectiva do artista é organizada em 1967; montada em Munique e Hanover. Mavignier se naturaliza alemão em 1981, mas sua importância como artista brasileiro cresce em seu país de origem. Entre o final do século XX e início do século XXI, são organizados no Brasil diversos eventos dedicados a sua obra: em 1989, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) monta uma exposição com seu trabalho gráfico; cinco anos depois ele tem parte de sua obra exibida na mostra Bienal Brasil Século XX; em 2000, a pesquisadora Aracy Amaral monta uma exposição em homenagem aos 75 anos do artista, no MAM/SP.
É possível identificar na trajetória de Mavignier, entre o artista figurativo e o concreto, um percurso de mudança e consolidação artística que resulta de estudo e pesquisa sistemáticos nas áreas de pintura e artes gráficas. É dessas escolhas que resulta o prestígio que tem constantemente colocado seu trabalho em evidência.
Críticas
"A decisão pela arte concreta impôs-se com a reflexão e a vivência de seus primeiros meses no Velho Mundo. A partir de 1953 permaneceu longamente na Hochschule fur Gestaltung, aprofundando-se em comunicação visual. Entre seus mestres achava-se Albers, a quem deve 'uma nova interpretação do problema da cor, marca maior até hoje em todo o meu trabalho'. Radicado na Europa, mas expondo com regularidade no Brasil, desenvolveu uma pintura à base de alinhavados de pontos de cor pura, que se interacionam ritmicamente para provocar vibrações óticas. Mavignier liga-se nessa prospecção a toda uma série de artistas internacionais, tendo apurado o sentido estrutural de sua produção na serigrafia e particularmente na mensagem cartazística. ´Do ponto de vista brasileiro, é este um caso raro de artista do meu país a assimilar rapidamente e com resultados tão positivos um dos aspectos típicos da civilização alemã, em geral não muito próxima da nossa índole: a invenção técnica', afirma Murilo Mendes sobre Mavignier, a quem se refere ainda como alguém que contribuiu para 'demonstrar o mito da impossibilidade da coexistência de espírito humanista e civilização industrial' ".
Walter Zanini (Arte concreta e neoconcreta no Brasil. In: _______. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 2, p. 658.)
"Frente a Mavignier não estamos diante apenas de um artista gráfico excepcional, de realizações exemplares. Estamos frente a um pintor que não abre mão de sua vocação como artista plástico, e cujo trabalho nutre o cartazismo que o tornou reconhecido na Europa, mas cuja pintura também se nutre da intimidade com os mistérios da cor, das justaposições e sobreposições cromáticas de que se vale enquanto artista gráfico.
Na verdade, pode-se perguntar: o que permanece de suas origens, do Brasil, neste artista gráfico e pintor há quase cinco décadas vivendo fora de seu país de nascimento? Eu diria de imediato que o rigor estrutural e compositivo de toda a sua obra espelha sem dúvida a Hochschule für Gestaltung, a Escola Superior da Forma, de Ulm, que ele se orgulha de ter freqüentado, com mestres com os quais pôde conviver. Esta postura apreendida em Ulm se reflete em seu espaço pessoal, seu grande ateliê de Hamburgo, impecável em sua ordem e organização, como dirige a concepção de seus cartazes e sua pintura. A série dedicada ao alfabeto de Albers incorporado em vários cartazes de Mavignier - inclusive no cartaz da exposição que comemorou seus 70 anos - reflete esse respeito. Assim como o culto pela antigüidade clássica, tão genuinamente germânica, já está integrada na personalidade e no gosto deste artista carioca que não vacila em afirmar que 'sem passado não há futuro nem presente'. Mesmo que no caso de um brasileiro seja um passado, como a antigüidade egípcia tão cara a Mavignier, tomada de empréstimo através da admiração por um processo civilizatório que não o nosso. Que na Europa, sim, possui um nexo, por ter passado pelo Mediterrâneo para a Grécia e depois Roma, e daí ao território europeu, porém que de nós está a uma distância estelar.
O 'ateliê pequeno' deste artista, e sua casa também transpiram o espírito de Ulm, nos transportam à organização do espaço e mestre de nosso século, como Saarinen, Le Corbusier, Alvar Aalto, Charles Eames, entre outros. A obsessão do detalhe, ou o perfeccionismo perseguido no design de cada tomada de luz, de cada maçaneta, nos cestos de papel, na escolha do aparelho de televisão, em cada copo, luminária, xícara ou bule de chá trazidos à mesa. É como um destino assumindo a partir de uma vocação, para toda a vida. Talvez nos pareça tudo isso viver um pouco 'fora do mundo', ou melhor, dentro de mundo preservado a partir de uma 'escola', como o é igualmente o ambiente de tantos arquitetos de todo o mundo.
Mas onde emerge o Brasil, se emerge, em sua obra? Eu diria que na cor, no pigmento puro a luminosidade do país tropical permanece. Eu diria que, em sua pintura, na sensualidade do tato dos pontos/pigmentos essa aproximação física - inexistente na Europa do Norte - é igualmente bem brasileira. E que mesmo em sua extensa série de dez telas quadradas 'monocromáticas' dos anos 70 a cor/luz vibra como a exuberância de nossa natureza, embora construídas/delimitadas pelo rigor da disciplina estrita de Ulm".
Aracy Amaral (Mavignier 75. In: MAVIGNIER, Almir. Mavignier 75. São Paulo: MAM, 2000. p. 8.)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, no IAB/RJ
1951 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1955 - Berna (Suíça) - Individual, na Galerie 33
1957 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, na Galeria Gänsheide 26
1957 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1957 - Zurique (Suíça) - Individual, na Neumarkt 17 AG
1959 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1960 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Azimut
1960 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galeria Suzanne Bollag
1961 - Kaiserslautern (Alemanha) - Individual, no Pfälzische Landesgewerbeanstalt
1961 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Nota
1962 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1963 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1963 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1964 - Antuérpia (Bélgica) - Individual, na Galerie Ad Libitum
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1966 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Europa-Center
1966 - Colônia (Alemanha) - Individual, na Galerie der Spiegel
1967 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1967 - Varsóvia (Polônia) - Individual, no Museu Zacheta
1968 - Hannover (Alemanha) - Individual, no Kestner-Gesellschaft
1969 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Hamburger Kunsthalle
1970 - Bremen (Alemanha) - Individual, na Galeria Rewolle
1970 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, na Galeria Loehr
1970 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galeria Dröscher
1970 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Heseler
1970 - Saulgau (Alemanha) - Individual, na Galerie Die Fähre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Denise René Hans Mayer
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, no Kunstmuseum Dussseldorf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1974 - Zurique (Suíça) - Individual, no Kunstgewerbemuseum
1975 - Munique (Alemanha) - Individual, no Die Neue Sammlung
1977 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1981 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Schöeller
1981 - Essen (Alemanha) - Individual, no Deutsches Plakatmuseum
1981 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Museum für Kunst und Gewerbe
1984 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galerie Edition Meissner
1985 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung - Prêmio Stankowski
1985 - Bottrop (Alemanha) - Individual, no Josef Albers Museum
1986 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Museum und Kunstverein
1987 - Otterndorf (Alemanha) - Individual, no Studio A
1988 - Xangai (China) - Individual, na Academia de Arte
1989 - Brasília DF - Individual, no MAB
1989 - Porto Alegre RS - Individual, na UFRGS. Instituto de Arte
1989 - São Paulo SP - Almir Mavignier: cartazes, no MAM/SP
1989 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Forschungsinnstitut für Anwendungsorientierte Wissensverrbeitung
1990 - Munique (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Staatliche Antikensammlungen und Glyptothek
1990 - Hamburgo (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Hamburger Kunsthalle
1990 - Herning (Dinamarca) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Herning Kunstmuseum
1995 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Mies van der Rohe Haus
1995 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Stadt Haus
2000 - São Paulo SP - Mavignier 75, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Atelier Silvestre
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas-Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Paris (França) - 38º Salão de Maio
1953 - Paris (França) - Salon des Réalités Nouvelles
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1958 - Düsseldorf (Alemanha) - Grupo Zero
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Stringenz: novas tendências alemãs, na Galeria Pagani
1959 - Munique - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, na Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1961 - Zagreb (Iugoslávia, atual Croácia) - 1ª Novas Tendências
1962 - Amsterdã (Holanda) - Exposição Nul, no Stedelijk Museum Amsterdam
1962 - Leverkusen (Alemanha) - Konstruktivisten, no Morsbroich Museum
1963 - Hamburgo (Alemanha) - Angewandte Kunst in Europa Nach 1945, no Museum für Kunst und Gewerbe
1964 - Kassel (Alemanha) - 3ª Documenta, no Museum Fridericianum
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1964 - Washington (Estados Unidos) - Coletiva, na Livraria do Congresso
1965 - Nova York (Estados Unidos) - The Responsive Eye, no MoMA
1965 - Tóquio (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Kyoto (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Nagoya (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1966 - Filadélfia (Estados Unidos) - Three Graphic Artists
1966 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Cartaz - 2º prêmio
1967- Nova York (Estados Unidos) - Three Graphic Designers, no MoMA
1968 - Hannover (Alemanha) - Ars Multiplicata, no Kunstverein
1968 - Hannover (Alemanha) - Deutsche Kunst Heute, no Kunstverein
1968 - Kassel (Alemanha) - 4ª Documenta, no Museum Fridericianum
1968 - Wuppertal (Alemanha) - Krieg, Kiwet, Mavignier, Vostell, no Kunst und Museumverein
1968 - Nova York (Estados Unidos) - Word and Image, no MoMA
1968 - Tóquio (Japão) - International Biennial Exhibition of Prints - prêmio de melhor gravador
1968 - Varsóvia (Polônia) - 2ª Bienal do Cartaz
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza
1969 - Nuremberg (Alemanha) - 1ª Bienal de Nuremberg
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - Wuppertal (Alemanha) - Optical Art, no Kunst und Museumsverein
1971 - Nuremberg (Alemanha) - 2ª Bienal de Nuremberg
1972 - Munique (Alemanha) - Grupo Zero, na Galeria Heseler
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - São Petersburgo (Rússia) Artista(s) Participante(s) - Gráfica de Hamburgo (1973 : São Petersburgo, Rússia) - State Hermitage Museum (São Petersburgo, Rússia)
1973 - São Petersburgo (União Soviética, atual Rússia) - Gráfica de Hamburgo, no State Hermitage Museum
1973 - Hamburgo (Alemanha) - Gráfica de Hamburgo
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962 (1977 : São Paulo, SP) - Pinacoteca do Estado
1978 - Stuttgart (Alemanha) - 12 Coleções de 30 Folhas: arte contemporânea, no Institut für Auslandsbeziehungen
1979 - Hong Kong (China) - Meissner Edition, no Art Center
1979 - São Paulo SP - Coleção Theon Spanudis, no MAC/USP
1979 - Zurique (Suíça) - Gruppe Zero, Kunsthaus
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1981 - Hamburgo (Alemanha) - 12 de Hamburgo, na Kunsthaus
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Milão (Itália) - Azimuth & Azimut, no Padiglione d'Arte Contemporanea
1985 - Salzburgo (Áustria) - Zero: um movimento europeu, no Museu Carolino Augusteum
1986 - Berlim (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Grosse Orangerie Schloss
1986 - Bochum (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Museum Bochum
1986 - Frankfurt (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Paulskirche
1986 - Saarbrücken (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Stadtgalerie
1986 - Stuttgart (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Kultur Unterm Turm
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra, na Fundação Bienal
1986 - Belo Horizonte MG - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Berlim (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung, no Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - Stuttgart (Alemanha) - Cartazes Exóticos, na Graph Sammlung d. Staats Galerie
1987 - Ulm (Alemanha) - Coletiva, na Escola Superior da Forma de Ulm
1988 - Paris (França) - Hochschule für Gestaltung Ulm, no Centre Georges Pompidou
1988 - Zurique (Suíça) - 30 Anos de Arte Concreta, na Galerie Suzanne Bollag
1989 - Ferrara (Itália) - Preto e Branco, no Palazzo dei Diamanti
1989 - Hamburgo (Alemanha) - Aurora: 222 anos de Escola de Belas Artes
1989 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Coleção Lenz Schönberg
1990 - Ulm (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung: cartazes, no HFG-Arquivo
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Essen (Alemanha) - Grupo Zero: uma vanguarda européia, na Galeria Neher
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Gravuras: sutilezas e mistérios, técnicas de impressão, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1996 - Colônia (Alemanha) - Kunst im Anschlag, no Museum für Angewandte Kunst
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1998 - Essen (Alemanha) - Zero-Heute, na Galerie Neher
1998 - Hamburgo (Alemanha) - Küstlerplakate, no Museum für Kunst und Gewerbe
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Berlim (Alemanha) - Geometrie als Gestalt, no Neue Nationalgalerie
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneio 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - São Paulo SP - Construtivismo e a Forma como Roupa, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Construtivos e Cinéticos, na Galeria Berenice Arvani
Fonte: ALMIR Mavignier. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 29 de Jun. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Se formou no colegial em 1946 e estudou pintura com Árpád Szenes no Rio de Janeiro. Em 1949, fez sua primeira abstrata. Em 1951 realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). No mesmo ano ele se mudou para Paris. De 1946 a 1951 foi diretor e co-fundador do atelier de pintura no Centro Nacional de Psiquiatria Pedro II do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.
A partir de 1952, dedicou-se às suas pinturas de arte concreta. Em 1953 ele foi para Ulm e estudou lá até 1958 no College of Design em Ulm no Departamento de Design Visual com Max Bill e Josef Albers. Em 1954 ele criou seu primeiro "point pictures", em 1955, seu primeiro "Rasterstrukturen". A partir de 1956, ele criou as imagens de arte óptica, de 1957 ele também pintou quadros monocromáticos. A partir de 1958, ele trabalhou em conjunto com os artistas do grupo "ZERO". Em 1959 ele fundou seu próprio estúdio em Ulm e trabalhou como designer gráfico freelancer. Em 1960/1961 foi co-organizador e curador da exposição "Neue Tendenzen" em Zagreb. Em 1964 foi participante da documenta III em Kassel. Em 1965, Mavignier recebeu a nomeação como professor de pintura na Staatliche Hochschule für Bildende Künste em Hamburgo. Ele fundou seu estúdio em Hamburgo em 1968. No mesmo ano, foi convidado para documentar pela segunda vez como participante da documenta.
Mavignier também atuou em gráficos de cartazes, criando mais de 200 pôsteres, principalmente para exposições artísticas e culturais.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 29 de junho de 2018.
Crédito fotográfico: Photo: Niko Bellgardt
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Morre aos 93 anos Almir Mavignier, pioneiro da arte geométrica brasileira
Artista foi principal colaborador de Nise da Silveira no projeto que deu origem ao Museu de Imagens do Inconsciente
Com a partida de Almir Mavignier, o mundo se despede de um dos últimos representantes de um momento ímpar da história da arte: o construtivismo latino-americano. Um dos pioneiros da arte geométrica brasileira, o artista, nascido em 1925, no bairro carioca de Vila Isabel, foi também o principal colaborador da doutora Nise da Silveira na implantação do ateliê de arte no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, que daria origem ao Museu de Imagens do Inconsciente.
Mavignier morreu nesta segunda-feira, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, onde vivia desde os anos 1960, depois de ter sido aluno e professor na emblemática Escola de Design de Ulm. O artista deixa viúva, Sigrid, e um filho, o também artista Delmar Mavignier. A causa da morte não foi divulgada.
A obra de Mavignier é uma ponte possível entre a arte moderna e as transformações que ela exigiria de si mesma para ganhar o mundo e novas possibilidades de comunicação com o público. Foi aluno de Arpad Szènes e Maria Helena Vieira da Silva, e frequentou também as aulas e conversas com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Nesse início de carreira, nos anos 1940, sua pintura ainda é figurativa, mas já com grandes planos de cor que apontam para um desejo de abstração. Jovem pobre, não tinha recursos para sustentar seus estudos ou alugar um ateliê. Conseguiu, então, um emprego de meio período como guarda de sala do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Foi dele a ideia do Ateliê de Arte, fundado em 1946, que revolucionou a psiquiatria no Brasil e chamou a atenção de Jung. De quebra, o artista conseguiu um lugar para trabalhar — e pintava seus próprios trabalhos ao lado dos internos, trocando ideias.
Amigos de Mavignier passaram a frequentar o Engenho de Dentro. Três deles — os artistas Abraham Palatnik e Ivan Serpa e o crítico de arte Mario Pedrosa — formariam uma espécie de grupo não-programático que se organizou bem antes do Grupo Ruptura (1952), que cunhou o termo “arte concreta” em São Paulo. Ao conhecer a obra dos artistas do ateliê psiquiátrico, Palatnik abandonou a pintura e ficou em recesso criativo por dois anos, até conceber o primeiro “Aparelho cinecromático” (1949). O próprio Mavignier radicalizou um caminho rumo à abstração, e o convívio com os artistas do inconsciente foi fundamental para a obra crítica de Pedrosa. Não seria exagero dizer, então, que a iniciativa de Mavignier e Nise possibilitou que a loucura fosse uma espécie de matriz da arte abstrata geométrica brasileira.
No início dos anos 1950, Mavignier recebeu um convite para ir estudar em Paris. De lá, partiu para a Escola de Ulm, onde estudou com a brasileira Mary Vieira e o alemão Josef Albers. Entre 1958 e a década seguinte, integrou o importante Grupo Zero, do qual também fizeram parte artistas como Yves Klein, Piero Manzoni e Lucio Fontana.
As revoluções formais que Albers provocou a partir da pesquisa do quadrado deixaram grande impacto na obra do artista brasileiro, que, no entanto, mergulhou na forma e na cor à sua maneira. Na pintura de Mavignier, chamam a atenção os pontos de tinta, como coágulos, que formam formas geométricas sobrepostas. Esses pontos, espaçados e graduados na superfície da tela, dão a ilusão de cor e de movimento, como se as formas geométricas pudessem ser animadas por cores que dançam, cores que são luz.
O grande domínio da cor e a experiência em Ulm vão ser usados a favor das artes gráficas, e o artista se transformou em designer reconhecido em todo o mundo. Inventou um tipo de cartaz seriado, que faz sentido tanto quando colado unitariamente quando como um conjunto que se soma, um a um, nos muros ou tapumes.
Nos últimos dois anos, muito debilitado fisicamente — perdia a visão e já usava cadeira de rodas —, Mavigner manteve-se lúcido e curioso, trabalhando em seu ateliê, onde pesquisava novas danças para a forma.
Fonte: Jornal O Globo, por Daniela Name, em 4 de setembro de 2018.
Almir da Silva Mavignier (Rio de Janeiro, RJ, 1 de maio de 1925 - Hamburgo, Alemanha, 3 de setembro de 2018), conhecido como Almir Mavignier, foi um pintor e artista gráfico brasileiro radicado na Alemanha. É conhecido internacionalmente como um representante artístico de Arte concreta e Op art.
Biografia Itaú Cultural
A Reconhecido como um dos primeiros brasileiros a produzir arte concreta, é também estimado por ter proposto, com a médica Nise da Silveira (1905 - 1999), o uso de atividades artísticas como método de terapia ocupacional.
Mavignier inicia seu aprendizado artístico nos cursos da Associação Brasileira de Desenho, em 1946. No mesmo ano, frequenta o ateliê do artista húngaro Arpad Szenes (1897-1985), de quem recebe influência. Também participa, nessa época, da fundação do Ateliê de Pintura e Modelagem, que integra a Seção de Terapêutica Ocupacional do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (atual Museu de Imagens do Inconsciente), criado pela psiquiatra Nise da Silveira. Lá, orienta internos como Raphael (1912 - 1979), Emygdio de Barros (1895 - 1986) e Isaac (1906 - 1966).
No ateliê de Szenes, um ano mais tarde, Mavignier acompanha as aulas do artista Axl Leskoschek (1889 - 1975) e do pintor alemão Henrique Boese (1897 - 1982); pinta cenas de interiores e naturezas-mortas. Nessa época, sua pintura é figurativa e lírica, guardando semelhanças com o trabalho de artistas franceses como Pierre Bonnard (1867 - 1947) e Édouard Vuillard (1869 - 1940).
Após conhecer as teorias do crítico de arte Mário Pedrosa (1900- 981), Mavignier inicia pesquisas na área da abstração: "A tese de Pedrosa A influência da teoria da Gestalt sobre a obra de arte me informou que o conteúdo de uma forma não se encontra na sua associação com formas da natureza. Esse conhecimento me permitiu abandonar uma pintura naturalista e iniciar uma pintura de pesquisas concretas de formas livres de associações".1 A partir dessas pesquisas, o artista inicia uma progressiva produção artística voltada à pintura não figurativa.
Mavignier faz, em 1949, sua primeira aquarela abstrata: Estudo. Na sequência, produz pinturas com formas orgânicas geometrizadas, em que reduz o número de cores, mas mantém os meios-tons e a pincelada expressiva de seu trabalho figurativo. No mesmo ano, integra o primeiro grupo de arte abstrata do Rio de Janeiro, com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatnik (1928) e o crítico Mário Pedrosa.
Em 1950, Mavignier viaja para São Paulo com Pedrosa, Palatnik e Mary Vieira (1927 - 2001) e visita a exposição do artista concreto suíço Max Bill (1908 - 1994), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Essa mostra é decisiva para a formação de Mavignier: ele entra em contato direto com a produção construtiva, que se torna sua influência central. Ainda em 1950, produz sua primeira exposição individual, exibindo pinturas abstratas e figurativas no Instituto dos Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro (IAB/RJ). Também organiza naquele ano, com Léon Dégand e Lourival Gomes Machado, a exposição 9 Artistas do Engenho de Dentro, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP).
No ano seguinte, 1951, o artista monta outra exposição individual no MAM/SP, com trabalhos abstratos, e muda-se para Paris, com bolsa do governo francês. Durante sua permanência na França, frequenta as oficinas da Académie de La Grande Chaumière. Faz suas primeiras telas concretas no ateliê do pintor abstrato Jean Dewasne (1921 - 1999), trabalhando com esmalte sobre superfície de madeira. Os quadros são mostrados no Salão de Maio de 1952 e no Salão das Realités Nouvelles, ambos em Paris.
Em 1954, Mavignier começa seu curso de comunicação visual na Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha. Sua obra incorpora a estética e os procedimentos do concretismo de maneira sistemática. Nesse período de estudos, é influenciado pelo artista e professor Josef Albers (1888 - 1976) e mantém contato com Max Bill. Suas telas, assim como as de Albers, se organizam por formas quadradas: Mavignier faz quadriláteros fragmentados por pontos de cor que compõem variações tonais ou de relevo.
O artista produz, em 1957, seu primeiro cartaz, iniciando importante trajetória nas artes gráficas. Um ano depois, conclui o curso na Escola de Ulm e continua residindo na cidade, onde atua como pintor e artista gráfico. Participa do Grupo Zero, entre 1958 e 1964, com os artistas Heinz Mack (1931), Otto Piene (1928), Yves Klein (1928 - 1962) e Jean Tinguely (1925 - 1991). Em meados desse período, projeta e organiza a exposição Novas Tendências, primeira mostra internacional de op art na Iugoslávia, realizada em 1960.
Sua pintura nessa década mantém uma relação com a op art. Os trabalhos, como os da série Côncavo e Convexo, de 1962, são mostrados na Documenta de Kassel e na Bienal de Veneza em 1964. Em 1965, o artista participa da mostra Op Art, the responsive Eye, dedicada ao movimento, no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York. No mesmo ano, muda-se para Hamburgo, onde começa sua carreira de professor de pintura na Hochschule für Bildende Künste [Escola de Artes Visuais], papel que exerce até 1990.
A primeira mostra retrospectiva do artista é organizada em 1967; montada em Munique e Hanover. Mavignier se naturaliza alemão em 1981, mas sua importância como artista brasileiro cresce em seu país de origem. Entre o final do século XX e início do século XXI, são organizados no Brasil diversos eventos dedicados a sua obra: em 1989, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) monta uma exposição com seu trabalho gráfico; cinco anos depois ele tem parte de sua obra exibida na mostra Bienal Brasil Século XX; em 2000, a pesquisadora Aracy Amaral monta uma exposição em homenagem aos 75 anos do artista, no MAM/SP.
É possível identificar na trajetória de Mavignier, entre o artista figurativo e o concreto, um percurso de mudança e consolidação artística que resulta de estudo e pesquisa sistemáticos nas áreas de pintura e artes gráficas. É dessas escolhas que resulta o prestígio que tem constantemente colocado seu trabalho em evidência.
Críticas
"A decisão pela arte concreta impôs-se com a reflexão e a vivência de seus primeiros meses no Velho Mundo. A partir de 1953 permaneceu longamente na Hochschule fur Gestaltung, aprofundando-se em comunicação visual. Entre seus mestres achava-se Albers, a quem deve 'uma nova interpretação do problema da cor, marca maior até hoje em todo o meu trabalho'. Radicado na Europa, mas expondo com regularidade no Brasil, desenvolveu uma pintura à base de alinhavados de pontos de cor pura, que se interacionam ritmicamente para provocar vibrações óticas. Mavignier liga-se nessa prospecção a toda uma série de artistas internacionais, tendo apurado o sentido estrutural de sua produção na serigrafia e particularmente na mensagem cartazística. ´Do ponto de vista brasileiro, é este um caso raro de artista do meu país a assimilar rapidamente e com resultados tão positivos um dos aspectos típicos da civilização alemã, em geral não muito próxima da nossa índole: a invenção técnica', afirma Murilo Mendes sobre Mavignier, a quem se refere ainda como alguém que contribuiu para 'demonstrar o mito da impossibilidade da coexistência de espírito humanista e civilização industrial' ".
Walter Zanini (Arte concreta e neoconcreta no Brasil. In: _______. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 2, p. 658.)
"Frente a Mavignier não estamos diante apenas de um artista gráfico excepcional, de realizações exemplares. Estamos frente a um pintor que não abre mão de sua vocação como artista plástico, e cujo trabalho nutre o cartazismo que o tornou reconhecido na Europa, mas cuja pintura também se nutre da intimidade com os mistérios da cor, das justaposições e sobreposições cromáticas de que se vale enquanto artista gráfico.
Na verdade, pode-se perguntar: o que permanece de suas origens, do Brasil, neste artista gráfico e pintor há quase cinco décadas vivendo fora de seu país de nascimento? Eu diria de imediato que o rigor estrutural e compositivo de toda a sua obra espelha sem dúvida a Hochschule für Gestaltung, a Escola Superior da Forma, de Ulm, que ele se orgulha de ter freqüentado, com mestres com os quais pôde conviver. Esta postura apreendida em Ulm se reflete em seu espaço pessoal, seu grande ateliê de Hamburgo, impecável em sua ordem e organização, como dirige a concepção de seus cartazes e sua pintura. A série dedicada ao alfabeto de Albers incorporado em vários cartazes de Mavignier - inclusive no cartaz da exposição que comemorou seus 70 anos - reflete esse respeito. Assim como o culto pela antigüidade clássica, tão genuinamente germânica, já está integrada na personalidade e no gosto deste artista carioca que não vacila em afirmar que 'sem passado não há futuro nem presente'. Mesmo que no caso de um brasileiro seja um passado, como a antigüidade egípcia tão cara a Mavignier, tomada de empréstimo através da admiração por um processo civilizatório que não o nosso. Que na Europa, sim, possui um nexo, por ter passado pelo Mediterrâneo para a Grécia e depois Roma, e daí ao território europeu, porém que de nós está a uma distância estelar.
O 'ateliê pequeno' deste artista, e sua casa também transpiram o espírito de Ulm, nos transportam à organização do espaço e mestre de nosso século, como Saarinen, Le Corbusier, Alvar Aalto, Charles Eames, entre outros. A obsessão do detalhe, ou o perfeccionismo perseguido no design de cada tomada de luz, de cada maçaneta, nos cestos de papel, na escolha do aparelho de televisão, em cada copo, luminária, xícara ou bule de chá trazidos à mesa. É como um destino assumindo a partir de uma vocação, para toda a vida. Talvez nos pareça tudo isso viver um pouco 'fora do mundo', ou melhor, dentro de mundo preservado a partir de uma 'escola', como o é igualmente o ambiente de tantos arquitetos de todo o mundo.
Mas onde emerge o Brasil, se emerge, em sua obra? Eu diria que na cor, no pigmento puro a luminosidade do país tropical permanece. Eu diria que, em sua pintura, na sensualidade do tato dos pontos/pigmentos essa aproximação física - inexistente na Europa do Norte - é igualmente bem brasileira. E que mesmo em sua extensa série de dez telas quadradas 'monocromáticas' dos anos 70 a cor/luz vibra como a exuberância de nossa natureza, embora construídas/delimitadas pelo rigor da disciplina estrita de Ulm".
Aracy Amaral (Mavignier 75. In: MAVIGNIER, Almir. Mavignier 75. São Paulo: MAM, 2000. p. 8.)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, no IAB/RJ
1951 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1955 - Berna (Suíça) - Individual, na Galerie 33
1957 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, na Galeria Gänsheide 26
1957 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1957 - Zurique (Suíça) - Individual, na Neumarkt 17 AG
1959 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1960 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Azimut
1960 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galeria Suzanne Bollag
1961 - Kaiserslautern (Alemanha) - Individual, no Pfälzische Landesgewerbeanstalt
1961 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Nota
1962 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1963 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1963 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1964 - Antuérpia (Bélgica) - Individual, na Galerie Ad Libitum
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1966 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Europa-Center
1966 - Colônia (Alemanha) - Individual, na Galerie der Spiegel
1967 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1967 - Varsóvia (Polônia) - Individual, no Museu Zacheta
1968 - Hannover (Alemanha) - Individual, no Kestner-Gesellschaft
1969 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Hamburger Kunsthalle
1970 - Bremen (Alemanha) - Individual, na Galeria Rewolle
1970 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, na Galeria Loehr
1970 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galeria Dröscher
1970 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Heseler
1970 - Saulgau (Alemanha) - Individual, na Galerie Die Fähre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Denise René Hans Mayer
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, no Kunstmuseum Dussseldorf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1974 - Zurique (Suíça) - Individual, no Kunstgewerbemuseum
1975 - Munique (Alemanha) - Individual, no Die Neue Sammlung
1977 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1981 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Schöeller
1981 - Essen (Alemanha) - Individual, no Deutsches Plakatmuseum
1981 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Museum für Kunst und Gewerbe
1984 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galerie Edition Meissner
1985 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung - Prêmio Stankowski
1985 - Bottrop (Alemanha) - Individual, no Josef Albers Museum
1986 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Museum und Kunstverein
1987 - Otterndorf (Alemanha) - Individual, no Studio A
1988 - Xangai (China) - Individual, na Academia de Arte
1989 - Brasília DF - Individual, no MAB
1989 - Porto Alegre RS - Individual, na UFRGS. Instituto de Arte
1989 - São Paulo SP - Almir Mavignier: cartazes, no MAM/SP
1989 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Forschungsinnstitut für Anwendungsorientierte Wissensverrbeitung
1990 - Munique (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Staatliche Antikensammlungen und Glyptothek
1990 - Hamburgo (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Hamburger Kunsthalle
1990 - Herning (Dinamarca) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Herning Kunstmuseum
1995 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Mies van der Rohe Haus
1995 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Stadt Haus
2000 - São Paulo SP - Mavignier 75, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Atelier Silvestre
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas-Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Paris (França) - 38º Salão de Maio
1953 - Paris (França) - Salon des Réalités Nouvelles
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1958 - Düsseldorf (Alemanha) - Grupo Zero
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Stringenz: novas tendências alemãs, na Galeria Pagani
1959 - Munique - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, na Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1961 - Zagreb (Iugoslávia, atual Croácia) - 1ª Novas Tendências
1962 - Amsterdã (Holanda) - Exposição Nul, no Stedelijk Museum Amsterdam
1962 - Leverkusen (Alemanha) - Konstruktivisten, no Morsbroich Museum
1963 - Hamburgo (Alemanha) - Angewandte Kunst in Europa Nach 1945, no Museum für Kunst und Gewerbe
1964 - Kassel (Alemanha) - 3ª Documenta, no Museum Fridericianum
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1964 - Washington (Estados Unidos) - Coletiva, na Livraria do Congresso
1965 - Nova York (Estados Unidos) - The Responsive Eye, no MoMA
1965 - Tóquio (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Kyoto (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Nagoya (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1966 - Filadélfia (Estados Unidos) - Three Graphic Artists
1966 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Cartaz - 2º prêmio
1967- Nova York (Estados Unidos) - Three Graphic Designers, no MoMA
1968 - Hannover (Alemanha) - Ars Multiplicata, no Kunstverein
1968 - Hannover (Alemanha) - Deutsche Kunst Heute, no Kunstverein
1968 - Kassel (Alemanha) - 4ª Documenta, no Museum Fridericianum
1968 - Wuppertal (Alemanha) - Krieg, Kiwet, Mavignier, Vostell, no Kunst und Museumverein
1968 - Nova York (Estados Unidos) - Word and Image, no MoMA
1968 - Tóquio (Japão) - International Biennial Exhibition of Prints - prêmio de melhor gravador
1968 - Varsóvia (Polônia) - 2ª Bienal do Cartaz
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza
1969 - Nuremberg (Alemanha) - 1ª Bienal de Nuremberg
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - Wuppertal (Alemanha) - Optical Art, no Kunst und Museumsverein
1971 - Nuremberg (Alemanha) - 2ª Bienal de Nuremberg
1972 - Munique (Alemanha) - Grupo Zero, na Galeria Heseler
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - São Petersburgo (Rússia) Artista(s) Participante(s) - Gráfica de Hamburgo (1973 : São Petersburgo, Rússia) - State Hermitage Museum (São Petersburgo, Rússia)
1973 - São Petersburgo (União Soviética, atual Rússia) - Gráfica de Hamburgo, no State Hermitage Museum
1973 - Hamburgo (Alemanha) - Gráfica de Hamburgo
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962 (1977 : São Paulo, SP) - Pinacoteca do Estado
1978 - Stuttgart (Alemanha) - 12 Coleções de 30 Folhas: arte contemporânea, no Institut für Auslandsbeziehungen
1979 - Hong Kong (China) - Meissner Edition, no Art Center
1979 - São Paulo SP - Coleção Theon Spanudis, no MAC/USP
1979 - Zurique (Suíça) - Gruppe Zero, Kunsthaus
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1981 - Hamburgo (Alemanha) - 12 de Hamburgo, na Kunsthaus
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Milão (Itália) - Azimuth & Azimut, no Padiglione d'Arte Contemporanea
1985 - Salzburgo (Áustria) - Zero: um movimento europeu, no Museu Carolino Augusteum
1986 - Berlim (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Grosse Orangerie Schloss
1986 - Bochum (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Museum Bochum
1986 - Frankfurt (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Paulskirche
1986 - Saarbrücken (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Stadtgalerie
1986 - Stuttgart (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Kultur Unterm Turm
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra, na Fundação Bienal
1986 - Belo Horizonte MG - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Berlim (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung, no Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - Stuttgart (Alemanha) - Cartazes Exóticos, na Graph Sammlung d. Staats Galerie
1987 - Ulm (Alemanha) - Coletiva, na Escola Superior da Forma de Ulm
1988 - Paris (França) - Hochschule für Gestaltung Ulm, no Centre Georges Pompidou
1988 - Zurique (Suíça) - 30 Anos de Arte Concreta, na Galerie Suzanne Bollag
1989 - Ferrara (Itália) - Preto e Branco, no Palazzo dei Diamanti
1989 - Hamburgo (Alemanha) - Aurora: 222 anos de Escola de Belas Artes
1989 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Coleção Lenz Schönberg
1990 - Ulm (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung: cartazes, no HFG-Arquivo
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Essen (Alemanha) - Grupo Zero: uma vanguarda européia, na Galeria Neher
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Gravuras: sutilezas e mistérios, técnicas de impressão, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1996 - Colônia (Alemanha) - Kunst im Anschlag, no Museum für Angewandte Kunst
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1998 - Essen (Alemanha) - Zero-Heute, na Galerie Neher
1998 - Hamburgo (Alemanha) - Küstlerplakate, no Museum für Kunst und Gewerbe
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Berlim (Alemanha) - Geometrie als Gestalt, no Neue Nationalgalerie
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneio 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - São Paulo SP - Construtivismo e a Forma como Roupa, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Construtivos e Cinéticos, na Galeria Berenice Arvani
Fonte: ALMIR Mavignier. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 29 de Jun. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Se formou no colegial em 1946 e estudou pintura com Árpád Szenes no Rio de Janeiro. Em 1949, fez sua primeira abstrata. Em 1951 realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). No mesmo ano ele se mudou para Paris. De 1946 a 1951 foi diretor e co-fundador do atelier de pintura no Centro Nacional de Psiquiatria Pedro II do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.
A partir de 1952, dedicou-se às suas pinturas de arte concreta. Em 1953 ele foi para Ulm e estudou lá até 1958 no College of Design em Ulm no Departamento de Design Visual com Max Bill e Josef Albers. Em 1954 ele criou seu primeiro "point pictures", em 1955, seu primeiro "Rasterstrukturen". A partir de 1956, ele criou as imagens de arte óptica, de 1957 ele também pintou quadros monocromáticos. A partir de 1958, ele trabalhou em conjunto com os artistas do grupo "ZERO". Em 1959 ele fundou seu próprio estúdio em Ulm e trabalhou como designer gráfico freelancer. Em 1960/1961 foi co-organizador e curador da exposição "Neue Tendenzen" em Zagreb. Em 1964 foi participante da documenta III em Kassel. Em 1965, Mavignier recebeu a nomeação como professor de pintura na Staatliche Hochschule für Bildende Künste em Hamburgo. Ele fundou seu estúdio em Hamburgo em 1968. No mesmo ano, foi convidado para documentar pela segunda vez como participante da documenta.
Mavignier também atuou em gráficos de cartazes, criando mais de 200 pôsteres, principalmente para exposições artísticas e culturais.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 29 de junho de 2018.
Crédito fotográfico: Photo: Niko Bellgardt
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Morre aos 93 anos Almir Mavignier, pioneiro da arte geométrica brasileira
Artista foi principal colaborador de Nise da Silveira no projeto que deu origem ao Museu de Imagens do Inconsciente
Com a partida de Almir Mavignier, o mundo se despede de um dos últimos representantes de um momento ímpar da história da arte: o construtivismo latino-americano. Um dos pioneiros da arte geométrica brasileira, o artista, nascido em 1925, no bairro carioca de Vila Isabel, foi também o principal colaborador da doutora Nise da Silveira na implantação do ateliê de arte no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, que daria origem ao Museu de Imagens do Inconsciente.
Mavignier morreu nesta segunda-feira, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, onde vivia desde os anos 1960, depois de ter sido aluno e professor na emblemática Escola de Design de Ulm. O artista deixa viúva, Sigrid, e um filho, o também artista Delmar Mavignier. A causa da morte não foi divulgada.
A obra de Mavignier é uma ponte possível entre a arte moderna e as transformações que ela exigiria de si mesma para ganhar o mundo e novas possibilidades de comunicação com o público. Foi aluno de Arpad Szènes e Maria Helena Vieira da Silva, e frequentou também as aulas e conversas com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Nesse início de carreira, nos anos 1940, sua pintura ainda é figurativa, mas já com grandes planos de cor que apontam para um desejo de abstração. Jovem pobre, não tinha recursos para sustentar seus estudos ou alugar um ateliê. Conseguiu, então, um emprego de meio período como guarda de sala do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Foi dele a ideia do Ateliê de Arte, fundado em 1946, que revolucionou a psiquiatria no Brasil e chamou a atenção de Jung. De quebra, o artista conseguiu um lugar para trabalhar — e pintava seus próprios trabalhos ao lado dos internos, trocando ideias.
Amigos de Mavignier passaram a frequentar o Engenho de Dentro. Três deles — os artistas Abraham Palatnik e Ivan Serpa e o crítico de arte Mario Pedrosa — formariam uma espécie de grupo não-programático que se organizou bem antes do Grupo Ruptura (1952), que cunhou o termo “arte concreta” em São Paulo. Ao conhecer a obra dos artistas do ateliê psiquiátrico, Palatnik abandonou a pintura e ficou em recesso criativo por dois anos, até conceber o primeiro “Aparelho cinecromático” (1949). O próprio Mavignier radicalizou um caminho rumo à abstração, e o convívio com os artistas do inconsciente foi fundamental para a obra crítica de Pedrosa. Não seria exagero dizer, então, que a iniciativa de Mavignier e Nise possibilitou que a loucura fosse uma espécie de matriz da arte abstrata geométrica brasileira.
No início dos anos 1950, Mavignier recebeu um convite para ir estudar em Paris. De lá, partiu para a Escola de Ulm, onde estudou com a brasileira Mary Vieira e o alemão Josef Albers. Entre 1958 e a década seguinte, integrou o importante Grupo Zero, do qual também fizeram parte artistas como Yves Klein, Piero Manzoni e Lucio Fontana.
As revoluções formais que Albers provocou a partir da pesquisa do quadrado deixaram grande impacto na obra do artista brasileiro, que, no entanto, mergulhou na forma e na cor à sua maneira. Na pintura de Mavignier, chamam a atenção os pontos de tinta, como coágulos, que formam formas geométricas sobrepostas. Esses pontos, espaçados e graduados na superfície da tela, dão a ilusão de cor e de movimento, como se as formas geométricas pudessem ser animadas por cores que dançam, cores que são luz.
O grande domínio da cor e a experiência em Ulm vão ser usados a favor das artes gráficas, e o artista se transformou em designer reconhecido em todo o mundo. Inventou um tipo de cartaz seriado, que faz sentido tanto quando colado unitariamente quando como um conjunto que se soma, um a um, nos muros ou tapumes.
Nos últimos dois anos, muito debilitado fisicamente — perdia a visão e já usava cadeira de rodas —, Mavigner manteve-se lúcido e curioso, trabalhando em seu ateliê, onde pesquisava novas danças para a forma.
Fonte: Jornal O Globo, por Daniela Name, em 4 de setembro de 2018.
Almir da Silva Mavignier (Rio de Janeiro, RJ, 1 de maio de 1925 - Hamburgo, Alemanha, 3 de setembro de 2018), conhecido como Almir Mavignier, foi um pintor e artista gráfico brasileiro radicado na Alemanha. É conhecido internacionalmente como um representante artístico de Arte concreta e Op art.
Biografia Itaú Cultural
A Reconhecido como um dos primeiros brasileiros a produzir arte concreta, é também estimado por ter proposto, com a médica Nise da Silveira (1905 - 1999), o uso de atividades artísticas como método de terapia ocupacional.
Mavignier inicia seu aprendizado artístico nos cursos da Associação Brasileira de Desenho, em 1946. No mesmo ano, frequenta o ateliê do artista húngaro Arpad Szenes (1897-1985), de quem recebe influência. Também participa, nessa época, da fundação do Ateliê de Pintura e Modelagem, que integra a Seção de Terapêutica Ocupacional do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (atual Museu de Imagens do Inconsciente), criado pela psiquiatra Nise da Silveira. Lá, orienta internos como Raphael (1912 - 1979), Emygdio de Barros (1895 - 1986) e Isaac (1906 - 1966).
No ateliê de Szenes, um ano mais tarde, Mavignier acompanha as aulas do artista Axl Leskoschek (1889 - 1975) e do pintor alemão Henrique Boese (1897 - 1982); pinta cenas de interiores e naturezas-mortas. Nessa época, sua pintura é figurativa e lírica, guardando semelhanças com o trabalho de artistas franceses como Pierre Bonnard (1867 - 1947) e Édouard Vuillard (1869 - 1940).
Após conhecer as teorias do crítico de arte Mário Pedrosa (1900- 981), Mavignier inicia pesquisas na área da abstração: "A tese de Pedrosa A influência da teoria da Gestalt sobre a obra de arte me informou que o conteúdo de uma forma não se encontra na sua associação com formas da natureza. Esse conhecimento me permitiu abandonar uma pintura naturalista e iniciar uma pintura de pesquisas concretas de formas livres de associações".1 A partir dessas pesquisas, o artista inicia uma progressiva produção artística voltada à pintura não figurativa.
Mavignier faz, em 1949, sua primeira aquarela abstrata: Estudo. Na sequência, produz pinturas com formas orgânicas geometrizadas, em que reduz o número de cores, mas mantém os meios-tons e a pincelada expressiva de seu trabalho figurativo. No mesmo ano, integra o primeiro grupo de arte abstrata do Rio de Janeiro, com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Abraham Palatnik (1928) e o crítico Mário Pedrosa.
Em 1950, Mavignier viaja para São Paulo com Pedrosa, Palatnik e Mary Vieira (1927 - 2001) e visita a exposição do artista concreto suíço Max Bill (1908 - 1994), no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp). Essa mostra é decisiva para a formação de Mavignier: ele entra em contato direto com a produção construtiva, que se torna sua influência central. Ainda em 1950, produz sua primeira exposição individual, exibindo pinturas abstratas e figurativas no Instituto dos Arquitetos do Brasil do Rio de Janeiro (IAB/RJ). Também organiza naquele ano, com Léon Dégand e Lourival Gomes Machado, a exposição 9 Artistas do Engenho de Dentro, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP).
No ano seguinte, 1951, o artista monta outra exposição individual no MAM/SP, com trabalhos abstratos, e muda-se para Paris, com bolsa do governo francês. Durante sua permanência na França, frequenta as oficinas da Académie de La Grande Chaumière. Faz suas primeiras telas concretas no ateliê do pintor abstrato Jean Dewasne (1921 - 1999), trabalhando com esmalte sobre superfície de madeira. Os quadros são mostrados no Salão de Maio de 1952 e no Salão das Realités Nouvelles, ambos em Paris.
Em 1954, Mavignier começa seu curso de comunicação visual na Hochschule für Gestaltung [Escola Superior da Forma], em Ulm, Alemanha. Sua obra incorpora a estética e os procedimentos do concretismo de maneira sistemática. Nesse período de estudos, é influenciado pelo artista e professor Josef Albers (1888 - 1976) e mantém contato com Max Bill. Suas telas, assim como as de Albers, se organizam por formas quadradas: Mavignier faz quadriláteros fragmentados por pontos de cor que compõem variações tonais ou de relevo.
O artista produz, em 1957, seu primeiro cartaz, iniciando importante trajetória nas artes gráficas. Um ano depois, conclui o curso na Escola de Ulm e continua residindo na cidade, onde atua como pintor e artista gráfico. Participa do Grupo Zero, entre 1958 e 1964, com os artistas Heinz Mack (1931), Otto Piene (1928), Yves Klein (1928 - 1962) e Jean Tinguely (1925 - 1991). Em meados desse período, projeta e organiza a exposição Novas Tendências, primeira mostra internacional de op art na Iugoslávia, realizada em 1960.
Sua pintura nessa década mantém uma relação com a op art. Os trabalhos, como os da série Côncavo e Convexo, de 1962, são mostrados na Documenta de Kassel e na Bienal de Veneza em 1964. Em 1965, o artista participa da mostra Op Art, the responsive Eye, dedicada ao movimento, no Museum of Modern Art (MoMA), em Nova York. No mesmo ano, muda-se para Hamburgo, onde começa sua carreira de professor de pintura na Hochschule für Bildende Künste [Escola de Artes Visuais], papel que exerce até 1990.
A primeira mostra retrospectiva do artista é organizada em 1967; montada em Munique e Hanover. Mavignier se naturaliza alemão em 1981, mas sua importância como artista brasileiro cresce em seu país de origem. Entre o final do século XX e início do século XXI, são organizados no Brasil diversos eventos dedicados a sua obra: em 1989, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) monta uma exposição com seu trabalho gráfico; cinco anos depois ele tem parte de sua obra exibida na mostra Bienal Brasil Século XX; em 2000, a pesquisadora Aracy Amaral monta uma exposição em homenagem aos 75 anos do artista, no MAM/SP.
É possível identificar na trajetória de Mavignier, entre o artista figurativo e o concreto, um percurso de mudança e consolidação artística que resulta de estudo e pesquisa sistemáticos nas áreas de pintura e artes gráficas. É dessas escolhas que resulta o prestígio que tem constantemente colocado seu trabalho em evidência.
Críticas
"A decisão pela arte concreta impôs-se com a reflexão e a vivência de seus primeiros meses no Velho Mundo. A partir de 1953 permaneceu longamente na Hochschule fur Gestaltung, aprofundando-se em comunicação visual. Entre seus mestres achava-se Albers, a quem deve 'uma nova interpretação do problema da cor, marca maior até hoje em todo o meu trabalho'. Radicado na Europa, mas expondo com regularidade no Brasil, desenvolveu uma pintura à base de alinhavados de pontos de cor pura, que se interacionam ritmicamente para provocar vibrações óticas. Mavignier liga-se nessa prospecção a toda uma série de artistas internacionais, tendo apurado o sentido estrutural de sua produção na serigrafia e particularmente na mensagem cartazística. ´Do ponto de vista brasileiro, é este um caso raro de artista do meu país a assimilar rapidamente e com resultados tão positivos um dos aspectos típicos da civilização alemã, em geral não muito próxima da nossa índole: a invenção técnica', afirma Murilo Mendes sobre Mavignier, a quem se refere ainda como alguém que contribuiu para 'demonstrar o mito da impossibilidade da coexistência de espírito humanista e civilização industrial' ".
Walter Zanini (Arte concreta e neoconcreta no Brasil. In: _______. História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. v. 2, p. 658.)
"Frente a Mavignier não estamos diante apenas de um artista gráfico excepcional, de realizações exemplares. Estamos frente a um pintor que não abre mão de sua vocação como artista plástico, e cujo trabalho nutre o cartazismo que o tornou reconhecido na Europa, mas cuja pintura também se nutre da intimidade com os mistérios da cor, das justaposições e sobreposições cromáticas de que se vale enquanto artista gráfico.
Na verdade, pode-se perguntar: o que permanece de suas origens, do Brasil, neste artista gráfico e pintor há quase cinco décadas vivendo fora de seu país de nascimento? Eu diria de imediato que o rigor estrutural e compositivo de toda a sua obra espelha sem dúvida a Hochschule für Gestaltung, a Escola Superior da Forma, de Ulm, que ele se orgulha de ter freqüentado, com mestres com os quais pôde conviver. Esta postura apreendida em Ulm se reflete em seu espaço pessoal, seu grande ateliê de Hamburgo, impecável em sua ordem e organização, como dirige a concepção de seus cartazes e sua pintura. A série dedicada ao alfabeto de Albers incorporado em vários cartazes de Mavignier - inclusive no cartaz da exposição que comemorou seus 70 anos - reflete esse respeito. Assim como o culto pela antigüidade clássica, tão genuinamente germânica, já está integrada na personalidade e no gosto deste artista carioca que não vacila em afirmar que 'sem passado não há futuro nem presente'. Mesmo que no caso de um brasileiro seja um passado, como a antigüidade egípcia tão cara a Mavignier, tomada de empréstimo através da admiração por um processo civilizatório que não o nosso. Que na Europa, sim, possui um nexo, por ter passado pelo Mediterrâneo para a Grécia e depois Roma, e daí ao território europeu, porém que de nós está a uma distância estelar.
O 'ateliê pequeno' deste artista, e sua casa também transpiram o espírito de Ulm, nos transportam à organização do espaço e mestre de nosso século, como Saarinen, Le Corbusier, Alvar Aalto, Charles Eames, entre outros. A obsessão do detalhe, ou o perfeccionismo perseguido no design de cada tomada de luz, de cada maçaneta, nos cestos de papel, na escolha do aparelho de televisão, em cada copo, luminária, xícara ou bule de chá trazidos à mesa. É como um destino assumindo a partir de uma vocação, para toda a vida. Talvez nos pareça tudo isso viver um pouco 'fora do mundo', ou melhor, dentro de mundo preservado a partir de uma 'escola', como o é igualmente o ambiente de tantos arquitetos de todo o mundo.
Mas onde emerge o Brasil, se emerge, em sua obra? Eu diria que na cor, no pigmento puro a luminosidade do país tropical permanece. Eu diria que, em sua pintura, na sensualidade do tato dos pontos/pigmentos essa aproximação física - inexistente na Europa do Norte - é igualmente bem brasileira. E que mesmo em sua extensa série de dez telas quadradas 'monocromáticas' dos anos 70 a cor/luz vibra como a exuberância de nossa natureza, embora construídas/delimitadas pelo rigor da disciplina estrita de Ulm".
Aracy Amaral (Mavignier 75. In: MAVIGNIER, Almir. Mavignier 75. São Paulo: MAM, 2000. p. 8.)
Exposições Individuais
1950 - Rio de Janeiro RJ - Primeira individual, no IAB/RJ
1951 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP
1955 - Berna (Suíça) - Individual, na Galerie 33
1957 - Stuttgart (Alemanha) - Individual, na Galeria Gänsheide 26
1957 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1957 - Zurique (Suíça) - Individual, na Neumarkt 17 AG
1959 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1960 - Milão (Itália) - Individual, na Galeria Azimut
1960 - Zurique (Suíça) - Individual, na Galeria Suzanne Bollag
1961 - Kaiserslautern (Alemanha) - Individual, no Pfälzische Landesgewerbeanstalt
1961 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Nota
1962 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Studio F
1963 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MAM/RJ
1963 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1963 - São Paulo SP - Individual, na Faap
1963 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Ulmer Museum
1964 - Antuérpia (Bélgica) - Individual, na Galerie Ad Libitum
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1966 - Berlim (Alemanha) - Individual, no Europa-Center
1966 - Colônia (Alemanha) - Individual, na Galerie der Spiegel
1967 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado Geral do Brasil
1967 - Varsóvia (Polônia) - Individual, no Museu Zacheta
1968 - Hannover (Alemanha) - Individual, no Kestner-Gesellschaft
1969 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Hamburger Kunsthalle
1970 - Bremen (Alemanha) - Individual, na Galeria Rewolle
1970 - Frankfurt (Alemanha) - Individual, na Galeria Loehr
1970 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galeria Dröscher
1970 - Munique (Alemanha) - Individual, na Galeria Heseler
1970 - Saulgau (Alemanha) - Individual, na Galerie Die Fähre
1972 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Denise René Hans Mayer
1973 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, no Kunstmuseum Dussseldorf
1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1974 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte
1974 - Zurique (Suíça) - Individual, no Kunstgewerbemuseum
1975 - Munique (Alemanha) - Individual, no Die Neue Sammlung
1977 - São Paulo SP - Individual, no Masp
1981 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Schöeller
1981 - Essen (Alemanha) - Individual, no Deutsches Plakatmuseum
1981 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, no Museum für Kunst und Gewerbe
1984 - Hamburgo (Alemanha) - Individual, na Galerie Edition Meissner
1985 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung - Prêmio Stankowski
1985 - Bottrop (Alemanha) - Individual, no Josef Albers Museum
1986 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Museum und Kunstverein
1987 - Otterndorf (Alemanha) - Individual, no Studio A
1988 - Xangai (China) - Individual, na Academia de Arte
1989 - Brasília DF - Individual, no MAB
1989 - Porto Alegre RS - Individual, na UFRGS. Instituto de Arte
1989 - São Paulo SP - Almir Mavignier: cartazes, no MAM/SP
1989 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Forschungsinnstitut für Anwendungsorientierte Wissensverrbeitung
1990 - Munique (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Staatliche Antikensammlungen und Glyptothek
1990 - Hamburgo (Alemanha) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Hamburger Kunsthalle
1990 - Herning (Dinamarca) - Almir Mavignier: retrospectiva, no Herning Kunstmuseum
1995 - Berlim (Alemanha) - Individual, na Mies van der Rohe Haus
1995 - Ulm (Alemanha) - Individual, no Stadt Haus
2000 - São Paulo SP - Mavignier 75, no MAM/SP
Exposições Coletivas
1947 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, no Atelier Silvestre
1951 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Naturezas-Mortas, no Serviço de Alimentação e Previdência Social
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon
1952 - Paris (França) - 38º Salão de Maio
1953 - Paris (França) - Salon des Réalités Nouvelles
1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1958 - Düsseldorf (Alemanha) - Grupo Zero
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Milão (Itália) - Stringenz: novas tendências alemãs, na Galeria Pagani
1959 - Munique - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Zurique (Suíça) - Konkrete Kunst, na Helmhaus
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1961 - Zagreb (Iugoslávia, atual Croácia) - 1ª Novas Tendências
1962 - Amsterdã (Holanda) - Exposição Nul, no Stedelijk Museum Amsterdam
1962 - Leverkusen (Alemanha) - Konstruktivisten, no Morsbroich Museum
1963 - Hamburgo (Alemanha) - Angewandte Kunst in Europa Nach 1945, no Museum für Kunst und Gewerbe
1964 - Kassel (Alemanha) - 3ª Documenta, no Museum Fridericianum
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1964 - Washington (Estados Unidos) - Coletiva, na Livraria do Congresso
1965 - Nova York (Estados Unidos) - The Responsive Eye, no MoMA
1965 - Tóquio (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Kyoto (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1965 - Nagoya (Japão) - 8ª Bienal de Tóquio
1966 - Filadélfia (Estados Unidos) - Three Graphic Artists
1966 - Varsóvia (Polônia) - 1ª Bienal do Cartaz - 2º prêmio
1967- Nova York (Estados Unidos) - Three Graphic Designers, no MoMA
1968 - Hannover (Alemanha) - Ars Multiplicata, no Kunstverein
1968 - Hannover (Alemanha) - Deutsche Kunst Heute, no Kunstverein
1968 - Kassel (Alemanha) - 4ª Documenta, no Museum Fridericianum
1968 - Wuppertal (Alemanha) - Krieg, Kiwet, Mavignier, Vostell, no Kunst und Museumverein
1968 - Nova York (Estados Unidos) - Word and Image, no MoMA
1968 - Tóquio (Japão) - International Biennial Exhibition of Prints - prêmio de melhor gravador
1968 - Varsóvia (Polônia) - 2ª Bienal do Cartaz
1968 - Veneza (Itália) - 34ª Bienal de Veneza
1969 - Nuremberg (Alemanha) - 1ª Bienal de Nuremberg
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1969 - Wuppertal (Alemanha) - Optical Art, no Kunst und Museumsverein
1971 - Nuremberg (Alemanha) - 2ª Bienal de Nuremberg
1972 - Munique (Alemanha) - Grupo Zero, na Galeria Heseler
1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP
1973 - São Petersburgo (Rússia) Artista(s) Participante(s) - Gráfica de Hamburgo (1973 : São Petersburgo, Rússia) - State Hermitage Museum (São Petersburgo, Rússia)
1973 - São Petersburgo (União Soviética, atual Rússia) - Gráfica de Hamburgo, no State Hermitage Museum
1973 - Hamburgo (Alemanha) - Gráfica de Hamburgo
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962 (1977 : São Paulo, SP) - Pinacoteca do Estado
1978 - Stuttgart (Alemanha) - 12 Coleções de 30 Folhas: arte contemporânea, no Institut für Auslandsbeziehungen
1979 - Hong Kong (China) - Meissner Edition, no Art Center
1979 - São Paulo SP - Coleção Theon Spanudis, no MAC/USP
1979 - Zurique (Suíça) - Gruppe Zero, Kunsthaus
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1981 - Hamburgo (Alemanha) - 12 de Hamburgo, na Kunsthaus
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Milão (Itália) - Azimuth & Azimut, no Padiglione d'Arte Contemporanea
1985 - Salzburgo (Áustria) - Zero: um movimento europeu, no Museu Carolino Augusteum
1986 - Berlim (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Grosse Orangerie Schloss
1986 - Bochum (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Museum Bochum
1986 - Frankfurt (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Paulskirche
1986 - Saarbrücken (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, na Stadtgalerie
1986 - Stuttgart (Alemanha) - Artistas Estrangeiros na Alemanha, no Kultur Unterm Turm
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Hotel Internacional, na Galeria de Arte Banerj
1986 - Rio de Janeiro RJ - Tempos de Guerra: Pensão Mauá, na Galeria de Arte Banerj
1986 - São Paulo SP - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra, na Fundação Bienal
1986 - Belo Horizonte MG - Tempos de Guerra: Pensão Mauá - O Brasil na Guerra
1986 - Veneza (Itália) - 42ª Bienal de Veneza
1987 - Berlim (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung, no Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1987 - Stuttgart (Alemanha) - Cartazes Exóticos, na Graph Sammlung d. Staats Galerie
1987 - Ulm (Alemanha) - Coletiva, na Escola Superior da Forma de Ulm
1988 - Paris (França) - Hochschule für Gestaltung Ulm, no Centre Georges Pompidou
1988 - Zurique (Suíça) - 30 Anos de Arte Concreta, na Galerie Suzanne Bollag
1989 - Ferrara (Itália) - Preto e Branco, no Palazzo dei Diamanti
1989 - Hamburgo (Alemanha) - Aurora: 222 anos de Escola de Belas Artes
1989 - Moscou (União Soviética, atual Rússia) - Coleção Lenz Schönberg
1990 - Ulm (Alemanha) - Hochschule für Gestaltung: cartazes, no HFG-Arquivo
1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP
1992 - Essen (Alemanha) - Grupo Zero: uma vanguarda européia, na Galeria Neher
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, na Kunsthaus Zürich
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1994 - São Paulo SP - Gravuras: sutilezas e mistérios, técnicas de impressão, na Pinacoteca do Estado
1994 - São Paulo SP - Poética da Resistência: aspectos da gravura brasileira, na Galeria de Arte do Sesi
1996 - Colônia (Alemanha) - Kunst im Anschlag, no Museum für Angewandte Kunst
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP
1998 - Essen (Alemanha) - Zero-Heute, na Galerie Neher
1998 - Hamburgo (Alemanha) - Küstlerplakate, no Museum für Kunst und Gewerbe
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1999 - Berlim (Alemanha) - Geometrie als Gestalt, no Neue Nationalgalerie
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Mônica e George Kornis, no Espaço Cultural dos Correios
2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Calouste Gulbenkian. Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal
2002 - Londrina PR - São ou Não São Gravuras?, no Museu de Arte de Londrina
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneio 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - São Paulo SP - Construtivismo e a Forma como Roupa, no MAM/SP
2004 - São Paulo SP - Construtivos e Cinéticos, na Galeria Berenice Arvani
Fonte: ALMIR Mavignier. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 29 de Jun. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
Se formou no colegial em 1946 e estudou pintura com Árpád Szenes no Rio de Janeiro. Em 1949, fez sua primeira abstrata. Em 1951 realizou sua primeira exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP). No mesmo ano ele se mudou para Paris. De 1946 a 1951 foi diretor e co-fundador do atelier de pintura no Centro Nacional de Psiquiatria Pedro II do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro.
A partir de 1952, dedicou-se às suas pinturas de arte concreta. Em 1953 ele foi para Ulm e estudou lá até 1958 no College of Design em Ulm no Departamento de Design Visual com Max Bill e Josef Albers. Em 1954 ele criou seu primeiro "point pictures", em 1955, seu primeiro "Rasterstrukturen". A partir de 1956, ele criou as imagens de arte óptica, de 1957 ele também pintou quadros monocromáticos. A partir de 1958, ele trabalhou em conjunto com os artistas do grupo "ZERO". Em 1959 ele fundou seu próprio estúdio em Ulm e trabalhou como designer gráfico freelancer. Em 1960/1961 foi co-organizador e curador da exposição "Neue Tendenzen" em Zagreb. Em 1964 foi participante da documenta III em Kassel. Em 1965, Mavignier recebeu a nomeação como professor de pintura na Staatliche Hochschule für Bildende Künste em Hamburgo. Ele fundou seu estúdio em Hamburgo em 1968. No mesmo ano, foi convidado para documentar pela segunda vez como participante da documenta.
Mavignier também atuou em gráficos de cartazes, criando mais de 200 pôsteres, principalmente para exposições artísticas e culturais.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 29 de junho de 2018.
Crédito fotográfico: Photo: Niko Bellgardt
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Morre aos 93 anos Almir Mavignier, pioneiro da arte geométrica brasileira
Artista foi principal colaborador de Nise da Silveira no projeto que deu origem ao Museu de Imagens do Inconsciente
Com a partida de Almir Mavignier, o mundo se despede de um dos últimos representantes de um momento ímpar da história da arte: o construtivismo latino-americano. Um dos pioneiros da arte geométrica brasileira, o artista, nascido em 1925, no bairro carioca de Vila Isabel, foi também o principal colaborador da doutora Nise da Silveira na implantação do ateliê de arte no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, que daria origem ao Museu de Imagens do Inconsciente.
Mavignier morreu nesta segunda-feira, na cidade de Hamburgo, na Alemanha, onde vivia desde os anos 1960, depois de ter sido aluno e professor na emblemática Escola de Design de Ulm. O artista deixa viúva, Sigrid, e um filho, o também artista Delmar Mavignier. A causa da morte não foi divulgada.
A obra de Mavignier é uma ponte possível entre a arte moderna e as transformações que ela exigiria de si mesma para ganhar o mundo e novas possibilidades de comunicação com o público. Foi aluno de Arpad Szènes e Maria Helena Vieira da Silva, e frequentou também as aulas e conversas com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Nesse início de carreira, nos anos 1940, sua pintura ainda é figurativa, mas já com grandes planos de cor que apontam para um desejo de abstração. Jovem pobre, não tinha recursos para sustentar seus estudos ou alugar um ateliê. Conseguiu, então, um emprego de meio período como guarda de sala do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Foi dele a ideia do Ateliê de Arte, fundado em 1946, que revolucionou a psiquiatria no Brasil e chamou a atenção de Jung. De quebra, o artista conseguiu um lugar para trabalhar — e pintava seus próprios trabalhos ao lado dos internos, trocando ideias.
Amigos de Mavignier passaram a frequentar o Engenho de Dentro. Três deles — os artistas Abraham Palatnik e Ivan Serpa e o crítico de arte Mario Pedrosa — formariam uma espécie de grupo não-programático que se organizou bem antes do Grupo Ruptura (1952), que cunhou o termo “arte concreta” em São Paulo. Ao conhecer a obra dos artistas do ateliê psiquiátrico, Palatnik abandonou a pintura e ficou em recesso criativo por dois anos, até conceber o primeiro “Aparelho cinecromático” (1949). O próprio Mavignier radicalizou um caminho rumo à abstração, e o convívio com os artistas do inconsciente foi fundamental para a obra crítica de Pedrosa. Não seria exagero dizer, então, que a iniciativa de Mavignier e Nise possibilitou que a loucura fosse uma espécie de matriz da arte abstrata geométrica brasileira.
No início dos anos 1950, Mavignier recebeu um convite para ir estudar em Paris. De lá, partiu para a Escola de Ulm, onde estudou com a brasileira Mary Vieira e o alemão Josef Albers. Entre 1958 e a década seguinte, integrou o importante Grupo Zero, do qual também fizeram parte artistas como Yves Klein, Piero Manzoni e Lucio Fontana.
As revoluções formais que Albers provocou a partir da pesquisa do quadrado deixaram grande impacto na obra do artista brasileiro, que, no entanto, mergulhou na forma e na cor à sua maneira. Na pintura de Mavignier, chamam a atenção os pontos de tinta, como coágulos, que formam formas geométricas sobrepostas. Esses pontos, espaçados e graduados na superfície da tela, dão a ilusão de cor e de movimento, como se as formas geométricas pudessem ser animadas por cores que dançam, cores que são luz.
O grande domínio da cor e a experiência em Ulm vão ser usados a favor das artes gráficas, e o artista se transformou em designer reconhecido em todo o mundo. Inventou um tipo de cartaz seriado, que faz sentido tanto quando colado unitariamente quando como um conjunto que se soma, um a um, nos muros ou tapumes.
Nos últimos dois anos, muito debilitado fisicamente — perdia a visão e já usava cadeira de rodas —, Mavigner manteve-se lúcido e curioso, trabalhando em seu ateliê, onde pesquisava novas danças para a forma.
Fonte: Jornal O Globo, por Daniela Name, em 4 de setembro de 2018.