Abraham Palatnik (Natal, RN, 19 de fevereiro de 1928 — Rio de Janeiro, RJ, 9 de maio de 2020) foi um pintor, escultor, desenhista, artista cinético e designer de produtos brasileiro, pioneiro em arte cinética no Brasil, pois suas obras contêm instalações elétricas que criam movimentos e jogos de luzes.
Biografia
Um dos pioneiros da arte cinética, Abraham Palatnik se debruça sobre a luz e o movimento com olhos de artista e cientista. Vindo de uma família de judeus russos, estudou artes plásticas ao mesmo tempo em que fazia um curso sobre motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel. Inovou ao unir arte e tecnologia, expondo na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) seu primeiro aparelho cinecromático, o que lhe rendeu menção honrosa do júri internacional.
Como aprofundamento de sua pesquisa, Palatnik passa a produzir, a partir dos anos 60, verdadeiras máquinas artísticas. Peças coloridas são encaixadas num complexo sistema de motores - não apenas sugerindo movimento, mas realmente movendo-se em trajetórias das mais inusitadas.
Por isso, suas obras têm um quê onírico. É um criador de impossibilidades, rompendo os limites da tela e da escultura. Um homem que, como sugerem os títulos de suas últimas exposições, ordenou nuvens e reinventou a pintura.
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Biografia Itaú Cultural
Em 1932, muda-se com a família para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Freqüenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947. Retorna ao Brasil em 1948, e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1925) e Almir Mavignier (1925). Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.
O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição, abandonar o pincel e o figurativo e partir para relações mais livres entre forma e cor. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebe menção honrosa do júri internacional. Em 1954, integra o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar (1930), Mário Pedrosa, Franz Weissmann (1911-2005), Lygia Clark (1920-1988) e outros.
Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Análise
A partir de 1943, Palatnik tem aulas de desenho, pintura e estética no Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, onde permanece até 1947. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas. O crítico Frederico Morais (1936) comenta os desenhos dessa época e conta que nos feitos "a grafite, a linha é ágil, fluente, quase lírica". No desenho a carvão, "o traço negro é firme, sólido, realista, por vezes expressionista". Em 1948, regressa ao Brasil, instala-se no Rio de Janeiro e conhece artistas como Renina Katz, Almir Mavignier e Ivan Serpa. Com Mavignier, frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa e os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Diz o artista: "O impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversações com Mário Pedrosa demoliram minhas convicções em relação à arte".2 Palatnik deixa de pensar a qualidade da obra baseada no manejo realista das tintas e na associação da arte com o motivo. Sua pintura e sua escultura abandonam os critérios escolares de composição e partem para relações livres entre formas e cores.
Nesse momento, aproxima-se da arte abstrata. Após pintar algumas telas construtivas, começa, em 1949, a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em seu primeiro texto sobre Palatnik, Pedrosa descreve esses aparelhos como caixas em que ele "projeta sobre a tela ou outro qualquer material semitransparente composições de formas coloridas em movimento". O trabalho é pioneiro no uso de fontes luminosas artificiais na arte.
Em 1953 o artista expõe novos Cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha. O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. Faz parte de diversas mostras do grupo. Está na primeira coletiva na Galeria Ibeu, no Rio de Janeiro, em 1954. Em 1955 participa de mostras como a do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), de Volta Redonda e de Resende.
A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1962, inicia a série Progressões. De acordo com Frederico Morais, trata-se da disposição de "uma série de faixas de um determinado material em uma superfície que busca compor efeitos óticos". Nesse trabalho Palatnik utiliza materiais como madeira, cartões, cordas e poliéster.
Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionadas por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder. No entanto, diferenciam-se deles por se mover com regularidade mecânica dentro da dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra lhe dá projeção internacional e ele passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética. Tal reconhecimento leva-o a participar, em 1964, da mostra internacional de arte cinética Mouvement, na Galeria Denise René, em Paris.
Em 1999, Frederico Morais organiza mostras retrospectivas de Palatnik no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói). Ele é consagrado pioneiro, o primeiro que explorou as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira. O que Mário Pedrosa descreve, em 1953, continua valendo para a carreira do artista-inventor, que segue sua trajetória "tornando as máquinas aptas a gerarem obras de arte".
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural
Abraham Palatnik começa a desenhar tanques de guerra em Israel, em 1942, e o desenho ganha outra dimensão em sua vida. Na volta ao Brasil, seis anos depois, conhece o trabalho coordenado por Nise da Silveira (1905-1999) no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (RJ) e, encantado com a densidade da produção artística dos pacientes, desiste da pintura e aposta em outros suportes, com obras que unem estética e tecnologia e desafiam as percepções de espaço, dimensão, cor, luz e movimento. Em 1949, cria Focos Luminosos, sendo o primeiro artista a explorar a luz e seu movimento. Em 1951, cria Aparelho Cinecromático, que desta vez não tinha como foco a luz projetada, mas a estrutura e seus elementos em si. Avança no campo tridimensional e, em 1964, expõe Objetos Cinéticos, com esculturas movidas a eletroímãs e motores. “Porque achava que o interior deveria ser exposto”, explica.
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural (Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula)
Críticas
"Nas pesquisas mais recentes - ao lado do antigo interesse pela mobilidade real, que o fez incorporar novos materiais e processos, como ímãs e campos magnéticos, conduzindo à participação direta do espectador em jogos de pura percepção lúdico-visual -, Palatnik deslocou-se até o conceito de cinetismo virtual, com os 'relevos progressivos' montados ritmicamente em seqüências de lâminas finíssimas de uma mesma madeira para cada conjunto; aqui, aproveitando a evidência de veios, nós e outras marcas naturais internas de uma matéria também natural, ele faz com que o movimento nasça da dinâmica possível ao olho do espectador, disposto a percorrer a superfície coberta como que por uma sucessão de fotogramas se modificando quase imperceptivelmente no espaço e pelo tempo. A visualidade acionada é, portanto, seu núcleo de ação: 'Há certas condições naturais que impressionam o homem, e cabe ao artista mostrá-las. Por isso, pretendo atingir os sentidos, ativando a percepção'".
Roberto PontualPONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
"Palatnik está na linha dos pesquisadores de plástica de luz, isto é, dos efeitos do espaço-tempo sobre nossa sensibilidade. (...) Ele partiu do caleidoscópio, inconformado com o sistema primitivo de se contemplarem imagens por um olho e a rodar um vidro. Quis então ampliar a visão, libertando-a da caixinha em que se escondia para projetá-la na parede por um sistema de lentes. Foi uma revelação: visões de estruturas fantásticas estavam destinadas a não passar além da categoria de brinquedos de criança. Nasceu-lhe da descoberta a idéia, a de procurar um meio de controlar essas estruturas fantásticas, fazendo-as voltar a certas formas iniciais e a criar, assim, um ritmo. Mas o arbitrário é inerente ao caleidoscópio. As estruturas aí se geram ao acaso da manipulação do observador. O artista não podia satisfazer-se com esse arbítrio, que o excluía da obra. Quis então intervir nas metamorfoses do caleidoscópio para dirigir essas formas num sentido plástico. (...) A cor, enfim, se liberta dos restos de sua existência, dependente do objeto, de seu materialismo local, químico. Torna-se agora pura, direta, oriunda de fontes luminosas artificiais. (...) A luz transforma-se em meio de expressão plástica graças às próprias qualidades, como a fluidez, a irradiação, o dinamismo, a descontinuidade, a infiltração, o expansionismo envolvente, arrefecimento, etc."
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mário. Abraham Palatnik. In: MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: MAM; Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988.)
"Pioneiro no uso da eletricidade no âmbito criativo contemporâneo, Palatnik mostra-se também, através deste seu aparelho cinecromático, como um pioneiro da arte programada, visto o funcionamento e projeção de imagens cromáticas por ciclos definidos pelo artista. Ainda da década de 50, este aparelho propõe ao espectador, como uma caverna mágica, representações abstratas que se sucedem por um período de tempo determinado. Daí porque Palatnik encarna bem o artista como inventor de nosso tempo, no qual o domínio da técnica e a imaginativa tangenciam a poética visual que tanto interessou aos concretos e neoconcretos. Mesmo em sua pintura, em que o ritmo é o elemento básico para a composição em progressão, seja através de módulos de finos cortes de madeira como quando pinta com tinta acrílica sobre tela, a precisão matemática atua como impulso ordenador na organização do espaço".
Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. São Paulo: Techint Engenharia, 1988.)
"(...) especulações estéticas à parte, sempre existiu na criação de Palatnik a possibilidade de um intercâmbio criativo/produtivo entre arte, ciência, tecnologia e indústria. Na entrevista (...) de 1981, ele afirma: 'Para inventar alguma coisa é preciso possuir um comportamento anticonvencional. Eu acho que as indústrias deveriam convocar artistas plásticos porque eles possuem um potencial perceptivo que pode resolver muitos problemas'. Era esta a proposta dos fundadores da Bauhaus (1919/1933) ao basearem sua didática no estabelecimento de um circuito arte-indústria, no qual a arte serviria para conter os excessos pragmáticos da indústria e esta, inversamente, conteria os excessos românticos da arte. 'Continuo apostando na intuição, embora meu trabalho sempre exija cálculos matemáticos', conclui".
Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Abraham Palatnik: um pioneiro da arte tecnológica. In: Retrospectiva Abraham Palatnik: a trajetória de um artista inventor. São Paulo: Itaú Cultural, 1999.)
Depoimentos Abraham Palatnik
"A evolução do ser humano está ligada diretamente à adoção da tecnologia e da informação, e sem dúvida faz parte de um projeto.
Acredito em cultura dinâmica na qual, por intermédio de uma tecnologia adequada, utilizamos nosso potencial adquirido para evoluir e se ajustar constantemente ao mundo que nos cerca.
O homem, que é um organismo vivo imerso num dado ambiente, só pode perceber através de seus órgãos sensoriais.
Essas informações são coordenadas através do sistema de nervos e cérebro, sofrendo um processo de armazenamento, comparação e seleção. Finalmente emergem para atuar no mundo exterior por intermédio de órgãos estruturais excepcionalmente planejados como, entre outros, músculos e articulações. Ocorrem reações que se combinam com informações já acumuladas para assegurar um comportamento futuro mais adequado. A validade da informação está no nosso ajustamento constante ao mundo exterior enquanto fazemos sentir nossa atuação nele, diretamente ou por intermédio de nossas extensões e tecnologias. Uma espécie de 'permuta'.
Só assim se justifica nossa presença.
É evidente que a tecnologia tem que ser adquirida a duras penas em contraste com a tecnologia da sociedade animal. A aranha prepara uma armadilha eficiente e econômica com uma matéria-prima fabricada por ela mesma e muito sofisticada em viscosidade e elasticidade.
Imobiliza sua vítima com habilidade. Faz manutenção e reparos. Sua arquitetura é planejada na rota da caça, etc. . . No entanto a aranha nunca aprende nada, já nasce com os 'circuitos impressos'.
A formiga, do mesmo modo, também tem tarefas rígidas, limitadas e moldadas na sua estrutura, cujas condições fisiológicas se comparam aos 'artigos baratos' produzidos em massa na nossa sociedade.
O ser humano representa um grande investimento em estudo e aprendizagem ao longo de dezenas de anos. Desprezar esta vantagem seria uma degradação da própria natureza do homem e um desperdício de suas potencialidades. Estas pontencialidades devem ser conservadas e ativadas pelo estímulo à percepção e à criatividade, diversificando nossas extensões, implantando nelas nossa sabedoria e habilidade e assumindo comando projetista. Uma espécie de anti-rotina, contrariando assim o ritmo lento da evolução espontânea. Sem percepção e criatividade, a aprendizagem através da informação codificada pode trair-nos.
O volume das informações está aumentando, e suas características se modificando, estando ligadas cada vez mais aos veículos de divulgação em massa e em linguagem codificada. O acesso a todas essas informações é atordoante e impossível. A seleção se faz necessária. Surgem os especialistas que sabem cada vez mais sobre menos. Um dia saberão tudo sobre nada.
Nos meus primeiros trabalhos procuro os princípios que geram informações, ou seja, o princípio da ordem e da essência. As informações no universo estão geralmente ocultas, disfarçadas em meio à desordem.
É necessário o mecanismo da percepção e da intuição para que estas se manifestem 'de repente'. É a esta 'surpresa' que tenho o maior interesse e fascínio. Inicia-se o processo da 'permuta' e por meio de tecnologia adequada procuro disciplinar as informações.
Também acho que a forma de alguma coisa não é apenas o seu contorno, mas principalmente a sua essência. Alcançar essa essência é realmente intrigante. É a origem de todas as manifestações estéticas manipuladas pelos artistas. A sensibilidade é posta à prova, o mecanismo da improvisação desabrocha, e o ludismo se apresenta reaproximando o homem de sua condição de participação e integração".
Abraham Palatnik (1977PALATNIK, Abraham. Abraham Palatnik. Rio de Janeiro: IAB, 1981.)
Acervos
Acervo Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Museum of Fine Arts, Houston - Estados Unidos
MoMA, Nova York - Estados Unidos
Exposições Individuais
1960 - Rio de Janeiro RJ - Aparelho Cinecromático, no Museu de Arte Moderna
1964 - Saint Gallen (Suíça) - Individual, na Saint Gallen University
1964 - Ulm (Alemanha) - Individual, na Galerie Studio F
1965 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Hella Nibelung
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado do Brasil
1965 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Howard Wise Gallery
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1965 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1966 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento do Rio de Janeiro
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Aplicada
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Aktuell
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1999 - Niterói RJ - Abraham Palatnik: retrospectiva, no Museu de Arte Contemporânea
2000 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2002 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2002 - São Paulo SP - Pioneiro Palatnik: máquinas de pintar e máquinas de desacelerar, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2005 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2008 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2009 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Anita Schwartz Galeria
Exposições Coletivas
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - menção honrosa do júri internacional
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, no MAM/RJ
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Artes Plásticas, na Galeria Ibeu Copacabana
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1965 - Baden-Baden (Alemanha) - Licht und Bewegung, no Staatliche Kunsthalle
1965 - Berna (Suíça) - Licht und Bewegung, no Kunsthalle
1965 - Boston (Estados Unidos) - Art Turned on, no Institute of Contemporary Art
1965 - Bruxelas (Bélgica) - Lumière, Mouvement et Optique, no Palais de Beaux-Arts
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Mouvement II, na Galerie Denise Rene
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAC/USP
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - São Paulo SP - Proposta 65, na Faap
1965 - Tel Aviv (Israel) - Art et Mouvement, no Tel Aviv Museum of Art
1965 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Museum fur Angewandt Kunst
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, na Sala Beethovenhalle
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Córdoba (Argentina) - 3ª Bienal Americana de Arte - 3º prêmio
1966 - Eindhoven (Holanda) - Kunst-Licht-Kunst, no Stedelijk van Abbemuseum
1966 - Houston (Estados Unidos) - Contemporary Painting in Brazil, na Kiko Gallery
1966 - Lima (Peru) - Festival Americano de Pintura, na Feira Internacional del Pacífico
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Dezessete Pintores Latino-Americanos, no MAM/RJ
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Kinetic Art, no Fine Arts Museums of San Francisco
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1967 - Chicago (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Minneapolis (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Walker Art Center
1967 - Flint (Estados Unidos) - Light and Movement, no Flint Institute of Arts
1967 - Houston (Estados Unidos) - Art in America, na Associação de Arte Contemporânea
1967 - Milwaukee (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Milwaukee Art Center
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Let There be Light, na Coleção Malcolm Forbes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Lights in Orbit, na Howard Wise Gallery
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Luminism, no Hotel George Washington
1967 - Rio de Janeiro RJ - 3º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, na Galeria Bonino - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Urbana (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Worcester (Estados Unidos) - Light and Motion, no Worcester Art Museum
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM/RJ - sala especial
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Ibeu Copacabana
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Integração da Obra de Arte na Arquitetura, na Galeria Ibeu Copacabana
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap
1979 - Rio de Janeiro RJ - Artes no Shopping, no Shopping Cassino Atlântico
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuell
1979 - São Paulo SP - Mostra de Escultura Lúdica, no Masp
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras
1984 - Rio de Janeiro RJ - Um Aniversário e 5 Grandes Artistas, na Galeria Aktuelll
1984 - São Paulo SP - Artistas Plásticos Judeus, no MAB/Faap
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Abraham Palatnik , Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat
1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, no Instituto Brasil-Estados Unidos
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição
1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, no MAC/USP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ponte para o Século XXI, no Rio Design Center
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1988 - Rio de Janeiro RJ - Exposição dos Protótipos do Concurso Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Décio Vieira, na Villa Rizzo
1988 - Rio de Janeiro RJ - Papel no Espaço, na Galeria Aktuelll
1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu de Charlottenborg
1989 - Niterói RJ - Pintores Construtivos, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
1989 - Rio de Janeiro RJ - Nossos Anos 80, na Casa de Cultura Laura Alvim
1989 - Rio de Janeiro RJ - Viva França, na GB ARTe
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília
1990 - Rio de Janeiro RJ - Arte como Construção, no Rio Design Center
1991 - Rio de Janeiro RJ - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no CCBB
1992 - Porto Alegre RS - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no Centro Municipal de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Satamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Direitos Humanos: pintando a solução, no MNBA
1993 - São Paulo SP - 23º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC-Niterói
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Mostra inaugural, no Mercado de Arte e Cultura Silvia Curti
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC-Niterói
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. A Técnica - Máquinas de Arte, no Itaú Cultural
2000 - Madri (Espanha) - Heterótopos: médio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC-Niterói
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60, no MAM/SP
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Universidarte, na Universidade Estácio de Sá. Galeria Maria Martins
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som do Rock Pop Brasil, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - A Forma e a Imagem Técnica na Arte do Rio de Janeiro: 1950-1975, no Paço das Artes
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Fiat Lux: a luz na arte, no Centro Cultural da Justiça Federal
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade , no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Porto Alegre RS - Hiper Relações Eletrodigitais, no Santander Cultural
Fonte: ABRAHAM Palatnik. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Abr. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
De família judia de origem ucraniana, estudou pintura, desenho, história e filosofia da arte na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel.
De volta ao Brasil, em 1948, integrou o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da Arte cinética, após a menção especial do júri internacional, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Integrou o Grupo Frente, aproximando-se da poética visual dos concretos e neoconcretos. Desde então, vem desenvolvendo um trabalho que une pesquisa visual e rigor matemático. Suas obras integram coleções particulares em importantes museus europeus e norte americanos.
Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de abril de 2017.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Abraham Palatnik morre, aos 92 anos, vítima da Covid-19
Pioneiro na arte cinética, Palatnik estava internado desde o final de abril. Artista enfrentava complicações respiratórias por conta da doença.
O artista plástico Abraham Palatnik, de 92 anos, pioneiro na arte cinética, morreu no sábado, dia 9 de maio de 2020, vítima da Covid-19. Estava internado desde o dia 29 de abril, no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Segundo relatos, ele sofria com problemas respiratórios, que foram agravados pelo novo coronavírus.
Um dos pioneiros a trabalhar com a arte cinética, uma vertente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças, o nome de Palatnik é reconhecido mundialmente.
Atualmente o artista tem obras expostas em instituições internacionais, como o Museum of Fine Arts, em Houston, e o MoMA, em Nova York.
Potiguar e carioca
Nascido em Natal, em 1932, Palatnik se mudou ainda jovem para onde hoje fica o Estado de Israel. Depois de completar a primeira parte de seus estudos no exterior, o artista retorna ao Brasil em 1948, dessa vez para o Rio de Janeiro.
Arte cinética
Por volta de 1949, Palatnik iniciou seus estudos sobre a luz e o movimento, que resultaram no Aparelho Cinecromático. Nessa época, o artista começou a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos, são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. A invenção foi exposta em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebeu a menção honrosa do júri internacional.
Alguns anos depois, o artista passou a integrar o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Franz Weissmann, Lygia Clark e outros grandes nomes dessa geração. Ele desenvolve, a partir de 1964, os objetos cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz.
Em grande parte de sua obra, o rigor com a matemática se faz presente e vira uma marca de seu trabalho. Palatnik é considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Influência de hospital psiquiátrico
Antes de desenvolver o conceito da arte cinética, Abraham Palatnik, ao lado de Almir Mavignier e do crítico de arte Mário Pedrosa, começou a frequentar os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Lá ele conheceu o trabalho da doutora Nise da Silveira.
Segundo o artista, o impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversas com Mário Pedrosa influenciaram em toda sua obra.
Com a influência, Palatnik abandona critérios escolares de composição e parte para relações livres entre formas e cores. Nesse momento, o artista aproxima-se da arte abstrata.
Em 1953, o artista apresenta seus trabalhos cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha.
Desde 1999, mostras retrospectivas de Palatnik estão expostas no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).
Em 2017, o artista ganhou a exposição retrospectiva "Abraham Palatnik — A reinvenção da pintura" com 92 trabalhos, sendo três deles inéditos. A mostra passou pelo Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, além de cidades como Brasília, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Outras marcas
Mesmo reconhecido pelo seu trabalho com obras cinéticas, Palatnik também apresentou outras novidades no mundo artístico.
Algumas de suas séries, como “Progressões” e “W”, nas quais o movimento está sempre presente, ainda que sem a interferência de motores ou engrenagens, sua carreira ganhou ainda mais destaque.
Nessas obras, as linhas criadas pela justaposição de filetes de madeira, acrílico ou de cartão mantêm a sensação de que as peças se mexem diante dos olhos do espectador. A busca pelo equilíbrio entre cores, formas e dinamismo é uma marca constante dos mais de 70 anos de produção.
Em 2018, Abraham Palatnik ganhou o Prêmio Faz Diferença, promovido pelo Jornal O Globo, na categoria Artes Plásticas.
Fonte: G1, publicado em 9 de maio de 2020.
Abraham Palatnik (Natal, RN, 19 de fevereiro de 1928 — Rio de Janeiro, RJ, 9 de maio de 2020) foi um pintor, escultor, desenhista, artista cinético e designer de produtos brasileiro, pioneiro em arte cinética no Brasil, pois suas obras contêm instalações elétricas que criam movimentos e jogos de luzes.
Biografia
Um dos pioneiros da arte cinética, Abraham Palatnik se debruça sobre a luz e o movimento com olhos de artista e cientista. Vindo de uma família de judeus russos, estudou artes plásticas ao mesmo tempo em que fazia um curso sobre motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel. Inovou ao unir arte e tecnologia, expondo na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) seu primeiro aparelho cinecromático, o que lhe rendeu menção honrosa do júri internacional.
Como aprofundamento de sua pesquisa, Palatnik passa a produzir, a partir dos anos 60, verdadeiras máquinas artísticas. Peças coloridas são encaixadas num complexo sistema de motores - não apenas sugerindo movimento, mas realmente movendo-se em trajetórias das mais inusitadas.
Por isso, suas obras têm um quê onírico. É um criador de impossibilidades, rompendo os limites da tela e da escultura. Um homem que, como sugerem os títulos de suas últimas exposições, ordenou nuvens e reinventou a pintura.
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Biografia Itaú Cultural
Em 1932, muda-se com a família para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Freqüenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947. Retorna ao Brasil em 1948, e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1925) e Almir Mavignier (1925). Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.
O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição, abandonar o pincel e o figurativo e partir para relações mais livres entre forma e cor. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebe menção honrosa do júri internacional. Em 1954, integra o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar (1930), Mário Pedrosa, Franz Weissmann (1911-2005), Lygia Clark (1920-1988) e outros.
Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Análise
A partir de 1943, Palatnik tem aulas de desenho, pintura e estética no Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, onde permanece até 1947. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas. O crítico Frederico Morais (1936) comenta os desenhos dessa época e conta que nos feitos "a grafite, a linha é ágil, fluente, quase lírica". No desenho a carvão, "o traço negro é firme, sólido, realista, por vezes expressionista". Em 1948, regressa ao Brasil, instala-se no Rio de Janeiro e conhece artistas como Renina Katz, Almir Mavignier e Ivan Serpa. Com Mavignier, frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa e os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Diz o artista: "O impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversações com Mário Pedrosa demoliram minhas convicções em relação à arte".2 Palatnik deixa de pensar a qualidade da obra baseada no manejo realista das tintas e na associação da arte com o motivo. Sua pintura e sua escultura abandonam os critérios escolares de composição e partem para relações livres entre formas e cores.
Nesse momento, aproxima-se da arte abstrata. Após pintar algumas telas construtivas, começa, em 1949, a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em seu primeiro texto sobre Palatnik, Pedrosa descreve esses aparelhos como caixas em que ele "projeta sobre a tela ou outro qualquer material semitransparente composições de formas coloridas em movimento". O trabalho é pioneiro no uso de fontes luminosas artificiais na arte.
Em 1953 o artista expõe novos Cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha. O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. Faz parte de diversas mostras do grupo. Está na primeira coletiva na Galeria Ibeu, no Rio de Janeiro, em 1954. Em 1955 participa de mostras como a do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), de Volta Redonda e de Resende.
A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1962, inicia a série Progressões. De acordo com Frederico Morais, trata-se da disposição de "uma série de faixas de um determinado material em uma superfície que busca compor efeitos óticos". Nesse trabalho Palatnik utiliza materiais como madeira, cartões, cordas e poliéster.
Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionadas por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder. No entanto, diferenciam-se deles por se mover com regularidade mecânica dentro da dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra lhe dá projeção internacional e ele passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética. Tal reconhecimento leva-o a participar, em 1964, da mostra internacional de arte cinética Mouvement, na Galeria Denise René, em Paris.
Em 1999, Frederico Morais organiza mostras retrospectivas de Palatnik no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói). Ele é consagrado pioneiro, o primeiro que explorou as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira. O que Mário Pedrosa descreve, em 1953, continua valendo para a carreira do artista-inventor, que segue sua trajetória "tornando as máquinas aptas a gerarem obras de arte".
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural
Abraham Palatnik começa a desenhar tanques de guerra em Israel, em 1942, e o desenho ganha outra dimensão em sua vida. Na volta ao Brasil, seis anos depois, conhece o trabalho coordenado por Nise da Silveira (1905-1999) no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (RJ) e, encantado com a densidade da produção artística dos pacientes, desiste da pintura e aposta em outros suportes, com obras que unem estética e tecnologia e desafiam as percepções de espaço, dimensão, cor, luz e movimento. Em 1949, cria Focos Luminosos, sendo o primeiro artista a explorar a luz e seu movimento. Em 1951, cria Aparelho Cinecromático, que desta vez não tinha como foco a luz projetada, mas a estrutura e seus elementos em si. Avança no campo tridimensional e, em 1964, expõe Objetos Cinéticos, com esculturas movidas a eletroímãs e motores. “Porque achava que o interior deveria ser exposto”, explica.
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural (Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula)
Críticas
"Nas pesquisas mais recentes - ao lado do antigo interesse pela mobilidade real, que o fez incorporar novos materiais e processos, como ímãs e campos magnéticos, conduzindo à participação direta do espectador em jogos de pura percepção lúdico-visual -, Palatnik deslocou-se até o conceito de cinetismo virtual, com os 'relevos progressivos' montados ritmicamente em seqüências de lâminas finíssimas de uma mesma madeira para cada conjunto; aqui, aproveitando a evidência de veios, nós e outras marcas naturais internas de uma matéria também natural, ele faz com que o movimento nasça da dinâmica possível ao olho do espectador, disposto a percorrer a superfície coberta como que por uma sucessão de fotogramas se modificando quase imperceptivelmente no espaço e pelo tempo. A visualidade acionada é, portanto, seu núcleo de ação: 'Há certas condições naturais que impressionam o homem, e cabe ao artista mostrá-las. Por isso, pretendo atingir os sentidos, ativando a percepção'".
Roberto PontualPONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
"Palatnik está na linha dos pesquisadores de plástica de luz, isto é, dos efeitos do espaço-tempo sobre nossa sensibilidade. (...) Ele partiu do caleidoscópio, inconformado com o sistema primitivo de se contemplarem imagens por um olho e a rodar um vidro. Quis então ampliar a visão, libertando-a da caixinha em que se escondia para projetá-la na parede por um sistema de lentes. Foi uma revelação: visões de estruturas fantásticas estavam destinadas a não passar além da categoria de brinquedos de criança. Nasceu-lhe da descoberta a idéia, a de procurar um meio de controlar essas estruturas fantásticas, fazendo-as voltar a certas formas iniciais e a criar, assim, um ritmo. Mas o arbitrário é inerente ao caleidoscópio. As estruturas aí se geram ao acaso da manipulação do observador. O artista não podia satisfazer-se com esse arbítrio, que o excluía da obra. Quis então intervir nas metamorfoses do caleidoscópio para dirigir essas formas num sentido plástico. (...) A cor, enfim, se liberta dos restos de sua existência, dependente do objeto, de seu materialismo local, químico. Torna-se agora pura, direta, oriunda de fontes luminosas artificiais. (...) A luz transforma-se em meio de expressão plástica graças às próprias qualidades, como a fluidez, a irradiação, o dinamismo, a descontinuidade, a infiltração, o expansionismo envolvente, arrefecimento, etc."
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mário. Abraham Palatnik. In: MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: MAM; Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988.)
"Pioneiro no uso da eletricidade no âmbito criativo contemporâneo, Palatnik mostra-se também, através deste seu aparelho cinecromático, como um pioneiro da arte programada, visto o funcionamento e projeção de imagens cromáticas por ciclos definidos pelo artista. Ainda da década de 50, este aparelho propõe ao espectador, como uma caverna mágica, representações abstratas que se sucedem por um período de tempo determinado. Daí porque Palatnik encarna bem o artista como inventor de nosso tempo, no qual o domínio da técnica e a imaginativa tangenciam a poética visual que tanto interessou aos concretos e neoconcretos. Mesmo em sua pintura, em que o ritmo é o elemento básico para a composição em progressão, seja através de módulos de finos cortes de madeira como quando pinta com tinta acrílica sobre tela, a precisão matemática atua como impulso ordenador na organização do espaço".
Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. São Paulo: Techint Engenharia, 1988.)
"(...) especulações estéticas à parte, sempre existiu na criação de Palatnik a possibilidade de um intercâmbio criativo/produtivo entre arte, ciência, tecnologia e indústria. Na entrevista (...) de 1981, ele afirma: 'Para inventar alguma coisa é preciso possuir um comportamento anticonvencional. Eu acho que as indústrias deveriam convocar artistas plásticos porque eles possuem um potencial perceptivo que pode resolver muitos problemas'. Era esta a proposta dos fundadores da Bauhaus (1919/1933) ao basearem sua didática no estabelecimento de um circuito arte-indústria, no qual a arte serviria para conter os excessos pragmáticos da indústria e esta, inversamente, conteria os excessos românticos da arte. 'Continuo apostando na intuição, embora meu trabalho sempre exija cálculos matemáticos', conclui".
Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Abraham Palatnik: um pioneiro da arte tecnológica. In: Retrospectiva Abraham Palatnik: a trajetória de um artista inventor. São Paulo: Itaú Cultural, 1999.)
Depoimentos Abraham Palatnik
"A evolução do ser humano está ligada diretamente à adoção da tecnologia e da informação, e sem dúvida faz parte de um projeto.
Acredito em cultura dinâmica na qual, por intermédio de uma tecnologia adequada, utilizamos nosso potencial adquirido para evoluir e se ajustar constantemente ao mundo que nos cerca.
O homem, que é um organismo vivo imerso num dado ambiente, só pode perceber através de seus órgãos sensoriais.
Essas informações são coordenadas através do sistema de nervos e cérebro, sofrendo um processo de armazenamento, comparação e seleção. Finalmente emergem para atuar no mundo exterior por intermédio de órgãos estruturais excepcionalmente planejados como, entre outros, músculos e articulações. Ocorrem reações que se combinam com informações já acumuladas para assegurar um comportamento futuro mais adequado. A validade da informação está no nosso ajustamento constante ao mundo exterior enquanto fazemos sentir nossa atuação nele, diretamente ou por intermédio de nossas extensões e tecnologias. Uma espécie de 'permuta'.
Só assim se justifica nossa presença.
É evidente que a tecnologia tem que ser adquirida a duras penas em contraste com a tecnologia da sociedade animal. A aranha prepara uma armadilha eficiente e econômica com uma matéria-prima fabricada por ela mesma e muito sofisticada em viscosidade e elasticidade.
Imobiliza sua vítima com habilidade. Faz manutenção e reparos. Sua arquitetura é planejada na rota da caça, etc. . . No entanto a aranha nunca aprende nada, já nasce com os 'circuitos impressos'.
A formiga, do mesmo modo, também tem tarefas rígidas, limitadas e moldadas na sua estrutura, cujas condições fisiológicas se comparam aos 'artigos baratos' produzidos em massa na nossa sociedade.
O ser humano representa um grande investimento em estudo e aprendizagem ao longo de dezenas de anos. Desprezar esta vantagem seria uma degradação da própria natureza do homem e um desperdício de suas potencialidades. Estas pontencialidades devem ser conservadas e ativadas pelo estímulo à percepção e à criatividade, diversificando nossas extensões, implantando nelas nossa sabedoria e habilidade e assumindo comando projetista. Uma espécie de anti-rotina, contrariando assim o ritmo lento da evolução espontânea. Sem percepção e criatividade, a aprendizagem através da informação codificada pode trair-nos.
O volume das informações está aumentando, e suas características se modificando, estando ligadas cada vez mais aos veículos de divulgação em massa e em linguagem codificada. O acesso a todas essas informações é atordoante e impossível. A seleção se faz necessária. Surgem os especialistas que sabem cada vez mais sobre menos. Um dia saberão tudo sobre nada.
Nos meus primeiros trabalhos procuro os princípios que geram informações, ou seja, o princípio da ordem e da essência. As informações no universo estão geralmente ocultas, disfarçadas em meio à desordem.
É necessário o mecanismo da percepção e da intuição para que estas se manifestem 'de repente'. É a esta 'surpresa' que tenho o maior interesse e fascínio. Inicia-se o processo da 'permuta' e por meio de tecnologia adequada procuro disciplinar as informações.
Também acho que a forma de alguma coisa não é apenas o seu contorno, mas principalmente a sua essência. Alcançar essa essência é realmente intrigante. É a origem de todas as manifestações estéticas manipuladas pelos artistas. A sensibilidade é posta à prova, o mecanismo da improvisação desabrocha, e o ludismo se apresenta reaproximando o homem de sua condição de participação e integração".
Abraham Palatnik (1977PALATNIK, Abraham. Abraham Palatnik. Rio de Janeiro: IAB, 1981.)
Acervos
Acervo Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Museum of Fine Arts, Houston - Estados Unidos
MoMA, Nova York - Estados Unidos
Exposições Individuais
1960 - Rio de Janeiro RJ - Aparelho Cinecromático, no Museu de Arte Moderna
1964 - Saint Gallen (Suíça) - Individual, na Saint Gallen University
1964 - Ulm (Alemanha) - Individual, na Galerie Studio F
1965 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Hella Nibelung
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado do Brasil
1965 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Howard Wise Gallery
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1965 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1966 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento do Rio de Janeiro
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Aplicada
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Aktuell
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1999 - Niterói RJ - Abraham Palatnik: retrospectiva, no Museu de Arte Contemporânea
2000 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2002 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2002 - São Paulo SP - Pioneiro Palatnik: máquinas de pintar e máquinas de desacelerar, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2005 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2008 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2009 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Anita Schwartz Galeria
Exposições Coletivas
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - menção honrosa do júri internacional
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, no MAM/RJ
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Artes Plásticas, na Galeria Ibeu Copacabana
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1965 - Baden-Baden (Alemanha) - Licht und Bewegung, no Staatliche Kunsthalle
1965 - Berna (Suíça) - Licht und Bewegung, no Kunsthalle
1965 - Boston (Estados Unidos) - Art Turned on, no Institute of Contemporary Art
1965 - Bruxelas (Bélgica) - Lumière, Mouvement et Optique, no Palais de Beaux-Arts
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Mouvement II, na Galerie Denise Rene
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAC/USP
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - São Paulo SP - Proposta 65, na Faap
1965 - Tel Aviv (Israel) - Art et Mouvement, no Tel Aviv Museum of Art
1965 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Museum fur Angewandt Kunst
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, na Sala Beethovenhalle
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Córdoba (Argentina) - 3ª Bienal Americana de Arte - 3º prêmio
1966 - Eindhoven (Holanda) - Kunst-Licht-Kunst, no Stedelijk van Abbemuseum
1966 - Houston (Estados Unidos) - Contemporary Painting in Brazil, na Kiko Gallery
1966 - Lima (Peru) - Festival Americano de Pintura, na Feira Internacional del Pacífico
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Dezessete Pintores Latino-Americanos, no MAM/RJ
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Kinetic Art, no Fine Arts Museums of San Francisco
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1967 - Chicago (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Minneapolis (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Walker Art Center
1967 - Flint (Estados Unidos) - Light and Movement, no Flint Institute of Arts
1967 - Houston (Estados Unidos) - Art in America, na Associação de Arte Contemporânea
1967 - Milwaukee (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Milwaukee Art Center
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Let There be Light, na Coleção Malcolm Forbes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Lights in Orbit, na Howard Wise Gallery
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Luminism, no Hotel George Washington
1967 - Rio de Janeiro RJ - 3º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, na Galeria Bonino - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Urbana (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Worcester (Estados Unidos) - Light and Motion, no Worcester Art Museum
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM/RJ - sala especial
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Ibeu Copacabana
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Integração da Obra de Arte na Arquitetura, na Galeria Ibeu Copacabana
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap
1979 - Rio de Janeiro RJ - Artes no Shopping, no Shopping Cassino Atlântico
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuell
1979 - São Paulo SP - Mostra de Escultura Lúdica, no Masp
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras
1984 - Rio de Janeiro RJ - Um Aniversário e 5 Grandes Artistas, na Galeria Aktuelll
1984 - São Paulo SP - Artistas Plásticos Judeus, no MAB/Faap
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Abraham Palatnik , Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat
1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, no Instituto Brasil-Estados Unidos
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição
1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, no MAC/USP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ponte para o Século XXI, no Rio Design Center
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1988 - Rio de Janeiro RJ - Exposição dos Protótipos do Concurso Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Décio Vieira, na Villa Rizzo
1988 - Rio de Janeiro RJ - Papel no Espaço, na Galeria Aktuelll
1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu de Charlottenborg
1989 - Niterói RJ - Pintores Construtivos, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
1989 - Rio de Janeiro RJ - Nossos Anos 80, na Casa de Cultura Laura Alvim
1989 - Rio de Janeiro RJ - Viva França, na GB ARTe
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília
1990 - Rio de Janeiro RJ - Arte como Construção, no Rio Design Center
1991 - Rio de Janeiro RJ - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no CCBB
1992 - Porto Alegre RS - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no Centro Municipal de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Satamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Direitos Humanos: pintando a solução, no MNBA
1993 - São Paulo SP - 23º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC-Niterói
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Mostra inaugural, no Mercado de Arte e Cultura Silvia Curti
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC-Niterói
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. A Técnica - Máquinas de Arte, no Itaú Cultural
2000 - Madri (Espanha) - Heterótopos: médio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC-Niterói
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60, no MAM/SP
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Universidarte, na Universidade Estácio de Sá. Galeria Maria Martins
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som do Rock Pop Brasil, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - A Forma e a Imagem Técnica na Arte do Rio de Janeiro: 1950-1975, no Paço das Artes
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Fiat Lux: a luz na arte, no Centro Cultural da Justiça Federal
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade , no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Porto Alegre RS - Hiper Relações Eletrodigitais, no Santander Cultural
Fonte: ABRAHAM Palatnik. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Abr. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
De família judia de origem ucraniana, estudou pintura, desenho, história e filosofia da arte na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel.
De volta ao Brasil, em 1948, integrou o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da Arte cinética, após a menção especial do júri internacional, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Integrou o Grupo Frente, aproximando-se da poética visual dos concretos e neoconcretos. Desde então, vem desenvolvendo um trabalho que une pesquisa visual e rigor matemático. Suas obras integram coleções particulares em importantes museus europeus e norte americanos.
Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de abril de 2017.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Abraham Palatnik morre, aos 92 anos, vítima da Covid-19
Pioneiro na arte cinética, Palatnik estava internado desde o final de abril. Artista enfrentava complicações respiratórias por conta da doença.
O artista plástico Abraham Palatnik, de 92 anos, pioneiro na arte cinética, morreu no sábado, dia 9 de maio de 2020, vítima da Covid-19. Estava internado desde o dia 29 de abril, no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Segundo relatos, ele sofria com problemas respiratórios, que foram agravados pelo novo coronavírus.
Um dos pioneiros a trabalhar com a arte cinética, uma vertente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças, o nome de Palatnik é reconhecido mundialmente.
Atualmente o artista tem obras expostas em instituições internacionais, como o Museum of Fine Arts, em Houston, e o MoMA, em Nova York.
Potiguar e carioca
Nascido em Natal, em 1932, Palatnik se mudou ainda jovem para onde hoje fica o Estado de Israel. Depois de completar a primeira parte de seus estudos no exterior, o artista retorna ao Brasil em 1948, dessa vez para o Rio de Janeiro.
Arte cinética
Por volta de 1949, Palatnik iniciou seus estudos sobre a luz e o movimento, que resultaram no Aparelho Cinecromático. Nessa época, o artista começou a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos, são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. A invenção foi exposta em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebeu a menção honrosa do júri internacional.
Alguns anos depois, o artista passou a integrar o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Franz Weissmann, Lygia Clark e outros grandes nomes dessa geração. Ele desenvolve, a partir de 1964, os objetos cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz.
Em grande parte de sua obra, o rigor com a matemática se faz presente e vira uma marca de seu trabalho. Palatnik é considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Influência de hospital psiquiátrico
Antes de desenvolver o conceito da arte cinética, Abraham Palatnik, ao lado de Almir Mavignier e do crítico de arte Mário Pedrosa, começou a frequentar os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Lá ele conheceu o trabalho da doutora Nise da Silveira.
Segundo o artista, o impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversas com Mário Pedrosa influenciaram em toda sua obra.
Com a influência, Palatnik abandona critérios escolares de composição e parte para relações livres entre formas e cores. Nesse momento, o artista aproxima-se da arte abstrata.
Em 1953, o artista apresenta seus trabalhos cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha.
Desde 1999, mostras retrospectivas de Palatnik estão expostas no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).
Em 2017, o artista ganhou a exposição retrospectiva "Abraham Palatnik — A reinvenção da pintura" com 92 trabalhos, sendo três deles inéditos. A mostra passou pelo Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, além de cidades como Brasília, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Outras marcas
Mesmo reconhecido pelo seu trabalho com obras cinéticas, Palatnik também apresentou outras novidades no mundo artístico.
Algumas de suas séries, como “Progressões” e “W”, nas quais o movimento está sempre presente, ainda que sem a interferência de motores ou engrenagens, sua carreira ganhou ainda mais destaque.
Nessas obras, as linhas criadas pela justaposição de filetes de madeira, acrílico ou de cartão mantêm a sensação de que as peças se mexem diante dos olhos do espectador. A busca pelo equilíbrio entre cores, formas e dinamismo é uma marca constante dos mais de 70 anos de produção.
Em 2018, Abraham Palatnik ganhou o Prêmio Faz Diferença, promovido pelo Jornal O Globo, na categoria Artes Plásticas.
Fonte: G1, publicado em 9 de maio de 2020.
Abraham Palatnik (Natal, RN, 19 de fevereiro de 1928 — Rio de Janeiro, RJ, 9 de maio de 2020) foi um pintor, escultor, desenhista, artista cinético e designer de produtos brasileiro, pioneiro em arte cinética no Brasil, pois suas obras contêm instalações elétricas que criam movimentos e jogos de luzes.
Biografia
Um dos pioneiros da arte cinética, Abraham Palatnik se debruça sobre a luz e o movimento com olhos de artista e cientista. Vindo de uma família de judeus russos, estudou artes plásticas ao mesmo tempo em que fazia um curso sobre motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel. Inovou ao unir arte e tecnologia, expondo na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) seu primeiro aparelho cinecromático, o que lhe rendeu menção honrosa do júri internacional.
Como aprofundamento de sua pesquisa, Palatnik passa a produzir, a partir dos anos 60, verdadeiras máquinas artísticas. Peças coloridas são encaixadas num complexo sistema de motores - não apenas sugerindo movimento, mas realmente movendo-se em trajetórias das mais inusitadas.
Por isso, suas obras têm um quê onírico. É um criador de impossibilidades, rompendo os limites da tela e da escultura. Um homem que, como sugerem os títulos de suas últimas exposições, ordenou nuvens e reinventou a pintura.
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Biografia Itaú Cultural
Em 1932, muda-se com a família para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Freqüenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947. Retorna ao Brasil em 1948, e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1925) e Almir Mavignier (1925). Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.
O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição, abandonar o pincel e o figurativo e partir para relações mais livres entre forma e cor. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebe menção honrosa do júri internacional. Em 1954, integra o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar (1930), Mário Pedrosa, Franz Weissmann (1911-2005), Lygia Clark (1920-1988) e outros.
Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Análise
A partir de 1943, Palatnik tem aulas de desenho, pintura e estética no Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, onde permanece até 1947. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas. O crítico Frederico Morais (1936) comenta os desenhos dessa época e conta que nos feitos "a grafite, a linha é ágil, fluente, quase lírica". No desenho a carvão, "o traço negro é firme, sólido, realista, por vezes expressionista". Em 1948, regressa ao Brasil, instala-se no Rio de Janeiro e conhece artistas como Renina Katz, Almir Mavignier e Ivan Serpa. Com Mavignier, frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa e os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Diz o artista: "O impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversações com Mário Pedrosa demoliram minhas convicções em relação à arte".2 Palatnik deixa de pensar a qualidade da obra baseada no manejo realista das tintas e na associação da arte com o motivo. Sua pintura e sua escultura abandonam os critérios escolares de composição e partem para relações livres entre formas e cores.
Nesse momento, aproxima-se da arte abstrata. Após pintar algumas telas construtivas, começa, em 1949, a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em seu primeiro texto sobre Palatnik, Pedrosa descreve esses aparelhos como caixas em que ele "projeta sobre a tela ou outro qualquer material semitransparente composições de formas coloridas em movimento". O trabalho é pioneiro no uso de fontes luminosas artificiais na arte.
Em 1953 o artista expõe novos Cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha. O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. Faz parte de diversas mostras do grupo. Está na primeira coletiva na Galeria Ibeu, no Rio de Janeiro, em 1954. Em 1955 participa de mostras como a do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), de Volta Redonda e de Resende.
A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1962, inicia a série Progressões. De acordo com Frederico Morais, trata-se da disposição de "uma série de faixas de um determinado material em uma superfície que busca compor efeitos óticos". Nesse trabalho Palatnik utiliza materiais como madeira, cartões, cordas e poliéster.
Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionadas por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder. No entanto, diferenciam-se deles por se mover com regularidade mecânica dentro da dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra lhe dá projeção internacional e ele passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética. Tal reconhecimento leva-o a participar, em 1964, da mostra internacional de arte cinética Mouvement, na Galeria Denise René, em Paris.
Em 1999, Frederico Morais organiza mostras retrospectivas de Palatnik no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói). Ele é consagrado pioneiro, o primeiro que explorou as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira. O que Mário Pedrosa descreve, em 1953, continua valendo para a carreira do artista-inventor, que segue sua trajetória "tornando as máquinas aptas a gerarem obras de arte".
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural
Abraham Palatnik começa a desenhar tanques de guerra em Israel, em 1942, e o desenho ganha outra dimensão em sua vida. Na volta ao Brasil, seis anos depois, conhece o trabalho coordenado por Nise da Silveira (1905-1999) no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (RJ) e, encantado com a densidade da produção artística dos pacientes, desiste da pintura e aposta em outros suportes, com obras que unem estética e tecnologia e desafiam as percepções de espaço, dimensão, cor, luz e movimento. Em 1949, cria Focos Luminosos, sendo o primeiro artista a explorar a luz e seu movimento. Em 1951, cria Aparelho Cinecromático, que desta vez não tinha como foco a luz projetada, mas a estrutura e seus elementos em si. Avança no campo tridimensional e, em 1964, expõe Objetos Cinéticos, com esculturas movidas a eletroímãs e motores. “Porque achava que o interior deveria ser exposto”, explica.
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural (Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula)
Críticas
"Nas pesquisas mais recentes - ao lado do antigo interesse pela mobilidade real, que o fez incorporar novos materiais e processos, como ímãs e campos magnéticos, conduzindo à participação direta do espectador em jogos de pura percepção lúdico-visual -, Palatnik deslocou-se até o conceito de cinetismo virtual, com os 'relevos progressivos' montados ritmicamente em seqüências de lâminas finíssimas de uma mesma madeira para cada conjunto; aqui, aproveitando a evidência de veios, nós e outras marcas naturais internas de uma matéria também natural, ele faz com que o movimento nasça da dinâmica possível ao olho do espectador, disposto a percorrer a superfície coberta como que por uma sucessão de fotogramas se modificando quase imperceptivelmente no espaço e pelo tempo. A visualidade acionada é, portanto, seu núcleo de ação: 'Há certas condições naturais que impressionam o homem, e cabe ao artista mostrá-las. Por isso, pretendo atingir os sentidos, ativando a percepção'".
Roberto PontualPONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
"Palatnik está na linha dos pesquisadores de plástica de luz, isto é, dos efeitos do espaço-tempo sobre nossa sensibilidade. (...) Ele partiu do caleidoscópio, inconformado com o sistema primitivo de se contemplarem imagens por um olho e a rodar um vidro. Quis então ampliar a visão, libertando-a da caixinha em que se escondia para projetá-la na parede por um sistema de lentes. Foi uma revelação: visões de estruturas fantásticas estavam destinadas a não passar além da categoria de brinquedos de criança. Nasceu-lhe da descoberta a idéia, a de procurar um meio de controlar essas estruturas fantásticas, fazendo-as voltar a certas formas iniciais e a criar, assim, um ritmo. Mas o arbitrário é inerente ao caleidoscópio. As estruturas aí se geram ao acaso da manipulação do observador. O artista não podia satisfazer-se com esse arbítrio, que o excluía da obra. Quis então intervir nas metamorfoses do caleidoscópio para dirigir essas formas num sentido plástico. (...) A cor, enfim, se liberta dos restos de sua existência, dependente do objeto, de seu materialismo local, químico. Torna-se agora pura, direta, oriunda de fontes luminosas artificiais. (...) A luz transforma-se em meio de expressão plástica graças às próprias qualidades, como a fluidez, a irradiação, o dinamismo, a descontinuidade, a infiltração, o expansionismo envolvente, arrefecimento, etc."
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mário. Abraham Palatnik. In: MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: MAM; Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988.)
"Pioneiro no uso da eletricidade no âmbito criativo contemporâneo, Palatnik mostra-se também, através deste seu aparelho cinecromático, como um pioneiro da arte programada, visto o funcionamento e projeção de imagens cromáticas por ciclos definidos pelo artista. Ainda da década de 50, este aparelho propõe ao espectador, como uma caverna mágica, representações abstratas que se sucedem por um período de tempo determinado. Daí porque Palatnik encarna bem o artista como inventor de nosso tempo, no qual o domínio da técnica e a imaginativa tangenciam a poética visual que tanto interessou aos concretos e neoconcretos. Mesmo em sua pintura, em que o ritmo é o elemento básico para a composição em progressão, seja através de módulos de finos cortes de madeira como quando pinta com tinta acrílica sobre tela, a precisão matemática atua como impulso ordenador na organização do espaço".
Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. São Paulo: Techint Engenharia, 1988.)
"(...) especulações estéticas à parte, sempre existiu na criação de Palatnik a possibilidade de um intercâmbio criativo/produtivo entre arte, ciência, tecnologia e indústria. Na entrevista (...) de 1981, ele afirma: 'Para inventar alguma coisa é preciso possuir um comportamento anticonvencional. Eu acho que as indústrias deveriam convocar artistas plásticos porque eles possuem um potencial perceptivo que pode resolver muitos problemas'. Era esta a proposta dos fundadores da Bauhaus (1919/1933) ao basearem sua didática no estabelecimento de um circuito arte-indústria, no qual a arte serviria para conter os excessos pragmáticos da indústria e esta, inversamente, conteria os excessos românticos da arte. 'Continuo apostando na intuição, embora meu trabalho sempre exija cálculos matemáticos', conclui".
Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Abraham Palatnik: um pioneiro da arte tecnológica. In: Retrospectiva Abraham Palatnik: a trajetória de um artista inventor. São Paulo: Itaú Cultural, 1999.)
Depoimentos Abraham Palatnik
"A evolução do ser humano está ligada diretamente à adoção da tecnologia e da informação, e sem dúvida faz parte de um projeto.
Acredito em cultura dinâmica na qual, por intermédio de uma tecnologia adequada, utilizamos nosso potencial adquirido para evoluir e se ajustar constantemente ao mundo que nos cerca.
O homem, que é um organismo vivo imerso num dado ambiente, só pode perceber através de seus órgãos sensoriais.
Essas informações são coordenadas através do sistema de nervos e cérebro, sofrendo um processo de armazenamento, comparação e seleção. Finalmente emergem para atuar no mundo exterior por intermédio de órgãos estruturais excepcionalmente planejados como, entre outros, músculos e articulações. Ocorrem reações que se combinam com informações já acumuladas para assegurar um comportamento futuro mais adequado. A validade da informação está no nosso ajustamento constante ao mundo exterior enquanto fazemos sentir nossa atuação nele, diretamente ou por intermédio de nossas extensões e tecnologias. Uma espécie de 'permuta'.
Só assim se justifica nossa presença.
É evidente que a tecnologia tem que ser adquirida a duras penas em contraste com a tecnologia da sociedade animal. A aranha prepara uma armadilha eficiente e econômica com uma matéria-prima fabricada por ela mesma e muito sofisticada em viscosidade e elasticidade.
Imobiliza sua vítima com habilidade. Faz manutenção e reparos. Sua arquitetura é planejada na rota da caça, etc. . . No entanto a aranha nunca aprende nada, já nasce com os 'circuitos impressos'.
A formiga, do mesmo modo, também tem tarefas rígidas, limitadas e moldadas na sua estrutura, cujas condições fisiológicas se comparam aos 'artigos baratos' produzidos em massa na nossa sociedade.
O ser humano representa um grande investimento em estudo e aprendizagem ao longo de dezenas de anos. Desprezar esta vantagem seria uma degradação da própria natureza do homem e um desperdício de suas potencialidades. Estas pontencialidades devem ser conservadas e ativadas pelo estímulo à percepção e à criatividade, diversificando nossas extensões, implantando nelas nossa sabedoria e habilidade e assumindo comando projetista. Uma espécie de anti-rotina, contrariando assim o ritmo lento da evolução espontânea. Sem percepção e criatividade, a aprendizagem através da informação codificada pode trair-nos.
O volume das informações está aumentando, e suas características se modificando, estando ligadas cada vez mais aos veículos de divulgação em massa e em linguagem codificada. O acesso a todas essas informações é atordoante e impossível. A seleção se faz necessária. Surgem os especialistas que sabem cada vez mais sobre menos. Um dia saberão tudo sobre nada.
Nos meus primeiros trabalhos procuro os princípios que geram informações, ou seja, o princípio da ordem e da essência. As informações no universo estão geralmente ocultas, disfarçadas em meio à desordem.
É necessário o mecanismo da percepção e da intuição para que estas se manifestem 'de repente'. É a esta 'surpresa' que tenho o maior interesse e fascínio. Inicia-se o processo da 'permuta' e por meio de tecnologia adequada procuro disciplinar as informações.
Também acho que a forma de alguma coisa não é apenas o seu contorno, mas principalmente a sua essência. Alcançar essa essência é realmente intrigante. É a origem de todas as manifestações estéticas manipuladas pelos artistas. A sensibilidade é posta à prova, o mecanismo da improvisação desabrocha, e o ludismo se apresenta reaproximando o homem de sua condição de participação e integração".
Abraham Palatnik (1977PALATNIK, Abraham. Abraham Palatnik. Rio de Janeiro: IAB, 1981.)
Acervos
Acervo Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Museum of Fine Arts, Houston - Estados Unidos
MoMA, Nova York - Estados Unidos
Exposições Individuais
1960 - Rio de Janeiro RJ - Aparelho Cinecromático, no Museu de Arte Moderna
1964 - Saint Gallen (Suíça) - Individual, na Saint Gallen University
1964 - Ulm (Alemanha) - Individual, na Galerie Studio F
1965 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Hella Nibelung
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado do Brasil
1965 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Howard Wise Gallery
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1965 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1966 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento do Rio de Janeiro
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Aplicada
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Aktuell
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1999 - Niterói RJ - Abraham Palatnik: retrospectiva, no Museu de Arte Contemporânea
2000 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2002 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2002 - São Paulo SP - Pioneiro Palatnik: máquinas de pintar e máquinas de desacelerar, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2005 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2008 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2009 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Anita Schwartz Galeria
Exposições Coletivas
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - menção honrosa do júri internacional
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, no MAM/RJ
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Artes Plásticas, na Galeria Ibeu Copacabana
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1965 - Baden-Baden (Alemanha) - Licht und Bewegung, no Staatliche Kunsthalle
1965 - Berna (Suíça) - Licht und Bewegung, no Kunsthalle
1965 - Boston (Estados Unidos) - Art Turned on, no Institute of Contemporary Art
1965 - Bruxelas (Bélgica) - Lumière, Mouvement et Optique, no Palais de Beaux-Arts
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Mouvement II, na Galerie Denise Rene
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAC/USP
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - São Paulo SP - Proposta 65, na Faap
1965 - Tel Aviv (Israel) - Art et Mouvement, no Tel Aviv Museum of Art
1965 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Museum fur Angewandt Kunst
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, na Sala Beethovenhalle
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Córdoba (Argentina) - 3ª Bienal Americana de Arte - 3º prêmio
1966 - Eindhoven (Holanda) - Kunst-Licht-Kunst, no Stedelijk van Abbemuseum
1966 - Houston (Estados Unidos) - Contemporary Painting in Brazil, na Kiko Gallery
1966 - Lima (Peru) - Festival Americano de Pintura, na Feira Internacional del Pacífico
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Dezessete Pintores Latino-Americanos, no MAM/RJ
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Kinetic Art, no Fine Arts Museums of San Francisco
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1967 - Chicago (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Minneapolis (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Walker Art Center
1967 - Flint (Estados Unidos) - Light and Movement, no Flint Institute of Arts
1967 - Houston (Estados Unidos) - Art in America, na Associação de Arte Contemporânea
1967 - Milwaukee (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Milwaukee Art Center
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Let There be Light, na Coleção Malcolm Forbes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Lights in Orbit, na Howard Wise Gallery
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Luminism, no Hotel George Washington
1967 - Rio de Janeiro RJ - 3º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, na Galeria Bonino - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Urbana (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Worcester (Estados Unidos) - Light and Motion, no Worcester Art Museum
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM/RJ - sala especial
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Ibeu Copacabana
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Integração da Obra de Arte na Arquitetura, na Galeria Ibeu Copacabana
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap
1979 - Rio de Janeiro RJ - Artes no Shopping, no Shopping Cassino Atlântico
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuell
1979 - São Paulo SP - Mostra de Escultura Lúdica, no Masp
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras
1984 - Rio de Janeiro RJ - Um Aniversário e 5 Grandes Artistas, na Galeria Aktuelll
1984 - São Paulo SP - Artistas Plásticos Judeus, no MAB/Faap
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Abraham Palatnik , Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat
1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, no Instituto Brasil-Estados Unidos
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição
1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, no MAC/USP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ponte para o Século XXI, no Rio Design Center
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1988 - Rio de Janeiro RJ - Exposição dos Protótipos do Concurso Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Décio Vieira, na Villa Rizzo
1988 - Rio de Janeiro RJ - Papel no Espaço, na Galeria Aktuelll
1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu de Charlottenborg
1989 - Niterói RJ - Pintores Construtivos, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
1989 - Rio de Janeiro RJ - Nossos Anos 80, na Casa de Cultura Laura Alvim
1989 - Rio de Janeiro RJ - Viva França, na GB ARTe
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília
1990 - Rio de Janeiro RJ - Arte como Construção, no Rio Design Center
1991 - Rio de Janeiro RJ - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no CCBB
1992 - Porto Alegre RS - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no Centro Municipal de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Satamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Direitos Humanos: pintando a solução, no MNBA
1993 - São Paulo SP - 23º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC-Niterói
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Mostra inaugural, no Mercado de Arte e Cultura Silvia Curti
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC-Niterói
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. A Técnica - Máquinas de Arte, no Itaú Cultural
2000 - Madri (Espanha) - Heterótopos: médio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC-Niterói
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60, no MAM/SP
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Universidarte, na Universidade Estácio de Sá. Galeria Maria Martins
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som do Rock Pop Brasil, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - A Forma e a Imagem Técnica na Arte do Rio de Janeiro: 1950-1975, no Paço das Artes
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Fiat Lux: a luz na arte, no Centro Cultural da Justiça Federal
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade , no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Porto Alegre RS - Hiper Relações Eletrodigitais, no Santander Cultural
Fonte: ABRAHAM Palatnik. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Abr. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
De família judia de origem ucraniana, estudou pintura, desenho, história e filosofia da arte na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel.
De volta ao Brasil, em 1948, integrou o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da Arte cinética, após a menção especial do júri internacional, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Integrou o Grupo Frente, aproximando-se da poética visual dos concretos e neoconcretos. Desde então, vem desenvolvendo um trabalho que une pesquisa visual e rigor matemático. Suas obras integram coleções particulares em importantes museus europeus e norte americanos.
Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de abril de 2017.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Abraham Palatnik morre, aos 92 anos, vítima da Covid-19
Pioneiro na arte cinética, Palatnik estava internado desde o final de abril. Artista enfrentava complicações respiratórias por conta da doença.
O artista plástico Abraham Palatnik, de 92 anos, pioneiro na arte cinética, morreu no sábado, dia 9 de maio de 2020, vítima da Covid-19. Estava internado desde o dia 29 de abril, no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Segundo relatos, ele sofria com problemas respiratórios, que foram agravados pelo novo coronavírus.
Um dos pioneiros a trabalhar com a arte cinética, uma vertente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças, o nome de Palatnik é reconhecido mundialmente.
Atualmente o artista tem obras expostas em instituições internacionais, como o Museum of Fine Arts, em Houston, e o MoMA, em Nova York.
Potiguar e carioca
Nascido em Natal, em 1932, Palatnik se mudou ainda jovem para onde hoje fica o Estado de Israel. Depois de completar a primeira parte de seus estudos no exterior, o artista retorna ao Brasil em 1948, dessa vez para o Rio de Janeiro.
Arte cinética
Por volta de 1949, Palatnik iniciou seus estudos sobre a luz e o movimento, que resultaram no Aparelho Cinecromático. Nessa época, o artista começou a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos, são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. A invenção foi exposta em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebeu a menção honrosa do júri internacional.
Alguns anos depois, o artista passou a integrar o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Franz Weissmann, Lygia Clark e outros grandes nomes dessa geração. Ele desenvolve, a partir de 1964, os objetos cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz.
Em grande parte de sua obra, o rigor com a matemática se faz presente e vira uma marca de seu trabalho. Palatnik é considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Influência de hospital psiquiátrico
Antes de desenvolver o conceito da arte cinética, Abraham Palatnik, ao lado de Almir Mavignier e do crítico de arte Mário Pedrosa, começou a frequentar os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Lá ele conheceu o trabalho da doutora Nise da Silveira.
Segundo o artista, o impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversas com Mário Pedrosa influenciaram em toda sua obra.
Com a influência, Palatnik abandona critérios escolares de composição e parte para relações livres entre formas e cores. Nesse momento, o artista aproxima-se da arte abstrata.
Em 1953, o artista apresenta seus trabalhos cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha.
Desde 1999, mostras retrospectivas de Palatnik estão expostas no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).
Em 2017, o artista ganhou a exposição retrospectiva "Abraham Palatnik — A reinvenção da pintura" com 92 trabalhos, sendo três deles inéditos. A mostra passou pelo Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, além de cidades como Brasília, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Outras marcas
Mesmo reconhecido pelo seu trabalho com obras cinéticas, Palatnik também apresentou outras novidades no mundo artístico.
Algumas de suas séries, como “Progressões” e “W”, nas quais o movimento está sempre presente, ainda que sem a interferência de motores ou engrenagens, sua carreira ganhou ainda mais destaque.
Nessas obras, as linhas criadas pela justaposição de filetes de madeira, acrílico ou de cartão mantêm a sensação de que as peças se mexem diante dos olhos do espectador. A busca pelo equilíbrio entre cores, formas e dinamismo é uma marca constante dos mais de 70 anos de produção.
Em 2018, Abraham Palatnik ganhou o Prêmio Faz Diferença, promovido pelo Jornal O Globo, na categoria Artes Plásticas.
Fonte: G1, publicado em 9 de maio de 2020.
Abraham Palatnik (Natal, RN, 19 de fevereiro de 1928 — Rio de Janeiro, RJ, 9 de maio de 2020) foi um pintor, escultor, desenhista, artista cinético e designer de produtos brasileiro, pioneiro em arte cinética no Brasil, pois suas obras contêm instalações elétricas que criam movimentos e jogos de luzes.
Biografia
Um dos pioneiros da arte cinética, Abraham Palatnik se debruça sobre a luz e o movimento com olhos de artista e cientista. Vindo de uma família de judeus russos, estudou artes plásticas ao mesmo tempo em que fazia um curso sobre motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel. Inovou ao unir arte e tecnologia, expondo na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951) seu primeiro aparelho cinecromático, o que lhe rendeu menção honrosa do júri internacional.
Como aprofundamento de sua pesquisa, Palatnik passa a produzir, a partir dos anos 60, verdadeiras máquinas artísticas. Peças coloridas são encaixadas num complexo sistema de motores - não apenas sugerindo movimento, mas realmente movendo-se em trajetórias das mais inusitadas.
Por isso, suas obras têm um quê onírico. É um criador de impossibilidades, rompendo os limites da tela e da escultura. Um homem que, como sugerem os títulos de suas últimas exposições, ordenou nuvens e reinventou a pintura.
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Biografia Itaú Cultural
Em 1932, muda-se com a família para a região onde, atualmente, se localiza o Estado de Israel. De 1942 a 1945, estuda na Escola Técnica Montefiori em Tel Aviv e se especializa em motores de explosão. Inicia seus estudos de arte no ateliê do pintor Haaron Avni (1906-1951) e do escultor Sternshus e estuda estética com Shor. Freqüenta o Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, entre 1943 e 1947. Retorna ao Brasil em 1948, e se instala no Rio de Janeiro. Convive com os artistas Ivan Serpa (1923-1973), Renina Katz (1925) e Almir Mavignier (1925). Com este último frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa (1900-1981) e conhece o trabalho da doutora Nise da Silveira (1905-1999), no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro.
O contato com os artistas e as discussões conceituais com Mário Pedrosa fazem Palatnik romper com os critérios convencionais de composição, abandonar o pincel e o figurativo e partir para relações mais livres entre forma e cor. Por volta de 1949, inicia estudos no campo da luz e do movimento, que resultam no Aparelho Cinecromático, exposto em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebe menção honrosa do júri internacional. Em 1954, integra o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar (1930), Mário Pedrosa, Franz Weissmann (1911-2005), Lygia Clark (1920-1988) e outros.
Desenvolve a partir de 1964 os Objetos Cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz. O rigor matemático é uma constante em sua obra, atuando como importante recurso de ordenação do espaço. É considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Análise
A partir de 1943, Palatnik tem aulas de desenho, pintura e estética no Instituto Municipal de Arte de Tel Aviv, onde permanece até 1947. Produz pinturas de paisagens, retratos e naturezas-mortas. O crítico Frederico Morais (1936) comenta os desenhos dessa época e conta que nos feitos "a grafite, a linha é ágil, fluente, quase lírica". No desenho a carvão, "o traço negro é firme, sólido, realista, por vezes expressionista". Em 1948, regressa ao Brasil, instala-se no Rio de Janeiro e conhece artistas como Renina Katz, Almir Mavignier e Ivan Serpa. Com Mavignier, frequenta a casa do crítico de arte Mário Pedrosa e os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro. Diz o artista: "O impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversações com Mário Pedrosa demoliram minhas convicções em relação à arte".2 Palatnik deixa de pensar a qualidade da obra baseada no manejo realista das tintas e na associação da arte com o motivo. Sua pintura e sua escultura abandonam os critérios escolares de composição e partem para relações livres entre formas e cores.
Nesse momento, aproxima-se da arte abstrata. Após pintar algumas telas construtivas, começa, em 1949, a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. Mário Pedrosa chama as invenções de Aparelhos Cinecromáticos mostrados pela primeira vez em 1951, na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em seu primeiro texto sobre Palatnik, Pedrosa descreve esses aparelhos como caixas em que ele "projeta sobre a tela ou outro qualquer material semitransparente composições de formas coloridas em movimento". O trabalho é pioneiro no uso de fontes luminosas artificiais na arte.
Em 1953 o artista expõe novos Cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha. O envolvimento com questões construtivas e o diálogo permanente com artistas como Ivan Serpa e Almir Mavignier levam-no a participar da criação do Grupo Frente, em 1954. Faz parte de diversas mostras do grupo. Está na primeira coletiva na Galeria Ibeu, no Rio de Janeiro, em 1954. Em 1955 participa de mostras como a do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), de Volta Redonda e de Resende.
A partir de 1959, leva o movimento para o campo tridimensional. Cria trabalhos em que campos eletromagnéticos acionam pequenos objetos colocados em caixas fechadas. Ao mesmo tempo que inventa peças com que explora as possibilidades tecnológicas da arte, o artista faz quadros em superfícies bidimensionais. Em 1962, inicia a série Progressões. De acordo com Frederico Morais, trata-se da disposição de "uma série de faixas de um determinado material em uma superfície que busca compor efeitos óticos". Nesse trabalho Palatnik utiliza materiais como madeira, cartões, cordas e poliéster.
Em 1964, nascem os Objetos Cinéticos. O artista cria esculturas de arame, formas coloridas e fios que se movem acionadas por motores e eletroímãs. As peças se assemelham aos móbiles do escultor norte-americano Alexander Calder. No entanto, diferenciam-se deles por se mover com regularidade mecânica dentro da dinâmica planejada. Os Aparelhos Cinecromáticos são exibidos na Bienal de Veneza em 1964. A participação nessa mostra lhe dá projeção internacional e ele passa a ser considerado um dos precursores da arte cinética. Tal reconhecimento leva-o a participar, em 1964, da mostra internacional de arte cinética Mouvement, na Galeria Denise René, em Paris.
Em 1999, Frederico Morais organiza mostras retrospectivas de Palatnik no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-Niterói). Ele é consagrado pioneiro, o primeiro que explorou as conquistas tecnológicas na criação de vanguarda brasileira. O que Mário Pedrosa descreve, em 1953, continua valendo para a carreira do artista-inventor, que segue sua trajetória "tornando as máquinas aptas a gerarem obras de arte".
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural
Abraham Palatnik começa a desenhar tanques de guerra em Israel, em 1942, e o desenho ganha outra dimensão em sua vida. Na volta ao Brasil, seis anos depois, conhece o trabalho coordenado por Nise da Silveira (1905-1999) no Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (RJ) e, encantado com a densidade da produção artística dos pacientes, desiste da pintura e aposta em outros suportes, com obras que unem estética e tecnologia e desafiam as percepções de espaço, dimensão, cor, luz e movimento. Em 1949, cria Focos Luminosos, sendo o primeiro artista a explorar a luz e seu movimento. Em 1951, cria Aparelho Cinecromático, que desta vez não tinha como foco a luz projetada, mas a estrutura e seus elementos em si. Avança no campo tridimensional e, em 1964, expõe Objetos Cinéticos, com esculturas movidas a eletroímãs e motores. “Porque achava que o interior deveria ser exposto”, explica.
Video Abraham Palatnik - Enciclopédia Itaú Cultural (Produção: Documenta Vídeo Brasil; Captação, edição e legendagem: Sacisamba; Intérprete: Carolina Fomin; Locução: Júlio de Paula)
Críticas
"Nas pesquisas mais recentes - ao lado do antigo interesse pela mobilidade real, que o fez incorporar novos materiais e processos, como ímãs e campos magnéticos, conduzindo à participação direta do espectador em jogos de pura percepção lúdico-visual -, Palatnik deslocou-se até o conceito de cinetismo virtual, com os 'relevos progressivos' montados ritmicamente em seqüências de lâminas finíssimas de uma mesma madeira para cada conjunto; aqui, aproveitando a evidência de veios, nós e outras marcas naturais internas de uma matéria também natural, ele faz com que o movimento nasça da dinâmica possível ao olho do espectador, disposto a percorrer a superfície coberta como que por uma sucessão de fotogramas se modificando quase imperceptivelmente no espaço e pelo tempo. A visualidade acionada é, portanto, seu núcleo de ação: 'Há certas condições naturais que impressionam o homem, e cabe ao artista mostrá-las. Por isso, pretendo atingir os sentidos, ativando a percepção'".
Roberto PontualPONTUAL, Roberto. Arte/Brasil/hoje: 50 anos depois. São Paulo: Collectio, 1973.
"Palatnik está na linha dos pesquisadores de plástica de luz, isto é, dos efeitos do espaço-tempo sobre nossa sensibilidade. (...) Ele partiu do caleidoscópio, inconformado com o sistema primitivo de se contemplarem imagens por um olho e a rodar um vidro. Quis então ampliar a visão, libertando-a da caixinha em que se escondia para projetá-la na parede por um sistema de lentes. Foi uma revelação: visões de estruturas fantásticas estavam destinadas a não passar além da categoria de brinquedos de criança. Nasceu-lhe da descoberta a idéia, a de procurar um meio de controlar essas estruturas fantásticas, fazendo-as voltar a certas formas iniciais e a criar, assim, um ritmo. Mas o arbitrário é inerente ao caleidoscópio. As estruturas aí se geram ao acaso da manipulação do observador. O artista não podia satisfazer-se com esse arbítrio, que o excluía da obra. Quis então intervir nas metamorfoses do caleidoscópio para dirigir essas formas num sentido plástico. (...) A cor, enfim, se liberta dos restos de sua existência, dependente do objeto, de seu materialismo local, químico. Torna-se agora pura, direta, oriunda de fontes luminosas artificiais. (...) A luz transforma-se em meio de expressão plástica graças às próprias qualidades, como a fluidez, a irradiação, o dinamismo, a descontinuidade, a infiltração, o expansionismo envolvente, arrefecimento, etc."
Mário Pedrosa (PEDROSA, Mário. Abraham Palatnik. In: MODERNIDADE: arte brasileira do século XX. São Paulo: MAM; Paris: Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris, 1988.)
"Pioneiro no uso da eletricidade no âmbito criativo contemporâneo, Palatnik mostra-se também, através deste seu aparelho cinecromático, como um pioneiro da arte programada, visto o funcionamento e projeção de imagens cromáticas por ciclos definidos pelo artista. Ainda da década de 50, este aparelho propõe ao espectador, como uma caverna mágica, representações abstratas que se sucedem por um período de tempo determinado. Daí porque Palatnik encarna bem o artista como inventor de nosso tempo, no qual o domínio da técnica e a imaginativa tangenciam a poética visual que tanto interessou aos concretos e neoconcretos. Mesmo em sua pintura, em que o ritmo é o elemento básico para a composição em progressão, seja através de módulos de finos cortes de madeira como quando pinta com tinta acrílica sobre tela, a precisão matemática atua como impulso ordenador na organização do espaço".
Aracy Amaral (AMARAL, Aracy (Org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. São Paulo: Techint Engenharia, 1988.)
"(...) especulações estéticas à parte, sempre existiu na criação de Palatnik a possibilidade de um intercâmbio criativo/produtivo entre arte, ciência, tecnologia e indústria. Na entrevista (...) de 1981, ele afirma: 'Para inventar alguma coisa é preciso possuir um comportamento anticonvencional. Eu acho que as indústrias deveriam convocar artistas plásticos porque eles possuem um potencial perceptivo que pode resolver muitos problemas'. Era esta a proposta dos fundadores da Bauhaus (1919/1933) ao basearem sua didática no estabelecimento de um circuito arte-indústria, no qual a arte serviria para conter os excessos pragmáticos da indústria e esta, inversamente, conteria os excessos românticos da arte. 'Continuo apostando na intuição, embora meu trabalho sempre exija cálculos matemáticos', conclui".
Frederico Morais (MORAIS, Frederico. Abraham Palatnik: um pioneiro da arte tecnológica. In: Retrospectiva Abraham Palatnik: a trajetória de um artista inventor. São Paulo: Itaú Cultural, 1999.)
Depoimentos Abraham Palatnik
"A evolução do ser humano está ligada diretamente à adoção da tecnologia e da informação, e sem dúvida faz parte de um projeto.
Acredito em cultura dinâmica na qual, por intermédio de uma tecnologia adequada, utilizamos nosso potencial adquirido para evoluir e se ajustar constantemente ao mundo que nos cerca.
O homem, que é um organismo vivo imerso num dado ambiente, só pode perceber através de seus órgãos sensoriais.
Essas informações são coordenadas através do sistema de nervos e cérebro, sofrendo um processo de armazenamento, comparação e seleção. Finalmente emergem para atuar no mundo exterior por intermédio de órgãos estruturais excepcionalmente planejados como, entre outros, músculos e articulações. Ocorrem reações que se combinam com informações já acumuladas para assegurar um comportamento futuro mais adequado. A validade da informação está no nosso ajustamento constante ao mundo exterior enquanto fazemos sentir nossa atuação nele, diretamente ou por intermédio de nossas extensões e tecnologias. Uma espécie de 'permuta'.
Só assim se justifica nossa presença.
É evidente que a tecnologia tem que ser adquirida a duras penas em contraste com a tecnologia da sociedade animal. A aranha prepara uma armadilha eficiente e econômica com uma matéria-prima fabricada por ela mesma e muito sofisticada em viscosidade e elasticidade.
Imobiliza sua vítima com habilidade. Faz manutenção e reparos. Sua arquitetura é planejada na rota da caça, etc. . . No entanto a aranha nunca aprende nada, já nasce com os 'circuitos impressos'.
A formiga, do mesmo modo, também tem tarefas rígidas, limitadas e moldadas na sua estrutura, cujas condições fisiológicas se comparam aos 'artigos baratos' produzidos em massa na nossa sociedade.
O ser humano representa um grande investimento em estudo e aprendizagem ao longo de dezenas de anos. Desprezar esta vantagem seria uma degradação da própria natureza do homem e um desperdício de suas potencialidades. Estas pontencialidades devem ser conservadas e ativadas pelo estímulo à percepção e à criatividade, diversificando nossas extensões, implantando nelas nossa sabedoria e habilidade e assumindo comando projetista. Uma espécie de anti-rotina, contrariando assim o ritmo lento da evolução espontânea. Sem percepção e criatividade, a aprendizagem através da informação codificada pode trair-nos.
O volume das informações está aumentando, e suas características se modificando, estando ligadas cada vez mais aos veículos de divulgação em massa e em linguagem codificada. O acesso a todas essas informações é atordoante e impossível. A seleção se faz necessária. Surgem os especialistas que sabem cada vez mais sobre menos. Um dia saberão tudo sobre nada.
Nos meus primeiros trabalhos procuro os princípios que geram informações, ou seja, o princípio da ordem e da essência. As informações no universo estão geralmente ocultas, disfarçadas em meio à desordem.
É necessário o mecanismo da percepção e da intuição para que estas se manifestem 'de repente'. É a esta 'surpresa' que tenho o maior interesse e fascínio. Inicia-se o processo da 'permuta' e por meio de tecnologia adequada procuro disciplinar as informações.
Também acho que a forma de alguma coisa não é apenas o seu contorno, mas principalmente a sua essência. Alcançar essa essência é realmente intrigante. É a origem de todas as manifestações estéticas manipuladas pelos artistas. A sensibilidade é posta à prova, o mecanismo da improvisação desabrocha, e o ludismo se apresenta reaproximando o homem de sua condição de participação e integração".
Abraham Palatnik (1977PALATNIK, Abraham. Abraham Palatnik. Rio de Janeiro: IAB, 1981.)
Acervos
Acervo Instituto Itaú Cultural - São Paulo SP
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - SP
Museum of Fine Arts, Houston - Estados Unidos
MoMA, Nova York - Estados Unidos
Exposições Individuais
1960 - Rio de Janeiro RJ - Aparelho Cinecromático, no Museu de Arte Moderna
1964 - Saint Gallen (Suíça) - Individual, na Saint Gallen University
1964 - Ulm (Alemanha) - Individual, na Galerie Studio F
1965 - Düsseldorf (Alemanha) - Individual, na Galerie Hella Nibelung
1965 - Munique (Alemanha) - Individual, no Consulado do Brasil
1965 - Nova York (Estados Unidos) - Individual, na Howard Wise Gallery
1965 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie
1965 - Washington (Estados Unidos) - Individual, na Pan American Union Gallery
1966 - Roma (Itália) - Individual, na Galeria d'Arte della Casa do Brasil
1971 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Barcinsky
1977 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino
1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Instituto de Arquitetos do Brasil. Departamento do Rio de Janeiro
1984 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte Aplicada
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Aktuell
1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1989 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB ARTe
1999 - Niterói RJ - Abraham Palatnik: retrospectiva, no Museu de Arte Contemporânea
2000 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2002 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2002 - São Paulo SP - Pioneiro Palatnik: máquinas de pintar e máquinas de desacelerar, no Itaú Cultural
2004 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2005 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Anita Schwartz
2008 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Nara Roesler
2009 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Anita Schwartz Galeria
Exposições Coletivas
1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1949 - Rio de Janeiro RJ - 55º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA
1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon - menção honrosa do júri internacional
1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha
1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados
1954 - Rio de Janeiro RJ - 1º Grupo Frente, na Galeria Ibeu Copacabana
1955 - Rio de Janeiro RJ - 2º Grupo Frente, no MAM/RJ
1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações
1956 - Resende RJ - 3º Grupo Frente, no Itatiaia Country Club
1956 - Volta Redonda RJ - 4º Grupo Frente, na Companhia Siderúrgica Nacional
1958 - São Paulo SP - 47 Artistas, na Galeria de Arte das Folhas
1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, no Kunsthaus
1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1960 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Artes Plásticas, na Galeria Ibeu Copacabana
1960 - Rio de Janeiro RJ - 9º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ
1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa
1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia
1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho
1964 - Veneza (Itália) - 32ª Bienal de Veneza
1965 - Baden-Baden (Alemanha) - Licht und Bewegung, no Staatliche Kunsthalle
1965 - Berna (Suíça) - Licht und Bewegung, no Kunsthalle
1965 - Boston (Estados Unidos) - Art Turned on, no Institute of Contemporary Art
1965 - Bruxelas (Bélgica) - Lumière, Mouvement et Optique, no Palais de Beaux-Arts
1965 - Londres (Inglaterra) - Brazilian Art Today, no Royal Academy of Arts
1965 - Paris (França) - Mouvement II, na Galerie Denise Rene
1965 - Paris (França) - Salon Comparaisons
1965 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAM/RJ
1965 - São Paulo SP - 1º Salão Esso de Jovens Artistas, no MAC/USP
1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1965 - São Paulo SP - Proposta 65, na Faap
1965 - Tel Aviv (Israel) - Art et Mouvement, no Tel Aviv Museum of Art
1965 - Viena (Áustria) - Brazilian Art Today, no Museum fur Angewandt Kunst
1966 - Bonn (Alemanha) - Brazilian Art Today, na Sala Beethovenhalle
1966 - Buenos Aires (Argentina) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno
1966 - Córdoba (Argentina) - 3ª Bienal Americana de Arte - 3º prêmio
1966 - Eindhoven (Holanda) - Kunst-Licht-Kunst, no Stedelijk van Abbemuseum
1966 - Houston (Estados Unidos) - Contemporary Painting in Brazil, na Kiko Gallery
1966 - Lima (Peru) - Festival Americano de Pintura, na Feira Internacional del Pacífico
1966 - Rio de Janeiro RJ - 4º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ
1966 - Rio de Janeiro RJ - Dezessete Pintores Latino-Americanos, no MAM/RJ
1966 - San Francisco (Estados Unidos) - Kinetic Art, no Fine Arts Museums of San Francisco
1966 - Montevidéu (Uruguai) - Artistas Brasileiros Contemporâneos, no Museo de Arte Moderno de Montevidéu
1967 - Chicago (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Minneapolis (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Walker Art Center
1967 - Flint (Estados Unidos) - Light and Movement, no Flint Institute of Arts
1967 - Houston (Estados Unidos) - Art in America, na Associação de Arte Contemporânea
1967 - Milwaukee (Estados Unidos) - Light Motion Space, no Milwaukee Art Center
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Let There be Light, na Coleção Malcolm Forbes
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Lights in Orbit, na Howard Wise Gallery
1967 - Nova York (Estados Unidos) - Luminism, no Hotel George Washington
1967 - Rio de Janeiro RJ - 3º O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - 5º Resumo de Arte JB, na Galeria Bonino - 1º prêmio
1967 - Rio de Janeiro RJ - Salão das Caixas, na Petite Galerie
1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1967 - Urbana (Estados Unidos) - Contemporary American Painting and Sculpture, na Illinois University
1967 - Worcester (Estados Unidos) - Light and Motion, no Worcester Art Museum
1969 - São Paulo SP - 10ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - Prêmio Itamaraty
1971 - Curitiba PR - 28º Salão Paranaense, na Biblioteca Pública do Paraná
1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM/RJ - sala especial
1972 - Rio de Janeiro RJ - 10º Resumo de Arte JB, no MAM/RJ - 1º prêmio
1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria Ibeu Copacabana
1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio
1975 - Rio de Janeiro RJ - A Integração da Obra de Arte na Arquitetura, na Galeria Ibeu Copacabana
1977 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, no MAM/RJ
1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado
1978 - São Paulo SP - O Objeto na Arte: Brasil anos 60, no MAB/Faap
1979 - Rio de Janeiro RJ - Artes no Shopping, no Shopping Cassino Atlântico
1979 - Rio de Janeiro RJ - Escultores Brasileiros, na Galeria Aktuell
1979 - São Paulo SP - Mostra de Escultura Lúdica, no Masp
1980 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Mário Pedrosa, na Galeria Jean Boghici
1982 - Rio de Janeiro RJ - Contemporaneidade: homenagem a Mário Pedrosa, no MAM/RJ
1983 - Milão (Itália) - Arte Programmata e Cinética: 1953-1963, no Pallazzo Reale
1984 - Rio de Janeiro RJ - Grupo Frente 1954-1956, na Galeria Banerj
1984 - Rio de Janeiro RJ - Madeira, Matéria de Arte, no MAM/RJ
1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras
1984 - Rio de Janeiro RJ - Um Aniversário e 5 Grandes Artistas, na Galeria Aktuelll
1984 - São Paulo SP - Artistas Plásticos Judeus, no MAB/Faap
1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP
1984 - São Paulo SP - Geometria 84, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte
1984 - Volta Redonda RJ - Grupo Frente 1954-1956
1985 - Belo Horizonte MG - Geometria Hoje, no Museu de Arte da Pampulha
1985 - Niterói RJ - Abraham Palatnik , Abelardo Zaluar, Rubem Ludolf, na Galeria Cândida Boechat
1985 - Rio de Janeiro RJ - Galeria Ibeu Copacabana 25 Anos: 1960-1985, no Instituto Brasil-Estados Unidos
1986 - Resende RJ - Grupo Frente 1954-1956
1986 - Rio de Janeiro RJ - JK e os Anos 50: uma visão da cultura e do cotidiano, na Galeria Investiarte
1986 - São Paulo SP - 17º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio aquisição
1986 - São Paulo SP - A Nova Dimensão do Objeto, no MAC/USP
1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ
1987 - Rio de Janeiro RJ - Ponte para o Século XXI, no Rio Design Center
1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap
1988 - Rio de Janeiro RJ - Exposição dos Protótipos do Concurso Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - Rio de Janeiro RJ - Homenagem a Décio Vieira, na Villa Rizzo
1988 - Rio de Janeiro RJ - Papel no Espaço, na Galeria Aktuelll
1988 - Rio de Janeiro RJ - Uma Escultura para o Mar de Angra, na EAV/Parque Lage
1988 - São Paulo SP - MAC 25 Anos: aquisições e doações recentes, no MAC/USP
1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP
1988 - São Paulo SP - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Sesc Pompéia
1989 - Copenhague (Dinamarca) - Os Ritmos e as Formas: arte brasileira contemporânea, no Museu de Charlottenborg
1989 - Niterói RJ - Pintores Construtivos, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno
1989 - Rio de Janeiro RJ - Nossos Anos 80, na Casa de Cultura Laura Alvim
1989 - Rio de Janeiro RJ - Viva França, na GB ARTe
1990 - Brasília DF - Prêmio Brasília de Artes Plásticas, no Museu de Arte de Brasília
1990 - Rio de Janeiro RJ - Arte como Construção, no Rio Design Center
1991 - Rio de Janeiro RJ - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no CCBB
1992 - Porto Alegre RS - Mário Pedrosa, Arte, Revolução e Reflexão, no Centro Municipal de Cultura
1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Satamini, no Paço Imperial
1992 - Rio de Janeiro RJ - Eco Art, no MAM/RJ
1992 - São Paulo SP - A Sedução dos Volumes: os tridimensionais do MAC, no MAC/USP
1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus Zürich
1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil, 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA
1993 - Rio de Janeiro RJ - Direitos Humanos: pintando a solução, no MNBA
1993 - São Paulo SP - 23º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP
1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal
1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC-Niterói
1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB
1996 - São Paulo SP - Mostra inaugural, no Mercado de Arte e Cultura Silvia Curti
1997 - Porto Alegre RS - 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, na Fundação Bienal de Artes Visuais
1997 - Porto Alegre RS - Vertente Construtiva e Design, no Espaço Cultural ULBRA
1997 - São Paulo SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Belo Horizonte MG - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, no Itaú Cultural
1998 - Brasília DF - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC-Niterói
1998 - Penápolis SP - Tridimensionalidade na Arte Brasileira do Século XX, na Galeria Itaú Cultural
1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP
1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp
1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ
1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. A Técnica - Máquinas de Arte, no Itaú Cultural
2000 - Madri (Espanha) - Heterótopos: médio siglo sin lugar 1918-1968, no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía
2000 - Niterói RJ - Coleção Sattamini: dos materiais às diferenças internas, no MAC-Niterói
2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil Era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial
2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal
2000 - São Paulo SP - Coleção Pirelli no Acervo do MAM: a arte brasileira nos anos 60, no MAM/SP
2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light
2001 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Universidarte, na Universidade Estácio de Sá. Galeria Maria Martins
2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural
2002 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som do Rock Pop Brasil, no Paço Imperial
2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial
2002 - São Paulo SP - A Forma e a Imagem Técnica na Arte do Rio de Janeiro: 1950-1975, no Paço das Artes
2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud
2002 - São Paulo SP - Portão 2, na Galeria Nara Roesler
2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB
2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo
2003 - Rio de Janeiro RJ - Fiat Lux: a luz na arte, no Centro Cultural da Justiça Federal
2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade , no MAM/RJ
2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte
2003 - São Paulo SP - A Arte Atrás da Arte: onde ficam e como viajam as obras de arte, no Espaço MAM - Villa-Lobos
2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP
2004 - Madri (Espanha) - Arco/2004, no Parque Ferial Juan Carlos I
2004 - Porto Alegre RS - Hiper Relações Eletrodigitais, no Santander Cultural
Fonte: ABRAHAM Palatnik. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 02 de Abr. 2017. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Biografia Wikipédia
De família judia de origem ucraniana, estudou pintura, desenho, história e filosofia da arte na mesma época em que fazia um curso de motores a explosão na antiga Palestina, atual Israel.
De volta ao Brasil, em 1948, integrou o primeiro núcleo de artistas abstratos do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou suas pesquisas no campo da luz e do movimento, responsáveis por seu reconhecimento como um dos pioneiros da Arte cinética, após a menção especial do júri internacional, na I Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Integrou o Grupo Frente, aproximando-se da poética visual dos concretos e neoconcretos. Desde então, vem desenvolvendo um trabalho que une pesquisa visual e rigor matemático. Suas obras integram coleções particulares em importantes museus europeus e norte americanos.
Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.
Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 02 de abril de 2017.
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Grupo Frente
Marco histórico do movimento construtivo no Brasil, o Grupo Frente, sob a liderança do artista carioca Ivan Serpa (1923-1973), um dos precursores da abstração geométrica no Brasil, abre sua primeira exposição em 1954, na Galeria do Ibeu, no Rio de Janeiro. Participam da mostra, apresentada pelo crítico Ferreira Gullar (1930-2016), os artistas Aluísio Carvão (1920-2001), Carlos Val (1937- ), Décio Vieira (1922-1988), Ivan Serpa, João José da Silva Costa (1931- ), Lygia Clark (1920-1988), Lygia Pape (1927-2004) e Vicent Ibberson (19--), a maioria alunos ou ex-alunos de Serpa nos cursos do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Apesar de informados pelas discussões em torno da abstração e da arte concreta, com obras que trabalham sobretudo no registro da abstração geométrica, o grupo não se caracteriza por uma posição estilística única, sendo o elo de união entre seus integrantes a rejeição à pintura modernista brasileira de caráter figurativo e nacionalista.
A abertura a outras formas de manifestação artística e uma maior liberdade em relação às teorias concretas de um Max Bill (1908 - 1994), por exemplo, torna-se mais patente na segunda exposição do grupo, em 1955, no MAM/RJ. Aos fundadores do grupo unem-se outros sete artistas: Abraham Palatnik (1928), César Oiticica (1939- ), Franz Weissmann (1911-2005), Hélio Oiticica (1937-1980), Rubem Ludolf (1932-2010), Elisa Martins da Silveira (1912-2001) e Emil Baruch (1920- ). Além da diversidade no que se refere às técnicas e materiais utilizados (pastel, xilogravura, objeto cinético, colagem etc), percebe-se também uma certa variação de estilos, como a pintura primitiva de Elisa Martins e a construção geométrica lírica e repleta de nuances de Décio Vieira. Como nota o crítico Mário Pedrosa (1900-1981), em texto de apresentação dessa segunda mostra, não se trata "de uma panelinha fechada, nem muito menos uma academia onde se ensinam e se aprendem regrinhas e receitas para fazer abstracionismo, concretismo, expressionismo (...) e outros ismos". Ao contrário, aos olhos do crítico, o respeito à "liberdade de criação" é o postulado pelo qual lutam acima de tudo.
Para os artistas do Grupo Frente, a linguagem geométrica é, antes de qualquer coisa, um campo aberto à experiência e à indagação. A independência e individualidade com que tratavam os postulados teóricos da arte concreta estão no centro da crítica que o grupo concreto de São Paulo, principalmente o artista e porta-voz do movimento paulista Waldemar Cordeiro (1925-1973), faz ao grupo. A rigor, esses artistas não podem ser chamados de concretos em sentido estrito, pois de início ignoram a noção de objeto artístico como exercício de concreção racional de uma idéia, cuja execução deve ser previamente guiada por leis claras e inteligíveis, de preferência cálculos matemáticos. No entanto, é essa autonomia e certa dose de experimentação presente no Grupo Frente que garante o desenvolvimento singular que as poéticas construtivas vão conhecer nos trabalhos de alguns de seus integrantes ainda na segunda metade da década de 1950. Cabe lembrar das Superfícies Moduladas de Lygia Clark, das esculturas de Weissmann - em que o vazio passa a ser elemento ativo das estruturas -, das séries de relevos, poemas-objetos e poemas-luz e dos Tecelares de Lygia Pape, e das experiências cinéticas de Palatnik.
As últimas exposições do grupo ocorrem em 1956, em Resende e Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro. A 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca - que ocorre em dezembro de 1956 e fevereiro de 1957 no MAM/SP em São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro, respectivamente - torna evidente a distância entre os dois núcleos concretistas. Sua repercussão, tanto por parte do público quanto dos artistas, marca o início de uma nova fase da arte concreta brasileira, exigindo dos artistas cariocas uma tomada de posição mais definida diante das idéias veiculadas pelos concretos paulistas. A exposição também ajuda a revelar a amplitude que a arte abstrato-geométrica de matriz construtiva e concreta, havia adquirido no Brasil. Após a mostra, o Grupo Frente simultaneamente rompe com os artistas de São Paulo e começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se agrupar para iniciar o Movimento Neoconcreto um dos mais significativos da arte brasileira.
Fonte: GRUPO Frente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 20 de Abr. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7
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Abraham Palatnik morre, aos 92 anos, vítima da Covid-19
Pioneiro na arte cinética, Palatnik estava internado desde o final de abril. Artista enfrentava complicações respiratórias por conta da doença.
O artista plástico Abraham Palatnik, de 92 anos, pioneiro na arte cinética, morreu no sábado, dia 9 de maio de 2020, vítima da Covid-19. Estava internado desde o dia 29 de abril, no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. Segundo relatos, ele sofria com problemas respiratórios, que foram agravados pelo novo coronavírus.
Um dos pioneiros a trabalhar com a arte cinética, uma vertente das artes plásticas que explora efeitos visuais por meio de movimentos físicos, ilusão de óptica ou truques de posicionamento de peças, o nome de Palatnik é reconhecido mundialmente.
Atualmente o artista tem obras expostas em instituições internacionais, como o Museum of Fine Arts, em Houston, e o MoMA, em Nova York.
Potiguar e carioca
Nascido em Natal, em 1932, Palatnik se mudou ainda jovem para onde hoje fica o Estado de Israel. Depois de completar a primeira parte de seus estudos no exterior, o artista retorna ao Brasil em 1948, dessa vez para o Rio de Janeiro.
Arte cinética
Por volta de 1949, Palatnik iniciou seus estudos sobre a luz e o movimento, que resultaram no Aparelho Cinecromático. Nessa época, o artista começou a projetar máquinas em que a cor aparece se movendo. Com base nesses experimentos, são criadas caixas de telas com lâmpadas que se movimentam por mecanismos acionados por motores. A invenção foi exposta em 1951 na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, onde recebeu a menção honrosa do júri internacional.
Alguns anos depois, o artista passou a integrar o Grupo Frente, ao lado de Ivan Serpa, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa, Franz Weissmann, Lygia Clark e outros grandes nomes dessa geração. Ele desenvolve, a partir de 1964, os objetos cinéticos, um desdobramento dos cinecromáticos, mostrando o mecanismo interno de funcionamento e suprimindo a projeção de luz.
Em grande parte de sua obra, o rigor com a matemática se faz presente e vira uma marca de seu trabalho. Palatnik é considerado internacionalmente um dos pioneiros da arte cinética.
Influência de hospital psiquiátrico
Antes de desenvolver o conceito da arte cinética, Abraham Palatnik, ao lado de Almir Mavignier e do crítico de arte Mário Pedrosa, começou a frequentar os ateliês do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio. Lá ele conheceu o trabalho da doutora Nise da Silveira.
Segundo o artista, o impacto das visitas ao Engenho de Dentro e as conversas com Mário Pedrosa influenciaram em toda sua obra.
Com a influência, Palatnik abandona critérios escolares de composição e parte para relações livres entre formas e cores. Nesse momento, o artista aproxima-se da arte abstrata.
Em 1953, o artista apresenta seus trabalhos cinecromáticos, na 2ª Bienal Internacional de São Paulo e na 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha.
Desde 1999, mostras retrospectivas de Palatnik estão expostas no Itaú Cultural, em São Paulo e no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC).
Em 2017, o artista ganhou a exposição retrospectiva "Abraham Palatnik — A reinvenção da pintura" com 92 trabalhos, sendo três deles inéditos. A mostra passou pelo Centro Cultural Banco do Brasil do Rio, além de cidades como Brasília, Curitiba, Porto Alegre e São Paulo.
Outras marcas
Mesmo reconhecido pelo seu trabalho com obras cinéticas, Palatnik também apresentou outras novidades no mundo artístico.
Algumas de suas séries, como “Progressões” e “W”, nas quais o movimento está sempre presente, ainda que sem a interferência de motores ou engrenagens, sua carreira ganhou ainda mais destaque.
Nessas obras, as linhas criadas pela justaposição de filetes de madeira, acrílico ou de cartão mantêm a sensação de que as peças se mexem diante dos olhos do espectador. A busca pelo equilíbrio entre cores, formas e dinamismo é uma marca constante dos mais de 70 anos de produção.
Em 2018, Abraham Palatnik ganhou o Prêmio Faz Diferença, promovido pelo Jornal O Globo, na categoria Artes Plásticas.
Fonte: G1, publicado em 9 de maio de 2020.