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Clóvis Graciano

Clóvis Graciano (Araras, 29 de janeiro de 1907 — São Paulo, 29 de junho de 1988) foi um pintor, desenhista, cenógrafo, figurinista, gravador, ilustrador brasileiro e muralista.

Biografia Itaú Cultural

Reside em São Paulo a partir de 1934. Realiza estudos com o pintor Waldemar da Costa (1904-1982), entre 1935 e 1937. Em 1937, integra o Grupo Santa Helena, com Francisco Rebolo (1902 - 1980), Mario Zanini (1907-1971) e Bonadei (1906-1974). Freqüenta como aluno ouvinte o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938. Membro da Família Artística Paulista - FAP, em 1939 é eleito presidente do grupo. Participa regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e, em 1941, realiza sua primeira individual. Em 1948, é sócio-fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Viaja para a Europa em 1949, com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Permanece dois anos em Paris, onde estuda pintura mural e gravura. A partir dos anos 1950, dedica-se principalmente à pintura mural. Faz ilustrações de obras literárias, como o livro Cancioneiro da Bahia, de Dorival Caymmi (1914-2008), publicado pela editora Martins, em 1947, e o romance Terras do Sem Fim, de Jorge Amado (1912-2001), pela editora Record, em 1987. Em 1971, assume o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (_Pina). De 1976 a 1978, exerce a função de adido cultural em Paris. Ao longo de sua carreira permanece fiel ao figurativismo, com o predomínio de temas sociais.

Análise

Clóvis Graciano estuda pintura com Waldemar da Costa, e integra o Grupo Santa Helena em 1937. Com o prêmio obtido no Salão Nacional de Belas Artes, em 1949, viaja para Paris, onde estuda gravura e pintura mural. Produz paisagens bastante construídas e naturezas-mortas cujas qualidades, no dizer do crítico Mário de Andrade (1893-1945), residem na singularidade do corte, na rapidez da execução e no grafismo sintético.

O artista revela admiração pela obra de Candido Portinari (1903-1962), em especial pela Série Bíblica, recorrendo à determinação espacial pós-cubista, em que os planos se superpõem, destruindo a representação ilusória da perspectiva e utilizando ainda o recurso da deformação das mãos e dos pés das figuras.

Nos anos 1940, a obra de Clóvis Graciano é marcada pela figura humana e pelos temas sociais, como o dos retirantes. Produz também auto-retratos, que revelam variáveis psicológicas, expressando tensões íntimas. Realiza ainda várias telas com temas de músicos e de dança. A partir da década de 1950, realiza várias pinturas murais, com destaque para as obras Armistício de Iperoig (1962) na Fundação Armando Álvares Pesnteado (Faap); Operário (1979) na Avenida Moreira Guimarães e o painel no edifício do Diário Popular, inspirados em afrescos do Renascimento e desenvolvendo a narrativa em espaços construídos por planos geométricos.

Um burocrata indolente

Nascido em Araras (SP) e falecido em São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, ficou órfão aos 12 anos e, para sobreviver, desempenhou os mais humildes ofícios.

Desenhando desde o grupo escolar (escola de 1º grau), empregou-se, em 1927, na Estrada de Ferro Sorocabana (Fepasa), cabendo-lhe pintar postes e tabuletas para a ferrovia.

Em 1934 transfere-se para São Paulo, como fiscal do consumo, dividindo a partir de então seu tempo entre o emprego de burocrata e a arte, com evidentes vantagens para essa, tanto que dez anos depois foi demitido - por abandono de emprego.

Ampliando os horizontes

O desenho, que praticava como autodidata, será a sólida base sobre a qual construirá, desde então, sua carreira.

Um colega de pensão que lhe viu alguns trabalhos aproximou-o de Portinari (cinco anos mais velho que ele) e, a conselho deste, Graciano passou a freqüentar o ateliê de Waldemar da Costa e a lhe absorver os ensinamentos (1935-1937).

Do desenho, logo passa à aquarela, e daí ao óleo. Segue também como aluno livre o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938.

O Grupo Santa Helena

Instalara-se, em 1937, no Palacete Santa Helena ali, junto com Rebolo, Zanini, Bonadei e outros pintores que trabalhavam e pesquisavam em atmosfera de íntima cooperação, realizou avanços técnicos notáveis.

Como diria, muitos anos mais tarde, «o Grupo Santa Helena poderia não ter uma tese. Era um grupo mais de pintores artesãos, que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia um trânsito de conhecimentos entre todos eles: Volpi, Rebolo, Bonadei, Pennacchi, Tomás Santa Rosa e uma porção deles. Permutavam conhecimentos, permutavam técnicas, e acabaram fazendo uma coisa, para a época, muito importante».

Realizou sua primeira exposição em 1937, no Pará, com outros integrantes do Grupo Santa Helena. Do Grupo, passara à Família Artística Paulista (da qual seria presidente, em 1939) e ao Sindicato dos Artistas Plásticos, participando regularmente de suas exposições.

Seguindo o próprio caminho

Mas só em 1941 fez uma individual, no Centro Paranaense em São Paulo: desenhos a nanquim, guaches e monotipias, de vez que só em 1943 exporia suas primeiras pinturas a óleo. No ano seguinte participou de um concurso de desenho promovido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebendo o primeiro prêmio.

A partir de 1940, expondo no Salão Nacional de Belas Artes (Divisão Moderna), recebe sucessivamente menção honrosa em pintura (1940), medalha de prata em desenho (1941), medalha de ouro em pintura (1941).

Recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1948. Assim, embarca, em 1949, para uma permanência de dois anos em França, Itália, Bélgica e outros países.

Aderindo ao muralismo

Ao retornar, expôs 30 pinturas, lançando-se depois à execução de uma série enorme de painéis em São Paulo e em outras cidades. E explica porquê:

O painel é a forma mais democrática da pintura. O governo, se quisesse, poderia mandar pintar painéis em logradouros públicos, como estações, campos de esporte, etc.

É uma forma de levar a arte ao povo, de imortalizar momentos históricos, de maneira a que todos tenham possibilidades de vê-los. A tela pertence a uma minoria. O painel a todos quantos queiram vê-lo.»

Figurativista por devoção

Graciano, que também se dedicou à cenografia e fez costumes para teatro e balé, destacou-se como ilustrador de livros e também desempenhou alguns cargos públicos, como a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (para a qual foi nomeado em 1971) e a função de adido cultural em Paris.

No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução do Abstracionismo. O artista, numa entrevista de 1972, explicaria, não sem certo orgulho:

Meu negócio é a figura, que nunca abandonei.

Estudando essa aparente invulnerabilidade de Graciano ao Não-Figurativismo, José Geraldo Vieira explicou-a de modo engenhoso, num texto de 1957 publicado em Habitat:

A quem porventura estranhar que Clovis Graciano, sempre tão arguto, haja permanecido renitentemente na figura humana e na natureza, se pode responder que, de início, foi forçosamente um pintor abstrato por profissão.

Pois, pintando postes e porteiras, em eventuais itinerários de tabuletas e ramais duma estrada de ferro, deixou em cima de muita tora, com aspecto tabu de totem, cores concretas, sem gama, suficientemente densas.

Que em discos semafóricos de desvios e baldeações deixou muitas bolas cromáticas no gênero das de Sophie Tauber-Arp.»

Influências de Picasso e Cézanne

Mas, como tantos outros pintores brasileiros do seu tempo, Graciano sofreu por vezes a influência do Cubismo picassiano - e talvez seja lícito ver, nessas mesmas pinturas da série Bombardeio, um eco de Guernica, que a antecedeu somente em alguns anos.

Mais do que Picasso, foi porém Cézanne que o marcou. Curiosamente, não é nas naturezas-mortas que a nota cézanniana repercute, ao contrário: as naturezas-mortas de Graciano permanecem fiéis à tradição, e numa, de cerca de 1942, é possível até mesmo ver insetos e larvas, as mesmas que pululam sorrateiras nas maravilhosas flores de Bruegel de Velours ou de Daniel Seghers, numa doentia alusão à morte e à destruição da matéria.

Não: a lição de Cézanne, assimilou-a Graciano, ao ordenar, de modo racional, os grandes espaços de seus painéis, ao compor com preocupações de geômetra o espaço das suas paisagens bíblicas ou das cenas de músicos e passarinheiros, nas quais o partido figurativo do primeiro plano contrasta com a esquematização geométrica que lhe serve de cenário.

Retratando cavalos e cavaleiros, músicos e dançarinos que se contorcem em poses inusuais, passarinheiros e outros temas semelhantes, Graciano roçou por vezes no fantástico e no insólito.»

A marca de Portinari

Nenhuma influência superou contudo a de Portinari, companheiro mais velho, conselheiro e amigo, com quem chegou a trabalhar algum tempo durante sua permanência no Rio de Janeiro.

Portinari marcou-o técnica, temática, estilisticamente: uma pintura como Família, de 1945, vincula-se às grandes composições de tema nordestino que Portinari realizara pouco antes, assim como os vários São Franciscos que Graciano pintou ao longo dos anos apontam, todos, para a Pampulha.

Inversamente, há quem sustente que Portinari colheu nos Espantalhos de Graciano a motivação para os muitos que em seguida faria.

Todas essas influências não bastam para sufocar ou esconder as características pessoais do estilo de Graciano, resumidas por Almeida Sales num texto de 1972 como «presença saliente do desenho, composição solenemente cenográfica e, na temática, o afã de conferir dignidade à humildade».

Sobretudo a cenografia parece marcar toda a obra de Graciano mas também destacaríamos a tendência, que possui o artista, em congelar, em pleno ar, no meio de um movimento, massas e volumes, temporariamente desprovidos de gravidade tendência mais de cineasta que de pintor, e da qual é exemplo o quadro O Domador, de 1974, no qual a perna do cavaleiro forma uma paralela com o dorso do animal, no instante anterior ao em que irá montá-lo.

Essa tendência ao movimento, combinada talvez a algum resquício do Cubismo, é responsável também pelas pinturas em que os limites das formas se interpenetram, como numa justaposição de negativos fotográficos, formando o que chamamos de "o estilo raios-X", Mulher na Cadeira, 1942, O Violinista, 1945, etc.

Críticas

"Sem segundas intenções, o que eu quero significar é que os quadros de Clóvis Graciano são quase sempre muito simples na intencionalidade da expressão estética. Não são obras antológicas dos processos técnicos que o artista vai resolvendo em sua transformação gradativa. Mas, se a cada passo, o pintor prescinde de qualidades adquiridas ou problemas já solucionados, isso não quer dizer também que ele os abandone, na infidelidade duma concepção nova da arte e da vida. Ele apenas prescinde de certos problemas e processos de expressão bela porque, menos questão de fase em geral que da realidade imediata do quadro a realizar, ele reconhece que são, no momento, apenas dós-de-peito virtuosísticos, prejudiciais ao quadro em criação. (...)

É certo que a pintura de São Paulo, com alguma rara exceção, se caracteriza em geral pela recusa ao virtuosismo, porém dentro dela Clóvis Graciano se apresenta como o antivirtuose por excelência. Não que ele desdenhe os elementos, quaisquer elementos, pelos quais a arte é Belas Artes, transfere tudo por intermédio da beleza e se firma em seu conceito de manifestação intuitiva do conhecimento.

Mas em Clóvis Graciano os elementos da habilidade virtuosística não só não se acumulam, como resistem a qualquer deslocamento. Ela brilha onde pode brilhar, deforma quando e quanto deve deformar, e se recata quando precisa se recatar. Porque o recato, tanto das cores como dos sons ou das palavras, muitas vezes é uma virtuosidade também, quando não é um embuste.

(...) Si Clóvis Graciano dé todo o brilho das cores e toda a lucilação dos tons a uma leve flor (de papel), no desenho colorido da monotonia, ele não é o virtuose falso que esquece a obra-de-arte, mas o artista legítimo que sabe se esquecer a si mesmo. E é nesta aceitação, sempre modesta, que escolhe a imodéstia adúltera da monotipia para deixá-la brilhar, a força confessional do desenho para revelar os homens, o quadro de gênero pra combater, a paisagem pro recato grave da pintura estrita, que Clóvis Graciano é um perfeito antivirtuosista. A sua lição é inteligentíssima". Mário de Andrade

ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre Clovis Graciano. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 10, p. 156-175, 1971.

"A forte consagüinidade existente entre os pintores santelenistas não exclui aspectos de afirmação individual, como no caso de Clóvis Graciano. O interesse paisagístico não foi para ele preocupação na mesma proporção dos demais, enquanto a figura humana tornou-se objeto maior de sua atenção, especialmente nos temas consagrados à ´volúpia trágica do bailado´ (Mário de Andrade). Intérprete expressionista do movimento, Graciano, que do ponto de vista da cor não se nivela aos melhores pintores da confraria, alcançou pelo desenho e o sentido amplo e largo da composição os valores mais salientes de sua obra. A presença de temas sociais mostrava na época uma inclinação que nem sempre era estimulada entre os membros do grupo. Na sua produção aparece a decoração mural que teve outros representantes nesse meio estudioso de técnicas antepassadas".

Walter Zanini (ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. 2 v.)

"Graciano não é, porém, expressionista apenas porque nele a deformação é uma 'necessidade', uma 'exigência', como percebera agudamente Mário de Andrade. Graciano é expressionista porque dá primazia à técnica como trabalho, como construção participante, como experimentação constante, o que se reflete em seu traço conciso, simples, denso, avesso à vibratilidade sensorial, pronto a colher o essencial, sempre em busca de aperfeiçoamento, como demonstra a evolução de seus motivos plásticos, aglutinados em séries ou interativos, mas diferentes.

Se esta busca técnica honesta é terreno comum às experiências da 'escola de São Paulo', Graciano dota-a, porém, de características próprias, expressivas e temáticas ao mesmo tempo. E será logo o desenho o discriminador de sua peculiaridade no âmbito do grupo do Santa Helena, um desenho que se constrói, à maneira expressionista, por um claro-escuro pujante, através dum traço firme, espesso, que melhor realça o contraste de preto e branco, exaltando a luminosidade de conteúdo e continente, transformando o preto num valor cromático absoluto.

Com esse traço denso, cor e linha ao mesmo tempo, Graciano obtém em seus desenhos os resultados que os pintores expressionistas conseguiam em seus quadros. Quadros cujo significado é determinado por um cromatismo arbitrário, pelo colapso das leis da perspectiva. Desenhos, os de Graciano, nos quais substância interior se estrutura a partir duma composição simples - o diálogo das linhas com a espacialidade do papel. Linhas, a princípio simples, dominadas pelo contraste cromático preto/branco, que adquirem paulatinamente uma densidade mais incorpórea, mais diáfana à medida em que se afirmam como princípio plástico puro, como verdadeiro agente do tempo e do espaço - um tempo e um espaço que, por vezes, se interpenetram, fiéis às lições pós-cubista".

Annateresa Fabris (GRACIANO, Clóvis. Clóvis Graciano: acervo exposição e comentários. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1985.)

Exposições Individuais

1939 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

1941 - São Paulo SP - Individual, no Centro Paranaense em São Paulo

1943 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

1951 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Domus

1957 - São Paulo SP - Individual, no Clube dos Artistas

1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Esquisses

1965 - São Paulo SP - Individual, no Clube Athlético Paulistano

1971 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho

1973 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte

1974 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seráphico Galeria de Arte

1978 - São Paulo SP - Clóvis Graciano: desenhos e gravuras, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte

1985 - São Paulo SP - Individual, no CCSP. Divisão de Artes Plásticas

Exposições Coletivas

1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel

1939 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa

1939 - São Paulo SP - Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo

1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - menção honrosa em pintura

1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel

1941 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de prata em desenho e medalha de ouro em pintura

1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático, no Palácio Itamaraty

1943 - São Paulo SP - Salão Itá

1943 - São Paulo SP - Nelson Nóbrega, Clóvis Graciano e Francisco Rebolo, na Galeria Itá

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1944 - São Paulo SP - Anita Malfati, Clóvis Graciano, Hilde Weber, Nelson Nóbrega, Francisco Rebolo, na Galeria Jaraguá

1944 - São Paulo SP - Individual, no Ateliê Clóvis Graciano

1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, nas Salas Nacionales de Exposición

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - Montevidéu (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura

1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga

1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - prêmio viagem ao exterior

1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista

1952 - Feira de Santana BA - 1ª Exposição de Arte Moderna de Feira de Santana, no Banco Econômico

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, no MEC

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno

1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima

1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino

1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo

1957 - São Paulo SP - Clube dos Artistas e Amigos da Arte

1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana

1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana

1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria de Arte 4 Planetas

1967 - São Paulo SP - A Família Artística Paulista: trinta anos depois, no Auditório Itália

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria Collectio

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAC/USP

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAM/SP

1973 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1975 - São Paulo SP - 40 Anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP

1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - 3º Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, no MAB/Faap

1977 - São Paulo SP - Mostra de Arte, no Grupo Financeiro BBI

1979 - São Paulo SP - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte

1979 - Tóquio (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1979 - Atami (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1979 - Kyoto (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1981 - Atami (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1981 - Kyoto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Olinda PE - 2ª Exposição da Coleção Abelardo Rodrigues de Artes Plásticas, no MAC/Olinda

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj

1983 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

Exposições Póstumas

1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Campina Grande PB - Assis Chateaubriand - UEPB, no Maac

1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP

1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes

1996 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Clóvis Graciano, no Museu do Club Atlético Paulistano

2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2000 - São Paulo SP - Individual, no Clube Atlético Paulistano

2000 - São Paulo SP - O Café, no Banco Real

2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2001 - Uberlândia MG - Gravuras Brasileiras do Acervo do MUnA: anos 60, 70 e 80, no Museu Universitário de Arte

2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi

2003 - Belém PA - 22ª Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte

2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP

2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria

2004 - São Paulo SP - Tudo é Desenho, no CCSP

2005 - São Paulo SP - Acervo 2005, no MAB/Faap

Fonte: CLÓVIS Graciano. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Em 1927 empregou-se na Estrada de Ferro Sorocabana, em Conchas, interior do estado de São Paulo, passando a pintar postes, tabuletas, letreiros e avisos para as estações ferroviárias.

Em 1934 transferiu-se para São Paulo, como fiscal do consumo, passando a partir daí a dividir seu tempo entre o emprego e a arte, com evidentes vantagens para a última, tanto que dez anos depois foi demitido por abandono de emprego.

Em 1937, já tendo travado contato com a arte de Alfredo Volpi, Clóvis Graciano instala-se no Palacete Santa Helena e integra, então, o Grupo Santa Helena, com os artistas Francisco Rebolo, Mario Zanini, Aldo Bonadei, Fulvio Pennacchi, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa e outros, além do próprio Volpi.

Fez amizade com Portinari e, ao final da década de 1940, foi estudar em Paris, onde aprendeu técnicas de produção de murais, inclusive com mosaicos. Ao retornar ao país, realizou diversos painéis: o mural Armistício de Iperoig, na FAAP (1962); o painel Operário, na Avenida Moreira Guimarães (1979), murais na Avenida Paulista e no edifício do Diário Popular, entre outros.

Ilustrou,em 1947, para a coleção dos Cem Bibliófilos do Brasil, a obra Luzia-Homem, do romancista cearense Domingos Olímpio.

Em 1971, exerceu a função de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura.

Além da pintura, Graciano dedicou-se a diversas atividades paralelas, lecionando cenografia na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), e ilustrando jornais, revistas e livros, principalmente nos anos 1980.

No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução pelo abstracionismo. Tratou constantemente de temas sociais, como o dos retirantes, além de temas de músicos e de dança.

Suas obras estão expostas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo e figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de março de 2018.

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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural

A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.

O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.

Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.

Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.

O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.

Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.

Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Clóvis Graciano (Araras, 29 de janeiro de 1907 — São Paulo, 29 de junho de 1988) foi um pintor, desenhista, cenógrafo, figurinista, gravador, ilustrador brasileiro e muralista.

Clóvis Graciano

Clóvis Graciano (Araras, 29 de janeiro de 1907 — São Paulo, 29 de junho de 1988) foi um pintor, desenhista, cenógrafo, figurinista, gravador, ilustrador brasileiro e muralista.

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Clóvis Graciano - Caixa Cultural SP

Caixa Cultural - Clóvis Graciano

Clóvis Graciano

Restauro do painel Mineração

Exposição Clóvis Graciano

Clovis Graciano por Fabio Cypriano

Grupo Santa Helena (Arte moderna)

80 anos do Grupo Santa Helena

Biografia Itaú Cultural

Reside em São Paulo a partir de 1934. Realiza estudos com o pintor Waldemar da Costa (1904-1982), entre 1935 e 1937. Em 1937, integra o Grupo Santa Helena, com Francisco Rebolo (1902 - 1980), Mario Zanini (1907-1971) e Bonadei (1906-1974). Freqüenta como aluno ouvinte o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938. Membro da Família Artística Paulista - FAP, em 1939 é eleito presidente do grupo. Participa regularmente dos Salões do Sindicato dos Artistas Plásticos e, em 1941, realiza sua primeira individual. Em 1948, é sócio-fundador do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Viaja para a Europa em 1949, com o prêmio recebido no Salão Nacional de Belas Artes. Permanece dois anos em Paris, onde estuda pintura mural e gravura. A partir dos anos 1950, dedica-se principalmente à pintura mural. Faz ilustrações de obras literárias, como o livro Cancioneiro da Bahia, de Dorival Caymmi (1914-2008), publicado pela editora Martins, em 1947, e o romance Terras do Sem Fim, de Jorge Amado (1912-2001), pela editora Record, em 1987. Em 1971, assume o cargo de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (_Pina). De 1976 a 1978, exerce a função de adido cultural em Paris. Ao longo de sua carreira permanece fiel ao figurativismo, com o predomínio de temas sociais.

Análise

Clóvis Graciano estuda pintura com Waldemar da Costa, e integra o Grupo Santa Helena em 1937. Com o prêmio obtido no Salão Nacional de Belas Artes, em 1949, viaja para Paris, onde estuda gravura e pintura mural. Produz paisagens bastante construídas e naturezas-mortas cujas qualidades, no dizer do crítico Mário de Andrade (1893-1945), residem na singularidade do corte, na rapidez da execução e no grafismo sintético.

O artista revela admiração pela obra de Candido Portinari (1903-1962), em especial pela Série Bíblica, recorrendo à determinação espacial pós-cubista, em que os planos se superpõem, destruindo a representação ilusória da perspectiva e utilizando ainda o recurso da deformação das mãos e dos pés das figuras.

Nos anos 1940, a obra de Clóvis Graciano é marcada pela figura humana e pelos temas sociais, como o dos retirantes. Produz também auto-retratos, que revelam variáveis psicológicas, expressando tensões íntimas. Realiza ainda várias telas com temas de músicos e de dança. A partir da década de 1950, realiza várias pinturas murais, com destaque para as obras Armistício de Iperoig (1962) na Fundação Armando Álvares Pesnteado (Faap); Operário (1979) na Avenida Moreira Guimarães e o painel no edifício do Diário Popular, inspirados em afrescos do Renascimento e desenvolvendo a narrativa em espaços construídos por planos geométricos.

Um burocrata indolente

Nascido em Araras (SP) e falecido em São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, ficou órfão aos 12 anos e, para sobreviver, desempenhou os mais humildes ofícios.

Desenhando desde o grupo escolar (escola de 1º grau), empregou-se, em 1927, na Estrada de Ferro Sorocabana (Fepasa), cabendo-lhe pintar postes e tabuletas para a ferrovia.

Em 1934 transfere-se para São Paulo, como fiscal do consumo, dividindo a partir de então seu tempo entre o emprego de burocrata e a arte, com evidentes vantagens para essa, tanto que dez anos depois foi demitido - por abandono de emprego.

Ampliando os horizontes

O desenho, que praticava como autodidata, será a sólida base sobre a qual construirá, desde então, sua carreira.

Um colega de pensão que lhe viu alguns trabalhos aproximou-o de Portinari (cinco anos mais velho que ele) e, a conselho deste, Graciano passou a freqüentar o ateliê de Waldemar da Costa e a lhe absorver os ensinamentos (1935-1937).

Do desenho, logo passa à aquarela, e daí ao óleo. Segue também como aluno livre o curso de desenho da Escola Paulista de Belas Artes, até 1938.

O Grupo Santa Helena

Instalara-se, em 1937, no Palacete Santa Helena ali, junto com Rebolo, Zanini, Bonadei e outros pintores que trabalhavam e pesquisavam em atmosfera de íntima cooperação, realizou avanços técnicos notáveis.

Como diria, muitos anos mais tarde, «o Grupo Santa Helena poderia não ter uma tese. Era um grupo mais de pintores artesãos, que procuravam reformar a pintura acadêmica, e havia um trânsito de conhecimentos entre todos eles: Volpi, Rebolo, Bonadei, Pennacchi, Tomás Santa Rosa e uma porção deles. Permutavam conhecimentos, permutavam técnicas, e acabaram fazendo uma coisa, para a época, muito importante».

Realizou sua primeira exposição em 1937, no Pará, com outros integrantes do Grupo Santa Helena. Do Grupo, passara à Família Artística Paulista (da qual seria presidente, em 1939) e ao Sindicato dos Artistas Plásticos, participando regularmente de suas exposições.

Seguindo o próprio caminho

Mas só em 1941 fez uma individual, no Centro Paranaense em São Paulo: desenhos a nanquim, guaches e monotipias, de vez que só em 1943 exporia suas primeiras pinturas a óleo. No ano seguinte participou de um concurso de desenho promovido pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, recebendo o primeiro prêmio.

A partir de 1940, expondo no Salão Nacional de Belas Artes (Divisão Moderna), recebe sucessivamente menção honrosa em pintura (1940), medalha de prata em desenho (1941), medalha de ouro em pintura (1941).

Recebeu o prêmio de viagem ao estrangeiro em 1948. Assim, embarca, em 1949, para uma permanência de dois anos em França, Itália, Bélgica e outros países.

Aderindo ao muralismo

Ao retornar, expôs 30 pinturas, lançando-se depois à execução de uma série enorme de painéis em São Paulo e em outras cidades. E explica porquê:

O painel é a forma mais democrática da pintura. O governo, se quisesse, poderia mandar pintar painéis em logradouros públicos, como estações, campos de esporte, etc.

É uma forma de levar a arte ao povo, de imortalizar momentos históricos, de maneira a que todos tenham possibilidades de vê-los. A tela pertence a uma minoria. O painel a todos quantos queiram vê-lo.»

Figurativista por devoção

Graciano, que também se dedicou à cenografia e fez costumes para teatro e balé, destacou-se como ilustrador de livros e também desempenhou alguns cargos públicos, como a direção da Pinacoteca do Estado de São Paulo (para a qual foi nomeado em 1971) e a função de adido cultural em Paris.

No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução do Abstracionismo. O artista, numa entrevista de 1972, explicaria, não sem certo orgulho:

Meu negócio é a figura, que nunca abandonei.

Estudando essa aparente invulnerabilidade de Graciano ao Não-Figurativismo, José Geraldo Vieira explicou-a de modo engenhoso, num texto de 1957 publicado em Habitat:

A quem porventura estranhar que Clovis Graciano, sempre tão arguto, haja permanecido renitentemente na figura humana e na natureza, se pode responder que, de início, foi forçosamente um pintor abstrato por profissão.

Pois, pintando postes e porteiras, em eventuais itinerários de tabuletas e ramais duma estrada de ferro, deixou em cima de muita tora, com aspecto tabu de totem, cores concretas, sem gama, suficientemente densas.

Que em discos semafóricos de desvios e baldeações deixou muitas bolas cromáticas no gênero das de Sophie Tauber-Arp.»

Influências de Picasso e Cézanne

Mas, como tantos outros pintores brasileiros do seu tempo, Graciano sofreu por vezes a influência do Cubismo picassiano - e talvez seja lícito ver, nessas mesmas pinturas da série Bombardeio, um eco de Guernica, que a antecedeu somente em alguns anos.

Mais do que Picasso, foi porém Cézanne que o marcou. Curiosamente, não é nas naturezas-mortas que a nota cézanniana repercute, ao contrário: as naturezas-mortas de Graciano permanecem fiéis à tradição, e numa, de cerca de 1942, é possível até mesmo ver insetos e larvas, as mesmas que pululam sorrateiras nas maravilhosas flores de Bruegel de Velours ou de Daniel Seghers, numa doentia alusão à morte e à destruição da matéria.

Não: a lição de Cézanne, assimilou-a Graciano, ao ordenar, de modo racional, os grandes espaços de seus painéis, ao compor com preocupações de geômetra o espaço das suas paisagens bíblicas ou das cenas de músicos e passarinheiros, nas quais o partido figurativo do primeiro plano contrasta com a esquematização geométrica que lhe serve de cenário.

Retratando cavalos e cavaleiros, músicos e dançarinos que se contorcem em poses inusuais, passarinheiros e outros temas semelhantes, Graciano roçou por vezes no fantástico e no insólito.»

A marca de Portinari

Nenhuma influência superou contudo a de Portinari, companheiro mais velho, conselheiro e amigo, com quem chegou a trabalhar algum tempo durante sua permanência no Rio de Janeiro.

Portinari marcou-o técnica, temática, estilisticamente: uma pintura como Família, de 1945, vincula-se às grandes composições de tema nordestino que Portinari realizara pouco antes, assim como os vários São Franciscos que Graciano pintou ao longo dos anos apontam, todos, para a Pampulha.

Inversamente, há quem sustente que Portinari colheu nos Espantalhos de Graciano a motivação para os muitos que em seguida faria.

Todas essas influências não bastam para sufocar ou esconder as características pessoais do estilo de Graciano, resumidas por Almeida Sales num texto de 1972 como «presença saliente do desenho, composição solenemente cenográfica e, na temática, o afã de conferir dignidade à humildade».

Sobretudo a cenografia parece marcar toda a obra de Graciano mas também destacaríamos a tendência, que possui o artista, em congelar, em pleno ar, no meio de um movimento, massas e volumes, temporariamente desprovidos de gravidade tendência mais de cineasta que de pintor, e da qual é exemplo o quadro O Domador, de 1974, no qual a perna do cavaleiro forma uma paralela com o dorso do animal, no instante anterior ao em que irá montá-lo.

Essa tendência ao movimento, combinada talvez a algum resquício do Cubismo, é responsável também pelas pinturas em que os limites das formas se interpenetram, como numa justaposição de negativos fotográficos, formando o que chamamos de "o estilo raios-X", Mulher na Cadeira, 1942, O Violinista, 1945, etc.

Críticas

"Sem segundas intenções, o que eu quero significar é que os quadros de Clóvis Graciano são quase sempre muito simples na intencionalidade da expressão estética. Não são obras antológicas dos processos técnicos que o artista vai resolvendo em sua transformação gradativa. Mas, se a cada passo, o pintor prescinde de qualidades adquiridas ou problemas já solucionados, isso não quer dizer também que ele os abandone, na infidelidade duma concepção nova da arte e da vida. Ele apenas prescinde de certos problemas e processos de expressão bela porque, menos questão de fase em geral que da realidade imediata do quadro a realizar, ele reconhece que são, no momento, apenas dós-de-peito virtuosísticos, prejudiciais ao quadro em criação. (...)

É certo que a pintura de São Paulo, com alguma rara exceção, se caracteriza em geral pela recusa ao virtuosismo, porém dentro dela Clóvis Graciano se apresenta como o antivirtuose por excelência. Não que ele desdenhe os elementos, quaisquer elementos, pelos quais a arte é Belas Artes, transfere tudo por intermédio da beleza e se firma em seu conceito de manifestação intuitiva do conhecimento.

Mas em Clóvis Graciano os elementos da habilidade virtuosística não só não se acumulam, como resistem a qualquer deslocamento. Ela brilha onde pode brilhar, deforma quando e quanto deve deformar, e se recata quando precisa se recatar. Porque o recato, tanto das cores como dos sons ou das palavras, muitas vezes é uma virtuosidade também, quando não é um embuste.

(...) Si Clóvis Graciano dé todo o brilho das cores e toda a lucilação dos tons a uma leve flor (de papel), no desenho colorido da monotonia, ele não é o virtuose falso que esquece a obra-de-arte, mas o artista legítimo que sabe se esquecer a si mesmo. E é nesta aceitação, sempre modesta, que escolhe a imodéstia adúltera da monotipia para deixá-la brilhar, a força confessional do desenho para revelar os homens, o quadro de gênero pra combater, a paisagem pro recato grave da pintura estrita, que Clóvis Graciano é um perfeito antivirtuosista. A sua lição é inteligentíssima". Mário de Andrade

ANDRADE, Mário de. Ensaio sobre Clovis Graciano. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, n. 10, p. 156-175, 1971.

"A forte consagüinidade existente entre os pintores santelenistas não exclui aspectos de afirmação individual, como no caso de Clóvis Graciano. O interesse paisagístico não foi para ele preocupação na mesma proporção dos demais, enquanto a figura humana tornou-se objeto maior de sua atenção, especialmente nos temas consagrados à ´volúpia trágica do bailado´ (Mário de Andrade). Intérprete expressionista do movimento, Graciano, que do ponto de vista da cor não se nivela aos melhores pintores da confraria, alcançou pelo desenho e o sentido amplo e largo da composição os valores mais salientes de sua obra. A presença de temas sociais mostrava na época uma inclinação que nem sempre era estimulada entre os membros do grupo. Na sua produção aparece a decoração mural que teve outros representantes nesse meio estudioso de técnicas antepassadas".

Walter Zanini (ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Walther Moreira Salles: Fundação Djalma Guimarães, 1983. 2 v.)

"Graciano não é, porém, expressionista apenas porque nele a deformação é uma 'necessidade', uma 'exigência', como percebera agudamente Mário de Andrade. Graciano é expressionista porque dá primazia à técnica como trabalho, como construção participante, como experimentação constante, o que se reflete em seu traço conciso, simples, denso, avesso à vibratilidade sensorial, pronto a colher o essencial, sempre em busca de aperfeiçoamento, como demonstra a evolução de seus motivos plásticos, aglutinados em séries ou interativos, mas diferentes.

Se esta busca técnica honesta é terreno comum às experiências da 'escola de São Paulo', Graciano dota-a, porém, de características próprias, expressivas e temáticas ao mesmo tempo. E será logo o desenho o discriminador de sua peculiaridade no âmbito do grupo do Santa Helena, um desenho que se constrói, à maneira expressionista, por um claro-escuro pujante, através dum traço firme, espesso, que melhor realça o contraste de preto e branco, exaltando a luminosidade de conteúdo e continente, transformando o preto num valor cromático absoluto.

Com esse traço denso, cor e linha ao mesmo tempo, Graciano obtém em seus desenhos os resultados que os pintores expressionistas conseguiam em seus quadros. Quadros cujo significado é determinado por um cromatismo arbitrário, pelo colapso das leis da perspectiva. Desenhos, os de Graciano, nos quais substância interior se estrutura a partir duma composição simples - o diálogo das linhas com a espacialidade do papel. Linhas, a princípio simples, dominadas pelo contraste cromático preto/branco, que adquirem paulatinamente uma densidade mais incorpórea, mais diáfana à medida em que se afirmam como princípio plástico puro, como verdadeiro agente do tempo e do espaço - um tempo e um espaço que, por vezes, se interpenetram, fiéis às lições pós-cubista".

Annateresa Fabris (GRACIANO, Clóvis. Clóvis Graciano: acervo exposição e comentários. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1985.)

Exposições Individuais

1939 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

1941 - São Paulo SP - Individual, no Centro Paranaense em São Paulo

1943 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itá

1951 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Domus

1957 - São Paulo SP - Individual, no Clube dos Artistas

1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Esquisses

1965 - São Paulo SP - Individual, no Clube Athlético Paulistano

1971 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Cosme Velho

1973 - São Paulo SP - Individual, na Documenta Galeria de Arte

1974 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seráphico Galeria de Arte

1978 - São Paulo SP - Clóvis Graciano: desenhos e gravuras, na Christina Faria de Paula Galeria de Arte

1985 - São Paulo SP - Individual, no CCSP. Divisão de Artes Plásticas

Exposições Coletivas

1937 - São Paulo SP - 1º Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel

1939 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa

1939 - São Paulo SP - Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo

1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - menção honrosa em pintura

1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista, no Palace Hotel

1941 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - medalha de prata em desenho e medalha de ouro em pintura

1941 - Rio de Janeiro RJ - 47º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático, no Palácio Itamaraty

1943 - São Paulo SP - Salão Itá

1943 - São Paulo SP - Nelson Nóbrega, Clóvis Graciano e Francisco Rebolo, na Galeria Itá

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1944 - São Paulo SP - Anita Malfati, Clóvis Graciano, Hilde Weber, Nelson Nóbrega, Francisco Rebolo, na Galeria Jaraguá

1944 - São Paulo SP - Individual, no Ateliê Clóvis Graciano

1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, nas Salas Nacionales de Exposición

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - Montevidéu (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura

1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga

1948 - Rio de Janeiro RJ - 54º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA - prêmio viagem ao exterior

1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista

1952 - Feira de Santana BA - 1ª Exposição de Arte Moderna de Feira de Santana, no Banco Econômico

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1956 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Ferroviário, no MEC

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Moderno

1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte de Lima

1957 - Rosario (Argentina) - Arte Moderna no Brasil, no Museo Municipal de Bellas Artes Juan B. Castagnino

1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna no Brasil, no Museo de Arte Contemporáneo

1957 - São Paulo SP - Clube dos Artistas e Amigos da Arte

1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana

1966 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana

1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria de Arte 4 Planetas

1967 - São Paulo SP - A Família Artística Paulista: trinta anos depois, no Auditório Itália

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria Collectio

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAC/USP

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAM/SP

1973 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1975 - São Paulo SP - 40 Anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP

1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - 3º Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, no MAB/Faap

1977 - São Paulo SP - Mostra de Arte, no Grupo Financeiro BBI

1979 - São Paulo SP - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte

1979 - Tóquio (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1979 - Atami (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1979 - Kyoto (Japão) - 4ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1981 - São Paulo SP - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1981 - Tóquio (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1981 - Atami (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1981 - Kyoto (Japão) - 5ª Exposição de Belas Artes Brasil-Japão

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Olinda PE - 2ª Exposição da Coleção Abelardo Rodrigues de Artes Plásticas, no MAC/Olinda

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj

1983 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Rio de Janeiro RJ - Auto-Retratos Brasileiros, na Galeria de Arte Banerj

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

Exposições Póstumas

1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa da Cultura de Poços de Caldas

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Campina Grande PB - Assis Chateaubriand - UEPB, no Maac

1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP

1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Ex Libris/Home Page, no Paço das Artes

1996 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Clóvis Graciano, no Museu do Club Atlético Paulistano

2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2000 - São Paulo SP - Individual, no Clube Atlético Paulistano

2000 - São Paulo SP - O Café, no Banco Real

2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2001 - Uberlândia MG - Gravuras Brasileiras do Acervo do MUnA: anos 60, 70 e 80, no Museu Universitário de Arte

2002 - São Paulo SP - Espelho Selvagem: arte moderna no Brasil da primeira metade do século XX, Coleção Nemirovsky, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi

2003 - Belém PA - 22ª Salão Arte Pará, no Museu do Estado do Pará

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - Pintores do Litoral Paulista, na Sociarte

2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP

2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria

2004 - São Paulo SP - Tudo é Desenho, no CCSP

2005 - São Paulo SP - Acervo 2005, no MAB/Faap

Fonte: CLÓVIS Graciano. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

Em 1927 empregou-se na Estrada de Ferro Sorocabana, em Conchas, interior do estado de São Paulo, passando a pintar postes, tabuletas, letreiros e avisos para as estações ferroviárias.

Em 1934 transferiu-se para São Paulo, como fiscal do consumo, passando a partir daí a dividir seu tempo entre o emprego e a arte, com evidentes vantagens para a última, tanto que dez anos depois foi demitido por abandono de emprego.

Em 1937, já tendo travado contato com a arte de Alfredo Volpi, Clóvis Graciano instala-se no Palacete Santa Helena e integra, então, o Grupo Santa Helena, com os artistas Francisco Rebolo, Mario Zanini, Aldo Bonadei, Fulvio Pennacchi, Alfredo Rizzotti, Humberto Rosa e outros, além do próprio Volpi.

Fez amizade com Portinari e, ao final da década de 1940, foi estudar em Paris, onde aprendeu técnicas de produção de murais, inclusive com mosaicos. Ao retornar ao país, realizou diversos painéis: o mural Armistício de Iperoig, na FAAP (1962); o painel Operário, na Avenida Moreira Guimarães (1979), murais na Avenida Paulista e no edifício do Diário Popular, entre outros.

Ilustrou,em 1947, para a coleção dos Cem Bibliófilos do Brasil, a obra Luzia-Homem, do romancista cearense Domingos Olímpio.

Em 1971, exerceu a função de diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, e presidente da Comissão Estadual de Artes Plásticas e do Conselho Estadual de Cultura.

Além da pintura, Graciano dedicou-se a diversas atividades paralelas, lecionando cenografia na Escola de Arte Dramática de São Paulo (EAD), e ilustrando jornais, revistas e livros, principalmente nos anos 1980.

No decurso de toda a sua carreira, Graciano permaneceu fiel ao figurativismo, jamais tendo sequer de leve sentido a sedução pelo abstracionismo. Tratou constantemente de temas sociais, como o dos retirantes, além de temas de músicos e de dança.

Suas obras estão expostas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo e figuram em museus e coleções particulares do Brasil e do exterior.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de março de 2018.

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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural

A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.

O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.

Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.

Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.

O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.

Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.

Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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