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Eduardo Sued

Eduardo Sued (Rio de Janeiro, RJ, 1925) é um pintor, gravador e desenhista brasileiro.

Biografia Itaú Cultural

Gradua-se na Escola Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro, em 1948. No ano seguinte estuda desenho e pintura com Henrique Boese (1897-1982). Entre 1950 e 1951, trabalha como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). Em 1951, viaja para Paris, onde freqüenta as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa entra em contato com as obras de Pablo Picasso (1881-1973), Joán Miró (1893-1980), Henri Matisse (1869-1954) e Georges Braque (1882-1963). Retorna ao Rio de Janeiro em 1953 e freqüenta o ateliê de Iberê Camargo (1914-1994) para estudar gravura em metal tornando-se mais tarde, seu assistente. Leciona desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, em 1956 e, no ano seguinte, transfere-se para São Paulo, onde ministra aulas de desenho, pintura e gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de 1958 a 1963. Em 1964, volta a morar no Rio de Janeiro e publica o álbum de águas-fortes 25 Gravuras. O artista não se vincula a nenhum movimento mantendo-se alheio aos debates da época. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminha para abstração geométrica. Nos anos de 1970, aproxima-se das vertentes construtivas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian (1872-1944) e da Bauhaus. Entre 1974 e 1980, ministra aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).

Comentário Crítico

Antes de decidir pela carreira artística, Eduardo Sued freqüenta de 1946 a 1948 a Escola Nacional de Engenharia no Rio de Janeiro. Em 1949 inicia formação como artista plástico no curso livre de pintura e desenho do pintor alemão Henrique Boese. De 1950 a 1951 colabora como desenhista de arquitetura no escritório de Oscar Niemeyer. Com o dinheiro da venda de algumas aquarelas, parte para Paris em 1951, lá permanecendo até 1953. Durante a estada na França entra em contato direto com as obras da École de Paris, de Pablo Picasso, Joán Miró, Henri Matisse e Georges Braque. Como aluno freqüenta as Académies Julian e de La Grande Chaumière, que mais do que escolas eram locais onde os estudantes se expressavam livremente por meio do desenho e da pintura. De volta ao Brasil, inicia curso de gravura em metal com Iberê Camargo, tornando-se mais tarde seu assistente no ateliê. Sobre este contato, o artista afirma: "Iberê foi um artista sério, dedicado, um modelo para mim".

Eduardo Sued realiza importante produção de gravuras durante o período e participa de mostras como a Bienal de San Juan de Gravura Latino-Americana (1970) e da Bienal Internacional de Gravura (1970), na Polônia. Em 1956 inicia a carreira de professor de desenho, pintura e gravura em metal, atividade que abandona 1980. O interesse por grandes áreas cromáticas e a busca por mais plasticidade levam-no a dedicar-se de forma cada vez mais exclusiva à pintura em meados dos anos 1960.

Ele acredita na pintura como fazer intelectual, solitário e meditativo. Por isso, aquele que na visão do crítico Ronaldo Brito "é o grande desinibidor das linguagens abstratas, de origem construtiva, na pintura moderna brasileira"1 não participa ativamente de nenhum movimento, mantendo-se ao largo das disputas travadas entre concretos e neoconcretos nos anos 1950 e também das discussões sobre a nova figuração dos 1960. Sua poética abstrata forma-se pouco a pouco, em diálogo constante e refletido com a tradição da pintura moderna internacional e brasileira. Após um breve período de produção figurativa, Sued conquista já no início dos anos 1970 o domínio seguro da linguagem construtiva a partir da reflexão sobre Piet Mondrian e a Bauhaus. Contudo, trata-se de um construtivismo atualizado e não a aplicação imediata dos postulados de artistas do começo do século XX. Por outro lado, no âmbito nacional, preocupa-se em expandir "a pintura construtiva brasileira sem perder o conflito produtivo introduzido pelos neoconcretos", como avaliou o crítico Paulo Sérgio Duarte.

Costuma-se apontar a conquista de uma dimensão pública como a maior contribuição de Sued à pintura brasileira. Em seus trabalhos consegue superar o caráter intimista que perpassa a obra de alguns de nossos melhores pintores modernos, como Alfredo Volpi (1896-1988) e Milton Dacosta (1915-1988), por exemplo. Sued rompe com a cor local de vestígios figurativos, com o clima rememorativo e pessoal pelo qual é marcado o uso de elementos geométricos nesses artistas. Em telas de dimensões "monumentais" para os padrões da história da arte brasileira, projeta para fora o espaço da pintura através da estruturação precisa, rigorosa e "impessoal" da superfície da tela em campos variados de cor. Esse movimento para o exterior se dá tanto em enormes pinturas-painéis quase monocromáticas quanto em trabalhos que apostam na tensão vibrante entre campos cromáticos diversos organizados segundo uma geometria "fora dos eixos", criando um ritmo frenético, em que a superfície plana parece pulsar.

Nota-se que em mais de 30 anos de produção, Eduardo Sued não cristalizou sua linguagem abstrata em estruturas preconcebidas. Para ele, "experimentar é aceitar o desafio da dúvida. Sou pintor enquanto artista que experimenta". Tal exercício se expressa numa trajetória que reinventa constantemente seus desafios e soluções. Destacam-se no conjunto dessa obra as telas, desenvolvidas desde os anos 1980, de vastas áreas cinzas ou pretas entremeadas de modo preciso por faixas coloridas, num jogo sóbrio, mas vibrante, de expansão e contenção. Em meados dos anos 1990, Sued introduz elementos novos em seu trabalho, como a tinta de alumínio e pinceladas espessas e descontínuas de modo que a superfície pareça "quase esculpida", além de retornar à colagem, presente nos anos 1960 e 1970. Tais composições apresentam uma reflexão acurada sobre as relações entre luz, superfície, espaço e tempo na pintura, reafirmando mais uma vez a posição do artista como um constante "desinibidor" na arte brasileira.

Críticas

"Pintar, como nota Merleau-Ponty, será sempre e em última instância repor a questão do sentido, estar no mundo. Investigar o corpo em suas articulações primeiras, antes de tornar-se instrumento de uma vontade. Revisitá-lo não mais como suporte do sujeito, mas como sua condição. E aí, inevitavelmente, o olhar deixa de ser o inequívoco ponto de vista do sujeito frente ao objeto para aparecer como movimento incessante, indefinido, onde se encontram e se perdem sujeito e objeto. O pintor é alguém que escolheu existir no meio desse turbilhão. Alguém que joga o próprio corpo na tarefa de 'olhar o verdadeiro olhar' - o que pôs o mundo e nos põe nele. A prática de pintura de Sued está imersa nesse questionamento fenomenológico. Não será jamais o caso de fazer um objeto, colocar uma coisa-tela na real para representá-lo ou interpretá-lo. Não há nada anterior à tela mas tampouco esta tem o poder de divulgar uma Idéia do Mundo. O que há é um processo, um lugar-problema - campo pulsante que, em meio aos objetos, parece ultrapassá-los, atravessá-los e, frente ao sujeito, possui a força de enfrentá-lo e negá-lo enquanto pura idealidade".

Ronaldo Brito (BRITO, Ronaldo. Eduardo Sued. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 16.,1981, São Paulo, SP. Catálogo geral. Introdução Walter Zanini. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1981. p. 34.)

"Poucas vezes a obra de um artista brasileiro soube incorporar com tanta grandeza os dilemas e impasses da arte contemporânea como a obra de Eduardo Sued. Nunca, como hoje, os velhos elementos constitutivos da pintura depararam com uma situação tão adversa: cores que não tragam dúvida de fundo sobre a veracidade de sua aparência, dificilmente podem surgir com autenticidade; estruturas e formas precisam, a cada instante, sustar sua tendência a conduzir tudo a uma boa ordem - inevitavelmente postiça em nossos dias - sem no entanto deixar de estruturar e formalizar; formatos oscilam incertos entre sua extensão física e a dimensão sensível dos trabalhos, com verticais que não ascendem e horizontais que não repousam; e até as tintas se movem, indecisas, entre a neutralidade de simples veiculação e a insinuância do objeto. Em suma, vivemos num mundo que tornou a percepção tão problemática que qualquer compreensão unívoca ou simplesmente entusiasmada dos elementos pictóricos pode passar por ingenuidade, quando não corre o risco de ser apenas hipocrisia".

Rodrigo Naves (NAVES, Rodrigo. Evidência e dissolução. In. PRECISÃO: Amilcar de Castro, Eduardo Sued, Waltercio Caldas. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. p. 65 [Texto publicado originalmente no Catálogo Galeria Luisa Strina. São Paulo, 1989.])

"O artista confessa que 'a escolha das cores é secreta. Elas afloram naturalmente'. Quando Sued termina uma obra, tudo está 'certo', tudo está 'correto'. Mas por baixo da calmaria aparente, a tensão criada pela combinação das cores, pela simetria fora do eixo, pela linha que interrompe, que dinamiza, que se ecoa, nos obriga a questionar, a refletir e a indagar o quadro que aparece dentro do quadro num refinado exercício de percepção. Muitas vezes parece como se a cor, na sua expansão, fosse extravasar os limites da tela, e é então que Sued cria rigorosa estrutura que a contém nos lados, no alto e na base. Coloca uma linha que compõe mas também tenciona, dinamiza (linha e cor de uma precisão quase irritante, indiscutíveis). Às vezes coloca uma faixa com tom diferente, com ritmos e silêncios diversos ou de uma outra cor que retém a expansão da anterior, que a 'engole' quando esta cor for preta".

Irma Arestizábal (ARESTIZÁBAL, Irma. A linha e a cor. In. PRECISÃO: Amilcar de Castro, Eduardo Sued, Waltercio Caldas. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. p. 11.)

"Afasta-se de um projeto racionalista puro para se aproximar cada vez mais de um exercício empírico onde ocorrem surpresas como elementos recortados, máscaras e materiais estranhos que vêm aos poucos se incorporar à pintura. Agora, os elementos que se agregam à tela chegam a um certo brutalismo. Trata-se de uma corajosa violência simbólica praticada pela linguagem dessa pintura. Primeiro, com relação à sua própria história que não cessa de questionar. E esse questionamento não se dá através de indagações evasivas, de uma interrogação pelas bordas, mas de um confronto, às vezes brutal, consigo mesma, como se estivesse sempre se perguntando sobre os próprios limites. Segundo, assinala e delimita um campo de tensão no interior da própria pintura contemporânea e suas relações com a história da arte moderna. (...)

Obras como as de Eduardo Sued são a própria evidência poética de como funciona o tempo da cultura moderna. A noção complexa de história que está embutida na obra, vê o tempo muito mais como o corte geológico das camadas que se acumulam, umas sobre as outras, apresentando cada uma suas próprias características e sucessivas descontinuidades em relação às outras. Seu vigor e poder poéticos, residem, sem dúvida, nessa capacidade de captar as características do tempo moderno e incorpora-las como o próprio método da pintura. Quanto mais avança na busca de seus próprios limites, mais ela mobiliza visualmente os elementos históricos de seu passado".

Paulo Sergio Duarte (DUARTE, Paulo Sergio. Cores como vetores de força. In: SUED, Eduardo. Eduardo Sued. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1999. p. 6-7.)

"Também adepto de questões construtivas, Eduardo Sued chega a um construtivismo por caminho diferente do de Lygia Pape. Afirma que Klee, Picasso e Mondrian condicionam sua percepção, permitindo-lhe entender a liberdade na aproximação das coisas do espaço, sempre suscetíveis, por isso, de reavaliação. Pensando desde os anos 40 as obras de artistas da Bauhaus, após sua volta da viagem européia de estudos em meados dos anos 50, passa a, como diz, organizar seus conhecimentos. Por isso, Eduardo Sued não se alinha com as discussões dos concretistas e neoconcretistas do Rio de Janeiro; sua direção é outra, sempre avessa a normas. Para Sued, a matemática é modelo de clareza de pensamento e disciplina aplicada à forma, o que não implica, porém, que sua produção de obras seja assistida pela mesma matemática. Sued constrói, nos anos 60, obras que classifica sob o nome 'construtivismo dialético', nas quais, como em sua obra pictórica, nega as aparências da visão".

Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (KOSSOVITCH, Leon e LAUDANNA, Mayra. Abstratos-Concretos. In: GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural : Cosac & Naify, 2000, p. 20.)

Depoimento Eduardo Sued:

"A cor é elemento formativo, fundamental na minha obra. A pergunta a propósito do país das luzes me remete a considerações anteriores aos eventos da modernidade, quando a pintura era dócil reflexo da natureza. Cada região tem sua luminosidade. Sabe-se que a luz nos é dada pelas cores; através delas falaríamos então das luminosidade de São Paulo, de Veneza, de Madri, de Nice, etc. Não se poderia entender que a luminosidade do Norte do Brasil, por exemplo, fosse interpretada por cores sombrias. O aparecimento do pintor independente, a partir do século XIX, tornou a questão cor e luz, e sua inter-relação, eminentemente insólita ou mesmo desconexa, isenta o artista de quaisquer referências, consultas ou empréstimos. Ele é livre na medida de sua obra, na urgência de seu fazer. Portanto, apesar da forte luminosidade do país, a preocupação pela cor depende sobretudo do artista enquanto visor de sua própria interioridade. O que permite ao artista impregnar de luzes singulares coisas ou situações aparentemente arbitrárias, podendo, por exemplo, traduzir as cores do Rio pelas tonalidades saturadas dos magentas, verdes, azuis, amarelos-laranjas, brancos e pretos".

Eduardo Sued (EDUARDO Sued. Entrevista Lúcia Carneiro, Ileana Pradilla. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, (Coleção Palavra do artista) p.55.

Exposições Individuais

1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1970 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: pintura e colagem, na Prisma Galeria de Arte

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Luiz Buarque de Holanda e Paulo Bittencourt

1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço ABC/Funarte, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1984 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1989 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1990 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB-Arte

1992 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial

1993 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA. Galeria do Século XXI

1995 - Curitiba PR - Individual, na Casa da Imagem

1997 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Atelier Finep, no Paço Imperial

1998 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: pinturas 1980-1998, no Centro de Arte Hélio Oiticica

1999 - Rio de Janeiro RJ - A Gravura e Desenhos, no Museu da Chácara do Céu

1999 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: colagens, na Galeria Paulo Fernandes

1999 - São Paulo SP - Eduardo Sued: pinturas, instalação, colagens, na Galeria São Paulo

2000 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: pequeno formato, pinturas, na Galeria Objetos Diretos

2003 - São Paulo SP - Individual, na Marília Razuk Galeria de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - A Experiência da Pintura, no CCBB

2005 - São Paulo SP - Individual, na Marília Razuk Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1953 - Paris (França) - Salon des Travaux Publics, na Galerie Metro Beaux-Arts

1958 - São Paulo SP - Coletiva de Gravuras com Grassman, Gruber e Darel

1962 - São Paulo SP - Marcelo Grassmann, Eduardo Sued, Oswaldo Goeldi e Darel, na Galeria Residência

1964 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Petite Galerie

1967 - Rio de Janeiro RJ - 3ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana

1968 - Brasília DF - Gravura Brasileira, na Galeria Encontro

1970 - Cracóvia (Polônia) - 3ª Bienal Internacional de Gravura

1970 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Delaparra

1970 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Espaço

1970 - San Juan (Puerto Rico) - Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericana y del Caribe

1971 - Biella (Itália) - Prêmio Internacional de Gravura

1971 - Helsinque (Finlândia) - Mostra de Gravura Brasileira, na Galeria Pinx

1971 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Gravadores Brasileiros, na Galeria Grupo B

1973 - Roma (Itália) - Gráfica Brasileira Hoje, na Galeria Casa do Brasil

1975 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira, no MAM/RJ

1976 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileiros, no Centro de Arte y Comunicación

1978 - Caracas (Venezuela) - Quatro Artistas Brasileiros, na Fundación Eugenio Mendonza

1978 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Arte Agora: América Latina, geometria sensível, no MAM/RJ

1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijnik, no Espaço NO Galeria Chaves

1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, na Galeria de Arte São Paulo

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1983 - Rio de Janeiro RJ - 13 Artistas/13 Obras, na Thomas Cohn Arte Contemporânea

1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, na Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1984 - Niterói RJ - Coletiva, na Galeria de Arte UFF

1984 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Thomas Cohn

1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1984 - São Paulo SP - Victor Grippo, Hércules Barsotti, Marco do Valle, Eduardo Sued, Carlos Fajardo, no Gabinete de Arte

1984 - Veneza (Itália) - 41ª Bienal de Veneza

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie

1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Fortaleza CE - Coletiva, na Arte Galeria

1986 - Niterói RJ - A Ordem em Questão, na Galeria de Artes UFF

1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, no Margs

1986 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Petite Galerie

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Luisa Strina

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1989 - Rio de Janeiro RJ - Geometria sem Manifesto, no Gabinete de Arte Cleide Wanderley

1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1989 - São Paulo SP - Gesto e Estrutura, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão

1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1992 - Niterói RJ - Galeria de Arte UFF: 10 anos, na Galeria de Arte UFF

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1992 - São Paulo SP - Coletiva, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - Rio de Janeiro RJ - Precisão, no CCBB

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1995 - Rio de Janeiro RJ - Desafios Contemporâneos, na P. A. Objetos de Arte

1995 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no MNBA

1995 - Rio de Janeiro RJ - Uma Poética da Reflexão, no MNBA

1995 - São Paulo SP - Morandi no Brasil, no CCSP

1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1996 - Rio de Janeiro RJ - Geometria-Rio, no Paço Imperial

1997 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Johnnie Walker, no MNBA. Sala Século XXI - premiado

1998 - Londrina PR - Arte Brasileira, na UEL

1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Guita e José Mindlin, no Espaço Cultural dos Correios

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: Acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - Rio de Janeiro RJ - Volpi e Sued, na Galeria de Arte Ipanema

2000 - Niterói RJ - Pinturas na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época,no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói

2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider

2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho

2002 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som do Rock Pop Brasil, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - São Paulo SP - 10 Anos Marília Razuk, na Marília Razuk Galeria de Arte

2002 - São Paulo SP - 28 (+) Pintura, no Espaço Virgílio

2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte

Fonte: EDUARDO Sued. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

O artista não se vincula a nenhum movimento específico. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminha para abstração geométrica. Tende a ser classificado atualmente como "concretista" ou "construtivista".

Cursou a Escola Nacional de Engenharia, no Rio de Janeiro, de 1946 a 1948, não concluindo o curso. No ano seguinte estudou desenho e pintura com Henrique Boese, também no Rio. Entre 1950 e 1951, trabalhou como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907).

Em 1951 recebe, através da embaixada francesa, a bolsa Étudiant Patronné e viaja para Paris, onde frequenta as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa, entra em contato com as obras de Pablo Picasso, Joan Miró, Henri Matisse e Georges Braque.

Retorna ao Rio de Janeiro em 1953. Para estudar gravura em metal, frequenta o ateliê de Iberê Camargo, de quem, mais tarde, se torna assistente. Leciona desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, em 1956, e na Escola Hebraica do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, transfere-se para São Paulo, onde ministra aulas de desenho, pintura e gravura na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), de 1958 a 1963.

Em 1964, volta a morar no Rio de Janeiro e publica o álbum 25 Gravuras, que se constitui de águas-fortes - processo químico de gravação sobre chapa metálica.

Nos anos 1970, aproxima-se das vertentes construtivistas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian e da Bauhaus. Nessa época (de 1974) até 1980, ministra aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

Dos trabalhos figurativos do início da carreira, passa às colagens e pinturas, cujo rigor e requinte na construção cromática apareceriam principalmente nos anos 1980.

Na década de 1990, a pincelada, antes imperceptível, torna-se marcada, descontínua, demonstrando que o caráter construtivo parte da forma, passa pela cor e atinge a realização pelo gesto.

Realizou diversas exposições individuais: no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1982), Paço Imperial (1992), Museu Nacional de Belas Artes (1994) e no Centro de Arte Hélio Oiticica (1998). Participou de coletivas no Brasil e no exterior, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza.

Segundo Ronaldo Brito, a pintura de Sued se constrói "rigorosa e articulada. Espaço e cor resultam de um pensamento cerrado - variações mínimas, cálculos e compatibilidades quase infinitesimais garantem a identidade indiscutível de cada tela."

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 10 de março de 2018.

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De volta ao ateliê após cirurgia, Eduardo Sued conta por que deixou as cores de lado

Aos 93 anos, pintor que se notabilizou como colorista diz que mudança veio do desejo de 'atingir o nada'

Em dezembro do ano passado, às vésperas de inaugurar sua 32ª individual, o pintor Eduardo Sued, de 93 anos, foi internado para uma cirurgia na vesícula. Após 25 dias no hospital e mais um período de recuperação em casa, o artista voltou logo que pôde ao ateliê, em Jacarepaguá. Queria transpor para as telas as ideias surgidas durante a convalescência. Referência da abstração geométrica e reconhecido como um grande colorista, Sued surpreendeu com as 18 obras que integram a exposição, em cartaz até 3 de março na Mul.ti.plo Espaço Arte, ao deixar as cores vibrantes de lado e se concentrar nas matizes entre o cinza e o preto, num movimento identificado pelo pintor como um desejo de simplificação: “Quero atingir o nada.”

Quando a exposição foi inaugurada, chamou a atenção a paleta de cores menos vibrante, centrada no cinza e no preto. O que levou a esta mudança?

Não houve razão, foi acontecendo. Fui pintando e, quando percebi, as outras cores quase não existiam mais. Pensei: “Mas a tela está só com duas cores, como pode?” Depois percebi na série essa vontade de simplificar, a “presença” da ausência das cores e dos elementos. As obras estavam indo para o nada.

Como se deu este processo, o senhor percebe um caminho que seguiu no ateliê?

Não tem um caminho, há o registro de uma ideia, de um momento, que, após um certo tempo, vira um conjunto de trabalhos independentes entre si, mas que depois de prontos se interligam. A história de um pintor é a história de sua trajetória, e eu estou “apenas” com 93 anos. Desde o início da minha carreira, ouvi o que vem do meu interior. Devemos sempre estar atentos a isso. Quem pinta só com os olhos abertos vai errar.

E em que momento o que está no interior se materializa nas obras?

Estes chamados interiores se tornam mais presentes, paulatinamente. Quando chego ao ateliê, tenho uma ideia, uma mancha, que vai se revelar futuramente. Pode ocorrer de alguns trabalhos não acontecerem durante esse percurso. Aí, eu encosto a pintura junto com outras. Um dia, estou caminhando, e ela me “puxa”. Então começo a ver coisas nela que não tinha notado antes, vai ganhando novos sentidos. E posso continuar trabalhando nela ou não, mas preciso estar atento a estes novos apelos. Cada obra pronta é como uma ostra, sinto que, quando termino, ela se fecha.

Muitos artistas dizem que sentem vontade de voltar a interferir em suas obras mesmo quando já estão expostas. Já aconteceu com o senhor?

Não, nunca. Comigo não tem isso de “dar uma retocada”. Quando acabou, acabou. Se sentir vontade de alterar eu faço outro. Quando termino, vem um silêncio enorme, é como tivesse perdido a audição, fico relaxadíssimo. É quando volto ao silêncio inicial do trabalho.

Este silêncio é o que o senhor busca no ateliê?

Sim, é preciso ficar lá, calado, e de repente surge uma voz fraquinha, vai ficando mais forte, e, por fim, ela vai sumindo. Sei que o trabalho terminou quando esse silêncio se impõe. É um chamado sélfico, um diálogo interior. Mas muito embora o self comande a criação, o ego é fundamental. É o ego que sai de casa, separa o dinheiro, compra as tintas. Sem o ego, o self não pinta.

Como é a rotina do senhor no ateliê, ainda vai todos os dias?

Vou sim, menos nos fins de semana. É meu santuário, o lugar onde vivo, muito mais do que em casa. Chego lá, olho tudo, as coisas antigas. Depois abro o computador, vejo emails e espero. Fico sem fazer nada, o nada é importante. Olho para a tela em branco, até que ela começa a pedir uma intervenção, um traço, uma mancha. inspiração não chega do nada. Por isso é preciso estar no ateliê, disponível a estes chamados. Às vezes é só o chamado da campainha da porta, mas tem que estar lá para saber (risos).

No período em que o senhor esteve internado, ficou ansioso para voltar a trabalhar? Pensou em algo para levar ao ateliê?

Sim, há um esboço, uma vontade. Já fiz uma primeira intervenção e encomendei telas ao marceneiro. Mas não vai ser por esse caminho.

E sobre as cores, alguma mudança em relação à exposição atual?

Não sei se as cores antigas voltam, é difícil dizer agora. Pode acontecer, mas vai ser uma surpresa.

Fonte: Jornal O Globo, por Nelson Gobbi em 12 de fevereiro de 2018.

Crédito fotográfico: Jornal O Globo

Eduardo Sued (Rio de Janeiro, RJ, 1925) é um pintor, gravador e desenhista brasileiro.

Eduardo Sued

Eduardo Sued (Rio de Janeiro, RJ, 1925) é um pintor, gravador e desenhista brasileiro.

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"Pintar é como respirar", Sued

Eduardo Sued 90 anos

Eduardo Sued

Sued por Paulo Sergio e Ronaldo Brito

Documentário - A Obra de Arte

Eduardo Sued - Itaú Cultural

Biografia Itaú Cultural

Gradua-se na Escola Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro, em 1948. No ano seguinte estuda desenho e pintura com Henrique Boese (1897-1982). Entre 1950 e 1951, trabalha como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012). Em 1951, viaja para Paris, onde freqüenta as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa entra em contato com as obras de Pablo Picasso (1881-1973), Joán Miró (1893-1980), Henri Matisse (1869-1954) e Georges Braque (1882-1963). Retorna ao Rio de Janeiro em 1953 e freqüenta o ateliê de Iberê Camargo (1914-1994) para estudar gravura em metal tornando-se mais tarde, seu assistente. Leciona desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, em 1956 e, no ano seguinte, transfere-se para São Paulo, onde ministra aulas de desenho, pintura e gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de 1958 a 1963. Em 1964, volta a morar no Rio de Janeiro e publica o álbum de águas-fortes 25 Gravuras. O artista não se vincula a nenhum movimento mantendo-se alheio aos debates da época. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminha para abstração geométrica. Nos anos de 1970, aproxima-se das vertentes construtivas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian (1872-1944) e da Bauhaus. Entre 1974 e 1980, ministra aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ).

Comentário Crítico

Antes de decidir pela carreira artística, Eduardo Sued freqüenta de 1946 a 1948 a Escola Nacional de Engenharia no Rio de Janeiro. Em 1949 inicia formação como artista plástico no curso livre de pintura e desenho do pintor alemão Henrique Boese. De 1950 a 1951 colabora como desenhista de arquitetura no escritório de Oscar Niemeyer. Com o dinheiro da venda de algumas aquarelas, parte para Paris em 1951, lá permanecendo até 1953. Durante a estada na França entra em contato direto com as obras da École de Paris, de Pablo Picasso, Joán Miró, Henri Matisse e Georges Braque. Como aluno freqüenta as Académies Julian e de La Grande Chaumière, que mais do que escolas eram locais onde os estudantes se expressavam livremente por meio do desenho e da pintura. De volta ao Brasil, inicia curso de gravura em metal com Iberê Camargo, tornando-se mais tarde seu assistente no ateliê. Sobre este contato, o artista afirma: "Iberê foi um artista sério, dedicado, um modelo para mim".

Eduardo Sued realiza importante produção de gravuras durante o período e participa de mostras como a Bienal de San Juan de Gravura Latino-Americana (1970) e da Bienal Internacional de Gravura (1970), na Polônia. Em 1956 inicia a carreira de professor de desenho, pintura e gravura em metal, atividade que abandona 1980. O interesse por grandes áreas cromáticas e a busca por mais plasticidade levam-no a dedicar-se de forma cada vez mais exclusiva à pintura em meados dos anos 1960.

Ele acredita na pintura como fazer intelectual, solitário e meditativo. Por isso, aquele que na visão do crítico Ronaldo Brito "é o grande desinibidor das linguagens abstratas, de origem construtiva, na pintura moderna brasileira"1 não participa ativamente de nenhum movimento, mantendo-se ao largo das disputas travadas entre concretos e neoconcretos nos anos 1950 e também das discussões sobre a nova figuração dos 1960. Sua poética abstrata forma-se pouco a pouco, em diálogo constante e refletido com a tradição da pintura moderna internacional e brasileira. Após um breve período de produção figurativa, Sued conquista já no início dos anos 1970 o domínio seguro da linguagem construtiva a partir da reflexão sobre Piet Mondrian e a Bauhaus. Contudo, trata-se de um construtivismo atualizado e não a aplicação imediata dos postulados de artistas do começo do século XX. Por outro lado, no âmbito nacional, preocupa-se em expandir "a pintura construtiva brasileira sem perder o conflito produtivo introduzido pelos neoconcretos", como avaliou o crítico Paulo Sérgio Duarte.

Costuma-se apontar a conquista de uma dimensão pública como a maior contribuição de Sued à pintura brasileira. Em seus trabalhos consegue superar o caráter intimista que perpassa a obra de alguns de nossos melhores pintores modernos, como Alfredo Volpi (1896-1988) e Milton Dacosta (1915-1988), por exemplo. Sued rompe com a cor local de vestígios figurativos, com o clima rememorativo e pessoal pelo qual é marcado o uso de elementos geométricos nesses artistas. Em telas de dimensões "monumentais" para os padrões da história da arte brasileira, projeta para fora o espaço da pintura através da estruturação precisa, rigorosa e "impessoal" da superfície da tela em campos variados de cor. Esse movimento para o exterior se dá tanto em enormes pinturas-painéis quase monocromáticas quanto em trabalhos que apostam na tensão vibrante entre campos cromáticos diversos organizados segundo uma geometria "fora dos eixos", criando um ritmo frenético, em que a superfície plana parece pulsar.

Nota-se que em mais de 30 anos de produção, Eduardo Sued não cristalizou sua linguagem abstrata em estruturas preconcebidas. Para ele, "experimentar é aceitar o desafio da dúvida. Sou pintor enquanto artista que experimenta". Tal exercício se expressa numa trajetória que reinventa constantemente seus desafios e soluções. Destacam-se no conjunto dessa obra as telas, desenvolvidas desde os anos 1980, de vastas áreas cinzas ou pretas entremeadas de modo preciso por faixas coloridas, num jogo sóbrio, mas vibrante, de expansão e contenção. Em meados dos anos 1990, Sued introduz elementos novos em seu trabalho, como a tinta de alumínio e pinceladas espessas e descontínuas de modo que a superfície pareça "quase esculpida", além de retornar à colagem, presente nos anos 1960 e 1970. Tais composições apresentam uma reflexão acurada sobre as relações entre luz, superfície, espaço e tempo na pintura, reafirmando mais uma vez a posição do artista como um constante "desinibidor" na arte brasileira.

Críticas

"Pintar, como nota Merleau-Ponty, será sempre e em última instância repor a questão do sentido, estar no mundo. Investigar o corpo em suas articulações primeiras, antes de tornar-se instrumento de uma vontade. Revisitá-lo não mais como suporte do sujeito, mas como sua condição. E aí, inevitavelmente, o olhar deixa de ser o inequívoco ponto de vista do sujeito frente ao objeto para aparecer como movimento incessante, indefinido, onde se encontram e se perdem sujeito e objeto. O pintor é alguém que escolheu existir no meio desse turbilhão. Alguém que joga o próprio corpo na tarefa de 'olhar o verdadeiro olhar' - o que pôs o mundo e nos põe nele. A prática de pintura de Sued está imersa nesse questionamento fenomenológico. Não será jamais o caso de fazer um objeto, colocar uma coisa-tela na real para representá-lo ou interpretá-lo. Não há nada anterior à tela mas tampouco esta tem o poder de divulgar uma Idéia do Mundo. O que há é um processo, um lugar-problema - campo pulsante que, em meio aos objetos, parece ultrapassá-los, atravessá-los e, frente ao sujeito, possui a força de enfrentá-lo e negá-lo enquanto pura idealidade".

Ronaldo Brito (BRITO, Ronaldo. Eduardo Sued. In: BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 16.,1981, São Paulo, SP. Catálogo geral. Introdução Walter Zanini. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1981. p. 34.)

"Poucas vezes a obra de um artista brasileiro soube incorporar com tanta grandeza os dilemas e impasses da arte contemporânea como a obra de Eduardo Sued. Nunca, como hoje, os velhos elementos constitutivos da pintura depararam com uma situação tão adversa: cores que não tragam dúvida de fundo sobre a veracidade de sua aparência, dificilmente podem surgir com autenticidade; estruturas e formas precisam, a cada instante, sustar sua tendência a conduzir tudo a uma boa ordem - inevitavelmente postiça em nossos dias - sem no entanto deixar de estruturar e formalizar; formatos oscilam incertos entre sua extensão física e a dimensão sensível dos trabalhos, com verticais que não ascendem e horizontais que não repousam; e até as tintas se movem, indecisas, entre a neutralidade de simples veiculação e a insinuância do objeto. Em suma, vivemos num mundo que tornou a percepção tão problemática que qualquer compreensão unívoca ou simplesmente entusiasmada dos elementos pictóricos pode passar por ingenuidade, quando não corre o risco de ser apenas hipocrisia".

Rodrigo Naves (NAVES, Rodrigo. Evidência e dissolução. In. PRECISÃO: Amilcar de Castro, Eduardo Sued, Waltercio Caldas. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. p. 65 [Texto publicado originalmente no Catálogo Galeria Luisa Strina. São Paulo, 1989.])

"O artista confessa que 'a escolha das cores é secreta. Elas afloram naturalmente'. Quando Sued termina uma obra, tudo está 'certo', tudo está 'correto'. Mas por baixo da calmaria aparente, a tensão criada pela combinação das cores, pela simetria fora do eixo, pela linha que interrompe, que dinamiza, que se ecoa, nos obriga a questionar, a refletir e a indagar o quadro que aparece dentro do quadro num refinado exercício de percepção. Muitas vezes parece como se a cor, na sua expansão, fosse extravasar os limites da tela, e é então que Sued cria rigorosa estrutura que a contém nos lados, no alto e na base. Coloca uma linha que compõe mas também tenciona, dinamiza (linha e cor de uma precisão quase irritante, indiscutíveis). Às vezes coloca uma faixa com tom diferente, com ritmos e silêncios diversos ou de uma outra cor que retém a expansão da anterior, que a 'engole' quando esta cor for preta".

Irma Arestizábal (ARESTIZÁBAL, Irma. A linha e a cor. In. PRECISÃO: Amilcar de Castro, Eduardo Sued, Waltercio Caldas. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1994. p. 11.)

"Afasta-se de um projeto racionalista puro para se aproximar cada vez mais de um exercício empírico onde ocorrem surpresas como elementos recortados, máscaras e materiais estranhos que vêm aos poucos se incorporar à pintura. Agora, os elementos que se agregam à tela chegam a um certo brutalismo. Trata-se de uma corajosa violência simbólica praticada pela linguagem dessa pintura. Primeiro, com relação à sua própria história que não cessa de questionar. E esse questionamento não se dá através de indagações evasivas, de uma interrogação pelas bordas, mas de um confronto, às vezes brutal, consigo mesma, como se estivesse sempre se perguntando sobre os próprios limites. Segundo, assinala e delimita um campo de tensão no interior da própria pintura contemporânea e suas relações com a história da arte moderna. (...)

Obras como as de Eduardo Sued são a própria evidência poética de como funciona o tempo da cultura moderna. A noção complexa de história que está embutida na obra, vê o tempo muito mais como o corte geológico das camadas que se acumulam, umas sobre as outras, apresentando cada uma suas próprias características e sucessivas descontinuidades em relação às outras. Seu vigor e poder poéticos, residem, sem dúvida, nessa capacidade de captar as características do tempo moderno e incorpora-las como o próprio método da pintura. Quanto mais avança na busca de seus próprios limites, mais ela mobiliza visualmente os elementos históricos de seu passado".

Paulo Sergio Duarte (DUARTE, Paulo Sergio. Cores como vetores de força. In: SUED, Eduardo. Eduardo Sued. São Paulo: Galeria de Arte São Paulo, 1999. p. 6-7.)

"Também adepto de questões construtivas, Eduardo Sued chega a um construtivismo por caminho diferente do de Lygia Pape. Afirma que Klee, Picasso e Mondrian condicionam sua percepção, permitindo-lhe entender a liberdade na aproximação das coisas do espaço, sempre suscetíveis, por isso, de reavaliação. Pensando desde os anos 40 as obras de artistas da Bauhaus, após sua volta da viagem européia de estudos em meados dos anos 50, passa a, como diz, organizar seus conhecimentos. Por isso, Eduardo Sued não se alinha com as discussões dos concretistas e neoconcretistas do Rio de Janeiro; sua direção é outra, sempre avessa a normas. Para Sued, a matemática é modelo de clareza de pensamento e disciplina aplicada à forma, o que não implica, porém, que sua produção de obras seja assistida pela mesma matemática. Sued constrói, nos anos 60, obras que classifica sob o nome 'construtivismo dialético', nas quais, como em sua obra pictórica, nega as aparências da visão".

Leon Kossovitch e Mayra Laudanna (KOSSOVITCH, Leon e LAUDANNA, Mayra. Abstratos-Concretos. In: GRAVURA: arte brasileira do século XX. São Paulo: Itaú Cultural : Cosac & Naify, 2000, p. 20.)

Depoimento Eduardo Sued:

"A cor é elemento formativo, fundamental na minha obra. A pergunta a propósito do país das luzes me remete a considerações anteriores aos eventos da modernidade, quando a pintura era dócil reflexo da natureza. Cada região tem sua luminosidade. Sabe-se que a luz nos é dada pelas cores; através delas falaríamos então das luminosidade de São Paulo, de Veneza, de Madri, de Nice, etc. Não se poderia entender que a luminosidade do Norte do Brasil, por exemplo, fosse interpretada por cores sombrias. O aparecimento do pintor independente, a partir do século XIX, tornou a questão cor e luz, e sua inter-relação, eminentemente insólita ou mesmo desconexa, isenta o artista de quaisquer referências, consultas ou empréstimos. Ele é livre na medida de sua obra, na urgência de seu fazer. Portanto, apesar da forte luminosidade do país, a preocupação pela cor depende sobretudo do artista enquanto visor de sua própria interioridade. O que permite ao artista impregnar de luzes singulares coisas ou situações aparentemente arbitrárias, podendo, por exemplo, traduzir as cores do Rio pelas tonalidades saturadas dos magentas, verdes, azuis, amarelos-laranjas, brancos e pretos".

Eduardo Sued (EDUARDO Sued. Entrevista Lúcia Carneiro, Ileana Pradilla. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998, (Coleção Palavra do artista) p.55.

Exposições Individuais

1968 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Bonino

1970 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: pintura e colagem, na Prisma Galeria de Arte

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Luiz Buarque de Holanda e Paulo Bittencourt

1982 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Espaço ABC/Funarte, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1984 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1986 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1987 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Thomas Cohn

1989 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Luisa Strina

1990 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na GB-Arte

1992 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Paço Imperial

1993 - São Paulo SP - Individual, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1994 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA. Galeria do Século XXI

1995 - Curitiba PR - Individual, na Casa da Imagem

1997 - Rio de Janeiro RJ - Individual, Atelier Finep, no Paço Imperial

1998 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: pinturas 1980-1998, no Centro de Arte Hélio Oiticica

1999 - Rio de Janeiro RJ - A Gravura e Desenhos, no Museu da Chácara do Céu

1999 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: colagens, na Galeria Paulo Fernandes

1999 - São Paulo SP - Eduardo Sued: pinturas, instalação, colagens, na Galeria São Paulo

2000 - Rio de Janeiro RJ - Eduardo Sued: pequeno formato, pinturas, na Galeria Objetos Diretos

2003 - São Paulo SP - Individual, na Marília Razuk Galeria de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - A Experiência da Pintura, no CCBB

2005 - São Paulo SP - Individual, na Marília Razuk Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1953 - Paris (França) - Salon des Travaux Publics, na Galerie Metro Beaux-Arts

1958 - São Paulo SP - Coletiva de Gravuras com Grassman, Gruber e Darel

1962 - São Paulo SP - Marcelo Grassmann, Eduardo Sued, Oswaldo Goeldi e Darel, na Galeria Residência

1964 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Petite Galerie

1967 - Rio de Janeiro RJ - 3ª O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana

1968 - Brasília DF - Gravura Brasileira, na Galeria Encontro

1970 - Cracóvia (Polônia) - 3ª Bienal Internacional de Gravura

1970 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Delaparra

1970 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Espaço

1970 - San Juan (Puerto Rico) - Bienal de San Juan del Grabado Latinoamericana y del Caribe

1971 - Biella (Itália) - Prêmio Internacional de Gravura

1971 - Helsinque (Finlândia) - Mostra de Gravura Brasileira, na Galeria Pinx

1971 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1973 - Rio de Janeiro RJ - Quatro Gravadores Brasileiros, na Galeria Grupo B

1973 - Roma (Itália) - Gráfica Brasileira Hoje, na Galeria Casa do Brasil

1975 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira, no MAM/RJ

1976 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileiros, no Centro de Arte y Comunicación

1978 - Caracas (Venezuela) - Quatro Artistas Brasileiros, na Fundación Eugenio Mendonza

1978 - Rio de Janeiro RJ - 3ª Arte Agora: América Latina, geometria sensível, no MAM/RJ

1981 - Porto Alegre RS - Artistas Brasileiros dos Anos 60 e 70 na Coleção Rubem Knijnik, no Espaço NO Galeria Chaves

1981 - São Paulo SP - 16ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, na Galeria de Arte São Paulo

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1983 - Rio de Janeiro RJ - 13 Artistas/13 Obras, na Thomas Cohn Arte Contemporânea

1983 - São Paulo SP - Imaginar o Presente, na Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1984 - Niterói RJ - Coletiva, na Galeria de Arte UFF

1984 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Galeria Thomas Cohn

1984 - Rio de Janeiro RJ - Doações Recentes 82-84, no MNBA

1984 - Rio de Janeiro RJ - Pintura Brasileira Atuante, no Espaço Petrobras

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1984 - São Paulo SP - Victor Grippo, Hércules Barsotti, Marco do Valle, Eduardo Sued, Carlos Fajardo, no Gabinete de Arte

1984 - Veneza (Itália) - 41ª Bienal de Veneza

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - Encontros, na Petite Galerie

1985 - São Paulo SP - Destaques da Arte Contemporânea Brasileira, no MAM/SP

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Fortaleza CE - Coletiva, na Arte Galeria

1986 - Niterói RJ - A Ordem em Questão, na Galeria de Artes UFF

1986 - Porto Alegre RS - Coleção Rubem Knijnik: arte brasileira anos 60/70/80, no Margs

1986 - Rio de Janeiro RJ - Coletiva, na Petite Galerie

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Luisa Strina

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1989 - Rio de Janeiro RJ - Geometria sem Manifesto, no Gabinete de Arte Cleide Wanderley

1989 - Rio de Janeiro RJ - Rio Hoje, no MAM/RJ

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1989 - São Paulo SP - Gesto e Estrutura, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1990 - Atami (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Brasília DF - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Rio de Janeiro RJ - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - São Paulo SP - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea, na Fundação Brasil-Japão

1990 - Sapporo (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1990 - Tóquio (Japão) - 9ª Exposição Brasil-Japão de Arte Contemporânea

1992 - Niterói RJ - Galeria de Arte UFF: 10 anos, na Galeria de Arte UFF

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1ª A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - Anos 60/70: Coleção Gilberto Chateubriand/Museu de Arte Moderna-RJ, na Galeria de Arte do Sesi

1992 - São Paulo SP - Coletiva, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - Rio de Janeiro RJ - Precisão, no CCBB

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1995 - Rio de Janeiro RJ - Desafios Contemporâneos, na P. A. Objetos de Arte

1995 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no MNBA

1995 - Rio de Janeiro RJ - Uma Poética da Reflexão, no MNBA

1995 - São Paulo SP - Morandi no Brasil, no CCSP

1996 - Niterói RJ - Arte Contemporânea Brasileira na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

1996 - Rio de Janeiro RJ - Geometria-Rio, no Paço Imperial

1997 - Rio de Janeiro RJ - Prêmio Johnnie Walker, no MNBA. Sala Século XXI - premiado

1998 - Londrina PR - Arte Brasileira, na UEL

1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1999 - Niterói RJ - Mostra Rio Gravura. Acervo Banerj, no Museu do Ingá

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Guita e José Mindlin, no Espaço Cultural dos Correios

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: Acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - Rio de Janeiro RJ - Volpi e Sued, na Galeria de Arte Ipanema

2000 - Niterói RJ - Pinturas na Coleção João Sattamini, no MAC/Niterói

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - Investigações. A Gravura Brasileira, no Itaú Cultural

2001 - Brasília DF - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Penápolis SP - Investigações. A Gravura Brasileira, na Galeria Itaú Cultural

2001 - Porto Alegre RS - Coleção Liba e Rubem Knijnik: arte brasileira contemporânea, no Margs

2001 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som de Antônio Carlos Jobim, no Paço Imperial

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - Rio de Janeiro RJ - O Espírito de Nossa Época,no MAM/RJ

2001 - São Paulo SP - O Espírito de Nossa Época, no MAM/SP

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no MAC/Niterói

2002 - Passo Fundo RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu de Artes Visuais Ruth Schneider

2002 - Porto Alegre RS - Gravuras: Coleção Paulo Dalacorte, no Museu do Trabalho

2002 - Rio de Janeiro RJ - A Imagem do Som do Rock Pop Brasil, no Paço Imperial

2002 - Rio de Janeiro RJ - Caminhos do Contemporâneo 1952-2002, no Paço Imperial

2002 - São Paulo SP - 10 Anos Marília Razuk, na Marília Razuk Galeria de Arte

2002 - São Paulo SP - 28 (+) Pintura, no Espaço Virgílio

2002 - São Paulo SP - Geométricos e Cinéticos, no Gabinete de Arte Raquel Arnaud

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2003 - Rio de Janeiro RJ - Projeto Brazilianart, na Almacén Galeria de Arte

2004 - Rio de Janeiro RJ - 30 Artistas, no Mercedes Viegas Escritório de Arte

Fonte: EDUARDO Sued. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 10 de Mar. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia Wikipédia

O artista não se vincula a nenhum movimento específico. Sua carreira teve uma breve etapa pautada no figurativismo, mas logo se encaminha para abstração geométrica. Tende a ser classificado atualmente como "concretista" ou "construtivista".

Cursou a Escola Nacional de Engenharia, no Rio de Janeiro, de 1946 a 1948, não concluindo o curso. No ano seguinte estudou desenho e pintura com Henrique Boese, também no Rio. Entre 1950 e 1951, trabalhou como desenhista no escritório do arquiteto Oscar Niemeyer (1907).

Em 1951 recebe, através da embaixada francesa, a bolsa Étudiant Patronné e viaja para Paris, onde frequenta as academias La Grande Chaumière e Julian. Em sua estada na capital francesa, entra em contato com as obras de Pablo Picasso, Joan Miró, Henri Matisse e Georges Braque.

Retorna ao Rio de Janeiro em 1953. Para estudar gravura em metal, frequenta o ateliê de Iberê Camargo, de quem, mais tarde, se torna assistente. Leciona desenho e pintura na Escolinha de Arte do Brasil, em 1956, e na Escola Hebraica do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, transfere-se para São Paulo, onde ministra aulas de desenho, pintura e gravura na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), de 1958 a 1963.

Em 1964, volta a morar no Rio de Janeiro e publica o álbum 25 Gravuras, que se constitui de águas-fortes - processo químico de gravação sobre chapa metálica.

Nos anos 1970, aproxima-se das vertentes construtivistas, desenvolvendo sua obra a partir da reflexão acerca de Piet Mondrian e da Bauhaus. Nessa época (de 1974) até 1980, ministra aulas de gravura em metal no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ.

Dos trabalhos figurativos do início da carreira, passa às colagens e pinturas, cujo rigor e requinte na construção cromática apareceriam principalmente nos anos 1980.

Na década de 1990, a pincelada, antes imperceptível, torna-se marcada, descontínua, demonstrando que o caráter construtivo parte da forma, passa pela cor e atinge a realização pelo gesto.

Realizou diversas exposições individuais: no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1982), Paço Imperial (1992), Museu Nacional de Belas Artes (1994) e no Centro de Arte Hélio Oiticica (1998). Participou de coletivas no Brasil e no exterior, incluindo a Bienal de São Paulo e a Bienal de Veneza.

Segundo Ronaldo Brito, a pintura de Sued se constrói "rigorosa e articulada. Espaço e cor resultam de um pensamento cerrado - variações mínimas, cálculos e compatibilidades quase infinitesimais garantem a identidade indiscutível de cada tela."

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 10 de março de 2018.

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De volta ao ateliê após cirurgia, Eduardo Sued conta por que deixou as cores de lado

Aos 93 anos, pintor que se notabilizou como colorista diz que mudança veio do desejo de 'atingir o nada'

Em dezembro do ano passado, às vésperas de inaugurar sua 32ª individual, o pintor Eduardo Sued, de 93 anos, foi internado para uma cirurgia na vesícula. Após 25 dias no hospital e mais um período de recuperação em casa, o artista voltou logo que pôde ao ateliê, em Jacarepaguá. Queria transpor para as telas as ideias surgidas durante a convalescência. Referência da abstração geométrica e reconhecido como um grande colorista, Sued surpreendeu com as 18 obras que integram a exposição, em cartaz até 3 de março na Mul.ti.plo Espaço Arte, ao deixar as cores vibrantes de lado e se concentrar nas matizes entre o cinza e o preto, num movimento identificado pelo pintor como um desejo de simplificação: “Quero atingir o nada.”

Quando a exposição foi inaugurada, chamou a atenção a paleta de cores menos vibrante, centrada no cinza e no preto. O que levou a esta mudança?

Não houve razão, foi acontecendo. Fui pintando e, quando percebi, as outras cores quase não existiam mais. Pensei: “Mas a tela está só com duas cores, como pode?” Depois percebi na série essa vontade de simplificar, a “presença” da ausência das cores e dos elementos. As obras estavam indo para o nada.

Como se deu este processo, o senhor percebe um caminho que seguiu no ateliê?

Não tem um caminho, há o registro de uma ideia, de um momento, que, após um certo tempo, vira um conjunto de trabalhos independentes entre si, mas que depois de prontos se interligam. A história de um pintor é a história de sua trajetória, e eu estou “apenas” com 93 anos. Desde o início da minha carreira, ouvi o que vem do meu interior. Devemos sempre estar atentos a isso. Quem pinta só com os olhos abertos vai errar.

E em que momento o que está no interior se materializa nas obras?

Estes chamados interiores se tornam mais presentes, paulatinamente. Quando chego ao ateliê, tenho uma ideia, uma mancha, que vai se revelar futuramente. Pode ocorrer de alguns trabalhos não acontecerem durante esse percurso. Aí, eu encosto a pintura junto com outras. Um dia, estou caminhando, e ela me “puxa”. Então começo a ver coisas nela que não tinha notado antes, vai ganhando novos sentidos. E posso continuar trabalhando nela ou não, mas preciso estar atento a estes novos apelos. Cada obra pronta é como uma ostra, sinto que, quando termino, ela se fecha.

Muitos artistas dizem que sentem vontade de voltar a interferir em suas obras mesmo quando já estão expostas. Já aconteceu com o senhor?

Não, nunca. Comigo não tem isso de “dar uma retocada”. Quando acabou, acabou. Se sentir vontade de alterar eu faço outro. Quando termino, vem um silêncio enorme, é como tivesse perdido a audição, fico relaxadíssimo. É quando volto ao silêncio inicial do trabalho.

Este silêncio é o que o senhor busca no ateliê?

Sim, é preciso ficar lá, calado, e de repente surge uma voz fraquinha, vai ficando mais forte, e, por fim, ela vai sumindo. Sei que o trabalho terminou quando esse silêncio se impõe. É um chamado sélfico, um diálogo interior. Mas muito embora o self comande a criação, o ego é fundamental. É o ego que sai de casa, separa o dinheiro, compra as tintas. Sem o ego, o self não pinta.

Como é a rotina do senhor no ateliê, ainda vai todos os dias?

Vou sim, menos nos fins de semana. É meu santuário, o lugar onde vivo, muito mais do que em casa. Chego lá, olho tudo, as coisas antigas. Depois abro o computador, vejo emails e espero. Fico sem fazer nada, o nada é importante. Olho para a tela em branco, até que ela começa a pedir uma intervenção, um traço, uma mancha. inspiração não chega do nada. Por isso é preciso estar no ateliê, disponível a estes chamados. Às vezes é só o chamado da campainha da porta, mas tem que estar lá para saber (risos).

No período em que o senhor esteve internado, ficou ansioso para voltar a trabalhar? Pensou em algo para levar ao ateliê?

Sim, há um esboço, uma vontade. Já fiz uma primeira intervenção e encomendei telas ao marceneiro. Mas não vai ser por esse caminho.

E sobre as cores, alguma mudança em relação à exposição atual?

Não sei se as cores antigas voltam, é difícil dizer agora. Pode acontecer, mas vai ser uma surpresa.

Fonte: Jornal O Globo, por Nelson Gobbi em 12 de fevereiro de 2018.

Crédito fotográfico: Jornal O Globo

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