Cadastre-se e tenha a melhor experiência em leilões 🎉🥳

Fernando Lopes

José Fernando Lima Lopes (São Miguel dos Campos, AL, 24 de Novembro de 1934 – Maceió, AL, 12 de Junho de 2011), mais conhecido como Fernando Lopes, foi um gravador, pintor, professor, músico e advogado brasileiro. Grande representante do Movimento Armorial, recebeu influência direta do folheto de cordel e da xilogravura e da tradição de "santos" de madeiras. Sua obra é marcada pela figura humana em representações de madonas, anjos e santos, trazendo o caráter apocalíptico de livros proféticos e da literatura de cordel.

Biografia

Nasceu no distrito de Sebastião Ferreira, em uma das casas da vila operária da Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel, no dia 24 de novembro de 1934.

Era descendente de imigrantes espanhóis, seu pai Bernardo Lopes Sobrinho e sua mãe Helena Lima Lopes, nasceram na Espanha.

Era formado em Direito, mas nunca exerceu a função de advogado. Estudou música no Conservatório do Recife e despontou nas artes plásticas alagoana, por volta de 1959.

Firmou-se no cenário nacional como possuidor de uma consistente e fecunda inventiva. Sua obra impregnada do místico espírito do seu povo identifica os anjos e os santos, a realidade empírica de sua data e do seu ambiente, é um historiador preocupado com o rigor de perspectiva e do volume, representando o mundo através de elementos alegóricos de rara beleza e muita vitalidade plástica, inspirando-se sempre nos antigos casarões de sua terra natal.

Conhecido e respeitado no Brasil como também em outros países, Fernando Lopes foi um dos responsáveis para a fundação da Casa da Cultura justamente com Douglas Apratto (Secretário de Educação e Cultura do Estado na época), Marly Ribeiro (Vereadora do Município), José Barbosa (Articulador Cultural ) e do voluntário Milton Moura, ação que foi concretizada no dia 04 de fevereiro de 1984.

Em 2009, foi criado no ambiente da Casa da Cultura, um museu com o seu nome, intitulado de "Museu Histórico e Cultural Fernando Lopes", que contou com a presença do ilustre miguelense.

E no dia 18 de novembro de 2010, o dito museu foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Alagoas, pela lei 4.741/85.

Durante sua caminhada artística, ele teve diversos admiradores, entre eles: Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda, Ledo Ivo, Francisco Brennand e o pintor Di Cavalcanti.

Fernando Lopes era um grande admirador e colecionador de artes plásticas, verdadeiro amante do barroco brasileiro, gostava de ouvir constantemente música clássica e erudita principalmente quando estava praticando a sua arte.

Participou de exposições coletivas em várias embaixadas brasileiras. Expôs nos seguintes países: França, Itália, Israel e U.S.A.

Fez parte da Bienal de São Paulo como também representou a cidade de São Miguel dos Campos e o estado de Alagoas em várias regiões do país.

Expôs em Londres em 1970, por três vezes consecutivas com outros artistas da América do Sul.

Seus quadros estão expostos em diversos museus e nas mãos de grandes colecionadores espalhados por todo país, como também no exterior.

Ainda em vida, ele foi homenageado pelo CESMAC, onde foi fundada uma Galeria de Exposições Temporárias, batizada com o seu nome.

Este renomado pintor miguelense, faleceu na cidade de Maceió, em casa enquanto dormia, no dia 12 de junho de 2011. Seu corpo está sepultado no cemitério de São Miguel dos Campos.

Fonte: Portal dos Escritores, publicado por Ernande Bezerra de Moura em 13 de Abril de 2019, consultado pela última vez em 18/01/2022.

Obras

Há de se lembrar de Fernando não apenas como pintor da figura humana, mas como o pintor das paisagens urbanas com seus exuberantes casarios e o das paisagens de sua terra natal.

O pintor das poucas naturezas mortas — pintou-as sim, mas muitas vezes como pretexto para compor o ambiente estético da obra —, das cenas circenses, o retratista dos personagens anônimos e de conhecidos, entre tantos amigos e amigas.

Não se pode olvidar o dramático criador de marinhas e árvores retorcidas ao final da sua vida artística (aí sua obra volta ao ciclo inicial de sua vida artística) e ainda o conhecido tapeceiro — em parceira com sua bordadeira-mor, Maria Ivo — produzindo obras insuperáveis da tapeçaria brasileira.

Santa Bárbara (1963)

Seus primeiros trabalhos dos anos 50 vagueiam entre uma tentativa de revisitar o Renascimento e ao mesmo tempo o Expressionismo, como na dramática “Pietà” de 1953 em óleo sobre madeira pertencente à excelente coleção de seu irmão, Cláudio Jorge de Lima Lopes ou o desenho a bico de pena do mesmo ano dessa “Pietà”, em minha coleção. Esta “Pietà” é uma tentativa expressionista enquanto o bico de pena, um estudo da simetria renascentista.

A partir dos finais dos anos 50 criou seu idioma pictórico característico que o tornaria muito admirado: as exuberantes Madonas e os seus famosos casarios, inspirados pelos de São Miguel dos Campos, cujo belo conjunto arquitetônico do início do século XX desapareceu quase totalmente graças ao desamparo e despreparo cultural de gestores públicos que não o souberam dignamente preservar.

São também seus, os casarios que remontam àqueles da Rua da Aurora e os de outras ruas e becos na sua temporada recifense, orientado então por D. Gerardo Martins, galerista de renome.

Sem dúvida, a grande obra que tornou Fernando Lopes um artista respeitado é aquela dos anos 60 que expõe o inegável talento de um pintor jovial em vigor pleno de sua criação. O artista se apossou dos chãos floridos e dos drapejados de Fra Angelico e dos tecidos ricamente bordados à maneira dos nobres personagens de “Les très Riches Heures Du Duc de Berry”, obra prima do princípio do século XV francês e principalmente da imagética do Cinquecento italiano e flamengo. Tudo, ao final e ao cabo, transmutado e renovado ao sabor do Nordeste do Brasil.

Em sua obra dos anos 60, nada parece ter ligação com a sisudez invernal da Galícia de seus ancestrais paternos. “Seu” Pepe, homem de senso estético espontâneo era seu crítico constante, opinando sobre a obra de Fernando, apreciações brejeiramente rejeitadas pelo artista, mas, de certo modo, a posteriori, observadas com respeito. A obra de Fernando dos conturbados e felizes anos Sessenta denota um agradável frescor de ideias bem pessoais sobre a Arte e sobre o Brasil artístico e pictórico.

Sobrados (1963)

Fiel à linha, como Botticelli, pintava a partir dela. Mudou o traço nos anos 70, intelectualizando-o e incorporando novos elementos pictóricos e plásticos à sua obra.

A partir daí, o naïf dos anos anteriores que encantou Jorge Amado, Aurélio Buarque de Hollanda, Adolfo Bloch, Lêdo Ivo e tantos outros intelectuais cedeu espaço ao pintor com densa carga dramática e expressiva.

Sua obra ganhou em textura, com o uso de colagens e outras técnicas que denotam uma tensão emocional mais e mais evidente. Sua paleta desceu a tons abissais e se tornou menos colorida e brilhante, como provam as Séries Sépia e Negra.

Sua obra se transmutou por conta de um estado emocional sensível e doentio que o fez se refugiar em sua cidade natal a partir dos anos 70. Uma neurastenia constante e uma timidez profunda fizeram-no retrair-se mais e mais.

Era de outro modo, um intelectual de mente rara e brilhante capaz de entabular qualquer conversação com renovado sabor criativo. Profundo conhecedor da História das Artes, teria ele sido um naïf no sentido pleno da palavra ou um intelectual que burlava o meio artístico com uma falsa ingenuidade? Não, Fernando era um experimentador!

Pianista e músico, compositor esporádico — divertido era ouvi-lo falar de certo “Concerto para lata de goiabada e orquestra” que compusera, mas nunca executado em público! —, admirador de Mozart, Chopin, Brahms e dos espanhóis, leitor compulsivo e amante de Florbela Espanca, Mário de Sá-Carneiro, Cecília Meireles e Marcel Proust, orientou o destino de muitos jovens artistas miguelenses e sua casa foi um centro particular de difusão cultural na cidade.

Escreveu cartas para si mesmo, de inegável valor emocional e literário, ainda inéditas. Amante das boutades bem humoradas — era, quando lhe subia a taxa de humor, um piadista indomável —, citava com frequência as do seu amigo e entusiasta, o pintor pernambucano Antônio Cavalcanti, como das mais inteligentes.

Virgem no Jardim (1965)

Conhecido e amado pela pintura naïf que o consagrou, retornou nos últimos anos ao mesmo caráter expressionista daquele dos anos 50, dando ênfase à cor. Aliás, ele nunca se afastou da cor, apenas lhe deu, de tempos em tempos, um distanciamento para experimentar o quase ou total monocromatismo.

Suas obras finais são extremamente coloridas, mas, como certas obras musicais em tom maior que sugerem certa melancolia em tom menor, estas obras são tristes e perturbadoras. Talvez um grito de solidão e desespero colorido, mais uma burla do artista?

Fernando debruçou-se nos retratos de anônimos e árvores que parecem querer abraçar os transeuntes que delas passem pelas cercanias, esmagando-os e digerindo-os, como plantas carnívoras!

Suas marinhas, visões especiais das praias de sua terra alagoana — pintou-as nos anos 60, muitas sob o pretexto de compor casarios praianos, contrapondo-se àqueles montanheses de Guignard — têm continuidade nos anos 2000, com penhascos, promontórios e rochedos que ora parecem se abrir, como fauces aterradoras que devorariam qualquer ser vivente que se aventurasse a navegar por suas bandas, ora como formações rochosas que parecem ser como a genitália feminina, entreabrindo-se à espera do objeto de desejo.

Todas são obras que causam estranheza ao primeiro olhar porque muitos o reconhecem quase que exclusivamente como o pintor das Madonas e dos casarios. Mas Fernando foi um pintor de muitos temas e os pintou de formas variadas: essa a sua inventiva, essa a sua grandeza. Suas árvores e marinhas são os últimos suspiros de um artista genial, seu canto do cisne. São, portanto, obras que devem ser consideradas no plano da mais alta qualidade estética: drama em formas, gestos e cores.

Sua iconografia está espalhada pelo Brasil e países desse mundão de Deus e de suas Nossas Senhoras, Anjos e Santos. Obra eternizada em dicionários e livros de arte, na Casa da Cultura de São Miguel dos Campos que tem um museu com o seu nome — e que deveria se chamar, com toda a justiça, Casa de Cultura de São Miguel dos Campos Pintor Fernando Lopes e não apenas Casa da Cultura de São Miguel dos Campos — e na Galeria Fernando Lopes do Cesmac que lhe prestou homenagem pelos cinquenta anos de pintura, pouco antes de sua morte.

Santana e Maria (1971)

A obra de Fernando Lopes atravessou quase inteiras seis décadas. É certo que parou de pintar aproximadamente entre os anos 2007 e 2009, como afirma seu irmão Cláudio Jorge baseando-se nas confissões do pintor e como anotou o amigo José Constantino Ferreira Maia sobre impressões colhidas em algumas visitas ao seu atelier.

Infelizmente o artista não catalogava as suas obras, assim é impossível precisar quantas produziu. Do seu espólio, quase duzentas obras foram divididas entre o irmão e quatro sobrinhos, filhos de sua irmã Vânia, falecida vinte e um dias depois do pintor. Saliento várias desse conjunto, muitas inéditas ao grande público e outras já apresentadas. Contudo uma das obras primas do espólio é a magnífica “Nossa Senhora das Dores” (1973) reproduzida no catálogo Cesmac e, infelizmente, desaparecida no trânsito de partilha.

É de salientar que Fernando, como de resto muitos artistas, guardava obras a sete chaves e nunca mostradas ao grande público, obras que, de fato, serviam para seu deleite pessoal, inclusive muitas dos anos 50 do século passado.

Construção (1975)

Fernando Lopes amadureceu, mas murchou isolado em Maceió. Sua vida pessoal resumiu-se quase comezinhamente a hábitos simples nos últimos anos fazendo eco àquilo que escreveu Mário de Sá-Carneiro: “a minha vida sentou-se e não há quem a levante” ou reverberando os versos de José Régio, “e eu fiquei só, desconhecido, mudo, pairando, estranho à minha própria vida, Per omnia secula seculorum…, amen.”

Mas a sua obra, embora rareada nos últimos tempos e por ele mesmo desprezada, renascerá a partir de pesquisas que venham a ser encetadas com o fito de reconhecer em Fernando um dos grandes artistas brasileiros do século XX. Assim, permitam-me parafrasear Mestre Aurélio Buarque de Hollanda e dizer que, enquanto dormia, o poeta velou e sonhou. E tanto velou e sonhou que adormeceu para sempre… e sua obra, inacabada pelo seu desânimo e cansaço da vida, deve acordar do torpor no qual o próprio artista a colocou.

Fonte: História de Alagoas, publicado por Eduardo Xavier em 23 de Janeiro de 2016. Consultado pela última vez em 18/01/2022.

Depoimentos

"Veterano dos pincéis, Fernando é atual sem perder as raízes. Com um percurso de arte que se estende desde 1951, mantém o selo da coerência e um vínculo catártico com a sua cidade, São Miguel dos Campos, que se estampa na temática evocativa da paisagem de memórias. Falando sobre seus temas, disse com aquele ar de eterno sonhador: “Quando pinto o casario antigo, ele é um jogo de armar casinhas e há ali a tentativa de aprisionar o tempo entre a criança e o adulto”. Esta incursão poética sobre o tempo reveste-se de uma consciência mística que perpassa toda a sua obra. As madonas, os anjos, as figuras bíblicas, o próprio casario, tudo está envolto numa ritualidade que propõe transcender o próprio tempo.

Fernando, nessa sua caminhada de tantas histórias, soma talento, criatividade, técnica e muita erudição. Além disso, sua personalidade marcante e rica em energia interior o faz um ser humano desses que nos dá a certeza de que a humanidade vale à pena." – Cármen Lúcia Dantas, museóloga.

"Foi uma grande perda não só para a arte alagoana, mas também para as artes plásticas brasileiras. Fernando era um artista extraordinário. Ele, assim como Pierre Chalita, marcou a pintura alagoana tanto como ser humano quanto como artista. Foi um mestre, grande baluarte, que ficará na lembrança de todos que admiram a arte. Toda Alagoas chora por essa lacuna deixada por ele nas artes plásticas. Será eterno para todos nós. Sua obra permanecerá imorredoura”Selma Brito, pianista

“Era um excelente artista, um dos maiores do Estado, com vastos conhecimentos culturais e visão abrangente. Era um homem muito culto, que sabia apreciar música e literatura, inclusive a francesa. Era um grande leitor e entendedor da obra de Proust. Seus conhecimentos muito influenciaram sua obra, que era e continuará sendo bastante valorizada. Através da sua pintura tentava, dentro das tradições nordestinas, registrar nossas raízes, fazendo referências à música, à poesia, à literatura. Estava numa fase nova, estilizando as nossas paisagens dentro de uma linha dramática. Sem dúvida é uma importante expressão nas artes plásticas do Nordeste, que assiste agora a uma grande perda” Solange Chalita, artista plástica


“Para mim, Fernando Lopes foi o maior artista de Alagoas. Uma grande referência no Estado. Foi uma homenagem muito justa que o Cesmac prestou a ele, dando o seu nome à galeria. Espero que outras instituições tenham o mesmo apreço, responsabilidade e respeito por sua obra, que faz parte das maiores coleções nacionais. Ele pintou o Brasil de uma forma próxima, muito peculiar. É uma perda irreparável” Rogério Gomes, artista plástico


"A morte de Fernando Lopes é extremamente triste. Foi também uma grande coincidência porque a exposição do Cesmac foi pensada como uma comemoração expressiva do jubileu da sua primeira exposição individual, no Recife, em 1961. O que seria uma grande homenagem passou a ser a última alegria dele. Foi um dos poucos artistas alagoanos de projeção nacional, cuja obra está catalogada no dicionário de vários artistas plásticos brasileiros. E o Cesmac já está viabilizando a publicação de um catálogo sobre sua obra”. Romeu Loureiro, jornalista e curador da exposição

Fonte: O Jornal Web, consultado pela última vez em 18/01/2022.

Movimento Armorial

O Movimento Armorial foi uma iniciativa artística cujo objetivo seria criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Um dos fundadores e diretores foi o escritor Ariano Suassuna. Tal movimento procura orientar todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, dentre outras expressões.

O Movimento Armorial tinha a pretensão de realizar uma arte nacional erudita baseada nos elementos dos contextos populares e assim sendo, convergir diversas artes para este fim. Seu objetivo era o de valorizar a cultura popular do Nordeste brasileiro, pretendendo realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares da cultura do País.

Segundo Suassuna, sendo "armorial" o conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular do que qualquer coisa. Desse modo o nome adotado significou o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras.

Uma grande importância é dada aos folhetos do romanceiro popular nordestino, a chamada literatura de cordel, por achar que neles se encontra a fonte de uma arte e uma literatura que expressa as aspirações e o espírito do povo brasileiro, além de reunir três formas de arte: as narrativas de sua poesia, a xilogravura, que ilustra suas capas — da qual o principal representante no movimento é o artista Gilvan Samico — e a música, através do canto dos seus versos, acompanhada por viola ou rabeca.

São também importantes para o Movimento Armorial, os espetáculos populares do Nordeste, encenados ao ar livre, com personagens míticas, cantos, roupagens principescas feitas a partir de farrapos, músicas, animais misteriosos como o boi e o cavalo-marinho do bumba-meu-boi.

O mamulengo ou teatro de bonecos nordestino também é uma fonte de inspiração para o Movimento, que procura além da dramaturgia, um modo brasileiro de encenação e representação.

Congrega nomes importantes da cultura nordestina. Além do próprio Ariano Suassuna, Guerra-Peixe, Antonio Madureira, Francisco Brennand, Raimundo Carrero, Gilvan Samico, Maximiano Campos entre outros, além de grupos como o Balé Armorial do Nordeste, a Orquestra Romançal e o Quinteto Armorial.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 18 de Janeiro de 2022.

Crédito fotográfico: Alagoas 24h.

José Fernando Lima Lopes (São Miguel dos Campos, AL, 24 de Novembro de 1934 – Maceió, AL, 12 de Junho de 2011), mais conhecido como Fernando Lopes, foi um gravador, pintor, professor, músico e advogado brasileiro. Grande representante do Movimento Armorial, recebeu influência direta do folheto de cordel e da xilogravura e da tradição de "santos" de madeiras. Sua obra é marcada pela figura humana em representações de madonas, anjos e santos, trazendo o caráter apocalíptico de livros proféticos e da literatura de cordel.

Fernando Lopes

José Fernando Lima Lopes (São Miguel dos Campos, AL, 24 de Novembro de 1934 – Maceió, AL, 12 de Junho de 2011), mais conhecido como Fernando Lopes, foi um gravador, pintor, professor, músico e advogado brasileiro. Grande representante do Movimento Armorial, recebeu influência direta do folheto de cordel e da xilogravura e da tradição de "santos" de madeiras. Sua obra é marcada pela figura humana em representações de madonas, anjos e santos, trazendo o caráter apocalíptico de livros proféticos e da literatura de cordel.

Biografia

Nasceu no distrito de Sebastião Ferreira, em uma das casas da vila operária da Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel, no dia 24 de novembro de 1934.

Era descendente de imigrantes espanhóis, seu pai Bernardo Lopes Sobrinho e sua mãe Helena Lima Lopes, nasceram na Espanha.

Era formado em Direito, mas nunca exerceu a função de advogado. Estudou música no Conservatório do Recife e despontou nas artes plásticas alagoana, por volta de 1959.

Firmou-se no cenário nacional como possuidor de uma consistente e fecunda inventiva. Sua obra impregnada do místico espírito do seu povo identifica os anjos e os santos, a realidade empírica de sua data e do seu ambiente, é um historiador preocupado com o rigor de perspectiva e do volume, representando o mundo através de elementos alegóricos de rara beleza e muita vitalidade plástica, inspirando-se sempre nos antigos casarões de sua terra natal.

Conhecido e respeitado no Brasil como também em outros países, Fernando Lopes foi um dos responsáveis para a fundação da Casa da Cultura justamente com Douglas Apratto (Secretário de Educação e Cultura do Estado na época), Marly Ribeiro (Vereadora do Município), José Barbosa (Articulador Cultural ) e do voluntário Milton Moura, ação que foi concretizada no dia 04 de fevereiro de 1984.

Em 2009, foi criado no ambiente da Casa da Cultura, um museu com o seu nome, intitulado de "Museu Histórico e Cultural Fernando Lopes", que contou com a presença do ilustre miguelense.

E no dia 18 de novembro de 2010, o dito museu foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Alagoas, pela lei 4.741/85.

Durante sua caminhada artística, ele teve diversos admiradores, entre eles: Jorge de Lima, Aurélio Buarque de Holanda, Ledo Ivo, Francisco Brennand e o pintor Di Cavalcanti.

Fernando Lopes era um grande admirador e colecionador de artes plásticas, verdadeiro amante do barroco brasileiro, gostava de ouvir constantemente música clássica e erudita principalmente quando estava praticando a sua arte.

Participou de exposições coletivas em várias embaixadas brasileiras. Expôs nos seguintes países: França, Itália, Israel e U.S.A.

Fez parte da Bienal de São Paulo como também representou a cidade de São Miguel dos Campos e o estado de Alagoas em várias regiões do país.

Expôs em Londres em 1970, por três vezes consecutivas com outros artistas da América do Sul.

Seus quadros estão expostos em diversos museus e nas mãos de grandes colecionadores espalhados por todo país, como também no exterior.

Ainda em vida, ele foi homenageado pelo CESMAC, onde foi fundada uma Galeria de Exposições Temporárias, batizada com o seu nome.

Este renomado pintor miguelense, faleceu na cidade de Maceió, em casa enquanto dormia, no dia 12 de junho de 2011. Seu corpo está sepultado no cemitério de São Miguel dos Campos.

Fonte: Portal dos Escritores, publicado por Ernande Bezerra de Moura em 13 de Abril de 2019, consultado pela última vez em 18/01/2022.

Obras

Há de se lembrar de Fernando não apenas como pintor da figura humana, mas como o pintor das paisagens urbanas com seus exuberantes casarios e o das paisagens de sua terra natal.

O pintor das poucas naturezas mortas — pintou-as sim, mas muitas vezes como pretexto para compor o ambiente estético da obra —, das cenas circenses, o retratista dos personagens anônimos e de conhecidos, entre tantos amigos e amigas.

Não se pode olvidar o dramático criador de marinhas e árvores retorcidas ao final da sua vida artística (aí sua obra volta ao ciclo inicial de sua vida artística) e ainda o conhecido tapeceiro — em parceira com sua bordadeira-mor, Maria Ivo — produzindo obras insuperáveis da tapeçaria brasileira.

Santa Bárbara (1963)

Seus primeiros trabalhos dos anos 50 vagueiam entre uma tentativa de revisitar o Renascimento e ao mesmo tempo o Expressionismo, como na dramática “Pietà” de 1953 em óleo sobre madeira pertencente à excelente coleção de seu irmão, Cláudio Jorge de Lima Lopes ou o desenho a bico de pena do mesmo ano dessa “Pietà”, em minha coleção. Esta “Pietà” é uma tentativa expressionista enquanto o bico de pena, um estudo da simetria renascentista.

A partir dos finais dos anos 50 criou seu idioma pictórico característico que o tornaria muito admirado: as exuberantes Madonas e os seus famosos casarios, inspirados pelos de São Miguel dos Campos, cujo belo conjunto arquitetônico do início do século XX desapareceu quase totalmente graças ao desamparo e despreparo cultural de gestores públicos que não o souberam dignamente preservar.

São também seus, os casarios que remontam àqueles da Rua da Aurora e os de outras ruas e becos na sua temporada recifense, orientado então por D. Gerardo Martins, galerista de renome.

Sem dúvida, a grande obra que tornou Fernando Lopes um artista respeitado é aquela dos anos 60 que expõe o inegável talento de um pintor jovial em vigor pleno de sua criação. O artista se apossou dos chãos floridos e dos drapejados de Fra Angelico e dos tecidos ricamente bordados à maneira dos nobres personagens de “Les très Riches Heures Du Duc de Berry”, obra prima do princípio do século XV francês e principalmente da imagética do Cinquecento italiano e flamengo. Tudo, ao final e ao cabo, transmutado e renovado ao sabor do Nordeste do Brasil.

Em sua obra dos anos 60, nada parece ter ligação com a sisudez invernal da Galícia de seus ancestrais paternos. “Seu” Pepe, homem de senso estético espontâneo era seu crítico constante, opinando sobre a obra de Fernando, apreciações brejeiramente rejeitadas pelo artista, mas, de certo modo, a posteriori, observadas com respeito. A obra de Fernando dos conturbados e felizes anos Sessenta denota um agradável frescor de ideias bem pessoais sobre a Arte e sobre o Brasil artístico e pictórico.

Sobrados (1963)

Fiel à linha, como Botticelli, pintava a partir dela. Mudou o traço nos anos 70, intelectualizando-o e incorporando novos elementos pictóricos e plásticos à sua obra.

A partir daí, o naïf dos anos anteriores que encantou Jorge Amado, Aurélio Buarque de Hollanda, Adolfo Bloch, Lêdo Ivo e tantos outros intelectuais cedeu espaço ao pintor com densa carga dramática e expressiva.

Sua obra ganhou em textura, com o uso de colagens e outras técnicas que denotam uma tensão emocional mais e mais evidente. Sua paleta desceu a tons abissais e se tornou menos colorida e brilhante, como provam as Séries Sépia e Negra.

Sua obra se transmutou por conta de um estado emocional sensível e doentio que o fez se refugiar em sua cidade natal a partir dos anos 70. Uma neurastenia constante e uma timidez profunda fizeram-no retrair-se mais e mais.

Era de outro modo, um intelectual de mente rara e brilhante capaz de entabular qualquer conversação com renovado sabor criativo. Profundo conhecedor da História das Artes, teria ele sido um naïf no sentido pleno da palavra ou um intelectual que burlava o meio artístico com uma falsa ingenuidade? Não, Fernando era um experimentador!

Pianista e músico, compositor esporádico — divertido era ouvi-lo falar de certo “Concerto para lata de goiabada e orquestra” que compusera, mas nunca executado em público! —, admirador de Mozart, Chopin, Brahms e dos espanhóis, leitor compulsivo e amante de Florbela Espanca, Mário de Sá-Carneiro, Cecília Meireles e Marcel Proust, orientou o destino de muitos jovens artistas miguelenses e sua casa foi um centro particular de difusão cultural na cidade.

Escreveu cartas para si mesmo, de inegável valor emocional e literário, ainda inéditas. Amante das boutades bem humoradas — era, quando lhe subia a taxa de humor, um piadista indomável —, citava com frequência as do seu amigo e entusiasta, o pintor pernambucano Antônio Cavalcanti, como das mais inteligentes.

Virgem no Jardim (1965)

Conhecido e amado pela pintura naïf que o consagrou, retornou nos últimos anos ao mesmo caráter expressionista daquele dos anos 50, dando ênfase à cor. Aliás, ele nunca se afastou da cor, apenas lhe deu, de tempos em tempos, um distanciamento para experimentar o quase ou total monocromatismo.

Suas obras finais são extremamente coloridas, mas, como certas obras musicais em tom maior que sugerem certa melancolia em tom menor, estas obras são tristes e perturbadoras. Talvez um grito de solidão e desespero colorido, mais uma burla do artista?

Fernando debruçou-se nos retratos de anônimos e árvores que parecem querer abraçar os transeuntes que delas passem pelas cercanias, esmagando-os e digerindo-os, como plantas carnívoras!

Suas marinhas, visões especiais das praias de sua terra alagoana — pintou-as nos anos 60, muitas sob o pretexto de compor casarios praianos, contrapondo-se àqueles montanheses de Guignard — têm continuidade nos anos 2000, com penhascos, promontórios e rochedos que ora parecem se abrir, como fauces aterradoras que devorariam qualquer ser vivente que se aventurasse a navegar por suas bandas, ora como formações rochosas que parecem ser como a genitália feminina, entreabrindo-se à espera do objeto de desejo.

Todas são obras que causam estranheza ao primeiro olhar porque muitos o reconhecem quase que exclusivamente como o pintor das Madonas e dos casarios. Mas Fernando foi um pintor de muitos temas e os pintou de formas variadas: essa a sua inventiva, essa a sua grandeza. Suas árvores e marinhas são os últimos suspiros de um artista genial, seu canto do cisne. São, portanto, obras que devem ser consideradas no plano da mais alta qualidade estética: drama em formas, gestos e cores.

Sua iconografia está espalhada pelo Brasil e países desse mundão de Deus e de suas Nossas Senhoras, Anjos e Santos. Obra eternizada em dicionários e livros de arte, na Casa da Cultura de São Miguel dos Campos que tem um museu com o seu nome — e que deveria se chamar, com toda a justiça, Casa de Cultura de São Miguel dos Campos Pintor Fernando Lopes e não apenas Casa da Cultura de São Miguel dos Campos — e na Galeria Fernando Lopes do Cesmac que lhe prestou homenagem pelos cinquenta anos de pintura, pouco antes de sua morte.

Santana e Maria (1971)

A obra de Fernando Lopes atravessou quase inteiras seis décadas. É certo que parou de pintar aproximadamente entre os anos 2007 e 2009, como afirma seu irmão Cláudio Jorge baseando-se nas confissões do pintor e como anotou o amigo José Constantino Ferreira Maia sobre impressões colhidas em algumas visitas ao seu atelier.

Infelizmente o artista não catalogava as suas obras, assim é impossível precisar quantas produziu. Do seu espólio, quase duzentas obras foram divididas entre o irmão e quatro sobrinhos, filhos de sua irmã Vânia, falecida vinte e um dias depois do pintor. Saliento várias desse conjunto, muitas inéditas ao grande público e outras já apresentadas. Contudo uma das obras primas do espólio é a magnífica “Nossa Senhora das Dores” (1973) reproduzida no catálogo Cesmac e, infelizmente, desaparecida no trânsito de partilha.

É de salientar que Fernando, como de resto muitos artistas, guardava obras a sete chaves e nunca mostradas ao grande público, obras que, de fato, serviam para seu deleite pessoal, inclusive muitas dos anos 50 do século passado.

Construção (1975)

Fernando Lopes amadureceu, mas murchou isolado em Maceió. Sua vida pessoal resumiu-se quase comezinhamente a hábitos simples nos últimos anos fazendo eco àquilo que escreveu Mário de Sá-Carneiro: “a minha vida sentou-se e não há quem a levante” ou reverberando os versos de José Régio, “e eu fiquei só, desconhecido, mudo, pairando, estranho à minha própria vida, Per omnia secula seculorum…, amen.”

Mas a sua obra, embora rareada nos últimos tempos e por ele mesmo desprezada, renascerá a partir de pesquisas que venham a ser encetadas com o fito de reconhecer em Fernando um dos grandes artistas brasileiros do século XX. Assim, permitam-me parafrasear Mestre Aurélio Buarque de Hollanda e dizer que, enquanto dormia, o poeta velou e sonhou. E tanto velou e sonhou que adormeceu para sempre… e sua obra, inacabada pelo seu desânimo e cansaço da vida, deve acordar do torpor no qual o próprio artista a colocou.

Fonte: História de Alagoas, publicado por Eduardo Xavier em 23 de Janeiro de 2016. Consultado pela última vez em 18/01/2022.

Depoimentos

"Veterano dos pincéis, Fernando é atual sem perder as raízes. Com um percurso de arte que se estende desde 1951, mantém o selo da coerência e um vínculo catártico com a sua cidade, São Miguel dos Campos, que se estampa na temática evocativa da paisagem de memórias. Falando sobre seus temas, disse com aquele ar de eterno sonhador: “Quando pinto o casario antigo, ele é um jogo de armar casinhas e há ali a tentativa de aprisionar o tempo entre a criança e o adulto”. Esta incursão poética sobre o tempo reveste-se de uma consciência mística que perpassa toda a sua obra. As madonas, os anjos, as figuras bíblicas, o próprio casario, tudo está envolto numa ritualidade que propõe transcender o próprio tempo.

Fernando, nessa sua caminhada de tantas histórias, soma talento, criatividade, técnica e muita erudição. Além disso, sua personalidade marcante e rica em energia interior o faz um ser humano desses que nos dá a certeza de que a humanidade vale à pena." – Cármen Lúcia Dantas, museóloga.

"Foi uma grande perda não só para a arte alagoana, mas também para as artes plásticas brasileiras. Fernando era um artista extraordinário. Ele, assim como Pierre Chalita, marcou a pintura alagoana tanto como ser humano quanto como artista. Foi um mestre, grande baluarte, que ficará na lembrança de todos que admiram a arte. Toda Alagoas chora por essa lacuna deixada por ele nas artes plásticas. Será eterno para todos nós. Sua obra permanecerá imorredoura”Selma Brito, pianista

“Era um excelente artista, um dos maiores do Estado, com vastos conhecimentos culturais e visão abrangente. Era um homem muito culto, que sabia apreciar música e literatura, inclusive a francesa. Era um grande leitor e entendedor da obra de Proust. Seus conhecimentos muito influenciaram sua obra, que era e continuará sendo bastante valorizada. Através da sua pintura tentava, dentro das tradições nordestinas, registrar nossas raízes, fazendo referências à música, à poesia, à literatura. Estava numa fase nova, estilizando as nossas paisagens dentro de uma linha dramática. Sem dúvida é uma importante expressão nas artes plásticas do Nordeste, que assiste agora a uma grande perda” Solange Chalita, artista plástica


“Para mim, Fernando Lopes foi o maior artista de Alagoas. Uma grande referência no Estado. Foi uma homenagem muito justa que o Cesmac prestou a ele, dando o seu nome à galeria. Espero que outras instituições tenham o mesmo apreço, responsabilidade e respeito por sua obra, que faz parte das maiores coleções nacionais. Ele pintou o Brasil de uma forma próxima, muito peculiar. É uma perda irreparável” Rogério Gomes, artista plástico


"A morte de Fernando Lopes é extremamente triste. Foi também uma grande coincidência porque a exposição do Cesmac foi pensada como uma comemoração expressiva do jubileu da sua primeira exposição individual, no Recife, em 1961. O que seria uma grande homenagem passou a ser a última alegria dele. Foi um dos poucos artistas alagoanos de projeção nacional, cuja obra está catalogada no dicionário de vários artistas plásticos brasileiros. E o Cesmac já está viabilizando a publicação de um catálogo sobre sua obra”. Romeu Loureiro, jornalista e curador da exposição

Fonte: O Jornal Web, consultado pela última vez em 18/01/2022.

Movimento Armorial

O Movimento Armorial foi uma iniciativa artística cujo objetivo seria criar uma arte erudita a partir de elementos da cultura popular do Nordeste Brasileiro. Um dos fundadores e diretores foi o escritor Ariano Suassuna. Tal movimento procura orientar todas as formas de expressões artísticas: música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema, arquitetura, dentre outras expressões.

O Movimento Armorial tinha a pretensão de realizar uma arte nacional erudita baseada nos elementos dos contextos populares e assim sendo, convergir diversas artes para este fim. Seu objetivo era o de valorizar a cultura popular do Nordeste brasileiro, pretendendo realizar uma arte brasileira erudita a partir das raízes populares da cultura do País.

Segundo Suassuna, sendo "armorial" o conjunto de insígnias, brasões, estandartes e bandeiras de um povo, a heráldica é uma arte muito mais popular do que qualquer coisa. Desse modo o nome adotado significou o desejo de ligação com essas heráldicas raízes culturais brasileiras.

Uma grande importância é dada aos folhetos do romanceiro popular nordestino, a chamada literatura de cordel, por achar que neles se encontra a fonte de uma arte e uma literatura que expressa as aspirações e o espírito do povo brasileiro, além de reunir três formas de arte: as narrativas de sua poesia, a xilogravura, que ilustra suas capas — da qual o principal representante no movimento é o artista Gilvan Samico — e a música, através do canto dos seus versos, acompanhada por viola ou rabeca.

São também importantes para o Movimento Armorial, os espetáculos populares do Nordeste, encenados ao ar livre, com personagens míticas, cantos, roupagens principescas feitas a partir de farrapos, músicas, animais misteriosos como o boi e o cavalo-marinho do bumba-meu-boi.

O mamulengo ou teatro de bonecos nordestino também é uma fonte de inspiração para o Movimento, que procura além da dramaturgia, um modo brasileiro de encenação e representação.

Congrega nomes importantes da cultura nordestina. Além do próprio Ariano Suassuna, Guerra-Peixe, Antonio Madureira, Francisco Brennand, Raimundo Carrero, Gilvan Samico, Maximiano Campos entre outros, além de grupos como o Balé Armorial do Nordeste, a Orquestra Romançal e o Quinteto Armorial.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 18 de Janeiro de 2022.

Crédito fotográfico: Alagoas 24h.

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

Olá, boa noite!

Prepare-se para a melhor experiência em leilões, estamos chegando! 🎉 Por conta da pandemia que estamos enfrentando (Covid-19), optamos por adiar o lançamento oficial para 2023, mas, não resistimos e já liberamos uma prévia! Qualquer dúvida ou sugestão, fale conosco em ola@arrematearte.com.br, seu feedback é muito importante. Caso queira receber nossas novidades, registre-se abaixo. Obrigado e bons lances! ✌️