Fernando Mendonça (São Bento de Bacurituba, MA, 4 de abril de 1962), mais conhecido como Mendonça, é um artista plástico, pintor, aquarelista, escultor, mosaicista e ilustrador brasileiro. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. Expôs em diversas galerias de arte do Brasil e exterior. Considerado um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade.
Biografia - Blog do Artista
Maranhense de São Bento de Bacurituba, pequeno povoado do interior do Estado, Fernando é o caçula de uma família de oito irmãos. As singulares bonecas de pano confeccionadas pela mãe artesã, e as tantas festas populares que acompanhou ao lado do pai saxofonista foram elementos essenciais à sua formação artística.
Aos 14 anos, muda-se para a capital e ingressa no Grupo ‘Laborarte’ (importante referência na vida cultural de São Luis nos anos 70 e 80). Em 1984 realizou sua primeira exposição individual.
Parte para o Rio de Janeiro, por influência de Rubens Gerchman, amigo e mestre, e lá se vão vinte anos desde que Fernando chegou à Cidade Maravilhosa. Em pleno centro urbano, impregnado pela correria da vida moderna, Fernando forma seu nicho de paz, música, alegria e arte. Sua herança artística soa ancestral, as músicas e danças de sua terra, o Maranhão, são hoje amadas por muitos cariocas.
A qualidade de sua expressão artística passa a ganhar reconhecimento e, não sem muita luta, as conquistas vão chegando. A vida no Rio de Janeiro trouxe o elemento do urbano à arte de Fernando. Suas telas são a expressão da simbiose entre o moderno e o ancestral.
Fonte: Blog do Artista. Escrito por Claudia Dias Sampaio, em Setembro de 2008. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Biografia - Pipa
Maranhense, de São Bento de Bacurituba, paupérrimo povoado do interior do Estado, caçula de uma família de oito irmãos, que logo se vê obrigada a transferir-se para a capital de São Luís, onde o pai saxofonista e a mãe artesã, costureira e dona de casa, procuram novos horizontes para educar e dar melhores oportunidades aos seus filhos.
Desde pequeno manifestou dotes artísticos, gatafunhando nos cadernos escolares, por falta de outros meios, o que lhe custa duas reprovações consecutivas.
Possui o segundo grau completo. Inicia sua formação artística em 1978, quando ingressa no Grupo “Laborarte” (importante na vida cultural de São Luís do Maranhão nos anos 70 e 80).
Expõe individualmente pela primeira vez em 1984, mesmo ano em que conhece o renomado artista plástico Rubens Gercheman, que o encoraja a ir buscar melhores dias num centro urbano maior: o Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1985, segue o conselho do mestre e transfere-se para a cidade maravilhosa.
Hoje, Fernando Mendonça tem em seu currículo significativas conquistas que evidenciam seu talento e patenteiam a qualidade de sua expressão artística. Vive a trabalhar no universo carioca, apesar de sua origem provinciana, tem a alma cosmopolita, o que é evidente em suas obras. Sua arte mistura surpresa e originalidade, sendo um dos mais importantes artistas visuais contemporâneos.
Críticas
“Fernando Mendonça é uma daquelas vocações indiscutíveis; alguém que nasceu para realizar-se como artista plástico. Na fase atual, ele enveredou pelo campo da xilogravura que, por definição, é arte de artesão mesmo, e que, na época moderna, com o expressionismo, tornou-se a busca do que há de mais genuíno no artista. Fernando Mendonça, nesta série de gravuras, nos dá provas desta busca do genuíno, que se confunde com deliberada pobreza dos meios de se expressar. Ao gravar em tábuas de caixotes de feira e ao explorar uma temática intranscendente do cotidiano, ele consegue nos tocar com simpleza de formas que inventa." – Ferreira Gullar (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
“Olhar é uma forma de ação, envolvimento do artista com o seu redor. De imediato, esse olhar voraz clama por medidas físicas: desmontar caixotes de maçãs, retirar suas tábuas e nelas fixar , com um simples estilete, flagrantes dispersos de vida, que , justapostos, nunca chegarão a compor uma cena no sentido clássico, estático do termo. Tudo aqui exprime movimento, a começar por essas tábuas finas e compridas, que repetem instintivamente a forma nas ruas. E o gesto característico do gravador, sulcado, incisivo, torna-se quase fluido : rápido e casual, ele capta e, desde logo redime , o caos nosso de cada dia”. – Ronaldo Britto (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
Exposições Individuais
1984 - Galerias Eney Santana, São Luiz
1990 - Tolouse, Los Angeles
1991 - Mathias Marcier, Rio de Janeiro
1992 - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal, São Luiz
1995 - Tolouse, Rio de Janeiro
1996 - Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro,1996
1998 - SESC Maceió
2004 - Tolouse, Rio de Janeiro
Exposições Coletivas
1984 - Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro
1986 - Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, por intermédio da Galeria 1900-2000
1993 - Salão Paraense, Belém
2000 - Arte Pará 2000
2002 - Pelé, a arte do Rei, Museu de arte de São Paulo
2003 - Bienal de Florença
Fonte: Pipa 2014, Fernando Mendonça.
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Novo artista plástico - Fernando Mendonça
Maranhense de Bacurituba, 52 anos, Fernando Mendonça foi para São Luís aos cinco anos e cresceu com a arte pulsando por todas as partes do corpo. Em 1978, integrou o Grupo Laborarte.
Dois anos depois foi morar no Rio de Janeiro, onde frequentou até 1985, na Escola de Artes Visuais, as aulas de Celeida Tostes, Rubens Gerchman e Enéas Valle.
Suas Personagens são urbanas: ciclistas, pedestres, cachorros, bicicletas, pombos, crianças, que circulam em constantes encontros e desencontros na cidade, estão presentes em seus trabalhos.
“Tenho a característica de sempre buscar e a espátula para pintar, como um meio de expressão. É como a seta, sempre apontado para o novo, dando continuidade à busca constante, como artista inquieto que sou”, define.
Fonte: Peach Photos, "Novo artista plástico: Fernando Mendonça". Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Mosaicos do Brasil - A arte do maranhense ilustre de Bacuritiba
Tudo nele parece um enigma a ser desvendado. O nome do enigma é Fernando Mendonça, um maranhense da cidade de Bacuritiba, no interior do Maranhão, um vilarejo com pouco mais de cinco mil habitantes.
Pois bem, este maranhense vem realizando nos últimos anos painéis em mosaicos surpreendentes e inquietantes. Suas peças demonstram segurança, habilidade e uma criatividade acentuada para transcrever em quebras de azulejo as imagens que parecem vir de sua infância, as mulheres com potes de água na cabeça, o São Jorge Guerreiro, uma mulher que toca tambor e assim por diante.
Fernando nasceu em berço de artistas. Seu pai era saxofonista e a mãe artesã na pequena Bacuritiba. Aos 14 anos, a vida no vilarejo já não cabia nas exigências de sua alma inquieta. Foi morar em São Luís do Maranhão, onde logo ingressou num grupo artístico da cidade, o Laborarte, ali pela década de 70. Em 1980, foi mais longe: partiu para o Rio de Janeiro, onde tornou-se amigo e discípulo de Rubens Guerchman, o artista vanguardista que muitas vezes usou a arte para questionar a opressão e a desigualdade social no período da ditadura militar.
Ainda hoje, Fernando mantém seu ateliê no Rio de Janeiro, mas vez ou outra retorna ao Maranhão, para rever um pouco as raízes, outras para apresentar, com orgulho, o trabalho que realiza em diversas plataformas, entre as quais o mosaico. Foi o que fez em 2008, quando apresentou suas peças no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense.
Na ocasião, foi entrevistado e, entre suas muitas colocações, assim se expressou sobre o mosaico e sua opção por essa vertente artística:
“O mosaico, atualmente, é relegado à função meramente funcional, ligado à arquitetura, usado em fachadas de prédios, ou então possui função decorativa, sendo aproveitado pelo artesanato, mas no universo da arte contemporânea, poucos artistas utilizam o mosaico como a linguagem principal”.
A opção de Fernando pelo mosaico é ainda mais surpreendente porque o Maranhão é, antes de tudo, o berço da azulejaria, que desponta majestosa nas fachadas dos casarões antigos de São Luís. Sua expressão é tão forte que fica até difícil situar o mosaico nesse contexto. São artes diferentes, mas seguem o mesmo sentido na razão de ser, como artes complementares à arquitetura.
Na verdade, a arte de Fernando Mendonça vai muito além do mosaico. Mesmo quando os realiza , seu trabalho está ainda mais à frente, não propriamente pela técnica, mas pela abordagem dos temas e pela inovação estética de seus desenhos, que o colocam num patamar de vanguarda que mistura surpresa, talento e movimento.
O mosaico pode não ser sua principal vertente artística, mas em suas mãos a arte ganha uma nova dimensão que tanto vem do berço, da raiz fincada em Bacurituba, quanto de seu benéfico convívio carioca com o talentoso Rubens Gerchman.
Fonte: Mosaicos do Brasil, escrito e publicado por H Gougon. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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G1 - Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís
Ele é uma referência nas artes plásticas do maranhão. O maranhense Fernando Mendonça, radicado no Rio de Janeiro, volta a São Luís com uma exposição que é uma homenagem aos 400 anos da capital.
Dono de pinceladas marcantes ele usa uma técnica francesa para retratar a arquitetura histórica, a cultura e a contemporaneidade de São Luís. Na exposição, além dos trabalhos em acrílico sobre tela, podem ser vistas ainda obras em nanquim e aquarela.
As homenagens a São Luís são feitas pela arquitetura colonial do Centro Histórico, pelo folclore, pelas belezas naturais e outras paisagens da cidade. A exposição é o resultado do novo olhar do artista para a capital maranhense.
Morando no Rio de Janeiro desde a década de 80, Fernando volta para celebrar os 400 anos da cidade natal. “Essa exposição fiz com muito carinho, com muito cuidado, fiz bem devagar de depois se tornou um labirinto, uma coisa que, será que eu vou dar conta de vestir aquelas paredes? Eu acho que de alguma forma, de retalho em retalho, eu consegui fazer uma boa colcha”, contou, inspirado, o artista.
A temática alusiva à cidade de São Luís pode parecer óbvia, mas as obras dessa exposição não têm nada de convencional. O que se percebe é uma grande interatividade entre o figurativo e o abstrato. Estando próximo a uma das telas, talvez seja possível observar apenas várias pinceladas fragmentadas. Mas ao se afastar um pouco, a tela revela os telhados, o mar. É a ilha de São Luís vista do alto.
A exposição abriga 30 telas com pinturas em acrílico feitas com pinceladas fortes, mini quadradinhos e pontilhismo, uma técnica francesa para retratar ícones históricos e contemporâneos da cidade em meio a um emaranhado de imagens.
Em aquarela, a cultura popular é representada por personagens do São João e do carnaval. Já na pintura em nanquim, a cidade antiga aparece bem. Os pregoeiros, os bustos que ficavam na Praça Pantheon em frente a biblioteca, as igrejas históricas e as palafitas. Nos desenhos e pinturas que mostram a cidade, a arte é mais forte que o realismo.
Fonte: G1 Maranhão com informações da TV Mirante, "Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís", publicado em 24 de outubro de 2012. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Portal Imirante, Na Mira - Fernando Mendonça um artista plástico local e global
Fernando Mendonça, um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade, já realizou diversas exposições com grande aceitação por parte da crítica e do público, entre elas, o Salão Nacional de Artes Plásticas, no RJ; Salão Paraense (PA); Mostra Pelé, a Arte do Rei, no Museu de Arte de SP; Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, na França; além do Maranhão, terra Natal.
A última exposição dele em São Luís foi em outubro de 2012. Trata-se da "FM Upaon Açu + 400", em homenagem ao quarto centenário da capital. Na passagem pelo Rio de Janeiro, o artista plástico Fernando Mendonça conversou com o NA MIRA, em que diz: "a arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva".
NA MIRA - Gilberto Gil disse em entrevista em O Globo, que o "Rio é o tambor do Brasil". Começando aqui, logo todos tomam conhecimento". O artista plástico Fernando Mendonça comunga desse conceito de Gil?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma ele está certo. Mas, em se tratando das artes visuais, São Paulo é mais percussiva, (rs). Lá já rola a Bienal há muito tempo e de algum tempo pra cá a SPArte, que foi pioneira nesse seguimento de feiras de arte, e que o Rio só realizou a sua depois. Mas, acredito que as coisas estáo tomando outro rumo e o Rio se equipara, nas mostras, ao movimento paulista. A tambozada tá ficando boa (rs).
NA MIRA - Você é um artista plástico inquieto e explora esse tipo de comportamento utilizando a temática da bicicleta em sua obra. Por que esse veículo de duas rodas se tornou tão significativo no que você faz?
FERNANDO MENDONÇA - A bicicleta é um símbolo universal e um recurso viável para solução do trânsito nas Megalópolis. Uma válvula de escape para o caos e ecologicamente correta. Por influência de Rubens Gerchman e por uma espécie de fetiche eu tenho um apreço pelas 'bikes' por achar uma das grandes sacadas de Leonardo da Vinci quem eu considero o inventor. Ela é poesia e movimento, coisas que me movem.
NA MIRA - Você já morou em Santa Teresa, na Lapa e agora mora no bairro da Saúde, na região da zona portuária do Rio de Janeiro. Como é a sua relação com essas comunidades e se elas servem de pontos de equilíbrio e inspiração no teu trabalho?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma, assim como as fases do meu trabalho, a busca por novas luzes, topografia e tipologia. Assim vou me embrenhando em cenários que me instigam e estimulam a criação, procurando sempre registrar o cotidiano, como um cronista. Minha alma de ariano, me faz aventurar e transitar com conforto por plagas as mais diversas. Isso me excita: Santa Teresa, Copacabana, Lapa, Zona Portuária ou São Luis, do Maranhão, são pretextos para eu me arvorar e me desafiam a novas buscas.
NA MIRA - Ao visitar a sua casa "atelier" percebi a religiosidade, o misticismo, presente com as imagens de Nossa Senhora Aparecida e São Benedito, santos da Igreja Católica. O que eles representam no seu dia a dia?
FERNANDO MENDONÇA - Cultuo imagens por ser um artista visual e por tradição familiar. A arte sobreviveu a muitas adversidades pelo viés da religião. Grandes artistas, talvez, não tivessem feito suas obras se não fossem operários religiosos, Sou devoto de São Benedito e de Nossa Senhora Aparecida pela negritude, por uma forte identificação, e atribuo ao Tambor de Crioula toda essa reverência e essa devoção. Os tambores do Brasil na terra de Estácio de Sá, que o nêgo Gilberto Gil apelidou de "Tambor do Brasil", (rs).
NA MIRA - Você é um artista que pega carona na temática urbana. O que te deixa incomodado nessa atual conjuntura global em que a tecnologia se manifesta como a dona da situação?
FERNANDO MENDONÇA - Acho a tecnologia irreversível. Lamento o fronteiriço entre a arma de fogo e a legítima defesa. A vida tem que prevalecer.
NA MIRA - Para muitos artistas a internet é o segredo. Como você se relaciona com essa ferramenta não só para divulgar o teu trabalho, mas como fonte de produção artística?
FERNANDO MENDONÇA - A internet é uma cachaça e o pixel um forte aliado do pincel. Eu incursiono pouco pela pixel arte, mas não nego que ela influencia bastante a minha pintura, sobretudo.
NA MIRA - Fale um pouco do que você tem feito e pretende fazer no universo das artes plásticas.
FERNANDO MENDONÇA - Estou agora numa produção de uma nova série de xilogravuras com tábuas de caixas de bacalhau, sempre com a temática do cotidiano e na pintura tenho feito obras eróticas.
NA MIRA - Quando São Luís terá o privilégio de prestigiar uma exposição de Fernando Mendonça?
FERNANDO MENDONÇA - Estou completando 30 anos de trabalho a serviço da arte. No segundo semestre,deste ano, faço um evento em São Luís para comemorar isso.
NA MIRA - Você nasceu em Bacurituba, interior maranhense. Depois foi morar em São Luís e veio para o Rio de Janeiro. Fez o percurso natural de um artista cujo o mundo não tem fronteiras. Qual o olhar do artista plástico e mundano a cada retorno ao Maranhão?
FERNANDO MENDONÇA - Amo minha terra e meu povo. Alguns fatos e alguns descasos com essa riqueza toda, me entristecem, mas sou otimista. Vejo um processo de transformação que é uma versão turbulenta da máxima irônica do nosso conterrâneo Jorge Thadeu que profetizava: " São Luís vai virar Paris.." A França Equinocial, que tal? Repaginada do avesso, (rs).
NA MIRA - Qual a leitura que você faz de meio século de vida?
FERNANDO MENDONÇA - A velocidade está em tudo. O tempo passa estonteante. A arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva.
Fontes: Portal Imirante, "Fernando Mendonça um artista plástico local e global". Publicado por Pedro Sobrinho, em 10 de abril de 2014. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
Crédito fotográfico: Portal Imirante, foto divulgação.
Fernando Mendonça (São Bento de Bacurituba, MA, 4 de abril de 1962), mais conhecido como Mendonça, é um artista plástico, pintor, aquarelista, escultor, mosaicista e ilustrador brasileiro. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. Expôs em diversas galerias de arte do Brasil e exterior. Considerado um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade.
Biografia - Blog do Artista
Maranhense de São Bento de Bacurituba, pequeno povoado do interior do Estado, Fernando é o caçula de uma família de oito irmãos. As singulares bonecas de pano confeccionadas pela mãe artesã, e as tantas festas populares que acompanhou ao lado do pai saxofonista foram elementos essenciais à sua formação artística.
Aos 14 anos, muda-se para a capital e ingressa no Grupo ‘Laborarte’ (importante referência na vida cultural de São Luis nos anos 70 e 80). Em 1984 realizou sua primeira exposição individual.
Parte para o Rio de Janeiro, por influência de Rubens Gerchman, amigo e mestre, e lá se vão vinte anos desde que Fernando chegou à Cidade Maravilhosa. Em pleno centro urbano, impregnado pela correria da vida moderna, Fernando forma seu nicho de paz, música, alegria e arte. Sua herança artística soa ancestral, as músicas e danças de sua terra, o Maranhão, são hoje amadas por muitos cariocas.
A qualidade de sua expressão artística passa a ganhar reconhecimento e, não sem muita luta, as conquistas vão chegando. A vida no Rio de Janeiro trouxe o elemento do urbano à arte de Fernando. Suas telas são a expressão da simbiose entre o moderno e o ancestral.
Fonte: Blog do Artista. Escrito por Claudia Dias Sampaio, em Setembro de 2008. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Biografia - Pipa
Maranhense, de São Bento de Bacurituba, paupérrimo povoado do interior do Estado, caçula de uma família de oito irmãos, que logo se vê obrigada a transferir-se para a capital de São Luís, onde o pai saxofonista e a mãe artesã, costureira e dona de casa, procuram novos horizontes para educar e dar melhores oportunidades aos seus filhos.
Desde pequeno manifestou dotes artísticos, gatafunhando nos cadernos escolares, por falta de outros meios, o que lhe custa duas reprovações consecutivas.
Possui o segundo grau completo. Inicia sua formação artística em 1978, quando ingressa no Grupo “Laborarte” (importante na vida cultural de São Luís do Maranhão nos anos 70 e 80).
Expõe individualmente pela primeira vez em 1984, mesmo ano em que conhece o renomado artista plástico Rubens Gercheman, que o encoraja a ir buscar melhores dias num centro urbano maior: o Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1985, segue o conselho do mestre e transfere-se para a cidade maravilhosa.
Hoje, Fernando Mendonça tem em seu currículo significativas conquistas que evidenciam seu talento e patenteiam a qualidade de sua expressão artística. Vive a trabalhar no universo carioca, apesar de sua origem provinciana, tem a alma cosmopolita, o que é evidente em suas obras. Sua arte mistura surpresa e originalidade, sendo um dos mais importantes artistas visuais contemporâneos.
Críticas
“Fernando Mendonça é uma daquelas vocações indiscutíveis; alguém que nasceu para realizar-se como artista plástico. Na fase atual, ele enveredou pelo campo da xilogravura que, por definição, é arte de artesão mesmo, e que, na época moderna, com o expressionismo, tornou-se a busca do que há de mais genuíno no artista. Fernando Mendonça, nesta série de gravuras, nos dá provas desta busca do genuíno, que se confunde com deliberada pobreza dos meios de se expressar. Ao gravar em tábuas de caixotes de feira e ao explorar uma temática intranscendente do cotidiano, ele consegue nos tocar com simpleza de formas que inventa." – Ferreira Gullar (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
“Olhar é uma forma de ação, envolvimento do artista com o seu redor. De imediato, esse olhar voraz clama por medidas físicas: desmontar caixotes de maçãs, retirar suas tábuas e nelas fixar , com um simples estilete, flagrantes dispersos de vida, que , justapostos, nunca chegarão a compor uma cena no sentido clássico, estático do termo. Tudo aqui exprime movimento, a começar por essas tábuas finas e compridas, que repetem instintivamente a forma nas ruas. E o gesto característico do gravador, sulcado, incisivo, torna-se quase fluido : rápido e casual, ele capta e, desde logo redime , o caos nosso de cada dia”. – Ronaldo Britto (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
Exposições Individuais
1984 - Galerias Eney Santana, São Luiz
1990 - Tolouse, Los Angeles
1991 - Mathias Marcier, Rio de Janeiro
1992 - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal, São Luiz
1995 - Tolouse, Rio de Janeiro
1996 - Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro,1996
1998 - SESC Maceió
2004 - Tolouse, Rio de Janeiro
Exposições Coletivas
1984 - Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro
1986 - Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, por intermédio da Galeria 1900-2000
1993 - Salão Paraense, Belém
2000 - Arte Pará 2000
2002 - Pelé, a arte do Rei, Museu de arte de São Paulo
2003 - Bienal de Florença
Fonte: Pipa 2014, Fernando Mendonça.
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Novo artista plástico - Fernando Mendonça
Maranhense de Bacurituba, 52 anos, Fernando Mendonça foi para São Luís aos cinco anos e cresceu com a arte pulsando por todas as partes do corpo. Em 1978, integrou o Grupo Laborarte.
Dois anos depois foi morar no Rio de Janeiro, onde frequentou até 1985, na Escola de Artes Visuais, as aulas de Celeida Tostes, Rubens Gerchman e Enéas Valle.
Suas Personagens são urbanas: ciclistas, pedestres, cachorros, bicicletas, pombos, crianças, que circulam em constantes encontros e desencontros na cidade, estão presentes em seus trabalhos.
“Tenho a característica de sempre buscar e a espátula para pintar, como um meio de expressão. É como a seta, sempre apontado para o novo, dando continuidade à busca constante, como artista inquieto que sou”, define.
Fonte: Peach Photos, "Novo artista plástico: Fernando Mendonça". Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Mosaicos do Brasil - A arte do maranhense ilustre de Bacuritiba
Tudo nele parece um enigma a ser desvendado. O nome do enigma é Fernando Mendonça, um maranhense da cidade de Bacuritiba, no interior do Maranhão, um vilarejo com pouco mais de cinco mil habitantes.
Pois bem, este maranhense vem realizando nos últimos anos painéis em mosaicos surpreendentes e inquietantes. Suas peças demonstram segurança, habilidade e uma criatividade acentuada para transcrever em quebras de azulejo as imagens que parecem vir de sua infância, as mulheres com potes de água na cabeça, o São Jorge Guerreiro, uma mulher que toca tambor e assim por diante.
Fernando nasceu em berço de artistas. Seu pai era saxofonista e a mãe artesã na pequena Bacuritiba. Aos 14 anos, a vida no vilarejo já não cabia nas exigências de sua alma inquieta. Foi morar em São Luís do Maranhão, onde logo ingressou num grupo artístico da cidade, o Laborarte, ali pela década de 70. Em 1980, foi mais longe: partiu para o Rio de Janeiro, onde tornou-se amigo e discípulo de Rubens Guerchman, o artista vanguardista que muitas vezes usou a arte para questionar a opressão e a desigualdade social no período da ditadura militar.
Ainda hoje, Fernando mantém seu ateliê no Rio de Janeiro, mas vez ou outra retorna ao Maranhão, para rever um pouco as raízes, outras para apresentar, com orgulho, o trabalho que realiza em diversas plataformas, entre as quais o mosaico. Foi o que fez em 2008, quando apresentou suas peças no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense.
Na ocasião, foi entrevistado e, entre suas muitas colocações, assim se expressou sobre o mosaico e sua opção por essa vertente artística:
“O mosaico, atualmente, é relegado à função meramente funcional, ligado à arquitetura, usado em fachadas de prédios, ou então possui função decorativa, sendo aproveitado pelo artesanato, mas no universo da arte contemporânea, poucos artistas utilizam o mosaico como a linguagem principal”.
A opção de Fernando pelo mosaico é ainda mais surpreendente porque o Maranhão é, antes de tudo, o berço da azulejaria, que desponta majestosa nas fachadas dos casarões antigos de São Luís. Sua expressão é tão forte que fica até difícil situar o mosaico nesse contexto. São artes diferentes, mas seguem o mesmo sentido na razão de ser, como artes complementares à arquitetura.
Na verdade, a arte de Fernando Mendonça vai muito além do mosaico. Mesmo quando os realiza , seu trabalho está ainda mais à frente, não propriamente pela técnica, mas pela abordagem dos temas e pela inovação estética de seus desenhos, que o colocam num patamar de vanguarda que mistura surpresa, talento e movimento.
O mosaico pode não ser sua principal vertente artística, mas em suas mãos a arte ganha uma nova dimensão que tanto vem do berço, da raiz fincada em Bacurituba, quanto de seu benéfico convívio carioca com o talentoso Rubens Gerchman.
Fonte: Mosaicos do Brasil, escrito e publicado por H Gougon. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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G1 - Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís
Ele é uma referência nas artes plásticas do maranhão. O maranhense Fernando Mendonça, radicado no Rio de Janeiro, volta a São Luís com uma exposição que é uma homenagem aos 400 anos da capital.
Dono de pinceladas marcantes ele usa uma técnica francesa para retratar a arquitetura histórica, a cultura e a contemporaneidade de São Luís. Na exposição, além dos trabalhos em acrílico sobre tela, podem ser vistas ainda obras em nanquim e aquarela.
As homenagens a São Luís são feitas pela arquitetura colonial do Centro Histórico, pelo folclore, pelas belezas naturais e outras paisagens da cidade. A exposição é o resultado do novo olhar do artista para a capital maranhense.
Morando no Rio de Janeiro desde a década de 80, Fernando volta para celebrar os 400 anos da cidade natal. “Essa exposição fiz com muito carinho, com muito cuidado, fiz bem devagar de depois se tornou um labirinto, uma coisa que, será que eu vou dar conta de vestir aquelas paredes? Eu acho que de alguma forma, de retalho em retalho, eu consegui fazer uma boa colcha”, contou, inspirado, o artista.
A temática alusiva à cidade de São Luís pode parecer óbvia, mas as obras dessa exposição não têm nada de convencional. O que se percebe é uma grande interatividade entre o figurativo e o abstrato. Estando próximo a uma das telas, talvez seja possível observar apenas várias pinceladas fragmentadas. Mas ao se afastar um pouco, a tela revela os telhados, o mar. É a ilha de São Luís vista do alto.
A exposição abriga 30 telas com pinturas em acrílico feitas com pinceladas fortes, mini quadradinhos e pontilhismo, uma técnica francesa para retratar ícones históricos e contemporâneos da cidade em meio a um emaranhado de imagens.
Em aquarela, a cultura popular é representada por personagens do São João e do carnaval. Já na pintura em nanquim, a cidade antiga aparece bem. Os pregoeiros, os bustos que ficavam na Praça Pantheon em frente a biblioteca, as igrejas históricas e as palafitas. Nos desenhos e pinturas que mostram a cidade, a arte é mais forte que o realismo.
Fonte: G1 Maranhão com informações da TV Mirante, "Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís", publicado em 24 de outubro de 2012. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Portal Imirante, Na Mira - Fernando Mendonça um artista plástico local e global
Fernando Mendonça, um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade, já realizou diversas exposições com grande aceitação por parte da crítica e do público, entre elas, o Salão Nacional de Artes Plásticas, no RJ; Salão Paraense (PA); Mostra Pelé, a Arte do Rei, no Museu de Arte de SP; Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, na França; além do Maranhão, terra Natal.
A última exposição dele em São Luís foi em outubro de 2012. Trata-se da "FM Upaon Açu + 400", em homenagem ao quarto centenário da capital. Na passagem pelo Rio de Janeiro, o artista plástico Fernando Mendonça conversou com o NA MIRA, em que diz: "a arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva".
NA MIRA - Gilberto Gil disse em entrevista em O Globo, que o "Rio é o tambor do Brasil". Começando aqui, logo todos tomam conhecimento". O artista plástico Fernando Mendonça comunga desse conceito de Gil?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma ele está certo. Mas, em se tratando das artes visuais, São Paulo é mais percussiva, (rs). Lá já rola a Bienal há muito tempo e de algum tempo pra cá a SPArte, que foi pioneira nesse seguimento de feiras de arte, e que o Rio só realizou a sua depois. Mas, acredito que as coisas estáo tomando outro rumo e o Rio se equipara, nas mostras, ao movimento paulista. A tambozada tá ficando boa (rs).
NA MIRA - Você é um artista plástico inquieto e explora esse tipo de comportamento utilizando a temática da bicicleta em sua obra. Por que esse veículo de duas rodas se tornou tão significativo no que você faz?
FERNANDO MENDONÇA - A bicicleta é um símbolo universal e um recurso viável para solução do trânsito nas Megalópolis. Uma válvula de escape para o caos e ecologicamente correta. Por influência de Rubens Gerchman e por uma espécie de fetiche eu tenho um apreço pelas 'bikes' por achar uma das grandes sacadas de Leonardo da Vinci quem eu considero o inventor. Ela é poesia e movimento, coisas que me movem.
NA MIRA - Você já morou em Santa Teresa, na Lapa e agora mora no bairro da Saúde, na região da zona portuária do Rio de Janeiro. Como é a sua relação com essas comunidades e se elas servem de pontos de equilíbrio e inspiração no teu trabalho?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma, assim como as fases do meu trabalho, a busca por novas luzes, topografia e tipologia. Assim vou me embrenhando em cenários que me instigam e estimulam a criação, procurando sempre registrar o cotidiano, como um cronista. Minha alma de ariano, me faz aventurar e transitar com conforto por plagas as mais diversas. Isso me excita: Santa Teresa, Copacabana, Lapa, Zona Portuária ou São Luis, do Maranhão, são pretextos para eu me arvorar e me desafiam a novas buscas.
NA MIRA - Ao visitar a sua casa "atelier" percebi a religiosidade, o misticismo, presente com as imagens de Nossa Senhora Aparecida e São Benedito, santos da Igreja Católica. O que eles representam no seu dia a dia?
FERNANDO MENDONÇA - Cultuo imagens por ser um artista visual e por tradição familiar. A arte sobreviveu a muitas adversidades pelo viés da religião. Grandes artistas, talvez, não tivessem feito suas obras se não fossem operários religiosos, Sou devoto de São Benedito e de Nossa Senhora Aparecida pela negritude, por uma forte identificação, e atribuo ao Tambor de Crioula toda essa reverência e essa devoção. Os tambores do Brasil na terra de Estácio de Sá, que o nêgo Gilberto Gil apelidou de "Tambor do Brasil", (rs).
NA MIRA - Você é um artista que pega carona na temática urbana. O que te deixa incomodado nessa atual conjuntura global em que a tecnologia se manifesta como a dona da situação?
FERNANDO MENDONÇA - Acho a tecnologia irreversível. Lamento o fronteiriço entre a arma de fogo e a legítima defesa. A vida tem que prevalecer.
NA MIRA - Para muitos artistas a internet é o segredo. Como você se relaciona com essa ferramenta não só para divulgar o teu trabalho, mas como fonte de produção artística?
FERNANDO MENDONÇA - A internet é uma cachaça e o pixel um forte aliado do pincel. Eu incursiono pouco pela pixel arte, mas não nego que ela influencia bastante a minha pintura, sobretudo.
NA MIRA - Fale um pouco do que você tem feito e pretende fazer no universo das artes plásticas.
FERNANDO MENDONÇA - Estou agora numa produção de uma nova série de xilogravuras com tábuas de caixas de bacalhau, sempre com a temática do cotidiano e na pintura tenho feito obras eróticas.
NA MIRA - Quando São Luís terá o privilégio de prestigiar uma exposição de Fernando Mendonça?
FERNANDO MENDONÇA - Estou completando 30 anos de trabalho a serviço da arte. No segundo semestre,deste ano, faço um evento em São Luís para comemorar isso.
NA MIRA - Você nasceu em Bacurituba, interior maranhense. Depois foi morar em São Luís e veio para o Rio de Janeiro. Fez o percurso natural de um artista cujo o mundo não tem fronteiras. Qual o olhar do artista plástico e mundano a cada retorno ao Maranhão?
FERNANDO MENDONÇA - Amo minha terra e meu povo. Alguns fatos e alguns descasos com essa riqueza toda, me entristecem, mas sou otimista. Vejo um processo de transformação que é uma versão turbulenta da máxima irônica do nosso conterrâneo Jorge Thadeu que profetizava: " São Luís vai virar Paris.." A França Equinocial, que tal? Repaginada do avesso, (rs).
NA MIRA - Qual a leitura que você faz de meio século de vida?
FERNANDO MENDONÇA - A velocidade está em tudo. O tempo passa estonteante. A arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva.
Fontes: Portal Imirante, "Fernando Mendonça um artista plástico local e global". Publicado por Pedro Sobrinho, em 10 de abril de 2014. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
Crédito fotográfico: Portal Imirante, foto divulgação.
Fernando Mendonça (São Bento de Bacurituba, MA, 4 de abril de 1962), mais conhecido como Mendonça, é um artista plástico, pintor, aquarelista, escultor, mosaicista e ilustrador brasileiro. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. Expôs em diversas galerias de arte do Brasil e exterior. Considerado um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade.
Biografia - Blog do Artista
Maranhense de São Bento de Bacurituba, pequeno povoado do interior do Estado, Fernando é o caçula de uma família de oito irmãos. As singulares bonecas de pano confeccionadas pela mãe artesã, e as tantas festas populares que acompanhou ao lado do pai saxofonista foram elementos essenciais à sua formação artística.
Aos 14 anos, muda-se para a capital e ingressa no Grupo ‘Laborarte’ (importante referência na vida cultural de São Luis nos anos 70 e 80). Em 1984 realizou sua primeira exposição individual.
Parte para o Rio de Janeiro, por influência de Rubens Gerchman, amigo e mestre, e lá se vão vinte anos desde que Fernando chegou à Cidade Maravilhosa. Em pleno centro urbano, impregnado pela correria da vida moderna, Fernando forma seu nicho de paz, música, alegria e arte. Sua herança artística soa ancestral, as músicas e danças de sua terra, o Maranhão, são hoje amadas por muitos cariocas.
A qualidade de sua expressão artística passa a ganhar reconhecimento e, não sem muita luta, as conquistas vão chegando. A vida no Rio de Janeiro trouxe o elemento do urbano à arte de Fernando. Suas telas são a expressão da simbiose entre o moderno e o ancestral.
Fonte: Blog do Artista. Escrito por Claudia Dias Sampaio, em Setembro de 2008. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Biografia - Pipa
Maranhense, de São Bento de Bacurituba, paupérrimo povoado do interior do Estado, caçula de uma família de oito irmãos, que logo se vê obrigada a transferir-se para a capital de São Luís, onde o pai saxofonista e a mãe artesã, costureira e dona de casa, procuram novos horizontes para educar e dar melhores oportunidades aos seus filhos.
Desde pequeno manifestou dotes artísticos, gatafunhando nos cadernos escolares, por falta de outros meios, o que lhe custa duas reprovações consecutivas.
Possui o segundo grau completo. Inicia sua formação artística em 1978, quando ingressa no Grupo “Laborarte” (importante na vida cultural de São Luís do Maranhão nos anos 70 e 80).
Expõe individualmente pela primeira vez em 1984, mesmo ano em que conhece o renomado artista plástico Rubens Gercheman, que o encoraja a ir buscar melhores dias num centro urbano maior: o Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1985, segue o conselho do mestre e transfere-se para a cidade maravilhosa.
Hoje, Fernando Mendonça tem em seu currículo significativas conquistas que evidenciam seu talento e patenteiam a qualidade de sua expressão artística. Vive a trabalhar no universo carioca, apesar de sua origem provinciana, tem a alma cosmopolita, o que é evidente em suas obras. Sua arte mistura surpresa e originalidade, sendo um dos mais importantes artistas visuais contemporâneos.
Críticas
“Fernando Mendonça é uma daquelas vocações indiscutíveis; alguém que nasceu para realizar-se como artista plástico. Na fase atual, ele enveredou pelo campo da xilogravura que, por definição, é arte de artesão mesmo, e que, na época moderna, com o expressionismo, tornou-se a busca do que há de mais genuíno no artista. Fernando Mendonça, nesta série de gravuras, nos dá provas desta busca do genuíno, que se confunde com deliberada pobreza dos meios de se expressar. Ao gravar em tábuas de caixotes de feira e ao explorar uma temática intranscendente do cotidiano, ele consegue nos tocar com simpleza de formas que inventa." – Ferreira Gullar (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
“Olhar é uma forma de ação, envolvimento do artista com o seu redor. De imediato, esse olhar voraz clama por medidas físicas: desmontar caixotes de maçãs, retirar suas tábuas e nelas fixar , com um simples estilete, flagrantes dispersos de vida, que , justapostos, nunca chegarão a compor uma cena no sentido clássico, estático do termo. Tudo aqui exprime movimento, a começar por essas tábuas finas e compridas, que repetem instintivamente a forma nas ruas. E o gesto característico do gravador, sulcado, incisivo, torna-se quase fluido : rápido e casual, ele capta e, desde logo redime , o caos nosso de cada dia”. – Ronaldo Britto (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
Exposições Individuais
1984 - Galerias Eney Santana, São Luiz
1990 - Tolouse, Los Angeles
1991 - Mathias Marcier, Rio de Janeiro
1992 - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal, São Luiz
1995 - Tolouse, Rio de Janeiro
1996 - Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro,1996
1998 - SESC Maceió
2004 - Tolouse, Rio de Janeiro
Exposições Coletivas
1984 - Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro
1986 - Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, por intermédio da Galeria 1900-2000
1993 - Salão Paraense, Belém
2000 - Arte Pará 2000
2002 - Pelé, a arte do Rei, Museu de arte de São Paulo
2003 - Bienal de Florença
Fonte: Pipa 2014, Fernando Mendonça.
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Novo artista plástico - Fernando Mendonça
Maranhense de Bacurituba, 52 anos, Fernando Mendonça foi para São Luís aos cinco anos e cresceu com a arte pulsando por todas as partes do corpo. Em 1978, integrou o Grupo Laborarte.
Dois anos depois foi morar no Rio de Janeiro, onde frequentou até 1985, na Escola de Artes Visuais, as aulas de Celeida Tostes, Rubens Gerchman e Enéas Valle.
Suas Personagens são urbanas: ciclistas, pedestres, cachorros, bicicletas, pombos, crianças, que circulam em constantes encontros e desencontros na cidade, estão presentes em seus trabalhos.
“Tenho a característica de sempre buscar e a espátula para pintar, como um meio de expressão. É como a seta, sempre apontado para o novo, dando continuidade à busca constante, como artista inquieto que sou”, define.
Fonte: Peach Photos, "Novo artista plástico: Fernando Mendonça". Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Mosaicos do Brasil - A arte do maranhense ilustre de Bacuritiba
Tudo nele parece um enigma a ser desvendado. O nome do enigma é Fernando Mendonça, um maranhense da cidade de Bacuritiba, no interior do Maranhão, um vilarejo com pouco mais de cinco mil habitantes.
Pois bem, este maranhense vem realizando nos últimos anos painéis em mosaicos surpreendentes e inquietantes. Suas peças demonstram segurança, habilidade e uma criatividade acentuada para transcrever em quebras de azulejo as imagens que parecem vir de sua infância, as mulheres com potes de água na cabeça, o São Jorge Guerreiro, uma mulher que toca tambor e assim por diante.
Fernando nasceu em berço de artistas. Seu pai era saxofonista e a mãe artesã na pequena Bacuritiba. Aos 14 anos, a vida no vilarejo já não cabia nas exigências de sua alma inquieta. Foi morar em São Luís do Maranhão, onde logo ingressou num grupo artístico da cidade, o Laborarte, ali pela década de 70. Em 1980, foi mais longe: partiu para o Rio de Janeiro, onde tornou-se amigo e discípulo de Rubens Guerchman, o artista vanguardista que muitas vezes usou a arte para questionar a opressão e a desigualdade social no período da ditadura militar.
Ainda hoje, Fernando mantém seu ateliê no Rio de Janeiro, mas vez ou outra retorna ao Maranhão, para rever um pouco as raízes, outras para apresentar, com orgulho, o trabalho que realiza em diversas plataformas, entre as quais o mosaico. Foi o que fez em 2008, quando apresentou suas peças no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense.
Na ocasião, foi entrevistado e, entre suas muitas colocações, assim se expressou sobre o mosaico e sua opção por essa vertente artística:
“O mosaico, atualmente, é relegado à função meramente funcional, ligado à arquitetura, usado em fachadas de prédios, ou então possui função decorativa, sendo aproveitado pelo artesanato, mas no universo da arte contemporânea, poucos artistas utilizam o mosaico como a linguagem principal”.
A opção de Fernando pelo mosaico é ainda mais surpreendente porque o Maranhão é, antes de tudo, o berço da azulejaria, que desponta majestosa nas fachadas dos casarões antigos de São Luís. Sua expressão é tão forte que fica até difícil situar o mosaico nesse contexto. São artes diferentes, mas seguem o mesmo sentido na razão de ser, como artes complementares à arquitetura.
Na verdade, a arte de Fernando Mendonça vai muito além do mosaico. Mesmo quando os realiza , seu trabalho está ainda mais à frente, não propriamente pela técnica, mas pela abordagem dos temas e pela inovação estética de seus desenhos, que o colocam num patamar de vanguarda que mistura surpresa, talento e movimento.
O mosaico pode não ser sua principal vertente artística, mas em suas mãos a arte ganha uma nova dimensão que tanto vem do berço, da raiz fincada em Bacurituba, quanto de seu benéfico convívio carioca com o talentoso Rubens Gerchman.
Fonte: Mosaicos do Brasil, escrito e publicado por H Gougon. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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G1 - Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís
Ele é uma referência nas artes plásticas do maranhão. O maranhense Fernando Mendonça, radicado no Rio de Janeiro, volta a São Luís com uma exposição que é uma homenagem aos 400 anos da capital.
Dono de pinceladas marcantes ele usa uma técnica francesa para retratar a arquitetura histórica, a cultura e a contemporaneidade de São Luís. Na exposição, além dos trabalhos em acrílico sobre tela, podem ser vistas ainda obras em nanquim e aquarela.
As homenagens a São Luís são feitas pela arquitetura colonial do Centro Histórico, pelo folclore, pelas belezas naturais e outras paisagens da cidade. A exposição é o resultado do novo olhar do artista para a capital maranhense.
Morando no Rio de Janeiro desde a década de 80, Fernando volta para celebrar os 400 anos da cidade natal. “Essa exposição fiz com muito carinho, com muito cuidado, fiz bem devagar de depois se tornou um labirinto, uma coisa que, será que eu vou dar conta de vestir aquelas paredes? Eu acho que de alguma forma, de retalho em retalho, eu consegui fazer uma boa colcha”, contou, inspirado, o artista.
A temática alusiva à cidade de São Luís pode parecer óbvia, mas as obras dessa exposição não têm nada de convencional. O que se percebe é uma grande interatividade entre o figurativo e o abstrato. Estando próximo a uma das telas, talvez seja possível observar apenas várias pinceladas fragmentadas. Mas ao se afastar um pouco, a tela revela os telhados, o mar. É a ilha de São Luís vista do alto.
A exposição abriga 30 telas com pinturas em acrílico feitas com pinceladas fortes, mini quadradinhos e pontilhismo, uma técnica francesa para retratar ícones históricos e contemporâneos da cidade em meio a um emaranhado de imagens.
Em aquarela, a cultura popular é representada por personagens do São João e do carnaval. Já na pintura em nanquim, a cidade antiga aparece bem. Os pregoeiros, os bustos que ficavam na Praça Pantheon em frente a biblioteca, as igrejas históricas e as palafitas. Nos desenhos e pinturas que mostram a cidade, a arte é mais forte que o realismo.
Fonte: G1 Maranhão com informações da TV Mirante, "Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís", publicado em 24 de outubro de 2012. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Portal Imirante, Na Mira - Fernando Mendonça um artista plástico local e global
Fernando Mendonça, um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade, já realizou diversas exposições com grande aceitação por parte da crítica e do público, entre elas, o Salão Nacional de Artes Plásticas, no RJ; Salão Paraense (PA); Mostra Pelé, a Arte do Rei, no Museu de Arte de SP; Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, na França; além do Maranhão, terra Natal.
A última exposição dele em São Luís foi em outubro de 2012. Trata-se da "FM Upaon Açu + 400", em homenagem ao quarto centenário da capital. Na passagem pelo Rio de Janeiro, o artista plástico Fernando Mendonça conversou com o NA MIRA, em que diz: "a arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva".
NA MIRA - Gilberto Gil disse em entrevista em O Globo, que o "Rio é o tambor do Brasil". Começando aqui, logo todos tomam conhecimento". O artista plástico Fernando Mendonça comunga desse conceito de Gil?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma ele está certo. Mas, em se tratando das artes visuais, São Paulo é mais percussiva, (rs). Lá já rola a Bienal há muito tempo e de algum tempo pra cá a SPArte, que foi pioneira nesse seguimento de feiras de arte, e que o Rio só realizou a sua depois. Mas, acredito que as coisas estáo tomando outro rumo e o Rio se equipara, nas mostras, ao movimento paulista. A tambozada tá ficando boa (rs).
NA MIRA - Você é um artista plástico inquieto e explora esse tipo de comportamento utilizando a temática da bicicleta em sua obra. Por que esse veículo de duas rodas se tornou tão significativo no que você faz?
FERNANDO MENDONÇA - A bicicleta é um símbolo universal e um recurso viável para solução do trânsito nas Megalópolis. Uma válvula de escape para o caos e ecologicamente correta. Por influência de Rubens Gerchman e por uma espécie de fetiche eu tenho um apreço pelas 'bikes' por achar uma das grandes sacadas de Leonardo da Vinci quem eu considero o inventor. Ela é poesia e movimento, coisas que me movem.
NA MIRA - Você já morou em Santa Teresa, na Lapa e agora mora no bairro da Saúde, na região da zona portuária do Rio de Janeiro. Como é a sua relação com essas comunidades e se elas servem de pontos de equilíbrio e inspiração no teu trabalho?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma, assim como as fases do meu trabalho, a busca por novas luzes, topografia e tipologia. Assim vou me embrenhando em cenários que me instigam e estimulam a criação, procurando sempre registrar o cotidiano, como um cronista. Minha alma de ariano, me faz aventurar e transitar com conforto por plagas as mais diversas. Isso me excita: Santa Teresa, Copacabana, Lapa, Zona Portuária ou São Luis, do Maranhão, são pretextos para eu me arvorar e me desafiam a novas buscas.
NA MIRA - Ao visitar a sua casa "atelier" percebi a religiosidade, o misticismo, presente com as imagens de Nossa Senhora Aparecida e São Benedito, santos da Igreja Católica. O que eles representam no seu dia a dia?
FERNANDO MENDONÇA - Cultuo imagens por ser um artista visual e por tradição familiar. A arte sobreviveu a muitas adversidades pelo viés da religião. Grandes artistas, talvez, não tivessem feito suas obras se não fossem operários religiosos, Sou devoto de São Benedito e de Nossa Senhora Aparecida pela negritude, por uma forte identificação, e atribuo ao Tambor de Crioula toda essa reverência e essa devoção. Os tambores do Brasil na terra de Estácio de Sá, que o nêgo Gilberto Gil apelidou de "Tambor do Brasil", (rs).
NA MIRA - Você é um artista que pega carona na temática urbana. O que te deixa incomodado nessa atual conjuntura global em que a tecnologia se manifesta como a dona da situação?
FERNANDO MENDONÇA - Acho a tecnologia irreversível. Lamento o fronteiriço entre a arma de fogo e a legítima defesa. A vida tem que prevalecer.
NA MIRA - Para muitos artistas a internet é o segredo. Como você se relaciona com essa ferramenta não só para divulgar o teu trabalho, mas como fonte de produção artística?
FERNANDO MENDONÇA - A internet é uma cachaça e o pixel um forte aliado do pincel. Eu incursiono pouco pela pixel arte, mas não nego que ela influencia bastante a minha pintura, sobretudo.
NA MIRA - Fale um pouco do que você tem feito e pretende fazer no universo das artes plásticas.
FERNANDO MENDONÇA - Estou agora numa produção de uma nova série de xilogravuras com tábuas de caixas de bacalhau, sempre com a temática do cotidiano e na pintura tenho feito obras eróticas.
NA MIRA - Quando São Luís terá o privilégio de prestigiar uma exposição de Fernando Mendonça?
FERNANDO MENDONÇA - Estou completando 30 anos de trabalho a serviço da arte. No segundo semestre,deste ano, faço um evento em São Luís para comemorar isso.
NA MIRA - Você nasceu em Bacurituba, interior maranhense. Depois foi morar em São Luís e veio para o Rio de Janeiro. Fez o percurso natural de um artista cujo o mundo não tem fronteiras. Qual o olhar do artista plástico e mundano a cada retorno ao Maranhão?
FERNANDO MENDONÇA - Amo minha terra e meu povo. Alguns fatos e alguns descasos com essa riqueza toda, me entristecem, mas sou otimista. Vejo um processo de transformação que é uma versão turbulenta da máxima irônica do nosso conterrâneo Jorge Thadeu que profetizava: " São Luís vai virar Paris.." A França Equinocial, que tal? Repaginada do avesso, (rs).
NA MIRA - Qual a leitura que você faz de meio século de vida?
FERNANDO MENDONÇA - A velocidade está em tudo. O tempo passa estonteante. A arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva.
Fontes: Portal Imirante, "Fernando Mendonça um artista plástico local e global". Publicado por Pedro Sobrinho, em 10 de abril de 2014. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
Crédito fotográfico: Portal Imirante, foto divulgação.
Fernando Mendonça (São Bento de Bacurituba, MA, 4 de abril de 1962), mais conhecido como Mendonça, é um artista plástico, pintor, aquarelista, escultor, mosaicista e ilustrador brasileiro. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ. Expôs em diversas galerias de arte do Brasil e exterior. Considerado um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade.
Biografia - Blog do Artista
Maranhense de São Bento de Bacurituba, pequeno povoado do interior do Estado, Fernando é o caçula de uma família de oito irmãos. As singulares bonecas de pano confeccionadas pela mãe artesã, e as tantas festas populares que acompanhou ao lado do pai saxofonista foram elementos essenciais à sua formação artística.
Aos 14 anos, muda-se para a capital e ingressa no Grupo ‘Laborarte’ (importante referência na vida cultural de São Luis nos anos 70 e 80). Em 1984 realizou sua primeira exposição individual.
Parte para o Rio de Janeiro, por influência de Rubens Gerchman, amigo e mestre, e lá se vão vinte anos desde que Fernando chegou à Cidade Maravilhosa. Em pleno centro urbano, impregnado pela correria da vida moderna, Fernando forma seu nicho de paz, música, alegria e arte. Sua herança artística soa ancestral, as músicas e danças de sua terra, o Maranhão, são hoje amadas por muitos cariocas.
A qualidade de sua expressão artística passa a ganhar reconhecimento e, não sem muita luta, as conquistas vão chegando. A vida no Rio de Janeiro trouxe o elemento do urbano à arte de Fernando. Suas telas são a expressão da simbiose entre o moderno e o ancestral.
Fonte: Blog do Artista. Escrito por Claudia Dias Sampaio, em Setembro de 2008. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Biografia - Pipa
Maranhense, de São Bento de Bacurituba, paupérrimo povoado do interior do Estado, caçula de uma família de oito irmãos, que logo se vê obrigada a transferir-se para a capital de São Luís, onde o pai saxofonista e a mãe artesã, costureira e dona de casa, procuram novos horizontes para educar e dar melhores oportunidades aos seus filhos.
Desde pequeno manifestou dotes artísticos, gatafunhando nos cadernos escolares, por falta de outros meios, o que lhe custa duas reprovações consecutivas.
Possui o segundo grau completo. Inicia sua formação artística em 1978, quando ingressa no Grupo “Laborarte” (importante na vida cultural de São Luís do Maranhão nos anos 70 e 80).
Expõe individualmente pela primeira vez em 1984, mesmo ano em que conhece o renomado artista plástico Rubens Gercheman, que o encoraja a ir buscar melhores dias num centro urbano maior: o Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 1985, segue o conselho do mestre e transfere-se para a cidade maravilhosa.
Hoje, Fernando Mendonça tem em seu currículo significativas conquistas que evidenciam seu talento e patenteiam a qualidade de sua expressão artística. Vive a trabalhar no universo carioca, apesar de sua origem provinciana, tem a alma cosmopolita, o que é evidente em suas obras. Sua arte mistura surpresa e originalidade, sendo um dos mais importantes artistas visuais contemporâneos.
Críticas
“Fernando Mendonça é uma daquelas vocações indiscutíveis; alguém que nasceu para realizar-se como artista plástico. Na fase atual, ele enveredou pelo campo da xilogravura que, por definição, é arte de artesão mesmo, e que, na época moderna, com o expressionismo, tornou-se a busca do que há de mais genuíno no artista. Fernando Mendonça, nesta série de gravuras, nos dá provas desta busca do genuíno, que se confunde com deliberada pobreza dos meios de se expressar. Ao gravar em tábuas de caixotes de feira e ao explorar uma temática intranscendente do cotidiano, ele consegue nos tocar com simpleza de formas que inventa." – Ferreira Gullar (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
“Olhar é uma forma de ação, envolvimento do artista com o seu redor. De imediato, esse olhar voraz clama por medidas físicas: desmontar caixotes de maçãs, retirar suas tábuas e nelas fixar , com um simples estilete, flagrantes dispersos de vida, que , justapostos, nunca chegarão a compor uma cena no sentido clássico, estático do termo. Tudo aqui exprime movimento, a começar por essas tábuas finas e compridas, que repetem instintivamente a forma nas ruas. E o gesto característico do gravador, sulcado, incisivo, torna-se quase fluido : rápido e casual, ele capta e, desde logo redime , o caos nosso de cada dia”. – Ronaldo Britto (Fernando Mendonça, O pintor, escultor, desenhista, ilustrador, mosaicista. Rio de Janeiro, 2009).
Exposições Individuais
1984 - Galerias Eney Santana, São Luiz
1990 - Tolouse, Los Angeles
1991 - Mathias Marcier, Rio de Janeiro
1992 - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal, São Luiz
1995 - Tolouse, Rio de Janeiro
1996 - Centro Cultural Candido Mendes, Rio de Janeiro,1996
1998 - SESC Maceió
2004 - Tolouse, Rio de Janeiro
Exposições Coletivas
1984 - Salão Nacional de Artes Plásticas, Rio de Janeiro
1986 - Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, por intermédio da Galeria 1900-2000
1993 - Salão Paraense, Belém
2000 - Arte Pará 2000
2002 - Pelé, a arte do Rei, Museu de arte de São Paulo
2003 - Bienal de Florença
Fonte: Pipa 2014, Fernando Mendonça.
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Novo artista plástico - Fernando Mendonça
Maranhense de Bacurituba, 52 anos, Fernando Mendonça foi para São Luís aos cinco anos e cresceu com a arte pulsando por todas as partes do corpo. Em 1978, integrou o Grupo Laborarte.
Dois anos depois foi morar no Rio de Janeiro, onde frequentou até 1985, na Escola de Artes Visuais, as aulas de Celeida Tostes, Rubens Gerchman e Enéas Valle.
Suas Personagens são urbanas: ciclistas, pedestres, cachorros, bicicletas, pombos, crianças, que circulam em constantes encontros e desencontros na cidade, estão presentes em seus trabalhos.
“Tenho a característica de sempre buscar e a espátula para pintar, como um meio de expressão. É como a seta, sempre apontado para o novo, dando continuidade à busca constante, como artista inquieto que sou”, define.
Fonte: Peach Photos, "Novo artista plástico: Fernando Mendonça". Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Mosaicos do Brasil - A arte do maranhense ilustre de Bacuritiba
Tudo nele parece um enigma a ser desvendado. O nome do enigma é Fernando Mendonça, um maranhense da cidade de Bacuritiba, no interior do Maranhão, um vilarejo com pouco mais de cinco mil habitantes.
Pois bem, este maranhense vem realizando nos últimos anos painéis em mosaicos surpreendentes e inquietantes. Suas peças demonstram segurança, habilidade e uma criatividade acentuada para transcrever em quebras de azulejo as imagens que parecem vir de sua infância, as mulheres com potes de água na cabeça, o São Jorge Guerreiro, uma mulher que toca tambor e assim por diante.
Fernando nasceu em berço de artistas. Seu pai era saxofonista e a mãe artesã na pequena Bacuritiba. Aos 14 anos, a vida no vilarejo já não cabia nas exigências de sua alma inquieta. Foi morar em São Luís do Maranhão, onde logo ingressou num grupo artístico da cidade, o Laborarte, ali pela década de 70. Em 1980, foi mais longe: partiu para o Rio de Janeiro, onde tornou-se amigo e discípulo de Rubens Guerchman, o artista vanguardista que muitas vezes usou a arte para questionar a opressão e a desigualdade social no período da ditadura militar.
Ainda hoje, Fernando mantém seu ateliê no Rio de Janeiro, mas vez ou outra retorna ao Maranhão, para rever um pouco as raízes, outras para apresentar, com orgulho, o trabalho que realiza em diversas plataformas, entre as quais o mosaico. Foi o que fez em 2008, quando apresentou suas peças no Palácio dos Leões, sede do governo maranhense.
Na ocasião, foi entrevistado e, entre suas muitas colocações, assim se expressou sobre o mosaico e sua opção por essa vertente artística:
“O mosaico, atualmente, é relegado à função meramente funcional, ligado à arquitetura, usado em fachadas de prédios, ou então possui função decorativa, sendo aproveitado pelo artesanato, mas no universo da arte contemporânea, poucos artistas utilizam o mosaico como a linguagem principal”.
A opção de Fernando pelo mosaico é ainda mais surpreendente porque o Maranhão é, antes de tudo, o berço da azulejaria, que desponta majestosa nas fachadas dos casarões antigos de São Luís. Sua expressão é tão forte que fica até difícil situar o mosaico nesse contexto. São artes diferentes, mas seguem o mesmo sentido na razão de ser, como artes complementares à arquitetura.
Na verdade, a arte de Fernando Mendonça vai muito além do mosaico. Mesmo quando os realiza , seu trabalho está ainda mais à frente, não propriamente pela técnica, mas pela abordagem dos temas e pela inovação estética de seus desenhos, que o colocam num patamar de vanguarda que mistura surpresa, talento e movimento.
O mosaico pode não ser sua principal vertente artística, mas em suas mãos a arte ganha uma nova dimensão que tanto vem do berço, da raiz fincada em Bacurituba, quanto de seu benéfico convívio carioca com o talentoso Rubens Gerchman.
Fonte: Mosaicos do Brasil, escrito e publicado por H Gougon. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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G1 - Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís
Ele é uma referência nas artes plásticas do maranhão. O maranhense Fernando Mendonça, radicado no Rio de Janeiro, volta a São Luís com uma exposição que é uma homenagem aos 400 anos da capital.
Dono de pinceladas marcantes ele usa uma técnica francesa para retratar a arquitetura histórica, a cultura e a contemporaneidade de São Luís. Na exposição, além dos trabalhos em acrílico sobre tela, podem ser vistas ainda obras em nanquim e aquarela.
As homenagens a São Luís são feitas pela arquitetura colonial do Centro Histórico, pelo folclore, pelas belezas naturais e outras paisagens da cidade. A exposição é o resultado do novo olhar do artista para a capital maranhense.
Morando no Rio de Janeiro desde a década de 80, Fernando volta para celebrar os 400 anos da cidade natal. “Essa exposição fiz com muito carinho, com muito cuidado, fiz bem devagar de depois se tornou um labirinto, uma coisa que, será que eu vou dar conta de vestir aquelas paredes? Eu acho que de alguma forma, de retalho em retalho, eu consegui fazer uma boa colcha”, contou, inspirado, o artista.
A temática alusiva à cidade de São Luís pode parecer óbvia, mas as obras dessa exposição não têm nada de convencional. O que se percebe é uma grande interatividade entre o figurativo e o abstrato. Estando próximo a uma das telas, talvez seja possível observar apenas várias pinceladas fragmentadas. Mas ao se afastar um pouco, a tela revela os telhados, o mar. É a ilha de São Luís vista do alto.
A exposição abriga 30 telas com pinturas em acrílico feitas com pinceladas fortes, mini quadradinhos e pontilhismo, uma técnica francesa para retratar ícones históricos e contemporâneos da cidade em meio a um emaranhado de imagens.
Em aquarela, a cultura popular é representada por personagens do São João e do carnaval. Já na pintura em nanquim, a cidade antiga aparece bem. Os pregoeiros, os bustos que ficavam na Praça Pantheon em frente a biblioteca, as igrejas históricas e as palafitas. Nos desenhos e pinturas que mostram a cidade, a arte é mais forte que o realismo.
Fonte: G1 Maranhão com informações da TV Mirante, "Fernando Mendonça abre exposição que homenageia São Luís", publicado em 24 de outubro de 2012. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
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Portal Imirante, Na Mira - Fernando Mendonça um artista plástico local e global
Fernando Mendonça, um dos nomes mais brilhantes das artes plásticas maranhenses da atualidade, já realizou diversas exposições com grande aceitação por parte da crítica e do público, entre elas, o Salão Nacional de Artes Plásticas, no RJ; Salão Paraense (PA); Mostra Pelé, a Arte do Rei, no Museu de Arte de SP; Feira Internacional de Arte Contemporânea de Paris, na França; além do Maranhão, terra Natal.
A última exposição dele em São Luís foi em outubro de 2012. Trata-se da "FM Upaon Açu + 400", em homenagem ao quarto centenário da capital. Na passagem pelo Rio de Janeiro, o artista plástico Fernando Mendonça conversou com o NA MIRA, em que diz: "a arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva".
NA MIRA - Gilberto Gil disse em entrevista em O Globo, que o "Rio é o tambor do Brasil". Começando aqui, logo todos tomam conhecimento". O artista plástico Fernando Mendonça comunga desse conceito de Gil?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma ele está certo. Mas, em se tratando das artes visuais, São Paulo é mais percussiva, (rs). Lá já rola a Bienal há muito tempo e de algum tempo pra cá a SPArte, que foi pioneira nesse seguimento de feiras de arte, e que o Rio só realizou a sua depois. Mas, acredito que as coisas estáo tomando outro rumo e o Rio se equipara, nas mostras, ao movimento paulista. A tambozada tá ficando boa (rs).
NA MIRA - Você é um artista plástico inquieto e explora esse tipo de comportamento utilizando a temática da bicicleta em sua obra. Por que esse veículo de duas rodas se tornou tão significativo no que você faz?
FERNANDO MENDONÇA - A bicicleta é um símbolo universal e um recurso viável para solução do trânsito nas Megalópolis. Uma válvula de escape para o caos e ecologicamente correta. Por influência de Rubens Gerchman e por uma espécie de fetiche eu tenho um apreço pelas 'bikes' por achar uma das grandes sacadas de Leonardo da Vinci quem eu considero o inventor. Ela é poesia e movimento, coisas que me movem.
NA MIRA - Você já morou em Santa Teresa, na Lapa e agora mora no bairro da Saúde, na região da zona portuária do Rio de Janeiro. Como é a sua relação com essas comunidades e se elas servem de pontos de equilíbrio e inspiração no teu trabalho?
FERNANDO MENDONÇA - De alguma forma, assim como as fases do meu trabalho, a busca por novas luzes, topografia e tipologia. Assim vou me embrenhando em cenários que me instigam e estimulam a criação, procurando sempre registrar o cotidiano, como um cronista. Minha alma de ariano, me faz aventurar e transitar com conforto por plagas as mais diversas. Isso me excita: Santa Teresa, Copacabana, Lapa, Zona Portuária ou São Luis, do Maranhão, são pretextos para eu me arvorar e me desafiam a novas buscas.
NA MIRA - Ao visitar a sua casa "atelier" percebi a religiosidade, o misticismo, presente com as imagens de Nossa Senhora Aparecida e São Benedito, santos da Igreja Católica. O que eles representam no seu dia a dia?
FERNANDO MENDONÇA - Cultuo imagens por ser um artista visual e por tradição familiar. A arte sobreviveu a muitas adversidades pelo viés da religião. Grandes artistas, talvez, não tivessem feito suas obras se não fossem operários religiosos, Sou devoto de São Benedito e de Nossa Senhora Aparecida pela negritude, por uma forte identificação, e atribuo ao Tambor de Crioula toda essa reverência e essa devoção. Os tambores do Brasil na terra de Estácio de Sá, que o nêgo Gilberto Gil apelidou de "Tambor do Brasil", (rs).
NA MIRA - Você é um artista que pega carona na temática urbana. O que te deixa incomodado nessa atual conjuntura global em que a tecnologia se manifesta como a dona da situação?
FERNANDO MENDONÇA - Acho a tecnologia irreversível. Lamento o fronteiriço entre a arma de fogo e a legítima defesa. A vida tem que prevalecer.
NA MIRA - Para muitos artistas a internet é o segredo. Como você se relaciona com essa ferramenta não só para divulgar o teu trabalho, mas como fonte de produção artística?
FERNANDO MENDONÇA - A internet é uma cachaça e o pixel um forte aliado do pincel. Eu incursiono pouco pela pixel arte, mas não nego que ela influencia bastante a minha pintura, sobretudo.
NA MIRA - Fale um pouco do que você tem feito e pretende fazer no universo das artes plásticas.
FERNANDO MENDONÇA - Estou agora numa produção de uma nova série de xilogravuras com tábuas de caixas de bacalhau, sempre com a temática do cotidiano e na pintura tenho feito obras eróticas.
NA MIRA - Quando São Luís terá o privilégio de prestigiar uma exposição de Fernando Mendonça?
FERNANDO MENDONÇA - Estou completando 30 anos de trabalho a serviço da arte. No segundo semestre,deste ano, faço um evento em São Luís para comemorar isso.
NA MIRA - Você nasceu em Bacurituba, interior maranhense. Depois foi morar em São Luís e veio para o Rio de Janeiro. Fez o percurso natural de um artista cujo o mundo não tem fronteiras. Qual o olhar do artista plástico e mundano a cada retorno ao Maranhão?
FERNANDO MENDONÇA - Amo minha terra e meu povo. Alguns fatos e alguns descasos com essa riqueza toda, me entristecem, mas sou otimista. Vejo um processo de transformação que é uma versão turbulenta da máxima irônica do nosso conterrâneo Jorge Thadeu que profetizava: " São Luís vai virar Paris.." A França Equinocial, que tal? Repaginada do avesso, (rs).
NA MIRA - Qual a leitura que você faz de meio século de vida?
FERNANDO MENDONÇA - A velocidade está em tudo. O tempo passa estonteante. A arte me salvou e me salva. Grato pela sua visão parceira e auditiva.
Fontes: Portal Imirante, "Fernando Mendonça um artista plástico local e global". Publicado por Pedro Sobrinho, em 10 de abril de 2014. Consultado pela última vez em 9 de fevereiro de 2022.
Crédito fotográfico: Portal Imirante, foto divulgação.