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Flávio de Carvalho

Flávio de Rezende Carvalho (10 de agosto de 1899, Amparo da Barra Mansa, RJ — 4 de junho de 1973, Valinhos, SP), mais conhecido como Flávio de Carvalho, foi um pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo e engenheiro brasileiro. Formou-se em engenharia civil e arquitetura na University of Leeds, na Inglaterra, e também frequentou a King Edward VII School of Fine Arts, desenvolvendo uma formação plural marcada por influências do modernismo europeu, do expressionismo e da psicanálise. Tornou-se uma figura central do modernismo, atuando como arquiteto e artista experimental. Propôs, em 1928, um projeto visionário para o Palácio do Governo de São Paulo, que causou grande repercussão. Suas performances radicais desafiaram os padrões sociais e artísticos da época. Sua obra artística inclui pinturas, desenhos e cenografias com traços expressionistas e conteúdo transgressor, além de textos ensaísticos sobre arte, sociedade e sexualidade. Manteve contato com intelectuais como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, fundando espaços vanguardistas como o Clube dos Artistas Modernos e o Teatro da Experiência. Recebeu reconhecimento póstumo com exposições em instituições como o MAM-SP, o MAC USP, a 24ª Bienal de São Paulo (1998), a 30ª Bienal (2012) e o Centre Pompidou (2015). Suas obras integram coleções públicas importantes e continuam sendo objeto de estudo e revisitação crítica na arte contemporânea brasileira.

Flávio de Carvalho | Arremate Arte

Flávio de Rezende Carvalho nasceu em 10 de agosto de 1899, em Amparo, São Paulo, e tornou-se uma das figuras mais provocativas e multifacetadas da história da arte brasileira. Arquiteto, engenheiro civil, artista plástico, escritor, teatrólogo e performático, ele rompeu com padrões artísticos e sociais desde cedo. Após estudar engenharia e belas-artes na Inglaterra e na França, Flávio retornou ao Brasil em 1922, imerso no pensamento moderno europeu e decidido a implementar novas ideias estéticas e comportamentais no ambiente conservador brasileiro.

Na arquitetura, destacou-se com projetos arrojados, como a proposta para o Palácio do Governo de São Paulo (1928), que, embora não vencedora, causou impacto por sua ousadia formal e conceitual. Ao lado da arquitetura, Flávio mergulhou no universo das artes visuais, explorando pintura, cenografia e desenho com traços expressionistas e temas intensos, muitas vezes associados à sexualidade, psicanálise e crítica religiosa.

Mas foi na performance e na experimentação comportamental que ele cravou seu nome como um verdadeiro transgressor. Em 1931, protagonizou a “Experiência n.º 2”, quando caminhou deliberadamente contra uma procissão de Corpus Christi em São Paulo, com roupa considerada inadequada — um gesto que lhe rendeu quase uma prisão e que ele mais tarde transformaria em ensaio. Já em 1956, repetiu a ousadia ao desfilar pelo centro de São Paulo com sua “roupa de verão para os trópicos” — uma espécie de saia masculina, camisa leve e sandálias —, desafiando padrões de moda e gênero em pleno século XX, o que ficou conhecido como “Experiência n.º 3”.

A atuação de Flávio extrapolou as artes visuais. Foi também o idealizador do Teatro da Experiência e cofundador do Clube dos Artistas Modernos (CAM), ambos espaços destinados à experimentação radical e ao confronto com as normas estabelecidas. Em suas obras escritas, abordava temas como comportamento coletivo, psicanálise e política, sempre com um viés antropológico e crítico. Textos como O Homem e a Morte e A Cidade do Homem Nu refletem sua obsessão com os limites da racionalidade e os rituais da vida urbana.

Com exposições no Brasil e no exterior, incluindo participações em bienais e salões de arte, Flávio de Carvalho nunca foi apenas um artista visual, mas um pensador performativo da cultura brasileira. Morreu em 4 de junho de 1973, em Valinhos, São Paulo, deixando um legado que segue desafiando convenções e inspirando artistas contemporâneos.


Flávio de Carvalho | Itaú Cultural

Flávio Resende de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, 1899 – Valinhos, São Paulo, 1973). Pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo, engenheiro. Destaca-se pela atuação no teatro e pelas performances que abrem caminho para novos procedimentos artísticos desenvolvidos no Brasil a partir das décadas de 1960 e 1970.

Muda-se com a família para São Paulo em 1900. Em 1911, estuda em Paris e, três anos depois, em Newcastle (Inglaterra). Em 1918, inicia o curso de engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham e ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Conclui o curso de engenharia em 1922 e volta a residir em São Paulo, logo após a realização da Semana de Arte Moderna. 

Desenvolve atividades em várias áreas artísticas, frequentemente de forma inovadora e provocativa. Embora participe de diversos concursos públicos, como o de 1927, para construção do Palácio do Governo do Estado de São Paulo, não vence em nenhum deles. De qualquer modo, seus projetos são considerados pioneiros da arquitetura moderna no país. 

Apenas dois de seus projetos são realizados: o conjunto de casas da alameda Lorena (1936/1938) e a fazenda Capuava (1939), ambos precursores da arquitetura moderna no Brasil. A casa da fazenda é a que melhor sintetiza suas ideias. Nela, a decoração é tão importante quanto a arquitetura. Sua frente é um trapézio alto; o interior, um grande salão sem divisórias, com cortinas de panos coloridos que dançam com o vento. Os banheiros e a cozinha são revestidos com chapas de alumínio, material extremamente moderno. Há ainda uma lareira com cúpula de alumínio que solta fumaça colorida.

Em 1930, participa do Congresso Pan-Americano de Arquitetos com a conferência A cidade do homem nu, na qual ressalta a ideia do homem despido dos preconceitos da civilização burguesa. A tese tem ampla conexão com o movimento antropofágico. 

Em 1931, realiza o polêmico evento Experiência n. 2, em que caminha com boné na cabeça, de forma desafiadora, em sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi. O artista quase é linchado e tem que ser protegido por policiais. Sua intenção é testar os limites de tolerância e a agressividade de uma multidão religiosa. Escreve um ensaio sobre o assunto, publicado no livro Experiência n. 2: uma possível teoria e uma experiência.  

Em 1932, abre um ateliê, onde funda o Clube dos Artistas Modernos (CAM), com Antonio Gomide (1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1992). No espaço estimula a vida cultural da cidade de São Paulo e o debate entre representantes de diferentes áreas culturais, agregando artistas, compositores, escritores e psiquiatras.

Em 1933, funda o Teatro da Experiência, que encena O bailado do deus morto, espetáculo experimental de teatro e dança, para o qual cria texto, cenário, figurino e faz a iluminação. Os atores, em sua maioria negros, usam máscaras de alumínio e realizam movimentos dinâmicos e ritualistas. A performance inova a cena teatral brasileira e se filia às manifestações dadaístas e surrealistas. Depois de poucas apresentações, o teatro é fechado pela polícia, encerrando as atividades do CAM.

Em 1934, realiza a primeira exposição individual, também fechada pela polícia, com cinco obras apreendidas sob a alegação de atentado ao pudor e de imoralidade. O artista, entretanto, conquista na Justiça o direito de reabertura da mostra. 

Ainda na década de 1930, produz algumas de suas mais importantes telas, como Retrato de Oswald de Andrade e Julieta Bárbara (1939) e Retrato de Mário de Andrade (1939). Essas obras trazem um gestualismo que se intensifica nas composições do artista nas décadas seguintes. O ritmo das pinturas é dado pelas pinceladas densas, exacerbadas, e pela utilização de forte cromatismo, com ênfase no rosto para valorizar a carga expressiva e explorar a personalidade do retratado. O artista afirma que "no retrato há um mundo a se descobrir e a se aperfeiçoar; não só no que se refere à dialética pura da pintura como [também] no que toca à importância humana do personagem".

Em 1947, realiza a Série Trágica, desenhos em que retrata, com traços rápidos, a morte de sua mãe. De forma geral, os traços são agressivos em seus desenhos, criando uma pulsação gráfica.  

Após publicar, em 1956, uma série de artigos sobre moda na coluna "Casa, Homem, Paisagem" – que mantém no Diário de São Paulo e onde escreve sobretudo a respeito de arquitetura e urbanismo –, apresenta-se, e causa escândalo, em passeata pelo centro da cidade de São Paulo com o New Look. Trata-se de um traje tropical masculino desenvolvido por ele, composto de chapéu de abas largas, blusa de mangas curtas e folgadas e saia, todas peças confeccionadas com tecidos leves, acompanhado de meia arrastão e sandálias. Para o artista, o desfile com o traje é mais uma experiência com a finalidade de questionar as convenções sociais.

Nas décadas de 1950 e 1960, pinta nus femininos, dedica-se ao desenho, à aquarela e à gravura. Sua pintura é classificada geralmente como expressionista, embora com aspectos surrealistas. O artista utiliza ainda materiais novos em seus últimos trabalhos, como tinta fosforescente para luz negra. 

Flávio de Carvalho é um animador cultural, irreverente e provocador, considerado precursor do artista multimídia.

Críticas

"Flávio de Carvalho não foi um dos participantes da Semana. Apareceu no cenário modernista como enfant terrible, à semelhança do irônico Oswald de Andrade. Destacou-se mais pela vida extravagante que levava e pelas iniciativas consideradas provocatórias e escandalísticas. A ele são creditadas ações importantes para a renovação das artes. Engenheiro, arquiteto, pintor, desenhista de extraordinária inventiva, que o consagra como o número 1 do seu tempo, sociólogo e escritor. Flávio é lembrado como ativista atuante dos anos 30. Tentou, fundando o Salão de Maio, desprovincializar o meio dos 'amadores da arte' presos aos preguiçosos esquemas acadêmicos, porém sem nada obter de válido." — Pietro Maria Bardi (BARDI, Pietro Maria. O modernismo no Brasil. Prefácio Giovanni Lenti. São Paulo: Banco Sudameris, 1978. p. 95. (Arte e Cultura, 1)).

"Toda vez que isso lhe foi possível, tratou de criar condições para que a arte produzida no Brasil conhecesse também, e nela se fertilizasse, a ambiência do resto do mundo. Foi dos primeiros a trazer conseqüentemente, para a nossa terra, a obra de artistas europeus, norte-americanos e latino-americanos atualizados. Tal sincronia com a criatividade em âmbito internacional processou-se no caso de Flávio de Carvalho essencialmente através da absorção do expressionismo. (...) A esse expressionismo de base, que lhe convocava as forças de uma selvageria rara na arte brasileira, ele soube incorporar igualmente a dimensão mais sinuosa e sutil do surrealismo, que lhe fornecia o veículo para os vôos vastos de uma imaginação a todo o vapor." — Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio Gilberto Chateaubriand; apresentação M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987).

"Flávio de Carvalho é um expressionista, isto é, alguém que procura externar uma visão do mundo observado de dentro, e para tanto capaz de deformar ou reformar a realidade, reinventar cores e desmontar esquemas tradicionais, levado antes pela emoção do que pelo raciocínio. Como pintor - basicamente de figuras, com especial predileção pelo retrato -, usou de absoluta liberdade formal e cromática, indiferente à fidelidade anatômica, à textura das carnes, ao colorido atmosférico: na busca da expressão, fragmentou freqüentemente o corpo humano em dezenas de segmentos cromáticos, que se confundem aos segundos planos de suas pinturas numa ambigüidade deliberada que possui, mais que função decorativa, papel eminentemente expressivo. A cor torna-se livre - cor pictórica, para além da mera referência às cores naturais; e toda a superfície de seus quadros vibra de um ritmo diferente, tornando-se a figura mero pretexto pictórico. (...) Flávio escreveu (...) dizendo de certa feita sobre o problema da cor e do assunto: 'O problema do conjunto de cores nada tem a ver com o assunto em pintura. Um conjunto de cores sem assunto pode ser tão sugestivo, ou mesmo mais, que um conjunto de cores com assunto'." — José Roberto Teixeira Leite (LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988).

"Extremamente heterodoxa, a obra de Flávio de Carvalho não pode ser desvinculada de sua biografia. Ritualizando todos os aspectos de seu cotidiano, para o artista parece nunca terem existido diferenças de grau entre a ação de pintar uma amiga e fazer amor com ela, a ação de registrar graficamente a agonia da mãe e caminhar de chapéu na cabeça em sentido inverso a uma procissão católica. Todas as suas ações eram uma indagação pessoal sobre o eu e o mundo, não importando se essa indagação ficasse registrada ou não em técnicas tradicionalmente tidas como artísticas. Infelizmente, porém, as várias gerações da crítica modernista vêm valorizando apenas os registros materiais de sua passagem pelo circuito brasileiro - a pintura, o desenho, certos feitos arquitetônicos -, esquecendo ou procurando esquecer que muitas vezes o que mais interessa na produção de Carvalho não é o produto final de seu processo criativo (em alguns momentos magistral, como a série de desenhos Minha Mãe Morrendo), mas cada atitude tomada pelo artista para se relacionar com os mistérios do mundo." — Tadeu Chiarelli (CHIARELLI, Tadeu. Às margens do modernismo. In: ______. Arte internacional brasileira. São Paulo: Lemos, 1999. p. 47-59).

"A importância de Flávio de Carvalho para a história da arte brasileira, por mais pontual que seja, está relacionada à energia e inventividade que emanam de suas atitudes. Atitudes essas que não se esterilizam em um culto bizarro da personalidade, mas que abrem todo um universo novo de experimentação artística, à margem das instituições e das práticas tradicionais. Portanto, devemos dizer que a medida de sua exemplaridade não nos chega atrelada aos resultados concretos da obra - o que também é o caso -, mas muito mais de uma potência criativa que é liberada por uma atuação arriscadamente plural. Por mais caótica que tenha sido essa energia, ela não deve ser desprezada; afinal, seu poder de irradiação ainda não se esgotou. Essa possibilidade de pensar a atitude enquanto forma nos obriga a reavaliar, sem reducionismos, a própria noção de obra e de seus modelos de disseminação dentro de contextos culturais específicos.

Apesar do interesse contemporâneo pelo 'artista experimental' - é claro que as performances e a irreverência de Flávio de Carvalho dão-lhe um acento particular -, deve ser acrescentado que as pinturas e os desenhos que produziu têm uma intensidade ainda pouco notada por nossos críticos e historiadores. Especialmente os desenhos, os quais revelam uma ansiedade gráfica mais contundente e desenvolta. Observada em perspectiva histórica, sua pintura dos anos 30 e 40 é mais do que simplesmente peculiar, pois mostra uma vontade de expressão, por meio de uma materialidade que é distinta, mais vigorosa e original do que o acanhamento formal de seus pares". — Luiz Camillo Osorio (OSORIO, Luiz Camillo. Poética em trânsito: Flávio de Carvalho. In: ______. Flávio de Carvalho. São Paulo: Cosac & Naify, 2000. p. 10).

Acervos

Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. Palácio dos Bandeirantes - São Paulo SP

Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil - São Paulo SP

Associação Paulista de Medicina - São Paulo SP

Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ

Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - São Paulo SP

Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - São Paulo SP

Galleria Nazionale d'Arte Moderna di Roma - Roma (Itália)

Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris - Paris (França)

Museu de Arte Brasileira - FAAP - São Paulo SP

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - São Paulo SP

Museum of Modern Art - MoMA - Nova York (Estados Unidos)

Pinacoteca da Universidade Federal de Viçosa - Viçosa MG

Pinacoteca Municipal/Centro Cultural São Paulo - São Paulo SP

Exposições Individuais

1934 - São Paulo SP - Primeira individual, no Prédio Alves de Lima, na Rua Barão de Itapetininga - fechada pela polícia, por atentado à moral, e reaberta por ordem judicial

1948 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Viau

1948 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1952 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: desenhos, no MAM/SP

1956 - Roma (Itália) - Individual, na Galleria L'Obelisco

1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Montmartre Jorge

1958 - Paris (França) - Individual, na Hélène Dale Galerie

1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria KLM

1960 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís

1966 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB

1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itália

1967 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: retrospectiva, no MAB/Faap

1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Azulão

1973 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1973 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: retrospectiva, no MAB/Faap

Exposições Coletivas

1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba

1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes, na Rua 11 de Agosto

1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1939 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1941 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1947 - São Paulo SP - 11º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1948 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Internacional de Arquitetura Contemporânea

1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista, no Ministério da Educação e Saúde

1950 - Roma (Itália) - Mostra d'Arte Brasiliana

1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1957 - São Paulo SP - 12 Artistas de São Paulo, na Galeria de Arte das Folhas

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - São Paulo SP - Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - premiado

1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana

1965 - São Paulo SP - 14º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de ouro

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - grande prêmio em desenho

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho - J. Toledo: retrospectiva, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970

1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arquitetura Moderna, no MAM/RJ

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

Exposições Póstumas

1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Curitiba PR - 5ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André

1983 - São Paulo SP - 17ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas

1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31, no MAM/RJ

1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet

1984 - Rio de Janeiro RJ - Intervenções no Espaço Urbano, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet

1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Belo Horizonte MG - Individual, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1985 - Campinas SP - Individual, na Galeria de Arte Unicamp

1985 - Salvador BA - Flávio de Carvalho: retrospectiva, no Núcleo de Artes do Desenbanco

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes

1985 - Vitória ES - Individual, na Itaugaleria

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP

1989 - Recife PE - Jogo de Memória

1989 - Rio de Janeiro RJ - Jogo de Memória, na Montesanti Galleria

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1989 - São Paulo SP - Jogo de Memória, na Galeria Montesanti Roesler

1990 - Chicago (Estados Unidos) - Brazil: crossroads of modern arts, no Randolph Gallery

1990 - Chicago (Estados Unidos) - Expressões Singulares da Arte Brasileira, no Chicago Cultural Center

1990 - São Paulo SP - A Coleção de Arte do Município de São Paulo, no Masp

1990 - São Paulo SP - Mobiliário Modernista 1º Tempo, na Associação Pró Parque Modernista

1991 - Belo Horizonte MG - Dois Retratos da Arte, no MAP

1991 - Brasília DF - Dois Retratos da Arte, no Museu Histórico e Diplomático. Palácio Itamaraty

1991 - Curitiba PR - Dois Retratos da Arte, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão

1991 - Porto Alegre RS - Dois Retratos da Arte, no Margs

1991 - Recife PE - Dois Retratos da Arte, no Museu do Estado de Pernambuco

1991 - Rio de Janeiro RJ - Dois Retratos da Arte, no MAM/RJ

1991 - Salvador BA - Dois Retratos da Arte, no Museu de Arte da Bahia

1991 - São Paulo SP - Dois Retratos da Arte, no MAC/USP

1991 - São Paulo SP - Expressões Singulares da Arte Brasileira, no MAC/USP

1992 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: desenhos, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1992 - São Paulo SP - Primeiro Aniversário da Grifo Galeria de Arte, na Grifo Galeria de Arte

1993 - Poços de Caldas MG - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa de Cultura

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP

1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas

1997 - São Paulo SP - Mestres do Expressionismo no Brasil, no Masp

1998 - Belo Horizonte MG - O Suporte da Palavra, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1998 - São Paulo SP - O Suporte da Palavra, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ

1999 - Rio de Janeiro RJ - Flávio de Carvalho: 100 anos de um revolucionário romântico, no CCBB

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Guita e José Mindlin, no Espaço Cultural dos Correios

1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural

1999 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: 100 anos de um revolucionário romântico, no MAB/Faap

1999 - São Paulo SP - O Bailado do Deus Morto

1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi

2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - Campinas SP - (quase) Efêmera Arte, no Itaú Cultural

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp

2001 - São Paulo SP - A Permanência dos Gêneros Tradicionais da Arte: o retrato, a paisagem, a natureza-morta, no MAM/SP

2001 - São Paulo SP - Auto-Retrato o Espelho do Artista, na Galeria de Arte do Sesi

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2002 - São Paulo SP - Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ

2003 - São Paulo SP - A Aventura Modernista de Berta Singerman: uma voz argentina no Brasil, no Museu Lasar Segall

2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP

2003 - São Paulo SP - Compressores e Condensadores, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Entre Aberto, na Gravura Brasileira

2003 - São Paulo SP - Retratos, no MAB/Faap

2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake

2004 - Rio de Janeiro RJ - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA

2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA

2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP

2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria

2005 - São Paulo SP - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, no Itaú Cultural

Fonte: FLÁVIO de Carvalho. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 22 de julho de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7


Flávio de Carvalho | Wikipédia

Flávio de Carvalho é o nome artístico de Flavio de Rezende Carvalho (Amparo, distrito de Barra Mansa 10 de agosto de 1899 — Valinhos, 4 de junho de 1973) foi um dos grandes nomes da geração modernista brasileira, atuando como arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor, filósofo, músico e outros rótulos.

Biografia

Filho de família de muitas posses, pôde receber uma educação privilegiada na França (de 1911 a 1914) e na Inglaterra, onde frequentou a Universidade de Durham. Em 1922, formou-se em engenharia civil. Ao mesmo tempo e na mesma escola, fez seus estudos de belas artes.

Retornando ao Brasil, empregou-se como calculista na famosa firma de construção civil de Ramos de Azevedo (1924).

Em 1939, Flávio de Carvalho recebeu uma indicação (feita pelo Prof. Paul V. Shaw) ao Prêmio Nobel de Literatura sem, contudo, ganhar - quem venceu foi o escritor finlandês Frans Eemil Sillanpää. O prêmio Nobel deste ano foi o último antes da Segunda Guerra Mundial e só voltaria a ser entregue novamente em 1944.

Flávio de Carvalho escrevia sobre arquitetura no extinto jornal "Diário de São Paulo", e em 1956, seu editor pediu que fizesse um modelo de roupa masculino. Flávio deu o nome de Experiência nº 3 ao seu projeto e criou uma saia de náilon, uma camisa bufante, um chapéu e uma meia de modelo arrastão com sandálias de couro como solução para o excessivo calor. Ele mesmo desfilou com seu protótipo em 18 de outubro daquele ano em São Paulo. Era, na realidade, a vestimenta de um modelo futurista de moradia, A Cidade do Homem Nu, sem Deus, propriedade privada ou casamento, um ser “selvagem com todos os seus desejos, toda a sua curiosidade intacta e não reprimida como era pela conquista colonial. Em busca de uma civilização nua!”, como ele próprio escrevera.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.


Flávio de Carvalho | USP

Arquiteto, engenheiro, pintor, escultor, dramaturgo, cenógrafo, escritor, decorador e performer (antes de ser cunhado esse conceito), Flávio Resende de Carvalho mudou-se com a família para São Paulo, em 1900. Em 1908, estudou na Escola Americana de São Paulo, depois em Paris (1911) e, em seguida, na Inglaterra (1914). Em Newcastle, 1918, iniciou o curso de engenharia civil na Universidade de Durham e, após sua formatura, em 1922, ingressou no curso noturno da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Nesse mesmo ano, retornou ao Brasil – pouco depois da Semana de Arte Moderna de São Paulo –, onde abriu seu escritório de arquitetura. Em 1927, apresentou um polêmico e inovador projeto para o Palácio do Governo de São Paulo, que não foi aprovado. Flávio de Carvalho nunca venceu concursos e apenas dois de seus projetos arquitetônicos foram levados a cabo.

Em 1929, estreitou relações com Le Corbusier e no ano seguinte participou do Congresso Pan-Americano de Arquitetos com a conferência “A cidade do homem nu”, na qual ressaltava a necessidade de um “novo homem”, despido dos preconceitos da cultura burguesa, reverberando teses que animaram o movimento antropofágico brasileiro. Em 1931, baseado em estudos sobre antropologia e psicanálise, realizou uma polêmica performance chamada Experiência N 2 , em São Paulo, em que caminhou, com boné na cabeça, em sentido contrário ao de uma procissão católica, a fim de estudar a reação popular. Posteriormente, publicou o livro homônimo. Participou do XXXVII Salão Nacional de Belas Artes, o chamado Salão Modernista.

Com Emiliano Di Cavalcanti e outros, Flávio de Carvalho fundou, em 1932, o Clube dos Artistas Modernos (CAM) – várias vezes fechado pela polícia. Ali se reuniam, para debates e atuações, artistas de vanguarda, pensadores marxistas e a população em geral. Em 1933, outro lançamento: o Teatro da Experiência, que encenou o seu O bailado do Deus morto, espetáculo experimental de teatro e dança, inspirado no Dadaísmo e no Surrealismo. Em 1934, sua primeira exposição individual foi invadida e fechada pela polícia (posteriormente reaberta por ordem judicial) por atentado ao pudor. Seus retratos de artistas (como Pablo Neruda e Mário de Andrade) e os autorretratos, dramáticos e expressionistas, repercutiram amplamente. Carvalho participou da Bienal de Veneza em 1938 e 1950 e do Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, em São Paulo, de 1939 a 1941.

Nos desenhos da Série Trágica (1947) registrou a agonia e morte da própria mãe. A partir de 1955, colaborou para o jornal Diário de São Paulo, escrevendo a coluna sobre moda e comportamento “Casa, homem e paisagem”. Em 1956, realizou em São Paulo o evento Experiência N° 3 , que consistia em uma caminhada do artista pelo centro da cidade trajando uma saia e uma blusa de mangas curtas e folgadas, chapéu transparente, meias arrastão e sandálias de couro, conjunto denominado Traje Tropical.

Em 1968, concluiu o Monumento a García Lorca, destruído por um grupo armado em 1969, em plena ditadura militar brasileira (posteriormente, o monumento foi reerguido). Apresentou-se em todas as Bienais de Arte de São Paulo dos anos 1950, depois em 1963, 1965 (quando foi premiado), 1967, 1971 (quando recebeu uma sala especial) e 1973. E, postumamente, em 1979, 1983 (ano em que foi apresentada uma retrospectiva de sua obra), 1985, 1987, 1989, 1994 e 1998. Em 1999, uma grande exposição intitulada “Flávio de Carvalho – Um revolucionário romântico” foi inaugurada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em comemoração ao seu centenário.

Fonte: USP, “Flávio de Carvalho”. Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.


A arte anormal é a única arte boa': como Flávio de Carvalho desencadeou uma revolução brasileira | The Guardian

Ele vestiu uma saia para chocar seus compatriotas conservadores – e foi levado a uma delegacia de polícia para sua própria proteção. Com sua obra exibida na mostra Brasil! Brasil! da Royal Academy, celebramos um luminar do modernismo.

Em 1931, enquanto o desfile de Corpus Christi percorria o centro de São Paulo, os fiéis católicos encontraram um homem alto caminhando na direção oposta. Enquanto caminhava, Flávio de Carvalho flertou com o homem e recusou todos os pedidos para que ele parasse de perturbar a ordem.

A Experiência N. 2, de inspiração dadaísta, que terminou com De Carvalho encurralado em uma delegacia de polícia para sua própria proteção, foi o primeiro exemplo de performance art no Brasil . No entanto, seu instigador nunca alcançou a fama internacional que seus colegas artistas alcançaram, talvez por sua recusa em fazer trabalhos que estivessem em sintonia com as tendências. "As performances eram muito provocativas e causavam muita desconfiança em um país católico muito conservador; ele também era muito inquieto, transitando da arte para a arquitetura e para o jornalismo. Era difícil identificá-lo", diz Adrian Locke, curador-chefe da Royal Academy. "Arte anormal é a única arte boa", rebateu o próprio De Carvalho.

Agora, o artista, que morreu em 1973, encontra-se com um papel de destaque em Brasil! Brasil! na Royal Academy , uma pesquisa sobre a arte modernista brasileira, ao lado de luminares mais conhecidos como Tarsila do Amaral e Lasar Segall . Enquanto a meia dúzia de pinturas de De Carvalho na exposição compartilham seu interesse no cubismo e no surrealismo, suas telas possuem uma sensibilidade erótica e profana em desacordo com o trabalho mais cerebral dos outros artistas em exposição: "É incrível como suas pinturas são diferentes do que está pendurado ao lado delas e foi feito na mesma época", diz Locke. "Será uma mudança radical para o espectador, do realismo que o precedeu para esses retratos bem distantes com seu uso radicalmente diferente de cores; a pincelada vigorosa e agressiva; seus títulos esotéricos."

A Inferioridade de Deus, pintada no ano do ato infame de Carvalho, mostra uma figura nua gigante atravessando uma cidade, com degraus descendentes sugerindo a direção da viagem para o inferno; a igualmente sacrílega Nossa Senhora do Desejo (1955) é um retrato feminino altamente abstrato em tons de rosa e roxo. O próprio Carvalho explicou: "Para mim, era perfeitamente natural encontrar a gênese das coisas no sexo. Afinal, não devemos nossa própria existência ao sexo?"

O artista nasceu em 1899 em uma família rica e, no início da adolescência, frequentou um internato na Inglaterra, onde se formou em engenharia pela Universidade de Durham. As aulas noturnas de pintura foram a única educação artística formal de De Carvalho, mas ele entrou em contato com algumas das figuras mais vanguardistas da Grã-Bretanha, incluindo Roland Penrose e Ben Nicholson. De volta ao Brasil em 1922, seu pai, um cafeicultor, o orientou para um emprego em tempo integral na construção civil, mas isso o entediava. "Ele tinha um espírito disruptivo; era onívoro em seus interesses", diz Kiki Mazzucchelli, que foi curadora de várias exposições dedicadas ao artista. "Quando estava na Grã-Bretanha, devorava livros de antropologia, de história, de Freud; era obcecado pela descoberta de Tutancâmon , o que o levou a um profundo interesse por civilizações antigas, por querer entender a humanidade."

Em 1927, De Carvalho apresentou, de forma independente, um plano grandioso para um edital aberto para o novo palácio do governador do estado, que ele acreditava ser "a primeira obra de arquitetura moderna no Brasil". Completo, com defesas antiaéreas e holofotes, serviu como um comentário irônico sobre o militarismo predominante no país. Nunca foi além de esboços, mas o colocou na órbita do mundo das artes. Ele abriu seu próprio espaço de artes em São Paulo, começando com "um mês de loucos e crianças", apresentando desenhos produzidos por crianças e pacientes de saúde mental; logo atraindo a multidão boêmia, ansiosa por seu subsequente programa de palestras sobre folclore brasileiro, balé russo e artes marciais japonesas. Quando De Carvalho encenou sua própria produção teatral, uma peça intitulada Dança do Deus Morto, ele colaborou com um elenco majoritariamente afro-brasileiro. Tal era seu conteúdo chocante, que o teatro foi invadido pela polícia e a produção foi encerrada.

Carvalho não era antirreligioso por si só, e seus protestos contra a doutrina católica estavam envoltos em um projeto muito maior que buscava a criação de um Brasil moderno e voltado para o futuro, distante das tradições europeias, espirituais ou não; um país que abraçasse a cultura negra e indígena tanto quanto sua herança colonial. "Ele foi a ponte entre o modernismo inicial e o período posterior das décadas de 1950 e 1960, a contracultura da ditadura", explica Mazzucchelli.

Em 1956, prenunciando "esculturas vestíveis" de artistas como Hélio Oiticica e Lygia Clark , quando o artista desfilou novamente pelo centro de São Paulo, desta vez usando um conjunto neutro em termos de gênero, ele se sentiu mais adequado ao clima tropical: uma saia curta de tecido leve, blusa e sandálias - meias arrastão opcionais. Em vez disso, De Carvalho disse a uma equipe de TV que o acompanhava que esta era a roupa ideal para o "homem tropical". "É um país quente, por que você iria querer usar uma camisa e gravata?", diz Mazzucchelli. Foi além, De Carvalho explicando que sua missão era uma "visão mais profunda do passado e do meio ambiente", uma busca intelectual, por todo o seu valor de choque, que poderia "contribuir para aumentar a sensibilidade e diminuir o número de superstições".

Fonte: The Guardian, “A arte anormal é a única arte boa': como Flávio de Carvalho desencadeou uma revolução brasileira”. Publicado por Oliver Basciano, em 28 de janeiro de 2025. Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.


Flávio de Carvalho | LAART

Flávio Resende de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, 1899 – Valinhos, São Paulo, 1973). Pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo, engenheiro. Muda-se com a família para São Paulo em 1900. Em 1911, passa a estudar em Paris e, três anos depois, na Inglaterra, onde, em Newcastle, em 1918, inicia o curso de engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham e ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Conclui o curso de engenharia em 1922 e nesse ano volta a residir em São Paulo, onde chega logo após a realização da Semana de Arte Moderna. Desenvolve atividades em várias áreas artísticas e intelectuais, freqüentemente de forma inovadora e provocativa. Participa de concursos públicos de arquitetura, como para o Palácio do Governo do Estado de São Paulo, em 1927, e, embora não tenha sido vencedor em nenhum deles, seus projetos são considerados pioneiros da arquitetura moderna no país. Em 1931, realiza o polêmico evento Experiência nº 2, em que caminha com boné na cabeça, de forma desafiadora, em sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi e é bastante hostilizado. Em 1932, abre um ateliê, onde funda o Clube dos Artistas Modernos – CAM, com Antonio Gomide (1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1992). No ano seguinte, cria o Teatro da Experiência e encena o Bailado do Deus Morto – espetáculo de teatro-dança de sua autoria com estética inovadora, para o qual cria cenografia e figurino e que tem, em sua maioria, atores negros. Realiza, em 1934, a sua primeira exposição individual. A mostra é fechada pela polícia sob alegação de atentado ao pudor, e reaberta alguns dias depois, por ordem judicial. Em 1947, realiza os desenhos da Série Trágica, em que registra a morte da própria mãe. Após publicar, em 1956, uma série de artigos sobre moda na coluna Casa, Homem, Paisagem – em que escreve sobretudo a respeito de arquitetura e urbanismo -, que mantém no Diário de São Paulo, apresenta-se – e causa escândalo – em passeata pelo centro da cidade de São Paulo com o New Look, um traje tropical masculino por ele desenvolvido e que consiste de saia e blusa de mangas curtas e folgadas.

Fonte: LAART, "Flávio de Carvalho". Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.

Crédito fotográfico: LAART, "Flávio de Carvalho: vida e obras do 1º performer brasileiro". Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.

Flávio de Rezende Carvalho (10 de agosto de 1899, Amparo da Barra Mansa, RJ — 4 de junho de 1973, Valinhos, SP), mais conhecido como Flávio de Carvalho, foi um pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo e engenheiro brasileiro. Formou-se em engenharia civil e arquitetura na University of Leeds, na Inglaterra, e também frequentou a King Edward VII School of Fine Arts, desenvolvendo uma formação plural marcada por influências do modernismo europeu, do expressionismo e da psicanálise. Tornou-se uma figura central do modernismo, atuando como arquiteto e artista experimental. Propôs, em 1928, um projeto visionário para o Palácio do Governo de São Paulo, que causou grande repercussão. Suas performances radicais desafiaram os padrões sociais e artísticos da época. Sua obra artística inclui pinturas, desenhos e cenografias com traços expressionistas e conteúdo transgressor, além de textos ensaísticos sobre arte, sociedade e sexualidade. Manteve contato com intelectuais como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, fundando espaços vanguardistas como o Clube dos Artistas Modernos e o Teatro da Experiência. Recebeu reconhecimento póstumo com exposições em instituições como o MAM-SP, o MAC USP, a 24ª Bienal de São Paulo (1998), a 30ª Bienal (2012) e o Centre Pompidou (2015). Suas obras integram coleções públicas importantes e continuam sendo objeto de estudo e revisitação crítica na arte contemporânea brasileira.

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Flávio de Carvalho

Flávio de Rezende Carvalho (10 de agosto de 1899, Amparo da Barra Mansa, RJ — 4 de junho de 1973, Valinhos, SP), mais conhecido como Flávio de Carvalho, foi um pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo e engenheiro brasileiro. Formou-se em engenharia civil e arquitetura na University of Leeds, na Inglaterra, e também frequentou a King Edward VII School of Fine Arts, desenvolvendo uma formação plural marcada por influências do modernismo europeu, do expressionismo e da psicanálise. Tornou-se uma figura central do modernismo, atuando como arquiteto e artista experimental. Propôs, em 1928, um projeto visionário para o Palácio do Governo de São Paulo, que causou grande repercussão. Suas performances radicais desafiaram os padrões sociais e artísticos da época. Sua obra artística inclui pinturas, desenhos e cenografias com traços expressionistas e conteúdo transgressor, além de textos ensaísticos sobre arte, sociedade e sexualidade. Manteve contato com intelectuais como Oswald de Andrade e Mário de Andrade, fundando espaços vanguardistas como o Clube dos Artistas Modernos e o Teatro da Experiência. Recebeu reconhecimento póstumo com exposições em instituições como o MAM-SP, o MAC USP, a 24ª Bienal de São Paulo (1998), a 30ª Bienal (2012) e o Centre Pompidou (2015). Suas obras integram coleções públicas importantes e continuam sendo objeto de estudo e revisitação crítica na arte contemporânea brasileira.

Videos

Flávio Resende de Carvalho | 2018

Flávio de Carvalho, o revolucionário romântico | 2018

Exposições Flávio de Carvalho: A experiência como obra | 2014

Antiga residência de Flávio de Carvalho | 20

Documentário: "Flávio de Carvalho: O Antropófago Ideal" | 2020

Abertura da Expo "O Antropófago Ideal" | 2020

A experiência nº2 de Flávio de Carvalho | 2016

Pollyana Quintella sobre Flávio de Carvalho | 2023

Kiki Mazzucchelli sobre Flávio de Carvalho | 2023

Minidocumentário: Flávio de Carvalho | 2020

Um olhar para a arte: Flávio de Carvalho | 2022

Engel Leonardo sobre Flávio de Carvalho | 2023

O Antropófago Ideal por Breno Krasilchik | 2020

Flávio de Carvalho | Arremate Arte

Flávio de Rezende Carvalho nasceu em 10 de agosto de 1899, em Amparo, São Paulo, e tornou-se uma das figuras mais provocativas e multifacetadas da história da arte brasileira. Arquiteto, engenheiro civil, artista plástico, escritor, teatrólogo e performático, ele rompeu com padrões artísticos e sociais desde cedo. Após estudar engenharia e belas-artes na Inglaterra e na França, Flávio retornou ao Brasil em 1922, imerso no pensamento moderno europeu e decidido a implementar novas ideias estéticas e comportamentais no ambiente conservador brasileiro.

Na arquitetura, destacou-se com projetos arrojados, como a proposta para o Palácio do Governo de São Paulo (1928), que, embora não vencedora, causou impacto por sua ousadia formal e conceitual. Ao lado da arquitetura, Flávio mergulhou no universo das artes visuais, explorando pintura, cenografia e desenho com traços expressionistas e temas intensos, muitas vezes associados à sexualidade, psicanálise e crítica religiosa.

Mas foi na performance e na experimentação comportamental que ele cravou seu nome como um verdadeiro transgressor. Em 1931, protagonizou a “Experiência n.º 2”, quando caminhou deliberadamente contra uma procissão de Corpus Christi em São Paulo, com roupa considerada inadequada — um gesto que lhe rendeu quase uma prisão e que ele mais tarde transformaria em ensaio. Já em 1956, repetiu a ousadia ao desfilar pelo centro de São Paulo com sua “roupa de verão para os trópicos” — uma espécie de saia masculina, camisa leve e sandálias —, desafiando padrões de moda e gênero em pleno século XX, o que ficou conhecido como “Experiência n.º 3”.

A atuação de Flávio extrapolou as artes visuais. Foi também o idealizador do Teatro da Experiência e cofundador do Clube dos Artistas Modernos (CAM), ambos espaços destinados à experimentação radical e ao confronto com as normas estabelecidas. Em suas obras escritas, abordava temas como comportamento coletivo, psicanálise e política, sempre com um viés antropológico e crítico. Textos como O Homem e a Morte e A Cidade do Homem Nu refletem sua obsessão com os limites da racionalidade e os rituais da vida urbana.

Com exposições no Brasil e no exterior, incluindo participações em bienais e salões de arte, Flávio de Carvalho nunca foi apenas um artista visual, mas um pensador performativo da cultura brasileira. Morreu em 4 de junho de 1973, em Valinhos, São Paulo, deixando um legado que segue desafiando convenções e inspirando artistas contemporâneos.


Flávio de Carvalho | Itaú Cultural

Flávio Resende de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, 1899 – Valinhos, São Paulo, 1973). Pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo, engenheiro. Destaca-se pela atuação no teatro e pelas performances que abrem caminho para novos procedimentos artísticos desenvolvidos no Brasil a partir das décadas de 1960 e 1970.

Muda-se com a família para São Paulo em 1900. Em 1911, estuda em Paris e, três anos depois, em Newcastle (Inglaterra). Em 1918, inicia o curso de engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham e ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Conclui o curso de engenharia em 1922 e volta a residir em São Paulo, logo após a realização da Semana de Arte Moderna. 

Desenvolve atividades em várias áreas artísticas, frequentemente de forma inovadora e provocativa. Embora participe de diversos concursos públicos, como o de 1927, para construção do Palácio do Governo do Estado de São Paulo, não vence em nenhum deles. De qualquer modo, seus projetos são considerados pioneiros da arquitetura moderna no país. 

Apenas dois de seus projetos são realizados: o conjunto de casas da alameda Lorena (1936/1938) e a fazenda Capuava (1939), ambos precursores da arquitetura moderna no Brasil. A casa da fazenda é a que melhor sintetiza suas ideias. Nela, a decoração é tão importante quanto a arquitetura. Sua frente é um trapézio alto; o interior, um grande salão sem divisórias, com cortinas de panos coloridos que dançam com o vento. Os banheiros e a cozinha são revestidos com chapas de alumínio, material extremamente moderno. Há ainda uma lareira com cúpula de alumínio que solta fumaça colorida.

Em 1930, participa do Congresso Pan-Americano de Arquitetos com a conferência A cidade do homem nu, na qual ressalta a ideia do homem despido dos preconceitos da civilização burguesa. A tese tem ampla conexão com o movimento antropofágico. 

Em 1931, realiza o polêmico evento Experiência n. 2, em que caminha com boné na cabeça, de forma desafiadora, em sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi. O artista quase é linchado e tem que ser protegido por policiais. Sua intenção é testar os limites de tolerância e a agressividade de uma multidão religiosa. Escreve um ensaio sobre o assunto, publicado no livro Experiência n. 2: uma possível teoria e uma experiência.  

Em 1932, abre um ateliê, onde funda o Clube dos Artistas Modernos (CAM), com Antonio Gomide (1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1992). No espaço estimula a vida cultural da cidade de São Paulo e o debate entre representantes de diferentes áreas culturais, agregando artistas, compositores, escritores e psiquiatras.

Em 1933, funda o Teatro da Experiência, que encena O bailado do deus morto, espetáculo experimental de teatro e dança, para o qual cria texto, cenário, figurino e faz a iluminação. Os atores, em sua maioria negros, usam máscaras de alumínio e realizam movimentos dinâmicos e ritualistas. A performance inova a cena teatral brasileira e se filia às manifestações dadaístas e surrealistas. Depois de poucas apresentações, o teatro é fechado pela polícia, encerrando as atividades do CAM.

Em 1934, realiza a primeira exposição individual, também fechada pela polícia, com cinco obras apreendidas sob a alegação de atentado ao pudor e de imoralidade. O artista, entretanto, conquista na Justiça o direito de reabertura da mostra. 

Ainda na década de 1930, produz algumas de suas mais importantes telas, como Retrato de Oswald de Andrade e Julieta Bárbara (1939) e Retrato de Mário de Andrade (1939). Essas obras trazem um gestualismo que se intensifica nas composições do artista nas décadas seguintes. O ritmo das pinturas é dado pelas pinceladas densas, exacerbadas, e pela utilização de forte cromatismo, com ênfase no rosto para valorizar a carga expressiva e explorar a personalidade do retratado. O artista afirma que "no retrato há um mundo a se descobrir e a se aperfeiçoar; não só no que se refere à dialética pura da pintura como [também] no que toca à importância humana do personagem".

Em 1947, realiza a Série Trágica, desenhos em que retrata, com traços rápidos, a morte de sua mãe. De forma geral, os traços são agressivos em seus desenhos, criando uma pulsação gráfica.  

Após publicar, em 1956, uma série de artigos sobre moda na coluna "Casa, Homem, Paisagem" – que mantém no Diário de São Paulo e onde escreve sobretudo a respeito de arquitetura e urbanismo –, apresenta-se, e causa escândalo, em passeata pelo centro da cidade de São Paulo com o New Look. Trata-se de um traje tropical masculino desenvolvido por ele, composto de chapéu de abas largas, blusa de mangas curtas e folgadas e saia, todas peças confeccionadas com tecidos leves, acompanhado de meia arrastão e sandálias. Para o artista, o desfile com o traje é mais uma experiência com a finalidade de questionar as convenções sociais.

Nas décadas de 1950 e 1960, pinta nus femininos, dedica-se ao desenho, à aquarela e à gravura. Sua pintura é classificada geralmente como expressionista, embora com aspectos surrealistas. O artista utiliza ainda materiais novos em seus últimos trabalhos, como tinta fosforescente para luz negra. 

Flávio de Carvalho é um animador cultural, irreverente e provocador, considerado precursor do artista multimídia.

Críticas

"Flávio de Carvalho não foi um dos participantes da Semana. Apareceu no cenário modernista como enfant terrible, à semelhança do irônico Oswald de Andrade. Destacou-se mais pela vida extravagante que levava e pelas iniciativas consideradas provocatórias e escandalísticas. A ele são creditadas ações importantes para a renovação das artes. Engenheiro, arquiteto, pintor, desenhista de extraordinária inventiva, que o consagra como o número 1 do seu tempo, sociólogo e escritor. Flávio é lembrado como ativista atuante dos anos 30. Tentou, fundando o Salão de Maio, desprovincializar o meio dos 'amadores da arte' presos aos preguiçosos esquemas acadêmicos, porém sem nada obter de válido." — Pietro Maria Bardi (BARDI, Pietro Maria. O modernismo no Brasil. Prefácio Giovanni Lenti. São Paulo: Banco Sudameris, 1978. p. 95. (Arte e Cultura, 1)).

"Toda vez que isso lhe foi possível, tratou de criar condições para que a arte produzida no Brasil conhecesse também, e nela se fertilizasse, a ambiência do resto do mundo. Foi dos primeiros a trazer conseqüentemente, para a nossa terra, a obra de artistas europeus, norte-americanos e latino-americanos atualizados. Tal sincronia com a criatividade em âmbito internacional processou-se no caso de Flávio de Carvalho essencialmente através da absorção do expressionismo. (...) A esse expressionismo de base, que lhe convocava as forças de uma selvageria rara na arte brasileira, ele soube incorporar igualmente a dimensão mais sinuosa e sutil do surrealismo, que lhe fornecia o veículo para os vôos vastos de uma imaginação a todo o vapor." — Roberto Pontual (PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Prefácio Gilberto Chateaubriand; apresentação M. F. do Nascimento Brito. Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, 1987).

"Flávio de Carvalho é um expressionista, isto é, alguém que procura externar uma visão do mundo observado de dentro, e para tanto capaz de deformar ou reformar a realidade, reinventar cores e desmontar esquemas tradicionais, levado antes pela emoção do que pelo raciocínio. Como pintor - basicamente de figuras, com especial predileção pelo retrato -, usou de absoluta liberdade formal e cromática, indiferente à fidelidade anatômica, à textura das carnes, ao colorido atmosférico: na busca da expressão, fragmentou freqüentemente o corpo humano em dezenas de segmentos cromáticos, que se confundem aos segundos planos de suas pinturas numa ambigüidade deliberada que possui, mais que função decorativa, papel eminentemente expressivo. A cor torna-se livre - cor pictórica, para além da mera referência às cores naturais; e toda a superfície de seus quadros vibra de um ritmo diferente, tornando-se a figura mero pretexto pictórico. (...) Flávio escreveu (...) dizendo de certa feita sobre o problema da cor e do assunto: 'O problema do conjunto de cores nada tem a ver com o assunto em pintura. Um conjunto de cores sem assunto pode ser tão sugestivo, ou mesmo mais, que um conjunto de cores com assunto'." — José Roberto Teixeira Leite (LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988).

"Extremamente heterodoxa, a obra de Flávio de Carvalho não pode ser desvinculada de sua biografia. Ritualizando todos os aspectos de seu cotidiano, para o artista parece nunca terem existido diferenças de grau entre a ação de pintar uma amiga e fazer amor com ela, a ação de registrar graficamente a agonia da mãe e caminhar de chapéu na cabeça em sentido inverso a uma procissão católica. Todas as suas ações eram uma indagação pessoal sobre o eu e o mundo, não importando se essa indagação ficasse registrada ou não em técnicas tradicionalmente tidas como artísticas. Infelizmente, porém, as várias gerações da crítica modernista vêm valorizando apenas os registros materiais de sua passagem pelo circuito brasileiro - a pintura, o desenho, certos feitos arquitetônicos -, esquecendo ou procurando esquecer que muitas vezes o que mais interessa na produção de Carvalho não é o produto final de seu processo criativo (em alguns momentos magistral, como a série de desenhos Minha Mãe Morrendo), mas cada atitude tomada pelo artista para se relacionar com os mistérios do mundo." — Tadeu Chiarelli (CHIARELLI, Tadeu. Às margens do modernismo. In: ______. Arte internacional brasileira. São Paulo: Lemos, 1999. p. 47-59).

"A importância de Flávio de Carvalho para a história da arte brasileira, por mais pontual que seja, está relacionada à energia e inventividade que emanam de suas atitudes. Atitudes essas que não se esterilizam em um culto bizarro da personalidade, mas que abrem todo um universo novo de experimentação artística, à margem das instituições e das práticas tradicionais. Portanto, devemos dizer que a medida de sua exemplaridade não nos chega atrelada aos resultados concretos da obra - o que também é o caso -, mas muito mais de uma potência criativa que é liberada por uma atuação arriscadamente plural. Por mais caótica que tenha sido essa energia, ela não deve ser desprezada; afinal, seu poder de irradiação ainda não se esgotou. Essa possibilidade de pensar a atitude enquanto forma nos obriga a reavaliar, sem reducionismos, a própria noção de obra e de seus modelos de disseminação dentro de contextos culturais específicos.

Apesar do interesse contemporâneo pelo 'artista experimental' - é claro que as performances e a irreverência de Flávio de Carvalho dão-lhe um acento particular -, deve ser acrescentado que as pinturas e os desenhos que produziu têm uma intensidade ainda pouco notada por nossos críticos e historiadores. Especialmente os desenhos, os quais revelam uma ansiedade gráfica mais contundente e desenvolta. Observada em perspectiva histórica, sua pintura dos anos 30 e 40 é mais do que simplesmente peculiar, pois mostra uma vontade de expressão, por meio de uma materialidade que é distinta, mais vigorosa e original do que o acanhamento formal de seus pares". — Luiz Camillo Osorio (OSORIO, Luiz Camillo. Poética em trânsito: Flávio de Carvalho. In: ______. Flávio de Carvalho. São Paulo: Cosac & Naify, 2000. p. 10).

Acervos

Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. Palácio dos Bandeirantes - São Paulo SP

Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo/Brasil - São Paulo SP

Associação Paulista de Medicina - São Paulo SP

Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ - Rio de Janeiro RJ

Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - São Paulo SP

Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo - São Paulo SP

Galleria Nazionale d'Arte Moderna di Roma - Roma (Itália)

Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris - Paris (França)

Museu de Arte Brasileira - FAAP - São Paulo SP

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - São Paulo SP

Museum of Modern Art - MoMA - Nova York (Estados Unidos)

Pinacoteca da Universidade Federal de Viçosa - Viçosa MG

Pinacoteca Municipal/Centro Cultural São Paulo - São Paulo SP

Exposições Individuais

1934 - São Paulo SP - Primeira individual, no Prédio Alves de Lima, na Rua Barão de Itapetininga - fechada pela polícia, por atentado à moral, e reaberta por ordem judicial

1948 - Buenos Aires (Argentina) - Individual, na Galeria Viau

1948 - São Paulo SP - Individual, no Masp

1952 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: desenhos, no MAM/SP

1956 - Roma (Itália) - Individual, na Galleria L'Obelisco

1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Montmartre Jorge

1958 - Paris (França) - Individual, na Hélène Dale Galerie

1959 - São Paulo SP - Individual, na Galeria KLM

1960 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís

1966 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB

1966 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itália

1967 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: retrospectiva, no MAB/Faap

1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Azulão

1973 - São Paulo SP - Individual, no MAC/USP

1973 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: retrospectiva, no MAB/Faap

Exposições Coletivas

1931 - Rio de Janeiro RJ - Salão Revolucionário, na Enba

1934 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Belas Artes, na Rua 11 de Agosto

1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1939 - Porto Alegre RS - 2º Salão da Associação de Artes Plásticas Francisco Lisboa

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1941 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1945 - Baht (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1947 - São Paulo SP - 11º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1948 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Internacional de Arquitetura Contemporânea

1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista, no Ministério da Educação e Saúde

1950 - Roma (Itália) - Mostra d'Arte Brasiliana

1950 - Veneza (Itália) - 25ª Bienal de Veneza

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1951 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo, no MAM/SP

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1957 - São Paulo SP - 12 Artistas de São Paulo, na Galeria de Arte das Folhas

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, na Kunsthaus

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - São Paulo SP - Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - premiado

1964 - Rio de Janeiro RJ - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana

1965 - São Paulo SP - 14º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - medalha de ouro

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal - grande prêmio em desenho

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho - J. Toledo: retrospectiva, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Pinacoteca do Estado de São Paulo 1970

1971 - São Paulo SP - 11ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1972 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arquitetura Moderna, no MAM/RJ

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

Exposições Póstumas

1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1975 - São Paulo SP - SPAM e CAM, no Museu Lasar Segall

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1979 - São Paulo SP - 15ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Curitiba PR - 5ª Mostra Anual de Gravura Cidade de Curitiba, na Casa da Gravura Solar do Barão

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Rio de Janeiro RJ - Entre a Mancha e a Figura, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André

1983 - São Paulo SP - 17ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1984 - Fortaleza CE - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas

1984 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Artes Plásticas - Salão de 31, no MAM/RJ

1984 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet

1984 - Rio de Janeiro RJ - Intervenções no Espaço Urbano, na Funarte. Galeria Sérgio Milliet

1984 - Rio de Janeiro RJ - Salão de 31, na Funarte

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Belo Horizonte MG - Individual, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1985 - Campinas SP - Individual, na Galeria de Arte Unicamp

1985 - Salvador BA - Flávio de Carvalho: retrospectiva, no Núcleo de Artes do Desenbanco

1985 - São Paulo SP - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1985 - São Paulo SP - A Arte do Imaginário, na Galeria Encontro das Artes

1985 - Vitória ES - Individual, na Itaugaleria

1987 - Paris (França) - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris

1987 - Rio de Janeiro RJ - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

1987 - São Paulo SP - 19ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp

1987 - São Paulo SP - O Ofício da Arte: pintura, no Sesc

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

1988 - São Paulo SP - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP

1989 - Recife PE - Jogo de Memória

1989 - Rio de Janeiro RJ - Jogo de Memória, na Montesanti Galleria

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1989 - São Paulo SP - Jogo de Memória, na Galeria Montesanti Roesler

1990 - Chicago (Estados Unidos) - Brazil: crossroads of modern arts, no Randolph Gallery

1990 - Chicago (Estados Unidos) - Expressões Singulares da Arte Brasileira, no Chicago Cultural Center

1990 - São Paulo SP - A Coleção de Arte do Município de São Paulo, no Masp

1990 - São Paulo SP - Mobiliário Modernista 1º Tempo, na Associação Pró Parque Modernista

1991 - Belo Horizonte MG - Dois Retratos da Arte, no MAP

1991 - Brasília DF - Dois Retratos da Arte, no Museu Histórico e Diplomático. Palácio Itamaraty

1991 - Curitiba PR - Dois Retratos da Arte, na Fundação Cultural de Curitiba. Solar do Barão

1991 - Porto Alegre RS - Dois Retratos da Arte, no Margs

1991 - Recife PE - Dois Retratos da Arte, no Museu do Estado de Pernambuco

1991 - Rio de Janeiro RJ - Dois Retratos da Arte, no MAM/RJ

1991 - Salvador BA - Dois Retratos da Arte, no Museu de Arte da Bahia

1991 - São Paulo SP - Dois Retratos da Arte, no MAC/USP

1991 - São Paulo SP - Expressões Singulares da Arte Brasileira, no MAC/USP

1992 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: desenhos, na Paulo Figueiredo Galeria de Arte

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1992 - São Paulo SP - Primeiro Aniversário da Grifo Galeria de Arte, na Grifo Galeria de Arte

1993 - Poços de Caldas MG - Coleção Mário de Andrade: o modernismo em 50 obras sobre papel, na Casa de Cultura

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - Rio de Janeiro RJ - Emblemas do Corpo: o nu na arte moderna brasileira, no CCBB

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1993 - São Paulo SP - O Modernismo no Museu de Arte Brasileira: pintura, no MAB/Faap

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos do Unibanco, no MAM/RJ

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP

1996 - São Paulo SP - O Mundo de Mario Schenberg, na Casa das Rosas

1997 - São Paulo SP - Mestres do Expressionismo no Brasil, no Masp

1998 - Belo Horizonte MG - O Suporte da Palavra, no Itaú Cultural

1998 - São Paulo SP - 24ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1998 - São Paulo SP - A Arte de Expor Arte, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1998 - São Paulo SP - O Suporte da Palavra, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - Os Colecionadores - Guita e José Mindlin: matrizes e gravuras, na Galeria de Arte do Sesi

1999 - Rio de Janeiro RJ - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ

1999 - Rio de Janeiro RJ - Flávio de Carvalho: 100 anos de um revolucionário romântico, no CCBB

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Coleção Guita e José Mindlin, no Espaço Cultural dos Correios

1999 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

1999 - São Paulo SP - Cotidiano/Arte. O Consumo, no Itaú Cultural

1999 - São Paulo SP - Flávio de Carvalho: 100 anos de um revolucionário romântico, no MAB/Faap

1999 - São Paulo SP - O Bailado do Deus Morto

1999 - São Paulo SP - Obras sobre Papel: do modernismo à abstração, na Dan Galeria

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - Lisboa (Portugal) - Século 20: arte do Brasil, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

2000 - São Paulo SP - A Figura Feminina no Acervo do MAB, no MAB/Faap

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi

2000 - São Paulo SP - São Paulo: de vila a metrópole, na Galeria Masp Prestes Maia

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - Campinas SP - (quase) Efêmera Arte, no Itaú Cultural

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2001 - São Paulo SP - 30 Mestres da Pintura no Brasil, no Masp

2001 - São Paulo SP - A Permanência dos Gêneros Tradicionais da Arte: o retrato, a paisagem, a natureza-morta, no MAM/SP

2001 - São Paulo SP - Auto-Retrato o Espelho do Artista, na Galeria de Arte do Sesi

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arquipélagos: o universo plural do MAM, no MAM/RJ

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - Rio de Janeiro RJ - Identidades: o retrato brasileiro na Coleção Gilberto Chateaubriand, no MAM/RJ

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2002 - São Paulo SP - Ópera Aberta: celebração, na Casa das Rosas

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira: da Revolução de 30 ao pós-guerra, no MAM/RJ

2003 - Rio de Janeiro RJ - Autonomia do Desenho, no MAM/RJ

2003 - São Paulo SP - A Aventura Modernista de Berta Singerman: uma voz argentina no Brasil, no Museu Lasar Segall

2003 - São Paulo SP - Arteconhecimento: 70 anos USP, no MAC/USP

2003 - São Paulo SP - Compressores e Condensadores, no MAM/SP

2003 - São Paulo SP - Entre Aberto, na Gravura Brasileira

2003 - São Paulo SP - Retratos, no MAB/Faap

2003 - São Paulo SP - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no Instituto Tomie Ohtake

2004 - Rio de Janeiro RJ - 90 Anos de Tomie Ohtake, no MNBA

2004 - Rio de Janeiro RJ - Tomie Ohtake na Trama Espiritual da Arte Brasileira, no MNBA

2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

2004 - São Paulo SP - Plataforma São Paulo 450 Anos, no MAC/USP

2004 - São Paulo SP - Sala do Acervo, na Ricardo Camargo Galeria

2005 - São Paulo SP - O Corpo na Arte Contemporânea Brasileira, no Itaú Cultural

Fonte: FLÁVIO de Carvalho. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025. Acesso em: 22 de julho de 2025. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7


Flávio de Carvalho | Wikipédia

Flávio de Carvalho é o nome artístico de Flavio de Rezende Carvalho (Amparo, distrito de Barra Mansa 10 de agosto de 1899 — Valinhos, 4 de junho de 1973) foi um dos grandes nomes da geração modernista brasileira, atuando como arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor, filósofo, músico e outros rótulos.

Biografia

Filho de família de muitas posses, pôde receber uma educação privilegiada na França (de 1911 a 1914) e na Inglaterra, onde frequentou a Universidade de Durham. Em 1922, formou-se em engenharia civil. Ao mesmo tempo e na mesma escola, fez seus estudos de belas artes.

Retornando ao Brasil, empregou-se como calculista na famosa firma de construção civil de Ramos de Azevedo (1924).

Em 1939, Flávio de Carvalho recebeu uma indicação (feita pelo Prof. Paul V. Shaw) ao Prêmio Nobel de Literatura sem, contudo, ganhar - quem venceu foi o escritor finlandês Frans Eemil Sillanpää. O prêmio Nobel deste ano foi o último antes da Segunda Guerra Mundial e só voltaria a ser entregue novamente em 1944.

Flávio de Carvalho escrevia sobre arquitetura no extinto jornal "Diário de São Paulo", e em 1956, seu editor pediu que fizesse um modelo de roupa masculino. Flávio deu o nome de Experiência nº 3 ao seu projeto e criou uma saia de náilon, uma camisa bufante, um chapéu e uma meia de modelo arrastão com sandálias de couro como solução para o excessivo calor. Ele mesmo desfilou com seu protótipo em 18 de outubro daquele ano em São Paulo. Era, na realidade, a vestimenta de um modelo futurista de moradia, A Cidade do Homem Nu, sem Deus, propriedade privada ou casamento, um ser “selvagem com todos os seus desejos, toda a sua curiosidade intacta e não reprimida como era pela conquista colonial. Em busca de uma civilização nua!”, como ele próprio escrevera.

Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.


Flávio de Carvalho | USP

Arquiteto, engenheiro, pintor, escultor, dramaturgo, cenógrafo, escritor, decorador e performer (antes de ser cunhado esse conceito), Flávio Resende de Carvalho mudou-se com a família para São Paulo, em 1900. Em 1908, estudou na Escola Americana de São Paulo, depois em Paris (1911) e, em seguida, na Inglaterra (1914). Em Newcastle, 1918, iniciou o curso de engenharia civil na Universidade de Durham e, após sua formatura, em 1922, ingressou no curso noturno da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Nesse mesmo ano, retornou ao Brasil – pouco depois da Semana de Arte Moderna de São Paulo –, onde abriu seu escritório de arquitetura. Em 1927, apresentou um polêmico e inovador projeto para o Palácio do Governo de São Paulo, que não foi aprovado. Flávio de Carvalho nunca venceu concursos e apenas dois de seus projetos arquitetônicos foram levados a cabo.

Em 1929, estreitou relações com Le Corbusier e no ano seguinte participou do Congresso Pan-Americano de Arquitetos com a conferência “A cidade do homem nu”, na qual ressaltava a necessidade de um “novo homem”, despido dos preconceitos da cultura burguesa, reverberando teses que animaram o movimento antropofágico brasileiro. Em 1931, baseado em estudos sobre antropologia e psicanálise, realizou uma polêmica performance chamada Experiência N 2 , em São Paulo, em que caminhou, com boné na cabeça, em sentido contrário ao de uma procissão católica, a fim de estudar a reação popular. Posteriormente, publicou o livro homônimo. Participou do XXXVII Salão Nacional de Belas Artes, o chamado Salão Modernista.

Com Emiliano Di Cavalcanti e outros, Flávio de Carvalho fundou, em 1932, o Clube dos Artistas Modernos (CAM) – várias vezes fechado pela polícia. Ali se reuniam, para debates e atuações, artistas de vanguarda, pensadores marxistas e a população em geral. Em 1933, outro lançamento: o Teatro da Experiência, que encenou o seu O bailado do Deus morto, espetáculo experimental de teatro e dança, inspirado no Dadaísmo e no Surrealismo. Em 1934, sua primeira exposição individual foi invadida e fechada pela polícia (posteriormente reaberta por ordem judicial) por atentado ao pudor. Seus retratos de artistas (como Pablo Neruda e Mário de Andrade) e os autorretratos, dramáticos e expressionistas, repercutiram amplamente. Carvalho participou da Bienal de Veneza em 1938 e 1950 e do Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, em São Paulo, de 1939 a 1941.

Nos desenhos da Série Trágica (1947) registrou a agonia e morte da própria mãe. A partir de 1955, colaborou para o jornal Diário de São Paulo, escrevendo a coluna sobre moda e comportamento “Casa, homem e paisagem”. Em 1956, realizou em São Paulo o evento Experiência N° 3 , que consistia em uma caminhada do artista pelo centro da cidade trajando uma saia e uma blusa de mangas curtas e folgadas, chapéu transparente, meias arrastão e sandálias de couro, conjunto denominado Traje Tropical.

Em 1968, concluiu o Monumento a García Lorca, destruído por um grupo armado em 1969, em plena ditadura militar brasileira (posteriormente, o monumento foi reerguido). Apresentou-se em todas as Bienais de Arte de São Paulo dos anos 1950, depois em 1963, 1965 (quando foi premiado), 1967, 1971 (quando recebeu uma sala especial) e 1973. E, postumamente, em 1979, 1983 (ano em que foi apresentada uma retrospectiva de sua obra), 1985, 1987, 1989, 1994 e 1998. Em 1999, uma grande exposição intitulada “Flávio de Carvalho – Um revolucionário romântico” foi inaugurada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em comemoração ao seu centenário.

Fonte: USP, “Flávio de Carvalho”. Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.


A arte anormal é a única arte boa': como Flávio de Carvalho desencadeou uma revolução brasileira | The Guardian

Ele vestiu uma saia para chocar seus compatriotas conservadores – e foi levado a uma delegacia de polícia para sua própria proteção. Com sua obra exibida na mostra Brasil! Brasil! da Royal Academy, celebramos um luminar do modernismo.

Em 1931, enquanto o desfile de Corpus Christi percorria o centro de São Paulo, os fiéis católicos encontraram um homem alto caminhando na direção oposta. Enquanto caminhava, Flávio de Carvalho flertou com o homem e recusou todos os pedidos para que ele parasse de perturbar a ordem.

A Experiência N. 2, de inspiração dadaísta, que terminou com De Carvalho encurralado em uma delegacia de polícia para sua própria proteção, foi o primeiro exemplo de performance art no Brasil . No entanto, seu instigador nunca alcançou a fama internacional que seus colegas artistas alcançaram, talvez por sua recusa em fazer trabalhos que estivessem em sintonia com as tendências. "As performances eram muito provocativas e causavam muita desconfiança em um país católico muito conservador; ele também era muito inquieto, transitando da arte para a arquitetura e para o jornalismo. Era difícil identificá-lo", diz Adrian Locke, curador-chefe da Royal Academy. "Arte anormal é a única arte boa", rebateu o próprio De Carvalho.

Agora, o artista, que morreu em 1973, encontra-se com um papel de destaque em Brasil! Brasil! na Royal Academy , uma pesquisa sobre a arte modernista brasileira, ao lado de luminares mais conhecidos como Tarsila do Amaral e Lasar Segall . Enquanto a meia dúzia de pinturas de De Carvalho na exposição compartilham seu interesse no cubismo e no surrealismo, suas telas possuem uma sensibilidade erótica e profana em desacordo com o trabalho mais cerebral dos outros artistas em exposição: "É incrível como suas pinturas são diferentes do que está pendurado ao lado delas e foi feito na mesma época", diz Locke. "Será uma mudança radical para o espectador, do realismo que o precedeu para esses retratos bem distantes com seu uso radicalmente diferente de cores; a pincelada vigorosa e agressiva; seus títulos esotéricos."

A Inferioridade de Deus, pintada no ano do ato infame de Carvalho, mostra uma figura nua gigante atravessando uma cidade, com degraus descendentes sugerindo a direção da viagem para o inferno; a igualmente sacrílega Nossa Senhora do Desejo (1955) é um retrato feminino altamente abstrato em tons de rosa e roxo. O próprio Carvalho explicou: "Para mim, era perfeitamente natural encontrar a gênese das coisas no sexo. Afinal, não devemos nossa própria existência ao sexo?"

O artista nasceu em 1899 em uma família rica e, no início da adolescência, frequentou um internato na Inglaterra, onde se formou em engenharia pela Universidade de Durham. As aulas noturnas de pintura foram a única educação artística formal de De Carvalho, mas ele entrou em contato com algumas das figuras mais vanguardistas da Grã-Bretanha, incluindo Roland Penrose e Ben Nicholson. De volta ao Brasil em 1922, seu pai, um cafeicultor, o orientou para um emprego em tempo integral na construção civil, mas isso o entediava. "Ele tinha um espírito disruptivo; era onívoro em seus interesses", diz Kiki Mazzucchelli, que foi curadora de várias exposições dedicadas ao artista. "Quando estava na Grã-Bretanha, devorava livros de antropologia, de história, de Freud; era obcecado pela descoberta de Tutancâmon , o que o levou a um profundo interesse por civilizações antigas, por querer entender a humanidade."

Em 1927, De Carvalho apresentou, de forma independente, um plano grandioso para um edital aberto para o novo palácio do governador do estado, que ele acreditava ser "a primeira obra de arquitetura moderna no Brasil". Completo, com defesas antiaéreas e holofotes, serviu como um comentário irônico sobre o militarismo predominante no país. Nunca foi além de esboços, mas o colocou na órbita do mundo das artes. Ele abriu seu próprio espaço de artes em São Paulo, começando com "um mês de loucos e crianças", apresentando desenhos produzidos por crianças e pacientes de saúde mental; logo atraindo a multidão boêmia, ansiosa por seu subsequente programa de palestras sobre folclore brasileiro, balé russo e artes marciais japonesas. Quando De Carvalho encenou sua própria produção teatral, uma peça intitulada Dança do Deus Morto, ele colaborou com um elenco majoritariamente afro-brasileiro. Tal era seu conteúdo chocante, que o teatro foi invadido pela polícia e a produção foi encerrada.

Carvalho não era antirreligioso por si só, e seus protestos contra a doutrina católica estavam envoltos em um projeto muito maior que buscava a criação de um Brasil moderno e voltado para o futuro, distante das tradições europeias, espirituais ou não; um país que abraçasse a cultura negra e indígena tanto quanto sua herança colonial. "Ele foi a ponte entre o modernismo inicial e o período posterior das décadas de 1950 e 1960, a contracultura da ditadura", explica Mazzucchelli.

Em 1956, prenunciando "esculturas vestíveis" de artistas como Hélio Oiticica e Lygia Clark , quando o artista desfilou novamente pelo centro de São Paulo, desta vez usando um conjunto neutro em termos de gênero, ele se sentiu mais adequado ao clima tropical: uma saia curta de tecido leve, blusa e sandálias - meias arrastão opcionais. Em vez disso, De Carvalho disse a uma equipe de TV que o acompanhava que esta era a roupa ideal para o "homem tropical". "É um país quente, por que você iria querer usar uma camisa e gravata?", diz Mazzucchelli. Foi além, De Carvalho explicando que sua missão era uma "visão mais profunda do passado e do meio ambiente", uma busca intelectual, por todo o seu valor de choque, que poderia "contribuir para aumentar a sensibilidade e diminuir o número de superstições".

Fonte: The Guardian, “A arte anormal é a única arte boa': como Flávio de Carvalho desencadeou uma revolução brasileira”. Publicado por Oliver Basciano, em 28 de janeiro de 2025. Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.


Flávio de Carvalho | LAART

Flávio Resende de Carvalho (Amparo da Barra Mansa, Rio de Janeiro, 1899 – Valinhos, São Paulo, 1973). Pintor, desenhista, arquiteto, cenógrafo, decorador, escritor, teatrólogo, engenheiro. Muda-se com a família para São Paulo em 1900. Em 1911, passa a estudar em Paris e, três anos depois, na Inglaterra, onde, em Newcastle, em 1918, inicia o curso de engenharia civil no Armstrong College da Universidade de Durham e ingressa no curso noturno de artes da King Edward the Seventh School of Fine Arts. Conclui o curso de engenharia em 1922 e nesse ano volta a residir em São Paulo, onde chega logo após a realização da Semana de Arte Moderna. Desenvolve atividades em várias áreas artísticas e intelectuais, freqüentemente de forma inovadora e provocativa. Participa de concursos públicos de arquitetura, como para o Palácio do Governo do Estado de São Paulo, em 1927, e, embora não tenha sido vencedor em nenhum deles, seus projetos são considerados pioneiros da arquitetura moderna no país. Em 1931, realiza o polêmico evento Experiência nº 2, em que caminha com boné na cabeça, de forma desafiadora, em sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi e é bastante hostilizado. Em 1932, abre um ateliê, onde funda o Clube dos Artistas Modernos – CAM, com Antonio Gomide (1895-1967), Di Cavalcanti (1897-1976) e Carlos Prado (1908-1992). No ano seguinte, cria o Teatro da Experiência e encena o Bailado do Deus Morto – espetáculo de teatro-dança de sua autoria com estética inovadora, para o qual cria cenografia e figurino e que tem, em sua maioria, atores negros. Realiza, em 1934, a sua primeira exposição individual. A mostra é fechada pela polícia sob alegação de atentado ao pudor, e reaberta alguns dias depois, por ordem judicial. Em 1947, realiza os desenhos da Série Trágica, em que registra a morte da própria mãe. Após publicar, em 1956, uma série de artigos sobre moda na coluna Casa, Homem, Paisagem – em que escreve sobretudo a respeito de arquitetura e urbanismo -, que mantém no Diário de São Paulo, apresenta-se – e causa escândalo – em passeata pelo centro da cidade de São Paulo com o New Look, um traje tropical masculino por ele desenvolvido e que consiste de saia e blusa de mangas curtas e folgadas.

Fonte: LAART, "Flávio de Carvalho". Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.

Crédito fotográfico: LAART, "Flávio de Carvalho: vida e obras do 1º performer brasileiro". Consultado pela última vez em 22 de julho de 2025.

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