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Tomaz Santa Rosa

Tomás Santa Rosa (João Pessoa, PB, 20 de Setembro de 1909 — Nova Délhi, Índia, 29 de Novembro de 1956), também conhecido por Santa Rosa ou apenas Santa, foi um cenógrafo, artista gráfico, ilustrador, pintor, designer, gravador, professor, decorador, figurinista e crítico de arte. Integrante fundador das companhias Os Comediantes e Teatro Experimental do Negro (TEN), Tomás Santa Rosa é o primeiro cenógrafo moderno brasileiro. Um dos marcos de sua carreira artística foi a cenografia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, 1943, espetáculo que marca o surgimento do teatro brasileiro moderno na década de 1940.

Biografia - Itaú Cultural

Inicia-se no teatro cenografando Ásia, de Lenormand, pela Companhia de Álvaro Moreyra, em 1937. No mesmo ano, trabalha com o conjunto do ator Jaime Costa, em Uma Loura Oxigenada, de Henrique Pongetti, e Anna Christie, de Eugene O'Neill, ambas com o ensaiador Eduardo Vieira.

Constitui o primeiro núcleo de Os Comediantes, juntamente com a atriz Luiza Barreto Leite e o diretor Jorge de Castro, em 1938. Já realiza a cenografia para o primeiro trabalho do grupo, em 1940, em A Verdade de Cada Um, de Luigi Pirandello, com direção de Adacto Filho. Quando a companhia se organiza administrativamente, em 1941, Santa Rosa é o diretor artístico e lidera o pensamento em torno da criação de um estudo sistematizado paralelo ao trabalho de novas montagens.

Posteriormente, assumiu a vice-presidência da companhia. Em 1942, foi cenógrafa para Orfeu, de Jean Cocteau, e As Preciosas Ridículas, de Molière, primeira direção de Ziembinski para Os Comediantes, seguindo-se mais três trabalhos, até a consagração, em 1943. O cenário de Vestido de Noiva, sob a direção de Ziembinski, introduz a ideia da ambientação como parte da concepção, de maneira que a função do cenógrafo se insere na autoria do espetáculo.

O crítico literário Álvaro Lins escreve no Correio da Manhã: "Não teria obtido, por exemplo, um sucesso tão completo a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sem a colaboração de Santa Rosa e Ziembinski. [...] tiveram da peça aquela compreensão que serviu para identificá-los com o autor [...] Santa Rosa ficou sendo uma espécie de co-autor de Vestido de Noiva".

A partir daí, Ziembinski procura, sempre que possível, a parceria do cenógrafo. A crítica, mesmo quando não compreende o trabalho do diretor polonês, aplaude as inovações de Santa Rosa, como em Pelleas e Melisanda, de Maeterlink, 1944: "... o ambiente preparado por Santa Rosa espelhou com expressão, e até com poesia, o inconsciente e o subconsciente que palpita nas palavras, nos gestos, nos olhares das personagens [...]".

A atriz Luiza Barreto Leite recorda-se da relação entre o cenário e a montagem, destacando a importância de Santa Rosa para a cenografia brasileira: "... Santa Rosa era um cenógrafo prodigioso, era o mestre da cenografia no Brasil, pode-se dizer que a cenografia aqui se iniciou com Santa Rosa, porque antes não havia cenógrafo, havia cenotécnico. E o cenário era todo em carrinho, e Ziembinski jogou a luz em cima daqueles carrinhos, de maneira que os carrinhos andavam, e parecia até que Pelleas e Melisanda andavam sobre a água. E as cenas subiam e desciam com todo o delírio, e havia elevadores que iam para baixo e de repente se tinha a impressão de que a pessoa tinha desaparecido na gruta. [...] Era alguma coisa indescritível, eu mesma não sei dizer, até hoje me comove quando me lembro".

Os cenários de A Rainha Morta, de Henry de Montherlant, 1946, buscam a economia de meios. Paschoal Carlos Magno analisa o trabalho de Santa Rosa, que também assina os figurinos, definindo-o como tendo "uma beleza tranqüila": "Os cenários [...] sugerem ambientes, toda uma época de guerreiros e conquistas, de ereções de catedrais góticas e descoberta do mundo - com o mínimo de elementos decorativos, como uma coluna, um vitral, uma rosácea gigantesca".

Colabora em alguns trabalhos do TEN, de Abdias do Nascimento: Recital Castro Alves; Terras do Sem Fim - uma co-produção entre Os Comediantes e o TEN -, ambos de 1947; Aruanda, de Joaquim Ribeiro, 1948; e Filhos de Santo, de José de Morais Pinho, 1949.

Santa Rosa continua acompanhando Ziembinski e, em 1950, trabalha em Dorotéia, de Nelson Rodrigues, um fracasso de que o diretor polonês se orgulhava, entre outras coisas, pelo cenário. Segundo seu depoimento: "Tinha um cenário genial de Santa Rosa, que aliás não tinha praticamente nada. Era um enorme tablado, como se fosse um ringue, com um pequeno espaço na frente, e um brutal ciclorama iluminado de azul".

Faz a cenografia para Senhora dos Afogados, outro Nelson Rodrigues, dirigido por Bibi Ferreira, para a Companhia Dramática Nacional (CDN), 1954.

A partir de 1952, Santa Rosa fica responsável pela coordenação e orientação das montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sem chegar a adotar a licenciatura como um ramo profissional, dirige o Conservatório Nacional de Teatro e ministra um curso de cenografia no SNT. É um dos fundadores de Sua Revista, A Manhã (jornal) e Rio Magazine. Assina a coluna de crítica de arte do Diário de Notícias. Colabora para a Dom Casmurro - periódico especializado em teatro.

Celso Kelly aborda o autodidatismo do cenógrafo em depoimento: "Santa substituiu escolas e universidades pelo esforço impressionante de seu autodidatismo. Só as inteligências ordenadas e a apreciação aguda permitem um autodidatismo tão bem-sucedido. Não tendo mestres formais, veio a ser um dos mestres do seu tempo. Seu conselho desfrutava de grande prestígio. Influenciou muita gente. Mestre de seus alunos diretos, e mestre além de seus alunos, daqueles que se deixaram tocar por sua fina sensibilidade e por sua aguda capacidade de observação. O talento artístico nele foi plural: desde as artes plásticas até o teatro e a literatura. Teria sido um pintor? Um poeta sem versos? Um cenógrafo, um diretor? Ele fora em verdade um artista plural. Com todos os enriquecimentos que advêm dessa pluralidade de vocações".

Comentário crítico

Tomás Santa Rosa, nascido em João Pessoa, fixa-se no Rio de Janeiro em 1932, quando auxilia Candido Portinari (1903 - 1962) no acabamento de várias pinturas murais. Trabalha como ilustrador de livros, atividade à qual se dedica ao longo de sua vida. Em 1945, ajuda a fundar o jornal A Manhã, para o qual escreve artigos e cria ilustrações para o suplemento Letras e Artes. Nessa época, colabora no Diário de Notícias, como crítico de arte.

Santa Rosa torna-se conhecido principalmente por sua atividade de cenógrafo. Em 1938, funda o grupo teatral Os Comediantes, em que atua como diretor artístico. A partir de 1941, o grupo conta com o diretor teatral polonês Ziembinski, responsável por encenações que fazem parte da história da dramaturgia nacional. A cenografia até então é feita com telões pintados e mobiliário cedido pelo comércio local. Santa Rosa inova na concepção do espaço cênico em três dimensões na utilização da luz como complemento da ação teatral. Entre as peças do grupo, com cenários de Santa Rosa, destaca-se a montagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, em 1943. Para esse espetáculo, Santa Rosa cria um espaço cênico em dois níveis, de acordo com os planos de ação da peça: realidade e memória ou alucinação. Segundo o pesquisador Cássio Emmanuel Barsante, a fragmentação das cenas e a sequência não cronológica dos fatos são ligados por essa concepção, que ordena a ação interpretativa.

O cenógrafo colabora, em 1944, com o grupo Teatro Experimental do Negro, que apresenta uma atividade pioneira ao formar e lançar intérpretes negros, e, em 1952, com a Companhia Dramática Nacional - CDN, ligada ao Serviço Nacional do Teatro - SNT. Nos cenários da peça A Falecida, de Nelson Rodrigues, encenada em 1953, Santa Rosa emprega uma concepção cenográfica abstrata, apenas indicando os lugares da ação. Utiliza poucos elementos cênicos, o que facilita a mudança rápida de quadros, sem a quebra da continuidade narrativa, como exige o autor da peça.

Santa Rosa dedica-se à pintura de maneira esparsa, conciliando-a com as várias atividades que exerce. Em seus quadros, percebem-se referências à obra de Pablo Picasso e de Portinari, sendo a afinidade com o segundo expressa na preocupação social revelada nos temas tratados e na concepção formal de quadros como Baianas ou Pescadores, ambos de 1943 e As Três Meninas, s.d. Algumas telas revelam a admiração pela pintura metafísica, como em Paisagem Metafísica, 1937.

Como ilustrador, realiza trabalhos para mais de 200 publicações da editora José Olímpio, entre elas, a capa de Menino de Engenho, de José Lins do Rego. Santa Rosa revela interesse pela arte do livro em si, preocupando-se com seu acabamento formal e cuidando, assim, da paginação e diagramação de muitas publicações. Intelectual envolvido em múltiplas atividades culturais e artísticas, Santa Rosa tem papel importante no campo das artes gráficas, como precursor no ensino do layout no país. Sua atividade é considerada decisiva para a renovação gráfica dos jornais e revistas nacionais.

Críticas

"(...) Quanto ao estilo, Santa Rosa andou por vários caminhos. Admirador da pintura renascentista italiana, a sucessão de planos pode ser notada nas suas primeiras criações, o que de certa formatrai a sua aptidão para a cenografia. Em sua primeira fase, sofreu também grande influência de Beardsley, pelo seu gosto às linhas melodiosas.Em seguida entrou numa fase alegórica, com clima denso e tratamento em pinceladas lisas (aliás, o alegorismo quase nunca o abandonou). Mesmo quando atingiu a fase realista de evocações familiares da infância na Paraíba - pescadores, mulheres com cântaros na cabeça -a alegoria, os olhares ausentes (muitas vezes as fisionomias esfumaçadas) e a razão pura invadiram suas telas. Algumas são nitidamente metafísicas.Aos poucos , esses mesmos motivos foram sendo decompostos pela visão cubista e atingiram o abstracionismo.(Tanto o abstracionismo quanto o surrealismo nunca passaram do campo das pesquisas pictóricas de Santa Rosa - uma maneira dedominar os sentimentos pela técnica.) A rigor, como Portinari,o figurativismo sempre foi a sua maior preocupação e a própriarazão da sua existência como pintor. Ao morrer, Santa Rosa estava aparelhado como bem poucos pintores brasileiros para lançar-se numa síntese de todos estes estilos cuidadosamente trabalhados durante anos e anos. Talvez suastelas O PENSADOR e O CRUCIFICADO fossem o início dessa nova investida. A morte colheu-o em pleno vôo criativo" — Cássio Emmanuel Barsante (Santa Rosa em cena. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Artes Cênicas, 1982. (Memória, 2).

Acervos

  • Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo - IEB/USP

  • Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ

Exposições Individuais

1943 - Rio de Janeiro RJ - Individual

1955 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Dezon

Exposições Coletivas

1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte

1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte

1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna

1936 - São Paulo SP - Exposição de Pequenos Quadros, no Palácio das Arcadas

1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1941 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de prata

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, nas Salas Nacionales de Exposición

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - Montevidéo (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura

1945 - Rio de Janeiro RJ - Artistas Plásticos do Partido Comunista, na Casa do Estudante

1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba

1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco no 3º Salão Nacional de Arte Moderna

1955 - Lugano (Suíça) - Incisioni e Disegni Brasiliani, no Museu da Villa Cianni

1955 - Neuchâtel (Suíça) - Arts Primitifs et Modernes Brésiliennes,no Museu de Etnografia de Neuchâtel

1955 - Paris (França) - Mostra, na Galeria Mirador

1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna

Exposições Póstumas

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna em Brasil

1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna em Brasil

1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna em Brasil

1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna em Brasil

1958 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artes Gráficas de Tomás Santa Rosa, na Biblioteca Nacional

1958 - Rio de Janeiro RJ - O Trabalho na Arte, no MNBA

1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma

1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp

1975 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Teatro Municipal

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1981 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Teatro João Caetano

1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco. Administração Central

1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian

1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - Santa Rosa, Carnaval e Figurinos, na Funarte

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1996 - Barra Mansa RJ - 12 Nomes da Pintura Brasileira, no Centro Universitário de Barra Mansa

1997 - Barra Mansa RJ - O Museu Visita a Galeria, no Centro Universitário de Barra Mansa

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - São Paulo SP - Sobre Papel, Grafite e Nanquim, no Banco Cidade

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap

2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ

2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, no Museu Imperial

Fonte: SANTA Rosa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 19 de janeiro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Tornou-se famoso em meados do século XX, época em que assinava com as iniciais SR as ilustrações das capas de alguns dos escritores mais importantes daquela geração. Como designer gráfico, projetou e também ilustrou livros para a Livraria José Olympio Editora, Livraria Schmidt Editora e outras. Entre os autores dos livros estavam José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e outros.

É reconhecido principalmente como cenógrafo, ou melhor, o primeiro cenógrafo moderno brasileiro, porém a atividade a qual se dedicou ao longo de sua vida foi a de ilustrador de livros. Entretanto, o seu trabalho no ramo dos livros não era apenas ilustrá-los, era mais do que isso. Ele desenvolvia identidades visuais para os livros, ou seja, fazia um planejamento visual para estabelecer uma unicidade às publicações de determinada editora. Atualmente, o profissional que exerce esse tipo de atividade é o designer gráfico.

Foi o primeiro ilustrador do cronista Stanislaw Ponte Preta de Sérgio Porto.

Como cenógrafo, criou o espaço cênico para o espetáculo Vestido de Noiva (1943), de Nélson Rodrigues, trabalho que revolucionou a concepção cenográfica do Brasil. Como pintor, auxiliou Cândido Portinari na preparação de diversos murais.

Vida

Nasceu na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Quando criança estudou piano e fez parte de um coral. Quase na casa dos 20 anos já trabalhava como contabilista. Nessa época passou no concurso público para ocupar o cargo de mesma função no Banco do Brasil. Já contratado, é transferido para a cidade de Salvador/BA. De lá vai para a cidade de Maceió/AL, onde participa do movimento intelectual local. Não tinha formação acadêmica, era autodidata.

Em 1932, muda-se para o Rio de Janeiro, então a capital do Brasil e o local de concentração de artistas e intelectuais de todo país. Naquele período o país vivia um momento de explosão do mercado editoral e de valorização artística.

Morreu aos 47 anos durante uma viagem à Índia para participar, primeiro, como representante do Brasil na Conferência Internacional de Teatro, em Bombaim, depois, como observador da 9ª Conferência Geral da Unesco para a Educação, a Ciência e a Cultura, em Nova Délhi.

Alguns projetos gráficos de livros

Seu primeiro projeto gráfico foi para o livro Cahétes de Graciliano Ramos, 1933, Livraria Schmidt Editora.

Projetos para Ariel Editora

  • Cacau, de Jorge Amado, 1933;

  • Urugungo, de Raul Bopp, 1933;

  • Suor, de Jorge Amado, 1934;

  • Doidinho, de José Lins do Rego, 1934;

  • Curiango, de Afonso Schmidt, 1935;

Alguns projetos para Livraria José Olympio Editora

  • Moleque Ricardo, de José Lins do Rego, 1935;

  • Bangüê, da coleção Ciclo da Cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, década de 30;

  • Menino de Engenho, da coleção Ciclo da Cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, década de 30;

  • Usina, da coleção Ciclo da Cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, década de 30;

  • A Luz no Subsolo, da coleção A Luta Contra a Fome, de Lucio Cardoso, década de 30;

  • Macunaíma, de Mario de Andrade, 2ª edição, década de 30;

  • Jubiabá de Jorge Amado, 1935;

  • Histórias de velha Totônia, de José Lins do Rego, 1936;

  • São Bernardo, de Graciliano Ramos, 1938;

  • Vidas Secas, de Graciliano Ramos, 1938;

  • A Mulher Ausente, de Adalgisa Nery, 1940;

  • Estrela Solitára, de Augusto Frederico Schmidt, 1940;

  • Fogo Morto, de José Lins do Rego, década de 40;

  • Ar do Deserto, de Adalgisa Nery, década de 40;

  • Assunção de Salviano, de Antonio Callado, década de 40;

  • Poesias, de Carlos Drummond de Andrade, 1942;

  • O Visionário, de Murilo Mendes, 1942;

  • A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade, 1945;

  • Abdias, de Cyro dos Anjos, 1945;

  • Poesia até Agora, de Carlos Drummond de Andrade, 1948;

  • Sagarana, de João Guimarães Rosa, 1951;

  • Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, 1953;

  • Cangaceiros, de José Lins do Rego, 1953;

Alguns cenários

  • Ásia, de Henri-René Lenormand, Rio de Janeiro/RJ, 1937;

  • Orfeu, de Jean Cocteau, Rio de Janeiro/RJ, 1942;

  • Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro/RJ, 1943;

  • Pelleas e Melisanda, de Maurice Maeterlink, Rio de Janeiro/RJ, 1944;

  • Aruanda, de Joaquim Ribeiro, Rio de Janeiro/RJ, 1949;

  • A Falecida, de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro/RJ, 1953;

  • Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro/RJ, 1954;

Algumas pinturas

  • Pescadores, s.d.; óleo s/ tela, c.i.d.; 60 x 80 cm; Coleção Particular.

  • Meninas Lendo, 1940; óleo s/ tela, c.i.d.; 72 x 84 cm.

  • Pescadores, 1943; óleo s/ tela, c.i.d.; 54 x 64,9 cm; Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ).

  • Na Praia, 1945; óleo s/ tela, c.i.d.; 64,5 x 80 cm.

  • O Vento, 1948; óleo s/ madeira, c.i.d.; 46 x 55 cm.

  • Cabeça, 1950; óleo s/ tela, c.s.d.; 70 x 60 cm.

  • Duas Mulheres, 1950; óleo s/ tela, c.i.d.; 56 x 47 cm.

  • Mulheres na Praia, 1955; óleo s/ tela; 50 x 68 cm.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2022.

Crédito fotográfico: Itaú Cultural | Tomás Santa Rosa em seu ateliê, 1955. Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo.

Tomás Santa Rosa (João Pessoa, PB, 20 de Setembro de 1909 — Nova Délhi, Índia, 29 de Novembro de 1956), também conhecido por Santa Rosa ou apenas Santa, foi um cenógrafo, artista gráfico, ilustrador, pintor, designer, gravador, professor, decorador, figurinista e crítico de arte. Integrante fundador das companhias Os Comediantes e Teatro Experimental do Negro (TEN), Tomás Santa Rosa é o primeiro cenógrafo moderno brasileiro. Um dos marcos de sua carreira artística foi a cenografia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, 1943, espetáculo que marca o surgimento do teatro brasileiro moderno na década de 1940.

Tomaz Santa Rosa

Tomás Santa Rosa (João Pessoa, PB, 20 de Setembro de 1909 — Nova Délhi, Índia, 29 de Novembro de 1956), também conhecido por Santa Rosa ou apenas Santa, foi um cenógrafo, artista gráfico, ilustrador, pintor, designer, gravador, professor, decorador, figurinista e crítico de arte. Integrante fundador das companhias Os Comediantes e Teatro Experimental do Negro (TEN), Tomás Santa Rosa é o primeiro cenógrafo moderno brasileiro. Um dos marcos de sua carreira artística foi a cenografia de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, 1943, espetáculo que marca o surgimento do teatro brasileiro moderno na década de 1940.

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Santa Rosa em Capas | 2021

Homenagem | 2021

Biografia - Itaú Cultural

Inicia-se no teatro cenografando Ásia, de Lenormand, pela Companhia de Álvaro Moreyra, em 1937. No mesmo ano, trabalha com o conjunto do ator Jaime Costa, em Uma Loura Oxigenada, de Henrique Pongetti, e Anna Christie, de Eugene O'Neill, ambas com o ensaiador Eduardo Vieira.

Constitui o primeiro núcleo de Os Comediantes, juntamente com a atriz Luiza Barreto Leite e o diretor Jorge de Castro, em 1938. Já realiza a cenografia para o primeiro trabalho do grupo, em 1940, em A Verdade de Cada Um, de Luigi Pirandello, com direção de Adacto Filho. Quando a companhia se organiza administrativamente, em 1941, Santa Rosa é o diretor artístico e lidera o pensamento em torno da criação de um estudo sistematizado paralelo ao trabalho de novas montagens.

Posteriormente, assumiu a vice-presidência da companhia. Em 1942, foi cenógrafa para Orfeu, de Jean Cocteau, e As Preciosas Ridículas, de Molière, primeira direção de Ziembinski para Os Comediantes, seguindo-se mais três trabalhos, até a consagração, em 1943. O cenário de Vestido de Noiva, sob a direção de Ziembinski, introduz a ideia da ambientação como parte da concepção, de maneira que a função do cenógrafo se insere na autoria do espetáculo.

O crítico literário Álvaro Lins escreve no Correio da Manhã: "Não teria obtido, por exemplo, um sucesso tão completo a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, sem a colaboração de Santa Rosa e Ziembinski. [...] tiveram da peça aquela compreensão que serviu para identificá-los com o autor [...] Santa Rosa ficou sendo uma espécie de co-autor de Vestido de Noiva".

A partir daí, Ziembinski procura, sempre que possível, a parceria do cenógrafo. A crítica, mesmo quando não compreende o trabalho do diretor polonês, aplaude as inovações de Santa Rosa, como em Pelleas e Melisanda, de Maeterlink, 1944: "... o ambiente preparado por Santa Rosa espelhou com expressão, e até com poesia, o inconsciente e o subconsciente que palpita nas palavras, nos gestos, nos olhares das personagens [...]".

A atriz Luiza Barreto Leite recorda-se da relação entre o cenário e a montagem, destacando a importância de Santa Rosa para a cenografia brasileira: "... Santa Rosa era um cenógrafo prodigioso, era o mestre da cenografia no Brasil, pode-se dizer que a cenografia aqui se iniciou com Santa Rosa, porque antes não havia cenógrafo, havia cenotécnico. E o cenário era todo em carrinho, e Ziembinski jogou a luz em cima daqueles carrinhos, de maneira que os carrinhos andavam, e parecia até que Pelleas e Melisanda andavam sobre a água. E as cenas subiam e desciam com todo o delírio, e havia elevadores que iam para baixo e de repente se tinha a impressão de que a pessoa tinha desaparecido na gruta. [...] Era alguma coisa indescritível, eu mesma não sei dizer, até hoje me comove quando me lembro".

Os cenários de A Rainha Morta, de Henry de Montherlant, 1946, buscam a economia de meios. Paschoal Carlos Magno analisa o trabalho de Santa Rosa, que também assina os figurinos, definindo-o como tendo "uma beleza tranqüila": "Os cenários [...] sugerem ambientes, toda uma época de guerreiros e conquistas, de ereções de catedrais góticas e descoberta do mundo - com o mínimo de elementos decorativos, como uma coluna, um vitral, uma rosácea gigantesca".

Colabora em alguns trabalhos do TEN, de Abdias do Nascimento: Recital Castro Alves; Terras do Sem Fim - uma co-produção entre Os Comediantes e o TEN -, ambos de 1947; Aruanda, de Joaquim Ribeiro, 1948; e Filhos de Santo, de José de Morais Pinho, 1949.

Santa Rosa continua acompanhando Ziembinski e, em 1950, trabalha em Dorotéia, de Nelson Rodrigues, um fracasso de que o diretor polonês se orgulhava, entre outras coisas, pelo cenário. Segundo seu depoimento: "Tinha um cenário genial de Santa Rosa, que aliás não tinha praticamente nada. Era um enorme tablado, como se fosse um ringue, com um pequeno espaço na frente, e um brutal ciclorama iluminado de azul".

Faz a cenografia para Senhora dos Afogados, outro Nelson Rodrigues, dirigido por Bibi Ferreira, para a Companhia Dramática Nacional (CDN), 1954.

A partir de 1952, Santa Rosa fica responsável pela coordenação e orientação das montagens do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sem chegar a adotar a licenciatura como um ramo profissional, dirige o Conservatório Nacional de Teatro e ministra um curso de cenografia no SNT. É um dos fundadores de Sua Revista, A Manhã (jornal) e Rio Magazine. Assina a coluna de crítica de arte do Diário de Notícias. Colabora para a Dom Casmurro - periódico especializado em teatro.

Celso Kelly aborda o autodidatismo do cenógrafo em depoimento: "Santa substituiu escolas e universidades pelo esforço impressionante de seu autodidatismo. Só as inteligências ordenadas e a apreciação aguda permitem um autodidatismo tão bem-sucedido. Não tendo mestres formais, veio a ser um dos mestres do seu tempo. Seu conselho desfrutava de grande prestígio. Influenciou muita gente. Mestre de seus alunos diretos, e mestre além de seus alunos, daqueles que se deixaram tocar por sua fina sensibilidade e por sua aguda capacidade de observação. O talento artístico nele foi plural: desde as artes plásticas até o teatro e a literatura. Teria sido um pintor? Um poeta sem versos? Um cenógrafo, um diretor? Ele fora em verdade um artista plural. Com todos os enriquecimentos que advêm dessa pluralidade de vocações".

Comentário crítico

Tomás Santa Rosa, nascido em João Pessoa, fixa-se no Rio de Janeiro em 1932, quando auxilia Candido Portinari (1903 - 1962) no acabamento de várias pinturas murais. Trabalha como ilustrador de livros, atividade à qual se dedica ao longo de sua vida. Em 1945, ajuda a fundar o jornal A Manhã, para o qual escreve artigos e cria ilustrações para o suplemento Letras e Artes. Nessa época, colabora no Diário de Notícias, como crítico de arte.

Santa Rosa torna-se conhecido principalmente por sua atividade de cenógrafo. Em 1938, funda o grupo teatral Os Comediantes, em que atua como diretor artístico. A partir de 1941, o grupo conta com o diretor teatral polonês Ziembinski, responsável por encenações que fazem parte da história da dramaturgia nacional. A cenografia até então é feita com telões pintados e mobiliário cedido pelo comércio local. Santa Rosa inova na concepção do espaço cênico em três dimensões na utilização da luz como complemento da ação teatral. Entre as peças do grupo, com cenários de Santa Rosa, destaca-se a montagem de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, em 1943. Para esse espetáculo, Santa Rosa cria um espaço cênico em dois níveis, de acordo com os planos de ação da peça: realidade e memória ou alucinação. Segundo o pesquisador Cássio Emmanuel Barsante, a fragmentação das cenas e a sequência não cronológica dos fatos são ligados por essa concepção, que ordena a ação interpretativa.

O cenógrafo colabora, em 1944, com o grupo Teatro Experimental do Negro, que apresenta uma atividade pioneira ao formar e lançar intérpretes negros, e, em 1952, com a Companhia Dramática Nacional - CDN, ligada ao Serviço Nacional do Teatro - SNT. Nos cenários da peça A Falecida, de Nelson Rodrigues, encenada em 1953, Santa Rosa emprega uma concepção cenográfica abstrata, apenas indicando os lugares da ação. Utiliza poucos elementos cênicos, o que facilita a mudança rápida de quadros, sem a quebra da continuidade narrativa, como exige o autor da peça.

Santa Rosa dedica-se à pintura de maneira esparsa, conciliando-a com as várias atividades que exerce. Em seus quadros, percebem-se referências à obra de Pablo Picasso e de Portinari, sendo a afinidade com o segundo expressa na preocupação social revelada nos temas tratados e na concepção formal de quadros como Baianas ou Pescadores, ambos de 1943 e As Três Meninas, s.d. Algumas telas revelam a admiração pela pintura metafísica, como em Paisagem Metafísica, 1937.

Como ilustrador, realiza trabalhos para mais de 200 publicações da editora José Olímpio, entre elas, a capa de Menino de Engenho, de José Lins do Rego. Santa Rosa revela interesse pela arte do livro em si, preocupando-se com seu acabamento formal e cuidando, assim, da paginação e diagramação de muitas publicações. Intelectual envolvido em múltiplas atividades culturais e artísticas, Santa Rosa tem papel importante no campo das artes gráficas, como precursor no ensino do layout no país. Sua atividade é considerada decisiva para a renovação gráfica dos jornais e revistas nacionais.

Críticas

"(...) Quanto ao estilo, Santa Rosa andou por vários caminhos. Admirador da pintura renascentista italiana, a sucessão de planos pode ser notada nas suas primeiras criações, o que de certa formatrai a sua aptidão para a cenografia. Em sua primeira fase, sofreu também grande influência de Beardsley, pelo seu gosto às linhas melodiosas.Em seguida entrou numa fase alegórica, com clima denso e tratamento em pinceladas lisas (aliás, o alegorismo quase nunca o abandonou). Mesmo quando atingiu a fase realista de evocações familiares da infância na Paraíba - pescadores, mulheres com cântaros na cabeça -a alegoria, os olhares ausentes (muitas vezes as fisionomias esfumaçadas) e a razão pura invadiram suas telas. Algumas são nitidamente metafísicas.Aos poucos , esses mesmos motivos foram sendo decompostos pela visão cubista e atingiram o abstracionismo.(Tanto o abstracionismo quanto o surrealismo nunca passaram do campo das pesquisas pictóricas de Santa Rosa - uma maneira dedominar os sentimentos pela técnica.) A rigor, como Portinari,o figurativismo sempre foi a sua maior preocupação e a própriarazão da sua existência como pintor. Ao morrer, Santa Rosa estava aparelhado como bem poucos pintores brasileiros para lançar-se numa síntese de todos estes estilos cuidadosamente trabalhados durante anos e anos. Talvez suastelas O PENSADOR e O CRUCIFICADO fossem o início dessa nova investida. A morte colheu-o em pleno vôo criativo" — Cássio Emmanuel Barsante (Santa Rosa em cena. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Artes Cênicas, 1982. (Memória, 2).

Acervos

  • Coleção de Artes Visuais do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo - IEB/USP

  • Museu Nacional de Belas Artes - MNBA - Rio de Janeiro RJ

Exposições Individuais

1943 - Rio de Janeiro RJ - Individual

1955 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Dezon

Exposições Coletivas

1933 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Pró-Arte

1934 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão da Pró-Arte

1935 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Arte Social, no Clube de Cultura Moderna

1936 - São Paulo SP - Exposição de Pequenos Quadros, no Palácio das Arcadas

1937 - São Paulo SP - 1º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1941 - Rio de Janeiro RJ - Salão Nacional de Belas Artes - medalha de prata

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Buenos Aires (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, nas Salas Nacionales de Exposición

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - La Plata (Argentina) - 20 Artistas Brasileños, no Museo Provincial de Bellas Artes

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - Montevidéo (Uruguai) - 20 Artistas Brasileños, na Comisión Municipal de Cultura

1945 - Rio de Janeiro RJ - Artistas Plásticos do Partido Comunista, na Casa do Estudante

1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba

1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1953 - Petrópolis RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Hotel Quitandinha

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco no 3º Salão Nacional de Arte Moderna

1955 - Lugano (Suíça) - Incisioni e Disegni Brasiliani, no Museu da Villa Cianni

1955 - Neuchâtel (Suíça) - Arts Primitifs et Modernes Brésiliennes,no Museu de Etnografia de Neuchâtel

1955 - Paris (França) - Mostra, na Galeria Mirador

1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna

Exposições Póstumas

1957 - Buenos Aires (Argentina) - Arte Moderna em Brasil

1957 - Lima (Peru) - Arte Moderna em Brasil

1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1957 - Rosário (Argentina) - Arte Moderna em Brasil

1957 - Santiago (Chile) - Arte Moderna em Brasil

1958 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artes Gráficas de Tomás Santa Rosa, na Biblioteca Nacional

1958 - Rio de Janeiro RJ - O Trabalho na Arte, no MNBA

1959 - Rio de Janeiro RJ - 30 Anos de Arte Brasileira, na Galeria Macunaíma

1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Tanger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1967 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1974 - São Paulo SP - Tempo dos Modernistas, no Masp

1975 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Teatro Municipal

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1981 - Rio de Janeiro RJ - Retrospectiva, no Teatro João Caetano

1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1983 - Recife PE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, na Fundação Joaquim Nabuco. Administração Central

1984 - Aracaju SE - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1984 - Brasília DF - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1984 - Lisboa (Portugal) - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala, no Museu Gulbenkian da Fundação Calouste Gulbenkian

1984 - Salvador BA - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1984 - Vitória ES - 50 Anos de Casa-Grande & Senzala

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - Rio de Janeiro RJ - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial

1985 - São Paulo SP - Santa Rosa, Carnaval e Figurinos, na Funarte

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1989 - Lisboa (Portugal) - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1989 - São Paulo SP - 20ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1992 - Rio de Janeiro RJ - Natureza: quatro séculos de arte no Brasil, no CCBB

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1993 - São Paulo SP - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Galeria de Arte do Sesi

1994 - Rio de Janeiro RJ - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateubriand, no MAM/RJ

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1996 - Barra Mansa RJ - 12 Nomes da Pintura Brasileira, no Centro Universitário de Barra Mansa

1997 - Barra Mansa RJ - O Museu Visita a Galeria, no Centro Universitário de Barra Mansa

1998 - São Paulo SP - Fantasia Brasileira: o balé do IV Centenário, no Sesc Belenzinho

1999 - Rio de Janeiro RJ - Mostra Rio Gravura. Gravura Moderna Brasileira: acervo Museu Nacional de Belas Artes, no MNBA

1999 - São Paulo SP - Sobre Papel, Grafite e Nanquim, no Banco Cidade

2000 - Lisboa (Portugal) - Brasil-brasis: cousas notaveis e espantosas. Olhares Modernistas, no Museu do Chiado

2000 - Rio de Janeiro RJ - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2001 - Rio de Janeiro RJ - Aquarela Brasileira, no Centro Cultural Light

2002 - Niterói RJ - Arte Brasileira sobre Papel: séculos XIX e XX, no Solar do Jambeiro

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no MAB/Faap

2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no MAM/RJ

2005 - Petrópolis RJ - Expresso Abstrato, no Museu Imperial

Fonte: SANTA Rosa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2022. Acesso em: 19 de janeiro de 2022. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Tornou-se famoso em meados do século XX, época em que assinava com as iniciais SR as ilustrações das capas de alguns dos escritores mais importantes daquela geração. Como designer gráfico, projetou e também ilustrou livros para a Livraria José Olympio Editora, Livraria Schmidt Editora e outras. Entre os autores dos livros estavam José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e outros.

É reconhecido principalmente como cenógrafo, ou melhor, o primeiro cenógrafo moderno brasileiro, porém a atividade a qual se dedicou ao longo de sua vida foi a de ilustrador de livros. Entretanto, o seu trabalho no ramo dos livros não era apenas ilustrá-los, era mais do que isso. Ele desenvolvia identidades visuais para os livros, ou seja, fazia um planejamento visual para estabelecer uma unicidade às publicações de determinada editora. Atualmente, o profissional que exerce esse tipo de atividade é o designer gráfico.

Foi o primeiro ilustrador do cronista Stanislaw Ponte Preta de Sérgio Porto.

Como cenógrafo, criou o espaço cênico para o espetáculo Vestido de Noiva (1943), de Nélson Rodrigues, trabalho que revolucionou a concepção cenográfica do Brasil. Como pintor, auxiliou Cândido Portinari na preparação de diversos murais.

Vida

Nasceu na cidade de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. Quando criança estudou piano e fez parte de um coral. Quase na casa dos 20 anos já trabalhava como contabilista. Nessa época passou no concurso público para ocupar o cargo de mesma função no Banco do Brasil. Já contratado, é transferido para a cidade de Salvador/BA. De lá vai para a cidade de Maceió/AL, onde participa do movimento intelectual local. Não tinha formação acadêmica, era autodidata.

Em 1932, muda-se para o Rio de Janeiro, então a capital do Brasil e o local de concentração de artistas e intelectuais de todo país. Naquele período o país vivia um momento de explosão do mercado editoral e de valorização artística.

Morreu aos 47 anos durante uma viagem à Índia para participar, primeiro, como representante do Brasil na Conferência Internacional de Teatro, em Bombaim, depois, como observador da 9ª Conferência Geral da Unesco para a Educação, a Ciência e a Cultura, em Nova Délhi.

Alguns projetos gráficos de livros

Seu primeiro projeto gráfico foi para o livro Cahétes de Graciliano Ramos, 1933, Livraria Schmidt Editora.

Projetos para Ariel Editora

  • Cacau, de Jorge Amado, 1933;

  • Urugungo, de Raul Bopp, 1933;

  • Suor, de Jorge Amado, 1934;

  • Doidinho, de José Lins do Rego, 1934;

  • Curiango, de Afonso Schmidt, 1935;

Alguns projetos para Livraria José Olympio Editora

  • Moleque Ricardo, de José Lins do Rego, 1935;

  • Bangüê, da coleção Ciclo da Cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, década de 30;

  • Menino de Engenho, da coleção Ciclo da Cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, década de 30;

  • Usina, da coleção Ciclo da Cana-de-açúcar, de José Lins do Rego, década de 30;

  • A Luz no Subsolo, da coleção A Luta Contra a Fome, de Lucio Cardoso, década de 30;

  • Macunaíma, de Mario de Andrade, 2ª edição, década de 30;

  • Jubiabá de Jorge Amado, 1935;

  • Histórias de velha Totônia, de José Lins do Rego, 1936;

  • São Bernardo, de Graciliano Ramos, 1938;

  • Vidas Secas, de Graciliano Ramos, 1938;

  • A Mulher Ausente, de Adalgisa Nery, 1940;

  • Estrela Solitára, de Augusto Frederico Schmidt, 1940;

  • Fogo Morto, de José Lins do Rego, década de 40;

  • Ar do Deserto, de Adalgisa Nery, década de 40;

  • Assunção de Salviano, de Antonio Callado, década de 40;

  • Poesias, de Carlos Drummond de Andrade, 1942;

  • O Visionário, de Murilo Mendes, 1942;

  • A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade, 1945;

  • Abdias, de Cyro dos Anjos, 1945;

  • Poesia até Agora, de Carlos Drummond de Andrade, 1948;

  • Sagarana, de João Guimarães Rosa, 1951;

  • Memórias do Cárcere, de Graciliano Ramos, 1953;

  • Cangaceiros, de José Lins do Rego, 1953;

Alguns cenários

  • Ásia, de Henri-René Lenormand, Rio de Janeiro/RJ, 1937;

  • Orfeu, de Jean Cocteau, Rio de Janeiro/RJ, 1942;

  • Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro/RJ, 1943;

  • Pelleas e Melisanda, de Maurice Maeterlink, Rio de Janeiro/RJ, 1944;

  • Aruanda, de Joaquim Ribeiro, Rio de Janeiro/RJ, 1949;

  • A Falecida, de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro/RJ, 1953;

  • Senhora dos Afogados, de Nelson Rodrigues, Rio de Janeiro/RJ, 1954;

Algumas pinturas

  • Pescadores, s.d.; óleo s/ tela, c.i.d.; 60 x 80 cm; Coleção Particular.

  • Meninas Lendo, 1940; óleo s/ tela, c.i.d.; 72 x 84 cm.

  • Pescadores, 1943; óleo s/ tela, c.i.d.; 54 x 64,9 cm; Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, RJ).

  • Na Praia, 1945; óleo s/ tela, c.i.d.; 64,5 x 80 cm.

  • O Vento, 1948; óleo s/ madeira, c.i.d.; 46 x 55 cm.

  • Cabeça, 1950; óleo s/ tela, c.s.d.; 70 x 60 cm.

  • Duas Mulheres, 1950; óleo s/ tela, c.i.d.; 56 x 47 cm.

  • Mulheres na Praia, 1955; óleo s/ tela; 50 x 68 cm.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 19 de janeiro de 2022.

Crédito fotográfico: Itaú Cultural | Tomás Santa Rosa em seu ateliê, 1955. Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo.

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