Cadastre-se e tenha a melhor experiência em leilões 🎉🥳

Lothar Charoux

Lothar Charoux (Viena, Áustria, 5 de fevereiro de 1912 — São Paulo, SP, 23 de fevereiro de 1987), conhecido também apenas por Charoux, foi um pintor, desenhista e professor austro-brasileiro. Inicia pintando paisagens e retratos, a partir de 1948, se desloca para temas construtivos. O artista concretista foi um dos fundadores do Grupo Ruptura (1952), que pretendia discutir os novos rumos da arte, da arquitetura e do design e, em 1973, da fundação da Associação de Artes Visuais Novas tendências.

Biografia - Itaú Cultural

Inicia estudos artísticos com seu tio, o escultor austríaco Siegfried Charoux. Vem para o Brasil em 1928, e fixa-se em São Paulo. Na década de 1930, matricula-se no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde conhece Waldemar da Costa (1904 - 1982), com quem, a partir de 1940, estuda pintura. Pinta paisagens e retratos. Posteriormente passa a lecionar desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai. Em 1947, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Itapetininga. A partir de 1948, Charoux volta-se a questões construtivas. Em 1952, participa da fundação do Grupo Ruptura, ao lado de artistas como Waldemar Cordeiro (1925 - 1973) e Geraldo de Barros (1923 - 1998). Com Hermelindo Fiaminghi (1920 - 2004) e Luiz Sacilotto (1924 - 2003), cria a Associação de Artes Visuais NT - Novas Tendências, em 1963. É homenageado com retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) em 1974. Em 2005, é publicado o livro Lothar Charoux: A Poética da Linha, pela historiadora de arte Maria Alice Milliet.

Análise

A obra de Lothar Charoux, na década de 1940, é bastante diversificada. O artista realiza paisagens, em que apresenta proximidades formais com a pintura de Waldemar da Costa e do Grupo Santa Helena, e retratos de caráter expressionista.

A partir de 1948, Charoux volta-se às questões construtivas. Para a historiadora da arte Ana Maria Belluzzo, o artista trabalha frequentemente com uma trama prévia, que organiza o campo visual dos quadros. Na década de 1950, realiza a série dos desenhos negros, nos quais explora a oposição gráfica do traço branco com relação a uma superfície negra, promovendo seu valor luminoso. Em outras obras, busca propiciar uma tensão entre figura e fundo, por meio de formas geométricas vazadas, que cortam o plano em diferentes direções.

Para o historiador Walter Zanini, a participação de Charoux no Grupo Ruptura contribui para a maturidade atingida pelo movimento concretista naqueles anos. Em sua obra, o artista explora com criatividade e habilidade as questões da linha, do movimento e do equilíbrio, assim como as vibrações óticas e os mais variados jogos combinatórios.

Críticas

"Artista renitentemente concreto, na acepção mais atual do grupo 'Pesquisas visuais', não imita contudo as generalidades orgânicas e inorgânicas da natureza, não pretende sintetizar em suas linhas e texturas esquemas vegetais, animais ou minerais. Espécie de iluminurista clássico, também não se devota a uma temática religiosa de palimpsestos e de códices canônicos ou dinásticos. Não há episódios bíblicos nem históricos em seu acervo. Dir-se-ia mais um geômetra perdido na disponibilidade das proporções contínuas e harmônicas. Seus trabalhos, por mais atuais que sejam, não visam às soluções de desenho industrial de, por exemplo, Mavignier. Quedam-se nas metamorfoses inaplicáveis dum caleidoscópio cujas figuras eventuais e sempre mutáveis fascinam exatamente pela constante da verdade trigonométrica em tudo quanto é tendência desesperada de fuga ao preestabelecimento. Acha-se assim adstrito àquela arte de Luca Pacioli, Jacopo de Barbari e Vignola, arte que possuía algo da mágica e dos ritmos do número de ouro como antevisão de ritos e liturgias".

José Geraldo Vieira (CHAROUX, Lothar. Lothar Charoux: retrospectiva. São Paulo: MAM, 1974. p.20 - Texto originalmente publicado no jornal Folha de S. Paulo, 28 fev. 1965)

"Lothar Charoux mantém-se absolutamente fiel às questões formais lançadas em seu período concreto, nos anos 50. Desde aquela época vem criando espaços virtuais, em que a forma se completa, gestalticamente, no olho do espectador. Emprega linhas que se organizam simetricamente, e sobre suportes verticais organiza o ritmo visual criado pela relação entre as diferentes densidades lineares e a cor única que serve de fundo. Em seguida, o caráter puramente ótico e musical dá lugar a uma organização mais arquitetônica do espaço, a linha cede à cor".

Frederico Morais (DACOLEÇÃO: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986.)

"O desenho de Charoux é uma pesquisa ardente de precisão e objetividade. A sua geometria é quase escolástica, pouco se desviando dos problemas que se encontram nos manuais da disciplina. Não queremos dizer com isto que se trata de problemas elementares da geometria ginasial. Nenhuma ciência é mais moderna, mais necessária ao espírito do homem contemporâneo do que ela. Sem o seu estudo, o que é fundamental em nossa época no plano plástico, ou passar-nos-ia despercebido, ou incompreendido: como compreender o mecanismo e mais do que o mecanismo, o segredo interno desse vasto campo de formas novas que as ciências, a técnica moderna trouxeram e trazem todos os dias, ao uso cotidiano, isto é, ao conhecimento de nossos sentidos e de nossa imaginação? Charoux é um modesto e consciencioso intermediário entre esse vasto campo de formas novas, inéditas ou inusuais, como que explicado e codificado pela geometria, e nós, os leigos, os transeuntes descuidados, os seus consumidores distraídos ou inconsciente. Todas essas gestalts, ou idéias novas, ou pelo menos características do nosso tempo, são indispensáveis ao seu viver, portanto, à sua organização sensorial, e ao fim de contas à sua sensibilidade. O seu desenho em preto-e-branco, de delicada modulação, premiado em São Paulo, se funda numa figura nova em geometria, embora velha na engenharia, a turbina, ou conforme a definição dos livros, um número infinito de elementos incertos com continuidade. Os elementos estão associados no sentido de dar uma determinada direção. Na turbina, os pontos-elementos se distribuem num círculo perfeito, com a inclinação dos traços ou filetes variando ao longo da circunferência, mas de modo a guardar sempre o mesmo ângulo. A modulação alvinegra que nos encantou no desenho de Charoux era dada por essa inclinação sucessiva, dentro do mesmo ângulo e espaço".

Mário Pedrosa (Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. pp.257-259.)

Exposições Individuais

1947 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria Itapetininga

1950 - Salvador BA - Individual, na Galeria Anjo Azul

1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie

1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Ginásio Português

1962 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar

1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria NT Novas Tendências

1970 - Belo Horizonte MG - Individual, na Ami Galeria de Arte

1971 - Campinas SP - Individual, na Galeria Girassol

1971 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1971 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli

1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia

1973 - Assunção (Paraguai) - Individual, na Galeria da Missão Cultural Brasileira

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Grupo B

1974 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP

1976 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1976 - Goiânia (Goiás) - Individual, na Galeria P. D. Araújo

1976 - Milão (Itália) - Individual, no Centro Ítalo-Brasileiro

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Arte Global

1978 - São Paulo SP - Individual, no MAM

1979 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galería Karlen Gugelmeier

1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli

Exposições Coletivas

1942 - Rio de Janeiro RJ - 48º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - Rio de Janeiro RJ - 6 Novíssimos, no IAB/RJ

1946 - Santiago (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Santiago do Chile

1946 - Valparaíso (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña

1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia

1947 - São Paulo SP - Bonadei, Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Lothar Charoux, Oswald de Andrade Filho, Lúcia Suané, Cesar Lacanna, Mario Zanini e Raphael Galvez, na Galeria Itapetininga

1949 - Salvador BA - 1ª Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia - primeiro prêmio e medalha de ouro

1950 - Salvador BA - 2ª Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1951 - Salvador BA - 3ª Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1952 - São Paulo SP - Grupo Ruptura, no MAM/SP

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados

1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição

1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP

1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - pequena medalha de prata

1957 - Tóquio (Japão) - 4ª Bienal de Tóquio

1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1958 - São Paulo SP - Clark, Weissmann e Charoux, na Galeria de Arte da Folha

1958 - São Paulo SP - Exposição de Arte Contemporânea, no MAM/SP - 1º prêmio/desenho

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1963 - São Paulo SP - Galeria Novas Tendências: coletiva inaugural, na Associação de Artes Visuais Novas Tendências

1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna - medalha de ouro

1965 - Campinas SP - 1º Salão de Arte Contemporânea - 1º prêmio/desenho

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1966 - Campinas SP - Seis Pesquisadores da Arte Visual, no MACC

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1966 - São Paulo SP - Seis Pesquisadores da Arte Visual, no MAC/USP

1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB/Faap

1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1968 - Assunção (Paraguai) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporáneo Brasileño

1968 - Buenos Aires (Argentina) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporáneo Brasileño

1968 - La Paz (Bolívia) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporâneo Brasileño

1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - isenção de júri

1968 - Santiago (Chile) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporáneo Brasileño

1968 - Santos SP - 1º Salão de Arte Moderna de Santos - prêmio aquisição de melhor conjunto de obra

1968 - São José dos Campos SP - Cinco Pesquisadores de Arte Visual

1968 - São José dos Campos SP - Seis Pesquisadores da Arte Visual

1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna - prêmio aquisição

1968 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Tema Galeria de Arte

1969 - Belo Horizonte MG - 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no Museu da Pampulha - prêmio aquisição

1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Paraná - primeiro prêmio/desenho

1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ

1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - prêmio aquisição

1969 - São José dos Campos SP - 1º Salão de Arte Contemporânea - primeiro prêmio

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp

1970 - Campinas SP - 6º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1970 - Mogi das Cruzes SP - Mogi-Arte - 1º prêmio

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal

1970 - São Bernardo do Campo SP - 13º Salão de Arte de São Bernardo do Campo

1970 - São Caetano do Sul SP - Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul

1970 - São José dos Campos SP - 2ª Mostra de Artes Plásticas Contemporâneas

1970 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte Contemporânea

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Feira da Arte 70

1971 - Piracicaba SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba

1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM/RJ - prêmio aquisição

1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna

1971 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Moderna Brasileira, no MAM/RJ

1971 - Santos SP - 1ª Bienal de Artes Plásticas - 1ª prêmio

1971 - São Paulo SP - 2º Salão de Arte Contemporânea

1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio/desenho

1971 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Contemporânea, na Galeria Prestes Maia

1972 - Florianópolis SC - 1º Salão de Artes Plásticas da Ilha de Santa Catarina

1972 - Jundiaí SP - 3º Encontro Jundiaiense de Arte, no Museu Histórico e Cultural - medalha de ouro

1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - Múltiplos Brasileiros, na Galeria Múltipla de Arte

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAM/SP

1973 - Porto Alegre RS - 2º Salão de Artes Visuais, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Artes - prêmio aquisição

1973 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Nacional de Arte Moderna

1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1974 - Campinas SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1974 - Santo André SP - 7º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Centro Cívico, no Paço Imperial - prêmio aquisição

1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1975 - Penápolis SP - 1º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1976 - São Paulo SP - O Desenho Jovem dos Anos 40, na Pinacoteca do Estado

1977 - Maldonado (Uruguai) - 2ª Bienal Internacional de Desenho

1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1977 - São Paulo SP - Os Grupos: a década de 40, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado, no MAM/RJ

1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1978 - São Paulo SP - 19 Pintores, no MAM/SP

1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall

1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - A Cor e o Desenho do Brasil, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Coletiva, no Movimento das Artes

1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação das Artes de Penápolis

1987 - Rio de Janeiro RJ - 1º Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes

1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal

Exposições Póstumas

1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte

1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap

1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada

1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro de Cultura Patrícia Galvão

1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Mário de Andrade

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, na Casa das Rosas

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - Rio de Janeiro RJ - A Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ

1999 - São Paulo SP - Década de 50 e Seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no Museu de Arte Contemporânea - MAC/Niterói

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no Museu de Arte Brasileira - MAB/Faap

2002 - São Paulo SP - Grupo Ruptura: revisitando a exposição inaugural, no Centro Universitário Maria Antonia

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo

2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no Museu de Arte Moderna - MAM/RJ

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2004 - Rio de Janeiro RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/Niterói

2004 - São Paulo SP - Construtivos e Cinéticos, na Galeria Berenice Arvani

Fonte: LOTHAR Charoux. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

---

Lothar Charoux - IAC

Lothar Charoux (Viena, 1912 – São Paulo, 1987) pertenceu ao grupo de pioneiros que em 1952 lançou em São Paulo o manifesto Ruptura, cujo verso vinha escrito em vermelho: A obra de arte não contém uma idéia, é ela mesma uma idéia. Ao negar a arte cópia da realidade em favor da arte concreta, esse postulado produziu um corte radical em relação à tradição figurativa. Na prática, a introdução dos princípios construtivos na arte brasileira constituiu uma revolução estética cujos efeitos chegam até nossos dias. Do campo restrito da arte, a estética construtivista se estendeu a produtos gráficos como jornais, revistas, cartazes, livros e etc. e ao design de móveis, luminárias e objetos utilitários em geral.

Para Charoux, mais que um ato de rebeldia, a adesão aos elementos fundantes do discurso prático – linha, forma, cor – veio a ser realização de uma vocação. Em sua obra, inicialmente expressionista, tudo se reduziu na arte puramente geométrica.

Trabalhando na horizontal – com o papel sobre a prancheta, à maneira dos arquitetos – ele privilegiou o desenho feito à tinta nanquim ou guache sobre papel, traçado com tira-linhas. Com notável economia de meios, ele se exercitou na prospecção do espaço bidimensional, optando muito frequentemente pelo fundo negro e pela posição vertical do suporte. A exploração das possibilidades da linha sobre o plano resultou num repertório gráfico que se distingue pela elegância e pela leveza das soluções.

Inicialmente de base cartesiana, seu desenho evoluiu para a representação de figuras geométricas construídas por feixes de linhas de alto potencial dinâmico e luminescente. Sem temer a ambigüidade das articulações gráficas, Charoux se dedicou à exploração de fenômenos óticos como a ilusão de profundidade e de volume, a simulação da refração luminosa, a vibração cromática, os efeitos cinéticos, as cintilações...todos construídos a partir de um grafismo preciso e sensível, em que predomina o contraste entre o branco e o preto, ainda que em outros trabalhos demonstre o domínio da cor, como pintor experiente que era.

A exploração do cinetismo virtual foi comum a uma geração de artistas da América Latina que aderiu aos princípios construtivos. Com a intenção de superar o geometrismo quase acadêmico praticado na década de 1950, muitos deles buscaram os efeitos óticos e o cinetismo, tendência conhecida internacionalmente como op art. Nos anos 1970, a obra de Charoux se aproxima das transcromias de Cruz-Diez e dos relevos de Jesus Soto.

Enquanto os venezuelanos se encaminharam para soluções ambiciosas, cada vez mais técnicas, Charoux prosseguiu sua pesquisa, mantendo a irregularidade quase imperceptível do traço feito a mão e assim retendo a qualidade vibrátil e o calor humano de sua geometria.

Seu trabalho nunca se apresenta como jogo mecânico ou frio, nem se torna repetitivo por mera conveniência. Ao insistir nas múltiplas variações a partir de uma mesa estrutura compositiva, ele comprova a existência de um sem-número de combinações possíveis. A ideia da combinatória está presente em seus painéis multicombináveis. Cabe mencionar que a participação do observador sempre esteve no horizonte do artista. Daí ele permitir que os módulos sejam ordenados conforme o gosto de quem os manipula. Isso vale para os painéis de azulejos e outros. Infelizmente, a maioria de seus projetos para murais não foi realizada por falta de compreensão dos possíveis encomendantes, quando, no Brasil, a arte concreta ainda causava estranheza.

Os chamados tortinhos são a criação mais emblemática de Charoux.Nessas composições, o equilíbrio se dá quando a linha inscrita no quadro fica perpendicular ao piso, ainda que o próprio quadro fique torto na parede. Em exposições houve quem procurasse “endireitar” a obra, o que o artista interpretou como um modo de o público participar. Depois dessa ousadia e em plena maturidade artística, Charoux partiu para a reprodução máxima do desenho, tomando-o em sua essência: a linha. Surgiu então o quadro estruturado por uma única vertical, elemento que, para o artista, dá sentido à composição, nada mais sendo necessário. A beleza da redução ao essencial era para ele um acontecimento emocionante: “Dizem que geometria é um negócio frio. Pois eu fervo quando traço uma linha. Quando consegui fazer uma obra com um traço só, fiquei literalmente alucinado”.

Por fim, uma palavra sobre os múltiplos. Charoux de dedicou-se à serigrafia em séries que ilustram muito bem as questões que o preocupavam. Pelo baixo custo unitário, era uma forma de democratizar a arte. Com a mesma intenção, criou objetos experimentais, que podem ser vistos como protótipos de edições que não aconteceram. A ideia era desenhar peças que pudessem ser produzidas industrialmente. Então nesse caso os objetos móveis, os cubos decorados, os triângulos componíveis, o relógio, o prato de metal gravado etc., além dos azulejos.

Sua criação sofreu as contingências de seu tempo e lugar. Um mercado de arte incipiente e ainda muito apegado a valores tradicionais e uma indústria pouco interessada em por em produção o design brasileiro, limitaram a expansão de sua arte. Charoux, porém, resistiu. No dizer de Mário Pedrosa, “esse artista concreto guarda da escola o rigor e a invenção; do artista em geral, sem qualquer escola, a sensibilidade da pessoa humana e autêntica, a despretensão, o humor’.

Obras

Para Charoux, mais que um ato de rebeldia, a adesão aos elementos fundantes do discurso prático – linha, forma, cor – veio a ser realização de uma vocação. Em sua obra, inicialmente expressionista, tudo se reduziu na arte puramente geométrica. Trabalhando na horizontal – com o papel sobre a prancheta, à maneira dos arquitetos – ele privilegiou o desenho feito à tinta nanquim ou guache sobre papel, traçado com tira-linhas. Com notável economia de meios, ele se exercitou na prospecção do espaço bidimensional, optando muito frequentemente pelo fundo negro e pela posição vertical do suporte. A exploração das possibilidades da linha sobre o plano resultou num repertório gráfico que se distingue pela elegância e pela leveza das soluções.

Ateliê

O artista Lothar Charoux manteve seu ateliê em sua residência na cidade de São Paulo, Brasil e durante a década de 1940 frequentou o ateliê de Waldemar da Costa.

Cronologia: 1912 - 1942

Lothar Charoux nasceu na cidade de Viena, na Áustria em 5 de fevereiro de 1912 e lá viveu até os dezesseis anos na casa de sua avó, juntamente com um tio escultor e caricaturista. Foi por meio desse convívio que Charoux obteve seus primeiros contatos com a arte moderna, uma vez que os trabalhos produzidos por seu tio eram considerados, segundo o artista, “moderníssimos”. Em 1928 Charoux imigra para o Brasil ao encontro de sua mãe que havia chegado anteriormente com um grupo teatral europeu, cujo trabalho era realizar espetáculos no sul do país para as colônias alemãs. Anos depois, após residirem em uma cidade na fronteira com o Mato Grosso e no interior do Estado de São Paulo, Charoux retorna para a cidade de São Paulo e passa a trabalhar em uma indústria como auxiliar e a estudar no Liceu de Artes e Ofícios. Antes de se formar, assumiu uma cadeira na instituição e ali lecionou por alguns semestres.

Cronologia: 1942 - 1947

Em 1942 Lothar Charoux expõe pela primeira vez, tendo por estréia o VII
Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos na Galeria Prestes Maia, em São
Paulo e no 48º Salão Nacional de Belas Artes, no Museu Nacional de BelasArtes, no Rio de Janeiro, onde apresenta a sua obra intitulada Composição. A partir desses eventos Charoux participa anualmente do Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, bem como de outras exposições. Em 1946 participa da exposição Desenhos de Artistas de São Paulo, realizado no Saguão da Biblioteca Municipal de São Paulo; 6 Novíssimos de São Paulo, realizado no Edifício Odeon no Rio de Janeiro; Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, realizada na Câmara de Comércio BrasileiroChilena em Valparaíso no Chile. Em 1947 participa da exposição 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, na qual foram apresentados cerca de 250 trabalhos, entre desenhos, gravuras e pinturas. Nesse mesmo ano participa da I Exposição Conjunta de Pintura e da I Exposição de Livros Nacionais e Sul-Americanos, onde apresenta a tela Aquário.

Cronologia: 1948 - 1987

Em 1948, inicia-se um período de transição na obra de Lothar Charoux, que se volta para questões construtivas, por meio da simplificação da forma. Nesse ano ocorre sua primeira exposição individual, a qual foi realizada na Galeria Itapetininga, em São Paulo, onde apresenta a obra Calvário. Em 1949 escreve um artigo intitulado Abstracionismo para o primeiro número da Revista de Novíssimos. Nesse ano participa da Exposição de Pintura em Benefício da Campanha de Combate ao Câncer, em São Paulo. A coletiva foi apresentada no Mês do Câncer e teve apoio da Associação Paulista de Combate ao Câncer. Em 1950 realiza uma exposição individual na Galeria do Bar Anjo Azul, em Salvador, na qual apresenta onze pinturas produzidas entre 1947 e 1949. No ano seguinte participa da I Bienal Internacional de São Paulo, com a tela Composição (1951) e do I Salão Paulista de Arte Moderna na Galeria Prestes Maia, também em São Paulo. Vale ressaltar que o artista participará regularmente dessas duas exposições nos anos seguintes. No ano de 1950 Lothar Charoux juntamente com Anatol Wladyslaw, Geraldo de Barros, Kazmer Féjer, Leopoldo Haar, Luiz Sacilotto e Waldemar Cordeiro, fundam o Grupo Ruptura, considerado o marco inicial da arte concreta no Brasil e por meio de uma exposição, apresentam o Manifesto Ruptura. No final de1956, Charoux participa da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, na qual ganha o Prêmio de Arte Concreta na categoria Desenho. No ano seguinte, realiza uma exposição individual na Petite Galerie, no Rio de Janeiro, sendo essa a sua primeira exposição individual na cidade. Além dessa, o artista também participa da exposição Arte Moderno no Brasil, a qual itinerou por diversos países da América Latina, tais como Argentina, Chile e Peru. Em 1959 participa da Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, sendo exibida na Áustria, Alemanha, Holanda, Portugal e França, até 1960. Em 1963 integra na Coletiva Inaugural 1, na Galeria Novas Tendências, em São Paulo, e juntamente com Hermelindo Fiaminghi e Luiz Sacilotto, Charoux funda a Associação de Artes Visuais NT. Essa galeria virou ponto de encontro de artistas e arquitetos e tinha por intenção inserir no mercado a arte de vanguarda. No ano de 1965, Charoux promove sua primeira exposição individual naquele espaço. Em 1967 inicia a série dos Tortinhos. Segundo Maria Alice Milliet representam a criação mais emblemática do artista. Nessas composições o equilíbrio se dá quando a linha inscrita no quadro fica perpendicular ao piso, ainda que o quadro fique torto na parede. Em 1969 participa do I Salão Paulista de Arte Contemporânea, realizado no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, tendo presença assídua nas edições posteriores, além da I Exposição Internacional de Gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo. Em 1971 Charoux participa da I Bienal de Artes Plásticas de Santos e da exposição Arte Brasileira no Exterior a qual, viajou ao longo de dois anos por várias cidades dos Estados Unidos da América. Em 1972 é eleito o melhor desenhista do ano pela Associação Paulista dos Críticos Teatrais – APCT e apresenta trabalhos em vidro na exposição Múltiplos Brasileiros, realizada na Galeria Múltipla de Arte, em São Paulo. Em 1976 desenvolve pesquisas sobre grandes painéis formados por módulos, que denomina Painel combinado e em 1977 o Banco Safra adquire um painel com dezesseis módulos para a agência da Praça Oswaldo Cruz, em São Paulo, e um de vinte módulos para a agência em Curitiba. Em 1981 integra a exposição Artistas Contemporâneos Brasileiros, realizado no Escritório de Arte, em São Paulo. Em 1982 participa da mostra Brasil 60 anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, apresentada em Lisboa e Londres. Em 1986 Charoux participa de sua última exposição em vida, ao lado de Luiz Sacilotto, intitulada Exposição Comemorativa de Aniversário da Pinacoteca de São Bernardo do Campo. Lothar Charoux ao longo de sua vida participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, principalmente na América Latina e com isso conquistou diversos prêmios por seus trabalhos. Sua produção esteve voltada tanto para as pinturas, como para os desenhos e gravuras, como também para obras tridimensionais. No dia 24 de fevereiro de 1987, faleceu aos 74 anos vítima de um ataque cardíaco.

Cronologia: 1987 - 2017

Em 1987, já falecido, Charoux recebe uma exposição individual no Museu Histórico Cultural de Jundiaí e integra as exposições coletivas I Abstração Geométrica: Concretismo e Neoconcretismo, realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo, bem como da exposição A Trama do Gosto: Um olhar sobre o Cotidiano, realizada na Fundação Bienal de São Paulo. Em 1992 apresenta uma exposição individual no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e em 2000 participa da exposição Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, realizada na Fundação Bienal de São Paulo. Em 2004 participa da mostra Modernidade Transitiva no Museu de Arte Contemporânea de Niterói e da exposição Construtivos e Cinéticos na Galeria Berenice Arvani, em São Paulo. Em 2005 recebe uma exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo intitulada Lothar Charoux: A Poética da Linha e em 2006 participa da exposição Arte Brasileira no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2013 integra a exposição Trajetórias – Arte Brasileira na Coleção Fundação Edson Queiroz, realizada em Fortaleza e em 2014 recebe em São Paulo uma exposição individual intitulada Lothar Charoux: Razão e Sensibilidade, de curadoria de Maria Alice Milliet, promovida pelo Instituto de Arte Contemporânea – IAC, instituição que detém o acervo pessoal do artista desde 2014.

Obras em logradouros públicos

  • Museu de arte contemporânea de Niterói, Niterói, RJ, Brasil

  • Museu de arte contemporânea da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

  • Instituto de arte contemporânea, São Paulo, SP, Brasil

  • Fundação José Paulina Nemirovsky, São Paulo, SP, Brasi

  • Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, Ceará, Brasil

  • Coleção de arte da cidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, Paty do Alferes, RJ, Brasil

  • Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu of fine arts - The Adolpho Leirner collection of brazilian constructive art, Houston, Texas, USA.

  • Museu metropolitano de arte, Curitiba, PR, Brasil

  • Museu de arte moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

  • Museu de arte moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de arte moderna da Bahia, Salvador, BA, Brasil

  • Museu de arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG, Brasil

  • Museu de arte da fundação da Universidade Regional do Nordeste, Campina Grande, PB, Brasil

  • Museu de arte contemporânea de Skopje, Skopje, Macedônia

Acervos e coleções públicas

  • Centro Cultural Paschoal Carlos Magno. , Paty do Alferes, Rio de Janeiro, Brasil

  • Coleção de Arte da Cidade de São Paulo., São Paulo, SP, Brasil

  • Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, Ceará, Brasil

  • Fundação José e Paulina Nemirovsky. , São Paulo, SP, Brasil

  • Instituto de Arte Contemporânea – IAC, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de Arte Contemporânea de Niterói. , Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

  • Museu de Arte Contemporânea de Skopje., Skopje, Macedônia

  • Museu de Arte da Fundação Universidade Regional do Nordeste., Campina Grande, Paraíba, Brasil

  • Museu de Arte da Pampulha., Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • Museu de Arte Moderna da Bahia., Salvador, Bahia, Brasil

  • Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

  • Museu Metropolitano de Arte. , Curitiba, Paraná, Brasil

  • Museum of Fine Arts – The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art., Houston, Texas, Estados Unidos

  • Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil

Prêmios

1949 - Medalha de Ouro com a pintura Portas - I Salão Bahiano de Belas-Artes , – Divisão Moderna no Hotel da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil

1956 - Prêmio de Arte Contemporânea na categoria desenho - I Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

1957 - Pequena Medalha de Prata - VI Salão Paulista de Arte Moderna, realizado na Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1958 - Primeiro Prêmio na categoria Desenho - Exposição de Arte Contemporânea, ocorrida no Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

1961 - Prêmio Aquisição - X Salão Paulista de Arte Moderna de São Paulo, realizado na Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1962 - Grande Medalha de Prata - XI Salão Paulista de Arte Moderna de São Paulo, Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1964 - Grande Medalha de Ouro - XIII Salão Paulista de Arte Moderna de São Paulo, Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1965 - Primeiro Prêmio em Desenho - Prefeitura Municipal de Campinas no I Salão de Arte Contemporânea de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil

1968 - Prêmio Aquisição - Companhia Antártica Paulista, através da Prefeitura Municipal de Santos, durante o I Salão Oficial de Arte Moderna, Santos, São Paulo, Brasil

1969 - Primeiro Prêmio - I Salão de Arte Contemporânea de São José dos Campos, São José dos Campos, São Paulo, Brasil

1969 - Prêmio Aquisição - II Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Paço Municipal, Santo André, São Paulo, Brasil

1969 - Primeiro Prêmio em Desenho - XXVI Salão Paranaense, Federação das Indústrias do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil

1969 - Prêmio Aquisição PBH - I Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

1970 - Prêmio Pintura - II Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São, São Paulo, SP, Brasil

1970 - Primeiro Prêmio - I Mogi-Arte, Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil

1971 - Prêmio Museu de Arte Moderna - Desenho em ocasião do III Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

1971 - Prêmio Aquisição - I Salão de Arte da Eletrobrás, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

1971 - 1º Prêmio “Inventor Federal” - concedido pela Prefeitura Municipal de Santos , curante I Bienal de Artes Plásticas de Santos, Santos, São Paulo, Brasil

1972 - Prêmio Melhor Desenhista do Ano - Prêmio conferido pela Associação Paulista de Críticos Teatrais – APCT, São Paulo, SP, Brasil

1972 - Medalha de ouro - III Encontro Jundiaiense de Arte, Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, Jundiaí, São Paulo, Brasil

1973 - Prêmio Aquisição em Pintura - II Salão de Artes Visuais, realizado no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

1974 - Prêmio Aquisição - VII Salão de Arte Contemporânea de Santo André, realizado no Centro Cívico/ Paço Municipal, Santo André, São Paulo, Brasil

1976 - Diploma - II Salão Campolimpense de Arte , Campo Limpo Paulista, São Paulo, Brasil

1981 - Medalha Cultural Ciccilo - Conferido pelo Centro Cultural Francisco Matarazzo Sobrinho, Tatuí, São Paulo, Brasil

Fonte: IAC Brasil, texto de Maria Alice Milliet (curadoria); Kevin Mathewson (tradução) publicado pelo Instituto de Arte Contemporânea no catálogo de sua exposição Lothar Charoux. Razão e Sensibilidade, realizado em 2014.

---

Grupo Ruptura - Itaú Cultural

No dia 9 de dezembro de 1952, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), é inaugurada a exposição que marca o início oficial da arte concreta no Brasil. Intitulada Ruptura, a mostra é concebida e organizada por um grupo de sete artistas, a maioria de origem estrangeira residentes em São Paulo: os poloneses Anatol Wladyslaw (1913 - 2004) e Leopoldo Haar (1910 - 1954), o austríaco Lothar Charoux (1912 - 1987), o húngaro Féjer (1923 - 1989), Geraldo de Barros (1923 - 1998), Luiz Sacilotto (1924 - 2003), e o catalisador e porta-voz oficial do grupo, Waldemar Cordeiro (1925 - 1973). Cordeiro conhece Barros, Charoux e Sacilotto em 1947, na mostra 19 Pintores, quando todos ainda estavam influenciados pela corrente expressionista. É somente em 1948, quando Cordeiro volta definitivamente ao Brasil, que ocorre a mudança dos trabalhos desses artistas em direção à abstração. Por essa época, reúnem-se para discutir arte abstrata e filosofia, principalmente a teoria da pura visibilidade do filósofo alemão Konrad Fiedler (1841 - 1895) e o conceito de forma cunhado pela psicologia da Gestalt. Féjer e Leopoldo Haar, ambos com formação artística em seus países de origem, já produzem pinturas abstratas pelo menos desde 1946 e aderem ao grupo. O último a integrá-lo em 1950 é Wladyslaw, ex-aluno de Flexor (1907 - 1971).

Como afirma Cordeiro em 1953, em resposta a artigo do crítico de arte Sérgio Milliet (1898 - 1966), o Grupo Ruptura "está longe de representar todo o movimento paulista de arte abstrata e concreta, cujas fileiras contam hoje inúmeros integrantes".1 Sendo assim, o que os diferencia dos outros artistas? Sabe-se que desde o final dos anos 1940, o meio artístico brasileiro vê crescer o interesse pela arte abstrata, não sem grande resistência dos artistas figurativos ligados à estética nacionalista dos anos 1930, como Di Cavalcanti (1897 - 1976), por exemplo. Apesar da reação negativa, a consagração das tendências abstratas, sobretudo de vertente geométrica, na 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (posteriormente Bienal Internacional de São Paulo) em 1951, indica que a discussão figuração versus abstração tende a ser superada, abrindo-se, a partir de então, a necessidade de mudar o foco do debate público.

Nesse panorama, a exposição do Grupo Ruptura em 1952 e o manifesto do grupo publicado no mesmo ano, representam a abertura para um novo caminho de debate, instaurando-o no interior das próprias vertentes abstratas. O manifesto, redigido por Cordeiro e diagramado por Haar, e que parece ter causado maiores reações do que os próprios trabalhos apresentados estabelece uma posição firme contra as principais correntes da arte no país. Pretende-se romper com o "velho", a saber: "todas as variedades e hibridações do naturalismo; a mera negação do naturalismo, isto é, o naturalismo 'errado' das crianças, dos loucos, dos 'primitivos', dos expressionistas, dos surrealistas, etc.; o não-figurativismo hedonista, produto do gosto gratuito, que busca a mera excitação do prazer ou do desprazer".2 Se por um lado, a oposição contra qualquer forma de figuração não é nova, por outro, a não aceitação da abstração informal é inédita e ajuda a compreender a posição do grupo.

No ambiente do pós-guerra marcado por um certo otimismo e pelo desejo de esquecer a barbárie dos anos anteriores, a arte concreta (1930), de cunho extremamente racionalista, conhece um novo florescimento. Dentro desse movimento, o artista suíço Max Bill (1908 - 1994) torna-se o principal teórico da arte concreta do período, tentando repensar seu legado juntamente com a reflexão sobre o construtivismo, o neoplasticismo e a experiência alemã da Bauhaus, adaptando-o à nova realidade. E é exatamente como seguidores do artista suíço que os integrantes do Grupo Ruptura se colocam no meio artístico brasileiro dos anos 1950.

Em termos gerais, o grupo defende a autonomia de pesquisa com base em princípios claros e universais, capazes de garantir a inserção positiva da arte na sociedade industrial. Para um artista concreto, o objeto artístico é simplesmente a concreção de uma idéia perfeitamente inteligível, cabendo à expressão individual lugar nulo no processo artístico. Para eles, toda obra de arte possui uma base racional, em geral matemática, o que a transforma em "meio de conhecimento dedutível de conceitos". No âmbito da pintura, esses princípios correspondem à crítica do ilusionismo pictórico, à recusa do tonalismo cromático e à utilização dos recursos ópticos para a criação do movimento virtual. Lançam mão também do uso de materiais como esmalte, tinta industrial, acrílico e aglomerado de madeira, destacando a atenção do grupo ao desenvolvimento de materiais industriais.

Observa-se que a adoção de postulados extremamente racionalistas para a arte revelam a ânsia de superar o atraso tecnológico, a condição espiritual de país colonizado e de economia subdesenvolvida, característicos da realidade brasileira. As questões e a prática introduzidas pelo Ruptura mobilizam a maior parte dos debates nos anos 1950, e são fundamentais para a fermentação da dissidência neoconcreta no Rio de Janeiro. O grupo não promove outras exposições de seus participantes, entretanto, já contando com outros adeptos como Hermelindo Fiaminghi (1920 - 2004), Judith Lauand (1922), Maurício Nogueira Lima (1930 - 1999) e o apoio dos poetas concretos paulistas, organizam a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta (1956/1957). Por volta de 1959 o Grupo Ruptura começa a se dispersar.

Fonte: GRUPO Ruptura. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Crédito fotográfico: Uol

Lothar Charoux (Viena, Áustria, 5 de fevereiro de 1912 — São Paulo, SP, 23 de fevereiro de 1987), conhecido também apenas por Charoux, foi um pintor, desenhista e professor austro-brasileiro. Inicia pintando paisagens e retratos, a partir de 1948, se desloca para temas construtivos. O artista concretista foi um dos fundadores do Grupo Ruptura (1952), que pretendia discutir os novos rumos da arte, da arquitetura e do design e, em 1973, da fundação da Associação de Artes Visuais Novas tendências.

Lothar Charoux

Lothar Charoux (Viena, Áustria, 5 de fevereiro de 1912 — São Paulo, SP, 23 de fevereiro de 1987), conhecido também apenas por Charoux, foi um pintor, desenhista e professor austro-brasileiro. Inicia pintando paisagens e retratos, a partir de 1948, se desloca para temas construtivos. O artista concretista foi um dos fundadores do Grupo Ruptura (1952), que pretendia discutir os novos rumos da arte, da arquitetura e do design e, em 1973, da fundação da Associação de Artes Visuais Novas tendências.

Videos

Lothar Charoux - Concrete Art Op Art | 2019

Arte concreta | 2020

Exposição Atibaia 1950 | 2015

MACBA Cromofobia | 2014

Lothar Charoux - Rigor e Sensibilidade | 2010

Biografia - Itaú Cultural

Inicia estudos artísticos com seu tio, o escultor austríaco Siegfried Charoux. Vem para o Brasil em 1928, e fixa-se em São Paulo. Na década de 1930, matricula-se no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo (Laosp), onde conhece Waldemar da Costa (1904 - 1982), com quem, a partir de 1940, estuda pintura. Pinta paisagens e retratos. Posteriormente passa a lecionar desenho no Liceu de Artes e Ofícios e no Senai. Em 1947, realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Itapetininga. A partir de 1948, Charoux volta-se a questões construtivas. Em 1952, participa da fundação do Grupo Ruptura, ao lado de artistas como Waldemar Cordeiro (1925 - 1973) e Geraldo de Barros (1923 - 1998). Com Hermelindo Fiaminghi (1920 - 2004) e Luiz Sacilotto (1924 - 2003), cria a Associação de Artes Visuais NT - Novas Tendências, em 1963. É homenageado com retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) em 1974. Em 2005, é publicado o livro Lothar Charoux: A Poética da Linha, pela historiadora de arte Maria Alice Milliet.

Análise

A obra de Lothar Charoux, na década de 1940, é bastante diversificada. O artista realiza paisagens, em que apresenta proximidades formais com a pintura de Waldemar da Costa e do Grupo Santa Helena, e retratos de caráter expressionista.

A partir de 1948, Charoux volta-se às questões construtivas. Para a historiadora da arte Ana Maria Belluzzo, o artista trabalha frequentemente com uma trama prévia, que organiza o campo visual dos quadros. Na década de 1950, realiza a série dos desenhos negros, nos quais explora a oposição gráfica do traço branco com relação a uma superfície negra, promovendo seu valor luminoso. Em outras obras, busca propiciar uma tensão entre figura e fundo, por meio de formas geométricas vazadas, que cortam o plano em diferentes direções.

Para o historiador Walter Zanini, a participação de Charoux no Grupo Ruptura contribui para a maturidade atingida pelo movimento concretista naqueles anos. Em sua obra, o artista explora com criatividade e habilidade as questões da linha, do movimento e do equilíbrio, assim como as vibrações óticas e os mais variados jogos combinatórios.

Críticas

"Artista renitentemente concreto, na acepção mais atual do grupo 'Pesquisas visuais', não imita contudo as generalidades orgânicas e inorgânicas da natureza, não pretende sintetizar em suas linhas e texturas esquemas vegetais, animais ou minerais. Espécie de iluminurista clássico, também não se devota a uma temática religiosa de palimpsestos e de códices canônicos ou dinásticos. Não há episódios bíblicos nem históricos em seu acervo. Dir-se-ia mais um geômetra perdido na disponibilidade das proporções contínuas e harmônicas. Seus trabalhos, por mais atuais que sejam, não visam às soluções de desenho industrial de, por exemplo, Mavignier. Quedam-se nas metamorfoses inaplicáveis dum caleidoscópio cujas figuras eventuais e sempre mutáveis fascinam exatamente pela constante da verdade trigonométrica em tudo quanto é tendência desesperada de fuga ao preestabelecimento. Acha-se assim adstrito àquela arte de Luca Pacioli, Jacopo de Barbari e Vignola, arte que possuía algo da mágica e dos ritmos do número de ouro como antevisão de ritos e liturgias".

José Geraldo Vieira (CHAROUX, Lothar. Lothar Charoux: retrospectiva. São Paulo: MAM, 1974. p.20 - Texto originalmente publicado no jornal Folha de S. Paulo, 28 fev. 1965)

"Lothar Charoux mantém-se absolutamente fiel às questões formais lançadas em seu período concreto, nos anos 50. Desde aquela época vem criando espaços virtuais, em que a forma se completa, gestalticamente, no olho do espectador. Emprega linhas que se organizam simetricamente, e sobre suportes verticais organiza o ritmo visual criado pela relação entre as diferentes densidades lineares e a cor única que serve de fundo. Em seguida, o caráter puramente ótico e musical dá lugar a uma organização mais arquitetônica do espaço, a linha cede à cor".

Frederico Morais (DACOLEÇÃO: os caminhos da arte brasileira. São Paulo: Júlio Bogoricin, 1986.)

"O desenho de Charoux é uma pesquisa ardente de precisão e objetividade. A sua geometria é quase escolástica, pouco se desviando dos problemas que se encontram nos manuais da disciplina. Não queremos dizer com isto que se trata de problemas elementares da geometria ginasial. Nenhuma ciência é mais moderna, mais necessária ao espírito do homem contemporâneo do que ela. Sem o seu estudo, o que é fundamental em nossa época no plano plástico, ou passar-nos-ia despercebido, ou incompreendido: como compreender o mecanismo e mais do que o mecanismo, o segredo interno desse vasto campo de formas novas que as ciências, a técnica moderna trouxeram e trazem todos os dias, ao uso cotidiano, isto é, ao conhecimento de nossos sentidos e de nossa imaginação? Charoux é um modesto e consciencioso intermediário entre esse vasto campo de formas novas, inéditas ou inusuais, como que explicado e codificado pela geometria, e nós, os leigos, os transeuntes descuidados, os seus consumidores distraídos ou inconsciente. Todas essas gestalts, ou idéias novas, ou pelo menos características do nosso tempo, são indispensáveis ao seu viver, portanto, à sua organização sensorial, e ao fim de contas à sua sensibilidade. O seu desenho em preto-e-branco, de delicada modulação, premiado em São Paulo, se funda numa figura nova em geometria, embora velha na engenharia, a turbina, ou conforme a definição dos livros, um número infinito de elementos incertos com continuidade. Os elementos estão associados no sentido de dar uma determinada direção. Na turbina, os pontos-elementos se distribuem num círculo perfeito, com a inclinação dos traços ou filetes variando ao longo da circunferência, mas de modo a guardar sempre o mesmo ângulo. A modulação alvinegra que nos encantou no desenho de Charoux era dada por essa inclinação sucessiva, dentro do mesmo ângulo e espaço".

Mário Pedrosa (Acadêmicos e modernos: textos escolhidos III. São Paulo: Edusp, 1998. pp.257-259.)

Exposições Individuais

1947 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria Itapetininga

1950 - Salvador BA - Individual, na Galeria Anjo Azul

1957 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie

1958 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Ginásio Português

1962 - Campinas SP - Individual, na Galeria Aremar

1965 - São Paulo SP - Individual, na Galeria NT Novas Tendências

1970 - Belo Horizonte MG - Individual, na Ami Galeria de Arte

1971 - Campinas SP - Individual, na Galeria Girassol

1971 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1971 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli

1972 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Astréia

1973 - Assunção (Paraguai) - Individual, na Galeria da Missão Cultural Brasileira

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Grupo B

1974 - São Paulo SP - Retrospectiva, no MAM/SP

1976 - Brasília DF - Individual, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1976 - Goiânia (Goiás) - Individual, na Galeria P. D. Araújo

1976 - Milão (Itália) - Individual, no Centro Ítalo-Brasileiro

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Arte Global

1978 - São Paulo SP - Individual, no MAM

1979 - Montevidéu (Uruguai) - Individual, na Galería Karlen Gugelmeier

1979 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Alberto Bonfiglioli

Exposições Coletivas

1942 - Rio de Janeiro RJ - 48º Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, no MNBA

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - Rio de Janeiro RJ - 6 Novíssimos, no IAB/RJ

1946 - Santiago (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Santiago do Chile

1946 - Valparaíso (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña

1947 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia

1947 - São Paulo SP - Bonadei, Di Cavalcanti, Noêmia Mourão, Lothar Charoux, Oswald de Andrade Filho, Lúcia Suané, Cesar Lacanna, Mario Zanini e Raphael Galvez, na Galeria Itapetininga

1949 - Salvador BA - 1ª Salão Baiano de Belas Artes, no Hotel Bahia - primeiro prêmio e medalha de ouro

1950 - Salvador BA - 2ª Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1951 - Salvador BA - 3ª Salão Baiano de Belas Artes, na Galeria Belvedere da Sé

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1952 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1952 - São Paulo SP - Grupo Ruptura, no MAM/SP

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão dos Estados

1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1955 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição

1956 - São Paulo SP - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/SP

1957 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM/RJ

1957 - São Paulo SP - 4ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1957 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - pequena medalha de prata

1957 - Tóquio (Japão) - 4ª Bienal de Tóquio

1958 - São Paulo SP - 7º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1958 - São Paulo SP - Clark, Weissmann e Charoux, na Galeria de Arte da Folha

1958 - São Paulo SP - Exposição de Arte Contemporânea, no MAM/SP - 1º prêmio/desenho

1959 - Leverkusen (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - Munique (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1959 - Viena (Áustria) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Hamburgo (Alemanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Lisboa (Portugal) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Madri (Espanha) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - Paris (França) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1960 - São Paulo SP - 9º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição

1960 - Utrecht (Holanda) - Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa

1961 - São Paulo SP - 10º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - prêmio aquisição

1961 - São Paulo SP - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1962 - São Paulo SP - 11º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia - grande medalha de prata

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1963 - São Paulo SP - 7ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1963 - São Paulo SP - Galeria Novas Tendências: coletiva inaugural, na Associação de Artes Visuais Novas Tendências

1964 - São Paulo SP - 13º Salão Paulista de Arte Moderna - medalha de ouro

1965 - Campinas SP - 1º Salão de Arte Contemporânea - 1º prêmio/desenho

1965 - São Paulo SP - 8ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1966 - Campinas SP - Seis Pesquisadores da Arte Visual, no MACC

1966 - Salvador BA - 1ª Bienal Nacional de Artes Plásticas

1966 - São Paulo SP - 15º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1966 - São Paulo SP - Seis Pesquisadores da Arte Visual, no MAC/USP

1966 - São Paulo SP - Três Premissas, no MAB/Faap

1967 - Brasília DF - 4º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1967 - São Paulo SP - 9ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1968 - Assunção (Paraguai) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporáneo Brasileño

1968 - Buenos Aires (Argentina) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporáneo Brasileño

1968 - La Paz (Bolívia) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporâneo Brasileño

1968 - Rio de Janeiro RJ - 17º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ - isenção de júri

1968 - Santiago (Chile) - Tres Aspectos del Dibujo Contemporáneo Brasileño

1968 - Santos SP - 1º Salão de Arte Moderna de Santos - prêmio aquisição de melhor conjunto de obra

1968 - São José dos Campos SP - Cinco Pesquisadores de Arte Visual

1968 - São José dos Campos SP - Seis Pesquisadores da Arte Visual

1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna - prêmio aquisição

1968 - São Paulo SP - 19 Pintores, na Tema Galeria de Arte

1969 - Belo Horizonte MG - 1º Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, no Museu da Pampulha - prêmio aquisição

1969 - Curitiba PR - 26º Salão Paranaense, na Federação das Indústrias do Paraná - primeiro prêmio/desenho

1969 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Bússola, no MAM/RJ

1969 - Santo André SP - 2º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal - prêmio aquisição

1969 - São José dos Campos SP - 1º Salão de Arte Contemporânea - primeiro prêmio

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama da Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1969 - São Paulo SP - 1º Salão Paulista de Arte Contemporânea, no Masp

1970 - Campinas SP - 6º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1970 - Mogi das Cruzes SP - Mogi-Arte - 1º prêmio

1970 - Rio de Janeiro RJ - 19º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço Municipal

1970 - São Bernardo do Campo SP - 13º Salão de Arte de São Bernardo do Campo

1970 - São Caetano do Sul SP - Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul

1970 - São José dos Campos SP - 2ª Mostra de Artes Plásticas Contemporâneas

1970 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte Contemporânea

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - Feira da Arte 70

1971 - Piracicaba SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba

1971 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte da Eletrobrás, no MAM/RJ - prêmio aquisição

1971 - Rio de Janeiro RJ - 20º Salão Nacional de Arte Moderna

1971 - Rio de Janeiro RJ - 50 Anos de Arte Moderna Brasileira, no MAM/RJ

1971 - Santos SP - 1ª Bienal de Artes Plásticas - 1ª prêmio

1971 - São Paulo SP - 2º Salão de Arte Contemporânea

1971 - São Paulo SP - 3º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP - prêmio/desenho

1971 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Contemporânea, na Galeria Prestes Maia

1972 - Florianópolis SC - 1º Salão de Artes Plásticas da Ilha de Santa Catarina

1972 - Jundiaí SP - 3º Encontro Jundiaiense de Arte, no Museu Histórico e Cultural - medalha de ouro

1972 - Rio de Janeiro RJ - 21º Salão Nacional de Arte Moderna, no MEC

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica - 72, na Fundação Bienal

1972 - São Paulo SP - Múltiplos Brasileiros, na Galeria Múltipla de Arte

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - Retrospectiva Waldemar da Costa: homenagem ao mestre, no MAM/SP

1973 - Porto Alegre RS - 2º Salão de Artes Visuais, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Artes - prêmio aquisição

1973 - Rio de Janeiro RJ - 22º Salão Nacional de Arte Moderna

1973 - São Paulo SP - 12ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1974 - Campinas SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Campinas, no MACC

1974 - Santo André SP - 7º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Centro Cívico, no Paço Imperial - prêmio aquisição

1974 - São Paulo SP - 6º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1975 - Penápolis SP - 1º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1976 - Penápolis SP - 2º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1976 - São Paulo SP - O Desenho Jovem dos Anos 40, na Pinacoteca do Estado

1977 - Maldonado (Uruguai) - 2ª Bienal Internacional de Desenho

1977 - São Paulo SP - 9º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1977 - São Paulo SP - Os Grupos: a década de 40, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Projeto Construtivo Brasileiro na Arte: 1950-1962, na Pinacoteca do Estado, no MAM/RJ

1978 - Penápolis SP - 3º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1978 - São Paulo SP - 19 Pintores, no MAM/SP

1978 - São Paulo SP - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall

1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1980 - São Paulo SP - 12º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1981 - São Paulo SP - Artistas Contemporâneos Brasileiros, no Escritório de Arte São Paulo

1982 - Lisboa (Portugal) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão

1982 - Londres (Inglaterra) - Brasil 60 Anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, na Barbican Art Gallery

1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - A Cor e o Desenho do Brasil, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP

1984 - São Paulo SP - Coletiva, no Movimento das Artes

1985 - Penápolis SP - 6º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação das Artes de Penápolis

1987 - Rio de Janeiro RJ - 1º Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Fundação Nacional de Arte. Centro de Artes

1987 - São Paulo SP - A Trama do Gosto: um outro olhar sobre o cotidiano, na Fundação Bienal

Exposições Póstumas

1987 - Rio de Janeiro RJ - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, na Funarte

1987 - São Paulo SP - 1ª Abstração Geométrica: concretismo e neoconcretismo, no MAB/Faap

1988 - São Paulo SP - 15 Anos de Exposição de Belas Artes Brasil-Japão, na Fundação Mokiti Okada

1991 - Santos SP - 3ª Bienal Nacional de Santos, no Centro de Cultura Patrícia Galvão

1991 - São Paulo SP - Construtivismo: arte cartaz 40/50/60, no MAC/USP

1992 - Rio de Janeiro RJ - 1º A Caminho de Niterói: Coleção João Sattamini, no Paço Imperial

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Mário de Andrade

1992 - Zurique (Suíça) - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1996 - Rio de Janeiro RJ - Tendências Construtivas no Acervo do MAC/USP: construção, medida e proporção, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Desexp(l)os(ign)ição, na Casa das Rosas

1998 - Niterói RJ - Espelho da Bienal, no MAC/Niterói

1998 - São Paulo SP - Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/SP

1998 - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM/RJ, no Masp

1999 - Rio de Janeiro RJ - A Arte Construtiva no Brasil: Coleção Adolpho Leirner, no MAM/RJ

1999 - São Paulo SP - Década de 50 e Seus Envolvimentos, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Arte Moderna, na Fundação Bienal

2000 - São Paulo SP - O Papel da Arte, na Galeria de Arte do Sesi

2000 - Valência (Espanha) - De la Antropofagia a Brasilía: Brasil 1920-1950, no IVAM. Centre Julio Gonzáles

2002 - Niterói RJ - Diálogo, Antagonismo e Replicação na Coleção Sattamini, no Museu de Arte Contemporânea - MAC/Niterói

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Da Antropofagia a Brasília: Brasil 1920-1950, no Museu de Arte Brasileira - MAB/Faap

2002 - São Paulo SP - Grupo Ruptura: revisitando a exposição inaugural, no Centro Universitário Maria Antonia

2002 - São Paulo SP - Mapa do Agora: arte brasileira recente na Coleção João Sattamini do Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Instituto Tomie Ohtake

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Cidade do México (México) - Cuasi Corpus: arte concreto y neoconcreto de Brasil: una selección del acervo del Museo de Arte Moderna de São Paulo y la Colección Adolpho Leirner, no Museo Rufino Tamayo

2003 - Rio de Janeiro RJ - Ordem x Liberdade, no Museu de Arte Moderna - MAM/RJ

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2004 - Rio de Janeiro RJ - Modernidade Transitiva, no MAC/Niterói

2004 - São Paulo SP - Construtivos e Cinéticos, na Galeria Berenice Arvani

Fonte: LOTHAR Charoux. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 14 de Mar. 2021. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

---

Lothar Charoux - IAC

Lothar Charoux (Viena, 1912 – São Paulo, 1987) pertenceu ao grupo de pioneiros que em 1952 lançou em São Paulo o manifesto Ruptura, cujo verso vinha escrito em vermelho: A obra de arte não contém uma idéia, é ela mesma uma idéia. Ao negar a arte cópia da realidade em favor da arte concreta, esse postulado produziu um corte radical em relação à tradição figurativa. Na prática, a introdução dos princípios construtivos na arte brasileira constituiu uma revolução estética cujos efeitos chegam até nossos dias. Do campo restrito da arte, a estética construtivista se estendeu a produtos gráficos como jornais, revistas, cartazes, livros e etc. e ao design de móveis, luminárias e objetos utilitários em geral.

Para Charoux, mais que um ato de rebeldia, a adesão aos elementos fundantes do discurso prático – linha, forma, cor – veio a ser realização de uma vocação. Em sua obra, inicialmente expressionista, tudo se reduziu na arte puramente geométrica.

Trabalhando na horizontal – com o papel sobre a prancheta, à maneira dos arquitetos – ele privilegiou o desenho feito à tinta nanquim ou guache sobre papel, traçado com tira-linhas. Com notável economia de meios, ele se exercitou na prospecção do espaço bidimensional, optando muito frequentemente pelo fundo negro e pela posição vertical do suporte. A exploração das possibilidades da linha sobre o plano resultou num repertório gráfico que se distingue pela elegância e pela leveza das soluções.

Inicialmente de base cartesiana, seu desenho evoluiu para a representação de figuras geométricas construídas por feixes de linhas de alto potencial dinâmico e luminescente. Sem temer a ambigüidade das articulações gráficas, Charoux se dedicou à exploração de fenômenos óticos como a ilusão de profundidade e de volume, a simulação da refração luminosa, a vibração cromática, os efeitos cinéticos, as cintilações...todos construídos a partir de um grafismo preciso e sensível, em que predomina o contraste entre o branco e o preto, ainda que em outros trabalhos demonstre o domínio da cor, como pintor experiente que era.

A exploração do cinetismo virtual foi comum a uma geração de artistas da América Latina que aderiu aos princípios construtivos. Com a intenção de superar o geometrismo quase acadêmico praticado na década de 1950, muitos deles buscaram os efeitos óticos e o cinetismo, tendência conhecida internacionalmente como op art. Nos anos 1970, a obra de Charoux se aproxima das transcromias de Cruz-Diez e dos relevos de Jesus Soto.

Enquanto os venezuelanos se encaminharam para soluções ambiciosas, cada vez mais técnicas, Charoux prosseguiu sua pesquisa, mantendo a irregularidade quase imperceptível do traço feito a mão e assim retendo a qualidade vibrátil e o calor humano de sua geometria.

Seu trabalho nunca se apresenta como jogo mecânico ou frio, nem se torna repetitivo por mera conveniência. Ao insistir nas múltiplas variações a partir de uma mesa estrutura compositiva, ele comprova a existência de um sem-número de combinações possíveis. A ideia da combinatória está presente em seus painéis multicombináveis. Cabe mencionar que a participação do observador sempre esteve no horizonte do artista. Daí ele permitir que os módulos sejam ordenados conforme o gosto de quem os manipula. Isso vale para os painéis de azulejos e outros. Infelizmente, a maioria de seus projetos para murais não foi realizada por falta de compreensão dos possíveis encomendantes, quando, no Brasil, a arte concreta ainda causava estranheza.

Os chamados tortinhos são a criação mais emblemática de Charoux.Nessas composições, o equilíbrio se dá quando a linha inscrita no quadro fica perpendicular ao piso, ainda que o próprio quadro fique torto na parede. Em exposições houve quem procurasse “endireitar” a obra, o que o artista interpretou como um modo de o público participar. Depois dessa ousadia e em plena maturidade artística, Charoux partiu para a reprodução máxima do desenho, tomando-o em sua essência: a linha. Surgiu então o quadro estruturado por uma única vertical, elemento que, para o artista, dá sentido à composição, nada mais sendo necessário. A beleza da redução ao essencial era para ele um acontecimento emocionante: “Dizem que geometria é um negócio frio. Pois eu fervo quando traço uma linha. Quando consegui fazer uma obra com um traço só, fiquei literalmente alucinado”.

Por fim, uma palavra sobre os múltiplos. Charoux de dedicou-se à serigrafia em séries que ilustram muito bem as questões que o preocupavam. Pelo baixo custo unitário, era uma forma de democratizar a arte. Com a mesma intenção, criou objetos experimentais, que podem ser vistos como protótipos de edições que não aconteceram. A ideia era desenhar peças que pudessem ser produzidas industrialmente. Então nesse caso os objetos móveis, os cubos decorados, os triângulos componíveis, o relógio, o prato de metal gravado etc., além dos azulejos.

Sua criação sofreu as contingências de seu tempo e lugar. Um mercado de arte incipiente e ainda muito apegado a valores tradicionais e uma indústria pouco interessada em por em produção o design brasileiro, limitaram a expansão de sua arte. Charoux, porém, resistiu. No dizer de Mário Pedrosa, “esse artista concreto guarda da escola o rigor e a invenção; do artista em geral, sem qualquer escola, a sensibilidade da pessoa humana e autêntica, a despretensão, o humor’.

Obras

Para Charoux, mais que um ato de rebeldia, a adesão aos elementos fundantes do discurso prático – linha, forma, cor – veio a ser realização de uma vocação. Em sua obra, inicialmente expressionista, tudo se reduziu na arte puramente geométrica. Trabalhando na horizontal – com o papel sobre a prancheta, à maneira dos arquitetos – ele privilegiou o desenho feito à tinta nanquim ou guache sobre papel, traçado com tira-linhas. Com notável economia de meios, ele se exercitou na prospecção do espaço bidimensional, optando muito frequentemente pelo fundo negro e pela posição vertical do suporte. A exploração das possibilidades da linha sobre o plano resultou num repertório gráfico que se distingue pela elegância e pela leveza das soluções.

Ateliê

O artista Lothar Charoux manteve seu ateliê em sua residência na cidade de São Paulo, Brasil e durante a década de 1940 frequentou o ateliê de Waldemar da Costa.

Cronologia: 1912 - 1942

Lothar Charoux nasceu na cidade de Viena, na Áustria em 5 de fevereiro de 1912 e lá viveu até os dezesseis anos na casa de sua avó, juntamente com um tio escultor e caricaturista. Foi por meio desse convívio que Charoux obteve seus primeiros contatos com a arte moderna, uma vez que os trabalhos produzidos por seu tio eram considerados, segundo o artista, “moderníssimos”. Em 1928 Charoux imigra para o Brasil ao encontro de sua mãe que havia chegado anteriormente com um grupo teatral europeu, cujo trabalho era realizar espetáculos no sul do país para as colônias alemãs. Anos depois, após residirem em uma cidade na fronteira com o Mato Grosso e no interior do Estado de São Paulo, Charoux retorna para a cidade de São Paulo e passa a trabalhar em uma indústria como auxiliar e a estudar no Liceu de Artes e Ofícios. Antes de se formar, assumiu uma cadeira na instituição e ali lecionou por alguns semestres.

Cronologia: 1942 - 1947

Em 1942 Lothar Charoux expõe pela primeira vez, tendo por estréia o VII
Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos na Galeria Prestes Maia, em São
Paulo e no 48º Salão Nacional de Belas Artes, no Museu Nacional de BelasArtes, no Rio de Janeiro, onde apresenta a sua obra intitulada Composição. A partir desses eventos Charoux participa anualmente do Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, bem como de outras exposições. Em 1946 participa da exposição Desenhos de Artistas de São Paulo, realizado no Saguão da Biblioteca Municipal de São Paulo; 6 Novíssimos de São Paulo, realizado no Edifício Odeon no Rio de Janeiro; Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, realizada na Câmara de Comércio BrasileiroChilena em Valparaíso no Chile. Em 1947 participa da exposição 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, na qual foram apresentados cerca de 250 trabalhos, entre desenhos, gravuras e pinturas. Nesse mesmo ano participa da I Exposição Conjunta de Pintura e da I Exposição de Livros Nacionais e Sul-Americanos, onde apresenta a tela Aquário.

Cronologia: 1948 - 1987

Em 1948, inicia-se um período de transição na obra de Lothar Charoux, que se volta para questões construtivas, por meio da simplificação da forma. Nesse ano ocorre sua primeira exposição individual, a qual foi realizada na Galeria Itapetininga, em São Paulo, onde apresenta a obra Calvário. Em 1949 escreve um artigo intitulado Abstracionismo para o primeiro número da Revista de Novíssimos. Nesse ano participa da Exposição de Pintura em Benefício da Campanha de Combate ao Câncer, em São Paulo. A coletiva foi apresentada no Mês do Câncer e teve apoio da Associação Paulista de Combate ao Câncer. Em 1950 realiza uma exposição individual na Galeria do Bar Anjo Azul, em Salvador, na qual apresenta onze pinturas produzidas entre 1947 e 1949. No ano seguinte participa da I Bienal Internacional de São Paulo, com a tela Composição (1951) e do I Salão Paulista de Arte Moderna na Galeria Prestes Maia, também em São Paulo. Vale ressaltar que o artista participará regularmente dessas duas exposições nos anos seguintes. No ano de 1950 Lothar Charoux juntamente com Anatol Wladyslaw, Geraldo de Barros, Kazmer Féjer, Leopoldo Haar, Luiz Sacilotto e Waldemar Cordeiro, fundam o Grupo Ruptura, considerado o marco inicial da arte concreta no Brasil e por meio de uma exposição, apresentam o Manifesto Ruptura. No final de1956, Charoux participa da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, na qual ganha o Prêmio de Arte Concreta na categoria Desenho. No ano seguinte, realiza uma exposição individual na Petite Galerie, no Rio de Janeiro, sendo essa a sua primeira exposição individual na cidade. Além dessa, o artista também participa da exposição Arte Moderno no Brasil, a qual itinerou por diversos países da América Latina, tais como Argentina, Chile e Peru. Em 1959 participa da Primeira Exposição Coletiva de Artistas Brasileiros na Europa, sendo exibida na Áustria, Alemanha, Holanda, Portugal e França, até 1960. Em 1963 integra na Coletiva Inaugural 1, na Galeria Novas Tendências, em São Paulo, e juntamente com Hermelindo Fiaminghi e Luiz Sacilotto, Charoux funda a Associação de Artes Visuais NT. Essa galeria virou ponto de encontro de artistas e arquitetos e tinha por intenção inserir no mercado a arte de vanguarda. No ano de 1965, Charoux promove sua primeira exposição individual naquele espaço. Em 1967 inicia a série dos Tortinhos. Segundo Maria Alice Milliet representam a criação mais emblemática do artista. Nessas composições o equilíbrio se dá quando a linha inscrita no quadro fica perpendicular ao piso, ainda que o quadro fique torto na parede. Em 1969 participa do I Salão Paulista de Arte Contemporânea, realizado no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, tendo presença assídua nas edições posteriores, além da I Exposição Internacional de Gravura, na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo. Em 1971 Charoux participa da I Bienal de Artes Plásticas de Santos e da exposição Arte Brasileira no Exterior a qual, viajou ao longo de dois anos por várias cidades dos Estados Unidos da América. Em 1972 é eleito o melhor desenhista do ano pela Associação Paulista dos Críticos Teatrais – APCT e apresenta trabalhos em vidro na exposição Múltiplos Brasileiros, realizada na Galeria Múltipla de Arte, em São Paulo. Em 1976 desenvolve pesquisas sobre grandes painéis formados por módulos, que denomina Painel combinado e em 1977 o Banco Safra adquire um painel com dezesseis módulos para a agência da Praça Oswaldo Cruz, em São Paulo, e um de vinte módulos para a agência em Curitiba. Em 1981 integra a exposição Artistas Contemporâneos Brasileiros, realizado no Escritório de Arte, em São Paulo. Em 1982 participa da mostra Brasil 60 anos de Arte Moderna: Coleção Gilberto Chateaubriand, apresentada em Lisboa e Londres. Em 1986 Charoux participa de sua última exposição em vida, ao lado de Luiz Sacilotto, intitulada Exposição Comemorativa de Aniversário da Pinacoteca de São Bernardo do Campo. Lothar Charoux ao longo de sua vida participou de diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior, principalmente na América Latina e com isso conquistou diversos prêmios por seus trabalhos. Sua produção esteve voltada tanto para as pinturas, como para os desenhos e gravuras, como também para obras tridimensionais. No dia 24 de fevereiro de 1987, faleceu aos 74 anos vítima de um ataque cardíaco.

Cronologia: 1987 - 2017

Em 1987, já falecido, Charoux recebe uma exposição individual no Museu Histórico Cultural de Jundiaí e integra as exposições coletivas I Abstração Geométrica: Concretismo e Neoconcretismo, realizada no Rio de Janeiro e em São Paulo, bem como da exposição A Trama do Gosto: Um olhar sobre o Cotidiano, realizada na Fundação Bienal de São Paulo. Em 1992 apresenta uma exposição individual no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e em 2000 participa da exposição Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, realizada na Fundação Bienal de São Paulo. Em 2004 participa da mostra Modernidade Transitiva no Museu de Arte Contemporânea de Niterói e da exposição Construtivos e Cinéticos na Galeria Berenice Arvani, em São Paulo. Em 2005 recebe uma exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo intitulada Lothar Charoux: A Poética da Linha e em 2006 participa da exposição Arte Brasileira no Acervo da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Em 2013 integra a exposição Trajetórias – Arte Brasileira na Coleção Fundação Edson Queiroz, realizada em Fortaleza e em 2014 recebe em São Paulo uma exposição individual intitulada Lothar Charoux: Razão e Sensibilidade, de curadoria de Maria Alice Milliet, promovida pelo Instituto de Arte Contemporânea – IAC, instituição que detém o acervo pessoal do artista desde 2014.

Obras em logradouros públicos

  • Museu de arte contemporânea de Niterói, Niterói, RJ, Brasil

  • Museu de arte contemporânea da Universidade de São Paulo, SP, Brasil.

  • Instituto de arte contemporânea, São Paulo, SP, Brasil

  • Fundação José Paulina Nemirovsky, São Paulo, SP, Brasi

  • Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, Ceará, Brasil

  • Coleção de arte da cidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, Paty do Alferes, RJ, Brasil

  • Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu of fine arts - The Adolpho Leirner collection of brazilian constructive art, Houston, Texas, USA.

  • Museu metropolitano de arte, Curitiba, PR, Brasil

  • Museu de arte moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

  • Museu de arte moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de arte moderna da Bahia, Salvador, BA, Brasil

  • Museu de arte da Pampulha, Belo Horizonte, MG, Brasil

  • Museu de arte da fundação da Universidade Regional do Nordeste, Campina Grande, PB, Brasil

  • Museu de arte contemporânea de Skopje, Skopje, Macedônia

Acervos e coleções públicas

  • Centro Cultural Paschoal Carlos Magno. , Paty do Alferes, Rio de Janeiro, Brasil

  • Coleção de Arte da Cidade de São Paulo., São Paulo, SP, Brasil

  • Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, Ceará, Brasil

  • Fundação José e Paulina Nemirovsky. , São Paulo, SP, Brasil

  • Instituto de Arte Contemporânea – IAC, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de Arte Contemporânea de Niterói. , Niterói, Rio de Janeiro, Brasil

  • Museu de Arte Contemporânea de Skopje., Skopje, Macedônia

  • Museu de Arte da Fundação Universidade Regional do Nordeste., Campina Grande, Paraíba, Brasil

  • Museu de Arte da Pampulha., Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

  • Museu de Arte Moderna da Bahia., Salvador, Bahia, Brasil

  • Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

  • Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

  • Museu Metropolitano de Arte. , Curitiba, Paraná, Brasil

  • Museum of Fine Arts – The Adolpho Leirner Collection of Brazilian Constructive Art., Houston, Texas, Estados Unidos

  • Pinacoteca do Estado, São Paulo, SP, Brasil

Prêmios

1949 - Medalha de Ouro com a pintura Portas - I Salão Bahiano de Belas-Artes , – Divisão Moderna no Hotel da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil

1956 - Prêmio de Arte Contemporânea na categoria desenho - I Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

1957 - Pequena Medalha de Prata - VI Salão Paulista de Arte Moderna, realizado na Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1958 - Primeiro Prêmio na categoria Desenho - Exposição de Arte Contemporânea, ocorrida no Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

1961 - Prêmio Aquisição - X Salão Paulista de Arte Moderna de São Paulo, realizado na Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1962 - Grande Medalha de Prata - XI Salão Paulista de Arte Moderna de São Paulo, Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1964 - Grande Medalha de Ouro - XIII Salão Paulista de Arte Moderna de São Paulo, Galeria Prestes Maia, São Paulo, SP, Brasil

1965 - Primeiro Prêmio em Desenho - Prefeitura Municipal de Campinas no I Salão de Arte Contemporânea de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil

1968 - Prêmio Aquisição - Companhia Antártica Paulista, através da Prefeitura Municipal de Santos, durante o I Salão Oficial de Arte Moderna, Santos, São Paulo, Brasil

1969 - Primeiro Prêmio - I Salão de Arte Contemporânea de São José dos Campos, São José dos Campos, São Paulo, Brasil

1969 - Prêmio Aquisição - II Salão de Arte Contemporânea de Santo André, Paço Municipal, Santo André, São Paulo, Brasil

1969 - Primeiro Prêmio em Desenho - XXVI Salão Paranaense, Federação das Indústrias do Paraná, Curitiba, Paraná, Brasil

1969 - Prêmio Aquisição PBH - I Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil

1970 - Prêmio Pintura - II Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São, São Paulo, SP, Brasil

1970 - Primeiro Prêmio - I Mogi-Arte, Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, Mogi das Cruzes, São Paulo, Brasil

1971 - Prêmio Museu de Arte Moderna - Desenho em ocasião do III Panorama da Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

1971 - Prêmio Aquisição - I Salão de Arte da Eletrobrás, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

1971 - 1º Prêmio “Inventor Federal” - concedido pela Prefeitura Municipal de Santos , curante I Bienal de Artes Plásticas de Santos, Santos, São Paulo, Brasil

1972 - Prêmio Melhor Desenhista do Ano - Prêmio conferido pela Associação Paulista de Críticos Teatrais – APCT, São Paulo, SP, Brasil

1972 - Medalha de ouro - III Encontro Jundiaiense de Arte, Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, Jundiaí, São Paulo, Brasil

1973 - Prêmio Aquisição em Pintura - II Salão de Artes Visuais, realizado no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

1974 - Prêmio Aquisição - VII Salão de Arte Contemporânea de Santo André, realizado no Centro Cívico/ Paço Municipal, Santo André, São Paulo, Brasil

1976 - Diploma - II Salão Campolimpense de Arte , Campo Limpo Paulista, São Paulo, Brasil

1981 - Medalha Cultural Ciccilo - Conferido pelo Centro Cultural Francisco Matarazzo Sobrinho, Tatuí, São Paulo, Brasil

Fonte: IAC Brasil, texto de Maria Alice Milliet (curadoria); Kevin Mathewson (tradução) publicado pelo Instituto de Arte Contemporânea no catálogo de sua exposição Lothar Charoux. Razão e Sensibilidade, realizado em 2014.

---

Grupo Ruptura - Itaú Cultural

No dia 9 de dezembro de 1952, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), é inaugurada a exposição que marca o início oficial da arte concreta no Brasil. Intitulada Ruptura, a mostra é concebida e organizada por um grupo de sete artistas, a maioria de origem estrangeira residentes em São Paulo: os poloneses Anatol Wladyslaw (1913 - 2004) e Leopoldo Haar (1910 - 1954), o austríaco Lothar Charoux (1912 - 1987), o húngaro Féjer (1923 - 1989), Geraldo de Barros (1923 - 1998), Luiz Sacilotto (1924 - 2003), e o catalisador e porta-voz oficial do grupo, Waldemar Cordeiro (1925 - 1973). Cordeiro conhece Barros, Charoux e Sacilotto em 1947, na mostra 19 Pintores, quando todos ainda estavam influenciados pela corrente expressionista. É somente em 1948, quando Cordeiro volta definitivamente ao Brasil, que ocorre a mudança dos trabalhos desses artistas em direção à abstração. Por essa época, reúnem-se para discutir arte abstrata e filosofia, principalmente a teoria da pura visibilidade do filósofo alemão Konrad Fiedler (1841 - 1895) e o conceito de forma cunhado pela psicologia da Gestalt. Féjer e Leopoldo Haar, ambos com formação artística em seus países de origem, já produzem pinturas abstratas pelo menos desde 1946 e aderem ao grupo. O último a integrá-lo em 1950 é Wladyslaw, ex-aluno de Flexor (1907 - 1971).

Como afirma Cordeiro em 1953, em resposta a artigo do crítico de arte Sérgio Milliet (1898 - 1966), o Grupo Ruptura "está longe de representar todo o movimento paulista de arte abstrata e concreta, cujas fileiras contam hoje inúmeros integrantes".1 Sendo assim, o que os diferencia dos outros artistas? Sabe-se que desde o final dos anos 1940, o meio artístico brasileiro vê crescer o interesse pela arte abstrata, não sem grande resistência dos artistas figurativos ligados à estética nacionalista dos anos 1930, como Di Cavalcanti (1897 - 1976), por exemplo. Apesar da reação negativa, a consagração das tendências abstratas, sobretudo de vertente geométrica, na 1ª Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo (posteriormente Bienal Internacional de São Paulo) em 1951, indica que a discussão figuração versus abstração tende a ser superada, abrindo-se, a partir de então, a necessidade de mudar o foco do debate público.

Nesse panorama, a exposição do Grupo Ruptura em 1952 e o manifesto do grupo publicado no mesmo ano, representam a abertura para um novo caminho de debate, instaurando-o no interior das próprias vertentes abstratas. O manifesto, redigido por Cordeiro e diagramado por Haar, e que parece ter causado maiores reações do que os próprios trabalhos apresentados estabelece uma posição firme contra as principais correntes da arte no país. Pretende-se romper com o "velho", a saber: "todas as variedades e hibridações do naturalismo; a mera negação do naturalismo, isto é, o naturalismo 'errado' das crianças, dos loucos, dos 'primitivos', dos expressionistas, dos surrealistas, etc.; o não-figurativismo hedonista, produto do gosto gratuito, que busca a mera excitação do prazer ou do desprazer".2 Se por um lado, a oposição contra qualquer forma de figuração não é nova, por outro, a não aceitação da abstração informal é inédita e ajuda a compreender a posição do grupo.

No ambiente do pós-guerra marcado por um certo otimismo e pelo desejo de esquecer a barbárie dos anos anteriores, a arte concreta (1930), de cunho extremamente racionalista, conhece um novo florescimento. Dentro desse movimento, o artista suíço Max Bill (1908 - 1994) torna-se o principal teórico da arte concreta do período, tentando repensar seu legado juntamente com a reflexão sobre o construtivismo, o neoplasticismo e a experiência alemã da Bauhaus, adaptando-o à nova realidade. E é exatamente como seguidores do artista suíço que os integrantes do Grupo Ruptura se colocam no meio artístico brasileiro dos anos 1950.

Em termos gerais, o grupo defende a autonomia de pesquisa com base em princípios claros e universais, capazes de garantir a inserção positiva da arte na sociedade industrial. Para um artista concreto, o objeto artístico é simplesmente a concreção de uma idéia perfeitamente inteligível, cabendo à expressão individual lugar nulo no processo artístico. Para eles, toda obra de arte possui uma base racional, em geral matemática, o que a transforma em "meio de conhecimento dedutível de conceitos". No âmbito da pintura, esses princípios correspondem à crítica do ilusionismo pictórico, à recusa do tonalismo cromático e à utilização dos recursos ópticos para a criação do movimento virtual. Lançam mão também do uso de materiais como esmalte, tinta industrial, acrílico e aglomerado de madeira, destacando a atenção do grupo ao desenvolvimento de materiais industriais.

Observa-se que a adoção de postulados extremamente racionalistas para a arte revelam a ânsia de superar o atraso tecnológico, a condição espiritual de país colonizado e de economia subdesenvolvida, característicos da realidade brasileira. As questões e a prática introduzidas pelo Ruptura mobilizam a maior parte dos debates nos anos 1950, e são fundamentais para a fermentação da dissidência neoconcreta no Rio de Janeiro. O grupo não promove outras exposições de seus participantes, entretanto, já contando com outros adeptos como Hermelindo Fiaminghi (1920 - 2004), Judith Lauand (1922), Maurício Nogueira Lima (1930 - 1999) e o apoio dos poetas concretos paulistas, organizam a 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta (1956/1957). Por volta de 1959 o Grupo Ruptura começa a se dispersar.

Fonte: GRUPO Ruptura. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Crédito fotográfico: Uol

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

Olá, boa tarde!

Prepare-se para a melhor experiência em leilões, estamos chegando! 🎉 Por conta da pandemia que estamos enfrentando (Covid-19), optamos por adiar o lançamento oficial para 2023, mas, não resistimos e já liberamos uma prévia! Qualquer dúvida ou sugestão, fale conosco em ola@arrematearte.com.br, seu feedback é muito importante. Caso queira receber nossas novidades, registre-se abaixo. Obrigado e bons lances! ✌️