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João Quaglia

João Garboggini Quaglia (Salvador, BA, 20 de dezembro de 1928 - São João del-Rei, MG, 18 de agosto de 2014), conhecido como Quaglia, foi um pintor, desenhista, gravador, professor e muralista brasileiro.

Biografia

Quaglia explora diferentes ângulos e perspectivas em suas obras. Começou seus estudos em Salvador (BA), com Mário Cravo (litogravura). Depois foi para o Rio de Janeiro, para a Escola Nacional de Belas Artes, aprendendo com Carlos de Nero, Jordão de Oliveira, e, na Associação Brasileira de Desenho, com Aldo Malagoli e Barbosa Leite.

Ganha prêmio de viagem ao exterior (1958) e vai para Madri, onde estuda pintura no Taller Boj. Lá, se fascina também pelas corridas de touros, tendo frequentado as praças onde elas aconteciam muito mais assiduamente que as próprias exposições. Esse olhar, atento às ruas, se manifesta em suas obras. Através delas é possível inferir mesmo onde ele se sentava para assistir.

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Biografia Itaú Cultural

Inicia sua formação artística em Salvador, Bahia, estudando litogravura com Mário Cravo, por volta de 1945. Em 1947 transfere-se para o Rio de Janeiro onde cursa a Escola Nacional de Belas Artes dois anos depois, tendo como mestres Carlos Del Nero e Jordão de Oliveira. Em 1950, estuda pintura na Associação Brasileira de Desenho, sendo aluno de Ado Malagoli e Barbosa Leite. Nesta época, faz aperfeiçoamento em litogravura com Darel Valença Lins. Em 1956, realiza os murais para a Base Aérea de Salvador e para a Embaixada Brasileira, em Madri, Espanha. No ano de 1958, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e viaja para Madri, onde estuda pintura no Taller Boj. Na década de 60, ilustra o álbum de litografias Corrida de Touros, com textos de João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999). Além dessas atividades, atua como professor de pintura e gravura na Associação Brasileira de Desenho no período de 1952 a 1964; na Universidade de Santa Maria; na Escola de Belas Artes de Minas Gerais e no Festival de Ouro Preto.

Críticas

"Quaglia, pintor nascido na Bahia, e envolvido em muitas andanças nacionais e estrangeiras, parece refletir, de forma convincente e madura, a raiz de Segall na pintura contemporânea do Brasil. A melancolia e expressão interiormente solitária dos personagens têm entre ambos sensível familiaridade, apesar do clima romântico com que Quaglia atenua a expressão de carência existencial do nosso tempo. Em fases anteriores, a pintura de Quaglia mostrava uma pele dolorida, expressa em textura que transmitia um transe emotivo. Hoje esta pintura se torna compacta e veludosa, definindo os planos e contrastes numa espécie de modelagem cromática. O desenho também se simplifica, os traços são mínimos em quantidade, embora certos recursos, como a fusão de corpo/roupa/membros em massa única de cor, criem uma surpreendente marca expressiva, liberando os braços e as mãos como raízes de vida. As mãos, por sua vez, passam códigos de comunicação sobre o silêncio, que paira nos rostos num misto de perplexidade e comiseração. Neste sentido quer nos parecer, que na série atual, a mímica é uma constante temática. Numa pintura tão densa e despojada, qualquer detalhe é marcante, e o espectador está sempre à espera de uma revelação, já que o aparelho visual encontra motivos de sobra para comprometer-se numa leitura íntima e solidária. (...)"

Walmir Ayala (QUAGLIA: pinturas. Apresentação de Fernando Carlos de Andrade e Walmir Ayala. Brasília: Performance Galeria de Arte, 1986.)

Exposições Individuais

1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Diretório Acadêmico da Enba

1955 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Diretório Acadêmico da Enba

1956 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré

1957 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré

1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Santa Rosa

1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte

1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte

1986 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte

1987 - Salvador BA - Individual, na Época Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna

1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna

1953 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Juventude - medalha de ouro

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco

1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna

1955 - Salvador BA - Salão Baiano de Belas Artes - menção honrosa

1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna

1956 - Salvador BA - Salão Baiano de Belas Artes - Prêmio Cidade de Salvador

1957 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal do México

1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna

1957 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Trabalho - 1º prêmio

1957 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, no MAM/SP

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior

1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Mar

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1961 - Madri (Espanha) - Coletiva, no Taller Boj

1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Tânger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

ca.1968 - Rio de Janeiro RJ - Resumo de Arte do Jornal do Brasil, no MAM/RJ - Troféu Jornal do Brasil

1969 - Porto Alegre RS - Panorama das Artes no Rio Grande do Sul

1971 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS - prêmio aquisição

1975 - Israel - Artistas Brasileiros

1975 - Estados Unidos - Artistas Brasileiros

1975 - México - Artistas Brasileiros

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

Fonte: QUAGLIA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 03 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Adeus ao mestre

O pintor, nascido em Salvador, Bahia, faleceu em 18 de agosto de 2014, aos 86 anos, em São João del-Rei, Minas Gerais.

“Viver. Talvez seja isso que todos nós procuramos em cada coisa que ganhe nosso empenho". E é isso o que João Garboggini Quaglia conseguiu. Viveu, mais do que tudo.”

Assim os jornalistas André Azevedo, Cláudia Lino e Íris Marinelli descreveram Quaglia, em recente entrevista para o Jornal Observatório da Cultura.

A dimensão desta vida tão rica em arte, em cultura, em poesia, mas sobretudo em amigos, fica ainda mais evidente com sua partida, na última segunda-feira, 18, aos 85 anos.

Saudade

Sem tempo para despedidas, sua morte abalou profundamente gerações de familiares e amigos que viam no pintor a imortalidade daquele que soube, como ninguém, cultivar a juventude, expressa no interesse pelo novo e no entusiasmo pela vida. Seu aniversário, 20 de dezembro, por seu próprio desejo, sempre foi dia de festa, de reunião de amigos, de boa música, de celebração da vida. O mundo artístico perde um de seus mestres, reconhecidamente um dos grandes nomes da pintura brasileira; os que o conheciam de perto, perdem os benefícios desta convivência, que tanto enriqueceu a vida de todos.

Trajetória

Quaglia nasceu em Salvador e foi lá que começou a se interessar por arte, estudando litografia. Os ventos do destino sopraram a favor do Rio de Janeiro e em 1949 já ingressava como aluno da Escola Nacional de Belas Artes e, posteriormente, na Associação Brasileira de Desenho, estudando com grandes nomes como Carlos Del Nero e Aldo Malagoni. Com diversas exposições e trabalhos realizados, entre muitos o mural para a Base Aérea de Salvador e posteriormente o mural “Café” para a Embaixada Brasileira em Madri, seu trabalho ganha visibilidade. Recebe em 1958 o prêmio Viagem ao Estrangeiro no 7º Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no ano seguinte passa a viver em Roma, Gênova e Madri, onde frequenta o Taller Boj e se torna professor de litografia. A viagem ocasionou o encontro com o poeta João Cabral de Melo Neto, de quem mais tarde ilustra o livro Corrida de Touros, belíssima série de litografias dedicadas às touradas, cujos originais encontram-se expostos em sua casa. Como professor, foi “semeador de talentos” , lecionando na Associação Brasileira de Desenho (RJ); na Escola Guignard (BH); na Universidade Federal de Santa Maria (RS), como professor –fundador da Faculdade de Belas Artes e na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também deu aulas no Festival de Inverno de Ouro Preto e em seu atelier em São João del-Rei. Em 2002, o belíssimo art book “Quaglia: 50 anos de arte” fez jus a uma vida dedicada à pintura, destacando não só o trabalho artístico, mas o homem, sua história e suas ideias, através de depoimentos inéditos.

Família

A mudança definitiva para São João del-Rei, em1982, onde já possuía laços familiares – suas três filhas Maria Amélia, Inaê e Miraceli, do casamento com Lucila Cesari moravam na cidade – inaugura uma fase produtiva e feliz em sua vida ao lado de Zélia Silva e dos filhos Fabiano, 23, e Augusto, 21, três grandes paixões em sua vida. A ampla casa da família e atelier na Colônia do Marçal passa a ser ponto de encontro de amigos, intelectuais, amigos das artes e da música, todos sempre bem recebidos pelos anfitriões Zélia e Quaglia.

Além dos cinco filhos, João Quaglia deixa também os netos Pablo, Saulo e Luiza.

Talento

Pintor, litógrafo, professor e mestre de tantos prêmios, Quaglia foi tudo isso e muito mais. Numa trajetória artística construída e lapidada através do rigor estético, do estudo contínuo da técnica, “domesticando o arcabouço da figuração e a voltagem das cores” até chegar aos quadros atuais “lavrados numa lírica e consciente síntese plástica” no dizer de seu biógrafo Mário Margutti, Quaglia produziu uma extensa obra (mais de 300 quadros catalogados), que acima de tudo encanta, e como todo quadro que leva a sua assinatura, “um poema visual que não precisa de mapa para ser compreendido”, como disse certa vez ele próprio.

Pintor, como sempre frisou – e não artista plástico – deixa acima de tudo uma grande saudade. Seu funeral foi apenas o ritual previsto, ao qual todos nos submeteremos um dia, mas viverá para sempre, na memória dos amigos e na magnífica obra que o eternizará através dos tempos.

Despedida

Nas solenidades funerais, na Igreja de São Francisco, amigos prestaram homenagens, lembrando o grande anfitrião, o amigo pronto para uma prosa, o professor – porque sempre tinha algo a ensinar- o apreciador da boa música e tocador de gaita. Durante o velório e também no sepultamento, o pianista André Luiz Dias Pires tocou no acordeon “Eu sei que vou te amar” e “El dia que mi quieras”, entre outras, canções interpretadas por Quaglia, em sua gaita, no último encontro festivo. O jovem Fábio também prestou sua homenagem com pout- pourri de canções na gaita.

Emoção pontuou a missa de corpo presente que teve bela interpretação de Mário Krauss acompanhado da pianista Adriana Mundin. A família convida para a missa que será rezada amanhã, domingo, às 9h15 em memória de Quaglia.

Fonte: Gazeta de São João Del Rei, atualizado em 22 de agosto de 2014, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

Crédito fotográfico: Íris Marinelli

João Garboggini Quaglia (Salvador, BA, 20 de dezembro de 1928 - São João del-Rei, MG, 18 de agosto de 2014), conhecido como Quaglia, foi um pintor, desenhista, gravador, professor e muralista brasileiro.

João Quaglia

João Garboggini Quaglia (Salvador, BA, 20 de dezembro de 1928 - São João del-Rei, MG, 18 de agosto de 2014), conhecido como Quaglia, foi um pintor, desenhista, gravador, professor e muralista brasileiro.

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João Quaglia (1974)

Exposição Arte e Vida - João Quaglia

Restauração digital gravura João Quaglia

Biografia

Quaglia explora diferentes ângulos e perspectivas em suas obras. Começou seus estudos em Salvador (BA), com Mário Cravo (litogravura). Depois foi para o Rio de Janeiro, para a Escola Nacional de Belas Artes, aprendendo com Carlos de Nero, Jordão de Oliveira, e, na Associação Brasileira de Desenho, com Aldo Malagoli e Barbosa Leite.

Ganha prêmio de viagem ao exterior (1958) e vai para Madri, onde estuda pintura no Taller Boj. Lá, se fascina também pelas corridas de touros, tendo frequentado as praças onde elas aconteciam muito mais assiduamente que as próprias exposições. Esse olhar, atento às ruas, se manifesta em suas obras. Através delas é possível inferir mesmo onde ele se sentava para assistir.

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Biografia Itaú Cultural

Inicia sua formação artística em Salvador, Bahia, estudando litogravura com Mário Cravo, por volta de 1945. Em 1947 transfere-se para o Rio de Janeiro onde cursa a Escola Nacional de Belas Artes dois anos depois, tendo como mestres Carlos Del Nero e Jordão de Oliveira. Em 1950, estuda pintura na Associação Brasileira de Desenho, sendo aluno de Ado Malagoli e Barbosa Leite. Nesta época, faz aperfeiçoamento em litogravura com Darel Valença Lins. Em 1956, realiza os murais para a Base Aérea de Salvador e para a Embaixada Brasileira, em Madri, Espanha. No ano de 1958, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e viaja para Madri, onde estuda pintura no Taller Boj. Na década de 60, ilustra o álbum de litografias Corrida de Touros, com textos de João Cabral de Melo Neto (1920 - 1999). Além dessas atividades, atua como professor de pintura e gravura na Associação Brasileira de Desenho no período de 1952 a 1964; na Universidade de Santa Maria; na Escola de Belas Artes de Minas Gerais e no Festival de Ouro Preto.

Críticas

"Quaglia, pintor nascido na Bahia, e envolvido em muitas andanças nacionais e estrangeiras, parece refletir, de forma convincente e madura, a raiz de Segall na pintura contemporânea do Brasil. A melancolia e expressão interiormente solitária dos personagens têm entre ambos sensível familiaridade, apesar do clima romântico com que Quaglia atenua a expressão de carência existencial do nosso tempo. Em fases anteriores, a pintura de Quaglia mostrava uma pele dolorida, expressa em textura que transmitia um transe emotivo. Hoje esta pintura se torna compacta e veludosa, definindo os planos e contrastes numa espécie de modelagem cromática. O desenho também se simplifica, os traços são mínimos em quantidade, embora certos recursos, como a fusão de corpo/roupa/membros em massa única de cor, criem uma surpreendente marca expressiva, liberando os braços e as mãos como raízes de vida. As mãos, por sua vez, passam códigos de comunicação sobre o silêncio, que paira nos rostos num misto de perplexidade e comiseração. Neste sentido quer nos parecer, que na série atual, a mímica é uma constante temática. Numa pintura tão densa e despojada, qualquer detalhe é marcante, e o espectador está sempre à espera de uma revelação, já que o aparelho visual encontra motivos de sobra para comprometer-se numa leitura íntima e solidária. (...)"

Walmir Ayala (QUAGLIA: pinturas. Apresentação de Fernando Carlos de Andrade e Walmir Ayala. Brasília: Performance Galeria de Arte, 1986.)

Exposições Individuais

1952 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Diretório Acadêmico da Enba

1955 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no Diretório Acadêmico da Enba

1956 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré

1957 - Salvador BA - Individual, na Galeria Oxumaré

1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Santa Rosa

1966 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1974 - Rio de Janeiro RJ - Individual, no MNBA

1981 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte

1983 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte

1985 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na B-75 Concorde Galeria de Arte

1986 - Brasília DF - Individual, na Performance Galeria de Arte

1987 - Salvador BA - Individual, na Época Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1952 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão Nacional de Arte Moderna

1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna

1953 - Rio de Janeiro RJ - Salão da Juventude - medalha de ouro

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco

1955 - Rio de Janeiro RJ - 4º Salão Nacional de Arte Moderna

1955 - Salvador BA - Salão Baiano de Belas Artes - menção honrosa

1956 - Rio de Janeiro RJ - 5º Salão Nacional de Arte Moderna

1956 - Salvador BA - Salão Baiano de Belas Artes - Prêmio Cidade de Salvador

1957 - Cidade do México (México) - 1ª Bienal do México

1957 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Arte Moderna

1957 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Trabalho - 1º prêmio

1957 - São Paulo SP - Artistas da Bahia, no MAM/SP

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Arte Moderna - prêmio de viagem ao exterior

1958 - Rio de Janeiro RJ - Salão do Mar

1959 - São Paulo SP - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão Ciccilo Matarazzo Sobrinho

1961 - Madri (Espanha) - Coletiva, no Taller Boj

1962 - Rabat (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Tânger (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

1962 - Casablanca (Marrocos) - Exposição de Artistas Brasileiros

ca.1968 - Rio de Janeiro RJ - Resumo de Arte do Jornal do Brasil, no MAM/RJ - Troféu Jornal do Brasil

1969 - Porto Alegre RS - Panorama das Artes no Rio Grande do Sul

1971 - Porto Alegre RS - 1º Salão de Artes Visuais da UFRGS - prêmio aquisição

1975 - Israel - Artistas Brasileiros

1975 - Estados Unidos - Artistas Brasileiros

1975 - México - Artistas Brasileiros

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

Fonte: QUAGLIA . In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 03 de Mar. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Adeus ao mestre

O pintor, nascido em Salvador, Bahia, faleceu em 18 de agosto de 2014, aos 86 anos, em São João del-Rei, Minas Gerais.

“Viver. Talvez seja isso que todos nós procuramos em cada coisa que ganhe nosso empenho". E é isso o que João Garboggini Quaglia conseguiu. Viveu, mais do que tudo.”

Assim os jornalistas André Azevedo, Cláudia Lino e Íris Marinelli descreveram Quaglia, em recente entrevista para o Jornal Observatório da Cultura.

A dimensão desta vida tão rica em arte, em cultura, em poesia, mas sobretudo em amigos, fica ainda mais evidente com sua partida, na última segunda-feira, 18, aos 85 anos.

Saudade

Sem tempo para despedidas, sua morte abalou profundamente gerações de familiares e amigos que viam no pintor a imortalidade daquele que soube, como ninguém, cultivar a juventude, expressa no interesse pelo novo e no entusiasmo pela vida. Seu aniversário, 20 de dezembro, por seu próprio desejo, sempre foi dia de festa, de reunião de amigos, de boa música, de celebração da vida. O mundo artístico perde um de seus mestres, reconhecidamente um dos grandes nomes da pintura brasileira; os que o conheciam de perto, perdem os benefícios desta convivência, que tanto enriqueceu a vida de todos.

Trajetória

Quaglia nasceu em Salvador e foi lá que começou a se interessar por arte, estudando litografia. Os ventos do destino sopraram a favor do Rio de Janeiro e em 1949 já ingressava como aluno da Escola Nacional de Belas Artes e, posteriormente, na Associação Brasileira de Desenho, estudando com grandes nomes como Carlos Del Nero e Aldo Malagoni. Com diversas exposições e trabalhos realizados, entre muitos o mural para a Base Aérea de Salvador e posteriormente o mural “Café” para a Embaixada Brasileira em Madri, seu trabalho ganha visibilidade. Recebe em 1958 o prêmio Viagem ao Estrangeiro no 7º Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no ano seguinte passa a viver em Roma, Gênova e Madri, onde frequenta o Taller Boj e se torna professor de litografia. A viagem ocasionou o encontro com o poeta João Cabral de Melo Neto, de quem mais tarde ilustra o livro Corrida de Touros, belíssima série de litografias dedicadas às touradas, cujos originais encontram-se expostos em sua casa. Como professor, foi “semeador de talentos” , lecionando na Associação Brasileira de Desenho (RJ); na Escola Guignard (BH); na Universidade Federal de Santa Maria (RS), como professor –fundador da Faculdade de Belas Artes e na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Também deu aulas no Festival de Inverno de Ouro Preto e em seu atelier em São João del-Rei. Em 2002, o belíssimo art book “Quaglia: 50 anos de arte” fez jus a uma vida dedicada à pintura, destacando não só o trabalho artístico, mas o homem, sua história e suas ideias, através de depoimentos inéditos.

Família

A mudança definitiva para São João del-Rei, em1982, onde já possuía laços familiares – suas três filhas Maria Amélia, Inaê e Miraceli, do casamento com Lucila Cesari moravam na cidade – inaugura uma fase produtiva e feliz em sua vida ao lado de Zélia Silva e dos filhos Fabiano, 23, e Augusto, 21, três grandes paixões em sua vida. A ampla casa da família e atelier na Colônia do Marçal passa a ser ponto de encontro de amigos, intelectuais, amigos das artes e da música, todos sempre bem recebidos pelos anfitriões Zélia e Quaglia.

Além dos cinco filhos, João Quaglia deixa também os netos Pablo, Saulo e Luiza.

Talento

Pintor, litógrafo, professor e mestre de tantos prêmios, Quaglia foi tudo isso e muito mais. Numa trajetória artística construída e lapidada através do rigor estético, do estudo contínuo da técnica, “domesticando o arcabouço da figuração e a voltagem das cores” até chegar aos quadros atuais “lavrados numa lírica e consciente síntese plástica” no dizer de seu biógrafo Mário Margutti, Quaglia produziu uma extensa obra (mais de 300 quadros catalogados), que acima de tudo encanta, e como todo quadro que leva a sua assinatura, “um poema visual que não precisa de mapa para ser compreendido”, como disse certa vez ele próprio.

Pintor, como sempre frisou – e não artista plástico – deixa acima de tudo uma grande saudade. Seu funeral foi apenas o ritual previsto, ao qual todos nos submeteremos um dia, mas viverá para sempre, na memória dos amigos e na magnífica obra que o eternizará através dos tempos.

Despedida

Nas solenidades funerais, na Igreja de São Francisco, amigos prestaram homenagens, lembrando o grande anfitrião, o amigo pronto para uma prosa, o professor – porque sempre tinha algo a ensinar- o apreciador da boa música e tocador de gaita. Durante o velório e também no sepultamento, o pianista André Luiz Dias Pires tocou no acordeon “Eu sei que vou te amar” e “El dia que mi quieras”, entre outras, canções interpretadas por Quaglia, em sua gaita, no último encontro festivo. O jovem Fábio também prestou sua homenagem com pout- pourri de canções na gaita.

Emoção pontuou a missa de corpo presente que teve bela interpretação de Mário Krauss acompanhado da pianista Adriana Mundin. A família convida para a missa que será rezada amanhã, domingo, às 9h15 em memória de Quaglia.

Fonte: Gazeta de São João Del Rei, atualizado em 22 de agosto de 2014, consultado pela última vez em 27 de março de 2020.

Crédito fotográfico: Íris Marinelli

Arremate Arte
Feito com no Rio de Janeiro

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