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Francisco Rebolo

Francisco Rebolo Gonsales (São Paulo, SP, 22 de agosto de 1902 — idem, 10 de julho de 1980), mais conhecido por Francisco Rebolo, ou simplesmente Rebolo, foi um pintor, gravurista e futebolista hispano-brasileiro. Membro fundador do famoso Grupo Santa Helena, também é o criador do escudo do Sport Club Corinthians Paulista, desenhado no início da década de 30.

Biografia Oficial - Rebolo de duas artes: pintura e futebol

Um início com raízes populares

Francisco Rebollo Gonsales (nome artístico: REBOLO) nasceu no dia 22/08/1902, em São Paulo, sendo filho de imigrantes espanhóis que chegaram ao Brasil no final do século XIX. Viveu intensamente duas trajetórias: primeiramente, jogador de futebol de 1917 a 1932, atuou no Corinthians (1921 a 1927) e no Ypiranga, ambos clubes da cidade de São Paulo; a partir de 1934, torna-se pintor e completa no seu falecimento (10/7/1980) uma história de quase meio século como importante artista plástico. Um fato curioso uniu suas duas atividades: na década de 30, pintor já conhecido, desenhou o símbolo definitivo do Corinthians, que é hoje um ícone nacional.

Grupo Santa Helena: companheirismo marcando a arte e a vida

Característica marcante de Rebolo, que se manifestou claramente durante sua longa trajetória de artista, foi a capacidade de organizador da categoria. Logo no início da carreira, em meados da década de 30, alugou duas salas no imponente edifício Santa Helena - prédio que dividia as antigas Praça da Sé e Clóvis, no centro de São Paulo; nelas montou seu ateliê de pintura de cavalete, utilizando-as também como ponto para atender sua clientela de pintura ornamental de residências, na condição de microempresário. Com espírito de liderança, Rebolo convidou para utilizarem as salas alguns nomes que acabaram entrando para a história da arte brasileira: Aldo Bonadei, Fúlvio Pennacchi, Alfredo Volpi, Clóvis Graciliano, Mário Zanini e outros, e dessa convivência e proximidade surgiu o que foi batizado pela crítica da época como Grupo Santa Helena. Todos os seus membros permaneceram amigos e companheiros para sempre.

Mestre da paisagem brasileira

Desde o começo da carreira artística, Rebolo foi considerado pela melhor crítica do período (Mário de Andrade, Sérgio Milliet e outros intelectuais) um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Não obstante sua consagração como mestre da paisagem, sua apreciada obra, com um total estimado superior a 3000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de 50 diferentes gravuras, de variadas técnicas, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. Hoje, os trabalhos de Rebolo estão nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares em todo o Brasil. Dezenas de mostras individuais de sua obras foram realizadas, além de grandes retrospectivas, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. Em 1975, o crítico de arte e cineasta Olívio Tavares de Araújo fez um premiado curta-metragem de 20 minutos sobre o artista. Em 1986, foi editado livro com reprodução de mais 100 de suas principais pinturas, desenhos e gravuras, contendo estudos críticos e exaustiva resenha sobre a vida e obra de Rebolo.

Trajetória artística

1903

  • Nasce Francisco Rebolo Gonsales, quinto filho de Francisco Rebollo Merguizo e Rosa Gonsales Rodrigues, no dia 22 de agosto, na rua Visconde de Parnaíba, em São Paulo. Devido a sua documentação como jogador de futebol, o artista adota 1902 como ano do seu nascimento.

  • Nas artes do país, os primeiros quinze anos do século mostram ainda a expansão do academismo, apoiado na tradição enraizada desde a Missão Francesa, quase cem anos antes. Mas, há registro de um "realismo regionalista" expresso na pintura, através da paisagem, e da caracterização particular de "tipos humanos" brasileiros.

1910

  • Inicia o curso primário, no Grupo Escolar da Mooca, em São Paulo.

  • Abalo na "Política do Café com Leite". Vencendo as eleições, Hermes da Fonseca reconduz o exército a participação política. 1/3 da população de São Paulo é formada por operários e 51% deste número são imigrantes.

1914

  • Trabalha como entregador, numa loja de chapéus em São Paulo.

  • Primeira exposição de Anita Malfatti, apresentando trabalhos expressionistas. Um ano antes, Lasar Segal expusera em São Paulo. Venceslau Brás vence as eleições, reconduzindo a política do "Café com Leite". Início da I Guerra Mundial. (1914-1918)

1915

  • Inicia seu contato com a pintura se tornando aprendiz de decorador.

  • Estuda na Escola Profissional Masculina do Brás durante dois anos.

  • Diante da guerra a indústria brasileira precisa substituir a produção importada.

1917

  • Principia sua carreira de jogador de futebol na Associação Atlética São Bento. Passa a trabalhar independentemente como decorador de residências.

  • Exposição percursora da Semana da Arte Moderna da artista Anita Malfatti, em São Paulo.

  • No Rio de Janeiro, Darius Milhaud defende a utilização do folclore na música. Menotti del Picchia publica "Juca Mulato".

  • Na economia, impasse agrícola geral: crise no café.

  • Depois de um ataque a seus navios, o Brasil declara guerra a Alemanha.

  • Greves operárias em São Paulo e no Rio.

  • Revolução Russa.

1922

  • É contratado pelo Sport Club Corinthians. Conquistou o título de "Campeão do Centenário".

  • Em São Paulo, realiza-se a Semana de Arte Moderna.

  • Calcula-se que existam cerca de 500 mil imigrantes espanhóis no Brasil.

  • Fundação do P.C.B.

1926

  • Monta um escritório, onde passa a receber encomendas para seu trabalho de decoração.

  • Estuda desenho decorativo.

  • Mário de Andrade publica "Primeiro Andar" e "Losango Cáqui".

  • Movimento Verdamarelo, liderado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia e Cândido Motta Filho.

  • Washington Luiz é presidente da república. Getúlio Vargas é indicado para ministro da fazenda.

1927

  • É contratado pelo Clube Atlético Ypiranga.

  • Construção da primeira "casa modernista", em São Paulo, por Gregori Warchavchik.

  • Realiza-se no Rio de Janeiro, o Congresso Operário Sindical. É fundada a Confederação Geral do Trabalho.

  • Júlio Prestes é eleito governador de São Paulo.

1933

  • Transfere seu atelier para o prédio Santa Helena, na praça da Sé. Passa a pintar do natural, o que o leva a uma preocupação mais definida com o desenho e a pintura e representa o início de sua carreira de pintor.

  • Publicações: "Casa Grande e Senzala", de Gilberto Freire, "Serafim Ponte Grande", de Oswald de Andrade, "Caetés", de Graciliano Ramos, "Cacau", de Jorge Amado.

  • Marcha integralista em São Paulo.

  • Eleições para a Assembléia Constituinte.

1933/1938

  • Expansão progressiva da Indústria.

  • É adotado o profissionalismo no futebol brasileiro.

1934

  • Abandona o futebol. Intensifica contatos com o meio artístico.

  • É criado o Salão Paulista de Belas Artes, primeira mostra anual de artes plásticas em São Paulo.

  • Portinari expõe em São Paulo.

  • Armando de Salles de Oliveira cria a Universidade de São Paulo.

  • É promulgada a nova constituição brasileira.

  • Vargas é eleito presidente da república.

1935

  • Começa a estruturar-se o grupo Santa Helena. O pintor Mário Zanini partilha a sala-atelier de Rebolo, assim como Fúlvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Humberto Rosa, Manuel Martins, Clóvis Graciliano, Alfredo Rullo Rizotti. Alfredo Volpi vem desenhar modelo vivo. Aluga-se uma Segunda sala.

  • Expõe no III Salão Paulista de Belas Artes.

  • Portinari obtém destaque internacional, com a apresentação da tela "Café", nos EUA.

  • Lei de Segurança Nacional dá amplos poderes ao Executivo.

  • Intentona Comunista.

  • Decretado Estado de Sítio no país.

  • Ação coercitiva sobre o movimento operário.

1934

  • Abandona o futebol. Intensifica contatos com o meio artístico.

  • É criado o Salão Paulista de Belas Artes, primeira mostra anual de artes plásticas em São Paulo.

  • Portinari expõe em São Paulo.

  • Armando de Salles de Oliveira cria a Universidade de São Paulo.

  • É promulgada a nova constituição brasileira.

  • Vargas é eleito presidente da república.

1936

  • Expõe no IV Salão Nacional de Belas Artes, ganhando a medalha de ouro, e no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro, obtendo a medalha de bronze.

  • Le Corbusier visita o Rio de Janeiro.

  • Intelectuais tomam posição diante da Guerra Civil Espanhola.

  • Inicia-se a construção do estádio do Pacaembú, em São Paulo.

1937

  • Expõe no Salão Nacional de Belas Artes, ganhando a medalha de prata. Participa da I Exposição da Família Artística Paulista, juntamente com os integrantes do grupo Santa Helena e mais outros artistas.

  • Realização do I Salão de Maio, em São Paulo.

  • Criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

  • Campanha para eleição presidencial. Candidatos: Armando de Salles Oliveira (Partido Democrático) e José Américo de Almeida (P.R.P). Plínio Salgado é lançado pelos integralistas.

  • Implantação do Estado Novo, abolição dos partidos políticos e redação de Nova Carta Constitucional.

  • Política de nacionalização da economia.

1938

  • Expõe no Salão Paulista de Belas Artes.

  • Participa do Salão de Maio, em São Paulo.

  • Participa do IV Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, São Paulo.

  • É aberta, em São Paulo, a loja "Casa e Jardim", acolhendo mostras de artistas modernos.

  • Integralistas tentam desencadear golpe militar, no Rio.

1939

  • Expõe na II Mostra da Família Artística, acrescida em relação a primeira, dos nomes de Portinari, Toledo Piza, Ernesto De Fiori, Vilanova Artigas e Nélson Nóbrega.

  • Expõe no III Salão de Maio.

  • Participa do V Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, em São Paulo.

  • Expõe no Salão de Araraquara, sendo premiado.

  • Acordos econômicos do Brasil com os EUA.

  • Início da II Guerra Mundial.

1940

  • Integra o III Salão da Família Artística Paulista, realizado no Rio de Janeiro.

  • Participa do Salão Nacional de Belas Artes, recebendo a medalha de bronze.

  • Expõe no VI Salão do sindicato dos Artistas Plásticos.

  • Exposição "Cento e Cinqüenta anos de Pintura Francesa", São Paulo.

  • Instituição do salário mínimo.

  • Com a guerra, pleno rendimento da capacidade industrial.

1941

  • Participa do VI Salão do sindicato dos Artistas Plásticos, São Paulo.

  • Integra o I Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, São Paulo.

  • É Premiado no Concurso de Desenho e Guache que se realiza em São Paulo.

  • Surgimento das revistas "Clima" e "Planalto". Ambas procuravam divulgar a arte moderna com a colaboração de vários intelectuais.

  • Exposição do pintor surrealista português Antônio Pedro, em São Paulo.

  • Governo brasileiro cria a Cia. Siderúrgica Nacional e inicia a construção de Volta Redonda.

  • Instituição da Justiça do Trabalho.

  • Os EUA entram na Guerra.

1942

  • Expõe no VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, São Paulo.

  • É premiado no Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, com a "Grande Medalha de Prata".

  • Aluga uma chácara, junto com Sérgio Milliet, no Morumbi.

  • Brasil declara guerra ao Eixo.

  • Intelectuais defendem a democratização do país.

  • Juscelino Kubitscheck é prefeito de Belo Horizonte, iniciando a construção da Pampulha.

1943

  • Participa da exposição Anti-Eixista. Doa quadros para o esforço de guerra contra o nazismo.

  • Expõe com Nélson Nóbrega e Clóvis Graciliano, na Galeria Itá, em São Paulo.

  • Instituição da Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.)

1944

  • Integra o VIII Salão do sindicato dos Artistas Plásticos, de São Paulo, e o IX Salão desta entidade.

  • A convite de J.K., viaja acompanhado de outros artistas modernos e intelectuais para participar da primeira mostra coletiva de arte moderna de Belo Horizonte.

  • Pressões para obter a democratização do país. Eduardo Gomes é lançado candidato a presidência da república.

1945

  • Integra a coletiva de arte moderna, promovida em homenagem póstuma a Mário de Andrade, falecido em fevereiro.

  • II Exposição Francesa causa impacto no ambiente artístico: apresenta-se ao público ampla mostra do abstracionismo lírico.

  • Realização do Congresso de Escritores, em São Paulo, com ampla ação pró-democratização do país.

  • Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente.

1946

  • Exposição individual de 51 trabalhos na galeria Itá, São Paulo.

  • Integra a Mostra "Pintura Brasileña Contemporanea", no Chile.

  • Passa a residir, com a família, na chácara do Morumbi, alugada a Oswaldo Bratke.

  • Articulações para a criação do Museu de Arte Moderna, em São Paulo.

  • Abertura da Galeria Domus, principal espaço para os artistas modernos durante vários anos.

  • Comemoração do 50o aniversário da Academia Brasileira de Letras.

1947

  • Exposição Circulante de Artes Plásticas. Está presente na "Divisão Moderna".

  • Fundação e abertura do Museu de Arte de São Paulo - MASP

1948

  • Expõe, junto com Volpi e Zanini, na galeria Domus, em São Paulo.

  • Participa do movimento pró-criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • Com Ciro Mendes, Flávio Motta, Cláudio Abramo e Clóvis Graciano, dirige o jornal "Artes Plásticas".

  • Mostra anual do Sindicato dos Artistas Plásticos.

  • Fundação do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM

  • Surge o "Grupo 15", em torno do pintor Takaoka.

  • Fundada a Sociedade Brasileira de Comédia, raiz do TBC.

1949

  • Expõe no XIII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, recebendo o I Prêmio Mário de Andrade.

  • Participa da mostra "Pintores Paulistas", no Rio de Janeiro, reunindo artistas modernos.

  • Abertura do Museu de Arte Moderna de São Paulo com a mostra "Do Figurativismo ao Abstracionismo".

  • É criada a ABCA, Associação Brasileira de Críticos de Arte.

  • Última mostra do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo.

  • Fundada a Cia. Cinematográfica Vera Cruz.

  • Vargas é lançado candidato a presidência da república.

1950

  • Expõe com Volpi, Nélson Nóbrega e Zanini, na galeria Domus de São Paulo.

  • Retrospectiva de Tarsila do Amaral, no MAM/SP.

  • Surge o Instituto de Arte Contemporânea, vinculado ao MASP

  • Criação da revista Habitat, publicação voltada para as artes, a arquitetura e o design, sob a orientação de Pietro e Lina Bo Bardi.

  • Criação da revista Anhembi, reunindo intelectuais de prestígio nacional e internacional.

  • Inauguração do estádio do Maracanã.

  • Vargas é eleito presidente.

1951

  • Integra a representação brasileira na I Bienal de São Paulo, organizada pelo Museu de Arte Moderna.

  • Instala-se, no Rio de Janeiro, a TV Tupi.

1952

  • Transfere seu atelier da rua Santa Helena para a Major Sertório, onde permanece durante quase quinze anos.

  • I Exposição Nacional de Arte Abstrata, em Teresópolis, Rio de Janeiro. Exposição comemorativa dos 30 anos da Semana de Arte Moderna. Brasil assina acordo militar com os EUA.

1953

  • Expõe no II Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio, recebendo o prêmio "Aquisição".

  • Participa da II Bienal de São Paulo.

  • Jânio Quadros é eleito prefeito de São Paulo.

  • Greve operária em São Paulo.

  • Criação da Petrobrás põe fim a polêmica " petróleo brasileiro".

1954

  • Recebe o I Prêmio do III Salão de Arte Moderna - o "Prêmio de Viagem ao Exterior".

  • É membro de júri do III Salão Paulista de Arte Moderna.

  • Criação da Eletrobrás.

  • Pressões sobre Vargas o levam a cometer suicídio.

  • Café Filho na presidência da república.

  • Comemoração do IV Centenário da cidade de São Paulo.

  • Juscelino lança candidatura à presidência.

1955

  • Participa da III Bienal de São Paulo.

  • Realiza individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo, antes de embarcar para a Europa.

  • Embarca com a família para a Itália, para desfrutar do prêmio obtido no ano anterior. Realiza viagens de estudos por diversos países europeus.

  • Nasce o "Cinema Novo".

  • J.K. é eleito presidente.

1956

  • Frequenta um curso de restauração no Vaticano, tendo a oportunidade de trabalhar no restauro de uma obra de Rafael.

  • Vai a Veneza, por ocasião da Bienal.

  • I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM de São Paulo.

  • Início da "política desenvolvimentista" de J.K.

1957

  • Expõe na Embaixada Brasileira, em Roma. Exibe nesta mostra os trabalhos realizados em suas viagens pela Europa, incluindo a Itália, onde fixa residência. Em meados do ano, volta ao Brasil. Em agosto, expõe no Museu de Arte Moderna de São Paulo os trabalhos realizados na Europa.

  • I Exposição de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Manifesto dos poetas concretistas.

  • Iniciados os trabalhos de construção de Brasília, soba direção de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

1958

  • Inicia uma série de experiências como gravador, o que vai Ter influência nas suas fases posteriores, quando se dedica à pintura. Expõe no VII Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro.

  • Surgimento da Bossa Nova.

  • Brasil conquista, na Suécia, o Campeonato Mundial de Futebol.

1959

  • Participa do VIII Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

  • Volta a residir no Morumbi, desta vez na rua Joaquim Cândido de Azevedo Marques.

  • I Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

  • Lançado o Manifesto Neoconcreto.

  • V Bienal de São Paulo: total predominância da abstração.

  • Criação da SUDENE.

1960

  • Expõe individualmente na Petite Galerie, Rio de Janeiro.

  • Participa do IX Salão Paulista de Arte Moderna, recebendo o prêmio "Aquisição".

  • Integra mostra coletiva na galeria K.L.M., São Paulo.

  • II Exposição Neoconcreta no Mec/Rio de Janeiro.

  • Exposição Retrospectiva de Arte Concreta no MAM, Rio de Janeiro.

  • Inauguração de Brasília.

  • Jânio Quadros é eleito presidente.

1961

  • Expõe na galeria de arte São Luís, São Paulo.

  • Realiza-se a VI Bienal de São Paulo.

  • Exposição Neoconcreta no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • Posse de Jânio Quadros (janeiro).

  • Renúncia de Jânio Quadros, em agosto. Vice-presidente João Goulart em missão diplomática no exterior: oposição militar à sua posse. Atribulação política no país.

1963

  • Por recomendação médica, permanece alguns meses inativo. Sem poder ter contato com as tintas, volta-se mais intensivamente para o desenho e a gravura.

  • Realiza individual na Casa do Artista Plástico, São Paulo.

  • Realiza-se a VII Bienal de São Paulo.

  • Jango propõe a reforma agrária. O Estatuto da Terra é rejeitado pela Câmara dos Deputados.

  • Plebiscito para decidir sobre presidencialismo ou parlamentarismo, recaindo a opção, na primeira forma de governo.

1964

  • Individual na Galeria São Luís, São Paulo.

  • Jango é deposto pelo golpe militar. Castelo Branco é indicado para a Presidência da República.

1965

  • Expõe individualmente na Galeria São Luís, SP.

  • Integra coletiva na Galeria Atrium, SP.

  • Participa, com isenção de júri, do II Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, em Brasília.

  • VIII Bienal de São Paulo.

  • Intelectuais clamam pela volta da democracia no país.

  • Suspensão dos partidos políticos. Atos institucionais dão amplos poderes ao Executivo.

1966

  • Expõe, individualmente, guaches e desenhos na AAMAM - Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • Inicia uma série de viagens a Barra do Sahy, das quais resulta uma numerosa produção de óleos.

  • Morte do crítico Sérgio Milliet, um dos principais estudiosos sobre a produção artística da geração a que pertenceu Rebolo.

1967

  • Transfere seu atelier para o bairro de Perdizes.

  • Expõe individualmente na Galeria 4 Planetas, São Paulo.

  • Integra a Mostra "O Grupo Santa Helena - 30 Anos Depois", no auditório Itália, São Paulo.

  • Integra coletiva na Casa do Artista Plástico, São Paulo.

  • Artistas e escritores protestam contra a Lei de Imprensa.

  • Festival da Música Popular Brasileira.

  • Promulgada a Nova constituição do Brasil.

  • Costa e Silva é indicado para a Presidência.

1968

  • Exposição individual de 30 óleos na Galeria Atrium, São Paulo.

  • Censura às atividades culturais.

  • Pressão sobre os intelectuais de esquerda. Realizam-se diversas prisões.

  • Costa e Silva assina o Ato Institucional No. 5

1969

  • Individual na Galeria Comodoro, São Paulo.

  • Boicote a Bienal de São Paulo, em virtude do clima político vivido pelos intelectuais brasileiros.

  • Surge o jornal "Pasquim".

  • Muitos intelectuais deixam o país.

  • Morte de Costa e Silva. Impedida a posse de Pedro Aleixo, uma junta militar assume o poder. Médici é indicado presidente.

1970

  • Inicia experiência de gravura sobre metal, resultando uma produção de 40 matrizes, aproximadamente até o final da sua vida.

  • Iniciada a construção da Rodovia Transamazônica.

  • Brasil conquista o tri-campeonato mundial de futebol, no México.

1971

  • Participa de mostra coletiva na Galeria Alberto Bonfiglioli, SP.

  • Inicia uma série de viagens ao sul e ao nordeste do país, das quais resulta uma considerável produção de óleos.

1972

  • Participa da mostra "Temática Brasileira", no Paço das Artes, São Paulo.

  • Executa Painel para o Senado Federal.

  • Comemoração dos 50 anos da "Semana de Arte Moderna".

1973

  • É escolhido para executar os óleos que ilustrarão as grandes extrações da Loteria Federal.

  • Realiza mostra retrospectiva, a convite do Museu de Arte Moderna de São Paulo. De São Paulo, a retrospectiva é levada a Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília.

  • Integra a mostra "I Pintores do Grupo Santa Helena", São Paulo.

  • Expõe na Galeria Intercontinental, Rio de Janeiro.

  • Participa da coletiva "São Francisco de Assis", na Galeria Azulão, São Paulo.

  • Recebe o "Prêmio de Pintura" da APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte.

  • Médici indica Ernesto Geisel para sucessor.

1974

  • Individual na Galeria Ranulpho, no Recife.

  • Expõe em Brasília, na Galeria Oscar Sráphico.

  • Expõe no Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB -, em Porto Alegre.

  • Ernesto Geisel, Presidente da República, apresenta o II Plano Nacional de Desenvolvimento.

1975

  • Individual em "A Galeria", São Paulo.

  • Participa da mostra "40 Anos do Grupo Santa Helena", realizada no Paço das Artes, São Paulo.

  • Acordo Nuclear assinado entre Brasil e Alemanha.

  • Morte do jornalista Vladimir Herzog.

1976

  • Individual na Galeria Oscar Seráphico, Brasília.

  • Integra a Sala Brasília, na XIII Bienal de São Paulo.

  • Participa da coletiva "Aspectos do Modernismo no Brasil", na Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, SP.

  • Presente na coletiva organizada pelo Museu Lasar Segall, "Os Salões".

  • Kissinger visita o Brasil.

  • Bombas são colocadas na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro; no Cebrap, São Paulo e da Editora Civilização Brasileira.

  • Na economia, "o pacote de abril".

  • Figueiredo indicado sucessor de Geisel.

1977

  • Individual na Galeria de Arte Sharp, em Fortaleza.

  • Individual na Galeria do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, em Santos, SP.

1978

  • Individual na Galeria André, São Paulo.

  • Integra coletiva na Pinacoteca do Estado: "A Paisagem na Coleção da Pinacoteca".

  • Colabora com os movimentos políticos de oposição ao governo militar.

  • No Museu da Imagem e do Som de São Paulo, é apresentado ao público o filme documentário sobre sua vida e obra, "O Anel Lírico", de autoria de Olívio Tavares de Araújo.

  • Teotônio Vilela apresenta o "Projeto Brasil", pregando reformas no regime político.

  • João Baptista Figueiredo é eleito presidente pelo Colégio Eleitoral.

  • Eleição para o Senado, Câmara e Assembléia.

1979

  • Individual na Galeria Oscar Seráphico, Brasília.

  • Participa da mostra "Desenho dos Anos 40", na Biblioteca Municipal de São Paulo.

  • Aprovada a reforma partidária. A partir do ano seguinte, surgem os programas dos novos partidos.

1980

  • Morre de infarto, no dia 10 de julho.

Fonte: Instituto Rebolo, consultado pela última vez em 09 de junho de 2020.

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Biografia - Itaú Cultural

Inicia seus estudos em artes na Escola Profissional Masculina do Brás, onde tem aula de desenho com o professor Giuseppe Barquita, entre 1915 e 1917. Aos 14 anos, trabalha como aprendiz de decorador de paredes. Paralelamente à sua atividade como decorador, atua como jogador de futebol, passando pela Associação Atlética São Bento, de 1917 a 1922, pelo Sport Club Corinthians Paulista, de 1922 a 1927, e pelo Clube Atlético Ypiranga, de 1927 a 1934. Em 1926, monta ateliê de decoração na Rua São Bento. A partir 1933, transfere seu ateliê para uma sala no Palacete Santa Helena, quando inicia-se na pintura. A partir de 1935, partilha seu ateliê com Mário Zanini (1907-1971). Posteriormente, outras salas do Palacete são transformadas em ateliês e ocupadas por vários pintores. Mais tarde, este grupo de artistas passa a ser denominado Grupo Santa Helena. Rebolo desenvolve uma obra pautada na figuração, mas, a partir da década de 1950, esboça algumas experiências no abstracionsimo e posteriormente no construtivismo. Em 1937, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra a Família Artística Paulista (FAP). Em 1945, trabalha com outros artistas para a criação do Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho), do qual é diretor por várias vezes. Com prêmio de viagem ao exterior, obtido no 3º Salão Nacional de Arte Moderna, embarca para a Europa em 1955. Em 1956, faz curso de restauração no Vaticano, participando da recuperação de uma obra de Raphael (1483-1520). A partir de 1959, incentivado por Marcelo Grassmann (1925-2013), inicia uma série de experiências como gravador.

Análise

Filho de imigrantes espanhóis de origem humilde, Francisco Rebolo entra em contato com a pintura no ofício de pintor-decorador. Crescendo no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, cedo precisa trabalhar. Em 1915, emprega-se como aprendiz de decorador de paredes. Entre 1915 e 1917, freqüenta o curso de iniciação ao desenho na Escola Profissional Masculina do Brás. Ajuda na decoração das Igrejas de Santa Cecília e Santa Efigênia, onde faz pintura mural imitando couro e mármore. A partir de 1917, passa a trabalhar independentemente como pintor de residência, realizando frisos decorativos de diversos estilos. Em 1926, monta escritório na rua São Bento. Entre 1917 e 1934, Rebolo desenvolve relativa carreira de sucesso no futebol paulistano, jogando no Sport Club Corinthians (é responsável pela elaboração definitiva do emblema do clube na década de 1930).

A partir dos anos 1930 a pintura de cavalete começa a ter crescente importância na vida de Rebolo. Em 1935 convida o pintor Mario Zanini, com quem tem aulas informais de desenho desde 1933, a partilhar com ele uma sala-ateliê no Edifício Santa Helena, na Sé, no qual se instala em 1933. Outros artistas como, Fulvio Pennacchi (1905-1992), Bonadei (1906-1974), Humberto Rosa (1908-1948), Clóvis Graciano (1907-1988), Alfredo Volpi (1896-1988), Rizzotti (1909-1972) e Manoel Martins (1911-1979) juntam-se a eles para dividir o aluguel das salas e as sessões de modelo vivo (no ateliê e na Escola de Belas Artes), trocar conhecimentos técnicos e históricos sobre pintura e organizar excursões às regiões periféricas da cidade nos fins de semana para praticar a pintura de paisagem ao ar livre. Dessa forma, surge o que veio a ser conhecido como o Grupo Santa Helena, do qual Rebolo torna-se um dos expoentes.

A despeito das diferenças pessoais, unia-os a ênfase no domínio da técnica da pintura e uma posição estética intermediária entre o academismo e o primeiro modernismo dos anos 1920. Nesse sentido o Grupo Santa Helena é associado a algumas correntes italianas como o Novecento e o Valori Plastici, defensores da integração entre as conquistas impressionistas e pós-impressionistas - principalmente Paul Cézanne (1839-1906) - e a tradição da pintura italiana.1 Essas idéias eram divulgadas no Brasil por artistas italianos ou de formação italiana como Rossi Osir (1890-1959), Vittorio Gobbis (1894-1968) e Hugo Adami (1899-1999), mas também por revistas, livros e importantes exposições de arte estrangeira realizadas no período. No caso de Rebolo, esse salto em direção a um conhecimento mais consciente da história da arte deve-se muito ao contato com o crítico e intelectual Sérgio Milliet (1898-1966), com quem troca quadros por livros e do qual se torna amigo íntimo.

Mais conhecido como pintor de paisagens, Rebolo também se dedica à pintura de naturezas-mortas, de retratos e auto-retratos, de cenas urbanas e suburbanas. Sua produção pictórica se desenvolve sem saltos e permanece unitária em vários aspectos, por exemplo, no uso da paleta rebaixada rica em matizes. Nesse sentido, Milliet o define em 1941 como "mestre do meio-tom". No decorrer dos anos 1940, as manchas de cor mais ou menos difusas que servem a representação de seus temas no início de sua carreira cedem lugar a massas coloridas e bem definidas, e os quadros passam a se estruturar mais fortemente como campos distintos de cor. Desde o início, chamam a atenção a empatia e o olhar lírico e sem dramas de Rebolo ao focalizar as paisagens dos arrabaldes e as cenas urbanas.

É com um quadro de influências construtivas, estruturado em planos geométricos e pintado em preto-e-branco, Casas da Praia Grande ou Casario (1954), que Rebolo curiosamente recebe o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954. Passa dois anos na Europa com a família, percorrendo países como Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Itália, onde estabelece residência. Da fase européia, surgem trabalhos de grande rigor geométrico na estruturação formal e sob a influência de tons típicos da arquitetura italiana como os tons de ocre e terra e o vermelho pompeano de obras como Ravena (1956), Roma (1956), Veneza (1958) e Suzy (1959), pintado no Brasil. Após uma crise momentânea, Rebolo começa a dedicar-se à gravura, nos anos 1960, com orientação do amigo Marcelo Grassmann. Busca experimentar novos materiais e nos anos 70 faz uso da tinta acrílica, tornando suas pinturas mais estilizadas e chapadas. Até o fim da vida nunca abandona a figuração e, principalmente, a pintura de paisagem.

Críticas

"Rebolo (...) é um dos mais talentosos pintores do Grupo Santa Helena. Paisagista antes de mais nada, caracteriza-se a sua arte pelo matizamento do colorido. Rebolo é um mestre do meio-tom. É por isso mesmo um pintor dos recantos humildes, com preferências marcadas pela atmosfera suburbana. Céus de bruma, casas simplórias, colinas bem penteadas, hortas e jardins rústicos, eis o ambiente de suas telas que primam pela sensibilidade. Rebolo não é um intelectual, despreza as teorias complicadas e só acredita na experiência humana do pintor. (...) Também o seduziram as naturezas-mortas e principalmente as flores, que interpreta sempre com bastante finura. Mas além de artista é Rebolo um companheiro muito querido de todo o grupo modernista de São Paulo. Pela sua simplicidade, pela sua probidade, conquistou e conserva as simpatias de todos. Autodidata, seus progressos ininterruptos mostram quanto vale um esforço sério a serviço do talento natural. (...) Premiada nos salões oficiais, sua arte revela-se acessível ao grande público; recebida nos salões mais avançados, evidencia-se também suscetível de convencer pela originalidade e pela liberdade de fatura".

Sérgio Milliet (Pintor dos Recantos Humildes. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 105. Texto publicado originalmente em Suplemento de O Estado de São Paulo, São Paulo, 1941.)

"Para Rebolo, a paisagem sempre foi a fiel inspiradora de sua arte. Plantando seu cavalete em pleno campo (...) procurou ele na natureza silvestre aquilo que seu delicado estro de artista não encontrava no mundo artificial da cidade. A vida urbana, ele sempre a viu pelos seus arrabaldes proletários... Sem o saber, fez o mesmo que os impressionistas muitos anos atrás: fugia do ambiente cosmopolita para ir buscar no campo a atmosfera vibrante do ar livre. Enquanto os acadêmicos permaneciam em seu ateliê aprimorando a cor de cobre de suas panelas domésticas, Rebolo corria a se encontrar com a matéria viva e ´entrar na realidade da vida´, como ele próprio diz. Mas o Rebolo paisagista e ingênuo cedia aos poucos lugar ao pintor que a cada dia ia ganhando em profundidade intelectual. A certa altura, ele se lança à figura. Depois à natureza-morta. Em breve aos desenhos mais refletidos. Começava a sentir a necessidade da disciplina composicional. Só aí é que esse autodidata de roça vem a saber o que representa um Cézanne. Mas ele se julga feliz por ter sido um ´selvagem´. Afirma, com alguma razão, que a isso deve o nunca ter sido contaminado pelos vícios que põem tanta gente a perder".

Walter Zanini (Na Realidade da Vida. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 116 . [Texto publicado originalmente em O Tempo, 14/09/1952].)

"Rebolo Gonsales, como artista do nosso pós-impressionismo, é o protótipo de espécime artesanal que chamaríamos o pintor ´paulistano´, paralelo ao espécime estético do pintor ´paulista´. Como artesão, aliás, é duma rara probidade retrospectiva e prospectiva. Prepara os suportes, guarda e escolhe as telas, sensibiliza-as com a ação do tempo e do magma, para em seguida programar os temas e ajustar-lhes os pigmentos. (...) Os seus pigmentos são pessoais, no sentido de resultarem de escolhas, preferências, sínteses, pincéis, espátulas, velaturas, gamas e cambiantes. A tal respeito, a sua paleta é rica e está sempre a serviço de materiais sensoriais, quase táteis. Não seria figura de retórica nem vezo analógico situá-lo entre os nossos primeiros ´fauves´, pela vibração de atmosferas. Constitui a sua obra, ao lado da de Volpi, Gomide, Zanini e De Fiori, uma agradável cosmogonia bairrista, quase local, de uso amplo, porém, desde a visualização do litoral vicentino até os acidentes do Tietê. Pintor paulista e paulistano de tal porte que é ipso facto pintor nacional. Dos que melhor conhecem o métier e sensibilizando-o à sua maneira específica".

José Geraldo Vieira (In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 118 [Texto publicado originalmente na Folha Ilustrada, São Paulo, 10/09/1965.])

"O registro do cotidiano realizado por Rebolo tem o caráter de um diário íntimo que se abre ao leitor para ser completado e manter o diálogo: 'homem e o mundo ao redor' ou 'homem-natureza'. Os registros procurados são os mais simples e prosaicos. Procura documentar a própria vivência, de uma maneira pessoal. É desta forma que registra, da janela do seu atelier no Santa Helena, São Paulo que começa a crescer, produzindo documentos preciosos de um período de transição da paisagem urbana, como nas obras Rua do Carmo, de 1936, e Praça Clóvis, de 1944 - observação direta e simples de pessoas pacatas e de uma cidade que se transforma.

De meados dos anos 30 até fim dos anos 40, tem preferências pela realização de paisagem ao ar livre. A opção é pela pintura de cidades do interior do Estado ou do litoral e, de preferência, da região suburbana de São Paulo (...).

Do fim dos anos 40 até a década de 50, passa aos poucos para a produção em atelier. Prefere um esquema visual, livre e intuitivo, e não matemático. Apesar disso, constata-se nas suas composições segurança estrutural e tendência de retormar soluções semelhantes. Desde os primeiros trabalhos até a última fase, Rebolo mostra aguda sensibilidade na composição de suas obras, equilibradas como se seguisse um esquema secreto, preconcebido. São correntes, desde o começo de sua carreira, o esquema triangular e o aparecimento de três elementos em destaques, como um conjunto de árvores, uma estrada, um morro ou árvores, pessoas ou animais. Na obra Bois e Coqueiros, de fase posterior, de 1967, o aparecimento do conjunto de três elementos - casas, bois e coqueiros - é tão enfático que compete com os demais elementos da composição. (...)

Depois de uma grande despedida no 'Clubinho', parte com a família, por dois anos, para a Europa. Com a viagem vêm as visitas aos museus, ateliers e a execução de novas obras. A arquitetura italiana motiva-o a realizar obras de maior rigor. A própria força da arquitetura renascentista orienta a construção de fachadas bem estruturadas e que acompanham as tonalidades típicas da arquitetura romana: ocres, terras. A obra Roma, de 1956, assegura a disciplina do olhar e o lirismo da 'cidade eterna'. Da visita a Pompéia fica a marca do famoso vermelho pompeano que aparece em várias paisagens européias como, por exemplo, Ravena, de 1956, que se afasta de uma construção rígida e aproxima-se de uma composição 'fauve'. Na volta, em agosto de 1957, expõe as telas pintadas na Europa no Museu de Arte Moderna. Comenta que se renovou, como se tivesse tomado um banho de juventude. Na obra Suzy, de 1959, indica que mantém recordações do período europeu, associando o rigor formal a variantes do vermelho pompeano na visão poética da filha que toca flautinha.

Aos 60 anos de idade, é temporariamente obrigado a afastar-se da pintura, depois de ter sofrido um infarto. Deixa de lado as tintas e passa a desenhar. Recuperado, nos anos 60 a pesquisa da matéria é sua marca fundamental. Diante da insistência de Marcelo Grassmann, elabora uma série de gravuras, à procura de novos desdobramentos. De 1960 a 1965, a influência da gravura se traduz por um leve 'farfalhar' das cores. Mas inspiração para esse tipo de pintura, assinala Rebolo, vem da contemplação de pinturas etruscas, marcadas pela história: com partes intactas ao lado das formas corroídas pela tempo. Para o pintor, as partes descascadas desta pintura sugerem novas formas e constituem fonte para novas concepções.(...)

No final dos anos 60 elimina o preto, deixando reaparecer as cores claras. Nos anos 70 retoma as linhas de estrutura e diminui a textura, chegando até as cores chapadas. Promove um retorno ao toque mágico dos primeiros tempos - um anel lírico, marcado pela finalidade e inquietação, em que pontos de chegada se aproximam do ponto de partida. Nos últimos anos viaja por diversos Estados brasileiros, registrando lugares típicos e a luminosidade que distingue esse lugares".

Elza Maria Ajzenberg (O artesão da cor. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 41-43 e 46-48.)

"Em dois períodos de sua vida artística Rebolo dedicou-se à gravura: de 1959 a 1962, trabalhou mais de vinte matizes de xilogravura e, nos últimos anos, apresentou-nos outro tanto de águas-fortes.

A utilização da xilogravura não chega a constituir novidade em sua obra, porque representa uma continuação, com novos recursos, das monotipias, processo considerado por muitos como aparentado com a gravura e que Rebolo praticava há muito tempo.

Na realidade, a xilogravura passou a se constituir num processo mais extensívo e durável para a continuação dos trabalhos já iniciados com as monotipias. Voltando à gravura, a partir de 1970, Rebolo passou para o metal e conseguiu, no cobre, uma nova simbiose ao aquarelar suas águas-fortes. (...)

Não obstante, talvez o mais importante a ser destacado, no caso das gravuras de Rebolo, é que elas podem ser e são apreciadas por sua condição de gravuras, independentemente da intenção original do artista, que era de servir-se delas como um instrumento tradicional para o desenvolvimento de sua pintura. Submetidas as placas aos processos de impressão tradicionais e mantendo-se as tiragens desprovidas de acréscimos que o artista emprestou às primeiras provas, tem-se a constatação de uma qualidade altamente definida, como e enquanto gravuras. E a apreciação nos revela o Rebolo gravador, com recursos muito próprios e livre de deformações amaneiradas dos profissionais da gravura".

Marcelo Grassmann (A presença da gravura. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 150.)

"Esta permanência no exterior proporciona ao artista novas experiências: 'foi realmente uma das coisas importantes de minha vida, pois fiquei na Europa durante dois anos, fazendo cursos, em contato com museus e freqüentando os meios artísticos. Confesso que a grandeza das obras que tive ocasião de ver chegaram a intimidar-me, logo que voltei, mas acabei absorvendo novos elementos para minha pintura, devido ao impacto que tive entrei numa fase de pesquisas e experiências, por volta de 1960, que vieram dar no meu trabalho atual' ".

Celia Lucia Rodrigues Torres Parahyba Campos (Rebolo: uma poética da paisagem. 1990. 159 f. Tese Mestrado em Artes - Escola de Comunicação em Artes, Universidade São Paulo. São Paulo. p. 21.)

Depoimentos - Francisco Rebolo

"Antes da pintura, o futebol já tinha marcado minha vida. Como no futebol, acho que na arte deve-se fazer coisas espontâneas, com a marca do amor e entusiasmo, para poder se emocionar e emocionar outras pessoas.

Ainda como jogador de futebol eu preferia as rodinhas de artistas, no Café Paulista da Praça Antonio Prado ou no Café Guarani, na Rua XV de Novembro. Depois de alugar uma sala no 'Santa Helena', comecei a ter mais contato com artistas, alguns já formados, outros principiantes, e isso foi benéfico para meu desenvolvimento como pintor. Todos nós pintávamos com idéias novas na cabeça, querendo fugir ao mau gosto e às deformações reinantes na arte, e tínhamos uma coisa bastante definida: a vontade de estudar e aprender a pintar.

Foi la no 'Santa Helena', mesmo, que os intelectuais e críticos foram nos descobrir. Sérgio Milliet, um dos meus amigos mais íntimos, foi dos primeiros, juntamente com Mário de Andrade, Paulo Magalhães, Oswald de Andrade, Paulo Mendes de Almeida, Alfredo Mesquita, Quirino da Silva e muitos outros. Todos foram importantes para que eu me tornasse mais conhecido e me estimularam a continuar pintando. Para mim, esse estímulo sempre foi muito benéfico.

Foram muitas as lutas. Uma das principais foi a que provocou o reconhecimento, em todos os setores da população, da importância da arte moderna, que até começos da década de 40 ainda não era vista com bons olhos. Lutamos, também, por uma atitude profissional do artista; transformamos a Associação de Belas Artes em Sindicato dos Artistas Plásticas e Compositores Musicais e tentamos aglutinar os artistas em torno da defesa de seus interesses, instituindo o imposto sindical e todas essas coisas. Eu sempre achei que o artista, como todo profissional digno, deve viver do seu trabalho e poder dedicar-se a ele integralmente. Por isso, fico satisfeito constatando que hoje uma parte dos artistas com algum lastro já vive da sua arte e voltados para ela. (...)

Muito importante, para mim, foi também o prêmio de viagem, que me possibilitou viver dois anos na Europa e me criou uma necessidade ainda maior de experimentar coisas novas na minha pintura. Voltando de lá, em 1957, vivi um período muito rico de pesquisas e acho que elas foram decisivas para minhas fases posteriores, inclusive a atual".

Francisco Rebolo (Registro Pessoal/Rebolo depõe. In: REBOLO. Prefácio de Olívio Tavares de Araújo. Textos de Antonio Gonçalves de Oliveira e Elza Maria Ajzemberg. Editor Emanoel Araújo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK). p. 150.)

Exposições Individuais

1939 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria Itá

1944 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Brasiliense

1946 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itapetininga

1955 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: pinturas, no MAM/SP

1957 - Roma (Itália) - Individual, na Embaixada do Brasil

1957 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: pinturas, no MAM/SP

1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie

1961 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico

1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte K.L.M.

1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís

1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís

1966 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: guaches e desenhos, na Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo

1967 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico

1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria 4 Planetas

1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Atrium

1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Comodoro

1973 - Brasília DF - Francisco Rebolo: retrospectiva, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1973 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Intercontinental

1973 - São Paulo SP - Rebolo: 40 anos de pintura, no MAM/SP

1974 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1974 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS

1974 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte

1975 - São Paulo SP - Rebolo 75, na A Galeria

1976 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1977 - Fortaleza CE - Rebolo: marinhas, paisagens e flores, na Galeria Sharp

1977 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte André

1979 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes

1936 - Rio de Janeiro RJ - 42º Salão Nacional de Belas Artes, no Instituto Previdência - medalha de bronze

1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes - medalha de ouro

1936 - São Paulo SP - Exposição de Pequenos Quadros, no Palácio das Arcadas

1937 - Rio de Janeiro RJ - 43º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata

1937 - São Paulo SP - 1ª Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel de São Paulo

1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos

1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes

1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista com integrantes do Grupo Santa Helena, no Palace Hotel

1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze

1940 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca

1942 - Rio de Janeiro RJ - 48º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - grande medalha de prata

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty

1943 - São Paulo SP - Exposição Anti-Eixo, na Galeria Prestes Maia

1943 - São Paulo SP - Nelson Nóbrega, Clóvis Graciano e Francisco Rebolo, na Galeria Itá

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1944 - São Paulo SP - 8º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - Anita Malfati, Clóvis Graciano, Hilde Weber, Nelson Nóbrega, Francisco Rebolo e Alfredo Volpi, na Galeria Jaraguá

1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na, Galeria Prestes Maia

1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - São Paulo SP - 2ª Exposição Francesa, na Galeria Prestes Maia

1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti

1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga

1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus

1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá

1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba

1946 - Santiago (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Chile. Instituto de Extensión de Artes Plásticas

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - Valparaíso (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Chile. Instituto de Extensión de Artes Plásticas

1947 - São Paulo SP - Exposição Circulante de Artes Plásticas, na Divisão Moderna

1948 - Rio de Janeiro RJ - Pintores Paulistas, no MEC

1948 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus

1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista

1949 - São Paulo SP - 13º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos - 1º Prêmio Mário de Andrade

1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus

1951- São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio aquisição

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura

1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte de São Paulo, no MAM/SP

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1960 - São Paulo SP - Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1965 - Brasília DF - 2º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP

1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria 4 Planetas

1967 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois, no Auditório Itália

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1971 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Alberto Bonfiglioli

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Temática Brasileira, no Paço das Artes

1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1973 - São Paulo SP - Oito Pintores do Grupo Santa Helena, no Uirapuru Galeria de Arte

1973 - São Paulo SP - São Francisco de Assis, na Azulão Galeria

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1975 - São Paulo SP - 40 Anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP

1976 - Campinas SP - Aspectos do Modernismo no Brasil, na Centro de Convivência Cultural de Campinas

1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, no MAB/Faap

1978 - Ribeirão Preto SP - 3º Salão de Artes de Ribeirão Preto, na Casa da Cultura

1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da Cunha

1978 - São Paulo SP - 16ª Arte e Pensamento Ecológico, na Cetesb

1978 - São Paulo SP - A Paisagem na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado

1978 - São Paulo SP - Os Grupos, no Museu Lasar Segall

1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1979 - São Paulo SP - Desenhos dos Anos 40: homenagem a Sérgio Milliet, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte

Exposições Póstumas

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1980 - São Paulo SP - 44º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1980 - São Paulo SP - Destaque do Mês, na Pinacoteca do Estado

1980 - São Paulo SP - Pintores Paisagistas, na Galeria de Arte André

1981 - São Paulo SP - Coleção Biblioteca de Arte, na Casa das Retortas

1981 - São Paulo SP - Mostra de Gravuras, no Spazio Pirandello - homenagem do Clube do Corinthians

1981 - São Paulo SP - Rebolo e os Pintores do Santa Helena, na Dan Galeria

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: gravuras, no Spazio Pirandello

1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Presença e Arte

1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1985 - São Paulo SP - Destaque no evento Este Mês no MAC, no MAC/USP

1985 - São Paulo SP - Rebolo, O Artesão da Cor, no Museu Lasar Segall

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria

1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, no MAM/RJ

1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP

1996 - Osasco SP - Expo FIEO: doação Luiz Ernesto Kawall, no Centro Universitário Fieo

1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP

1997 - Brasília DF - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa Galeria

1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal

1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte

1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles

1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

2002 - São Paulo SP - Arte e Política, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi

2002 - São Paulo SP - Paisagens do Imaginário, na Nova André Galeria

2002 - São Paulo SP - Rebolo 100 Anos, no MAM/SP

2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP

2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP

2004 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Cultural Vivo

2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

Fonte: FRANCISCO Rebolo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural

A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.

O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.

Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.

Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.

O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.

Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.

Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Filho de Francisco Rebollo Merguizo e Rosa González Rodríguez. imigrantes espanhóis da Andaluzia que chegaram ao Brasil no fim do século XIX, foi o quinto filho do casal, nascido no bairro da Mooca, em São Paulo. Francisco Rebolo viveu intensamente duas trajetórias, a de jogador de futebol e a de pintor.

Futebolista

Iniciou sua carreira de jogador semiprofissional pela Associação Atlética São Bento em 1917. Em 1922 atuou no Sport Club Corinthians Paulista e em 1927 no Ypiranga, ambos clubes da cidade de São Paulo. Encerrou sua carreira como atleta em 1934 para dedicar-se mais intensamente à carreira de pintor. Sua ligação com o SC Corinthians permaneceu forte mesmo após encerrar a carreira, sendo ele o criador do atual escudo do clube, desenhado no início da década de 1930.

Carreira

Em 1915 empregou-se como aprendiz de decorador, iniciando seu contato com tintas e pincéis. Fez decorações de diversas casas e detalhes de Igrejas de Santa Ifigênia e Santa Cecília, em São Paulo. Estas experiências foram muito favoráveis ao seu desenvolvimento como artista anos depois. Sua carreira como decorador cresce, fazendo-o transferir seu ateliê de pintura e decoração para a sala nº 231 do Edifício Santa Helena, na Praça da Sé em 1934, fato que marca o início de sua carreira como pintor. No ano seguinte começa a estruturar o Grupo Santa Helena, famoso por unir artistas de diferentes estilos mas que tinham a mesma paixão pela arte. A este grupo pertenciam, além de Rebolo, Fulvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Humberto Rosa, Manuel Martins, Clóvis Graciano, Mario Zanini, Alfredo Volpi e Alfredo Rizzotti. A origem social humilde e as afinidades profissionais levaram à Mario de Andrade nomeá-los de “artistas proletários”, alcunha que perdurou e os caracterizou dentro do movimento modernista. Nesse mesmo ano participa de sua primeira exposição, no III Salão Paulista de Belas Artes. Daí em diante participará de muitas outras, rendendo-lhe prestígio e prêmios.

Seu trabalho, assim como de seus companheiros do Grupo Santa Helena, é reconhecido, e são convidados a viajar para Minas Gerais a convite do prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, em companhia de outros intelectuais e artistas modernos. Em 1945, trabalha com outros artistas para a criação do Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho), do qual será diretor. Participa do movimento para a criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.

Seu ateliê do Edifício Santa Helena é fechado e reaberto em novo endereço, encerrando um importante ciclo profissional em 1952. Durante dois anos, entre 1955 e 1957, residiu na Europa com sua família, permitindo-lhe frequentar cursos de restauração no Vaticano e expor na Itália. Devido a problemas de saúde se vê obrigado a afastar-se temporariamente das tintas, iniciando a fase de gravuras em 1963 incentivado por seu amigo Marcelo Grassmann.

Rebolo é considerado um dos mais importantes paisagistas da pintura brasileira. Sua obra, com um total estimado superior a 3.000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de cinquenta diferentes gravuras, de variadas técnicas, além das paisagens, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. Hoje, a imagem, direitos e catalogação de obras é gerida pelo Instituto Rebolo, os trabalhos de Rebolo estão nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares em todo o Brasil.

Morte

Francisco Rebolo morreu de infarto em 10 de julho de 1980, em sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo.

Cinema

Em 1978 foi lançado o documentário O Anel Lírico, sobre vida e obra do artista, com direção e produção de Olívio Tavares de Araújo.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 4 de maio de 2018.

Crédito fotográfico: Fapesp, consultado pela última vez em 4 de maio de 2018.

Francisco Rebolo Gonsales (São Paulo, SP, 22 de agosto de 1902 — idem, 10 de julho de 1980), mais conhecido por Francisco Rebolo, ou simplesmente Rebolo, foi um pintor, gravurista e futebolista hispano-brasileiro. Membro fundador do famoso Grupo Santa Helena, também é o criador do escudo do Sport Club Corinthians Paulista, desenhado no início da década de 30.

Francisco Rebolo

Francisco Rebolo Gonsales (São Paulo, SP, 22 de agosto de 1902 — idem, 10 de julho de 1980), mais conhecido por Francisco Rebolo, ou simplesmente Rebolo, foi um pintor, gravurista e futebolista hispano-brasileiro. Membro fundador do famoso Grupo Santa Helena, também é o criador do escudo do Sport Club Corinthians Paulista, desenhado no início da década de 30.

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Homenagem Corinthians

Trabalho sobre Rebolo

Biografia Oficial - Rebolo de duas artes: pintura e futebol

Um início com raízes populares

Francisco Rebollo Gonsales (nome artístico: REBOLO) nasceu no dia 22/08/1902, em São Paulo, sendo filho de imigrantes espanhóis que chegaram ao Brasil no final do século XIX. Viveu intensamente duas trajetórias: primeiramente, jogador de futebol de 1917 a 1932, atuou no Corinthians (1921 a 1927) e no Ypiranga, ambos clubes da cidade de São Paulo; a partir de 1934, torna-se pintor e completa no seu falecimento (10/7/1980) uma história de quase meio século como importante artista plástico. Um fato curioso uniu suas duas atividades: na década de 30, pintor já conhecido, desenhou o símbolo definitivo do Corinthians, que é hoje um ícone nacional.

Grupo Santa Helena: companheirismo marcando a arte e a vida

Característica marcante de Rebolo, que se manifestou claramente durante sua longa trajetória de artista, foi a capacidade de organizador da categoria. Logo no início da carreira, em meados da década de 30, alugou duas salas no imponente edifício Santa Helena - prédio que dividia as antigas Praça da Sé e Clóvis, no centro de São Paulo; nelas montou seu ateliê de pintura de cavalete, utilizando-as também como ponto para atender sua clientela de pintura ornamental de residências, na condição de microempresário. Com espírito de liderança, Rebolo convidou para utilizarem as salas alguns nomes que acabaram entrando para a história da arte brasileira: Aldo Bonadei, Fúlvio Pennacchi, Alfredo Volpi, Clóvis Graciliano, Mário Zanini e outros, e dessa convivência e proximidade surgiu o que foi batizado pela crítica da época como Grupo Santa Helena. Todos os seus membros permaneceram amigos e companheiros para sempre.

Mestre da paisagem brasileira

Desde o começo da carreira artística, Rebolo foi considerado pela melhor crítica do período (Mário de Andrade, Sérgio Milliet e outros intelectuais) um dos mais importantes paisagistas da pintura nacional. Não obstante sua consagração como mestre da paisagem, sua apreciada obra, com um total estimado superior a 3000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de 50 diferentes gravuras, de variadas técnicas, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. Hoje, os trabalhos de Rebolo estão nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares em todo o Brasil. Dezenas de mostras individuais de sua obras foram realizadas, além de grandes retrospectivas, em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Brasília. Em 1975, o crítico de arte e cineasta Olívio Tavares de Araújo fez um premiado curta-metragem de 20 minutos sobre o artista. Em 1986, foi editado livro com reprodução de mais 100 de suas principais pinturas, desenhos e gravuras, contendo estudos críticos e exaustiva resenha sobre a vida e obra de Rebolo.

Trajetória artística

1903

  • Nasce Francisco Rebolo Gonsales, quinto filho de Francisco Rebollo Merguizo e Rosa Gonsales Rodrigues, no dia 22 de agosto, na rua Visconde de Parnaíba, em São Paulo. Devido a sua documentação como jogador de futebol, o artista adota 1902 como ano do seu nascimento.

  • Nas artes do país, os primeiros quinze anos do século mostram ainda a expansão do academismo, apoiado na tradição enraizada desde a Missão Francesa, quase cem anos antes. Mas, há registro de um "realismo regionalista" expresso na pintura, através da paisagem, e da caracterização particular de "tipos humanos" brasileiros.

1910

  • Inicia o curso primário, no Grupo Escolar da Mooca, em São Paulo.

  • Abalo na "Política do Café com Leite". Vencendo as eleições, Hermes da Fonseca reconduz o exército a participação política. 1/3 da população de São Paulo é formada por operários e 51% deste número são imigrantes.

1914

  • Trabalha como entregador, numa loja de chapéus em São Paulo.

  • Primeira exposição de Anita Malfatti, apresentando trabalhos expressionistas. Um ano antes, Lasar Segal expusera em São Paulo. Venceslau Brás vence as eleições, reconduzindo a política do "Café com Leite". Início da I Guerra Mundial. (1914-1918)

1915

  • Inicia seu contato com a pintura se tornando aprendiz de decorador.

  • Estuda na Escola Profissional Masculina do Brás durante dois anos.

  • Diante da guerra a indústria brasileira precisa substituir a produção importada.

1917

  • Principia sua carreira de jogador de futebol na Associação Atlética São Bento. Passa a trabalhar independentemente como decorador de residências.

  • Exposição percursora da Semana da Arte Moderna da artista Anita Malfatti, em São Paulo.

  • No Rio de Janeiro, Darius Milhaud defende a utilização do folclore na música. Menotti del Picchia publica "Juca Mulato".

  • Na economia, impasse agrícola geral: crise no café.

  • Depois de um ataque a seus navios, o Brasil declara guerra a Alemanha.

  • Greves operárias em São Paulo e no Rio.

  • Revolução Russa.

1922

  • É contratado pelo Sport Club Corinthians. Conquistou o título de "Campeão do Centenário".

  • Em São Paulo, realiza-se a Semana de Arte Moderna.

  • Calcula-se que existam cerca de 500 mil imigrantes espanhóis no Brasil.

  • Fundação do P.C.B.

1926

  • Monta um escritório, onde passa a receber encomendas para seu trabalho de decoração.

  • Estuda desenho decorativo.

  • Mário de Andrade publica "Primeiro Andar" e "Losango Cáqui".

  • Movimento Verdamarelo, liderado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia e Cândido Motta Filho.

  • Washington Luiz é presidente da república. Getúlio Vargas é indicado para ministro da fazenda.

1927

  • É contratado pelo Clube Atlético Ypiranga.

  • Construção da primeira "casa modernista", em São Paulo, por Gregori Warchavchik.

  • Realiza-se no Rio de Janeiro, o Congresso Operário Sindical. É fundada a Confederação Geral do Trabalho.

  • Júlio Prestes é eleito governador de São Paulo.

1933

  • Transfere seu atelier para o prédio Santa Helena, na praça da Sé. Passa a pintar do natural, o que o leva a uma preocupação mais definida com o desenho e a pintura e representa o início de sua carreira de pintor.

  • Publicações: "Casa Grande e Senzala", de Gilberto Freire, "Serafim Ponte Grande", de Oswald de Andrade, "Caetés", de Graciliano Ramos, "Cacau", de Jorge Amado.

  • Marcha integralista em São Paulo.

  • Eleições para a Assembléia Constituinte.

1933/1938

  • Expansão progressiva da Indústria.

  • É adotado o profissionalismo no futebol brasileiro.

1934

  • Abandona o futebol. Intensifica contatos com o meio artístico.

  • É criado o Salão Paulista de Belas Artes, primeira mostra anual de artes plásticas em São Paulo.

  • Portinari expõe em São Paulo.

  • Armando de Salles de Oliveira cria a Universidade de São Paulo.

  • É promulgada a nova constituição brasileira.

  • Vargas é eleito presidente da república.

1935

  • Começa a estruturar-se o grupo Santa Helena. O pintor Mário Zanini partilha a sala-atelier de Rebolo, assim como Fúlvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Humberto Rosa, Manuel Martins, Clóvis Graciliano, Alfredo Rullo Rizotti. Alfredo Volpi vem desenhar modelo vivo. Aluga-se uma Segunda sala.

  • Expõe no III Salão Paulista de Belas Artes.

  • Portinari obtém destaque internacional, com a apresentação da tela "Café", nos EUA.

  • Lei de Segurança Nacional dá amplos poderes ao Executivo.

  • Intentona Comunista.

  • Decretado Estado de Sítio no país.

  • Ação coercitiva sobre o movimento operário.

1934

  • Abandona o futebol. Intensifica contatos com o meio artístico.

  • É criado o Salão Paulista de Belas Artes, primeira mostra anual de artes plásticas em São Paulo.

  • Portinari expõe em São Paulo.

  • Armando de Salles de Oliveira cria a Universidade de São Paulo.

  • É promulgada a nova constituição brasileira.

  • Vargas é eleito presidente da república.

1936

  • Expõe no IV Salão Nacional de Belas Artes, ganhando a medalha de ouro, e no Salão de Belas Artes do Rio de Janeiro, obtendo a medalha de bronze.

  • Le Corbusier visita o Rio de Janeiro.

  • Intelectuais tomam posição diante da Guerra Civil Espanhola.

  • Inicia-se a construção do estádio do Pacaembú, em São Paulo.

1937

  • Expõe no Salão Nacional de Belas Artes, ganhando a medalha de prata. Participa da I Exposição da Família Artística Paulista, juntamente com os integrantes do grupo Santa Helena e mais outros artistas.

  • Realização do I Salão de Maio, em São Paulo.

  • Criação do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

  • Campanha para eleição presidencial. Candidatos: Armando de Salles Oliveira (Partido Democrático) e José Américo de Almeida (P.R.P). Plínio Salgado é lançado pelos integralistas.

  • Implantação do Estado Novo, abolição dos partidos políticos e redação de Nova Carta Constitucional.

  • Política de nacionalização da economia.

1938

  • Expõe no Salão Paulista de Belas Artes.

  • Participa do Salão de Maio, em São Paulo.

  • Participa do IV Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, São Paulo.

  • É aberta, em São Paulo, a loja "Casa e Jardim", acolhendo mostras de artistas modernos.

  • Integralistas tentam desencadear golpe militar, no Rio.

1939

  • Expõe na II Mostra da Família Artística, acrescida em relação a primeira, dos nomes de Portinari, Toledo Piza, Ernesto De Fiori, Vilanova Artigas e Nélson Nóbrega.

  • Expõe no III Salão de Maio.

  • Participa do V Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, em São Paulo.

  • Expõe no Salão de Araraquara, sendo premiado.

  • Acordos econômicos do Brasil com os EUA.

  • Início da II Guerra Mundial.

1940

  • Integra o III Salão da Família Artística Paulista, realizado no Rio de Janeiro.

  • Participa do Salão Nacional de Belas Artes, recebendo a medalha de bronze.

  • Expõe no VI Salão do sindicato dos Artistas Plásticos.

  • Exposição "Cento e Cinqüenta anos de Pintura Francesa", São Paulo.

  • Instituição do salário mínimo.

  • Com a guerra, pleno rendimento da capacidade industrial.

1941

  • Participa do VI Salão do sindicato dos Artistas Plásticos, São Paulo.

  • Integra o I Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, São Paulo.

  • É Premiado no Concurso de Desenho e Guache que se realiza em São Paulo.

  • Surgimento das revistas "Clima" e "Planalto". Ambas procuravam divulgar a arte moderna com a colaboração de vários intelectuais.

  • Exposição do pintor surrealista português Antônio Pedro, em São Paulo.

  • Governo brasileiro cria a Cia. Siderúrgica Nacional e inicia a construção de Volta Redonda.

  • Instituição da Justiça do Trabalho.

  • Os EUA entram na Guerra.

1942

  • Expõe no VII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, São Paulo.

  • É premiado no Salão Nacional de Belas Artes - Divisão Moderna, com a "Grande Medalha de Prata".

  • Aluga uma chácara, junto com Sérgio Milliet, no Morumbi.

  • Brasil declara guerra ao Eixo.

  • Intelectuais defendem a democratização do país.

  • Juscelino Kubitscheck é prefeito de Belo Horizonte, iniciando a construção da Pampulha.

1943

  • Participa da exposição Anti-Eixista. Doa quadros para o esforço de guerra contra o nazismo.

  • Expõe com Nélson Nóbrega e Clóvis Graciliano, na Galeria Itá, em São Paulo.

  • Instituição da Consolidação das Leis do Trabalho (C.L.T.)

1944

  • Integra o VIII Salão do sindicato dos Artistas Plásticos, de São Paulo, e o IX Salão desta entidade.

  • A convite de J.K., viaja acompanhado de outros artistas modernos e intelectuais para participar da primeira mostra coletiva de arte moderna de Belo Horizonte.

  • Pressões para obter a democratização do país. Eduardo Gomes é lançado candidato a presidência da república.

1945

  • Integra a coletiva de arte moderna, promovida em homenagem póstuma a Mário de Andrade, falecido em fevereiro.

  • II Exposição Francesa causa impacto no ambiente artístico: apresenta-se ao público ampla mostra do abstracionismo lírico.

  • Realização do Congresso de Escritores, em São Paulo, com ampla ação pró-democratização do país.

  • Eurico Gaspar Dutra é eleito presidente.

1946

  • Exposição individual de 51 trabalhos na galeria Itá, São Paulo.

  • Integra a Mostra "Pintura Brasileña Contemporanea", no Chile.

  • Passa a residir, com a família, na chácara do Morumbi, alugada a Oswaldo Bratke.

  • Articulações para a criação do Museu de Arte Moderna, em São Paulo.

  • Abertura da Galeria Domus, principal espaço para os artistas modernos durante vários anos.

  • Comemoração do 50o aniversário da Academia Brasileira de Letras.

1947

  • Exposição Circulante de Artes Plásticas. Está presente na "Divisão Moderna".

  • Fundação e abertura do Museu de Arte de São Paulo - MASP

1948

  • Expõe, junto com Volpi e Zanini, na galeria Domus, em São Paulo.

  • Participa do movimento pró-criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • Com Ciro Mendes, Flávio Motta, Cláudio Abramo e Clóvis Graciano, dirige o jornal "Artes Plásticas".

  • Mostra anual do Sindicato dos Artistas Plásticos.

  • Fundação do Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM

  • Surge o "Grupo 15", em torno do pintor Takaoka.

  • Fundada a Sociedade Brasileira de Comédia, raiz do TBC.

1949

  • Expõe no XIII Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, recebendo o I Prêmio Mário de Andrade.

  • Participa da mostra "Pintores Paulistas", no Rio de Janeiro, reunindo artistas modernos.

  • Abertura do Museu de Arte Moderna de São Paulo com a mostra "Do Figurativismo ao Abstracionismo".

  • É criada a ABCA, Associação Brasileira de Críticos de Arte.

  • Última mostra do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo.

  • Fundada a Cia. Cinematográfica Vera Cruz.

  • Vargas é lançado candidato a presidência da república.

1950

  • Expõe com Volpi, Nélson Nóbrega e Zanini, na galeria Domus de São Paulo.

  • Retrospectiva de Tarsila do Amaral, no MAM/SP.

  • Surge o Instituto de Arte Contemporânea, vinculado ao MASP

  • Criação da revista Habitat, publicação voltada para as artes, a arquitetura e o design, sob a orientação de Pietro e Lina Bo Bardi.

  • Criação da revista Anhembi, reunindo intelectuais de prestígio nacional e internacional.

  • Inauguração do estádio do Maracanã.

  • Vargas é eleito presidente.

1951

  • Integra a representação brasileira na I Bienal de São Paulo, organizada pelo Museu de Arte Moderna.

  • Instala-se, no Rio de Janeiro, a TV Tupi.

1952

  • Transfere seu atelier da rua Santa Helena para a Major Sertório, onde permanece durante quase quinze anos.

  • I Exposição Nacional de Arte Abstrata, em Teresópolis, Rio de Janeiro. Exposição comemorativa dos 30 anos da Semana de Arte Moderna. Brasil assina acordo militar com os EUA.

1953

  • Expõe no II Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio, recebendo o prêmio "Aquisição".

  • Participa da II Bienal de São Paulo.

  • Jânio Quadros é eleito prefeito de São Paulo.

  • Greve operária em São Paulo.

  • Criação da Petrobrás põe fim a polêmica " petróleo brasileiro".

1954

  • Recebe o I Prêmio do III Salão de Arte Moderna - o "Prêmio de Viagem ao Exterior".

  • É membro de júri do III Salão Paulista de Arte Moderna.

  • Criação da Eletrobrás.

  • Pressões sobre Vargas o levam a cometer suicídio.

  • Café Filho na presidência da república.

  • Comemoração do IV Centenário da cidade de São Paulo.

  • Juscelino lança candidatura à presidência.

1955

  • Participa da III Bienal de São Paulo.

  • Realiza individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo, antes de embarcar para a Europa.

  • Embarca com a família para a Itália, para desfrutar do prêmio obtido no ano anterior. Realiza viagens de estudos por diversos países europeus.

  • Nasce o "Cinema Novo".

  • J.K. é eleito presidente.

1956

  • Frequenta um curso de restauração no Vaticano, tendo a oportunidade de trabalhar no restauro de uma obra de Rafael.

  • Vai a Veneza, por ocasião da Bienal.

  • I Exposição Nacional de Arte Concreta, no MAM de São Paulo.

  • Início da "política desenvolvimentista" de J.K.

1957

  • Expõe na Embaixada Brasileira, em Roma. Exibe nesta mostra os trabalhos realizados em suas viagens pela Europa, incluindo a Itália, onde fixa residência. Em meados do ano, volta ao Brasil. Em agosto, expõe no Museu de Arte Moderna de São Paulo os trabalhos realizados na Europa.

  • I Exposição de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Manifesto dos poetas concretistas.

  • Iniciados os trabalhos de construção de Brasília, soba direção de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa.

1958

  • Inicia uma série de experiências como gravador, o que vai Ter influência nas suas fases posteriores, quando se dedica à pintura. Expõe no VII Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio de Janeiro.

  • Surgimento da Bossa Nova.

  • Brasil conquista, na Suécia, o Campeonato Mundial de Futebol.

1959

  • Participa do VIII Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

  • Volta a residir no Morumbi, desta vez na rua Joaquim Cândido de Azevedo Marques.

  • I Exposição de Arte Neoconcreta, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

  • Lançado o Manifesto Neoconcreto.

  • V Bienal de São Paulo: total predominância da abstração.

  • Criação da SUDENE.

1960

  • Expõe individualmente na Petite Galerie, Rio de Janeiro.

  • Participa do IX Salão Paulista de Arte Moderna, recebendo o prêmio "Aquisição".

  • Integra mostra coletiva na galeria K.L.M., São Paulo.

  • II Exposição Neoconcreta no Mec/Rio de Janeiro.

  • Exposição Retrospectiva de Arte Concreta no MAM, Rio de Janeiro.

  • Inauguração de Brasília.

  • Jânio Quadros é eleito presidente.

1961

  • Expõe na galeria de arte São Luís, São Paulo.

  • Realiza-se a VI Bienal de São Paulo.

  • Exposição Neoconcreta no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • Posse de Jânio Quadros (janeiro).

  • Renúncia de Jânio Quadros, em agosto. Vice-presidente João Goulart em missão diplomática no exterior: oposição militar à sua posse. Atribulação política no país.

1963

  • Por recomendação médica, permanece alguns meses inativo. Sem poder ter contato com as tintas, volta-se mais intensivamente para o desenho e a gravura.

  • Realiza individual na Casa do Artista Plástico, São Paulo.

  • Realiza-se a VII Bienal de São Paulo.

  • Jango propõe a reforma agrária. O Estatuto da Terra é rejeitado pela Câmara dos Deputados.

  • Plebiscito para decidir sobre presidencialismo ou parlamentarismo, recaindo a opção, na primeira forma de governo.

1964

  • Individual na Galeria São Luís, São Paulo.

  • Jango é deposto pelo golpe militar. Castelo Branco é indicado para a Presidência da República.

1965

  • Expõe individualmente na Galeria São Luís, SP.

  • Integra coletiva na Galeria Atrium, SP.

  • Participa, com isenção de júri, do II Salão de Arte Moderna do Distrito Federal, em Brasília.

  • VIII Bienal de São Paulo.

  • Intelectuais clamam pela volta da democracia no país.

  • Suspensão dos partidos políticos. Atos institucionais dão amplos poderes ao Executivo.

1966

  • Expõe, individualmente, guaches e desenhos na AAMAM - Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

  • Inicia uma série de viagens a Barra do Sahy, das quais resulta uma numerosa produção de óleos.

  • Morte do crítico Sérgio Milliet, um dos principais estudiosos sobre a produção artística da geração a que pertenceu Rebolo.

1967

  • Transfere seu atelier para o bairro de Perdizes.

  • Expõe individualmente na Galeria 4 Planetas, São Paulo.

  • Integra a Mostra "O Grupo Santa Helena - 30 Anos Depois", no auditório Itália, São Paulo.

  • Integra coletiva na Casa do Artista Plástico, São Paulo.

  • Artistas e escritores protestam contra a Lei de Imprensa.

  • Festival da Música Popular Brasileira.

  • Promulgada a Nova constituição do Brasil.

  • Costa e Silva é indicado para a Presidência.

1968

  • Exposição individual de 30 óleos na Galeria Atrium, São Paulo.

  • Censura às atividades culturais.

  • Pressão sobre os intelectuais de esquerda. Realizam-se diversas prisões.

  • Costa e Silva assina o Ato Institucional No. 5

1969

  • Individual na Galeria Comodoro, São Paulo.

  • Boicote a Bienal de São Paulo, em virtude do clima político vivido pelos intelectuais brasileiros.

  • Surge o jornal "Pasquim".

  • Muitos intelectuais deixam o país.

  • Morte de Costa e Silva. Impedida a posse de Pedro Aleixo, uma junta militar assume o poder. Médici é indicado presidente.

1970

  • Inicia experiência de gravura sobre metal, resultando uma produção de 40 matrizes, aproximadamente até o final da sua vida.

  • Iniciada a construção da Rodovia Transamazônica.

  • Brasil conquista o tri-campeonato mundial de futebol, no México.

1971

  • Participa de mostra coletiva na Galeria Alberto Bonfiglioli, SP.

  • Inicia uma série de viagens ao sul e ao nordeste do país, das quais resulta uma considerável produção de óleos.

1972

  • Participa da mostra "Temática Brasileira", no Paço das Artes, São Paulo.

  • Executa Painel para o Senado Federal.

  • Comemoração dos 50 anos da "Semana de Arte Moderna".

1973

  • É escolhido para executar os óleos que ilustrarão as grandes extrações da Loteria Federal.

  • Realiza mostra retrospectiva, a convite do Museu de Arte Moderna de São Paulo. De São Paulo, a retrospectiva é levada a Fundação Cultural do Distrito Federal, Brasília.

  • Integra a mostra "I Pintores do Grupo Santa Helena", São Paulo.

  • Expõe na Galeria Intercontinental, Rio de Janeiro.

  • Participa da coletiva "São Francisco de Assis", na Galeria Azulão, São Paulo.

  • Recebe o "Prêmio de Pintura" da APCA - Associação Paulista dos Críticos de Arte.

  • Médici indica Ernesto Geisel para sucessor.

1974

  • Individual na Galeria Ranulpho, no Recife.

  • Expõe em Brasília, na Galeria Oscar Sráphico.

  • Expõe no Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB -, em Porto Alegre.

  • Ernesto Geisel, Presidente da República, apresenta o II Plano Nacional de Desenvolvimento.

1975

  • Individual em "A Galeria", São Paulo.

  • Participa da mostra "40 Anos do Grupo Santa Helena", realizada no Paço das Artes, São Paulo.

  • Acordo Nuclear assinado entre Brasil e Alemanha.

  • Morte do jornalista Vladimir Herzog.

1976

  • Individual na Galeria Oscar Seráphico, Brasília.

  • Integra a Sala Brasília, na XIII Bienal de São Paulo.

  • Participa da coletiva "Aspectos do Modernismo no Brasil", na Secretaria Municipal de Cultura de Campinas, SP.

  • Presente na coletiva organizada pelo Museu Lasar Segall, "Os Salões".

  • Kissinger visita o Brasil.

  • Bombas são colocadas na Associação Brasileira de Imprensa, no Rio de Janeiro; no Cebrap, São Paulo e da Editora Civilização Brasileira.

  • Na economia, "o pacote de abril".

  • Figueiredo indicado sucessor de Geisel.

1977

  • Individual na Galeria de Arte Sharp, em Fortaleza.

  • Individual na Galeria do Centro Cultural Brasil-Estados Unidos, em Santos, SP.

1978

  • Individual na Galeria André, São Paulo.

  • Integra coletiva na Pinacoteca do Estado: "A Paisagem na Coleção da Pinacoteca".

  • Colabora com os movimentos políticos de oposição ao governo militar.

  • No Museu da Imagem e do Som de São Paulo, é apresentado ao público o filme documentário sobre sua vida e obra, "O Anel Lírico", de autoria de Olívio Tavares de Araújo.

  • Teotônio Vilela apresenta o "Projeto Brasil", pregando reformas no regime político.

  • João Baptista Figueiredo é eleito presidente pelo Colégio Eleitoral.

  • Eleição para o Senado, Câmara e Assembléia.

1979

  • Individual na Galeria Oscar Seráphico, Brasília.

  • Participa da mostra "Desenho dos Anos 40", na Biblioteca Municipal de São Paulo.

  • Aprovada a reforma partidária. A partir do ano seguinte, surgem os programas dos novos partidos.

1980

  • Morre de infarto, no dia 10 de julho.

Fonte: Instituto Rebolo, consultado pela última vez em 09 de junho de 2020.

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Biografia - Itaú Cultural

Inicia seus estudos em artes na Escola Profissional Masculina do Brás, onde tem aula de desenho com o professor Giuseppe Barquita, entre 1915 e 1917. Aos 14 anos, trabalha como aprendiz de decorador de paredes. Paralelamente à sua atividade como decorador, atua como jogador de futebol, passando pela Associação Atlética São Bento, de 1917 a 1922, pelo Sport Club Corinthians Paulista, de 1922 a 1927, e pelo Clube Atlético Ypiranga, de 1927 a 1934. Em 1926, monta ateliê de decoração na Rua São Bento. A partir 1933, transfere seu ateliê para uma sala no Palacete Santa Helena, quando inicia-se na pintura. A partir de 1935, partilha seu ateliê com Mário Zanini (1907-1971). Posteriormente, outras salas do Palacete são transformadas em ateliês e ocupadas por vários pintores. Mais tarde, este grupo de artistas passa a ser denominado Grupo Santa Helena. Rebolo desenvolve uma obra pautada na figuração, mas, a partir da década de 1950, esboça algumas experiências no abstracionsimo e posteriormente no construtivismo. Em 1937, participa da formação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo e integra a Família Artística Paulista (FAP). Em 1945, trabalha com outros artistas para a criação do Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho), do qual é diretor por várias vezes. Com prêmio de viagem ao exterior, obtido no 3º Salão Nacional de Arte Moderna, embarca para a Europa em 1955. Em 1956, faz curso de restauração no Vaticano, participando da recuperação de uma obra de Raphael (1483-1520). A partir de 1959, incentivado por Marcelo Grassmann (1925-2013), inicia uma série de experiências como gravador.

Análise

Filho de imigrantes espanhóis de origem humilde, Francisco Rebolo entra em contato com a pintura no ofício de pintor-decorador. Crescendo no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, cedo precisa trabalhar. Em 1915, emprega-se como aprendiz de decorador de paredes. Entre 1915 e 1917, freqüenta o curso de iniciação ao desenho na Escola Profissional Masculina do Brás. Ajuda na decoração das Igrejas de Santa Cecília e Santa Efigênia, onde faz pintura mural imitando couro e mármore. A partir de 1917, passa a trabalhar independentemente como pintor de residência, realizando frisos decorativos de diversos estilos. Em 1926, monta escritório na rua São Bento. Entre 1917 e 1934, Rebolo desenvolve relativa carreira de sucesso no futebol paulistano, jogando no Sport Club Corinthians (é responsável pela elaboração definitiva do emblema do clube na década de 1930).

A partir dos anos 1930 a pintura de cavalete começa a ter crescente importância na vida de Rebolo. Em 1935 convida o pintor Mario Zanini, com quem tem aulas informais de desenho desde 1933, a partilhar com ele uma sala-ateliê no Edifício Santa Helena, na Sé, no qual se instala em 1933. Outros artistas como, Fulvio Pennacchi (1905-1992), Bonadei (1906-1974), Humberto Rosa (1908-1948), Clóvis Graciano (1907-1988), Alfredo Volpi (1896-1988), Rizzotti (1909-1972) e Manoel Martins (1911-1979) juntam-se a eles para dividir o aluguel das salas e as sessões de modelo vivo (no ateliê e na Escola de Belas Artes), trocar conhecimentos técnicos e históricos sobre pintura e organizar excursões às regiões periféricas da cidade nos fins de semana para praticar a pintura de paisagem ao ar livre. Dessa forma, surge o que veio a ser conhecido como o Grupo Santa Helena, do qual Rebolo torna-se um dos expoentes.

A despeito das diferenças pessoais, unia-os a ênfase no domínio da técnica da pintura e uma posição estética intermediária entre o academismo e o primeiro modernismo dos anos 1920. Nesse sentido o Grupo Santa Helena é associado a algumas correntes italianas como o Novecento e o Valori Plastici, defensores da integração entre as conquistas impressionistas e pós-impressionistas - principalmente Paul Cézanne (1839-1906) - e a tradição da pintura italiana.1 Essas idéias eram divulgadas no Brasil por artistas italianos ou de formação italiana como Rossi Osir (1890-1959), Vittorio Gobbis (1894-1968) e Hugo Adami (1899-1999), mas também por revistas, livros e importantes exposições de arte estrangeira realizadas no período. No caso de Rebolo, esse salto em direção a um conhecimento mais consciente da história da arte deve-se muito ao contato com o crítico e intelectual Sérgio Milliet (1898-1966), com quem troca quadros por livros e do qual se torna amigo íntimo.

Mais conhecido como pintor de paisagens, Rebolo também se dedica à pintura de naturezas-mortas, de retratos e auto-retratos, de cenas urbanas e suburbanas. Sua produção pictórica se desenvolve sem saltos e permanece unitária em vários aspectos, por exemplo, no uso da paleta rebaixada rica em matizes. Nesse sentido, Milliet o define em 1941 como "mestre do meio-tom". No decorrer dos anos 1940, as manchas de cor mais ou menos difusas que servem a representação de seus temas no início de sua carreira cedem lugar a massas coloridas e bem definidas, e os quadros passam a se estruturar mais fortemente como campos distintos de cor. Desde o início, chamam a atenção a empatia e o olhar lírico e sem dramas de Rebolo ao focalizar as paisagens dos arrabaldes e as cenas urbanas.

É com um quadro de influências construtivas, estruturado em planos geométricos e pintado em preto-e-branco, Casas da Praia Grande ou Casario (1954), que Rebolo curiosamente recebe o prêmio de viagem ao exterior no 3º Salão de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 1954. Passa dois anos na Europa com a família, percorrendo países como Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Itália, onde estabelece residência. Da fase européia, surgem trabalhos de grande rigor geométrico na estruturação formal e sob a influência de tons típicos da arquitetura italiana como os tons de ocre e terra e o vermelho pompeano de obras como Ravena (1956), Roma (1956), Veneza (1958) e Suzy (1959), pintado no Brasil. Após uma crise momentânea, Rebolo começa a dedicar-se à gravura, nos anos 1960, com orientação do amigo Marcelo Grassmann. Busca experimentar novos materiais e nos anos 70 faz uso da tinta acrílica, tornando suas pinturas mais estilizadas e chapadas. Até o fim da vida nunca abandona a figuração e, principalmente, a pintura de paisagem.

Críticas

"Rebolo (...) é um dos mais talentosos pintores do Grupo Santa Helena. Paisagista antes de mais nada, caracteriza-se a sua arte pelo matizamento do colorido. Rebolo é um mestre do meio-tom. É por isso mesmo um pintor dos recantos humildes, com preferências marcadas pela atmosfera suburbana. Céus de bruma, casas simplórias, colinas bem penteadas, hortas e jardins rústicos, eis o ambiente de suas telas que primam pela sensibilidade. Rebolo não é um intelectual, despreza as teorias complicadas e só acredita na experiência humana do pintor. (...) Também o seduziram as naturezas-mortas e principalmente as flores, que interpreta sempre com bastante finura. Mas além de artista é Rebolo um companheiro muito querido de todo o grupo modernista de São Paulo. Pela sua simplicidade, pela sua probidade, conquistou e conserva as simpatias de todos. Autodidata, seus progressos ininterruptos mostram quanto vale um esforço sério a serviço do talento natural. (...) Premiada nos salões oficiais, sua arte revela-se acessível ao grande público; recebida nos salões mais avançados, evidencia-se também suscetível de convencer pela originalidade e pela liberdade de fatura".

Sérgio Milliet (Pintor dos Recantos Humildes. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 105. Texto publicado originalmente em Suplemento de O Estado de São Paulo, São Paulo, 1941.)

"Para Rebolo, a paisagem sempre foi a fiel inspiradora de sua arte. Plantando seu cavalete em pleno campo (...) procurou ele na natureza silvestre aquilo que seu delicado estro de artista não encontrava no mundo artificial da cidade. A vida urbana, ele sempre a viu pelos seus arrabaldes proletários... Sem o saber, fez o mesmo que os impressionistas muitos anos atrás: fugia do ambiente cosmopolita para ir buscar no campo a atmosfera vibrante do ar livre. Enquanto os acadêmicos permaneciam em seu ateliê aprimorando a cor de cobre de suas panelas domésticas, Rebolo corria a se encontrar com a matéria viva e ´entrar na realidade da vida´, como ele próprio diz. Mas o Rebolo paisagista e ingênuo cedia aos poucos lugar ao pintor que a cada dia ia ganhando em profundidade intelectual. A certa altura, ele se lança à figura. Depois à natureza-morta. Em breve aos desenhos mais refletidos. Começava a sentir a necessidade da disciplina composicional. Só aí é que esse autodidata de roça vem a saber o que representa um Cézanne. Mas ele se julga feliz por ter sido um ´selvagem´. Afirma, com alguma razão, que a isso deve o nunca ter sido contaminado pelos vícios que põem tanta gente a perder".

Walter Zanini (Na Realidade da Vida. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 116 . [Texto publicado originalmente em O Tempo, 14/09/1952].)

"Rebolo Gonsales, como artista do nosso pós-impressionismo, é o protótipo de espécime artesanal que chamaríamos o pintor ´paulistano´, paralelo ao espécime estético do pintor ´paulista´. Como artesão, aliás, é duma rara probidade retrospectiva e prospectiva. Prepara os suportes, guarda e escolhe as telas, sensibiliza-as com a ação do tempo e do magma, para em seguida programar os temas e ajustar-lhes os pigmentos. (...) Os seus pigmentos são pessoais, no sentido de resultarem de escolhas, preferências, sínteses, pincéis, espátulas, velaturas, gamas e cambiantes. A tal respeito, a sua paleta é rica e está sempre a serviço de materiais sensoriais, quase táteis. Não seria figura de retórica nem vezo analógico situá-lo entre os nossos primeiros ´fauves´, pela vibração de atmosferas. Constitui a sua obra, ao lado da de Volpi, Gomide, Zanini e De Fiori, uma agradável cosmogonia bairrista, quase local, de uso amplo, porém, desde a visualização do litoral vicentino até os acidentes do Tietê. Pintor paulista e paulistano de tal porte que é ipso facto pintor nacional. Dos que melhor conhecem o métier e sensibilizando-o à sua maneira específica".

José Geraldo Vieira (In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 118 [Texto publicado originalmente na Folha Ilustrada, São Paulo, 10/09/1965.])

"O registro do cotidiano realizado por Rebolo tem o caráter de um diário íntimo que se abre ao leitor para ser completado e manter o diálogo: 'homem e o mundo ao redor' ou 'homem-natureza'. Os registros procurados são os mais simples e prosaicos. Procura documentar a própria vivência, de uma maneira pessoal. É desta forma que registra, da janela do seu atelier no Santa Helena, São Paulo que começa a crescer, produzindo documentos preciosos de um período de transição da paisagem urbana, como nas obras Rua do Carmo, de 1936, e Praça Clóvis, de 1944 - observação direta e simples de pessoas pacatas e de uma cidade que se transforma.

De meados dos anos 30 até fim dos anos 40, tem preferências pela realização de paisagem ao ar livre. A opção é pela pintura de cidades do interior do Estado ou do litoral e, de preferência, da região suburbana de São Paulo (...).

Do fim dos anos 40 até a década de 50, passa aos poucos para a produção em atelier. Prefere um esquema visual, livre e intuitivo, e não matemático. Apesar disso, constata-se nas suas composições segurança estrutural e tendência de retormar soluções semelhantes. Desde os primeiros trabalhos até a última fase, Rebolo mostra aguda sensibilidade na composição de suas obras, equilibradas como se seguisse um esquema secreto, preconcebido. São correntes, desde o começo de sua carreira, o esquema triangular e o aparecimento de três elementos em destaques, como um conjunto de árvores, uma estrada, um morro ou árvores, pessoas ou animais. Na obra Bois e Coqueiros, de fase posterior, de 1967, o aparecimento do conjunto de três elementos - casas, bois e coqueiros - é tão enfático que compete com os demais elementos da composição. (...)

Depois de uma grande despedida no 'Clubinho', parte com a família, por dois anos, para a Europa. Com a viagem vêm as visitas aos museus, ateliers e a execução de novas obras. A arquitetura italiana motiva-o a realizar obras de maior rigor. A própria força da arquitetura renascentista orienta a construção de fachadas bem estruturadas e que acompanham as tonalidades típicas da arquitetura romana: ocres, terras. A obra Roma, de 1956, assegura a disciplina do olhar e o lirismo da 'cidade eterna'. Da visita a Pompéia fica a marca do famoso vermelho pompeano que aparece em várias paisagens européias como, por exemplo, Ravena, de 1956, que se afasta de uma construção rígida e aproxima-se de uma composição 'fauve'. Na volta, em agosto de 1957, expõe as telas pintadas na Europa no Museu de Arte Moderna. Comenta que se renovou, como se tivesse tomado um banho de juventude. Na obra Suzy, de 1959, indica que mantém recordações do período europeu, associando o rigor formal a variantes do vermelho pompeano na visão poética da filha que toca flautinha.

Aos 60 anos de idade, é temporariamente obrigado a afastar-se da pintura, depois de ter sofrido um infarto. Deixa de lado as tintas e passa a desenhar. Recuperado, nos anos 60 a pesquisa da matéria é sua marca fundamental. Diante da insistência de Marcelo Grassmann, elabora uma série de gravuras, à procura de novos desdobramentos. De 1960 a 1965, a influência da gravura se traduz por um leve 'farfalhar' das cores. Mas inspiração para esse tipo de pintura, assinala Rebolo, vem da contemplação de pinturas etruscas, marcadas pela história: com partes intactas ao lado das formas corroídas pela tempo. Para o pintor, as partes descascadas desta pintura sugerem novas formas e constituem fonte para novas concepções.(...)

No final dos anos 60 elimina o preto, deixando reaparecer as cores claras. Nos anos 70 retoma as linhas de estrutura e diminui a textura, chegando até as cores chapadas. Promove um retorno ao toque mágico dos primeiros tempos - um anel lírico, marcado pela finalidade e inquietação, em que pontos de chegada se aproximam do ponto de partida. Nos últimos anos viaja por diversos Estados brasileiros, registrando lugares típicos e a luminosidade que distingue esse lugares".

Elza Maria Ajzenberg (O artesão da cor. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. Coleção MWM-IFK, p. 41-43 e 46-48.)

"Em dois períodos de sua vida artística Rebolo dedicou-se à gravura: de 1959 a 1962, trabalhou mais de vinte matizes de xilogravura e, nos últimos anos, apresentou-nos outro tanto de águas-fortes.

A utilização da xilogravura não chega a constituir novidade em sua obra, porque representa uma continuação, com novos recursos, das monotipias, processo considerado por muitos como aparentado com a gravura e que Rebolo praticava há muito tempo.

Na realidade, a xilogravura passou a se constituir num processo mais extensívo e durável para a continuação dos trabalhos já iniciados com as monotipias. Voltando à gravura, a partir de 1970, Rebolo passou para o metal e conseguiu, no cobre, uma nova simbiose ao aquarelar suas águas-fortes. (...)

Não obstante, talvez o mais importante a ser destacado, no caso das gravuras de Rebolo, é que elas podem ser e são apreciadas por sua condição de gravuras, independentemente da intenção original do artista, que era de servir-se delas como um instrumento tradicional para o desenvolvimento de sua pintura. Submetidas as placas aos processos de impressão tradicionais e mantendo-se as tiragens desprovidas de acréscimos que o artista emprestou às primeiras provas, tem-se a constatação de uma qualidade altamente definida, como e enquanto gravuras. E a apreciação nos revela o Rebolo gravador, com recursos muito próprios e livre de deformações amaneiradas dos profissionais da gravura".

Marcelo Grassmann (A presença da gravura. In: ARAÚJO, Emanoel. Rebolo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK), p. 150.)

"Esta permanência no exterior proporciona ao artista novas experiências: 'foi realmente uma das coisas importantes de minha vida, pois fiquei na Europa durante dois anos, fazendo cursos, em contato com museus e freqüentando os meios artísticos. Confesso que a grandeza das obras que tive ocasião de ver chegaram a intimidar-me, logo que voltei, mas acabei absorvendo novos elementos para minha pintura, devido ao impacto que tive entrei numa fase de pesquisas e experiências, por volta de 1960, que vieram dar no meu trabalho atual' ".

Celia Lucia Rodrigues Torres Parahyba Campos (Rebolo: uma poética da paisagem. 1990. 159 f. Tese Mestrado em Artes - Escola de Comunicação em Artes, Universidade São Paulo. São Paulo. p. 21.)

Depoimentos - Francisco Rebolo

"Antes da pintura, o futebol já tinha marcado minha vida. Como no futebol, acho que na arte deve-se fazer coisas espontâneas, com a marca do amor e entusiasmo, para poder se emocionar e emocionar outras pessoas.

Ainda como jogador de futebol eu preferia as rodinhas de artistas, no Café Paulista da Praça Antonio Prado ou no Café Guarani, na Rua XV de Novembro. Depois de alugar uma sala no 'Santa Helena', comecei a ter mais contato com artistas, alguns já formados, outros principiantes, e isso foi benéfico para meu desenvolvimento como pintor. Todos nós pintávamos com idéias novas na cabeça, querendo fugir ao mau gosto e às deformações reinantes na arte, e tínhamos uma coisa bastante definida: a vontade de estudar e aprender a pintar.

Foi la no 'Santa Helena', mesmo, que os intelectuais e críticos foram nos descobrir. Sérgio Milliet, um dos meus amigos mais íntimos, foi dos primeiros, juntamente com Mário de Andrade, Paulo Magalhães, Oswald de Andrade, Paulo Mendes de Almeida, Alfredo Mesquita, Quirino da Silva e muitos outros. Todos foram importantes para que eu me tornasse mais conhecido e me estimularam a continuar pintando. Para mim, esse estímulo sempre foi muito benéfico.

Foram muitas as lutas. Uma das principais foi a que provocou o reconhecimento, em todos os setores da população, da importância da arte moderna, que até começos da década de 40 ainda não era vista com bons olhos. Lutamos, também, por uma atitude profissional do artista; transformamos a Associação de Belas Artes em Sindicato dos Artistas Plásticas e Compositores Musicais e tentamos aglutinar os artistas em torno da defesa de seus interesses, instituindo o imposto sindical e todas essas coisas. Eu sempre achei que o artista, como todo profissional digno, deve viver do seu trabalho e poder dedicar-se a ele integralmente. Por isso, fico satisfeito constatando que hoje uma parte dos artistas com algum lastro já vive da sua arte e voltados para ela. (...)

Muito importante, para mim, foi também o prêmio de viagem, que me possibilitou viver dois anos na Europa e me criou uma necessidade ainda maior de experimentar coisas novas na minha pintura. Voltando de lá, em 1957, vivi um período muito rico de pesquisas e acho que elas foram decisivas para minhas fases posteriores, inclusive a atual".

Francisco Rebolo (Registro Pessoal/Rebolo depõe. In: REBOLO. Prefácio de Olívio Tavares de Araújo. Textos de Antonio Gonçalves de Oliveira e Elza Maria Ajzemberg. Editor Emanoel Araújo. São Paulo: MWM, 1986. (Coleção MWM-IFK). p. 150.)

Exposições Individuais

1939 - São Paulo SP - Primeira individual, na Galeria Itá

1944 - São Paulo SP - Individual, na Livraria Brasiliense

1946 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Itapetininga

1955 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: pinturas, no MAM/SP

1957 - Roma (Itália) - Individual, na Embaixada do Brasil

1957 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: pinturas, no MAM/SP

1960 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Petite Galerie

1961 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico

1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte K.L.M.

1961 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís

1964 - São Paulo SP - Individual, na Galeria São Luís

1966 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: guaches e desenhos, na Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo

1967 - São Paulo SP - Individual, na Casa do Artista Plástico

1967 - São Paulo SP - Individual, na Galeria 4 Planetas

1968 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Atrium

1969 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Comodoro

1973 - Brasília DF - Francisco Rebolo: retrospectiva, na Fundação Cultural do Distrito Federal

1973 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1973 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Galeria Intercontinental

1973 - São Paulo SP - Rebolo: 40 anos de pintura, no MAM/SP

1974 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1974 - Porto Alegre RS - Individual, no IAB/RS

1974 - Recife PE - Individual, na Ranulpho Galeria de Arte

1975 - São Paulo SP - Rebolo 75, na A Galeria

1976 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

1977 - Fortaleza CE - Rebolo: marinhas, paisagens e flores, na Galeria Sharp

1977 - Santos SP - Individual, no CCBEU

1978 - São Paulo SP - Individual, na Galeria de Arte André

1979 - Brasília DF - Individual, na Oscar Seraphico Galeria de Arte

Exposições Coletivas

1935 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Belas Artes

1936 - Rio de Janeiro RJ - 42º Salão Nacional de Belas Artes, no Instituto Previdência - medalha de bronze

1936 - São Paulo SP - 4º Salão Paulista de Belas Artes - medalha de ouro

1936 - São Paulo SP - Exposição de Pequenos Quadros, no Palácio das Arcadas

1937 - Rio de Janeiro RJ - 43º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de prata

1937 - São Paulo SP - 1ª Salão da Família Artística Paulista, no Esplanada Hotel de São Paulo

1937 - São Paulo SP - 5º Salão Paulista de Belas Artes

1938 - São Paulo SP - 2º Salão de Maio, no Esplanada Hotel de São Paulo

1938 - São Paulo SP - 4º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos

1939 - São Paulo SP - 2º Salão da Família Artística Paulista, no Automóvel Clube

1939 - São Paulo SP - 3º Salão de Maio, na Galeria Itá

1939 - São Paulo SP - 5º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1939 - São Paulo SP - 6º Salão Paulista de Belas Artes

1940 - Rio de Janeiro RJ - 3º Salão da Família Artística Paulista com integrantes do Grupo Santa Helena, no Palace Hotel

1940 - Rio de Janeiro RJ - 46º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - medalha de bronze

1940 - São Paulo SP - 6º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1941 - São Paulo SP - 1º Salão de Arte da Feira Nacional de Indústrias, no Parque da Água Branca

1942 - Rio de Janeiro RJ - 48º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA - grande medalha de prata

1942 - São Paulo SP - 7º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1943 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Anti-Eixo, no Museu Histórico e Diplomático - Palácio Itamaraty

1943 - São Paulo SP - Exposição Anti-Eixo, na Galeria Prestes Maia

1943 - São Paulo SP - Nelson Nóbrega, Clóvis Graciano e Francisco Rebolo, na Galeria Itá

1944 - Belo Horizonte MG - Exposição de Arte Moderna, no Edifício Mariana

1944 - Londres (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Royal Academy of Arts

1944 - Norwich (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Norwich Castle and Museum

1944 - Rio de Janeiro RJ - 50º Salão Nacional de Belas Artes, no MNBA

1944 - São Paulo SP - 8º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - 9º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1944 - São Paulo SP - Anita Malfati, Clóvis Graciano, Hilde Weber, Nelson Nóbrega, Francisco Rebolo e Alfredo Volpi, na Galeria Jaraguá

1944 - São Paulo SP - Exposição de Pintura Moderna Brasileira-Norte-Americana, na, Galeria Prestes Maia

1945 - Bath (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Victory Art Gallery

1945 - Bristol (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, no Bristol City Museum & Art Gallery

1945 - Edimburgo (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na National Gallery

1945 - Glasgow (Escócia) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Kelingrove Art Gallery

1945 - Manchester (Inglaterra) - Exhibition of Modern Brazilian Paintings, na Manchester Art Gallery

1945 - São Paulo SP - 2ª Exposição Francesa, na Galeria Prestes Maia

1945 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Bonadei, Carlos Prado, Quirino da Silva, Francisco Rebolo, Mario Zanini e José Pancetti, na Galeria Benedetti

1945 - São Paulo SP - Anita Malfati, Virgínia Artigas, Clóvis Graciano, Mick Carnicelli, Oswald de Andrade Filho, José Pancetti, Carlos Prado, Francisco Rebolo, Quirino da Silva, Alfredo Volpi, Mario Zanini, na Galeria Itapetininga

1945 - São Paulo SP - Galeria Domus: mostra inaugural, na Galeria Domus

1945 - São Paulo SP - Homenagem Póstuma a Mário de Andrade, na Galeria Itá

1946 - Rio de Janeiro RJ - Os Pintores vão à Escola do Povo, na Enba

1946 - Santiago (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Chile. Instituto de Extensión de Artes Plásticas

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - São Paulo SP - 10º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos, na Galeria Prestes Maia

1946 - Valparaíso (Chile) - Exposición de Pintura Contemporánea Brasileña, na Universidad de Chile. Instituto de Extensión de Artes Plásticas

1947 - São Paulo SP - Exposição Circulante de Artes Plásticas, na Divisão Moderna

1948 - Rio de Janeiro RJ - Pintores Paulistas, no MEC

1948 - São Paulo SP - Mario Zanini, Rebolo, Sérgio Milliet e Volpi, na Galeria Domus

1949 - Rio de Janeiro RJ - Exposição da Pintura Paulista

1949 - São Paulo SP - 13º Salão do Sindicato dos Artistas Plásticos - 1º Prêmio Mário de Andrade

1950 - São Paulo SP - Alfredo Volpi, Nelson Nóbrega, Zanini, Francisco Rebolo, na Galeria Domus

1951- São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon

1953 - Rio de Janeiro RJ - 2º Salão Nacional de Arte Moderna, no MNBA - prêmio aquisição

1954 - Goiânia GO - Exposição do Congresso Nacional de Intelectuais

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco, no Palácio da Cultura

1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1954 - São Paulo SP - Arte Contemporânea: exposição do acervo do Museu de Arte de São Paulo, no MAM/SP

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão das Nações

1958 - Rio de Janeiro RJ - 7º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1959 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Arte Moderna, no MAM/RJ

1960 - São Paulo SP - Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1962 - São Paulo SP - Seleção de Obras de Arte Brasileira da Coleção Ernesto Wolf, no MAM/SP

1963 - Campinas SP - Pintura e Escultura Contemporâneas, no Museu Carlos Gomes

1965 - Brasília DF - 2º Salão de Arte Moderna do Distrito Federal

1966 - São Paulo SP - Meio Século de Arte Nova, no MAC/USP

1966 - São Paulo SP - O Grupo do Santa Helena, Hoje, na Galeria 4 Planetas

1967 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena: 30 anos depois, no Auditório Itália

1969 - São Paulo SP - 1º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1970 - São Paulo SP - 2º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1971 - São Paulo SP - Coletiva, na Galeria Alberto Bonfiglioli

1972 - São Paulo SP - 2ª Exposição Internacional de Gravura, no MAM/SP

1972 - São Paulo SP - A Semana de 22: antecedentes e conseqüências, no Masp

1972 - São Paulo SP - Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois, na Galeria da Collectio

1972 - São Paulo SP - Temática Brasileira, no Paço das Artes

1973 - São Paulo SP - 5º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1973 - São Paulo SP - Oito Pintores do Grupo Santa Helena, no Uirapuru Galeria de Arte

1973 - São Paulo SP - São Francisco de Assis, na Azulão Galeria

1975 - São Paulo SP - 13ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal

1975 - São Paulo SP - 40 Anos: Grupo Santa Helena, no MIS/SP

1976 - Campinas SP - Aspectos do Modernismo no Brasil, na Centro de Convivência Cultural de Campinas

1976 - São Paulo SP - 8º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1976 - São Paulo SP - Os Salões: da Família Artística Paulista, de Maio e do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo, no Museu Lasar Segall

1977 - São Paulo SP - Grupo Seibi - Grupo do Santa Helena: década 35 a 45, no MAB/Faap

1978 - Ribeirão Preto SP - 3º Salão de Artes de Ribeirão Preto, na Casa da Cultura

1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da Cunha

1978 - São Paulo SP - 16ª Arte e Pensamento Ecológico, na Cetesb

1978 - São Paulo SP - A Paisagem na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado

1978 - São Paulo SP - Os Grupos, no Museu Lasar Segall

1979 - São Paulo SP - 11º Panorama de Arte Atual Brasileira, no MAM/SP

1979 - São Paulo SP - Desenhos dos Anos 40: homenagem a Sérgio Milliet, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1979 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, na Uirapuru Galeria de Arte

Exposições Póstumas

1980 - Buenos Aires (Argentina) - Ochenta Años de Arte Brasileño, no Banco Itaú

1980 - Penápolis SP - 4º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1980 - São Paulo SP - 44º Salão Paulista de Belas Artes, na Galeria Prestes Maia

1980 - São Paulo SP - Destaque do Mês, na Pinacoteca do Estado

1980 - São Paulo SP - Pintores Paisagistas, na Galeria de Arte André

1981 - São Paulo SP - Coleção Biblioteca de Arte, na Casa das Retortas

1981 - São Paulo SP - Mostra de Gravuras, no Spazio Pirandello - homenagem do Clube do Corinthians

1981 - São Paulo SP - Rebolo e os Pintores do Santa Helena, na Dan Galeria

1982 - Bauru SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Marília SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1982 - Penápolis SP - 5º Salão de Artes Plásticas da Noroeste, na Fundação Educacional de Penápolis. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Penápolis

1982 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Futebol, no MAM/RJ

1982 - São Paulo SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAB/Faap

1982 - São Paulo SP - Do Modernismo à Bienal, no MAM/SP

1982 - São Paulo SP - Francisco Rebolo: gravuras, no Spazio Pirandello

1982 - São Paulo SP - Individual, na Galeria Presença e Arte

1982 - São Paulo SP - Marinhas e Ribeirinhas, no Museu Lasar Segall

1983 - Belo Horizonte MG - 80 Anos de Arte Brasileira, na Fundação Clóvis Salgado. Palácio das Artes

1983 - Campinas SP - 80 Anos de Arte Brasileira, no MACC

1983 - Curitiba PR - 80 Anos de Arte Brasileira, no MAC/PR

1983 - Ribeirão Preto SP - 80 Anos de Arte Brasileira

1983 - Rio de Janeiro RJ - 6º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1983 - Santo André SP - 80 Anos de Arte Brasileira, na Prefeitura Municipal de Santo André

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1985 - Porto Alegre RS - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Margs

1985 - Rio de Janeiro RJ - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ

1985 - São Paulo SP - 100 Obras Itaú, no Masp

1985 - São Paulo SP - Destaque no evento Este Mês no MAC, no MAC/USP

1985 - São Paulo SP - Rebolo, O Artesão da Cor, no Museu Lasar Segall

1986 - Brasília DF - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Teatro Nacional Cláudio Santoro

1986 - Rio de Janeiro RJ - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no MAM/RJ

1986 - São Paulo SP - Iberê Camargo: trajetória e encontros, no Masp

1988 - São Paulo SP - Brasiliana: o homem e a terra, na Pinacoteca do Estado

1988 - São Paulo SP - MAC 25 anos: destaques da coleção inicial, no MAC/USP

1989 - São Paulo SP - Pintura Brasil Século XX: obras do acervo Banco Itaú, na Itaugaleria

1989 - São Paulo SP - Trinta e Três Maneiras de Ver o Mundo, na Ranulpho Galeria de Arte

1992 - Poços de Caldas MG - Arte Moderna Brasileira: acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, na Casa de Cultura

1992 - São Paulo SP - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade

1993 - Rio de Janeiro RJ - Brasil: 100 Anos de Arte Moderna, no MNBA

1993 - São Paulo SP - 100 Obras-Primas da Coleção Mário de Andrade: pintura e escultura, no IEB/USP

1994 - Poços de Caldas MG - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, na Casa da Cultura

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1995 - Rio de Janeiro RJ - Coleção Unibanco: exposição comemorativa dos 70 anos de Unibanco, no MAM/RJ

1995 - São Paulo SP - O Grupo Santa Helena, no MAM/SP

1996 - Osasco SP - Expo FIEO: doação Luiz Ernesto Kawall, no Centro Universitário Fieo

1996 - Rio de Janeiro RJ - O Grupo Santa Helena, no CCBB

1996 - São Paulo SP - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP 1920-1970, no MAC/USP

1996 - São Paulo SP - Figura e Paisagem no Acervo do MAM: homenagem a Volpi, no MAM/SP

1997 - Brasília DF - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa Galeria

1997 - Porto Alegre RS - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - Porto Alegre RS - Exposição Paralela, no Museu da Caixa Econômica Federal

1997 - São Paulo SP - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1997 - São Paulo SP - Grandes Nomes da Pintura Brasileira, na Jo Slaviero Galeria de Arte

1998 - Curitiba PR - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - Rio de Janeiro RJ - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

1998 - São Paulo SP - Destaques da Coleção Unibanco, no Instituto Moreira Salles

1998 - São Paulo SP - Iconografia Paulistana em Coleções Particulares, no Museu da Casa Brasileira

1998 - São Paulo SP - O Colecionador, no MAM/SP

1999 - Salvador BA - 60 Anos de Arte Brasileira, no Espaço Cultural da Caixa Econômica Federal

2000 - São Paulo SP - A Figura Humana na Coleção Itaú, no Itaú Cultural

2000 - São Paulo SP - Grupo Santa Helena, na Jo Slaviero Galeria de Arte

2001 - São Paulo SP - 4 Décadas, na Nova André Galeria

2001 - São Paulo SP - Museu de Arte Brasileira: 40 anos, no MAB/Faap

2002 - Porto Alegre RS - Desenhos, Gravuras, Esculturas e Aquarelas, na Garagem de Arte

2002 - São Paulo SP - Arte e Política, no MAM/SP

2002 - São Paulo SP - Modernismo: da Semana de 22 à seção de arte de Sérgio Milliet, no CCSP

2002 - São Paulo SP - Operários na Paulista: MAC-USP e os artistas artesãos, na Galeria de Arte do Sesi

2002 - São Paulo SP - Paisagens do Imaginário, na Nova André Galeria

2002 - São Paulo SP - Rebolo 100 Anos, no MAM/SP

2003 - Rio de Janeiro RJ - Tesouros da Caixa: arte moderna brasileira no acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa

2003 - São Paulo SP - Arte e Sociedade: uma relação polêmica, no Itaú Cultural

2003 - São Paulo SP - MAC USP 40 Anos: interfaces contemporâneas, no MAC/USP

2003 - São Paulo SP - Um Só Coração, no MAM/SP

2004 - São Paulo SP - Gabinete de Papel, no CCSP

2004 - São Paulo SP - Individual, no Espaço Cultural Vivo

2004 - São Paulo SP - Novas Aquisições: 1995 - 2003, no MAB/Faap

Fonte: FRANCISCO Rebolo. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Grupo Santa Helena - Itaú Cultural

A existência do Grupo Santa Helena, e outras associações de artistas, torna-se um elemento fundamental para a consolidação da arte moderna em São Paulo nos decênios de 1930 e 1940. No entanto, sua abordagem e a compreensão como grupo não deixam de ser um desafio para os historiadores da arte brasileira. Sem programas preestabelecidos, o Santa Helena surge da união espontânea de alguns artistas utilizam salas como ateliê no Palacete Santa Helena, antigo edifício na Praça da Sé, em São Paulo, a partir de meados de 1934. O primeiro deles é Francisco Rebolo, que instala seu escritório de empreiteiro e artista-decorador na sala número 231 e começa a pintar, em 1935. Nesse ano Mário Zanini divide a sala com Rebolo, posteriormente alugando a de número 233, compondo a célula inicial do futuro agrupamento. Em datas diversas, uniram-se a eles, por ordem de chegada, Manoel Martins, Fulvio Pennacchi, Bonadei, Clóvis Graciano, Alfredo Volpi, Humberto Rosa e Rizzotti.

O ambiente criado nas salas de trabalho é de troca mútua, dividindo-se os conhecimentos técnicos de pintura e as sessões de modelo vivo, decidindo sobre a remessa de obras aos salões e organizando as famosas excursões de fim de semana aos subúrbios da cidade para execução da pintura ao ar livre. Relativamente afastado do meio artístico da época, o grupo só foi notado em outubro de 1936 por pintores mais experientes como Rossi Osir e Vittorio Gobbis, por ocasião da mostra Exposição de Pequenos Quadros, organizada pela Sociedade Paulista de Belas Artes no Palácio das Arcadas. Mas é como participantes da Família Artística Paulista - FAP, - agremiação co-fundada e dirigida por Rossi Osir, responsável por elaboração de salões -, que ganham visibilidade pública e passam a ser conhecidos pela crítica especializada como Grupo Santa Helena. Durante a curta duração dos ateliês conjuntos no palacete da Sé, não apresentam nenhuma exposição de seus trabalhos sob essa rubrica.

Em 1939, após visita ao 2º salão organizado pela FAP, Mário de Andrade (1893 - 1945) identifica e tenta conceituar pela primeira vez a existência de uma "escola paulista", caracterizada por seu modernismo moderado, ocupando o campo litigioso entre as experimentações formais da vanguarda dos anos 1920 e o academismo ainda vigente no meio paulistano. Como elemento de unificação entre os expositores, enfatiza a preocupação com o apuro técnico, a volta à tradição do fazer pictórico e o interesse pela representação da realidade concreta.

Somente em 1944, em texto dedicado a Clóvis Graciano, Mário de Andrade lança a tese de que a origem proletária ou da pequena burguesia é o elo e elemento determinante na plástica do grupo. O crítico afirma: " A que atribuir, portanto, as tendências coletivas de cor, de técnica geral e de assunto dessa Família Artística Paulista, até hoje rastreáveis em sua arte? A meu ver, o que caracteriza o grupo é seu proletarismo. Isso lhe determina a psicologia coletiva, e conseqüentemente a sua expressão". Em geral, esses artistas têm sua formação básica em escolas profissionalizantes, como o Liceu de Artes e Ofícios e a Escola Profissional Masculina do Brás. Os que estudam no exterior passam ao largo dos ateliês e escolas freqüentados pelos modernistas de 1922. Na época do Santa Helena ganham, em sua maioria, a vida como artesãos ou pintores-decoradores, o que contribui para a consciência artesanal de suas obras. A pintura de cavalete é realizada nos momentos de folga. A influência européia - principalmente do impressionismo e pós-impressionismo, do novecento italiano e do expressionismo - que se faz sentir na produção dos santelenistas se dá pela leitura de livros e revistas e por exposições que chegam do exterior.

O apego à representação da realidade leva-os a pintar principalmente paisagens, cujos focos são as vistas dos subúrbios e arredores da cidade, as praias visitadas nos fins de semana, a paisagem urbana. Percebe-se a preferência por locais anônimos no limite entre o campo e a cidade. A despeito das diferenças estilísticas entre eles, identifica-se em suas obras uma preferência por tons rebaixados, de fatura fosca, dando uma tonalidade acinzentada aos quadros. Outros gêneros foram trabalhados pelo Grupo Santa Helena, como a natureza-morta, o retrato e auto-retrato.

Com a dissolução natural do grupo, que começa a se desfazer no fim da década de 1930, seus artistas desenvolvem, muitas vezes com resultados desiguais, carreiras individuais. Entre eles, Alfredo Volpi é com certeza o que mais se destaca. Vale notar que artistas não-pertencentes ao Santa Helena guardam semelhanças estilísticas com os integrantes do grupo. Tais semelhanças apontam, com mais força e coesão, uma nova posição artística em São Paulo, autônoma em relação ao modernismo dos anos 1920 sem ser acadêmica.

Fonte: GRUPO Santa Helena. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 04 de Mai. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Filho de Francisco Rebollo Merguizo e Rosa González Rodríguez. imigrantes espanhóis da Andaluzia que chegaram ao Brasil no fim do século XIX, foi o quinto filho do casal, nascido no bairro da Mooca, em São Paulo. Francisco Rebolo viveu intensamente duas trajetórias, a de jogador de futebol e a de pintor.

Futebolista

Iniciou sua carreira de jogador semiprofissional pela Associação Atlética São Bento em 1917. Em 1922 atuou no Sport Club Corinthians Paulista e em 1927 no Ypiranga, ambos clubes da cidade de São Paulo. Encerrou sua carreira como atleta em 1934 para dedicar-se mais intensamente à carreira de pintor. Sua ligação com o SC Corinthians permaneceu forte mesmo após encerrar a carreira, sendo ele o criador do atual escudo do clube, desenhado no início da década de 1930.

Carreira

Em 1915 empregou-se como aprendiz de decorador, iniciando seu contato com tintas e pincéis. Fez decorações de diversas casas e detalhes de Igrejas de Santa Ifigênia e Santa Cecília, em São Paulo. Estas experiências foram muito favoráveis ao seu desenvolvimento como artista anos depois. Sua carreira como decorador cresce, fazendo-o transferir seu ateliê de pintura e decoração para a sala nº 231 do Edifício Santa Helena, na Praça da Sé em 1934, fato que marca o início de sua carreira como pintor. No ano seguinte começa a estruturar o Grupo Santa Helena, famoso por unir artistas de diferentes estilos mas que tinham a mesma paixão pela arte. A este grupo pertenciam, além de Rebolo, Fulvio Pennacchi, Aldo Bonadei, Humberto Rosa, Manuel Martins, Clóvis Graciano, Mario Zanini, Alfredo Volpi e Alfredo Rizzotti. A origem social humilde e as afinidades profissionais levaram à Mario de Andrade nomeá-los de “artistas proletários”, alcunha que perdurou e os caracterizou dentro do movimento modernista. Nesse mesmo ano participa de sua primeira exposição, no III Salão Paulista de Belas Artes. Daí em diante participará de muitas outras, rendendo-lhe prestígio e prêmios.

Seu trabalho, assim como de seus companheiros do Grupo Santa Helena, é reconhecido, e são convidados a viajar para Minas Gerais a convite do prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, em companhia de outros intelectuais e artistas modernos. Em 1945, trabalha com outros artistas para a criação do Clube dos Artistas e Amigos da Arte (Clubinho), do qual será diretor. Participa do movimento para a criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM.

Seu ateliê do Edifício Santa Helena é fechado e reaberto em novo endereço, encerrando um importante ciclo profissional em 1952. Durante dois anos, entre 1955 e 1957, residiu na Europa com sua família, permitindo-lhe frequentar cursos de restauração no Vaticano e expor na Itália. Devido a problemas de saúde se vê obrigado a afastar-se temporariamente das tintas, iniciando a fase de gravuras em 1963 incentivado por seu amigo Marcelo Grassmann.

Rebolo é considerado um dos mais importantes paisagistas da pintura brasileira. Sua obra, com um total estimado superior a 3.000 pinturas, centenas de desenhos e um conjunto de cinquenta diferentes gravuras, de variadas técnicas, além das paisagens, envolve também como temática um expressivo conjunto de retratos, figuras, naturezas-mortas e flores. Hoje, a imagem, direitos e catalogação de obras é gerida pelo Instituto Rebolo, os trabalhos de Rebolo estão nos principais museus brasileiros, no acervo de órgãos culturais e governamentais e em coleções particulares em todo o Brasil.

Morte

Francisco Rebolo morreu de infarto em 10 de julho de 1980, em sua casa no bairro do Morumbi, em São Paulo.

Cinema

Em 1978 foi lançado o documentário O Anel Lírico, sobre vida e obra do artista, com direção e produção de Olívio Tavares de Araújo.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 4 de maio de 2018.

Crédito fotográfico: Fapesp, consultado pela última vez em 4 de maio de 2018.

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