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Arthur Timótheo da Costa

Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 12 de novembro de 1882 — Rio de Janeiro, RJ, 5 de outubro de 1922), foi um pintor, desenhista, cenógrafo, entalhador e decorador brasileiro, irmão mais novo do também artista João Timótheo da Costa. Foi um dos poucos artistas negros brasileiros a se destacar no século XIX e início do séc XX. É possível observar em suas obras temas tradicionais, paisagens profundas e elementos com uma aproximação que lembra o impressionismo. Seu trabalho apresentava pinceladas largas e marcadas, seguidas de movimentos velozes, tons terrosos e massas de cores misturadas que definem destacando sua arte.

Biografia - Itaú Cultural

Inicia seus estudos na Casa da Moeda, onde frequenta o curso de desenho e toma contato com o processo de gravação de imagens acompanhando a impressão de moedas e selos. Em 1894, incentivado pelo diretor da instituição, Enes de Souza, matricula-se com seu irmão João Timótheo da Costa (1879 - 1930) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba e freqüenta as aulas ministradas por Bérard (1846 - 1910), Zeferino da Costa (1840 - 1915), Rodolfo Amoedo (1857 - 1941) e Henrique Bernardelli (1858 - 1936). Entre 1895 e 1900 aprende informalmente as técnicas de cenografia com o italiano Oreste Coliva. Participa de diversas edições da Exposição Geral de Belas Artes, em que recebe o prêmio de viagem ao exterior, em 1907. No ano seguinte embarca para Paris, onde permanece por aproximadamente dois anos. Em 1911, viaja para a Itália como integrante do grupo de artistas escolhidos para executar a decoração do Pavilhão Brasileiro na Exposição Internacional de Turim. Em 1919, funda com um grupo de artistas a Sociedade Brasileira de Belas Artes na cidade do Rio de Janeiro, e propõe, em 1920, a livre participação dos artistas filiados à sociedade nas Exposições Gerais de Belas Artes. Nesse mesmo ano, executa com seu irmão a decoração do Salão Nobre do Fluminense Futebol Clube. Em 1921, participa pela última vez da Exposição Geral de Belas Artes. Morre no ano seguinte, como interno do Hospício dos Alienados do Rio de Janeiro.

Comentário crítico

O pintor Arthur Timótheo da Costa tem uma infância humilde. Muito jovem, torna-se aprendiz na Casa da Moeda no Rio de Janeiro, onde começa a ter lições de desenho. Ali, o artista também toma contato com os processos de gravação de imagens ao acompanhar a impressão de selos e moedas. Com o incentivo do diretor da instituição, Enes de Souza, Arthur Timótheo da Costa é encaminhado, em 1894, junto com o irmão, João Timótheo da Costa (1879 - 1930), para a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, e é aluno de Bérard (1846 - 1910), Zeferino da Costa (1840 - 1915), Rodolfo Amoedo (1857 - 1941) e Henrique Bernardelli (1858 - 1936). Além de dedicar-se aos estudos formais na Enba, informalmente aprende cenografia, trabalhando como auxiliar do italiano Oreste Coliva, de 1895 até 1900.

Em 1905, o artista faz sua estréia na Exposição Geral de Belas Artes, mostrando duas pinturas: Diante do Modelo e Repreensão, mas não obtém muito êxito. É mais bem-sucedido em 1907, quando conquista o prêmio de viagem ao exterior, que o leva a mudar-se para Paris no ano seguinte. Depois da temporada parisiense, ele percorre a Itália e a Espanha. Durante a estada européia, sua pintura altera-se consideravelmente, a ponto do crítico José Roberto Teixeira Leite afirmar que o "Arthur Timótheo da Costa que retorna de Paris depois de dois anos de ausência não é o mesmo que havia seguido para lá há tão pouco". O artista se aproximava de procedimentos impressionistas, a linha deixa de estruturar a pintura, as formas não se restringem à rigidez do contorno, os volumes passam a ser modelados na pincelada, que se torna mais aberta e mais marcada.

Após retornar para o Brasil, em 1910, Arthur Timótheo da Costa realiza um dos quadros mais exemplares de sua relação com a pintura de vanguarda: A Forja (1911). Segundo a socióloga Gilda de Mello e Souza, este trabalho teria antecipado a pintura moderna no Brasil, tanto no tema, da dura labuta do trabalho industrial, quanto no tratamento, que apaga o desenho e estrutura as formas através de pinceladas aparentes e vigorosas. Em 1911, o artista segue para a Itália, convidado para decorar o Pavilhão Brasileiro na Exposição Internacional de Turim. Realiza esta empreitada junto com João Timótheo da Costa, Carlos Chambelland (1884 - 1950) e Rodolfo Chambelland (1879 - 1967). Faz outro trabalho de decoração em 1920, junto com o seu irmão João Timótheo da Costa, na sede do Fluminense Futebol Clube.

No Brasil, Arthur Timótheo da Costa expõe regularmente nas Exposições Gerais de Belas Artes, e ganha medalhas em 1913, 1919 e 1920. Seu trabalho, de modo geral, continua a figurar temas tradicionais da pintura acadêmica, sobretudo a paisagem, mas aprofunda os elementos de uma abordagem ligada ao impressionismo. As pinceladas ficam mais marcadas e com movimentos mais velozes. Em seu Auto-Retrato (1919), a imagem é bastante definida, mas o trabalho com o pincel modela todo o corpo retratado. São mantidos os efeitos de profundidade, mas eles não são atingidos pelos recursos tradicionais de luz e sombra.

As últimas paisagens de Timótheo da Costa radicalizam na modelagem pela pincelada e abdicam do contorno. Em trabalhos como o Cais Pharoux, Sol e Mercado Velho do Rio de Janeiro (1918) o desenho desaparece sob as marcas de tinta. A pincelada é mais expressiva e por vezes o artista arranha a cor que havia sido aplicada sobre a tela. A dinâmica das cores tem maior destaque do que a definição das figuras. Paulatinamente, o artista deixa de pintar. Sua doença mental agrava-se irremediavelmente. Internado, morre no dia 5 de outubro de 1922.

Críticas

"No início de sua carreira artística, Arthur Timótheo da Costa trabalhou durante cinco anos com o cenógrafo italiano Oreste Coliva, desenvolvendo peculiar habilidade na execução de cenários para teatro. Tal característica, acrescida dos encantos da pintura ao ar livre, revelados pelo impressionismo, e da aplicação no tratamento técnico, está presente na maioria das composições do artista. Em Auto-Retrato, Timótheo esmera-se na realização da obra, de desenho marcante e rigoroso, detalhes anatomicamente delineados, além de espontânea fatura pastosa nas partes iluminadas. A execução notável desta tela revela, sobretudo, a capacidade do pintor no enigmático e expressivo jogo de luz e sombra, alcançado através de um conjunto sóbrio de cores admiravelmente combinados".

Abbadia Caparelli (O MUSEU Nacional de Belas Artes. Prefácio de Alcidio Mafra de Souza. Editado por Alcidio Mafra de Souza. Textos de Abbadia Caparelli et al. São Paulo: Banco Safra, 1985.)

"E quem está talhado para ser um grande artista é o seu discípulo, o Sr. Arthur Timótheo da Costa, que de dia a dia nos demonstra o seu ardente talento e sua larga habilidade de compositor. Antes d'Alleluia (pintado a tinta mate, por processoigual àquele que o Sr. Bernardelli pintou as decorações da Beneficiência Portuguesa, e que, por ai foi chamada encalca) é uma tela movimentada, de muitos agrupamentos e infelizmente não terminada. O que está feito, porém basta para nos dizer do valor desse moço artista, extremamente simpático por sua audácia e grandemente hábil".

Gonzaga Duque (Salão de 1907. In: ______. Contemporâneos: pintores e esculptores. Rio de Janeiro: Bendicto de Souza, 1929. p. 165.)

"De todos os gêneros da pintura, entretanto, o que mais o atraiu foi o retrato. Possuia uma maneira rigorosa de pintar e desenhar; pulso firme, seguro, seus trabalhos adquiriram, desde logo, aqulea técnica larga que tanto o caracterizou. Muitos foram os retratos admiráveis que seus pincéis esboçaram; entre eles, no entanto, é justo destacaro do pintor e ecultor Eduardo Sá, oferecido pelo mesmo ao Museu Nacional de Belas Artes. A figura humana foi sempre a preocupação dominante de Arthur Timótheo da Costa, pintava-a com verdadeira paixão, com desusado carinho".

Francisco Acquarone (VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil - I. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942. [145] p.)

"Arthur Timótheo da Costa faz parte daquela geração de pintores localizados no que se convencionou chamar de transição, isto é, na passagem do século. Isto, na verdade, implica uma duplicidade de procedimentos, oscilantes já entre as normas acadêmicas e as novas tendências européias surgidas com o impressionismo. Como os demais artistas da época, Timótheo da Costa vai tentar romper com os ensinamentos usuais da Academia sem, entretanto, liberar-se completamente de suas influências. Não há exemplos, no Brasil de então, de obras bem resolvidas plasticamente dentro dos conceitos impressionistas. Mas, sem dúvida, mesmo que guardando em certas obras a paleta sombria e terrosa do século XIX e ainda os efeitos do claro-escuro, Timótheo da Costa já vai revelar alguma compreensão dos modernos que lhe foram contemporâneos. Sua obra não é mais mera transcrição pictórica do mundo aparente. O sujeito agora mantém uma relação afetiva com o objeto-ambiente, construindo a realidade da pintura pela sensação com que percebe o mundo: fazendo da cor uma consciência dessa percepção. É agora o valor da cor uma unidade constitutiva do próprio espaço da pintura".

Paulo Venâncio Filho (BIENAL BRASIL SÉCULO XX (1994: SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org. ). Bienal Brasil Século XX: catálogo. Apresentação Edemar Cid Ferreira; texto José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Agnaldo Farias; curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. p. 63.)

Exposições Individuais

1912 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio

Exposições Coletivas

1905 - Rio de Janeiro RJ - 12ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1906 - Rio de Janeiro RJ - 13ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - menção honrosa de 1º grau

1907 - Rio de Janeiro RJ - 14ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior

1911 - São Paulo SP - Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios

1911 - Turim (Itália) - Exposição Internacional de Turim

1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - pequena medalha de prata

1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de prata

1919 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Carioca de Gravura e Água-Forte

1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de ouro

1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

Exposições Póstumas

1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1940 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva: obras dos grandes mestres da pintura e seus discípulos

1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA

1976 - São Paulo SP - O Retrato na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado

1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes

1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado

1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp

1989 - Rio de Janeiro RJ - O Rio de Janeiro de Machado de Assis, no CCBB

1993 - São Paulo SP - Pintores Negros do Século XIX, na Pinacoteca do Estado

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado

1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Marinhas em Grandes Coleções Paulistas, no Museu Naval e Oceanográfico

2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes - RJ, no Margs

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural

2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

2012 - São Paulo SP - Os dois irmãos João e Arthur Timótheo da Costa: pré-modernistas brasileiros, Museu Afro Brasil

Fonte: ARTHUR Timótheo da Costa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Com o irmão, João Timóteo da Costa, Arthur iniciou-se como aprendiz da Casa da Moeda. No livro Pinturas & pintores do Rio Antigo, Donato Mello Júnior informa que "muito contribuiu, no início da sua carreira, a vivência com o cenógrafo italiano Oreste Coliva".

Ingressou na Escola Nacional de Belas Artes em 1894, como aluno livre, tendo sido orientado por Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernardelli. Em 1907, conquistou o prêmio de viagem à Europa na Exposição Geral de Belas Artes, seguindo então para Paris. Com o irmão João Timótheo e os irmãos Carlos Chambelland e Rodolfo Chambelland, participou em 1911 dos trabalhos de decoração do pavilhão brasileiro da Exposição Internacional de Turim, na Itália.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 23 de janeiro de 2018.

Crédito fotográfico: Acervo Pinacoteca de São Paulo, auto-retrato, óleo sobre tela, 1908, 41 x 33 cm, doação de Benjamin de Mendonça em 1956.

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Biografia - Museu Afro Brasil

Nascido de família pobre e numerosa, era irmão mais novo de João Timótheo da Costa; assim como ele, iniciou seus estudos na Casa da Moeda, como aprendiz de desenho de moedas e selos. Nessa ocasião, conheceu o Diretor da Casa da Moeda Enes de Souza, mecenas e principal responsável por introduzir ambos os irmãos definitivamente no mundo das artes plásticas. Ainda assim, paralelamente, Arthur Timótheo trabalhou por cinco anos com o cenógrafo italiano Oreste Coliva, adquirindo uma certa dramaticidade que viria a influenciar sua obra plástica. Em 1894, ingressou, juntamente com seu irmão, na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Daniel Bérard, Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernadelli. No Salão Nacional de Belas Artes de 1906, recebeu uma menção honrosa de primeiro grau e, no ano seguinte, após a desistência de Eduardo Bevilacqua, conquistou o prêmio de viagem à Europa. Instalou-se em 1908 em Paris e expôs no Salon, mas também visitou a Espanha e a Itália antes de retornar ao Brasil em 1910. Voltou novamente à Europa, contratado pelo governo brasileiro para colaborar, junto com seu irmão e com Carlos e Rodolfo Chambellant, com os trabalhos decorativos do pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Turim de 1911. Em 1912 faz uma exposição individual na Associação dos Empregados do Comércio, participando de cerca de 13 exposições coletivas desde 1905 a 1921. Obteve no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, a pequena medalha de prata em 1913, a grande medalha de prata em 1919, mesmo ano em que fundou com um grupo de artistas a “Sociedade Brasileira de Belas Artes” à epoca intitulada Juventas. Conquistou a grande medalha de ouro em 1920 e propôs nesse ano que os artistas filiados à Sociedade Brasileira de Belas Artes participacem livremente nas Exposições Gerais de Belas Artes. Nesse mesmo ano engajou-se no trabalho de finalização da reforma iniciada em 1918 do Salão Nobre do Prédio do Fluminense Futball Club, fundado em 1902, ficando a seu encargo a decoração do Prédio. Devido a problemas de saúde, sua produção foi reduzida nos últimos anos de vida. Participou pela última vez da Exposição Geral no ano de 1921 e faleceu no ano seguinte, aos 41 anos, internado no Hospício dos Alienados do Rio de Janeiro com o diagnóstico de demência paralítica. Dedicou-se especialmente à pintura de figuras e paisagens, destacando-se nos nus femininos e retratos. Além da grande coleção de suas obras pertencentes ao acervo permanente do Museu Afro Brasil, Arthur Timótheo da Costa possui peças no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e com alguns particulares. Atribui-se a ele uma tendência pré-modernista nas obras da maturidade, que se aproximam, para José Teixeira Leite, "do Expressionismo ao fazer uso de um colorido dramático, de um desenho quase taquigráfico e de uma caligrafia pictórica nervosa e encrespada", gerando reações de repúdio de comentadores contemporâneos, que lhe atribuíram falhas de desenho e volumetria. Contudo, segundo o crítico, Arthur Timótheo "nunca pautou sua arte pela cega obediência aos cânones acadêmicos, pouco lhe importando a fidelidade ao modelo ou a plasticidade de suas figuras. Toda a sua preocupação ia, muito ao contrário, para a cor e para a textura, e através dela, para a expressão."

Fonte: Museu Afro Brasil, consultado pela última vez em 23 de janeiro de 2018.

Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 12 de novembro de 1882 — Rio de Janeiro, RJ, 5 de outubro de 1922), foi um pintor, desenhista, cenógrafo, entalhador e decorador brasileiro, irmão mais novo do também artista João Timótheo da Costa. Foi um dos poucos artistas negros brasileiros a se destacar no século XIX e início do séc XX. É possível observar em suas obras temas tradicionais, paisagens profundas e elementos com uma aproximação que lembra o impressionismo. Seu trabalho apresentava pinceladas largas e marcadas, seguidas de movimentos velozes, tons terrosos e massas de cores misturadas que definem destacando sua arte.

Arthur Timótheo da Costa

Arthur Timótheo da Costa (Rio de Janeiro, RJ, 12 de novembro de 1882 — Rio de Janeiro, RJ, 5 de outubro de 1922), foi um pintor, desenhista, cenógrafo, entalhador e decorador brasileiro, irmão mais novo do também artista João Timótheo da Costa. Foi um dos poucos artistas negros brasileiros a se destacar no século XIX e início do séc XX. É possível observar em suas obras temas tradicionais, paisagens profundas e elementos com uma aproximação que lembra o impressionismo. Seu trabalho apresentava pinceladas largas e marcadas, seguidas de movimentos velozes, tons terrosos e massas de cores misturadas que definem destacando sua arte.

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Biografia - Itaú Cultural

Inicia seus estudos na Casa da Moeda, onde frequenta o curso de desenho e toma contato com o processo de gravação de imagens acompanhando a impressão de moedas e selos. Em 1894, incentivado pelo diretor da instituição, Enes de Souza, matricula-se com seu irmão João Timótheo da Costa (1879 - 1930) na Escola Nacional de Belas Artes - Enba e freqüenta as aulas ministradas por Bérard (1846 - 1910), Zeferino da Costa (1840 - 1915), Rodolfo Amoedo (1857 - 1941) e Henrique Bernardelli (1858 - 1936). Entre 1895 e 1900 aprende informalmente as técnicas de cenografia com o italiano Oreste Coliva. Participa de diversas edições da Exposição Geral de Belas Artes, em que recebe o prêmio de viagem ao exterior, em 1907. No ano seguinte embarca para Paris, onde permanece por aproximadamente dois anos. Em 1911, viaja para a Itália como integrante do grupo de artistas escolhidos para executar a decoração do Pavilhão Brasileiro na Exposição Internacional de Turim. Em 1919, funda com um grupo de artistas a Sociedade Brasileira de Belas Artes na cidade do Rio de Janeiro, e propõe, em 1920, a livre participação dos artistas filiados à sociedade nas Exposições Gerais de Belas Artes. Nesse mesmo ano, executa com seu irmão a decoração do Salão Nobre do Fluminense Futebol Clube. Em 1921, participa pela última vez da Exposição Geral de Belas Artes. Morre no ano seguinte, como interno do Hospício dos Alienados do Rio de Janeiro.

Comentário crítico

O pintor Arthur Timótheo da Costa tem uma infância humilde. Muito jovem, torna-se aprendiz na Casa da Moeda no Rio de Janeiro, onde começa a ter lições de desenho. Ali, o artista também toma contato com os processos de gravação de imagens ao acompanhar a impressão de selos e moedas. Com o incentivo do diretor da instituição, Enes de Souza, Arthur Timótheo da Costa é encaminhado, em 1894, junto com o irmão, João Timótheo da Costa (1879 - 1930), para a Escola Nacional de Belas Artes - Enba, e é aluno de Bérard (1846 - 1910), Zeferino da Costa (1840 - 1915), Rodolfo Amoedo (1857 - 1941) e Henrique Bernardelli (1858 - 1936). Além de dedicar-se aos estudos formais na Enba, informalmente aprende cenografia, trabalhando como auxiliar do italiano Oreste Coliva, de 1895 até 1900.

Em 1905, o artista faz sua estréia na Exposição Geral de Belas Artes, mostrando duas pinturas: Diante do Modelo e Repreensão, mas não obtém muito êxito. É mais bem-sucedido em 1907, quando conquista o prêmio de viagem ao exterior, que o leva a mudar-se para Paris no ano seguinte. Depois da temporada parisiense, ele percorre a Itália e a Espanha. Durante a estada européia, sua pintura altera-se consideravelmente, a ponto do crítico José Roberto Teixeira Leite afirmar que o "Arthur Timótheo da Costa que retorna de Paris depois de dois anos de ausência não é o mesmo que havia seguido para lá há tão pouco". O artista se aproximava de procedimentos impressionistas, a linha deixa de estruturar a pintura, as formas não se restringem à rigidez do contorno, os volumes passam a ser modelados na pincelada, que se torna mais aberta e mais marcada.

Após retornar para o Brasil, em 1910, Arthur Timótheo da Costa realiza um dos quadros mais exemplares de sua relação com a pintura de vanguarda: A Forja (1911). Segundo a socióloga Gilda de Mello e Souza, este trabalho teria antecipado a pintura moderna no Brasil, tanto no tema, da dura labuta do trabalho industrial, quanto no tratamento, que apaga o desenho e estrutura as formas através de pinceladas aparentes e vigorosas. Em 1911, o artista segue para a Itália, convidado para decorar o Pavilhão Brasileiro na Exposição Internacional de Turim. Realiza esta empreitada junto com João Timótheo da Costa, Carlos Chambelland (1884 - 1950) e Rodolfo Chambelland (1879 - 1967). Faz outro trabalho de decoração em 1920, junto com o seu irmão João Timótheo da Costa, na sede do Fluminense Futebol Clube.

No Brasil, Arthur Timótheo da Costa expõe regularmente nas Exposições Gerais de Belas Artes, e ganha medalhas em 1913, 1919 e 1920. Seu trabalho, de modo geral, continua a figurar temas tradicionais da pintura acadêmica, sobretudo a paisagem, mas aprofunda os elementos de uma abordagem ligada ao impressionismo. As pinceladas ficam mais marcadas e com movimentos mais velozes. Em seu Auto-Retrato (1919), a imagem é bastante definida, mas o trabalho com o pincel modela todo o corpo retratado. São mantidos os efeitos de profundidade, mas eles não são atingidos pelos recursos tradicionais de luz e sombra.

As últimas paisagens de Timótheo da Costa radicalizam na modelagem pela pincelada e abdicam do contorno. Em trabalhos como o Cais Pharoux, Sol e Mercado Velho do Rio de Janeiro (1918) o desenho desaparece sob as marcas de tinta. A pincelada é mais expressiva e por vezes o artista arranha a cor que havia sido aplicada sobre a tela. A dinâmica das cores tem maior destaque do que a definição das figuras. Paulatinamente, o artista deixa de pintar. Sua doença mental agrava-se irremediavelmente. Internado, morre no dia 5 de outubro de 1922.

Críticas

"No início de sua carreira artística, Arthur Timótheo da Costa trabalhou durante cinco anos com o cenógrafo italiano Oreste Coliva, desenvolvendo peculiar habilidade na execução de cenários para teatro. Tal característica, acrescida dos encantos da pintura ao ar livre, revelados pelo impressionismo, e da aplicação no tratamento técnico, está presente na maioria das composições do artista. Em Auto-Retrato, Timótheo esmera-se na realização da obra, de desenho marcante e rigoroso, detalhes anatomicamente delineados, além de espontânea fatura pastosa nas partes iluminadas. A execução notável desta tela revela, sobretudo, a capacidade do pintor no enigmático e expressivo jogo de luz e sombra, alcançado através de um conjunto sóbrio de cores admiravelmente combinados".

Abbadia Caparelli (O MUSEU Nacional de Belas Artes. Prefácio de Alcidio Mafra de Souza. Editado por Alcidio Mafra de Souza. Textos de Abbadia Caparelli et al. São Paulo: Banco Safra, 1985.)

"E quem está talhado para ser um grande artista é o seu discípulo, o Sr. Arthur Timótheo da Costa, que de dia a dia nos demonstra o seu ardente talento e sua larga habilidade de compositor. Antes d'Alleluia (pintado a tinta mate, por processoigual àquele que o Sr. Bernardelli pintou as decorações da Beneficiência Portuguesa, e que, por ai foi chamada encalca) é uma tela movimentada, de muitos agrupamentos e infelizmente não terminada. O que está feito, porém basta para nos dizer do valor desse moço artista, extremamente simpático por sua audácia e grandemente hábil".

Gonzaga Duque (Salão de 1907. In: ______. Contemporâneos: pintores e esculptores. Rio de Janeiro: Bendicto de Souza, 1929. p. 165.)

"De todos os gêneros da pintura, entretanto, o que mais o atraiu foi o retrato. Possuia uma maneira rigorosa de pintar e desenhar; pulso firme, seguro, seus trabalhos adquiriram, desde logo, aqulea técnica larga que tanto o caracterizou. Muitos foram os retratos admiráveis que seus pincéis esboçaram; entre eles, no entanto, é justo destacaro do pintor e ecultor Eduardo Sá, oferecido pelo mesmo ao Museu Nacional de Belas Artes. A figura humana foi sempre a preocupação dominante de Arthur Timótheo da Costa, pintava-a com verdadeira paixão, com desusado carinho".

Francisco Acquarone (VIEIRA, Adão de Queiroz. Primores da pintura no Brasil - I. 2.ed. [Rio de Janeiro]: [s.n.], 1942. [145] p.)

"Arthur Timótheo da Costa faz parte daquela geração de pintores localizados no que se convencionou chamar de transição, isto é, na passagem do século. Isto, na verdade, implica uma duplicidade de procedimentos, oscilantes já entre as normas acadêmicas e as novas tendências européias surgidas com o impressionismo. Como os demais artistas da época, Timótheo da Costa vai tentar romper com os ensinamentos usuais da Academia sem, entretanto, liberar-se completamente de suas influências. Não há exemplos, no Brasil de então, de obras bem resolvidas plasticamente dentro dos conceitos impressionistas. Mas, sem dúvida, mesmo que guardando em certas obras a paleta sombria e terrosa do século XIX e ainda os efeitos do claro-escuro, Timótheo da Costa já vai revelar alguma compreensão dos modernos que lhe foram contemporâneos. Sua obra não é mais mera transcrição pictórica do mundo aparente. O sujeito agora mantém uma relação afetiva com o objeto-ambiente, construindo a realidade da pintura pela sensação com que percebe o mundo: fazendo da cor uma consciência dessa percepção. É agora o valor da cor uma unidade constitutiva do próprio espaço da pintura".

Paulo Venâncio Filho (BIENAL BRASIL SÉCULO XX (1994: SÃO PAULO, SP), AGUILAR, Nelson (org. ). Bienal Brasil Século XX: catálogo. Apresentação Edemar Cid Ferreira; texto José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Agnaldo Farias; curadoria Nelson Aguilar, José Roberto Teixeira Leite, Annateresa Fabris, Tadeu Chiarelli, Maria Alice Milliet, Walter Zanini, Cacilda Teixeira da Costa, Agnaldo Farias. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1994. p. 63.)

Exposições Individuais

1912 - Rio de Janeiro RJ - Individual, na Associação dos Empregados do Comércio

Exposições Coletivas

1905 - Rio de Janeiro RJ - 12ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1906 - Rio de Janeiro RJ - 13ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - menção honrosa de 1º grau

1907 - Rio de Janeiro RJ - 14ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - prêmio de viagem ao exterior

1911 - São Paulo SP - Primeira Exposição Brasileira de Belas Artes, no Liceu de Artes e Ofícios

1911 - Turim (Itália) - Exposição Internacional de Turim

1912 - Rio de Janeiro RJ - 19ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1913 - Rio de Janeiro RJ - 20ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - pequena medalha de prata

1914 - Rio de Janeiro RJ - 21ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1918 - Rio de Janeiro RJ - 25ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1919 - Rio de Janeiro RJ - 26ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de prata

1919 - Rio de Janeiro RJ - Exposição Carioca de Gravura e Água-Forte

1920 - Rio de Janeiro RJ - 27ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba - grande medalha de ouro

1921 - Rio de Janeiro RJ - 28ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

Exposições Póstumas

1923 - Rio de Janeiro RJ - 30ª Exposição Geral de Belas Artes, na Enba

1940 - São Paulo SP - Exposição Retrospectiva: obras dos grandes mestres da pintura e seus discípulos

1950 - Rio de Janeiro RJ - Um Século da Pintura Brasileira: 1850-1950, no MNBA

1976 - São Paulo SP - O Retrato na Coleção da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado

1980 - São Paulo SP - A Paisagem Brasileira: 1650-1976, no Paço das Artes

1981 - Rio de Janeiro RJ - Universo do Carnaval: imagens e reflexões, na Acervo Galeria de Arte

1984 - São Paulo SP - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileiras, na Fundação Bienal

1986 - São Paulo SP - Dezenovevinte: uma virada no século, na Pinacoteca do Estado

1987 - São Paulo SP - O Brasil Pintado por Mestres Nacionais e Estrangeiros: séculos XVIII - XX, no Masp

1989 - Rio de Janeiro RJ - O Rio de Janeiro de Machado de Assis, no CCBB

1993 - São Paulo SP - Pintores Negros do Século XIX, na Pinacoteca do Estado

1994 - São Paulo SP - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal

1994 - São Paulo SP - Um Olhar Crítico sobre o Acervo do Século XIX, na Pinacoteca do Estado

1998 - Rio de Janeiro RJ - Imagens Negociadas: retratos da elite brasileira, no CCBB

1998 - Rio de Janeiro RJ - Marinhas em Grandes Coleções Paulistas, no Museu Naval e Oceanográfico

2000 - Porto Alegre RS - De Frans Post a Eliseu Visconti: acervo Museu Nacional de Belas Artes - RJ, no Margs

2000 - Rio de Janeiro RJ - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento. Negro de Corpo e Alma, na Fundação Casa França-Brasil

2000 - São Paulo SP - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento, na Fundação Bienal

2001 - São Paulo SP - Trajetória da Luz na Arte Brasileira, no Itaú Cultural

2002 - Brasília DF - Barão do Rio Branco: sua obra e seu tempo, no Ministério das Relações Exteriores. Palácio do Itamaraty

2002 - Rio de Janeiro RJ - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2002 - São Paulo SP - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2003 - Brasília DF - Arte Brasileira na Coleção Fadel: da inquietação do moderno à autonomia da linguagem, no CCBB

2004 - São Paulo SP - O Preço da Sedução: do espartilho ao silicone, no Itaú Cultural

2012 - São Paulo SP - Os dois irmãos João e Arthur Timótheo da Costa: pré-modernistas brasileiros, Museu Afro Brasil

Fonte: ARTHUR Timótheo da Costa. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2018. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Jan. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Biografia - Wikipédia

Com o irmão, João Timóteo da Costa, Arthur iniciou-se como aprendiz da Casa da Moeda. No livro Pinturas & pintores do Rio Antigo, Donato Mello Júnior informa que "muito contribuiu, no início da sua carreira, a vivência com o cenógrafo italiano Oreste Coliva".

Ingressou na Escola Nacional de Belas Artes em 1894, como aluno livre, tendo sido orientado por Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernardelli. Em 1907, conquistou o prêmio de viagem à Europa na Exposição Geral de Belas Artes, seguindo então para Paris. Com o irmão João Timótheo e os irmãos Carlos Chambelland e Rodolfo Chambelland, participou em 1911 dos trabalhos de decoração do pavilhão brasileiro da Exposição Internacional de Turim, na Itália.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 23 de janeiro de 2018.

Crédito fotográfico: Acervo Pinacoteca de São Paulo, auto-retrato, óleo sobre tela, 1908, 41 x 33 cm, doação de Benjamin de Mendonça em 1956.

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Biografia - Museu Afro Brasil

Nascido de família pobre e numerosa, era irmão mais novo de João Timótheo da Costa; assim como ele, iniciou seus estudos na Casa da Moeda, como aprendiz de desenho de moedas e selos. Nessa ocasião, conheceu o Diretor da Casa da Moeda Enes de Souza, mecenas e principal responsável por introduzir ambos os irmãos definitivamente no mundo das artes plásticas. Ainda assim, paralelamente, Arthur Timótheo trabalhou por cinco anos com o cenógrafo italiano Oreste Coliva, adquirindo uma certa dramaticidade que viria a influenciar sua obra plástica. Em 1894, ingressou, juntamente com seu irmão, na Escola Nacional de Belas Artes, onde foi aluno de Daniel Bérard, Zeferino da Costa, Rodolfo Amoedo e Henrique Bernadelli. No Salão Nacional de Belas Artes de 1906, recebeu uma menção honrosa de primeiro grau e, no ano seguinte, após a desistência de Eduardo Bevilacqua, conquistou o prêmio de viagem à Europa. Instalou-se em 1908 em Paris e expôs no Salon, mas também visitou a Espanha e a Itália antes de retornar ao Brasil em 1910. Voltou novamente à Europa, contratado pelo governo brasileiro para colaborar, junto com seu irmão e com Carlos e Rodolfo Chambellant, com os trabalhos decorativos do pavilhão brasileiro na Exposição Internacional de Turim de 1911. Em 1912 faz uma exposição individual na Associação dos Empregados do Comércio, participando de cerca de 13 exposições coletivas desde 1905 a 1921. Obteve no Salão Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, a pequena medalha de prata em 1913, a grande medalha de prata em 1919, mesmo ano em que fundou com um grupo de artistas a “Sociedade Brasileira de Belas Artes” à epoca intitulada Juventas. Conquistou a grande medalha de ouro em 1920 e propôs nesse ano que os artistas filiados à Sociedade Brasileira de Belas Artes participacem livremente nas Exposições Gerais de Belas Artes. Nesse mesmo ano engajou-se no trabalho de finalização da reforma iniciada em 1918 do Salão Nobre do Prédio do Fluminense Futball Club, fundado em 1902, ficando a seu encargo a decoração do Prédio. Devido a problemas de saúde, sua produção foi reduzida nos últimos anos de vida. Participou pela última vez da Exposição Geral no ano de 1921 e faleceu no ano seguinte, aos 41 anos, internado no Hospício dos Alienados do Rio de Janeiro com o diagnóstico de demência paralítica. Dedicou-se especialmente à pintura de figuras e paisagens, destacando-se nos nus femininos e retratos. Além da grande coleção de suas obras pertencentes ao acervo permanente do Museu Afro Brasil, Arthur Timótheo da Costa possui peças no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e com alguns particulares. Atribui-se a ele uma tendência pré-modernista nas obras da maturidade, que se aproximam, para José Teixeira Leite, "do Expressionismo ao fazer uso de um colorido dramático, de um desenho quase taquigráfico e de uma caligrafia pictórica nervosa e encrespada", gerando reações de repúdio de comentadores contemporâneos, que lhe atribuíram falhas de desenho e volumetria. Contudo, segundo o crítico, Arthur Timótheo "nunca pautou sua arte pela cega obediência aos cânones acadêmicos, pouco lhe importando a fidelidade ao modelo ou a plasticidade de suas figuras. Toda a sua preocupação ia, muito ao contrário, para a cor e para a textura, e através dela, para a expressão."

Fonte: Museu Afro Brasil, consultado pela última vez em 23 de janeiro de 2018.

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