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Antonio Bandeira

Antônio Bandeira (Fortaleza, CE, 26 de maio de 1922 — Paris, França, 6 de outubro de 1967) foi um pintor e desenhista brasileiro. É um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares em museus do Brasil e do mundo.

Biografia Itaú Cultural

Inicia-se na pintura como autodidata. Em 1941, em Fortaleza, participa, ao lado de Mário Baratta (1915-1983), entre outros, da criação do Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, que dá origem, em 1943, à Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP. Em 1945, transfere-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, no Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/RJ. Contemplado pelo governo francês com bolsa de estudos, permanece em Paris de 1946 a 1950. Freqüenta a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e a Académie de la Grande Chaumière, mas, em busca de uma arte não acadêmica, deixa essas instituições. Entre 1947 e 1948 participa de dois importantes eventos: o Salon d'Automne e o Salon d'Art Libre. Em Saint-Germain-des-Près toma parte em reuniões de artistas como Camille Bryen (1907 - 1977) e Bernard Quentin. Com Bryen e Wols (1913-1951), de quem se torna amigo, forma o Grupo Banbryols (ban de Bandeira; bry de Bryen; e ols de Wols), que dura de 1949 a 1951. De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa (1915-2002), onde também trabalha o pintor Milton Dacosta (1915-1988) e apresenta-se na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 1952, cria um mural para o Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/SP, em São Paulo. Retorna a Paris em 1954 em razão do Prêmio Fiat, obtido na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, mas não deixa de expor no Brasil. Permanece na Europa até 1959, passando pela Inglaterra e Bélgica, onde, em 1958, realiza um painel para o Palais des Beaux-Arts. Ao retornar ao Brasil tem uma atividade artística intensa, participa de importantes exposições, em paralelo a mostras em Paris, Munique, Verona, Londres e Nova York. Em 1961, edita um álbum de poemas e litogravuras de sua autoria, e, no mesmo ano, João Siqueira realiza um curta-metragem sobre a obra do pintor. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

Análise

Antonio Bandeira começa a pintar em Fortaleza, nos primeiros anos da década de 1940. Nesse período, a cidade vive uma intensa movimentação artística. Bandeira cria, em 1941, com artistas como Mário Baratta (1915 - 1983), Raimundo Cela (1890 - 1954) e Aldemir Martins (1922), o Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, que pretendia mobilizar a cultura visual cearense. A instituição monta um espaço para exposições permanentes, realiza Salões anuais e tenta manter cursos de arte. Nesse ano, Bandeira expõe pela primeira vez, no 1º Salão Cearense de Pintura, promovido pelo CCBA. Em 1943 o pintor ganha o primeiro prêmio no 3º Salão Cearense de Pintura, com a tela Cena de Botequim, 1943.

A pintura Antonio Bandeira nesse momento tenta figurar cenas da vida suburbana de Fortaleza sem cair nos clichês do retrato de pescadores e jangadeiros. Em seus quadros são privilegiadas as populações marginais da cidade. Ele pinta cenas com personagens da boêmia, em Paisagem Noturna, 1944, e na penúria financeira, em Desempregados, 1944. Trata dos temas com pinceladas enérgicas e um desenho forte, inspirados na vitalidade de Vincent van Gogh (1853 - 1890). Procura dar a essas cenas uma textura vibrante que revele dramaticidade.

Em 1945, o artista, com Inimá de Paula (1918 - 1999), Raimundo Feitosa e Aldemir Martins, se muda para o Rio de Janeiro, encorajado por Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), que articulava uma exposição destes artistas cearenses na Galeria Askanasy. Seu trabalho é bem recebido e Bandeira ganha uma bolsa da Embaixada Francesa para estudar em Paris, seguindo para lá em abril de 1946. Estuda pintura, desenho e gravura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e na Académie de La Grande Chaumière. O contato com as obras das vanguardas históricas aproxima seu trabalho do cubismo e do fauvismo. Em telas como Mulher Sentada Lendo, 1948, e Cara, ca.1948, as formas geometrizadas mostram influência de Pablo Picasso (1881 - 1973), mas esses planos recortados têm cores fortes e contrastantes, ao modo fauve. No entanto, sua obra já toma outras direções. A convivência do artista, desde o fim dos anos 1940, com o alemão Wols (1913 - 1951) e Camille Bryen (1907 - 1977) colabora para a guinada de seu trabalho para uma pintura mais gestual, abstrata e aberta a sugestões ligadas ao automatismo surrealista. Apesar de preservar a figura, aqui ela aparece de maneira sugerida, marcada pela interação de elementos livres como manchas e marcas de pincel. Em 1948, Bandeira participa da mostra La Rose des Vents, na Galérie des Deux Ilés, que marca sua adesão ao abstracionismo informal. Seus trabalhos em guache e nanquim adquirem progressivamente esta feição. As linhas parecem perder a continuidade, não contornam figuras e, soltas por todo o trabalho, sugerem formas de objetos. Na pintura essa mudança aparece a partir de 1949, em trabalhos como Paysage Lointain, em que o artista incorpora as manchas, riscos e as formas coloridas sem submetê-los a um desenho prévio.

Bandeira volta ao Brasil em 1951. Monta ateliê no Rio de Janeiro com José Pedrosa (1915 - 2002) e Milton Dacosta (1915 - 1988), e, em abril, apresenta sua primeira grande exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. O artista Waldemar Cordeiro (1925 - 1973) escreve sobre as suas pinturas abstratas e as compara à produção concreta que ganhava vulto no país. Em Fortaleza, em 1952, Bandeira inicia uma nova fase de sua pintura. Radicaliza a abstração informal e passa a incorporar os gotejamentos e respingos da tinta. Busca uma tela em que o primeiro e o segundo plano se mostrem indistintos, não como um emaranhado de cores caótico, mas num jogo livre de linhas harmonizado por formas coloridas. Em trabalhos de 1954, como Luares Sobre a Cidade Negra e Árvores, Bandeira se vale de formas geométricas para buscar um equilíbrio do entrecruzar de linhas e pinceladas livres.

Ao receber prêmio na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, o artista volta a Paris. Nesta nova estada no exterior, expõe em Londres, Nova York e realiza um painel para o Palais des Beaux-Arts de Bruxelas, em 1958. Bandeira permanece na França até 1959, quando retorna para uma temporada bem sucedida de exposições no Brasil, entre elas a grande individual no Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA em 1960 e a 5ª e a 6ª Bienal Internacional de São Paulo. Seus quadros são cada vez mais gestuais, no entanto não se pode dizer que eles se tornem abstratos em sentido estrito.

Sua pintura segue com procedimentos da abstração gestual. No entanto, com base nesses procedimentos, o artista procura figuras que surgem entre estes traços e pinceladas. Diferente da pintura realista, o primeiro objetivo não é figurar. O artista encontra as figuras, na relação livre entre os elementos de seu trabalho, que de maneira aberta sugerem imagens de flores ou paisagens. Ainda no Brasil, em 1962, Bandeira começa a incorporar materiais pouco usuais em suas telas, distribuindo miçangas na superfície pintada. Mais tarde, de volta a Paris, o artista usa barbantes e isopor. Aparentemente, sua produção, por volta de 1966, diminui. Mas o artista segue pintando até dias próximos de sua morte, em 1967, em Paris.

Fonte: ANTONIO Bandeira. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 05 de Ago. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Leitura da obra de Antonio Bandeira, por Carlos Feldman:

"Antonio Bandeira, Cearense filho de SABINO BANDEIRA E MARIA DO CARMO BANDEIRA um artista de alma e sentimento, usa de uma notável capacidade de percepção para capturar emoções, lugares, fatos e momentos e reproduzir em seus trabalhos. Teve a oportunidade de viver o auge de um importante movimento artístico na Europa, o “Tachismo”, arte informal ou abstrata que rompe com o Sólido e o Concreto. Arte que expressa a decomposição da matéria ou da forma, retratando a realidade da Europa naquele momento de pós-guerra, uma visão da decomposição da sociedade, a destruição de prédios e grandes riquezas. Antonio Bandeira encontra no Tachismo elementos para suas explosões de cores e traços, um ataque de emoções com tintas e instrumentos sobre tecidos, papéis, couro e outros. Utiliza para pintar seu corpo inteiro carregado de energia em suas composições, equivalente a um estágio de transe em Theta o estado de espírito onde acredita-se que você pode criar tudo e mudar a realidade instantaneamente, encontramos em muitas composições o Sol e temos a impressão de que está a mais e não cabe na obra, mas está lá! A explicação é simples, pois não é o Astro Sol e sim a figura do próprio Pintor e sua origem “O Cearense”, terra quente, seca e mesmo diante de tanta dificuldade um lugar de suas raízes, amigos e exuberante beleza. Com o seu trabalho ultrapassa fronteiras e conquista o espaço em mundos distantes e importantes, o Sol por muitas vezes imprime a marca e o orgulho do Cearense Antônio Bandeira. Nos anos de 1959 a 1964 encontra apoio de admiradores e visionários como Martins Filho, Oscar Niemeyer, Roberto Marinho, Adolph Block e outros dos quais enfatizo a importância do encantamento de Eloisa Juaçaba pela técnica de Bandeira, comentário de Eloisa Juaçaba “ele pintava no chão debruçado na tela ou no papel, jogava tinta, soprava e manobrava a pintura e o resultado era magnifico ”. A última fase artística entre os anos de 1965 a 1967 na França tem uma produção pequena, neste período encontramos em suas composições menos cores, mais gestos e movimentos, é sensível perceber que o pintor está em fase de transformação e esta fase marca o ápice do seu amadurecimento artístico. Infelizmente aos 45 anos de idade nos deixou em 06 de outubro de 1967, tão cedo se foi e tanto ainda tinha a nos mostrar e ensinar com seus trabalhos, mas pela riqueza que nos deixa, agradeço! Obrigado Bandeira."

Fonte: Instituto Antonio Bandeira, consultado pela última vez em 5 de agosto de 2018.

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Biografia Wikipédia

Junto com Aldemir Martins, Inimá de Paula e outros, fez parte do Movimento Modernista de Fortaleza, nos anos 1940.

Em 1946, com bolsa do Governo francês, viaja a Paris, onde tem oportunidade de estudar na École Superieure des Beaux Arts e na Académie de la Grande Chaumière.

Renomado mestre da pintura abstrata brasileira - e também mestre das aquarelas -, viveu grande parte de sua vida na França. Conviveu com os pintores da tradicional École de Paris, integrando-se a eles plenamente até seu retorno ao Brasil em 1960.

Faleceu em Paris, em consequência de um choque pós-operatório numa prosaica operação de extração de amígdalas.

Antônio Bandeira nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio de 1922. Autodidata, em 1941, aos 19 anos de idade, participou da criação de um Centro Cultural em Fortaleza, juntamente com Clidenor Capibaribe, o Barrica (1913) e Mário Baratta (1915-1983). Um e outro, mais velhos e experientes que ele, muito orientaram Bandeira em sua iniciação no movimento artístico daquele Estado. Em 1944 funda a Sociedade Cearense de Belas Artes, com Inimá de Paula, Aldemir Martins, João Maria Siqueira e Francisco Barbosa Leite.

Em 1945, Antônio Bandeira participou da exposição do Instituto dos Arquitetos Rio de Janeiro, na qual foi contemplado com uma bolsa de estudos na França. Entre 1946 e 1950, em Paris, frequenta a Escola Superior de Belas Artes e a Académie de La Grande Chaumière. Independente, pouco afeito à disciplina, com ideias próprias que tencionava desenvolver, em breve Bandeira romperia com o ensino tradicional, juntando-se a Wols e Bryen e dando origem ao grupo Banbryols, iniciais dos nomes dos três pintores. O grupo duraria de 1949 a 1951, quando Wols morre.

De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa, onde também trabalhava Milton Dacosta. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

O crítico Frederico Morais escreveu a seu respeito: " (...) Acho definitiva, para a compreensão de sua obra, esta afirmação:´Nunca pinto quadros.Tento fazer pintura´. Quer dizer, o quadro não parece significar para ele uma realidade autônoma, uma estrutura que possui suas próprias leis, algo que se constrói com elementos específicos. A pintura é um estado de alma que ele extroverte aqui e ali, sem outro objetivo que o de comunicar um sentimento, uma emoção, uma lembrança. Enfim, é ´uma transposição de seres, coisas, momentos, gostos, olfatos que vou vivendo no presente, passado, no futuro´.

Cronologia

1922 - Nasce em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio.

1942 - Salão de Abril - medalha de ouro, Fortaleza.

1943 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes - medalha de bronze.

1945 - Coletiva com Aldemir Martins e Inimá de Paula, na Galeria Askanasy, Rio de Janeiro. - Individual, na Seção Carioca do IAB/RJ - recebe bolsa de estudo do governo francês, Rio de Janeiro.

1947 - Salão de Outono Paris, França.

1948 - Paris (França) - Salão de Arte Livre

1949 - Paris (França) - Grupo Banbryols, na Galerie des Deux-Iles

1950 - Individual, na Galerie du Siècle, Paris, França.

1951 - Individual, no MAM/SP. - Individual, na ABI, Rio de Janeiro. - Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes - medalha de bronze, São Paulo.

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1952 - Rio de Janeiro RJ - I Salão Nacional de Arte Moderna

1953 - Individual, no MAM/SP.

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Prêmio Fiat

1953 - França - Salão de Maio

1953 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte Moderna - isenção de júri

1953,1955/1958 - Paris (França) - Salão das Realidades Novas

1953 - Petrópolis RJ - Exposição Nacional de Arte Abstrata

1954 - Individual, na ABI, Rio de Janeiro. - Individual, no MAM/SP.

1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco (3º Salão Nacional de Arte Moderna)

1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP

1955 - França - A Arte na França e no Mundo, no Museu de Arte Moderna de Paris

1955 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP. - Individual, na Galeria Obelisk – Londres, Inglaterra.

1956 - Individual, na Galeria Edouard Loeb, Paris, França.

1957 - Individual, na Galeria Seventy Five, Nova York, Estados Unidos. - 50 anos de Pintura Abstrata, na Galeria Greuze, Paris (França).

1959 - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Arte Moderna Brasileira na Europa, Munique (Alemanha).

1960 - Individual de inauguração do MAM/BA. - Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas, São Paulo. - 30ª Bienal de Veneza

1961 - Individual de inauguração do Museu de Arte da UFCE . - Individual, nas Galerias São Luís e Gead, São Paulo e Rio de Janeiro. - O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro. - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Internationale Malerei, Aschaizenburg (Alemanha).

1962 - Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. - Individual, na Galeria Querino, Salvador. - Individual, no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza.

1963 - Exposição Civilização do Nordeste, inaugurando o Museu de Arte Popular da Bahia.

1964 - Individual, na Galeria Atrium, São Paulo. - 32ª Bienal de Veneza - Exposição ONU na Arte, na Galeria Ibeu, Rio de Janeiro. - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana1964 - Rio de Janeiro.

1965 - Itinerante Arte Brasileira Atual, Europa. - Artistas do Brasil, Nova Orleans (Estados Unidos). - L´Oeil de Boeuf, Madri (Espanha) - Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris.

1966 - Exposição Artistas Brasileiros de Paris, na Galeria Debret, Paris (França). - Exposição de Arte Brasileira, no Palais de Beaux-Arts, Bruxelas (Bélgica). - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.

1967 – Morre em Paris, França, em 6 de outubro.

1968 - Sala Antônio Bandeira no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza. - Homenagem no Salão de Comparações de Paris

1969 - Bandeira a Paris, na Galeria Debret. - Retrospectiva, no MAM/RJ

1970 - Pinacoteca do Estado de São Paulo.

1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências, no MASP.

1976 - O Desenho Jovem dos anos 40, na Pesp.

1978 - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall, São Paulo.

1982 - Universo do Futebol, no MAM/RJ. - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto, Salvador.

1984 - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP. - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata-Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj, Rio de Janeiro. - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileira, no MAM/SP. - Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1985 - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro. - Mostra, na Galeria Broomhead, Paris (França). - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal. - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ.

1987 - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ. - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée dArt Moderne de la Ville de Paris.

1988 - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP.

1989 - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, Lisboa (Portugal). - 20ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial Pintura Abstrata - Efeito Bienal, 1954-1963, na Fundação Bienal - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor, Fortaleza.

1990 - Individual, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro

1991 - Scap: 50, no Salão Juazeiro do Imperial Othon Palace Hotel, Fortaleza.

1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo. - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus, Zurique (Suíça).

1993 - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956 - 1967, no MAM/SP. - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi- São Paulo. - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no MASP. - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal, São Paulo.

1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP, São Paulo.

1997 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Porto Alegre. - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, São Paulo.

1998 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Curitiba. - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro. - Antonio Bandeira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza. - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP. - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MASP.

2000 - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento: Arte Moderna, na Fundação Bienal, São Paulo. - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa, Brasília. - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Caloute Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Lisboa (Portugal). - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.

Homenagens

Uma rua em Fortaleza foi nomeada em homenagem ao artista.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de agosto de 2018.

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Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP

Criada em Fortaleza, em 1944, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP tem papel destacado na afirmação da arte moderna no Ceará. Sua origem remete ao Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, fundado por Mário Baratta (1915 - 1983), em 1941, primeira entidade inteiramente dedicada às artes visuais na capital cearense. O Centro Cultural revela novos talentos, como Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Aldemir Martins (1922), além de consolidar expressões locais, como Raimundo Cela (1890 - 1954). Os Salões de Abril, promovidos a partir de 1943 pelo CCBA - mas que ganham força a partir de 1946, com a SCAP - constituem importante espaço para a promoção dos artistas da região e para o intercâmbio com os de fora. Uma característica particular da Sociedade Cearense de Artes Plásticas é sua íntima articulação com a literatura. No seu interior surge o grupo Clã (Clube de Literatura e Artes), que reúne artistas plásticos e escritores. A repercussão das atividades da SCAP pode ser sentida, já em 1945, quando a galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, realiza uma mostra de artistas cearenses, apresentada pelo crítico Rubem Navarra. A Sociedade, ativa até 1958, tem o mérito de impulsionar as artes no Ceará e, ao mesmo tempo, de divulgar artistas atuantes no Estado. Além de exposições periódicas e dos salões anuais, a Sociedade organiza também cursos de arte, que visam o aprimoramento da formação artística.

Ainda que o Rio de Janeiro e São Paulo sejam os centros da produção cultural e artística do país, os anos 1930 e 1940 assistem uma forte expansão das artes para outros Estados. Um dos canais importantes para a criação de um circuito nacional de arte são as mostras circulantes, como aquela que Marques Rebelo (1907 - 1973) organiza e que, entre 1947 e 1950, passa por Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. Antes disso, em 1937, Waldemar da Costa (1904 - 1982) leva a Fortaleza e Belém um conjunto de obras de São Paulo. Em Porto Alegre, Carlos Scliar (1920 - 2001), um dos principais membros do Clube de Gravura de Porto Alegre, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do Sul do país: membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A criação da Escola Guignard, em Belo Horizonte, na década de 1940, pelo pintor Guignard (1896 - 1962), é mais uma expressão das tentativas de ampliação dos centros artísticos no período. A 1ª Exposição de Arte Moderna, 1944, realizada na capital mineira, com a participação de artistas de diferentes regiões do país, confere visibilidade à produção local e à própria Escola Guignard. Em Recife, por sua vez, observam-se iniciativas de grupos e associações, como a criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, fundada em 1948 por iniciativa de Abelardo da Hora (1924) e do arquiteto, pintor e desenhista Hélio Feijó (1913 - 1991), gérmen da criação do Ateliê Coletivo nos anos de 1950. A intensificação de canais de promoção e divulgação das artes em Fortaleza é mais um exemplo do movimento centrífugo que as artes e a produção cultural desenham no período.

Se os nomes de Vicente Leite (1900 - 1941) e do próprio Raimundo Cela são lembrados na história das artes cearense, é com o CCBA e depois com a SCAP que o Estado conhece suas maiores expressões artísticas: Mário Baratta, Barrica (1913 - 1993), Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), Inimá de Paula (1918 - 1999), Antonio Bandeira, Aldemir Martins, entre outros. A tradição paisagística inaugurada pelos pioneiros é retomada nas obras de Mário Baratta, Barrica e Barbosa Leite (1920 - 1997), fiéis ao figurativismo. Inimá de Paula combina a paisagem com retratos, vistas urbanas, marinhas e naturezas-mortas. Próximo a Candido Portinari (1903 - 1962), que o auxilia na execução do grande painel Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. A estada em Paris (de 1952 a 1956) dá lugar a trabalhos que caminham para a abstração. Mas, após curta passagem pelo abstracionismo, o pintor volta às figuras e, sobretudo, às paisagens. Aldemir Martins é talvez o nome mais popular do grupo, em função dos materiais gráficos que produz (capas de livros, discos e ilustrações) e dos objetos utilitários, jóias e embalagens que trazem os seus desenhos. Sua obra mobiliza um amplo repertório de temas e figuras do Nordeste brasileiro (como cangaceiros e rendeiras), além de explorar o colorido e as imagens da fauna e flora nacionais.

Antonio Bandeira talvez seja aquele a adquirir maior reconhecimento entre os críticos e mais destacada projeção internacional. Pintor, gravador e desenhista, Bandeira inicia sua carreira com trabalhos figurativos, mas que procuram fugir do típico e pitoresco, como indica a tela premiada no 3º Salão Anual Cearense, Cena de Botequim (1943). O período parisiense (1946-1950) representa uma guinada de sua obra em direção à abstração. Isso se dá, fundamentalmente, pelo contato com as vanguardas - sobretudo com o cubismo e com o fauvismo - e pela participação no Grupo Banbryols, que ele cria com Camille Bryen (1907) e Wols (1913-1951), em 1949. Os críticos datam justamente desse período (1948) sua adesão ao abstracionismo de corte informal, como em Paysage Lointan, 1949.

Fonte: SOCIEDADE Cearense de Artes Plásticas (Fortaleza, CE). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

Antônio Bandeira (Fortaleza, CE, 26 de maio de 1922 — Paris, França, 6 de outubro de 1967) foi um pintor e desenhista brasileiro. É um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares em museus do Brasil e do mundo.

Antonio Bandeira

Antônio Bandeira (Fortaleza, CE, 26 de maio de 1922 — Paris, França, 6 de outubro de 1967) foi um pintor e desenhista brasileiro. É um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares em museus do Brasil e do mundo.

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Biografia Itaú Cultural

Inicia-se na pintura como autodidata. Em 1941, em Fortaleza, participa, ao lado de Mário Baratta (1915-1983), entre outros, da criação do Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, que dá origem, em 1943, à Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP. Em 1945, transfere-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, realiza sua primeira exposição individual, no Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/RJ. Contemplado pelo governo francês com bolsa de estudos, permanece em Paris de 1946 a 1950. Freqüenta a École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e a Académie de la Grande Chaumière, mas, em busca de uma arte não acadêmica, deixa essas instituições. Entre 1947 e 1948 participa de dois importantes eventos: o Salon d'Automne e o Salon d'Art Libre. Em Saint-Germain-des-Près toma parte em reuniões de artistas como Camille Bryen (1907 - 1977) e Bernard Quentin. Com Bryen e Wols (1913-1951), de quem se torna amigo, forma o Grupo Banbryols (ban de Bandeira; bry de Bryen; e ols de Wols), que dura de 1949 a 1951. De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa (1915-2002), onde também trabalha o pintor Milton Dacosta (1915-1988) e apresenta-se na 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Em 1952, cria um mural para o Instituto dos Arquitetos do Brasil - IAB/SP, em São Paulo. Retorna a Paris em 1954 em razão do Prêmio Fiat, obtido na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, mas não deixa de expor no Brasil. Permanece na Europa até 1959, passando pela Inglaterra e Bélgica, onde, em 1958, realiza um painel para o Palais des Beaux-Arts. Ao retornar ao Brasil tem uma atividade artística intensa, participa de importantes exposições, em paralelo a mostras em Paris, Munique, Verona, Londres e Nova York. Em 1961, edita um álbum de poemas e litogravuras de sua autoria, e, no mesmo ano, João Siqueira realiza um curta-metragem sobre a obra do pintor. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

Análise

Antonio Bandeira começa a pintar em Fortaleza, nos primeiros anos da década de 1940. Nesse período, a cidade vive uma intensa movimentação artística. Bandeira cria, em 1941, com artistas como Mário Baratta (1915 - 1983), Raimundo Cela (1890 - 1954) e Aldemir Martins (1922), o Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, que pretendia mobilizar a cultura visual cearense. A instituição monta um espaço para exposições permanentes, realiza Salões anuais e tenta manter cursos de arte. Nesse ano, Bandeira expõe pela primeira vez, no 1º Salão Cearense de Pintura, promovido pelo CCBA. Em 1943 o pintor ganha o primeiro prêmio no 3º Salão Cearense de Pintura, com a tela Cena de Botequim, 1943.

A pintura Antonio Bandeira nesse momento tenta figurar cenas da vida suburbana de Fortaleza sem cair nos clichês do retrato de pescadores e jangadeiros. Em seus quadros são privilegiadas as populações marginais da cidade. Ele pinta cenas com personagens da boêmia, em Paisagem Noturna, 1944, e na penúria financeira, em Desempregados, 1944. Trata dos temas com pinceladas enérgicas e um desenho forte, inspirados na vitalidade de Vincent van Gogh (1853 - 1890). Procura dar a essas cenas uma textura vibrante que revele dramaticidade.

Em 1945, o artista, com Inimá de Paula (1918 - 1999), Raimundo Feitosa e Aldemir Martins, se muda para o Rio de Janeiro, encorajado por Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), que articulava uma exposição destes artistas cearenses na Galeria Askanasy. Seu trabalho é bem recebido e Bandeira ganha uma bolsa da Embaixada Francesa para estudar em Paris, seguindo para lá em abril de 1946. Estuda pintura, desenho e gravura na École Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e na Académie de La Grande Chaumière. O contato com as obras das vanguardas históricas aproxima seu trabalho do cubismo e do fauvismo. Em telas como Mulher Sentada Lendo, 1948, e Cara, ca.1948, as formas geometrizadas mostram influência de Pablo Picasso (1881 - 1973), mas esses planos recortados têm cores fortes e contrastantes, ao modo fauve. No entanto, sua obra já toma outras direções. A convivência do artista, desde o fim dos anos 1940, com o alemão Wols (1913 - 1951) e Camille Bryen (1907 - 1977) colabora para a guinada de seu trabalho para uma pintura mais gestual, abstrata e aberta a sugestões ligadas ao automatismo surrealista. Apesar de preservar a figura, aqui ela aparece de maneira sugerida, marcada pela interação de elementos livres como manchas e marcas de pincel. Em 1948, Bandeira participa da mostra La Rose des Vents, na Galérie des Deux Ilés, que marca sua adesão ao abstracionismo informal. Seus trabalhos em guache e nanquim adquirem progressivamente esta feição. As linhas parecem perder a continuidade, não contornam figuras e, soltas por todo o trabalho, sugerem formas de objetos. Na pintura essa mudança aparece a partir de 1949, em trabalhos como Paysage Lointain, em que o artista incorpora as manchas, riscos e as formas coloridas sem submetê-los a um desenho prévio.

Bandeira volta ao Brasil em 1951. Monta ateliê no Rio de Janeiro com José Pedrosa (1915 - 2002) e Milton Dacosta (1915 - 1988), e, em abril, apresenta sua primeira grande exposição no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP. O artista Waldemar Cordeiro (1925 - 1973) escreve sobre as suas pinturas abstratas e as compara à produção concreta que ganhava vulto no país. Em Fortaleza, em 1952, Bandeira inicia uma nova fase de sua pintura. Radicaliza a abstração informal e passa a incorporar os gotejamentos e respingos da tinta. Busca uma tela em que o primeiro e o segundo plano se mostrem indistintos, não como um emaranhado de cores caótico, mas num jogo livre de linhas harmonizado por formas coloridas. Em trabalhos de 1954, como Luares Sobre a Cidade Negra e Árvores, Bandeira se vale de formas geométricas para buscar um equilíbrio do entrecruzar de linhas e pinceladas livres.

Ao receber prêmio na 2ª Bienal Internacional de São Paulo, o artista volta a Paris. Nesta nova estada no exterior, expõe em Londres, Nova York e realiza um painel para o Palais des Beaux-Arts de Bruxelas, em 1958. Bandeira permanece na França até 1959, quando retorna para uma temporada bem sucedida de exposições no Brasil, entre elas a grande individual no Museu de Arte Moderna da Bahia - MAM/BA em 1960 e a 5ª e a 6ª Bienal Internacional de São Paulo. Seus quadros são cada vez mais gestuais, no entanto não se pode dizer que eles se tornem abstratos em sentido estrito.

Sua pintura segue com procedimentos da abstração gestual. No entanto, com base nesses procedimentos, o artista procura figuras que surgem entre estes traços e pinceladas. Diferente da pintura realista, o primeiro objetivo não é figurar. O artista encontra as figuras, na relação livre entre os elementos de seu trabalho, que de maneira aberta sugerem imagens de flores ou paisagens. Ainda no Brasil, em 1962, Bandeira começa a incorporar materiais pouco usuais em suas telas, distribuindo miçangas na superfície pintada. Mais tarde, de volta a Paris, o artista usa barbantes e isopor. Aparentemente, sua produção, por volta de 1966, diminui. Mas o artista segue pintando até dias próximos de sua morte, em 1967, em Paris.

Fonte: ANTONIO Bandeira. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 05 de Ago. 2018. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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Leitura da obra de Antonio Bandeira, por Carlos Feldman:

"Antonio Bandeira, Cearense filho de SABINO BANDEIRA E MARIA DO CARMO BANDEIRA um artista de alma e sentimento, usa de uma notável capacidade de percepção para capturar emoções, lugares, fatos e momentos e reproduzir em seus trabalhos. Teve a oportunidade de viver o auge de um importante movimento artístico na Europa, o “Tachismo”, arte informal ou abstrata que rompe com o Sólido e o Concreto. Arte que expressa a decomposição da matéria ou da forma, retratando a realidade da Europa naquele momento de pós-guerra, uma visão da decomposição da sociedade, a destruição de prédios e grandes riquezas. Antonio Bandeira encontra no Tachismo elementos para suas explosões de cores e traços, um ataque de emoções com tintas e instrumentos sobre tecidos, papéis, couro e outros. Utiliza para pintar seu corpo inteiro carregado de energia em suas composições, equivalente a um estágio de transe em Theta o estado de espírito onde acredita-se que você pode criar tudo e mudar a realidade instantaneamente, encontramos em muitas composições o Sol e temos a impressão de que está a mais e não cabe na obra, mas está lá! A explicação é simples, pois não é o Astro Sol e sim a figura do próprio Pintor e sua origem “O Cearense”, terra quente, seca e mesmo diante de tanta dificuldade um lugar de suas raízes, amigos e exuberante beleza. Com o seu trabalho ultrapassa fronteiras e conquista o espaço em mundos distantes e importantes, o Sol por muitas vezes imprime a marca e o orgulho do Cearense Antônio Bandeira. Nos anos de 1959 a 1964 encontra apoio de admiradores e visionários como Martins Filho, Oscar Niemeyer, Roberto Marinho, Adolph Block e outros dos quais enfatizo a importância do encantamento de Eloisa Juaçaba pela técnica de Bandeira, comentário de Eloisa Juaçaba “ele pintava no chão debruçado na tela ou no papel, jogava tinta, soprava e manobrava a pintura e o resultado era magnifico ”. A última fase artística entre os anos de 1965 a 1967 na França tem uma produção pequena, neste período encontramos em suas composições menos cores, mais gestos e movimentos, é sensível perceber que o pintor está em fase de transformação e esta fase marca o ápice do seu amadurecimento artístico. Infelizmente aos 45 anos de idade nos deixou em 06 de outubro de 1967, tão cedo se foi e tanto ainda tinha a nos mostrar e ensinar com seus trabalhos, mas pela riqueza que nos deixa, agradeço! Obrigado Bandeira."

Fonte: Instituto Antonio Bandeira, consultado pela última vez em 5 de agosto de 2018.

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Biografia Wikipédia

Junto com Aldemir Martins, Inimá de Paula e outros, fez parte do Movimento Modernista de Fortaleza, nos anos 1940.

Em 1946, com bolsa do Governo francês, viaja a Paris, onde tem oportunidade de estudar na École Superieure des Beaux Arts e na Académie de la Grande Chaumière.

Renomado mestre da pintura abstrata brasileira - e também mestre das aquarelas -, viveu grande parte de sua vida na França. Conviveu com os pintores da tradicional École de Paris, integrando-se a eles plenamente até seu retorno ao Brasil em 1960.

Faleceu em Paris, em consequência de um choque pós-operatório numa prosaica operação de extração de amígdalas.

Antônio Bandeira nasceu em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio de 1922. Autodidata, em 1941, aos 19 anos de idade, participou da criação de um Centro Cultural em Fortaleza, juntamente com Clidenor Capibaribe, o Barrica (1913) e Mário Baratta (1915-1983). Um e outro, mais velhos e experientes que ele, muito orientaram Bandeira em sua iniciação no movimento artístico daquele Estado. Em 1944 funda a Sociedade Cearense de Belas Artes, com Inimá de Paula, Aldemir Martins, João Maria Siqueira e Francisco Barbosa Leite.

Em 1945, Antônio Bandeira participou da exposição do Instituto dos Arquitetos Rio de Janeiro, na qual foi contemplado com uma bolsa de estudos na França. Entre 1946 e 1950, em Paris, frequenta a Escola Superior de Belas Artes e a Académie de La Grande Chaumière. Independente, pouco afeito à disciplina, com ideias próprias que tencionava desenvolver, em breve Bandeira romperia com o ensino tradicional, juntando-se a Wols e Bryen e dando origem ao grupo Banbryols, iniciais dos nomes dos três pintores. O grupo duraria de 1949 a 1951, quando Wols morre.

De volta ao Brasil, em 1951, instala-se no ateliê do amigo escultor José Pedrosa, onde também trabalhava Milton Dacosta. Volta a Paris em 1965, onde permanece até sua morte.

O crítico Frederico Morais escreveu a seu respeito: " (...) Acho definitiva, para a compreensão de sua obra, esta afirmação:´Nunca pinto quadros.Tento fazer pintura´. Quer dizer, o quadro não parece significar para ele uma realidade autônoma, uma estrutura que possui suas próprias leis, algo que se constrói com elementos específicos. A pintura é um estado de alma que ele extroverte aqui e ali, sem outro objetivo que o de comunicar um sentimento, uma emoção, uma lembrança. Enfim, é ´uma transposição de seres, coisas, momentos, gostos, olfatos que vou vivendo no presente, passado, no futuro´.

Cronologia

1922 - Nasce em Fortaleza, no Ceará, em 26 de maio.

1942 - Salão de Abril - medalha de ouro, Fortaleza.

1943 - São Paulo SP - Salão Paulista de Belas Artes - medalha de bronze.

1945 - Coletiva com Aldemir Martins e Inimá de Paula, na Galeria Askanasy, Rio de Janeiro. - Individual, na Seção Carioca do IAB/RJ - recebe bolsa de estudo do governo francês, Rio de Janeiro.

1947 - Salão de Outono Paris, França.

1948 - Paris (França) - Salão de Arte Livre

1949 - Paris (França) - Grupo Banbryols, na Galerie des Deux-Iles

1950 - Individual, na Galerie du Siècle, Paris, França.

1951 - Individual, no MAM/SP. - Individual, na ABI, Rio de Janeiro. - Divisão Moderna do Salão Nacional de Belas Artes - medalha de bronze, São Paulo.

1951 - São Paulo SP - 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP

1952 - Rio de Janeiro RJ - Exposição de Artistas Brasileiros, no MAM/RJ

1952 - Rio de Janeiro RJ - I Salão Nacional de Arte Moderna

1953 - Individual, no MAM/SP.

1953 - São Paulo SP - 2ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Prêmio Fiat

1953 - França - Salão de Maio

1953 - Rio de Janeiro RJ - 1º Salão de Arte Moderna - isenção de júri

1953,1955/1958 - Paris (França) - Salão das Realidades Novas

1953 - Petrópolis RJ - Exposição Nacional de Arte Abstrata

1954 - Individual, na ABI, Rio de Janeiro. - Individual, no MAM/SP.

1954 - Veneza (Itália) - 27ª Bienal de Veneza

1954 - Rio de Janeiro RJ - Salão Preto e Branco (3º Salão Nacional de Arte Moderna)

1954 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia

1955 - São Paulo SP - 3ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP

1955 - França - A Arte na França e no Mundo, no Museu de Arte Moderna de Paris

1955 - São Paulo SP - Individual, no MAM/SP. - Individual, na Galeria Obelisk – Londres, Inglaterra.

1956 - Individual, na Galeria Edouard Loeb, Paris, França.

1957 - Individual, na Galeria Seventy Five, Nova York, Estados Unidos. - 50 anos de Pintura Abstrata, na Galeria Greuze, Paris (França).

1959 - 5ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Arte Moderna Brasileira na Europa, Munique (Alemanha).

1960 - Individual de inauguração do MAM/BA. - Coleção Leirner, na Galeria de Arte das Folhas, São Paulo. - 30ª Bienal de Veneza

1961 - Individual de inauguração do Museu de Arte da UFCE . - Individual, nas Galerias São Luís e Gead, São Paulo e Rio de Janeiro. - O Rosto e a Obra, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro. - 6ª Bienal Internacional de São Paulo, no MAM/SP - Internationale Malerei, Aschaizenburg (Alemanha).

1962 - Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro. - Individual, na Galeria Querino, Salvador. - Individual, no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza.

1963 - Exposição Civilização do Nordeste, inaugurando o Museu de Arte Popular da Bahia.

1964 - Individual, na Galeria Atrium, São Paulo. - 32ª Bienal de Veneza - Exposição ONU na Arte, na Galeria Ibeu, Rio de Janeiro. - O Nu na Arte Contemporânea, na Galeria Ibeu Copacabana1964 - Rio de Janeiro.

1965 - Itinerante Arte Brasileira Atual, Europa. - Artistas do Brasil, Nova Orleans (Estados Unidos). - L´Oeil de Boeuf, Madri (Espanha) - Artistas Latino-Americanos, no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris.

1966 - Exposição Artistas Brasileiros de Paris, na Galeria Debret, Paris (França). - Exposição de Arte Brasileira, no Palais de Beaux-Arts, Bruxelas (Bélgica). - Auto-Retratos, na Galeria Ibeu Copacabana, Rio de Janeiro.

1967 – Morre em Paris, França, em 6 de outubro.

1968 - Sala Antônio Bandeira no Museu de Arte da UFCE, Fortaleza. - Homenagem no Salão de Comparações de Paris

1969 - Bandeira a Paris, na Galeria Debret. - Retrospectiva, no MAM/RJ

1970 - Pinacoteca do Estado de São Paulo.

1972 - A Semana de 22: antecedentes e consequências, no MASP.

1976 - O Desenho Jovem dos anos 40, na Pesp.

1978 - As Bienais e a Abstração: a década de 50, no Museu Lasar Segall, São Paulo.

1982 - Universo do Futebol, no MAM/RJ. - A Arte Brasileira da Coleção Odorico Tavares, no Museu Carlos Costa Pinto, Salvador.

1984 - Coleção Gilberto Chateaubriand: retrato e auto-retrato da arte brasileira, no MAM/SP. - 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata-Hotel Quitandinha, na Galeria de Arte Banerj, Rio de Janeiro. - Tradição e Ruptura: síntese de arte e cultura brasileira, no MAM/SP. - Individual, na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

1985 - Seis Décadas de Arte Moderna: Coleção Roberto Marinho, no Paço Imperial, Rio de Janeiro. - Mostra, na Galeria Broomhead, Paris (França). - 18ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal. - 8º Salão Nacional de Artes Plásticas, no MAM/RJ.

1987 - Ao Colecionador: homenagem a Gilberto Chateaubriand , no MAM/RJ. - Modernidade: arte brasileira do século XX, no Musée dArt Moderne de la Ville de Paris.

1988 - Modernidade: arte brasileira do século XX, no MAM/SP.

1989 - Seis Décadas de Arte Moderna Brasileira: Coleção Roberto Marinho, na Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna, Lisboa (Portugal). - 20ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial Pintura Abstrata - Efeito Bienal, 1954-1963, na Fundação Bienal - Arte Brasileira dos Séculos XIX e XX nas Coleções Cearenses: pinturas e desenhos, no Espaço Cultural da Unifor, Fortaleza.

1990 - Individual, na Bolsa de Arte do Rio de Janeiro

1991 - Scap: 50, no Salão Juazeiro do Imperial Othon Palace Hotel, Fortaleza.

1992 - O Olhar de Sérgio sobre a Arte Brasileira: desenhos e pinturas, na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, São Paulo. - Brasilien: entdeckung und selbstentdeckung, no Kunsthaus, Zurique (Suíça).

1993 - Obras para Ilustração do Suplemento Literário: 1956 - 1967, no MAM/SP. - O Desenho Moderno no Brasil: Coleção Gilberto Chateaubriand MAM/RJ, na Galeria de Arte do Sesi- São Paulo. - Arte Moderna Brasileira: uma seleção da Coleção Roberto Marinho, no MASP. - Bienal Brasil Século XX, na Fundação Bienal, São Paulo.

1996 - Arte Brasileira: 50 anos de história no acervo MAC/USP: 1920-1970, no MAC/USP, São Paulo.

1997 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Porto Alegre. - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, São Paulo.

1998 - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Curitiba. - Exposição do Acervo da Caixa, no Conjunto Cultural da Caixa, Rio de Janeiro. - Antonio Bandeira, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, Fortaleza. - Coleção MAM Bahia: pinturas, no MAM/SP. - São Paulo SP - O Moderno e o Contemporâneo na Arte Brasileira: Coleção Gilberto Chateaubriand, no MASP.

2000 - Brasil + 500 Mostra do Redescobrimento: Arte Moderna, na Fundação Bienal, São Paulo. - Exposição Brasil Europa: encontros no século XX, no Conjunto Cultural da Caixa, Brasília. - Século 20: arte do Brasil, na Fundação Caloute Gulbenkian, Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Lisboa (Portugal). - Quando o Brasil era Moderno: artes plásticas no Rio de Janeiro de 1905 a 1960, no Paço Imperial, Rio de Janeiro.

Homenagens

Uma rua em Fortaleza foi nomeada em homenagem ao artista.

Fonte: Wikipédia, consultado pela última vez em 20 de agosto de 2018.

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Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP

Criada em Fortaleza, em 1944, a Sociedade Cearense de Artes Plásticas - SCAP tem papel destacado na afirmação da arte moderna no Ceará. Sua origem remete ao Centro Cultural de Belas Artes - CCBA, fundado por Mário Baratta (1915 - 1983), em 1941, primeira entidade inteiramente dedicada às artes visuais na capital cearense. O Centro Cultural revela novos talentos, como Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Aldemir Martins (1922), além de consolidar expressões locais, como Raimundo Cela (1890 - 1954). Os Salões de Abril, promovidos a partir de 1943 pelo CCBA - mas que ganham força a partir de 1946, com a SCAP - constituem importante espaço para a promoção dos artistas da região e para o intercâmbio com os de fora. Uma característica particular da Sociedade Cearense de Artes Plásticas é sua íntima articulação com a literatura. No seu interior surge o grupo Clã (Clube de Literatura e Artes), que reúne artistas plásticos e escritores. A repercussão das atividades da SCAP pode ser sentida, já em 1945, quando a galeria Askanasy, no Rio de Janeiro, realiza uma mostra de artistas cearenses, apresentada pelo crítico Rubem Navarra. A Sociedade, ativa até 1958, tem o mérito de impulsionar as artes no Ceará e, ao mesmo tempo, de divulgar artistas atuantes no Estado. Além de exposições periódicas e dos salões anuais, a Sociedade organiza também cursos de arte, que visam o aprimoramento da formação artística.

Ainda que o Rio de Janeiro e São Paulo sejam os centros da produção cultural e artística do país, os anos 1930 e 1940 assistem uma forte expansão das artes para outros Estados. Um dos canais importantes para a criação de um circuito nacional de arte são as mostras circulantes, como aquela que Marques Rebelo (1907 - 1973) organiza e que, entre 1947 e 1950, passa por Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Belo Horizonte. Antes disso, em 1937, Waldemar da Costa (1904 - 1982) leva a Fortaleza e Belém um conjunto de obras de São Paulo. Em Porto Alegre, Carlos Scliar (1920 - 2001), um dos principais membros do Clube de Gravura de Porto Alegre, atua, desde 1940, como importante intermediário entre os artistas de São Paulo e do Sul do país: membro da Família Artística Paulista - FAP, ele é responsável por levar ao Rio Grande do Sul um grupo de artistas e pintores no período, com vistas a incentivar a modernização artística local. A criação da Escola Guignard, em Belo Horizonte, na década de 1940, pelo pintor Guignard (1896 - 1962), é mais uma expressão das tentativas de ampliação dos centros artísticos no período. A 1ª Exposição de Arte Moderna, 1944, realizada na capital mineira, com a participação de artistas de diferentes regiões do país, confere visibilidade à produção local e à própria Escola Guignard. Em Recife, por sua vez, observam-se iniciativas de grupos e associações, como a criação da Sociedade de Arte Moderna do Recife - SAMR, fundada em 1948 por iniciativa de Abelardo da Hora (1924) e do arquiteto, pintor e desenhista Hélio Feijó (1913 - 1991), gérmen da criação do Ateliê Coletivo nos anos de 1950. A intensificação de canais de promoção e divulgação das artes em Fortaleza é mais um exemplo do movimento centrífugo que as artes e a produção cultural desenham no período.

Se os nomes de Vicente Leite (1900 - 1941) e do próprio Raimundo Cela são lembrados na história das artes cearense, é com o CCBA e depois com a SCAP que o Estado conhece suas maiores expressões artísticas: Mário Baratta, Barrica (1913 - 1993), Jean-Pierre Chabloz (1910 - 1984), Inimá de Paula (1918 - 1999), Antonio Bandeira, Aldemir Martins, entre outros. A tradição paisagística inaugurada pelos pioneiros é retomada nas obras de Mário Baratta, Barrica e Barbosa Leite (1920 - 1997), fiéis ao figurativismo. Inimá de Paula combina a paisagem com retratos, vistas urbanas, marinhas e naturezas-mortas. Próximo a Candido Portinari (1903 - 1962), que o auxilia na execução do grande painel Tiradentes, hoje no Memorial da América Latina, em São Paulo. A estada em Paris (de 1952 a 1956) dá lugar a trabalhos que caminham para a abstração. Mas, após curta passagem pelo abstracionismo, o pintor volta às figuras e, sobretudo, às paisagens. Aldemir Martins é talvez o nome mais popular do grupo, em função dos materiais gráficos que produz (capas de livros, discos e ilustrações) e dos objetos utilitários, jóias e embalagens que trazem os seus desenhos. Sua obra mobiliza um amplo repertório de temas e figuras do Nordeste brasileiro (como cangaceiros e rendeiras), além de explorar o colorido e as imagens da fauna e flora nacionais.

Antonio Bandeira talvez seja aquele a adquirir maior reconhecimento entre os críticos e mais destacada projeção internacional. Pintor, gravador e desenhista, Bandeira inicia sua carreira com trabalhos figurativos, mas que procuram fugir do típico e pitoresco, como indica a tela premiada no 3º Salão Anual Cearense, Cena de Botequim (1943). O período parisiense (1946-1950) representa uma guinada de sua obra em direção à abstração. Isso se dá, fundamentalmente, pelo contato com as vanguardas - sobretudo com o cubismo e com o fauvismo - e pela participação no Grupo Banbryols, que ele cria com Camille Bryen (1907) e Wols (1913-1951), em 1949. Os críticos datam justamente desse período (1948) sua adesão ao abstracionismo de corte informal, como em Paysage Lointan, 1949.

Fonte: SOCIEDADE Cearense de Artes Plásticas (Fortaleza, CE). In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2020. Disponível em: Itaú Cultural. Acesso em: 23 de Abr. 2020. Verbete da Enciclopédia. ISBN: 978-85-7979-060-7

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