Christian Dior S.A. (16 de dezembro de 1946, Paris, França) é uma prestigiada casa de moda francesa e uma das marcas de luxo mais influentes do mundo. Fundada pelo estilista Christian Dior (1905 – 1957), a marca revolucionou a moda feminina com o icônico "New Look", lançado em 1947, que trouxe elegância e sofisticação ao pós-guerra. A Dior consolidou-se na alta-costura, prêt-à-porter, perfumaria e acessórios, expandindo sua influência global. Seu primeiro perfume, Miss Dior, também de 1947, tornou-se um clássico, assim como a icônica bolsa Lady Dior, imortalizada pela princesa Diana. Após a morte de Christian Dior, a maison foi liderada por grandes estilistas, incluindo Yves Saint Laurent, Marc Bohan, Gianfranco Ferré, John Galliano, Raf Simons e, atualmente, Maria Grazia Chiuri, primeira mulher à frente da marca. Desde 1984, a Dior faz parte do conglomerado LVMH, liderado por Bernard Arnault, consolidando sua posição como referência máxima no setor de luxo. Com boutiques em diversas partes do mundo e uma presença marcante na cultura da moda, a Dior continua a combinar tradição e inovação, mantendo-se como sinônimo de sofisticação e excelência.
Christian Dior | Arremate Arte
A Christian Dior S.A., conhecida mundialmente como Dior, é um dos maiores ícones da alta-costura e do luxo global. Fundada em 16 de dezembro de 1946, em Paris, por Christian Dior, a marca revolucionou a moda feminina e consolidou Paris como a capital do estilo após a Segunda Guerra Mundial. Seu fundador, nascido em 21 de janeiro de 1905, em Granville, na Normandia, inicialmente se interessou por arte e chegou a abrir uma galeria em Paris nos anos 1920. Com a crise econômica da década de 1930, precisou fechar sua galeria e voltou-se para o desenho de figurinos e ilustrações de moda, trabalhando para estilistas renomados como Robert Piguet e Lucien Lelong.
Com o apoio do empresário Marcel Boussac, Dior abriu sua maison no número 30 da Avenue Montaigne, em Paris, e, em 12 de fevereiro de 1947, lançou sua primeira coleção, que ficaria conhecida como "New Look". Essa nova estética revolucionou a moda feminina, rompendo com a austeridade da Segunda Guerra Mundial ao apresentar peças ultrafemininas, com cinturas marcadas, saias amplas e ombros delicadamente estruturados. O sucesso foi imediato, e Dior rapidamente conquistou celebridades e socialites como Marlene Dietrich, Rita Hayworth e Eva Perón, consolidando-se como o designer mais influente do período.
Com o prestígio da maison em ascensão, a Dior expandiu seus negócios para além da alta-costura. Em 1947, lançou sua primeira fragrância, Miss Dior, um tributo à sua irmã Catherine Dior. Nos anos seguintes, a marca diversificou sua oferta de produtos, incluindo bolsas, sapatos e acessórios, além de lançar sua primeira linha de prêt-à-porter em 1951, tornando sua estética acessível a um público mais amplo. Christian Dior também foi um visionário ao expandir sua marca para os Estados Unidos e outros mercados internacionais, tornando-se responsável por metade das exportações francesas de alta-costura.
A trajetória da maison sofreu um baque com a morte inesperada de Christian Dior em 24 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco. Para sucedê-lo, foi escolhido Yves Saint Laurent, que, aos 21 anos, assumiu a direção criativa da grife, trazendo um olhar moderno e inovador. No entanto, sua abordagem vanguardista gerou controvérsias, levando à sua saída em 1960, quando foi substituído por Marc Bohan, que apostou em uma estética mais clássica e comercialmente bem-sucedida. Nos anos 1980, a Dior passou por instabilidade financeira, até ser adquirida, em 1984, por Bernard Arnault, fundador do grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que revitalizou a maison e a reposicionou no topo do mercado de luxo.
A Dior entrou em uma nova fase com a chegada de Gianfranco Ferré como diretor criativo entre 1989 e 1996, e depois com John Galliano, que permaneceu no cargo de 1996 a 2011. Galliano trouxe uma abordagem teatral, opulenta e altamente inovadora, tornando a Dior referência no segmento de moda experimental e glamour ousado, vestindo celebridades como Charlize Theron, Nicole Kidman e Madonna. No entanto, sua trajetória na marca chegou ao fim em 2011, após um escândalo envolvendo declarações antissemitas. Com sua saída, a maison foi comandada por Raf Simons de 2012 a 2015, que trouxe um design minimalista e elegante, e depois por Maria Grazia Chiuri, que assumiu em 2016, tornando-se a primeira mulher a liderar a Dior. Seu trabalho tem sido marcado por coleções feministas e um forte compromisso com a sustentabilidade.
Atualmente, a Dior é uma das marcas mais valiosas do mundo da moda, com um portfólio que abrange alta-costura, prêt-à-porter, perfumes, cosméticos, bolsas, acessórios e joias. Sob a liderança da LVMH, continua inovando e expandindo suas fronteiras, mantendo sua essência sofisticada e atemporal. Em 2022, inaugurou uma nova flagship na Avenida Montaigne, em Paris, um espaço luxuoso que celebra sua história e herança. Além disso, tem investido cada vez mais em sustentabilidade, com o uso de materiais ecológicos, processos de produção éticos e coleções que refletem preocupações ambientais.
Com quase oito décadas de história, a Dior segue sendo referência de sofisticação e vanguarda, influenciando não apenas a moda, mas também a cultura e o comportamento de consumo no mercado de luxo. Seu legado continua sendo construído com equilíbrio entre tradição e inovação, provando que a moda pode ser atemporal, inspiradora e revolucionária. Sob a direção de Maria Grazia Chiuri e a gestão estratégica de Bernard Arnault, a Dior mantém sua relevância global, consolidando-se como um império que redefine os padrões do luxo.
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O estilista, Christian Dior | Wikipédia
Christian Dior (Granville, França, 21 de janeiro de 1905 – Montecatini Val di Cecina, França 24 de outubro de 1957) foi um importante estilista francês. É o fundador da empresa de vestuário Christian Dior S.A., uma das mais famosas da moda mundial.
Filho de um comerciante de fertilizantes da região do Canal da Mancha, tinha aspirações para ser Arquiteto,mas foi enviado para Paris a fim de estudar Relações Internacionais, uma vez que o seu pai queria que o filho seguisse a carreira diplomática.
Depois de terminar seus estudos no final da década de 20, Christian assumiu uma pequena galeria comprada por seu pai para ele. Lá, ele vendeu junto com amigos artes de artistas como Pablo Picasso. Com o início em 1929 da Grande Depressão, seu pai foi a falência e em 1931 sua mãe acabou falecendo. Devido a estes fatores, Dior teve que fechar sua pequena galeria que seu pai havia comprado.
Em 1938, Christian se tornou designer assistente de Robert Piguet, o principal costureiro de Paris. Em 1941, Dior começou a trabalhar para a marca Lucien Lelong. O seu círculo de amigos expandiu-se e conheceu um importante empresário da indústria têxtil, o francês Marcel Boussac. Marcel financiou a abertura de uma grife de Christian.
Em 1947 inaugurou a Mansão Dior de que o mundo pós-guerra necessitava. Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Isso também ajudou a repercussão do conceito permitindo encerrar a mentalidade do racionamento no pós-guerra. Durante a guerra, Dior vestia desde as esposas dos generais do império Nazista às mulheres francesas.
Ao longo de sua carreira fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. Morreu durante suas férias em Montecatini Val di Cecina, Itália, no dia 23 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Vogue Britânica
Christian Dior foi um costureiro francês, mais conhecido por sua grife homônima, muitas vezes chamada apenas de Dior.
Nascido na cidade litorânea de Granville, na costa da Normandia, em 1905, ele era filho de um rico fabricante de fertilizantes e era um de cinco filhos. Aos cinco anos, ele se mudou com sua família para Paris.
Embora seus pais tivessem esperanças de que ele se tornasse um diplomata, Dior tinha inclinação artística e começou a vender seus esboços na rua para ganhar dinheiro de bolso. Ao sair da escola, Dior assumiu uma pequena galeria de arte que seu pai comprou para ele, onde ele e um amigo vendiam trabalhos de artistas como Pablo Picasso.
Após o início da Grande Depressão em 1929, a morte de sua mãe e seu irmão, e o colapso dos negócios de seu pai, Dior foi forçado a fechar sua galeria de arte. Ele então foi trabalhar com o estilista Robert Piguet até ser convocado para o serviço militar em 1940.
No final de seu serviço em 1942, ele começou a trabalhar para o costureiro Lucien Long, onde ele e Pierre Balmain foram os designers principais. Durante a guerra, Lelong - como outros ateliês franceses, incluindo Jeanne Lanvin e Nina Ricci - vestiu as esposas de oficiais nazistas e colaboradores franceses como uma forma de preservar a indústria da moda durante o conflito, tanto por razões econômicas quanto artísticas.
Ao mesmo tempo, a irmã mais nova de Dior, Catherine, juntou-se à Resistência Francesa, resultando em sua captura pela Gestapo e subsequente prisão no campo de concentração de Ravensbrück. Ela sobreviveu e foi libertada em 1945. Em 1947, Dior nomeou sua fragrância de estreia Miss Dior como uma homenagem a ela.
Ele fundou a casa Christian Dior em 16 de dezembro de 1946 na 30 Avenue Montaigne Paris, apoiado por Marcel Boussac, um magnata do tecido de algodão. Oficialmente, a casa Dior considera 1947 como o ano da concepção, pois foi quando Dior mostrou sua primeira coleção.
Em 12 de fevereiro de 1947, Dior apresentou sua coleção de estreia, apresentando os 90 visuais diferentes. Nomeados "Corolle" e "Huit", os linhas foram rapidamente batizadas de "New Look", uma frase cunhada por Carmel Snow, editora da revista americana Harper's Bazaar.
O visual consistia em uma saia rodada na altura da panturrilha e uma cintura marcada e busto mais cheio do que o visto desde a virada do século. Um refutação às restrições de tecido do pós-guerra - o vestido médio usado 20 metros de tecido - o visual recebeu algumas críticas quando foi lançado.
A opulência dos seus designs contrastava com o sombrio pós-guerra realidade da Europa e ajudou a restabelecer Paris como a cidade alegre capital da moda que já foi.
A casa foi inundada com pedidos e estrelas mundialmente famosas como Rita Hayworth e Margot Fonteyn compraram e usaram peças, aumentando significativamente o perfil da Dior. A Dior foi até convidada para encenar uma apresentação privada da coleção para a família real britânica - embora o Rei George V tenha proibido as jovens princesas, Elizabeth e Margaret, de usar o New Look, caso isso desse um mau exemplo em uma época em que o racionamento ainda estava em vigor.
Ele era conhecido por ser muito supersticioso, uma qualidade que aumentava com a idade. Cada coleção incluía um casaco com o nome de seu local de nascimento, Granville; em cada desfile, pelo menos uma modelo usava um buquê de sua flor favorita, lírio do vale; e ele nunca começava um desfile de alta-costura sem consultar seu leitor de cartas de tarô.
Dior estabeleceu uma casa de luxo prêt-à-porter na esquina da 5ª Avenida com a 57ª Rua em Nova York em novembro de 1948. Foi a primeira do gênero. No mesmo ano, ele lançou Dior Parfums - com Miss Dior sendo a primeira fragrância a ser lançada, e Diorama sendo lançada no ano seguinte.
Em 1949, Dior foi o primeiro costureiro a organizar a produção licenciada de seus designs. Tendo percebido a importância do visual completo - e que o New Look não poderia ser alcançado com sucesso sem os sapatos, luvas e chapéu Dior corretos - Dior, junto com o parceiro de negócios Jacques Rouët, licenciou seu nome para uma gama de acessórios de luxo. Peles, meias, gravatas e perfumes também foram fabricados em centros regionais em todo o mundo, espalhando sua marca rapidamente ao redor do globo. Embora essa mudança tenha sido duramente criticada pela Câmara Francesa de Alta Costura - que denunciou a mudança como um barateamento da indústria de alta costura - o licenciamento se tornou uma mudança lucrativa para Dior e a lição do ateliê foi seguida por quase todas as casas de moda do período.
Em 1955, Yves Saint Laurent, de 19 anos, tornou-se assistente de design da Dior. Christian Dior mais tarde se encontrou com a mãe de Yves Saint Laurent, Lucienne Mathieu-Saint Laurent, em 1957, para lhe contar que havia escolhido Saint Laurent para sucedê-lo na Dior. Ela disse na época que ficou confusa com a observação, pois Dior tinha apenas 52 anos na época.
Pouco depois de seu encontro com a mãe de Saint Laurent, Christian Dior sofreu um ataque cardíaco fatal em 24 de outubro de 1957, deixando a casa em desordem. Cerca de 2.500 pessoas compareceram ao seu funeral, incluindo toda a sua equipe e clientes famosos liderados pela Duquesa de Windsor. Em uma tentativa de estabilizar a marca, Jacques Rouët nomeou Yves Saint-Laurent, então com 21 anos, como diretor artístico.
Saint Laurent permaneceu no cargo até ser recrutado para o exército, período em que foi demitido da Dior por Rouët e substituído por Marc Bohan. Bohan provou ser muito bem-sucedido como substituto de Saint Laurent, definindo uma nova era e uma nova silhueta para a Dior, o Slim Look, uma versão mais moderna e esbelta do formato icônico da Dior.
Em 1978, o Boussac Group entrou com pedido de falência e seus ativos, incluindo a Dior, foram vendidos para o Willot Group. Depois que ele entrou em administração, Bernard Arnault e seu grupo de investimentos compraram as participações do Willot Group por "um franco simbólico" em 1984. Ao assumir o poder, Arnault alterou drasticamente as operações da Dior. Em 1985, Arnault se tornou presidente, CEO e diretor administrativo da Christian Dior. Ele a reposicionou como a holding Christian Dior SA e, em 1988, assumiu uma participação acionária de 32 por cento no capital social da LVMH, criando um dos principais e mais influentes conglomerados de bens de luxo do mundo, enquanto a Christian Dior continua a se destacar como uma megamarca por direito próprio
Gianfranco Ferre foi nomeado diretor estilístico da Christian Dior em 1989, substituindo Marc Bohan. Ele permaneceu nessa posição até 1997.
Em 1997, Arnault nomeou o designer britânico John Galliano para substituir Marc Bohan no comando criativo. "Galliano tem um talento criativo muito próximo ao de Christian Dior. Ele tem a mesma mistura extraordinária de romantismo, feminismo e modernidade que simbolizava Monsieur Dior. Em todas as suas criações - seus ternos, seus vestidos - encontramos semelhanças com o estilo Dior", disse Arnault sobre Galliano.
Galliano foi diretor criativo da Christian Dior até março de 2011, quando foi demitido após ser filmado proferindo comentários antissemitas e supostamente agredindo um membro do público enquanto estava fortemente embriagado em um bar de Paris. O ex-diretor de design da Galliano, Bill Gayten, chefiou a casa até 9 de abril de 2012, quando foi anunciado, após mais de um ano de rumores e especulações, que Raf Simons havia assumido o cargo de "diretor artístico" da casa.
Fonte: Vogue Britânica, por Bibby Sowray, em 5 de abril de 2012. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Mundo das Marcas
A marca CHRISTIAN DIOR é um ícone da moda de alta costura. Afinal, é impossível imaginar a história da moda sem o estilista Christian Dior. Ele inventou o chamado “New Look”, que ao longo de sua história fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. A marca é, talvez, a mais influente e chique do fascinante e extravagante mundo da moda de luxo. Fruto de uma cabeça criativa e inovadora, que adorava romper e quebrar tendências. Moda para mulheres, homens, crianças, além de joias e perfumes incríveis, relógios, maquiagens, acessórios e muito estilo. A DIOR é um império do luxo, admirada e desejada no mundo inteiro.
A história
Considerado o new look da moda internacional até hoje, Christian Dior era uma pessoa de temperamento difícil e complicado, apesar de tímido, mas conhecia como poucos seu ofício quando desenhava croquis para a alta costura francesa. O estilista nasceu na cidade de Granville, pequeno balneário conhecido como a “Mônaco do norte da França”, em 21 de janeiro de 1905. Na época a família Dior tinha uma boa situação financeira, fazendo parte da burguesia rica, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que lhe garantiu uma infância e juventude tranquila, permitindo contato com uma boa educação e, inclusive, acesso às artes desde cedo. Seriam as roseiras de sua mãe, Madeleine, que inspirariam o futuro estilista a criar seus modelos florais e orientais para, como dizia ele, “embelezar as mulheres”. Mesmo com o grande interesse em artes, especialmente o desenho, estudou ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir carreira diplomática. Após terminar o curso, gastou seu tempo viajando pela continente europeu, até que, em 1927, abriu uma pequena galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean, onde a dupla vendia alguns desenhos de Picasso e chegou a expor alguns trabalhos de Christian Bérard. Mas a crise econômica mundial forçou a interrupção do negócio.
Em meados de 1934, Dior enfrentou uma grave doença. E o que é pior, não podia contar mais com o dinheiro da sua família que, desde 1931, atravessava vários problemas financeiros, muito em virtude da crise econômica que assolava o mundo. Em 1935, recuperado e disposto, esse determinado francês da Normandia começou a desenhar croquis para o Figaro Illustre, jornal parisiense que os publicava semanalmente na seção de alta costura. Depois de conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, o inventivo Dior elaborou croquis de roupas e acessórios para várias Maisons de Paris, até que, em 1938, ingressou de cabeça no universo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piguet. Nesse ínterim, explodia a Segunda Guerra Mundial e Dior foi convocado para a batalha, na qual atuou como soldado do corpo de engenheiros. Em 1941, já trabalhando na Maison do estilista francês Lucien Lelong, conheceu o também francês Pierre Balmain, que mais tarde se tornaria um grande e influente estilista. Nessa altura, então com 41 anos de idade, o estilista almejava ter a sua própria Maison e conseguiu concretizar o sonho com a ajuda financeira do então magnata e empresário dos tecidos, Marcel Boussac, no dia 16 de dezembro de 1946 com a fundação da The House of Dior. O lendário endereço em Paris no número 30 da Avenida Montaigne é o mesmo até os dias de hoje.
No dia 12 de fevereiro de 1947, após um árduo trabalho, e ajudado pela sua equipe, que incluía Pierre Cardin, lançou sua primeira coleção de 90 conjuntos em duas linhas: Corolla, composta de casacos, saias plissadas e lápis para o dia, e a linha animal print, com estampas de leopardo para arrasar à noite. A coleção, que apresentou uma revolucionária saia na altura do tornozelo, foi apelidada pela redatora da conceituada revista americana Harper’s Bazaar, Carmel Snow, de “New Look” (“novo visual”, em português). Contendo inúmeras variações e novidades para época, a coleção se tornou um sucesso imediato e deu um “novo ar” à mulher, principalmente pelos ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos, fartos, com cintura bem fininha e ombros à mostra. O modelo que se tornou o símbolo do New Look de Dior foi o tailleur Bar (foto abaixo), um casaquinho com formato de ampulheta de seda bege, acinturado, ombros naturais e ampla saia preta prissada, que vinha quase até a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o sofisticado figurino, que foi seguido fielmente a partir da próxima década. A icônica peça foi apresentada em várias versões em quase todas as 22 coleções de alta-costura que ele desenhou, até sua repentina morte.
Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Ele conquistou de cara o mundo da alta costura pela ousadia e por causar impacto com suas roupas - afinal, para ele, “as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar”. O estilista conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Coco Chanel. Após alguns anos de reclusão, a mulher do pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Nos bailes, que à época se sucediam aos jantares, as mulheres ricas e célebres compareciam usando DIOR. O estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas.
Ainda em 1947 foi criada a divisão de perfumes, conhecida como PARFUMS CHRISTIAN DIOR, que iniciou suas atividades com o lançamento da fragrância Miss Dior, um verdadeiro clássico até os dias de hoje, criado com a colaboração de grandes perfumistas, como por exemplo, Jean Carles e Paul Vacher e, em homenagem a sua irmã Catherine. Nessa época, Dior desenvolve e inicia projetos ainda considerados revolucionários, no pequeno e restrito mundo da alta costura: cria um departamento de peles e assina licenças com fabricantes de acessórios. Em apenas um ano, a coleção New Look teve mais de dez mil encomendas. A volta por cima da beleza feminina fez a cabeça de mulheres célebres, como por exemplo, Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich, para quem ele criou o guarda-roupa inteiro do filme “Stage Fright”, de Alfred Hitchcock. Em 1949, dois anos após a inauguração, a MAISON DIOR já era responsável por mais de 5% das exportações francesas de alta-costura. Nesta época, Christian Dior já tinha uma butique de luxo em Nova York, em plena 5ª Avenida, além de estar bem estabelecido para assinar contratos de licenciamento com empresas americanas, como de meias e gravatas.
No ano de 1954, o estilista mudou tudo com a apresentação da linha H (H de haricot vert, uma “vagem comprida” em português): nada de busto e cintura apertada. Dior inovou mais uma vez ao imprimir estilo com vestidinhos tubulares que escondiam as formas. O vestido-saco revolucionou de forma surpreendente cabeças e corpos. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado, além dos vestidos de tecidos transparentes, com saias sobrepostas e comprimentos dos mais diversos. Ainda em 1954, Londres ganhou uma sucursal da marca e uma butique foi anexada a Maison de Paris. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo longo com a parte superior mais pesada, além de golas grandes que se abriam em forma de V. Já a linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. Fortes referências da marca até hoje, e que ficaram famosas durante os anos de 1950, foram estolas, as mangas três quartos, além do conjunto em tons pastéis de cardigã, blusa e saia de crepe.
Com apenas 52 anos de idade e dez anos depois de fundar sua Maison, Christian Dior faleceu precocemente no dia 24 de outubro de 1957, durante suas férias no litoral italiano, após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Algumas referências informam que o estilista morreu de um ataque cardíaco após engasgar com uma espinha de peixe, outras dizem que o ataque foi resultado de um ardente encontro amoroso. Porém, não se sabe ao certo qual o verdadeiro motivo de sua morte até hoje. A verdade é que Christian Dior deixou um verdadeiro império do luxo, com 22 coleções, 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionavam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados. Além disso, ele ingressou no mercado de massa em Nova York, foi capa da revista Time (segurando a inseparável tesoura de costura) e, ao democratizar suas criações, foi acusado de banalizar a cultura francesa. Estava adiante de seu tempo. Lançou echarpes, lenços de seda, luvas, bijuterias e lingeries com a assinatura CHRISTIAN DIOR. E inaugurou lojas de sua grife na Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão.
Para assumir a direção de criação da Maison, após sua morte, foi escolhido o então jovem (com apenas 21 anos) assistente, irrequieto e talentoso Yves Saint-Laurent, que provocou protestos dos discípulos de Dior por ter criado peças poucos tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos. Apesar disso, a primeira coleção da DIOR após a morte de seu mentor foi magnífica e aclamada pelos críticos. Realizada em apenas nove semanas, as roupas possuíam cortes perfeitos, tecidos requintados e detalhes meticulosos, assim como Christian Dior a faria. Em 1960, Saint-Laurent após ser chamado pelo exército e dois anos depois de ter aberto sua própria Maison, é substituído por Marc Bohan, um estilista francês mais experiente e conservador. Seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, com casacos amplos de cintura apertada, vestidos longos e botas.
No final desta década, dois acontecimentos foram de extrema importância para a marca: em 1967 a inauguração da primeira loja exclusivamente masculina (DIOR HOMME) e, em 1969, o estabelecimento da divisão de cosméticos, que seria responsável por consolidar a marca DIOR ainda mais como um ícone do segmento de luxo. Foi nesta época que a marca lançou sua primeira coleção de óculos. A partir de 1989, o italiano Gianfranco Ferré, em uma clara tentativa de renovação da Maison, foi escolhido como o novo diretor de criação da marca CHRISTIAN DIOR. Logo em sua primeira coleção ganhou o Dedal de Ouro oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Em 1990, lojas sofisticadas da DIOR foram inauguradas em lugares luxuosos de Nova York, Los Angeles e Tóquio. Apesar do crescimento, nenhum desses três nomes conseguiu perpetuar com a mesma intensidade o brilho característico de Christian Dior. A mais reverenciada marca da moda então se tornou uma Bela Adormecida no universo da moda.
O ressurgimento começaria em 1996, quando John Galliano, que apesar da cidadania inglesa nasceu em Gibraltar, assumiu o cargo de diretor criativo da grife, responsável pela criação das coleções de alta costura e prêt-à-porter feminino. E chegou para incendiar a marca francesa. O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o respaldo de ninguém menos que Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, influente conglomerado do segmento de marcas de luxo, que havia adquirido a grife francesa no ano de 1984. Ao colocar Galliano, um rebelde, inglês e iniciante, à frente da MAISON DIOR, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a marca voltou a gerar dinheiro e lucros. John Galliano causou uma verdadeira reviravolta saudável na DIOR. Houve dois “escândalos”, no bom sentido da palavra, que fizeram com que a marca voltasse aos tempos de glórias: a simples contratação de John Galliano e a “coleção dos mendigos”, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela. O estilista, sempre convicto de que o esquisito, mesmo chocante, vende, colocou então nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Considerado um gênio rebelde, o estilista falava pouco em público, mas não precisava disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta costura, modelos exibiram vestidos em estilo imperial, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas.
Nomeado diretor artístico de todas as coleções femininas DIOR (alta-costura, prêt-à-porter, acessórios, cosméticos e sapatos) em 1999 ele também passou a cuidar da comunicação da marca, desde as campanhas publicitárias até o design das vitrines. Apesar do enorme sucesso, seu temperamento forte e rebeldia iriam causar problemas para a marca. E isto aconteceu no início de março de 2011 quando o estilista, filho de um encanador inglês e de uma espanhola, depois de ter sido suspenso de suas atividades após ser detido em Paris, acusado de insultos antissemitas á um casal em um bar, foi demitido pela marca francesa. Após Bill Gaytten assumir o posto como interino, finalmente em 2012, o belga Raf Simons foi nomeado novo diretor criativo da Maison.
Em 2016 a estilista italiana Maria Grazia Chiuri assumiu a direção-artística da DIOR, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo na história da marca. A estilista chegou à grife francesa com a missão de conquistar uma clientela mais jovem. Apesar de suas inspirações serem diversas, as primeiras coleções assinadas por Chiuri foram marcadas por um tom poético, que também misturava um discurso de engajamento. Em seu desfile de estreia, um dos modelos era composto por uma camiseta com a mensagem “We all should be feminist” (“Todos nós devemos ser feministas” em português). Com visão conceitual e artística, adotando um ponto de vista feminista por meio de colaborações com artistas e intelectuais, a estilista vem utilizando uma prática ancorada na elegante feminilidade que Monsieur Dior apreciava. A DIOR também vem tendo sucesso na venda de bolsas, especialmente em virtude das reedições e reinterpretações de modelos famosos como a Saddle (conhecida como a bolsa-sela), a Lady Dior e a Tote. Além disso, em 2018, lançou o ABCDior, novo serviço da marca que permite à clientes personalizar acessórios (como bolsas e lenços) com suas iniciais.
A linha do tempo
1953
● Lançamento de sua primeira linha de batons (batizada de ROUGE DIOR), composta por oito tonalidades de vermelho, cor que se tornaria símbolo da marca.
● Lançamento do EAU FRAÎCHE, primeiro perfume unissex na história do segmento.
1954
● Lançamento do primeiro produto de maquiagem da grife, o lápis de boca (delineador).
1967
● Lançamento da primeira coleção BABY DIOR, especialmente criada para crianças de 0 a 4 anos.
1968
● A marca uniu a moda e a beleza ao lançar uma linha de maquiagens chamada HYDRA DIOR.
● Lançamento da CHRISTIAN DIOR TRICOT, uma coleção de roupas feitas em crochê.
1969
● Lançamento da EXPLOSION OF COLOR, uma completa e moderna linha de maquiagens composta por blush, pós, delineadores, entre outros itens.
1970
● Revolucionou o mercado ao introduzir o desfile de produtos de maquiagem, mostrando cores e tendências que marcaram época, estabelecendo a DIOR como um gigante no mundo da moda.
1972
● Lançamento do perfume DIORELLA, um verdadeiro “sopro de ar fresco”.
1973
● Lançamento da primeira linha de produtos para tratamento da pele.
1975
● Lançamento do BLACK MOON, primeiro relógio da marca DIOR.
1979
● Lançamento do perfume DIORESSENCE.
1980
● Lançamento do perfume masculino JULES.
1983
● Lançamento do CAPTURE, um creme anti-idade que possuía em sua formulação lipossomas, microcápsulas que penetram na pele e previnem o envelhecimento.
1985
● Lançamento do POISON, um dos perfumes de maior sucesso da grife francesa.
1988
● Lançamento do perfume masculino FAHRENHEIT, que se transformaria em um fenômeno de vendas.
1991
● Lançamento do perfume feminino DUNE, que ganharia sua versão masculina seis anos mais tarde.
1994
● Lançamento da bolsa LADY DIOR, cuja característica principal era o “cannage” - desenho de cana da Índia - com letras DIOR soltas na alça. O nome é uma homenagem à princesa Diana, embaixadora mundial da marca e então amiga de Bernard Arnault, presidente do conselho e principal executivo do Grupo LVMH.
1995
● Lançamento do perfume DOLCE VITA em sua tradicional embalagem amarela.
1996
● Relançamento da coleção de óculos da grife ao comando de John Galliano.
1998
● Lançamento do perfume HYPNOTIC POISON.
● Lançamento de sua primeira linha de joias, criada e dirigida por Victoire de Castellane.
1999
● Lançamento do J’ADORE, um perfume refrescante com misturas de orquídeas, violetas, rosas e um tipo especial de almíscar. O perfume foi batizado com esse nome graças à expressão usada constantemente por John Galliano (traduzida do francês, significa “eu adoro”).
● Lançamento da famosa bolsa saddle bag, modelo em forma de sela com alça curta. Anualmente o modelo de bolsa ganha novas versões, aumentando ainda mais a enorme legião de fãs.
2001
● Em janeiro, o estilista francês Hedi Slimane estreou a nova DIOR HOMME, aclamada como uma das melhores coleções de moda masculina da época, com pitadas de androginia e glamour do rock’n roll.
2002
● Lançamento do perfume feminino FOREVER and EVER.
● Lançamento do perfume ADDICT.
2003
● Lançamento do perfume feminino CHRIS 1947 em homenagem a fundação da grife.
2005
● Lançamento dos perfumes MISS DIOR CHÉRIE (para um público feminino mais jovem) e DIOR HOMME.
2006
● Lançamento do DIOR CAPTURE TOTALE, primeiro produto anti-idade baseado em uma extensa pesquisa tecnológica e sociológica, que oferece resultados extraordinários e conta com tecnologias de vanguarda em sua composição, como a utilização do Complexo Alpha-Longoza.
● Lançamento da DIOR GAUCHO, bolsa extravagante com grandes fivelas e chaves penduradas, que rapidamente se tornou a preferida de celebridades como Sienna Miller, Keira Knightley, Penélope Cruz e Gisele Bündchen. Inspirada nos pampas, o modelo tem versões em jeans, náilon e couro.
2007
● Lançamento do perfume feminino MIDNIGHT POISON com o slogan “A new Cinderella was born”. O perfume era uma mistura perfeita de rosa da Bulgária, jasmim, flor de laranjeira, baunilha e sândalo.
2008
● Lançamento do DIOR PHONE, um luxuoso celular com acabamento de diamantes incrustados e detalhes em couro de jacaré. Além de câmera, tela touchscreen e o nome da marca, o aparelho vinha com um mini-celular, apelidado de “My Dior”, que servia para prender do lado de fora da bolsa ou colocar no bolso, para quando alguém ligar, não fosse preciso revirar toda a bolsa para atender a chamada.
2009
● Lançamento do DIOR SÉRUM DE ROUGE, um batom cuja textura saturada com ingredientes ativos e enriquecida com puros pigmentos enche os lábios de cores luminosas e destacam sua aparência dia após dia. Para ajudar no combate ao tempo, principal causa da perda de volume e descoloração dos lábios, o Centro de Inovação Dior desenvolveu um exclusivo complexo de ingredientes ativos que age tanto na superfície quanto no interior dos lábios. Dia após dia, eles recuperam sua firmeza e curvas suntuosas. Claramente definido, o contorno dos lábios se torna mais proeminente e reconquista seu tom rosado natural.
2011
● Lançamento da coleção de maquiagem GRIS MONTAIGNE, inspirada na primeira loja da grife e baseada nos tons rosa e cinza. A exclusiva paleta Dior Cannage, realçada pelos famosos amuletos em metal D-I-O-R, se tornou uma verdadeira vitrine para os olhos e objeto de desejo para milhões de mulheres.
2012
● Inauguração em Taipei (Taiwan) da sua maior loja no mundo até então. Com 19.410 m², o primeiro andar era reservado para joias, relógios, bolsas e artigos de couro, além de contar com uma área exclusiva para criar versões customizadas da icônica bolsa Lady Dior. O espaço ainda abrigava a DIOR COUTURE (alta costura), três salões destinados ao prêt-à-porter, um destinado aos sapatos e dois andares para a DIOR HOMME, a coleção masculina da grife.
2016
● Lançamento do perfume LA COLLE NOIRE, em homenagem à querida casa de verão de Christian Dior, na região de Grasse, na França, e que tem em sua composição rosas, sândalo do Sri Lanka, alguns tipos de madeira, almíscar branco e âmbar.
2018
● Lançamento do perfume JOY, que une aromas de frutos cítricos, rosa, jasmim e sândalo. A atriz Jennifer Lawrence, que é embaixadora da linha Dior Acessórios desde 2013, foi a escolhida para dar vida às campanhas publicitárias do novo perfume.
2019
● Inauguração da primeira loja da grife totalmente dedicada à moda casa (coleções de mesa, têxteis e móveis).
● Lançamento da bolsa 30 MONTAIGNE, inspirada no icônico endereço da marca em Paris. Com o design adornado com as iniciais do estilista, o modelo leva a assinatura 30 Montaigne gravada na parte de trás.
2020
● Lançamento da CAPTURE TOTALE CELL ENERGY, uma linha de tratamento de pele high-tech e sustentável recheada de ingredientes naturais. A novidade tem como ideia “reanimar” as células-tronco (de alto poder regenerativo) presentes em nosso organismo e tem aprovação de ninguém menos que Gisele Bündchen.
As obras olfativas
A assinatura da DIOR: fragrâncias de alta qualidade, originais e intemporais. Desde o início de sua carreira, Christian Dior cercou-se dos maiores perfumistas do seu tempo, com o objetivo de criar fragrâncias excepcionais. Em 1947 foi Paul Vacher que criou a base do perfume Miss Dior. Ele também criou Diorling em 1963. Chamou também seu amigo Edmond Roudnitska para compor alguns de seus primeiros perfumes, batizados Diorama (1949) e Diorissimo (1956), este último baseado no lírio do vale, flor predileta do estilista. Ele também criou Eau Sauvage (primeira fragrância masculina da marca), uma verdadeira revolução após a sua criação, em 1966, que se tornou um dos clássicos da atualidade. A partir da década de 1980 a marca lançou perfumes de enorme sucesso mundial como Poison (1985), Fahrenheit (1988), Dune (1991), Dolce Vita (1995), J’adore (1999) e Addict (2002).
O Laboratório Criativo é o lugar onde mais de 2.500 matérias-primas que ajudam a criar os perfumes da DIOR são indexados, armazenados e pesados. Situado em Paris, este templo para artesanato e especialização é colocado a serviço de uma perfumaria que está cada vez mais audaciosa e surpreendente. As matérias-primas são cuidadosamente selecionadas e vêm dos melhores produtores de todo o mundo. Já na fábrica DIOR, localizada em Saint Jean de Braye, é que todos os perfumes são produzidos. O local possui sua própria cave, onde aproximadamente 600 ingredientes são estocados. Já as artesãs dominam técnicas esquecidas, como o segredo do laço de poignard que ornamenta cada frasco do extrato de perfume Miss Dior, a assinatura da primeira fragrância da Maison. As artesãs que realizam os laços de cetim dominam também outro savoir-faire único, o laço da tampa do perfume: o uso do fio de ouro que decora o frasco do extrato J’adore. Ele é enrolado e depois selado à mão, graças a uma sucessão de gestos precisos que evocam uma elegante coreografia que somente essas mãos sabem fazer. Todos os dias, François Demachy, que desde 2006 ocupa o cargo de Perfumista-Criador, usa esses ingredientes de qualidade excepcional em suas composições. Desde 1947 a marca francesa tem colaborado com alguns dos maiores perfumistas do mundo para criar verdadeiras obras olfativas (tem em seus arquivos mais de 150 perfumes).
Os ícones
As principais estampas icônicas da marca são a Toile de Jouy (uma estampa criada no século 18 que consiste em um tecido de fundo branco ou off-white, estampado em vermelho, azul ou preto, com desenhos que descrevem a vida campestre), o muguet (flor símbolo da sorte de Christian Dior) e as abelhas. A cultura floral esteve presente de forma intensa na vida de Christian Dior, já que a casa de seus pais, na Normandia, tinha um fantástico jardim à beira mar. Ao absorver as composições olfativas e também a paleta de cores diversificada das flores, o estilista souber transportar tais referências para o mundo da moda. O Lírio do Vale costurado entre forros ou aplicados nos botões é um dos exemplos; e os perfumes, consequentemente, também foram contemplados com o conhecimento botânico do estilista, que tinha a rosa como flor preferida.
A joia da coroa
Se existe um ícone da marca francesa ele está localizado na lendária Avenue Montaigne em Paris. Inaugurada no dia 16 de dezembro de 1946, onde antes existia um pequeno hotel e alguns meses antes da revolução do New Look, o supersticioso Christian Dior escolheu o número 30 para instalar as primeiras oficinas de sua Maison. Ele então confiou a decoração do local a Victor Grandpierre - as palavras de ordem: sobriedade e elegância. A ideia: permitir que apenas os desenhos e silhuetas de Christian Dior inspirassem os olhos e as mulheres. Depois de 7 anos o lugar ocupava 5 imóveis, possuía 28 ateliês e empregava mais de mil pessoas.
Esta icônica loja âncora (chamada em inglês de flagship store) da DIOR passou por sua primeira grande reforma e foi reinaugurada em 2009 para ser reconhecida com uma das mais luxuosas do planeta. A reforma fazia parte das comemorações pelos 60 anos da grife francesa e a reabertura contou com a presença de celebridades como Sharon Stone, Elton John, Juliette Binoche e Monica Belluci. Entre as novidades do projeto assinado pelo arquiteto Peter Marino estavam um salão de sapatos exclusivos para clientes VIPs, com os modelos apresentados na última coleção de alta-costura, e frases escritas na parede como “Look Good” ou “J’adore” pelo artista Rob Wynne. A ideia foi criar um clima “residencial” dentro da loja, resgatando elementos do legado de Christian Dior. A loja ampliou seus salões para a coleção prêt-à-porter e deu maior destaque para as bolsas (que incluíam os modelos Samurai e Gaucho, além da clássica Lady Dior em novos materiais, então campeãs de vendas na DIOR). Em 2019 este símbolo da marca, lar original do ateliê fundado pelo Monsieur Christian Dior, fechou suas portas temporariamente para uma enorme reforma, que deve durar aproximadamente dois anos.
Com sua “joia da coroa” fechada para reforma, a marca não quis deixar os amantes da Maison de Christian Dior sem um endereço à altura na cidade luz. Por isso, no mês de julho de 2019, inaugurou uma nova loja (foto abaixo) na badalada Avenida Champs-Elysées, um dos principais cartões postais da capital francesa. A fachada da nova loja é incrivelmente similar à flagship original da grife. Para garantir a semelhança, a técnica de perspectiva trompe-l’oeil foi aplicada no tecido que revestiu o novo prédio e o resultado impressiona. O endereço tem paredes decoradas com o clássico Toile de Jouy, disponibiliza roupas, acessórios, joias, sapatos, perfumes e oferece diversos tipos de personalização, como bordados, impressões e hot stamping, que ficam prontos em até uma hora. A loja também vende as coleções de moda casa. O espaço de 890 m² permanecerá aberto até que a loja do histórico número 30 da Avenue Montaigne esteja pronta para receber sua exigente clientela.
A evolução visual
A identidade visual da marca francesa passou por algumas modificações ao longo dos anos. Em 2018 a marca apresentou um novo logotipo: todo em letras maiúsculas e com nova tipografia.
Em muitos casos a marca utiliza apenas a designação DIOR, que acompanhou ao padrão da nova identidade visual.
A marca também utiliza um monograma com as letras CD (aparece em abundância em seus produtos), que ganhou novos designs no decorrer dos anos. A primeira alteração ocorreu em 2011. O atual monograma foi lançado em outubro de 2013.
Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 16 de dezembro de 1946
● Fundador: Christian Dior
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: Christian Dior Couture SA
● Capital aberto: Não (subsidiária da LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.)
● CEO: Pietro Beccari
● Diretor criativo: Maria Grazia Chiuri e Kim Jones
● Faturamento: €2 bilhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Valor da marca: US$ 6.045 bilhões (2019)
● Lojas: 205
● Presença global: 150 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Europa, Ásia e Estados Unidos
● Funcionários: 6.280
● Segmento: Moda de luxo
● Principais produtos: Roupas, sapatos, perfumes, cosméticos e acessórios
● Concorrentes diretos: Chanel, Gucci, Prada, Versace, Burberry, Givenchy, Hermès, Fendi e Valentino
● Ícones: O New Look
● Website: www.dior.com/pt_br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca DIOR está avaliada em US$ 6.045 bilhões, ocupando a posição de número 82 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2019.
A marca no mundo
A tradicional marca de moda de luxo, que já revelou estilistas como Yves Saint-Lauren, Gianfranco Ferré e John Galliano, têm sua sede no famoso endereço Avenida Montaigne 30, na cidade de Paris, conta com mais de 200 lojas próprias nos pontos mais exclusivos do planeta, além de vender seus produtos dentro das mais sofisticadas lojas de departamento do mundo. Com presença em 150 países, emprega mais de 6.200 pessoas e fatura estimados €2 bilhões anualmente (sem contar perfumes e cosméticos). O principal mercado da DIOR é a Europa (responde por aproximadamente 40% das vendas), seguido da região Ásia-Pacífico com 30% e dos Estados Unidos com 23%. Apesar de estar presente no Brasil desde 1958 (através de licenciamento) a marca desembarcou oficialmente no país somente em 1999, com a inauguração de uma loja na badalada Rua Haddock Lobo em São Paulo. Hoje a DIOR tem apenas uma loja no Brasil, localizada no Shopping Cidade Jardim em São Paulo.
Você sabia?
● A marca tem toda sua linha de cosméticos desenvolvida no Dior Science Observatory, um centro de inovação localizado em Paris, onde mais de 200 pesquisadores criam produtos com texturas surpreendentes, sistemas de hidratação únicos da pele e formulações revolucionárias.
● Favorito das estrelas da sétima arte, Christian Dior fisgou a atenção de famosas rapidamente, já que seu nome começou a circular mundialmente logo após seu primeiro desfile. Elizabeth Taylor foi uma delas, e usou o New Look para receber o Oscar de melhor atriz em 1961; Grace Kelly se vestiu de DIOR no noivado em 1956; e Ingrid Bergman também ostentou, no filme “Indiscret” (1958), um vestido da Maison. Já no campo das artes, o estilista tinha muitas amizades, entre as quais com Jean Cocteau e Max Jacob.
Fonte: Mundo das Marcas. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Britannica
Christian Dior (nascido em 21 de janeiro de 1905, Granville, França — falecido em 24 de outubro de 1957, Montecatini, Itália) foi um estilista francês cujo estilo New Look — caracterizado por roupas ultrafemininas e altamente esculpidas — dominou a moda na década seguinte à Segunda Guerra Mundial. Sua casa de moda homônima é uma das mais icônicas do mundo.
Início da vida e carreira artística
Dior foi um dos cinco filhos de Marie-Madeleine Dior (nascida Martin) e Alexandre Louis Maurice Dior, que possuíam um lucrativo negócio de manufatura. A família mais tarde dividiu seu tempo entre Paris e uma vila em Granville, França. Seus pais queriam que ele se tornasse um diplomata, e Christian Dior estudou ciência política na Universidade de Paris. No entanto, sua verdadeira paixão era a arte e, quando tinha pouco mais de 20 anos, ele começou a vender ilustrações na rua.
Mais tarde, com ajuda financeira de seu pai, Dior abriu uma pequena galeria de arte. Lá, ele expôs obras de artistas como Salvador Dalí, Man Ray e Jean Cocteau. No entanto, no meio da Grande Depressão (1929–39), o negócio de seu pai faliu, e o jovem Dior foi forçado a fechar a galeria. Posteriormente, ele encontrou trabalho como ilustrador de moda, contratado por vários designers, bem como pela revista Figaro Illustré.
Em 1938, Dior se tornou um designer assistente do principal costureiro de Paris, Robert Piguet. Dior disse mais tarde: “Finalmente, eu conheceria os meios misteriosos pelos quais uma ideia é transformada em um vestido.” Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–45), ele serviu no exército até a França cair para a Alemanha em 1940. No ano seguinte, ele se juntou à casa do designer Lucien Lelong.
Casa Dior
“Numa época tão sombria como a nossa, o luxo deve ser defendido centímetro a centímetro”.
A sensação da noite para o dia do New Look foi seguida por 10 anos de sucesso extraordinário. Na década de 1950, a Dior introduziu uma variedade de novas silhuetas, incluindo a linha H, a linha A e a linha Y. A Dior foi fundamental na comercialização da moda parisiense em nível mundial e na recuperação para os costureiros parisienses do terreno que havia sido temporariamente perdido para os designers americanos. Seus seguidores devotados incluíam socialites, celebridades e realeza. No entanto, nem todos gostavam de seu trabalho. A lendária designer francesa Coco Chanel, que era conhecida por roupas simples, afirmou que a Dior "não veste mulheres, ele as estofa".
Dior também se ramificou para outras áreas. Notavelmente, em 1947 ele lançou seu primeiro perfume, Miss Dior, que foi inspirado por sua irmã mais nova, Catherine Dior. Membro da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi capturada, torturada e então presa no campo de concentração de Ravensbrück na Alemanha. Ela foi finalmente libertada pelas tropas soviéticas em 1945. Além do perfume, Christian Dior também adicionou sapatos, maquiagem e acessórios à sua marca.
Morte e legado
Em 1956, Dior publicou a autobiografia Christian Dior et moi (Dior por Dior). No ano seguinte, ele sofreu um ataque cardíaco fatal enquanto estava de férias na Itália. Seu assistente, Yves Saint Laurent assumiu a casa de alta costura. Saint Laurent ocupou essa posição até 1960, quando foi convocado para o exército francês. Os diretores criativos subsequentes da Casa Dior incluíram Marc Bohan, Gianfranco Ferré e John Galliano. Christian Dior foi o tema da série de TV The New Look.
Fonte: Britannica. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Dior: a história, a importância e os ícones da marca | ELLE
“This is a new look!”. Foi por essa expressão, cunhada pela editora de moda estadunidense Carmel Snow, em 1947, que a primeira coleção de Christian Dior, batizada originalmente como Linha Corola, ficou conhecida – e revolucionou a moda no pós-guerra.O novo visual criado por Dior e exaltado por Carmel era de fato inédito, impensável até para o período em que foi desfilado: consistia em roupas extremamente femininas, costuradas a partir de metros e metros de tecidos, numa época em que as pessoas (e as marcas) saíam do racionamento de matérias-primas imposto pelos conflitos na Europa. Em uma única palavra, luxo.Nascido em 1905, em Granville, no interior da França, curiosamente, o próprio Dior chegou a ser convocado para a Segunda Guerra Mundial, mas nem isso fez com que perdesse o entusiasmo pela beleza, um ideal que pautou a sua vida desde a infância até 1957, ano de sua prematura morte.Apaixonado por estética, fez sua primeira incursão no mundo das belas artes em 1927 – abriu uma galeria de arte, onde chegou a expor trabalhos de Christian Bérard e Jean Cocteau. Alguns anos depois, em 1935, ele passou para o outro lado do balcão e começou a desenhar esboços para a seção de alta costura do jornal parisiense Figaro Illustre.
Era o início de uma carreira meteórica, pautada nos pilares que até hoje sustentam o estilo Dior: simplicidade, sofisticação e cuidado.“Escolha roupas que sejam simples na silhueta e preste muita atenção no caimento. E acima de tudo, cuide de suas roupas”, escreveu Christian Dior em The little dictionary of fashion, um pequeno livro, publicado em 1954, com ótimos conselhos do couturier.
Como a Dior ficou famosa?
Dos primeiros desenhos de Christian Dior às roupas que o eternizaram na história da moda, a verdade é que se passaram apenas três anos. Em 1938, Dior começou a trabalhar como assistente do estilista Robert Piquet e, em 41, entrou para a equipe de Lucien Lelong, até criar sua marca própria, em 1946, com a ajuda do empresário Marcel Boussac. Em 12 de fevereiro do ano seguinte, boom: apresentou sua primeira coleção, com o “new look” do tailleur Bar, conjunto de jaqueta e saia, sendo divulgado com entusiasmo pela impressa e, posteriormente, usado pelas maiores celebridades da época – pense em Brigitte Bardot, Marlene Dietrich, Edith Piaf, Lee Radziwill e a princesa Grace de Mônaco, entre outras mulheres.O luxo sem fru-fru e a feminilidade extrema, quase mulher-flor, propostos por Dior, arrebataram a plateia. Nunca até então um estilo de roupa chegou tão rápido às ruas, se transformando em padrão de estilo, e dividindo a moda em antes e depois.
Qual é o estilo da marca Dior?
Embora o tailleur Bar, que tem esse nome em homenagem ao bar do hotel Plaza Athénée, em Paris, seja de fato a roupa mais famosa da Dior, reinterpretada até hoje por Maria Grazia Chiuri, a atual diretora da casa e primeira mulher a assumir o posto, o estilista francês deixou um legado imenso à moda, incluindo sua visão de business.Em 1949, por exemplo, a Dior já tinha uma casa de prêt-à-porter de luxo do outro lado do oceano, em Nova York, e um perfume pronto para licenciamento. Em 54, abriu um espaço em Londres, e até 1957, ano da morte de seu fundador, eram inacreditáveis 28 ateliês e 1200 funcionários. Dentre as criações memoráveis do designer, destacam-se vestidos coquetel, quase sempre com silhueta em A (Linha A), bem ladylike, longos coluna, prontos para festas, e jaquetas: “A jaqueta Box é quase tão importante quanto um terno. Ela camufla quase tudo e é sempre elegante. Eu amo jaquetas box”, continua Dior em seu Pequeno dicionário.
Mais: estampas florais – ele era um apaixonado por jardins –, laços e padronagem de leopardo são elementos-chave do estilo Dior, que sobreviveu ao seu fundador e tem passado de geração a geração praticamente intacto.
Do terno masculino usado por mulheres, novidade apresentada na coleção de 1951, aos acessórios, passando, claro, pelo tailleur Bar, a Dior, parte do Grupo LVMH desde 1984, é uma das maiores marcas da moda de luxo em todo o mundo e uma lançadora de tendências, que apresenta coleções de prêt-à-porter, alta-costura, masculino e feminino.
A Dior hoje
Desde julho de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri (ex-Valentino) é a diretora criativa da casa. Sob o comando dela, a Dior vem incorporando um discurso mais feminista – da camiseta We should all be feminists ( todos nós devemos ser feministas ) às homenagens a artistas mulheres, como a ucraniana Olesia Trofymenk (inverno 2023) e a portuguesa Joana Vasconcelos, responsável pela cenografia do inverno 2024. E, sem dúvida, ela é uma das que mais souberam honrar o legado de monsieur Dior, resgatando shapes, estampas e cartela de cores. É herança que fala?
Como aderir ao estilo Dior?
Seja com a ajuda de um bom acessório ou adaptando dicas deixadas pelo próprio estilista, é possível conquistar um look Dior, com direito a perfume – item importantíssimo, segundo Christian Dior.
Masculino x feminino
Embora seja o rei da feminilidade, Christian Dior ensina que a elegância mora no equilíbrio. Tanto nas coleções assinadas por ele, quanto nas atuais, os vestidos (muitos com bolsos!) dividem espaço com uma alfaiataria perfeita. Ou seja: a ideia é ter um guarda-roupa que contemple festas e trabalho, mais atual do que nunca, não é mesmo?
Cinza e rosa: suas cores favoritas
Assim como outros estilistas famosos, Christian Dior também tinha suas cores favoritas, que você pode facilmente incorporar. Se para Valentino, é o vermelho, e para Yves Saint-Laurent era o marinho, Dior elegeu o rosa e o cinza – que tingiam desde o seu ateliê, na Avenue Montaigne, até os seus tecidos. Predileção justificada: criado na Normandia, a mansão de sua família era cor-de-rosa e vivia em contraste com o céu nublado do Canal da Mancha. Além disso, Maria Antonieta, rainha francesa que era uma referência de estilo para Dior, tinha devoção ao cinza, “a mais conveniente, usável e elegante cor neutra”, segundo o estilista.
John Galliano, que comandou a casa entre 1996 e 2011, valorizou a cartela deixada pelo fundador no desfile de alta-costura de 2005, e Maria Grazia Chiuri aplicou o cinza até mesmo na coleção resort 2024 e na alta-costura do inverno 2023, incluindo suas variações metalizadas.
Uma Lady Dior
E o que falar dos acessórios Dior? Mesmo que não tenha sido desenhada por Christian Dior, a Lady Dior é claramente uma homenagem ao fundador da marca. Criada nos anos 1990, ela tem pespontos característicos que remetem à palha trançada das cadeiras em estilo Napoleão III que Christian Dior escolheu para decorar seu ateliê. Lançada com o nome Chouchou, foi rebatizada em 1995, quando a princesa Diana desceu de um avião com a bolsa na mão. O acessório virou uma das peças favoritas de Lady Di e até hoje ganha reinterpretações nas mais variadas cores e até em versões artísticas – a cada estação, o projeto Dior Lady Art dá a pintores, escultores e designers carta branca para transformar este ícone em uma obra de arte exclusiva.
A revolução da bolsa Saddle
Outro xodó das mulheres elegantes ou fashionistas que hoje usam a marca é a bolsa Saddle. Invenção de John Galliano para a temporada de primavera 2000 da Dior, a Saddle virou a favorita da geração Y2K, fazendo parte, inclusive, da série mais fashion de todos os tempos, Sex and the city. E sendo carregada até por Beyoncé! Reintroduzida na passarela do inverno 2018 por Maria Grazia, a Saddle voltou recentemente ao patamar de it-bag, com direito a resgate da estampa de onça, tão querida por Christian Dior, e técnicas artesanais. Se a Saddle de Galliano era mais pop, em versões jeans e estampa de camuflagem, a de Chiuri tem acabamentos preciosos, como patchwork e bordados, e alças mais alongadas e removíveis.Resultado: sucesso de público, esteve entre os itens mais vendidos do ano, segundo o site Lyst, e passou a ser usada das mais diversas maneiras: de jeans e regata básica a festas, passando pelo aerolook. Acessórios, vale lembrar, são sempre portas de entradas para grifes e hoje podem ser adquiridos também em locais especializados em second hand.
O sucesso dos perfumes Dior
“Eu acredito que ter um perfume lindo é tão importante para as mulheres quanto ter uma roupa linda. E não pense que você tem que ter um perfume só para você, sua casa inteira pode ter o cheiro dele, especialmente seu quarto”, aconselha Christian Dior.Ainda em 1947, junto com a primeira coleção de alta-costura, o estilista convidou o perfumista Paul Vacher para desenvolver uma fragrância sofisticada e atual, que representasse mulheres livres e independentes (no zeitgeist do pós-guerra). Resultado: um chipre verde, que equilibrava frutas cítricas, flores e patchouli. Miss Dior, uma referência à irmã favorita do costureiro, Catherine, se tornou um ícone, best-seller da perfumaria, e ganhou uma nova versão em 2021, em que a grande estrela é a “sweet love”, uma rosa aveludada. Outro que entrou na lista de perfumes mais famosos do mundo – e que pode ser sua assinatura olfativa – é J’Adore da Dior. Criado em 1999, na virada do século, ele tem notas florais e frutadas, essência de rosa Damascena da Turquia e um frasco que ecoa a silhueta 8 característica da primeira coleção de Christian Dior – sim, a do tailleur Bar.
A paixão pelas flores
De perfumes a bordados e joias, flores são um bom caminho para aderir ao estilo Dior. Nas mãos de Victoire de Castellane, diretora do ateliê de joias da Dior, por exemplo, rosas e até seus espinhos ganham destaque. Na alta-costura, por sua vez, elas aparecem bordadas em efeito 3D delicadíssimo, fazendo jus aos jardins da casa da infância do estilista – dizem que ele tinha pelo menos 20 espécies diferentes de rosas. Atemporais, rosas ganharam um revival com a personagem de Sarah Jessica Parker em Just like that e têm invadido também o guarda-roupa masculino, vide as últimas semanas de moda.
Clássicos nunca morrem
Por fim, e de volta às lições do mestre, na dúvida, escolha o certeiro. Assim como flores e leopardo, xadrez, tweed e tartan estão entre as padronagens “very Dior”, e elegância não tem a ver com dinheiro.“Essa é uma palavra que precisaria de um livro inteiro para defini-la. Eu apenas direi agora que elegância deve ser a combinação certa entre distinção, naturalidade, cuidado e simplicidade. Fora isso, eu acredito que não existe elegância, apenas pretensão.”
Bônus: como saber se uma bolsa Dior é original?
Além do design e da qualidade da matéria-prima, preste atenção nos itens que comprovam a autenticidade de uma peça. O primeiro é o cartão de autenticidade, que vem junto com a bolsa. Cheque também o número de série na etiqueta interna e fique atento à grafia da logomarca – muitas cópias não têm acesso às mesmas fontes usadas pelas grandes maisons e o resultado fica aquém do esperado.
Fonte: Elle. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Crédito fotográfico: Logo Dior. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Christian Dior S.A. (16 de dezembro de 1946, Paris, França) é uma prestigiada casa de moda francesa e uma das marcas de luxo mais influentes do mundo. Fundada pelo estilista Christian Dior (1905 – 1957), a marca revolucionou a moda feminina com o icônico "New Look", lançado em 1947, que trouxe elegância e sofisticação ao pós-guerra. A Dior consolidou-se na alta-costura, prêt-à-porter, perfumaria e acessórios, expandindo sua influência global. Seu primeiro perfume, Miss Dior, também de 1947, tornou-se um clássico, assim como a icônica bolsa Lady Dior, imortalizada pela princesa Diana. Após a morte de Christian Dior, a maison foi liderada por grandes estilistas, incluindo Yves Saint Laurent, Marc Bohan, Gianfranco Ferré, John Galliano, Raf Simons e, atualmente, Maria Grazia Chiuri, primeira mulher à frente da marca. Desde 1984, a Dior faz parte do conglomerado LVMH, liderado por Bernard Arnault, consolidando sua posição como referência máxima no setor de luxo. Com boutiques em diversas partes do mundo e uma presença marcante na cultura da moda, a Dior continua a combinar tradição e inovação, mantendo-se como sinônimo de sofisticação e excelência.
Christian Dior | Arremate Arte
A Christian Dior S.A., conhecida mundialmente como Dior, é um dos maiores ícones da alta-costura e do luxo global. Fundada em 16 de dezembro de 1946, em Paris, por Christian Dior, a marca revolucionou a moda feminina e consolidou Paris como a capital do estilo após a Segunda Guerra Mundial. Seu fundador, nascido em 21 de janeiro de 1905, em Granville, na Normandia, inicialmente se interessou por arte e chegou a abrir uma galeria em Paris nos anos 1920. Com a crise econômica da década de 1930, precisou fechar sua galeria e voltou-se para o desenho de figurinos e ilustrações de moda, trabalhando para estilistas renomados como Robert Piguet e Lucien Lelong.
Com o apoio do empresário Marcel Boussac, Dior abriu sua maison no número 30 da Avenue Montaigne, em Paris, e, em 12 de fevereiro de 1947, lançou sua primeira coleção, que ficaria conhecida como "New Look". Essa nova estética revolucionou a moda feminina, rompendo com a austeridade da Segunda Guerra Mundial ao apresentar peças ultrafemininas, com cinturas marcadas, saias amplas e ombros delicadamente estruturados. O sucesso foi imediato, e Dior rapidamente conquistou celebridades e socialites como Marlene Dietrich, Rita Hayworth e Eva Perón, consolidando-se como o designer mais influente do período.
Com o prestígio da maison em ascensão, a Dior expandiu seus negócios para além da alta-costura. Em 1947, lançou sua primeira fragrância, Miss Dior, um tributo à sua irmã Catherine Dior. Nos anos seguintes, a marca diversificou sua oferta de produtos, incluindo bolsas, sapatos e acessórios, além de lançar sua primeira linha de prêt-à-porter em 1951, tornando sua estética acessível a um público mais amplo. Christian Dior também foi um visionário ao expandir sua marca para os Estados Unidos e outros mercados internacionais, tornando-se responsável por metade das exportações francesas de alta-costura.
A trajetória da maison sofreu um baque com a morte inesperada de Christian Dior em 24 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco. Para sucedê-lo, foi escolhido Yves Saint Laurent, que, aos 21 anos, assumiu a direção criativa da grife, trazendo um olhar moderno e inovador. No entanto, sua abordagem vanguardista gerou controvérsias, levando à sua saída em 1960, quando foi substituído por Marc Bohan, que apostou em uma estética mais clássica e comercialmente bem-sucedida. Nos anos 1980, a Dior passou por instabilidade financeira, até ser adquirida, em 1984, por Bernard Arnault, fundador do grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que revitalizou a maison e a reposicionou no topo do mercado de luxo.
A Dior entrou em uma nova fase com a chegada de Gianfranco Ferré como diretor criativo entre 1989 e 1996, e depois com John Galliano, que permaneceu no cargo de 1996 a 2011. Galliano trouxe uma abordagem teatral, opulenta e altamente inovadora, tornando a Dior referência no segmento de moda experimental e glamour ousado, vestindo celebridades como Charlize Theron, Nicole Kidman e Madonna. No entanto, sua trajetória na marca chegou ao fim em 2011, após um escândalo envolvendo declarações antissemitas. Com sua saída, a maison foi comandada por Raf Simons de 2012 a 2015, que trouxe um design minimalista e elegante, e depois por Maria Grazia Chiuri, que assumiu em 2016, tornando-se a primeira mulher a liderar a Dior. Seu trabalho tem sido marcado por coleções feministas e um forte compromisso com a sustentabilidade.
Atualmente, a Dior é uma das marcas mais valiosas do mundo da moda, com um portfólio que abrange alta-costura, prêt-à-porter, perfumes, cosméticos, bolsas, acessórios e joias. Sob a liderança da LVMH, continua inovando e expandindo suas fronteiras, mantendo sua essência sofisticada e atemporal. Em 2022, inaugurou uma nova flagship na Avenida Montaigne, em Paris, um espaço luxuoso que celebra sua história e herança. Além disso, tem investido cada vez mais em sustentabilidade, com o uso de materiais ecológicos, processos de produção éticos e coleções que refletem preocupações ambientais.
Com quase oito décadas de história, a Dior segue sendo referência de sofisticação e vanguarda, influenciando não apenas a moda, mas também a cultura e o comportamento de consumo no mercado de luxo. Seu legado continua sendo construído com equilíbrio entre tradição e inovação, provando que a moda pode ser atemporal, inspiradora e revolucionária. Sob a direção de Maria Grazia Chiuri e a gestão estratégica de Bernard Arnault, a Dior mantém sua relevância global, consolidando-se como um império que redefine os padrões do luxo.
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O estilista, Christian Dior | Wikipédia
Christian Dior (Granville, França, 21 de janeiro de 1905 – Montecatini Val di Cecina, França 24 de outubro de 1957) foi um importante estilista francês. É o fundador da empresa de vestuário Christian Dior S.A., uma das mais famosas da moda mundial.
Filho de um comerciante de fertilizantes da região do Canal da Mancha, tinha aspirações para ser Arquiteto,mas foi enviado para Paris a fim de estudar Relações Internacionais, uma vez que o seu pai queria que o filho seguisse a carreira diplomática.
Depois de terminar seus estudos no final da década de 20, Christian assumiu uma pequena galeria comprada por seu pai para ele. Lá, ele vendeu junto com amigos artes de artistas como Pablo Picasso. Com o início em 1929 da Grande Depressão, seu pai foi a falência e em 1931 sua mãe acabou falecendo. Devido a estes fatores, Dior teve que fechar sua pequena galeria que seu pai havia comprado.
Em 1938, Christian se tornou designer assistente de Robert Piguet, o principal costureiro de Paris. Em 1941, Dior começou a trabalhar para a marca Lucien Lelong. O seu círculo de amigos expandiu-se e conheceu um importante empresário da indústria têxtil, o francês Marcel Boussac. Marcel financiou a abertura de uma grife de Christian.
Em 1947 inaugurou a Mansão Dior de que o mundo pós-guerra necessitava. Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Isso também ajudou a repercussão do conceito permitindo encerrar a mentalidade do racionamento no pós-guerra. Durante a guerra, Dior vestia desde as esposas dos generais do império Nazista às mulheres francesas.
Ao longo de sua carreira fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. Morreu durante suas férias em Montecatini Val di Cecina, Itália, no dia 23 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Vogue Britânica
Christian Dior foi um costureiro francês, mais conhecido por sua grife homônima, muitas vezes chamada apenas de Dior.
Nascido na cidade litorânea de Granville, na costa da Normandia, em 1905, ele era filho de um rico fabricante de fertilizantes e era um de cinco filhos. Aos cinco anos, ele se mudou com sua família para Paris.
Embora seus pais tivessem esperanças de que ele se tornasse um diplomata, Dior tinha inclinação artística e começou a vender seus esboços na rua para ganhar dinheiro de bolso. Ao sair da escola, Dior assumiu uma pequena galeria de arte que seu pai comprou para ele, onde ele e um amigo vendiam trabalhos de artistas como Pablo Picasso.
Após o início da Grande Depressão em 1929, a morte de sua mãe e seu irmão, e o colapso dos negócios de seu pai, Dior foi forçado a fechar sua galeria de arte. Ele então foi trabalhar com o estilista Robert Piguet até ser convocado para o serviço militar em 1940.
No final de seu serviço em 1942, ele começou a trabalhar para o costureiro Lucien Long, onde ele e Pierre Balmain foram os designers principais. Durante a guerra, Lelong - como outros ateliês franceses, incluindo Jeanne Lanvin e Nina Ricci - vestiu as esposas de oficiais nazistas e colaboradores franceses como uma forma de preservar a indústria da moda durante o conflito, tanto por razões econômicas quanto artísticas.
Ao mesmo tempo, a irmã mais nova de Dior, Catherine, juntou-se à Resistência Francesa, resultando em sua captura pela Gestapo e subsequente prisão no campo de concentração de Ravensbrück. Ela sobreviveu e foi libertada em 1945. Em 1947, Dior nomeou sua fragrância de estreia Miss Dior como uma homenagem a ela.
Ele fundou a casa Christian Dior em 16 de dezembro de 1946 na 30 Avenue Montaigne Paris, apoiado por Marcel Boussac, um magnata do tecido de algodão. Oficialmente, a casa Dior considera 1947 como o ano da concepção, pois foi quando Dior mostrou sua primeira coleção.
Em 12 de fevereiro de 1947, Dior apresentou sua coleção de estreia, apresentando os 90 visuais diferentes. Nomeados "Corolle" e "Huit", os linhas foram rapidamente batizadas de "New Look", uma frase cunhada por Carmel Snow, editora da revista americana Harper's Bazaar.
O visual consistia em uma saia rodada na altura da panturrilha e uma cintura marcada e busto mais cheio do que o visto desde a virada do século. Um refutação às restrições de tecido do pós-guerra - o vestido médio usado 20 metros de tecido - o visual recebeu algumas críticas quando foi lançado.
A opulência dos seus designs contrastava com o sombrio pós-guerra realidade da Europa e ajudou a restabelecer Paris como a cidade alegre capital da moda que já foi.
A casa foi inundada com pedidos e estrelas mundialmente famosas como Rita Hayworth e Margot Fonteyn compraram e usaram peças, aumentando significativamente o perfil da Dior. A Dior foi até convidada para encenar uma apresentação privada da coleção para a família real britânica - embora o Rei George V tenha proibido as jovens princesas, Elizabeth e Margaret, de usar o New Look, caso isso desse um mau exemplo em uma época em que o racionamento ainda estava em vigor.
Ele era conhecido por ser muito supersticioso, uma qualidade que aumentava com a idade. Cada coleção incluía um casaco com o nome de seu local de nascimento, Granville; em cada desfile, pelo menos uma modelo usava um buquê de sua flor favorita, lírio do vale; e ele nunca começava um desfile de alta-costura sem consultar seu leitor de cartas de tarô.
Dior estabeleceu uma casa de luxo prêt-à-porter na esquina da 5ª Avenida com a 57ª Rua em Nova York em novembro de 1948. Foi a primeira do gênero. No mesmo ano, ele lançou Dior Parfums - com Miss Dior sendo a primeira fragrância a ser lançada, e Diorama sendo lançada no ano seguinte.
Em 1949, Dior foi o primeiro costureiro a organizar a produção licenciada de seus designs. Tendo percebido a importância do visual completo - e que o New Look não poderia ser alcançado com sucesso sem os sapatos, luvas e chapéu Dior corretos - Dior, junto com o parceiro de negócios Jacques Rouët, licenciou seu nome para uma gama de acessórios de luxo. Peles, meias, gravatas e perfumes também foram fabricados em centros regionais em todo o mundo, espalhando sua marca rapidamente ao redor do globo. Embora essa mudança tenha sido duramente criticada pela Câmara Francesa de Alta Costura - que denunciou a mudança como um barateamento da indústria de alta costura - o licenciamento se tornou uma mudança lucrativa para Dior e a lição do ateliê foi seguida por quase todas as casas de moda do período.
Em 1955, Yves Saint Laurent, de 19 anos, tornou-se assistente de design da Dior. Christian Dior mais tarde se encontrou com a mãe de Yves Saint Laurent, Lucienne Mathieu-Saint Laurent, em 1957, para lhe contar que havia escolhido Saint Laurent para sucedê-lo na Dior. Ela disse na época que ficou confusa com a observação, pois Dior tinha apenas 52 anos na época.
Pouco depois de seu encontro com a mãe de Saint Laurent, Christian Dior sofreu um ataque cardíaco fatal em 24 de outubro de 1957, deixando a casa em desordem. Cerca de 2.500 pessoas compareceram ao seu funeral, incluindo toda a sua equipe e clientes famosos liderados pela Duquesa de Windsor. Em uma tentativa de estabilizar a marca, Jacques Rouët nomeou Yves Saint-Laurent, então com 21 anos, como diretor artístico.
Saint Laurent permaneceu no cargo até ser recrutado para o exército, período em que foi demitido da Dior por Rouët e substituído por Marc Bohan. Bohan provou ser muito bem-sucedido como substituto de Saint Laurent, definindo uma nova era e uma nova silhueta para a Dior, o Slim Look, uma versão mais moderna e esbelta do formato icônico da Dior.
Em 1978, o Boussac Group entrou com pedido de falência e seus ativos, incluindo a Dior, foram vendidos para o Willot Group. Depois que ele entrou em administração, Bernard Arnault e seu grupo de investimentos compraram as participações do Willot Group por "um franco simbólico" em 1984. Ao assumir o poder, Arnault alterou drasticamente as operações da Dior. Em 1985, Arnault se tornou presidente, CEO e diretor administrativo da Christian Dior. Ele a reposicionou como a holding Christian Dior SA e, em 1988, assumiu uma participação acionária de 32 por cento no capital social da LVMH, criando um dos principais e mais influentes conglomerados de bens de luxo do mundo, enquanto a Christian Dior continua a se destacar como uma megamarca por direito próprio
Gianfranco Ferre foi nomeado diretor estilístico da Christian Dior em 1989, substituindo Marc Bohan. Ele permaneceu nessa posição até 1997.
Em 1997, Arnault nomeou o designer britânico John Galliano para substituir Marc Bohan no comando criativo. "Galliano tem um talento criativo muito próximo ao de Christian Dior. Ele tem a mesma mistura extraordinária de romantismo, feminismo e modernidade que simbolizava Monsieur Dior. Em todas as suas criações - seus ternos, seus vestidos - encontramos semelhanças com o estilo Dior", disse Arnault sobre Galliano.
Galliano foi diretor criativo da Christian Dior até março de 2011, quando foi demitido após ser filmado proferindo comentários antissemitas e supostamente agredindo um membro do público enquanto estava fortemente embriagado em um bar de Paris. O ex-diretor de design da Galliano, Bill Gayten, chefiou a casa até 9 de abril de 2012, quando foi anunciado, após mais de um ano de rumores e especulações, que Raf Simons havia assumido o cargo de "diretor artístico" da casa.
Fonte: Vogue Britânica, por Bibby Sowray, em 5 de abril de 2012. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Mundo das Marcas
A marca CHRISTIAN DIOR é um ícone da moda de alta costura. Afinal, é impossível imaginar a história da moda sem o estilista Christian Dior. Ele inventou o chamado “New Look”, que ao longo de sua história fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. A marca é, talvez, a mais influente e chique do fascinante e extravagante mundo da moda de luxo. Fruto de uma cabeça criativa e inovadora, que adorava romper e quebrar tendências. Moda para mulheres, homens, crianças, além de joias e perfumes incríveis, relógios, maquiagens, acessórios e muito estilo. A DIOR é um império do luxo, admirada e desejada no mundo inteiro.
A história
Considerado o new look da moda internacional até hoje, Christian Dior era uma pessoa de temperamento difícil e complicado, apesar de tímido, mas conhecia como poucos seu ofício quando desenhava croquis para a alta costura francesa. O estilista nasceu na cidade de Granville, pequeno balneário conhecido como a “Mônaco do norte da França”, em 21 de janeiro de 1905. Na época a família Dior tinha uma boa situação financeira, fazendo parte da burguesia rica, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que lhe garantiu uma infância e juventude tranquila, permitindo contato com uma boa educação e, inclusive, acesso às artes desde cedo. Seriam as roseiras de sua mãe, Madeleine, que inspirariam o futuro estilista a criar seus modelos florais e orientais para, como dizia ele, “embelezar as mulheres”. Mesmo com o grande interesse em artes, especialmente o desenho, estudou ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir carreira diplomática. Após terminar o curso, gastou seu tempo viajando pela continente europeu, até que, em 1927, abriu uma pequena galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean, onde a dupla vendia alguns desenhos de Picasso e chegou a expor alguns trabalhos de Christian Bérard. Mas a crise econômica mundial forçou a interrupção do negócio.
Em meados de 1934, Dior enfrentou uma grave doença. E o que é pior, não podia contar mais com o dinheiro da sua família que, desde 1931, atravessava vários problemas financeiros, muito em virtude da crise econômica que assolava o mundo. Em 1935, recuperado e disposto, esse determinado francês da Normandia começou a desenhar croquis para o Figaro Illustre, jornal parisiense que os publicava semanalmente na seção de alta costura. Depois de conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, o inventivo Dior elaborou croquis de roupas e acessórios para várias Maisons de Paris, até que, em 1938, ingressou de cabeça no universo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piguet. Nesse ínterim, explodia a Segunda Guerra Mundial e Dior foi convocado para a batalha, na qual atuou como soldado do corpo de engenheiros. Em 1941, já trabalhando na Maison do estilista francês Lucien Lelong, conheceu o também francês Pierre Balmain, que mais tarde se tornaria um grande e influente estilista. Nessa altura, então com 41 anos de idade, o estilista almejava ter a sua própria Maison e conseguiu concretizar o sonho com a ajuda financeira do então magnata e empresário dos tecidos, Marcel Boussac, no dia 16 de dezembro de 1946 com a fundação da The House of Dior. O lendário endereço em Paris no número 30 da Avenida Montaigne é o mesmo até os dias de hoje.
No dia 12 de fevereiro de 1947, após um árduo trabalho, e ajudado pela sua equipe, que incluía Pierre Cardin, lançou sua primeira coleção de 90 conjuntos em duas linhas: Corolla, composta de casacos, saias plissadas e lápis para o dia, e a linha animal print, com estampas de leopardo para arrasar à noite. A coleção, que apresentou uma revolucionária saia na altura do tornozelo, foi apelidada pela redatora da conceituada revista americana Harper’s Bazaar, Carmel Snow, de “New Look” (“novo visual”, em português). Contendo inúmeras variações e novidades para época, a coleção se tornou um sucesso imediato e deu um “novo ar” à mulher, principalmente pelos ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos, fartos, com cintura bem fininha e ombros à mostra. O modelo que se tornou o símbolo do New Look de Dior foi o tailleur Bar (foto abaixo), um casaquinho com formato de ampulheta de seda bege, acinturado, ombros naturais e ampla saia preta prissada, que vinha quase até a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o sofisticado figurino, que foi seguido fielmente a partir da próxima década. A icônica peça foi apresentada em várias versões em quase todas as 22 coleções de alta-costura que ele desenhou, até sua repentina morte.
Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Ele conquistou de cara o mundo da alta costura pela ousadia e por causar impacto com suas roupas - afinal, para ele, “as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar”. O estilista conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Coco Chanel. Após alguns anos de reclusão, a mulher do pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Nos bailes, que à época se sucediam aos jantares, as mulheres ricas e célebres compareciam usando DIOR. O estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas.
Ainda em 1947 foi criada a divisão de perfumes, conhecida como PARFUMS CHRISTIAN DIOR, que iniciou suas atividades com o lançamento da fragrância Miss Dior, um verdadeiro clássico até os dias de hoje, criado com a colaboração de grandes perfumistas, como por exemplo, Jean Carles e Paul Vacher e, em homenagem a sua irmã Catherine. Nessa época, Dior desenvolve e inicia projetos ainda considerados revolucionários, no pequeno e restrito mundo da alta costura: cria um departamento de peles e assina licenças com fabricantes de acessórios. Em apenas um ano, a coleção New Look teve mais de dez mil encomendas. A volta por cima da beleza feminina fez a cabeça de mulheres célebres, como por exemplo, Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich, para quem ele criou o guarda-roupa inteiro do filme “Stage Fright”, de Alfred Hitchcock. Em 1949, dois anos após a inauguração, a MAISON DIOR já era responsável por mais de 5% das exportações francesas de alta-costura. Nesta época, Christian Dior já tinha uma butique de luxo em Nova York, em plena 5ª Avenida, além de estar bem estabelecido para assinar contratos de licenciamento com empresas americanas, como de meias e gravatas.
No ano de 1954, o estilista mudou tudo com a apresentação da linha H (H de haricot vert, uma “vagem comprida” em português): nada de busto e cintura apertada. Dior inovou mais uma vez ao imprimir estilo com vestidinhos tubulares que escondiam as formas. O vestido-saco revolucionou de forma surpreendente cabeças e corpos. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado, além dos vestidos de tecidos transparentes, com saias sobrepostas e comprimentos dos mais diversos. Ainda em 1954, Londres ganhou uma sucursal da marca e uma butique foi anexada a Maison de Paris. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo longo com a parte superior mais pesada, além de golas grandes que se abriam em forma de V. Já a linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. Fortes referências da marca até hoje, e que ficaram famosas durante os anos de 1950, foram estolas, as mangas três quartos, além do conjunto em tons pastéis de cardigã, blusa e saia de crepe.
Com apenas 52 anos de idade e dez anos depois de fundar sua Maison, Christian Dior faleceu precocemente no dia 24 de outubro de 1957, durante suas férias no litoral italiano, após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Algumas referências informam que o estilista morreu de um ataque cardíaco após engasgar com uma espinha de peixe, outras dizem que o ataque foi resultado de um ardente encontro amoroso. Porém, não se sabe ao certo qual o verdadeiro motivo de sua morte até hoje. A verdade é que Christian Dior deixou um verdadeiro império do luxo, com 22 coleções, 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionavam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados. Além disso, ele ingressou no mercado de massa em Nova York, foi capa da revista Time (segurando a inseparável tesoura de costura) e, ao democratizar suas criações, foi acusado de banalizar a cultura francesa. Estava adiante de seu tempo. Lançou echarpes, lenços de seda, luvas, bijuterias e lingeries com a assinatura CHRISTIAN DIOR. E inaugurou lojas de sua grife na Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão.
Para assumir a direção de criação da Maison, após sua morte, foi escolhido o então jovem (com apenas 21 anos) assistente, irrequieto e talentoso Yves Saint-Laurent, que provocou protestos dos discípulos de Dior por ter criado peças poucos tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos. Apesar disso, a primeira coleção da DIOR após a morte de seu mentor foi magnífica e aclamada pelos críticos. Realizada em apenas nove semanas, as roupas possuíam cortes perfeitos, tecidos requintados e detalhes meticulosos, assim como Christian Dior a faria. Em 1960, Saint-Laurent após ser chamado pelo exército e dois anos depois de ter aberto sua própria Maison, é substituído por Marc Bohan, um estilista francês mais experiente e conservador. Seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, com casacos amplos de cintura apertada, vestidos longos e botas.
No final desta década, dois acontecimentos foram de extrema importância para a marca: em 1967 a inauguração da primeira loja exclusivamente masculina (DIOR HOMME) e, em 1969, o estabelecimento da divisão de cosméticos, que seria responsável por consolidar a marca DIOR ainda mais como um ícone do segmento de luxo. Foi nesta época que a marca lançou sua primeira coleção de óculos. A partir de 1989, o italiano Gianfranco Ferré, em uma clara tentativa de renovação da Maison, foi escolhido como o novo diretor de criação da marca CHRISTIAN DIOR. Logo em sua primeira coleção ganhou o Dedal de Ouro oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Em 1990, lojas sofisticadas da DIOR foram inauguradas em lugares luxuosos de Nova York, Los Angeles e Tóquio. Apesar do crescimento, nenhum desses três nomes conseguiu perpetuar com a mesma intensidade o brilho característico de Christian Dior. A mais reverenciada marca da moda então se tornou uma Bela Adormecida no universo da moda.
O ressurgimento começaria em 1996, quando John Galliano, que apesar da cidadania inglesa nasceu em Gibraltar, assumiu o cargo de diretor criativo da grife, responsável pela criação das coleções de alta costura e prêt-à-porter feminino. E chegou para incendiar a marca francesa. O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o respaldo de ninguém menos que Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, influente conglomerado do segmento de marcas de luxo, que havia adquirido a grife francesa no ano de 1984. Ao colocar Galliano, um rebelde, inglês e iniciante, à frente da MAISON DIOR, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a marca voltou a gerar dinheiro e lucros. John Galliano causou uma verdadeira reviravolta saudável na DIOR. Houve dois “escândalos”, no bom sentido da palavra, que fizeram com que a marca voltasse aos tempos de glórias: a simples contratação de John Galliano e a “coleção dos mendigos”, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela. O estilista, sempre convicto de que o esquisito, mesmo chocante, vende, colocou então nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Considerado um gênio rebelde, o estilista falava pouco em público, mas não precisava disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta costura, modelos exibiram vestidos em estilo imperial, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas.
Nomeado diretor artístico de todas as coleções femininas DIOR (alta-costura, prêt-à-porter, acessórios, cosméticos e sapatos) em 1999 ele também passou a cuidar da comunicação da marca, desde as campanhas publicitárias até o design das vitrines. Apesar do enorme sucesso, seu temperamento forte e rebeldia iriam causar problemas para a marca. E isto aconteceu no início de março de 2011 quando o estilista, filho de um encanador inglês e de uma espanhola, depois de ter sido suspenso de suas atividades após ser detido em Paris, acusado de insultos antissemitas á um casal em um bar, foi demitido pela marca francesa. Após Bill Gaytten assumir o posto como interino, finalmente em 2012, o belga Raf Simons foi nomeado novo diretor criativo da Maison.
Em 2016 a estilista italiana Maria Grazia Chiuri assumiu a direção-artística da DIOR, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo na história da marca. A estilista chegou à grife francesa com a missão de conquistar uma clientela mais jovem. Apesar de suas inspirações serem diversas, as primeiras coleções assinadas por Chiuri foram marcadas por um tom poético, que também misturava um discurso de engajamento. Em seu desfile de estreia, um dos modelos era composto por uma camiseta com a mensagem “We all should be feminist” (“Todos nós devemos ser feministas” em português). Com visão conceitual e artística, adotando um ponto de vista feminista por meio de colaborações com artistas e intelectuais, a estilista vem utilizando uma prática ancorada na elegante feminilidade que Monsieur Dior apreciava. A DIOR também vem tendo sucesso na venda de bolsas, especialmente em virtude das reedições e reinterpretações de modelos famosos como a Saddle (conhecida como a bolsa-sela), a Lady Dior e a Tote. Além disso, em 2018, lançou o ABCDior, novo serviço da marca que permite à clientes personalizar acessórios (como bolsas e lenços) com suas iniciais.
A linha do tempo
1953
● Lançamento de sua primeira linha de batons (batizada de ROUGE DIOR), composta por oito tonalidades de vermelho, cor que se tornaria símbolo da marca.
● Lançamento do EAU FRAÎCHE, primeiro perfume unissex na história do segmento.
1954
● Lançamento do primeiro produto de maquiagem da grife, o lápis de boca (delineador).
1967
● Lançamento da primeira coleção BABY DIOR, especialmente criada para crianças de 0 a 4 anos.
1968
● A marca uniu a moda e a beleza ao lançar uma linha de maquiagens chamada HYDRA DIOR.
● Lançamento da CHRISTIAN DIOR TRICOT, uma coleção de roupas feitas em crochê.
1969
● Lançamento da EXPLOSION OF COLOR, uma completa e moderna linha de maquiagens composta por blush, pós, delineadores, entre outros itens.
1970
● Revolucionou o mercado ao introduzir o desfile de produtos de maquiagem, mostrando cores e tendências que marcaram época, estabelecendo a DIOR como um gigante no mundo da moda.
1972
● Lançamento do perfume DIORELLA, um verdadeiro “sopro de ar fresco”.
1973
● Lançamento da primeira linha de produtos para tratamento da pele.
1975
● Lançamento do BLACK MOON, primeiro relógio da marca DIOR.
1979
● Lançamento do perfume DIORESSENCE.
1980
● Lançamento do perfume masculino JULES.
1983
● Lançamento do CAPTURE, um creme anti-idade que possuía em sua formulação lipossomas, microcápsulas que penetram na pele e previnem o envelhecimento.
1985
● Lançamento do POISON, um dos perfumes de maior sucesso da grife francesa.
1988
● Lançamento do perfume masculino FAHRENHEIT, que se transformaria em um fenômeno de vendas.
1991
● Lançamento do perfume feminino DUNE, que ganharia sua versão masculina seis anos mais tarde.
1994
● Lançamento da bolsa LADY DIOR, cuja característica principal era o “cannage” - desenho de cana da Índia - com letras DIOR soltas na alça. O nome é uma homenagem à princesa Diana, embaixadora mundial da marca e então amiga de Bernard Arnault, presidente do conselho e principal executivo do Grupo LVMH.
1995
● Lançamento do perfume DOLCE VITA em sua tradicional embalagem amarela.
1996
● Relançamento da coleção de óculos da grife ao comando de John Galliano.
1998
● Lançamento do perfume HYPNOTIC POISON.
● Lançamento de sua primeira linha de joias, criada e dirigida por Victoire de Castellane.
1999
● Lançamento do J’ADORE, um perfume refrescante com misturas de orquídeas, violetas, rosas e um tipo especial de almíscar. O perfume foi batizado com esse nome graças à expressão usada constantemente por John Galliano (traduzida do francês, significa “eu adoro”).
● Lançamento da famosa bolsa saddle bag, modelo em forma de sela com alça curta. Anualmente o modelo de bolsa ganha novas versões, aumentando ainda mais a enorme legião de fãs.
2001
● Em janeiro, o estilista francês Hedi Slimane estreou a nova DIOR HOMME, aclamada como uma das melhores coleções de moda masculina da época, com pitadas de androginia e glamour do rock’n roll.
2002
● Lançamento do perfume feminino FOREVER and EVER.
● Lançamento do perfume ADDICT.
2003
● Lançamento do perfume feminino CHRIS 1947 em homenagem a fundação da grife.
2005
● Lançamento dos perfumes MISS DIOR CHÉRIE (para um público feminino mais jovem) e DIOR HOMME.
2006
● Lançamento do DIOR CAPTURE TOTALE, primeiro produto anti-idade baseado em uma extensa pesquisa tecnológica e sociológica, que oferece resultados extraordinários e conta com tecnologias de vanguarda em sua composição, como a utilização do Complexo Alpha-Longoza.
● Lançamento da DIOR GAUCHO, bolsa extravagante com grandes fivelas e chaves penduradas, que rapidamente se tornou a preferida de celebridades como Sienna Miller, Keira Knightley, Penélope Cruz e Gisele Bündchen. Inspirada nos pampas, o modelo tem versões em jeans, náilon e couro.
2007
● Lançamento do perfume feminino MIDNIGHT POISON com o slogan “A new Cinderella was born”. O perfume era uma mistura perfeita de rosa da Bulgária, jasmim, flor de laranjeira, baunilha e sândalo.
2008
● Lançamento do DIOR PHONE, um luxuoso celular com acabamento de diamantes incrustados e detalhes em couro de jacaré. Além de câmera, tela touchscreen e o nome da marca, o aparelho vinha com um mini-celular, apelidado de “My Dior”, que servia para prender do lado de fora da bolsa ou colocar no bolso, para quando alguém ligar, não fosse preciso revirar toda a bolsa para atender a chamada.
2009
● Lançamento do DIOR SÉRUM DE ROUGE, um batom cuja textura saturada com ingredientes ativos e enriquecida com puros pigmentos enche os lábios de cores luminosas e destacam sua aparência dia após dia. Para ajudar no combate ao tempo, principal causa da perda de volume e descoloração dos lábios, o Centro de Inovação Dior desenvolveu um exclusivo complexo de ingredientes ativos que age tanto na superfície quanto no interior dos lábios. Dia após dia, eles recuperam sua firmeza e curvas suntuosas. Claramente definido, o contorno dos lábios se torna mais proeminente e reconquista seu tom rosado natural.
2011
● Lançamento da coleção de maquiagem GRIS MONTAIGNE, inspirada na primeira loja da grife e baseada nos tons rosa e cinza. A exclusiva paleta Dior Cannage, realçada pelos famosos amuletos em metal D-I-O-R, se tornou uma verdadeira vitrine para os olhos e objeto de desejo para milhões de mulheres.
2012
● Inauguração em Taipei (Taiwan) da sua maior loja no mundo até então. Com 19.410 m², o primeiro andar era reservado para joias, relógios, bolsas e artigos de couro, além de contar com uma área exclusiva para criar versões customizadas da icônica bolsa Lady Dior. O espaço ainda abrigava a DIOR COUTURE (alta costura), três salões destinados ao prêt-à-porter, um destinado aos sapatos e dois andares para a DIOR HOMME, a coleção masculina da grife.
2016
● Lançamento do perfume LA COLLE NOIRE, em homenagem à querida casa de verão de Christian Dior, na região de Grasse, na França, e que tem em sua composição rosas, sândalo do Sri Lanka, alguns tipos de madeira, almíscar branco e âmbar.
2018
● Lançamento do perfume JOY, que une aromas de frutos cítricos, rosa, jasmim e sândalo. A atriz Jennifer Lawrence, que é embaixadora da linha Dior Acessórios desde 2013, foi a escolhida para dar vida às campanhas publicitárias do novo perfume.
2019
● Inauguração da primeira loja da grife totalmente dedicada à moda casa (coleções de mesa, têxteis e móveis).
● Lançamento da bolsa 30 MONTAIGNE, inspirada no icônico endereço da marca em Paris. Com o design adornado com as iniciais do estilista, o modelo leva a assinatura 30 Montaigne gravada na parte de trás.
2020
● Lançamento da CAPTURE TOTALE CELL ENERGY, uma linha de tratamento de pele high-tech e sustentável recheada de ingredientes naturais. A novidade tem como ideia “reanimar” as células-tronco (de alto poder regenerativo) presentes em nosso organismo e tem aprovação de ninguém menos que Gisele Bündchen.
As obras olfativas
A assinatura da DIOR: fragrâncias de alta qualidade, originais e intemporais. Desde o início de sua carreira, Christian Dior cercou-se dos maiores perfumistas do seu tempo, com o objetivo de criar fragrâncias excepcionais. Em 1947 foi Paul Vacher que criou a base do perfume Miss Dior. Ele também criou Diorling em 1963. Chamou também seu amigo Edmond Roudnitska para compor alguns de seus primeiros perfumes, batizados Diorama (1949) e Diorissimo (1956), este último baseado no lírio do vale, flor predileta do estilista. Ele também criou Eau Sauvage (primeira fragrância masculina da marca), uma verdadeira revolução após a sua criação, em 1966, que se tornou um dos clássicos da atualidade. A partir da década de 1980 a marca lançou perfumes de enorme sucesso mundial como Poison (1985), Fahrenheit (1988), Dune (1991), Dolce Vita (1995), J’adore (1999) e Addict (2002).
O Laboratório Criativo é o lugar onde mais de 2.500 matérias-primas que ajudam a criar os perfumes da DIOR são indexados, armazenados e pesados. Situado em Paris, este templo para artesanato e especialização é colocado a serviço de uma perfumaria que está cada vez mais audaciosa e surpreendente. As matérias-primas são cuidadosamente selecionadas e vêm dos melhores produtores de todo o mundo. Já na fábrica DIOR, localizada em Saint Jean de Braye, é que todos os perfumes são produzidos. O local possui sua própria cave, onde aproximadamente 600 ingredientes são estocados. Já as artesãs dominam técnicas esquecidas, como o segredo do laço de poignard que ornamenta cada frasco do extrato de perfume Miss Dior, a assinatura da primeira fragrância da Maison. As artesãs que realizam os laços de cetim dominam também outro savoir-faire único, o laço da tampa do perfume: o uso do fio de ouro que decora o frasco do extrato J’adore. Ele é enrolado e depois selado à mão, graças a uma sucessão de gestos precisos que evocam uma elegante coreografia que somente essas mãos sabem fazer. Todos os dias, François Demachy, que desde 2006 ocupa o cargo de Perfumista-Criador, usa esses ingredientes de qualidade excepcional em suas composições. Desde 1947 a marca francesa tem colaborado com alguns dos maiores perfumistas do mundo para criar verdadeiras obras olfativas (tem em seus arquivos mais de 150 perfumes).
Os ícones
As principais estampas icônicas da marca são a Toile de Jouy (uma estampa criada no século 18 que consiste em um tecido de fundo branco ou off-white, estampado em vermelho, azul ou preto, com desenhos que descrevem a vida campestre), o muguet (flor símbolo da sorte de Christian Dior) e as abelhas. A cultura floral esteve presente de forma intensa na vida de Christian Dior, já que a casa de seus pais, na Normandia, tinha um fantástico jardim à beira mar. Ao absorver as composições olfativas e também a paleta de cores diversificada das flores, o estilista souber transportar tais referências para o mundo da moda. O Lírio do Vale costurado entre forros ou aplicados nos botões é um dos exemplos; e os perfumes, consequentemente, também foram contemplados com o conhecimento botânico do estilista, que tinha a rosa como flor preferida.
A joia da coroa
Se existe um ícone da marca francesa ele está localizado na lendária Avenue Montaigne em Paris. Inaugurada no dia 16 de dezembro de 1946, onde antes existia um pequeno hotel e alguns meses antes da revolução do New Look, o supersticioso Christian Dior escolheu o número 30 para instalar as primeiras oficinas de sua Maison. Ele então confiou a decoração do local a Victor Grandpierre - as palavras de ordem: sobriedade e elegância. A ideia: permitir que apenas os desenhos e silhuetas de Christian Dior inspirassem os olhos e as mulheres. Depois de 7 anos o lugar ocupava 5 imóveis, possuía 28 ateliês e empregava mais de mil pessoas.
Esta icônica loja âncora (chamada em inglês de flagship store) da DIOR passou por sua primeira grande reforma e foi reinaugurada em 2009 para ser reconhecida com uma das mais luxuosas do planeta. A reforma fazia parte das comemorações pelos 60 anos da grife francesa e a reabertura contou com a presença de celebridades como Sharon Stone, Elton John, Juliette Binoche e Monica Belluci. Entre as novidades do projeto assinado pelo arquiteto Peter Marino estavam um salão de sapatos exclusivos para clientes VIPs, com os modelos apresentados na última coleção de alta-costura, e frases escritas na parede como “Look Good” ou “J’adore” pelo artista Rob Wynne. A ideia foi criar um clima “residencial” dentro da loja, resgatando elementos do legado de Christian Dior. A loja ampliou seus salões para a coleção prêt-à-porter e deu maior destaque para as bolsas (que incluíam os modelos Samurai e Gaucho, além da clássica Lady Dior em novos materiais, então campeãs de vendas na DIOR). Em 2019 este símbolo da marca, lar original do ateliê fundado pelo Monsieur Christian Dior, fechou suas portas temporariamente para uma enorme reforma, que deve durar aproximadamente dois anos.
Com sua “joia da coroa” fechada para reforma, a marca não quis deixar os amantes da Maison de Christian Dior sem um endereço à altura na cidade luz. Por isso, no mês de julho de 2019, inaugurou uma nova loja (foto abaixo) na badalada Avenida Champs-Elysées, um dos principais cartões postais da capital francesa. A fachada da nova loja é incrivelmente similar à flagship original da grife. Para garantir a semelhança, a técnica de perspectiva trompe-l’oeil foi aplicada no tecido que revestiu o novo prédio e o resultado impressiona. O endereço tem paredes decoradas com o clássico Toile de Jouy, disponibiliza roupas, acessórios, joias, sapatos, perfumes e oferece diversos tipos de personalização, como bordados, impressões e hot stamping, que ficam prontos em até uma hora. A loja também vende as coleções de moda casa. O espaço de 890 m² permanecerá aberto até que a loja do histórico número 30 da Avenue Montaigne esteja pronta para receber sua exigente clientela.
A evolução visual
A identidade visual da marca francesa passou por algumas modificações ao longo dos anos. Em 2018 a marca apresentou um novo logotipo: todo em letras maiúsculas e com nova tipografia.
Em muitos casos a marca utiliza apenas a designação DIOR, que acompanhou ao padrão da nova identidade visual.
A marca também utiliza um monograma com as letras CD (aparece em abundância em seus produtos), que ganhou novos designs no decorrer dos anos. A primeira alteração ocorreu em 2011. O atual monograma foi lançado em outubro de 2013.
Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 16 de dezembro de 1946
● Fundador: Christian Dior
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: Christian Dior Couture SA
● Capital aberto: Não (subsidiária da LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.)
● CEO: Pietro Beccari
● Diretor criativo: Maria Grazia Chiuri e Kim Jones
● Faturamento: €2 bilhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Valor da marca: US$ 6.045 bilhões (2019)
● Lojas: 205
● Presença global: 150 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Europa, Ásia e Estados Unidos
● Funcionários: 6.280
● Segmento: Moda de luxo
● Principais produtos: Roupas, sapatos, perfumes, cosméticos e acessórios
● Concorrentes diretos: Chanel, Gucci, Prada, Versace, Burberry, Givenchy, Hermès, Fendi e Valentino
● Ícones: O New Look
● Website: www.dior.com/pt_br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca DIOR está avaliada em US$ 6.045 bilhões, ocupando a posição de número 82 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2019.
A marca no mundo
A tradicional marca de moda de luxo, que já revelou estilistas como Yves Saint-Lauren, Gianfranco Ferré e John Galliano, têm sua sede no famoso endereço Avenida Montaigne 30, na cidade de Paris, conta com mais de 200 lojas próprias nos pontos mais exclusivos do planeta, além de vender seus produtos dentro das mais sofisticadas lojas de departamento do mundo. Com presença em 150 países, emprega mais de 6.200 pessoas e fatura estimados €2 bilhões anualmente (sem contar perfumes e cosméticos). O principal mercado da DIOR é a Europa (responde por aproximadamente 40% das vendas), seguido da região Ásia-Pacífico com 30% e dos Estados Unidos com 23%. Apesar de estar presente no Brasil desde 1958 (através de licenciamento) a marca desembarcou oficialmente no país somente em 1999, com a inauguração de uma loja na badalada Rua Haddock Lobo em São Paulo. Hoje a DIOR tem apenas uma loja no Brasil, localizada no Shopping Cidade Jardim em São Paulo.
Você sabia?
● A marca tem toda sua linha de cosméticos desenvolvida no Dior Science Observatory, um centro de inovação localizado em Paris, onde mais de 200 pesquisadores criam produtos com texturas surpreendentes, sistemas de hidratação únicos da pele e formulações revolucionárias.
● Favorito das estrelas da sétima arte, Christian Dior fisgou a atenção de famosas rapidamente, já que seu nome começou a circular mundialmente logo após seu primeiro desfile. Elizabeth Taylor foi uma delas, e usou o New Look para receber o Oscar de melhor atriz em 1961; Grace Kelly se vestiu de DIOR no noivado em 1956; e Ingrid Bergman também ostentou, no filme “Indiscret” (1958), um vestido da Maison. Já no campo das artes, o estilista tinha muitas amizades, entre as quais com Jean Cocteau e Max Jacob.
Fonte: Mundo das Marcas. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Britannica
Christian Dior (nascido em 21 de janeiro de 1905, Granville, França — falecido em 24 de outubro de 1957, Montecatini, Itália) foi um estilista francês cujo estilo New Look — caracterizado por roupas ultrafemininas e altamente esculpidas — dominou a moda na década seguinte à Segunda Guerra Mundial. Sua casa de moda homônima é uma das mais icônicas do mundo.
Início da vida e carreira artística
Dior foi um dos cinco filhos de Marie-Madeleine Dior (nascida Martin) e Alexandre Louis Maurice Dior, que possuíam um lucrativo negócio de manufatura. A família mais tarde dividiu seu tempo entre Paris e uma vila em Granville, França. Seus pais queriam que ele se tornasse um diplomata, e Christian Dior estudou ciência política na Universidade de Paris. No entanto, sua verdadeira paixão era a arte e, quando tinha pouco mais de 20 anos, ele começou a vender ilustrações na rua.
Mais tarde, com ajuda financeira de seu pai, Dior abriu uma pequena galeria de arte. Lá, ele expôs obras de artistas como Salvador Dalí, Man Ray e Jean Cocteau. No entanto, no meio da Grande Depressão (1929–39), o negócio de seu pai faliu, e o jovem Dior foi forçado a fechar a galeria. Posteriormente, ele encontrou trabalho como ilustrador de moda, contratado por vários designers, bem como pela revista Figaro Illustré.
Em 1938, Dior se tornou um designer assistente do principal costureiro de Paris, Robert Piguet. Dior disse mais tarde: “Finalmente, eu conheceria os meios misteriosos pelos quais uma ideia é transformada em um vestido.” Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–45), ele serviu no exército até a França cair para a Alemanha em 1940. No ano seguinte, ele se juntou à casa do designer Lucien Lelong.
Casa Dior
“Numa época tão sombria como a nossa, o luxo deve ser defendido centímetro a centímetro”.
A sensação da noite para o dia do New Look foi seguida por 10 anos de sucesso extraordinário. Na década de 1950, a Dior introduziu uma variedade de novas silhuetas, incluindo a linha H, a linha A e a linha Y. A Dior foi fundamental na comercialização da moda parisiense em nível mundial e na recuperação para os costureiros parisienses do terreno que havia sido temporariamente perdido para os designers americanos. Seus seguidores devotados incluíam socialites, celebridades e realeza. No entanto, nem todos gostavam de seu trabalho. A lendária designer francesa Coco Chanel, que era conhecida por roupas simples, afirmou que a Dior "não veste mulheres, ele as estofa".
Dior também se ramificou para outras áreas. Notavelmente, em 1947 ele lançou seu primeiro perfume, Miss Dior, que foi inspirado por sua irmã mais nova, Catherine Dior. Membro da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi capturada, torturada e então presa no campo de concentração de Ravensbrück na Alemanha. Ela foi finalmente libertada pelas tropas soviéticas em 1945. Além do perfume, Christian Dior também adicionou sapatos, maquiagem e acessórios à sua marca.
Morte e legado
Em 1956, Dior publicou a autobiografia Christian Dior et moi (Dior por Dior). No ano seguinte, ele sofreu um ataque cardíaco fatal enquanto estava de férias na Itália. Seu assistente, Yves Saint Laurent assumiu a casa de alta costura. Saint Laurent ocupou essa posição até 1960, quando foi convocado para o exército francês. Os diretores criativos subsequentes da Casa Dior incluíram Marc Bohan, Gianfranco Ferré e John Galliano. Christian Dior foi o tema da série de TV The New Look.
Fonte: Britannica. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Dior: a história, a importância e os ícones da marca | ELLE
“This is a new look!”. Foi por essa expressão, cunhada pela editora de moda estadunidense Carmel Snow, em 1947, que a primeira coleção de Christian Dior, batizada originalmente como Linha Corola, ficou conhecida – e revolucionou a moda no pós-guerra.O novo visual criado por Dior e exaltado por Carmel era de fato inédito, impensável até para o período em que foi desfilado: consistia em roupas extremamente femininas, costuradas a partir de metros e metros de tecidos, numa época em que as pessoas (e as marcas) saíam do racionamento de matérias-primas imposto pelos conflitos na Europa. Em uma única palavra, luxo.Nascido em 1905, em Granville, no interior da França, curiosamente, o próprio Dior chegou a ser convocado para a Segunda Guerra Mundial, mas nem isso fez com que perdesse o entusiasmo pela beleza, um ideal que pautou a sua vida desde a infância até 1957, ano de sua prematura morte.Apaixonado por estética, fez sua primeira incursão no mundo das belas artes em 1927 – abriu uma galeria de arte, onde chegou a expor trabalhos de Christian Bérard e Jean Cocteau. Alguns anos depois, em 1935, ele passou para o outro lado do balcão e começou a desenhar esboços para a seção de alta costura do jornal parisiense Figaro Illustre.
Era o início de uma carreira meteórica, pautada nos pilares que até hoje sustentam o estilo Dior: simplicidade, sofisticação e cuidado.“Escolha roupas que sejam simples na silhueta e preste muita atenção no caimento. E acima de tudo, cuide de suas roupas”, escreveu Christian Dior em The little dictionary of fashion, um pequeno livro, publicado em 1954, com ótimos conselhos do couturier.
Como a Dior ficou famosa?
Dos primeiros desenhos de Christian Dior às roupas que o eternizaram na história da moda, a verdade é que se passaram apenas três anos. Em 1938, Dior começou a trabalhar como assistente do estilista Robert Piquet e, em 41, entrou para a equipe de Lucien Lelong, até criar sua marca própria, em 1946, com a ajuda do empresário Marcel Boussac. Em 12 de fevereiro do ano seguinte, boom: apresentou sua primeira coleção, com o “new look” do tailleur Bar, conjunto de jaqueta e saia, sendo divulgado com entusiasmo pela impressa e, posteriormente, usado pelas maiores celebridades da época – pense em Brigitte Bardot, Marlene Dietrich, Edith Piaf, Lee Radziwill e a princesa Grace de Mônaco, entre outras mulheres.O luxo sem fru-fru e a feminilidade extrema, quase mulher-flor, propostos por Dior, arrebataram a plateia. Nunca até então um estilo de roupa chegou tão rápido às ruas, se transformando em padrão de estilo, e dividindo a moda em antes e depois.
Qual é o estilo da marca Dior?
Embora o tailleur Bar, que tem esse nome em homenagem ao bar do hotel Plaza Athénée, em Paris, seja de fato a roupa mais famosa da Dior, reinterpretada até hoje por Maria Grazia Chiuri, a atual diretora da casa e primeira mulher a assumir o posto, o estilista francês deixou um legado imenso à moda, incluindo sua visão de business.Em 1949, por exemplo, a Dior já tinha uma casa de prêt-à-porter de luxo do outro lado do oceano, em Nova York, e um perfume pronto para licenciamento. Em 54, abriu um espaço em Londres, e até 1957, ano da morte de seu fundador, eram inacreditáveis 28 ateliês e 1200 funcionários. Dentre as criações memoráveis do designer, destacam-se vestidos coquetel, quase sempre com silhueta em A (Linha A), bem ladylike, longos coluna, prontos para festas, e jaquetas: “A jaqueta Box é quase tão importante quanto um terno. Ela camufla quase tudo e é sempre elegante. Eu amo jaquetas box”, continua Dior em seu Pequeno dicionário.
Mais: estampas florais – ele era um apaixonado por jardins –, laços e padronagem de leopardo são elementos-chave do estilo Dior, que sobreviveu ao seu fundador e tem passado de geração a geração praticamente intacto.
Do terno masculino usado por mulheres, novidade apresentada na coleção de 1951, aos acessórios, passando, claro, pelo tailleur Bar, a Dior, parte do Grupo LVMH desde 1984, é uma das maiores marcas da moda de luxo em todo o mundo e uma lançadora de tendências, que apresenta coleções de prêt-à-porter, alta-costura, masculino e feminino.
A Dior hoje
Desde julho de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri (ex-Valentino) é a diretora criativa da casa. Sob o comando dela, a Dior vem incorporando um discurso mais feminista – da camiseta We should all be feminists ( todos nós devemos ser feministas ) às homenagens a artistas mulheres, como a ucraniana Olesia Trofymenk (inverno 2023) e a portuguesa Joana Vasconcelos, responsável pela cenografia do inverno 2024. E, sem dúvida, ela é uma das que mais souberam honrar o legado de monsieur Dior, resgatando shapes, estampas e cartela de cores. É herança que fala?
Como aderir ao estilo Dior?
Seja com a ajuda de um bom acessório ou adaptando dicas deixadas pelo próprio estilista, é possível conquistar um look Dior, com direito a perfume – item importantíssimo, segundo Christian Dior.
Masculino x feminino
Embora seja o rei da feminilidade, Christian Dior ensina que a elegância mora no equilíbrio. Tanto nas coleções assinadas por ele, quanto nas atuais, os vestidos (muitos com bolsos!) dividem espaço com uma alfaiataria perfeita. Ou seja: a ideia é ter um guarda-roupa que contemple festas e trabalho, mais atual do que nunca, não é mesmo?
Cinza e rosa: suas cores favoritas
Assim como outros estilistas famosos, Christian Dior também tinha suas cores favoritas, que você pode facilmente incorporar. Se para Valentino, é o vermelho, e para Yves Saint-Laurent era o marinho, Dior elegeu o rosa e o cinza – que tingiam desde o seu ateliê, na Avenue Montaigne, até os seus tecidos. Predileção justificada: criado na Normandia, a mansão de sua família era cor-de-rosa e vivia em contraste com o céu nublado do Canal da Mancha. Além disso, Maria Antonieta, rainha francesa que era uma referência de estilo para Dior, tinha devoção ao cinza, “a mais conveniente, usável e elegante cor neutra”, segundo o estilista.
John Galliano, que comandou a casa entre 1996 e 2011, valorizou a cartela deixada pelo fundador no desfile de alta-costura de 2005, e Maria Grazia Chiuri aplicou o cinza até mesmo na coleção resort 2024 e na alta-costura do inverno 2023, incluindo suas variações metalizadas.
Uma Lady Dior
E o que falar dos acessórios Dior? Mesmo que não tenha sido desenhada por Christian Dior, a Lady Dior é claramente uma homenagem ao fundador da marca. Criada nos anos 1990, ela tem pespontos característicos que remetem à palha trançada das cadeiras em estilo Napoleão III que Christian Dior escolheu para decorar seu ateliê. Lançada com o nome Chouchou, foi rebatizada em 1995, quando a princesa Diana desceu de um avião com a bolsa na mão. O acessório virou uma das peças favoritas de Lady Di e até hoje ganha reinterpretações nas mais variadas cores e até em versões artísticas – a cada estação, o projeto Dior Lady Art dá a pintores, escultores e designers carta branca para transformar este ícone em uma obra de arte exclusiva.
A revolução da bolsa Saddle
Outro xodó das mulheres elegantes ou fashionistas que hoje usam a marca é a bolsa Saddle. Invenção de John Galliano para a temporada de primavera 2000 da Dior, a Saddle virou a favorita da geração Y2K, fazendo parte, inclusive, da série mais fashion de todos os tempos, Sex and the city. E sendo carregada até por Beyoncé! Reintroduzida na passarela do inverno 2018 por Maria Grazia, a Saddle voltou recentemente ao patamar de it-bag, com direito a resgate da estampa de onça, tão querida por Christian Dior, e técnicas artesanais. Se a Saddle de Galliano era mais pop, em versões jeans e estampa de camuflagem, a de Chiuri tem acabamentos preciosos, como patchwork e bordados, e alças mais alongadas e removíveis.Resultado: sucesso de público, esteve entre os itens mais vendidos do ano, segundo o site Lyst, e passou a ser usada das mais diversas maneiras: de jeans e regata básica a festas, passando pelo aerolook. Acessórios, vale lembrar, são sempre portas de entradas para grifes e hoje podem ser adquiridos também em locais especializados em second hand.
O sucesso dos perfumes Dior
“Eu acredito que ter um perfume lindo é tão importante para as mulheres quanto ter uma roupa linda. E não pense que você tem que ter um perfume só para você, sua casa inteira pode ter o cheiro dele, especialmente seu quarto”, aconselha Christian Dior.Ainda em 1947, junto com a primeira coleção de alta-costura, o estilista convidou o perfumista Paul Vacher para desenvolver uma fragrância sofisticada e atual, que representasse mulheres livres e independentes (no zeitgeist do pós-guerra). Resultado: um chipre verde, que equilibrava frutas cítricas, flores e patchouli. Miss Dior, uma referência à irmã favorita do costureiro, Catherine, se tornou um ícone, best-seller da perfumaria, e ganhou uma nova versão em 2021, em que a grande estrela é a “sweet love”, uma rosa aveludada. Outro que entrou na lista de perfumes mais famosos do mundo – e que pode ser sua assinatura olfativa – é J’Adore da Dior. Criado em 1999, na virada do século, ele tem notas florais e frutadas, essência de rosa Damascena da Turquia e um frasco que ecoa a silhueta 8 característica da primeira coleção de Christian Dior – sim, a do tailleur Bar.
A paixão pelas flores
De perfumes a bordados e joias, flores são um bom caminho para aderir ao estilo Dior. Nas mãos de Victoire de Castellane, diretora do ateliê de joias da Dior, por exemplo, rosas e até seus espinhos ganham destaque. Na alta-costura, por sua vez, elas aparecem bordadas em efeito 3D delicadíssimo, fazendo jus aos jardins da casa da infância do estilista – dizem que ele tinha pelo menos 20 espécies diferentes de rosas. Atemporais, rosas ganharam um revival com a personagem de Sarah Jessica Parker em Just like that e têm invadido também o guarda-roupa masculino, vide as últimas semanas de moda.
Clássicos nunca morrem
Por fim, e de volta às lições do mestre, na dúvida, escolha o certeiro. Assim como flores e leopardo, xadrez, tweed e tartan estão entre as padronagens “very Dior”, e elegância não tem a ver com dinheiro.“Essa é uma palavra que precisaria de um livro inteiro para defini-la. Eu apenas direi agora que elegância deve ser a combinação certa entre distinção, naturalidade, cuidado e simplicidade. Fora isso, eu acredito que não existe elegância, apenas pretensão.”
Bônus: como saber se uma bolsa Dior é original?
Além do design e da qualidade da matéria-prima, preste atenção nos itens que comprovam a autenticidade de uma peça. O primeiro é o cartão de autenticidade, que vem junto com a bolsa. Cheque também o número de série na etiqueta interna e fique atento à grafia da logomarca – muitas cópias não têm acesso às mesmas fontes usadas pelas grandes maisons e o resultado fica aquém do esperado.
Fonte: Elle. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Crédito fotográfico: Logo Dior. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Christian Dior S.A. (16 de dezembro de 1946, Paris, França) é uma prestigiada casa de moda francesa e uma das marcas de luxo mais influentes do mundo. Fundada pelo estilista Christian Dior (1905 – 1957), a marca revolucionou a moda feminina com o icônico "New Look", lançado em 1947, que trouxe elegância e sofisticação ao pós-guerra. A Dior consolidou-se na alta-costura, prêt-à-porter, perfumaria e acessórios, expandindo sua influência global. Seu primeiro perfume, Miss Dior, também de 1947, tornou-se um clássico, assim como a icônica bolsa Lady Dior, imortalizada pela princesa Diana. Após a morte de Christian Dior, a maison foi liderada por grandes estilistas, incluindo Yves Saint Laurent, Marc Bohan, Gianfranco Ferré, John Galliano, Raf Simons e, atualmente, Maria Grazia Chiuri, primeira mulher à frente da marca. Desde 1984, a Dior faz parte do conglomerado LVMH, liderado por Bernard Arnault, consolidando sua posição como referência máxima no setor de luxo. Com boutiques em diversas partes do mundo e uma presença marcante na cultura da moda, a Dior continua a combinar tradição e inovação, mantendo-se como sinônimo de sofisticação e excelência.
Christian Dior | Arremate Arte
A Christian Dior S.A., conhecida mundialmente como Dior, é um dos maiores ícones da alta-costura e do luxo global. Fundada em 16 de dezembro de 1946, em Paris, por Christian Dior, a marca revolucionou a moda feminina e consolidou Paris como a capital do estilo após a Segunda Guerra Mundial. Seu fundador, nascido em 21 de janeiro de 1905, em Granville, na Normandia, inicialmente se interessou por arte e chegou a abrir uma galeria em Paris nos anos 1920. Com a crise econômica da década de 1930, precisou fechar sua galeria e voltou-se para o desenho de figurinos e ilustrações de moda, trabalhando para estilistas renomados como Robert Piguet e Lucien Lelong.
Com o apoio do empresário Marcel Boussac, Dior abriu sua maison no número 30 da Avenue Montaigne, em Paris, e, em 12 de fevereiro de 1947, lançou sua primeira coleção, que ficaria conhecida como "New Look". Essa nova estética revolucionou a moda feminina, rompendo com a austeridade da Segunda Guerra Mundial ao apresentar peças ultrafemininas, com cinturas marcadas, saias amplas e ombros delicadamente estruturados. O sucesso foi imediato, e Dior rapidamente conquistou celebridades e socialites como Marlene Dietrich, Rita Hayworth e Eva Perón, consolidando-se como o designer mais influente do período.
Com o prestígio da maison em ascensão, a Dior expandiu seus negócios para além da alta-costura. Em 1947, lançou sua primeira fragrância, Miss Dior, um tributo à sua irmã Catherine Dior. Nos anos seguintes, a marca diversificou sua oferta de produtos, incluindo bolsas, sapatos e acessórios, além de lançar sua primeira linha de prêt-à-porter em 1951, tornando sua estética acessível a um público mais amplo. Christian Dior também foi um visionário ao expandir sua marca para os Estados Unidos e outros mercados internacionais, tornando-se responsável por metade das exportações francesas de alta-costura.
A trajetória da maison sofreu um baque com a morte inesperada de Christian Dior em 24 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco. Para sucedê-lo, foi escolhido Yves Saint Laurent, que, aos 21 anos, assumiu a direção criativa da grife, trazendo um olhar moderno e inovador. No entanto, sua abordagem vanguardista gerou controvérsias, levando à sua saída em 1960, quando foi substituído por Marc Bohan, que apostou em uma estética mais clássica e comercialmente bem-sucedida. Nos anos 1980, a Dior passou por instabilidade financeira, até ser adquirida, em 1984, por Bernard Arnault, fundador do grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que revitalizou a maison e a reposicionou no topo do mercado de luxo.
A Dior entrou em uma nova fase com a chegada de Gianfranco Ferré como diretor criativo entre 1989 e 1996, e depois com John Galliano, que permaneceu no cargo de 1996 a 2011. Galliano trouxe uma abordagem teatral, opulenta e altamente inovadora, tornando a Dior referência no segmento de moda experimental e glamour ousado, vestindo celebridades como Charlize Theron, Nicole Kidman e Madonna. No entanto, sua trajetória na marca chegou ao fim em 2011, após um escândalo envolvendo declarações antissemitas. Com sua saída, a maison foi comandada por Raf Simons de 2012 a 2015, que trouxe um design minimalista e elegante, e depois por Maria Grazia Chiuri, que assumiu em 2016, tornando-se a primeira mulher a liderar a Dior. Seu trabalho tem sido marcado por coleções feministas e um forte compromisso com a sustentabilidade.
Atualmente, a Dior é uma das marcas mais valiosas do mundo da moda, com um portfólio que abrange alta-costura, prêt-à-porter, perfumes, cosméticos, bolsas, acessórios e joias. Sob a liderança da LVMH, continua inovando e expandindo suas fronteiras, mantendo sua essência sofisticada e atemporal. Em 2022, inaugurou uma nova flagship na Avenida Montaigne, em Paris, um espaço luxuoso que celebra sua história e herança. Além disso, tem investido cada vez mais em sustentabilidade, com o uso de materiais ecológicos, processos de produção éticos e coleções que refletem preocupações ambientais.
Com quase oito décadas de história, a Dior segue sendo referência de sofisticação e vanguarda, influenciando não apenas a moda, mas também a cultura e o comportamento de consumo no mercado de luxo. Seu legado continua sendo construído com equilíbrio entre tradição e inovação, provando que a moda pode ser atemporal, inspiradora e revolucionária. Sob a direção de Maria Grazia Chiuri e a gestão estratégica de Bernard Arnault, a Dior mantém sua relevância global, consolidando-se como um império que redefine os padrões do luxo.
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O estilista, Christian Dior | Wikipédia
Christian Dior (Granville, França, 21 de janeiro de 1905 – Montecatini Val di Cecina, França 24 de outubro de 1957) foi um importante estilista francês. É o fundador da empresa de vestuário Christian Dior S.A., uma das mais famosas da moda mundial.
Filho de um comerciante de fertilizantes da região do Canal da Mancha, tinha aspirações para ser Arquiteto,mas foi enviado para Paris a fim de estudar Relações Internacionais, uma vez que o seu pai queria que o filho seguisse a carreira diplomática.
Depois de terminar seus estudos no final da década de 20, Christian assumiu uma pequena galeria comprada por seu pai para ele. Lá, ele vendeu junto com amigos artes de artistas como Pablo Picasso. Com o início em 1929 da Grande Depressão, seu pai foi a falência e em 1931 sua mãe acabou falecendo. Devido a estes fatores, Dior teve que fechar sua pequena galeria que seu pai havia comprado.
Em 1938, Christian se tornou designer assistente de Robert Piguet, o principal costureiro de Paris. Em 1941, Dior começou a trabalhar para a marca Lucien Lelong. O seu círculo de amigos expandiu-se e conheceu um importante empresário da indústria têxtil, o francês Marcel Boussac. Marcel financiou a abertura de uma grife de Christian.
Em 1947 inaugurou a Mansão Dior de que o mundo pós-guerra necessitava. Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Isso também ajudou a repercussão do conceito permitindo encerrar a mentalidade do racionamento no pós-guerra. Durante a guerra, Dior vestia desde as esposas dos generais do império Nazista às mulheres francesas.
Ao longo de sua carreira fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. Morreu durante suas férias em Montecatini Val di Cecina, Itália, no dia 23 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Vogue Britânica
Christian Dior foi um costureiro francês, mais conhecido por sua grife homônima, muitas vezes chamada apenas de Dior.
Nascido na cidade litorânea de Granville, na costa da Normandia, em 1905, ele era filho de um rico fabricante de fertilizantes e era um de cinco filhos. Aos cinco anos, ele se mudou com sua família para Paris.
Embora seus pais tivessem esperanças de que ele se tornasse um diplomata, Dior tinha inclinação artística e começou a vender seus esboços na rua para ganhar dinheiro de bolso. Ao sair da escola, Dior assumiu uma pequena galeria de arte que seu pai comprou para ele, onde ele e um amigo vendiam trabalhos de artistas como Pablo Picasso.
Após o início da Grande Depressão em 1929, a morte de sua mãe e seu irmão, e o colapso dos negócios de seu pai, Dior foi forçado a fechar sua galeria de arte. Ele então foi trabalhar com o estilista Robert Piguet até ser convocado para o serviço militar em 1940.
No final de seu serviço em 1942, ele começou a trabalhar para o costureiro Lucien Long, onde ele e Pierre Balmain foram os designers principais. Durante a guerra, Lelong - como outros ateliês franceses, incluindo Jeanne Lanvin e Nina Ricci - vestiu as esposas de oficiais nazistas e colaboradores franceses como uma forma de preservar a indústria da moda durante o conflito, tanto por razões econômicas quanto artísticas.
Ao mesmo tempo, a irmã mais nova de Dior, Catherine, juntou-se à Resistência Francesa, resultando em sua captura pela Gestapo e subsequente prisão no campo de concentração de Ravensbrück. Ela sobreviveu e foi libertada em 1945. Em 1947, Dior nomeou sua fragrância de estreia Miss Dior como uma homenagem a ela.
Ele fundou a casa Christian Dior em 16 de dezembro de 1946 na 30 Avenue Montaigne Paris, apoiado por Marcel Boussac, um magnata do tecido de algodão. Oficialmente, a casa Dior considera 1947 como o ano da concepção, pois foi quando Dior mostrou sua primeira coleção.
Em 12 de fevereiro de 1947, Dior apresentou sua coleção de estreia, apresentando os 90 visuais diferentes. Nomeados "Corolle" e "Huit", os linhas foram rapidamente batizadas de "New Look", uma frase cunhada por Carmel Snow, editora da revista americana Harper's Bazaar.
O visual consistia em uma saia rodada na altura da panturrilha e uma cintura marcada e busto mais cheio do que o visto desde a virada do século. Um refutação às restrições de tecido do pós-guerra - o vestido médio usado 20 metros de tecido - o visual recebeu algumas críticas quando foi lançado.
A opulência dos seus designs contrastava com o sombrio pós-guerra realidade da Europa e ajudou a restabelecer Paris como a cidade alegre capital da moda que já foi.
A casa foi inundada com pedidos e estrelas mundialmente famosas como Rita Hayworth e Margot Fonteyn compraram e usaram peças, aumentando significativamente o perfil da Dior. A Dior foi até convidada para encenar uma apresentação privada da coleção para a família real britânica - embora o Rei George V tenha proibido as jovens princesas, Elizabeth e Margaret, de usar o New Look, caso isso desse um mau exemplo em uma época em que o racionamento ainda estava em vigor.
Ele era conhecido por ser muito supersticioso, uma qualidade que aumentava com a idade. Cada coleção incluía um casaco com o nome de seu local de nascimento, Granville; em cada desfile, pelo menos uma modelo usava um buquê de sua flor favorita, lírio do vale; e ele nunca começava um desfile de alta-costura sem consultar seu leitor de cartas de tarô.
Dior estabeleceu uma casa de luxo prêt-à-porter na esquina da 5ª Avenida com a 57ª Rua em Nova York em novembro de 1948. Foi a primeira do gênero. No mesmo ano, ele lançou Dior Parfums - com Miss Dior sendo a primeira fragrância a ser lançada, e Diorama sendo lançada no ano seguinte.
Em 1949, Dior foi o primeiro costureiro a organizar a produção licenciada de seus designs. Tendo percebido a importância do visual completo - e que o New Look não poderia ser alcançado com sucesso sem os sapatos, luvas e chapéu Dior corretos - Dior, junto com o parceiro de negócios Jacques Rouët, licenciou seu nome para uma gama de acessórios de luxo. Peles, meias, gravatas e perfumes também foram fabricados em centros regionais em todo o mundo, espalhando sua marca rapidamente ao redor do globo. Embora essa mudança tenha sido duramente criticada pela Câmara Francesa de Alta Costura - que denunciou a mudança como um barateamento da indústria de alta costura - o licenciamento se tornou uma mudança lucrativa para Dior e a lição do ateliê foi seguida por quase todas as casas de moda do período.
Em 1955, Yves Saint Laurent, de 19 anos, tornou-se assistente de design da Dior. Christian Dior mais tarde se encontrou com a mãe de Yves Saint Laurent, Lucienne Mathieu-Saint Laurent, em 1957, para lhe contar que havia escolhido Saint Laurent para sucedê-lo na Dior. Ela disse na época que ficou confusa com a observação, pois Dior tinha apenas 52 anos na época.
Pouco depois de seu encontro com a mãe de Saint Laurent, Christian Dior sofreu um ataque cardíaco fatal em 24 de outubro de 1957, deixando a casa em desordem. Cerca de 2.500 pessoas compareceram ao seu funeral, incluindo toda a sua equipe e clientes famosos liderados pela Duquesa de Windsor. Em uma tentativa de estabilizar a marca, Jacques Rouët nomeou Yves Saint-Laurent, então com 21 anos, como diretor artístico.
Saint Laurent permaneceu no cargo até ser recrutado para o exército, período em que foi demitido da Dior por Rouët e substituído por Marc Bohan. Bohan provou ser muito bem-sucedido como substituto de Saint Laurent, definindo uma nova era e uma nova silhueta para a Dior, o Slim Look, uma versão mais moderna e esbelta do formato icônico da Dior.
Em 1978, o Boussac Group entrou com pedido de falência e seus ativos, incluindo a Dior, foram vendidos para o Willot Group. Depois que ele entrou em administração, Bernard Arnault e seu grupo de investimentos compraram as participações do Willot Group por "um franco simbólico" em 1984. Ao assumir o poder, Arnault alterou drasticamente as operações da Dior. Em 1985, Arnault se tornou presidente, CEO e diretor administrativo da Christian Dior. Ele a reposicionou como a holding Christian Dior SA e, em 1988, assumiu uma participação acionária de 32 por cento no capital social da LVMH, criando um dos principais e mais influentes conglomerados de bens de luxo do mundo, enquanto a Christian Dior continua a se destacar como uma megamarca por direito próprio
Gianfranco Ferre foi nomeado diretor estilístico da Christian Dior em 1989, substituindo Marc Bohan. Ele permaneceu nessa posição até 1997.
Em 1997, Arnault nomeou o designer britânico John Galliano para substituir Marc Bohan no comando criativo. "Galliano tem um talento criativo muito próximo ao de Christian Dior. Ele tem a mesma mistura extraordinária de romantismo, feminismo e modernidade que simbolizava Monsieur Dior. Em todas as suas criações - seus ternos, seus vestidos - encontramos semelhanças com o estilo Dior", disse Arnault sobre Galliano.
Galliano foi diretor criativo da Christian Dior até março de 2011, quando foi demitido após ser filmado proferindo comentários antissemitas e supostamente agredindo um membro do público enquanto estava fortemente embriagado em um bar de Paris. O ex-diretor de design da Galliano, Bill Gayten, chefiou a casa até 9 de abril de 2012, quando foi anunciado, após mais de um ano de rumores e especulações, que Raf Simons havia assumido o cargo de "diretor artístico" da casa.
Fonte: Vogue Britânica, por Bibby Sowray, em 5 de abril de 2012. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Mundo das Marcas
A marca CHRISTIAN DIOR é um ícone da moda de alta costura. Afinal, é impossível imaginar a história da moda sem o estilista Christian Dior. Ele inventou o chamado “New Look”, que ao longo de sua história fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. A marca é, talvez, a mais influente e chique do fascinante e extravagante mundo da moda de luxo. Fruto de uma cabeça criativa e inovadora, que adorava romper e quebrar tendências. Moda para mulheres, homens, crianças, além de joias e perfumes incríveis, relógios, maquiagens, acessórios e muito estilo. A DIOR é um império do luxo, admirada e desejada no mundo inteiro.
A história
Considerado o new look da moda internacional até hoje, Christian Dior era uma pessoa de temperamento difícil e complicado, apesar de tímido, mas conhecia como poucos seu ofício quando desenhava croquis para a alta costura francesa. O estilista nasceu na cidade de Granville, pequeno balneário conhecido como a “Mônaco do norte da França”, em 21 de janeiro de 1905. Na época a família Dior tinha uma boa situação financeira, fazendo parte da burguesia rica, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que lhe garantiu uma infância e juventude tranquila, permitindo contato com uma boa educação e, inclusive, acesso às artes desde cedo. Seriam as roseiras de sua mãe, Madeleine, que inspirariam o futuro estilista a criar seus modelos florais e orientais para, como dizia ele, “embelezar as mulheres”. Mesmo com o grande interesse em artes, especialmente o desenho, estudou ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir carreira diplomática. Após terminar o curso, gastou seu tempo viajando pela continente europeu, até que, em 1927, abriu uma pequena galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean, onde a dupla vendia alguns desenhos de Picasso e chegou a expor alguns trabalhos de Christian Bérard. Mas a crise econômica mundial forçou a interrupção do negócio.
Em meados de 1934, Dior enfrentou uma grave doença. E o que é pior, não podia contar mais com o dinheiro da sua família que, desde 1931, atravessava vários problemas financeiros, muito em virtude da crise econômica que assolava o mundo. Em 1935, recuperado e disposto, esse determinado francês da Normandia começou a desenhar croquis para o Figaro Illustre, jornal parisiense que os publicava semanalmente na seção de alta costura. Depois de conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, o inventivo Dior elaborou croquis de roupas e acessórios para várias Maisons de Paris, até que, em 1938, ingressou de cabeça no universo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piguet. Nesse ínterim, explodia a Segunda Guerra Mundial e Dior foi convocado para a batalha, na qual atuou como soldado do corpo de engenheiros. Em 1941, já trabalhando na Maison do estilista francês Lucien Lelong, conheceu o também francês Pierre Balmain, que mais tarde se tornaria um grande e influente estilista. Nessa altura, então com 41 anos de idade, o estilista almejava ter a sua própria Maison e conseguiu concretizar o sonho com a ajuda financeira do então magnata e empresário dos tecidos, Marcel Boussac, no dia 16 de dezembro de 1946 com a fundação da The House of Dior. O lendário endereço em Paris no número 30 da Avenida Montaigne é o mesmo até os dias de hoje.
No dia 12 de fevereiro de 1947, após um árduo trabalho, e ajudado pela sua equipe, que incluía Pierre Cardin, lançou sua primeira coleção de 90 conjuntos em duas linhas: Corolla, composta de casacos, saias plissadas e lápis para o dia, e a linha animal print, com estampas de leopardo para arrasar à noite. A coleção, que apresentou uma revolucionária saia na altura do tornozelo, foi apelidada pela redatora da conceituada revista americana Harper’s Bazaar, Carmel Snow, de “New Look” (“novo visual”, em português). Contendo inúmeras variações e novidades para época, a coleção se tornou um sucesso imediato e deu um “novo ar” à mulher, principalmente pelos ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos, fartos, com cintura bem fininha e ombros à mostra. O modelo que se tornou o símbolo do New Look de Dior foi o tailleur Bar (foto abaixo), um casaquinho com formato de ampulheta de seda bege, acinturado, ombros naturais e ampla saia preta prissada, que vinha quase até a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o sofisticado figurino, que foi seguido fielmente a partir da próxima década. A icônica peça foi apresentada em várias versões em quase todas as 22 coleções de alta-costura que ele desenhou, até sua repentina morte.
Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Ele conquistou de cara o mundo da alta costura pela ousadia e por causar impacto com suas roupas - afinal, para ele, “as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar”. O estilista conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Coco Chanel. Após alguns anos de reclusão, a mulher do pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Nos bailes, que à época se sucediam aos jantares, as mulheres ricas e célebres compareciam usando DIOR. O estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas.
Ainda em 1947 foi criada a divisão de perfumes, conhecida como PARFUMS CHRISTIAN DIOR, que iniciou suas atividades com o lançamento da fragrância Miss Dior, um verdadeiro clássico até os dias de hoje, criado com a colaboração de grandes perfumistas, como por exemplo, Jean Carles e Paul Vacher e, em homenagem a sua irmã Catherine. Nessa época, Dior desenvolve e inicia projetos ainda considerados revolucionários, no pequeno e restrito mundo da alta costura: cria um departamento de peles e assina licenças com fabricantes de acessórios. Em apenas um ano, a coleção New Look teve mais de dez mil encomendas. A volta por cima da beleza feminina fez a cabeça de mulheres célebres, como por exemplo, Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich, para quem ele criou o guarda-roupa inteiro do filme “Stage Fright”, de Alfred Hitchcock. Em 1949, dois anos após a inauguração, a MAISON DIOR já era responsável por mais de 5% das exportações francesas de alta-costura. Nesta época, Christian Dior já tinha uma butique de luxo em Nova York, em plena 5ª Avenida, além de estar bem estabelecido para assinar contratos de licenciamento com empresas americanas, como de meias e gravatas.
No ano de 1954, o estilista mudou tudo com a apresentação da linha H (H de haricot vert, uma “vagem comprida” em português): nada de busto e cintura apertada. Dior inovou mais uma vez ao imprimir estilo com vestidinhos tubulares que escondiam as formas. O vestido-saco revolucionou de forma surpreendente cabeças e corpos. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado, além dos vestidos de tecidos transparentes, com saias sobrepostas e comprimentos dos mais diversos. Ainda em 1954, Londres ganhou uma sucursal da marca e uma butique foi anexada a Maison de Paris. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo longo com a parte superior mais pesada, além de golas grandes que se abriam em forma de V. Já a linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. Fortes referências da marca até hoje, e que ficaram famosas durante os anos de 1950, foram estolas, as mangas três quartos, além do conjunto em tons pastéis de cardigã, blusa e saia de crepe.
Com apenas 52 anos de idade e dez anos depois de fundar sua Maison, Christian Dior faleceu precocemente no dia 24 de outubro de 1957, durante suas férias no litoral italiano, após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Algumas referências informam que o estilista morreu de um ataque cardíaco após engasgar com uma espinha de peixe, outras dizem que o ataque foi resultado de um ardente encontro amoroso. Porém, não se sabe ao certo qual o verdadeiro motivo de sua morte até hoje. A verdade é que Christian Dior deixou um verdadeiro império do luxo, com 22 coleções, 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionavam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados. Além disso, ele ingressou no mercado de massa em Nova York, foi capa da revista Time (segurando a inseparável tesoura de costura) e, ao democratizar suas criações, foi acusado de banalizar a cultura francesa. Estava adiante de seu tempo. Lançou echarpes, lenços de seda, luvas, bijuterias e lingeries com a assinatura CHRISTIAN DIOR. E inaugurou lojas de sua grife na Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão.
Para assumir a direção de criação da Maison, após sua morte, foi escolhido o então jovem (com apenas 21 anos) assistente, irrequieto e talentoso Yves Saint-Laurent, que provocou protestos dos discípulos de Dior por ter criado peças poucos tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos. Apesar disso, a primeira coleção da DIOR após a morte de seu mentor foi magnífica e aclamada pelos críticos. Realizada em apenas nove semanas, as roupas possuíam cortes perfeitos, tecidos requintados e detalhes meticulosos, assim como Christian Dior a faria. Em 1960, Saint-Laurent após ser chamado pelo exército e dois anos depois de ter aberto sua própria Maison, é substituído por Marc Bohan, um estilista francês mais experiente e conservador. Seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, com casacos amplos de cintura apertada, vestidos longos e botas.
No final desta década, dois acontecimentos foram de extrema importância para a marca: em 1967 a inauguração da primeira loja exclusivamente masculina (DIOR HOMME) e, em 1969, o estabelecimento da divisão de cosméticos, que seria responsável por consolidar a marca DIOR ainda mais como um ícone do segmento de luxo. Foi nesta época que a marca lançou sua primeira coleção de óculos. A partir de 1989, o italiano Gianfranco Ferré, em uma clara tentativa de renovação da Maison, foi escolhido como o novo diretor de criação da marca CHRISTIAN DIOR. Logo em sua primeira coleção ganhou o Dedal de Ouro oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Em 1990, lojas sofisticadas da DIOR foram inauguradas em lugares luxuosos de Nova York, Los Angeles e Tóquio. Apesar do crescimento, nenhum desses três nomes conseguiu perpetuar com a mesma intensidade o brilho característico de Christian Dior. A mais reverenciada marca da moda então se tornou uma Bela Adormecida no universo da moda.
O ressurgimento começaria em 1996, quando John Galliano, que apesar da cidadania inglesa nasceu em Gibraltar, assumiu o cargo de diretor criativo da grife, responsável pela criação das coleções de alta costura e prêt-à-porter feminino. E chegou para incendiar a marca francesa. O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o respaldo de ninguém menos que Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, influente conglomerado do segmento de marcas de luxo, que havia adquirido a grife francesa no ano de 1984. Ao colocar Galliano, um rebelde, inglês e iniciante, à frente da MAISON DIOR, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a marca voltou a gerar dinheiro e lucros. John Galliano causou uma verdadeira reviravolta saudável na DIOR. Houve dois “escândalos”, no bom sentido da palavra, que fizeram com que a marca voltasse aos tempos de glórias: a simples contratação de John Galliano e a “coleção dos mendigos”, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela. O estilista, sempre convicto de que o esquisito, mesmo chocante, vende, colocou então nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Considerado um gênio rebelde, o estilista falava pouco em público, mas não precisava disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta costura, modelos exibiram vestidos em estilo imperial, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas.
Nomeado diretor artístico de todas as coleções femininas DIOR (alta-costura, prêt-à-porter, acessórios, cosméticos e sapatos) em 1999 ele também passou a cuidar da comunicação da marca, desde as campanhas publicitárias até o design das vitrines. Apesar do enorme sucesso, seu temperamento forte e rebeldia iriam causar problemas para a marca. E isto aconteceu no início de março de 2011 quando o estilista, filho de um encanador inglês e de uma espanhola, depois de ter sido suspenso de suas atividades após ser detido em Paris, acusado de insultos antissemitas á um casal em um bar, foi demitido pela marca francesa. Após Bill Gaytten assumir o posto como interino, finalmente em 2012, o belga Raf Simons foi nomeado novo diretor criativo da Maison.
Em 2016 a estilista italiana Maria Grazia Chiuri assumiu a direção-artística da DIOR, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo na história da marca. A estilista chegou à grife francesa com a missão de conquistar uma clientela mais jovem. Apesar de suas inspirações serem diversas, as primeiras coleções assinadas por Chiuri foram marcadas por um tom poético, que também misturava um discurso de engajamento. Em seu desfile de estreia, um dos modelos era composto por uma camiseta com a mensagem “We all should be feminist” (“Todos nós devemos ser feministas” em português). Com visão conceitual e artística, adotando um ponto de vista feminista por meio de colaborações com artistas e intelectuais, a estilista vem utilizando uma prática ancorada na elegante feminilidade que Monsieur Dior apreciava. A DIOR também vem tendo sucesso na venda de bolsas, especialmente em virtude das reedições e reinterpretações de modelos famosos como a Saddle (conhecida como a bolsa-sela), a Lady Dior e a Tote. Além disso, em 2018, lançou o ABCDior, novo serviço da marca que permite à clientes personalizar acessórios (como bolsas e lenços) com suas iniciais.
A linha do tempo
1953
● Lançamento de sua primeira linha de batons (batizada de ROUGE DIOR), composta por oito tonalidades de vermelho, cor que se tornaria símbolo da marca.
● Lançamento do EAU FRAÎCHE, primeiro perfume unissex na história do segmento.
1954
● Lançamento do primeiro produto de maquiagem da grife, o lápis de boca (delineador).
1967
● Lançamento da primeira coleção BABY DIOR, especialmente criada para crianças de 0 a 4 anos.
1968
● A marca uniu a moda e a beleza ao lançar uma linha de maquiagens chamada HYDRA DIOR.
● Lançamento da CHRISTIAN DIOR TRICOT, uma coleção de roupas feitas em crochê.
1969
● Lançamento da EXPLOSION OF COLOR, uma completa e moderna linha de maquiagens composta por blush, pós, delineadores, entre outros itens.
1970
● Revolucionou o mercado ao introduzir o desfile de produtos de maquiagem, mostrando cores e tendências que marcaram época, estabelecendo a DIOR como um gigante no mundo da moda.
1972
● Lançamento do perfume DIORELLA, um verdadeiro “sopro de ar fresco”.
1973
● Lançamento da primeira linha de produtos para tratamento da pele.
1975
● Lançamento do BLACK MOON, primeiro relógio da marca DIOR.
1979
● Lançamento do perfume DIORESSENCE.
1980
● Lançamento do perfume masculino JULES.
1983
● Lançamento do CAPTURE, um creme anti-idade que possuía em sua formulação lipossomas, microcápsulas que penetram na pele e previnem o envelhecimento.
1985
● Lançamento do POISON, um dos perfumes de maior sucesso da grife francesa.
1988
● Lançamento do perfume masculino FAHRENHEIT, que se transformaria em um fenômeno de vendas.
1991
● Lançamento do perfume feminino DUNE, que ganharia sua versão masculina seis anos mais tarde.
1994
● Lançamento da bolsa LADY DIOR, cuja característica principal era o “cannage” - desenho de cana da Índia - com letras DIOR soltas na alça. O nome é uma homenagem à princesa Diana, embaixadora mundial da marca e então amiga de Bernard Arnault, presidente do conselho e principal executivo do Grupo LVMH.
1995
● Lançamento do perfume DOLCE VITA em sua tradicional embalagem amarela.
1996
● Relançamento da coleção de óculos da grife ao comando de John Galliano.
1998
● Lançamento do perfume HYPNOTIC POISON.
● Lançamento de sua primeira linha de joias, criada e dirigida por Victoire de Castellane.
1999
● Lançamento do J’ADORE, um perfume refrescante com misturas de orquídeas, violetas, rosas e um tipo especial de almíscar. O perfume foi batizado com esse nome graças à expressão usada constantemente por John Galliano (traduzida do francês, significa “eu adoro”).
● Lançamento da famosa bolsa saddle bag, modelo em forma de sela com alça curta. Anualmente o modelo de bolsa ganha novas versões, aumentando ainda mais a enorme legião de fãs.
2001
● Em janeiro, o estilista francês Hedi Slimane estreou a nova DIOR HOMME, aclamada como uma das melhores coleções de moda masculina da época, com pitadas de androginia e glamour do rock’n roll.
2002
● Lançamento do perfume feminino FOREVER and EVER.
● Lançamento do perfume ADDICT.
2003
● Lançamento do perfume feminino CHRIS 1947 em homenagem a fundação da grife.
2005
● Lançamento dos perfumes MISS DIOR CHÉRIE (para um público feminino mais jovem) e DIOR HOMME.
2006
● Lançamento do DIOR CAPTURE TOTALE, primeiro produto anti-idade baseado em uma extensa pesquisa tecnológica e sociológica, que oferece resultados extraordinários e conta com tecnologias de vanguarda em sua composição, como a utilização do Complexo Alpha-Longoza.
● Lançamento da DIOR GAUCHO, bolsa extravagante com grandes fivelas e chaves penduradas, que rapidamente se tornou a preferida de celebridades como Sienna Miller, Keira Knightley, Penélope Cruz e Gisele Bündchen. Inspirada nos pampas, o modelo tem versões em jeans, náilon e couro.
2007
● Lançamento do perfume feminino MIDNIGHT POISON com o slogan “A new Cinderella was born”. O perfume era uma mistura perfeita de rosa da Bulgária, jasmim, flor de laranjeira, baunilha e sândalo.
2008
● Lançamento do DIOR PHONE, um luxuoso celular com acabamento de diamantes incrustados e detalhes em couro de jacaré. Além de câmera, tela touchscreen e o nome da marca, o aparelho vinha com um mini-celular, apelidado de “My Dior”, que servia para prender do lado de fora da bolsa ou colocar no bolso, para quando alguém ligar, não fosse preciso revirar toda a bolsa para atender a chamada.
2009
● Lançamento do DIOR SÉRUM DE ROUGE, um batom cuja textura saturada com ingredientes ativos e enriquecida com puros pigmentos enche os lábios de cores luminosas e destacam sua aparência dia após dia. Para ajudar no combate ao tempo, principal causa da perda de volume e descoloração dos lábios, o Centro de Inovação Dior desenvolveu um exclusivo complexo de ingredientes ativos que age tanto na superfície quanto no interior dos lábios. Dia após dia, eles recuperam sua firmeza e curvas suntuosas. Claramente definido, o contorno dos lábios se torna mais proeminente e reconquista seu tom rosado natural.
2011
● Lançamento da coleção de maquiagem GRIS MONTAIGNE, inspirada na primeira loja da grife e baseada nos tons rosa e cinza. A exclusiva paleta Dior Cannage, realçada pelos famosos amuletos em metal D-I-O-R, se tornou uma verdadeira vitrine para os olhos e objeto de desejo para milhões de mulheres.
2012
● Inauguração em Taipei (Taiwan) da sua maior loja no mundo até então. Com 19.410 m², o primeiro andar era reservado para joias, relógios, bolsas e artigos de couro, além de contar com uma área exclusiva para criar versões customizadas da icônica bolsa Lady Dior. O espaço ainda abrigava a DIOR COUTURE (alta costura), três salões destinados ao prêt-à-porter, um destinado aos sapatos e dois andares para a DIOR HOMME, a coleção masculina da grife.
2016
● Lançamento do perfume LA COLLE NOIRE, em homenagem à querida casa de verão de Christian Dior, na região de Grasse, na França, e que tem em sua composição rosas, sândalo do Sri Lanka, alguns tipos de madeira, almíscar branco e âmbar.
2018
● Lançamento do perfume JOY, que une aromas de frutos cítricos, rosa, jasmim e sândalo. A atriz Jennifer Lawrence, que é embaixadora da linha Dior Acessórios desde 2013, foi a escolhida para dar vida às campanhas publicitárias do novo perfume.
2019
● Inauguração da primeira loja da grife totalmente dedicada à moda casa (coleções de mesa, têxteis e móveis).
● Lançamento da bolsa 30 MONTAIGNE, inspirada no icônico endereço da marca em Paris. Com o design adornado com as iniciais do estilista, o modelo leva a assinatura 30 Montaigne gravada na parte de trás.
2020
● Lançamento da CAPTURE TOTALE CELL ENERGY, uma linha de tratamento de pele high-tech e sustentável recheada de ingredientes naturais. A novidade tem como ideia “reanimar” as células-tronco (de alto poder regenerativo) presentes em nosso organismo e tem aprovação de ninguém menos que Gisele Bündchen.
As obras olfativas
A assinatura da DIOR: fragrâncias de alta qualidade, originais e intemporais. Desde o início de sua carreira, Christian Dior cercou-se dos maiores perfumistas do seu tempo, com o objetivo de criar fragrâncias excepcionais. Em 1947 foi Paul Vacher que criou a base do perfume Miss Dior. Ele também criou Diorling em 1963. Chamou também seu amigo Edmond Roudnitska para compor alguns de seus primeiros perfumes, batizados Diorama (1949) e Diorissimo (1956), este último baseado no lírio do vale, flor predileta do estilista. Ele também criou Eau Sauvage (primeira fragrância masculina da marca), uma verdadeira revolução após a sua criação, em 1966, que se tornou um dos clássicos da atualidade. A partir da década de 1980 a marca lançou perfumes de enorme sucesso mundial como Poison (1985), Fahrenheit (1988), Dune (1991), Dolce Vita (1995), J’adore (1999) e Addict (2002).
O Laboratório Criativo é o lugar onde mais de 2.500 matérias-primas que ajudam a criar os perfumes da DIOR são indexados, armazenados e pesados. Situado em Paris, este templo para artesanato e especialização é colocado a serviço de uma perfumaria que está cada vez mais audaciosa e surpreendente. As matérias-primas são cuidadosamente selecionadas e vêm dos melhores produtores de todo o mundo. Já na fábrica DIOR, localizada em Saint Jean de Braye, é que todos os perfumes são produzidos. O local possui sua própria cave, onde aproximadamente 600 ingredientes são estocados. Já as artesãs dominam técnicas esquecidas, como o segredo do laço de poignard que ornamenta cada frasco do extrato de perfume Miss Dior, a assinatura da primeira fragrância da Maison. As artesãs que realizam os laços de cetim dominam também outro savoir-faire único, o laço da tampa do perfume: o uso do fio de ouro que decora o frasco do extrato J’adore. Ele é enrolado e depois selado à mão, graças a uma sucessão de gestos precisos que evocam uma elegante coreografia que somente essas mãos sabem fazer. Todos os dias, François Demachy, que desde 2006 ocupa o cargo de Perfumista-Criador, usa esses ingredientes de qualidade excepcional em suas composições. Desde 1947 a marca francesa tem colaborado com alguns dos maiores perfumistas do mundo para criar verdadeiras obras olfativas (tem em seus arquivos mais de 150 perfumes).
Os ícones
As principais estampas icônicas da marca são a Toile de Jouy (uma estampa criada no século 18 que consiste em um tecido de fundo branco ou off-white, estampado em vermelho, azul ou preto, com desenhos que descrevem a vida campestre), o muguet (flor símbolo da sorte de Christian Dior) e as abelhas. A cultura floral esteve presente de forma intensa na vida de Christian Dior, já que a casa de seus pais, na Normandia, tinha um fantástico jardim à beira mar. Ao absorver as composições olfativas e também a paleta de cores diversificada das flores, o estilista souber transportar tais referências para o mundo da moda. O Lírio do Vale costurado entre forros ou aplicados nos botões é um dos exemplos; e os perfumes, consequentemente, também foram contemplados com o conhecimento botânico do estilista, que tinha a rosa como flor preferida.
A joia da coroa
Se existe um ícone da marca francesa ele está localizado na lendária Avenue Montaigne em Paris. Inaugurada no dia 16 de dezembro de 1946, onde antes existia um pequeno hotel e alguns meses antes da revolução do New Look, o supersticioso Christian Dior escolheu o número 30 para instalar as primeiras oficinas de sua Maison. Ele então confiou a decoração do local a Victor Grandpierre - as palavras de ordem: sobriedade e elegância. A ideia: permitir que apenas os desenhos e silhuetas de Christian Dior inspirassem os olhos e as mulheres. Depois de 7 anos o lugar ocupava 5 imóveis, possuía 28 ateliês e empregava mais de mil pessoas.
Esta icônica loja âncora (chamada em inglês de flagship store) da DIOR passou por sua primeira grande reforma e foi reinaugurada em 2009 para ser reconhecida com uma das mais luxuosas do planeta. A reforma fazia parte das comemorações pelos 60 anos da grife francesa e a reabertura contou com a presença de celebridades como Sharon Stone, Elton John, Juliette Binoche e Monica Belluci. Entre as novidades do projeto assinado pelo arquiteto Peter Marino estavam um salão de sapatos exclusivos para clientes VIPs, com os modelos apresentados na última coleção de alta-costura, e frases escritas na parede como “Look Good” ou “J’adore” pelo artista Rob Wynne. A ideia foi criar um clima “residencial” dentro da loja, resgatando elementos do legado de Christian Dior. A loja ampliou seus salões para a coleção prêt-à-porter e deu maior destaque para as bolsas (que incluíam os modelos Samurai e Gaucho, além da clássica Lady Dior em novos materiais, então campeãs de vendas na DIOR). Em 2019 este símbolo da marca, lar original do ateliê fundado pelo Monsieur Christian Dior, fechou suas portas temporariamente para uma enorme reforma, que deve durar aproximadamente dois anos.
Com sua “joia da coroa” fechada para reforma, a marca não quis deixar os amantes da Maison de Christian Dior sem um endereço à altura na cidade luz. Por isso, no mês de julho de 2019, inaugurou uma nova loja (foto abaixo) na badalada Avenida Champs-Elysées, um dos principais cartões postais da capital francesa. A fachada da nova loja é incrivelmente similar à flagship original da grife. Para garantir a semelhança, a técnica de perspectiva trompe-l’oeil foi aplicada no tecido que revestiu o novo prédio e o resultado impressiona. O endereço tem paredes decoradas com o clássico Toile de Jouy, disponibiliza roupas, acessórios, joias, sapatos, perfumes e oferece diversos tipos de personalização, como bordados, impressões e hot stamping, que ficam prontos em até uma hora. A loja também vende as coleções de moda casa. O espaço de 890 m² permanecerá aberto até que a loja do histórico número 30 da Avenue Montaigne esteja pronta para receber sua exigente clientela.
A evolução visual
A identidade visual da marca francesa passou por algumas modificações ao longo dos anos. Em 2018 a marca apresentou um novo logotipo: todo em letras maiúsculas e com nova tipografia.
Em muitos casos a marca utiliza apenas a designação DIOR, que acompanhou ao padrão da nova identidade visual.
A marca também utiliza um monograma com as letras CD (aparece em abundância em seus produtos), que ganhou novos designs no decorrer dos anos. A primeira alteração ocorreu em 2011. O atual monograma foi lançado em outubro de 2013.
Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 16 de dezembro de 1946
● Fundador: Christian Dior
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: Christian Dior Couture SA
● Capital aberto: Não (subsidiária da LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.)
● CEO: Pietro Beccari
● Diretor criativo: Maria Grazia Chiuri e Kim Jones
● Faturamento: €2 bilhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Valor da marca: US$ 6.045 bilhões (2019)
● Lojas: 205
● Presença global: 150 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Europa, Ásia e Estados Unidos
● Funcionários: 6.280
● Segmento: Moda de luxo
● Principais produtos: Roupas, sapatos, perfumes, cosméticos e acessórios
● Concorrentes diretos: Chanel, Gucci, Prada, Versace, Burberry, Givenchy, Hermès, Fendi e Valentino
● Ícones: O New Look
● Website: www.dior.com/pt_br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca DIOR está avaliada em US$ 6.045 bilhões, ocupando a posição de número 82 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2019.
A marca no mundo
A tradicional marca de moda de luxo, que já revelou estilistas como Yves Saint-Lauren, Gianfranco Ferré e John Galliano, têm sua sede no famoso endereço Avenida Montaigne 30, na cidade de Paris, conta com mais de 200 lojas próprias nos pontos mais exclusivos do planeta, além de vender seus produtos dentro das mais sofisticadas lojas de departamento do mundo. Com presença em 150 países, emprega mais de 6.200 pessoas e fatura estimados €2 bilhões anualmente (sem contar perfumes e cosméticos). O principal mercado da DIOR é a Europa (responde por aproximadamente 40% das vendas), seguido da região Ásia-Pacífico com 30% e dos Estados Unidos com 23%. Apesar de estar presente no Brasil desde 1958 (através de licenciamento) a marca desembarcou oficialmente no país somente em 1999, com a inauguração de uma loja na badalada Rua Haddock Lobo em São Paulo. Hoje a DIOR tem apenas uma loja no Brasil, localizada no Shopping Cidade Jardim em São Paulo.
Você sabia?
● A marca tem toda sua linha de cosméticos desenvolvida no Dior Science Observatory, um centro de inovação localizado em Paris, onde mais de 200 pesquisadores criam produtos com texturas surpreendentes, sistemas de hidratação únicos da pele e formulações revolucionárias.
● Favorito das estrelas da sétima arte, Christian Dior fisgou a atenção de famosas rapidamente, já que seu nome começou a circular mundialmente logo após seu primeiro desfile. Elizabeth Taylor foi uma delas, e usou o New Look para receber o Oscar de melhor atriz em 1961; Grace Kelly se vestiu de DIOR no noivado em 1956; e Ingrid Bergman também ostentou, no filme “Indiscret” (1958), um vestido da Maison. Já no campo das artes, o estilista tinha muitas amizades, entre as quais com Jean Cocteau e Max Jacob.
Fonte: Mundo das Marcas. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Britannica
Christian Dior (nascido em 21 de janeiro de 1905, Granville, França — falecido em 24 de outubro de 1957, Montecatini, Itália) foi um estilista francês cujo estilo New Look — caracterizado por roupas ultrafemininas e altamente esculpidas — dominou a moda na década seguinte à Segunda Guerra Mundial. Sua casa de moda homônima é uma das mais icônicas do mundo.
Início da vida e carreira artística
Dior foi um dos cinco filhos de Marie-Madeleine Dior (nascida Martin) e Alexandre Louis Maurice Dior, que possuíam um lucrativo negócio de manufatura. A família mais tarde dividiu seu tempo entre Paris e uma vila em Granville, França. Seus pais queriam que ele se tornasse um diplomata, e Christian Dior estudou ciência política na Universidade de Paris. No entanto, sua verdadeira paixão era a arte e, quando tinha pouco mais de 20 anos, ele começou a vender ilustrações na rua.
Mais tarde, com ajuda financeira de seu pai, Dior abriu uma pequena galeria de arte. Lá, ele expôs obras de artistas como Salvador Dalí, Man Ray e Jean Cocteau. No entanto, no meio da Grande Depressão (1929–39), o negócio de seu pai faliu, e o jovem Dior foi forçado a fechar a galeria. Posteriormente, ele encontrou trabalho como ilustrador de moda, contratado por vários designers, bem como pela revista Figaro Illustré.
Em 1938, Dior se tornou um designer assistente do principal costureiro de Paris, Robert Piguet. Dior disse mais tarde: “Finalmente, eu conheceria os meios misteriosos pelos quais uma ideia é transformada em um vestido.” Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–45), ele serviu no exército até a França cair para a Alemanha em 1940. No ano seguinte, ele se juntou à casa do designer Lucien Lelong.
Casa Dior
“Numa época tão sombria como a nossa, o luxo deve ser defendido centímetro a centímetro”.
A sensação da noite para o dia do New Look foi seguida por 10 anos de sucesso extraordinário. Na década de 1950, a Dior introduziu uma variedade de novas silhuetas, incluindo a linha H, a linha A e a linha Y. A Dior foi fundamental na comercialização da moda parisiense em nível mundial e na recuperação para os costureiros parisienses do terreno que havia sido temporariamente perdido para os designers americanos. Seus seguidores devotados incluíam socialites, celebridades e realeza. No entanto, nem todos gostavam de seu trabalho. A lendária designer francesa Coco Chanel, que era conhecida por roupas simples, afirmou que a Dior "não veste mulheres, ele as estofa".
Dior também se ramificou para outras áreas. Notavelmente, em 1947 ele lançou seu primeiro perfume, Miss Dior, que foi inspirado por sua irmã mais nova, Catherine Dior. Membro da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi capturada, torturada e então presa no campo de concentração de Ravensbrück na Alemanha. Ela foi finalmente libertada pelas tropas soviéticas em 1945. Além do perfume, Christian Dior também adicionou sapatos, maquiagem e acessórios à sua marca.
Morte e legado
Em 1956, Dior publicou a autobiografia Christian Dior et moi (Dior por Dior). No ano seguinte, ele sofreu um ataque cardíaco fatal enquanto estava de férias na Itália. Seu assistente, Yves Saint Laurent assumiu a casa de alta costura. Saint Laurent ocupou essa posição até 1960, quando foi convocado para o exército francês. Os diretores criativos subsequentes da Casa Dior incluíram Marc Bohan, Gianfranco Ferré e John Galliano. Christian Dior foi o tema da série de TV The New Look.
Fonte: Britannica. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Dior: a história, a importância e os ícones da marca | ELLE
“This is a new look!”. Foi por essa expressão, cunhada pela editora de moda estadunidense Carmel Snow, em 1947, que a primeira coleção de Christian Dior, batizada originalmente como Linha Corola, ficou conhecida – e revolucionou a moda no pós-guerra.O novo visual criado por Dior e exaltado por Carmel era de fato inédito, impensável até para o período em que foi desfilado: consistia em roupas extremamente femininas, costuradas a partir de metros e metros de tecidos, numa época em que as pessoas (e as marcas) saíam do racionamento de matérias-primas imposto pelos conflitos na Europa. Em uma única palavra, luxo.Nascido em 1905, em Granville, no interior da França, curiosamente, o próprio Dior chegou a ser convocado para a Segunda Guerra Mundial, mas nem isso fez com que perdesse o entusiasmo pela beleza, um ideal que pautou a sua vida desde a infância até 1957, ano de sua prematura morte.Apaixonado por estética, fez sua primeira incursão no mundo das belas artes em 1927 – abriu uma galeria de arte, onde chegou a expor trabalhos de Christian Bérard e Jean Cocteau. Alguns anos depois, em 1935, ele passou para o outro lado do balcão e começou a desenhar esboços para a seção de alta costura do jornal parisiense Figaro Illustre.
Era o início de uma carreira meteórica, pautada nos pilares que até hoje sustentam o estilo Dior: simplicidade, sofisticação e cuidado.“Escolha roupas que sejam simples na silhueta e preste muita atenção no caimento. E acima de tudo, cuide de suas roupas”, escreveu Christian Dior em The little dictionary of fashion, um pequeno livro, publicado em 1954, com ótimos conselhos do couturier.
Como a Dior ficou famosa?
Dos primeiros desenhos de Christian Dior às roupas que o eternizaram na história da moda, a verdade é que se passaram apenas três anos. Em 1938, Dior começou a trabalhar como assistente do estilista Robert Piquet e, em 41, entrou para a equipe de Lucien Lelong, até criar sua marca própria, em 1946, com a ajuda do empresário Marcel Boussac. Em 12 de fevereiro do ano seguinte, boom: apresentou sua primeira coleção, com o “new look” do tailleur Bar, conjunto de jaqueta e saia, sendo divulgado com entusiasmo pela impressa e, posteriormente, usado pelas maiores celebridades da época – pense em Brigitte Bardot, Marlene Dietrich, Edith Piaf, Lee Radziwill e a princesa Grace de Mônaco, entre outras mulheres.O luxo sem fru-fru e a feminilidade extrema, quase mulher-flor, propostos por Dior, arrebataram a plateia. Nunca até então um estilo de roupa chegou tão rápido às ruas, se transformando em padrão de estilo, e dividindo a moda em antes e depois.
Qual é o estilo da marca Dior?
Embora o tailleur Bar, que tem esse nome em homenagem ao bar do hotel Plaza Athénée, em Paris, seja de fato a roupa mais famosa da Dior, reinterpretada até hoje por Maria Grazia Chiuri, a atual diretora da casa e primeira mulher a assumir o posto, o estilista francês deixou um legado imenso à moda, incluindo sua visão de business.Em 1949, por exemplo, a Dior já tinha uma casa de prêt-à-porter de luxo do outro lado do oceano, em Nova York, e um perfume pronto para licenciamento. Em 54, abriu um espaço em Londres, e até 1957, ano da morte de seu fundador, eram inacreditáveis 28 ateliês e 1200 funcionários. Dentre as criações memoráveis do designer, destacam-se vestidos coquetel, quase sempre com silhueta em A (Linha A), bem ladylike, longos coluna, prontos para festas, e jaquetas: “A jaqueta Box é quase tão importante quanto um terno. Ela camufla quase tudo e é sempre elegante. Eu amo jaquetas box”, continua Dior em seu Pequeno dicionário.
Mais: estampas florais – ele era um apaixonado por jardins –, laços e padronagem de leopardo são elementos-chave do estilo Dior, que sobreviveu ao seu fundador e tem passado de geração a geração praticamente intacto.
Do terno masculino usado por mulheres, novidade apresentada na coleção de 1951, aos acessórios, passando, claro, pelo tailleur Bar, a Dior, parte do Grupo LVMH desde 1984, é uma das maiores marcas da moda de luxo em todo o mundo e uma lançadora de tendências, que apresenta coleções de prêt-à-porter, alta-costura, masculino e feminino.
A Dior hoje
Desde julho de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri (ex-Valentino) é a diretora criativa da casa. Sob o comando dela, a Dior vem incorporando um discurso mais feminista – da camiseta We should all be feminists ( todos nós devemos ser feministas ) às homenagens a artistas mulheres, como a ucraniana Olesia Trofymenk (inverno 2023) e a portuguesa Joana Vasconcelos, responsável pela cenografia do inverno 2024. E, sem dúvida, ela é uma das que mais souberam honrar o legado de monsieur Dior, resgatando shapes, estampas e cartela de cores. É herança que fala?
Como aderir ao estilo Dior?
Seja com a ajuda de um bom acessório ou adaptando dicas deixadas pelo próprio estilista, é possível conquistar um look Dior, com direito a perfume – item importantíssimo, segundo Christian Dior.
Masculino x feminino
Embora seja o rei da feminilidade, Christian Dior ensina que a elegância mora no equilíbrio. Tanto nas coleções assinadas por ele, quanto nas atuais, os vestidos (muitos com bolsos!) dividem espaço com uma alfaiataria perfeita. Ou seja: a ideia é ter um guarda-roupa que contemple festas e trabalho, mais atual do que nunca, não é mesmo?
Cinza e rosa: suas cores favoritas
Assim como outros estilistas famosos, Christian Dior também tinha suas cores favoritas, que você pode facilmente incorporar. Se para Valentino, é o vermelho, e para Yves Saint-Laurent era o marinho, Dior elegeu o rosa e o cinza – que tingiam desde o seu ateliê, na Avenue Montaigne, até os seus tecidos. Predileção justificada: criado na Normandia, a mansão de sua família era cor-de-rosa e vivia em contraste com o céu nublado do Canal da Mancha. Além disso, Maria Antonieta, rainha francesa que era uma referência de estilo para Dior, tinha devoção ao cinza, “a mais conveniente, usável e elegante cor neutra”, segundo o estilista.
John Galliano, que comandou a casa entre 1996 e 2011, valorizou a cartela deixada pelo fundador no desfile de alta-costura de 2005, e Maria Grazia Chiuri aplicou o cinza até mesmo na coleção resort 2024 e na alta-costura do inverno 2023, incluindo suas variações metalizadas.
Uma Lady Dior
E o que falar dos acessórios Dior? Mesmo que não tenha sido desenhada por Christian Dior, a Lady Dior é claramente uma homenagem ao fundador da marca. Criada nos anos 1990, ela tem pespontos característicos que remetem à palha trançada das cadeiras em estilo Napoleão III que Christian Dior escolheu para decorar seu ateliê. Lançada com o nome Chouchou, foi rebatizada em 1995, quando a princesa Diana desceu de um avião com a bolsa na mão. O acessório virou uma das peças favoritas de Lady Di e até hoje ganha reinterpretações nas mais variadas cores e até em versões artísticas – a cada estação, o projeto Dior Lady Art dá a pintores, escultores e designers carta branca para transformar este ícone em uma obra de arte exclusiva.
A revolução da bolsa Saddle
Outro xodó das mulheres elegantes ou fashionistas que hoje usam a marca é a bolsa Saddle. Invenção de John Galliano para a temporada de primavera 2000 da Dior, a Saddle virou a favorita da geração Y2K, fazendo parte, inclusive, da série mais fashion de todos os tempos, Sex and the city. E sendo carregada até por Beyoncé! Reintroduzida na passarela do inverno 2018 por Maria Grazia, a Saddle voltou recentemente ao patamar de it-bag, com direito a resgate da estampa de onça, tão querida por Christian Dior, e técnicas artesanais. Se a Saddle de Galliano era mais pop, em versões jeans e estampa de camuflagem, a de Chiuri tem acabamentos preciosos, como patchwork e bordados, e alças mais alongadas e removíveis.Resultado: sucesso de público, esteve entre os itens mais vendidos do ano, segundo o site Lyst, e passou a ser usada das mais diversas maneiras: de jeans e regata básica a festas, passando pelo aerolook. Acessórios, vale lembrar, são sempre portas de entradas para grifes e hoje podem ser adquiridos também em locais especializados em second hand.
O sucesso dos perfumes Dior
“Eu acredito que ter um perfume lindo é tão importante para as mulheres quanto ter uma roupa linda. E não pense que você tem que ter um perfume só para você, sua casa inteira pode ter o cheiro dele, especialmente seu quarto”, aconselha Christian Dior.Ainda em 1947, junto com a primeira coleção de alta-costura, o estilista convidou o perfumista Paul Vacher para desenvolver uma fragrância sofisticada e atual, que representasse mulheres livres e independentes (no zeitgeist do pós-guerra). Resultado: um chipre verde, que equilibrava frutas cítricas, flores e patchouli. Miss Dior, uma referência à irmã favorita do costureiro, Catherine, se tornou um ícone, best-seller da perfumaria, e ganhou uma nova versão em 2021, em que a grande estrela é a “sweet love”, uma rosa aveludada. Outro que entrou na lista de perfumes mais famosos do mundo – e que pode ser sua assinatura olfativa – é J’Adore da Dior. Criado em 1999, na virada do século, ele tem notas florais e frutadas, essência de rosa Damascena da Turquia e um frasco que ecoa a silhueta 8 característica da primeira coleção de Christian Dior – sim, a do tailleur Bar.
A paixão pelas flores
De perfumes a bordados e joias, flores são um bom caminho para aderir ao estilo Dior. Nas mãos de Victoire de Castellane, diretora do ateliê de joias da Dior, por exemplo, rosas e até seus espinhos ganham destaque. Na alta-costura, por sua vez, elas aparecem bordadas em efeito 3D delicadíssimo, fazendo jus aos jardins da casa da infância do estilista – dizem que ele tinha pelo menos 20 espécies diferentes de rosas. Atemporais, rosas ganharam um revival com a personagem de Sarah Jessica Parker em Just like that e têm invadido também o guarda-roupa masculino, vide as últimas semanas de moda.
Clássicos nunca morrem
Por fim, e de volta às lições do mestre, na dúvida, escolha o certeiro. Assim como flores e leopardo, xadrez, tweed e tartan estão entre as padronagens “very Dior”, e elegância não tem a ver com dinheiro.“Essa é uma palavra que precisaria de um livro inteiro para defini-la. Eu apenas direi agora que elegância deve ser a combinação certa entre distinção, naturalidade, cuidado e simplicidade. Fora isso, eu acredito que não existe elegância, apenas pretensão.”
Bônus: como saber se uma bolsa Dior é original?
Além do design e da qualidade da matéria-prima, preste atenção nos itens que comprovam a autenticidade de uma peça. O primeiro é o cartão de autenticidade, que vem junto com a bolsa. Cheque também o número de série na etiqueta interna e fique atento à grafia da logomarca – muitas cópias não têm acesso às mesmas fontes usadas pelas grandes maisons e o resultado fica aquém do esperado.
Fonte: Elle. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Crédito fotográfico: Logo Dior. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Christian Dior S.A. (16 de dezembro de 1946, Paris, França) é uma prestigiada casa de moda francesa e uma das marcas de luxo mais influentes do mundo. Fundada pelo estilista Christian Dior (1905 – 1957), a marca revolucionou a moda feminina com o icônico "New Look", lançado em 1947, que trouxe elegância e sofisticação ao pós-guerra. A Dior consolidou-se na alta-costura, prêt-à-porter, perfumaria e acessórios, expandindo sua influência global. Seu primeiro perfume, Miss Dior, também de 1947, tornou-se um clássico, assim como a icônica bolsa Lady Dior, imortalizada pela princesa Diana. Após a morte de Christian Dior, a maison foi liderada por grandes estilistas, incluindo Yves Saint Laurent, Marc Bohan, Gianfranco Ferré, John Galliano, Raf Simons e, atualmente, Maria Grazia Chiuri, primeira mulher à frente da marca. Desde 1984, a Dior faz parte do conglomerado LVMH, liderado por Bernard Arnault, consolidando sua posição como referência máxima no setor de luxo. Com boutiques em diversas partes do mundo e uma presença marcante na cultura da moda, a Dior continua a combinar tradição e inovação, mantendo-se como sinônimo de sofisticação e excelência.
Christian Dior | Arremate Arte
A Christian Dior S.A., conhecida mundialmente como Dior, é um dos maiores ícones da alta-costura e do luxo global. Fundada em 16 de dezembro de 1946, em Paris, por Christian Dior, a marca revolucionou a moda feminina e consolidou Paris como a capital do estilo após a Segunda Guerra Mundial. Seu fundador, nascido em 21 de janeiro de 1905, em Granville, na Normandia, inicialmente se interessou por arte e chegou a abrir uma galeria em Paris nos anos 1920. Com a crise econômica da década de 1930, precisou fechar sua galeria e voltou-se para o desenho de figurinos e ilustrações de moda, trabalhando para estilistas renomados como Robert Piguet e Lucien Lelong.
Com o apoio do empresário Marcel Boussac, Dior abriu sua maison no número 30 da Avenue Montaigne, em Paris, e, em 12 de fevereiro de 1947, lançou sua primeira coleção, que ficaria conhecida como "New Look". Essa nova estética revolucionou a moda feminina, rompendo com a austeridade da Segunda Guerra Mundial ao apresentar peças ultrafemininas, com cinturas marcadas, saias amplas e ombros delicadamente estruturados. O sucesso foi imediato, e Dior rapidamente conquistou celebridades e socialites como Marlene Dietrich, Rita Hayworth e Eva Perón, consolidando-se como o designer mais influente do período.
Com o prestígio da maison em ascensão, a Dior expandiu seus negócios para além da alta-costura. Em 1947, lançou sua primeira fragrância, Miss Dior, um tributo à sua irmã Catherine Dior. Nos anos seguintes, a marca diversificou sua oferta de produtos, incluindo bolsas, sapatos e acessórios, além de lançar sua primeira linha de prêt-à-porter em 1951, tornando sua estética acessível a um público mais amplo. Christian Dior também foi um visionário ao expandir sua marca para os Estados Unidos e outros mercados internacionais, tornando-se responsável por metade das exportações francesas de alta-costura.
A trajetória da maison sofreu um baque com a morte inesperada de Christian Dior em 24 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco. Para sucedê-lo, foi escolhido Yves Saint Laurent, que, aos 21 anos, assumiu a direção criativa da grife, trazendo um olhar moderno e inovador. No entanto, sua abordagem vanguardista gerou controvérsias, levando à sua saída em 1960, quando foi substituído por Marc Bohan, que apostou em uma estética mais clássica e comercialmente bem-sucedida. Nos anos 1980, a Dior passou por instabilidade financeira, até ser adquirida, em 1984, por Bernard Arnault, fundador do grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton), que revitalizou a maison e a reposicionou no topo do mercado de luxo.
A Dior entrou em uma nova fase com a chegada de Gianfranco Ferré como diretor criativo entre 1989 e 1996, e depois com John Galliano, que permaneceu no cargo de 1996 a 2011. Galliano trouxe uma abordagem teatral, opulenta e altamente inovadora, tornando a Dior referência no segmento de moda experimental e glamour ousado, vestindo celebridades como Charlize Theron, Nicole Kidman e Madonna. No entanto, sua trajetória na marca chegou ao fim em 2011, após um escândalo envolvendo declarações antissemitas. Com sua saída, a maison foi comandada por Raf Simons de 2012 a 2015, que trouxe um design minimalista e elegante, e depois por Maria Grazia Chiuri, que assumiu em 2016, tornando-se a primeira mulher a liderar a Dior. Seu trabalho tem sido marcado por coleções feministas e um forte compromisso com a sustentabilidade.
Atualmente, a Dior é uma das marcas mais valiosas do mundo da moda, com um portfólio que abrange alta-costura, prêt-à-porter, perfumes, cosméticos, bolsas, acessórios e joias. Sob a liderança da LVMH, continua inovando e expandindo suas fronteiras, mantendo sua essência sofisticada e atemporal. Em 2022, inaugurou uma nova flagship na Avenida Montaigne, em Paris, um espaço luxuoso que celebra sua história e herança. Além disso, tem investido cada vez mais em sustentabilidade, com o uso de materiais ecológicos, processos de produção éticos e coleções que refletem preocupações ambientais.
Com quase oito décadas de história, a Dior segue sendo referência de sofisticação e vanguarda, influenciando não apenas a moda, mas também a cultura e o comportamento de consumo no mercado de luxo. Seu legado continua sendo construído com equilíbrio entre tradição e inovação, provando que a moda pode ser atemporal, inspiradora e revolucionária. Sob a direção de Maria Grazia Chiuri e a gestão estratégica de Bernard Arnault, a Dior mantém sua relevância global, consolidando-se como um império que redefine os padrões do luxo.
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O estilista, Christian Dior | Wikipédia
Christian Dior (Granville, França, 21 de janeiro de 1905 – Montecatini Val di Cecina, França 24 de outubro de 1957) foi um importante estilista francês. É o fundador da empresa de vestuário Christian Dior S.A., uma das mais famosas da moda mundial.
Filho de um comerciante de fertilizantes da região do Canal da Mancha, tinha aspirações para ser Arquiteto,mas foi enviado para Paris a fim de estudar Relações Internacionais, uma vez que o seu pai queria que o filho seguisse a carreira diplomática.
Depois de terminar seus estudos no final da década de 20, Christian assumiu uma pequena galeria comprada por seu pai para ele. Lá, ele vendeu junto com amigos artes de artistas como Pablo Picasso. Com o início em 1929 da Grande Depressão, seu pai foi a falência e em 1931 sua mãe acabou falecendo. Devido a estes fatores, Dior teve que fechar sua pequena galeria que seu pai havia comprado.
Em 1938, Christian se tornou designer assistente de Robert Piguet, o principal costureiro de Paris. Em 1941, Dior começou a trabalhar para a marca Lucien Lelong. O seu círculo de amigos expandiu-se e conheceu um importante empresário da indústria têxtil, o francês Marcel Boussac. Marcel financiou a abertura de uma grife de Christian.
Em 1947 inaugurou a Mansão Dior de que o mundo pós-guerra necessitava. Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Isso também ajudou a repercussão do conceito permitindo encerrar a mentalidade do racionamento no pós-guerra. Durante a guerra, Dior vestia desde as esposas dos generais do império Nazista às mulheres francesas.
Ao longo de sua carreira fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. Morreu durante suas férias em Montecatini Val di Cecina, Itália, no dia 23 de outubro de 1957, vítima de um ataque cardíaco.
Fonte: Wikipédia. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Vogue Britânica
Christian Dior foi um costureiro francês, mais conhecido por sua grife homônima, muitas vezes chamada apenas de Dior.
Nascido na cidade litorânea de Granville, na costa da Normandia, em 1905, ele era filho de um rico fabricante de fertilizantes e era um de cinco filhos. Aos cinco anos, ele se mudou com sua família para Paris.
Embora seus pais tivessem esperanças de que ele se tornasse um diplomata, Dior tinha inclinação artística e começou a vender seus esboços na rua para ganhar dinheiro de bolso. Ao sair da escola, Dior assumiu uma pequena galeria de arte que seu pai comprou para ele, onde ele e um amigo vendiam trabalhos de artistas como Pablo Picasso.
Após o início da Grande Depressão em 1929, a morte de sua mãe e seu irmão, e o colapso dos negócios de seu pai, Dior foi forçado a fechar sua galeria de arte. Ele então foi trabalhar com o estilista Robert Piguet até ser convocado para o serviço militar em 1940.
No final de seu serviço em 1942, ele começou a trabalhar para o costureiro Lucien Long, onde ele e Pierre Balmain foram os designers principais. Durante a guerra, Lelong - como outros ateliês franceses, incluindo Jeanne Lanvin e Nina Ricci - vestiu as esposas de oficiais nazistas e colaboradores franceses como uma forma de preservar a indústria da moda durante o conflito, tanto por razões econômicas quanto artísticas.
Ao mesmo tempo, a irmã mais nova de Dior, Catherine, juntou-se à Resistência Francesa, resultando em sua captura pela Gestapo e subsequente prisão no campo de concentração de Ravensbrück. Ela sobreviveu e foi libertada em 1945. Em 1947, Dior nomeou sua fragrância de estreia Miss Dior como uma homenagem a ela.
Ele fundou a casa Christian Dior em 16 de dezembro de 1946 na 30 Avenue Montaigne Paris, apoiado por Marcel Boussac, um magnata do tecido de algodão. Oficialmente, a casa Dior considera 1947 como o ano da concepção, pois foi quando Dior mostrou sua primeira coleção.
Em 12 de fevereiro de 1947, Dior apresentou sua coleção de estreia, apresentando os 90 visuais diferentes. Nomeados "Corolle" e "Huit", os linhas foram rapidamente batizadas de "New Look", uma frase cunhada por Carmel Snow, editora da revista americana Harper's Bazaar.
O visual consistia em uma saia rodada na altura da panturrilha e uma cintura marcada e busto mais cheio do que o visto desde a virada do século. Um refutação às restrições de tecido do pós-guerra - o vestido médio usado 20 metros de tecido - o visual recebeu algumas críticas quando foi lançado.
A opulência dos seus designs contrastava com o sombrio pós-guerra realidade da Europa e ajudou a restabelecer Paris como a cidade alegre capital da moda que já foi.
A casa foi inundada com pedidos e estrelas mundialmente famosas como Rita Hayworth e Margot Fonteyn compraram e usaram peças, aumentando significativamente o perfil da Dior. A Dior foi até convidada para encenar uma apresentação privada da coleção para a família real britânica - embora o Rei George V tenha proibido as jovens princesas, Elizabeth e Margaret, de usar o New Look, caso isso desse um mau exemplo em uma época em que o racionamento ainda estava em vigor.
Ele era conhecido por ser muito supersticioso, uma qualidade que aumentava com a idade. Cada coleção incluía um casaco com o nome de seu local de nascimento, Granville; em cada desfile, pelo menos uma modelo usava um buquê de sua flor favorita, lírio do vale; e ele nunca começava um desfile de alta-costura sem consultar seu leitor de cartas de tarô.
Dior estabeleceu uma casa de luxo prêt-à-porter na esquina da 5ª Avenida com a 57ª Rua em Nova York em novembro de 1948. Foi a primeira do gênero. No mesmo ano, ele lançou Dior Parfums - com Miss Dior sendo a primeira fragrância a ser lançada, e Diorama sendo lançada no ano seguinte.
Em 1949, Dior foi o primeiro costureiro a organizar a produção licenciada de seus designs. Tendo percebido a importância do visual completo - e que o New Look não poderia ser alcançado com sucesso sem os sapatos, luvas e chapéu Dior corretos - Dior, junto com o parceiro de negócios Jacques Rouët, licenciou seu nome para uma gama de acessórios de luxo. Peles, meias, gravatas e perfumes também foram fabricados em centros regionais em todo o mundo, espalhando sua marca rapidamente ao redor do globo. Embora essa mudança tenha sido duramente criticada pela Câmara Francesa de Alta Costura - que denunciou a mudança como um barateamento da indústria de alta costura - o licenciamento se tornou uma mudança lucrativa para Dior e a lição do ateliê foi seguida por quase todas as casas de moda do período.
Em 1955, Yves Saint Laurent, de 19 anos, tornou-se assistente de design da Dior. Christian Dior mais tarde se encontrou com a mãe de Yves Saint Laurent, Lucienne Mathieu-Saint Laurent, em 1957, para lhe contar que havia escolhido Saint Laurent para sucedê-lo na Dior. Ela disse na época que ficou confusa com a observação, pois Dior tinha apenas 52 anos na época.
Pouco depois de seu encontro com a mãe de Saint Laurent, Christian Dior sofreu um ataque cardíaco fatal em 24 de outubro de 1957, deixando a casa em desordem. Cerca de 2.500 pessoas compareceram ao seu funeral, incluindo toda a sua equipe e clientes famosos liderados pela Duquesa de Windsor. Em uma tentativa de estabilizar a marca, Jacques Rouët nomeou Yves Saint-Laurent, então com 21 anos, como diretor artístico.
Saint Laurent permaneceu no cargo até ser recrutado para o exército, período em que foi demitido da Dior por Rouët e substituído por Marc Bohan. Bohan provou ser muito bem-sucedido como substituto de Saint Laurent, definindo uma nova era e uma nova silhueta para a Dior, o Slim Look, uma versão mais moderna e esbelta do formato icônico da Dior.
Em 1978, o Boussac Group entrou com pedido de falência e seus ativos, incluindo a Dior, foram vendidos para o Willot Group. Depois que ele entrou em administração, Bernard Arnault e seu grupo de investimentos compraram as participações do Willot Group por "um franco simbólico" em 1984. Ao assumir o poder, Arnault alterou drasticamente as operações da Dior. Em 1985, Arnault se tornou presidente, CEO e diretor administrativo da Christian Dior. Ele a reposicionou como a holding Christian Dior SA e, em 1988, assumiu uma participação acionária de 32 por cento no capital social da LVMH, criando um dos principais e mais influentes conglomerados de bens de luxo do mundo, enquanto a Christian Dior continua a se destacar como uma megamarca por direito próprio
Gianfranco Ferre foi nomeado diretor estilístico da Christian Dior em 1989, substituindo Marc Bohan. Ele permaneceu nessa posição até 1997.
Em 1997, Arnault nomeou o designer britânico John Galliano para substituir Marc Bohan no comando criativo. "Galliano tem um talento criativo muito próximo ao de Christian Dior. Ele tem a mesma mistura extraordinária de romantismo, feminismo e modernidade que simbolizava Monsieur Dior. Em todas as suas criações - seus ternos, seus vestidos - encontramos semelhanças com o estilo Dior", disse Arnault sobre Galliano.
Galliano foi diretor criativo da Christian Dior até março de 2011, quando foi demitido após ser filmado proferindo comentários antissemitas e supostamente agredindo um membro do público enquanto estava fortemente embriagado em um bar de Paris. O ex-diretor de design da Galliano, Bill Gayten, chefiou a casa até 9 de abril de 2012, quando foi anunciado, após mais de um ano de rumores e especulações, que Raf Simons havia assumido o cargo de "diretor artístico" da casa.
Fonte: Vogue Britânica, por Bibby Sowray, em 5 de abril de 2012. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Mundo das Marcas
A marca CHRISTIAN DIOR é um ícone da moda de alta costura. Afinal, é impossível imaginar a história da moda sem o estilista Christian Dior. Ele inventou o chamado “New Look”, que ao longo de sua história fez a própria tradução física dos sonhos e da fantasia humana através de seus vestidos. A marca é, talvez, a mais influente e chique do fascinante e extravagante mundo da moda de luxo. Fruto de uma cabeça criativa e inovadora, que adorava romper e quebrar tendências. Moda para mulheres, homens, crianças, além de joias e perfumes incríveis, relógios, maquiagens, acessórios e muito estilo. A DIOR é um império do luxo, admirada e desejada no mundo inteiro.
A história
Considerado o new look da moda internacional até hoje, Christian Dior era uma pessoa de temperamento difícil e complicado, apesar de tímido, mas conhecia como poucos seu ofício quando desenhava croquis para a alta costura francesa. O estilista nasceu na cidade de Granville, pequeno balneário conhecido como a “Mônaco do norte da França”, em 21 de janeiro de 1905. Na época a família Dior tinha uma boa situação financeira, fazendo parte da burguesia rica, seu pai era um próspero comerciante de fertilizantes, o que lhe garantiu uma infância e juventude tranquila, permitindo contato com uma boa educação e, inclusive, acesso às artes desde cedo. Seriam as roseiras de sua mãe, Madeleine, que inspirariam o futuro estilista a criar seus modelos florais e orientais para, como dizia ele, “embelezar as mulheres”. Mesmo com o grande interesse em artes, especialmente o desenho, estudou ciências políticas, por influência de seu pai, com a intenção de seguir carreira diplomática. Após terminar o curso, gastou seu tempo viajando pela continente europeu, até que, em 1927, abriu uma pequena galeria de artes, em sociedade com o amigo Jacques Bonjean, onde a dupla vendia alguns desenhos de Picasso e chegou a expor alguns trabalhos de Christian Bérard. Mas a crise econômica mundial forçou a interrupção do negócio.
Em meados de 1934, Dior enfrentou uma grave doença. E o que é pior, não podia contar mais com o dinheiro da sua família que, desde 1931, atravessava vários problemas financeiros, muito em virtude da crise econômica que assolava o mundo. Em 1935, recuperado e disposto, esse determinado francês da Normandia começou a desenhar croquis para o Figaro Illustre, jornal parisiense que os publicava semanalmente na seção de alta costura. Depois de conseguir vender uma coleção de desenhos de modelos de chapéus, o inventivo Dior elaborou croquis de roupas e acessórios para várias Maisons de Paris, até que, em 1938, ingressou de cabeça no universo da alta costura ocupando o cargo de assistente do estilista suíço Robert Piguet. Nesse ínterim, explodia a Segunda Guerra Mundial e Dior foi convocado para a batalha, na qual atuou como soldado do corpo de engenheiros. Em 1941, já trabalhando na Maison do estilista francês Lucien Lelong, conheceu o também francês Pierre Balmain, que mais tarde se tornaria um grande e influente estilista. Nessa altura, então com 41 anos de idade, o estilista almejava ter a sua própria Maison e conseguiu concretizar o sonho com a ajuda financeira do então magnata e empresário dos tecidos, Marcel Boussac, no dia 16 de dezembro de 1946 com a fundação da The House of Dior. O lendário endereço em Paris no número 30 da Avenida Montaigne é o mesmo até os dias de hoje.
No dia 12 de fevereiro de 1947, após um árduo trabalho, e ajudado pela sua equipe, que incluía Pierre Cardin, lançou sua primeira coleção de 90 conjuntos em duas linhas: Corolla, composta de casacos, saias plissadas e lápis para o dia, e a linha animal print, com estampas de leopardo para arrasar à noite. A coleção, que apresentou uma revolucionária saia na altura do tornozelo, foi apelidada pela redatora da conceituada revista americana Harper’s Bazaar, Carmel Snow, de “New Look” (“novo visual”, em português). Contendo inúmeras variações e novidades para época, a coleção se tornou um sucesso imediato e deu um “novo ar” à mulher, principalmente pelos ombros arredondados, cinturas acentuadas, saias rodadas, vestidos suntuosos, fartos, com cintura bem fininha e ombros à mostra. O modelo que se tornou o símbolo do New Look de Dior foi o tailleur Bar (foto abaixo), um casaquinho com formato de ampulheta de seda bege, acinturado, ombros naturais e ampla saia preta prissada, que vinha quase até a altura dos tornozelos. Luvas, sapato de salto alto e chapéu completavam o sofisticado figurino, que foi seguido fielmente a partir da próxima década. A icônica peça foi apresentada em várias versões em quase todas as 22 coleções de alta-costura que ele desenhou, até sua repentina morte.
Além de causar fascínio pela sua elegância e luxo, o conceito do New Look vinha carregado de extravagância e exagero: vestidos tradicionalmente feitos com 5 metros de tecido, agora usavam até 40 metros. Ele conquistou de cara o mundo da alta costura pela ousadia e por causar impacto com suas roupas - afinal, para ele, “as peças eram feitas não somente para serem bonitas, mas também para chocar”. O estilista conseguiu mudar o conceito de praticidade e simplicidade das roupas femininas, até então uma necessidade dos tempos de guerra e uma tendência da moda criada por Coco Chanel. Após alguns anos de reclusão, a mulher do pós-guerra queria se sentir novamente feminina e estava ansiosa em recuperar a elegância e o luxo verdadeiro. Nos bailes, que à época se sucediam aos jantares, as mulheres ricas e célebres compareciam usando DIOR. O estilista criou modelos extremamente femininos, luxuosos, sofisticados e elegantes, inspirados na moda da segunda metade do século 19. Os vestidos eram mais longos, o busto mais acentuado, a cintura bem marcada e as saias amplas.
Ainda em 1947 foi criada a divisão de perfumes, conhecida como PARFUMS CHRISTIAN DIOR, que iniciou suas atividades com o lançamento da fragrância Miss Dior, um verdadeiro clássico até os dias de hoje, criado com a colaboração de grandes perfumistas, como por exemplo, Jean Carles e Paul Vacher e, em homenagem a sua irmã Catherine. Nessa época, Dior desenvolve e inicia projetos ainda considerados revolucionários, no pequeno e restrito mundo da alta costura: cria um departamento de peles e assina licenças com fabricantes de acessórios. Em apenas um ano, a coleção New Look teve mais de dez mil encomendas. A volta por cima da beleza feminina fez a cabeça de mulheres célebres, como por exemplo, Eva Perón, Grace Kelly e Marlene Dietrich, para quem ele criou o guarda-roupa inteiro do filme “Stage Fright”, de Alfred Hitchcock. Em 1949, dois anos após a inauguração, a MAISON DIOR já era responsável por mais de 5% das exportações francesas de alta-costura. Nesta época, Christian Dior já tinha uma butique de luxo em Nova York, em plena 5ª Avenida, além de estar bem estabelecido para assinar contratos de licenciamento com empresas americanas, como de meias e gravatas.
No ano de 1954, o estilista mudou tudo com a apresentação da linha H (H de haricot vert, uma “vagem comprida” em português): nada de busto e cintura apertada. Dior inovou mais uma vez ao imprimir estilo com vestidinhos tubulares que escondiam as formas. O vestido-saco revolucionou de forma surpreendente cabeças e corpos. Também criou modelos luxuosos, com muita seda e tule bordado, além dos vestidos de tecidos transparentes, com saias sobrepostas e comprimentos dos mais diversos. Ainda em 1954, Londres ganhou uma sucursal da marca e uma butique foi anexada a Maison de Paris. A linha Y surgiu em 1955 e mostrava um corpo longo com a parte superior mais pesada, além de golas grandes que se abriam em forma de V. Já a linha A trouxe vestidos e saias que se abriam a partir do busto ou da cintura para formar os dois lados de um A. Fortes referências da marca até hoje, e que ficaram famosas durante os anos de 1950, foram estolas, as mangas três quartos, além do conjunto em tons pastéis de cardigã, blusa e saia de crepe.
Com apenas 52 anos de idade e dez anos depois de fundar sua Maison, Christian Dior faleceu precocemente no dia 24 de outubro de 1957, durante suas férias no litoral italiano, após sofrer um ataque cardíaco fulminante. Algumas referências informam que o estilista morreu de um ataque cardíaco após engasgar com uma espinha de peixe, outras dizem que o ataque foi resultado de um ardente encontro amoroso. Porém, não se sabe ao certo qual o verdadeiro motivo de sua morte até hoje. A verdade é que Christian Dior deixou um verdadeiro império do luxo, com 22 coleções, 28 ateliês e 1.200 empregados. Os números impressionavam: em dez anos de existência, foram vendidos mais de 100 mil vestidos, um milhão e quinhentos mil metros de tecido decorados e 16 mil croquis realizados. Além disso, ele ingressou no mercado de massa em Nova York, foi capa da revista Time (segurando a inseparável tesoura de costura) e, ao democratizar suas criações, foi acusado de banalizar a cultura francesa. Estava adiante de seu tempo. Lançou echarpes, lenços de seda, luvas, bijuterias e lingeries com a assinatura CHRISTIAN DIOR. E inaugurou lojas de sua grife na Inglaterra, México, Cuba, Canadá e Japão.
Para assumir a direção de criação da Maison, após sua morte, foi escolhido o então jovem (com apenas 21 anos) assistente, irrequieto e talentoso Yves Saint-Laurent, que provocou protestos dos discípulos de Dior por ter criado peças poucos tradicionais para a marca, como jaquetas de couro e vestidos curtos. Apesar disso, a primeira coleção da DIOR após a morte de seu mentor foi magnífica e aclamada pelos críticos. Realizada em apenas nove semanas, as roupas possuíam cortes perfeitos, tecidos requintados e detalhes meticulosos, assim como Christian Dior a faria. Em 1960, Saint-Laurent após ser chamado pelo exército e dois anos depois de ter aberto sua própria Maison, é substituído por Marc Bohan, um estilista francês mais experiente e conservador. Seus modelos mais influentes foram apresentados em 1966, baseados no filme Dr. Jivago, com casacos amplos de cintura apertada, vestidos longos e botas.
No final desta década, dois acontecimentos foram de extrema importância para a marca: em 1967 a inauguração da primeira loja exclusivamente masculina (DIOR HOMME) e, em 1969, o estabelecimento da divisão de cosméticos, que seria responsável por consolidar a marca DIOR ainda mais como um ícone do segmento de luxo. Foi nesta época que a marca lançou sua primeira coleção de óculos. A partir de 1989, o italiano Gianfranco Ferré, em uma clara tentativa de renovação da Maison, foi escolhido como o novo diretor de criação da marca CHRISTIAN DIOR. Logo em sua primeira coleção ganhou o Dedal de Ouro oferecido pela empresa Helena Rubinstein ao melhor estilista de cada temporada. Em 1990, lojas sofisticadas da DIOR foram inauguradas em lugares luxuosos de Nova York, Los Angeles e Tóquio. Apesar do crescimento, nenhum desses três nomes conseguiu perpetuar com a mesma intensidade o brilho característico de Christian Dior. A mais reverenciada marca da moda então se tornou uma Bela Adormecida no universo da moda.
O ressurgimento começaria em 1996, quando John Galliano, que apesar da cidadania inglesa nasceu em Gibraltar, assumiu o cargo de diretor criativo da grife, responsável pela criação das coleções de alta costura e prêt-à-porter feminino. E chegou para incendiar a marca francesa. O estilista assumiu o posto criativo da CHRISTIAN DIOR com o respaldo de ninguém menos que Bernard Arnault, o todo-poderoso do grupo LVMH, influente conglomerado do segmento de marcas de luxo, que havia adquirido a grife francesa no ano de 1984. Ao colocar Galliano, um rebelde, inglês e iniciante, à frente da MAISON DIOR, os franceses ficaram chocados. Porém, apenas um ano depois, a marca voltou a gerar dinheiro e lucros. John Galliano causou uma verdadeira reviravolta saudável na DIOR. Houve dois “escândalos”, no bom sentido da palavra, que fizeram com que a marca voltasse aos tempos de glórias: a simples contratação de John Galliano e a “coleção dos mendigos”, que causou frisson ao desfilar modelos vestidos como mendigos na passarela. O estilista, sempre convicto de que o esquisito, mesmo chocante, vende, colocou então nas passarelas trapezistas, acrobatas chineses, monges Shaolin, freiras e esfinges. Considerado um gênio rebelde, o estilista falava pouco em público, mas não precisava disso para virar notícia. Em um dos seus últimos desfiles de alta costura, modelos exibiram vestidos em estilo imperial, recobertos de bordados preciosos. Enquanto isso, uma banda de hard rock tocava e destruía seus instrumentos a chutes e pauladas.
Nomeado diretor artístico de todas as coleções femininas DIOR (alta-costura, prêt-à-porter, acessórios, cosméticos e sapatos) em 1999 ele também passou a cuidar da comunicação da marca, desde as campanhas publicitárias até o design das vitrines. Apesar do enorme sucesso, seu temperamento forte e rebeldia iriam causar problemas para a marca. E isto aconteceu no início de março de 2011 quando o estilista, filho de um encanador inglês e de uma espanhola, depois de ter sido suspenso de suas atividades após ser detido em Paris, acusado de insultos antissemitas á um casal em um bar, foi demitido pela marca francesa. Após Bill Gaytten assumir o posto como interino, finalmente em 2012, o belga Raf Simons foi nomeado novo diretor criativo da Maison.
Em 2016 a estilista italiana Maria Grazia Chiuri assumiu a direção-artística da DIOR, sendo a primeira mulher a ocupar este cargo na história da marca. A estilista chegou à grife francesa com a missão de conquistar uma clientela mais jovem. Apesar de suas inspirações serem diversas, as primeiras coleções assinadas por Chiuri foram marcadas por um tom poético, que também misturava um discurso de engajamento. Em seu desfile de estreia, um dos modelos era composto por uma camiseta com a mensagem “We all should be feminist” (“Todos nós devemos ser feministas” em português). Com visão conceitual e artística, adotando um ponto de vista feminista por meio de colaborações com artistas e intelectuais, a estilista vem utilizando uma prática ancorada na elegante feminilidade que Monsieur Dior apreciava. A DIOR também vem tendo sucesso na venda de bolsas, especialmente em virtude das reedições e reinterpretações de modelos famosos como a Saddle (conhecida como a bolsa-sela), a Lady Dior e a Tote. Além disso, em 2018, lançou o ABCDior, novo serviço da marca que permite à clientes personalizar acessórios (como bolsas e lenços) com suas iniciais.
A linha do tempo
1953
● Lançamento de sua primeira linha de batons (batizada de ROUGE DIOR), composta por oito tonalidades de vermelho, cor que se tornaria símbolo da marca.
● Lançamento do EAU FRAÎCHE, primeiro perfume unissex na história do segmento.
1954
● Lançamento do primeiro produto de maquiagem da grife, o lápis de boca (delineador).
1967
● Lançamento da primeira coleção BABY DIOR, especialmente criada para crianças de 0 a 4 anos.
1968
● A marca uniu a moda e a beleza ao lançar uma linha de maquiagens chamada HYDRA DIOR.
● Lançamento da CHRISTIAN DIOR TRICOT, uma coleção de roupas feitas em crochê.
1969
● Lançamento da EXPLOSION OF COLOR, uma completa e moderna linha de maquiagens composta por blush, pós, delineadores, entre outros itens.
1970
● Revolucionou o mercado ao introduzir o desfile de produtos de maquiagem, mostrando cores e tendências que marcaram época, estabelecendo a DIOR como um gigante no mundo da moda.
1972
● Lançamento do perfume DIORELLA, um verdadeiro “sopro de ar fresco”.
1973
● Lançamento da primeira linha de produtos para tratamento da pele.
1975
● Lançamento do BLACK MOON, primeiro relógio da marca DIOR.
1979
● Lançamento do perfume DIORESSENCE.
1980
● Lançamento do perfume masculino JULES.
1983
● Lançamento do CAPTURE, um creme anti-idade que possuía em sua formulação lipossomas, microcápsulas que penetram na pele e previnem o envelhecimento.
1985
● Lançamento do POISON, um dos perfumes de maior sucesso da grife francesa.
1988
● Lançamento do perfume masculino FAHRENHEIT, que se transformaria em um fenômeno de vendas.
1991
● Lançamento do perfume feminino DUNE, que ganharia sua versão masculina seis anos mais tarde.
1994
● Lançamento da bolsa LADY DIOR, cuja característica principal era o “cannage” - desenho de cana da Índia - com letras DIOR soltas na alça. O nome é uma homenagem à princesa Diana, embaixadora mundial da marca e então amiga de Bernard Arnault, presidente do conselho e principal executivo do Grupo LVMH.
1995
● Lançamento do perfume DOLCE VITA em sua tradicional embalagem amarela.
1996
● Relançamento da coleção de óculos da grife ao comando de John Galliano.
1998
● Lançamento do perfume HYPNOTIC POISON.
● Lançamento de sua primeira linha de joias, criada e dirigida por Victoire de Castellane.
1999
● Lançamento do J’ADORE, um perfume refrescante com misturas de orquídeas, violetas, rosas e um tipo especial de almíscar. O perfume foi batizado com esse nome graças à expressão usada constantemente por John Galliano (traduzida do francês, significa “eu adoro”).
● Lançamento da famosa bolsa saddle bag, modelo em forma de sela com alça curta. Anualmente o modelo de bolsa ganha novas versões, aumentando ainda mais a enorme legião de fãs.
2001
● Em janeiro, o estilista francês Hedi Slimane estreou a nova DIOR HOMME, aclamada como uma das melhores coleções de moda masculina da época, com pitadas de androginia e glamour do rock’n roll.
2002
● Lançamento do perfume feminino FOREVER and EVER.
● Lançamento do perfume ADDICT.
2003
● Lançamento do perfume feminino CHRIS 1947 em homenagem a fundação da grife.
2005
● Lançamento dos perfumes MISS DIOR CHÉRIE (para um público feminino mais jovem) e DIOR HOMME.
2006
● Lançamento do DIOR CAPTURE TOTALE, primeiro produto anti-idade baseado em uma extensa pesquisa tecnológica e sociológica, que oferece resultados extraordinários e conta com tecnologias de vanguarda em sua composição, como a utilização do Complexo Alpha-Longoza.
● Lançamento da DIOR GAUCHO, bolsa extravagante com grandes fivelas e chaves penduradas, que rapidamente se tornou a preferida de celebridades como Sienna Miller, Keira Knightley, Penélope Cruz e Gisele Bündchen. Inspirada nos pampas, o modelo tem versões em jeans, náilon e couro.
2007
● Lançamento do perfume feminino MIDNIGHT POISON com o slogan “A new Cinderella was born”. O perfume era uma mistura perfeita de rosa da Bulgária, jasmim, flor de laranjeira, baunilha e sândalo.
2008
● Lançamento do DIOR PHONE, um luxuoso celular com acabamento de diamantes incrustados e detalhes em couro de jacaré. Além de câmera, tela touchscreen e o nome da marca, o aparelho vinha com um mini-celular, apelidado de “My Dior”, que servia para prender do lado de fora da bolsa ou colocar no bolso, para quando alguém ligar, não fosse preciso revirar toda a bolsa para atender a chamada.
2009
● Lançamento do DIOR SÉRUM DE ROUGE, um batom cuja textura saturada com ingredientes ativos e enriquecida com puros pigmentos enche os lábios de cores luminosas e destacam sua aparência dia após dia. Para ajudar no combate ao tempo, principal causa da perda de volume e descoloração dos lábios, o Centro de Inovação Dior desenvolveu um exclusivo complexo de ingredientes ativos que age tanto na superfície quanto no interior dos lábios. Dia após dia, eles recuperam sua firmeza e curvas suntuosas. Claramente definido, o contorno dos lábios se torna mais proeminente e reconquista seu tom rosado natural.
2011
● Lançamento da coleção de maquiagem GRIS MONTAIGNE, inspirada na primeira loja da grife e baseada nos tons rosa e cinza. A exclusiva paleta Dior Cannage, realçada pelos famosos amuletos em metal D-I-O-R, se tornou uma verdadeira vitrine para os olhos e objeto de desejo para milhões de mulheres.
2012
● Inauguração em Taipei (Taiwan) da sua maior loja no mundo até então. Com 19.410 m², o primeiro andar era reservado para joias, relógios, bolsas e artigos de couro, além de contar com uma área exclusiva para criar versões customizadas da icônica bolsa Lady Dior. O espaço ainda abrigava a DIOR COUTURE (alta costura), três salões destinados ao prêt-à-porter, um destinado aos sapatos e dois andares para a DIOR HOMME, a coleção masculina da grife.
2016
● Lançamento do perfume LA COLLE NOIRE, em homenagem à querida casa de verão de Christian Dior, na região de Grasse, na França, e que tem em sua composição rosas, sândalo do Sri Lanka, alguns tipos de madeira, almíscar branco e âmbar.
2018
● Lançamento do perfume JOY, que une aromas de frutos cítricos, rosa, jasmim e sândalo. A atriz Jennifer Lawrence, que é embaixadora da linha Dior Acessórios desde 2013, foi a escolhida para dar vida às campanhas publicitárias do novo perfume.
2019
● Inauguração da primeira loja da grife totalmente dedicada à moda casa (coleções de mesa, têxteis e móveis).
● Lançamento da bolsa 30 MONTAIGNE, inspirada no icônico endereço da marca em Paris. Com o design adornado com as iniciais do estilista, o modelo leva a assinatura 30 Montaigne gravada na parte de trás.
2020
● Lançamento da CAPTURE TOTALE CELL ENERGY, uma linha de tratamento de pele high-tech e sustentável recheada de ingredientes naturais. A novidade tem como ideia “reanimar” as células-tronco (de alto poder regenerativo) presentes em nosso organismo e tem aprovação de ninguém menos que Gisele Bündchen.
As obras olfativas
A assinatura da DIOR: fragrâncias de alta qualidade, originais e intemporais. Desde o início de sua carreira, Christian Dior cercou-se dos maiores perfumistas do seu tempo, com o objetivo de criar fragrâncias excepcionais. Em 1947 foi Paul Vacher que criou a base do perfume Miss Dior. Ele também criou Diorling em 1963. Chamou também seu amigo Edmond Roudnitska para compor alguns de seus primeiros perfumes, batizados Diorama (1949) e Diorissimo (1956), este último baseado no lírio do vale, flor predileta do estilista. Ele também criou Eau Sauvage (primeira fragrância masculina da marca), uma verdadeira revolução após a sua criação, em 1966, que se tornou um dos clássicos da atualidade. A partir da década de 1980 a marca lançou perfumes de enorme sucesso mundial como Poison (1985), Fahrenheit (1988), Dune (1991), Dolce Vita (1995), J’adore (1999) e Addict (2002).
O Laboratório Criativo é o lugar onde mais de 2.500 matérias-primas que ajudam a criar os perfumes da DIOR são indexados, armazenados e pesados. Situado em Paris, este templo para artesanato e especialização é colocado a serviço de uma perfumaria que está cada vez mais audaciosa e surpreendente. As matérias-primas são cuidadosamente selecionadas e vêm dos melhores produtores de todo o mundo. Já na fábrica DIOR, localizada em Saint Jean de Braye, é que todos os perfumes são produzidos. O local possui sua própria cave, onde aproximadamente 600 ingredientes são estocados. Já as artesãs dominam técnicas esquecidas, como o segredo do laço de poignard que ornamenta cada frasco do extrato de perfume Miss Dior, a assinatura da primeira fragrância da Maison. As artesãs que realizam os laços de cetim dominam também outro savoir-faire único, o laço da tampa do perfume: o uso do fio de ouro que decora o frasco do extrato J’adore. Ele é enrolado e depois selado à mão, graças a uma sucessão de gestos precisos que evocam uma elegante coreografia que somente essas mãos sabem fazer. Todos os dias, François Demachy, que desde 2006 ocupa o cargo de Perfumista-Criador, usa esses ingredientes de qualidade excepcional em suas composições. Desde 1947 a marca francesa tem colaborado com alguns dos maiores perfumistas do mundo para criar verdadeiras obras olfativas (tem em seus arquivos mais de 150 perfumes).
Os ícones
As principais estampas icônicas da marca são a Toile de Jouy (uma estampa criada no século 18 que consiste em um tecido de fundo branco ou off-white, estampado em vermelho, azul ou preto, com desenhos que descrevem a vida campestre), o muguet (flor símbolo da sorte de Christian Dior) e as abelhas. A cultura floral esteve presente de forma intensa na vida de Christian Dior, já que a casa de seus pais, na Normandia, tinha um fantástico jardim à beira mar. Ao absorver as composições olfativas e também a paleta de cores diversificada das flores, o estilista souber transportar tais referências para o mundo da moda. O Lírio do Vale costurado entre forros ou aplicados nos botões é um dos exemplos; e os perfumes, consequentemente, também foram contemplados com o conhecimento botânico do estilista, que tinha a rosa como flor preferida.
A joia da coroa
Se existe um ícone da marca francesa ele está localizado na lendária Avenue Montaigne em Paris. Inaugurada no dia 16 de dezembro de 1946, onde antes existia um pequeno hotel e alguns meses antes da revolução do New Look, o supersticioso Christian Dior escolheu o número 30 para instalar as primeiras oficinas de sua Maison. Ele então confiou a decoração do local a Victor Grandpierre - as palavras de ordem: sobriedade e elegância. A ideia: permitir que apenas os desenhos e silhuetas de Christian Dior inspirassem os olhos e as mulheres. Depois de 7 anos o lugar ocupava 5 imóveis, possuía 28 ateliês e empregava mais de mil pessoas.
Esta icônica loja âncora (chamada em inglês de flagship store) da DIOR passou por sua primeira grande reforma e foi reinaugurada em 2009 para ser reconhecida com uma das mais luxuosas do planeta. A reforma fazia parte das comemorações pelos 60 anos da grife francesa e a reabertura contou com a presença de celebridades como Sharon Stone, Elton John, Juliette Binoche e Monica Belluci. Entre as novidades do projeto assinado pelo arquiteto Peter Marino estavam um salão de sapatos exclusivos para clientes VIPs, com os modelos apresentados na última coleção de alta-costura, e frases escritas na parede como “Look Good” ou “J’adore” pelo artista Rob Wynne. A ideia foi criar um clima “residencial” dentro da loja, resgatando elementos do legado de Christian Dior. A loja ampliou seus salões para a coleção prêt-à-porter e deu maior destaque para as bolsas (que incluíam os modelos Samurai e Gaucho, além da clássica Lady Dior em novos materiais, então campeãs de vendas na DIOR). Em 2019 este símbolo da marca, lar original do ateliê fundado pelo Monsieur Christian Dior, fechou suas portas temporariamente para uma enorme reforma, que deve durar aproximadamente dois anos.
Com sua “joia da coroa” fechada para reforma, a marca não quis deixar os amantes da Maison de Christian Dior sem um endereço à altura na cidade luz. Por isso, no mês de julho de 2019, inaugurou uma nova loja (foto abaixo) na badalada Avenida Champs-Elysées, um dos principais cartões postais da capital francesa. A fachada da nova loja é incrivelmente similar à flagship original da grife. Para garantir a semelhança, a técnica de perspectiva trompe-l’oeil foi aplicada no tecido que revestiu o novo prédio e o resultado impressiona. O endereço tem paredes decoradas com o clássico Toile de Jouy, disponibiliza roupas, acessórios, joias, sapatos, perfumes e oferece diversos tipos de personalização, como bordados, impressões e hot stamping, que ficam prontos em até uma hora. A loja também vende as coleções de moda casa. O espaço de 890 m² permanecerá aberto até que a loja do histórico número 30 da Avenue Montaigne esteja pronta para receber sua exigente clientela.
A evolução visual
A identidade visual da marca francesa passou por algumas modificações ao longo dos anos. Em 2018 a marca apresentou um novo logotipo: todo em letras maiúsculas e com nova tipografia.
Em muitos casos a marca utiliza apenas a designação DIOR, que acompanhou ao padrão da nova identidade visual.
A marca também utiliza um monograma com as letras CD (aparece em abundância em seus produtos), que ganhou novos designs no decorrer dos anos. A primeira alteração ocorreu em 2011. O atual monograma foi lançado em outubro de 2013.
Dados corporativos
● Origem: França
● Fundação: 16 de dezembro de 1946
● Fundador: Christian Dior
● Sede mundial: Paris, França
● Proprietário da marca: Christian Dior Couture SA
● Capital aberto: Não (subsidiária da LVMH Moët Hennessy • Louis Vuitton S.A.)
● CEO: Pietro Beccari
● Diretor criativo: Maria Grazia Chiuri e Kim Jones
● Faturamento: €2 bilhões (estimado)
● Lucro: Não divulgado
● Valor da marca: US$ 6.045 bilhões (2019)
● Lojas: 205
● Presença global: 150 países
● Presença no Brasil: Sim
● Maiores mercados: Europa, Ásia e Estados Unidos
● Funcionários: 6.280
● Segmento: Moda de luxo
● Principais produtos: Roupas, sapatos, perfumes, cosméticos e acessórios
● Concorrentes diretos: Chanel, Gucci, Prada, Versace, Burberry, Givenchy, Hermès, Fendi e Valentino
● Ícones: O New Look
● Website: www.dior.com/pt_br
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca DIOR está avaliada em US$ 6.045 bilhões, ocupando a posição de número 82 no ranking das marcas mais valiosas do mundo de 2019.
A marca no mundo
A tradicional marca de moda de luxo, que já revelou estilistas como Yves Saint-Lauren, Gianfranco Ferré e John Galliano, têm sua sede no famoso endereço Avenida Montaigne 30, na cidade de Paris, conta com mais de 200 lojas próprias nos pontos mais exclusivos do planeta, além de vender seus produtos dentro das mais sofisticadas lojas de departamento do mundo. Com presença em 150 países, emprega mais de 6.200 pessoas e fatura estimados €2 bilhões anualmente (sem contar perfumes e cosméticos). O principal mercado da DIOR é a Europa (responde por aproximadamente 40% das vendas), seguido da região Ásia-Pacífico com 30% e dos Estados Unidos com 23%. Apesar de estar presente no Brasil desde 1958 (através de licenciamento) a marca desembarcou oficialmente no país somente em 1999, com a inauguração de uma loja na badalada Rua Haddock Lobo em São Paulo. Hoje a DIOR tem apenas uma loja no Brasil, localizada no Shopping Cidade Jardim em São Paulo.
Você sabia?
● A marca tem toda sua linha de cosméticos desenvolvida no Dior Science Observatory, um centro de inovação localizado em Paris, onde mais de 200 pesquisadores criam produtos com texturas surpreendentes, sistemas de hidratação únicos da pele e formulações revolucionárias.
● Favorito das estrelas da sétima arte, Christian Dior fisgou a atenção de famosas rapidamente, já que seu nome começou a circular mundialmente logo após seu primeiro desfile. Elizabeth Taylor foi uma delas, e usou o New Look para receber o Oscar de melhor atriz em 1961; Grace Kelly se vestiu de DIOR no noivado em 1956; e Ingrid Bergman também ostentou, no filme “Indiscret” (1958), um vestido da Maison. Já no campo das artes, o estilista tinha muitas amizades, entre as quais com Jean Cocteau e Max Jacob.
Fonte: Mundo das Marcas. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Christian Dior | Britannica
Christian Dior (nascido em 21 de janeiro de 1905, Granville, França — falecido em 24 de outubro de 1957, Montecatini, Itália) foi um estilista francês cujo estilo New Look — caracterizado por roupas ultrafemininas e altamente esculpidas — dominou a moda na década seguinte à Segunda Guerra Mundial. Sua casa de moda homônima é uma das mais icônicas do mundo.
Início da vida e carreira artística
Dior foi um dos cinco filhos de Marie-Madeleine Dior (nascida Martin) e Alexandre Louis Maurice Dior, que possuíam um lucrativo negócio de manufatura. A família mais tarde dividiu seu tempo entre Paris e uma vila em Granville, França. Seus pais queriam que ele se tornasse um diplomata, e Christian Dior estudou ciência política na Universidade de Paris. No entanto, sua verdadeira paixão era a arte e, quando tinha pouco mais de 20 anos, ele começou a vender ilustrações na rua.
Mais tarde, com ajuda financeira de seu pai, Dior abriu uma pequena galeria de arte. Lá, ele expôs obras de artistas como Salvador Dalí, Man Ray e Jean Cocteau. No entanto, no meio da Grande Depressão (1929–39), o negócio de seu pai faliu, e o jovem Dior foi forçado a fechar a galeria. Posteriormente, ele encontrou trabalho como ilustrador de moda, contratado por vários designers, bem como pela revista Figaro Illustré.
Em 1938, Dior se tornou um designer assistente do principal costureiro de Paris, Robert Piguet. Dior disse mais tarde: “Finalmente, eu conheceria os meios misteriosos pelos quais uma ideia é transformada em um vestido.” Durante a Segunda Guerra Mundial (1939–45), ele serviu no exército até a França cair para a Alemanha em 1940. No ano seguinte, ele se juntou à casa do designer Lucien Lelong.
Casa Dior
“Numa época tão sombria como a nossa, o luxo deve ser defendido centímetro a centímetro”.
A sensação da noite para o dia do New Look foi seguida por 10 anos de sucesso extraordinário. Na década de 1950, a Dior introduziu uma variedade de novas silhuetas, incluindo a linha H, a linha A e a linha Y. A Dior foi fundamental na comercialização da moda parisiense em nível mundial e na recuperação para os costureiros parisienses do terreno que havia sido temporariamente perdido para os designers americanos. Seus seguidores devotados incluíam socialites, celebridades e realeza. No entanto, nem todos gostavam de seu trabalho. A lendária designer francesa Coco Chanel, que era conhecida por roupas simples, afirmou que a Dior "não veste mulheres, ele as estofa".
Dior também se ramificou para outras áreas. Notavelmente, em 1947 ele lançou seu primeiro perfume, Miss Dior, que foi inspirado por sua irmã mais nova, Catherine Dior. Membro da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi capturada, torturada e então presa no campo de concentração de Ravensbrück na Alemanha. Ela foi finalmente libertada pelas tropas soviéticas em 1945. Além do perfume, Christian Dior também adicionou sapatos, maquiagem e acessórios à sua marca.
Morte e legado
Em 1956, Dior publicou a autobiografia Christian Dior et moi (Dior por Dior). No ano seguinte, ele sofreu um ataque cardíaco fatal enquanto estava de férias na Itália. Seu assistente, Yves Saint Laurent assumiu a casa de alta costura. Saint Laurent ocupou essa posição até 1960, quando foi convocado para o exército francês. Os diretores criativos subsequentes da Casa Dior incluíram Marc Bohan, Gianfranco Ferré e John Galliano. Christian Dior foi o tema da série de TV The New Look.
Fonte: Britannica. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
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Dior: a história, a importância e os ícones da marca | ELLE
“This is a new look!”. Foi por essa expressão, cunhada pela editora de moda estadunidense Carmel Snow, em 1947, que a primeira coleção de Christian Dior, batizada originalmente como Linha Corola, ficou conhecida – e revolucionou a moda no pós-guerra.O novo visual criado por Dior e exaltado por Carmel era de fato inédito, impensável até para o período em que foi desfilado: consistia em roupas extremamente femininas, costuradas a partir de metros e metros de tecidos, numa época em que as pessoas (e as marcas) saíam do racionamento de matérias-primas imposto pelos conflitos na Europa. Em uma única palavra, luxo.Nascido em 1905, em Granville, no interior da França, curiosamente, o próprio Dior chegou a ser convocado para a Segunda Guerra Mundial, mas nem isso fez com que perdesse o entusiasmo pela beleza, um ideal que pautou a sua vida desde a infância até 1957, ano de sua prematura morte.Apaixonado por estética, fez sua primeira incursão no mundo das belas artes em 1927 – abriu uma galeria de arte, onde chegou a expor trabalhos de Christian Bérard e Jean Cocteau. Alguns anos depois, em 1935, ele passou para o outro lado do balcão e começou a desenhar esboços para a seção de alta costura do jornal parisiense Figaro Illustre.
Era o início de uma carreira meteórica, pautada nos pilares que até hoje sustentam o estilo Dior: simplicidade, sofisticação e cuidado.“Escolha roupas que sejam simples na silhueta e preste muita atenção no caimento. E acima de tudo, cuide de suas roupas”, escreveu Christian Dior em The little dictionary of fashion, um pequeno livro, publicado em 1954, com ótimos conselhos do couturier.
Como a Dior ficou famosa?
Dos primeiros desenhos de Christian Dior às roupas que o eternizaram na história da moda, a verdade é que se passaram apenas três anos. Em 1938, Dior começou a trabalhar como assistente do estilista Robert Piquet e, em 41, entrou para a equipe de Lucien Lelong, até criar sua marca própria, em 1946, com a ajuda do empresário Marcel Boussac. Em 12 de fevereiro do ano seguinte, boom: apresentou sua primeira coleção, com o “new look” do tailleur Bar, conjunto de jaqueta e saia, sendo divulgado com entusiasmo pela impressa e, posteriormente, usado pelas maiores celebridades da época – pense em Brigitte Bardot, Marlene Dietrich, Edith Piaf, Lee Radziwill e a princesa Grace de Mônaco, entre outras mulheres.O luxo sem fru-fru e a feminilidade extrema, quase mulher-flor, propostos por Dior, arrebataram a plateia. Nunca até então um estilo de roupa chegou tão rápido às ruas, se transformando em padrão de estilo, e dividindo a moda em antes e depois.
Qual é o estilo da marca Dior?
Embora o tailleur Bar, que tem esse nome em homenagem ao bar do hotel Plaza Athénée, em Paris, seja de fato a roupa mais famosa da Dior, reinterpretada até hoje por Maria Grazia Chiuri, a atual diretora da casa e primeira mulher a assumir o posto, o estilista francês deixou um legado imenso à moda, incluindo sua visão de business.Em 1949, por exemplo, a Dior já tinha uma casa de prêt-à-porter de luxo do outro lado do oceano, em Nova York, e um perfume pronto para licenciamento. Em 54, abriu um espaço em Londres, e até 1957, ano da morte de seu fundador, eram inacreditáveis 28 ateliês e 1200 funcionários. Dentre as criações memoráveis do designer, destacam-se vestidos coquetel, quase sempre com silhueta em A (Linha A), bem ladylike, longos coluna, prontos para festas, e jaquetas: “A jaqueta Box é quase tão importante quanto um terno. Ela camufla quase tudo e é sempre elegante. Eu amo jaquetas box”, continua Dior em seu Pequeno dicionário.
Mais: estampas florais – ele era um apaixonado por jardins –, laços e padronagem de leopardo são elementos-chave do estilo Dior, que sobreviveu ao seu fundador e tem passado de geração a geração praticamente intacto.
Do terno masculino usado por mulheres, novidade apresentada na coleção de 1951, aos acessórios, passando, claro, pelo tailleur Bar, a Dior, parte do Grupo LVMH desde 1984, é uma das maiores marcas da moda de luxo em todo o mundo e uma lançadora de tendências, que apresenta coleções de prêt-à-porter, alta-costura, masculino e feminino.
A Dior hoje
Desde julho de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri (ex-Valentino) é a diretora criativa da casa. Sob o comando dela, a Dior vem incorporando um discurso mais feminista – da camiseta We should all be feminists ( todos nós devemos ser feministas ) às homenagens a artistas mulheres, como a ucraniana Olesia Trofymenk (inverno 2023) e a portuguesa Joana Vasconcelos, responsável pela cenografia do inverno 2024. E, sem dúvida, ela é uma das que mais souberam honrar o legado de monsieur Dior, resgatando shapes, estampas e cartela de cores. É herança que fala?
Como aderir ao estilo Dior?
Seja com a ajuda de um bom acessório ou adaptando dicas deixadas pelo próprio estilista, é possível conquistar um look Dior, com direito a perfume – item importantíssimo, segundo Christian Dior.
Masculino x feminino
Embora seja o rei da feminilidade, Christian Dior ensina que a elegância mora no equilíbrio. Tanto nas coleções assinadas por ele, quanto nas atuais, os vestidos (muitos com bolsos!) dividem espaço com uma alfaiataria perfeita. Ou seja: a ideia é ter um guarda-roupa que contemple festas e trabalho, mais atual do que nunca, não é mesmo?
Cinza e rosa: suas cores favoritas
Assim como outros estilistas famosos, Christian Dior também tinha suas cores favoritas, que você pode facilmente incorporar. Se para Valentino, é o vermelho, e para Yves Saint-Laurent era o marinho, Dior elegeu o rosa e o cinza – que tingiam desde o seu ateliê, na Avenue Montaigne, até os seus tecidos. Predileção justificada: criado na Normandia, a mansão de sua família era cor-de-rosa e vivia em contraste com o céu nublado do Canal da Mancha. Além disso, Maria Antonieta, rainha francesa que era uma referência de estilo para Dior, tinha devoção ao cinza, “a mais conveniente, usável e elegante cor neutra”, segundo o estilista.
John Galliano, que comandou a casa entre 1996 e 2011, valorizou a cartela deixada pelo fundador no desfile de alta-costura de 2005, e Maria Grazia Chiuri aplicou o cinza até mesmo na coleção resort 2024 e na alta-costura do inverno 2023, incluindo suas variações metalizadas.
Uma Lady Dior
E o que falar dos acessórios Dior? Mesmo que não tenha sido desenhada por Christian Dior, a Lady Dior é claramente uma homenagem ao fundador da marca. Criada nos anos 1990, ela tem pespontos característicos que remetem à palha trançada das cadeiras em estilo Napoleão III que Christian Dior escolheu para decorar seu ateliê. Lançada com o nome Chouchou, foi rebatizada em 1995, quando a princesa Diana desceu de um avião com a bolsa na mão. O acessório virou uma das peças favoritas de Lady Di e até hoje ganha reinterpretações nas mais variadas cores e até em versões artísticas – a cada estação, o projeto Dior Lady Art dá a pintores, escultores e designers carta branca para transformar este ícone em uma obra de arte exclusiva.
A revolução da bolsa Saddle
Outro xodó das mulheres elegantes ou fashionistas que hoje usam a marca é a bolsa Saddle. Invenção de John Galliano para a temporada de primavera 2000 da Dior, a Saddle virou a favorita da geração Y2K, fazendo parte, inclusive, da série mais fashion de todos os tempos, Sex and the city. E sendo carregada até por Beyoncé! Reintroduzida na passarela do inverno 2018 por Maria Grazia, a Saddle voltou recentemente ao patamar de it-bag, com direito a resgate da estampa de onça, tão querida por Christian Dior, e técnicas artesanais. Se a Saddle de Galliano era mais pop, em versões jeans e estampa de camuflagem, a de Chiuri tem acabamentos preciosos, como patchwork e bordados, e alças mais alongadas e removíveis.Resultado: sucesso de público, esteve entre os itens mais vendidos do ano, segundo o site Lyst, e passou a ser usada das mais diversas maneiras: de jeans e regata básica a festas, passando pelo aerolook. Acessórios, vale lembrar, são sempre portas de entradas para grifes e hoje podem ser adquiridos também em locais especializados em second hand.
O sucesso dos perfumes Dior
“Eu acredito que ter um perfume lindo é tão importante para as mulheres quanto ter uma roupa linda. E não pense que você tem que ter um perfume só para você, sua casa inteira pode ter o cheiro dele, especialmente seu quarto”, aconselha Christian Dior.Ainda em 1947, junto com a primeira coleção de alta-costura, o estilista convidou o perfumista Paul Vacher para desenvolver uma fragrância sofisticada e atual, que representasse mulheres livres e independentes (no zeitgeist do pós-guerra). Resultado: um chipre verde, que equilibrava frutas cítricas, flores e patchouli. Miss Dior, uma referência à irmã favorita do costureiro, Catherine, se tornou um ícone, best-seller da perfumaria, e ganhou uma nova versão em 2021, em que a grande estrela é a “sweet love”, uma rosa aveludada. Outro que entrou na lista de perfumes mais famosos do mundo – e que pode ser sua assinatura olfativa – é J’Adore da Dior. Criado em 1999, na virada do século, ele tem notas florais e frutadas, essência de rosa Damascena da Turquia e um frasco que ecoa a silhueta 8 característica da primeira coleção de Christian Dior – sim, a do tailleur Bar.
A paixão pelas flores
De perfumes a bordados e joias, flores são um bom caminho para aderir ao estilo Dior. Nas mãos de Victoire de Castellane, diretora do ateliê de joias da Dior, por exemplo, rosas e até seus espinhos ganham destaque. Na alta-costura, por sua vez, elas aparecem bordadas em efeito 3D delicadíssimo, fazendo jus aos jardins da casa da infância do estilista – dizem que ele tinha pelo menos 20 espécies diferentes de rosas. Atemporais, rosas ganharam um revival com a personagem de Sarah Jessica Parker em Just like that e têm invadido também o guarda-roupa masculino, vide as últimas semanas de moda.
Clássicos nunca morrem
Por fim, e de volta às lições do mestre, na dúvida, escolha o certeiro. Assim como flores e leopardo, xadrez, tweed e tartan estão entre as padronagens “very Dior”, e elegância não tem a ver com dinheiro.“Essa é uma palavra que precisaria de um livro inteiro para defini-la. Eu apenas direi agora que elegância deve ser a combinação certa entre distinção, naturalidade, cuidado e simplicidade. Fora isso, eu acredito que não existe elegância, apenas pretensão.”
Bônus: como saber se uma bolsa Dior é original?
Além do design e da qualidade da matéria-prima, preste atenção nos itens que comprovam a autenticidade de uma peça. O primeiro é o cartão de autenticidade, que vem junto com a bolsa. Cheque também o número de série na etiqueta interna e fique atento à grafia da logomarca – muitas cópias não têm acesso às mesmas fontes usadas pelas grandes maisons e o resultado fica aquém do esperado.
Fonte: Elle. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.
Crédito fotográfico: Logo Dior. Consultado pela última vez em 18 de março de 2025.